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Título original em espanhol:

DIVINAS MARAVILLAS

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1ª edição neste formato


Versão 1.1
2016

Coordenação Editorial: Vanderlei Dorneles


Editoração: Wellington Barbosa e Vanderlei Dorneles
Revisão: Mariângela Lehr e Luciana Gruber
Design Developer: Fernando Lima
Projeto Gráfico Marisa Ferreira
Capa Renan Martin
Imagens da Capa: mariemilyphotos | Fotolia
Imagens das aberturas internas: Agsandrew, Afxhome, Beboy, Sakkmesterke, Sommai | Fotolia
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio,
sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

Os textos bíblicos citados neste livro foram extraídos da Nova Versão Internacional, salvo outra
indicação.

15711/34178
Apresentação

D
iversas maravilhas que nos rodeiam estão ocultas da maioria dos olhos
humanos. A natureza está ao nosso redor e nós somos parte dela.
Desde os tempos mais remotos, o homem tem contemplado o mundo
e feito muitas perguntas. Muitos creem que a ciência pode dar uma explicação
racional e satisfatória a respeito da origem e do desenvolvimento da Terra.
Outros afirmam que isso só pode ser obtido por meio da revelação sobrenatural
e do estudo da natureza. Quem está certo? O conhecimento correto de ambas
as propostas demonstrará que uma não contradiz a outra.
Gerald E. Vyhmeister nos convida a conhecer e explorar os mistérios que
se escondem na natureza, e, assim, descobrir o maravilhoso mundo que Deus
criou.
Agradecimentos
Em primeiro lugar, agradeço ao Deus criador, que, desde meus primeiros
anos de vida, dirigiu meus pensamentos e dons ao estudo de seu caráter e de sua
obra-prima: a natureza.
Em seguida, agradeço aos meus pais, que me proporcionaram um
ambiente de pomares, bosques e jardins, bem como de amor pela leitura de
livros sobre a natureza e o Criador. Sou grato também aos meus três filhos, já
adultos, que sempre me chamam para visitar parques naturais.
Agradeço às escolas e universidades da Igreja Adventista do Sétimo Dia,
por me convidar a ensinar Ciências Naturais em diversos países do mundo. Essa
experiência me permitiu viajar por regiões de climas temperados, subtropicais,
tropicais e desérticos, onde aprendi de maneira prática o que tenho estudado
nos livros.
Quero prestar um reconhecimento especial ao Instituto de Pesquisa em
Geociências, localizado em Loma Linda, na Califórnia, cujos profissionais me
instruíram e continuam colaborando com informações científicas que foram
utilizadas no preparo desta obra.
Não posso deixar de mencionar os líderes de escolas e colégios adventistas
do Chile, que me convidam frequentemente para apresentar temas dessa
natureza aos professores e estudantes.
Finalmente, agradeço a minha esposa Teresa, que tem sido um apoio
extraordinário dedicando tempo aos trabalhos que eu deveria realizar, para que
eu me dedicasse à pesquisa e à escrita. Suas sugestões e correções do material
escrito me foram de grande ajuda.
Sobre o Autor
Gerald E. Vyhmeister Bishop nasceu em Los Angeles, Chile, onde
concluiu o ensino fundamental e médio. Depois, obteve um diploma de
Teologia, na Universidade Adventista do Chile. Continuou seus estudos na
Universidade do Chile, onde se graduou em Biologia e Química.
Posteriormente, obteve licenciatura em Teologia, pela Universidade
Adventista del Plata, na Argentina; doutorado em Educação, pela Universidade
de São Marcos, em Lima, Peru; e doutorado em Biologia, pela Universidade de
Loma Linda, nos Estados Unidos.
Depois da graduação em Biologia e Química, Vyhmeister foi professor na
Universidade Adventista do Chile. Também ensinou na Universidade Peruana
Unión, Universidade do Norte do Caribe (Jamaica), Universidade Adventista do
Chile e Universidade Adventista da África Central, em Ruanda.
Além disso, foi diretor do Departamento de Ciências da Universidade
Peruana Unión e da Universidade do Norte do Caribe. Em Ruanda, foi
secretário e reitor da universidade.
Como professor, seu principal objetivo tem sido o de ajudar seus alunos a
apreciar a natureza e, sobretudo, o Criador dela.
Seus artigos acadêmicos foram publicados em diversos periódicos
científicos. É também autor de um livro-texto intitulado Estudio de los Orígenes.
Atualmente, colabora com as produtoras de rádio e televisão Nuevo Tiempo
e Three Angels Broadcasting Newtork. Além disso, contribui com projetos da
Universidade Adventista do Chile e apresenta o programa “Maravilhas,
propósitos e mistérios da natureza”, na TV Nuevo Tiempo.
Prefácio
Até o início do século 18, boa parte dos cientistas acreditava no relato
bíblico das origens, registrado nos 11 primeiros capítulos do livro de Gênesis.
Muitos deles eram, ao mesmo tempo, sacerdotes e cientistas que consideravam
a natureza como a obra de um Criador, que tudo fez com sabedoria e
inteligência.
Porém, à medida que o conhecimento científico se multiplicou e a Bíblia
passou a ser estudada à luz da Crítica Histórica, esse relato foi desacreditado e
chegou a ser considerado um mito ou lenda.
A teoria da evolução, em suas diferentes manifestações – darwinismo,
neodarwinismo (ou teoria sintética), teoria neutralista, teoria do equilíbrio
pontuado – não fez mais que aumentar esse descrédito. Atualmente, a maioria
dos cientistas afirma que a evolução é um fato e que Deus não é necessário nos
processos evolutivos. Para estes, o universo e os seres vivos são resultado de
processos evolutivos casuais, e não da ação de um Ser onisciente, onipotente e
eterno.
Além disso, a teoria da evolução influencia todas as áreas do
conhecimento, e aqueles que não seguem seus princípios são criticados e
considerados antiquados, anticientíficos e ignorantes.
É necessário que essa controvérsia continue, ou pode haver uma
conciliação entre a Bíblia e a natureza? Estou convencido de que a Bíblia e a
natureza são obras de um mesmo Autor; portanto, a ciência da natureza e a
Bíblia como Palavra de Deus devem estar em harmonia. No entanto, quando
lemos ou ouvimos as declarações de cientistas evolucionistas, encontramos a
ideia oposta.
Este livro analisa os princípios básicos, tanto da teoria da evolução como da
doutrina da criação, a fim de explorar os pontos fortes e limitações possíveis, nos
níveis científico, filosófico e teológico. Assim, você terá a oportunidade de
avaliar por si mesmo a validade de ambas as correntes de pensamento.
O homem mais sábio que já existiu concluiu: “não há nada novo debaixo
do sol” (Ec 1:9). Na apresentação desses temas, suas palavras são perfeitamente
aplicáveis. Por isso, o material aqui apresentado é resultado de meus estudos
doutorais, da pesquisa de livros e artigos de diferentes autores e da experiência
pessoal como biólogo. Tentei resumir, traduzir e reorganizar o material com o
objetivo de que não seja compreendido apenas por cientistas, mas por qualquer
pessoa interessada em compreender a natureza criada por Deus.
1
Em Busca da Verdade

É
necessário considerar quanta verdade existe no criacionismo bem
como no evolucionismo. O evolucionismo está baseado
principalmente em conhecimentos obtidos mediante o método
científico. Por sua vez, o criacionismo baseia-se no estudo científico da natureza
à luz do relato bíblico da criação.
Nas décadas recentes, houve grandes avanços tecnológicos, seja nas
comunicações, na astrofísica ou na genética. Por isso, muitos acreditam que a
ciência seja capaz de fornecer a resposta para todos os grandes problemas do
mundo.
Muitas pessoas supõem que o que a ciência afirma seja a verdade; ou, pelo
menos, o mais próximo possível da verdade. Por isso, devemos simplesmente
aceitar as declarações de cientistas. Esse grupo acredita que a religião baseada
na Bíblia não é confiável, porque ela faz afirmações impossíveis do ponto de
vista científico.
A ciência merece respeito. Devemos ser gratos aos cientistas por suas
descobertas, muitas das quais têm tornado possível inúmeras mudanças
positivas.
Por meio da ciência, diversas maravilhas são descobertas; podemos adquirir
conhecimentos ilimitados; são construídos dispositivos que permitem viajar ao
redor da Terra ou comunicar-se com outras pessoas a imensas distâncias. A
ciência ajuda a salvar muitas vidas, alivia o trabalho humano e possibilita
inúmeras comodidades.
Porém, a ciência não é a única forma de conhecimento. Muitos acreditam
que se ela, por todas as possibilidades que promove, apoia o evolucionismo,
então, a evolução deve ser verdadeira. Contudo, nem tudo o que a ciência diz é
verdade.
Naturalmente, há realidades diversas e conhecimentos variados:
1. A ciência é um conjunto de conhecimentos sobre determinado assunto.
Ela se divide em campos como astronomia, biologia, botânica, genética,
geologia, matemática, meteorologia e química, entre outros.
2. Além da natureza física, existe também a dimensão moral e ética.
Classificamos tudo a nossa volta como bom ou mau. Assim, dizemos que há
pessoas boas e más, justas e injustas, piedosas e perversas. Entretanto, devemos
nos perguntar: O que é bom? O que é mau? Devo ser livre? Por que amamos o
cônjuge, os filhos e amigos? Por que sou orgulhoso ou humilde? Por que odeio
ou desprezo alguns e não outros? Como surge o amor? Em que consiste a
felicidade? A ética e a moral não têm a ver com a ciência da natureza, ainda
que o cientista tenha sua própria ética e moral. A ética é parte da filosofia. O
cientista pode dizer como fabricar uma bomba atômica. Mas, quando pensa se
deve ou não fabricá-la, essa atividade deixa de ser científica e passa a ser ética.
3. Uma terceira realidade é a visão estética que temos das coisas. Também
temos a habilidade de classificar o mundo como belo ou feio, magnífico ou
insignificante, agradável ou desagradável. A ciência não possui meios para
determinar a beleza ou a falsidade. Tampouco pode dizer cientificamente que
o cabelo loiro seja melhor do que o castanho, o ruivo ou o preto. Qualquer
declaração dessa natureza não é de cunho científico.
4. A quarta realidade está relacionada à vida espiritual. Alguns adoram a
Deus, enquanto outros não creem nele. Perguntamos se há um Deus ou muitos
deuses. Também queremos saber por que existimos e para onde vamos. Essa
área do conhecimento pertence à teologia e à filosofia.
Quando se estuda a natureza, a ciência é eficaz em descrever as plantas, os
animais, os seres humanos, o mundo submarino, os minerais, as camadas
geológicas e as estrelas, com detalhes e inter-relações. Contudo, ela não pode
apresentar certeza em relação à origem do universo, da Terra, da vida e do
homem. Por quê?
A resposta está no método usado para o estudo das coisas e da natureza. As
ferramentas básicas do método científico são observação e experimentação.
O êxito da ciência está principalmente nas situações que se repetem e que
levam à descoberta de princípios. Entretanto, o que ela pode dizer sobre fatos
que ocorreram apenas uma vez e que não podem ser repetidos e observados?
O universo não está surgindo novamente, a vida é transmitida de uma
geração a outra por meio das células, e não se pode repetir e observar a origem
do primeiro ser vivo. As cordilheiras se formaram no passado, e hoje não é
possível contemplar o surgimento de novos acidentes geográficos desse tipo.
A ciência é incapaz de responder perguntas como: Por que foram criados o
universo, a Terra, os animais e o ser humano? Por que devo ser bom? Esses são
assuntos filosóficos, não científicos.
É evidente que a ciência possui suas limitações. Talvez, por essa razão, na
entrada das cavernas de Carlsbad, Novo México, nos Estados Unidos, havia –
até 1988 – uma placa que indicava a idade de 260 milhões de anos. Algum
tempo depois, essa idade foi reduzida para 7 ou 10 milhões e, posteriormente,
para 2 milhões. Hoje, a placa não existe mais.

LIMITAÇÕES DA CIÊNCIA
A ciência tem suas próprias limitações de campo de estudo e de alcance de
seus instrumentos. Algumas delas são:
1. As descobertas científicas não são absolutas, mas relativas ao tempo e ao
local. Não é possível obter toda a informação da realidade. Não podemos
observar, medir e experimentar tudo. Um cientista estuda apenas uma amostra,
e, a partir disso, faz generalizações e deduções. Por exemplo, de uma lista de
pessoas que morreram num período de dez anos se extrai a média de vida desse
local e nesse tempo. Com essa informação estatística obtida, seguindo-se
padrões científicos, conclui-se que, no Japão, as pessoas vivem 82 anos; nos
Estados Unidos, 77; no Chile, 78; e em Ruanda, 58. É verdade? Sim, é uma
verdade estatística, mas não absoluta.
2. Os modelos, controles ou padrões usados nas comparações nem sempre
são adequados. Existem, por exemplo, unidades de massa, volume,
comprimento e área. Quando compramos no mercado 1 kg de açúcar, esse peso
deve ser igual ao que existe no Escritório Internacional de Pesos e Medidas, em
Sèvres, França. Se, numa estrada, há uma placa que informa que faltam 50 km
até o destino, essa distância tem de ser igual à distância de 50 km em qualquer
lugar do mundo. Entretanto, nem sempre é possível fazer comparações
cientificamente porque, às vezes, a informação não é usada corretamente, ou
não se conhece o fenômeno suficientemente para que se saiba que padrões
devem ser usados. Se queremos determinar que um jogador de futebol é bom,
nós o comparamos a Pelé, Maradona, Messi ou outro que seja considerado o
melhor, mas essa medida não é absoluta. Quem pode dizer qual jogador de
futebol é o mais hábil? Sempre pode haver um melhor.
3. A observação não consegue captar toda a realidade. Se observarmos a
extremidade da folha de um livro ou de um caderno, veremos que ela parece
reta. Porém, se a observarmos no microscópio, comprovamos que, na verdade,
ela é ondulada. Numa fotografia, podemos ver a cor rosa. Contudo, no
microscópio, vemos milhares de pontinhos brancos e roxos, não rosas. Da
mesma maneira, ver uma montanha de dentro de um avião é uma coisa; ver da
base, é outra. Observamos formas, cores e tamanhos diferentes. Supomos que os
corpos são formados de considerável quantidade de matéria, mas a teoria
atômica nos diz que a maior parte de um objeto é vazia.
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A ciência é sempre um relatório do progresso a caminho da verdade. Não é a verdade absoluta, mas um
processo dinâmico modificado e aperfeiçoado com o tempo, em suas limitações.

4. A ciência é incapaz de conhecer a realidade de maneira absoluta. Por


que há médicos oftalmologistas, cardiologistas, otorrinolaringologistas,
gastroenterologistas, ginecologistas, cirurgiões de tórax e cirurgiões de abdômen,
entre muitas outras especialidades? Não é só porque um aprecia tratar de uma
parte do corpo e outro aprecia outra. Os pais enviam os filhos ao colégio porque
não conseguem lhes ensinar tudo. Por isso, na escola trabalham professores de
disciplinas como língua portuguesa, história, matemática, química e biologia.
Ainda que seja especialista, um profissional não consegue conhecer tudo o que
há em sua especialidade. Assim, qualquer cientista é incompleto, e os resultados
de sua pesquisa podem ter erros, o que leva a um procedimento científico
impreciso.
5. Os cientistas buscam a objetividade, mas é impossível alcançá-la
plenamente. Quando está desenvolvendo um estudo, o pesquisador
inevitavelmente é influenciado por sua experiência ou pela falta dela, por ideias
preconcebidas bem como por pressões de tempo, trabalho, família,
colaboradores e, em geral, por pressões políticas ou econômicas. Em outras
palavras, a pesquisa está sujeita a influências conscientes ou inconscientes que
podem alterar as conclusões.
6. A lógica é uma ferramenta que nos ajuda a organizar o pensamento. A
lógica indutiva analisa as evidências e, a partir delas, faz generalizações. Por sua
vez, a dedutiva se baseia em pressuposições e chega a conclusões. Se a
pressuposição é falsa, a conclusão será falsa. O processo lógico é circular: usa-se
primeiro a indução, depois a dedução, em seguida mais dados para a indução, e
assim por diante. Uma medição científica mostra que a América do Norte e a
Europa estão se afastando 2 cm por ano. Como se sabe a distância entre os dois
continentes, pode-se afirmar que estão se separando há 2 milhões de anos a essa
velocidade. Entretanto, essa é uma dedução impossível de ser comprovada.
Quem pode dizer com segurança que há 5 mil anos a América do Norte e a
Europa estavam se separando à velocidade de 2 centímetros por ano? Essa é
uma suposição ou uma possibilidade, mas não é uma verdade científica, porque
nenhum cientista pôde medir esse distanciamento tanto tempo atrás. Se a
erosão produzida pela chuva em determinado lugar é de 5 kg de terra por
centímetro de água caída, podemos supor que no passado também foi assim,
mas não podemos comprovar isso.
7. A ciência não pode estudar Deus porque, nesse caso, o método
científico não é aplicável. Ela realiza observações e experiências, mas Deus não
pode ser observado nem medido; tampouco podemos compará-lo a partir de
padrões e controles. Tudo o que se deseja conhecer sobre Deus e suas ações
está no campo da teologia, não da ciência. Como seres humanos, estamos
restritos ao espaço e ao tempo; observamos apenas um pequeno segmento da
história humana. Em resultado disso, a ciência pouco pode contribuir para a
compreensão teológica.
8. Há também o problema da linguagem. Os animais têm sua própria
linguagem, seja corporal, vocal ou outra. O ser humano tem uma linguagem
corporal, uma escrita e outra oral. Porém, também conhecemos a linguagem
forense, militar, científica, biológica, química, médica, teológica, filosófica ou
histórica. Além disso, falamos sobre a linguagem das flores, da alma e do
coração. A ciência é uma das linguagens universais, compreendidas no mundo
todo. No entanto, nenhuma linguagem pode pretender ser “mais verdadeira” ou
“mais correta” do que outra. Há diferentes linguagens, cada uma servindo em
seu domínio específico.
9. A ciência não tem controle sobre o comportamento humano. Ela faz
grandes descobertas, permite fabricar instrumentos e aparelhos que ajudam o
médico, o engenheiro, o astrônomo e muitos outros profissionais. Contudo, ela
não pode transformar o ladrão num homem honesto, um assassino num
benfeitor da sociedade, um avarento num filantropo, um corrupto num ser puro
e nobre, ou um perverso numa pessoa bondosa. Tampouco pode converter
inimigos em amigos íntimos, transformar o ódio em amor, ou a descortesia em
cortesia. Essas transformações e mudanças são parte da religião de Cristo.

A TEORIA DA EVOLUÇÃO E A CIÊNCIA


A ciência é definida como “um conjunto de conhecimentos sobre alguma
área”, “um corpo de doutrinas metodicamente formado e ordenado, que
constitui um ramo específico do saber humano”. Considerando essas
definições, não há dúvida de que a teoria da evolução seja científica.
Porém, outra definição apresenta a ciência como o “conhecimento correto
da realidade obtido mediante seus princípios e causas”. Nesse aspecto, é preciso
ter cautela.
A teoria da evolução está baseada em suposições impossíveis de ser
comprovadas cientificamente, porque o método científico não as alcança.
Nenhum ser humano estava presente para observar a origem do universo,
do sistema solar, ou a origem e a história inicial dos seres vivos. As respostas para
as perguntas como, quando e por que essas coisas se originaram levam a
suposições, conjecturas e hipóteses; porém não à ciência de fato.
Os próprios cientistas evolucionistas reconhecem isso. Num discurso
apresentado no ano 2000, o renomado cientista evolucionista Ernst Mayr disse:
Darwin fundou um novo ramo da ciência da vida: a biologia evolutiva. [...] A biologia evolutiva, em
contraste com a física e a química, é uma ciência histórica: o evolucionista tenta explicar eventos e
processos que ocorrem no passado. As leis e os experimentos são técnicas inapropriadas para explicar
tais eventos e processos. Em vez disso, construímos uma narrativa histórica, que consiste numa
reconstrução possível de um cenário particular que produziu os eventos que estamos buscando
explicar. 1

A teoria da evolução e a filosofia


O Dicionário Webster afirma que filosofia é a “investigação racional das
verdades e dos princípios do ser, do conhecimento e da conduta”.
Como Ernst Mayr disse corretamente, a biologia evolutiva constrói “uma
narrativa histórica, que consiste numa reconstrução possível de um cenário
particular que produziu os eventos que estamos buscando explicar”. Assim, a
teoria da evolução seria, parcialmente, uma explicação racional de
conhecimentos adquiridos de maneira científica, mas acompanhada do
naturalismo, que pode ser definido como um “sistema filosófico que atribui
todas as coisas à natureza como princípio primordial”. Em outras palavras, o
naturalismo pressupõe que Deus não é necessário, o mundo natural tem origem
em si mesmo e tudo ocorre ao acaso, lentamente, durante milhões de anos.

A teoria da evolução e a verdade


A teoria da evolução não tem sido capaz de demonstrar cientificamente
que a macroevolução tenha ocorrido. Isso continua como uma hipótese
especulativa, baseada em inúmeras suposições e generalizações. As variações
observadas na microevolução são indiscutíveis, mas a macroevolução demanda
variação ilimitada. O cientista Del Ratzsch declara:
Os resultados da ciência sempre são provisórios. Uma teoria jamais pode ser comprovada de modo
conclusivo nem demonstrada como falsa com base em dados empíricos. [...] A ciência é feita por seres
humanos e, como tal, está limitada por conceitos humanos, feitos humanos, modelos disponíveis de
raciocínio humano, compreensões e explicações formuladas por seres humanos, por modelos
humanos estruturados sobre o que o mundo deve ser.

Assim, a teoria da evolução não é ciência pura; em vez disso, é uma mescla
de ciência e filosofia. Tampouco é verdade pura, porque nenhuma teoria pode
ser comprovada de modo conclusivo nem demonstrada com base em dados
empíricos. A verdade nunca muda. Entretanto, a teoria da evolução tem
mudado e continua mudando, desde que Darwin escreveu suas principais
ideias, há mais de 150 anos. Portanto, pode-se dizer com segurança que a teoria
da evolução não representa a verdade. Por outro lado, deve-se perguntar: O
criacionismo representa a verdade?
De acordo com o dicionário, o criacionismo também é uma teoria.
Portanto, segundo o que acabamos de dizer, se o criacionismo é uma teoria,
não representa uma verdade científica, porque não pode ser comprovado
cientificamente.
O dicionário também diz que o criacionismo, tal como visto pela biologia,
é uma “doutrina” que não deve ser aceita, porque exige um Criador que dá
origem à vida.
Entretanto, o termo “doutrina” se refere a um conjunto de ideias ou
opiniões religiosas, filosóficas ou políticas, sustentadas por uma pessoa ou grupo.
Há muitos grupos que consideram o criacionismo como verdade. A ciência trata
de parte da realidade. A filosofia e a religião são responsáveis por outra parte.
Logo, a ciência não pode falar em nome da filosofia ou da religião, dizendo que
Deus não existe ou que a criação não ocorreu.

EVIDÊNCIAS DA CRIAÇÃO
1. Limitação humana. Nenhum artista humano é capaz de produzir nem
de imitar a arte observada na natureza, em sua quase infinita variedade de
formas e cores. As belezas naturais são inumeráveis. O universo e o nosso
planeta requerem um Artista ainda não visto nem reconhecido pela ciência.
2. Ordem. Existe ordem na natureza; e, se há ordem, é porque há leis; e, se
há leis, deve haver um Legislador. As galáxias e estrelas, a atmosfera, os oceanos
e a terra, o átomo e a célula – tudo funciona seguindo leis determinadas. Os
cientistas já descobriram algumas dessas leis. A natureza tem propriedades
matemáticas; muitas leis podem ser expressas por meio de fórmulas e equações.
Portanto, um Ser com conhecimento de matemática, engenharia e arquitetura
deve ter calculado o tamanho, a massa, a densidade e a velocidade de cada
objeto no universo.
3. Complexidade. A complexidade bioquímica de microrganismos, plantas,
animais e seres humanos é tão extraordinária que leva à conclusão de que a
sorte e o acaso não seriam suficientes para dar origem a tudo o que existe na
natureza. Ela exige uma inteligência que a sorte e o acaso não podem oferecer.
4. Equilíbrio. O magnífico equilíbrio ecológico, manifestando propósito e
harmonia em cada objeto da natureza, apontam para um Criador, um Designer,
um Planejador, um Ser superior aos seres humanos.
5. Revelação bíblica. A Bíblia declara que o universo, a Terra e tudo o que
existe foi criado por Deus. Há muitas razões sólidas para confiarmos na Bíblia.
Por exemplo, ela predisse a história futura apresentando detalhes sobre povos e
personagens, e essas predições têm se cumprido.
Além disso, a arqueologia tem confirmado muitas de suas declarações
sobre povos, culturas, lugares e eventos. A Bíblia também é a fonte das leis
morais e sociais, as quais, quando cumpridas, promovem harmonia, paz e
felicidade.
A maioria das pessoas frequenta a escola e algumas, as universidades. Você
já se questionou se as instituições educacionais ensinam a verdade? Todos
desejam a verdade. Afinal, tudo o que é falso passa e desaparece; só a verdade
permanece para sempre.
Ellen White, uma escritora cristã, declara que “a ciência desvenda novas
maravilhas à nossa vista; faz altos voos, e explora novas profundidades; mas nada
traz de suas pesquisas que esteja em conflito com a revelação divina”. 2
Não há prova científica que demonstre como o universo, a Terra e os seres
vivos se originaram. Tanto o evolucionista quanto o criacionista precisam crer
que tudo ocorreu como suas teorias afirmam. Ambos necessitam ter “fé”, por
assim dizer, nessa teoria. O criacionista tem fé no que a Bíblia diz e nas
evidências da natureza que apontam para um Legislador, Engenheiro e Artista.
O evolucionista tem fé em suas suposições e deduções. Ainda que não queira, o
evolucionista é obrigado a ter fé no que não pode observar nem experimentar,
apesar de afirmar, segundo suas próprias definições, que a fé está fora do campo
da ciência.

1. Scientific American, julho de 2000, p. 80.


2. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001 [CD-Rom]), p. 115.
2
A Origem da Vida

T
entando compreender o que é a vida, o ser humano desenvolveu duas
teorias diferentes: o mecanicismo e o vitalismo.Segundo o
mecanicismo, os organismos vivos são essencialmente máquinas que
operam sob as mesmas leis mecânicas, físicas e químicas que governam os
objetos inanimados. Ou seja, as leis da vida são idênticas às leis do mundo
mineral.
Já de acordo com o vitalismo, as leis físicas e químicas são insuficientes
para explicar a vida. Há algo mais que provê a centelha da vida: a força ou o
princípio vital que procede de Deus. Os vitalistas observam que uma célula viva
e uma recentemente morta podem ter a mesma organização e as mesmas
substâncias químicas; mas, na célula morta, está faltando algo que transcende a
organização material.
Então, perguntamo-nos: o que entendemos por vida? Segundo o
dicionário, vida é a condição que distingue os organismos dos materiais
inorgânicos e dos organismos mortos. A vida é a força ou atividade interna
substancial, que sustenta o ser que a possui.
Nenhuma dessas definições realmente diz o que seja a vida. Uma
definição fala sobre uma condição que existe nos organismos; outra, sobre uma
força ou atividade interna substancial.
Nesse caso, o que podemos fazer? Para tentar compreender a vida, o
melhor é estabelecer as diferenças entre um ser vivo e um morto.
DIFERENÇAS ENTRE UM SER VIVO E UM NÃO VIVO
Os seres vivos estão organizados em unidades estruturais e funcionais
específicas, chamadas células.

© Giovanni Cancemi | Fotolia Isso significa que, se não há célula, não há ser
vivo. No entanto, um ser que acabou de morrer
também possui células. A parte de um órgão ou
tecido de um cadáver, quando analisado em
microscópio, comprova isso. Evidentemente, o
coração para de bater, o sangue não circula mais e a
respiração é suspensa; mas, durante algum tempo, as
células continuam vivas. Um neurônio ou célula
nervosa morre em alguns minutos, uma célula
muscular demora algumas horas, como também uma
célula epitelial; mas todas morrem.
Não há ser vivo que se origine
espontaneamente; todos Pode-se indagar: os terríveis vírus, como os que
descendem de outro ser vivo.
causam câncer, Aids, resfriados e outras doenças, são
seres vivos?
Um vírus é formado principalmente de DNA (ou de RNA) e proteínas,
coberto por uma camada de lipídios. Ele não possui mitocôndrias, núcleo,
ribossomos nem alguma outra estrutura celular. Para se reproduzir, ele precisa
entrar em uma célula e usar os mecanismos dela. Muitos cientistas acreditam
que os vírus sejam células que se degeneraram. Se o vírus não fosse uma célula,
não seria um ser vivo.
A segunda característica dos seres vivos é que suas células vivas realizam
metabolismo. Isso significa que nas células vivas são produzidas reações
químicas necessárias para se produzir energia nos processos vitais, sintetizar
moléculas complexas, formar um novo protoplasma e eliminar resíduos. Como
resultado, o organismo vive e se desenvolve.
Como terceira característica, os seres vivos respondem às variações do
ambiente: luz, temperatura, água, gravidade, ruído, pressão e substâncias
químicas. Isso é chamado de irritabilidade; ou seja, os seres vivos reagem diante
de estímulos físicos ou químicos. O caracol procura um lugar úmido e fresco
para estar; a maioria das mariposas estão ocultas durante o dia e saem à noite
para se alimentar; as raízes das plantas crescem em direção ao interior da terra
atraídas pela força da gravidade; o ruído de um tronco afugenta as aves e outros
animais; o açúcar atrai as formigas, a fumaça e os vapores tóxicos nos fazem
tossir; a pressão da água nos mares estimula os organismos para que flutuem em
maior ou menor profundidade; e assim por diante.
A quarta característica é que os seres vivos se movimentam
espontaneamente, por causas que surgem aparentemente dentro do próprio
organismo. Há movimentos de substâncias dentro das células e entre as células;
em muitas plantas, as sementes são lançadas à distância quando o fruto
amadurece. Esses movimentos são denominados autônomos.
No entanto, a característica mais distinta e fundamental dos seres vivos é a
reprodução. Ela ocorre de maneira inalterável: a vida é transmitida aos novos
indivíduos mediante a reprodução, resultando na perpetuação das espécies.
Todos os seres vivos têm pai e mãe. A vida procede somente de vida
preexistente. Nada na natureza contradiz essa lei da biogênese.
Entretanto, voltemos à questão inicial: o que é a vida? Não temos as
respostas. No entanto, ela é uma realidade; não é negada por ninguém, mas é
algo que surgiu em algum momento. Podemos ver, ouvir, tocar e apreciar os
seres vivos; podemos cheirar as plantas e provar o sabor dos frutos. Podemos
fazer experiências com essas coisas.
Quando a vida surgiu? Frequentemente, ouvimos que a vida surgiu
quando os primeiros microrganismos se formaram, há 3,5 bilhões de anos. Já os
organismos pluricelulares se originaram deles e começaram a evoluir há cerca
de 570 milhões de anos, e ainda continuam evoluindo.
Entretanto, não há registros que apoiem essas declarações. Existem apenas
generalizações, isto é, deduções sobre o desconhecido baseadas no que a
ciência conhece.
Uma dedução surge de certas informações. Por exemplo, sabendo-se
quanto sal os rios transportam ao mar no período de um ano e quanto sal está
contido na água dos oceanos, se poderia deduzir a idade dos oceanos. Mas,
infelizmente, ninguém sabe se a água original dos oceanos era doce ou salgada.
Tampouco é possível determinar se, há mil ou dois mil anos, os rios
transportavam a mesma quantidade de sal que atualmente.
Usando os métodos de datação radiométrica, que supostamente
estabelecem a idade dos sedimentos onde os fósseis são encontrados, a maioria
dos cientistas conclui que a vida se originou há aproximadamente 3,5 bilhões
de anos.
No entanto, não sabemos se, no passado, o material radioativo se
desintegrava na mesma velocidade que hoje; e menos ainda se sabe quanto
material radioativo havia originalmente. Simplesmente supõe-se que era assim,
e isso exige fé. Os criacionistas, com base no relato bíblico, que apresenta as
genealogias da criação até Cristo, creem que a vida na Terra se originou há uns
6 a 8 mil anos. Então, surge a pergunta sobre a origem dos seres vivos.

COMO OS SERES VIVOS SURGIRAM?


Os cientistas evolucionistas creem que a vida se originou
espontaneamente, a partir de matéria não viva, sob condições que prevaleciam
na Terra no princípio. Entretanto, isso não ocorreu instantaneamente, mas por
etapas.
Na primeira etapa, teriam se originado milhares de compostos
indispensáveis para a eventual formação de células. Supõe-se que ocorreu
inicialmente na atmosfera e, depois, no mar. Acredita-se que houve muitas
tentativas simultâneas de sintetizar moléculas complexas.
Na segunda etapa, que teria durado centenas de milhões de anos, foram
alcançadas concentrações críticas e se formaram proteínas e ácidos nucleicos.
Então, as moléculas organizaram um “ambiente interno” para se separar do
meio ambiente, por meio de membranas de lipídios.
Finalmente, depois de 2 bilhões de anos, teriam surgido estruturas estáveis,
mais bem adaptadas para a sobrevivência, dotadas de incrível capacidade de
autoduplicação e capazes de gerar descendentes.
Desde que foram realizados os primeiros experimentos para produzir as
moléculas orgânicas de uma célula (a primeira etapa), já se passaram mais de
60 anos, e têm-se obtido várias moléculas. Contudo, os resultados são diferentes
dos que a célula produz, e os cientistas continuam colhendo uma frustração
atrás da outra.
© denis_333 | Fotolia

“Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo surgiu” (Sl 33:9).

De fato, essa é só uma hipótese, uma suposição que se baseia na premissa


de que a macroevolução ocorreu. Os cientistas evolucionistas reconhecem que
as condições atuais da Terra não permitem a origem espontânea da vida, mas
acreditam que, sob outras condições, a vida surgiu espontaneamente. Porém,
ninguém conhece essas condições.
Apesar de não se conhecer o lugar em que a vida e os seres vivos teriam
surgido, muitos cientistas creem que a vida surgiu numa “sopa”, que, a
propósito, jamais foi encontrada nem há evidências de que tenha existido.
Francis Crick chegou a declarar que a vida na Terra pode ter começado
quando seres extraterrestres enviaram uma nave espacial que continha esporos
para “semear” o planeta. No entanto, o problema continua sem solução, porque
a teoria não responde à pergunta sobre como a vida se originou.
Existem muitos cálculos matemáticos para determinar as probabilidades de
uma origem espontânea da vida, e todos mostram que a célula não pode surgir
por casualidade, muito menos espontaneamente. A probabilidade de que uma
simples proteína de 100 aminoácidos se forme casualmente é de 1 em 20100; em
outras palavras, é praticamente impossível. Francis Crick, que recebeu o
Prêmio Nobel de Fisiologia em 1962, diz: “Cada vez que escrevo um artigo
sobre a origem da vida, juro que jamais escreverei outro, porque há especulação
em demasia baseada em pouquíssimos fatos.”
Os criacionistas, por outro lado, creem que os seres vivos foram criados
instantaneamente por ordem de Deus. O primeiro livro da Bíblia declara:
“Então disse Deus: ‘Cubra-se a terra de vegetação: plantas que deem sementes e
árvores cujos frutos produzam sementes de acordo com as suas espécies’. E
assim foi” (Gn 1:11). Dois dias depois, Deus criou os animais aquáticos,
inclusive os peixes; também as aves e os répteis (Gn 1:20, 21). No sexto dia,
Deus criou os animais terrestres e o homem (Gn 1:24-27).
Segundo essas declarações, os primeiros seres vivos foram plantas, não
microrganismos, como diz a teoria da evolução. Tampouco se originaram
espontaneamente, mas por ordem de Deus. E o lugar da criação do homem foi
no Oriente, no jardim do Éden (Gn 2:5-14). As Escrituras dizem que Deus, ao
criar Adão, “soprou em suas narinas o fôlego de vida” (Gn 2:7).
Ben Carson, neurocirurgião da Universidade Johns Hopkins, diz que
Darwin “queria provar que Deus não existe. Assim, começou a inventar
inúmeras teorias”.
Há muitas evidências de que é necessário um Criador para que exista a
vida:
1. A complexidade estrutural, fisiológica e bioquímica da vida. Na célula,
são encontradas dezenas de minúsculas partículas com uma intrincada
organização e uma função específica; são os chamados orgânulos.
2. Há centenas ou milhares de componentes químicos que reagem de
formas ainda não identificadas. Tudo isso existe no espaço de poucos mícrons
cúbicos.
3. Para que um ser vivo exista, é necessário haver a parede celular, o
sistema energético, o sistema de autorreparação, o sistema de reprodução, um
dispositivo para a entrada de alimentos e outro para a eliminação de resíduos,
um programa para interpretar e reproduzir o complexo código genético, e assim
por diante.
Esses aspectos complexos da vida dão evidências de que a vida foi
planejada por um agente inteligente e não pode ser mero resultado da atividade
das leis da natureza.
3
A Célula e o Genoma

T
odo ser vivo é formado por células. Há seres vivos que têm apenas uma
célula – são os chamados unicelulares. Por terem tamanho
microscópico, também são denominados microrganismos. Entre eles,
estão as bactérias, os protozoários, algas e fungos unicelulares.
Os demais seres vivos, obviamente, são pluricelulares, o que indica que são
formados por muitas células. Mas quantas?
Em cada milímetro cúbico de sangue há cerca de 5 milhões de glóbulos
vermelhos (eritrócitos). O ser humano tem aproximadamente 5 litros de sangue,
ou seja, 5 milhões de milímetros cúbicos. Se você fizer os cálculos, descobrirá
que a quantidade de glóbulos vermelhos que circulam no sangue é de
aproximadamente 25 bilhões.
Além dos eritrócitos, os glóbulos brancos (leucócitos), que são uns 7 mil
por centímetro cúbico de sangue, totalizam, em 5 litros, 35 bilhões. Estima-se
que as células nervosas (neurônios) do cérebro humano sejam 10 bilhões.
Adicione a isso as células epiteliais, musculares e ósseas, entre muitos outros
tipos e teremos bilhões de células; segundo alguns cálculos, nada menos que 60
trilhões, que interagem como uma grande comunidade. No entanto, o que mais
impressiona não é a quantidade delas, mas sua variedade e imensa
complexidade. Cada uma realiza uma ou mais funções diferentes. Seu
propósito especial é servir ao funcionamento do organismo que as contêm.
Porém, esse propósito só pode ser alcançado se cada uma de suas partes tiver
sido planejada para trabalhar de forma harmoniosa e simultânea.
No artigo “Células cibernéticas”, publicado em agosto de 2001, na revista
Scientific American, o cientista W. Wayt Gibbs afirma que a complexidade da
célula é tal que nenhum computador é capaz de imitar seu funcionamento.

© nikkytok | Fotolia O ser humano tem sido comparado a uma


grande cidade, em que as células são semelhantes a
pessoas que trabalham de forma independente, mas
colaboram intimamente com as demais, de tal
maneira que, se um tipo de célula não funciona,
todas morrem. Elas trabalham dia e noite, sem inveja
nem discórdia, em completa harmonia e para o bem-
estar de todas.
Os fungos unicelulares da As células da pele são como o “casaco” do
levedura decompõem açúcares e
corpo, como um exército localizado fora da cidade,
hidratos de carbono por meio da
fermentação.
impedindo a entrada de germes invasores,
renovando-se permanentemente para estar sempre
em estado de prontidão. A pele é uma grande placa que revela, por sua cor ou
manchas, se há febre ou alguma enfermidade; ela registra e, em certa medida,
também controla a temperatura do corpo. A pele é como um guarda-sol que
isola do calor e protege as células interiores dos raios ultravioleta, assim como a
camada de ozônio faz com o planeta Terra.
A pele também pode ser comparada com o guarda-chuva: graças à
queratina, ela protege o corpo de solventes naturais como água, óleo, ácidos
diluídos e outros produtos químicos. Sobretudo, ela é o órgão principal do tato,
que revela se uma superfície é suave ou áspera, fria ou quente. Além disso,
registra a pressão e a sensação de dor.
A atuação dessas células não é extraordinária?
Também existem células que produzem as substâncias necessárias para a
digestão dos alimentos ou para a neutralização de venenos e toxinas. Todas elas
fazem parte do sistema digestório.

VARIEDADE E COMPONENTES CELULARES


Todo ser vivo é formado por células bem pequenas, mas em número
elevado, e todas têm uma tarefa específica a cumprir.
Na grande cidade que é o corpo, os policiais são os leucócitos ou glóbulos
brancos; eles detectam ladrões e invasores e os destroem.
Os lixeiros são as células da pele, dos rins e dos pulmões; pois eliminam os
dejetos trazidos pelo sangue.
Os operários são as células musculares, que nos levam de um lugar ao
outro. Os comunicadores são as células nervosas, que recebem mensagens e
enviam sinais de informação ou de ordens.
Nas plantas, as células encarregadas da fotossíntese possuem uma organela
chamada cloroplasto. Ela tem uma “máquina” especial que lhe permite
transformar a energia luminosa proveniente do sol em energia química, a fim
de que os organismos vivos possam utilizá-la. Não há invenção humana que a
supere. A maioria das células se reproduz automaticamente e, mesmo que as
células “policiais” morram, são rapidamente substituídas.
As células são maravilhosas. Poderiam a sorte ou o acaso ter dado a cada
uma um propósito e função a cumprir?
O sistema mundial de telecomunicação é bem menos complexo do que o
de uma única célula. No caso do primeiro, ninguém acredita que tenha surgido
por acaso. Porém, na maioria dos meios científicos, é dito que a vida e a célula
bem mais complexas surgiram espontaneamente, por sorte.
As partes que constituem a célula também são fantásticas por sua
pequenez, função e complexidade química e estrutural. Em geral, as células são
tão pequenas que, colocadas uma ao lado da outra, se poderia enfileirar mais de
100 delas em apenas um milímetro! Toda célula possui um núcleo interior; o
restante é o citoplasma. A cobertura ou membrana celular é uma película
seletiva, porque deixa entrar apenas as substâncias de que a célula necessita; e
deixa sair dela o que não é mais necessário: o lixo ou dejetos de seu
metabolismo. Como a membrana sabe quais moléculas devem entrar ou sair do
citoplasma?
Debaixo da membrana, encontramos o citosol, um líquido viscoso, que
armazena água, glicose, proteínas, gorduras ou lipídios para usá-los nos
complexos processos químicos, e no qual parecem flutuar inúmeras estruturas.
O núcleo, localizado no citoplasma, é a estrutura mais importante da
célula, pois é o centro de operações.
No núcleo, estão os cromossomos que contêm o DNA, material genético
que armazena toda a informação de que a célula precisa a fim de fabricar
proteínas, gorduras, carboidratos e ácidos nucleicos; também tem a informação
para que a célula se reproduza, gerando outra célula exatamente igual a ela.
© Marta Irokawa e © Rob3000 | Fotolia

As células são como as pessoas de uma grande cidade, trabalhando de maneira harmônica, equipadas
com as ferramentas necessárias a fim de cumprir diferentes funções.

