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DIVINAS MARAVILLAS
Os textos bíblicos citados neste livro foram extraídos da Nova Versão Internacional, salvo outra
indicação.
15711/34178
Apresentação
D
iversas maravilhas que nos rodeiam estão ocultas da maioria dos olhos
humanos. A natureza está ao nosso redor e nós somos parte dela.
Desde os tempos mais remotos, o homem tem contemplado o mundo
e feito muitas perguntas. Muitos creem que a ciência pode dar uma explicação
racional e satisfatória a respeito da origem e do desenvolvimento da Terra.
Outros afirmam que isso só pode ser obtido por meio da revelação sobrenatural
e do estudo da natureza. Quem está certo? O conhecimento correto de ambas
as propostas demonstrará que uma não contradiz a outra.
Gerald E. Vyhmeister nos convida a conhecer e explorar os mistérios que
se escondem na natureza, e, assim, descobrir o maravilhoso mundo que Deus
criou.
Agradecimentos
Em primeiro lugar, agradeço ao Deus criador, que, desde meus primeiros
anos de vida, dirigiu meus pensamentos e dons ao estudo de seu caráter e de sua
obra-prima: a natureza.
Em seguida, agradeço aos meus pais, que me proporcionaram um
ambiente de pomares, bosques e jardins, bem como de amor pela leitura de
livros sobre a natureza e o Criador. Sou grato também aos meus três filhos, já
adultos, que sempre me chamam para visitar parques naturais.
Agradeço às escolas e universidades da Igreja Adventista do Sétimo Dia,
por me convidar a ensinar Ciências Naturais em diversos países do mundo. Essa
experiência me permitiu viajar por regiões de climas temperados, subtropicais,
tropicais e desérticos, onde aprendi de maneira prática o que tenho estudado
nos livros.
Quero prestar um reconhecimento especial ao Instituto de Pesquisa em
Geociências, localizado em Loma Linda, na Califórnia, cujos profissionais me
instruíram e continuam colaborando com informações científicas que foram
utilizadas no preparo desta obra.
Não posso deixar de mencionar os líderes de escolas e colégios adventistas
do Chile, que me convidam frequentemente para apresentar temas dessa
natureza aos professores e estudantes.
Finalmente, agradeço a minha esposa Teresa, que tem sido um apoio
extraordinário dedicando tempo aos trabalhos que eu deveria realizar, para que
eu me dedicasse à pesquisa e à escrita. Suas sugestões e correções do material
escrito me foram de grande ajuda.
Sobre o Autor
Gerald E. Vyhmeister Bishop nasceu em Los Angeles, Chile, onde
concluiu o ensino fundamental e médio. Depois, obteve um diploma de
Teologia, na Universidade Adventista do Chile. Continuou seus estudos na
Universidade do Chile, onde se graduou em Biologia e Química.
Posteriormente, obteve licenciatura em Teologia, pela Universidade
Adventista del Plata, na Argentina; doutorado em Educação, pela Universidade
de São Marcos, em Lima, Peru; e doutorado em Biologia, pela Universidade de
Loma Linda, nos Estados Unidos.
Depois da graduação em Biologia e Química, Vyhmeister foi professor na
Universidade Adventista do Chile. Também ensinou na Universidade Peruana
Unión, Universidade do Norte do Caribe (Jamaica), Universidade Adventista do
Chile e Universidade Adventista da África Central, em Ruanda.
Além disso, foi diretor do Departamento de Ciências da Universidade
Peruana Unión e da Universidade do Norte do Caribe. Em Ruanda, foi
secretário e reitor da universidade.
Como professor, seu principal objetivo tem sido o de ajudar seus alunos a
apreciar a natureza e, sobretudo, o Criador dela.
Seus artigos acadêmicos foram publicados em diversos periódicos
científicos. É também autor de um livro-texto intitulado Estudio de los Orígenes.
Atualmente, colabora com as produtoras de rádio e televisão Nuevo Tiempo
e Three Angels Broadcasting Newtork. Além disso, contribui com projetos da
Universidade Adventista do Chile e apresenta o programa “Maravilhas,
propósitos e mistérios da natureza”, na TV Nuevo Tiempo.
Prefácio
Até o início do século 18, boa parte dos cientistas acreditava no relato
bíblico das origens, registrado nos 11 primeiros capítulos do livro de Gênesis.
Muitos deles eram, ao mesmo tempo, sacerdotes e cientistas que consideravam
a natureza como a obra de um Criador, que tudo fez com sabedoria e
inteligência.
Porém, à medida que o conhecimento científico se multiplicou e a Bíblia
passou a ser estudada à luz da Crítica Histórica, esse relato foi desacreditado e
chegou a ser considerado um mito ou lenda.
A teoria da evolução, em suas diferentes manifestações – darwinismo,
neodarwinismo (ou teoria sintética), teoria neutralista, teoria do equilíbrio
pontuado – não fez mais que aumentar esse descrédito. Atualmente, a maioria
dos cientistas afirma que a evolução é um fato e que Deus não é necessário nos
processos evolutivos. Para estes, o universo e os seres vivos são resultado de
processos evolutivos casuais, e não da ação de um Ser onisciente, onipotente e
eterno.
Além disso, a teoria da evolução influencia todas as áreas do
conhecimento, e aqueles que não seguem seus princípios são criticados e
considerados antiquados, anticientíficos e ignorantes.
É necessário que essa controvérsia continue, ou pode haver uma
conciliação entre a Bíblia e a natureza? Estou convencido de que a Bíblia e a
natureza são obras de um mesmo Autor; portanto, a ciência da natureza e a
Bíblia como Palavra de Deus devem estar em harmonia. No entanto, quando
lemos ou ouvimos as declarações de cientistas evolucionistas, encontramos a
ideia oposta.
Este livro analisa os princípios básicos, tanto da teoria da evolução como da
doutrina da criação, a fim de explorar os pontos fortes e limitações possíveis, nos
níveis científico, filosófico e teológico. Assim, você terá a oportunidade de
avaliar por si mesmo a validade de ambas as correntes de pensamento.
O homem mais sábio que já existiu concluiu: “não há nada novo debaixo
do sol” (Ec 1:9). Na apresentação desses temas, suas palavras são perfeitamente
aplicáveis. Por isso, o material aqui apresentado é resultado de meus estudos
doutorais, da pesquisa de livros e artigos de diferentes autores e da experiência
pessoal como biólogo. Tentei resumir, traduzir e reorganizar o material com o
objetivo de que não seja compreendido apenas por cientistas, mas por qualquer
pessoa interessada em compreender a natureza criada por Deus.
1
Em Busca da Verdade
É
necessário considerar quanta verdade existe no criacionismo bem
como no evolucionismo. O evolucionismo está baseado
principalmente em conhecimentos obtidos mediante o método
científico. Por sua vez, o criacionismo baseia-se no estudo científico da natureza
à luz do relato bíblico da criação.
Nas décadas recentes, houve grandes avanços tecnológicos, seja nas
comunicações, na astrofísica ou na genética. Por isso, muitos acreditam que a
ciência seja capaz de fornecer a resposta para todos os grandes problemas do
mundo.
Muitas pessoas supõem que o que a ciência afirma seja a verdade; ou, pelo
menos, o mais próximo possível da verdade. Por isso, devemos simplesmente
aceitar as declarações de cientistas. Esse grupo acredita que a religião baseada
na Bíblia não é confiável, porque ela faz afirmações impossíveis do ponto de
vista científico.
A ciência merece respeito. Devemos ser gratos aos cientistas por suas
descobertas, muitas das quais têm tornado possível inúmeras mudanças
positivas.
Por meio da ciência, diversas maravilhas são descobertas; podemos adquirir
conhecimentos ilimitados; são construídos dispositivos que permitem viajar ao
redor da Terra ou comunicar-se com outras pessoas a imensas distâncias. A
ciência ajuda a salvar muitas vidas, alivia o trabalho humano e possibilita
inúmeras comodidades.
Porém, a ciência não é a única forma de conhecimento. Muitos acreditam
que se ela, por todas as possibilidades que promove, apoia o evolucionismo,
então, a evolução deve ser verdadeira. Contudo, nem tudo o que a ciência diz é
verdade.
Naturalmente, há realidades diversas e conhecimentos variados:
1. A ciência é um conjunto de conhecimentos sobre determinado assunto.
Ela se divide em campos como astronomia, biologia, botânica, genética,
geologia, matemática, meteorologia e química, entre outros.
2. Além da natureza física, existe também a dimensão moral e ética.
Classificamos tudo a nossa volta como bom ou mau. Assim, dizemos que há
pessoas boas e más, justas e injustas, piedosas e perversas. Entretanto, devemos
nos perguntar: O que é bom? O que é mau? Devo ser livre? Por que amamos o
cônjuge, os filhos e amigos? Por que sou orgulhoso ou humilde? Por que odeio
ou desprezo alguns e não outros? Como surge o amor? Em que consiste a
felicidade? A ética e a moral não têm a ver com a ciência da natureza, ainda
que o cientista tenha sua própria ética e moral. A ética é parte da filosofia. O
cientista pode dizer como fabricar uma bomba atômica. Mas, quando pensa se
deve ou não fabricá-la, essa atividade deixa de ser científica e passa a ser ética.
3. Uma terceira realidade é a visão estética que temos das coisas. Também
temos a habilidade de classificar o mundo como belo ou feio, magnífico ou
insignificante, agradável ou desagradável. A ciência não possui meios para
determinar a beleza ou a falsidade. Tampouco pode dizer cientificamente que
o cabelo loiro seja melhor do que o castanho, o ruivo ou o preto. Qualquer
declaração dessa natureza não é de cunho científico.
4. A quarta realidade está relacionada à vida espiritual. Alguns adoram a
Deus, enquanto outros não creem nele. Perguntamos se há um Deus ou muitos
deuses. Também queremos saber por que existimos e para onde vamos. Essa
área do conhecimento pertence à teologia e à filosofia.
Quando se estuda a natureza, a ciência é eficaz em descrever as plantas, os
animais, os seres humanos, o mundo submarino, os minerais, as camadas
geológicas e as estrelas, com detalhes e inter-relações. Contudo, ela não pode
apresentar certeza em relação à origem do universo, da Terra, da vida e do
homem. Por quê?
A resposta está no método usado para o estudo das coisas e da natureza. As
ferramentas básicas do método científico são observação e experimentação.
O êxito da ciência está principalmente nas situações que se repetem e que
levam à descoberta de princípios. Entretanto, o que ela pode dizer sobre fatos
que ocorreram apenas uma vez e que não podem ser repetidos e observados?
O universo não está surgindo novamente, a vida é transmitida de uma
geração a outra por meio das células, e não se pode repetir e observar a origem
do primeiro ser vivo. As cordilheiras se formaram no passado, e hoje não é
possível contemplar o surgimento de novos acidentes geográficos desse tipo.
A ciência é incapaz de responder perguntas como: Por que foram criados o
universo, a Terra, os animais e o ser humano? Por que devo ser bom? Esses são
assuntos filosóficos, não científicos.
É evidente que a ciência possui suas limitações. Talvez, por essa razão, na
entrada das cavernas de Carlsbad, Novo México, nos Estados Unidos, havia –
até 1988 – uma placa que indicava a idade de 260 milhões de anos. Algum
tempo depois, essa idade foi reduzida para 7 ou 10 milhões e, posteriormente,
para 2 milhões. Hoje, a placa não existe mais.
LIMITAÇÕES DA CIÊNCIA
A ciência tem suas próprias limitações de campo de estudo e de alcance de
seus instrumentos. Algumas delas são:
1. As descobertas científicas não são absolutas, mas relativas ao tempo e ao
local. Não é possível obter toda a informação da realidade. Não podemos
observar, medir e experimentar tudo. Um cientista estuda apenas uma amostra,
e, a partir disso, faz generalizações e deduções. Por exemplo, de uma lista de
pessoas que morreram num período de dez anos se extrai a média de vida desse
local e nesse tempo. Com essa informação estatística obtida, seguindo-se
padrões científicos, conclui-se que, no Japão, as pessoas vivem 82 anos; nos
Estados Unidos, 77; no Chile, 78; e em Ruanda, 58. É verdade? Sim, é uma
verdade estatística, mas não absoluta.
2. Os modelos, controles ou padrões usados nas comparações nem sempre
são adequados. Existem, por exemplo, unidades de massa, volume,
comprimento e área. Quando compramos no mercado 1 kg de açúcar, esse peso
deve ser igual ao que existe no Escritório Internacional de Pesos e Medidas, em
Sèvres, França. Se, numa estrada, há uma placa que informa que faltam 50 km
até o destino, essa distância tem de ser igual à distância de 50 km em qualquer
lugar do mundo. Entretanto, nem sempre é possível fazer comparações
cientificamente porque, às vezes, a informação não é usada corretamente, ou
não se conhece o fenômeno suficientemente para que se saiba que padrões
devem ser usados. Se queremos determinar que um jogador de futebol é bom,
nós o comparamos a Pelé, Maradona, Messi ou outro que seja considerado o
melhor, mas essa medida não é absoluta. Quem pode dizer qual jogador de
futebol é o mais hábil? Sempre pode haver um melhor.
3. A observação não consegue captar toda a realidade. Se observarmos a
extremidade da folha de um livro ou de um caderno, veremos que ela parece
reta. Porém, se a observarmos no microscópio, comprovamos que, na verdade,
ela é ondulada. Numa fotografia, podemos ver a cor rosa. Contudo, no
microscópio, vemos milhares de pontinhos brancos e roxos, não rosas. Da
mesma maneira, ver uma montanha de dentro de um avião é uma coisa; ver da
base, é outra. Observamos formas, cores e tamanhos diferentes. Supomos que os
corpos são formados de considerável quantidade de matéria, mas a teoria
atômica nos diz que a maior parte de um objeto é vazia.
© Monkey Business | Fotolia
A ciência é sempre um relatório do progresso a caminho da verdade. Não é a verdade absoluta, mas um
processo dinâmico modificado e aperfeiçoado com o tempo, em suas limitações.
Assim, a teoria da evolução não é ciência pura; em vez disso, é uma mescla
de ciência e filosofia. Tampouco é verdade pura, porque nenhuma teoria pode
ser comprovada de modo conclusivo nem demonstrada com base em dados
empíricos. A verdade nunca muda. Entretanto, a teoria da evolução tem
mudado e continua mudando, desde que Darwin escreveu suas principais
ideias, há mais de 150 anos. Portanto, pode-se dizer com segurança que a teoria
da evolução não representa a verdade. Por outro lado, deve-se perguntar: O
criacionismo representa a verdade?
De acordo com o dicionário, o criacionismo também é uma teoria.
Portanto, segundo o que acabamos de dizer, se o criacionismo é uma teoria,
não representa uma verdade científica, porque não pode ser comprovado
cientificamente.
O dicionário também diz que o criacionismo, tal como visto pela biologia,
é uma “doutrina” que não deve ser aceita, porque exige um Criador que dá
origem à vida.
Entretanto, o termo “doutrina” se refere a um conjunto de ideias ou
opiniões religiosas, filosóficas ou políticas, sustentadas por uma pessoa ou grupo.
Há muitos grupos que consideram o criacionismo como verdade. A ciência trata
de parte da realidade. A filosofia e a religião são responsáveis por outra parte.
Logo, a ciência não pode falar em nome da filosofia ou da religião, dizendo que
Deus não existe ou que a criação não ocorreu.
EVIDÊNCIAS DA CRIAÇÃO
1. Limitação humana. Nenhum artista humano é capaz de produzir nem
de imitar a arte observada na natureza, em sua quase infinita variedade de
formas e cores. As belezas naturais são inumeráveis. O universo e o nosso
planeta requerem um Artista ainda não visto nem reconhecido pela ciência.
2. Ordem. Existe ordem na natureza; e, se há ordem, é porque há leis; e, se
há leis, deve haver um Legislador. As galáxias e estrelas, a atmosfera, os oceanos
e a terra, o átomo e a célula – tudo funciona seguindo leis determinadas. Os
cientistas já descobriram algumas dessas leis. A natureza tem propriedades
matemáticas; muitas leis podem ser expressas por meio de fórmulas e equações.
Portanto, um Ser com conhecimento de matemática, engenharia e arquitetura
deve ter calculado o tamanho, a massa, a densidade e a velocidade de cada
objeto no universo.
3. Complexidade. A complexidade bioquímica de microrganismos, plantas,
animais e seres humanos é tão extraordinária que leva à conclusão de que a
sorte e o acaso não seriam suficientes para dar origem a tudo o que existe na
natureza. Ela exige uma inteligência que a sorte e o acaso não podem oferecer.
4. Equilíbrio. O magnífico equilíbrio ecológico, manifestando propósito e
harmonia em cada objeto da natureza, apontam para um Criador, um Designer,
um Planejador, um Ser superior aos seres humanos.
5. Revelação bíblica. A Bíblia declara que o universo, a Terra e tudo o que
existe foi criado por Deus. Há muitas razões sólidas para confiarmos na Bíblia.
Por exemplo, ela predisse a história futura apresentando detalhes sobre povos e
personagens, e essas predições têm se cumprido.
Além disso, a arqueologia tem confirmado muitas de suas declarações
sobre povos, culturas, lugares e eventos. A Bíblia também é a fonte das leis
morais e sociais, as quais, quando cumpridas, promovem harmonia, paz e
felicidade.
A maioria das pessoas frequenta a escola e algumas, as universidades. Você
já se questionou se as instituições educacionais ensinam a verdade? Todos
desejam a verdade. Afinal, tudo o que é falso passa e desaparece; só a verdade
permanece para sempre.
Ellen White, uma escritora cristã, declara que “a ciência desvenda novas
maravilhas à nossa vista; faz altos voos, e explora novas profundidades; mas nada
traz de suas pesquisas que esteja em conflito com a revelação divina”. 2
Não há prova científica que demonstre como o universo, a Terra e os seres
vivos se originaram. Tanto o evolucionista quanto o criacionista precisam crer
que tudo ocorreu como suas teorias afirmam. Ambos necessitam ter “fé”, por
assim dizer, nessa teoria. O criacionista tem fé no que a Bíblia diz e nas
evidências da natureza que apontam para um Legislador, Engenheiro e Artista.
O evolucionista tem fé em suas suposições e deduções. Ainda que não queira, o
evolucionista é obrigado a ter fé no que não pode observar nem experimentar,
apesar de afirmar, segundo suas próprias definições, que a fé está fora do campo
da ciência.
T
entando compreender o que é a vida, o ser humano desenvolveu duas
teorias diferentes: o mecanicismo e o vitalismo.Segundo o
mecanicismo, os organismos vivos são essencialmente máquinas que
operam sob as mesmas leis mecânicas, físicas e químicas que governam os
objetos inanimados. Ou seja, as leis da vida são idênticas às leis do mundo
mineral.
Já de acordo com o vitalismo, as leis físicas e químicas são insuficientes
para explicar a vida. Há algo mais que provê a centelha da vida: a força ou o
princípio vital que procede de Deus. Os vitalistas observam que uma célula viva
e uma recentemente morta podem ter a mesma organização e as mesmas
substâncias químicas; mas, na célula morta, está faltando algo que transcende a
organização material.
Então, perguntamo-nos: o que entendemos por vida? Segundo o
dicionário, vida é a condição que distingue os organismos dos materiais
inorgânicos e dos organismos mortos. A vida é a força ou atividade interna
substancial, que sustenta o ser que a possui.
Nenhuma dessas definições realmente diz o que seja a vida. Uma
definição fala sobre uma condição que existe nos organismos; outra, sobre uma
força ou atividade interna substancial.
Nesse caso, o que podemos fazer? Para tentar compreender a vida, o
melhor é estabelecer as diferenças entre um ser vivo e um morto.
DIFERENÇAS ENTRE UM SER VIVO E UM NÃO VIVO
Os seres vivos estão organizados em unidades estruturais e funcionais
específicas, chamadas células.
© Giovanni Cancemi | Fotolia Isso significa que, se não há célula, não há ser
vivo. No entanto, um ser que acabou de morrer
também possui células. A parte de um órgão ou
tecido de um cadáver, quando analisado em
microscópio, comprova isso. Evidentemente, o
coração para de bater, o sangue não circula mais e a
respiração é suspensa; mas, durante algum tempo, as
células continuam vivas. Um neurônio ou célula
nervosa morre em alguns minutos, uma célula
muscular demora algumas horas, como também uma
célula epitelial; mas todas morrem.
Não há ser vivo que se origine
espontaneamente; todos Pode-se indagar: os terríveis vírus, como os que
descendem de outro ser vivo.
causam câncer, Aids, resfriados e outras doenças, são
seres vivos?
Um vírus é formado principalmente de DNA (ou de RNA) e proteínas,
coberto por uma camada de lipídios. Ele não possui mitocôndrias, núcleo,
ribossomos nem alguma outra estrutura celular. Para se reproduzir, ele precisa
entrar em uma célula e usar os mecanismos dela. Muitos cientistas acreditam
que os vírus sejam células que se degeneraram. Se o vírus não fosse uma célula,
não seria um ser vivo.
A segunda característica dos seres vivos é que suas células vivas realizam
metabolismo. Isso significa que nas células vivas são produzidas reações
químicas necessárias para se produzir energia nos processos vitais, sintetizar
moléculas complexas, formar um novo protoplasma e eliminar resíduos. Como
resultado, o organismo vive e se desenvolve.
Como terceira característica, os seres vivos respondem às variações do
ambiente: luz, temperatura, água, gravidade, ruído, pressão e substâncias
químicas. Isso é chamado de irritabilidade; ou seja, os seres vivos reagem diante
de estímulos físicos ou químicos. O caracol procura um lugar úmido e fresco
para estar; a maioria das mariposas estão ocultas durante o dia e saem à noite
para se alimentar; as raízes das plantas crescem em direção ao interior da terra
atraídas pela força da gravidade; o ruído de um tronco afugenta as aves e outros
animais; o açúcar atrai as formigas, a fumaça e os vapores tóxicos nos fazem
tossir; a pressão da água nos mares estimula os organismos para que flutuem em
maior ou menor profundidade; e assim por diante.
A quarta característica é que os seres vivos se movimentam
espontaneamente, por causas que surgem aparentemente dentro do próprio
organismo. Há movimentos de substâncias dentro das células e entre as células;
em muitas plantas, as sementes são lançadas à distância quando o fruto
amadurece. Esses movimentos são denominados autônomos.
No entanto, a característica mais distinta e fundamental dos seres vivos é a
reprodução. Ela ocorre de maneira inalterável: a vida é transmitida aos novos
indivíduos mediante a reprodução, resultando na perpetuação das espécies.
Todos os seres vivos têm pai e mãe. A vida procede somente de vida
preexistente. Nada na natureza contradiz essa lei da biogênese.
Entretanto, voltemos à questão inicial: o que é a vida? Não temos as
respostas. No entanto, ela é uma realidade; não é negada por ninguém, mas é
algo que surgiu em algum momento. Podemos ver, ouvir, tocar e apreciar os
seres vivos; podemos cheirar as plantas e provar o sabor dos frutos. Podemos
fazer experiências com essas coisas.
Quando a vida surgiu? Frequentemente, ouvimos que a vida surgiu
quando os primeiros microrganismos se formaram, há 3,5 bilhões de anos. Já os
organismos pluricelulares se originaram deles e começaram a evoluir há cerca
de 570 milhões de anos, e ainda continuam evoluindo.
Entretanto, não há registros que apoiem essas declarações. Existem apenas
generalizações, isto é, deduções sobre o desconhecido baseadas no que a
ciência conhece.
Uma dedução surge de certas informações. Por exemplo, sabendo-se
quanto sal os rios transportam ao mar no período de um ano e quanto sal está
contido na água dos oceanos, se poderia deduzir a idade dos oceanos. Mas,
infelizmente, ninguém sabe se a água original dos oceanos era doce ou salgada.
Tampouco é possível determinar se, há mil ou dois mil anos, os rios
transportavam a mesma quantidade de sal que atualmente.
Usando os métodos de datação radiométrica, que supostamente
estabelecem a idade dos sedimentos onde os fósseis são encontrados, a maioria
dos cientistas conclui que a vida se originou há aproximadamente 3,5 bilhões
de anos.
No entanto, não sabemos se, no passado, o material radioativo se
desintegrava na mesma velocidade que hoje; e menos ainda se sabe quanto
material radioativo havia originalmente. Simplesmente supõe-se que era assim,
e isso exige fé. Os criacionistas, com base no relato bíblico, que apresenta as
genealogias da criação até Cristo, creem que a vida na Terra se originou há uns
6 a 8 mil anos. Então, surge a pergunta sobre a origem dos seres vivos.
“Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo surgiu” (Sl 33:9).
T
odo ser vivo é formado por células. Há seres vivos que têm apenas uma
célula – são os chamados unicelulares. Por terem tamanho
microscópico, também são denominados microrganismos. Entre eles,
estão as bactérias, os protozoários, algas e fungos unicelulares.
Os demais seres vivos, obviamente, são pluricelulares, o que indica que são
formados por muitas células. Mas quantas?
Em cada milímetro cúbico de sangue há cerca de 5 milhões de glóbulos
vermelhos (eritrócitos). O ser humano tem aproximadamente 5 litros de sangue,
ou seja, 5 milhões de milímetros cúbicos. Se você fizer os cálculos, descobrirá
que a quantidade de glóbulos vermelhos que circulam no sangue é de
aproximadamente 25 bilhões.
Além dos eritrócitos, os glóbulos brancos (leucócitos), que são uns 7 mil
por centímetro cúbico de sangue, totalizam, em 5 litros, 35 bilhões. Estima-se
que as células nervosas (neurônios) do cérebro humano sejam 10 bilhões.
Adicione a isso as células epiteliais, musculares e ósseas, entre muitos outros
tipos e teremos bilhões de células; segundo alguns cálculos, nada menos que 60
trilhões, que interagem como uma grande comunidade. No entanto, o que mais
impressiona não é a quantidade delas, mas sua variedade e imensa
complexidade. Cada uma realiza uma ou mais funções diferentes. Seu
propósito especial é servir ao funcionamento do organismo que as contêm.
Porém, esse propósito só pode ser alcançado se cada uma de suas partes tiver
sido planejada para trabalhar de forma harmoniosa e simultânea.
No artigo “Células cibernéticas”, publicado em agosto de 2001, na revista
Scientific American, o cientista W. Wayt Gibbs afirma que a complexidade da
célula é tal que nenhum computador é capaz de imitar seu funcionamento.
As células são como as pessoas de uma grande cidade, trabalhando de maneira harmônica, equipadas
com as ferramentas necessárias a fim de cumprir diferentes funções.
GENOMA
O genoma é a parte mais fascinante, significativa e complexa da célula. É
o material genético, a sequência completa do DNA de qualquer organismo. É
formado por 25% de cromossomos e 75% de proteínas. Ele leva a informação
necessária para que uma célula produza outras células.
Atualmente, fala-se sobre o genoma na televisão, no rádio, nos livros, em
revistas e na internet. Em muitos países, já se começou a fazer um registro do
DNA de cada indivíduo, porque nenhum DNA é igual ao outro. Durante muito
tempo, as impressões digitais foram consideradas o método mais preciso de
identificação. No entanto, hoje, a análise do DNA ultrapassa a todos como
método de identificação e, em alguns casos, tem se tornado rotineiro. Talvez no
futuro até chegue a ser usado como registro de identidade.
Você sabia que mais de mil cientistas trabalharam mais de dez anos a fim
de completar a sequência das bases nitrogenadas do genoma humano?
Nossas células contêm 46 cromossomos separados em dois pares de 23: no
momento da fecundação, um conjunto é recebido da mãe, por meio do óvulo;
e o outro, do pai, por meio do espermatozoide. Assim, cada cromossomo tem
seu par: há um cromossomo materno e um paterno.
Em 1952, dois cientistas, James Watson e Francis Crick, descobriram que
formato e que substâncias constituem o DNA. Ele tem o formato de uma
escada em espiral, e é composto apenas por seis moléculas químicas distintas:
fosfato, desoxirribose, adenina, timina, guanina e citosina.
Os lados são formados por moléculas de um açúcar chamado
desoxirribose, que se alternam com moléculas de fosfato.
Cada “degrau” da escada é formado por quatro moléculas chamadas bases
nitrogenadas: adenina, timina, guanina e citosina, geralmente representados
pela sigla ATGC. A adenina sempre está ligada à timina (AT) e a guanina, à
citosina (GC). O hidrogênio as une entre si para formar um degrau completo.
Cada degrau ou base nitrogenada está ligado ao açúcar desoxirribose.
Uma molécula de desoxirribose, uma de fosfato e uma base nitrogenada
(A, T, G ou C) constituem o que é denominado nucleotídeo. Um conjunto de
nucleotídeos distribuídos ao longo do DNA constitui um gene, a partícula que
dá origem às características hereditárias de cada ser vivo.
Acreditava-se que a quantidade de genes que temos fosse cerca de 100 mil,
mas hoje se admite que são apenas uns 30 mil. Esses genes têm
aproximadamente 6 milhões de pares de bases nitrogenadas.
O DNA diz à célula (e ao corpo) tudo o que é preciso saber para crescer,
sobreviver, combater infecções, digerir o alimento, respirar, fazer o sangue
circular, eliminar resíduos, pensar e perpetuar a espécie, entre outras coisas.
A altura de uma pessoa, a forma e a cor dos olhos, a cor e o tipo de cabelo,
a forma das mãos e dos pés, a tendência para ser obeso ou magro, os hormônios
que deve produzir, o que a célula deve absorver ou eliminar, as habilidades
artísticas – tudo isso, e muito mais, já está nos genes de um embrião. O DNA,
por meio dos genes, diz a uma célula nervosa como sentir dor, e aos glóbulos
brancos, como lutar contra a infecção.
© rolffimages | Fotolia
O DNA é tão pequeno e com tão pouca massa que, se o de todos os habitantes da Terra fosse reunido,
estima-se que pesaria apenas uns 50 gramas.
T
anto criacionistas como evolucionistas creem que os seres vivos,
inclusive o ser humano, experimentam mudanças. E isso é verdade.
Alguém pode se parecer muito com seu pai ou sua mãe, ou com
algum outro familiar, mas cada pessoa é diferente. Não há um ser humano igual
ao outro. Conhecemos vários grupos étnicos; mas, independentemente do
grupo a que um indivíduo pertença, sempre será humano.
A teoria da evolução propõe que o ser humano evoluiu a partir de animais.
No início, portanto, tinha o corpo coberto de pelos, morava em cavernas e se
alimentava dos animais que caçava. Fala-se do “homem primitivo” e
argumenta-se que certo número de mutações o tornou inteligente.
Neste capítulo, examinaremos se essa compreensão é válida, tendo em
vista os avanços do conhecimento científico. Começaremos com os principais
aspectos que distinguem o ser humano dos animais, inclusive dos macacos
antropoides.
Inteligência
A sede da inteligência está no cérebro. Geralmente se supõe que um
crânio com dimensões maiores abriga um cérebro maior e mais evoluído.
Assim, essa característica indicaria mais inteligência.
O cérebro humano é proporcionalmente maior do que o de alguns
animais. Isso pode ser devido a algumas funções básicas do cérebro exigirem
certo número mínimo de células, independentemente do tamanho do animal.
O ser humano lida com ideias abstratas, escreve poemas, aprecia a verdade,
a beleza e os valores morais, constrói casas, catedrais e aviões, usa ferramentas e
máquinas complexas, controla o meio ambiente e possui características
espirituais que o tornam único.
O homem é o único ser que se preocupa com a ordem, o destino e o
propósito da vida. Há algum animal que se importa em obter trabalho, ganhar
dinheiro para construir uma casa, casar, ter filhos e desfrutar uma vida
agradável? Há algum animal que cora de vergonha ou ri de uma piada? Os
macacos riem apenas quando sentem cócegas.
A capacidade craniana média do ser humano é de 1.350 cm3 (centímetros
cúbicos), embora esse número varie entre mil e 2 mil cm3. Entre os sexos, esse
volume é diferenciado: as mulheres têm um volume craniano 10 a 12% menor
do que os homens.
Os macacos antropoides têm uma capacidade craniana 50% menor que o
ser humano. Assim, o volume craniano de um chimpanzé é de 294 cm3, quatro
a cinco vezes menor do que o humano; de um orangotango, 411 cm3, ou três
vezes menor que o humano; e de um gorila, 498 cm3, 2,7 vezes menor.
Contudo, alguns gorilas chegam a volumes cranianos entre 600 e 752 cm3.
Funções do rosto
O rosto humano é mais achatado do que o dos macacos e outros animais.
Além disso, sua mão cumpre funções que, em outros animais, são exercidas
pela boca e pelos dentes caninos proeminentes. Você conhece algum animal
que tenha queixo? Ou que tenha um nariz tão saliente?
Além disso, uma complexa série de músculos do rosto humano permite a
comunicação por meio da expressão facial e da linguagem de gestos. Os
animais mostram os dentes quando estão irritados ou quando se sentem
ameaçados. Aparentemente, não há animais que produzam tantos sons ou
tenham tantas habilidades de comunicação quanto o ser humano.
Postura e locomoção
Outra característica que torna o homem único entre os seres vivos é seu
modo de andar: só ele anda completamente ereto. Às vezes, os ursos e os
macacos também andam assim, mas essa não é sua forma usual de locomoção.
Todos eles usam as quatro patas para se locomover.
Por causa de sua postura ereta, é possível observar várias diferenças entre o
homem e os macacos: o crânio humano está perfeitamente equilibrado na
extremidade superior da coluna vertebral. Por sua vez, o crânio dos macacos se
projeta para a frente. A coluna vertebral humana apresenta as curvaturas
cervical e lombar, ao passo que os macacos só possuem a curvatura dorsal.
A pélvis humana se parece com uma fonte, enquanto a dos macacos é
alongada. Os braços do ser humano são mais curtos que os dos macacos; porém,
as pernas humanas são mais compridas. O colo do fêmur humano é mais grosso
na parte inferior e fica mais estreito acima, diferentemente dos macacos.
O pé humano está projetado para andar e correr, e todos os dedos estão
alinhados. Por outro lado, os macacos têm mãos e patas preênseis, que
possibilitam agarrar objetos. Tente pegar um botão com os dedos dos pés e você
verá a vantagem que o chimpanzé tem ao agarrá-lo com os dedos da pata. A
pata dos macacos não tem arcos, enquanto os pés humanos, sim.
Sexualidade
O macaco tem um osso em seu pênis: o baculum. As fêmeas dos lêmures e
társios de Madagascar possuem hímen, assim como as fêmeas dos seres
humanos. Todavia, não é assim com outros primatas.
A cópula entre os animais – inclusive macacos – dura apenas alguns
segundos, e é muito raro que ocorra face a face. Por outro lado, não é assim
entre o homem e a mulher. Os macacos sempre sabem quando a fêmea ovula,
já os seres humanos, não.
Sabe-se que a menopausa ocorre só nos seres humanos e na baleia-piloto.
Por sua vez, em comparação com os primatas, o ser humano tem o período de
gestação mais longo.
O ser humano nasce gordinho e sem pelos; os filhotes de chimpanzé são
peludos e muito magros. O bebê humano nasce indefeso e impotente, mas os
filhotes dos macacos são capazes de manterem-se presos ao corpo da mãe
enquanto ela está correndo. Além disso, a infância humana é mais longa que a
de outros seres vivos.
Outras diferenças
© Alexander Potapov | Os macacos não transpiram; o ser humano, sim.
Fotolia Os primatas estão cobertos de pelos, mas eles não
crescem muito. Em comparação, o ser humano tem
poucos pelos; entretanto, seu cabelo precisa ser
cortado, pois cresce permanentemente.
Não há variedade na cor dos olhos dos macacos;
mas no homem, sim.
Os pinguins, os mamíferos e o ser humano são
os únicos que conseguem prender o fôlego.
A maioria dos animais, inclusive os macacos, é
capaz de produzir sua própria vitamina A. Por sua
Imagem comparativa da postura e
locomoção do macaco e do ser
vez, o homem tem de obtê-la dos alimentos. Parece
humano. que, nesse ponto, a teoria da sobrevivência do mais
apto não funcionou. O médico Geoffrey Simmons
diz:
Os macacos de cauda comprida e os macacos antropoides, ainda que recebam todo tipo de
treinamento, nunca conseguirão ler um livro, entender uma piada, dirigir um veículo, pilotar um
avião, cantar o hino nacional ou recitar uma prece. 1
A semelhança não significa necessariamente origem comum. A ideia de que o homem descende de
animais, por evolução, não é apoiada em saber científico.
SEMELHANÇAS DE DNA
1. O evolucionista responderá que sim e que tudo o que precisamos é
observar as afinidades entre o homem e os outros animais. As semelhanças são
vistas na respiração, na digestão, na circulação, na resposta do sistema nervoso e
na contração muscular. A aparência física do ser humano é como a dos
macacos antropoides; e o material genético (DNA) do homem e do chimpanzé
é 98,4% idêntico. Entretanto, é interessante notar os dados revelados em uma
pesquisa científica que comparava 731 genes humanos e da ratazana (ou seja,
não todo o DNA). Nesse estudo, foram encontrados 717 genes idênticos; só 14
eram diferentes. Isso representa 97,3% de semelhança genética. No entanto,
ninguém atribui ao homem parentesco com a ratazana!
2. Uma segunda razão apresentada em favor da evolução do ser humano a
partir dos animais é o descobrimento de crânios humanos com características
diferentes das dos homens atuais. Dessa maneira, o relato bíblico da criação é
posto em dúvida, sendo substituído pela teoria de que o homem é resultado de
um processo evolutivo que compartilha com os macacos. No fim, todos os seres
vivos descenderiam de um ancestral comum.
Os fósseis dos hominídeos estão classificados atualmente em dois gêneros:
Australopithecus e Homo, e cada um deles é subdividido em várias espécies.
Entretanto, ocorre que alguns vestígios não podem ser catalogados em
nenhuma dessas categorias. Os fósseis encontrados provêm de lugares tão
distintos como África do Sul, Tanzânia, Zâmbia, França, Alemanha, Espanha,
República Checa, Eslováquia, Grécia e China, entre outros.
O
bservamos nos seres vivos uma grande diversidade de formas,
tamanhos e cores. Além disso, contemplamos a ampla variedade
anatômica, fisiológica e bioquímica, resultantes principalmente de
seleção natural, hibridação e mutações.
Por exemplo, existem 125 espécies de tulipas silvestres e 500 variedades
comerciais; umas 20 mil rosas, sendo 8 mil híbridas; centenas de variedades de
camélias, e, de seu genoma, são criadas mais variedades.
Também se conhecem mais de 2 mil variedades de maçãs, obtidas
principalmente no século 19; oito espécies de batatas e cerca de 5 mil
variedades. Há centenas de variedades de milho; há duas espécies de arroz,
cinco subespécies e umas 120 mil variedades.
A Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, possui uma coleção de
7.359 variedades de soja. Poderíamos continuar dando exemplos de variações
no trigo, algodão, banana ou tomate; mas vejamos também alguns exemplos
entre os animais.
Há mais de 300 raças de porcos. Nos Estados Unidos, o Kennel Club
reconhece 138 raças de cães, classificadas em sete grupos.
São mais de 65 mil as espécies de ácaros, carrapatos, caranguejos e
escorpiões; mais de 44 mil as espécies de crustáceos, entre eles camarões,
caranguejos e lagostas.
Além disso, existem mais de 900 mil espécies de insetos. Dentre elas, 112
mil espécies de mariposas, 12 mil espécies de grilos, mais de 300 mil espécies
de besouros e gorgulhos, cerca de 5 mil espécies de libélulas, umas 120 mil
espécies de moscas, quase 110 mil espécies de abelhas, vespas, formigas e
insetos menos conhecidos.
Variações, isso é o que a natureza nos mostra diariamente. Assim, poderia
parecer lógico que todas elas fossem consideradas resultado da macroevolução.
Ao comparar os órgãos dos animais, alguns parecem mais complexos.
Consideremos o coração: nos peixes, ele é formado principalmente por duas
cavidades. Nos sapos, rãs, salamandras e serpentes, ele tem três cavidades.
Finalmente, o coração dos crocodilos, das aves, dos mamíferos e do ser humano
tem quatro cavidades.
A teoria da evolução defende que os seres vivos evoluíram de peixes a
anfíbios, depois a répteis, que deram origem às aves e, por último, aos
mamíferos.
O mesmo poderia ser dito ao se estudar o sistema respiratório, digestório,
urinário, nervoso e os órgãos dos sentidos.
Ao observar as extremidades dos animais (nadadeiras, asas, patas, braços ou
pernas), o evolucionista explica que o ambiente exerceu uma influência no
material genético, que foi selecionado naturalmente, permitindo as variações.
Essas inúmeras e pequenas variações foram acumuladas ao longo de muitas
gerações: o peixe precisou de nadadeiras para poder nadar, os insetos e as aves
precisaram de asas para voar, os animais terrestres necessitaram de patas para
andar, correr ou saltar.
Nessa ideia evolucionista de modificações na natureza, também está
incluído o ser humano, como parente próximo dos macacos antropoides,
estando muito próximo especialmente dos chimpanzés.
A diferença entre o DNA do chimpanzé e do homem é de apenas 1,6%; ou
seja, ambos compartilham 98,4% de seus genes.
Portanto, é dito que os macacos antropoides e o homem provêm de um
ancestral comum no processo evolutivo. Como esse primeiro ancestral ainda
não foi encontrado, ele continua sendo o “elo perdido”. Mas, em relação à
ratazana, as equivalências são de 97,3% e nem por isso há semelhanças entre
eles.
A teoria da evolução afirma que quanto maior é a complexidade, maior foi a ocorrência de evolução.
Sabe-se que as mutações que sucedem na natureza são uma das causas das
variações. As mutações são mudanças genéticas transmitidas aos descendentes
por meio da hereditariedade. Mas, em sua maioria, são prejudiciais ao
organismo e são produzidas por radiações ou substâncias químicas que alteram
os genes celulares.
Provavelmente você conheça uma pessoa albina; ela não possui
pigmentação no cabelo, que, portanto, é branco. O albino também não
apresenta uma pigmentação normal na retina do olho e na pele. O albinismo é
o resultado evidente de uma mutação. Também há animais albinos, como as
ratazanas brancas, os chimpanzés brancos, os corvos brancos, as cobras brancas
e os tigres brancos. É difícil compreender como algo prejudicial poderia ajudar
uma espécie a evoluir.
A resistência de certos microrganismos a antibióticos é outra consequência
das mutações, dificultando assim o tratamento e a cura de muitas doenças.
Quando duas espécies ou raças diferentes são cruzadas, pode-se obter uma
planta ou animal com características intermediárias. Isso é chamado de
hibridação. Por exemplo, a mula vem do cruzamento entre duas espécies: o
cavalo e o burro. A mula apresenta um tamanho intermediário entre o burro e o
cavalo, e é mais resistente que o cavalo para o trabalho de carga.
A teoria da evolução afirma que, ainda que existam poucas diferenças entre
uma geração e outra, ao longo de muitos séculos e milênios – e até milhões de
anos –, essas pequenas variações se acumulam, alcançando finalmente uma
grande diferença em relação aos organismos originais.
Na população de certa espécie, alguns indivíduos, que têm determinadas
características que os tornam mais aptos à sobrevivência, produzem mais
descendentes do que os que possuem outras características. Dessa maneira, a
composição da população muda lentamente. Isso é conhecido como “seleção
natural”.
Em 1916, um casal de cangurus australianos fugiu do zoológico do Havaí.
Hoje existem centenas de descendentes deles que são menores, mais claros e
que possuem uma bioquímica diferente, permitindo-lhes comer plantas que
seus ancestrais australianos não conseguiam. Essas mudanças são evidentes, mas
os animais continuam sendo cangurus; não se tornaram outra espécie. Assim, é
possível constatar que houve apenas variação.
Outras observações mostram que, quando as espécies são isoladas,
separadas por rios ou montanhas, o intercâmbio de genes com outras
populações é impedido. Desse modo, originam-se populações com
características divergentes. Isso é chamado de “isolamento geográfico”.
As mutações, a hibridação e o isolamento em ilhas ou a separação das
espécies por um rio caudaloso, uma montanha alta ou um deserto produzem
mudanças. Entretanto, não são alterações suficientes para gerar animais
diferentes, como o evolucionismo pretende demonstrar.
ÓRGÃOS VESTIGIAIS
Se os animais passam por modificações genéticas, como dizem os
evolucionistas, novas estruturas se desenvolvem; assim, as antigas não são mais
necessárias e começam a desaparecer. Durante esse processo, restos ou vestígios
da estrutura original podem ser conservados – são os chamados órgãos vestigiais.
Vejamos alguns exemplos:
Há 50 anos, muitos diziam que as amígdalas e o apêndice eram órgãos
vestigiais, porque poderiam ser removidos sem que a pessoa tivesse
complicações. Porém, hoje é sabido que eles são parte do sistema imunológico.
ORGANISMOS INTERMEDIÁRIOS
A teoria da evolução afirma que, se há macroevolução, deve haver
organismos que, em seu processo de mudanças, tenham características de dois
grupos diferentes; ou seja, são organismos intermediários. Os evolucionistas
apresentam alguns exemplos:
O ornitorrinco e a equidna da Austrália são dois animais que possuem
características de mamíferos, aves e répteis. Como os mamíferos, eles possuem
pelo e alimentam os filhotes com leite. Contudo, se parecem com aves, porque
põem ovos e têm bico, que, na verdade, é um focinho comprido coberto de pele
suave, úmida e com terminações nervosas sensíveis. Esses animais também
apresentam membranas entre os dedos, e seu sistema urogenital é como o dos
répteis.
Entre os organismos fósseis também se observa esse estado aparentemente
intermediário. O Archaeopteryx litographica é uma ave do tamanho de um
corvo. Possui bico com dentes como os de répteis, patas como das aves e penas
no corpo e na cauda. A última aparece em níveis distintos, não como nas aves
atuais, em que todas saem no mesmo nível da cauda.
No entanto, as últimas descobertas de muitos esqueletos de aves, todas nas
mesmas camadas sedimentares, mostram que elas surgiram ao mesmo tempo,
contrariando à teoria da evolução.
MÉTODOS DE CÁLCULO
A
lguma vez você já se perguntou qual é o dia do aniversário da Terra?
Quantos anos ela tem? Como é possível saber disso? Em primeiro lugar,
devemos saber que nem a ciência nem a Bíblia atestam uma data da
origem da Terra. Tampouco podemos resolver esse assunto recorrendo à
história.
A Bíblia apenas traz a seguinte informação: “No princípio Deus criou os
céus e a terra” (Gn 1:1). Isso é tudo: a criação ocorreu no princípio. Deus criou
a Terra.
Os cientistas, usando diversos métodos de estudo, afirmam que a Terra tem
milhões de anos. Então, quando a Terra foi criada? No princípio, como diz a
Bíblia; entre 6 a 10 mil anos, como defendem muitos criacionistas; ou há
milhões de anos, como argumentam outros criacionistas e todos os
evolucionistas?
Todos os métodos científicos levam à conclusão de que a Terra tem
milhões ou bilhões de anos, ainda que o número varie conforme o método
usado. Veremos as conclusões extraídas de cada método.
Cálculo radiométrico
Este método se baseia na suposição de que há minerais que resultam das
transformações radioativas. Por exemplo, com o tempo, o urânio se transforma
em chumbo; ou o potássio se torna em argônio.
Os cientistas dizem que, no momento em que o mineral radioativo foi
depositado em sua posição atual, o “relógio” radioativo foi “zerado”. O que isso
significa? Simplesmente que, quando o mineral foi depositado ou formado,
todas as transformações radioativas prévias foram canceladas. Dessa forma, se
são encontrados restos de um animal nesse mineral, a idade do animal
corresponde à idade radiométrica do mineral.
Esses cálculos indicam que muitas rochas existem há mais de 2 bilhões de
anos. No entanto, estudos baseados em plantas enterradas em material
vulcânico recente, na Nova Zelândia, apresentam uma idade de 465 mil anos
para o material vulcânico e de 225 anos para as plantas. Isso contradiz a
pressuposição do método, o que invalida a data indicada. Outros exemplos
demonstram que sedimentos radioativos transportados por centenas de
quilômetros não alteraram sua idade radiométrica, como pressupõe o método
radioativo. Portanto, esse método possui limitações e falhas.
INFORMAÇÕES BÍBLICAS
À luz das Escrituras, é possível esclarecer muitas dúvidas sobre a origem da
Terra e sua idade.
Revisemos então algumas declarações bíblicas que têm levado alguns a
entender que a Terra tenha milhões ou bilhões de anos:
1. Gênesis 1:1 e 2 diz: “No princípio Deus criou os céus e a terra” e “era a
terra sem forma e vazia”. A palavra “era” expressa aqui passado remoto; por isso,
muitos criacionistas pensam que a Terra pode ter sido criada há bilhões de
anos. Eles entendem que, durante a semana da criação apresentada em Gênesis
1 e 2, o planeta foi organizado para permitir o desenvolvimento dos seres vivos.
Assim, poderíamos explicar por que vários métodos indicam que a Terra tenha
milhões ou bilhões de anos.
2. A declaração encontrada em Jó 38:4 e 7 sugere que havia seres criados
antes da fundação da Terra: “Onde estavas tu, quando eu lançava os
fundamentos da terra [...] quando as estrelas da alva, juntas, alegremente
cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (ARA).
O
registro histórico está repleto de relatos de desastres repentinos e
extensos que afetam os povos desde tempos imemoriais. Os
terremotos eram muito frequentes nas costas do mar Mediterrâneo e
do mar Egeu, como relatam autores e filósofos gregos e romanos.
A Bíblia também se refere a eles diversas vezes. Muitos registros descrevem
essas catástrofes em tempos medievais e modernos. Hoje ouvimos notícias sobre
eles quase diariamente. Erupções vulcânicas ocorrem incessantemente em
partes do planeta, e furacões, inundações e tornados são manchetes comuns nos
meios de comunicação. Grandes avalanches fazem desaparecer culturas
inteiras. Esses fenômenos são expressões vívidas das forças da natureza que
atuam na Terra.
UNIFORMISMO
Em 1795, James Hutton retomou a antiga teoria grega de que a Terra teria
milhões de anos, e de que durante todo esse tempo a ação geológica teria sido
uniforme. Em 1830, Charles Lyell, no livro Princípios de Geologia, compilou
informações que apoiavam a teoria de Hutton, de que os acontecimentos do
passado deveriam ser interpretados à luz do que se observa no presente.
Lyell convenceu a maioria dos cientistas de sua época de que a forma atual
da Terra não era resultado da criação nem do dilúvio mencionados na Bíblia,
mas que dependia da ação gradual de forças naturais operando sob leis físicas
imutáveis durante vastos períodos de tempo.
De fato, há processos lentos na natureza, como a vagarosa separação dos
continentes, a radioatividade, o aumento da salinidade dos mares e a formação
das estalactites e das estalagmites.
De acordo com o pensamento uniformista, a crença no dilúvio bíblico é
simplesmente inaceitável. Para essa teoria, a maior catástrofe registrada, o
evento no qual grandes transformações ocorreram rapidamente em toda a
superfície terrestre, poderia ser classificada como um mito ou uma lenda.
CATASTROFISMO
O dilúvio registrado no livro de Gênesis (cap. 6–8) foi uma catástrofe
global. De acordo com a Bíblia, Deus inundou a Terra para acabar com a
maldade que nela existia (Gn 6:12, 13).
Esse evento eliminou toda a vida terrestre, exceto a que foi preservada na
arca. Somente oito pessoas da família de Noé foram salvas. Quanto aos animais,
foram preservados apenas um par dos classificados como “impuros” e sete pares
dos “puros” (Gn 7:2).
A água cobriu as mais altas montanhas (Gn 7:20). Essa imensa quantidade
de água proveio “das grandes profundezas” e da chuva, que durou 40 dias (Gn
7:11, 12). Durante 150 dias, as águas cobriram a Terra (Gn 7:24). Depois, um
vento começou a soprar, diminuindo o nível da inundação (Gn 8:1-3). Passado
1 ano e 17 dias, a Terra ficou completamente seca, e Noé, sua família e os
animais saíram da arca (Gn 8:13, 14).
Existem várias razões pelas quais a maioria dos cientistas nega que tenha
ocorrido um evento histórico global como o dilúvio:
1. Atualmente ocorrem terremotos, inundações, erupções vulcânicas e
furações ao redor do mundo, mas essas catástrofes não são simultâneas nem
globais. Segundo a teoria uniformista, o que acontece hoje é uma amostra do
que foi no passado.
2. Embora entre muitos povos do mundo sejam encontradas lendas que
relatam inundações, elas tratam de catástrofes locais, em vez de algo global.
3. Os uniformistas argumentam que, de acordo com a informação
meteorológica atual, se toda a água atmosférica fosse condensada e caísse como
chuva, a água subiria apenas alguns poucos centímetros. O ciclo hidrológico
não permitiria uma inundação de grandes proporções conforme está relatado na
Bíblia. Além disso, afirmam que a altura das cordilheiras é tão grande que a
água existente jamais seria suficiente para cobri-las.
Todavia, não devemos nos esquecer de que os métodos científicos podem
ser usados para o estudo de processos que se repetem. Por eles se investigam as
células, as plantas e os animais porque estes se mantêm geração após geração;
pode se pesquisar a força da gravidade, porque todo objeto é atraído por ela.
No entanto, a ciência não pode estudar os fenômenos que ocorreram
apenas uma vez, entre eles: o surgimento da vida; a formação dos oceanos, das
cordilheiras e do sistema solar; e a lenta formação do carvão nas turfeiras.
Portanto, o uniformismo dificilmente poderá explicálos. Tudo o que os
cientistas podem fazer é supor.
T
odo animal ou planta que, desde tempos antigos, se encontra
preservado na crosta terrestre, principalmente em rochas sedimentares,
é denominado fóssil. Os cientistas que estudam os fósseis são chamados
de paleontólogos. Georges Cuvier (1769-1832) foi o fundador da paleontologia.
Seus estudos levaram-no a concluir que houve extensas catástrofes mundiais,
que, provavelmente, tenham provocado a extinção de tantas espécies quanto as
que existem atualmente.
Calcula-se que 98% das espécies que já habitaram a Terra foram extintas.
Os ossos fósseis não são os únicos restos de seres vivos depositados; existem
também folhas, pólen, sementes, árvores, moluscos, peixes, caranguejos e todos
os outros tipos de animais e plantas.
SOTERRAMENTO RÁPIDO
Sabemos que as plantas e os animais fósseis encontrados hoje foram
soterrados violentamente. Isso permitiu a fossilização, visto que os tecidos se
impregnaram com os sais minerais, que logo os endureceram.
Alguns fósseis são tão delicados quanto maravilhosos. Como exemplo,
podemos mencionar as medusas, o tecido embrionário de sementes de
coníferas, e também as folhas nas quais se pode identificar os diferentes tipos de
clorofila. Essa preservação assombrosa é a evidência clara de que esses frágeis
fósseis não sofreram decomposição, pois ficaram isolados do ar. Sabemos que o
oxigênio é o agente mais importante na desintegração.
Há fósseis de moluscos bivalves descobertos com suas conchas fechadas
(evidência de um bivalve vivo). Alguns estão com suas conchas abertas, o que
indica um bivalve morto no momento de ser soterrado.
Também têm sido encontrados fósseis de peixes com outro peixe em seu
interior, ainda sem ser digerido; ou contorcendo-se, como se estivesse lutando
para escapar. Um ictiossauro, réptil marinho, foi soterrado no momento de dar à
luz, sendo assim fossilizado. Além disso, foram localizados ovos de dinossauros
(Therizinossauro).
FÓSSEIS INTERMEDIÁRIOS
Como o nome indica, estes são os fósseis que aparentam demonstrar
transição entre uma espécie e outra, ou entre gêneros, famílias, ordens e classes.
Se a macroevolução é um fato, a presença de fósseis de transição seria uma
prova conclusiva; mas realmente existem fósseis assim?