Os especialistas em DNA afirmam que seriam necessárias mil


enciclopédias, de mil páginas cada, para armazenar toda a informação que se
encontra nesse composto. O disco rígido de um computador contém muita
informação, mas não se compara a uma pequena célula.
A energia de que a célula precisa para funcionar é produzida nas
mitocôndrias, centenas de pequenas estruturas localizadas fora do núcleo, no
citosol, e que sintetizam o ATP (trifosfato de adenosina). Elas têm sido
consideradas como equivalentes aos fósforos que usamos para acender uma
chama. As mitocôndrias guardam um mistério: ninguém sabe por que o DNA
encontrado dentro delas provém só da mãe, não do pai.
Entre o núcleo e a membrana celular se encontram organelas chamadas
lisossomos e também os peroxissomos. Elas são cheias de um líquido formado
por enzimas, responsáveis por digerir as partículas alimentares que entram na
célula.
Além disso, devemos mencionar outras organelas, como os ribossomos,
cuja função é sintetizar as proteínas que a célula produz para seu próprio uso ou
para exportação. Há também o Complexo de Golgi, o retículo endoplasmático
e os microtúbulos, encarregados de elaborar e transportar os polissacarídeos e
outros produtos usados no metabolismo celular. Podemos citar também os
microfilamentos e o centríolo. Todos eles trabalham unidos para que a célula
realize suas funções.

QUANTO TEMPO AS CÉLULAS VIVEM?


Num período de cinco anos, a maior parte de nossas células se renova. A
cada duas semanas, somos capazes de renovar toda a pele. Talvez você se
pergunte para onde vão essas células.
Diariamente, perdemos cerca de 10 bilhões de células. A maioria fica na
cama, dentro de nossa roupa ou são levadas pela água do banho. O médico
Geoffrey Simmons afirma que, se pudéssemos olhar alguém bem de perto
enquanto caminha, veríamos essa pessoa rodeada por uma nuvem de células,
formando uma espécie de auréola. 1
Os glóbulos vermelhos vivem aproximadamente quatro meses e a medula
óssea produz 200 milhões de eritrócitos por dia. Os que morrem são reciclados
pelo baço. Os neutrófilos, uma categoria de glóbulos brancos, vivem apenas
cerca de seis horas.
As células nervosas geralmente não são substituídas e diminuem à medida
que envelhecemos. Os neurônios que captam o odor e o perfume das coisas
vivem próximo a dois meses, mas são substituídos por outros, originados no
revestimento das fossas nasais.
As células musculares também não são substituídas: quando alguém sofre
um ferimento grande com perda de músculo, fica uma cicatriz; as células
musculares perdidas são substituídas por um tecido conjuntivo, composto por
diversas células e fibras.
As células ósseas deixam de se multiplicar uma vez que a pessoa tenha
alcançado sua estatura definitiva. Entretanto, se um osso é quebrado, outras
células, chamadas células-mãe, produzem células ósseas que reparam o dano
produzido.
A vida e a célula são um verdadeiro milagre. Se os cientistas afirmam que a
célula é muito mais complexa do que um computador, é estranho ouvir que ela
– e a vida que ela contém – tenha se originado por sorte ou acaso, sem uma
intervenção inteligente.
No entanto, uma vez que a célula e a vida são evidentes, estão
subordinadas a leis e não têm explicação científica, somos obrigados a concluir
que ambas são um milagre. E milagre é definido como um “fato que não pode
ser explicado por leis naturais e que é atribuído a uma intervenção
sobrenatural”.
Milagre também é caracterizado como “qualquer acontecimento ou coisa
rara, extraordinária e maravilhosa”. A vida e as células são exatamente isso: algo
raro, mas maravilhoso! Muitas pessoas recebem o prêmio Nobel por estudos em
bioquímica celular, mas quem reconhece o grande Bioquímico que formulou
tal complexidade?
A verdade é adquirida por meio do conhecimento que provém do estudo
da natureza, realizado pela ciência; e também do estudo da Palavra de Deus, a
Bíblia.
A ciência descreve muito bem a natureza e descobre as leis que a
governam, mas não pode explicar suas origens. Por sua vez, a Bíblia apresenta
de maneira clara o Criador da natureza. Por isso, não devemos pensar que a
ciência e a Bíblia se excluem, mas que se complementam.

GENOMA
O genoma é a parte mais fascinante, significativa e complexa da célula. É
o material genético, a sequência completa do DNA de qualquer organismo. É
formado por 25% de cromossomos e 75% de proteínas. Ele leva a informação
necessária para que uma célula produza outras células.
Atualmente, fala-se sobre o genoma na televisão, no rádio, nos livros, em
revistas e na internet. Em muitos países, já se começou a fazer um registro do
DNA de cada indivíduo, porque nenhum DNA é igual ao outro. Durante muito
tempo, as impressões digitais foram consideradas o método mais preciso de
identificação. No entanto, hoje, a análise do DNA ultrapassa a todos como
método de identificação e, em alguns casos, tem se tornado rotineiro. Talvez no
futuro até chegue a ser usado como registro de identidade.
Você sabia que mais de mil cientistas trabalharam mais de dez anos a fim
de completar a sequência das bases nitrogenadas do genoma humano?
Nossas células contêm 46 cromossomos separados em dois pares de 23: no
momento da fecundação, um conjunto é recebido da mãe, por meio do óvulo;
e o outro, do pai, por meio do espermatozoide. Assim, cada cromossomo tem
seu par: há um cromossomo materno e um paterno.
Em 1952, dois cientistas, James Watson e Francis Crick, descobriram que
formato e que substâncias constituem o DNA. Ele tem o formato de uma
escada em espiral, e é composto apenas por seis moléculas químicas distintas:
fosfato, desoxirribose, adenina, timina, guanina e citosina.
Os lados são formados por moléculas de um açúcar chamado
desoxirribose, que se alternam com moléculas de fosfato.
Cada “degrau” da escada é formado por quatro moléculas chamadas bases
nitrogenadas: adenina, timina, guanina e citosina, geralmente representados
pela sigla ATGC. A adenina sempre está ligada à timina (AT) e a guanina, à
citosina (GC). O hidrogênio as une entre si para formar um degrau completo.
Cada degrau ou base nitrogenada está ligado ao açúcar desoxirribose.
Uma molécula de desoxirribose, uma de fosfato e uma base nitrogenada
(A, T, G ou C) constituem o que é denominado nucleotídeo. Um conjunto de
nucleotídeos distribuídos ao longo do DNA constitui um gene, a partícula que
dá origem às características hereditárias de cada ser vivo.
Acreditava-se que a quantidade de genes que temos fosse cerca de 100 mil,
mas hoje se admite que são apenas uns 30 mil. Esses genes têm
aproximadamente 6 milhões de pares de bases nitrogenadas.
O DNA diz à célula (e ao corpo) tudo o que é preciso saber para crescer,
sobreviver, combater infecções, digerir o alimento, respirar, fazer o sangue
circular, eliminar resíduos, pensar e perpetuar a espécie, entre outras coisas.
A altura de uma pessoa, a forma e a cor dos olhos, a cor e o tipo de cabelo,
a forma das mãos e dos pés, a tendência para ser obeso ou magro, os hormônios
que deve produzir, o que a célula deve absorver ou eliminar, as habilidades
artísticas – tudo isso, e muito mais, já está nos genes de um embrião. O DNA,
por meio dos genes, diz a uma célula nervosa como sentir dor, e aos glóbulos
brancos, como lutar contra a infecção.
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O DNA é tão pequeno e com tão pouca massa que, se o de todos os habitantes da Terra fosse reunido,
estima-se que pesaria apenas uns 50 gramas.

O sexo de um indivíduo é definido pelo cromossomo Y, número 23. Se


uma pessoa será calva ou hemofílica, ou se terá daltonismo, está determinado
no cromossomo X. Por isso, o DNA tem sido chamado de “livro da vida”.
O salmista parecia conhecer esses fatos quando afirmou: “Os teus olhos
viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no
teu livro antes de qualquer deles existir” (Sl 139:16).
Alguns animais têm o mesmo número de cromossomos que o ser humano.
O ser humano tem 23 pares de cromossomos, ou seja, um total de 46. Animais
que têm o mesmo número de cromossomos incluem a serpente marinha,
alguns lagartos, quatro espécies de peixes e o sagui. O chimpanzé e o gorila
possuem 48 cromossomos.
A vaca tem 60; o cavalo, 64; o cachorro, 76; e a galinha, 78. Um
caranguejo de rio tem 208, e o pagurus ochotensis possui 254 cromossomos. Já a
lombriga intestinal possui apenas 2 cromossomos, a mosca tem 12 e a abelha
que fabrica o mel, 32.
Podemos mencionar também alguns exemplos de plantas: a azinheira, o
pinho, o arroz e o tomate têm 24 cromossomos; a macieira, 34; o repolho, 18; e
o tabaco, 48.
A partir desses números, pode-se concluir que não é a quantidade de
cromossomos que distingue uma planta de um animal, um lagarto de uma
galinha ou um macaco de um homem. Esses números tampouco estão
relacionados com nossa superioridade intelectual sobre os animais.
É admirável que o DNA de uma célula saiba se deve formar um
chimpanzé ou um ser humano, uma laranja ou uma cereja, um tomate ou um
repolho, um estafilococo ou um estreptococo.
Essa complexidade explica por que muitos cientistas acreditam que a
célula tenha sido projetada por um Ser inteligente, e não seja produto do acaso
e da sorte, como indica o evolucionismo.

1 . Geoffrey Simmons, What Darwin Didn’t Know, p. 156.


4
A Origem Humana

T
anto criacionistas como evolucionistas creem que os seres vivos,
inclusive o ser humano, experimentam mudanças. E isso é verdade.
Alguém pode se parecer muito com seu pai ou sua mãe, ou com
algum outro familiar, mas cada pessoa é diferente. Não há um ser humano igual
ao outro. Conhecemos vários grupos étnicos; mas, independentemente do
grupo a que um indivíduo pertença, sempre será humano.
A teoria da evolução propõe que o ser humano evoluiu a partir de animais.
No início, portanto, tinha o corpo coberto de pelos, morava em cavernas e se
alimentava dos animais que caçava. Fala-se do “homem primitivo” e
argumenta-se que certo número de mutações o tornou inteligente.
Neste capítulo, examinaremos se essa compreensão é válida, tendo em
vista os avanços do conhecimento científico. Começaremos com os principais
aspectos que distinguem o ser humano dos animais, inclusive dos macacos
antropoides.

Inteligência
A sede da inteligência está no cérebro. Geralmente se supõe que um
crânio com dimensões maiores abriga um cérebro maior e mais evoluído.
Assim, essa característica indicaria mais inteligência.
O cérebro humano é proporcionalmente maior do que o de alguns
animais. Isso pode ser devido a algumas funções básicas do cérebro exigirem
certo número mínimo de células, independentemente do tamanho do animal.
O ser humano lida com ideias abstratas, escreve poemas, aprecia a verdade,
a beleza e os valores morais, constrói casas, catedrais e aviões, usa ferramentas e
máquinas complexas, controla o meio ambiente e possui características
espirituais que o tornam único.
O homem é o único ser que se preocupa com a ordem, o destino e o
propósito da vida. Há algum animal que se importa em obter trabalho, ganhar
dinheiro para construir uma casa, casar, ter filhos e desfrutar uma vida
agradável? Há algum animal que cora de vergonha ou ri de uma piada? Os
macacos riem apenas quando sentem cócegas.
A capacidade craniana média do ser humano é de 1.350 cm3 (centímetros
cúbicos), embora esse número varie entre mil e 2 mil cm3. Entre os sexos, esse
volume é diferenciado: as mulheres têm um volume craniano 10 a 12% menor
do que os homens.
Os macacos antropoides têm uma capacidade craniana 50% menor que o
ser humano. Assim, o volume craniano de um chimpanzé é de 294 cm3, quatro
a cinco vezes menor do que o humano; de um orangotango, 411 cm3, ou três
vezes menor que o humano; e de um gorila, 498 cm3, 2,7 vezes menor.
Contudo, alguns gorilas chegam a volumes cranianos entre 600 e 752 cm3.

Funções do rosto
O rosto humano é mais achatado do que o dos macacos e outros animais.
Além disso, sua mão cumpre funções que, em outros animais, são exercidas
pela boca e pelos dentes caninos proeminentes. Você conhece algum animal
que tenha queixo? Ou que tenha um nariz tão saliente?
Além disso, uma complexa série de músculos do rosto humano permite a
comunicação por meio da expressão facial e da linguagem de gestos. Os
animais mostram os dentes quando estão irritados ou quando se sentem
ameaçados. Aparentemente, não há animais que produzam tantos sons ou
tenham tantas habilidades de comunicação quanto o ser humano.
Postura e locomoção
Outra característica que torna o homem único entre os seres vivos é seu
modo de andar: só ele anda completamente ereto. Às vezes, os ursos e os
macacos também andam assim, mas essa não é sua forma usual de locomoção.
Todos eles usam as quatro patas para se locomover.
Por causa de sua postura ereta, é possível observar várias diferenças entre o
homem e os macacos: o crânio humano está perfeitamente equilibrado na
extremidade superior da coluna vertebral. Por sua vez, o crânio dos macacos se
projeta para a frente. A coluna vertebral humana apresenta as curvaturas
cervical e lombar, ao passo que os macacos só possuem a curvatura dorsal.
A pélvis humana se parece com uma fonte, enquanto a dos macacos é
alongada. Os braços do ser humano são mais curtos que os dos macacos; porém,
as pernas humanas são mais compridas. O colo do fêmur humano é mais grosso
na parte inferior e fica mais estreito acima, diferentemente dos macacos.
O pé humano está projetado para andar e correr, e todos os dedos estão
alinhados. Por outro lado, os macacos têm mãos e patas preênseis, que
possibilitam agarrar objetos. Tente pegar um botão com os dedos dos pés e você
verá a vantagem que o chimpanzé tem ao agarrá-lo com os dedos da pata. A
pata dos macacos não tem arcos, enquanto os pés humanos, sim.

Sexualidade
O macaco tem um osso em seu pênis: o baculum. As fêmeas dos lêmures e
társios de Madagascar possuem hímen, assim como as fêmeas dos seres
humanos. Todavia, não é assim com outros primatas.
A cópula entre os animais – inclusive macacos – dura apenas alguns
segundos, e é muito raro que ocorra face a face. Por outro lado, não é assim
entre o homem e a mulher. Os macacos sempre sabem quando a fêmea ovula,
já os seres humanos, não.
Sabe-se que a menopausa ocorre só nos seres humanos e na baleia-piloto.
Por sua vez, em comparação com os primatas, o ser humano tem o período de
gestação mais longo.
O ser humano nasce gordinho e sem pelos; os filhotes de chimpanzé são
peludos e muito magros. O bebê humano nasce indefeso e impotente, mas os
filhotes dos macacos são capazes de manterem-se presos ao corpo da mãe
enquanto ela está correndo. Além disso, a infância humana é mais longa que a
de outros seres vivos.

Outras diferenças
© Alexander Potapov | Os macacos não transpiram; o ser humano, sim.
Fotolia Os primatas estão cobertos de pelos, mas eles não
crescem muito. Em comparação, o ser humano tem
poucos pelos; entretanto, seu cabelo precisa ser
cortado, pois cresce permanentemente.
Não há variedade na cor dos olhos dos macacos;
mas no homem, sim.
Os pinguins, os mamíferos e o ser humano são
os únicos que conseguem prender o fôlego.
A maioria dos animais, inclusive os macacos, é
capaz de produzir sua própria vitamina A. Por sua
Imagem comparativa da postura e
locomoção do macaco e do ser
vez, o homem tem de obtê-la dos alimentos. Parece
humano. que, nesse ponto, a teoria da sobrevivência do mais
apto não funcionou. O médico Geoffrey Simmons
diz:
Os macacos de cauda comprida e os macacos antropoides, ainda que recebam todo tipo de
treinamento, nunca conseguirão ler um livro, entender uma piada, dirigir um veículo, pilotar um
avião, cantar o hino nacional ou recitar uma prece. 1

O HOMEM ESTUDA A SI MESMO


Quando o ser humano estuda a si mesmo, voluntária ou
involuntariamente, comete erros. Isso não se deve tanto a não ter a capacidade
de fazê-lo, mas a outros fatores:
1. A pesquisa científica requer objetividade. No entanto, pelo fato de o
“sujeito homem” estudar o “objeto homem”, a objetividade é alterada e o
estudo fica carregado de subjetividade.
2. As interpretações, reconstruções e teorias sobre a origem do ser humano
estão baseadas em restos de fósseis escassos e fragmentados, que podem induzir
a graves erros. Um exemplo disso é o caso de um paleontólogo que, em 1922,
encontrou no Nebraska, Estados Unidos, um molar mal preservado da época do
Plioceno. Ele enviou o achado a outro paleontólogo, que o classificou como
pertencente a um novo gênero de macacos muito semelhantes ao homem de
Java; mas, depois, descobriu-se que era apenas o molar fossilizado de um javali.
3. Quando pesquisa, o cientista criacionista encontra muitas evidências da
criação. Da mesma forma, o cientista evolucionista verá os fatos a partir de sua
perspectiva, achando muito difícil aceitar as conclusões do cientista criacionista.
Ou seja, as ideias preconcebidas dificultam os resultados da pesquisa.
4. Ao se estudar e classificar os fósseis humanos, pretende-se chegar à
determinação da origem do homem. Já se falou em 30 gêneros humanos e
quase inumeráveis espécies. Atualmente, todos os achados estão agrupados em
dois gêneros: Australopithecus e Homo.
5. Outra dificuldade no estudo das origens humanas é que muita
informação tem sido mantida em sigilo ou é resultado de fraude. O chamado
homem de Java (Pitecantropus erectus) foi mantido em sigilo durante
aproximadamente 30 anos, mas hoje é reconhecido como um ser humano de
cérebro pequeno. Também é famoso o caso do homem de Piltdown, porque
foram necessários mais de 40 anos para se comprovar e reconhecer que havia
sido uma fraude. Ele incluía ossos humanos fósseis, dentes e mandíbula inferior
de macacos antropoides, cujos dentes haviam sido dispostos para parecerem
humanos. Em novembro de 1999, a revista National Geographic publicou um
achado na China de um dinossauro (Archaeoraptor) com penas, que se
descobriu ser um composto de blocos de pedra habilmente colados. Na edição
de outubro de 2000, a mesma revista publicou cinco páginas explicando por
que havia ocorrido esse engano. Às vezes, são encontradas formações rochosas
que parecem ser fósseis, mas um exame cuidadoso revela sua verdadeira
identidade. Houve histórias a respeito de ossos humanos gigantes que se
revelaram troncos petrificados; pisadas gigantes de seres humanos que alguém
havia esculpido na rocha; e até o caso de um crânio de cavalo da Idade do Gelo
que, ao ser completamente desenterrado, foi encontrado com as ferraduras!
6. A atitude de alguns cientistas tem sido um obstáculo para se estudar
devidamente os fósseis humanos. Louis Leakey, renomado paleoantropólogo da
segunda metade do século 20, pensava que os fósseis que ele havia encontrado
na Tanzânia eram importantes ancestrais humanos, e que os exemplares
encontrados por outros pesquisadores eram de menor importância.
© Roman Samokhin / vgstudio | Fotolia

A semelhança não significa necessariamente origem comum. A ideia de que o homem descende de
animais, por evolução, não é apoiada em saber científico.

SEMELHANÇAS DE DNA
1. O evolucionista responderá que sim e que tudo o que precisamos é
observar as afinidades entre o homem e os outros animais. As semelhanças são
vistas na respiração, na digestão, na circulação, na resposta do sistema nervoso e
na contração muscular. A aparência física do ser humano é como a dos
macacos antropoides; e o material genético (DNA) do homem e do chimpanzé
é 98,4% idêntico. Entretanto, é interessante notar os dados revelados em uma
pesquisa científica que comparava 731 genes humanos e da ratazana (ou seja,
não todo o DNA). Nesse estudo, foram encontrados 717 genes idênticos; só 14
eram diferentes. Isso representa 97,3% de semelhança genética. No entanto,
ninguém atribui ao homem parentesco com a ratazana!
2. Uma segunda razão apresentada em favor da evolução do ser humano a
partir dos animais é o descobrimento de crânios humanos com características
diferentes das dos homens atuais. Dessa maneira, o relato bíblico da criação é
posto em dúvida, sendo substituído pela teoria de que o homem é resultado de
um processo evolutivo que compartilha com os macacos. No fim, todos os seres
vivos descenderiam de um ancestral comum.
Os fósseis dos hominídeos estão classificados atualmente em dois gêneros:
Australopithecus e Homo, e cada um deles é subdividido em várias espécies.
Entretanto, ocorre que alguns vestígios não podem ser catalogados em
nenhuma dessas categorias. Os fósseis encontrados provêm de lugares tão
distintos como África do Sul, Tanzânia, Zâmbia, França, Alemanha, Espanha,
República Checa, Eslováquia, Grécia e China, entre outros.

DIFICULDADES DA TEORIA EVOLUCIONISTA


Apesar das semelhanças do homem com os animais e da existência de
fósseis humanos diferentes do homem atual, a evidência da evolução humana é
escassa e sujeita a muitas interpretações.
1. Perguntaram aos cientistas do departamento de anatomia da
Universidade de Birmingham, Inglaterra, os pesquisadores Solly Zucherman e
Eric Ashton, se os australopitecos haviam sido ancestrais do ser humano. Eles
analisaram os dentes desses fósseis seguindo o método “univariado” e
concluíram que suas formas não eram humanas. Outros dois cientistas, J.
Bronowski e W. Long, propuseram usar as “técnicas estatísticas multivariadas”.
Para tanto, deveriam usar um computador para obter os resultados, e
concluíram que eram humanos. Charles Oxnard e seus colegas da Universidade
de Birmingham usaram as técnicas multivariadas para estudar a omoplata, a
pélvis, o astrágalo, o dedão do pé, o metacarpo e o úmero. Os resultados não
apoiaram a ideia de que os australopitecos fossem ancestrais humanos. Se o
mesmo método científico, estudando os mesmos objetos, conduz a resultados
diferentes, então ele não pode ser totalmente seguro.
2. Uma segunda dificuldade relacionada à teoria da evolução humana é a
incerteza que surge quando novas descobertas mostram que várias espécies
consideradas intermediárias viveram no mesmo período. Alguns sugerem que os
seres humanos evoluíram de modo independente em diferentes lugares. Outros
dizem que ainda não foram encontrados os antepassados do gênero Homo e
que as relações evolutivas entre os macacos do Velho Mundo e os do Novo
Mundo são desconhecidas.
3. Estudos acerca de biopolímeros, dos quais os mais importantes são as
proteínas e os ácidos nucleicos, sugerem que os hominídeos e os pongídeos se
separaram de seu ancestral comum há 5 milhões de anos; não há 20 milhões,
como se acreditava.
4. As hipóteses sobre relações evolutivas baseadas na semelhança do DNA,
nas reações a anticorpos e na evidência fóssil mostram uma discrepância que é
inconsistente com o modelo aceito da evolução humana.
5. Outra questão não solucionada pelo evolucionismo diz respeito a
quando, onde e como o ser humano surgiu. Parece estranho que, se a
humanidade (Homo sapiens) existe há pelo menos meio milhão de anos, as
evidências claras de suas atividades sejam tão recentes. A história, a escrita e a
arqueologia (que inclui evidências de civilização como cidades, rotas de viagem
antigas, entre outros indícios) refletem apenas uns poucos milhares de anos.

A BÍBLIA E A ORIGEM HUMANA


O relato bíblico é claro e preciso ao dizer: “Criou Deus o homem à sua
imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27). O
capítulo seguinte acrescenta: “Então o Senhor Deus formou o homem do pó da
terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser
vivente” (Gn 2:7).
O relato continua: “Então o Senhor Deus fez o homem cair em profundo
sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com
carne. Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma
mulher e a levou até ele” (v. 21, 22).
Note os seguintes fatos apresentados na Bíblia:
1. Deus criou o homem entre 6 e 10 mil anos atrás.
2. O homem foi feito à imagem de Deus.
3. Ambos os sexos foram criados por Deus.
4. O material original foi a terra para o homem, e a costela do homem para
a mulher.
Ainda que muitos fragmentos de fósseis humanos tenham sido
encontrados, em alguns casos crânios e esqueletos bastante completos, as
incertezas são muitas:
1. Não está claro se os australopitecos são ancestrais humanos. Ainda se
discute se o Homo habilis é anterior ao Australopithecus africanus.
2. Se algumas espécies são contemporâneas, permanece a pergunta: Quem
é ancestral de quem?
3. As hipóteses sobre as relações evolutivas baseadas em dados moleculares
diferem daquelas baseadas na morfologia.
4. A arqueologia mostra atividades humanas de poucos milhares de anos,
não de milhões de anos, como consta na teoria da evolução.
5. Não há teoria que explique as mudanças morfológicas e de
comportamento que levaram à origem do ser humano a partir de ancestrais
animais.
6. A origem da mente humana mediante processos naturais é um mistério
para a ciência.
7. A origem do homem por ação de um Criador continua sendo uma
hipótese confiável.

1 . Geoffrey Simmons, What Darwin Didn’t Know, p. 275, 278.


5
Variações em Plantas e Animais

O
bservamos nos seres vivos uma grande diversidade de formas,
tamanhos e cores. Além disso, contemplamos a ampla variedade
anatômica, fisiológica e bioquímica, resultantes principalmente de
seleção natural, hibridação e mutações.
Por exemplo, existem 125 espécies de tulipas silvestres e 500 variedades
comerciais; umas 20 mil rosas, sendo 8 mil híbridas; centenas de variedades de
camélias, e, de seu genoma, são criadas mais variedades.
Também se conhecem mais de 2 mil variedades de maçãs, obtidas
principalmente no século 19; oito espécies de batatas e cerca de 5 mil
variedades. Há centenas de variedades de milho; há duas espécies de arroz,
cinco subespécies e umas 120 mil variedades.
A Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, possui uma coleção de
7.359 variedades de soja. Poderíamos continuar dando exemplos de variações
no trigo, algodão, banana ou tomate; mas vejamos também alguns exemplos
entre os animais.
Há mais de 300 raças de porcos. Nos Estados Unidos, o Kennel Club
reconhece 138 raças de cães, classificadas em sete grupos.
São mais de 65 mil as espécies de ácaros, carrapatos, caranguejos e
escorpiões; mais de 44 mil as espécies de crustáceos, entre eles camarões,
caranguejos e lagostas.
Além disso, existem mais de 900 mil espécies de insetos. Dentre elas, 112
mil espécies de mariposas, 12 mil espécies de grilos, mais de 300 mil espécies
de besouros e gorgulhos, cerca de 5 mil espécies de libélulas, umas 120 mil
espécies de moscas, quase 110 mil espécies de abelhas, vespas, formigas e
insetos menos conhecidos.
Variações, isso é o que a natureza nos mostra diariamente. Assim, poderia
parecer lógico que todas elas fossem consideradas resultado da macroevolução.
Ao comparar os órgãos dos animais, alguns parecem mais complexos.
Consideremos o coração: nos peixes, ele é formado principalmente por duas
cavidades. Nos sapos, rãs, salamandras e serpentes, ele tem três cavidades.
Finalmente, o coração dos crocodilos, das aves, dos mamíferos e do ser humano
tem quatro cavidades.
A teoria da evolução defende que os seres vivos evoluíram de peixes a
anfíbios, depois a répteis, que deram origem às aves e, por último, aos
mamíferos.
O mesmo poderia ser dito ao se estudar o sistema respiratório, digestório,
urinário, nervoso e os órgãos dos sentidos.
Ao observar as extremidades dos animais (nadadeiras, asas, patas, braços ou
pernas), o evolucionista explica que o ambiente exerceu uma influência no
material genético, que foi selecionado naturalmente, permitindo as variações.
Essas inúmeras e pequenas variações foram acumuladas ao longo de muitas
gerações: o peixe precisou de nadadeiras para poder nadar, os insetos e as aves
precisaram de asas para voar, os animais terrestres necessitaram de patas para
andar, correr ou saltar.
Nessa ideia evolucionista de modificações na natureza, também está
incluído o ser humano, como parente próximo dos macacos antropoides,
estando muito próximo especialmente dos chimpanzés.
A diferença entre o DNA do chimpanzé e do homem é de apenas 1,6%; ou
seja, ambos compartilham 98,4% de seus genes.
Portanto, é dito que os macacos antropoides e o homem provêm de um
ancestral comum no processo evolutivo. Como esse primeiro ancestral ainda
não foi encontrado, ele continua sendo o “elo perdido”. Mas, em relação à
ratazana, as equivalências são de 97,3% e nem por isso há semelhanças entre
eles.

CAUSAS DAS VARIAÇÕES


Segundo a teoria da evolução, as aves aquáticas desenvolveram membranas
entre os dedos das patas a fim de poder nadar. Da mesma forma, como os
morcegos precisavam voar, desenvolveram membranas entre os dedos das patas,
que se tornaram suas asas. Infelizmente, os evolucionistas ainda não elaboraram
um modelo prático e factível que explique como foram produzidas essas
variações e a complexidade que observamos na natureza.
© Matthew Cole | Fotolia

A teoria da evolução afirma que quanto maior é a complexidade, maior foi a ocorrência de evolução.

Sabe-se que as mutações que sucedem na natureza são uma das causas das
variações. As mutações são mudanças genéticas transmitidas aos descendentes
por meio da hereditariedade. Mas, em sua maioria, são prejudiciais ao
organismo e são produzidas por radiações ou substâncias químicas que alteram
os genes celulares.
Provavelmente você conheça uma pessoa albina; ela não possui
pigmentação no cabelo, que, portanto, é branco. O albino também não
apresenta uma pigmentação normal na retina do olho e na pele. O albinismo é
o resultado evidente de uma mutação. Também há animais albinos, como as
ratazanas brancas, os chimpanzés brancos, os corvos brancos, as cobras brancas
e os tigres brancos. É difícil compreender como algo prejudicial poderia ajudar
uma espécie a evoluir.
A resistência de certos microrganismos a antibióticos é outra consequência
das mutações, dificultando assim o tratamento e a cura de muitas doenças.
Quando duas espécies ou raças diferentes são cruzadas, pode-se obter uma
planta ou animal com características intermediárias. Isso é chamado de
hibridação. Por exemplo, a mula vem do cruzamento entre duas espécies: o
cavalo e o burro. A mula apresenta um tamanho intermediário entre o burro e o
cavalo, e é mais resistente que o cavalo para o trabalho de carga.
A teoria da evolução afirma que, ainda que existam poucas diferenças entre
uma geração e outra, ao longo de muitos séculos e milênios – e até milhões de
anos –, essas pequenas variações se acumulam, alcançando finalmente uma
grande diferença em relação aos organismos originais.
Na população de certa espécie, alguns indivíduos, que têm determinadas
características que os tornam mais aptos à sobrevivência, produzem mais
descendentes do que os que possuem outras características. Dessa maneira, a
composição da população muda lentamente. Isso é conhecido como “seleção
natural”.
Em 1916, um casal de cangurus australianos fugiu do zoológico do Havaí.
Hoje existem centenas de descendentes deles que são menores, mais claros e
que possuem uma bioquímica diferente, permitindo-lhes comer plantas que
seus ancestrais australianos não conseguiam. Essas mudanças são evidentes, mas
os animais continuam sendo cangurus; não se tornaram outra espécie. Assim, é
possível constatar que houve apenas variação.
Outras observações mostram que, quando as espécies são isoladas,
separadas por rios ou montanhas, o intercâmbio de genes com outras
populações é impedido. Desse modo, originam-se populações com
características divergentes. Isso é chamado de “isolamento geográfico”.
As mutações, a hibridação e o isolamento em ilhas ou a separação das
espécies por um rio caudaloso, uma montanha alta ou um deserto produzem
mudanças. Entretanto, não são alterações suficientes para gerar animais
diferentes, como o evolucionismo pretende demonstrar.

ÓRGÃOS VESTIGIAIS
Se os animais passam por modificações genéticas, como dizem os
evolucionistas, novas estruturas se desenvolvem; assim, as antigas não são mais
necessárias e começam a desaparecer. Durante esse processo, restos ou vestígios
da estrutura original podem ser conservados – são os chamados órgãos vestigiais.
Vejamos alguns exemplos:
Há 50 anos, muitos diziam que as amígdalas e o apêndice eram órgãos
vestigiais, porque poderiam ser removidos sem que a pessoa tivesse
complicações. Porém, hoje é sabido que eles são parte do sistema imunológico.

© 7activestudio | Fotolia O timo, uma glândula endócrina localizada na


frente da traqueia, era considerado um órgão
atrofiado, vestigial, sem nenhuma função, porque
desaparece com a idade. Hoje sabemos que ele
estimula o desempenho imunológico nos tecidos
linfáticos.
Também era dito que a epífise, encontrada na
base do crânio, era um vestígio de um terceiro olho
que teria existido nos seres humanos primitivos.
Atualmente, ela é denominada glândula pineal, e seu
hormônio ajuda a regular a produção de
gonadotrofinas, hormônios que estimulam as
gônadas.
Quando ficamos sentados durante várias horas,
geralmente sentimos dor na extremidade inferior da
coluna vertebral. A causa disso é a vértebra caudal,
que tem o formato de “cauda”. Segundo o
O cóccix, osso caudal dos seres
humanos, está ligado à pélvis. evolucionismo, esse é o vestígio de uma cauda, que
Esse osso é formado por vértebras
unidas e não se sobressai desapareceu quando o homem deixou de usá-la
externamente. Seu propósito
anatômico é sustentar músculos
porque não mais subia em árvores.
como o glúteo.
Segundo a teoria da evolução, os músculos que
movimentam as orelhas dos cavalos, dos cachorros e
de muitos outros mamíferos estariam atrofiados no homem; seriam apenas
vestígios deles.
A carúncula lacrimal é considerada o resto de uma terceira pálpebra, como
a que existe em aves e répteis. O dente do siso, assim como o canino, também é
considerado vestigial. Se compararmos os dentes caninos humanos com os de
um animal de estimação (cachorro ou gato), perceberemos que os dentes
humanos são menos desenvolvidos. Argumenta-se que a alimentação do
homem primitivo era principalmente carnívora, e que ele necessitava de dentes
maiores e mais fortes, como os animais carnívoros.
Além disso, entre os animais, vários órgãos são considerados vestigiais. Por
exemplo, as extremidades posteriores das baleias; os olhos reduzidos de alguns
peixes e salamandras que habitam lagoas escuras e cavernas; as asas de algumas
aves como o kiwi e o avestruz; e as asas de alguns besouros.
Atualmente, considera-se que esse é um argumento frágil em favor da
teoria da evolução, pois se baseia mais em nossa falta de conhecimento do que
em fatos.

ORGANISMOS INTERMEDIÁRIOS
A teoria da evolução afirma que, se há macroevolução, deve haver
organismos que, em seu processo de mudanças, tenham características de dois
grupos diferentes; ou seja, são organismos intermediários. Os evolucionistas
apresentam alguns exemplos:
O ornitorrinco e a equidna da Austrália são dois animais que possuem
características de mamíferos, aves e répteis. Como os mamíferos, eles possuem
pelo e alimentam os filhotes com leite. Contudo, se parecem com aves, porque
põem ovos e têm bico, que, na verdade, é um focinho comprido coberto de pele
suave, úmida e com terminações nervosas sensíveis. Esses animais também
apresentam membranas entre os dedos, e seu sistema urogenital é como o dos
répteis.
Entre os organismos fósseis também se observa esse estado aparentemente
intermediário. O Archaeopteryx litographica é uma ave do tamanho de um
corvo. Possui bico com dentes como os de répteis, patas como das aves e penas
no corpo e na cauda. A última aparece em níveis distintos, não como nas aves
atuais, em que todas saem no mesmo nível da cauda.
No entanto, as últimas descobertas de muitos esqueletos de aves, todas nas
mesmas camadas sedimentares, mostram que elas surgiram ao mesmo tempo,
contrariando à teoria da evolução.

A COLUNA GEOLÓGICA E A VARIAÇÃO ENTRE ESPÉCIES


1. Segundo a teoria da evolução, as criaturas mais simples devem ter
surgido primeiro, isto é, estariam nas rochas mais profundas; e as espécies mais
evoluídas deveriam estar nas rochas mais próximas à superfície. Assim, por
exemplo, os invertebrados aparecem nas camadas mais profundas; enquanto as
aves e os mamíferos estão perto da superfície. Jamais foram encontrados fósseis
humanos nas camadas inferiores da coluna geológica; só em estratos superiores.
Isso daria a entender que o homem, assim como as aves e os mamíferos, surgiu
tardiamente no processo evolutivo.
2. A teoria da evolução requer milhões de anos para que ocorra a
macroevolução, porque, na natureza atual, assim como no passado, os processos
são lentos e uniformes. Por exemplo, segundo esse raciocínio, foi estabelecido
cientificamente que a Groenlândia se separa da Europa dois centímetros por
ano. Em geral, o desgaste e a sedimentação são processos lentos, ainda que
sejam conhecidos casos recentes de rápida erosão.
3. A salinidade dos mares aumenta lentamente à medida que os rios
transportam os sais, e a água dos mares e oceanos evapora pela ação do calor.
4. As estalagmites e as estalactites formadas em algumas cavernas de rocha
calcária crescem em média um centímetro por século.
5. Os recifes de coral são o resultado da atividade de diversos organismos
que obtêm carbonato de cálcio dissolvido na água do mar. Há recifes de corais
com mais de mil metros de profundidade. Acredita-se que alguns deles tenham
centenas de milhões de anos. No entanto, algumas estimativas mostram que a
velocidade de crescimento de um recife pode variar até 500 vezes em
comparação com outro similar. Dessa forma, não seriam necessários tantos
milhares de anos para se formarem.
6. O urânio (U238) se desintegra lentamente. Esse processo é conhecido
como desintegração radioativa. Para que um quilo de urânio se reduza a meio
quilo, são necessários 4,468 bilhões de anos – essa é sua vida média. No
processo de desintegração do urânio, grande quantidade de energia é liberada.
Os reatores nucleares e certos tratamentos médicos podem aproveitar essa
energia.
Não há dúvida de que já ocorreram, ocorrem e ocorrerão mudanças na
natureza. Porém ninguém pode demonstrar de maneira segura que as alterações
que acontecem hoje também aconteceram no passado da mesma forma.
Ainda que os fatos científicos confirmem a existência de variações e
mudanças nos seres vivos, devemos ter em mente que essas modificações não
levam à formação de outros grupos de seres vivos. Trata-se de variações dentro
da mesma espécie; ou seja, a formação de variedades, raças e talvez subespécies.
Isso demonstra apenas uma microevolução, que é aceita também pelos
cientistas criacionistas. No entanto, a teoria da evolução propõe mudanças
muito maiores; isto é, a macroevolução, capaz de transformar um organismo de
uma espécie, gênero, família, ordem, classe e tipo, em outro. Essa hipótese
jamais foi demonstrada.
Se a hipótese evolucionista afirma que a complexidade crescente dos
sistemas circulatório, nervoso, digestório e excretor, entre outros, é evidência da
macroevolução, podemos propor também que a mesma complexidade pode ter
sido planejada por uma mente inteligente, de acordo com as necessidades dos
organismos. Por que limitar o poder do Criador? Os chamados organismos
intermediários entre os táxons podem ter sido criaturas formadas com essas
características, ainda que pareçam ser intermediárias.
A ideia de que a evolução tem se prolongado por milhões de anos,
argumentando-se que processos lentos e uniformes da Terra a confirmariam,
também não pode ser comprovada.
É verdade que, hoje, os continentes estão se separando lentamente, mas
isso não significa que tenha sido assim no passado. Esse movimento pode ter
sido muito mais rápido durante o dilúvio bíblico, que produziu grandes
alterações na Terra.
Ninguém sabe se a salinidade dos oceanos sempre foi lenta e constante; e
nenhum cientista pode provar que os oceanos eram compostos originalmente
por água doce. O fato de as estalactites aumentarem de tamanho um centímetro
por ano não é prova de que no passado tenha sido desse modo. Tampouco é
possível verificar que a velocidade de decaimento do urânio radioativo sempre
foi a mesma.
Os cientistas estudam, investigam, comparam, supõem, pensam e
elaboram hipóteses e teorias. No entanto, a teoria da evolução não tem sido
demonstrada. Então, devemos nos perguntar: por que se deve acreditar nela?
6
A Idade da Terra

MÉTODOS DE CÁLCULO

A
lguma vez você já se perguntou qual é o dia do aniversário da Terra?
Quantos anos ela tem? Como é possível saber disso? Em primeiro lugar,
devemos saber que nem a ciência nem a Bíblia atestam uma data da
origem da Terra. Tampouco podemos resolver esse assunto recorrendo à
história.
A Bíblia apenas traz a seguinte informação: “No princípio Deus criou os
céus e a terra” (Gn 1:1). Isso é tudo: a criação ocorreu no princípio. Deus criou
a Terra.
Os cientistas, usando diversos métodos de estudo, afirmam que a Terra tem
milhões de anos. Então, quando a Terra foi criada? No princípio, como diz a
Bíblia; entre 6 a 10 mil anos, como defendem muitos criacionistas; ou há
milhões de anos, como argumentam outros criacionistas e todos os
evolucionistas?
Todos os métodos científicos levam à conclusão de que a Terra tem
milhões ou bilhões de anos, ainda que o número varie conforme o método
usado. Veremos as conclusões extraídas de cada método.