Em 1861, foi descoberta numa pedreira na Baviera, Alemanha, em rochas
do Jurássico superior, a primeira ave fóssil: o Archaeopteryx, o “pássaro com
cauda de réptil”. Não mais de seis espécimes foram encontrados até hoje, e
todos perto de Eichstätt, Alemanha.
O Archaeopteryx é do tamanho de um corvo pequeno, possui bico com
dentes cônicos implantados em alvéolos, semelhantes aos de muitos répteis. Os
dedos das asas não estão completamente unidos: os três primeiros funcionam
como garras, sua cauda possui penas, as quais não saem em forma de leque,
como nas aves modernas, mas para cada um dos lados nos diferentes níveis da
cauda; suas patas são como as das aves. Desde sua descoberta, o Archaeopteryx é
considerado um intermediário entre aves e répteis.
Uma ave moderna parecida com esse fóssil, ao menos em um aspecto, é o
hoatzin (também conhecido como jacu-cigano ou cigana), presente na selva
amazônica. Esse pássaro apresenta duas garras na extremidade anterior de cada
asa, que desaparecem depois de algum tempo de vida.
Dentro da grande variedade de formas de aves, poderia ser mera
coincidência o fato de o Archaeopteryx ser parecido com os répteis. O registro
fóssil apresenta uma ausência quase completa de supostos organismos em
transição, isto é, em processo de evolução. Os evolucionistas explicam isso
dizendo que as mudanças ocorreram em poucos organismos; que foi um
processo rápido; que a fossilização é um evento raro; e que muitas das formas
em transição podem ter ficado sem ser fossilizadas ou que serão descobertas no
futuro.
Entretanto, a verdade é que quando uma espécie aparece pela primeira vez
no registro fóssil, quase sempre está bem formada e é fácil de ser classificada
dentro de alguma dentre as principais divisões taxonômicas. Em outras palavras,
pode ser reconhecida como peixe, anfíbio, réptil, ave, samambaia ou conífera,
entre outras formas de seres vivos.
Distribuição vertical
Podemos comparar a crosta terrestre a um bolo formado por várias
camadas rochosas, cada uma com suas características próprias: cor, composição
química, estrutura e fósseis.
A deposição das camadas (estratos) nesse bolo chamado Terra teria sido
lenta, começando há aproximadamente 600 milhões de anos. Com base apenas
nos fósseis, esse tempo foi subdividido em eras geológicas, que, por sua vez,
foram subdivididas em períodos, e estes, em épocas. Isso é o que conhecemos
como coluna geológica. Nela, os estratos mais antigos estão abaixo, e os mais
recentes, acima. Todavia, em nenhum local da Terra se pode encontrar uma
sequência completa de estratos que representem os 600 milhões de anos.
Por meio de seus estudos paleontológicos, Georges Cuvier verificou que
certos fósseis predominavam em alguns estratos e desapareciam nos seguintes.
Para explicar a situação, ele propôs que os animais e as plantas que Deus havia
criado foram destruídos por dilúvios periódicos e locais. Os seres vivos que
sobreviveram serviram como centros de propagação, iniciando uma nova época.
O dilúvio do período de Noé havia sido a última dessas inundações.
Não há dúvida de que exista certa ordem de fósseis na coluna geológica.
Muitos aparecem ou desaparecem abruptamente entre um período e o
seguinte. Além disso, como observado por Cuvier, os fósseis mais recentes têm
mais semelhança com os organismos atuais.
Hoje, é aceito que as camadas sedimentares inferiores na crosta terrestre
representam os primeiros sedimentos depositados, e as camadas superiores, os
últimos. Da mesma forma, se os estratos de diferentes lugares do planeta
contêm os mesmos fósseis, eles são considerados como tendo a mesma idade,
ou seja, foram depositados na mesma época.
Um fato que nem Darwin nem os geólogos atuais são capazes de responder
é: Por que as rochas pré-cambrianas de muitos lugares, ainda que fisicamente
similares às rochas mais modernas, carecem de fósseis?
A distribuição de fósseis na coluna geológica é um dos argumentos mais
fortes em favor da teoria da evolução, já que os organismos aparecem
gradualmente, dos “mais simples” depositados nos estratos mais antigos
(inferiores), até os “mais complexos”, nos estratos mais recentes (superiores).
Neste ponto, devemos indagar: qual organismo é simples e qual é
complexo? Se a complexidade for indicada pelo número maior de tecidos,
órgãos ou estruturas, certamente há organismos mais complexos que outros. No
entanto, devemos nos lembrar de que mesmo os organismos unicelulares têm
complexidade tão grande que sua compreensão desafia os melhores cientistas.
Qual é a razão para a ordem existente na coluna geológica? Entre os
primeiros animais que aparecem nas rochas inferiores do Cambriano, temos
esponjas, ostracodes, braquiópodes, trilobitas, corais, crinoides, briozoários,
conodontes e anelídeos. Os peixes aparecem no Ordoviciano; os foraminíferos e
os equinoides, no Siluriano; os amonoides e os anfíbios, no Devoniano; os
répteis, no Carbonífero; e as aves e os mamíferos, no Jurássico.
Fungos e algas são encontrados em camadas inferiores como no Pré-
Cambriano. Plantas terrestres vasculares aparecem no Siluriano. Samambaias,
cavalinhas, licopódios, musgos e coníferas, no Carbonífero; e angiospermas, no
Cretáceo.
Para o evolucionista, essa ordem indica o resultado natural de mudanças
estruturais, fisiológicas e bioquímicas obtidas pelas diferentes espécies ao longo
do tempo e produzidas pela alteração das condições ecológicas.
No entanto, analisando-se por outro ponto de vista, a ordem existente
poderia ser o resultado do aterramento de organismos em seu ambiente natural
(num processo chamado zoneamento paleoecológico), que foi destruindo a
Terra e sepultando organismos existentes em níveis diferentes.
Assim, os organismos marinhos (esponjas, braquiópodes, corais, lírios-do-
mar, ouriços-do-mar, estrelas-do-mar, foraminíferos, peixes e algas) teriam sido
enterrados primeiro, porque estavam em nível mais baixo. Quando o nível da
água aumentou, as espécies que viviam em regiões pantanosas, como os
anfíbios, répteis, insetos, samambaias, cavalinhas e licopódios, foram enterradas
depois. Finalmente, os organismos terrestres (répteis, insetos, aves, mamíferos e
angiospermas) que vivem em níveis mais altos, foram sepultados, produzindo
uma aparente sequência evolutiva.
Ainda que essa explicação, conhecida como teoria do zoneamento
paleoecológico, seja apropriada em muitos casos, devemos reconhecer que ela
não esclarece tudo. Segundo esse conceito, por exemplo, temos que presumir
uma ecologia muito diferente da atual, assim como a deformação da crosta
terrestre como resultado de uma catástrofe mundial.
Estudos atuais de organismos existentes no Grand Canyon, nos Estados
Unidos, têm levado ao estabelecimento de “zonas vivas”, separadas
principalmente pela altitude ou pelo próprio cânion. Esse e outros exemplos
seriam, ainda que em menor escala, um apoio à teoria do zoneamento
paleoecológico.
Distribuição horizontal
O estudo dos fósseis em todos os continentes revela que alguns organismos
estiveram em lugares bem delimitados; outros se estenderam em áreas maiores;
e há aqueles que se encontravam em todos os lugares. Esse fato é evidente em
relação a moluscos, corais, foraminíferos, trilobitas, répteis, mamíferos e
também diversas plantas.
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A área do Grand Canyon (Arizona) e dos parques Sião e Bryce (Utah) mostram uma série bastante
completa do Paleozoico e do Mesozoico.
OS DINOSSAUROS
Os dinossauros são conhecidos pela abundância de restos fósseis nos
sedimentos do período Jurássico, especialmente na Formação Morrison, nos
Estados Unidos. Todos eles desapareceram no fim do Cretáceo, comumente
estabelecido em 70 milhões de anos atrás.
Os dinossauros estão classificados entre os répteis. O grande tamanho de
algumas espécies contribui para que eles ocupem um lugar muito especial,
tanto na literatura científica como nas obras populares. Alguns chegavam a 15
metros de altura por 45 de largura (como o Sismossauro); mas também são
conhecidos fósseis de dinossauros do tamanho de um coelho.
Os dentes dos fósseis encontrados revelam que havia dinossauros
herbívoros, bem como carnívoros. Alguns possuíam estruturas para voar, tendo
asas de até 16 metros e ossos ocos, como no caso dos Pterossauros. Descobertas
recentes apresentam dinossauros com estruturas similares a penas.
Os dinossauros Ornitísquios tinham quadris semelhantes aos das aves. Os
primeiros ovos desse grupo foram encontrados na Mongólia, em 1923. Desde
esse tempo, também foram encontrados ovos de dinossauros nos Estados Unidos
e na Argentina. Espécimes desse grupo incluem o Tricerátops, que possuía um
escudo protetor no pescoço e três chifres pontiagudos na cabeça; o Trachodon,
dinossauro com o focinho semelhante ao de pato; e o Estegossauro, que tinha
uma fileira dupla de placas armadas nas costas, o cérebro do tamanho de uma
noz e uma coluna vertebral 20 vezes mais espessa, que controlava sua parte
posterior.
Os dinossauros verdadeiros (Saurischia) incluem, entre outros, o
Tiranossauro Rex, o maior réptil terrestre que já existiu na Terra. Alguns restos
dele foram encontrados na Mongólia e em Dakota do Sul, nos Estados Unidos.
O Brontossauro, herbívoro, tinha cabeça pequena, o pescoço e a cauda
grandes, e chegava a 21 metros. A maioria de seus fósseis tem sido encontrada
nos Estados Unidos, nos estados de Utah, Colorado e Wyoming.
Sempre que se fala sobre fósseis, o público pergunta por que os dinossauros
desapareceram. Antes de responder a essa questão, devemos nos lembrar de que
não somente os dinossauros sofreram uma extinção total, mas a maioria das
espécies que já habitou a Terra. Os fósseis revelam que a destruição foi
repentina e em todas as partes do planeta.
Qual foi a causa da extinção? Ela tem sido atribuída a mudanças de
temperatura, alterações nas plantas, queda de um meteoro, mamíferos que se
alimentavam de ovos, mudanças na concentração de oxigênio e até à conjunção
de vários fatores. O certo é que morreram repentinamente.
Ainda que a maioria dos paleontólogos não considere seriamente a ação da
água na extinção dos dinossauros, os vestígios empilhados em grande número,
muitas vezes totalmente desmembrados e enterrados profundamente em barro,
areia e cascalho, nos levam a pensar que poderia ser a ação de um grande
dilúvio.
O mundo era diferente no passado? Sem dúvida. Com toda a evidência
científica atual, creio que não podemos medir o passado com os critérios dos
fatos do mundo de nossa época. O uniformismo não funciona aqui.
9
Geleiras e Desertos
AS GELEIRAS
S
e você vive perto de uma montanha ou já visitou alguma em que o gelo
permanece durante o verão, então você conhece uma geleira. O
dicionário define “geleira” como uma “massa de gelo acumulada nas
zonas das cordilheiras, acima do nível da neve perpétua, cuja parte inferior
desliza muito lentamente, como se fosse um rio de gelo”.
Em todas as grandes cordilheiras da Terra se encontram geleiras. Elas são
espetaculares por sua grandeza, majestade e pela cor turquesa. Podem ser mais
ou menos profundas, ter dezenas de metros e até vários quilômetros de largura e
comprimento. As geleiras mais famosas são as do Alasca, na América do Norte.
Uma geleira se forma quando a neve cai e se acumula sobre as montanhas,
transformando-se em gelo. A inclinação do terreno e a forte pressão atmosférica
exercida sobre a massa de gelo acumulada fazem com que ela comece a
deslizar lentamente. Geralmente, uma geleira move-se uns poucos centímetros
por dia, mas algumas podem avançar no mesmo período mais de 50 metros.
Quando grandes blocos de gelo avançam alguns metros e se quebram, caindo
na água, produzem um estrondo semelhante a um tiro.
Na descida, a geleira tem uma ação abrasiva sobre a superfície da Terra,
formando vales em forma de U, arrastando terra, areia, pedras, rochas e todo
tipo de materiais, que vão se acumulando em todas as suas extremidades,
originando o que se denomina como morena terminal ou frontal.
As pedras arrastadas por esse rio de gelo atuam sobre as rochas do fundo e
dos lados da geleira, lapidando-as ou arranhando-as, deixando nelas estrias e
sulcos. Em muitas ocasiões, as geleiras arrancam enormes blocos de pedra das
ladeiras da montanha e levam para muito longe de seu lugar de origem,
resultando nos chamados blocos erráticos.
Se a geleira retroceder, por não ter caído neve ou por ocorrer um rápido
aumento de temperatura, a morena frontal fecha o vale, e o gelo derretido
forma um lago de origem morânica. Ainda assim, quando ela desaparece,
podemos ver uma sucessão de pequenas colinas alongadas, paralelas à direção
da geleira, chamadas de drumlins.
Acredita-se que as geleiras existentes nas zonas montanhosas costeiras
formaram os fiordes, que são golfos estreitos e profundos entre montanhas de
ladeiras abruptas e que entram quilômetros terra adentro, desde a costa até o
mar. Os fiordes da Suécia, Noruega, Finlândia, Canadá, Alasca e Chile são
impressionantes!
As imensas calotas de gelo das regiões polares são chamadas de geleiras
continentais. Os exemplos incluem a Antártida e a Groenlândia. O gelo que se
quebra de suas bordas e que se desprende em grandes blocos é chamado de
tempano.
A presença de vales em formato de U; de morenas; de estriações e de
sulcos sobre as rochas; de blocos errantes e de drumlins são evidências da ação
das geleiras.
Na América do Norte, essa ação é evidente, seja no Alasca, em todo o
Canadá, nos estados do norte dos Estados Unidos e em alguns estados do sul,
bem como em Indiana, Illinois e Iowa. É possível observar também que as
geleiras desviaram o curso dos atuais rios Ohio e Colúmbia.
Segundo os que creem na Bíblia, o dilúvio produziu geleiras em toda a Terra, há aproximadamente 5
mil anos.
Períodos glaciais
Os especialistas em glaciologia aceitam quatro ou mais períodos de
glaciação. O mais antigo teria ocorrido há cerca de 2 milhões de anos e o
último, há 8 ou 10 mil anos.
As razões apresentadas para propor quatro glaciações são que restos glaciais
oxidados e deteriorados pelo ambiente estão abaixo de vestígios de gelo mais
recentes. Além disso, há restos de plantas entre os resíduos glaciais.
Os que aceitam uma única era glacial defendem, entre outras coisas, que
as diferenças em oxidação e deterioração dos solos e depósitos glaciais poderiam
ser o resultado de fatores locais. Um possível avanço ou retrocesso das geleiras
poderia ser interpretado como ocorrência de várias glaciações.
O QUE É UM DESERTO
Deserto é um lugar “em que não há edifícios nem pessoas”, ou seja, “um
lugar desabitado”. Segundo essa definição, a Antártida, o Ártico e a tundra
também são desertos.
Outros definem “deserto” como um “território arenoso e pedregoso, que,
pela falta quase absoluta de chuvas, carece de vegetação, ou a tem em
quantidade muito escassa”. Ele também pode ter dunas.
Os cientistas dizem que um deserto é um local em que o índice
pluviométrico não chega a 250 milímetros de chuvas anuais.
É comum pensar no deserto como um lugar onde cresce o cacto, uma
região da Terra na qual há muito calor, ou como um ambiente bem seco. Essa
sequidão é o que permite que seres humanos, objetos e fósseis sejam
preservados por séculos nos desertos.
Todos esses conceitos têm algo ou muito de verdade, visto que, quando há
pouca chuva, também há poucas plantas que conseguem resistir à falta desse
elemento vital. Os vegetais encontrados nos desertos contam com adaptações
especiais em sua estrutura que permitem sua sobrevivência.
Os cactos, cobertos de espinhos, e as euforbiáceas – muitas das quais são
semelhantes aos cactos – são plantas típicas de deserto. A pequena quantidade
de água que recebem é armazenada em seus tecidos, que ficam inchados
quando chove e desincham em época de seca; além disso, eles possuem poucos
estômatos.
Estômatos são orifícios ou poros, especialmente atrás das folhas das plantas,
por onde a troca gasosa e a eliminação de vapor d’água são realizadas. A
epiderme, coberta com uma camada impermeável semelhante ao verniz,
chamada cutícula, os protege da perda de água.
O maior cacto é o saguaro, que chega a 15 metros de altura e pode pesar
10 toneladas; e o menor tem o tamanho de uma unha. Nos desertos da África
existe o baobá, uma árvore de tronco espesso e galhos que se parecem com
raízes, de modo que alguns têm dito que se assemelham com uma árvore
invertida.
Algumas plantas se protegem da seca eliminando suas folhas; entretanto,
seus caules verdes as substituem, continuando o processo de fotossíntese.
As plantas do deserto são munidas de raízes extensas e superficiais que lhes
permitem absorver rapidamente as pequenas quantidades de água de chuva ou
neblina que caem. O mais extraordinário é que muitas delas, especialmente as
plantas anuais, “sabem” que devem florescer e produzir sementes num curto
espaço de tempo.
Um pesquisador estudou plantas do deserto de Mojave, no sudeste da
Califórnia, especialmente no Parque Nacional Joshua Tree. Lá existem duas
estações anuais: numa florescem algumas plantas; e, na outra, florescem as
demais. O fato de não florescerem todas ao mesmo tempo é intrigante.
O resultado desses estudos levou o pesquisador a concluir que a casca das
sementes contém algo que não lhes permite germinar até que seja dissolvido
por uma quantidade adequada de água. Também descobriu que a temperatura
do solo determina quais sementes germinarão e quais não. Há também as
sementes que, ainda assim, não germinam.
Uma vez que tenham produzido os frutos, por muitos anos as sementes
podem resistir a secas, bem como a altas e baixas temperaturas, sem perder sua
vitalidade. Isso é assombroso, pois, como se pode viver sem água por semanas ou
meses? Quando uma pequena chuva cai, as sementes germinam, repetindo o
ciclo de vida.
Um fator comum a todos os desertos é a constância das altas pressões,
condição que não favorece a chuva. A atmosfera sobre eles pode conter
umidade suficiente para precipitação, mas as altas pressões que predominam ali
impedem a formação de neblinas e chuvas que poderiam regar a terra.
A aridez dos desertos deve-se ao fato de as precipitações anuais serem
menores que 250 milímetros, e as temperaturas são altas durante o dia, e baixas
durante a noite.
A falta de água, as temperaturas extremas e a pouca ou nula vegetação
trazem como consequência a ausência ou escassez de animais, muitos dos quais
vivem em tocas, e são ativos principalmente durante a noite, ao amanhecer ou
ao entardecer, quando as temperaturas diminuem.
Os principais desertos ocupam cerca de um sexto da superfície terrestre.
Alguns deles são:
1) Deserto do Saara, com 9 milhões de km2. Sua largura é de 5.149 km.
2) Deserto da Austrália, com 3.367.000 km2. Isso representa 44% da
superfície de todo o território daquele país.
3) Deserto da Arábia, que cobre uma superfície de 2.590.000 km2.
4) Deserto do Turquestão, no sudeste da Rússia, com 1.942.500 km2.
5) Deserto da América do Norte, com 1.295.000 km2, dividido em quatro
desertos menores: o da Grande Bacia, no sul de Nevada e oeste de Utah; o de
Mojave, no sudeste da Califórnia; o de Sonora, mais ao sul; e o de Chihuahua,
no noroeste do México, alcançando o sul do Arizona.
6) Deserto da Patagônia, no sudoeste da Argentina, que cobre uma
superfície de 673.400 km2.
7) Deserto de Thar, cuja superfície é de 595.700 km2. Ele fica localizado
na Ásia, a oeste da Índia e do Paquistão.
8) Deserto de Kalahari, no sul da África, que se estende por 569.800 km2.
9) Deserto de Taklamakan, no oeste da China, com 518.000 km2 de
superfície. Ele é adjacente às regiões semiáridas da Mongólia e às estepes de
Gobi.
10) Deserto do Irã, que tem 388.500 km2.
11) Deserto do Atacama, nas regiões costeiras do Peru e no norte do Chile.
Esse é o menor dentre os principais desertos, com superfície de 362.000 km2. É
também o que recebe a menor quantidade anual média de água: 12 milímetros.
O deserto do Saara recebe uma média de precipitações de 25 milímetros
anuais. No entanto, em ambos os desertos há lugares onde não cai uma gota de
chuva há anos!
Apesar da sequidão e do calor, os desertos constituem lugares de grande
beleza e guardam muitos mistérios que o ser humano ainda busca decifrar.
Segundo a quantidade de chuva, os desertos podem ser classificados como:
Extremamente áridos. Aqueles em que, por 12 meses seguidos, não chove.
Esse é o caso do deserto de Atacama e do Saara.
Áridos. São os desertos que recebem menos de 250 milímetros de chuva
em um ano. No entanto, há regiões como o Alasca e a Antártida que recebem
anualmente menos de 250 milímetros de chuva e não são consideradas desertos.
Isso se deve ao fato de que a quantidade de água precipitada é menor do que a
evaporada. Por sua vez, em lugares como o Arizona, que tem um índice
pluviométrico anual de cerca de 300 milímetros, a evaporação pode chegar a
oito vezes esse valor.
Semiáridos. São os desertos que recebem entre 250 e 500 milímetros de
chuva anual, chamados também de estepes. A vegetação que predomina é a
herbácea, caracterizada por gramíneas da família do trigo, milho e de outros
cereais. É o que encontramos nos desertos de Gobi e da Patagônia, em que
praticamente não existem árvores. É interessante notar que o deserto da
Patagônia existe porque as nuvens transportadas pelos ventos que vêm do
Oceano Pacífico sobre o Cone Sul da América do Sul elevam-se ao chegar à
Cordilheira dos Andes. A subida esfria as nuvens, que precipitam grande parte
da água no Chile. Assim, os ventos que passam para o território argentino levam
pouquíssima água, provocando a seca.
Tundra. É uma região em que há pouca chuva; e, quando ela se precipita,
a água se mantém gelada. A neve pode cobrir a terra e a vegetação. A
temperatura fica acima de 0 ºC por pouco tempo, ocasião em que as plantas
existentes florescem e frutificam.
Desertos frios. A Antártida é um exemplo de deserto frio; ali a temperatura
permanece abaixo do ponto de congelamento durante o ano inteiro.
Desertos quentes. São os típicos desertos de temperaturas altas e pouca
chuva. Durante o dia, o calor do sol aquece o ar acima dos 40 oC, e a superfície
terrestre chega próximo a 70 oC. As plantas têm a função de moderar a perda do
calor. Mas, quando não há plantas ou são poucas, durante a noite, as
temperaturas ficam negativas.
Nas zonas abaixo dos desertos é comum a existência de salinas, valiosos
depósitos minerais. No vale da Morte, na Califórnia, onde o deserto chega a 83
metros abaixo do nível do mar, durante décadas extraiu-se mineral de bórax. Por
ser uma região turística, a exploração de mineral de bórax foi proibida,
preservando-o em grandes quantidades.
A formação das salinas é atribuída a mares, lagos ou rios que existiram no
passado. Como as águas não tinham saída para o mar, evaporaram e deixaram
seus sais dissolvidos. Essas substâncias eram o resultado da ação erosiva da água,
da neve e do gelo sobre as rochas e os sedimentos. É possível pensar também
que, quando a água do dilúvio baixou, ficou represada em bacias, e, ao
evaporar, deixou os sais que continha.
As dunas, colinas de areia movediça que se formam em praias e desertos,
são um espetáculo extraordinário. As principais fontes de areia são o granito e o
arenito, que possuem grãos de quartzo muito resistentes. Ao serem levados pelo
vento sobre o solo, chocam-se entre si, ou com outras rochas do deserto,
atuando como uma lixa que se desgasta. Gradualmente, esses grãos de areia se
transformam em pequenas esferas, quase perfeitas. Dunas de areia também
podem se formar a partir de gesso, como ocorre no Monumento Nacional de
Areias Brancas, no Novo México, Estados Unidos.
As dunas podem ser em forma de meia-lua ou em formato longitudinal.
Elas são maravilhosas: de aparência simples, exatas em sua repetição, possuem
uma geometria que é desconhecida em outros lugares.
Outro fenômeno típico dos desertos é a tempestade de areia, que pode
durar várias semanas e se repetir ano após ano.
Um espetáculo belo e impressionante é o que às vezes ocorre em desertos
mais secos. Depois de uma chuva repentina, bulbos e sementes despertam,
germinando e florescendo em poucos dias, tornando verde a paisagem e
salpicando flores de cores e matizes diferentes. Esse fato é conhecido como
“deserto florido”.
No deserto há insetos como besouros, formigas, vespas, mariposas, grilos,
entre outros que surgem com os repentinos aguaceiros. Eles se alimentam das
plantas que germinaram, se reproduzem e morrem. Seus ovos e larvas surgirão
com novas chuvas, dando continuidade a esse ciclo. Também se encontram
aranhas, escorpiões, centopeias, lagartixas e serpentes, que se alimentarão de
grande parte desses artrópodes.
Tartarugas e sapos que foram despertados pelas chuvas se desenterram e
aproveitam para se alimentar e se reproduzir. No período de um mês, um sapo
se desenvolve de ovo ao estágio adulto. Quando a seca retorna, ele se enterra,
cobre-se de uma substância gelatinosa produzida por ele mesmo e dorme
durante oito ou nove meses, até que uma nova chuva o acorde.
Muitas aves e mamíferos completam a teia alimentar que se iniciou com as
plantas. Há aves insetívoras, carnívoras e fitófagas. Elas precisam de água e voam
grandes distâncias para obtê-la. Boa parte dos mamíferos vive debaixo da terra
durante o dia e, ao entardecer, sai em busca de alimento. Entre eles, estão
raposas, chacais, doninhas, coiotes e cães selvagens que se alimentam de
roedores, serpentes e artrópodes.
É fato que a existência dos maiores depósitos de petróleo se encontra em
desertos, embora não seja exclusividade deles.
Ainda não falamos sobre as “ferrovias do deserto”. Acredito que você já
ouviu falar delas. São as caravanas de camelos que existem tanto na África como
na Ásia.
Existem dois tipos de camelo: o de uma corcova (o dromedário) e o de
duas. O camelo-bactriano é o camelo selvagem, do qual se acredita que tenha
vindo o camelo de duas corcovas, existente no noroeste da China e da
Mongólia. Ele habita nas estepes, e não nos desertos, e é menos resistente à seca
do que o dromedário.
O verdadeiro camelo do deserto é o dromedário. O fato mais incrível sobre
ele está em sua capacidade de resistir à falta de água. Ele pode passar dias sem
bebê-la, perdendo até 25% de seu peso sem ser prejudicado. Quando um
camelo fica sem o precioso líquido, a gordura acumulada na corcova começa a
se metabolizar, liberando água, o que lhe permite continuar vivendo. Ao chegar
a uma fonte, geralmente um oásis, ele pode beber até 100 litros. Essa quantia
lhe permite formar uma nova porção de gordura, que se acumulará na corcova.
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1 . Ellen G. White, Educação (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001 [CD-Rom]), p. 116.
10
Vulcões e Terremotos
O
s vulcões são aberturas na terra, observadas geralmente em montanhas
e cordilheiras, de onde ocasionalmente surgem lava, rochas, cinzas,
pedra-pomes, vapor de água e gases sulfurosos. Geralmente, nas
rochas em que há vulcões, também ocorrem muitos terremotos. Por quê?
Os cientistas acreditam que a crosta terrestre é formada por placas. Quando
elas se chocam entre si, a terra treme, e as rochas se fundem por causa da
grande temperatura produzida. Esse material fundido, chamado magma, chega
à superfície através de aberturas sob a forma de gases ou de lava. Os vulcões
também expelem um material sólido conhecido como piroclasto, que pode ser
classificado como cinza, lapilli ou bloco.
Os vulcões produzem grandes calamidades. Contudo, de uma perspectiva
mais positiva, eles são muito úteis. Vejamos alguns exemplos.
Quando o magma, do qual se origina a lava, não chega à superfície, forma
o granito, que é uma rocha muito sólida e resistente. Com o passar do tempo, a
erosão terrestre deixou o granito à vista, e hoje ele é usado em construções e
monumentos.
O magma que chega à superfície é a lava, que pode ser vista como
obsidiana, escória ou basalto. Por exemplo, a solidez do basalto torna possível
que ele seja usado em construções, na elaboração de pedras de polimento e na
criação de monumentos. As lavas porosas proporcionam perfeitas mesas de
laboratório, painéis de exposição e revestimento de fornos.
A importância turística dos centros vulcânicos do mundo é imensa. Eles
exercem grande atração como locais para se escalar e observar a beleza das
montanhas ao redor. Não menos importante é o fascínio que a neve acumulada
nos cones vulcânicos exerce sobre os esquiadores.
Há vulcões por todo o mundo, mas em alguns lugares eles existem em
maior número. Um exemplo é a cordilheira dos Andes, no Chile, em que há
aproximadamente 2,9 mil vulcões. Desses, apenas 81 são ativos. Isso significa
que cerca de 14% dos vulcões ativos do mundo estão nesse país.
Ao ser classificado como “vulcão ativo”, queremos dizer que ele tem
desenvolvido atividade vulcânica desde tempos históricos. Se um vulcão não
está em atividade, ainda que tenha sido ativo no passado, ele é chamado de
vulcão extinto.
São conhecidos mais de 500 vulcões ativos, dos quais os mais importantes
são:
Na África, o Kilimanjaro, localizado na Tanzânia.
Na Ásia, o Krakatoa, na Indonésia; e o Tambora, em Sumatra.
No Japão, o Fuji, considerado o vulcão que possui o cone mais perfeito.
Na Itália, o Vesúvio; e, na Sicília, o Etna.
Nos Estados Unidos, o Santa Helena, que é um dos 13 ativos do território.
No Havaí, o Kilauea e o Mauna Loa.
No México, o Popocatépetl.
Os cientistas afirmam que os vulcões do Chile teriam surgido quando as
placas tectônicas Sul-Americana e Nazca se chocaram entre si, formando a
cordilheira dos Andes. Os terremotos, que são muito frequentes na região, são o
resultado dos reajustes dessas placas.
Assim como existem vulcões em todos os continentes, oceanos e mares,
também existem águas termais, ou seja, águas com diversos graus de calor,
aquecidas em processos geotérmicos. Sua importância está nas qualidades
terapêuticas que possuem, graças aos minerais que nelas se encontram. Em
lugares como Japão e Islândia, as águas termais são usadas para a calefação das
cidades e no cultivo de vegetais em estufas.
Nas zonas vulcânicas são comuns as águas termais, também chamadas de
termominerais. A temperatura delas varia entre 30 e 100 ºC.
Sabemos que debaixo da superfície terrestre encontram-se rochas quentes.
A cada 30 metros de profundidade, a temperatura aumenta, em média, 1 ºC.
Quando a água se infiltra nessas rochas, aumentando de temperatura, e flui
novamente à superfície, o resultado é a água termal. Se no percurso, ela se
mesclar com barro, forma-se então o que é chamado de piscina de lama.
Quando a água sai como vapor, dizemos que há uma fumarola. No entanto, se
ela alcançar o magma fundido, pode ferver ou ser aquecida, produzindo água e
vapor pressurizados que saem da terra violentamente. Esse fenômeno é
conhecido como gêiser.
Os gêiseres são muito populares. O primeiro e mais importante campo de
gêiseres do mundo se encontra no extremo noroeste do estado de Wyoming, nos
Estados Unidos. É o famoso Parque Nacional Yellowstone.
Esse parque se encontra entre 1.610 e 3.450 metros acima do nível do mar.
Uma particularidade é que lá são registrados aproximadamente 2 mil tremores
anualmente.
Sem dúvida, o que mais atrai os visitantes ao Parque Yellowstone são os
gêiseres. O parque é uma grande “caldeira”, ou seja, uma cratera vulcânica de
72 km de largura por 48 km de comprimento. Há cerca de 300 gêiseres e 10 mil
manifestações termais como piscinas de lama, fumarolas, saltos e quedas d’água,
além de fontes termais. O salto mais alto tem 94 metros de altura.
Aproximadamente a metade de todas as fontes termais do mundo se encontra
nesse local.
Quando falamos em vulcões, geralmente imaginamos uma montanha em
forma cônica, com sua cratera na extremidade. Porém, nem sempre é assim;
muitas vezes eles se apresentam apenas como um monte. Em muitos vulcões,
porém, a extremidade é bastante aguda, como pode
© f11photo | Fotolia ser observado no vulcão Pontiagudo, localizado no
Chile, cujo nome deriva dessa característica.
Os vulcões não são encontrados apenas nas
cordilheiras. Há muitas ilhas nos oceanos que são
vulcões. As mais conhecidas são o Havaí, as ilhas
Galápagos, a ilha de Páscoa, todas as ilhas do Oceano
Pacífico e a Islândia. Às vezes, aparecem novas ilhas
vulcânicas, como ocorreu há algumas décadas, no sul
da Islândia, onde surgiu a ilha Surtsey.
A ilha de Páscoa, localizada no Oceano
Pacífico, a 3.672 km do Chile, possui forma
O gêiser mais famoso do parque triangular. Em cada ponta de seu território contém
Yellowstone é chamado de Old
Faithful (“Velho Fiel”), pela um vulcão, cujos nomes são Poike, Ranu Kau e Rano
periodicidade em que lança seu
jato de água fervendo.
Raraku. No total, eles possuem 70 crateras. O que
torna essa ilha muito peculiar são os moais, estátuas
gigantescas feitas de lava vulcânica obtida dessas
crateras.
A cordilheira dos Andes se estende ao oeste por toda a América do Sul, e
forma parte de seis países, ao longo dos quais os vulcões se multiplicam. Alguns
deles: na Argentina, na província de Neuquém, na fronteira com o Chile, o
vulcão Lanín se ergue imponente, com seus quase 4 mil metros. O Tronador
também faz fronteira com o Chile e está localizado perto da cidade de São
Carlos de Bariloche. Ele possui esse nome em virtude dos grandes pedaços de
gelo que se desprendem dele regularmente, produzindo um ruído ensurdecedor
quando caem no precipício.
No Peru, há dois vulcões importantes: o Misti, que se eleva em todo o seu
esplendor em frente à cidade de Arequipa, no sudoeste do país; e o Huascarán,
imponente vulcão do qual, no terremoto de 1970, se desprendeu uma grande
geleira, que provocou a avalanche responsável por sepultar a antiga cidade de
Yungay. Na tragédia, morreram aproximadamente 20 mil pessoas.
Na cordilheira dos Andes, a apenas 75 km de Quito, capital do Equador,
encontra-se o Cotopaxi. Há também o vulcão Pichincha, entre outros. Na
Colômbia, há 14 vulcões ativos: entre eles, o Galeras, Nevado e Ruiz.
Na América Central, há 88 vulcões, numa cadeia que vai desde a Costa
Rica até a Guatemala, passando pela Nicarágua e El Salvador. Deles, 44 são
ativos. Na Costa Rica, há cinco vulcões ativos, e, na Nicarágua, três. A
República de El Salvador possui 15 vulcões, destacando-se o vulcão Izalco por
sua atividade. Na Guatemala, existem 33 vulcões.
No mar do Caribe, nas chamadas Antilhas Menores, há duas ilhas com
vulcões. Na ilha Guadalupe, o vulcão Soufrière; e, na ilha de Martinica, o
monte Pelée, cuja erupção em 1902 foi responsável pela morte de mais de 30
mil pessoas e a destruição da cidade de São Pedro.
Falamos sobre vulcões localizados na cordilheira dos Andes, na América
do Sul; depois, na América Central; em seguida, mencionaremos os da América
do Norte.
No México, encontram-se importantes vulcões como o Chichón, cuja
explosão em 1982 lançou cinzas e gases vulcânicos a 25 km de altura, formando
uma nuvem de material fino e pequenas gotas de ácido sulfúrico que em
poucos dias se estenderam ao redor do mundo; o Paricutín, que surgiu num
campo de milho em 1943, e alcançou várias centenas de metros de altura; e,
por último, o Popocatépetl, que tem 5,5 mil metros de altura e grandes geleiras,
e fica 55 km ao sudeste da cidade do México, perto de Puebla.
Nos Estados Unidos, especificamente na Califórnia, encontra-se o início
da cordilheira chamada Cadeia das Cascatas, onde estão localizados os mais
famosos vulcões. Em 18 de maio de 1980, a erupção do vulcão Santa Helena
atraiu atenção mundial por sua grande explosão, que arrancou parte do cone
vulcânico e destruiu tudo ao seu redor. Até aquele ano, nenhum outro vulcão
havia sido observado enquanto entrava em colapso.
No estado de Oregon, está o que foi o vulcão Mazama. Quando ele entrou
em erupção, há milênios, explodiu com tanta força que perdeu grande parte do
seu cone, deixando uma bonita caldeira de 9 km de diâmetro, onde hoje pode-
se desfrutar o lago Crater. Outros vulcões da Cadeia das Cascatas são os
espetaculares montes Baker, Rainier, Lassen e Shasta.
Na península do Alaska, os vulcões estão um ao lado do outro. O mesmo
acontece nas ilhas Curilas, no Japão e nas Filipinas.
As ilhas do Havaí têm origem vulcânica e fazem parte do território dos
Estados Unidos. Lá destacam-se vários vulcões: o Mauna Loa, com 5 mil metros
de altura, é o maior vulcão da Terra e um dos cinco mais ativos dessas ilhas; o
Kilauea, que também se destaca pelo seu tamanho, tem uma caldeira entre três
e cinco quilômetros de diâmetro, e sua lava corre até o mar.
Em abril de 2010, na Islândia, surgiu uma nuvem de cinza vulcânica que
cobriu a Europa, paralisando o movimento de aviões em quase todo o
continente. Isso significou uma catástrofe ecológica e econômica que,
indiretamente, afetou o mundo inteiro.
A região do Mediterrâneo se destaca com alguns vulcões: na Itália
encontram-se o Vesúvio, o Estrômboli e o Vulcano. O Vesúvio ocasionou a
destruição de Pompeia, no ano 79 d.C., e sepultou a cidade e seus habitantes
sob vários metros de cinza. Ele ainda permanece em atividade. Há também o
Etna, na Sicília, que possui registros de suas erupções desde 475 a.C.
Passando ao Oriente Médio, na Turquia, está o maciço do Ararate,
formação vulcânica famosa por ser o lugar onde a arca pousou depois do
dilúvio. O Irã também apresenta alguns vulcões.
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Estrutura de um vulcão.
Efeitos de um terremoto.
O
ano tem 12 meses, 52 semanas, 365 dias (ou 366 em anos bissextos).
O mês tem quatro semanas e mais alguns dias, e cada semana tem
sete dias. O dia tem 24 horas, uma hora tem 60 minutos, e cada
minuto 60 segundos. Os astrônomos estabeleceram a duração do ano, do mês,
do dia, da hora, do minuto e do segundo.
Se o Sol estiver na posição vertical ao meio-dia, no Trópico de Câncer ou
no de Capricórnio, demorará um ano para voltar e estar novamente nessa
posição. Isso é chamado de ano trópico, que possui 365,2422 dias, e é a base do
cômputo de tempo civil.
Se a referência usada for a saída de determinada estrela ao mesmo tempo
que o Sol, temos um novo tipo de ano: o ano sideral (do latim sidus, estrela), e
sua duração é de 365,25636 dias.
Um terceiro tipo de ano é definido pelo intervalo de tempo que media
entre dois passos consecutivos da Terra pelo ponto de sua órbita, no qual se
encontra mais próxima do Sol (periélio) e recebe o nome de “ano
anomalístico”, porque se refere à anomalia da Terra, em sua órbita. Sua
duração é de 365,25964 dias.
O mês é o tempo que transcorre entre uma lua nova e a seguinte. Ele é
denominado “mês lunar” e tem aproximadamente 29,5 dias. Doze meses
lunares não completam um ano solar de 365,2422, pois há 11,212 dias a menos.
Por isso, o calendário islâmico, ao usar o mês lunar, possui anos mais curtos, e
os meses e as festas a ele relacionados desconsideram as estações. A cada 33
anos solares, eles adiantam um ano.
O mais comum é o “dia solar”, ou seja, o tempo que a Terra emprega para
dar uma volta em torno do seu próprio eixo. Para o observador que está na
Terra, é o período em que o Sol aparenta dar uma volta ao redor do planeta.
Da mesma forma, o “dia sideral” é o intervalo entre duas passagens
sucessivas de uma estrela pelo meridiano, e é 9.839,83 segundos mais curto do
que o dia solar. Esse dia é usado só por astrônomos. A hora é a duodécima
quarta parte de um dia astronômico e tem sido dividida em 60 minutos.
Contudo, é extremamente interessante que a semana não tenha sido
estabelecida pelos astrônomos, como ocorreu com o ano, o mês e o dia, pois a
semana não existe como ciclo na natureza.
A semana bíblica chegou a nós por meio dos judeus. Alguns sustentam que certos tabus babilônicos
para os dias 7o, 14o, 21o e 28o do mês indicam uma origem babilônica da semana, mas essa série não
era um ciclo contínuo de sete dias. Os gregos tinham períodos de dez dias no mês, e os romanos, um
ciclo de oito dias de comércio, mas os pagãos não tiveram uma semana de sete dias senão até o
desenvolvimento da semana planetária da astrologia caldeia do período helenístico. 1
A SEMANA BÍBLICA
A partir do que consideramos até aqui, fica claro que a semana teve sua
origem com o povo hebreu, não em observações astronômicas.
O texto bíblico em sua língua original, o hebraico, usa a palavra yom para
se referir a dia. Na Bíblia, quando yom é precedido por um numeral (primeiro,
segundo, assim por diante), corresponde a um período de 24 horas; ou seja, um
dia comum. Expressões como: “E foi tarde e manhã, o segundo dia”, não teriam
nenhum significado caso se referissem a períodos mais longos, de milhares ou
milhões de anos.
A luz foi criada no primeiro dia; mas o Sol, que ilumina a Terra, aparece
apenas no quarto dia. Muitos perguntam de onde vinha a luz existente nos
primeiros três dias. Seria emitida por uma entidade criada especificamente para
iluminar a superfície da Terra nesse período? Ou seria a luz da presença de
Deus, como sugerido no Salmo 104:2 e em Apocalipse 21:23 e 22:5? Ou, ainda
a luz do próprio Sol, que já teria sido criado, mas que pôde ser visto somente no
quarto dia? Segundo vários estudiosos, o texto hebraico de Gênesis 1:16 permite
que a declaração “fez os dois grandes luminares” seja interpretada como “já
havia feito”. Assim, a expressão “tarde e manhã”, usada em relação aos
primeiros seis dias, apoiaria essa ideia.
Será que a Terra já existia antes da semana da criação? Alguns creem que
sim. Eles consideram textos como Gênesis 1:2, que faz uso do verbo no tempo
passado, “a Terra, porém, estava sem forma e vazia” (ARA); e Jó 38:4-7, no qual
Deus diz: “Onde você estava quando lancei os alicerces da terra? [...] E quem
colocou sua pedra de esquina, enquanto as estrelas matutinas juntas cantavam e
todos os anjos se regozijavam?”
Esses textos sugerem que já existiam outros planetas e seres criados que se
regozijaram com a criação. Entretanto, alguns creem que a Terra e o universo
(ou a parte dele a nós visível) tenham sido criados na semana da criação.
Os métodos radiométricos atribuem às rochas uma idade de milhões de
anos, e, para muitos cientistas, essa é uma evidência incontestável. No entanto,
é possível que Deus tenha criado as rochas (com minerais radioativos) já com os
produtos resultantes dessa radioatividade. A expressão “haja luz”, no primeiro
dia, poderia indicar que antes do quarto dia, não haviam outros corpos
luminosos no universo.
No segundo dia (Gn 1:6-8), foi criado o firmamento, a expansão, a
atmosfera, os céus – quatro palavras usadas na Bíblia para se referir à mesma
realidade. Que céus são esses? O firmamento surgiu quando Deus separou as
águas que cobriam a Terra das águas atmosféricas (Gn 1:2). A água em estado
líquido ficou na superfície terrestre; e a água em estado gasoso, na atmosfera,
formando as nuvens.
Segundo o relato bíblico, as plantas foram criadas no terceiro dia (Gn 1:11-
13), e o Sol, no quarto dia (Gn 1:14-19). Uma vez que as plantas dependem do
Sol para viver, se cada “dia” representasse milhares ou milhões de anos,
nenhuma planta poderia haver subsistido sem a luz solar. Além disso, os
escritores bíblicos se referem à criação como um ato instantâneo. O Salmo 33:9
afirma: “Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo surgiu”, descartando
toda ideia de longos períodos de tempo e evolução.
No quinto dia, foram criadas as aves e todos os seres vivos que voam, assim
como os répteis e outros animais aquáticos também (Gn 1:20-23). A tradução
corrente diz: “Encham-se as águas de seres vivos, e voem as aves sobre a terra”
(v. 20). Uma tradução mais literal seria: “Fervilhem as águas um fervilhar de
seres vivos e que as aves voem acima da terra, sob o firmamento do céu” (Bíblia
de Jerusalém).
Esse texto não diz que as aves foram criadas a partir da água; caso fosse
assim, entraria em contradição com Gênesis 2:19, que diz: “Depois que [Deus]
formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu [...].” No
sexto dia, foram criados os animais terrestres e o ser humano (Gn 1:24-31).
A semana terminou no sétimo dia: “No sétimo dia Deus já havia concluído
a obra que realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o
santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação” (Gn
2:2, 3). O sábado é um memorial da semana da criação (Êx 20:11). Ele não
teria nenhum significado se fosse um período milenar. Tampouco é possível
imaginar Deus descansando milhões de anos no fim de sua criação!
Dessa forma, parece que o relato da criação terminou. No entanto, para
um grupo de cientistas e teólogos, há duas narrativas distintas da criação. A
segunda começa em Gênesis 2:4. Em vez de relatos literais, alguns são
considerados como mitos, hinos, narrações metafóricas, poemas, contos,
parábolas ou alegorias.
Um estudo literário da Bíblia, porém, indica que o relato não é uma
parábola, nem um mito, mas uma prosa histórica, escrita em estilo rítmico, que
registra com precisão os fatos que ocorreram na criação dos céus e da Terra.
Aqueles que acreditam na teoria dos dois relatos, apresentam as seguintes
justificativas:
1. Essa tese permite acomodar a teoria da evolução (com seus longos
períodos de tempo) à narrativa bíblica.
2. O relato da criação, na verdade, é uma revelação feita em seis dias, do
que Deus havia criado em longos períodos de tempo.
3. Gênesis 1 e 2 contêm informações que a ciência não pode confirmar. O
princípio de analogia estabelece que nada na experiência passada pode ser
considerado como histórico, a menos que corresponda às experiências atuais.
Além disso, para compreender o passado, é necessário usar os conhecimentos
do presente e aplicá-los ao passado, algo impossível em relação à criação.
4. Os dois relatos não se harmonizam. Por exemplo, o texto de Gênesis 2:5
parece estranho, porque diz: “ainda não tinha brotado nenhum arbusto no
campo, e nenhuma planta havia germinado, porque o Senhor Deus ainda não
tinha feito chover sobre a terra, e também não havia homem para cultivar o
solo”. Contudo, uma interpretação coerente do verso ajuda a compreendê-lo
dentro do contexto de Gênesis. Observe:
a) “Ainda não tinha brotado nenhum arbusto no campo”. Devemos notar
que a palavra “arbusto” (em hebraico, siah ha-sadeh) se encontra somente em
Gênesis 2:5 e indica uma planta xerófita, ou seja, plantas do deserto e com
espinhos. Essas plantas apareceram depois que Adão e Eva pecaram.
b) “E nenhuma planta havia germinado.” O termo original é esev ha-sadeh,
que se refere a plantas cultivadas, como trigo ou cevada. Até esse momento,
Adão não cultivava a terra.
c) “Porque o Senhor Deus ainda não tinha feito chover sobre a terra.” A
chuva aparece no relato do dilúvio (Gn 7:12).
d) “E também não havia homem para cultivar o solo.” Não poderia ser de
outra forma, porque Adão ainda não havia sido criado.
Evidentemente, o objetivo do v. 5 é explicar a origem desses elementos
que não eram parte do plano original de Deus. Em uma criação livre de
pecado, o homem não teria de lidar com plantas hostis, com o peso do trabalho
nem com chuvas que agredissem a Terra. Os primeiros versículos de Gênesis 2
formam uma ponte entre a criação perfeita (capítulo 1) e a introdução do
pecado no mundo, descrita no capítulo 3.
E
m 1970, as estatísticas diziam que nos Estados Unidos havia três
pessoas com mais de 100 anos para cada 100 mil habitantes. Mas, na
antiga União Soviética, na região de Geórgia, às margens do mar
Negro, o índice era de 39 pessoas; e, na região do Azerbaijão, às margens do
mar Cáspio, era de 63 pessoas para cada 100 mil habitantes. Dizia-se também
que no Azerbaijão, vivia a pessoa mais idosa do mundo, com 167 anos. No
entanto, a pessoa de maior longevidade comprovada nas últimas décadas
morreu aos 122 anos.
Em 1971, no Equador, na região de Vilcabamba, foram registradas nove
pessoas com mais de 100 anos, numa população de 819 habitantes.
Proporcionalmente, isso equivaleria a 1.098 centenários a cada 100 mil
habitantes, um índice significativo.
A revista National Geographic, de novembro de 2005, mencionou outros
lugares do mundo em que há uma expressiva quantidade de pessoas que
ultrapassam os 100 anos de idade. Entre outras cidades, estão Okinawa, no
Japão; Sardenha, na Itália; e Loma Linda, nos Estados Unidos. Esta última,
formada por adventistas do sétimo dia. Alguns desses longevos habitantes são
vistos dirigindo seu automóvel ou realizando outras atividades.
A longevidade, ou seja, a duração da vida, varia muito numa população:
algumas pessoas morrem pouco depois do nascimento; outras, depois de poucos
meses; há aquelas que morrem na adolescência; e muitas que falecem na idade
adulta ou na velhice.
Para calcular a média de longevidade de determinada população, soma-se
a idade de todas as pessoas mortas e divide-se pelo número de óbitos. Dessa
forma, vemos que a longevidade média nos países desenvolvidos é de 75 a 80
anos, e que o número de idosos está aumentando. Contudo, se as principais
causas de morte fossem eliminadas, a vida humana não chegaria muito além da
média de 100 anos.
Nos animais, encontramos uma duração máxima de vida característica
para cada espécie. Observa-se que, de modo geral, os menores animais têm um
período de vida mais curto que os maiores, mas isso não é uma regra absoluta. A
girafa, várias vezes maior que o chimpanzé, tem uma longevidade menor.
Também tem sido observado que os animais cujo cérebro é
proporcionalmente maior são mais longevos. Evidentemente, há um
componente genético transmitido de geração em geração, porque o
envelhecimento não pode ser explicado apenas como consequência de certas
leis físico-químicas que esperaríamos encontrar igualmente em todos os
animais.
Alguns bichos que vivem 100 anos ou mais são, por exemplo, o urubu, a
tartaruga, o esturjão e uma espécie de mexilhão de água doce. Outros que
vivem entre 50 e 100 anos são o elefante, a águia real e o jacaré. Um cachorro
chegou a viver 20 anos; um gato, 28; uma vaca, 30; um gorila, 39; e um cavalo,
46 anos.
Nas plantas, encontramos os organismos vivos mais velhos de nosso
planeta. Por exemplo, na Califórnia encontram-se espécies milenares de
árvores. Ali as sequoias mais antigas têm mais de 3.500 anos; e o Pinus aristata,
uma espécie de pinheiro, excede os 4 mil anos. No entanto, suas células vivas
mais velhas não têm mais do que 30 anos de idade, e se encontram na zona que
separa a madeira do córtex das plantas.
Estudos feitos com células de tecido conectivo (responsáveis por
preencher, sustentar e reparar outros tecidos) mostram que as células se dividem
cerca de 150 vezes e logo morrem. Aparentemente, esse limite de divisões
estava programado no material genético da célula-mãe.
No entanto, existem algumas exceções. As células cancerígenas continuam
se dividindo numa forma essencialmente indefinida. Outras células, como as
nervosas e as musculares, não são substituídas ao longo de toda a vida do
organismo: elas simplesmente envelhecem com ele.
O envelhecimento se caracteriza pela diminuição na capacidade de
funcionamento dos órgãos. Calcula-se que, nos seres humanos, a capacidade
funcional depois dos 30 anos diminua 0,8% ao ano; ou seja, aos 50 anos de
idade terá diminuído 16%; e, aos 70, 32%.
A velocidade da condução nervosa, a força muscular e o nível de
hormônios sexuais diminuem; as artérias endurecem; há rigidez nas
articulações; o cabelo embranquece e a pele se enruga. Nas células, são
acumulados resíduos metabólicos e observa-se um número maior de proteínas
defeituosas, que provoca a morte delas.
O adventista vegetariano vive, em média, quatro a dez anos a mais que o californiano em geral”
(National Geographic, novembro de 2005).
A
nimais como ovelhas, gado bovino, cervos, hipopótamos, rinocerontes,
girafas, elefantes, cavalos, coelhos e muitos outros comem
principalmente as folhas das plantas. Esse hábito é conhecido como
pastar.
As renas das zonas árticas comem líquens, que são o resultado da simbiose
entre algas e fungos.
Muitos caracóis marinhos também pastam, porque se alimentam do
“gramado” formado por finas algas que crescem na superfície das rochas. Os
caracóis do jardim comem as folhas de algumas plantas. O mesmo fazem certas
estrelas-do-mar e peixes-sapo. Aqueles que possuem aquários sabem que, para
que os vidros se mantenham limpos, é necessário incluir um tipo de peixes
especiais, chamados “limpa-vidros”, que se alimentam das finas algas que se
desenvolvem nas paredes do viveiro.
Formigas e cupins que cultivam fungos em seus ninhos também são
animais que pastam. Em amendoeiras, cerejeiras, ameixeiras, entre outras
árvores frutíferas, é possível observar larvas de insetos, que deixam como rastros
de sua ação somente a nervura das folhas.
Alguns animais se alimentam das algas que se encontram sobre a areia das
praias ou sobre o barro em zonas de manguezais. Nesses locais, é possível
encontrar certo tipo de caranguejos e ouriços que realizam essa atividade.
O plano original de Deus era que todos os animais se alimentassem de
plantas, e não de outros animais. Quando o dilúvio terminou e os animais
saíram da arca, o Senhor autorizou a ingestão de outros organismos além de
plantas, sementes e frutos (Gn 9:3).
A Bíblia diz que, por causa do pecado, veio o dilúvio e, com ele, várias
mudanças profundas ocorreram na Terra. É inimaginável pensar que, na arca,
os animais que hoje conhecemos como carnívoros se alimentassem uns dos
outros. Sem dúvida, eles comiam sementes, ervas ou frutos secos. Do contrário,
todos os animais herbívoros que estivessem ali teriam sido mortos por eles.
M
uitos cientistas entendem que a matéria e a energia são eternas,
sempre existiram. No entanto, o relato bíblico afirma que só Deus é
eterno, ao passo que a matéria e a energia são obras criadas por ele.
Vemos a matéria em bilhões de galáxias, com bilhões de estrelas, cometas,
planetas e satélites. A matéria possui massa e ocupa lugar, pode ser tocada,
cheirada e vista.
Ao caminhar pelas ruas da cidade ou ao escalar uma montanha, a Terra
parece ser tão sólida e firme que é difícil crer que os planetas com suas luas, o
Sol, as estrelas e as galáxias estão se movimentando pelo universo a velocidades
extraordinárias.
Quando entramos em um veículo, seja um automóvel, ônibus ou avião,
fazemos isso crendo que ele se movimentará, e sua confiança repousa no
motorista ou piloto que o conduz. Contudo, esse profissional não poderá fazer
nada se o veículo não for alimentado por algum tipo de combustível. No caso
dos trens elétricos, o condutor não poderá movimentar as composições nem um
milímetro, se a eletricidade não estiver ligada aos motores da locomotiva.