Conteúdo mineral da água do mar


Alguns cientistas creem que seria possível calcular a idade dos oceanos e,
portanto, da Terra, sabendo a velocidade com que os maiores rios depositam
sais no oceano e a quantidade de sal existente nos mares.
Em 1898, os cálculos científicos apresentaram uma idade oscilante entre
80 e 90 milhões de anos. Em 1940, novos cálculos baseados em dados mais
recentes aumentaram a idade: entre 150 e 250 milhões de anos. Posteriormente,
o geofísico Arthur Holmes, com base na salinidade dos oceanos, sugeriu uma
idade de 1 a 7 bilhões de anos.
O resultado dos cálculos poderia ser diferente, visto que, em primeiro
lugar, não sabemos se os oceanos eram ou não salgados quando foram
formados. Além disso, desconhecemos a ação da água, do vento e de outros
agentes naturais sobre as rochas. Infelizmente, não há registros que possam nos
ajudar, e qualquer suposição é possível, anulando, assim, a validade do
resultado obtido.

Desgaste das rochas ígneas


© Alex Ishchenko | Fotolia Esse método se baseia na suposição de que todas
as rochas sedimentares são produzidas pela erosão de
rochas ígneas. Rochas sedimentares são aquelas
formadas pelo desgaste de outras rochas, por meio de
fragmentos transportados geralmente pela água.
Uma rocha ígnea é formada pelo resfriamento
de material vulcânico, como lava e granito.
Considerando as velocidades atuais de erosão, conclui-se que a Terra tenha
entre 400 milhões e 3 bilhões de anos.
Entretanto, devemos indagar: que cientista pode provar que o desgaste que
ocorre nas rochas hoje acontecia exatamente no mesmo grau no passado?

Resfriamento da Terra por radiação


Este cálculo é baseado na suposição de que a Terra, no passado, foi um
material fundido muito quente. Em 1862, William Thompson, reconhecido
mais tarde como Lorde Kelvin, calculou que o esfriamento da Terra, desde seu
estado fundido até a temperatura atual, teria durado de 20 a 400 milhões de
anos.
Depois de 35 anos, em 1897, seus novos cálculos foram de 20 a 40 milhões
de anos, dez vezes menos que a estimativa anterior. Em 1947, passados 50 anos,
o geofísico Arthur Holmes, com base na contribuição do possível calor
disponível em materiais radioativos, calculou que o tempo de esfriamento foi de
2 a 4 milhões de anos. Seria possível que no século 21, com mais
conhecimentos e métodos de análise, chegássemos a novos números para a
idade da Terra?

Cálculo radiométrico
Este método se baseia na suposição de que há minerais que resultam das
transformações radioativas. Por exemplo, com o tempo, o urânio se transforma
em chumbo; ou o potássio se torna em argônio.
Os cientistas dizem que, no momento em que o mineral radioativo foi
depositado em sua posição atual, o “relógio” radioativo foi “zerado”. O que isso
significa? Simplesmente que, quando o mineral foi depositado ou formado,
todas as transformações radioativas prévias foram canceladas. Dessa forma, se
são encontrados restos de um animal nesse mineral, a idade do animal
corresponde à idade radiométrica do mineral.
Esses cálculos indicam que muitas rochas existem há mais de 2 bilhões de
anos. No entanto, estudos baseados em plantas enterradas em material
vulcânico recente, na Nova Zelândia, apresentam uma idade de 465 mil anos
para o material vulcânico e de 225 anos para as plantas. Isso contradiz a
pressuposição do método, o que invalida a data indicada. Outros exemplos
demonstram que sedimentos radioativos transportados por centenas de
quilômetros não alteraram sua idade radiométrica, como pressupõe o método
radioativo. Portanto, esse método possui limitações e falhas.

INFORMAÇÕES BÍBLICAS
À luz das Escrituras, é possível esclarecer muitas dúvidas sobre a origem da
Terra e sua idade.
Revisemos então algumas declarações bíblicas que têm levado alguns a
entender que a Terra tenha milhões ou bilhões de anos:
1. Gênesis 1:1 e 2 diz: “No princípio Deus criou os céus e a terra” e “era a
terra sem forma e vazia”. A palavra “era” expressa aqui passado remoto; por isso,
muitos criacionistas pensam que a Terra pode ter sido criada há bilhões de
anos. Eles entendem que, durante a semana da criação apresentada em Gênesis
1 e 2, o planeta foi organizado para permitir o desenvolvimento dos seres vivos.
Assim, poderíamos explicar por que vários métodos indicam que a Terra tenha
milhões ou bilhões de anos.
2. A declaração encontrada em Jó 38:4 e 7 sugere que havia seres criados
antes da fundação da Terra: “Onde estavas tu, quando eu lançava os
fundamentos da terra [...] quando as estrelas da alva, juntas, alegremente
cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (ARA).

Um dia equivale a milhões de anos?


Muitos criacionistas acreditam que cada dia do relato da criação pode ter
sido um período de milhões de anos, durante o qual Deus realizou lentamente
o processo evolutivo. Assim, os primeiros capítulos de Gênesis seriam
considerados mitos, metáforas, lendas ou ficção, não um registro factual.
Podemos acreditar que cada dia da criação representa milhões de anos? O
relato bíblico em Gênesis 1 tem sido questionado com base nos cálculos já
mencionados. Entretanto, a Bíblia não dá espaço para a hipótese da criação em
milhões de anos, pelas seguintes razões:
1. A palavra hebraica yom, traduzida como “dia”, sempre se refere a um
período de 24 horas quando é antecedida por um numeral; ou seja, primeiro
dia, segundo dia, e assim por diante. No fim de cada dia da criação, é dito no
livro de Gênesis: “Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o segundo dia [...] o
terceiro dia” (Gn 1:8, 13). Essa expressão não teria nenhum significado se
representasse longos períodos de tempo.
2. No sétimo dia, Deus descansou e, assim, estabeleceu no tempo um sinal
de sua obra criadora. Isso é dito explicitamente em Êxodo 20:8 a 11. Se esses
não fossem dias literais, o sábado perderia seu significado. Tampouco
poderíamos imaginar que Deus estivesse descansando durante milhões de anos.
3. Como consequência do ponto anterior, como poderíamos explicar o
ciclo semanal? Onde a semana se originou? Estudaremos esse tema mais
adiante.
4. Os escritores bíblicos se referem aos fatos da criação como obras
instantâneas. O Salmo 33:9, por exemplo, diz: “Pois ele falou, e tudo se fez; ele
ordenou, e tudo surgiu.”
5. As plantas foram criadas no terceiro dia, e o Sol, no quarto. Devemos
questionar: se o terceiro dia durou milhões de anos, como uma planta poderia
ter sobrevivido sem a luz solar, que só apareceu muito tempo depois? Assim, é
razoável concluir que os dias da criação descritos na Bíblia são de 24 horas, tal
como conhecemos hoje.

Por que insistir na origem recente da vida?


Por que uma parcela dos criacionistas continua crendo que a semana da
criação ocorreu entre 6 e 10 mil anos? A razão disso está no uso do método
cronológico, ou seja, no estudo das genealogias registradas na Bíblia, desde o
primeiro homem até o nascimento de Cristo, há 2 mil anos. As idades dos
patriarcas e de seus descendentes estão indicadas, assim como o ano em que
ocorreu o dilúvio. As Escrituras apresentam também o tempo que os israelitas
viveram no Egito e os anos que passaram entre o êxodo e a data da construção
do templo de Salomão.
Infelizmente, os manuscritos bíblicos apresentam diferenças nas datas e
idades, conduzindo a diferentes resultados. Ainda assim, os estudiosos estimam
que os cálculos nos levam a menos de 10 mil anos. Tomando como base o ano
2000, o texto massorético apresenta 6.179 anos; o texto samaritano, 6.420; e a
Septuaginta, 7.665 anos.
Então, nos perguntamos novamente: qual é a idade da Terra?
Os métodos usados nas pesquisas científicas dão à Terra uma idade de
milhões ou bilhões de anos, mas se baseiam em pressuposições impossíveis de
ser comprovadas.
Para todas as conclusões, é necessário ter fé. Contudo, devemos saber que
há evidências que indicam que a vida na Terra data de apenas alguns milhares
de anos:
Os estudos arqueológicos mostram que a cultura humana existe somente
há milhares de anos.
Os fósseis existentes quase sempre são classificados como pertencentes aos
grupos taxonômicos conhecidos atualmente. Em outras palavras, não houve
grandes mudanças entre as espécies que vivem agora e as que viveram no
passado.
Os fósseis vivos são excelentes exemplos desse fato. Um fóssil vivo é o resto
de um animal ou uma planta que existiu no passado, mas que, apesar de se ter
transcorrido milhões de anos, segundo a teoria da evolução, não sofreu grandes
mudanças e é muito semelhante aos animais e plantas que existem hoje.
7
Dilúvio: Mito ou Realidade?

CATÁSTROFES HISTÓRICAS E CONTEMPORÂNEAS

O
registro histórico está repleto de relatos de desastres repentinos e
extensos que afetam os povos desde tempos imemoriais. Os
terremotos eram muito frequentes nas costas do mar Mediterrâneo e
do mar Egeu, como relatam autores e filósofos gregos e romanos.
A Bíblia também se refere a eles diversas vezes. Muitos registros descrevem
essas catástrofes em tempos medievais e modernos. Hoje ouvimos notícias sobre
eles quase diariamente. Erupções vulcânicas ocorrem incessantemente em
partes do planeta, e furacões, inundações e tornados são manchetes comuns nos
meios de comunicação. Grandes avalanches fazem desaparecer culturas
inteiras. Esses fenômenos são expressões vívidas das forças da natureza que
atuam na Terra.

UNIFORMISMO
Em 1795, James Hutton retomou a antiga teoria grega de que a Terra teria
milhões de anos, e de que durante todo esse tempo a ação geológica teria sido
uniforme. Em 1830, Charles Lyell, no livro Princípios de Geologia, compilou
informações que apoiavam a teoria de Hutton, de que os acontecimentos do
passado deveriam ser interpretados à luz do que se observa no presente.
Lyell convenceu a maioria dos cientistas de sua época de que a forma atual
da Terra não era resultado da criação nem do dilúvio mencionados na Bíblia,
mas que dependia da ação gradual de forças naturais operando sob leis físicas
imutáveis durante vastos períodos de tempo.
De fato, há processos lentos na natureza, como a vagarosa separação dos
continentes, a radioatividade, o aumento da salinidade dos mares e a formação
das estalactites e das estalagmites.
De acordo com o pensamento uniformista, a crença no dilúvio bíblico é
simplesmente inaceitável. Para essa teoria, a maior catástrofe registrada, o
evento no qual grandes transformações ocorreram rapidamente em toda a
superfície terrestre, poderia ser classificada como um mito ou uma lenda.

CATASTROFISMO
O dilúvio registrado no livro de Gênesis (cap. 6–8) foi uma catástrofe
global. De acordo com a Bíblia, Deus inundou a Terra para acabar com a
maldade que nela existia (Gn 6:12, 13).
Esse evento eliminou toda a vida terrestre, exceto a que foi preservada na
arca. Somente oito pessoas da família de Noé foram salvas. Quanto aos animais,
foram preservados apenas um par dos classificados como “impuros” e sete pares
dos “puros” (Gn 7:2).
A água cobriu as mais altas montanhas (Gn 7:20). Essa imensa quantidade
de água proveio “das grandes profundezas” e da chuva, que durou 40 dias (Gn
7:11, 12). Durante 150 dias, as águas cobriram a Terra (Gn 7:24). Depois, um
vento começou a soprar, diminuindo o nível da inundação (Gn 8:1-3). Passado
1 ano e 17 dias, a Terra ficou completamente seca, e Noé, sua família e os
animais saíram da arca (Gn 8:13, 14).
Existem várias razões pelas quais a maioria dos cientistas nega que tenha
ocorrido um evento histórico global como o dilúvio:
1. Atualmente ocorrem terremotos, inundações, erupções vulcânicas e
furações ao redor do mundo, mas essas catástrofes não são simultâneas nem
globais. Segundo a teoria uniformista, o que acontece hoje é uma amostra do
que foi no passado.
2. Embora entre muitos povos do mundo sejam encontradas lendas que
relatam inundações, elas tratam de catástrofes locais, em vez de algo global.
3. Os uniformistas argumentam que, de acordo com a informação
meteorológica atual, se toda a água atmosférica fosse condensada e caísse como
chuva, a água subiria apenas alguns poucos centímetros. O ciclo hidrológico
não permitiria uma inundação de grandes proporções conforme está relatado na
Bíblia. Além disso, afirmam que a altura das cordilheiras é tão grande que a
água existente jamais seria suficiente para cobri-las.
Todavia, não devemos nos esquecer de que os métodos científicos podem
ser usados para o estudo de processos que se repetem. Por eles se investigam as
células, as plantas e os animais porque estes se mantêm geração após geração;
pode se pesquisar a força da gravidade, porque todo objeto é atraído por ela.
No entanto, a ciência não pode estudar os fenômenos que ocorreram
apenas uma vez, entre eles: o surgimento da vida; a formação dos oceanos, das
cordilheiras e do sistema solar; e a lenta formação do carvão nas turfeiras.
Portanto, o uniformismo dificilmente poderá explicálos. Tudo o que os
cientistas podem fazer é supor.

EVIDÊNCIAS DE UMA CATÁSTROFE GLOBAL


Jim Gibson, diretor do Instituto de Pesquisa em Geociências, localizado
em Loma Linda, na Califórnia, menciona uma declaração do Observatório
Naval dos Estados Unidos que diz: “Se a superfície da Terra fosse perfeitamente
plana, sem montanhas nem bacias oceânicas, ela seria coberta por uma camada
de água de três quilômetros de profundidade.”
A revista National Geographic, de setembro de 2002, apresenta dados
semelhantes, mas diz que a camada de água teria 2,7 mil metros. Essas
declarações científicas estão em harmonia com o relato bíblico: “e foram
cobertas todas as altas montanhas debaixo do céu” (Gn 7:19).
No entanto, algumas montanhas atuais têm mais de 3 mil metros. O
monte Everest, por exemplo, tem quase 9 mil metros de altitude. Porém, não é
possível – para a ciência nem para quem crê no relato bíblico – garantir que,
antes do dilúvio, as montanhas fossem tão altas. Se tivessem menos de 3 mil
metros, ainda assim seriam consideradas montanhas.
Também é possível encontrar fósseis de plantas e animais tropicais na
Antártida, onde atualmente esses seres não se encontram. Uma catástrofe local
não seria capaz de explicar essa distribuição global que, evidentemente, afetou
toda a Terra. Na cordilheira dos Andes, no Chile, em lugares como Cajón del
Maipo e Termas del Flaco, localizados perto de São Pedro de Atacama, são
encontrados inúmeros fósseis marinhos, inclusive pegadas de dinossauros
(ornitópodes, saurópodes e terópodes). O mesmo poderia ser dito sobre
cordilheiras como os Alpes, o Himalaia e as Montanhas Rochosas.
Enormes depósitos de rochas sedimentares e de carvão mineral, resultantes
do acúmulo de plantas que cobrem milhares de quilômetros quadrados,
também são argumentos a favor de um cataclismo que modificou toda a Terra.
Como atualmente não vemos a formação de camadas tão extensas e de
espessura tão grande, podemos saber que as catástrofes locais não poderiam
produzi-las. Muitos dos extratos observados ao redor do mundo têm espessura
de dezenas a centenas de metros e cobrem vastas áreas; mas, em alguns casos,
alcançam milhares de metros.
Em um caso particular, na Índia, os sedimentos alcançam uma espessura
de 18 quilômetros. A formação Morrison, nos Estados Unidos, tem uma
extensão de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados e uma espessura média
de 100 metros.
Rios como o Mississipi e o Amazonas poderiam fornecer indícios do que
ocorreu no passado, mas o material depositado na foz deles é apenas um barro
fino, sem grandes depósitos de calcário ou arenito.
Considerando os processos naturais de nossos dias, os geólogos
uniformistas sugerem que houve um afundamento gradual do terreno, com o
lento acúmulo de sedimentos provenientes de erosão durante milhões de anos.
Porém, de onde vieram esses sedimentos?
Atualmente, a ideia de uniformidade é aplicada mais às leis científicas do
que aos processos geológicos, e os geólogos começam a reconhecer que o
passado foi repleto de catástrofes, ainda que não da magnitude defendida pelos
catastrofistas.
Nas camadas em que são encontrados muitos dinossauros, geralmente não
há plantas fósseis, ou são muito raras. Imediatamente surge a pergunta: o que os
dinossauros comiam? Se havia dinossauros, deveria haver alimento, mas
praticamente não há evidências dele.
Árvores petrificadas são encontradas em muitos lugares do mundo como
Yellowstone (Wyoming, Estados Unidos), Grand Canyon (Arizona, Estados
Unidos), Patagônia (Argentina) e Nova Escócia (Canadá).
Algumas dessas árvores contêm, em seus troncos ocos, material rochoso
distinto ao do local no qual se encontram os restos orgânicos variados. Tudo isso
indica depósito de água, o que está em harmonia com um dilúvio global.
Também se tem visto alguns troncos que atravessam vários extratos. Se
cada extrato precisou de milhões de anos para se formar, como propõe a teoria
uniformista, como se explica que esses troncos estejam incluídos em mais de
um extrato? Eles teriam que ter apodrecido durante milhares de anos, o que é
improvável.

© Sora | Fotolia Em todos os continentes tem sido observada a


presença de diques, falhas e dobras como resultado
da ação conjunta de vulcanismos, terremotos e
violentas ondas marinhas. Os diques geralmente são
massas de rochas ígneas, relativamente finas e planas,
cortadas verticalmente ou em ângulo muito
inclinado, através de outras rochas. Podem ter
espessura de poucos centímetros até várias centenas
Em todos os continentes são
encontrados fósseis marinhos. A de metros. Normalmente, a espessura é entre 30
imagem apresenta uma amonita.
centímetros e seis metros, e sua extensão pode chegar
a centenas de quilômetros.
Às vezes, os diques se irradiam de centros como os de um vulcão extinto. É
difícil explicar como o arenito permaneceu sem endurecer durante
aproximadamente 250 milhões de anos, até que as rochas ígneas penetrassem
nela.
As falhas são fraturas ou rachaduras das camadas rochosas, nas quais as
rochas de ambos os lados estão deslocadas, ou seja, não coincidem. Esse
deslocamento pode ser vertical, horizontal ou inclinado em qualquer ângulo. A
fratura pode variar em tamanho de poucos centímetros até centenas de
quilômetros.
Os deslocamentos modernos de apenas alguns metros, ou ainda de poucos
decímetros, são responsáveis por fortes terremotos. Por exemplo, o terremoto de
São Francisco, em 1906, foi produzido por um deslocamento horizontal
máximo de seis metros na falha de San Andrés, Califórnia, que se estende por
cerca de 900 quilômetros.
Qual teria sido o efeito do deslocamento observado em muitas falhas, que,
em alguns casos, chega a centenas de quilômetros?
As dobras nos extratos rochosos testemunham de forças gigantescas que
moveram as camadas depositadas originalmente em superfícies planas,
horizontais, aparentemente quando ainda estavam macias, o que lhes permitiu
sofrer a curvatura que apresentam. Alguns extratos chegam a ter dezenas de
quilômetros de comprimento e vários quilômetros de largura.
Acredita-se que cadeias de montanhas como as Rochosas, o Himalaia, os
Andes, os Apalaches, os Alpes e o Cáucaso se originaram pelo dobramento da
crosta terrestre. Inúmeras dobras menores podem ser observadas facilmente em
todas as cordilheiras.
Como as cordilheiras se formaram? A teoria das Placas Tectônicas afirma
que a crosta terrestre está dividida em várias placas. Elas têm entre 45 e 135 km
de espessura e “flutuam” sobre uma camada suave, quente e semiviscosa da
Terra. Elas se movem a diferentes velocidades, transportando os continentes.
Quando se chocam entre si, formam as montanhas, por meio do dobramento da
crosta terrestre. Essas placas também são a causa dos terremotos e dos vulcões.
Em diversos lugares da Terra é possível observar extratos completamente
verticais que resultaram da força que os empurrou para cima, até ficarem nessa
posição.
Na superfície de muitos extratos são observadas ondulações de diversos
tamanhos. Algumas são pequenas e indicam que foram formadas por água de
pouca profundidade. Outras ondas são grandes, porque são separadas por
dezenas, e às vezes, centenas de metros, indicando mais profundidade. Essa é
outra evidência de que a Terra já esteve submersa em diferentes níveis.
Extratos cruzados são vistos em muitos lugares, dentre eles no Parque
Nacional de Sião, Estados Unidos. Uma explicação sobre o fato de estarem
cruzados poderia ser que estiveram à mercê de correntes de água, rápidas e
alternadas.
Em diferentes lugares da Terra, observam-se costas marinhas acima dos
atuais níveis do mar ou dos oceanos. Isso ocorre, por exemplo, na costa sul da
Califórnia e na Europa. Elas indicam uma possível subida de água, talvez pela
elevação dos continentes.

© passonitis | Fotolia Os depósitos de sedimentos de calcário, onde se


encontram a maioria dos fósseis de animais
marinhos, estão nas partes inferiores da coluna
geológica, isto é, no chamado Paleozoico. À medida
que subimos nessa coluna, os depósitos de calcário
diminuem. Esse fato apoia a ideia de que, no fim do
dilúvio, foram depositados sedimentos provenientes
das partes mais elevadas da Terra.
Abaixo do Paleozoico, encontramos os depósitos
pré-cambrianos, que também são formados de
calcário, mas têm pouquíssimos fósseis. Esses
depósitos contêm evidências de gigantescos processos
Nos bosques petrificados é possível
observar o processo de substituição
geológicos, como a cimentação, a metamorfose, os
de material orgânico por minerais dobramentos na formação das montanhas e a
que conservam os detalhes da
madeira e de suas paredes subsequente erosão.
celulares.
No período Cambriano se encontram pelo
menos 60 gêneros de esporos provenientes de plantas
terrestres; exemplares que, segundo a geologia convencional, apareceram
milhões de anos depois (no período Siluriano). Como, em período anterior,
pode haver esporos de plantas que ainda não existiam, mas que surgiriam
somente depois de milhões de anos? Esse fato demonstra que os sedimentos não
foram depositados em épocas muito distantes, e que essa separação pode ter sido
causada mais pela flutuabilidade do que pelo tempo.
Os turbiditos são depósitos de materiais nos quais se observam uma
variação no tamanho das partículas. Em outras palavras, os grãos maiores se
encontram na base da camada, e os menores, na área superior.
Os turbiditos são produzidos quando sedimentos que ainda não se
endureceram são novamente levados por correntes subaquáticas. Essa nova
suspensão é iniciada principalmente quando um terremoto solta partículas
acumuladas na foz dos rios, em lagos ou em oceanos.
São conhecidas dezenas de milhares dessas camadas, algumas das quais
cobrem áreas de até 250 mil quilômetros quadrados. Ocasionalmente, contêm
megabrechas (que explicaremos mais adiante).
O estudo das rochas sedimentares leva os geólogos a determinar a direção
em que os sedimentos foram depositados. Em condições normais, a água flui
em direções diferentes, como ocorre nos rios atuais. Se os continentes estavam
submersos durante um dilúvio global, seria razoável que as águas fluíssem na
mesma direção, e há evidências disso.
Estudos desenvolvidos na América do Norte e do Sul mostram que os
sedimentos que contêm animais e plantas seguem a direção sudoeste nos
sedimentos inferiores, com mudança gradual até o leste nos extratos superiores.
Aproximadamente, no extremo superior da coluna geológica, as rochas não
mostram uma direção predominante. Poderíamos explicar isso pelo fato de que,
no fim do dilúvio, os continentes começaram a aparecer; ou talvez isso possa ser
o indício de uma atividade pós-diluviana, semelhante à que ocorre atualmente.
Quando, numa sucessão de extratos rochosos, encontramos evidências de
que a deposição deles foi interrompida, isso é chamado de discordância. Assim,
temos extratos horizontais em cima de extratos dobrados, os quais indicam falta
de deposição contínua.
Em outros casos, numa série de extratos rochosos horizontais, faltam
alguns, seja porque sofreram erosão ou porque não foram depositados, deixando
uma lacuna de supostos milhões de anos. Há muitos exemplos nos quais se
pode observar o limite, como se fossem traçados por uma régua, entre um
extrato e outro. Uma amostra disso se encontra no Grand Canyon, no rio
Colorado.
Seria possível dizer que não houve erosão durante milhões de anos? Se o
dilúvio os depositou rapidamente, é evidente que não houve erosão, e é isso que
se observa com frequência.
As megabrechas são depósitos sedimentares nos quais se encontram
fragmentos angulares de rochas de mais de um metro de diâmetro. Acredita-se
que a maioria tem origem subaquática. São conhecidos casos de rochas de 10,
30, 100, 500 e 800 metros de extensão e vários metros de espessura, pesando
milhares de toneladas, que foram transportadas por dezenas de quilômetros sem
deixar vestígios. Já foram encontradas megabrechas em lugares tão separados
como Peru, Estados Unidos, Venezuela, México, Suíça, Timor, Arábia, Grécia
e Turquia. O mecanismo e as forças exigidas para esse transporte são
inexplicáveis segundo os processos observados hoje.
Na edição de novembro de 1985, a revista Scientific American publicou
um artigo sobre os chamados “terrenos”, grandes blocos terrestres arrastados de
um lugar ao outro. O autor declara:
Praticamente toda a costa pacífica, desde a baixa Califórnia, no sul, até o extremo do Alasca, no norte,
e estendendo-se ao interior numa média de 500 quilômetros, foi ligada ao continente preexistente
pela adição de grandes blocos pré-fabricados da crosta terrestre. A maioria destes foi transportada a
milhares de quilômetros em direção ao leste e ao norte de seus lugares de origem, na Bacia do
Pacífico. As dimensões horizontais dos blocos individuais variam de centenas a milhares de
quilômetros. [...] Muitos dos blocos são de origem oceânica e consistem de partes da crosta oceânica,
ilhas, planícies, cadeias ou conjuntos de ilhas. Uns poucos blocos são claramente fragmentos de
outros continentes. Alguns viajaram milhares de quilômetros notavelmente com pouca deformação.

Essas declarações não deixam dúvidas de que houve uma gigantesca


catástrofe, o que se harmoniza com o relato bíblico do dilúvio.
As erupções vulcânicas ocorrem de maneira incessante em algumas partes
da Terra, e, ainda que possam ser muito destrutivas, há evidências de que, em
épocas passadas, a atividade vulcânica já tenha sido maior. Nos Estados Unidos,
há lugares nos quais a lava está distribuída em milhares de quilômetros
quadrados e até a três quilômetros de profundidade.
Debaixo da bacia do Paraná, que inclui o sul do Brasil, o norte da
Argentina, o Paraguai e o Uruguai, se estende uma camada de basalto cujo
volume ultrapassa 920 mil quilômetros cúbicos. No noroeste da Índia, no
planalto de Deccan, encontra-se lava cobrindo uma área de 520 mil
quilômetros quadrados.
Todos esses exemplos mostram que não podemos usar o que ocorre hoje
como padrão para determinar o que pode ter acontecido ou não no passado.
Essas são claras evidências de que houve um grande cataclismo, muito
diferente dos experimentados atualmente. Além disso, a catástrofe foi global, já
que, em todos os continentes e ilhas, foram deixados indícios, como enormes
sedimentos, fósseis, diques, falhas, dobras, turbiditos, lavas vulcânicas e
megabrechas. Ademais, diversos povos do mundo apresentam em seus relatos
religiosos a história de uma catástrofe de grandes proporções.
Portanto, não se pode descartar a narrativa bíblica. Primeiro, porque é
revelada por Deus, em quem temos muitas razões para confiar; e, depois,
porque as evidências científicas sugerem sua veracidade.
8
Os Fósseis

T
odo animal ou planta que, desde tempos antigos, se encontra
preservado na crosta terrestre, principalmente em rochas sedimentares,
é denominado fóssil. Os cientistas que estudam os fósseis são chamados
de paleontólogos. Georges Cuvier (1769-1832) foi o fundador da paleontologia.
Seus estudos levaram-no a concluir que houve extensas catástrofes mundiais,
que, provavelmente, tenham provocado a extinção de tantas espécies quanto as
que existem atualmente.
Calcula-se que 98% das espécies que já habitaram a Terra foram extintas.
Os ossos fósseis não são os únicos restos de seres vivos depositados; existem
também folhas, pólen, sementes, árvores, moluscos, peixes, caranguejos e todos
os outros tipos de animais e plantas.

SOTERRAMENTO RÁPIDO
Sabemos que as plantas e os animais fósseis encontrados hoje foram
soterrados violentamente. Isso permitiu a fossilização, visto que os tecidos se
impregnaram com os sais minerais, que logo os endureceram.
Alguns fósseis são tão delicados quanto maravilhosos. Como exemplo,
podemos mencionar as medusas, o tecido embrionário de sementes de
coníferas, e também as folhas nas quais se pode identificar os diferentes tipos de
clorofila. Essa preservação assombrosa é a evidência clara de que esses frágeis
fósseis não sofreram decomposição, pois ficaram isolados do ar. Sabemos que o
oxigênio é o agente mais importante na desintegração.
Há fósseis de moluscos bivalves descobertos com suas conchas fechadas
(evidência de um bivalve vivo). Alguns estão com suas conchas abertas, o que
indica um bivalve morto no momento de ser soterrado.
Também têm sido encontrados fósseis de peixes com outro peixe em seu
interior, ainda sem ser digerido; ou contorcendo-se, como se estivesse lutando
para escapar. Um ictiossauro, réptil marinho, foi soterrado no momento de dar à
luz, sendo assim fossilizado. Além disso, foram localizados ovos de dinossauros
(Therizinossauro).

COMO OS FÓSSEIS SÃO CLASSIFICADOS?


De acordo com suas características, os fósseis são agrupados da seguinte
forma:
1. Inalterados. Partes originais dos organismos foram preservadas em
turfeiras, piche, areia, cinza vulcânica, gelo, âmbar, entre outros meios.
Incluem dentes de tubarões e mamíferos, ossos de animais, conchas de
moluscos e foraminíferos, esqueletos de corais, valvas de diatomáceas, exina
(parede) de pólen e esporos, folhas, insetos e outros artrópodes.
2. Carbonizados. Nestes fósseis, outros elementos desapareceram, deixando
principalmente carvão. Os grandes depósitos de carvão mineral são um exemplo
mais claro. Em outros casos, o carvão ficou como uma fina película preta sobre
a rocha na qual a carbonização ocorreu. Não apenas as plantas foram
carbonizadas, mas também peixes pequenos, trilobitas, insetos e medusas.
3. Petrificados. O material original do fóssil foi impregnado e/ou
substituído por sílica, carbonato de cálcio ou de magnésio, ou sulfato ferroso. A
madeira petrificada é o fóssil mais conhecido desse tipo, mas há outros, como os
coprólitos, fezes petrificadas de animais. Também têm sido encontrados
organismos petrificados como lírios-do-mar, trilobitas, corais, moluscos e
caranguejos, entre outros.
4. Moldes e vazados. Um animal ou uma planta que tenha ficado dentro de
uma rocha e posteriormente tenha se decomposto, deixando uma cavidade ou
molde que conserva sua forma e seu tamanho e forma um fóssil desse tipo. Um
molde excepcional, em basalto, é o de um rinoceronte encontrado no estado de
Washington, Estados Unidos.
5. Cavidades de animais na rocha. Algumas cavidades produzidas por
animais semelhantes aos castores foram preenchidas com substâncias que
resistiram melhor à deterioração do que o material original em que as cavidades
estavam e se parecem com espirais saindo do solo. Cavidades de peixes
pulmonados, como os dipnoicos, têm sido encontradas em extratos do
Permiano, em ardósias. Também são encontradas cavidades de bivalves,
gastrópodes, equinoides, briozoários, sipunculídeos, bem como tubos de
poliquetas.

© esebene | Fotolia 6. Pegadas. Tornaram-se famosas as pegadas de


dinossauros observadas em diversos lugares dos
Estados Unidos: em diferentes camadas de carvão
mineral em Utah, em arenito vermelho do vale de
Connecticut, no deserto Pintado, e nas rochas
jurássicas do Parque Nacional de Sião (os dois
últimos no Arizona). Encontram-se rastros de aves
Os dinossauros deixaram muitos
rastros de sua existência. Um deles
em rio Verde, Wyoming, pegadas de anfíbios nas
são as pegadas encontradas em rochas do Grupo Supai (Pensilvaniano), no arenito
muitos locais do planeta.
de Coconino (Permiano) do Grand Canyon, e nos
extratos Triássicos, em Toscana, Itália. Outros
exemplos são as pegadas de mamíferos como camelos, antílopes e animais
carnívoros em extratos na Califórnia, e de camelos em sedimentos de Sião,
Estados Unidos. Na Tanzânia, próximo ao lago Eyasi, na região de Laetoli, se
encontram dezenas de milhares de pegadas de animais pertencentes a 17
famílias, incluindo elefantes, dinotérios, girafas, rinocerontes, cavalos, antílopes,
lebres, um gato pequeno, uma galinha d’angola, um inseto e hominídeos, todos
em cinza vulcânica. Também foram encontrados coprólitos de lebres, girafas e
dos antílopes dik-dik. Há também as pegadas de trilobitas descobertas em
extratos do período Devoniano, na Alemanha.
7. Fósseis especiais. São rastros deixados por gotas de chuva, pedras de
granizo e ondas de água na superfície das rochas sedimentares. Vestígios de
gotas de chuva também são abundantes em Laetoli, Tanzânia. Parece
inacreditável, mas isso existe.

FÓSSEIS INTERMEDIÁRIOS
Como o nome indica, estes são os fósseis que aparentam demonstrar
transição entre uma espécie e outra, ou entre gêneros, famílias, ordens e classes.
Se a macroevolução é um fato, a presença de fósseis de transição seria uma
prova conclusiva; mas realmente existem fósseis assim?
Em 1861, foi descoberta numa pedreira na Baviera, Alemanha, em rochas
do Jurássico superior, a primeira ave fóssil: o Archaeopteryx, o “pássaro com
cauda de réptil”. Não mais de seis espécimes foram encontrados até hoje, e
todos perto de Eichstätt, Alemanha.
O Archaeopteryx é do tamanho de um corvo pequeno, possui bico com
dentes cônicos implantados em alvéolos, semelhantes aos de muitos répteis. Os
dedos das asas não estão completamente unidos: os três primeiros funcionam
como garras, sua cauda possui penas, as quais não saem em forma de leque,
como nas aves modernas, mas para cada um dos lados nos diferentes níveis da
cauda; suas patas são como as das aves. Desde sua descoberta, o Archaeopteryx é
considerado um intermediário entre aves e répteis.
Uma ave moderna parecida com esse fóssil, ao menos em um aspecto, é o
hoatzin (também conhecido como jacu-cigano ou cigana), presente na selva
amazônica. Esse pássaro apresenta duas garras na extremidade anterior de cada
asa, que desaparecem depois de algum tempo de vida.
Dentro da grande variedade de formas de aves, poderia ser mera
coincidência o fato de o Archaeopteryx ser parecido com os répteis. O registro
fóssil apresenta uma ausência quase completa de supostos organismos em
transição, isto é, em processo de evolução. Os evolucionistas explicam isso
dizendo que as mudanças ocorreram em poucos organismos; que foi um
processo rápido; que a fossilização é um evento raro; e que muitas das formas
em transição podem ter ficado sem ser fossilizadas ou que serão descobertas no
futuro.
Entretanto, a verdade é que quando uma espécie aparece pela primeira vez
no registro fóssil, quase sempre está bem formada e é fácil de ser classificada
dentro de alguma dentre as principais divisões taxonômicas. Em outras palavras,
pode ser reconhecida como peixe, anfíbio, réptil, ave, samambaia ou conífera,
entre outras formas de seres vivos.

Organismos intermediários vivos?


Alguns animais modernos têm sido considerados como intermediários
entre diferentes grupos taxonômicos. Entre eles, podemos mencionar os
seguintes:
1. O perípato. Trata-se de um verme de cinco a sete centímetros de
comprimento, que vive nos bosques tropicais úmidos. Ele se parece com uma
lagarta e possui muitos pares de patas. Algumas de suas estruturas são
semelhantes às dos insetos e das aranhas; e outras, às das minhocas e
sanguessugas. No entanto, o perípato também possui características próprias:
sua cobertura externa é aveludada e seus olhos são simples. O perípato é
parecido com os insetos e as aranhas, já que possui um par de patas em cada
segmento externo, que terminam em garras; mas falta-lhe a articulação
característica dos aracnídeos. Sua cabeça possui duas projeções sensoriais como
os artrópodes; mas, diferentemente deles, tem três segmentos em vez de seis, o
que seria um intermediário entre os anelídeos (que não têm divisão) e os
artrópodes (que têm seis). O perípato também se parece com os artrópodes nos
sistemas circulatório e respiratório. Por sua vez, seu sistema reprodutor e
excretor é semelhante ao das minhocas.
2. O ornitorrinco. É semelhante às aves, porque tem a boca em formato de
bico de pato, põe ovos e possui membrana interdigital. Seu sistema urogenital
se parece com o dos répteis, mas ele também é semelhante aos mamíferos por
possuir glândulas mamárias e o corpo coberto de pelos. É considerado um
intermediário entre répteis e mamíferos.
3. O gnu. É do tamanho de um burro, tem a cabeça parecida com a de um
bisão e sua cauda é como a do cavalo. Contudo, é classificado entre os
antílopes.
Michael Behe, bioquímico e professor na Universidade de Lehigh, nos
Estados Unidos, diz: “O registro fóssil não documenta de maneira convincente
uma só transição de uma espécie para outra. Além disso, as espécies
permanecem basicamente sem mudanças em média mais de um milhão de
anos antes de desaparecer do registro.”
O catastrofismo, que sustenta que as maiores mudanças geológicas da
história da Terra foram causadas por catástrofes e não por processos evolutivos
graduais, encontra forte apoio nos fósseis. No entanto, ainda há muitas outras
evidências.
Será que um ambiente estável é o único impedimento para que ocorra o
processo evolutivo em alguns organismos? O que dizer de tantos outros que,
apesar da estabilidade do ambiente, continuaram passando por mudanças? Por
que alguns organismos desaparecem durante supostos milhões de anos, para
voltar a aparecer depois, sem nenhuma alteração? Essas perguntas nos levam a
outra: Como os fósseis estão distribuídos na crosta terrestre? Podemos distinguir
duas formas de distribuição:

Distribuição vertical
Podemos comparar a crosta terrestre a um bolo formado por várias
camadas rochosas, cada uma com suas características próprias: cor, composição
química, estrutura e fósseis.
A deposição das camadas (estratos) nesse bolo chamado Terra teria sido
lenta, começando há aproximadamente 600 milhões de anos. Com base apenas
nos fósseis, esse tempo foi subdividido em eras geológicas, que, por sua vez,
foram subdivididas em períodos, e estes, em épocas. Isso é o que conhecemos
como coluna geológica. Nela, os estratos mais antigos estão abaixo, e os mais
recentes, acima. Todavia, em nenhum local da Terra se pode encontrar uma
sequência completa de estratos que representem os 600 milhões de anos.
Por meio de seus estudos paleontológicos, Georges Cuvier verificou que
certos fósseis predominavam em alguns estratos e desapareciam nos seguintes.
Para explicar a situação, ele propôs que os animais e as plantas que Deus havia
criado foram destruídos por dilúvios periódicos e locais. Os seres vivos que
sobreviveram serviram como centros de propagação, iniciando uma nova época.
O dilúvio do período de Noé havia sido a última dessas inundações.
Não há dúvida de que exista certa ordem de fósseis na coluna geológica.
Muitos aparecem ou desaparecem abruptamente entre um período e o
seguinte. Além disso, como observado por Cuvier, os fósseis mais recentes têm
mais semelhança com os organismos atuais.
Hoje, é aceito que as camadas sedimentares inferiores na crosta terrestre
representam os primeiros sedimentos depositados, e as camadas superiores, os
últimos. Da mesma forma, se os estratos de diferentes lugares do planeta
contêm os mesmos fósseis, eles são considerados como tendo a mesma idade,
ou seja, foram depositados na mesma época.
Um fato que nem Darwin nem os geólogos atuais são capazes de responder
é: Por que as rochas pré-cambrianas de muitos lugares, ainda que fisicamente
similares às rochas mais modernas, carecem de fósseis?
A distribuição de fósseis na coluna geológica é um dos argumentos mais
fortes em favor da teoria da evolução, já que os organismos aparecem
gradualmente, dos “mais simples” depositados nos estratos mais antigos
(inferiores), até os “mais complexos”, nos estratos mais recentes (superiores).
Neste ponto, devemos indagar: qual organismo é simples e qual é
complexo? Se a complexidade for indicada pelo número maior de tecidos,
órgãos ou estruturas, certamente há organismos mais complexos que outros. No
entanto, devemos nos lembrar de que mesmo os organismos unicelulares têm
complexidade tão grande que sua compreensão desafia os melhores cientistas.
Qual é a razão para a ordem existente na coluna geológica? Entre os
primeiros animais que aparecem nas rochas inferiores do Cambriano, temos
esponjas, ostracodes, braquiópodes, trilobitas, corais, crinoides, briozoários,
conodontes e anelídeos. Os peixes aparecem no Ordoviciano; os foraminíferos e
os equinoides, no Siluriano; os amonoides e os anfíbios, no Devoniano; os
répteis, no Carbonífero; e as aves e os mamíferos, no Jurássico.
Fungos e algas são encontrados em camadas inferiores como no Pré-
Cambriano. Plantas terrestres vasculares aparecem no Siluriano. Samambaias,
cavalinhas, licopódios, musgos e coníferas, no Carbonífero; e angiospermas, no
Cretáceo.
Para o evolucionista, essa ordem indica o resultado natural de mudanças
estruturais, fisiológicas e bioquímicas obtidas pelas diferentes espécies ao longo
do tempo e produzidas pela alteração das condições ecológicas.
No entanto, analisando-se por outro ponto de vista, a ordem existente
poderia ser o resultado do aterramento de organismos em seu ambiente natural
(num processo chamado zoneamento paleoecológico), que foi destruindo a
Terra e sepultando organismos existentes em níveis diferentes.
Assim, os organismos marinhos (esponjas, braquiópodes, corais, lírios-do-
mar, ouriços-do-mar, estrelas-do-mar, foraminíferos, peixes e algas) teriam sido
enterrados primeiro, porque estavam em nível mais baixo. Quando o nível da
água aumentou, as espécies que viviam em regiões pantanosas, como os
anfíbios, répteis, insetos, samambaias, cavalinhas e licopódios, foram enterradas
depois. Finalmente, os organismos terrestres (répteis, insetos, aves, mamíferos e
angiospermas) que vivem em níveis mais altos, foram sepultados, produzindo
uma aparente sequência evolutiva.
Ainda que essa explicação, conhecida como teoria do zoneamento
paleoecológico, seja apropriada em muitos casos, devemos reconhecer que ela
não esclarece tudo. Segundo esse conceito, por exemplo, temos que presumir
uma ecologia muito diferente da atual, assim como a deformação da crosta
terrestre como resultado de uma catástrofe mundial.
Estudos atuais de organismos existentes no Grand Canyon, nos Estados
Unidos, têm levado ao estabelecimento de “zonas vivas”, separadas
principalmente pela altitude ou pelo próprio cânion. Esse e outros exemplos
seriam, ainda que em menor escala, um apoio à teoria do zoneamento
paleoecológico.