O que isso significa? Simplesmente que a matéria não tem proveito algum
se não tiver energia. A energia é o que move o universo. Os físicos explicam que
existem duas forças básicas: a força centrífuga, que faz com que os corpos
celestes tenham a tendência de se mover rumo ao espaço exterior; e a força da
gravidade, que os mantém unidos, em equilíbrio, a distâncias bem
estabelecidas.
Uma vez que, no mundo físico, todo efeito possui uma causa, a energia
que move os corpos celestes tem sua origem em algo. Mas, em quê? De onde
ela veio? Ninguém compreende. Entretanto, sabemos que ela existe por causa
dos efeitos que produz, porque segue leis muito precisas. Como toda lei é
resultado do pensamento de alguém que a tenha criado, cremos que haja uma
Inteligência superior por trás disso.
A Bíblia afirma que “Deus criou os céus e a terra” (Gn 1:1), ou seja, a
matéria; mas é lógico inferir que ele também criou a energia que produz a
rotação e a translação, que são a causa do dia, da noite, do ano e das estações
(ver Gn 1:14).
Todo movimento requer energia; portanto, ao criar a matéria, Deus a criou
com a energia necessária a fim de cumprir os propósitos revelados em sua
Palavra.
E que melhor inteligência pode haver do que a de Deus? Esse fato foi
reconhecido pelo mais sábio ser humano, Salomão, quando disse: “Por sua
sabedoria o Senhor lançou os alicerces da Terra, por seu entendimento fixou no
lugar os céus” (Pv 3:19).
Os cientistas descobriram que a energia do universo não pode ser criada
nem destruída. Esse é o motivo pelo qual a ciência afirma que a matéria e a
energia são eternas; no entanto, essa afirmação contraria o ensino bíblico de
que Deus as criou.
No universo, além da força centrífuga e da força da gravidade, existem
outros tipos de energia: a energia calórica, que é a energia que produz calor; a
energia mecânica, que é a força de um objeto em movimento; a energia
química, que provêm dos alimentos e dos combustíveis; a energia radiante, que
produz a luz, as ondas de rádio, televisão e raios X. Além disso, existe a energia
elétrica que provém dos ímãs e das correntes elétricas; e a energia nuclear, que
é a energia do núcleo do átomo, responsável por manter unidas as suas partes.
Todas as formas de energia incluem movimentos de fótons, elétrons,
átomos e moléculas. Todas são intercambiáveis, ao menos parcialmente. Nada
pode ser feito sem energia.
COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Nas últimas décadas, temos visto que a água limpa e o ar puro estão
acabando, que a vegetação e os animais silvestres estão sendo extintos e que as
principais fontes de energia (carvão mineral e petróleo) estão se esgotando.
O carvão mineral é encontrado entre as camadas das rochas, e nele é
possível ver os tecidos das plantas que o originaram. Com o petróleo, isso é
diferente, pois podemos apenas deduzir como ele se formou. O petróleo se
encontra em câmaras abaixo da terra, mesclado com areia. Às vezes, essas
cavidades subterrâneas têm água salgada em sua parte inferior e gás na superior.
O consumo de carvão mineral tem diminuído, dando lugar ao petróleo e
gás natural, porque são mais acessíveis e de fácil utilização. Cerca de 25% da
energia gasta nos Estados Unidos em cozinhas, estufas e indústrias provêm do
gás natural, que procede de câmaras nos estratos geológicos localizados abaixo
da terra e do mar. Grande parte dos produtos extraídos do petróleo pode ser
obtida também do carvão mineral.
Em virtude da importância econômica que possui, o petróleo é chamado
de “ouro negro”. Dele são extraídos e refinados combustíveis como gasolina,
querosene, óleo diesel, óleos industriais e asfalto. Além disso, outros derivados
do petróleo compõem a matéria-prima de detergentes e de todos os objetos
plásticos encontrados.
O petróleo é encontrado em todos os continentes. No entanto, cerca de 40
países possuem, cada um, uma reserva de mais de 2 milhões de barris. Os países
que mais possuem petróleo, em ordem decrescente, são: Arábia Saudita, Irã,
Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, Rússia, Líbia, Estados
Unidos e Nigéria. Existem ainda os países cujas reservas são menores, e é
possível que no futuro seja encontrado petróleo em outros lugares também.
Os países que mais consomem petróleo são os Estados Unidos, China,
Japão, Rússia e Alemanha; mas não há país que não o consuma. As indústrias
precisam dele, assim como os aviões, navios, trens, caminhões e muitos outros
© vvoe | Fotolia meios de transporte.
Alguma vez você já pensou o que aconteceria se
o petróleo acabasse? Voltaríamos a andar a pé – o
que não seria ruim para a saúde. Os mais abastados
andariam a cavalo. Transportaríamos os produtos
agropecuários em bois e charretes. Os talheres e
outros utensílios de cozinha voltariam a ser de
madeira, louça, vidro ou ferro. As cozinhas e estufas
funcionariam novamente a lenha. E de onde
tiraríamos tanta lenha para satisfazer as demandas de
energia calórica do planeta?
A bomba de vareta, também A roupa deixaria de ser composta de 70% de
conhecida como “cabeça de
algodão e 30% de poliéster; teria que ser
cavalo”, é usada para extrair o
petróleo da jazida.
confeccionada totalmente com algodão, lã ou linho,
o que seria positivo. Entretanto, precisaríamos
aumentar as áreas de cultivo de algodão e linho, e os
campos para o pastoreio de ovelhas, alpacas e vicunhas. Contudo, os campos de
cultivo têm dado lugar às cidades e estradas.
Para os cientistas que não creem em Deus nem no relato do dilúvio, o
petróleo foi formado há milhões de anos por meio da decomposição de plantas
e animais que habitavam os mares e oceanos. Uma vez mortos, eles afundaram
e se acumularam em sedimentos profundos, onde foram decompostos por
bactérias.
De acordo com os cientistas criacionistas, o dilúvio foi o momento em que
as plantas e os animais marinhos morreram, criando condições para que o
petróleo se formasse. A Bíblia diz: “As águas dominavam cada vez mais a terra, e
foram cobertas todas as altas montanhas debaixo do céu” (Gn 7:19). O fato de
existir petróleo e carvão mineral em todos os continentes atesta a autenticidade
do relato bíblico, segundo o qual as águas cobriram toda a Terra.
A existência de água salgada na parte inferior dos poços de petróleo é outra
evidência de que plantas e animais dos oceanos foram enterrados,
transformando-se em jazidas de combustível fóssil.
TENSÃO SUPERFICIAL
N
o jardim de minha casa temos uma fonte de barro. Nela, mantemos
água para saciar pardais, rolinhas e gatos, entre outros animais.
Algumas vespas se servem estacionadas nas bordas ou nas paredes da
fonte; porém, o mais interessante é que várias delas param sobre a água, bebem
e voam. Elas levitam como helicópteros. Por que não afundam?
De fato, no líquido, as moléculas são eletricamente neutras. No entanto,
há pequenas forças de atração entre elas. Essas forças, chamadas de forças de
Van der Waals, são causadas pela distribuição assimétrica de cargas dentro das
moléculas.
Dentro de um líquido, a molécula não experimenta uma força bem
definida, porque as forças das moléculas vizinhas se anulam. Contudo, para
uma molécula na superfície do líquido haverá uma força clara se dirigindo para
dentro. O resultado é que as moléculas da superfície se contraem e são
resistentes ao ser esticadas ou quebradas. Assim, a superfície está sob tensão, a
chamada tensão superficial.
Os componentes verticais das forças exercidas pelas moléculas sobre o
objeto vão equilibrar seu peso. Se você colocar um palito de fósforo ou
qualquer outro item leve e seco, verá a depressão da superfície da água. O
objeto flutuará.
Se você aproximar da superfície da água uma agulha de costura, que é feita
de aço, e deixá-la na posição horizontal, ela também flutuará. Sob tensão, as
moléculas interagem, comportando-se como uma membrana elástica.
Alguns poucos animais têm a capacidade de andar sobre a água. Às
margens de um riacho, rio ou lagoa, é possível observar insetos, como a
“mulinha d’água”, encontrada no Chile, que se movem sobre a superfície da
água em busca de alimento. Isso ocorre por causa da tensão superficial. As patas
desses animais, revestidas por finos pelos que as impedem de se molhar e
afundar, criam depressões na superfície da água, sem penetrá-la, e a tensão
superficial suporta o peso deles.
O basilisco-verde, da América Central, pode se levantar em suas duas patas
traseiras e correr curtas distâncias por cima da água. Por isso, em muitos lugares,
é conhecida como “lagartixa Jesus”, uma alusão ao relato bíblico em que Cristo
andou sobre o mar da Galileia (Jo 6:19) – realmente um milagre biomecânico!
Tanto a “mulinha d’água” quanto o basilisco-verde usam apenas uma
forma de andar: eles correm. No entanto, pesquisadores afirmam que os insetos
também remam.
Além disso, existe uma aranha ainda mais esperta que as “mulinhas
d’água”. Ela é chamada de aranha pescadora (Dolomedes triton), e vive em todo
o território dos Estados Unidos, sendo encontrada perto das margens de lagoas e
riachos. Esse espécime usa três tipos de locomoção, alternando de um a outro
quando deseja. Para a aranha pescadora, a superfície da água é como um rinque
de patinação, e com desenvoltura, ela corre para atacar. Além disso, esse inseto
tem a capacidade de afundar suas patas sob a água e se alimentar de girinos e
pequenos peixes.
A tensão superficial não é uma força muito poderosa, mas as aranhas são
muito leves; geralmente pesam menos de um grama. Além disso, possuem patas
grandes, revestidas de cera que repele a água.
A aranha pescadora rema sobre a água de forma curiosa. Dos quatro pares
de patas que possui, ela rema com os dois pares do meio. Primeiro, impulsiona
para trás seu terceiro par; depois, o segundo; e, quando ambos estão bem
estendidos, a aranha as levanta da água, seguindo adiante.
Durante esse tempo, ela mantém suas patas frontais e posteriores imóveis,
usando a tensão superficial para se manter flutuando enquanto prepara a
remada seguinte.
No caso das “mulinhas d’água”, que possuem apenas três pares de patas,
apenas seu par mediano pode usar as depressões na superfície da água enquanto
remam.
Se as aranhas precisam se movimentar mais rápido do que 30 centímetros
por segundo, têm que usar um segundo modo de andar, que certo pesquisador
chamou de galope. Elas se põem sobre as patas traseiras, mantêm as patas quase
na posição vertical e, em seguida, as deslizam rumo à água, cortando a
superfície.
Uma aranha a galope não pode confiar apenas na tensão superficial para se
manter flutuando. Quando ela impulsiona suas patas para baixo e para trás, a
água responde com força oposta, empurrando-a para cima e para a frente. A
força para cima evita que a aranha afunde; e a força para a frente, a empurra. Ao
galopar, a aranha pescadora pode avançar quase um metro por segundo.
Curiosamente, o basilisco-verde usa uma técnica semelhante quando corre
sobre a água.
Princípio de Arquimedes: “Um corpo submerso, total ou parcialmente, em um fluido em repouso, recebe
um empuxo de baixo para cima igual ao peso do volume do fluido deslocado pelo corpo.”
FLUTUABILIDADE
Sabemos que um navio pesa milhares de toneladas e não afunda no mar.
Se jogarmos na água uma garrafa vazia bem fechada, ela boia, mesmo que o
vidro seja pesado. Um pato, assim como as demais aves aquáticas, também
flutua.
Como eles podem flutuar? Uma resposta simples é que o peso do navio, da
garrafa ou do pato exerce uma força que tende a levá-los para baixo; mas outra
força, chamada de empuxo, tende a levá-los para cima. Ou ainda, podemos
dizer que o peso da água deslocada pelo barco, pela garrafa ou pelo pato, é
maior do que o peso deles.
Outra forma de explicar o fenômeno considera que, para que um objeto
qualquer flutue, é necessário que sua densidade, ou seja, seu peso específico,
seja menor do que a densidade da água ou, pelo menos, que seja igual. A
densidade de um objeto é calculada dividindo sua massa pelo volume. Se o pato
tem a massa de dois quilos e o volume de água deslocado é maior do que dois
litros, certamente o pato vai flutuar.
Outras qualidades que contribuem para diminuir a densidade de um pato
são: sua estrutura corporal, o ar entre as penas de seu ventre, seus ossos ocos e
de paredes delgadas, e as bolsas aéreas distribuídas em seu corpo.
No mundo todo, são famosos o mar Morto, em Israel, e o mar Salgado
(Salt Lake), nos Estados Unidos. Essas águas se destacam por conter grande
concentração de sal, fazendo com que a densidade da água seja elevada, o que
facilita a flutuação.
O submarino é uma espécie de barco e flutua porque desloca muita água.
Entretanto, para se mover debaixo da superfície, ele precisa sugar água,
aumentando seu peso. Para voltar a flutuar, as mesmas bombas que aspiraram a
água, então precisam expeli-la.
Navios naufragados têm flutuado novamente com a ajuda de bolsas de ar
fixadas em suas laterais que, à medida que são infladas, o arrastam para a
superfície.
Grande número de peixes tem uma bexiga natatória, que ocupa 5% do
volume de seu corpo. Eles têm a chamada flutuabilidade neutra, o que significa
que podem nadar tanto na superfície como a certa profundidade; entretanto,
devem regular constantemente seu conteúdo gasoso.
Na bexiga natatória fica acumulado o oxigênio provido pela maravilhosa
rede de vasos capilares de seu sistema respiratório. Se um peixe é retirado
bruscamente do mar – por exemplo, de 40 metros de profundidade, como
ocorre em redes de pesca –, a bexiga natatória estoura em virtude da variação de
pressão, e o peixe chega morto à superfície. Isso tem sido visto em espécimes
como o bacalhau, a merluza e o badejo.
Os vários peixes que não têm bexiga natatória, aqueles que são achatados e
vivem no fundo dos oceanos, se veem obrigados a permanecer nadando
constantemente; do contrário, tendem a descer até o fundo das águas. Isso é
visto em peixes como o linguado, a cavalinha, o bodião, alguns atuns e o
rodovalho. A vantagem que possuem é que podem se movimentar com
facilidade em diversas profundidades do mar.
Há outros peixes que, para flutuar, acumulam muita gordura, até cerca de
15% de seu volume. Como a densidade da gordura é menor que a da água, eles
flutuam facilmente.
O náutilo é um animal que, durante a noite, sobe à superfície do mar para
se alimentar e, ao amanhecer, desce a 500 metros de profundidade. Para subir
ou descer, ele regula a porcentagem de gás e líquido em sua concha, que chega
a ter até 38 camadas e é bem resistente à pressão.
Os chocos não possuem nem bexiga natatória nem gordura. Debaixo da
pele do dorso, há um osso grande, curvo, em forma de barbatana, constituído de
umas 100 lâminas delgadas durante seu crescimento. Elas formam as paredes
das camadas independentes, e uma cobertura espessa, calcificada, sela a maior
parte da estrutura.
Esse osso dorsal constitui 9,3% do volume total do animal e sua densidade
é ao redor de 0,5% da densidade da água, o que lhe permite flutuar com
facilidade. A membrana imediatamente abaixo do osso dorsal é muito
vascularizada e se encarrega de aumentar ou diminuir a água entre as lâminas,
alterando assim a pressão osmótica; portanto, fazendo variar a salinidade da
água nas lâminas.
A lula não possui bexiga natatória nem osso dorsal. Sua flutuação é obtida
pelo líquido que chega a sua cavidade celomática, que fica entre a parede do
corpo e as vísceras. Esse líquido tem uma densidade de apenas 0,01%; por sua
vez, a água do mar tem uma densidade de 1,026 grama por centímetro cúbico.
Como a cavidade celomática é duas vezes o volume do resto da lula, a
flutuabilidade é obtida de maneira engenhosa.
Essas estruturas são evidências de propósito, arte e planejamento que
atestam por si só uma Inteligência que fez tudo de maneira cuidadosa, bela e
funcional.
16
A Polinização
A
belhas, zangões, vespas e diversas moscas chegam às flores do jardim ou
das árvores frutíferas em busca de alimento para elas e para as larvas que
estão em seus ninhos. As flores das plantas têm o propósito de formar
frutos, mas o fruto não é formado se os grãos de pólen não forem transportados
desde a antera do estame até o estigma do pistilo dessas flores. Estima-se que, se
as abelhas não realizassem essa tarefa, apenas 1% das flores produziriam fruto.
Esse processo é denominado polinização, e é realizado principalmente
pela ação do vento e dos insetos. Também pode ser feito pela água, pelas aves e
até por morcegos.
O vento serve especialmente para polinizar os cereais como trigo, cevada,
aveia, arroz e também as coníferas. Por sua vez, os insetos são os principais
agentes polinizadores de árvores frutíferas, cenouras, abóboras e cebolas, entre
outras plantas.
Segundo os evolucionistas, tanto as plantas como os animais foram se
adaptando aos poucos, evoluindo por uma interação constante ao longo de
milhões de anos, havendo uma coevolução. Porém, não há evidências
científicas de que isso tenha ocorrido, sendo apenas uma suposição.
Deus criou as flores pensando nos insetos. Para atraí-los, o Senhor planejou
as flores de tal forma que delas pudessem se alimentar, atraídos pela cor, pelo
perfume, pelo abundante pólen que produzem ou pelo néctar que secretam.
No pólen e no néctar, Deus colocou os nutrientes necessários para que
desenvolvessem sua vida.
As plantas, em seu processo de reprodução, devem se assegurar de que o
pólen, que possui o gameta masculino, chegue ao estigma do pistilo onde se
encontra o óvulo, que possui o gameta feminino. Isso é conhecido como
polinização. Em seguida, o pólen estende um longo tubo para chegar ao óvulo,
fertilizando-o.
As polinizações mais importantes são realizadas pelos insetos (entomófila)
e pelo vento (anemófila). Os insetos, assim como as aves e os morcegos, ao
buscar alimento nas flores, levam em suas antenas os estames que produzem o
pólen. Este se apega a seus corpos e, ao visitar outras flores, os grãos caem no
estigma do pistilo.
As plantas que produzem flores não chamativas, sem pétalas ou sépalas
como costumamos ver, obtêm a polinização porque o vento transporta o pólen.
Os exemplos incluem pinheiros, araucárias, ciprestes e cicadáceas, plantas
semelhantes às palmeiras. Além dessas, cereais como trigo, aveia e milho
também são polinizados dessa forma.
Geralmente as plantas polinizadas pelo vento estão projetadas para
produzir pólen seco e abundante, pois muitos grãos são perdidos ao serem
transportados pelo vento: chocam-se com folhas, ramos, postes, paredes e são
aspirados por seres humanos, provocando alergia em muitas pessoas.
Os cientistas questionam se o pólen transportado pelo vento chega a um
pistilo por simples casualidade ou se há algo que dirige esse encontro. Eles têm
descoberto que há um projeto quase perfeito que lhes permite capturar o pólen
do vento. Não há demonstração alguma de que o acaso ou a sorte produza algo
tão bem organizado.
Os estudos mostram que a estrutura dos cones das coníferas e das
inflorescências da grama são aparelhados para facilitar a chegada dos grãos de
pólen ao lugar exato para fecundação. Por exemplo, a jojoba, planta nativa do
sudoeste dos Estados Unidos e do México, de cujas sementes se extrai um óleo
usado como cosmético e também como lubrificante, possui uma flor pingente
em forma de sino sobre a base da qual saem duas folhas em posição vertical.
Essas folhas desviam o vento diretamente rumo à flor abaixo, como se
formassem um túnel.
Os cones de pinheiros, araucárias, ciprestes e de outras coníferas possuem
um desenho aerodinâmico que lhes permite capturar pólen do vento e fecundar
95% dos óvulos. Eles não sabem de onde virá o vento, mas sua forma se
encarrega de resolver o problema.
O vento que passa pelo cone é desviado em direção a sua parte central, e
também à base de suas escamas. Todo o cone fica envolto numa pequena
turbulência, na qual pequenas correntes de ar são criadas a fim de aproximar o
pólen da micrópila, que é a abertura do óvulo, e que está no interior de cada
escama.
O desenho do pólen é muito importante. Alguns são esferas cobertas com
espinhos, outros contêm traços diversos; ainda há os que possuem duas asas que
parecem orelhas aderidas à parte esférica.
© bokononist | Fotolia
A presença de abelhas num pomar pode aumentar abundantemente a produção de frutas. É por isso
que, em muitos lugares, as colmeias são instaladas entre árvores frutíferas.
A
lguma vez você já se perguntou por que o canto das aves é tão diferente
em cada espécie? Em algumas, o canto é melodioso, como é o caso dos
canários, cotovias e pintassilgos; mas, em outras, é relativamente
desagradável, como ocorre em certas espécies do pássaro íbis. Em algumas aves,
o canto é monótono, enquanto em outras há variações maravilhosas, como é o
caso do sabiá-do-campo e do rouxinol, que podem imitar o canto de outras aves.
© westernphotographs | Os mamíferos recém-nascidos procuram o peito
Fotolia da mãe para se alimentar. Como sabem o que devem
fazer e onde procurar alimento? Os filhotinhos das
galinhas e dos patos seguem a mãe quando elas os
chamam para lhes dar comida.
A resposta para essas perguntas está no que se
chama de “instinto”. Os instintos são modelos de
conduta rígida nos animais, e que se repetem sem
variação, contribuindo para a conservação da vida do indivíduo e da espécie.
Evidentemente, há uma base genética que pode ser ligeiramente modificada
pelo ambiente. Todavia, é possível observar instintos de busca e obtenção de
alimento, de sobrevivência e defesa, de reprodução e de propriedade territorial,
entre outros.
Afirma-se que o aprendizado dos animais é guiado pelos instintos. Parece
que muitos, possivelmente quase todos, estão pré-programados para aprender
atitudes particulares, de maneiras distintas. Os animais e o ser humano estão, de
um modo inato, preparados para assimilar algumas coisas com mais facilidade
do que outras. Um pintinho, por exemplo, nasce com um canto inato básico, o
qual aprende a elaborar quando cresce em ambiente selvagem.
INSTINTOS DE ALIMENTAÇÃO
Carnívora
As aves de rapina não procuram sementes para se alimentar, tampouco
folhas, flores, frutas ou néctar, como fazem outras aves. Elas simplesmente
caçam lagartixas, sapos ou qualquer outro animal, porque sua alimentação é
carnívora. As serpentes se alimentam exclusivamente de seres vivos; se lhes for
lançado um pedaço de carne, elas sequer se aproximam dele.
Tanto as andorinhas como muitas espécies de morcego se alimentam de
insetos que caçam em pleno voo. Os pica-paus procuram insetos, lagartos e
outros bichinhos dentro do tronco das árvores. Alguns morcegos, como os
morcegos-vampiro, se alimentam de sangue; outros, de frutas.
Herbívora
Para a vaca, a ovelha e o cavalo, as ervas servem de alimento, embora não
desprezem o milho, o trigo e outros grãos. Para os colibris, o alimento principal
é o néctar e o pólen, assim como pequenos insetos ou aranhas que encontram
nas flores. Para muitas aves, seu alimento são as sementes e as frutas. Alguns
peixes da Amazônia também se alimentam de frutas. Esse é o seu instinto.
Onívora
As formigas comem de tudo: frutas, cereais, verduras, ovos e animais
mortos. Diz-se que são onívoras, assim como os ursos, cães e porcos.
As aranhas tecem redes características de sua espécie. A seda utilizada pode
ser formada por um simples fio com gotas pequeníssimas e pegajosas que serve
para capturar suas vítimas. Como aprenderam a fazer isso? Quem lhes ensinou?
Há um programa interno que as impulsiona.
Algumas vespas depositam seus ovos sobre lagartas, larvas, aranhas e
gafanhotos, após anestesiá-los com seu veneno. Quando os ovos eclodem, as
pequenas larvas das vespas têm alimento fresco.
INSTINTO DE REPRODUÇÃO
Observa-se que a maioria dos animais está programada para se reproduzir.
Parece que o propósito de suas vidas é a reprodução. Alguns machos vivem
apenas algumas horas em seu estado adulto, o suficiente para fecundar as
fêmeas.
Em muitos deles, antes do ato sexual, há um elaborado ritual chamado de
cortejo ou galanteio, característico da espécie. É fácil observar esse
comportamento em algumas espécies de aves, como galos, perus, pavões,
pássaros-lira, grous, aves-do-paraíso e muitas outras. O mesmo se observa em
animais como cachorros e bois.
Algo semelhante se pode dizer sobre a construção de ninhos, no caso de
algumas aves. Uma simples depressão no solo é suficiente para os pinguins e
para as andorinhas-do-mar depositarem seus ovos. O bacurau, ave da família
Caprimulgidae, das Américas do Sul e Central, põe apenas um ovo numa
pequena depressão formada pelos galhos horizontais de uma árvore.
As aves tecelãs penduram os seus elaborados ninhos. São curiosos os
ninhos de barro fabricados pelo joão-de-barro e certas andorinhas, ou os do
Ptilonorhynchidae da Austrália, que fabrica grandes estruturas feitas de todo tipo
de objetos, alguns deles bem coloridos.
Há alguns tipos de vespa que fazem seus ninhos de papel, ou como dizem
alguns, de papel machê. As vespas “jaqueta amarela” fazem parte desse grupo.
As vespas fêmeas, sejam rainhas ou obreiras, raspam a madeira, mastigam
fragmentos de vegetais, misturam tudo com a saliva e, depois de alguns
minutos, transformam a pasta em bolinhas que são transportadas para o ninho, a
fim de as utilizarem na construção de pequenas celas. Nessas celas, os ovos
viram larvas, depois ninfas e, finalmente, vespas adultas.
Ainda não se sabe se o produto com que misturam os fragmentos vegetais é
da glândula salivar, de uma glândula localizada no cérebro, de outra no tórax
ou do conjunto de todas elas.
A construção do ninho e o cuidado das crias é um trabalho social. Todas
contribuem para o bem-estar e a multiplicação da colônia. O papel produzido
nesse processo é bem leve, pois tem a espessura de um décimo de milímetro;
porém é muito forte e à prova d’água, pois é desenhado para abrigar as colônias.
As vespas solitárias não fabricam esse papel, mas cavam os seus ninhos no
solo e, com o barro, constroem suas celas. Outras fazem seus ninhos de barro
em troncos e muros. Os ninhos de barro podem ser enfeitados com pedaços de
vegetais, ou feitos de vegetais unidos ao barro.
Podemos nos perguntar: Como as vespas aprenderam a construir seus
ninhos? Quem lhes disse que tinham de raspar talos e folhas de vegetais e
misturá-los com a saliva, levar tudo para o ninho e arrumar esse produto na
colmeia já existente? Como sabem qual é o tamanho e o formato hexagonal das
celas que fabricam? É evidente que elas foram projetadas dessa maneira e com
um programa interior ao qual chamamos de instinto.
Quando o inverno se aproxima, as vespas jaqueta amarela existentes são
apenas as fêmeas fecundadas, ou seja, as rainhas; as operárias e os machos
morreram. Quando se inicia a primavera, as rainhas despertam do sono
invernal, começam a construir o ninho, depositam ali os ovos, e alimentam as
larvas que se transformam em vespas. As novas vespas continuam construindo e
alimentando as outras larvas resultantes dos demais ovos que a rainha pôs após
tudo isso. Elas são incansáveis!
O instinto maternal é um fenômeno universal. Podemos observá-lo nas
aves desde a incubação dos ovos até o cuidado que têm com os filhotes.
Também podemos admirar esse instinto em animais selvagens como leoas,
panteras, tigres e crocodilos, no tratamento amoroso, terno, gentil e carinhoso
com suas crias, ainda que sejam o terror de outros animais da selva.
O amor materno leva essas fêmeas a defender seus filhotes dos predadores,
a ponto de correr risco de morte ao passar dias em jejum enquanto cuidam
deles. O instinto faz com que procurem alimento, ainda que isso signifique
trabalho, cansaço e riscos.
Um pesquisador observou que um casal de sabiás tinha um ninho com
cinco filhotes. Nos primeiros dias, o macho buscava alimento para as crias; mas,
depois de uma semana, e diante do grande apetite da ninhada, ambos os pais
passaram a sair em busca de alimento. A cada hora, faziam 29 viagens, levando
duas ou três lagartas a cada retorno. O pesquisador calculou que, ao fim
daquele dia, os pais tinham levado cerca de mil larvas para seus filhos.
INSTINTO TERRITORIAL
Além de ser um meio de comunicação entre as aves, o canto também serve
para identificar o “dono” do território em que ela se põe a cantar. Cães e lobos
demarcam seu território com secreções de glândulas especiais.
Alguns pesquisadores consideram que o instinto, tanto de machos como de
fêmeas, em relação a um espaço determinado é mais forte que o instinto sexual.
Os castores têm, geralmente, uma ninhada de quatro crias por ano. Uma
pesquisa feita com uma colônia de seis castores demonstrou a determinação, o
esforço, a perseverança e a luta que um casal de castores empreende para
preservar seu território.
Em um período de 353 dias, eles derrubaram 1.010 árvores; levaram-nas
para sua lagoa; tiraram toda a casca; cortaram em pedaços e os utilizaram para
as obras de construção, alimentação e armazenamento em seu depósito. É o
instinto que os faz trabalhar dessa maneira.
O instinto está nos genes de todos os animais e do ser humano. Ele tem
um propósito para a sobrevivência, seja na alimentação preferida, na
reprodução (que inclui as condutas pré-nupciais), na construção do ninho, na
alimentação dos filhos, nas mudanças hormonais que modificam a conduta
com as crias e com toda a comunidade, em seus cantos e em muitos outros
aspectos. Certamente, deve ter havido um plano para tal instinto.
O acaso e a ação de milhões de anos são incapazes de obter tantas
maravilhas. O rei Davi escreveu: “Grande é o Senhor e digno de ser louvado;
sua grandeza não tem limites” (Sl 145:3).
REGENERAÇÃO
Alguns anos atrás, em uma das praias da linda ilha da Jamaica, encontrei
um pepino-do-mar que as ondas levaram para a orla. Pensando em incrementar
os espécimes do laboratório de biologia, coloquei-o em um pote com água
marinha para que eu pudesse transportá-lo, evitando que morresse.
Naquela mesma tarde, levei-o para o laboratório a fim de preservá-lo.
Pensando que já havia morrido, injetei-lhe formaldeído através do orifício anal.
Imediatamente, o líquido injetado foi expulso, acompanhado de órgãos
digestivos. Nesse momento, presenciei um fenômeno já observado por outros
cientistas: quando um pepino-do-mar se sente ameaçado, ele procura se
proteger expulsando o aparelho digestivo, que, mais tarde, será substituído por
outro.
Anteriormente, eu já havia feito experiências com planárias terrestres (uma
espécie de verme achatado que vive debaixo das pedras, nas margens úmidas
dos rios), cortando-as em duas, quatro ou mais partes, em diferentes níveis do
corpo. Em quatro semanas, cada pedaço da planária tinha se transformado em
uma planária completa, embora menor; mas, que, posteriormente, crescia até
ficar do tamanho normal. Havia-se realizado o espantoso processo biológico da
regeneração.
O
planeta Terra é um lugar de belezas incontáveis, flores
multicoloridas, fragrâncias das mais exóticas e prados verdejantes
onde habitam seres maravilhosos. Nele encontramos montanhas que
nos convidam a subir até as mais elevadas alturas, oceanos azuis com praias de
areias brancas e recifes coralinos que abrigam inúmeras, diversas e fantásticas
criaturas.
À primeira vista parece haver perfeição e harmonia na natureza e, em
muitos aspectos, isso é verdade. Porém, quando observamos os detalhes,
encontramos decadência, dor, lutas e imperfeições.
O ambiente físico pode ser hostil: o frio ou o calor, as águas salobras ou
ácidas, a escassez de oxigênio, a escuridão ou o excesso de luz e a força da
gravidade. Todos esses fatores podem ser limitadores para a vida.
As plantas e os animais são afetados por doenças e parasitas. Os animais são
perseguidos e mortos por outros mais fortes e poderosos. Alguns seres vivos
possuem substâncias venenosas que põem em risco a vida de outros, e assim por
diante.
RESISTÊNCIA AO FRIO
O corpo de todos os seres vivos contém alta porcentagem de água, que
pode variar entre 60 e 99%. As medusas parecem gelatina porque a água
compõe a maior parte de seu organismo.
Um frio intenso pode produzir a morte do animal, pois a água nas células,
ao se transformar em gelo, aumenta seu volume e rompe a membrana celular.
Feijões, tomates, abóboras, diversas plantas e hortaliças, como também as
frutas, especialmente o limão, a laranja e o abacate se congelam com a geada, a
neve ou o granizo.
A madeira seca, com suas fortes fibras, não sofre muito dano por
congelamento. Entretanto, os tecidos vivos como o das folhas, flores em botão,
caules e outras partes delicadas das plantas precisam se defender do frio.
Entretanto, é notável que grandes bosques de coníferas, que permanecem
cobertos de neve e gelo por vários meses, possam resistir até 70 ºC negativos.
Vemos isso nas araucárias da cordilheira dos Andes; nos cedros e ciprestes mais
ao sul; nos bosques de cedro, pinheiros, sequoias e outras árvores do hemisfério
Norte.
Sua defesa contra o frio reside nos vasos resiníferos revestidos interiormente
de células vivas que segregam uma substância resinosa chamada terebintina,
que atua como anticongelante.
Outras plantas eliminam por osmose a maior parte da água de suas células,
uma vez que, com menos água, o risco de danificar a membrana celular é
menor, ou nulo.
O gelo sobre caules e botões de flor se derrete mais rápido do que no solo
gelado, permitindo que as plantas comecem antes a fotossíntese, o que não
ocorreria se dependessem unicamente da água extraída pelas raízes. É
maravilhoso ver que o mesmo método que uma planta usa para se defender do
ataque do gelo também a ajuda a renovar a vida na primavera.
© Uryadnikov Sergey | Fotolia
O pelo denso e o calor fornecido uns pelos outros são métodos de resistência ao frio utilizados por
muitas espécies.
RESISTÊNCIA AO CALOR
Mamíferos e aves resistem bem a temperaturas entre 30 e 35 ºC; porém
não há animal que resista por muito tempo a temperaturas superiores a 55 ºC.
Nas fissuras hidrotermais do fundo do mar, a água penetra até
profundidades onde há lavas e gases quentes que a transformam em vapor. Esses
vapores sobem carregados com minerais oriundos das rochas.
Entretanto, nesse ambiente vivem animais bem diferentes, como os vermes
tubulares, caranguejos, anfípodes, bactérias e mexilhões. Desde 1979, quando
se iniciaram as pesquisas nesses lugares, a cada ano se descobrem cerca de 20
espécies novas de animais. O animal mais resistente ao calor é um verme que
tolera temperaturas entre 65 e 79 ºC.
Muitos líquens e musgos crescem sobre pedras, mas têm grande resistência
natural à falta de água.
A força da gravidade também pode dificultar a vida. Muitas plantas
trepadeiras têm de enfrentar essa força. A fim de se sustentar à medida que
sobem, elas possuem apêndices, ou gavinhas, com os quais se fixam nas árvores,
arbustos ou rochas da superfície.
O
minuto tem 60 segundos; a hora, 60 minutos; o dia, 24 horas; o ano,
365 dias; a vida humana, em média, 75 anos; o universo, anos
incontáveis; e Deus, a eternidade.
O tempo, a quarta dimensão do espaço, a tudo assiste; nada pode se isolar
dele. Os relógios existem há milênios como uma forma de medilo. Existem
relógios de sol, areia, pêndulo, quartzo, eletrônicos e atômicos. Alguns são mais
exatos do que outros, mas todos cumprem a tarefa para a qual foram projetados.
Há relógios que têm funcionado por alguns milhares de anos e, somente
nas últimas décadas, foram reconhecidos como tais pela ciência. Mesmo assim,
não tem sido elucidado como são constituídos nem como funcionam. Refiro-
me aos relógios biológicos.
Os relógios biológicos medem:
• A duração do desenvolvimento de um organismo
• A duração das células
• A hora do dia em que muitas plantas abrirão suas flores
• O momento em que os insetos sairão de seus casulos ou crisálidas
• A idade quando aparecerão os dentes de um bebê
• O começo da puberdade, a aparição da barba
• O término da vida.
Não importa que aspecto da vida consideremos, a influência dos relógios
biológicos se manifestará. Há algo mais do que estímulos externos como a luz,
temperatura, umidade, pressão ou gravidade. O relógio biológico é um relógio
nato.
As células, assim como os órgãos, têm seus ciclos. A vida normal de um
glóbulo vermelho é de quatro a seis semanas. Entre os microrganismos, as
bactérias se reproduzem a cada 20 minutos.
Existem plantas cujas flores se abrem durante o dia e se fecham à noite.
Entre elas, são muito comuns os hibiscos e os nenúfares. As folhas do feijão se
erguem durante o dia e se inclinam quando escurece.
Cada espécie de animal ou vegetal tem uma média de vida de dias,
semanas, meses, anos e, em alguns casos, até séculos. Veja o quadro
proporcional:
E
xistem mais espécies animais que voam do que as que não voam.
Observe a quantidade de aves, morcegos e insetos voadores. Uma vez
que os insetos compreendem cerca de 75% dos animais existentes –
embora nem todos voem –, podemos dizer que a cada quatro espécies, três são
capazes de voar.
Felizmente, os insetos, em sua maioria, são pequenos. Já imaginou
centenas de insetos do tamanho de um pavão voando sobre sua cabeça? Isso
seria terrível!
Entretanto, tanto nas aves como nos insetos encontramos espécies que não
voam. O avestruz e a ema, da América do Sul; o kiwi, da Nova Zelândia; o
casuar e o emu, da Austrália; e os pinguins da Antártida são exemplos de aves
que não voam.
Entre os insetos, conhecemos as pulgas que saltam, mas não voam. Os
piolhos e os bichos-pau somente caminham. Certos grilos e as tesourinhas
encontradas nos jardins tampouco têm asas; as traças, que aparecem quando
tiramos algum livro da estante, não têm como voar. As fêmeas de alguns insetos
não têm asas, ou essas são muito pequenas, como é o caso do louva-a-deus.
O homem sempre almejou voar e, para construir os aviões e helicópteros,
foi obrigado a conhecer a aerodinâmica do voo. Ao contrário dos aviões, que
têm asas fixas, as aves, os morcegos e insetos fazem, ao voar, inúmeras
mudanças na posição de suas asas. Certas aves pequenas e alguns insetos são
capazes de permanecer imóveis no ar, voando de uma forma que não se pode
explicar pelos princípios da aerodinâmica.
As aves foram criadas para voar. Essa capacidade se deve principalmente às
penas, que são um exemplo maravilhoso de engenharia. Elas são sólidas e leves,
podendo suportar grandes deformações sem se quebrar. Procure uma pena e
olhe bem para ela, a olho nu. Se tiver uma lupa ou um microscópio, utilize-os
para essa observação. Você verá algo formidável!
A estrutura da pena é muito complexa. Ela tem ramificações paralelas que
saem da raque, ou eixo da pena. Essas ramificações são chamadas de barbas e
são miniaturas da própria pena.
As barbas possuem diminutos filamentos laterais chamados bárbulas, que
também se ramificam em barbelas, muitas das quais possuem ganchos que
mantêm todos esses elementos em seu lugar. Uma só pena pode ter centenas de
barbas, milhares de bárbulas e milhões de barbelas e pequeninos ganchos.
Nem todas as penas são iguais. A que descrevemos acima é a pena rêmige,
que se encontra na cauda; ou a retrize, localizada nas asas. São as penas
clássicas, usadas na Antiguidade para escrever com tinta, ou que comumente
encontramos em locais descampados onde há aves.
As penas da cauda são chamadas de timoneiras e têm estrutura semelhante
à das penas ramificadas. As plumas que cobrem o corpo da ave são chamadas de
tetrizes e se parecem com as rêmiges, com a diferença de possuírem filoplumas
na base da raque, que se parecem com pelos muito finos.
Muitos pássaros possuem uma penugem que, embora também sejam
penas, não têm raque e são como ramalhetes escondidos por baixo das tetrizes.
Alguns grupos de aves, como as garças, possuem um tipo de lanugem que se
desintegra e forma um pó muito fino que ajuda a compor a plumagem.
Embora a estrutura das penas seja a ideal para voar, elas também servem
para proteger a fina e sensível epiderme da ave, enfeitá-la com as formas de
cristas ou penachos e como um condicionador de ar.
O número de penas é variável, mas pode ser de mil a 25 mil, dependendo
do tipo de ave e do tamanho. Um beija-flor pode ter 940 penas, e um cisne, 25
mil. No inverno, o número de penas pode aumentar.
Na primavera, as penas rêmiges e timoneiras são trocadas aos pares, uma
de cada lado, progressivamente.
Todas essas características nos falam de um planejamento, pois o que
aconteceria se as penas fossem trocadas do lado esquerdo e, depois de algumas
semanas, do lado direito? As aves não poderiam voar por falta de equilíbrio.
Outra importante característica das aves que lhes permite voar é a leveza.
Elas possuem corpos leves, uma vez que seus ossos são firmes, ocos e de paredes
bem delgadas. Elas têm dois pulmões e oito ou nove bolsas aéreas, que ocupam
a maior parte da cavidade do corpo e chegam a penetrar no interior dos ossos.
Na próxima vez em que você viajar de carro, ponha a cabeça para fora da
janela e tente respirar. Você vai notar que, à medida que a velocidade aumenta,
fica mais difícil inspirar por causa da pressão do vento. Para as aves, esse
problema não existe, graças a sua respiração unidirecional. O que é isso?
O ar inalado entra nos brônquios e, deles, segue diretamente para as bolsas
aéreas posteriores. Simultaneamente, o ar que está nos pulmões é empurrado
para as bolsas anteriores. Ao exalarem, o ar das bolsas posteriores é empurrado
para os pulmões, enquanto as bolsas anteriores expelem o ar para fora. Dessa
maneira, o ar sempre circula dentro do corpo da ave tanto durante a inalação
como na exalação.
Em vez de alvéolos, que são cavidades sem saída, incompatíveis com o voo
unidirecional das aves, o tecido dos pulmões tem minúsculos condutos
chamados parabrônquios.
O desenho da ave é tão bem feito que o sangue circula pelos capilares
formando um ângulo com o fluxo de ar, assim aumentando a eficiência do
processo respiratório.
Além disso, uma excelente visão também é importante para o voo. A
capacidade visual das aves não é igualada por nenhum outro ser vivo. A vista de
um gavião é oito vezes superior à do ser humano. Um autor diz que as aves
carregam ao mesmo tempo uma lente de aumento e um telescópio em cada
olho. Elas podem localizar suas presas a apenas alguns centímetros ou a
centenas de metros. Aqui, parece que a “evolução” teria sido mais ampla nas
aves do que nos humanos.
TIPOS DE VOO
As aves voam quase sempre para frente, embora os beija-flores sejam
capazes de voar para trás, ou permanecer parados no ar, sempre batendo as asas
para cima e para baixo. Entretanto, há aves que voam com as asas estendidas,
sem batê-las.
Voo planado
Quase todas as aves são capazes de planar. Elas estendem as asas e as
deixam imóveis. Se o ar está calmo, começam a descer lentamente. São famosos
nesse tipo de voo os condores, águias, falcões, albatrozes e gaivotas.
Um animal que percorre pelo menos 30 centímetros horizontalmente para
cada 30 centímetros que cai é um planador, mas não um voador. Por sua vez, o
animal que se move menos na direção horizontal do que se movimenta na
vertical, na verdade, “pula de paraquedas”.
Até pouco tempo atrás, os herpetólogos, cientistas que estudam anfíbios e
répteis, acreditavam que todas as serpentes voadoras eram paraquedistas. Pois,
diferentemente dos esquilos voadores, dos lêmures voadores e dos sapos e
lagartos voadores, falta a elas as estruturas amplas e delgadas que guiam a
descida.
A “serpente da árvore do paraíso”, a Chrysopelea paradisi, nativa do sudeste
da Ásia, se pendura num galho e se lança para o alto, longe dele. A partir disso,
ela começa a cair em um ângulo muito agudo.
Depois de cair menos de três metros, essa serpente, que mede cerca de 60
centímetros de comprimento, toma a forma de um S e começa a ondular, da
mesma forma como se arrasta no solo. É como se nadasse no ar! Nesse
momento, o ângulo de sua queda diminui 13 graus. Dessa forma, a cobra pode
avançar quase quatro vezes mais horizontalmente do que o faria verticalmente.
Enquanto a “serpente da árvore do paraíso” está em queda, ela expande de
tal maneira as costelas, que seu ventre fica côncavo, ampliando sua superfície e
permitindo que ela plane e caia mais lentamente.
Voo a vela
Este é um sistema utilizado especialmente por aves de rapina. A diferença
do voo a vela para o voo planado é que, no primeiro, a ave pode manter a
altitude e até aumentá-la, graças a correntes ascendentes de ar e/ou a velocidade
do vento.
Ao observar um condor, uma águia ou um urubu fazendo círculos no céu,
notamos que a ave sobe cada vez mais a cada volta que faz, ilustrando assim,
como é o voo a vela.
O
s órgãos dos sentidos são “terminais” que alimentam o inigualável
computador chamado cérebro, o qual recebe, analisa, avalia,
interpreta e arquiva as informações do ambiente que nos rodeia, ao
mesmo tempo em que regula, estimula, protege e cuida do corpo.
Esses terminais são os olhos, ouvidos, pele, nariz e boca. Os primeiros três
detectam estímulos luminosos, acústicos, mecânicos, térmicos e elétricos. Os
dois últimos captam as mensagens químicas enviadas pelo ambiente.
OLHOS
Esse órgão recebe por volta de 70% dos estímulos do ambiente externo. É
ele que nos dá a noção de profundidade, ou percepção estereoscópica,
qualidade que permite determinar a distância em que se encontram os objetos
que vemos.
Os olhos são duas esferas acomodadas e protegidas pela cavidade óssea. Se
eles tivessem uma forma irregular, quadrada ou triangular, seria difícil movê-los
simultaneamente em movimentos lineares ou circulares.
Os olhos se movimentam cerca de 100 vezes por dia. Seus seis pequenos
músculos realizam um esforço comparável ao de correr 85 km nesse período. A
localização dos músculos permite que o olho se movimente em quase todas as
direções.
Eles possuem o primeiro limpador de para-brisas conhecido, as pálpebras,
em cujo lado livre se encontram as pestanas. Piscamos entre 14 e 20 mil vezes
por dia, ou seja, cerca de 15 vezes por minuto, para que a córnea, que é a
membrana que cobre o olho, receba umidade, lubrificação, oxigênio e
proteínas. Não fosse por isso, a córnea se ressecaria e ficaríamos cegos.
Se um objeto ou partícula se aproxima, os olhos se fecham. E se algum
corpo estranho chega a sua superfície, seu rápido movimento o arrasta para fora
do olho.
© Sidney Meirelles
SISTEMA AUDITIVO
Com esse órgão você pode escutar seu cônjuge, seus filhos, seus pais e tudo
mais. Ele é formado por duas estruturas em ambos os lados da cabeça e
constituem nosso sistema auditivo.
Um par de ouvidos é importante para determinar o lugar de onde
procedem o som e os ruídos.
As ondas sonoras são tridimensionais e suas diferentes frequências são
captadas pelas orelhas e, então, enviadas pelo canal auditivo externo para o
tímpano, como se tivéssemos nossa própria antena parabólica.
O canal auditivo externo possui o cerume, que é uma cera de cor marrom
que está sempre se renovando e saindo para a parte externa do ouvido. Ela
parece ser uma proteção contra ácaros.
© Peterjunaidy | Fotolia
Anatomia do ouvido.
SISTEMA OLFATIVO
No nariz, encontram-se as fossas nasais, cavidade que em sua parte
superior possui uma área amarelada de uns 5 cm², chamada de pituitária
amarela. Existem ali cerca de 6 milhões de células olfativas.
As partículas olfativas se dissolvem na umidade nasal estimulando essas
células, as quais transmitem o aroma para o cérebro através do nervo olfativo.
Podemos distinguir cerca de até 10 mil cheiros. Nosso cérebro guarda o
cheiro na memória até que voltemos a senti-lo, e é por isso que somos capazes
de interpretá-lo: isso cheira a limão, baunilha, etc. Os odores são classificados
como mentolados, etéreos, florais, alcanforados, resinosos, almiscarados,
pútridos ou penetrantes, como o do vinagre.
A localização do nariz no rosto não é resultado de uma casualidade; é a
localização ideal, assim como sua forma e estrutura também são, pois permitem
direcionar o ar para a pituitária amarela. A cada três horas, frequentemente – e
por razões desconhecidas –, as janelas nasais se alternam em suas funções.
Sabe-se que a mulher tem o sentido do olfato mais aguçado do que o do
homem. Aos 80 anos, é possível que se perca algo próximo a 75% do olfato. Os
albinos têm dificuldade de sentir o cheiro das coisas, possivelmente porque sua
pituitária amarela tenha uma cor pálida. Aparelhos auditivos e óculos auxiliam
na audição e visão, respectivamente, quando esses órgãos estão falhando. No
entanto, não existe nenhum aparelho que ajude no olfato quando este começa a
falhar.
© Marta Irokawa
Anatomia do nariz.
O REVESTIMENTO CORPÓREO
A pele reveste todo o corpo e é o maior órgão da estrutura humana. Já
nascemos com essa vestimenta.
Num adulto, toda a pele pesa entre dois e três quilos e tem uma superfície
de 2,5 m². É formada por duas capas: a derme (mais profunda) e a epiderme
(mais superficial).
Numa polegada quadrada (2,54 cm²), há 3,6 metros de vasos sanguíneos,
800 sensores de dor, 400 glândulas de suor, 12 mil terminações nervosas, 48
sensores de calor e 100 sensores de pressão.
Embaixo da derme, encontra-se a hipoderme, constituída especialmente
de tecido adiposo, que serve como isolante térmico. Ela une a pele aos
músculos subjacentes. O tecido adiposo se distribui no corpo humano de
maneira diferente do que ocorre nos animais. Um gorila, chimpanzé ou
orangotango pode aumentar de peso ao aumentar o abdômen, mas nunca terá
bochechas inchadas, nádegas e braços gordos, um grande busto ou músculos
fortes.
Existem na pele corpúsculos tácteis que nos permitem detectar as ondas
calóricas e a pressão do mesmo modo com o fazem um termômetro e um
barômetro, respectivamente, como também a aspereza e a suavidade, o afiado e
o rombudo. Esses corpúsculos são abundantes nas mãos – as principais
ferramentas do corpo humano – e têm incrível sensibilidade, podendo detectar
relevos de 1/1.000 de milímetro.
As funções da pele são muitas e, ao mesmo tempo, surpreendentes. Ela
serve como:
1. Indicador de dor, devido às terminações nervosas.
2. Protetor solar contra a radiação ultravioleta, fazendo subir à superfície
epidérmica o pigmento chamado melanina, que dá cor à pele.
3. Guarda-chuva, por causa da queratina que tem em seu exterior, a qual
resiste a quase todos os solventes naturais: água, óleos, ácidos e bases diluídas.
4. Casaco resistente e flexível, com um ph (grau de acidez) tal que não
deixa penetrar água, bactérias nem vírus.
5. Absorvente, incorporando água, hormônios, medicamentos,
desodorantes e perfumes.
6. Também é um laboratório químico produtor de vitamina D,
indispensável para formar ossos firmes, e um armazém de sal e gordura, que
ajuda a conservar o calor corporal e a amortecer golpes. Quando a gordura é
escassa, a pele fica enrugada.
© Ilusjessy | Fotolia
Anatomia da pele.
Parece incrível que a pele seja uma lixeira para onde vão os produtos
tóxicos que precisam ser eliminados pelas glândulas sudoríparas, que são como
rins em miniatura por excretar toxinas, alguns sais e medicamentos.
A pele é um termostato que regula a temperatura do corpo por meio de
uma rede de capilares sanguíneos e de 3 milhões de glândulas sudoríparas que
eliminam entre um copo e oito litros de água por dia, dependendo das
atividades realizadas. O suor abundante não é produzido apenas pelo calor, mas
também em momentos de medo ou tensão. As glândulas sudoríparas são
abundantes na palma das mãos, testa, axila e planta dos pés.
A pele é uma planta industrial vitalícia, produtora de unhas, pelos, suor e
sebo. Na base dos pelos, encontram-se as glândulas sebáceas, as quais se
desenvolvem a partir da puberdade. Sua secreção mantém o pelo suave, não
quebradiço.
Quando bactérias ativam o suor e o sebo das glândulas sebáceas, sentem-se
odores característicos. O cheiro da pele é único em cada indivíduo. Nossa pele
produz 350 cheiros diferentes e alguns acreditam que possam chegar a mil.
Há evidências de que o cheiro de algumas pessoas possa atrair ácaros,
piolhos, mosquitos e moscas, cujas larvas são endoparasitas.
A pele é um tabuleiro de sinais. Chamamos de febre o aumento da
temperatura devido à presença de infecção em alguma parte do corpo.
Mudanças de cor indicam sarampo, escarlatina, icterícia, anemia ou outras
doenças. Se você vê em sua mão um pontinho vermelho rodeado de uma
auréola rosada, logo reconhecerá que uma pulga passou por ali. As impressões
digitais dos dedos da mão são o nosso sistema de identidade.
Por meio da pele é que se percebe o toque de amor de uma pessoa
querida. E, como se fosse pouco, a mesma epiderme se renova totalmente a
cada 15 dias. Estima-se que, a cada dia, perdemos 10 bilhões de células
epidérmicas, as quais ficam principalmente na cama, roupa e banheira, ou se
soltam quando caminhamos, comemos ou nos abraçamos.
Tudo isso é realizado de forma automática, sem que haja nenhum esforço
de nossa parte. É algo extraordinário e fantástico.
SISTEMA DO PALADAR
Localizados na parte anterior da boca, os lábios possuem músculos que nos
permitem abrir e fechar a boca, sugar, assoviar, sussurrar, falar e beijar. Os
lábios também são “porteiros” que anunciam a temperatura do alimento.
A língua fica na base da boca, e é o órgão principal do paladar. Os lábios e
a língua estão entre os tecidos mais sensíveis do nosso corpo. É por isso que
uma grande porção do córtex cerebral está destinada a interpretar os estímulos
que essas zonas do corpo recebem.
Na base da língua, veem-se umas protuberâncias no formato de um V
aberto para frente, que são algumas das 300 papilas gustativas que possuímos.
Outras estão no interior das bochechas, do palato e da garganta.
As papilas gustativas têm cerca de 10 mil corpúsculos gustativos que
detectam os diferentes sabores: o doce, na ponta da língua; o salgado e azedo,
nos lados; o amargo, na parte posterior da língua, no palato e na garganta. Esses
sabores não são os únicos. Fala-se do sabor dos sais metálicos, do giz, de alguns
aminoácidos. Quanto mais fome tivermos, melhor será o sabor dos alimentos.
Com os anos, os corpúsculos gustativos diminuem, o que explica por que
na velhice se sente menos o sabor dos alimentos.
Os dentes estão localizados nas extremidades das mandíbulas superior e
inferior, mas somente a mandíbula inferior se move para cima e para baixo, e
um pouco para frente e para trás.
© Alexilus | Fotolia
Anatomia da boca.
SISTEMA DIGESTÓRIO
O
sistema digestório é constituído por um conjunto de órgãos. Sua
função é receber os alimentos e processá-los para que os nutrientes
possam atravessar os diversos tecidos, entrar na corrente sanguínea e
alcançar todas as células do organismo. Durante uma vida, passam por ele cerca
de 70 toneladas de alimentos.
Os alimentos contêm todos os nutrientes que nos dão energia e elementos
que reparam e fabricam as estruturas celulares necessárias para a vida, sendo
chamados de carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais.