Distribuição horizontal
O estudo dos fósseis em todos os continentes revela que alguns organismos
estiveram em lugares bem delimitados; outros se estenderam em áreas maiores;
e há aqueles que se encontravam em todos os lugares. Esse fato é evidente em
relação a moluscos, corais, foraminíferos, trilobitas, répteis, mamíferos e
também diversas plantas.
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A área do Grand Canyon (Arizona) e dos parques Sião e Bryce (Utah) mostram uma série bastante
completa do Paleozoico e do Mesozoico.

Por que os fósseis surgem repentinamente? Fósseis de esponjas,


celenterados, braquiópodes, moluscos equinoides e artrópodes aparecem
repentinamente bem formados no Cambriano; mas não se conhecem os
antecessores desses grupos. Quais foram seus ancestrais? Por que surgem
subitamente bem formados? Dois séculos de intensa pesquisa não forneceram
nenhuma chave que pudesse explicar sua origem por meio da evolução.
É muito comum o uso da árvore evolutiva com uma célula na base, e logo
uma grande ramificação, que representa os diferentes grupos vivos originados
pela evolução de outros organismos que supostamente os precederam. No
entanto, os fósseis não apoiam essa ideia. Os diferentes grupos taxonômicos
aparecem sem ligação entre eles, e não se conhecem ligações posteriores. Em
vez de uma árvore evolutiva, esses grupos deveriam ser representados por uma
floresta, cujos troncos corresponderiam aos vários grupos básicos.

OS DINOSSAUROS
Os dinossauros são conhecidos pela abundância de restos fósseis nos
sedimentos do período Jurássico, especialmente na Formação Morrison, nos
Estados Unidos. Todos eles desapareceram no fim do Cretáceo, comumente
estabelecido em 70 milhões de anos atrás.
Os dinossauros estão classificados entre os répteis. O grande tamanho de
algumas espécies contribui para que eles ocupem um lugar muito especial,
tanto na literatura científica como nas obras populares. Alguns chegavam a 15
metros de altura por 45 de largura (como o Sismossauro); mas também são
conhecidos fósseis de dinossauros do tamanho de um coelho.
Os dentes dos fósseis encontrados revelam que havia dinossauros
herbívoros, bem como carnívoros. Alguns possuíam estruturas para voar, tendo
asas de até 16 metros e ossos ocos, como no caso dos Pterossauros. Descobertas
recentes apresentam dinossauros com estruturas similares a penas.
Os dinossauros Ornitísquios tinham quadris semelhantes aos das aves. Os
primeiros ovos desse grupo foram encontrados na Mongólia, em 1923. Desde
esse tempo, também foram encontrados ovos de dinossauros nos Estados Unidos
e na Argentina. Espécimes desse grupo incluem o Tricerátops, que possuía um
escudo protetor no pescoço e três chifres pontiagudos na cabeça; o Trachodon,
dinossauro com o focinho semelhante ao de pato; e o Estegossauro, que tinha
uma fileira dupla de placas armadas nas costas, o cérebro do tamanho de uma
noz e uma coluna vertebral 20 vezes mais espessa, que controlava sua parte
posterior.
Os dinossauros verdadeiros (Saurischia) incluem, entre outros, o
Tiranossauro Rex, o maior réptil terrestre que já existiu na Terra. Alguns restos
dele foram encontrados na Mongólia e em Dakota do Sul, nos Estados Unidos.
O Brontossauro, herbívoro, tinha cabeça pequena, o pescoço e a cauda
grandes, e chegava a 21 metros. A maioria de seus fósseis tem sido encontrada
nos Estados Unidos, nos estados de Utah, Colorado e Wyoming.
Sempre que se fala sobre fósseis, o público pergunta por que os dinossauros
desapareceram. Antes de responder a essa questão, devemos nos lembrar de que
não somente os dinossauros sofreram uma extinção total, mas a maioria das
espécies que já habitou a Terra. Os fósseis revelam que a destruição foi
repentina e em todas as partes do planeta.
Qual foi a causa da extinção? Ela tem sido atribuída a mudanças de
temperatura, alterações nas plantas, queda de um meteoro, mamíferos que se
alimentavam de ovos, mudanças na concentração de oxigênio e até à conjunção
de vários fatores. O certo é que morreram repentinamente.
Ainda que a maioria dos paleontólogos não considere seriamente a ação da
água na extinção dos dinossauros, os vestígios empilhados em grande número,
muitas vezes totalmente desmembrados e enterrados profundamente em barro,
areia e cascalho, nos levam a pensar que poderia ser a ação de um grande
dilúvio.
O mundo era diferente no passado? Sem dúvida. Com toda a evidência
científica atual, creio que não podemos medir o passado com os critérios dos
fatos do mundo de nossa época. O uniformismo não funciona aqui.
9
Geleiras e Desertos

AS GELEIRAS

S
e você vive perto de uma montanha ou já visitou alguma em que o gelo
permanece durante o verão, então você conhece uma geleira. O
dicionário define “geleira” como uma “massa de gelo acumulada nas
zonas das cordilheiras, acima do nível da neve perpétua, cuja parte inferior
desliza muito lentamente, como se fosse um rio de gelo”.
Em todas as grandes cordilheiras da Terra se encontram geleiras. Elas são
espetaculares por sua grandeza, majestade e pela cor turquesa. Podem ser mais
ou menos profundas, ter dezenas de metros e até vários quilômetros de largura e
comprimento. As geleiras mais famosas são as do Alasca, na América do Norte.
Uma geleira se forma quando a neve cai e se acumula sobre as montanhas,
transformando-se em gelo. A inclinação do terreno e a forte pressão atmosférica
exercida sobre a massa de gelo acumulada fazem com que ela comece a
deslizar lentamente. Geralmente, uma geleira move-se uns poucos centímetros
por dia, mas algumas podem avançar no mesmo período mais de 50 metros.
Quando grandes blocos de gelo avançam alguns metros e se quebram, caindo
na água, produzem um estrondo semelhante a um tiro.
Na descida, a geleira tem uma ação abrasiva sobre a superfície da Terra,
formando vales em forma de U, arrastando terra, areia, pedras, rochas e todo
tipo de materiais, que vão se acumulando em todas as suas extremidades,
originando o que se denomina como morena terminal ou frontal.
As pedras arrastadas por esse rio de gelo atuam sobre as rochas do fundo e
dos lados da geleira, lapidando-as ou arranhando-as, deixando nelas estrias e
sulcos. Em muitas ocasiões, as geleiras arrancam enormes blocos de pedra das
ladeiras da montanha e levam para muito longe de seu lugar de origem,
resultando nos chamados blocos erráticos.
Se a geleira retroceder, por não ter caído neve ou por ocorrer um rápido
aumento de temperatura, a morena frontal fecha o vale, e o gelo derretido
forma um lago de origem morânica. Ainda assim, quando ela desaparece,
podemos ver uma sucessão de pequenas colinas alongadas, paralelas à direção
da geleira, chamadas de drumlins.
Acredita-se que as geleiras existentes nas zonas montanhosas costeiras
formaram os fiordes, que são golfos estreitos e profundos entre montanhas de
ladeiras abruptas e que entram quilômetros terra adentro, desde a costa até o
mar. Os fiordes da Suécia, Noruega, Finlândia, Canadá, Alasca e Chile são
impressionantes!
As imensas calotas de gelo das regiões polares são chamadas de geleiras
continentais. Os exemplos incluem a Antártida e a Groenlândia. O gelo que se
quebra de suas bordas e que se desprende em grandes blocos é chamado de
tempano.
A presença de vales em formato de U; de morenas; de estriações e de
sulcos sobre as rochas; de blocos errantes e de drumlins são evidências da ação
das geleiras.
Na América do Norte, essa ação é evidente, seja no Alasca, em todo o
Canadá, nos estados do norte dos Estados Unidos e em alguns estados do sul,
bem como em Indiana, Illinois e Iowa. É possível observar também que as
geleiras desviaram o curso dos atuais rios Ohio e Colúmbia.

Por que ocorre uma glaciação


É chamada de glaciação cada uma das grandes formações de gelo que, em
épocas remotas, aconteceram em zonas muito extensas de diferentes
continentes.
As evidências indicam que, no passado, a glaciação foi mais extensa, talvez
por alguma causa catastrófica. Segundo uma teoria, o clima frio se originou
quando os vulcões lançaram cinza ao espaço, que, suspensa na atmosfera,
reduziu a radiação solar. Calcula-se que a quantidade total de poeira necessária
para diminuir a radiação solar em 20%, percentual que causaria uma era
glacial, é de 1/700 a 1/1500 de uma milha cúbica, dependendo do tamanho das
partículas.
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Segundo os que creem na Bíblia, o dilúvio produziu geleiras em toda a Terra, há aproximadamente 5
mil anos.

Várias observações sugerem que os vulcões, no passado, lançaram ao ar


quantidades maiores de poeira e cinza. Os especialistas dizem que, se os vulcões
atualmente em erupção aumentassem a emissão de poeira em três ou quatro
vezes, a temperatura da Terra diminuiria em um ou dois graus Celsius,
iniciando assim uma era glacial. Para que ocorra a elevação do gelo glacial, é
necessário que haja baixas temperaturas no verão e grande quantidade de
chuvas.
Os que acreditam num dilúvio global, que rompeu a crosta terrestre
iniciando uma extensa atividade vulcânica e uma grande precipitação de água,
não têm dificuldade em crer que, após o dilúvio, as condições eram ideais para
uma glaciação.
Outras causas possíveis para a formação de geleiras seriam as importantes
alterações causadas por manchas solares cujos ciclos provocam pequenas
mudanças climáticas ou fortes marés que movimentam a água debaixo das
camadas polares, modificando as correntes oceânicas quentes e o clima.
O clima também pode ser mudado pelo deslocamento lento e contínuo
dos continentes: a chamada deriva continental. Se isso ocorreu, os criacionistas
creem que pode ter sido durante o dilúvio.
Se os polos são compostos por grandes volumes de água, eles não sofrem
maiores mudanças pelo efeito amortecedor dela. Contudo, quando os blocos se
movimentam sobre a Terra (blocos errantes), desenvolvem-se condições
glaciais.

Períodos glaciais
Os especialistas em glaciologia aceitam quatro ou mais períodos de
glaciação. O mais antigo teria ocorrido há cerca de 2 milhões de anos e o
último, há 8 ou 10 mil anos.
As razões apresentadas para propor quatro glaciações são que restos glaciais
oxidados e deteriorados pelo ambiente estão abaixo de vestígios de gelo mais
recentes. Além disso, há restos de plantas entre os resíduos glaciais.
Os que aceitam uma única era glacial defendem, entre outras coisas, que
as diferenças em oxidação e deterioração dos solos e depósitos glaciais poderiam
ser o resultado de fatores locais. Um possível avanço ou retrocesso das geleiras
poderia ser interpretado como ocorrência de várias glaciações.

O QUE É UM DESERTO
Deserto é um lugar “em que não há edifícios nem pessoas”, ou seja, “um
lugar desabitado”. Segundo essa definição, a Antártida, o Ártico e a tundra
também são desertos.
Outros definem “deserto” como um “território arenoso e pedregoso, que,
pela falta quase absoluta de chuvas, carece de vegetação, ou a tem em
quantidade muito escassa”. Ele também pode ter dunas.
Os cientistas dizem que um deserto é um local em que o índice
pluviométrico não chega a 250 milímetros de chuvas anuais.
É comum pensar no deserto como um lugar onde cresce o cacto, uma
região da Terra na qual há muito calor, ou como um ambiente bem seco. Essa
sequidão é o que permite que seres humanos, objetos e fósseis sejam
preservados por séculos nos desertos.
Todos esses conceitos têm algo ou muito de verdade, visto que, quando há
pouca chuva, também há poucas plantas que conseguem resistir à falta desse
elemento vital. Os vegetais encontrados nos desertos contam com adaptações
especiais em sua estrutura que permitem sua sobrevivência.
Os cactos, cobertos de espinhos, e as euforbiáceas – muitas das quais são
semelhantes aos cactos – são plantas típicas de deserto. A pequena quantidade
de água que recebem é armazenada em seus tecidos, que ficam inchados
quando chove e desincham em época de seca; além disso, eles possuem poucos
estômatos.
Estômatos são orifícios ou poros, especialmente atrás das folhas das plantas,
por onde a troca gasosa e a eliminação de vapor d’água são realizadas. A
epiderme, coberta com uma camada impermeável semelhante ao verniz,
chamada cutícula, os protege da perda de água.
O maior cacto é o saguaro, que chega a 15 metros de altura e pode pesar
10 toneladas; e o menor tem o tamanho de uma unha. Nos desertos da África
existe o baobá, uma árvore de tronco espesso e galhos que se parecem com
raízes, de modo que alguns têm dito que se assemelham com uma árvore
invertida.
Algumas plantas se protegem da seca eliminando suas folhas; entretanto,
seus caules verdes as substituem, continuando o processo de fotossíntese.
As plantas do deserto são munidas de raízes extensas e superficiais que lhes
permitem absorver rapidamente as pequenas quantidades de água de chuva ou
neblina que caem. O mais extraordinário é que muitas delas, especialmente as
plantas anuais, “sabem” que devem florescer e produzir sementes num curto
espaço de tempo.
Um pesquisador estudou plantas do deserto de Mojave, no sudeste da
Califórnia, especialmente no Parque Nacional Joshua Tree. Lá existem duas
estações anuais: numa florescem algumas plantas; e, na outra, florescem as
demais. O fato de não florescerem todas ao mesmo tempo é intrigante.
O resultado desses estudos levou o pesquisador a concluir que a casca das
sementes contém algo que não lhes permite germinar até que seja dissolvido
por uma quantidade adequada de água. Também descobriu que a temperatura
do solo determina quais sementes germinarão e quais não. Há também as
sementes que, ainda assim, não germinam.
Uma vez que tenham produzido os frutos, por muitos anos as sementes
podem resistir a secas, bem como a altas e baixas temperaturas, sem perder sua
vitalidade. Isso é assombroso, pois, como se pode viver sem água por semanas ou
meses? Quando uma pequena chuva cai, as sementes germinam, repetindo o
ciclo de vida.
Um fator comum a todos os desertos é a constância das altas pressões,
condição que não favorece a chuva. A atmosfera sobre eles pode conter
umidade suficiente para precipitação, mas as altas pressões que predominam ali
impedem a formação de neblinas e chuvas que poderiam regar a terra.
A aridez dos desertos deve-se ao fato de as precipitações anuais serem
menores que 250 milímetros, e as temperaturas são altas durante o dia, e baixas
durante a noite.
A falta de água, as temperaturas extremas e a pouca ou nula vegetação
trazem como consequência a ausência ou escassez de animais, muitos dos quais
vivem em tocas, e são ativos principalmente durante a noite, ao amanhecer ou
ao entardecer, quando as temperaturas diminuem.
Os principais desertos ocupam cerca de um sexto da superfície terrestre.
Alguns deles são:
1) Deserto do Saara, com 9 milhões de km2. Sua largura é de 5.149 km.
2) Deserto da Austrália, com 3.367.000 km2. Isso representa 44% da
superfície de todo o território daquele país.
3) Deserto da Arábia, que cobre uma superfície de 2.590.000 km2.
4) Deserto do Turquestão, no sudeste da Rússia, com 1.942.500 km2.
5) Deserto da América do Norte, com 1.295.000 km2, dividido em quatro
desertos menores: o da Grande Bacia, no sul de Nevada e oeste de Utah; o de
Mojave, no sudeste da Califórnia; o de Sonora, mais ao sul; e o de Chihuahua,
no noroeste do México, alcançando o sul do Arizona.
6) Deserto da Patagônia, no sudoeste da Argentina, que cobre uma
superfície de 673.400 km2.
7) Deserto de Thar, cuja superfície é de 595.700 km2. Ele fica localizado
na Ásia, a oeste da Índia e do Paquistão.
8) Deserto de Kalahari, no sul da África, que se estende por 569.800 km2.
9) Deserto de Taklamakan, no oeste da China, com 518.000 km2 de
superfície. Ele é adjacente às regiões semiáridas da Mongólia e às estepes de
Gobi.
10) Deserto do Irã, que tem 388.500 km2.
11) Deserto do Atacama, nas regiões costeiras do Peru e no norte do Chile.
Esse é o menor dentre os principais desertos, com superfície de 362.000 km2. É
também o que recebe a menor quantidade anual média de água: 12 milímetros.
O deserto do Saara recebe uma média de precipitações de 25 milímetros
anuais. No entanto, em ambos os desertos há lugares onde não cai uma gota de
chuva há anos!
Apesar da sequidão e do calor, os desertos constituem lugares de grande
beleza e guardam muitos mistérios que o ser humano ainda busca decifrar.
Segundo a quantidade de chuva, os desertos podem ser classificados como:
Extremamente áridos. Aqueles em que, por 12 meses seguidos, não chove.
Esse é o caso do deserto de Atacama e do Saara.
Áridos. São os desertos que recebem menos de 250 milímetros de chuva
em um ano. No entanto, há regiões como o Alasca e a Antártida que recebem
anualmente menos de 250 milímetros de chuva e não são consideradas desertos.
Isso se deve ao fato de que a quantidade de água precipitada é menor do que a
evaporada. Por sua vez, em lugares como o Arizona, que tem um índice
pluviométrico anual de cerca de 300 milímetros, a evaporação pode chegar a
oito vezes esse valor.
Semiáridos. São os desertos que recebem entre 250 e 500 milímetros de
chuva anual, chamados também de estepes. A vegetação que predomina é a
herbácea, caracterizada por gramíneas da família do trigo, milho e de outros
cereais. É o que encontramos nos desertos de Gobi e da Patagônia, em que
praticamente não existem árvores. É interessante notar que o deserto da
Patagônia existe porque as nuvens transportadas pelos ventos que vêm do
Oceano Pacífico sobre o Cone Sul da América do Sul elevam-se ao chegar à
Cordilheira dos Andes. A subida esfria as nuvens, que precipitam grande parte
da água no Chile. Assim, os ventos que passam para o território argentino levam
pouquíssima água, provocando a seca.
Tundra. É uma região em que há pouca chuva; e, quando ela se precipita,
a água se mantém gelada. A neve pode cobrir a terra e a vegetação. A
temperatura fica acima de 0 ºC por pouco tempo, ocasião em que as plantas
existentes florescem e frutificam.
Desertos frios. A Antártida é um exemplo de deserto frio; ali a temperatura
permanece abaixo do ponto de congelamento durante o ano inteiro.
Desertos quentes. São os típicos desertos de temperaturas altas e pouca
chuva. Durante o dia, o calor do sol aquece o ar acima dos 40 oC, e a superfície
terrestre chega próximo a 70 oC. As plantas têm a função de moderar a perda do
calor. Mas, quando não há plantas ou são poucas, durante a noite, as
temperaturas ficam negativas.
Nas zonas abaixo dos desertos é comum a existência de salinas, valiosos
depósitos minerais. No vale da Morte, na Califórnia, onde o deserto chega a 83
metros abaixo do nível do mar, durante décadas extraiu-se mineral de bórax. Por
ser uma região turística, a exploração de mineral de bórax foi proibida,
preservando-o em grandes quantidades.
A formação das salinas é atribuída a mares, lagos ou rios que existiram no
passado. Como as águas não tinham saída para o mar, evaporaram e deixaram
seus sais dissolvidos. Essas substâncias eram o resultado da ação erosiva da água,
da neve e do gelo sobre as rochas e os sedimentos. É possível pensar também
que, quando a água do dilúvio baixou, ficou represada em bacias, e, ao
evaporar, deixou os sais que continha.
As dunas, colinas de areia movediça que se formam em praias e desertos,
são um espetáculo extraordinário. As principais fontes de areia são o granito e o
arenito, que possuem grãos de quartzo muito resistentes. Ao serem levados pelo
vento sobre o solo, chocam-se entre si, ou com outras rochas do deserto,
atuando como uma lixa que se desgasta. Gradualmente, esses grãos de areia se
transformam em pequenas esferas, quase perfeitas. Dunas de areia também
podem se formar a partir de gesso, como ocorre no Monumento Nacional de
Areias Brancas, no Novo México, Estados Unidos.
As dunas podem ser em forma de meia-lua ou em formato longitudinal.
Elas são maravilhosas: de aparência simples, exatas em sua repetição, possuem
uma geometria que é desconhecida em outros lugares.
Outro fenômeno típico dos desertos é a tempestade de areia, que pode
durar várias semanas e se repetir ano após ano.
Um espetáculo belo e impressionante é o que às vezes ocorre em desertos
mais secos. Depois de uma chuva repentina, bulbos e sementes despertam,
germinando e florescendo em poucos dias, tornando verde a paisagem e
salpicando flores de cores e matizes diferentes. Esse fato é conhecido como
“deserto florido”.
No deserto há insetos como besouros, formigas, vespas, mariposas, grilos,
entre outros que surgem com os repentinos aguaceiros. Eles se alimentam das
plantas que germinaram, se reproduzem e morrem. Seus ovos e larvas surgirão
com novas chuvas, dando continuidade a esse ciclo. Também se encontram
aranhas, escorpiões, centopeias, lagartixas e serpentes, que se alimentarão de
grande parte desses artrópodes.
Tartarugas e sapos que foram despertados pelas chuvas se desenterram e
aproveitam para se alimentar e se reproduzir. No período de um mês, um sapo
se desenvolve de ovo ao estágio adulto. Quando a seca retorna, ele se enterra,
cobre-se de uma substância gelatinosa produzida por ele mesmo e dorme
durante oito ou nove meses, até que uma nova chuva o acorde.
Muitas aves e mamíferos completam a teia alimentar que se iniciou com as
plantas. Há aves insetívoras, carnívoras e fitófagas. Elas precisam de água e voam
grandes distâncias para obtê-la. Boa parte dos mamíferos vive debaixo da terra
durante o dia e, ao entardecer, sai em busca de alimento. Entre eles, estão
raposas, chacais, doninhas, coiotes e cães selvagens que se alimentam de
roedores, serpentes e artrópodes.
É fato que a existência dos maiores depósitos de petróleo se encontra em
desertos, embora não seja exclusividade deles.
Ainda não falamos sobre as “ferrovias do deserto”. Acredito que você já
ouviu falar delas. São as caravanas de camelos que existem tanto na África como
na Ásia.
Existem dois tipos de camelo: o de uma corcova (o dromedário) e o de
duas. O camelo-bactriano é o camelo selvagem, do qual se acredita que tenha
vindo o camelo de duas corcovas, existente no noroeste da China e da
Mongólia. Ele habita nas estepes, e não nos desertos, e é menos resistente à seca
do que o dromedário.
O verdadeiro camelo do deserto é o dromedário. O fato mais incrível sobre
ele está em sua capacidade de resistir à falta de água. Ele pode passar dias sem
bebê-la, perdendo até 25% de seu peso sem ser prejudicado. Quando um
camelo fica sem o precioso líquido, a gordura acumulada na corcova começa a
se metabolizar, liberando água, o que lhe permite continuar vivendo. Ao chegar
a uma fonte, geralmente um oásis, ele pode beber até 100 litros. Essa quantia
lhe permite formar uma nova porção de gordura, que se acumulará na corcova.
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O Saara é o maior deserto quente do mundo.

Além disso, o deserto tem outra maravilha: o oásis! Um lugar em que há


fonte de água e vegetação. É um verdadeiro lugar de descanso, alívio e frescor.
Os oásis mais extensos e que chegam a favorecer algum tipo de cultivo se
encontram perto de rios. Eles nem sempre têm o formato de círculo. Existem
oásis no deserto do Saara com a forma de orla. Alguns possuem 80 km de
largura e um, em especial, chega a ter 800 km de extensão. As tamareiras são
um símbolo conhecido dos oásis.
No livro Educação, Ellen G. White diz:
A palmeira, batida pelo sol causticante e pela terrível tempestade de areia, permanece verde,
florescente e frutífera no meio do deserto. Suas raízes são alimentadas por fontes vivas. Sua verde
coroa é avistada ao longe sobre a planície ressequida e desolada; e o viajante, pronto a morrer, força os
passos vacilantes para a sombra fresca e a vivificante água. A árvore do deserto é um símbolo daquilo
que é intento de Deus seja neste mundo a vida de Seus filhos. Devem guiar às fontes vivas as pessoas
sedentas, cheias de inquietação e prontas a perecer no deserto do pecado. Devem mostrar a seus
semelhantes aquele que faz o convite: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7:37). 1

O verdadeiro oásis para todas as pessoas do mundo é Jesus. Ele declarou:


“Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” Não importa se a pessoa é rica ou
pobre, erudita ou analfabeta, negra ou branca, casada ou solteira, chefe ou
empregada, todos precisam de Jesus. Ele é a pessoa mais importante de quem o
mundo necessita.

1 . Ellen G. White, Educação (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001 [CD-Rom]), p. 116.
10
Vulcões e Terremotos

IMPORTÂNCIA DOS VULCÕES

O
s vulcões são aberturas na terra, observadas geralmente em montanhas
e cordilheiras, de onde ocasionalmente surgem lava, rochas, cinzas,
pedra-pomes, vapor de água e gases sulfurosos. Geralmente, nas
rochas em que há vulcões, também ocorrem muitos terremotos. Por quê?
Os cientistas acreditam que a crosta terrestre é formada por placas. Quando
elas se chocam entre si, a terra treme, e as rochas se fundem por causa da
grande temperatura produzida. Esse material fundido, chamado magma, chega
à superfície através de aberturas sob a forma de gases ou de lava. Os vulcões
também expelem um material sólido conhecido como piroclasto, que pode ser
classificado como cinza, lapilli ou bloco.
Os vulcões produzem grandes calamidades. Contudo, de uma perspectiva
mais positiva, eles são muito úteis. Vejamos alguns exemplos.
Quando o magma, do qual se origina a lava, não chega à superfície, forma
o granito, que é uma rocha muito sólida e resistente. Com o passar do tempo, a
erosão terrestre deixou o granito à vista, e hoje ele é usado em construções e
monumentos.
O magma que chega à superfície é a lava, que pode ser vista como
obsidiana, escória ou basalto. Por exemplo, a solidez do basalto torna possível
que ele seja usado em construções, na elaboração de pedras de polimento e na
criação de monumentos. As lavas porosas proporcionam perfeitas mesas de
laboratório, painéis de exposição e revestimento de fornos.
A importância turística dos centros vulcânicos do mundo é imensa. Eles
exercem grande atração como locais para se escalar e observar a beleza das
montanhas ao redor. Não menos importante é o fascínio que a neve acumulada
nos cones vulcânicos exerce sobre os esquiadores.
Há vulcões por todo o mundo, mas em alguns lugares eles existem em
maior número. Um exemplo é a cordilheira dos Andes, no Chile, em que há
aproximadamente 2,9 mil vulcões. Desses, apenas 81 são ativos. Isso significa
que cerca de 14% dos vulcões ativos do mundo estão nesse país.
Ao ser classificado como “vulcão ativo”, queremos dizer que ele tem
desenvolvido atividade vulcânica desde tempos históricos. Se um vulcão não
está em atividade, ainda que tenha sido ativo no passado, ele é chamado de
vulcão extinto.
São conhecidos mais de 500 vulcões ativos, dos quais os mais importantes
são:
Na África, o Kilimanjaro, localizado na Tanzânia.
Na Ásia, o Krakatoa, na Indonésia; e o Tambora, em Sumatra.
No Japão, o Fuji, considerado o vulcão que possui o cone mais perfeito.
Na Itália, o Vesúvio; e, na Sicília, o Etna.
Nos Estados Unidos, o Santa Helena, que é um dos 13 ativos do território.
No Havaí, o Kilauea e o Mauna Loa.
No México, o Popocatépetl.
Os cientistas afirmam que os vulcões do Chile teriam surgido quando as
placas tectônicas Sul-Americana e Nazca se chocaram entre si, formando a
cordilheira dos Andes. Os terremotos, que são muito frequentes na região, são o
resultado dos reajustes dessas placas.
Assim como existem vulcões em todos os continentes, oceanos e mares,
também existem águas termais, ou seja, águas com diversos graus de calor,
aquecidas em processos geotérmicos. Sua importância está nas qualidades
terapêuticas que possuem, graças aos minerais que nelas se encontram. Em
lugares como Japão e Islândia, as águas termais são usadas para a calefação das
cidades e no cultivo de vegetais em estufas.
Nas zonas vulcânicas são comuns as águas termais, também chamadas de
termominerais. A temperatura delas varia entre 30 e 100 ºC.
Sabemos que debaixo da superfície terrestre encontram-se rochas quentes.
A cada 30 metros de profundidade, a temperatura aumenta, em média, 1 ºC.
Quando a água se infiltra nessas rochas, aumentando de temperatura, e flui
novamente à superfície, o resultado é a água termal. Se no percurso, ela se
mesclar com barro, forma-se então o que é chamado de piscina de lama.
Quando a água sai como vapor, dizemos que há uma fumarola. No entanto, se
ela alcançar o magma fundido, pode ferver ou ser aquecida, produzindo água e
vapor pressurizados que saem da terra violentamente. Esse fenômeno é
conhecido como gêiser.
Os gêiseres são muito populares. O primeiro e mais importante campo de
gêiseres do mundo se encontra no extremo noroeste do estado de Wyoming, nos
Estados Unidos. É o famoso Parque Nacional Yellowstone.
Esse parque se encontra entre 1.610 e 3.450 metros acima do nível do mar.
Uma particularidade é que lá são registrados aproximadamente 2 mil tremores
anualmente.
Sem dúvida, o que mais atrai os visitantes ao Parque Yellowstone são os
gêiseres. O parque é uma grande “caldeira”, ou seja, uma cratera vulcânica de
72 km de largura por 48 km de comprimento. Há cerca de 300 gêiseres e 10 mil
manifestações termais como piscinas de lama, fumarolas, saltos e quedas d’água,
além de fontes termais. O salto mais alto tem 94 metros de altura.
Aproximadamente a metade de todas as fontes termais do mundo se encontra
nesse local.
Quando falamos em vulcões, geralmente imaginamos uma montanha em
forma cônica, com sua cratera na extremidade. Porém, nem sempre é assim;
muitas vezes eles se apresentam apenas como um monte. Em muitos vulcões,
porém, a extremidade é bastante aguda, como pode
© f11photo | Fotolia ser observado no vulcão Pontiagudo, localizado no
Chile, cujo nome deriva dessa característica.
Os vulcões não são encontrados apenas nas
cordilheiras. Há muitas ilhas nos oceanos que são
vulcões. As mais conhecidas são o Havaí, as ilhas
Galápagos, a ilha de Páscoa, todas as ilhas do Oceano
Pacífico e a Islândia. Às vezes, aparecem novas ilhas
vulcânicas, como ocorreu há algumas décadas, no sul
da Islândia, onde surgiu a ilha Surtsey.
A ilha de Páscoa, localizada no Oceano
Pacífico, a 3.672 km do Chile, possui forma
O gêiser mais famoso do parque triangular. Em cada ponta de seu território contém
Yellowstone é chamado de Old
Faithful (“Velho Fiel”), pela um vulcão, cujos nomes são Poike, Ranu Kau e Rano
periodicidade em que lança seu
jato de água fervendo.
Raraku. No total, eles possuem 70 crateras. O que
torna essa ilha muito peculiar são os moais, estátuas
gigantescas feitas de lava vulcânica obtida dessas
crateras.
A cordilheira dos Andes se estende ao oeste por toda a América do Sul, e
forma parte de seis países, ao longo dos quais os vulcões se multiplicam. Alguns
deles: na Argentina, na província de Neuquém, na fronteira com o Chile, o
vulcão Lanín se ergue imponente, com seus quase 4 mil metros. O Tronador
também faz fronteira com o Chile e está localizado perto da cidade de São
Carlos de Bariloche. Ele possui esse nome em virtude dos grandes pedaços de
gelo que se desprendem dele regularmente, produzindo um ruído ensurdecedor
quando caem no precipício.
No Peru, há dois vulcões importantes: o Misti, que se eleva em todo o seu
esplendor em frente à cidade de Arequipa, no sudoeste do país; e o Huascarán,
imponente vulcão do qual, no terremoto de 1970, se desprendeu uma grande
geleira, que provocou a avalanche responsável por sepultar a antiga cidade de
Yungay. Na tragédia, morreram aproximadamente 20 mil pessoas.
Na cordilheira dos Andes, a apenas 75 km de Quito, capital do Equador,
encontra-se o Cotopaxi. Há também o vulcão Pichincha, entre outros. Na
Colômbia, há 14 vulcões ativos: entre eles, o Galeras, Nevado e Ruiz.
Na América Central, há 88 vulcões, numa cadeia que vai desde a Costa
Rica até a Guatemala, passando pela Nicarágua e El Salvador. Deles, 44 são
ativos. Na Costa Rica, há cinco vulcões ativos, e, na Nicarágua, três. A
República de El Salvador possui 15 vulcões, destacando-se o vulcão Izalco por
sua atividade. Na Guatemala, existem 33 vulcões.
No mar do Caribe, nas chamadas Antilhas Menores, há duas ilhas com
vulcões. Na ilha Guadalupe, o vulcão Soufrière; e, na ilha de Martinica, o
monte Pelée, cuja erupção em 1902 foi responsável pela morte de mais de 30
mil pessoas e a destruição da cidade de São Pedro.
Falamos sobre vulcões localizados na cordilheira dos Andes, na América
do Sul; depois, na América Central; em seguida, mencionaremos os da América
do Norte.
No México, encontram-se importantes vulcões como o Chichón, cuja
explosão em 1982 lançou cinzas e gases vulcânicos a 25 km de altura, formando
uma nuvem de material fino e pequenas gotas de ácido sulfúrico que em
poucos dias se estenderam ao redor do mundo; o Paricutín, que surgiu num
campo de milho em 1943, e alcançou várias centenas de metros de altura; e,
por último, o Popocatépetl, que tem 5,5 mil metros de altura e grandes geleiras,
e fica 55 km ao sudeste da cidade do México, perto de Puebla.
Nos Estados Unidos, especificamente na Califórnia, encontra-se o início
da cordilheira chamada Cadeia das Cascatas, onde estão localizados os mais
famosos vulcões. Em 18 de maio de 1980, a erupção do vulcão Santa Helena
atraiu atenção mundial por sua grande explosão, que arrancou parte do cone
vulcânico e destruiu tudo ao seu redor. Até aquele ano, nenhum outro vulcão
havia sido observado enquanto entrava em colapso.
No estado de Oregon, está o que foi o vulcão Mazama. Quando ele entrou
em erupção, há milênios, explodiu com tanta força que perdeu grande parte do
seu cone, deixando uma bonita caldeira de 9 km de diâmetro, onde hoje pode-
se desfrutar o lago Crater. Outros vulcões da Cadeia das Cascatas são os
espetaculares montes Baker, Rainier, Lassen e Shasta.
Na península do Alaska, os vulcões estão um ao lado do outro. O mesmo
acontece nas ilhas Curilas, no Japão e nas Filipinas.
As ilhas do Havaí têm origem vulcânica e fazem parte do território dos
Estados Unidos. Lá destacam-se vários vulcões: o Mauna Loa, com 5 mil metros
de altura, é o maior vulcão da Terra e um dos cinco mais ativos dessas ilhas; o
Kilauea, que também se destaca pelo seu tamanho, tem uma caldeira entre três
e cinco quilômetros de diâmetro, e sua lava corre até o mar.
Em abril de 2010, na Islândia, surgiu uma nuvem de cinza vulcânica que
cobriu a Europa, paralisando o movimento de aviões em quase todo o
continente. Isso significou uma catástrofe ecológica e econômica que,
indiretamente, afetou o mundo inteiro.
A região do Mediterrâneo se destaca com alguns vulcões: na Itália
encontram-se o Vesúvio, o Estrômboli e o Vulcano. O Vesúvio ocasionou a
destruição de Pompeia, no ano 79 d.C., e sepultou a cidade e seus habitantes
sob vários metros de cinza. Ele ainda permanece em atividade. Há também o
Etna, na Sicília, que possui registros de suas erupções desde 475 a.C.
Passando ao Oriente Médio, na Turquia, está o maciço do Ararate,
formação vulcânica famosa por ser o lugar onde a arca pousou depois do
dilúvio. O Irã também apresenta alguns vulcões.
© Graphies.thèque | Fotolia

Estrutura de um vulcão.

Na África, está o vulcão Kilimanjaro (Tanzânia), mas há outros países


como Ruanda, a República Democrática do Congo, Etiópia e Somália com
vários outros vulcões. Em Ruanda, existem cinco vulcões próximos, dos quais o
Karisimbi é o mais alto, com 4.507 metros.
Na Ásia, especificamente no Estreito de Sunda, localizado entre as ilhas de
Java e Sumatra, está o vulcão da ilha de Krakatoa. Em 27 de agosto de 1883, ele
entrou em erupção, causando uma grande catástrofe. Sua explosão se ouviu a 5
mil quilômetros de distância, em lugares como Austrália, Sri Lanka e Filipinas.
Foram lançados ao ar entre 150 e 180 km3 de cinza e pedra-pomes, cobrindo
uma extensão de 700 mil km2. Dois terços da ilha desapareceram. A ilha tinha
três cones vulcânicos, dos quais restou apenas um. Entre eles formou-se uma
caldeira, que ao longo dos anos ficou cheia de material vulcânico.
Duas novas ilhas surgiram como resultado de material vulcânico. Havia
habitantes nelas; e o mar ficou tão baixo que os barcos não podiam navegar
naquele lugar. Houve um tsunami que matou mais de 30 mil pessoas nas ilhas
de Java e Sumatra. Essas ondas chegaram a Honolulu, 11 horas mais tarde.
Ainda na Ásia, o monte Tambora, localizado na ilha Sumbawa, entrou em
erupção em 1815. Foram lançados 20 km3 de cinza e pedra-pomes. Em
decorrência, houve queda na temperatura atmosférica entre 0,5 e 0,8 ºC. Mais
de 90 mil pessoas morreram por causa da explosão, do tsunami e da falta de
alimentos.
Os vulcões embelezam as paisagens do mundo, mas também produzem
destruição. No entanto, as Escrituras ensinam que a dor e a morte acabarão. A
promessa de Deus é: “Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente
nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam” (1Co 2:9).