Quando um alimento sólido entra na boca, deve passar por um sistema de
segurança constituído pelo olfato e pelos lábios. Então, os dentes começam seu
trabalho: os incisivos cortam, os caninos rasgam e os pré-molares e molares
trituram.
Como os alimentos podem ter texturas diferentes, os dentes devem ser
suficientemente fortes. Para isso, sua cobertura é de esmalte, a substância mais
dura que temos em nosso corpo. Após o esmalte, vêm a dentina e o cimento.
Entretanto, os dentes também precisam de nutrientes e de sensibilidade, o
que recebem através dos vasos sanguíneos e nervos que circulam em seu
interior.
© Pixeocals | Fotolia Os dentes que crescem antes dos seis anos de
idade são apenas 20 e não têm raízes muito
profundas. Entre 6 e 20 anos de idade, eles são
substituídos pelos dentes que deverão permanecer na
boca por toda a vida.
A cor branco-pérola, forma, o tamanho e a
posição dos dentes na boca resultam de desenho e
planejamento extraordinários.
Entre outros componentes da boca, estão as
glândulas salivares. Como já se mencionou, a saliva
lubrifica, dissolve os alimentos, transforma-os e
destrói as bactérias.
A língua desempenha um papel indispensável,
Sistema digestório.
pois mistura os alimentos com a saliva, faz a
degustação e os empurra para a faringe, de onde
seguirão para o esôfago. Nesse processo, a epiglote
bloqueia a laringe, impedindo que o alimento passe para a traqueia e os
pulmões, o que seria perigoso para a função vital da respiração. A abertura para
as fossas nasais fecha o palato mole, que também serve de obstáculo para o
caminho dos ouvidos pela trompa de Eustáquio.
Engolimos cerca de 600 vezes por dia, metade delas para engolir saliva. É
impossível engolir com a boca aberta. Muitos mamíferos podem engolir
enquanto respiram, mas para o ser humano isso é impossível: ou comemos ou
respiramos.
Uma vez que o alimento chega ao esôfago, é como se tivesse caído numa
correia sem fim que o levará de forma automática ao longo de todo o tubo
digestório, graças à musculatura lisa que se contrai progressivamente num
processo conhecido como peristaltismo. O alimento demora dois ou três
segundos para percorrer o esôfago.
Nesse processo, existe uma impressionante coordenação de atividades,
ações complexas e precisas de vários órgãos, que incluem os digestórios, as
glândulas digestivas, o sistema muscular liso e o sistema nervoso. Em condições
normais, ninguém percebe o que verdadeiramente acontece nessa parte do
corpo.
Cheirar, saborear ou pensar no alimento estimula as glândulas salivares,
como também as glândulas gástricas, as quais começam a produzir o suco
gástrico, que fica a espera do alimento.
Todos os dias, o estômago segrega cerca de 2,5 litros de suco gástrico. Esse
suco contém ácido clorídrico e certas enzimas que transformarão proteínas,
gorduras e carboidratos que, com minerais e vitaminas, formarão o quimo.
Por vezes nos perguntamos como é possível que o ácido clorídrico e as
enzimas, ambos produzidos pelas glândulas gástricas, façam a digestão dos
alimentos e de tudo que chega ao estômago, sem afetar as paredes do estômago.
A razão é que as células que formam o interior do estômago produzem
uma barreira de muco que não permite sua degradação. Quem ensinou essas
células a produzir muco? Quem deu a fórmula com os componentes exatos
para tal resistência?
Na união do esôfago com o estômago, existe uma válvula chamada cárdia
que permite a passagem do alimento até o estômago. Quando o alimento chega
ao estômago, uma mensagem é enviada, por via reflexa, ao pâncreas, ao
intestino delgado e à vesícula biliar, para que se preparem para a chegada do
quimo. O alimento permanece no estômago de duas a quatro horas até ser
digerido.
Realizada a digestão no estômago, dá-se a ordem de abrir o piloro, válvula
que separa o estômago do intestino. O intestino é um tubo com cerca de sete
metros de comprimento, e sua primeira parte é o duodeno. O quimo, formado
pelo alimento semidigerido no estômago, estimula a secreção da enzima
colecistocinina (CCK), que induz o piloro a se fechar e a vesícula biliar a se
contrair, enviando bile ao duodeno. Ali não há comandos de um guarda, mas as
ordens químicas se executam sem qualquer demora ou discussão.
A digestão dos nutrientes no intestino delgado se completa no período de
uma a quatro horas pela ação do suco intestinal, do suco pancreático e da bílis,
totalizando cerca de 5,5 litros de sucos digestivos por dia.
Os aminoácidos, os ácidos graxos, a glicerina e a glicose, juntamente com
as vitaminas e os minerais, são absorvidos nas vilosidades intestinais e levados
por meio de capilares a todas as partes do corpo, depois de passarem pelo fígado.
Os ácidos graxos e a glicerina são levados para uns tubinhos chamados
quilíferos, que fazem parte do sistema linfático – um sistema de tubos em que a
linfa circula lentamente até o canal torácico –, o qual, por sua vez, desembocará
na veia subclávia esquerda, que vai até o coração. Os açúcares e proteínas são
levados pelos vasos sanguíneos para o fígado, onde serão misturados com o
sangue que ali chega vindo do coração.
No intestino grosso, o alimento permanece por cerca de dez horas, às vezes
por alguns dias. Uma grande quantidade de água é ali absorvida, dando
consistência ao alimento não absorvido, que constitui as fezes ou o material
fecal, que são excretados pelo ânus.
O sistema digestório é um sistema que requer a colaboração de diversos
tecidos: epiteliais, nervosos, musculares e glandulares. Os tecidos interiores se
desgastam e devem ser substituídos, o que é feito automaticamente.
A digestão dos alimentos é interrompida cada vez que comemos, o que
retarda o processo digestivo. Os órgãos digestórios, assim como os músculos,
precisam de descanso depois do período ativo. Caso não permitamos esse
descanso, a harmonia interna dos órgãos do corpo começará a se deteriorar.
O fígado, que é a maior glândula do corpo humano, é um laboratório
químico extraordinário. Ele fabrica a bílis, que governa a atividade intestinal a
fim de que não nos intoxiquemos com os produtos de nossa própria digestão. É
a bílis que dá cor às fezes, por meio dos pigmentos biliares que contém.
Apesar de tudo isso, o fígado é muito mais do que uma glândula digestiva.
Ele elabora um grande número de substâncias químicas necessárias a todos os
órgãos. Os rins não poderiam eliminar o nitrogênio residual se o fígado não o
transformasse em ureia para ser excretada.
O fígado converte os aminoácidos em uma albumina que regula o
equilíbrio do sal e da água, sem os quais é impossível viver.
Ele também libera a energia dos alimentos, elabora e armazena glicogênio
e, se as células precisarem de açúcar, fraciona o glicogênio. Além disso, cuida
de armazenar uma quantidade suficiente de gordura, deixando-a de reserva até
que o corpo precise dela.
Nos ossos, o fígado armazena as vitaminas necessárias para a formação de
sangue. Produz heparina, que nos ajuda na proteção contra a formação de
coágulos.
O fígado combate os vírus e toxinas bacterianas, expulsando-os do corpo.
Também elimina os perigosos excessos de medicamento, protege os tecidos
contra as substâncias químicas industriais e equilibra os hormônios sexuais para
que não sejamos impotentes nem obcecados pelo sexo.
O fígado é constituído de apenas um tipo de célula, que, porém,
desempenha diferentes funções. Como isso é feito é um mistério. Da mesma
forma como permanece um mistério a sua grande capacidade regenerativa, que
o habilita a reconstituir seu tecido repetidas vezes, tal como é demonstrado nos
transplantes desse órgão.
Sabe-se que entre os maiores inimigos de fígado estão as bebidas alcoólicas.
O álcool deve ser eliminado do corpo; e, nessa tarefa, desenvolve-se a cirrose,
processo que leva à morte as células hepáticas.
Da mesma maneira, uma nutrição deficiente pode desencadear lesões nas
células hepáticas dando oportunidade para certos vírus as destruírem, causando
a hepatite.
Nutrição adequada e boa higiene, além do não consumo de substâncias
tóxicas, conservarão as funções do fígado, que, dia e noite, trabalha por nossa
saúde.
SISTEMA EXCRETOR
O sistema digestório não pode processar completamente todos os
alimentos. O que sobra deles é considerado como resíduo e, em forma de fezes,
deve ser eliminado do intestino grosso através do ânus. Nosso intestino é, então,
uma espécie de lixeira que recolhe e, depois, envia tudo para o exterior.
No entanto, existe outro sistema de eliminação de resíduos tão ou mais
importante. Refiro-me ao sistema excretor formado pelos rins, ureteres, bexiga e
uretra.
Temos dois rins do tamanho de um punho, os quais se localizam na parte
superior e atrás do abdômen. Cada um deles pesa pouco mais de 100 gramas.
Cada rim tem mais de um milhão de pequenos filtros conhecidos como
néfrons, em cujas extremidades estão os glomérulos, que são estruturas cobertas
por minúsculos capilares por onde passa o sangue.
SISTEMA ÓSSEO
O ser humano nasce com 270 ossos. Alguns deles vão se fundindo com o
passar dos anos, fazendo com que o número se reduza para 206 na idade adulta.
Existem ossos longos, curtos, planos e irregulares. Nas extremidades, temos
ossos compridos e curtos; na cabeça e no ombro, eles são planos; nas vértebras
que formam a coluna vertebral e na pélvis, são irregulares. O osso mais longo e
forte é o fêmur; o menor é o do estribo do ouvido, uma delicada maravilha de
engenharia.
Os extremos dos ossos longos são formados por um tecido ósseo disposto
como uma rede tridimensional, chamada de tecido ósseo esponjoso. As partes
da rede são chamadas trabéculas e, entre seus espaços, encontra-se a medula
óssea que produz os glóbulos vermelhos.
As trabéculas são tão finas como a metade do grafite de um lápis e estão
orientadas na mesma direção das linhas de tensão às quais o osso está
submetido. No caso do calcanhar, elas estão orientadas para dissipar o impacto
associado ao ato de caminhar.
Os ossos têm propósitos diferentes. Os do crânio têm a função de proteger
órgãos vitais como o cérebro e o cerebelo; as costelas protegem o coração e os
pulmões; e a coluna vertebral, a medula espinhal. Os ossos dão forma e firmeza
ao corpo.
Eles são um depósito de minerais: acumulam 99% do cálcio, 88% do
fósforo e quantidades menores de cobre, cobalto e outros elementos.
O cálcio é indispensável para a contração muscular, incluindo o coração.
Sem ele, os axônios dos nervos não poderiam conduzir os impulsos nervosos e o
sangue não se coagularia quando necessário. Um excesso de cálcio se
depositaria nos rins com consequente intoxicação urêmica e morte.
Muitos ossos são uma fábrica industrial, pois contam com a medula óssea
em seu interior, a qual produz uma grande quantidade de glóbulos vermelhos e
a maior parte dos glóbulos brancos. O Engenheiro que os projetou sabia que
um osso compacto seria muito pesado para nossos músculos e que um osso oco
seria tão ou mais resistente que um compacto. Assim, ele providenciou que
houvesse esse oco e aproveitou para instalar ali uma fábrica de glóbulos
vermelhos e brancos.
Os ossos que formam as vértebras e a pélvis são formados em grande
medida por material leve e esponjoso. Os ossos das extremidades são densos e
fortes. Essa dureza deriva do cálcio que forma as células ósseas ou osteócitos.
Os bebês nascem com os ossos moles, e muitos desses ossos possuem
cartilagem nas extremidades. Não fosse assim, o parto natural seria praticamente
impossível.
Nas primeiras cinco semanas de formação do bebê, começa a aparecer a
cartilagem da qual se formarão os ossos; aos quatro meses, o cálcio começa a ser
depositado na cartilagem, começando o processo de ossificação que só
terminará na adolescência. Terminada a ossificação, o osso não cresce mais e o
tamanho da pessoa fica determinado.
Se um osso se fratura, ou seja, se quebra, os osteoblastos segregam um
colágeno que depois se calcificará para regenerar o osso. Para que não fiquem
bordos ásperos e a ossificação seja bem feita, outras células chamadas
osteoclastos trabalham intensamente.
Os ossos não estão livres de doenças. As pessoas mais velhas, especialmente
as mulheres, podem sofrer de osteoporose, que é um desbastamento e
debilitação dos ossos, resultado de uma menor absorção de cálcio do sangue. Os
ossos ficam quebradiços e uma simples queda pode causar uma grave fratura.
O câncer da medula óssea é outra condição que
© pixdesign123 | Fotolia inclui os ossos, e que hoje em dia se trata mediante
transplantes de medula óssea.
Uma invasão de germes pode ocasionar a
chamada osteomielite, uma infecção que pode
destruir os ossos. O germe da tuberculose pode
causar uma deformação da coluna vertebral. E
alimentação e higiene inadequadas podem originar o
raquitismo.
Nunca devemos nos esquecer de que o exercício
contribui para formar ossos mais fortes, firmes e com
maior tensão. As pessoas que ficam na cama por
muito tempo sofrem de uma debilitação dos ossos.
Ainda não dissemos muito sobre a coluna
vertebral, essa série de 33 ossos irregulares que, entre
uma e outra vértebra, têm umas almofadas chamadas
discos. No bebê, a coluna é bastante reta, mas com o
crescimento, ela fica com o formato de um S, com
convexidade posterior nas zonas do tórax e do sacro.
Essa forma de S é importante para o amortecimento
das sacudidas que a coluna deverá suportar. Não
fosse assim, ao pular sentiríamos dor.
Sistema ósseo. A coluna vertebral suporta a maior parte do peso
do corpo, e as costelas estão unidas a ela. A coluna
vertebral permite que giremos a cabeça e dobremos o
corpo. Um orifício em cada vértebra permite alojar a medula espinhal, cujo
propósito principal é transportar milhões de mensagens sensitivas do corpo para
o cérebro e ordens motoras do cérebro para os braços e pernas. Para isso, nos
diferentes níveis da medula nascem e chegam 31 pares de nervos.
Se, por alguma razão, os nervos sofrem pressão – provavelmente por um
disco fraturado –, isso causará muita dor. Um dos casos mais conhecidos é o do
nervo ciático, pois sua dor vai desde a cintura até os dedos dos pés.
Pessoas que ficam paralisadas da cintura para baixo são designadas
paraplégicas. Já o tetraplégico sofre de paralisia desde os braços até as pernas. A
causa dessa paralisia é a destruição da medula espinhal em casos de acidentes.
Mergulhar em águas pouco profundas é uma causa comum de paraplegia, pois
ao se chocar com o fundo, o pescoço se quebra, e a medula óssea se corta. Até o
momento, não existe nenhum recurso cirúrgico que possa solucionar o corte da
medula. A paralisia permanecerá por toda a vida.
Os ossos não poderiam agir se não tivessem o sistema flexível que lhes
permite estar unidos a outros ossos, mas não soldados entre si. Esse sistema é
chamado de articulações.
Fala-se em cinco tipos de articulações. A primeira articulação é a do
encaixe, na qual um lado tem o formato de uma bola e o outro, de uma
cavidade, o que permite movimentos amplos. É o que temos na união do fêmur
com o osso do quadril. Também a encontramos na articulação do braço com o
ombro.
Um segundo tipo de articulação é conhecido como bisagra, a qual permite
um movimento como o de uma porta ao se abrir e fechar. Encontra-se nas
articulações do cotovelo, da mandíbula e dos dedos.
Um terceiro tipo de articulação é a dos tornozelos e munhecas, que
complementam os movimentos das mãos e dos pés, respectivamente. Trata-se
de uma articulação plana.
O quarto grupo é o de movimentos limitados, como ocorre entre as
costelas e as vértebras, e as costelas e o esterno quando respiramos.
O quinto grupo é a articulação fixa que se encontra entre os ossos do
crânio.
Como se pode perceber, cada tipo de articulação está no lugar exato em
que é necessária. Nossas articulações poderiam durar 100 anos ou mais. Assim
como um computador reflete o plano e o desenho de um engenheiro, os
sistemas digestório, excretor e ósseo sugerem a existência de Alguém que os
planejou de maneira perfeita para que o corpo funcione como um todo
harmônico e belo.
23
Sistemas Circulatório e Nervoso
O TRANSPORTE DO SANGUE
N
osso corpo precisa de alimentos, água e ar. Se esses elementos
chegarem aos órgãos digestivos e respiratórios e não encontrarem um
sistema de distribuição que os leve até as células, não servirão para
nada. No entanto, esse sistema foi desenhado sem que se cometesse nenhum
erro. Refiro-me ao sistema circulatório.
O coração faz circular o sangue, que é uma substância constituída por
uma parte líquida – o plasma ou soro sanguíneo – e uma parte sólida formada
por glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, plaquetas e inúmeras substâncias
solúveis.
Os glóbulos vermelhos ou eritrócitos vivem cerca de quatro meses. Sua
função é transportar o oxigênio mediante uma proteína chamada hemoglobina.
Cerca de 200 milhões de glóbulos vermelhos são substituídos a cada dia. Eles
são fabricados na medula óssea dos ossos longos, costelas, vértebras e ossos do
crânio. Os glóbulos antigos são destruídos no baço por terem envelhecido ou
sofrido dano, e o ferro da hemoglobina é reciclado pelo fígado. Nada se perde.
Os glóbulos brancos ou leucócitos são elementos indispensáveis para
combater as infecções. Ao se defrontar com as bactérias, eles produzem
anticorpos, lutando contra vírus, fungos e destruindo tumores.
As plaquetas são contadas aos trilhões. São produzidas com a destruição de
células maiores chamadas megacariócitos. Sem elas, um pequeno corte poderia
© pixelcaos | Fotolia nos fazer sangrar até morrer. Diante de ferimentos, as
plaquetas ficam pegajosas, liberam substâncias
químicas que atraem mais plaquetas e se unem para
formar uma espécie de barragem que detém a perda
de sangue.
Ao mesmo tempo, o fibrinogênio que existe no
sangue forma uma espécie de malha que capta outras
plaquetas, como também os leucócitos e eritrócitos.
Formam-se, então, um tampão que em poucos dias
será removido, limpado dos resíduos e, então, o
tecido normal será restaurado.
Ninguém imagina como o organismo sabe onde
deve efetuar o processo de coagulação.
O sangue circula por um sistema de condutos
Sistema circulatório. ou vasos chamados de artérias, veias e capilares à
vazão de cinco litros por minuto, ou seja, 7.200 litros
por dia. O corpo adulto tem vasos sanguíneos
suficientes para se estender por mais de 96.600 km, ou seja, eles são capazes de
dar duas voltas e meia em torno do nosso planeta!
O sistema circulatório tem uma bomba inigualável: o coração. Sua
duração está garantida para que ele continue batendo por pelo menos 100 anos.
Essa máquina não precisa ser levada ao mecânico, pois se algo acontece, ela é
consertada automaticamente enquanto funciona.
O coração possui quatro câmaras: duas superiores, chamadas de átrios, e
duas inferiores, os ventrículos. O átrio direito recebe o sangue carregado de
dióxido de carbono que percorreu todo o corpo. Esse sangue passa para o
ventrículo direito, que bombeia o sangue para os pulmões para que seja
purificado. Nos pulmões, o sangue recebe o oxigênio que as células precisam e
volta para o átrio esquerdo. Dali, ele passa para o ventrículo esquerdo, o qual,
com poderosas contrações, envia o sangue purificado para todo o corpo.
O coração “sabe” acelerar quando fazemos exercícios ou quando estamos
estressados ou doentes, também “sabe” desacelerar com o repouso. Ele “sabe”
quanto sangue deve bombear e por quanto tempo. Se o coração não funcionar
por somente sete segundos, perdemos a consciência; se parar por quatro
minutos, isso seria fatal para nós. O coração pode palpitar até 30 milhões de
vezes durante um ano e, em toda a vida, mais de 2.500 bilhões de vezes. Não há
no corpo humano um músculo mais forte do que o coração. Diariamente, ele
bombeia sangue suficiente para encher um tanque de 15.138 litros; em um ano,
o coração bombeia mais de 300 mil toneladas de sangue. Embora o coração
represente cerca de 1/200 do peso do corpo, ele requer mais de 1/20 do
abastecimento de sangue do corpo.
O sangue do sistema circulatório, além de distribuir oxigênio, distribui
aminoácidos que vão reparar ou formar células novas e também fornece glicose
que gera a energia que as células precisam para funcionar. Ele leva água e sais
minerais, que contêm iodo, cobalto, cálcio, magnésio, sódio, potássio, fósforo e
ferro. Na corrente sanguínea, não faltam as vitaminas e os hormônios,
mensageiros químicos produzidos pelas glândulas endócrinas que regulam o
funcionamento de tecidos e órgãos.
Entretanto, depois de as células utilizarem esses materiais, elas entregam
restos ou resíduos para o sangue para que sejam eliminados. O dióxido de
carbono resultante da respiração é levado aos pulmões e, dali, para o exterior
pelas vias respiratórias. A ureia e o amoníaco provenientes do metabolismo das
proteínas são levados aos rins, que se encarregam de eliminá-los na urina. As
toxinas e outros produtos são neutralizados no fígado.
As artérias transportam sangue oxigenado com nutrientes, enquanto as
veias conduzem sangue carregado de dióxido de carbono e outros resíduos do
metabolismo. Entre artérias e veias estão os capilares, condutos finíssimos que
se conectam às células. É ali que o sangue circula com mais lentidão e se
realiza o intercâmbio de nutrientes e resíduos.
Nas veias que sobem pelas pernas e vão até o coração, há um conjunto de
válvulas, cuja função é evitar que o sangue seja devolvido por causa da força da
gravidade.
A temperatura do corpo é regulada pela ação do sistema circulatório e das
glândulas sudoríparas. Se sairmos ao ar frio, os vasos sanguíneos da pele se
contraem e empalidecemos, mantendo o calor no interior do corpo. Nos dias
quentes, esses vasos se dilatam para eliminar o calor excessivo, e ficamos
“corados”. É uma verdadeira radiação do calor que requer a cooperação de
todas as células do corpo.
Existe em nós um sistema regulatório pouco conhecido e, de certo modo,
misterioso. Esse sistema também é conhecido como sistema circulatório branco
ou sistema linfático.
Esse sistema é responsável por drenar o excesso de líquido dos tecidos,
além de combater infecções. É como um sistema de esgotos que se origina nos
tecidos, precisamente nos espaços intercelulares, e termina esvaziando
lentamente seu fluido, a linfa, em veias da zona do pescoço, que vão ao
coração.
Não há uma bomba que o faça circular; o movimento dos músculos é
suficiente para isso. Por isso, o exercício físico é tão necessário.
Em seu percurso, a linfa passa pelos gânglios, onde se encontram os
glóbulos brancos prontos para lutar contra as infecções.
O sangue transporta minerais, gordura, vitaminas, açúcares e proteínas
para todas as células por meio das artérias e capilares, a fim de nutri- las. Os
capilares e as veias, como também os vasos linfáticos, recebem das células
líquido em excesso e resíduos do metabolismo, devolvendo-os ao coração.
Todos os dias, o sangue perde metade de suas proteínas, as quais são
recuperadas pelo sistema linfático.
Os gânglios linfáticos são como filtros que retêm quase tudo aquilo que
pode ser nocivo. É possível que você conheça alguém que foi operado de um
tumor maligno (câncer). Geralmente os médicos extirpam não somente o
tumor, mas também os gânglios linfáticos mais próximos do tumor para ter mais
segurança de que o câncer não se estenderá para outros lugares.
Quando ocorre uma infecção no braço ou na mão, podemos sentir dor na
axila; uma infecção na perna pode fazer com que sintamos dor na virilha; uma
infecção no couro cabeludo nos fará sentir dor na região posterior do pescoço.
No entanto, além da dor, também notaremos um inchaço na axila, na virilha ou
no pescoço. Esse é um sinal de que os gânglios estão lutando intensamente para
deter a infecção.
As pessoas que sofrem de leucemia linfática e do linfoma de Hodgkin
experimentam um grande crescimento ganglionar.
Não lhe parece uma maravilha que o corpo reaja automaticamente para
manter a saúde?
SISTEMA NERVOSO
© pixelcaos | Fotolia O sistema nervoso é composto de duas partes
principais. A primeira é chamada de sistema nervoso
central e é formada pelo cérebro, cerebelo e medula
espinhal. A outra constitui o que se chama de sistema
nervoso periférico, que é formado pelos nervos que
desempenham duas importantes funções: o controle
dos músculos esqueléticos que realizam as ações
voluntárias, e o funcionamento automático e
inconsciente, interno e externo, do corpo.
A unidade básica do sistema nervoso é a célula
nervosa, também chamada de neurônio. Ela detecta
a informação sensorial e a conduz na forma de
impulso eletroquímico. Bilhões de neurônios
agrupados em pacotes formam os nervos, os quais
transmitem em dois sentidos as mensagens
eletroquímicas entre o cérebro, a medula espinhal e
Sistema nervoso. os órgãos do corpo.
Os neurônios têm uma parte central, o corpo
celular, do qual saem pequeníssimas fibras chamadas
dendritos e uma fibra longa – o axônio – que as conecta entre si e com o resto
do corpo. Existem pequenas diferenças estruturais entre elas, dependendo se
são do córtex cerebral, do cerebelo ou da medula espinhal.
A complexidade de um neurônio é tamanha que desafia a teoria da
evolução. Qualquer neurônio é muito mais avançado do que o mais sofisticado
computador existente.
Os neurônios se comunicam entre si por meio de sinais elétricos e
químicos.
Mais de cem substâncias químicas, chamadas de neurotransmissores,
levam as mensagens de um neurônio ao outro. Elas são fabricadas no corpo
celular e levadas à periferia através de tubos finíssimos, chamados de
microtúbulos, e armazenadas em pequeníssimas vesículas. Dali, num piscar de
olhos, podem ser liberadas ou armazenadas de acordo com as necessidades
celulares.
A medula espinhal é formada por dois tipos de nervos: os sensitivos que
vêm dos órgãos dos sentidos, e os motores que levam impulsos do cérebro e da
medula para os músculos e glândulas a fim de produzir, respectivamente,
movimentos musculares e secreções glandulares.
O cérebro, que é o centro de controle, recebe e analisa a informação
sensorial externa fornecida pelos olhos, ouvidos, nariz, língua e pele, assim
como de cada um dos órgãos do corpo. De posse desses dados, ele inicia e dirige
as respostas que o organismo precisa, sejam automáticas ou voluntárias.
O cérebro é um supercomputador orgânico de cerca de dois quilos, mas
com uma capacidade de memória maior do que qualquer computador
eletrônico. Ele fica dentro do crânio e está protegido contra golpes por ossos,
pelas meninges e por um fluido amortecedor, conhecido como líquido
cefalorraquidiano.
Alimentado por uma rede de vasos sanguíneos que levam oxigênio e
energia necessários, o cérebro determina, automaticamente, a quantidade
desses elementos que deverá receber e em que tempo devem chegar.
A parte externa do cérebro é o córtex cerebral ou matéria cinzenta,
formada pelos corpos neuronais de cerca de 35 bilhões de neurônios, os quais,
entre si conectados, fazem milhões de ajustes de acordo com as necessidades do
corpo. Existem ali seções ou regiões onde se processam a memória, o
pensamento, a linguagem oral e escrita e as funções sensoriais e motoras. Há
também seções especializadas em dons artísticos e sentimentos.
De maneira contínua, o cérebro atualiza as informações que recebe,
modificando-as e expandindo-as. Sabemos muito pouco sobre como se realizam
essas funções.
Não é de admirar, portanto, que o cérebro – o centro diretor do corpo –
consuma 1/6 do oxigênio e 1/5 das calorias consumidos pelo corpo.
Por baixo do córtex cerebral, encontra-se a matéria ou substância branca
formada pelos axônios dos neurônios, os quais estão ligados a diferentes seções
do córtex cerebral. Esses axônios também estão conectados com alguns corpos
de matéria cinzenta da base cerebral, os quais, por sua vez, estão conectados ao
cerebelo, à protuberância anular e à medula espinhal.
O cérebro coordena todos os movimentos: respiração, pulso e pressão, ação
hormonal, etc. Além de identificar os estímulos do ambiente, o cérebro reage
fazendo com que gostemos ou admiremos algo, que nos alegremos, ou não.