COMO SE ORIGINAM OS TERREMOTOS


As placas que formam a crosta terrestre são como quebra-cabeças, feitas de
várias peças que se encaixam perfeitamente umas nas outras, com a diferença
de que essas placas são movidas por forças gigantescas e incontroláveis.
Os vulcões e os terremotos ocorrem quase sempre nas bordas das placas,
especialmente naquelas que se encontram no Oceano Pacífico, ou seja, ao
longo de todo o lado oeste da América, no leste da Ásia, e nas ilhas do Pacífico.
Eles surgem também nas montanhas dos Alpes, no Cáucaso e no Himalaia.
Os terremotos sempre ocorrem em nosso planeta. Não há continente em
que a terra não trema. Eles acontecem a qualquer hora. Ninguém sabe quando
o próximo ocorrerá, nem quão intenso será. Com toda a tecnologia e o
conhecimento adquiridos pela ciência, eles ainda causam destruição.
Desde a Antiguidade, acontecem terremotos. Eram muito frequentes no
mar Mediterrâneo e no mar Egeu. Na Bíblia, há referências a vários deles:
Houve um terremoto quando Deus falou com Moisés no monte Sinai (Êx
19:18); quando o Senhor se manifestou a Elias, no monte Horebe (1Rs 19:11-
13). Jesus disse que os terremotos seriam um sinal do fim dos tempos (Mt 24:7).
Um terremoto se seguiu à morte de Cristo (Mt 27:51). Paulo e Silas foram
libertados da prisão após um tremor de terra em Filipos (At 16:25, 26). Em
Apocalipse 6:12, João, referindo-se aos tempos finais, viu um “grande
terremoto”.
A Associação Britânica para o Progresso da Ciência publicou uma
estatística sobre terremotos destrutivos durante os últimos 2 mil anos. Ela indica
que, em cada um dos primeiros sete séculos da era cristã, nunca houve mais do
que 20 terremotos.
A partir do 8º século, até o século 12, os terremotos variaram entre 35 e 84,
em contínuo aumento. Nos séculos 13 a 18, os terremotos aumentaram de 115
a 640. No século 19, ocorreram 2.119 terremotos destrutivos; e, no século 20,
houve 13.900 terremotos. No século 21, de quanto será o aumento?
As palavras de Jesus sobre os sinais do fim, quando disse que haveria
“terremotos em muitos lugares”, têm se cumprido literalmente. Concluímos
que estamos vivendo no tempo do fim da história da Terra, visto que, no
primeiro século, ocorreram apenas 15 terremotos, e, no século 20, cerca de
13.900. Isso equivale a um aumento de 695 vezes! A exatidão dessa profecia é
surpreendente.
O ser humano sempre quis saber por que os terremotos acontecem.
Heródoto, historiador grego do 5º século a.C., menciona um terremoto ocorrido
no país de Tessália. Ele atribuiu o fato à ação do deus grego Poseidon (Netuno,
para os romanos), aquele que, de acordo com a mitologia, controlava os mares
sobre os quais a Terra flutuava.
Aristóteles, na obra Meteorologia, supunha que os terremotos eram
causados por uma grande pressão de ar vinda das cavidades subterrâneas. Para
ele, os ventos subterrâneos eram o resultado do calor interno da Terra.
Lucrécio Caro, autor latino do primeiro século a.C., enumerou as
seguintes causas para os terremotos: subsidência, deslizamentos de terra,
desprendimentos de blocos ou queda de tetos das cavernas originada pela ação
de diversos agentes de erosão subterrânea, desmoronamento das montanhas aos
vales devido à erosão causada pelas oscilações do solo, e as ondulações da crosta
terrestre geradas por fortes correntes de ar subterrâneo provocadas por uma
violenta inundação.
Na Idade Média, havia a crença de que os astros influenciavam a Terra,
ocasionando os terremotos. Por sua vez, quase todos os escritores clássicos
aceitavam a ideia de que, debaixo da crosta terrestre, ardia fogo que emergia dos
vulcões. Quando o fogo e a lava líquida passavam por eles, provocavam os
tremores de terra. Acreditava-se que o fenômeno era um castigo divino.
O naturalista inglês Stephen Hales (1677-1761) sustentava que os
terremotos ocorriam por bruscas mudanças da pressão atmosférica. Na Itália,
durante o século 18, supunha-se que os terremotos tivessem origem elétrica.
No século 20, o crescimento das comunicações e da pesquisa científica
trouxe uma nova hipótese sobre a causa dos terremotos. Num mapa da Terra,
foram traçados os epicentros de tremores ocorridos em dezenas de anos. O
resultado foi a descoberta de que a vasta maioria dos terremotos ocorreu ao
longo de cinturões bem definidos que rodeavam o planeta.
© FiCo74 | Fotolia

Efeitos de um terremoto.

A expansão do conhecimento em geologia levou à ideia de que a litosfera


(crosta terrestre) está dividida em várias placas tectônicas que flutuam no
magma da Terra e que se movem devido a forças que surgem nesse material
fundido. Ao se moverem entre uma e quatro polegadas por ano, essas placas se
chocam e derretem o material em suas bordas, provocando assim os tremores.
No entanto, ainda existem muitos mistérios referentes a como se originam
os terremotos. Não somos capazes de impedir nenhum deles. Os tremores
ocorrem em momentos imprevistos e muitas vezes em lugares imprevisíveis.
Segundo o livro de Apocalipse, a história atual da Terra terminará com um
grande terremoto.
A escritora Ellen G. White comenta:
O firmamento parece abrir-se e fechar-se. A glória do trono de Deus parece atravessar a atmosfera. As
montanhas agitam-se como arbustos ao vento, e rochas irregulares são espalhadas por todos os lados.
[...] A Terra inteira se levanta, dilatando-se como as ondas do mar. Sua superfície está a quebrar-se.
[...] Cadeias de montanhas estão a revolver-se. Desaparecem ilhas habitadas. [...] As paredes das
prisões fendem-se, e o povo de Deus, que estivera retido em cativeiro por causa de sua fé, é libertado.
Abrem-se sepulturas, e “muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e
outros para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12:2). 1

1 . Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001


[CD-Rom]), p. 637.
11
A Origem da Semana

PRINCÍPIOS GERAIS SOBRE O TEMPO

O
ano tem 12 meses, 52 semanas, 365 dias (ou 366 em anos bissextos).
O mês tem quatro semanas e mais alguns dias, e cada semana tem
sete dias. O dia tem 24 horas, uma hora tem 60 minutos, e cada
minuto 60 segundos. Os astrônomos estabeleceram a duração do ano, do mês,
do dia, da hora, do minuto e do segundo.
Se o Sol estiver na posição vertical ao meio-dia, no Trópico de Câncer ou
no de Capricórnio, demorará um ano para voltar e estar novamente nessa
posição. Isso é chamado de ano trópico, que possui 365,2422 dias, e é a base do
cômputo de tempo civil.
Se a referência usada for a saída de determinada estrela ao mesmo tempo
que o Sol, temos um novo tipo de ano: o ano sideral (do latim sidus, estrela), e
sua duração é de 365,25636 dias.
Um terceiro tipo de ano é definido pelo intervalo de tempo que media
entre dois passos consecutivos da Terra pelo ponto de sua órbita, no qual se
encontra mais próxima do Sol (periélio) e recebe o nome de “ano
anomalístico”, porque se refere à anomalia da Terra, em sua órbita. Sua
duração é de 365,25964 dias.
O mês é o tempo que transcorre entre uma lua nova e a seguinte. Ele é
denominado “mês lunar” e tem aproximadamente 29,5 dias. Doze meses
lunares não completam um ano solar de 365,2422, pois há 11,212 dias a menos.
Por isso, o calendário islâmico, ao usar o mês lunar, possui anos mais curtos, e
os meses e as festas a ele relacionados desconsideram as estações. A cada 33
anos solares, eles adiantam um ano.
O mais comum é o “dia solar”, ou seja, o tempo que a Terra emprega para
dar uma volta em torno do seu próprio eixo. Para o observador que está na
Terra, é o período em que o Sol aparenta dar uma volta ao redor do planeta.
Da mesma forma, o “dia sideral” é o intervalo entre duas passagens
sucessivas de uma estrela pelo meridiano, e é 9.839,83 segundos mais curto do
que o dia solar. Esse dia é usado só por astrônomos. A hora é a duodécima
quarta parte de um dia astronômico e tem sido dividida em 60 minutos.
Contudo, é extremamente interessante que a semana não tenha sido
estabelecida pelos astrônomos, como ocorreu com o ano, o mês e o dia, pois a
semana não existe como ciclo na natureza.
A semana bíblica chegou a nós por meio dos judeus. Alguns sustentam que certos tabus babilônicos
para os dias 7o, 14o, 21o e 28o do mês indicam uma origem babilônica da semana, mas essa série não
era um ciclo contínuo de sete dias. Os gregos tinham períodos de dez dias no mês, e os romanos, um
ciclo de oito dias de comércio, mas os pagãos não tiveram uma semana de sete dias senão até o
desenvolvimento da semana planetária da astrologia caldeia do período helenístico. 1

Desde a Antiguidade, os nomes dos dias foram assinalados considerando o


Sol, a Lua e os cinco planetas visíveis. O domingo geralmente era denominado
“dia do Sol” (em inglês, sunday). Em espanhol, essa relação é muito evidente:
lunes (segunda-feira), refere-se à Lua; martes (terça-feira), ao planeta Marte;
miércoles (quarta-feira), a Mercúrio; jueves (quinta-feira), recebeu seu nome a
partir do planeta Júpiter; e viernes (sexta-feira), refere-se ao planeta Vênus. Em
muitos idiomas, o sábado foi relacionado a Saturno: em inglês, é chamado
saturday, e, em alemão, sonnabend (que significa véspera do domingo).
Contudo, em diversas línguas, a palavra “sábado” reflete a palavra hebraica
shabbath.

A SEMANA BÍBLICA
A partir do que consideramos até aqui, fica claro que a semana teve sua
origem com o povo hebreu, não em observações astronômicas.
O texto bíblico em sua língua original, o hebraico, usa a palavra yom para
se referir a dia. Na Bíblia, quando yom é precedido por um numeral (primeiro,
segundo, assim por diante), corresponde a um período de 24 horas; ou seja, um
dia comum. Expressões como: “E foi tarde e manhã, o segundo dia”, não teriam
nenhum significado caso se referissem a períodos mais longos, de milhares ou
milhões de anos.
A luz foi criada no primeiro dia; mas o Sol, que ilumina a Terra, aparece
apenas no quarto dia. Muitos perguntam de onde vinha a luz existente nos
primeiros três dias. Seria emitida por uma entidade criada especificamente para
iluminar a superfície da Terra nesse período? Ou seria a luz da presença de
Deus, como sugerido no Salmo 104:2 e em Apocalipse 21:23 e 22:5? Ou, ainda
a luz do próprio Sol, que já teria sido criado, mas que pôde ser visto somente no
quarto dia? Segundo vários estudiosos, o texto hebraico de Gênesis 1:16 permite
que a declaração “fez os dois grandes luminares” seja interpretada como “já
havia feito”. Assim, a expressão “tarde e manhã”, usada em relação aos
primeiros seis dias, apoiaria essa ideia.
Será que a Terra já existia antes da semana da criação? Alguns creem que
sim. Eles consideram textos como Gênesis 1:2, que faz uso do verbo no tempo
passado, “a Terra, porém, estava sem forma e vazia” (ARA); e Jó 38:4-7, no qual
Deus diz: “Onde você estava quando lancei os alicerces da terra? [...] E quem
colocou sua pedra de esquina, enquanto as estrelas matutinas juntas cantavam e
todos os anjos se regozijavam?”
Esses textos sugerem que já existiam outros planetas e seres criados que se
regozijaram com a criação. Entretanto, alguns creem que a Terra e o universo
(ou a parte dele a nós visível) tenham sido criados na semana da criação.
Os métodos radiométricos atribuem às rochas uma idade de milhões de
anos, e, para muitos cientistas, essa é uma evidência incontestável. No entanto,
é possível que Deus tenha criado as rochas (com minerais radioativos) já com os
produtos resultantes dessa radioatividade. A expressão “haja luz”, no primeiro
dia, poderia indicar que antes do quarto dia, não haviam outros corpos
luminosos no universo.
No segundo dia (Gn 1:6-8), foi criado o firmamento, a expansão, a
atmosfera, os céus – quatro palavras usadas na Bíblia para se referir à mesma
realidade. Que céus são esses? O firmamento surgiu quando Deus separou as
águas que cobriam a Terra das águas atmosféricas (Gn 1:2). A água em estado
líquido ficou na superfície terrestre; e a água em estado gasoso, na atmosfera,
formando as nuvens.
Segundo o relato bíblico, as plantas foram criadas no terceiro dia (Gn 1:11-
13), e o Sol, no quarto dia (Gn 1:14-19). Uma vez que as plantas dependem do
Sol para viver, se cada “dia” representasse milhares ou milhões de anos,
nenhuma planta poderia haver subsistido sem a luz solar. Além disso, os
escritores bíblicos se referem à criação como um ato instantâneo. O Salmo 33:9
afirma: “Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo surgiu”, descartando
toda ideia de longos períodos de tempo e evolução.
No quinto dia, foram criadas as aves e todos os seres vivos que voam, assim
como os répteis e outros animais aquáticos também (Gn 1:20-23). A tradução
corrente diz: “Encham-se as águas de seres vivos, e voem as aves sobre a terra”
(v. 20). Uma tradução mais literal seria: “Fervilhem as águas um fervilhar de
seres vivos e que as aves voem acima da terra, sob o firmamento do céu” (Bíblia
de Jerusalém).
Esse texto não diz que as aves foram criadas a partir da água; caso fosse
assim, entraria em contradição com Gênesis 2:19, que diz: “Depois que [Deus]
formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu [...].” No
sexto dia, foram criados os animais terrestres e o ser humano (Gn 1:24-31).
A semana terminou no sétimo dia: “No sétimo dia Deus já havia concluído
a obra que realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o
santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação” (Gn
2:2, 3). O sábado é um memorial da semana da criação (Êx 20:11). Ele não
teria nenhum significado se fosse um período milenar. Tampouco é possível
imaginar Deus descansando milhões de anos no fim de sua criação!
Dessa forma, parece que o relato da criação terminou. No entanto, para
um grupo de cientistas e teólogos, há duas narrativas distintas da criação. A
segunda começa em Gênesis 2:4. Em vez de relatos literais, alguns são
considerados como mitos, hinos, narrações metafóricas, poemas, contos,
parábolas ou alegorias.
Um estudo literário da Bíblia, porém, indica que o relato não é uma
parábola, nem um mito, mas uma prosa histórica, escrita em estilo rítmico, que
registra com precisão os fatos que ocorreram na criação dos céus e da Terra.
Aqueles que acreditam na teoria dos dois relatos, apresentam as seguintes
justificativas:
1. Essa tese permite acomodar a teoria da evolução (com seus longos
períodos de tempo) à narrativa bíblica.
2. O relato da criação, na verdade, é uma revelação feita em seis dias, do
que Deus havia criado em longos períodos de tempo.
3. Gênesis 1 e 2 contêm informações que a ciência não pode confirmar. O
princípio de analogia estabelece que nada na experiência passada pode ser
considerado como histórico, a menos que corresponda às experiências atuais.
Além disso, para compreender o passado, é necessário usar os conhecimentos
do presente e aplicá-los ao passado, algo impossível em relação à criação.
4. Os dois relatos não se harmonizam. Por exemplo, o texto de Gênesis 2:5
parece estranho, porque diz: “ainda não tinha brotado nenhum arbusto no
campo, e nenhuma planta havia germinado, porque o Senhor Deus ainda não
tinha feito chover sobre a terra, e também não havia homem para cultivar o
solo”. Contudo, uma interpretação coerente do verso ajuda a compreendê-lo
dentro do contexto de Gênesis. Observe:
a) “Ainda não tinha brotado nenhum arbusto no campo”. Devemos notar
que a palavra “arbusto” (em hebraico, siah ha-sadeh) se encontra somente em
Gênesis 2:5 e indica uma planta xerófita, ou seja, plantas do deserto e com
espinhos. Essas plantas apareceram depois que Adão e Eva pecaram.
b) “E nenhuma planta havia germinado.” O termo original é esev ha-sadeh,
que se refere a plantas cultivadas, como trigo ou cevada. Até esse momento,
Adão não cultivava a terra.
c) “Porque o Senhor Deus ainda não tinha feito chover sobre a terra.” A
chuva aparece no relato do dilúvio (Gn 7:12).
d) “E também não havia homem para cultivar o solo.” Não poderia ser de
outra forma, porque Adão ainda não havia sido criado.
Evidentemente, o objetivo do v. 5 é explicar a origem desses elementos
que não eram parte do plano original de Deus. Em uma criação livre de
pecado, o homem não teria de lidar com plantas hostis, com o peso do trabalho
nem com chuvas que agredissem a Terra. Os primeiros versículos de Gênesis 2
formam uma ponte entre a criação perfeita (capítulo 1) e a introdução do
pecado no mundo, descrita no capítulo 3.

1 . Diccionario Bíblico Adventista, p. 1140.


12
Envelhecimento

POR QUE ENVELHECEMOS

E
m 1970, as estatísticas diziam que nos Estados Unidos havia três
pessoas com mais de 100 anos para cada 100 mil habitantes. Mas, na
antiga União Soviética, na região de Geórgia, às margens do mar
Negro, o índice era de 39 pessoas; e, na região do Azerbaijão, às margens do
mar Cáspio, era de 63 pessoas para cada 100 mil habitantes. Dizia-se também
que no Azerbaijão, vivia a pessoa mais idosa do mundo, com 167 anos. No
entanto, a pessoa de maior longevidade comprovada nas últimas décadas
morreu aos 122 anos.
Em 1971, no Equador, na região de Vilcabamba, foram registradas nove
pessoas com mais de 100 anos, numa população de 819 habitantes.
Proporcionalmente, isso equivaleria a 1.098 centenários a cada 100 mil
habitantes, um índice significativo.
A revista National Geographic, de novembro de 2005, mencionou outros
lugares do mundo em que há uma expressiva quantidade de pessoas que
ultrapassam os 100 anos de idade. Entre outras cidades, estão Okinawa, no
Japão; Sardenha, na Itália; e Loma Linda, nos Estados Unidos. Esta última,
formada por adventistas do sétimo dia. Alguns desses longevos habitantes são
vistos dirigindo seu automóvel ou realizando outras atividades.
A longevidade, ou seja, a duração da vida, varia muito numa população:
algumas pessoas morrem pouco depois do nascimento; outras, depois de poucos
meses; há aquelas que morrem na adolescência; e muitas que falecem na idade
adulta ou na velhice.
Para calcular a média de longevidade de determinada população, soma-se
a idade de todas as pessoas mortas e divide-se pelo número de óbitos. Dessa
forma, vemos que a longevidade média nos países desenvolvidos é de 75 a 80
anos, e que o número de idosos está aumentando. Contudo, se as principais
causas de morte fossem eliminadas, a vida humana não chegaria muito além da
média de 100 anos.
Nos animais, encontramos uma duração máxima de vida característica
para cada espécie. Observa-se que, de modo geral, os menores animais têm um
período de vida mais curto que os maiores, mas isso não é uma regra absoluta. A
girafa, várias vezes maior que o chimpanzé, tem uma longevidade menor.
Também tem sido observado que os animais cujo cérebro é
proporcionalmente maior são mais longevos. Evidentemente, há um
componente genético transmitido de geração em geração, porque o
envelhecimento não pode ser explicado apenas como consequência de certas
leis físico-químicas que esperaríamos encontrar igualmente em todos os
animais.
Alguns bichos que vivem 100 anos ou mais são, por exemplo, o urubu, a
tartaruga, o esturjão e uma espécie de mexilhão de água doce. Outros que
vivem entre 50 e 100 anos são o elefante, a águia real e o jacaré. Um cachorro
chegou a viver 20 anos; um gato, 28; uma vaca, 30; um gorila, 39; e um cavalo,
46 anos.
Nas plantas, encontramos os organismos vivos mais velhos de nosso
planeta. Por exemplo, na Califórnia encontram-se espécies milenares de
árvores. Ali as sequoias mais antigas têm mais de 3.500 anos; e o Pinus aristata,
uma espécie de pinheiro, excede os 4 mil anos. No entanto, suas células vivas
mais velhas não têm mais do que 30 anos de idade, e se encontram na zona que
separa a madeira do córtex das plantas.
Estudos feitos com células de tecido conectivo (responsáveis por
preencher, sustentar e reparar outros tecidos) mostram que as células se dividem
cerca de 150 vezes e logo morrem. Aparentemente, esse limite de divisões
estava programado no material genético da célula-mãe.
No entanto, existem algumas exceções. As células cancerígenas continuam
se dividindo numa forma essencialmente indefinida. Outras células, como as
nervosas e as musculares, não são substituídas ao longo de toda a vida do
organismo: elas simplesmente envelhecem com ele.
O envelhecimento se caracteriza pela diminuição na capacidade de
funcionamento dos órgãos. Calcula-se que, nos seres humanos, a capacidade
funcional depois dos 30 anos diminua 0,8% ao ano; ou seja, aos 50 anos de
idade terá diminuído 16%; e, aos 70, 32%.
A velocidade da condução nervosa, a força muscular e o nível de
hormônios sexuais diminuem; as artérias endurecem; há rigidez nas
articulações; o cabelo embranquece e a pele se enruga. Nas células, são
acumulados resíduos metabólicos e observa-se um número maior de proteínas
defeituosas, que provoca a morte delas.

TEORIAS SOBRE O ENVELHECIMENTO


Várias teorias buscam explicar o fenômeno do envelhecimento.
1. A primeira teoria atribui o envelhecimento a erros bioquímicos; ou seja,
mutações que, ao serem acumuladas, afetam adversamente as funções celulares
e, por consequência, os tecidos. Animais expostos à radiação sofrem um
envelhecimento prematuro, mas essa característica (mutação somática) não é
transmitida a seus descendentes, os quais permanecem vivendo o tempo de vida
normal correspondente a sua espécie.
2. Segundo outra teoria, o principal órgão responsável pelo
envelhecimento seria o timo, que alcança seu maior peso entre os sete e os onze
anos de idade e logo diminui até desaparecer na maturidade. A diminuição da
capacidade do timo provocaria o aumento dos anticorpos responsáveis por todas
as mudanças degenerativas, reduzindo assim a eficácia do sistema imunológico
em preservar a integridade das células.
3. Uma terceira teoria atribui o envelhecimento a alterações químicas nas
moléculas de colágeno. Ele constitui 40% da proteína do corpo e está presente
nos espaços intercelulares. Sabe-se que o colágeno encontrado num rato de 2
anos e meio (já envelhecido) é muito degenerado. Esse não é o caso do
colágeno de uma criança de 2 anos e meio, porque, proporcionalmente, a
duração máxima de vida de cada um é diferente.
4. Outra teoria propõe que o envelhecimento é causado pela mitocôndria
disfuncional. Por que isso ocorre? Os cientistas explicam que esse não é um
processo programado geneticamente, pois não há nada que diga ao corpo como
envelhecer ou quando morrer. No entanto, vários fatores influenciam no
envelhecimento, mas o fazem indiretamente, como subproduto de processos
envolvidos no crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde e da
vitalidade. É interessante notar que os biólogos que trabalham com levedura,
vermes intestinais, moscas de frutas e camundongos têm conseguido aumentar a
vida dessas espécies manipulando seus genes. Em farmácias e clínicas de
longevidade são vendidos produtos contra o envelhecimento; entretanto,
nenhum deles tem eficácia comprovada e, às vezes, podem causar danos à
saúde.
Por que envelhecemos? Os cientistas não têm uma resposta satisfatória,
mas recomendam que, para termos uma vida mais longa e de melhor
qualidade, devemos ter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas,
evitar preocupações e tensão emocional e manter uma vida conjugal feliz.
Mesmo seguindo essas orientações, o fato é que todos os seres vivos
envelhecem e, finalmente, morrem. Isso é inevitável. Já que a morte é o
resultado final do envelhecimento, é lógico supor que ambos têm a mesma
causa.
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O adventista vegetariano vive, em média, quatro a dez anos a mais que o californiano em geral”
(National Geographic, novembro de 2005).

As Escrituras Sagradas ensinam que, no princípio, o ser humano foi criado


por Deus para viver eternamente. Para isso, ele deveria se manter obediente por
meio de uma vida de fé e amor a Deus. Infelizmente, ao pecar, o ser humano
rompeu esse relacionamento, separando-se voluntariamente do Senhor, a fonte
da vida.
Segundo a Bíblia, “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). Portanto,
podemos deduzir que o envelhecimento também deve ser consequência do
pecado, o que não pode ser comprovado pela ciência, pois é um assunto que
está fora de seu campo de estudos.
O que ocorreu no DNA, ou nas mitocôndrias, ou no timo, ou no colágeno,
ou em alguma outra parte do corpo de Adão e Eva quando pecaram? Isso é um
mistério, como o envelhecimento é um mistério para os cientistas.
Contudo, as Escrituras afirmam que Deus destruirá a morte quando criar
novos céus e nova Terra (Is 25:8; 65:17). Aqueles que aceitarem seu plano
redentor viverão para sempre!
No sombrio panorama do envelhecimento e da morte, vislumbramos
conforto e esperança na vida eterna, numa imortalidade sem vestígios desses
que, por ora, são nossos inevitáveis inimigos.
13
A Obtenção de Alimento

ALIMENTAÇÃO POR PASTAGEM

A
nimais como ovelhas, gado bovino, cervos, hipopótamos, rinocerontes,
girafas, elefantes, cavalos, coelhos e muitos outros comem
principalmente as folhas das plantas. Esse hábito é conhecido como
pastar.
As renas das zonas árticas comem líquens, que são o resultado da simbiose
entre algas e fungos.
Muitos caracóis marinhos também pastam, porque se alimentam do
“gramado” formado por finas algas que crescem na superfície das rochas. Os
caracóis do jardim comem as folhas de algumas plantas. O mesmo fazem certas
estrelas-do-mar e peixes-sapo. Aqueles que possuem aquários sabem que, para
que os vidros se mantenham limpos, é necessário incluir um tipo de peixes
especiais, chamados “limpa-vidros”, que se alimentam das finas algas que se
desenvolvem nas paredes do viveiro.
Formigas e cupins que cultivam fungos em seus ninhos também são
animais que pastam. Em amendoeiras, cerejeiras, ameixeiras, entre outras
árvores frutíferas, é possível observar larvas de insetos, que deixam como rastros
de sua ação somente a nervura das folhas.
Alguns animais se alimentam das algas que se encontram sobre a areia das
praias ou sobre o barro em zonas de manguezais. Nesses locais, é possível
encontrar certo tipo de caranguejos e ouriços que realizam essa atividade.
O plano original de Deus era que todos os animais se alimentassem de
plantas, e não de outros animais. Quando o dilúvio terminou e os animais
saíram da arca, o Senhor autorizou a ingestão de outros organismos além de
plantas, sementes e frutos (Gn 9:3).
A Bíblia diz que, por causa do pecado, veio o dilúvio e, com ele, várias
mudanças profundas ocorreram na Terra. É inimaginável pensar que, na arca,
os animais que hoje conhecemos como carnívoros se alimentassem uns dos
outros. Sem dúvida, eles comiam sementes, ervas ou frutos secos. Do contrário,
todos os animais herbívoros que estivessem ali teriam sido mortos por eles.

ALIMENTAÇÃO PELA CAÇA


A caça é uma forma muito antiga de se obter alimento. Ela consiste na
captura de outros seres vivos. Os métodos de caça são bastante diversos:
Caça por perseguição. Quando o animal perseguido e o animal perseguidor
têm forma similar de locomoção, dizemos que há caça por perseguição. Num
ambiente aquático, alguns peixes perseguem outros e, em sua fuga, os peixes
voadores saem da água para enganá-los. Os biguás e os pinguins caçam peixes
da mesma forma.
Entre os que caçam por meio do voo estão as conhecidas aves de rapina,
como os falcões e as águias. Quando uma andorinha voa em torno de seu
ninho, está caçando insetos, perseguindo-os. O bacurau, uma ave que voa no
crepúsculo, também busca seu alimento dessa forma.
Entre os insetos, as libélulas voam sobre riachos, lagos, fontes de água e
pastos verdes, buscando caçar outros insetos.
Os morcegos são caçadores de insetos muito especializados, pois não
precisam de luz para localizá-los. Com um sistema semelhante a um sonar, eles
identificam sua presa. Esse método de orientação é conhecido como
ecolocalização.
Entre os caçadores terrestres estão os guepardos, leopardos, leões, tigres,
raposas, coiotes, lobos e doninhas, entre outros.
Caça de surpresa ou por ataque. Lagartixas, serpentes e rãs saltam
repentinamente sobre suas presas. As aves que caçam moscas ficam paradas
num ramo ou poste e, quando detectam um inseto, voam de surpresa,
agarrando-o com o bico. Um exemplo desse tipo de ave caçadora é o urco, que
possui olhos vermelhos e plumagem cinza; essa espécie é encontrada em
grande parte no Chile e sul da Argentina. A elegância e o porte desse belo
pássaro podem ser vistos anualmente no fim do inverno e início da primavera.
Os mergulhões e os pelicanos que habitam nas costas marinhas são aves
que também caçam atacando suas presas. Eles voam e, de surpresa, se lançam
na água, de onde surgem com um peixe em seu bico. As águias-pescadoras
também pertencem a esse grupo. Você pode passar horas observando essas aves
e se maravilhando delas, devido à coordenação e precisão de seus movimentos.
As gaivotas, comuns nas costas da América do Norte, costumam posar
sobre a cabeça dos pelicanos e, quando estes levantam o bico para engolir a
presa, elas os roubam. Esse é um ataque de mestre!
As garças se localizam em águas superficiais e, com muita paciência,
esperam a aparição de um peixe para capturá-lo com os rápidos golpes de seu
bico. O pavãozinho-do-pará é uma ave da selva amazônica, que, de maneira
sigilosa e lenta, se aproxima de sua presa, estica o pescoço e a captura, quando
está perto. Aves de características similares se encontram nas planícies da África.
O camaleão também ataca sua presa. Ele se aproxima lentamente dela e,
de surpresa, alonga sua língua pegajosa em direção à caça, engolindo-a em
seguida.
Existe um grupo de aranhas saltadoras que não fabrica teias, ainda que
produza seda. Elas visualizam o alvo e, quando estão muito perto, dão um salto
sobre a presa desavisada.

© foryouinf | Fotolia O peixe-arqueiro é uma espécie muito singular.


Ao identificar um inseto sobre as plantas que estão à
margem, no manguezal, ele lança um forte jato de
água que atinge sua presa, derrubando-a. O peixe
então aproveita a fragilidade da vítima para servir-se
dela.
“E dou todos os vegetais como
alimento a tudo o que tem em si
Quando o Criador fez as plantas, os animais e o
fôlego de vida: a todos os grandes ser humano, colocou-os num jardim, um lugar de
animais da terra, a todas as aves
do céu e a todas as criaturas que harmonia e paz para todos eles. Entretanto, essa
se movem rente ao chão” (Gn
1:30). condição foi perdida quando o ser humano
desobedeceu a Deus. Assim, a violência, a luta e a
morte se tornaram uma experiência comum a todos.
Caça mediante armadilha ou redes. Armadilhas e redes são artifícios para
caçar ou pescar. Uma armadilha geralmente serve para caçar um, dois ou três
seres vivos somente. Nas redes, muitos animais podem ser capturados. As teias
de aranha são armadilhas, não redes, porque raramente aprisionam mais de um
inseto ao mesmo tempo.
Nos terrenos da Universidad Unión, em Lima, Peru, tive a oportunidade
de ver pela primeira vez, em solo arenoso, pequenos funis. Posteriormente,
observei esse fenômeno em vários países, inclusive em outros continentes. Eu já
tinha lido algo sobre isso; por essa razão, fiquei observando. Quando uma
formiga ou outro animalzinho escorregava para dentro do funil, imediatamente
havia uma agitação no fundo, saia areia e algo se movia. Tratava-se da larva da
formiga-leão, um inseto que, em estágio de larva, é parecido com a formiga,
mas que pertence à classe dos neurópteros. O funil, de 3,5 a 5 cm de diâmetro,
é sua armadilha, da qual a presa dificilmente sai viva.
Caça mediante tentáculos. Não seria agradável estar nadando no mar e, de
repente, sentir os tentáculos de um polvo. Eles possuem muitas ventosas, que
dificultam as tentativas de libertação. Outros moluscos que possuem tentáculos
são o choco e a lula. Os tentáculos de uma lula gigante do Oceano Atlântico
podem chegar a medir 10 metros de comprimento. Outros animais que
utilizam tentáculos para caçar são as medusas. Certa medusa, encontrada numa
praia do Oceano Atlântico, possuía tentáculos de 36 metros de comprimento.
Esses tentáculos não têm ventosas, mas estruturas urticantes conhecidas como
nematocistos. São espécies de pequenas agulhas que injetam veneno e
paralisam a presa.
No entanto, nem todos os animais com tentáculos nadam ou flutuam
livremente no mar. Há outros que geralmente estão fixos em um lugar, como
corais, anêmonas-do-mar, lírios-do-mar, pepinos-do-mar, certos vermes e outros
pequenos animais como briozoários e rotíferos, que também possuem
tentáculos. Com essas estruturas, eles agitam a água de tal forma que os
pequenos organismos são levados à sua boca.
© Anna Omelchenko | Fotolia

ALIMENTAÇÃO POR FILTRAGEM


Nas águas de rios, lagos, mares e oceanos, sempre há partículas de
alimento flutuando. Elas podem ser de origem vegetal ou animal. De qualquer
forma, muitos animais se alimentam dessas migalhas por meio do processo de
filtragem.
Os flamingos, colhereiros e muitas variedades de patos possuem bicos
preparados para filtrar o alimento proveniente tanto da água como do barro.
Entre os moluscos, a maioria dos bivalves são filtradores. Os mais comuns
são as amêijoas, as ostras, os mexilhões e as vieiras.
As maiores baleias possuem cerdas bucais, em vez de dentes. Essas cerdas
estão localizadas acima da mandíbula superior, como uma crista. São
constituídas de queratina e servem para filtrar os sedimentos marinhos nos quais
uma grande variedade de animais se acumula. Todo ser vivo de quatro
milímetros ou mais fica preso entre as cerdas bucais da baleia.
ALIMENTAÇÃO POR COLETA
Existem animais que coletam partículas ou objetos nutritivos imóveis,
como frutas, sementes, grãos, pólen, mel, cadáveres e excrementos, entre outros.
Os papagaios se alimentam de diversas partes das plantas. Os que vivem no
sul do Chile e da Argentina têm predileção por se alimentar de pinhões
(sementes das araucárias). Até o ser humano coleta pinhões, pois são saborosos e
nutritivos.
Grande número de aves recolhe grãos, vermes, larvas e outros alimentos.
Muitos coletores, como as rolinhas, os pombos e as codornizes visitam os
campos de trigo, aveia ou cevada logo após a colheita. É possível observar que
os pássaros que comem grãos possuem bicos curtos e fortes, a fim de quebrar os
alimentos. Seria impossível para um colibri usar seu bico para romper uma
semente.
Nos trópicos africanos, há uma ave singular que possui uma cauda bem
comprida. Quando ela pousa nos ramos, parece que está pendurada. É uma
típica espécie frutívora, que se alimenta da parte carnosa das frutas, mas não das
sementes. Há outros pássaros que comem apenas as sementes que há dentro das
frutas.
No entanto, há aves que comem tudo, a parte carnosa e as sementes.
Depois, elas contribuem com o processo de dispersão das sementes por meio
das fezes. Uma das espécies de plantas que conta com esse auxílio é o maqui,
exemplar silvestre do sul do Chile e da Argentina, encontrado especialmente
em colinas. Seu fruto é pequeno e de cor preto-azulada. As aves se alimentam
dele e, depois da digestão, espalham as sementes por todos os lados. Para os
interessados em nutrição, um dado a ser considerado é que esse fruto possui
elevados níveis de antioxidantes, substâncias químicas protetoras do corpo.
Uma ave europeia chamada gaio se caracteriza por depositar bolotas de
carvalho em lugares distintos; e, nos meses em que os alimentos são escassos,
ela os tira de seu depósito. Algo semelhante é feito pelo pica-pau.
Os esquilos também se alimentam de todo tipo de frutas, nozes ou
sementes que recolhem do solo ou das árvores. Eles carregam as sementes na
boca e as escondem na terra, para o inverno. Vê-los comer é um espetáculo
encantador, pois seguram os frutos e as sementes entre suas patinhas dianteiras e
degustam o alimento como nós o fazemos.

© usbfco | Fotolia Os macacos da Amazônia, da América Central,


da África ou da Ásia também são coletores. Eles se
movem de um lugar para outro de acordo com a
época de amadurecimento dos frutos. Os
camundongos e as ratazanas, à semelhança de muitos
outros roedores, também comem frutos e sementes.
As histórias de ursos que buscam favos de mel e
frutas, e o comportamento de peixes que voltam aos
riachos e rios em que nasceram, também nos falam
de coletores de alimentos.
As avelãs são uma das frutas secas
prediletas dos esquilos. Caçar, pescar, coletar e filtrar são os métodos
pelos quais os animais obtêm seu alimento. Por outro
lado, as plantas o sintetizam.
Para os evolucionistas, a própria evolução se encarregou de tornar os
alimentos adequados e suficientes para os seres vivos. Para o criacionista, foi
Deus que preparou os diversos alimentos. Ele os constituiu com substâncias
necessárias e indispensáveis para que a vida pudesse se sustentar. Deu-lhes
cores, sabores e odores para que fossem atrativos.
Deus dotou os animais de órgãos necessários para agarrar, mastigar e
digerir a comida, fazendo com que ela se transforme em novas substâncias
indispensáveis ao crescimento, à formação das estruturas básicas do corpo e à
continuação do ciclo da vida.
Alguns sustentam que se há um Criador, ele é demasiadamente indefinido
e incerto. Porém, sua Palavra escrita, dada a toda a humanidade, oferece
evidências de que isso não é correto. Ele é um Deus de maravilhas: amável,
bondoso e paciente, que conhece todas as coisas e que busca a felicidade do ser
humano.
Os grandes cientistas dos séculos passados reconheceram que os mistérios
do universo são apenas uma amostra da ignorância deles, e a prova de que um
Ser inteligente e todo-poderoso criou tudo. “[Deus] faz grandes coisas, que se
não podem esquadrinhar, e maravilhas tais, que se não podem contar” (Jó 9:10,
ARA).
14
Energia

M
uitos cientistas entendem que a matéria e a energia são eternas,
sempre existiram. No entanto, o relato bíblico afirma que só Deus é
eterno, ao passo que a matéria e a energia são obras criadas por ele.
Vemos a matéria em bilhões de galáxias, com bilhões de estrelas, cometas,
planetas e satélites. A matéria possui massa e ocupa lugar, pode ser tocada,
cheirada e vista.
Ao caminhar pelas ruas da cidade ou ao escalar uma montanha, a Terra
parece ser tão sólida e firme que é difícil crer que os planetas com suas luas, o
Sol, as estrelas e as galáxias estão se movimentando pelo universo a velocidades
extraordinárias.
Quando entramos em um veículo, seja um automóvel, ônibus ou avião,
fazemos isso crendo que ele se movimentará, e sua confiança repousa no
motorista ou piloto que o conduz. Contudo, esse profissional não poderá fazer
nada se o veículo não for alimentado por algum tipo de combustível. No caso
dos trens elétricos, o condutor não poderá movimentar as composições nem um
milímetro, se a eletricidade não estiver ligada aos motores da locomotiva.
O que isso significa? Simplesmente que a matéria não tem proveito algum
se não tiver energia. A energia é o que move o universo. Os físicos explicam que
existem duas forças básicas: a força centrífuga, que faz com que os corpos
celestes tenham a tendência de se mover rumo ao espaço exterior; e a força da
gravidade, que os mantém unidos, em equilíbrio, a distâncias bem
estabelecidas.
Uma vez que, no mundo físico, todo efeito possui uma causa, a energia
que move os corpos celestes tem sua origem em algo. Mas, em quê? De onde
ela veio? Ninguém compreende. Entretanto, sabemos que ela existe por causa
dos efeitos que produz, porque segue leis muito precisas. Como toda lei é
resultado do pensamento de alguém que a tenha criado, cremos que haja uma
Inteligência superior por trás disso.
A Bíblia afirma que “Deus criou os céus e a terra” (Gn 1:1), ou seja, a
matéria; mas é lógico inferir que ele também criou a energia que produz a
rotação e a translação, que são a causa do dia, da noite, do ano e das estações
(ver Gn 1:14).
Todo movimento requer energia; portanto, ao criar a matéria, Deus a criou
com a energia necessária a fim de cumprir os propósitos revelados em sua
Palavra.
E que melhor inteligência pode haver do que a de Deus? Esse fato foi
reconhecido pelo mais sábio ser humano, Salomão, quando disse: “Por sua
sabedoria o Senhor lançou os alicerces da Terra, por seu entendimento fixou no
lugar os céus” (Pv 3:19).
Os cientistas descobriram que a energia do universo não pode ser criada
nem destruída. Esse é o motivo pelo qual a ciência afirma que a matéria e a
energia são eternas; no entanto, essa afirmação contraria o ensino bíblico de
que Deus as criou.
No universo, além da força centrífuga e da força da gravidade, existem
outros tipos de energia: a energia calórica, que é a energia que produz calor; a
energia mecânica, que é a força de um objeto em movimento; a energia
química, que provêm dos alimentos e dos combustíveis; a energia radiante, que
produz a luz, as ondas de rádio, televisão e raios X. Além disso, existe a energia
elétrica que provém dos ímãs e das correntes elétricas; e a energia nuclear, que
é a energia do núcleo do átomo, responsável por manter unidas as suas partes.
Todas as formas de energia incluem movimentos de fótons, elétrons,
átomos e moléculas. Todas são intercambiáveis, ao menos parcialmente. Nada
pode ser feito sem energia.

COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Nas últimas décadas, temos visto que a água limpa e o ar puro estão
acabando, que a vegetação e os animais silvestres estão sendo extintos e que as
principais fontes de energia (carvão mineral e petróleo) estão se esgotando.
O carvão mineral é encontrado entre as camadas das rochas, e nele é
possível ver os tecidos das plantas que o originaram. Com o petróleo, isso é
diferente, pois podemos apenas deduzir como ele se formou. O petróleo se
encontra em câmaras abaixo da terra, mesclado com areia. Às vezes, essas
cavidades subterrâneas têm água salgada em sua parte inferior e gás na superior.
O consumo de carvão mineral tem diminuído, dando lugar ao petróleo e
gás natural, porque são mais acessíveis e de fácil utilização. Cerca de 25% da
energia gasta nos Estados Unidos em cozinhas, estufas e indústrias provêm do
gás natural, que procede de câmaras nos estratos geológicos localizados abaixo
da terra e do mar. Grande parte dos produtos extraídos do petróleo pode ser
obtida também do carvão mineral.
Em virtude da importância econômica que possui, o petróleo é chamado
de “ouro negro”. Dele são extraídos e refinados combustíveis como gasolina,
querosene, óleo diesel, óleos industriais e asfalto. Além disso, outros derivados
do petróleo compõem a matéria-prima de detergentes e de todos os objetos
plásticos encontrados.
O petróleo é encontrado em todos os continentes. No entanto, cerca de 40
países possuem, cada um, uma reserva de mais de 2 milhões de barris. Os países
que mais possuem petróleo, em ordem decrescente, são: Arábia Saudita, Irã,
Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, Rússia, Líbia, Estados
Unidos e Nigéria. Existem ainda os países cujas reservas são menores, e é
possível que no futuro seja encontrado petróleo em outros lugares também.
Os países que mais consomem petróleo são os Estados Unidos, China,
Japão, Rússia e Alemanha; mas não há país que não o consuma. As indústrias
precisam dele, assim como os aviões, navios, trens, caminhões e muitos outros
© vvoe | Fotolia meios de transporte.
Alguma vez você já pensou o que aconteceria se
o petróleo acabasse? Voltaríamos a andar a pé – o
que não seria ruim para a saúde. Os mais abastados
andariam a cavalo. Transportaríamos os produtos
agropecuários em bois e charretes. Os talheres e
outros utensílios de cozinha voltariam a ser de
madeira, louça, vidro ou ferro. As cozinhas e estufas
funcionariam novamente a lenha. E de onde
tiraríamos tanta lenha para satisfazer as demandas de
energia calórica do planeta?
A bomba de vareta, também A roupa deixaria de ser composta de 70% de
conhecida como “cabeça de
algodão e 30% de poliéster; teria que ser
cavalo”, é usada para extrair o
petróleo da jazida.
confeccionada totalmente com algodão, lã ou linho,
o que seria positivo. Entretanto, precisaríamos
aumentar as áreas de cultivo de algodão e linho, e os
campos para o pastoreio de ovelhas, alpacas e vicunhas. Contudo, os campos de
cultivo têm dado lugar às cidades e estradas.
Para os cientistas que não creem em Deus nem no relato do dilúvio, o
petróleo foi formado há milhões de anos por meio da decomposição de plantas
e animais que habitavam os mares e oceanos. Uma vez mortos, eles afundaram
e se acumularam em sedimentos profundos, onde foram decompostos por
bactérias.
De acordo com os cientistas criacionistas, o dilúvio foi o momento em que
as plantas e os animais marinhos morreram, criando condições para que o
petróleo se formasse. A Bíblia diz: “As águas dominavam cada vez mais a terra, e
foram cobertas todas as altas montanhas debaixo do céu” (Gn 7:19). O fato de
existir petróleo e carvão mineral em todos os continentes atesta a autenticidade
do relato bíblico, segundo o qual as águas cobriram toda a Terra.
A existência de água salgada na parte inferior dos poços de petróleo é outra
evidência de que plantas e animais dos oceanos foram enterrados,
transformando-se em jazidas de combustível fóssil.

OUTRAS FONTES DE ENERGIA


A energia que faz do petróleo, do carvão mineral e do gás natural algo tão
útil em nosso mundo, provém da energia radiante que chamamos de luz.
As plantas possuem nas células de seus componentes verdes, sejam folhas
ou talos, organelas chamadas de cloroplastos, que são como antenas para captar
a luz. Elas têm um dispositivo que lhes permite transformar a energia solar em
energia química, num processo conhecido como fotossíntese.
Os cloroplastos possuem clorofila, que é uma mescla de pigmentos
estreitamente relacionados, do grupo da porfirina. A clorofila A é azul-
esverdeada, a única que se encontra em todas as plantas verdes; a clorofila B é
amarelo-esverdeada. Outro pigmento, a xantofila, é amarela; e em algumas
plantas, o caroteno, que é de cor alaranjada, substitui a clorofila.
Esses pigmentos possuem a capacidade de captar diferentes longitudes de
onda luminosa, sendo mais eficazes em relação às ondas de cor vermelha, azul
e violeta. As correspondentes ao amarelo e ao laranja são levemente absorvidas.
No outono, muitas plantas mudam a cor de suas folhas de verde a amarelo,
de marrom a vermelho. A razão está no fato de que, com a chegada da estação e
as baixas temperaturas, a clorofila é destruída lentamente, deixando à mostra as
cores de outros pigmentos.
A fotossíntese usa um composto de baixa energia que é o dióxido de
carbono e o transforma num açúcar de alta energia, que serve como base para a
síntese de todos os nutrientes. Sem nutrientes, nenhum ser vivo pode existir. A
fotossíntese requer cinco fatores principais: luz, temperatura, água, dióxido de
carbono e clorofila. Se falta um deles, o processo não ocorre.
Os animais herbívoros se alimentam de plantas, e os carnívoros, de
animais. No entanto, a cadeia alimentar dos carnívoros começa sempre com
animais herbívoros, e os animais herbívoros dependem das plantas nas quais se
realizou a fotossíntese. Um leão come zebras, gazelas e todo tipo de antílopes e
cervos, além de alimentar-se de lebres e outros animais pequenos, a maioria
herbívoros.
Esse é um exemplo do que se conhece como complexidade irredutível,
termo que expressa a impossibilidade de ocorrer a macroevolução pela variação
progressiva de elementos e fatores, ainda que se passassem milhões de anos,
como a teoria da evolução requer.
As plantas recebem energia dos raios solares; o dióxido de carbono provém
da atmosfera, que, dentre muitas fontes, o recebe constantemente por um
processo fantástico chamado de respiração. A água absorvida pelas raízes e
outras partes das plantas provê hidrogênio para reduzir o dióxido de carbono.
Então, todos esses elementos são processados pela clorofila que se encontra nos
cloroplastos, organelas extraordinárias existentes nas células vegetais. No fim do
processo de fotossíntese, forma-se a glicose, que é um açúcar; libera-se oxigênio;
e regenera-se parte da água.
6 CO2 + 12 H2O + luz + clorofila ➙ C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O
A energia nos seres vivos é principalmente energia química potencial.
Dizemos “potencial” porque fica armazenada até que exista a demanda. À
medida que é usada, ela é reposta com os alimentos que o ser vivo ingere. Ao
passar a energia de um organismo para outro, parte dela é perdida em forma de
calor ou movimento.
A energia química é produzida nas plantas pelo processo de fotossíntese e é
armazenada em sementes, frutos e em madeira de árvores e arbustos. A energia
química das plantas do período do dilúvio ficou armazenada no carvão mineral,
petróleo e gás natural. Por isso, hoje podemos contar com esses depósitos
energéticos.
O Sol produz e transmite energia de calor radiante à Terra; mas tanto a luz
como a energia térmica são resultados da transformação da energia nuclear que
existe nos átomos da massa solar. Os cálculos feitos assinalam que os
combustíveis fósseis poderiam acabar em nossa época. O que faríamos sem eles?
Os meios de transporte não funcionariam e as cidades não teriam luz nem
eletricidade para fazer funcionar as indústrias.
Os cientistas ressaltam que a energia nuclear é uma grande fonte
energética para a produção de eletricidade, mas também chegaria um momento
em que acabaria. Ela é perigosa para a saúde humana, não é fácil de manejar e
ocasionaria transtornos no meio ambiente.
Se o petróleo, o carvão mineral, o gás natural e os materiais radioativos
acabassem, que solução o ser humano teria para produzir energia? A energia
proveniente das usinas hidroelétricas poderia ser uma solução. Entretanto, nem
todos os países podem recorrer a esse método, e os que podem não produzem o
suficiente para satisfazer a todas as demandas. Essa situação levou engenheiros a
desenvolver aparatos que captam a energia solar e a concentram de tal forma
que pode ser útil para diversas necessidades.
Os engenheiros construíram os chamados painéis solares que captam a
energia do Sol e a transformam em energia térmica ou elétrica. Esse recurso
provê o aquecimento da água. Além disso, a energia elétrica obtida através
desses painéis é armazenada em baterias. Entretanto, é difícil pensar que as
indústrias se abasteceriam com o uso de painéis solares.
Os cientistas têm conseguido obter eletricidade por meio de outro sistema,
que produz muita energia e que está sendo usado em diferentes partes do
mundo. Trata-se da energia eólica, gerada a partir da ação do vento.
Em muitos lugares isolados, há décadas, os moinhos de vento têm sido
usados para produzir eletricidade. Esse sistema tem se desenvolvido tanto, que,
na Dinamarca, os engenheiros construíram o protótipo de um aerogerador que
foi instalado na Alemanha, cuja altura é de 183 metros, composto de lâminas
que medem quase 62 metros, e que produz energia elétrica suficiente para
atender a 5 mil lares. Em realidade, na Dinamarca, cerca de 20% da energia
usada provém do vento.
As lâminas dos aerogeradores usados atualmente têm 40 metros de
comprimento. A energia eólica é responsável por menos de 1% da energia usada
no mundo; mas, a cada ano, mais países a estão usando, pois ela não contamina
o ambiente e seu aperfeiçoamento tecnológico vem tornando-a mais acessível.
Ao dizer que ela não é contaminante, devemos esclarecer que, em lugares
onde esses aerogeradores estão instalados em grande número, a paisagem sofre,
substituindo a beleza natural pela técnica humana. Essa é uma forma de
contaminação, a visual.
A grande limitação no uso dessa energia é o vento, mas os países que ficam
às margens de mares e oceanos têm vento continuamente, o que favorece o uso
dessa tecnologia. Temos de agradecer aos cientistas pelas técnicas de uso dos
diferentes tipos de energia. Porém, devemos ser ainda mais agradecidos a Deus,
que criou as energias que movem o universo.
15
Tensão Superficial e Flutuabilidade

TENSÃO SUPERFICIAL

N
o jardim de minha casa temos uma fonte de barro. Nela, mantemos
água para saciar pardais, rolinhas e gatos, entre outros animais.
Algumas vespas se servem estacionadas nas bordas ou nas paredes da
fonte; porém, o mais interessante é que várias delas param sobre a água, bebem
e voam. Elas levitam como helicópteros. Por que não afundam?
De fato, no líquido, as moléculas são eletricamente neutras. No entanto,
há pequenas forças de atração entre elas. Essas forças, chamadas de forças de
Van der Waals, são causadas pela distribuição assimétrica de cargas dentro das
moléculas.
Dentro de um líquido, a molécula não experimenta uma força bem
definida, porque as forças das moléculas vizinhas se anulam. Contudo, para
uma molécula na superfície do líquido haverá uma força clara se dirigindo para
dentro. O resultado é que as moléculas da superfície se contraem e são
resistentes ao ser esticadas ou quebradas. Assim, a superfície está sob tensão, a
chamada tensão superficial.
Os componentes verticais das forças exercidas pelas moléculas sobre o
objeto vão equilibrar seu peso. Se você colocar um palito de fósforo ou
qualquer outro item leve e seco, verá a depressão da superfície da água. O
objeto flutuará.
Se você aproximar da superfície da água uma agulha de costura, que é feita
de aço, e deixá-la na posição horizontal, ela também flutuará. Sob tensão, as
moléculas interagem, comportando-se como uma membrana elástica.
Alguns poucos animais têm a capacidade de andar sobre a água. Às
margens de um riacho, rio ou lagoa, é possível observar insetos, como a
“mulinha d’água”, encontrada no Chile, que se movem sobre a superfície da
água em busca de alimento. Isso ocorre por causa da tensão superficial. As patas
desses animais, revestidas por finos pelos que as impedem de se molhar e
afundar, criam depressões na superfície da água, sem penetrá-la, e a tensão
superficial suporta o peso deles.
O basilisco-verde, da América Central, pode se levantar em suas duas patas
traseiras e correr curtas distâncias por cima da água. Por isso, em muitos lugares,
é conhecida como “lagartixa Jesus”, uma alusão ao relato bíblico em que Cristo
andou sobre o mar da Galileia (Jo 6:19) – realmente um milagre biomecânico!
Tanto a “mulinha d’água” quanto o basilisco-verde usam apenas uma
forma de andar: eles correm. No entanto, pesquisadores afirmam que os insetos
também remam.
Além disso, existe uma aranha ainda mais esperta que as “mulinhas
d’água”. Ela é chamada de aranha pescadora (Dolomedes triton), e vive em todo
o território dos Estados Unidos, sendo encontrada perto das margens de lagoas e
riachos. Esse espécime usa três tipos de locomoção, alternando de um a outro
quando deseja. Para a aranha pescadora, a superfície da água é como um rinque
de patinação, e com desenvoltura, ela corre para atacar. Além disso, esse inseto
tem a capacidade de afundar suas patas sob a água e se alimentar de girinos e
pequenos peixes.
A tensão superficial não é uma força muito poderosa, mas as aranhas são
muito leves; geralmente pesam menos de um grama. Além disso, possuem patas
grandes, revestidas de cera que repele a água.
A aranha pescadora rema sobre a água de forma curiosa. Dos quatro pares
de patas que possui, ela rema com os dois pares do meio. Primeiro, impulsiona
para trás seu terceiro par; depois, o segundo; e, quando ambos estão bem
estendidos, a aranha as levanta da água, seguindo adiante.
Durante esse tempo, ela mantém suas patas frontais e posteriores imóveis,
usando a tensão superficial para se manter flutuando enquanto prepara a
remada seguinte.
No caso das “mulinhas d’água”, que possuem apenas três pares de patas,
apenas seu par mediano pode usar as depressões na superfície da água enquanto
remam.
Se as aranhas precisam se movimentar mais rápido do que 30 centímetros
por segundo, têm que usar um segundo modo de andar, que certo pesquisador
chamou de galope. Elas se põem sobre as patas traseiras, mantêm as patas quase
na posição vertical e, em seguida, as deslizam rumo à água, cortando a
superfície.
Uma aranha a galope não pode confiar apenas na tensão superficial para se
manter flutuando. Quando ela impulsiona suas patas para baixo e para trás, a
água responde com força oposta, empurrando-a para cima e para a frente. A
força para cima evita que a aranha afunde; e a força para a frente, a empurra. Ao
galopar, a aranha pescadora pode avançar quase um metro por segundo.
Curiosamente, o basilisco-verde usa uma técnica semelhante quando corre
sobre a água.

© rossipaolo | Fotolia Em ocasiões de menos urgência, as aranhas


podem confiar numa terceira e mais eficaz forma de
locomoção: a navegação a vela. Quando sopra uma
brisa, elas ondulam suas duas patas frontais ao vento;
se as aranhas são pequenas, levantam todo o corpo e
deixam que a brisa as empurre pela água, como
barcos a vela.
Muitos insetos podem ficar A lagartixa, réptil de hábitos noturnos que vive
parados na superfície da água e
até andar sobre ela sem afundar; principalmente em zonas tropicais, ainda que não
isso ocorre graças à tensão
superficial.
ande sobre a água, usa as mesmas forças de Van der
Waals para caminhar.
Ela aprecia viver em casas, e, mesmo que você
não acredite, o animal chega a ser parte da família. Você pode estar sentado na
sala lendo, assistindo à televisão, conversando com a esposa ou os filhos,
enquanto a lagartixa corre pelo teto com as patas para cima. Ela também sobe e
desce pelas paredes caçando mosca, aranha, mariposa ou outro ser vivo. Às
vezes, é possível vê-la desfrutando a “vida social” com membros da mesma
espécie.
A lagartixa comum tem a cor rosada, e um pouco translúcida, o que a
torna pouco atrativa. No entanto, há espécimes de cores diferentes e belas. São
uma maravilha da natureza!
Ao subir pela parede, a um metro por segundo, a lagartixa parece desafiar
as leis da física, pois ela tem aderência suficiente para sustentar todo o peso do
seu corpo com um só dedo, mas não usa nenhuma força aparente para se
separar da superfície e dar o passo seguinte.
A lagartixa obedece às leis físicas do mundo subatômico. Os dedos do
animal estão cobertos por finas folhas de tecido, organizadas como as páginas de
um livro. Cada folha está coberta com centenas de milhares de pequenas
expansões semelhantes a pelos, conhecidas como cerdas. Uma única lagartixa
pode ter 2 milhões delas em seus pés.
Essas cerdas, por sua vez, se dividem em centenas de terminações
semelhantes a espátulas, menores que uma bactéria, ou seja, menos de 200
nanômetros de diâmetro (1 nanômetro equivale a 1/1.000.000.000 metro). Uma
cerda poderia suportar o peso de uma formiga.
Tal poder de adesão deve-se a uma fraca interação entre os átomos das
terminações da cerda e os átomos da superfície na qual o animal caminha. Essa
interação provém de um fenômeno conhecido, na física quântica, como forças
de Van der Waals.
Dessa maneira, cada pata permite que muitos átomos cheguem a tal
“intimidade” com a parede, que o resultado é uma aderência semelhante à da
cola. Se o ângulo da pata muda, a atração dos átomos desaparece e a
extremidade se desprende.
Atualmente, uma equipe que estudou a lagartixa está tentando inventar
uma fita adesiva baseada em suas descobertas. Os três animais mencionados – a
lagartixa, a “mulinha d’água” e a aranha pescadora – nos mostram que foram
desenvolvidos por um Cientista que conhece com perfeição as leis da física.
Com esse conhecimento, ele criou esses seres impressionantes, colocando em
seus corpos o necessário para que as leis físicas e biológicas se cumpram. A sorte
e o acaso não poderiam desenvolver isso. Esses animais demonstram que há
sabedoria, ciência e tecnologia combinadas em sua criação.
© il-fede | Fotolia

Princípio de Arquimedes: “Um corpo submerso, total ou parcialmente, em um fluido em repouso, recebe
um empuxo de baixo para cima igual ao peso do volume do fluido deslocado pelo corpo.”

FLUTUABILIDADE
Sabemos que um navio pesa milhares de toneladas e não afunda no mar.
Se jogarmos na água uma garrafa vazia bem fechada, ela boia, mesmo que o
vidro seja pesado. Um pato, assim como as demais aves aquáticas, também
flutua.
Como eles podem flutuar? Uma resposta simples é que o peso do navio, da
garrafa ou do pato exerce uma força que tende a levá-los para baixo; mas outra
força, chamada de empuxo, tende a levá-los para cima. Ou ainda, podemos
dizer que o peso da água deslocada pelo barco, pela garrafa ou pelo pato, é
maior do que o peso deles.
Outra forma de explicar o fenômeno considera que, para que um objeto
qualquer flutue, é necessário que sua densidade, ou seja, seu peso específico,
seja menor do que a densidade da água ou, pelo menos, que seja igual. A
densidade de um objeto é calculada dividindo sua massa pelo volume. Se o pato
tem a massa de dois quilos e o volume de água deslocado é maior do que dois
litros, certamente o pato vai flutuar.
Outras qualidades que contribuem para diminuir a densidade de um pato
são: sua estrutura corporal, o ar entre as penas de seu ventre, seus ossos ocos e
de paredes delgadas, e as bolsas aéreas distribuídas em seu corpo.
No mundo todo, são famosos o mar Morto, em Israel, e o mar Salgado
(Salt Lake), nos Estados Unidos. Essas águas se destacam por conter grande
concentração de sal, fazendo com que a densidade da água seja elevada, o que
facilita a flutuação.
O submarino é uma espécie de barco e flutua porque desloca muita água.
Entretanto, para se mover debaixo da superfície, ele precisa sugar água,
aumentando seu peso. Para voltar a flutuar, as mesmas bombas que aspiraram a
água, então precisam expeli-la.
Navios naufragados têm flutuado novamente com a ajuda de bolsas de ar
fixadas em suas laterais que, à medida que são infladas, o arrastam para a
superfície.
Grande número de peixes tem uma bexiga natatória, que ocupa 5% do
volume de seu corpo. Eles têm a chamada flutuabilidade neutra, o que significa
que podem nadar tanto na superfície como a certa profundidade; entretanto,
devem regular constantemente seu conteúdo gasoso.
Na bexiga natatória fica acumulado o oxigênio provido pela maravilhosa
rede de vasos capilares de seu sistema respiratório. Se um peixe é retirado
bruscamente do mar – por exemplo, de 40 metros de profundidade, como
ocorre em redes de pesca –, a bexiga natatória estoura em virtude da variação de
pressão, e o peixe chega morto à superfície. Isso tem sido visto em espécimes
como o bacalhau, a merluza e o badejo.
Os vários peixes que não têm bexiga natatória, aqueles que são achatados e
vivem no fundo dos oceanos, se veem obrigados a permanecer nadando
constantemente; do contrário, tendem a descer até o fundo das águas. Isso é
visto em peixes como o linguado, a cavalinha, o bodião, alguns atuns e o
rodovalho. A vantagem que possuem é que podem se movimentar com
facilidade em diversas profundidades do mar.
Há outros peixes que, para flutuar, acumulam muita gordura, até cerca de
15% de seu volume. Como a densidade da gordura é menor que a da água, eles
flutuam facilmente.
O náutilo é um animal que, durante a noite, sobe à superfície do mar para
se alimentar e, ao amanhecer, desce a 500 metros de profundidade. Para subir
ou descer, ele regula a porcentagem de gás e líquido em sua concha, que chega
a ter até 38 camadas e é bem resistente à pressão.
Os chocos não possuem nem bexiga natatória nem gordura. Debaixo da
pele do dorso, há um osso grande, curvo, em forma de barbatana, constituído de
umas 100 lâminas delgadas durante seu crescimento. Elas formam as paredes
das camadas independentes, e uma cobertura espessa, calcificada, sela a maior
parte da estrutura.
Esse osso dorsal constitui 9,3% do volume total do animal e sua densidade
é ao redor de 0,5% da densidade da água, o que lhe permite flutuar com
facilidade. A membrana imediatamente abaixo do osso dorsal é muito
vascularizada e se encarrega de aumentar ou diminuir a água entre as lâminas,
alterando assim a pressão osmótica; portanto, fazendo variar a salinidade da
água nas lâminas.
A lula não possui bexiga natatória nem osso dorsal. Sua flutuação é obtida
pelo líquido que chega a sua cavidade celomática, que fica entre a parede do
corpo e as vísceras. Esse líquido tem uma densidade de apenas 0,01%; por sua
vez, a água do mar tem uma densidade de 1,026 grama por centímetro cúbico.
Como a cavidade celomática é duas vezes o volume do resto da lula, a
flutuabilidade é obtida de maneira engenhosa.
Essas estruturas são evidências de propósito, arte e planejamento que
atestam por si só uma Inteligência que fez tudo de maneira cuidadosa, bela e
funcional.
16
A Polinização

A
belhas, zangões, vespas e diversas moscas chegam às flores do jardim ou
das árvores frutíferas em busca de alimento para elas e para as larvas que
estão em seus ninhos. As flores das plantas têm o propósito de formar
frutos, mas o fruto não é formado se os grãos de pólen não forem transportados
desde a antera do estame até o estigma do pistilo dessas flores. Estima-se que, se
as abelhas não realizassem essa tarefa, apenas 1% das flores produziriam fruto.
Esse processo é denominado polinização, e é realizado principalmente
pela ação do vento e dos insetos. Também pode ser feito pela água, pelas aves e
até por morcegos.
O vento serve especialmente para polinizar os cereais como trigo, cevada,
aveia, arroz e também as coníferas. Por sua vez, os insetos são os principais
agentes polinizadores de árvores frutíferas, cenouras, abóboras e cebolas, entre
outras plantas.
Segundo os evolucionistas, tanto as plantas como os animais foram se
adaptando aos poucos, evoluindo por uma interação constante ao longo de
milhões de anos, havendo uma coevolução. Porém, não há evidências
científicas de que isso tenha ocorrido, sendo apenas uma suposição.
Deus criou as flores pensando nos insetos. Para atraí-los, o Senhor planejou
as flores de tal forma que delas pudessem se alimentar, atraídos pela cor, pelo
perfume, pelo abundante pólen que produzem ou pelo néctar que secretam.
No pólen e no néctar, Deus colocou os nutrientes necessários para que
desenvolvessem sua vida.
As plantas, em seu processo de reprodução, devem se assegurar de que o
pólen, que possui o gameta masculino, chegue ao estigma do pistilo onde se
encontra o óvulo, que possui o gameta feminino. Isso é conhecido como
polinização. Em seguida, o pólen estende um longo tubo para chegar ao óvulo,
fertilizando-o.
As polinizações mais importantes são realizadas pelos insetos (entomófila)
e pelo vento (anemófila). Os insetos, assim como as aves e os morcegos, ao
buscar alimento nas flores, levam em suas antenas os estames que produzem o
pólen. Este se apega a seus corpos e, ao visitar outras flores, os grãos caem no
estigma do pistilo.
As plantas que produzem flores não chamativas, sem pétalas ou sépalas
como costumamos ver, obtêm a polinização porque o vento transporta o pólen.
Os exemplos incluem pinheiros, araucárias, ciprestes e cicadáceas, plantas
semelhantes às palmeiras. Além dessas, cereais como trigo, aveia e milho
também são polinizados dessa forma.
Geralmente as plantas polinizadas pelo vento estão projetadas para
produzir pólen seco e abundante, pois muitos grãos são perdidos ao serem
transportados pelo vento: chocam-se com folhas, ramos, postes, paredes e são
aspirados por seres humanos, provocando alergia em muitas pessoas.
Os cientistas questionam se o pólen transportado pelo vento chega a um
pistilo por simples casualidade ou se há algo que dirige esse encontro. Eles têm
descoberto que há um projeto quase perfeito que lhes permite capturar o pólen
do vento. Não há demonstração alguma de que o acaso ou a sorte produza algo
tão bem organizado.
Os estudos mostram que a estrutura dos cones das coníferas e das
inflorescências da grama são aparelhados para facilitar a chegada dos grãos de
pólen ao lugar exato para fecundação. Por exemplo, a jojoba, planta nativa do
sudoeste dos Estados Unidos e do México, de cujas sementes se extrai um óleo
usado como cosmético e também como lubrificante, possui uma flor pingente
em forma de sino sobre a base da qual saem duas folhas em posição vertical.
Essas folhas desviam o vento diretamente rumo à flor abaixo, como se
formassem um túnel.
Os cones de pinheiros, araucárias, ciprestes e de outras coníferas possuem
um desenho aerodinâmico que lhes permite capturar pólen do vento e fecundar
95% dos óvulos. Eles não sabem de onde virá o vento, mas sua forma se
encarrega de resolver o problema.
O vento que passa pelo cone é desviado em direção a sua parte central, e
também à base de suas escamas. Todo o cone fica envolto numa pequena
turbulência, na qual pequenas correntes de ar são criadas a fim de aproximar o
pólen da micrópila, que é a abertura do óvulo, e que está no interior de cada
escama.
O desenho do pólen é muito importante. Alguns são esferas cobertas com
espinhos, outros contêm traços diversos; ainda há os que possuem duas asas que
parecem orelhas aderidas à parte esférica.
© bokononist | Fotolia

Os grãos de pólen têm formas, tamanhos e densidades distintos.

Os grãos de pólen que correspondem ao cone são atraídos, ao passo que os


demais são deixados a passar. Isso é maravilhoso: tanto o cone como o pólen
tiveram que ser planejados um para o outro. Nas flores e inflorescências das
gramíneas, o sistema funciona de forma semelhante.
A teoria da evolução, que não reconhece um Projetista, não pode explicar
como isso pode ocorrer. O evolucionista dirá que atribuir o projeto a um
Criador é uma afirmação filosófica ou religiosa, não científica. Porém, crer que
a evolução se encarregou de projetar aleatoriamente também é uma afirmação
filosófica, não científica, e que requer tanto ou mais fé para ser aceita.
Diferentemente das plantas que são polinizadas pelo vento, o pólen das
plantas polinizadas por insetos é menos abundante, porém mais pegajoso, pois
se adere facilmente ao corpo do animal que se aproxima da flor. Os insetos são
atraídos às flores tanto por sua cor como por seu odor.
O próprio inseto não tem o propósito de polinizar, mas de buscar mais
alimento. Quando passa de flor em flor, acidentalmente carrega em seu corpo o
pólen. É maravilhoso saber que as flores vermelhas são polinizadas
principalmente pelas mariposas e colibris.
Na planta, pode haver autopolinização, ou seja, a polinização pode ser
realizada da antera ao estigma da própria flor. Quando o pólen de uma flor
fecunda o estigma de outra, dizemos que houve polinização cruzada. Sabe-se
que, quando isso ocorre, as plantas produzem mais sementes e melhor
qualidade de frutos. Por isso, é tão necessária a presença de transportadores de
pólen!
Na natureza, há diferentes formas de evitar a autopolinização. Certas flores
impedem que o pólen cresça no estigma da mesma flor ou que o tubo polínico
se desenvolva no estilete.
A tamareira e outras plantas são chamadas de espécies dioicas, pois
possuem dois tipos de flores separadas: masculinas e femininas. Ainda outras
fazem com que o pistilo amadureça antes ou depois que o estigma da mesma
flor. Dessa maneira, não ocorre autopolinização. É admirável que isso ocorra!
Essas estratégias evidenciam um plano, um propósito geral, que levam a uma
polinização cruzada, cujo resultado é superior.
Entre as espécies polinizadas por insetos, encontram-se árvores frutíferas
como a maçã, a ameixa, a cereja e frutas cítricas. Também incluem as
framboesas, morangos, melões, abóboras, cebolas, cenouras e muitas outras.
Muitas flores possuem dispositivos que permitem ao inseto capturar o
pólen em seu corpo. Assim, a íris, belo gênero de flor, está planejada para que o
inseto que nela procure néctar tenha de passar pelos estames, onde recolhe o
pólen em seu corpo. Ao visitar outra flor, esse animal não pode entrar sem
deixar pólen no estigma. Isso é extraordinário!
A serralha é outra planta que possui massas especiais de pólen chamadas
de polínio, as quais estão organizadas para que, quando o inseto aterrissa na flor,
suas patas deslizem nas fissuras do polínio, onde o pólen adere e é levado à flor
seguinte. Algumas orquídeas dependem de apenas uma espécie de inseto para
serem polinizadas, uma mariposa de língua comprida.
Outro caso é o de uma leguminosa chamada escopária (Citisus), em que
somente algumas varejeiras podem entrar e polinizar. As Rosáceas, que incluem
as maçãs, peras, morangos e amoras, são polinizadas principalmente pelas
abelhas. O trevo é polinizado por uma variedade de abelhas e varejeiras. Plantas
com flores odoríferas como tabaco, petúnia e madressilva são polinizadas tanto
por abelhas como por mariposas. Plantas da família das Umbelíferas, que
incluem a cenoura, o funcho e o anis são polinizadas principalmente por
moscas, abelhas e vespas.
A abelha produtora de mel é o mais importante inseto polinizador.
Calcula-se que, para cada dólar obtido do mel e da cera produzidos pelas
abelhas, o agricultor obtém entre 14 e 20 dólares dos produtos agrícolas
derivados das plantas que elas polinizaram.
© marchesini62 | Fotolia

A presença de abelhas num pomar pode aumentar abundantemente a produção de frutas. É por isso
que, em muitos lugares, as colmeias são instaladas entre árvores frutíferas.

Sem os insetos, a produção de frutas, sementes e feno para os animais seria


afetada, e o mundo teria escassez de alimentos. Além deles, a água também
pode levar os esporos que nela caem, participando do processo de polinização
das plantas.
A teoria da evolução não pode explicar por que é produzida essa seleção de
polinizadores por meio dos tipos de flores. Será que a flor sabia que existiria tal
inseto, ou o inseto fez com que a flor se modificasse por si só? Sem dúvida, um
Projetista criou a flor e o inseto para que, ao polinizá-la, fossem produzidos mais
frutos, com mais qualidade. Assim, o ser humano e os animais têm abundante
alimento.
17
Instinto e Regeneração

A
lguma vez você já se perguntou por que o canto das aves é tão diferente
em cada espécie? Em algumas, o canto é melodioso, como é o caso dos
canários, cotovias e pintassilgos; mas, em outras, é relativamente
desagradável, como ocorre em certas espécies do pássaro íbis. Em algumas aves,
o canto é monótono, enquanto em outras há variações maravilhosas, como é o
caso do sabiá-do-campo e do rouxinol, que podem imitar o canto de outras aves.
© westernphotographs | Os mamíferos recém-nascidos procuram o peito
Fotolia da mãe para se alimentar. Como sabem o que devem
fazer e onde procurar alimento? Os filhotinhos das
galinhas e dos patos seguem a mãe quando elas os
chamam para lhes dar comida.
A resposta para essas perguntas está no que se
chama de “instinto”. Os instintos são modelos de
conduta rígida nos animais, e que se repetem sem
variação, contribuindo para a conservação da vida do indivíduo e da espécie.
Evidentemente, há uma base genética que pode ser ligeiramente modificada
pelo ambiente. Todavia, é possível observar instintos de busca e obtenção de
alimento, de sobrevivência e defesa, de reprodução e de propriedade territorial,
entre outros.
Afirma-se que o aprendizado dos animais é guiado pelos instintos. Parece
que muitos, possivelmente quase todos, estão pré-programados para aprender
atitudes particulares, de maneiras distintas. Os animais e o ser humano estão, de
um modo inato, preparados para assimilar algumas coisas com mais facilidade
do que outras. Um pintinho, por exemplo, nasce com um canto inato básico, o
qual aprende a elaborar quando cresce em ambiente selvagem.

INSTINTOS DE ALIMENTAÇÃO

Carnívora
As aves de rapina não procuram sementes para se alimentar, tampouco
folhas, flores, frutas ou néctar, como fazem outras aves. Elas simplesmente
caçam lagartixas, sapos ou qualquer outro animal, porque sua alimentação é
carnívora. As serpentes se alimentam exclusivamente de seres vivos; se lhes for
lançado um pedaço de carne, elas sequer se aproximam dele.
Tanto as andorinhas como muitas espécies de morcego se alimentam de
insetos que caçam em pleno voo. Os pica-paus procuram insetos, lagartos e
outros bichinhos dentro do tronco das árvores. Alguns morcegos, como os
morcegos-vampiro, se alimentam de sangue; outros, de frutas.

Herbívora
Para a vaca, a ovelha e o cavalo, as ervas servem de alimento, embora não
desprezem o milho, o trigo e outros grãos. Para os colibris, o alimento principal
é o néctar e o pólen, assim como pequenos insetos ou aranhas que encontram
nas flores. Para muitas aves, seu alimento são as sementes e as frutas. Alguns
peixes da Amazônia também se alimentam de frutas. Esse é o seu instinto.

Onívora
As formigas comem de tudo: frutas, cereais, verduras, ovos e animais
mortos. Diz-se que são onívoras, assim como os ursos, cães e porcos.
As aranhas tecem redes características de sua espécie. A seda utilizada pode
ser formada por um simples fio com gotas pequeníssimas e pegajosas que serve
para capturar suas vítimas. Como aprenderam a fazer isso? Quem lhes ensinou?
Há um programa interno que as impulsiona.
Algumas vespas depositam seus ovos sobre lagartas, larvas, aranhas e
gafanhotos, após anestesiá-los com seu veneno. Quando os ovos eclodem, as
pequenas larvas das vespas têm alimento fresco.

INSTINTO DE REPRODUÇÃO
Observa-se que a maioria dos animais está programada para se reproduzir.
Parece que o propósito de suas vidas é a reprodução. Alguns machos vivem
apenas algumas horas em seu estado adulto, o suficiente para fecundar as
fêmeas.
Em muitos deles, antes do ato sexual, há um elaborado ritual chamado de
cortejo ou galanteio, característico da espécie. É fácil observar esse
comportamento em algumas espécies de aves, como galos, perus, pavões,
pássaros-lira, grous, aves-do-paraíso e muitas outras. O mesmo se observa em
animais como cachorros e bois.
Algo semelhante se pode dizer sobre a construção de ninhos, no caso de
algumas aves. Uma simples depressão no solo é suficiente para os pinguins e
para as andorinhas-do-mar depositarem seus ovos. O bacurau, ave da família
Caprimulgidae, das Américas do Sul e Central, põe apenas um ovo numa
pequena depressão formada pelos galhos horizontais de uma árvore.
As aves tecelãs penduram os seus elaborados ninhos. São curiosos os
ninhos de barro fabricados pelo joão-de-barro e certas andorinhas, ou os do
Ptilonorhynchidae da Austrália, que fabrica grandes estruturas feitas de todo tipo
de objetos, alguns deles bem coloridos.
Há alguns tipos de vespa que fazem seus ninhos de papel, ou como dizem
alguns, de papel machê. As vespas “jaqueta amarela” fazem parte desse grupo.
As vespas fêmeas, sejam rainhas ou obreiras, raspam a madeira, mastigam
fragmentos de vegetais, misturam tudo com a saliva e, depois de alguns
minutos, transformam a pasta em bolinhas que são transportadas para o ninho, a
fim de as utilizarem na construção de pequenas celas. Nessas celas, os ovos
viram larvas, depois ninfas e, finalmente, vespas adultas.
Ainda não se sabe se o produto com que misturam os fragmentos vegetais é
da glândula salivar, de uma glândula localizada no cérebro, de outra no tórax
ou do conjunto de todas elas.
A construção do ninho e o cuidado das crias é um trabalho social. Todas
contribuem para o bem-estar e a multiplicação da colônia. O papel produzido
nesse processo é bem leve, pois tem a espessura de um décimo de milímetro;
porém é muito forte e à prova d’água, pois é desenhado para abrigar as colônias.
As vespas solitárias não fabricam esse papel, mas cavam os seus ninhos no
solo e, com o barro, constroem suas celas. Outras fazem seus ninhos de barro
em troncos e muros. Os ninhos de barro podem ser enfeitados com pedaços de
vegetais, ou feitos de vegetais unidos ao barro.
Podemos nos perguntar: Como as vespas aprenderam a construir seus
ninhos? Quem lhes disse que tinham de raspar talos e folhas de vegetais e
misturá-los com a saliva, levar tudo para o ninho e arrumar esse produto na
colmeia já existente? Como sabem qual é o tamanho e o formato hexagonal das
celas que fabricam? É evidente que elas foram projetadas dessa maneira e com
um programa interior ao qual chamamos de instinto.
Quando o inverno se aproxima, as vespas jaqueta amarela existentes são
apenas as fêmeas fecundadas, ou seja, as rainhas; as operárias e os machos
morreram. Quando se inicia a primavera, as rainhas despertam do sono
invernal, começam a construir o ninho, depositam ali os ovos, e alimentam as
larvas que se transformam em vespas. As novas vespas continuam construindo e
alimentando as outras larvas resultantes dos demais ovos que a rainha pôs após
tudo isso. Elas são incansáveis!
O instinto maternal é um fenômeno universal. Podemos observá-lo nas
aves desde a incubação dos ovos até o cuidado que têm com os filhotes.
Também podemos admirar esse instinto em animais selvagens como leoas,
panteras, tigres e crocodilos, no tratamento amoroso, terno, gentil e carinhoso
com suas crias, ainda que sejam o terror de outros animais da selva.
O amor materno leva essas fêmeas a defender seus filhotes dos predadores,
a ponto de correr risco de morte ao passar dias em jejum enquanto cuidam
deles. O instinto faz com que procurem alimento, ainda que isso signifique
trabalho, cansaço e riscos.
Um pesquisador observou que um casal de sabiás tinha um ninho com
cinco filhotes. Nos primeiros dias, o macho buscava alimento para as crias; mas,
depois de uma semana, e diante do grande apetite da ninhada, ambos os pais
passaram a sair em busca de alimento. A cada hora, faziam 29 viagens, levando
duas ou três lagartas a cada retorno. O pesquisador calculou que, ao fim
daquele dia, os pais tinham levado cerca de mil larvas para seus filhos.

INSTINTO TERRITORIAL
Além de ser um meio de comunicação entre as aves, o canto também serve
para identificar o “dono” do território em que ela se põe a cantar. Cães e lobos
demarcam seu território com secreções de glândulas especiais.
Alguns pesquisadores consideram que o instinto, tanto de machos como de
fêmeas, em relação a um espaço determinado é mais forte que o instinto sexual.
Os castores têm, geralmente, uma ninhada de quatro crias por ano. Uma
pesquisa feita com uma colônia de seis castores demonstrou a determinação, o
esforço, a perseverança e a luta que um casal de castores empreende para
preservar seu território.
Em um período de 353 dias, eles derrubaram 1.010 árvores; levaram-nas
para sua lagoa; tiraram toda a casca; cortaram em pedaços e os utilizaram para
as obras de construção, alimentação e armazenamento em seu depósito. É o
instinto que os faz trabalhar dessa maneira.
O instinto está nos genes de todos os animais e do ser humano. Ele tem
um propósito para a sobrevivência, seja na alimentação preferida, na
reprodução (que inclui as condutas pré-nupciais), na construção do ninho, na
alimentação dos filhos, nas mudanças hormonais que modificam a conduta
com as crias e com toda a comunidade, em seus cantos e em muitos outros
aspectos. Certamente, deve ter havido um plano para tal instinto.
O acaso e a ação de milhões de anos são incapazes de obter tantas
maravilhas. O rei Davi escreveu: “Grande é o Senhor e digno de ser louvado;
sua grandeza não tem limites” (Sl 145:3).
REGENERAÇÃO
Alguns anos atrás, em uma das praias da linda ilha da Jamaica, encontrei
um pepino-do-mar que as ondas levaram para a orla. Pensando em incrementar
os espécimes do laboratório de biologia, coloquei-o em um pote com água
marinha para que eu pudesse transportá-lo, evitando que morresse.
Naquela mesma tarde, levei-o para o laboratório a fim de preservá-lo.
Pensando que já havia morrido, injetei-lhe formaldeído através do orifício anal.
Imediatamente, o líquido injetado foi expulso, acompanhado de órgãos
digestivos. Nesse momento, presenciei um fenômeno já observado por outros
cientistas: quando um pepino-do-mar se sente ameaçado, ele procura se
proteger expulsando o aparelho digestivo, que, mais tarde, será substituído por
outro.
Anteriormente, eu já havia feito experiências com planárias terrestres (uma
espécie de verme achatado que vive debaixo das pedras, nas margens úmidas
dos rios), cortando-as em duas, quatro ou mais partes, em diferentes níveis do
corpo. Em quatro semanas, cada pedaço da planária tinha se transformado em
uma planária completa, embora menor; mas, que, posteriormente, crescia até
ficar do tamanho normal. Havia-se realizado o espantoso processo biológico da
regeneração.