Diferentemente do cérebro, um computador eletrônico não é capaz de
produzir sentimentos de alegria diante da beleza nem de oração diante do
sagrado.
Já na quarta semana de gestação, cerca de 250 mil neurônios são formados
por minuto, os quais migram para as seis camadas que nesse momento tem o
embrião. Cada célula formada sabe exatamente aonde ir, o que fazer e como se
unir às outras por meio de milhares de conexões. Aos três meses e meio, o
cérebro de um embrião já fica evidente. Um processo complexo, maravilhoso e
misterioso ocorreu.
O cérebro e os demais órgãos do corpo foram formados de maneira
maravilhosa. Com elegância, a Bíblia declara: “Foram as tuas mãos que me
formaram e me fizeram. [...] Lembra-te de que me moldaste como o barro [...]?
Acaso não me despejaste como leite e não me coalhaste como queijo? Não me
vestiste de pele e carne e não me juntaste com ossos e tendões?” (Jó 10:8-11).
O cérebro possui um fantástico e misterioso programa interno que permite
a pessoa interagir com o ambiente. Um bebê, no segundo dia de vida, já pode
reconhecer sua mãe pelo cheiro, pela audição e pelo paladar. Com um mês, ver
a mamãe é uma alegria. Aos três meses, seus olhos já são capazes de seguir
objetos e pessoas em movimento, e ele pode sorrir em resposta a um sorriso. Aos
seis meses começa a imitar sons e a pegar objetos. Aos nove meses já pode se
sentar e compreender a palavra “não”.
Aos 12 meses, é possível que já esteja andando e pronunciando algumas
palavras. Qualquer criança normal pode aprender facilmente uma das 6 mil
línguas ou idiomas existentes, não importa em que cultura esteja. A maior parte
do trabalho cerebral é silenciosa. As lembranças, os pensamentos, a imaginação
e as ideias não produzem nenhum ruído enquanto são processados.
Enquanto trabalha, caminha, estuda, dirige, pedala ou realiza seus
trabalhos cotidianos, você não precisa pensar se o coração vai continuar
batendo, se os pulmões vão se encher de ar, se os músculos vão se contrair, se os
braços e as pernas vão se mover, se as pálpebras vão piscar, se os cabelos vão
crescer ou se a pele vai se renovar. O sistema nervoso cuida de tudo isso.
Uma das funções mais importantes do cerebelo é controlar o equilíbrio e
os movimentos circulares. O equilíbrio depende de uma interação complexa de
sistemas e órgãos do corpo tais como ouvido, olhos, músculos, coração, cérebro
e sistema nervoso.
O cerebelo não poderia agir dessa forma se não tivesse a informação que
recebe dos músculos, articulações, tendões e do ouvido interno acerca da
postura e do equilíbrio do corpo num momento determinado.
Do córtex cerebral vem a informação para o cérebro sobre o plano motor
dos movimentos. O cérebro integra esse dado e ajusta os movimentos enquanto
eles se realizam. O cerebelo corrige continuamente os movimentos enviando
sinais aos neurônios motores da medula espinhal e atualizando o plano motor.
Uma falha no ouvido interno, um acidente vascular, tumor cerebral, mal
na medula espinhal, enfermidades no cerebelo, degeneração neuronal, doenças
musculares ou desordens do sistema vascular, qualquer uma dessas coisas pode
produzir um desequilíbrio no corpo, e a pessoa não conseguirá se manter em
pé.
O sistema nervoso possui um conjunto de gânglios e nervos que controla as
atividades involuntárias tais como a pressão sanguínea ou os batimentos
cardíacos. Essa seção é conhecida como sistema nervoso autônomo, que é
formado por dois sistemas. O primeiro é o parassimpático, o qual predomina em
momentos de relaxamento e atua para conservar e restaurar a energia, estreitar
os brônquios, contrair a pupila dos olhos, diminuir a frequência cardíaca, baixar
a pressão sanguínea, manter normal a atividade digestiva e possibilitar o
esvaziamento da bexiga urinária.
O outro se denomina sistema nervoso simpático e suas ações são opostas às
do sistema nervoso parassimpático. Ele prepara o corpo para enfrentar períodos
de estresse e angústia, estende os brônquios, faz aumentar os batimentos
cardíacos e a frequência respiratória, dilata a pupila, faz diminuir a produção de
saliva, retarda a atividade digestiva, permite que a bexiga urinária se encha e
estimula a produção de adrenalina e noradrenalina.
O sistema nervoso não está livre de perigos e problemas. A má formação
genética tal como a chamada espinha bífida ou mesmo um acidente que cause
a ruptura de algum nervo importante pode produzir paraplegia, ou seja, a
paralisia de pernas e braços, que, geralmente, é irreversível. Se a medula
espinhal sofre ruptura na região da cintura para baixo, a paralisia pode afetar
somente as pernas. Em alguns casos, são afetados o controle da bexiga urinária e
do intestino, como também das funções sexuais.
Diversas doenças, tais como mal de Alzheimer, epilepsia, esclerose
múltipla e mal de Parkinson, são causadas por algum tipo de dano no sistema
nervoso.
A sífilis pode produzir uma degeneração dos nervos da medula espinhal ou
das meninges. Como resultado, pode desencadear quadros de demência,
tremores e paralisia. Certas toxinas e infecções virais e bacterianas podem
prejudicar o tecido nervoso e causar neurites.
Por essa razão, é importante levar uma vida saudável e adotar medidas
preventivas. O Criador proveu agentes necessários para que tenhamos saúde. O
apóstolo João diz em sua terceira carta: “Amado, oro para que você tenha boa
saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma” (3Jo 2).
24
Sistemas Respiratório, Muscular e
Reprodutor
A RESPIRAÇÃO
P
or que respiramos? Essa é uma boa pergunta para introduzir o assunto.
Todos sabemos que as células precisam de alimento, água e oxigênio.
Os alimentos e a água entram principalmente pela boca e o oxigênio,
pelo nariz. Já sabemos que os alimentos são processados pelo sistema digestório.
O ar entra pelo nariz e vai até as fossas nasais, cavidade coberta de vasos
sanguíneos, onde sua temperatura é devidamente regulada.
Além de entrar numa temperatura adequada, o ar deve ser limpo, livre de
pó, fumaça e germes. Isso é feito por meio dos pelos do nariz, da umidade
interna dos condutos e da existência dos cílios que, de maneira automática,
varrem os materiais estranhos à garganta. A umidade do nariz é conseguida em
parte pelas lágrimas que fluem dos olhos até as fossas nasais.
O ar segue pela faringe até a laringe, órgão que possui as cordas vocais,
responsáveis pela produção de sons.
Em seguida, chegam à traqueia, aos brônquios e bronquíolos.
Esses dutos respiratórios têm uma extensão de mais de 2,4 km. Eles podem
ser comparados a uma árvore: a traqueia representa o tronco, os brônquios
representam os galhos maiores e os bronquíolos, os galhos menores. Esses
últimos terminam em cerca de 750 milhões de pequenas bolsas chamadas de
alvéolos, cuja superfície estendida chegaria a cerca de 50 m2, o equivalente a 25
vezes a superfície da pele.
É nos alvéolos que se realiza a troca gasosa: entra o oxigênio nos capilares
das paredes dos alvéolos e sai o dióxido de carbono trazido pelo sangue desde as
células. Os vasos capilares das paredes alveolares são tão pequenos que os
glóbulos vermelhos precisam passar por ali em “fila indiana”.
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Sistema respiratório.
Essa qualidade é importante, pois o ritmo com que por ali passam os
glóbulos vermelhos dá o tempo necessário para que se efetue a troca gasosa.
Respirar é um processo complexo e, em grande medida, involuntário. Os
dois pulmões estão no tórax e, entre eles, se localiza o coração. Juntos, os dois
pulmões formam o maior dos órgãos internos do corpo humano. Um pulmão
adulto pesa cerca de 450 gramas e não tem músculos.
Com a contração do diafragma e dos músculos intercostais, o tórax se
dilata, as costelas se movimentam para fora, e a parede torácica se estende,
fazendo com que o ar entre nos pulmões, processo conhecido como inspiração.
O tecido pulmonar é elástico e isso permite que, no processo da expiração, o ar
saia sem esforço.
A respiração se realiza de 12 a 18 vezes por minuto, ou seja, algo em torno
de 20 mil vezes por dia. Contudo, se o corpo aumenta sua atividade, respiramos
muitas vezes mais, pois as células passam a consumir, no mínimo, dez vezes
mais oxigênio. A cada inspiração sorvemos meio litro de ar. As pessoas com
melhor saúde respiram menos vezes, já que músculos mais fortes precisam de
menos oxigênio.
Na região do bulbo raquidiano, localizado à altura da nuca, na sequência
da medula espinhal, encontra-se o centro respiratório que mantém a respiração
equilibrada.
De vez em quando, suspiramos para levar mais ar aos pulmões. Bocejamos
quando estamos cansados e passamos a não respirar com força. Espirramos para
eliminar, de maneira explosiva, substâncias irritantes, e tossimos para eliminar
partículas que tenhamos inalado por acidente. Tudo isso se realiza de forma
automática.
Se o ar que respiramos estiver contaminado com pó ou fumaça, é possível
que essas partículas cheguem até os alvéolos. Com o passar do tempo, elas vão
se acumulando, o que pode comprometer a elasticidade dos alvéolos e dificultar
a respiração. Essa doença é conhecida como enfisema. Infecções, tumores,
asma e o hábito de fumar também causam perda de elasticidade pulmonar.
O tabagismo é uma das causas mais frequentes do enfisema pulmonar. É
lamentável que grande parte dos seres humanos ignore esses fatos e continue
fumando, mesmo sabendo que o hábito provavelmente causará um câncer, o
qual levará o fumante à morte prematura, depois de padecer dores e gastar suas
economias.
Existem outras doenças do sistema respiratório, como asma, tuberculose,
bronquite, resfriado e pneumonia, que são causadas por vírus ou bactérias.
Felizmente, a ciência médica atual está em condições de controlá-las.
A complexidade, a eficiência e o propósito de cada parte do sistema
respiratório falam, por si mesmos, sobre o Criador que o projetou.
OS MÚSCULOS
Nosso corpo tem mais de 600 músculos os quais são compostos de milhões
de células (fibras musculares), todas atuando de maneira coordenada. Todos os
músculos se movimentam em completa harmonia. Enquanto alguns deles
movem o braço para trás, outros o movem para os lados ou para cima e outros
mais permanecem relaxados. Se o braço se movimenta para os lados, os demais
músculos se inibem. Como eles sabem disso?
Nos músculos das pernas há um nervo para cada 500 fibras musculares,
enquanto na face há um nervo para cada 23 fibras musculares, pois os músculos
do rosto têm um trabalho mais refinado.
Quando você ri, fala, assopra, assovia, pisca um olho, franze o nariz ou a
testa, põe para funcionar alguns dos 32 músculos da face.
O
sistema endócrino é formado por oito glândulas de secreção interna: o
timo, a epífise, as paratireoides, o pâncreas, as tireoides, as adrenais, as
sexuais e a pituitária. No total, pesa 60 gramas e comanda milhares de
atividades. Suas secreções, chamadas de hormônios, são despejadas diretamente
no sangue, razão pela qual sua ação ocorre em questão de segundos.
Pouco conhecido, o timo se encontra na parte superior do tórax, atrás do
esterno. Quando o bebê nasce, o timo pesa cerca de 15 gramas, chegando a
pesar 35 gramas na puberdade. Na idade adulta, começa a se reduzir, baixando
para 15 gramas aos 60 anos e, aos 70, para seis gramas.
Até a metade do século 20, os cientistas evolucionistas consideravam o
timo um órgão inútil, vestigial, que havia perdido suas funções, se é que alguma
vez tivera alguma.
A partir de 1953, começou a se delinear sua função ao se perceber que um
homem de 56 anos tinha perdido a resistência às infecções. Em dois anos, ele
havia sofrido 17 ataques de pneumonia e várias outras infecções graves. Um
exame de sangue revelou que seu sangue carecia de gamaglobulina, substância
que contém anticorpos para lutar contra os microrganismos invasores.
Estudos posteriores em frangos, coelhos, porquinhos-da-índia e seres
humanos demonstraram que a extirpação do timo pode gerar maior ou menor
resistência às infecções, dependendo da idade em que o órgão é eliminado.
Uma criança que nasce sem o timo, como às vezes acontece, está em perigo
mortal, pois não tem defesa contras as infecções.
Descobriu-se que o timo produz um hormônio chamado timosina. Essa
substância estimula a atividade do baço, do apêndice, dos gânglios linfáticos e
das amígdalas para que produzam linfócitos, um tipo de glóbulo branco que
atua, às vezes, como detetive e outras, como combatente.
Os linfócitos amadurecem no timo e se convertem em células T. Se algum
microrganismo invade o corpo, os linfócitos dão o alarme e começam a
produzir anticorpos para destruir os invasores. Ao mesmo tempo, outros
glóbulos brancos, os fagócitos do sangue, devoram os resíduos bacterianos.
Embora a timosina deixe de ser produzida depois dos 50 anos de idade,
não ficamos sem defesa, pois o baço, o apêndice, as amígdalas, os gânglios
linfáticos e a medula óssea têm os elementos necessários para a defesa contra as
infecções.
A GLÂNDULA PINEAL
Assim como o timo, a glândula pineal foi considerada como um órgão
vestigial. Essa pequena glândula de apenas oito milímetros está localizada no
centro do cérebro, entre os corpos talâmicos, e faz parte do epitálamo.
Hoje sabemos que a epífise neural é responsável pela regulação do ritmo
circadiano, o relógio biológico. O ritmo circadiano é aquilo que acontece mais
ou menos na mesma hora dentro de 24 horas, como o sono e a vigília.
Ao anoitecer, a epífise neural detecta a diminuição da luz e produz a
melatonina, substância resultante da combinação da serotonina e um derivado
do aminoácido metionina (SAM). Quando surge a luz do dia, a serotonina e o
SAM aumentam, e o ciclo se repete.
Essas são descobertas científicas maravilhosas. Ainda mais maravilhoso,
contudo, é Aquele que planejou e desenhou o corpo, a epífise neural e outras
estruturas que funcionam em perfeita harmonia.
A epífise neural fabrica também uma substância que, ao ser injetada por
via intravenosa, produz diminuição da pressão sanguínea.
Além disso, acredita-se que ela controle o desenvolvimento das glândulas
reprodutoras, uma vez que se ocorrer uma invasão de tecidos patológicos em
crianças, causando destruição ao tecido da epífise, os órgãos reprodutores e o
esqueleto aceleram seu desenvolvimento e se produz uma puberdade precoce.
Ficou determinado que essa glândula produz uma quantidade ínfima de
dimetiltriptamina (DMT), uma substância psicodélica que parece ter um papel
nos estados místicos da mente.
GLÂNDULAS PARATIREOIDES
As glândulas paratireoides se parecem com quatro grãos de trigo (às vezes
seis ou oito) e estão localizadas na altura do pescoço, atrás da glândula tireoide.
Paratireoides e tireoides não têm nenhuma relação direta entre si.
Entre as funções das glândulas paratireoides, está a produção do
paratormônio, um hormônio que intervém no controle e equilíbrio do cálcio e
do fósforo tanto do sangue quanto dos ossos. Mesmo se uma, duas ou até três
das quatro glândulas falharem, a regulação do cálcio continua a se realizar.
Quando o nível do cálcio no sangue baixa até certo ponto, os receptores
das paratireoides são ativados e começam a produzir o paratormônio, que
ativará os osteoclastos, os quais desgastam os ossos e liberam cálcio no sangue.
Os níveis de cálcio devem se manter sem variação para que os sistemas nervoso
e muscular funcionem adequadamente.
Se uma das quatro glândulas aumenta de tamanho por causa de um tumor
– o que é raríssimo –, haverá uma grande produção de paratormônio e a
concentração de cálcio nos ossos cairá, originando a osteoporose. Isso se resolve
cirurgicamente, com a extirpação das glândulas.
PÂNCREAS
Com cerca de 70 gramas de peso, o pâncreas fica atrás do estômago e
adiante da coluna vertebral. Embora pequeno, produz quase dois litros de sucos
digestivos a cada 24 horas.
O pâncreas é formado por duas glândulas. A primeira é o pâncreas
exógeno, que produz o suco pancreático, que é carregado das enzimas
conhecidas como tripsina, amilase e lipase pancreática, encarregadas de digerir
proteínas, carboidratos e gorduras. A outra é o pâncreas endócrino, constituído
por um milhão de diferentes células agrupadas como se fossem pequenas ilhas
distribuídas por todo o pâncreas, e produz vários hormônios. As células alfa
produzem glucagon, as células beta produzem insulina e as células delta, a
somatostatina.
Sem essa glândula, você estaria sempre mal nutrido, não importando a
quantidade de alimentos que consumisse.
O glucagon faz aumentar o nível de açúcar no sangue enquanto a insulina
o faz baixar, facilitando a absorção das células e acumulando o excesso de
glicose no fígado, em forma de glicogênio. Dependemos de um bom equilíbrio
de glucagon e insulina para que não soframos de diabetes. A insulina acende a
glicose do corpo tal como uma fagulha acende a gasolina no cilindro do motor
de um automóvel.
GLÂNDULAS SEXUAIS
As glândulas sexuais são os ovários, na mulher, e os testículos, no homem.
Suas funções são produzir óvulos e espermatozoides, além dos respectivos
hormônios sexuais. Elas são indispensáveis para a reprodução humana.
Os hormônios sexuais começam a ser produzidos no feto. Sua ação
estimula o hipotálamo, que secreta os hormônios que dão as características
sexuais ao feto, incluindo a formação dos órgãos genitais. Nas meninas, o
hipotálamo inicia e mantém o ciclo de hormônios femininos; nos meninos, ele
sustém um modelo permanente de secreção de hormônios sexuais.
Na mulher, os principais hormônios sexuais produzidos pelo ovário são o
estrogênio e a progesterona. Esses hormônios têm uma importância vital no
ciclo menstrual, na capacidade de conceber um filho e de sustentar uma
gravidez saudável.
No homem, a testosterona é produzida nos testículos. A testosterona é
importante para o desenvolvimento ósseo, muscular e sexual, bem como do
impulso sexual. A pequena quantidade de testosterona produzida pelo ovário na
mulher tem sua importância por estimular o impulso sexual.
Convém salientar que a atividade sexual não começa nos órgãos genitais, e
sim no cérebro, especificamente no hipotálamo, razão pela qual alguns
apontam o cérebro como o principal órgão sexual.
GLÂNDULA SUPRARRENAL
Fala-se pouco sobre as glândulas adrenais ou suprarrenais. Parece que
funcionam tão bem que são poucos os que se dão conta de sua importância.
Essas glândulas têm um formato triangular e estão localizadas no extremo
superior dos rins, uma em cada, na altura da 12ª vértebra.
Elas são formadas por uma parte externa, ou cápsula, e uma parte interna,
ou medula, cada uma com funções diferentes.
A medula adrenal é considerada como um gânglio simpático, e suas
células como neurônios modificados. Ela produz os hormônios adrenalina
(epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina), a partir do aminoácido tirosina.
Esses hormônios são considerados como hormônios de luta, pois no momento
de tensão, sua produção aumenta até dez vezes fazendo com que o pulso e a
respiração se acelerem, os vasos se contraiam, os brônquios se dilatem, e o nível
de glicose do sangue aumente. A glicose é o combustível que as células do
corpo precisam em caso de perigo.
Os 30 hormônios do córtex suprarrenal são incríveis. Eles se dividem em
três grupos: os da família da cortisona, da aldosterona e dos hormônios sexuais.
A cortisona regula a resposta ao estresse. Os níveis de cortisona no corpo
flutuam a cada minuto desde a manhã até a noite, dia após dia, estação após
estação, dependendo, em parte, das experiências, dos pensamentos, temores,
estresse e tipos de atividades. A maior quantidade é produzida entre as quatro e
dez horas da manhã. O corpo “sabe” quando o dia começa e que, com isso, as
atividades e o estresse também chegam. É o aumento da cortisona que nos
ajuda a enfrentar o dia a dia.
A cortisona também regula o metabolismo das gorduras, carboidratos e
proteínas, ajudando na cicatrização de ferimentos.
A aldosterona age nos rins, regulando a quantidade de água e sal no corpo.
Os túbulos distais do néfron deixam o sódio e o potássio passar em maior ou
menor quantidade, de acordo com a necessidade.
Em raras ocasiões não se produz a aldosterona, pois dois genes, um
proveniente do pai e o outro da mãe, impedem a produção de uma enzima
indispensável para a formação do hormônio.
A falta de aldosterona estimula a glândula pituitária a enviar estímulos para
as adrenais para que formem o hormônio. Como isso não é possível, o rim
começa a crescer muito (hiperplasia renal congênita), produzindo um
desequilíbrio de água e sais minerais que leva, finalmente, à morte.
Os hormônios sexuais são complementares aos hormônios produzidos
pelas gônadas, que são o ovário (na mulher) e o testículo (no homem). No
entanto, a testosterona é produzida também no ovário, mas em quantidade
muito reduzida. Os outros hormônios produzidos pelo ovário são a progesterona
e o estrogênio.
Os hormônios sexuais ajudam no desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários, estimulam o crescimento celular e aumentam a massa muscular.
Alguns tumores do córtex adrenal podem causar superprodução de
hormônios, o que se manifesta por meio de extrema fraqueza – resultado da
debilitação dos músculos –, aceleração do batimento cardíaco, hipertensão
arterial, hiperglicemia, formigamento dos dedos, enxaquecas contínuas e quase
insuportáveis, e pele quebradiça com difícil cicatrização. A pessoa pode
experimentar ansiedade, depressão e irritabilidade. O tratamento cirúrgico é
indispensável nesse caso.
O excesso de hormônios sexuais em crianças produz desenvolvimento
sexual prematuro: na mulher, pode aparecer barba e bigode, engrossamento da
voz, pele e músculos tipicamente masculinos; no homem adulto, produz
crescimento das mamas.
A maravilhosa glândula adrenal pesa apenas cinco gramas e tem grande
importância em nossa vida.
PITUITÁRIA OU HIPÓFISE
A glândula pituitária está localizada numa concavidade do osso esfenoide,
na base do crânio. Ali, recebe informação do hipotálamo e, por meio dos
hormônios secretados por outras glândulas endócrinas, também envia
mensagens hormonais pelo sangue. Essa glândula é considerada o laboratório
químico mais concentrado do mundo.
A pituitária é uma glândula do tamanho de um feijão, que pesa apenas
meio grama; mas, sem ela, não poderíamos viver. Alguns acreditam que, depois
do cérebro, ela é o órgão mais complexo do organismo, embora outros
considerem o olho como o segundo órgão mais complexo. Por isso, a glândula
pituitária também é chamada de cérebro endócrino.
Com sua maravilhosa complexidade e funcionamento harmonioso, o que
requer uma ação simultânea e coordenada, todo o sistema endócrino, por si só,
é um desafio à teoria da evolução, que explica as mudanças resultantes na
perfeição do corpo humano como tendo surgido aos poucos. Isso não é possível
com o sistema endócrino, pois ali se cumpre a lei do “tudo ou nada”: ou todas
as glândulas funcionam simultaneamente para manter a vida, ou a vida acaba.
A glândula pituitária fica pendurada no hipotálamo como se fosse uma
cereja pendurada num galho. O pequeno talo que a une ao hipotálamo é
formado por vasos sanguíneos e nervos, os quais a conecta com o cérebro. Essa
conexão permite que os sistemas nervoso e endócrino trabalhem de maneira
coordenada.
Ela tem duas partes ou lóbulos. O lóbulo anterior é maior e controla a
produção de hormônios de outras glândulas endócrinas, estimula o crescimento
e controla o amadurecimento sexual. Os hormônios do lóbulo posterior são pelo
menos dez e ajudam a manter a pressão sanguínea, a iniciar o trabalho de parto
e a fazer com que os seios da mulher produzam leite para alimentar o bebê.
Esse último estímulo vem de um hormônio chamado prolactina.
O hormônio somatotropina, ou hormônio do crescimento, estimula o
desenvolvimento dos ossos e dos músculos. Se esse hormônio for escasso, o
corpo não cresce, fazendo com que a pessoa seja anã. Se for produzido em
excesso, a pessoa cresce em demasia. É uma maravilha o fato de que o corpo
sabe como crescer de maneira simétrica.
Dois hormônios da pituitária estimulam a produção dos hormônios que
regulam o metabolismo: o ACTH (adrenocorticotrófico), que estimula a
glândula adrenal, e o TSH, que estimula as tireoides.
Outros dois hormônios produzidos pela pituitária, o FSH (folículo
estimulante) e o LH (hormônio luteinizante) regulam a função dos órgãos
sexuais tanto no homem como na mulher. Eles estimulam a produção de
espermatozoides e testosterona, bem como o crescimento do sistema de
condutos que transporta o sêmen do homem.
As células dos órgãos sexuais masculino e feminino são as únicas que
podem extrair esses hormônios do sangue. Ao chegar ao ovário, elas o induzem
a produzir estrogênio, responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais
próprios da mulher.
O estímulo das células pigmentares da pele por parte de um hormônio
pituitário controla o escurecimento da pele.
Outro hormônio gerado por essa glândula é a vasopressina, ou hormônio
antidiurético, que estimula o rim a reabsorver a água na corrente sanguínea,
fazendo diminuir a produção de urina.
No momento do parto, o hormônio ocitocina estimula as contrações do
útero para que o bebê nasça.
Há uma relação estreita entre a pituitária e as outras glândulas endócrinas.
Se o hipotálamo, a glândula adrenal ou as glândulas sexuais não produzirem
uma quantidade suficiente de hormônios, a pituitária lhes envia uma
mensagem que as estimula a produzir mais. Os hormônios produzidos por essas
glândulas levam, pelo sangue, uma mensagem para a pituitária, informando
que estão produzindo o suficiente. Então, a pituitária diminui o seu estímulo
mediante o nível dos hormônios já mencionados.
O corpo sabe de quais e de quantos hormônios precisa. Ele também sabe
como regulá-los e onde devem atuar. Sabe também como produzi-los e fazê-los
interagir entre si. Como aprendeu tudo isso? Não poderia ser mera casualidade.
Epílogo
Com a leitura deste livro, acredito que você pôde percorrer algumas das
muitas trilhas do mundo natural, ao qual chamamos de natureza.
Pode ser que você tenha se alegrado ao ler que seu olho é a melhor câmera
fotográfica e de vídeo que existe; que seu cérebro é o computador mais
extraordinário que já foi criado; que sua pele é o guarda-chuva que se refaz
sozinho quando se danifica; que seu fígado é o melhor laboratório químico
ambulante jamais produzido, pois ele analisa tudo o que entra em seu aparelho
digestório, evitando que substâncias prejudiciais causem danos ou dores.
Você também leu que, sem os ossos, músculos e nervos atuando de
maneira coordenada, jamais poderia participar de algum esporte ou trabalho
físico. Viu que tudo isso requer energia que provém dos frutos da terra, que são
produzidos por um processo químico chamado fotossíntese, do qual participa
também o sol, que está a uma enorme distância de nós.
Certamente você percebeu que a natureza, em todos os continentes,
oceanos, lagos e rios tem um propósito. Esse propósito se realiza regulado por
leis imutáveis que permitem a existência de árvores, flores, musgos, aves,
insetos, peixes, baleias e muitos outros seres vivos.
O mais maravilhoso e extraordinário é saber que assim como por trás de
todo instrumento, máquina ou ferramenta existe uma pessoa que os fez,
também cada pedra preciosa ou mineral, cada planta ou animal, inclusive você
mesmo, tudo foi criado por um escultor, artista e engenheiro, que é Deus. Ele
planejou e sustenta toda a natureza e promete restaurá-la a sua condição
original. Tudo isso com o propósito de viver com a humanidade por toda a
eternidade.
Enquanto isso não ocorre, você pode utilizar o incomparável e insuperável
sistema de comunicação que ele tem: basta que você fale, e ele responderá.
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