© edan | Fotolia Várias espécies animais podem regenerar partes


perdidas do seu corpo. As esponjas, mesmo se
passadas por uma peneira, podem regenerar todo o
seu organismo a partir de um conglomerado de
células. As hidras, se cortadas em duas ou mais
partes, originarão uma nova hidra a partir de cada
Os pepinos-do-mar têm a pedaço, ainda que seja uma porção 200 vezes menor
habilidade de regenerar seu
sistema digestivo, já que o expelem
que seu tamanho original.
cada vez que se sentem
ameaçados. A minhoca pode regenerar os quatro ou cinco
primeiros segmentos de sua cabeça, bem como
seções maiores da cauda.
A estrela-do-mar é capaz de regenerar um organismo completo a partir de
um dos braços e do disco central. Os caranguejos, camarões e as lagostas podem
substituir suas patas, garras e outras partes.
As salamandras, que se parecem com lagartixas, embora sejam anfíbios do
grupo geral dos sapos e rãs, podem regenerar uma pata; mas, a partir da pata,
não se pode regenerar o resto do organismo.
As lagartixas e lagartos são capazes de regenerar a cauda que eles mesmos
cortam como estratégia de fuga, quando atacados por algum inimigo. A cauda
nova, porém, cresce sem o osso interior.
As aves, os mamíferos e o ser humano não podem regenerar órgãos
completos; podem reconstituir somente tecidos destruídos, seja por danos
ocasionais, como no caso de uma ferida ou osso quebrado; ou por causa de
alguma cirurgia; ou, ainda, como parte de processos fisiológicos normais como
a substituição de pelos, unhas, penas e sangue.
Por outro lado, as plantas possuem amplas faculdades regenerativas. De
um ramo pode-se formar uma árvore ou arbusto; de uma folha, pode-se fazer
crescer uma planta. Os jardineiros e horticultores utilizam muito bem essa
característica biológica em seu desejo de manter a qualidade dos frutos e flores
de diversas plantas.
Um teste pode ser feito com uma folha de kalanchoe, da família
Crassulaceae. De uma só folha você poderá obter muitas plantas. Enterre um
talo de rosa, ou uma haste de salgueiro ou de álamo e, em poucos meses, vão
nascer novas plantas.
Não se sabe, exatamente, como se realiza o processo regenerativo. Para
alguns biólogos, as células que rodeiam uma ferida perdem sua especialização e
iniciam a regeneração. Outros estudiosos creem que células não especializadas,
chamadas de mesenquimatosas, migram para a região ferida, iniciando a
cicatrização.
As faculdades regenerativas são afetadas por vários fatores:
1. Nas crianças, as feridas e os ossos saram mais rápido do que nos idosos,
um indicador de que a idade do organismo é muito importante.
2. Tem-se observado que a complexidade fisiológica e estrutural do
organismo faz com que se diminuam os poderes regeneradores. Quanto mais
simples é o organismo, maior é sua capacidade de regeneração.
3. Experiências com salamandras indicam que a presença de um nervo é
necessária para iniciar e dar continuidade ao processo regenerativo.
4. Se a região é exposta a raios X, a regeneração se anula.
Esse processo regenerador existe porque, do contrário, as operações
cirúrgicas nunca poderiam ocorrer e muitos seres humanos morreriam
prematuramente. Em caso de acidentes, o sangue perdido nunca poderia ser
substituído. Do mesmo modo, uma unha perdida por ter sido prensada na porta
do carro ou da casa se perderia para sempre.
Num terreno queimado por um incêndio ou destruído por lava vulcânica,
tanto plantas como animais começam a aparecer progressivamente. Essa é uma
regeneração ecológica.
Entretanto, a regeneração humana não é somente um processo biológico,
mas também psicológico, social e espiritual. O trauma emocional causado por
um assalto, sequestro ou atropelamento, ou, ainda, a dor de ter dito o último
adeus a um ente querido consumido por uma doença incurável torna-se menos
intensa e mais fácil de superar com o passar do tempo.
No aspecto social, pessoas que foram feridas por palavras usadas
descuidadamente ou por atitudes ofensivas podem, ao longo dos anos, se
esquecer desses fatos e até renovar amizades interrompidas.
No aspecto espiritual, um pecador regenerado e nascido de novo, pela
graça de Deus, muda seus valores morais. Ele substitui o engano pela honradez,
o ódio pelo amor, o adultério e os maus pensamentos pela pureza, a maldade
pela bondade, o orgulho pela humildade.
Cumpre-se nessa pessoa o milagre descrito pelo apóstolo Paulo quando
disse: “Se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram;
eis que surgiram coisas novas!” (2Co 5:17).
No processo biológico, não sabemos exatamente como se processa a
regeneração; tampouco sabemos como ocorre a mudança de personalidade
naquele que se aproxima de Jesus. O que sabemos é que o fator essencial para
que ocorra a regeneração espiritual é a ação do Espírito Santo, a terceira pessoa
da Divindade, que opera profundamente na vida do ser humano, produzindo
resultados que perduram. Essa regeneração espiritual ultrapassa a regeneração
biológica; ela é total. Deus a oferece a todos as pessoas, não importa em que
condição se encontrem. O amor divino é maravilhoso!
Quão diferente poderia ser o mundo se todos permitíssemos que esse
processo se efetuasse na mente e no coração. Viveríamos em paz com todos e
em paz com Deus. Além disso, este planeta seria mais seguro e feliz.
18
Defesas dos Organismos

O
planeta Terra é um lugar de belezas incontáveis, flores
multicoloridas, fragrâncias das mais exóticas e prados verdejantes
onde habitam seres maravilhosos. Nele encontramos montanhas que
nos convidam a subir até as mais elevadas alturas, oceanos azuis com praias de
areias brancas e recifes coralinos que abrigam inúmeras, diversas e fantásticas
criaturas.
À primeira vista parece haver perfeição e harmonia na natureza e, em
muitos aspectos, isso é verdade. Porém, quando observamos os detalhes,
encontramos decadência, dor, lutas e imperfeições.
O ambiente físico pode ser hostil: o frio ou o calor, as águas salobras ou
ácidas, a escassez de oxigênio, a escuridão ou o excesso de luz e a força da
gravidade. Todos esses fatores podem ser limitadores para a vida.
As plantas e os animais são afetados por doenças e parasitas. Os animais são
perseguidos e mortos por outros mais fortes e poderosos. Alguns seres vivos
possuem substâncias venenosas que põem em risco a vida de outros, e assim por
diante.

RESISTÊNCIA AO FRIO
O corpo de todos os seres vivos contém alta porcentagem de água, que
pode variar entre 60 e 99%. As medusas parecem gelatina porque a água
compõe a maior parte de seu organismo.
Um frio intenso pode produzir a morte do animal, pois a água nas células,
ao se transformar em gelo, aumenta seu volume e rompe a membrana celular.
Feijões, tomates, abóboras, diversas plantas e hortaliças, como também as
frutas, especialmente o limão, a laranja e o abacate se congelam com a geada, a
neve ou o granizo.
A madeira seca, com suas fortes fibras, não sofre muito dano por
congelamento. Entretanto, os tecidos vivos como o das folhas, flores em botão,
caules e outras partes delicadas das plantas precisam se defender do frio.
Entretanto, é notável que grandes bosques de coníferas, que permanecem
cobertos de neve e gelo por vários meses, possam resistir até 70 ºC negativos.
Vemos isso nas araucárias da cordilheira dos Andes; nos cedros e ciprestes mais
ao sul; nos bosques de cedro, pinheiros, sequoias e outras árvores do hemisfério
Norte.
Sua defesa contra o frio reside nos vasos resiníferos revestidos interiormente
de células vivas que segregam uma substância resinosa chamada terebintina,
que atua como anticongelante.
Outras plantas eliminam por osmose a maior parte da água de suas células,
uma vez que, com menos água, o risco de danificar a membrana celular é
menor, ou nulo.
O gelo sobre caules e botões de flor se derrete mais rápido do que no solo
gelado, permitindo que as plantas comecem antes a fotossíntese, o que não
ocorreria se dependessem unicamente da água extraída pelas raízes. É
maravilhoso ver que o mesmo método que uma planta usa para se defender do
ataque do gelo também a ajuda a renovar a vida na primavera.
© Uryadnikov Sergey | Fotolia

O pelo denso e o calor fornecido uns pelos outros são métodos de resistência ao frio utilizados por
muitas espécies.

Os ursos polares e também as vicunhas, alpacas e lhamas, que habitam no


altiplano sul-americano, possuem um pelo denso e fino, extremamente eficaz
para se protegerem do frio. O mesmo ocorre com o boi-almiscarado, das regiões
frias da Ásia Central. O iaque, que habita o Tibete, tem o pelo comprido nas
patas e na parte inferior do corpo. Em animais domésticos como cavalos, vacas
e ovelhas, o pelo cresce no inverno e cai quando chega a primavera.
As ovelhas e os pinguins se protegem das baixas temperaturas e do vento
invernal agrupando-se estreitamente entre si, com a cabeça voltada para o
centro do grupo.
Baleias, ursos polares, focas, lobos marinhos e marmotas acumulam uma
espessa camada de gordura debaixo da pele, que atua como isolante.
Plantas e animais sabem muito bem o que fazer, não porque se planejam
para isso, mas porque foram criados com sabedoria.
O escritor bíblico diz: “Pergunte, porém, aos animais, e eles o ensinarão,
ou às aves do céu, e elas lhe contarão; fale com a terra, e ela o instruirá, deixe
que os peixes do mar o informem. Quem de todos eles ignora que a mão do
Senhor fez isso?” (Jó 12:7-9).
As perdizes brancas do Ártico têm penas muito ramificadas que, por essa
razão, se transformam em extraordinários isolantes.
No corpo das aves, dos mamíferos e do ser humano existe um dispositivo
automático que, ao ser estimulado quando o corpo se esfria muito, começa a
enviar ordens para que os músculos se contraiam e produzam calor. É por isso
que trememos de frio.
Outras estratégias comportamentais contribuem para a defesa contra o frio.
As aves aproveitam os acúmulos de neve para diminuir sua exposição ao vento
invernal; ou se protegem nos buracos de troncos, ao lado de edifícios ou em
túneis que elas mesmas fazem.
Elas também comem rapidamente, enchendo o papo com botões de flor,
ramos ou folhas de coníferas – uma dieta fibrosa da qual extraem as calorias
necessárias. Devemos destacar que, antes do inverno, o papo das aves aumenta e
o seu ceco pode ficar de 35 a 85 centímetros maior, aumentando, assim, sua
fonte de energia. Isso evidencia a existência de uma programação genética.
Outras aves migram, seja descendo das altas cordilheiras, seja voando até
latitudes inferiores. Passado o inverno, elas voltam para seus lugares habituais.

RESISTÊNCIA AO CALOR
Mamíferos e aves resistem bem a temperaturas entre 30 e 35 ºC; porém
não há animal que resista por muito tempo a temperaturas superiores a 55 ºC.
Nas fissuras hidrotermais do fundo do mar, a água penetra até
profundidades onde há lavas e gases quentes que a transformam em vapor. Esses
vapores sobem carregados com minerais oriundos das rochas.
Entretanto, nesse ambiente vivem animais bem diferentes, como os vermes
tubulares, caranguejos, anfípodes, bactérias e mexilhões. Desde 1979, quando
se iniciaram as pesquisas nesses lugares, a cada ano se descobrem cerca de 20
espécies novas de animais. O animal mais resistente ao calor é um verme que
tolera temperaturas entre 65 e 79 ºC.
Muitos líquens e musgos crescem sobre pedras, mas têm grande resistência
natural à falta de água.
A força da gravidade também pode dificultar a vida. Muitas plantas
trepadeiras têm de enfrentar essa força. A fim de se sustentar à medida que
sobem, elas possuem apêndices, ou gavinhas, com os quais se fixam nas árvores,
arbustos ou rochas da superfície.

RESISTÊNCIA A SALINIDADE, FALTA DE LUZ E OXIGÊNIO


A vida dos animais e das plantas é restringida quando o ambiente terrestre
ou aquático é salino ou ácido, escasso de oxigênio ou de luz. Pouquíssimas
espécies podem viver em ambientes assim.
Os peixes marinhos engolem água continuamente; mas, em suas guelras,
possuem células especializadas em excretar os sais que ingerem com a água. Os
peixes de água doce têm a pele e as escamas impermeáveis, capazes de isolá-los
da água salgada, e quase não engolem água.
As algas marinhas multicelulares possuem células cuja salinidade externa é
semelhante à da água do mar, e a membrana celular tem capacidade de regular
sua composição interna. Já as células das plantas de água doce e das plantas
terrestres possuem uma parede celular que, uma vez expandida pela água que
entrou, resiste à entrada de mais líquido.
Nas cavernas escuras do fundo do mar, existem peixes cujos olhos são
atrofiados. Entretanto, eles podem viver graças a outros sentidos altamente
desenvolvidos.
Muitas algas vivem na água doce de riachos, rios e lagos; outras precisam
da água salgada para viver, como é o caso das algas nori, kelp e arame.
Os cactos crescem muito bem nos desertos, onde a temperatura ambiente
pode chegar aos 55 ºC. Sua extensa rede de raízes superficiais lhes permite
absorver líquido até das neblinas ou chuvas escassas. Em vez de folhas, eles têm
espinhos, o que reduz a evaporação de água. Os caules do cacto são suculentos
por armazenar líquido e estão cobertos por uma cutícula que impede sua perda.
Outras plantas do deserto se defendem de morte e extinção porque suas
raízes são profundas, suas folhas têm cutícula grossa e pouquíssimos estômatos.
Em poucos dias ou semanas, elas crescem, florescem e dão fruto. Suas sementes
são capazes de permanecer vivas por anos, até que uma nova chuva as ative,
quando voltam a germinar.
A luz ultravioleta faz parte da radiação eletromagnética, cujas ondas são
mais curtas do que as da luz visível ao olho humano e mais compridas do que as
dos raios X.
Nossa pele, quando exposta à luz do sol, se queima facilmente por conta
dos raios ultravioleta. No entanto, ela se defende fazendo com que os
melanócitos produzam mais melanina, pigmento que faz escurecer a pele,
evitando a ação letal da luz ultravioleta.
O câncer de pele é provocado especialmente pela exposição aos raios
ultravioleta e afeta principalmente pessoas de pele clara. Quanto mais escura for
a pele, maior a quantidade de melanina, e menor a possibilidade de câncer de
pele. No entanto, uma pele escura que resulte de prolongada exposição ao sol
não protege do câncer como uma pele escura natural. Os animais cujos corpos
são cobertos de pelos, escamas, penas ou conchas estão protegidos da luz
ultravioleta.
Ovos, larvas de peixes e animais aquáticos possuem um elevado poder de
reconstituição natural.
Os urocordados são animais marinhos sésseis, ou seja, estão fixos ao
substrato. Também são chamados de “jatos do mar” porque, ao filtrar a água
para obter o alimento, ela é expelida como um jato, por meio de um sifão. Suas
larvas se movem na água, mas os adultos ficam fixos em algum lugar, porém
sem pedúnculos, como outros animais. Seus ovos e embriões estão protegidos
por conta das camadas celulares que os envolve.
Certos anfíbios e alguns peixes amontoam seus ovos, de modo que os de
fora protegem os de dentro. A salamandra envolve seus ovos com folhas,
protegendo-os da luz ultravioleta. Outros anfíbios produzem ovos contendo
melanina, a mesma substância que temos em nossa pele.
Esses animais evitam os raios ultravioleta ao permanecer à sombra, sair de
suas tocas somente à noite, descer a águas mais profundas durante o dia, ou
desovar à noite, como ocorre com os invertebrados marinhos.
As plantas tendem a filtrar mais a luz ultravioleta tanto em baixas como em
elevadas latitudes, onde ela é mais intensa. As plantas da ervilha são mais
resistentes a certas pestes transmitidas por insetos porque o conteúdo de
nitrogênio (N) em suas folhas diminui com uma maior exposição aos raios
solares. Porém, isso as deixa menos nutritivas e menos atraentes, além de
aumentar os compostos fenólicos, responsáveis por tirar o apetite dos insetos.
Os animais do deserto se defendem do calor e da seca sendo ativos ao
entardecer, de noite e ao amanhecer. Durante o dia, eles ficam em suas covas
ou em lugares de sombra. Além disso, seus rins têm a capacidade de reabsorver
a maior parte da água obtida principalmente das plantas das quais eles se
alimentam.
Os dromedários e camelos têm como recurso a corcova, lugar onde se
acumula gordura. Quando a água é escassa, a corcova perde sua firmeza, pois a
gordura se metaboliza, desprendendo a água da qual o animal precisa em seus
tecidos e células. Quando chega a uma fonte de água, o camelo bebe dezenas
de litros, que rapidamente permitirão a formação de nova gordura na corcova.
A Bíblia assinala que o mundo foi criado perfeito; mas, por causa do
pecado do homem, houve uma mudança – na verdade, muitas mudanças.
Se o mundo em que vivemos fosse perfeito, por que os seres vivos teriam
necessidade de se defender dos efeitos do meio ambiente ou de outros seres
vivos? Lamentavelmente, a perfeição e a harmonia na natureza não são
absolutas. Elas foram alteradas.
O calor, o frio, os raios ultravioleta e os venenos são prejudiciais à vida
terrestre, mas Deus proveu meios para protegê-la.

SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS DEFENSORAS


Muitos animais e plantas se protegem do ataque de predadores produzindo
venenos. As urtigas têm suas folhas e o caule cobertos de pelos finos e duros, os
quais, se tocados, penetram na pele e injetam uma substância irritante. Alguns
cogumelos venenosos são tão parecidos com cogumelos comestíveis que muitos
já morreram ao comê-los.
Os índios da Amazônia utilizam o veneno de um sapo em suas flechas,
com as quais caçam animais e aves. Esse veneno é tão poderoso que ele pode
matar, inclusive, alguém que o toque.
Há sapos que se protegem dos predadores esguichando urina. Se ela atinge
os olhos, provocará uma sensação de queimadura, podendo causar inchaço.
Há muitos animais que injetam veneno quando são atacados. Quem não
foi picado alguma vez por uma abelha, vespa ou formiga? Algumas vespas
inoculam veneno nas larvas de outros organismos, não para se defender, mas
para anestesiá-las e assim prover alimento fresco para suas crias recém-nascidas.
Infecções venenosas podem ser causadas também pela picada de animais
como serpentes, centopeias, escorpiões e aranhas.
Algumas arraias marinhas possuem um ferrão venenoso na cauda; os
ouriços-do-mar têm veneno em seus espinhos.
Alguns seres marinhos possuem em seus tentáculos milhares de
minúsculos órgãos chamados nematocistos que, ao serem tocados, liberam um
filamento que injeta veneno em quem os tocou. Entre eles, estão as medusas
que flutuam passivamente no mar, as anêmonas-do-mar que passam a vida
presas nas rochas das costas marinhas e os corais que formam as grandes
barreiras coralinas. Quando se toca neles, a pele fica vermelha e a dor é intensa.
Entretanto, a injeção venenosa desses animais não é só para se defender,
mas também para capturar a presa, paralisando-a e deixando-a pronta para ser
devorada.

SABOR RUIM OU CRIPTOTOXIA


Os cientistas descobriram que o sabor de plantas e animais pode defendê-
los de perigos, doenças ou morte.
Várias plantas possuem uma substância leitosa, cáustica, pegajosa e de
sabor ruim, motivo pelo qual os animais as evitam. A pichoa, planta típica do
altiplano chileno, é muito purgante. A galega, planta da família do feijão, tem
invadido campos de pastoreio e cultivo no Chile central, porque os animais não
se alimentam dela em virtude do sabor amargo.
Aves que se alimentam de lagartas, larvas ou insetos podem se surpreender
com o gosto ruim de alguns desses animais, causado pelo veneno que possuem.
Se, após comer, a ave não vomitar, poderá morrer envenenada. Em muitos
casos, a substância venenosa não é produzida pelo próprio animal, mas se
origina de substâncias que lhe servem de alimento, como ocorre com a
borboleta-monarca.
A Bíblia diz que Deus fez tudo perfeito. Entretanto, depois que Adão e Eva
pecaram, apareceram os espinhos. Não surgiram só os espinhos das plantas,
como também os pelos venenosos das lagartas. Aqui ainda poderíamos incluir as
inoculações de veneno das abelhas e vespas, como também das serpentes
quando picam suas presas.

EXALAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS DEFENSIVAS


Existem animais que, ao pressentir o perigo, exalam substâncias de mau
cheiro. Os percevejos são o exemplo clássico de insetos fétidos. Nos jardins é
possível ver alguns besouros de cores iridescentes que variam entre o vermelho,
o azul e o verde. São os peorros, uma espécie que habita os bosques do Chile
capaz de espirrar uma substância orgânica repugnante.
O besouro-bombardeiro é assim conhecido porque emite um gás que
estala ao se misturar com o ar. Essa substância pode matar outros insetos, se
colocados dentro de um mesmo frasco.
Os gambás, mamíferos do tamanho de um cachorro pequeno, de cor negra
com listras brancas, e que habitam a costa do Pacífico desde a Terra do Fogo
até o Canadá, quando atacados, lançam um líquido de cheiro terrível, que
provoca náuseas, vertigem, desmaio e até intoxicação.
Os polvos, quando em perigo, lançam um jato de tinta que os esconde dos
predadores. Esse líquido também pode ser fosforescente.
Durante a estação chuvosa, o macaco cairara (Cebus olivaceus) faz uso de
um interessante método de defesa. Ao encontrar uma centopeia, antes de comê-
la, ele a esfrega sobre o corpo e, depois, a compartilha com outros dois ou três
macacos, que fazem o mesmo. A centopeia tem glândulas secretoras que
contêm quinona (ou benzoquinona), uma poderosa substância inseticida e
desinfetante. Essa técnica protege o cairara de picadas de insetos e de parasitas.
O macho da borboleta Pieris napi, de cor branca com veios esverdeados,
no acasalamento, transfere com seu esperma uma substância química, o
salicilato de metila, que afasta outros machos permitindo que a fêmea deposite
seus ovos sem ser incomodada.
Os predadores são animais que caçam outros para obter alimento. Para se
proteger, muitos bichos possuem estruturas corporais defensivas.
O peixe-cofre tem dois esqueletos, um interno, que sustenta as vísceras, e
outro externo, que afasta os predadores.
O baiacu-de-espinho se defende dos predadores usando dois métodos.
Quando se vê ameaçado, ele incha o corpo bombeando água para o seu
estômago, que é feito de paredes cheia de pregas que variam de três milímetros
a tamanhos microscópicos. Esse peixe pode aumentar até três vezes o seu
volume, mas o seu estômago pode se expandir em quase até 100 vezes,
transformando o peixe numa esfera quase perfeita. O fígado e as demais vísceras
ficam comprimidos entre o estômago e a coluna vertebral. A pele se estica uma
vez e meia, mas é firme e forte, porque sua camada externa é grossa e fibrosa.
A outra defesa do baiacu-de-espinho são as escamas com espinhos
delgados, que ficam encolhidos sobre a pele. Quando ele se incha, forma-se
uma verdadeira armadura de farpas. Os espinhos têm base óssea triangular e,
quando o peixe se infla, um dos extremos do triângulo é puxado para trás e o
outro para a frente, assegurando a firmeza do espinho.
Tudo isso não lhe parece admirável, fantástico e surpreendente? Um
desenho perfeito e funcional, transmitido de geração a geração. O mundo
criado por Deus é cheio de complexas maravilhas.
Você já viu, em algum documentário mostrado na televisão, os peixes-
voadores? À primeira vista pode parecer que eles estão brincando, ao saltarem
fora da água; mas, em realidade, estão fugindo de seus predadores.
Os sapos pulam porque sentem que estão em perigo e, ao pularem,
despistam o inimigo que se aproxima. As cobras, aranhas, baratas, os ratos,
antílopes, as aves e muitos outros animais fogem velozmente quando se sentem
ameaçados.

© mgkuijpers | Fotolia Existem peixes que, ao secar as águas onde


vivem, se arrastam com suas barbatanas sobre a terra,
em busca de um canal, riacho ou outra lagoa, a fim
de sobreviver. Um peixe rastejando fora da água
parece algo incrível.
Entre os insetos, há alguns que fingem estar
mortos; outros, desenvolvem cascas ou caixas para se
abrigar.
Deus disse para Noé que o medo viria sobre
todos os animais da terra, que passariam a fugir não
só da presença do homem como também de outros
animais (ver Gn 9:2).
Existem muitos bichos com colorações
Uma cobra africana (Naja defensivas ou formas que os ocultam dos predadores,
nigricollis) pode esguichar seu
veneno, provocando a cegueira em
o que conhecemos como camuflagem. Entre esses
seus inimigos. estão a lebre-ártica, a raposa-do-ártico e a coruja-das-
neves, todos das regiões árticas e de cor branca como
a neve.
Nas regiões árticas, coelhos, perdizes, lagartixas, gafanhotos e borboletas
possuem cores que se confundem com o solo e com o habitat onde se
encontram, tornando muito difícil notar sua presença. Muitos peixes têm cores
escuras no dorso, e claras ou prateadas no ventre, de modo que, se algum
predador os procura de cima, não os vê, porque ficam da cor da água. Se os
olha lateralmente, tampouco percebe sua presença, porque aparentam a cor
prateada do espelho refletor da superfície aquática. Outros peixes se parecem
com o conjunto de algas que compõem seu ambiente.
Outros animais se parecem com caules ou folhas; ao pousarem, é difícil
enxergá-los. É o caso do bicho-pau, inseto que parece um verdadeiro graveto ou
ramo fino; e do bicho-folha, que tem nas asas os veios e a cor de uma folha.
Os insetos da família dos homópteros se assemelham ao espinho da planta
onde se encontram. Sua forma e cor fazem com que eles pareçam ser uma
parte da planta.
Outros animais se encolhem ou se enrolam para se defender, como é o
caso de tatus, pangolins, cochonilhas, centopeias e diversas minhocas.
Depois de estudarmos a respeito das defesas que animais e plantas possuem
a fim de sobreviver na natureza, podemos fazer algumas reflexões.
Não há dúvida de que na natureza se observam forças opostas e inimigas,
de que haja lutas e batalhas pela vida. O ser humano é afetado, em maior ou
menor medida, por essas mesmas forças. Devemos proteger nosso corpo de
abelhas e vespas, serpentes, aranhas e escorpiões, como também das urtigas e de
seu veneno, além dos animais selvagens que procuram uma presa. Entretanto,
deve-se considerar que o veneno pode vir na forma de álcool, tabaco e drogas,
que fazem do ser humano um miserável escravo.
Além da dimensão física, o ser humano tem mente e sentimentos. Assim,
ao seu redor há literatura, música e imagens que podem envenenar todo o ser.
A vida social humana também sofre a ação hostil de valores antagônicos,
costumes, tradições, trabalhos e profissões que podem levar as pessoas a
demência, prostituição, roubo, mentira, cobiça, desprezo pela família e
sociedade.
No entanto, também temos uma dimensão espiritual que nem o ateu pode
negar. Ela nos dá a percepção da realidade do bem e do mal.
O bem se manifesta em qualidades como amor, paz, alegria, tolerância,
bondade, fé, mansidão e temperança. O mal se revela em palavras mentirosas,
sentimento de amargura, egoísmo, ódio, blasfêmias, desobediência aos pais,
abuso de autoridade paterna ou patronal, ingratidão, avareza, paixões
descontroladas, traições e injustiças.
Deus fez a humanidade perfeita. Satanás a enganou e, como resultado, o
ser humano perdeu até o domínio sobre si mesmo e sobre a natureza. A Bíblia
apresenta Satanás como um adversário procurando nos devorar.
Os animais não possuem o raciocínio do homem; eles agem por instinto.
Porém, você e eu não precisamos fugir das tentações que de múltiplas formas
nos assediam; devemos enfrentá-las com as armas que Deus nos deu para nos
defender. Elas não são lanças nem espadas; nem sequer força física, astúcia ou
engano. Como disse o apóstolo Paulo, as armas são a verdade, a justiça, o
evangelho da paz, a fé, a salvação e a palavra de Deus (Ef 6:13-17).
Usemos a razão e aceitemos as armas que nos protegem da escravidão do
diabo.
19
Relógios Biológicos

O
minuto tem 60 segundos; a hora, 60 minutos; o dia, 24 horas; o ano,
365 dias; a vida humana, em média, 75 anos; o universo, anos
incontáveis; e Deus, a eternidade.
O tempo, a quarta dimensão do espaço, a tudo assiste; nada pode se isolar
dele. Os relógios existem há milênios como uma forma de medilo. Existem
relógios de sol, areia, pêndulo, quartzo, eletrônicos e atômicos. Alguns são mais
exatos do que outros, mas todos cumprem a tarefa para a qual foram projetados.
Há relógios que têm funcionado por alguns milhares de anos e, somente
nas últimas décadas, foram reconhecidos como tais pela ciência. Mesmo assim,
não tem sido elucidado como são constituídos nem como funcionam. Refiro-
me aos relógios biológicos.
Os relógios biológicos medem:
• A duração do desenvolvimento de um organismo
• A duração das células
• A hora do dia em que muitas plantas abrirão suas flores
• O momento em que os insetos sairão de seus casulos ou crisálidas
• A idade quando aparecerão os dentes de um bebê
• O começo da puberdade, a aparição da barba
• O término da vida.
Não importa que aspecto da vida consideremos, a influência dos relógios
biológicos se manifestará. Há algo mais do que estímulos externos como a luz,
temperatura, umidade, pressão ou gravidade. O relógio biológico é um relógio
nato.
As células, assim como os órgãos, têm seus ciclos. A vida normal de um
glóbulo vermelho é de quatro a seis semanas. Entre os microrganismos, as
bactérias se reproduzem a cada 20 minutos.
Existem plantas cujas flores se abrem durante o dia e se fecham à noite.
Entre elas, são muito comuns os hibiscos e os nenúfares. As folhas do feijão se
erguem durante o dia e se inclinam quando escurece.
Cada espécie de animal ou vegetal tem uma média de vida de dias,
semanas, meses, anos e, em alguns casos, até séculos. Veja o quadro
proporcional:

Tempo de vida proporcional entre diferentes seres vivos.


Evidentemente, existe um relógio interno em cada tipo de animal e planta,
pois cada espécie tem um projeto peculiar. Os ciclos de vida são regulados.
Alguém os criou assim como eles são.

RITMOS CIRCADIANOS E ESTACIONAIS


Muitos insetos saem de seus casulos numa hora específica do dia. A mosca
drosófila normalmente o faz ao amanhecer. Mas, se essa pequena mosca é
criada em contínua escuridão, a regra muda, e ela sai do seu casulo em horário
diferente. Entretanto, se as larvas são expostas aos raios de luz em um
determinado momento do dia, os adultos sairão de suas crisálidas na mesma
hora.
O caranguejo-violinista fica escuro de manhã e, à tarde, mais claro, mesmo
em condições de completa escuridão. Mas, se os períodos de luz e escuridão
forem invertidos, as mudanças de cor pouco a pouco se ajustarão ao novo
horário.
Essas mudanças diárias, a cada 24 horas, são chamadas de ritmos
circadianos.
Os galos cantam ao amanhecer; os pombos, veados, a mosca e muitos
outros são ativos durante o dia. Corujas, mochos, coelhos, doninhas, ratos e
mariposas são espécies ativas durante a noite.

RITMOS DE MIGRAÇÃO POR ESTAÇÃO


As larvas das enguias-americanas viajam por cerca de um ano antes de
alcançar as águas continentais, visto que seu amadurecimento requer
exatamente esse período. Por sua vez, as enguias europeias fazem uma viagem
de três anos, tempo que precisam para amadurecer.
Esses peixes viram adultos nos estuários dos rios. Os machos adultos
permanecem ali, enquanto as fêmeas sobem o rio e se dispersam em sua
cabeceira e nos lagos, onde vivem de 7 a 15 anos. Passado esse tempo, as fêmeas
voltam aos estuários, onde se reúnem com os machos para empreender a
viagem de volta ao Oceano Atlântico. Esses são os chamados ritmos estacionais
de migração.
As andorinhas voltam aos seus locais de nascimento numa data específica
do ano. Isso ocorre, por exemplo, em San Juan Capistrano, perto de Los
Angeles, Estados Unidos.
Estudos realizados com pássaros cantores migratórios, que viajam durante
a noite e descansam de dia, demonstram que, independentemente da
quantidade de luz a que forem expostos, eles trocam de plumagem, comem
mais e ficam mais inquietos justamente antes de migrar.
Os salmões viajam quatro anos pelo Oceano Atlântico.
Já ficou claro que os ritmos endógenos fornecem a estrutura geral da conduta migratória. Os detalhes
do ciclo migratório podem ser modificados de várias formas, mas o impulso que orienta o grande V
dos gansos [...] vem de ritmos anuais que têm origem nas profundezas do organismo. 1

Os caranguejos-vermelhos que habitam as ilhas Christmas vivem em


bosques. Mas, uma vez ao ano, em fins de outubro para novembro, quando
chega a estação chuvosa, eles migram para a costa onde permanecem entre 9 e
18 dias. Ali se reproduzem e, depois, voltam para o bosque. As novas larvas
passam 25 dias no mar e, quando alcançam um tamanho de cinco milímetros,
vão para a praia, sobem os barrancos e caminham por nove dias até o bosque,
onde terminarão de se desenvolver e passarão a viver em covas. Quem as dirige?
Geralmente, o nascimento das crias ocorre na primavera e no verão, estações
adequadas para os pequenos caranguejos.
Entre fevereiro e setembro, o grunion (Leuresthes tenuis), pequeno peixe
da costa da Califórnia, aparece com a maré alta na praia. Ele cava um buraco
na areia e ali põe seus ovos, cobrindo-os com esperma. Depois, voltam para o
mar. Os ovos fecundados se desenvolvem na areia morna durante os dez dias
seguintes, quando as marés são baixas. Aos 14 dias, com a nova maré alta, os
ovos são cobertos com água, e os pequenos grunions zarpam para o mar.

O RELÓGIO BIOLÓGICO HUMANO


É incrível a variedade de aspectos da vida humana controlados por um
relógio interno do corpo.
Para ilustrar, mostraremos alguns exemplos:
• Lembra quando está na hora de dormir e quando é hora de despertar.
• Faz sentir fome, geralmente três vezes por dia.
• A temperatura do corpo diminui pela manhã e aumenta à tarde.
• Demora entre quatro a oito segundos para que se engula o alimento.
• O alimento permanece no estômago por quatro horas; a cada 20
segundos, ondas musculares o misturam.
• O quimo, que é o alimento em processo de digestão no intestino
delgado, avança cerca de um centímetro por minuto.
• As células intestinais mudam a cada três dias, enquanto a cobertura
interior dos vasos sanguíneos, o endotélio, se renova a cada seis meses.
• As artérias pequenas se contraem a cada dois a oito segundos.
• Perdemos entre 40 e 50 fios de cabelo por dia.
• A partir dos 40 anos de idade, as pessoas perdem uma média de mil
neurônios por dia. Todavia, graças Àquele que nos planejou, não devemos
temer, pois temos bilhões dessas células.
• Os cílios duram entre três e cinco meses.
• Crescemos até os 25 anos de idade, e, a certa altura da vida, os cabelos
embranquecem, a altura diminui e começamos a nos esquecer das coisas.
• O coração de um bebê começa a bater na quarta semana de gestação. Na
sétima semana, os dedos já estão formados; na 24ª semana, estão prontas as
impressões digitais. O bebê nasce aos dez meses lunares. Não é mesmo
fantástico esse relógio?
• A puberdade começa por volta dos 11 anos de idade na mulher e, nos
homens, aos 13.
• Os hormônios aumentam ou diminuem hora após hora, semana após
semana. Alguns aumentam quando despertamos e diminuem ao irmos dormir.
• Em viagens ao redor do mundo, o viajante continua despertando no
horário que tinha antes de partir. No entanto, se ele ficar em algum lugar por
dias ou semanas, seu relógio biológico começará a se ajustar à nova rotina.
Esses e outros processos da vida humana, os quais são controlados pelo
relógio biológico interno, podem ser alterados por aspectos tão diversos como
sexo, idade, estação do ano, nutrição ou estresse.

A GENÉTICA DO RELÓGIO BIOLÓGICO


Até o ano 2000, estudos realizados na mosca drosófila, no rato e no ser
humano revelaram a existência de quatro genes que regulam o relógio
biológico, os quais são conhecidos pelas abreviações per e tim (ciclo e relógio).
Esses estudos revelaram a existência dos genes per e tim nas células dos
gânglios cerebrais da mosca drosófila, como também nos túbulos de Malpighi,
nas asas, patas, regiões orais e antenas, mostrando que cada tecido tem um
relógio fotorreceptor independente que funciona mesmo que se separem os
tecidos do inseto.
Nos ratos, tem-se demonstrado a presença de genes per nas células do
tecido conectivo (fibroblastos), os quais são ativos no ritmo circadiano.
Nos mamíferos e no ser humano, a luz estimula a retina e a mensagem vai
até o núcleo supraquiasmático, no hipotálamo, que faz com que a glândula
pineal reduza a produção de melatonina. Por sua vez, esse hormônio parece
desempenhar seu papel na produção do sono.
Tudo isso demonstra que a existência do relógio biológico é uma evidência
clara de que a natureza foi planejada e desenhada com sabedoria, ciência e arte.
Davi já havia dito isso quando escreveu: “Quantas são as tuas obras,
Senhor! Fizeste todas elas com sabedoria! A terra está cheia de seres que criaste”
(Sl 104:24).

1 . Scientific American, abril de 1986.


20
A Capacidade de Voar

E
xistem mais espécies animais que voam do que as que não voam.
Observe a quantidade de aves, morcegos e insetos voadores. Uma vez
que os insetos compreendem cerca de 75% dos animais existentes –
embora nem todos voem –, podemos dizer que a cada quatro espécies, três são
capazes de voar.
Felizmente, os insetos, em sua maioria, são pequenos. Já imaginou
centenas de insetos do tamanho de um pavão voando sobre sua cabeça? Isso
seria terrível!
Entretanto, tanto nas aves como nos insetos encontramos espécies que não
voam. O avestruz e a ema, da América do Sul; o kiwi, da Nova Zelândia; o
casuar e o emu, da Austrália; e os pinguins da Antártida são exemplos de aves
que não voam.
Entre os insetos, conhecemos as pulgas que saltam, mas não voam. Os
piolhos e os bichos-pau somente caminham. Certos grilos e as tesourinhas
encontradas nos jardins tampouco têm asas; as traças, que aparecem quando
tiramos algum livro da estante, não têm como voar. As fêmeas de alguns insetos
não têm asas, ou essas são muito pequenas, como é o caso do louva-a-deus.
O homem sempre almejou voar e, para construir os aviões e helicópteros,
foi obrigado a conhecer a aerodinâmica do voo. Ao contrário dos aviões, que
têm asas fixas, as aves, os morcegos e insetos fazem, ao voar, inúmeras
mudanças na posição de suas asas. Certas aves pequenas e alguns insetos são
capazes de permanecer imóveis no ar, voando de uma forma que não se pode
explicar pelos princípios da aerodinâmica.
As aves foram criadas para voar. Essa capacidade se deve principalmente às
penas, que são um exemplo maravilhoso de engenharia. Elas são sólidas e leves,
podendo suportar grandes deformações sem se quebrar. Procure uma pena e
olhe bem para ela, a olho nu. Se tiver uma lupa ou um microscópio, utilize-os
para essa observação. Você verá algo formidável!
A estrutura da pena é muito complexa. Ela tem ramificações paralelas que
saem da raque, ou eixo da pena. Essas ramificações são chamadas de barbas e
são miniaturas da própria pena.
As barbas possuem diminutos filamentos laterais chamados bárbulas, que
também se ramificam em barbelas, muitas das quais possuem ganchos que
mantêm todos esses elementos em seu lugar. Uma só pena pode ter centenas de
barbas, milhares de bárbulas e milhões de barbelas e pequeninos ganchos.
Nem todas as penas são iguais. A que descrevemos acima é a pena rêmige,
que se encontra na cauda; ou a retrize, localizada nas asas. São as penas
clássicas, usadas na Antiguidade para escrever com tinta, ou que comumente
encontramos em locais descampados onde há aves.
As penas da cauda são chamadas de timoneiras e têm estrutura semelhante
à das penas ramificadas. As plumas que cobrem o corpo da ave são chamadas de
tetrizes e se parecem com as rêmiges, com a diferença de possuírem filoplumas
na base da raque, que se parecem com pelos muito finos.
Muitos pássaros possuem uma penugem que, embora também sejam
penas, não têm raque e são como ramalhetes escondidos por baixo das tetrizes.
Alguns grupos de aves, como as garças, possuem um tipo de lanugem que se
desintegra e forma um pó muito fino que ajuda a compor a plumagem.
Embora a estrutura das penas seja a ideal para voar, elas também servem
para proteger a fina e sensível epiderme da ave, enfeitá-la com as formas de
cristas ou penachos e como um condicionador de ar.
O número de penas é variável, mas pode ser de mil a 25 mil, dependendo
do tipo de ave e do tamanho. Um beija-flor pode ter 940 penas, e um cisne, 25
mil. No inverno, o número de penas pode aumentar.
Na primavera, as penas rêmiges e timoneiras são trocadas aos pares, uma
de cada lado, progressivamente.
Todas essas características nos falam de um planejamento, pois o que
aconteceria se as penas fossem trocadas do lado esquerdo e, depois de algumas
semanas, do lado direito? As aves não poderiam voar por falta de equilíbrio.
Outra importante característica das aves que lhes permite voar é a leveza.
Elas possuem corpos leves, uma vez que seus ossos são firmes, ocos e de paredes
bem delgadas. Elas têm dois pulmões e oito ou nove bolsas aéreas, que ocupam
a maior parte da cavidade do corpo e chegam a penetrar no interior dos ossos.
Na próxima vez em que você viajar de carro, ponha a cabeça para fora da
janela e tente respirar. Você vai notar que, à medida que a velocidade aumenta,
fica mais difícil inspirar por causa da pressão do vento. Para as aves, esse
problema não existe, graças a sua respiração unidirecional. O que é isso?
O ar inalado entra nos brônquios e, deles, segue diretamente para as bolsas
aéreas posteriores. Simultaneamente, o ar que está nos pulmões é empurrado
para as bolsas anteriores. Ao exalarem, o ar das bolsas posteriores é empurrado
para os pulmões, enquanto as bolsas anteriores expelem o ar para fora. Dessa
maneira, o ar sempre circula dentro do corpo da ave tanto durante a inalação
como na exalação.
Em vez de alvéolos, que são cavidades sem saída, incompatíveis com o voo
unidirecional das aves, o tecido dos pulmões tem minúsculos condutos
chamados parabrônquios.
O desenho da ave é tão bem feito que o sangue circula pelos capilares
formando um ângulo com o fluxo de ar, assim aumentando a eficiência do
processo respiratório.
Além disso, uma excelente visão também é importante para o voo. A
capacidade visual das aves não é igualada por nenhum outro ser vivo. A vista de
um gavião é oito vezes superior à do ser humano. Um autor diz que as aves
carregam ao mesmo tempo uma lente de aumento e um telescópio em cada
olho. Elas podem localizar suas presas a apenas alguns centímetros ou a
centenas de metros. Aqui, parece que a “evolução” teria sido mais ampla nas
aves do que nos humanos.

TIPOS DE VOO
As aves voam quase sempre para frente, embora os beija-flores sejam
capazes de voar para trás, ou permanecer parados no ar, sempre batendo as asas
para cima e para baixo. Entretanto, há aves que voam com as asas estendidas,
sem batê-las.

Voo imóvel ou batido


© angeldibilio | Fotolia Quando um beija-flor está sugando o néctar de
uma flor, ele não se move para frente nem para trás;
fica imóvel em relação a um ponto fixo no chão, mas
continua batendo as asas. A maioria das aves com o
tamanho de um pardal, ou menores, tem a
capacidade de ficar parada no ar quando se aproxima
do ninho, quando se alimenta ou se acasala.
O beija-flor pratica um voo que
Até alguns morcegos param no ar. Entre os
lhe permite permanecer no mesmo
insetos voadores, a habilidade para o voo imóvel é
lugar enquanto se alimenta.

mais uma regra do que uma exceção. As libélulas são


um bom exemplo, mas quem se destaca quanto a
essa característica são algumas moscas de duas asas, da família das Syrphinae.
Um requisito para que um animal seja considerado voador é sua
capacidade de gerar força suficiente para ganhar altitude com o ar parado.

Voo planado
Quase todas as aves são capazes de planar. Elas estendem as asas e as
deixam imóveis. Se o ar está calmo, começam a descer lentamente. São famosos
nesse tipo de voo os condores, águias, falcões, albatrozes e gaivotas.
Um animal que percorre pelo menos 30 centímetros horizontalmente para
cada 30 centímetros que cai é um planador, mas não um voador. Por sua vez, o
animal que se move menos na direção horizontal do que se movimenta na
vertical, na verdade, “pula de paraquedas”.
Até pouco tempo atrás, os herpetólogos, cientistas que estudam anfíbios e
répteis, acreditavam que todas as serpentes voadoras eram paraquedistas. Pois,
diferentemente dos esquilos voadores, dos lêmures voadores e dos sapos e
lagartos voadores, falta a elas as estruturas amplas e delgadas que guiam a
descida.
A “serpente da árvore do paraíso”, a Chrysopelea paradisi, nativa do sudeste
da Ásia, se pendura num galho e se lança para o alto, longe dele. A partir disso,
ela começa a cair em um ângulo muito agudo.
Depois de cair menos de três metros, essa serpente, que mede cerca de 60
centímetros de comprimento, toma a forma de um S e começa a ondular, da
mesma forma como se arrasta no solo. É como se nadasse no ar! Nesse
momento, o ângulo de sua queda diminui 13 graus. Dessa forma, a cobra pode
avançar quase quatro vezes mais horizontalmente do que o faria verticalmente.
Enquanto a “serpente da árvore do paraíso” está em queda, ela expande de
tal maneira as costelas, que seu ventre fica côncavo, ampliando sua superfície e
permitindo que ela plane e caia mais lentamente.

Voo a vela
Este é um sistema utilizado especialmente por aves de rapina. A diferença
do voo a vela para o voo planado é que, no primeiro, a ave pode manter a
altitude e até aumentá-la, graças a correntes ascendentes de ar e/ou a velocidade
do vento.
Ao observar um condor, uma águia ou um urubu fazendo círculos no céu,
notamos que a ave sobe cada vez mais a cada volta que faz, ilustrando assim,
como é o voo a vela.

MECANISMO DO VOO NOS INSETOS


Um avião é capaz de voar por causa da maneira como o ar flui sobre e sob
suas asas. Ao se chocar com o bordo dianteiro da asa, o ar é desviado
ligeiramente para baixo e para cima. O ar desviado para cima tem de se mover
mais rápido do que o ar que passa por baixo das asas. Quanto maior a
velocidade, menor será a pressão, criando uma força ascendente conhecida
como sustentação, que começa a elevar o avião.
Um avião tem asas fixas, mas não é assim com um inseto, cujas asas têm
um movimento rotativo, traçando figuras em forma de 8. Assim, cada vez que o
inseto bate suas asas, as forças atuantes flutuam drasticamente.

© Den | Fotolia As asas de um inseto se movem para cima e para


baixo, para frente e para trás, golpeando o ar em
ângulos de até 45 graus. O resultado é uma
velocidade maior sobre a asa, menor pressão e maior
empuxo. Os redemoinhos que se formam no ar com
esse movimento precisam ser estáveis por apenas um
momento.
Os movimentos das asas de um inseto requerem
uma integração complexa dos detalhes anatômicos
Os aviões têm asas muito grandes, presentes na união das asas ao tórax e da contração
enquanto um simples inseto
voador, como a abelha, tem asas dos músculos. O tamanho do inseto e a forma de suas
bem pequenas.
asas também têm influência. Nota-se que a rotação
das asas de uma mosca empurra o ar circundante na
mesma direção do redemoinho, o que aumenta a
circulação, fazendo com que a mosca ganhe um empuxo extra.
A ciência começa a compreender em parte os detalhes desse ato chamado
de voo. É fantástico, magnífico, incrível e encantador.
Pessoalmente, creio que esse desenho foi feito por um Engenheiro
aeronáutico infinitamente superior aos engenheiros que projetam os aviões.
Não existe engenheiro humano capaz de inventar algo superior ao que a
natureza apresenta. Tampouco a natureza por si só inventou as leis que a
regem. A evolução não é capaz de desenhar nada.
O Engenheiro que deu asas às aves, aos morcegos e aos insetos teve de
calcular o tamanho e o formato das asas, o tipo de material com que as faria, o
peso do animal e suas relações com o ar em que queria que voassem. Esse
Engenheiro não pode ser outro senão Deus.
21
Os Órgãos dos Sentidos

O
s órgãos dos sentidos são “terminais” que alimentam o inigualável
computador chamado cérebro, o qual recebe, analisa, avalia,
interpreta e arquiva as informações do ambiente que nos rodeia, ao
mesmo tempo em que regula, estimula, protege e cuida do corpo.
Esses terminais são os olhos, ouvidos, pele, nariz e boca. Os primeiros três
detectam estímulos luminosos, acústicos, mecânicos, térmicos e elétricos. Os
dois últimos captam as mensagens químicas enviadas pelo ambiente.

OLHOS
Esse órgão recebe por volta de 70% dos estímulos do ambiente externo. É
ele que nos dá a noção de profundidade, ou percepção estereoscópica,
qualidade que permite determinar a distância em que se encontram os objetos
que vemos.
Os olhos são duas esferas acomodadas e protegidas pela cavidade óssea. Se
eles tivessem uma forma irregular, quadrada ou triangular, seria difícil movê-los
simultaneamente em movimentos lineares ou circulares.
Os olhos se movimentam cerca de 100 vezes por dia. Seus seis pequenos
músculos realizam um esforço comparável ao de correr 85 km nesse período. A
localização dos músculos permite que o olho se movimente em quase todas as
direções.
Eles possuem o primeiro limpador de para-brisas conhecido, as pálpebras,
em cujo lado livre se encontram as pestanas. Piscamos entre 14 e 20 mil vezes
por dia, ou seja, cerca de 15 vezes por minuto, para que a córnea, que é a
membrana que cobre o olho, receba umidade, lubrificação, oxigênio e
proteínas. Não fosse por isso, a córnea se ressecaria e ficaríamos cegos.
Se um objeto ou partícula se aproxima, os olhos se fecham. E se algum
corpo estranho chega a sua superfície, seu rápido movimento o arrasta para fora
do olho.
© Sidney Meirelles

Anatomia do olho humano.

Nas lágrimas, há uma substância que evita o desenvolvimento de germes


nos olhos. Sua composição química é variável de acordo com as circunstâncias.
Apresenta-se de uma forma, se a condição é normal; de outra, se o motivo é
tristeza; e ainda de outra, se é felicidade. A teoria da evolução não consegue
explicar como se originaram esses três diferentes tipos de lágrimas. O Criador
que nos fez sabia quais seriam nossas necessidades.
A luz deve penetrar nos olhos na quantidade adequada. Para isso, eles
possuem um diafragma ajustável, a íris, cuja abertura central, a pupila, se dilata
quando está escuro e se fecha quando está claro.
Quando nos emocionamos, sentimos medo, tristeza, alegria, quando
surpreendidos ou se ouvimos barulhos fortes, a íris também se dilata. Se estamos
entediados ou sonolentos, elas se contraem. Note que, nessas circunstâncias, os
olhos revelam nossos sentimentos e emoções.
É a hereditariedade que determina a cor da íris, que pode ser negra,
castanha, cinza, verde ou azul.
O cristalino, que é a lente do olho, serve para focalizar os objetos. Ele fica
mais fino ou mais grosso por conta da ação de pequenos músculos. Dessa
maneira, os raios luminosos são dobrados diretamente para a retina, ou película
do olho.
A retina é a membrana sensível do olho. Ela é tão eficaz que sua revelação
é automática. As imagens na retina ficam invertidas, e é dessa maneira que o
cérebro as vê; mas nós as vemos corretamente.
As imagens são coloridas quando há bastante luz. Quando a luz diminui,
passamos a percebê-las em preto e branco. Isso se deve a dois tipos de células
existentes na retina: os bastonetes, para detectar em preto e branco, e os cones,
para a visão em cores. Os cones precisam de mais luz para reagir. As pessoas que
têm problemas para diferenciar as cores e não conseguem determinar se uma
cor é verde, vermelha ou azul têm o que se chama de daltonismo.
A retina, formada por 137 milhões de células receptoras de luz, com
dezenas de milhões de conexões elétricas capazes de atender a 1,5 milhão de
mensagens simultâneas, pode processar 16 imagens por segundo e enviá-las ao
cérebro a uma velocidade de 500 km por hora. As imagens recebidas pelo
cérebro são analisadas, interpretadas e gravadas em apenas dois milésimos de
segundo.
A posição dos olhos na parte superior da cabeça é outra prova de design
inteligente, pois isso nos ajuda a ver os objetos que estão distantes e os que
colocamos na boca. Os olhos estão longe da poeira do caminho e
suficientemente perto do cérebro, onde devem ser analisadas e guardadas as
imagens que eles captam.
Cada aspecto da anatomia e da fisiologia do olho sugere um projeto
inteligente. O próprio Darwin considerava a complexidade e maravilha do olho
como um desafio a sua teoria. Depois de um século e meio, o desafio continua
sendo o mesmo.

SISTEMA AUDITIVO
Com esse órgão você pode escutar seu cônjuge, seus filhos, seus pais e tudo
mais. Ele é formado por duas estruturas em ambos os lados da cabeça e
constituem nosso sistema auditivo.
Um par de ouvidos é importante para determinar o lugar de onde
procedem o som e os ruídos.
As ondas sonoras são tridimensionais e suas diferentes frequências são
captadas pelas orelhas e, então, enviadas pelo canal auditivo externo para o
tímpano, como se tivéssemos nossa própria antena parabólica.
O canal auditivo externo possui o cerume, que é uma cera de cor marrom
que está sempre se renovando e saindo para a parte externa do ouvido. Ela
parece ser uma proteção contra ácaros.
© Peterjunaidy | Fotolia

Anatomia do ouvido.

O tímpano é tão sensível que o mais leve murmúrio é capaz de pressioná-


lo com menos do que o diâmetro de um átomo de hidrogênio, e essa minúscula
vibração é suficiente para detectar o murmúrio.
Os três ossinhos ligados ao tímpano amplificam em mais de 20 vezes essa
vibração, a qual é transmitida para a janela oval e, dali, para um líquido que
enche o interior da cóclea, que é uma estrutura no formato de um caracol,
dentro do ouvido interno. Dezenas de milhares de pequeníssimos pelos
transformam essas vibrações em diminutas correntes elétricas que são enviadas
ao cérebro pelo nervo acústico.
A cóclea tem apenas um centímetro de diâmetro, mas ali é possível
reconhecer todos os instrumentos de uma orquestra, além da ausência ou
discordância de uma nota. Ali se escuta um murmúrio ou uma respiração à
velocidade de 20 mil vezes por segundo.
Outra “coincidência” é que a frequência que o ouvido pode captar é
justamente aquela que se produz quando falamos.
O ouvido também é um giroscópio, pois os canais semicirculares e o
vestíbulo detectam qualquer mudança de posição do corpo, avisam o cérebro e
este, por sua vez, ordena aos músculos que não nos deixem cair. Em outras
palavras, o ouvido é também um órgão de equilíbrio e coordenação.
O líquido que está dentro dos canais semicirculares deve estar nivelado
como qualquer líquido dentro de um copo ao este ser inclinado em alguma
direção. Se movimentamos o copo para a esquerda, o líquido se movimenta
para a direita, e vice-versa. Se o movimento é para trás, o líquido se move para
frente. Os pelinhos que estão nos canais são estimulados pelo líquido e enviam
impulsos elétricos para o cérebro e o cerebelo, os quais coordenam o corpo
inteiro, dando-lhe equilíbrio. Tudo isso em milésimos de segundo.
O ouvido é uma espetacular e complexa maravilha de comunicação e
equilíbrio corporal. Não há dúvida de que foi um extraordinário engenheiro
que a construiu.

SISTEMA OLFATIVO
No nariz, encontram-se as fossas nasais, cavidade que em sua parte
superior possui uma área amarelada de uns 5 cm², chamada de pituitária
amarela. Existem ali cerca de 6 milhões de células olfativas.
As partículas olfativas se dissolvem na umidade nasal estimulando essas
células, as quais transmitem o aroma para o cérebro através do nervo olfativo.
Podemos distinguir cerca de até 10 mil cheiros. Nosso cérebro guarda o
cheiro na memória até que voltemos a senti-lo, e é por isso que somos capazes
de interpretá-lo: isso cheira a limão, baunilha, etc. Os odores são classificados
como mentolados, etéreos, florais, alcanforados, resinosos, almiscarados,
pútridos ou penetrantes, como o do vinagre.
A localização do nariz no rosto não é resultado de uma casualidade; é a
localização ideal, assim como sua forma e estrutura também são, pois permitem
direcionar o ar para a pituitária amarela. A cada três horas, frequentemente – e
por razões desconhecidas –, as janelas nasais se alternam em suas funções.
Sabe-se que a mulher tem o sentido do olfato mais aguçado do que o do
homem. Aos 80 anos, é possível que se perca algo próximo a 75% do olfato. Os
albinos têm dificuldade de sentir o cheiro das coisas, possivelmente porque sua
pituitária amarela tenha uma cor pálida. Aparelhos auditivos e óculos auxiliam
na audição e visão, respectivamente, quando esses órgãos estão falhando. No
entanto, não existe nenhum aparelho que ajude no olfato quando este começa a
falhar.
© Marta Irokawa

Anatomia do nariz.

O nariz tem outras funções além do olfato. É uma caixa de ressonância


que aumenta a intensidade de nossa voz. É uma estufa que aquece o ar que
respiramos. É no inverno que percebemos a verdadeira importância do nariz,
pois o ar fica tão frio que torna o ato de respirar quase doloroso.
Com seus pelos, o nariz filtra as partículas que flutuam no ar: pó, pólen,
bactérias, vírus, fumaça e pequenos insetos, entre outros. Contudo, se algumas
dessas partículas atravessarem o filtro, encontrarão uma vassoura que as impele
para a garganta, onde a umidade da mucosa as detêm. Essa mucosa é trocada a
cada 20 minutos. O sentido do olfato monitora tudo o que comemos, bebemos
ou inalamos.

O REVESTIMENTO CORPÓREO
A pele reveste todo o corpo e é o maior órgão da estrutura humana. Já
nascemos com essa vestimenta.
Num adulto, toda a pele pesa entre dois e três quilos e tem uma superfície
de 2,5 m². É formada por duas capas: a derme (mais profunda) e a epiderme
(mais superficial).
Numa polegada quadrada (2,54 cm²), há 3,6 metros de vasos sanguíneos,
800 sensores de dor, 400 glândulas de suor, 12 mil terminações nervosas, 48
sensores de calor e 100 sensores de pressão.
Embaixo da derme, encontra-se a hipoderme, constituída especialmente
de tecido adiposo, que serve como isolante térmico. Ela une a pele aos
músculos subjacentes. O tecido adiposo se distribui no corpo humano de
maneira diferente do que ocorre nos animais. Um gorila, chimpanzé ou
orangotango pode aumentar de peso ao aumentar o abdômen, mas nunca terá
bochechas inchadas, nádegas e braços gordos, um grande busto ou músculos
fortes.
Existem na pele corpúsculos tácteis que nos permitem detectar as ondas
calóricas e a pressão do mesmo modo com o fazem um termômetro e um
barômetro, respectivamente, como também a aspereza e a suavidade, o afiado e
o rombudo. Esses corpúsculos são abundantes nas mãos – as principais
ferramentas do corpo humano – e têm incrível sensibilidade, podendo detectar
relevos de 1/1.000 de milímetro.
As funções da pele são muitas e, ao mesmo tempo, surpreendentes. Ela
serve como:
1. Indicador de dor, devido às terminações nervosas.
2. Protetor solar contra a radiação ultravioleta, fazendo subir à superfície
epidérmica o pigmento chamado melanina, que dá cor à pele.
3. Guarda-chuva, por causa da queratina que tem em seu exterior, a qual
resiste a quase todos os solventes naturais: água, óleos, ácidos e bases diluídas.
4. Casaco resistente e flexível, com um ph (grau de acidez) tal que não
deixa penetrar água, bactérias nem vírus.
5. Absorvente, incorporando água, hormônios, medicamentos,
desodorantes e perfumes.
6. Também é um laboratório químico produtor de vitamina D,
indispensável para formar ossos firmes, e um armazém de sal e gordura, que
ajuda a conservar o calor corporal e a amortecer golpes. Quando a gordura é
escassa, a pele fica enrugada.
© Ilusjessy | Fotolia

Anatomia da pele.
Parece incrível que a pele seja uma lixeira para onde vão os produtos
tóxicos que precisam ser eliminados pelas glândulas sudoríparas, que são como
rins em miniatura por excretar toxinas, alguns sais e medicamentos.
A pele é um termostato que regula a temperatura do corpo por meio de
uma rede de capilares sanguíneos e de 3 milhões de glândulas sudoríparas que
eliminam entre um copo e oito litros de água por dia, dependendo das
atividades realizadas. O suor abundante não é produzido apenas pelo calor, mas
também em momentos de medo ou tensão. As glândulas sudoríparas são
abundantes na palma das mãos, testa, axila e planta dos pés.
A pele é uma planta industrial vitalícia, produtora de unhas, pelos, suor e
sebo. Na base dos pelos, encontram-se as glândulas sebáceas, as quais se
desenvolvem a partir da puberdade. Sua secreção mantém o pelo suave, não
quebradiço.
Quando bactérias ativam o suor e o sebo das glândulas sebáceas, sentem-se
odores característicos. O cheiro da pele é único em cada indivíduo. Nossa pele
produz 350 cheiros diferentes e alguns acreditam que possam chegar a mil.
Há evidências de que o cheiro de algumas pessoas possa atrair ácaros,
piolhos, mosquitos e moscas, cujas larvas são endoparasitas.
A pele é um tabuleiro de sinais. Chamamos de febre o aumento da
temperatura devido à presença de infecção em alguma parte do corpo.
Mudanças de cor indicam sarampo, escarlatina, icterícia, anemia ou outras
doenças. Se você vê em sua mão um pontinho vermelho rodeado de uma
auréola rosada, logo reconhecerá que uma pulga passou por ali. As impressões
digitais dos dedos da mão são o nosso sistema de identidade.
Por meio da pele é que se percebe o toque de amor de uma pessoa
querida. E, como se fosse pouco, a mesma epiderme se renova totalmente a
cada 15 dias. Estima-se que, a cada dia, perdemos 10 bilhões de células
epidérmicas, as quais ficam principalmente na cama, roupa e banheira, ou se
soltam quando caminhamos, comemos ou nos abraçamos.
Tudo isso é realizado de forma automática, sem que haja nenhum esforço
de nossa parte. É algo extraordinário e fantástico.
SISTEMA DO PALADAR
Localizados na parte anterior da boca, os lábios possuem músculos que nos
permitem abrir e fechar a boca, sugar, assoviar, sussurrar, falar e beijar. Os
lábios também são “porteiros” que anunciam a temperatura do alimento.
A língua fica na base da boca, e é o órgão principal do paladar. Os lábios e
a língua estão entre os tecidos mais sensíveis do nosso corpo. É por isso que
uma grande porção do córtex cerebral está destinada a interpretar os estímulos
que essas zonas do corpo recebem.
Na base da língua, veem-se umas protuberâncias no formato de um V
aberto para frente, que são algumas das 300 papilas gustativas que possuímos.
Outras estão no interior das bochechas, do palato e da garganta.
As papilas gustativas têm cerca de 10 mil corpúsculos gustativos que
detectam os diferentes sabores: o doce, na ponta da língua; o salgado e azedo,
nos lados; o amargo, na parte posterior da língua, no palato e na garganta. Esses
sabores não são os únicos. Fala-se do sabor dos sais metálicos, do giz, de alguns
aminoácidos. Quanto mais fome tivermos, melhor será o sabor dos alimentos.
Com os anos, os corpúsculos gustativos diminuem, o que explica por que
na velhice se sente menos o sabor dos alimentos.
Os dentes estão localizados nas extremidades das mandíbulas superior e
inferior, mas somente a mandíbula inferior se move para cima e para baixo, e
um pouco para frente e para trás.
© Alexilus | Fotolia

Anatomia da boca.

A saliva é produzida por um ato reflexo em três tipos de glândulas. Na base


da boca e debaixo da língua estão as glândulas salivares sublinguais e
submaxilares. As parótidas ficam nas laterais do rosto, debaixo do ouvido.
A quantidade e composição da saliva variam segundo a glândula, sendo
indispensável para que se possa falar e engolir, uma vez que umedece e
lubrifica a boca e a garganta.
A saliva dissolve alguns alimentos e também umedece as papilas gustativas,
que servem para determinar o sabor dos alimentos. Se não houvesse umidade
na boca, não saberíamos o sabor do alimento. A saliva contém a enzima
ptialina, cuja função é iniciar a digestão dos carboidratos. Ela também contém
o tiocianato, que, com enzimas especiais, protege os dentes das cáries graças a
sua função antibacteriana.
A língua é um órgão que se movimenta muito quando falamos e comemos.
Quando comemos, a língua se move misturando o alimento cortado, rasgado e
triturado pelos dentes.
As bochechas formam as paredes laterais da boca. Com os lábios, elas
impedem que o alimento saia da boca, fazendo com que ele passe para o
esôfago por meio de uma ação muscular reflexa.
Quando um alimento está estragado, é comum que o cuspamos. Porém,
se, inadvertidamente, ele passa da boca para o estômago, um mecanismo
automático o devolve para a boca, o que se conhece como vômito. Além disso,
o sistema digestório pode ficar tão afetado a ponto de causar diarreia, uma forma
de eliminar o alimento estragado.
Grande parte da comunicação entre os seres humanos se realiza com a
boca, mediante os lábios e a língua. A boca precisa do cérebro. Cada um realiza
sua função; mas, ao mesmo tempo, dependem de outros órgãos.
Todos os “terminais” citados – olhos, ouvido, nariz, pele e boca – são tão
extraordinários que o ser humano ainda não consegue compreender como
exatamente funcionam. Embora haja diversas teorias para explicar tais funções,
ainda não é possível entender como tudo isso ocorre.
Nosso corpo é um maravilhoso sistema de máquinas, muito mais perfeito
que os mecanismos criados pelo homem. Essa máquina também tem seu
Inventor, o que é voluntariamente ignorado por muitos. Esse inventor é Deus.
Contudo, seu nome não pode ser ignorado, uma vez que seu poder se
manifesta em cada órgão, tecido e célula do corpo vivo. E o mais importante:
ele espera que você e eu o reconheçamos como nosso Criador.
22
Sistemas Digestório, Excretor e
Ósseo

SISTEMA DIGESTÓRIO

O
sistema digestório é constituído por um conjunto de órgãos. Sua
função é receber os alimentos e processá-los para que os nutrientes
possam atravessar os diversos tecidos, entrar na corrente sanguínea e
alcançar todas as células do organismo. Durante uma vida, passam por ele cerca
de 70 toneladas de alimentos.
Os alimentos contêm todos os nutrientes que nos dão energia e elementos
que reparam e fabricam as estruturas celulares necessárias para a vida, sendo
chamados de carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais.
Quando um alimento sólido entra na boca, deve passar por um sistema de
segurança constituído pelo olfato e pelos lábios. Então, os dentes começam seu
trabalho: os incisivos cortam, os caninos rasgam e os pré-molares e molares
trituram.
Como os alimentos podem ter texturas diferentes, os dentes devem ser
suficientemente fortes. Para isso, sua cobertura é de esmalte, a substância mais
dura que temos em nosso corpo. Após o esmalte, vêm a dentina e o cimento.
Entretanto, os dentes também precisam de nutrientes e de sensibilidade, o
que recebem através dos vasos sanguíneos e nervos que circulam em seu
interior.
© Pixeocals | Fotolia Os dentes que crescem antes dos seis anos de
idade são apenas 20 e não têm raízes muito
profundas. Entre 6 e 20 anos de idade, eles são
substituídos pelos dentes que deverão permanecer na
boca por toda a vida.
A cor branco-pérola, forma, o tamanho e a
posição dos dentes na boca resultam de desenho e
planejamento extraordinários.
Entre outros componentes da boca, estão as
glândulas salivares. Como já se mencionou, a saliva
lubrifica, dissolve os alimentos, transforma-os e
destrói as bactérias.
A língua desempenha um papel indispensável,
Sistema digestório.
pois mistura os alimentos com a saliva, faz a
degustação e os empurra para a faringe, de onde
seguirão para o esôfago. Nesse processo, a epiglote
bloqueia a laringe, impedindo que o alimento passe para a traqueia e os
pulmões, o que seria perigoso para a função vital da respiração. A abertura para
as fossas nasais fecha o palato mole, que também serve de obstáculo para o
caminho dos ouvidos pela trompa de Eustáquio.
Engolimos cerca de 600 vezes por dia, metade delas para engolir saliva. É
impossível engolir com a boca aberta. Muitos mamíferos podem engolir
enquanto respiram, mas para o ser humano isso é impossível: ou comemos ou
respiramos.
Uma vez que o alimento chega ao esôfago, é como se tivesse caído numa
correia sem fim que o levará de forma automática ao longo de todo o tubo
digestório, graças à musculatura lisa que se contrai progressivamente num
processo conhecido como peristaltismo. O alimento demora dois ou três
segundos para percorrer o esôfago.
Nesse processo, existe uma impressionante coordenação de atividades,
ações complexas e precisas de vários órgãos, que incluem os digestórios, as
glândulas digestivas, o sistema muscular liso e o sistema nervoso. Em condições
normais, ninguém percebe o que verdadeiramente acontece nessa parte do
corpo.
Cheirar, saborear ou pensar no alimento estimula as glândulas salivares,
como também as glândulas gástricas, as quais começam a produzir o suco
gástrico, que fica a espera do alimento.
Todos os dias, o estômago segrega cerca de 2,5 litros de suco gástrico. Esse
suco contém ácido clorídrico e certas enzimas que transformarão proteínas,
gorduras e carboidratos que, com minerais e vitaminas, formarão o quimo.
Por vezes nos perguntamos como é possível que o ácido clorídrico e as
enzimas, ambos produzidos pelas glândulas gástricas, façam a digestão dos
alimentos e de tudo que chega ao estômago, sem afetar as paredes do estômago.
A razão é que as células que formam o interior do estômago produzem
uma barreira de muco que não permite sua degradação. Quem ensinou essas
células a produzir muco? Quem deu a fórmula com os componentes exatos
para tal resistência?
Na união do esôfago com o estômago, existe uma válvula chamada cárdia
que permite a passagem do alimento até o estômago. Quando o alimento chega
ao estômago, uma mensagem é enviada, por via reflexa, ao pâncreas, ao
intestino delgado e à vesícula biliar, para que se preparem para a chegada do
quimo. O alimento permanece no estômago de duas a quatro horas até ser
digerido.
Realizada a digestão no estômago, dá-se a ordem de abrir o piloro, válvula
que separa o estômago do intestino. O intestino é um tubo com cerca de sete
metros de comprimento, e sua primeira parte é o duodeno. O quimo, formado
pelo alimento semidigerido no estômago, estimula a secreção da enzima
colecistocinina (CCK), que induz o piloro a se fechar e a vesícula biliar a se
contrair, enviando bile ao duodeno. Ali não há comandos de um guarda, mas as
ordens químicas se executam sem qualquer demora ou discussão.
A digestão dos nutrientes no intestino delgado se completa no período de
uma a quatro horas pela ação do suco intestinal, do suco pancreático e da bílis,
totalizando cerca de 5,5 litros de sucos digestivos por dia.
Os aminoácidos, os ácidos graxos, a glicerina e a glicose, juntamente com
as vitaminas e os minerais, são absorvidos nas vilosidades intestinais e levados
por meio de capilares a todas as partes do corpo, depois de passarem pelo fígado.
Os ácidos graxos e a glicerina são levados para uns tubinhos chamados
quilíferos, que fazem parte do sistema linfático – um sistema de tubos em que a
linfa circula lentamente até o canal torácico –, o qual, por sua vez, desembocará
na veia subclávia esquerda, que vai até o coração. Os açúcares e proteínas são
levados pelos vasos sanguíneos para o fígado, onde serão misturados com o
sangue que ali chega vindo do coração.
No intestino grosso, o alimento permanece por cerca de dez horas, às vezes
por alguns dias. Uma grande quantidade de água é ali absorvida, dando
consistência ao alimento não absorvido, que constitui as fezes ou o material
fecal, que são excretados pelo ânus.
O sistema digestório é um sistema que requer a colaboração de diversos
tecidos: epiteliais, nervosos, musculares e glandulares. Os tecidos interiores se
desgastam e devem ser substituídos, o que é feito automaticamente.
A digestão dos alimentos é interrompida cada vez que comemos, o que
retarda o processo digestivo. Os órgãos digestórios, assim como os músculos,
precisam de descanso depois do período ativo. Caso não permitamos esse
descanso, a harmonia interna dos órgãos do corpo começará a se deteriorar.
O fígado, que é a maior glândula do corpo humano, é um laboratório
químico extraordinário. Ele fabrica a bílis, que governa a atividade intestinal a
fim de que não nos intoxiquemos com os produtos de nossa própria digestão. É
a bílis que dá cor às fezes, por meio dos pigmentos biliares que contém.
Apesar de tudo isso, o fígado é muito mais do que uma glândula digestiva.
Ele elabora um grande número de substâncias químicas necessárias a todos os
órgãos. Os rins não poderiam eliminar o nitrogênio residual se o fígado não o
transformasse em ureia para ser excretada.
O fígado converte os aminoácidos em uma albumina que regula o
equilíbrio do sal e da água, sem os quais é impossível viver.
Ele também libera a energia dos alimentos, elabora e armazena glicogênio
e, se as células precisarem de açúcar, fraciona o glicogênio. Além disso, cuida
de armazenar uma quantidade suficiente de gordura, deixando-a de reserva até
que o corpo precise dela.
Nos ossos, o fígado armazena as vitaminas necessárias para a formação de
sangue. Produz heparina, que nos ajuda na proteção contra a formação de
coágulos.
O fígado combate os vírus e toxinas bacterianas, expulsando-os do corpo.
Também elimina os perigosos excessos de medicamento, protege os tecidos
contra as substâncias químicas industriais e equilibra os hormônios sexuais para
que não sejamos impotentes nem obcecados pelo sexo.
O fígado é constituído de apenas um tipo de célula, que, porém,
desempenha diferentes funções. Como isso é feito é um mistério. Da mesma
forma como permanece um mistério a sua grande capacidade regenerativa, que
o habilita a reconstituir seu tecido repetidas vezes, tal como é demonstrado nos
transplantes desse órgão.
Sabe-se que entre os maiores inimigos de fígado estão as bebidas alcoólicas.
O álcool deve ser eliminado do corpo; e, nessa tarefa, desenvolve-se a cirrose,
processo que leva à morte as células hepáticas.
Da mesma maneira, uma nutrição deficiente pode desencadear lesões nas
células hepáticas dando oportunidade para certos vírus as destruírem, causando
a hepatite.
Nutrição adequada e boa higiene, além do não consumo de substâncias
tóxicas, conservarão as funções do fígado, que, dia e noite, trabalha por nossa
saúde.

SISTEMA EXCRETOR
O sistema digestório não pode processar completamente todos os
alimentos. O que sobra deles é considerado como resíduo e, em forma de fezes,
deve ser eliminado do intestino grosso através do ânus. Nosso intestino é, então,
uma espécie de lixeira que recolhe e, depois, envia tudo para o exterior.
No entanto, existe outro sistema de eliminação de resíduos tão ou mais
importante. Refiro-me ao sistema excretor formado pelos rins, ureteres, bexiga e
uretra.
Temos dois rins do tamanho de um punho, os quais se localizam na parte
superior e atrás do abdômen. Cada um deles pesa pouco mais de 100 gramas.
Cada rim tem mais de um milhão de pequenos filtros conhecidos como
néfrons, em cujas extremidades estão os glomérulos, que são estruturas cobertas
por minúsculos capilares por onde passa o sangue.

© 7activestudio | Fotolia O material filtrado segue por túbulos que, em


cada rim, se estendem por mais de 200 quilômetros.
É nesses túbulos que se equilibra a água que o corpo
deve ter para que as células não se ressequem nem se
afoguem. O sangue passa pelos rins centenas de vezes
por dia. Em cada passagem, muitas gotas de água e
resíduos seguem seu curso, dos quais 99% são
recuperados, fazendo com que, em 24 horas,
eliminemos cerca de 2 litros de urina. Os rins filtram
Sistema excretor.
mais de 1.500 litros de sangue por dia.
É nos túbulos do néfron que também se regula a
acidez ou alcalinidade do sangue para que as células do corpo não sejam
alteradas. Deixa-se a quantidade necessária de potássio e sal no sangue, já que
um pouco mais poderia fazer o coração parar, e um pouco menos causaria
falência dos músculos, especialmente daqueles relacionados com a respiração, o
que resultaria em morte.
Além disso, os túbulos absorvem hormônios, vitaminas, aminoácidos,
glicose e minerais necessários para a saúde, e os devolvem para a corrente
sanguínea. No entanto, se houver excesso desses elementos, os túbulos deixarão
que continuem no líquido não absorvido para serem eliminados na urina.
Um dos resíduos mais importantes que os rins devem eliminar é a ureia,
que resulta do metabolismo das proteínas. O nível de ureia no sangue é um
indicador importante: pouca ureia indica que o fígado sofreu algum dano;
muita ureia causa intoxicação no sangue, o que pode levar ao que se conhece
como uremia. Se não for controlada, a uremia pode levar a uma prostração
nervosa, ao coma e à morte.
A urina sai dos rins através dos ureteres, que têm cerca de 30 cm de
comprimento. Dali, chega à bexiga, onde se acumula. À medida que a bexiga se
enche, um esfíncter localizado à sua saída vai se abrindo, provocando o desejo
de urinar. Um pouco mais abaixo, um segundo esfíncter, ou válvula, é
controlado voluntariamente. Esse controle se desenvolve pouco a pouco na fase
da infância.
A bexiga é capaz de armazenar entre 200 e 700 cm3 de urina, mas,
normalmente, não passa de meio litro. A urina é eliminada por um conduto
chamado de uretra.
Como todos os órgãos, os rins também sofrem com infecções, algumas das
quais são muito severas tais como nefrite e cistite. Felizmente, os antibióticos e
sulfas têm ajudado muito na luta contra esses males.
Uma queimadura no corpo pode causar lesões nos rins por excesso de
trabalho, pois devem eliminar os tecidos destruídos. Não beber água o
suficiente também causa danos aos rins. Recomenda-se que bebamos pelo
menos 1,5 litro por dia. O enrijecimento das artérias por aumento de colesterol
em suas paredes pode causar uma diminuição no fluxo de sangue para os rins,
causando-lhe danos.
O álcool, as drogas, a cafeína e outros venenos afetam os néfrons; a raiva
também tem o mesmo efeito. Ocorre que esses produtos atuam sobre a glândula
pituitária, que está na base do cérebro. Uma vez que a pituitária produz um
hormônio antidiurético, quando se ingere álcool e outras toxinas mencionadas,
o hormônio deixa de ser produzido, o que faz aumentar a produção de urina.
Já ouviu falar dos cálculos renais? Eles se formam justamente por falta de
água no corpo: a urina fica concentrada e há um excesso de sais de cálcio e
ácido úrico. Alguns cálculos bem pequenos são eliminados sem dificuldades;
mas, às vezes, chegam a alcançar o tamanho de uma ervilha ou de uma laranja,
exigindo uma cirurgia.
Uma dieta inadequada também afeta os rins. Para manter seus rins sadios,
é preciso beber bastante água, ter uma alimentação equilibrada, não se expor ao
frio desnecessariamente e se livrar da raiva e do estresse.
O corpo requer um perfeito equilíbrio de substâncias no sangue e, de
maneira extraordinária, os rins promovem esse equilíbrio – outra maravilha da
criação de Deus!

SISTEMA ÓSSEO
O ser humano nasce com 270 ossos. Alguns deles vão se fundindo com o
passar dos anos, fazendo com que o número se reduza para 206 na idade adulta.
Existem ossos longos, curtos, planos e irregulares. Nas extremidades, temos
ossos compridos e curtos; na cabeça e no ombro, eles são planos; nas vértebras
que formam a coluna vertebral e na pélvis, são irregulares. O osso mais longo e
forte é o fêmur; o menor é o do estribo do ouvido, uma delicada maravilha de
engenharia.
Os extremos dos ossos longos são formados por um tecido ósseo disposto
como uma rede tridimensional, chamada de tecido ósseo esponjoso. As partes
da rede são chamadas trabéculas e, entre seus espaços, encontra-se a medula
óssea que produz os glóbulos vermelhos.
As trabéculas são tão finas como a metade do grafite de um lápis e estão
orientadas na mesma direção das linhas de tensão às quais o osso está
submetido. No caso do calcanhar, elas estão orientadas para dissipar o impacto
associado ao ato de caminhar.
Os ossos têm propósitos diferentes. Os do crânio têm a função de proteger
órgãos vitais como o cérebro e o cerebelo; as costelas protegem o coração e os
pulmões; e a coluna vertebral, a medula espinhal. Os ossos dão forma e firmeza
ao corpo.
Eles são um depósito de minerais: acumulam 99% do cálcio, 88% do
fósforo e quantidades menores de cobre, cobalto e outros elementos.
O cálcio é indispensável para a contração muscular, incluindo o coração.
Sem ele, os axônios dos nervos não poderiam conduzir os impulsos nervosos e o
sangue não se coagularia quando necessário. Um excesso de cálcio se
depositaria nos rins com consequente intoxicação urêmica e morte.
Muitos ossos são uma fábrica industrial, pois contam com a medula óssea
em seu interior, a qual produz uma grande quantidade de glóbulos vermelhos e
a maior parte dos glóbulos brancos. O Engenheiro que os projetou sabia que
um osso compacto seria muito pesado para nossos músculos e que um osso oco
seria tão ou mais resistente que um compacto. Assim, ele providenciou que
houvesse esse oco e aproveitou para instalar ali uma fábrica de glóbulos
vermelhos e brancos.
Os ossos que formam as vértebras e a pélvis são formados em grande
medida por material leve e esponjoso. Os ossos das extremidades são densos e
fortes. Essa dureza deriva do cálcio que forma as células ósseas ou osteócitos.
Os bebês nascem com os ossos moles, e muitos desses ossos possuem
cartilagem nas extremidades. Não fosse assim, o parto natural seria praticamente
impossível.
Nas primeiras cinco semanas de formação do bebê, começa a aparecer a
cartilagem da qual se formarão os ossos; aos quatro meses, o cálcio começa a ser
depositado na cartilagem, começando o processo de ossificação que só
terminará na adolescência. Terminada a ossificação, o osso não cresce mais e o
tamanho da pessoa fica determinado.
Se um osso se fratura, ou seja, se quebra, os osteoblastos segregam um
colágeno que depois se calcificará para regenerar o osso. Para que não fiquem
bordos ásperos e a ossificação seja bem feita, outras células chamadas
osteoclastos trabalham intensamente.
Os ossos não estão livres de doenças. As pessoas mais velhas, especialmente
as mulheres, podem sofrer de osteoporose, que é um desbastamento e
debilitação dos ossos, resultado de uma menor absorção de cálcio do sangue. Os
ossos ficam quebradiços e uma simples queda pode causar uma grave fratura.
O câncer da medula óssea é outra condição que
© pixdesign123 | Fotolia inclui os ossos, e que hoje em dia se trata mediante
transplantes de medula óssea.
Uma invasão de germes pode ocasionar a
chamada osteomielite, uma infecção que pode
destruir os ossos. O germe da tuberculose pode
causar uma deformação da coluna vertebral. E
alimentação e higiene inadequadas podem originar o
raquitismo.
Nunca devemos nos esquecer de que o exercício
contribui para formar ossos mais fortes, firmes e com
maior tensão. As pessoas que ficam na cama por
muito tempo sofrem de uma debilitação dos ossos.
Ainda não dissemos muito sobre a coluna
vertebral, essa série de 33 ossos irregulares que, entre
uma e outra vértebra, têm umas almofadas chamadas
discos. No bebê, a coluna é bastante reta, mas com o
crescimento, ela fica com o formato de um S, com
convexidade posterior nas zonas do tórax e do sacro.
Essa forma de S é importante para o amortecimento
das sacudidas que a coluna deverá suportar. Não
fosse assim, ao pular sentiríamos dor.
Sistema ósseo. A coluna vertebral suporta a maior parte do peso
do corpo, e as costelas estão unidas a ela. A coluna
vertebral permite que giremos a cabeça e dobremos o
corpo. Um orifício em cada vértebra permite alojar a medula espinhal, cujo
propósito principal é transportar milhões de mensagens sensitivas do corpo para
o cérebro e ordens motoras do cérebro para os braços e pernas. Para isso, nos
diferentes níveis da medula nascem e chegam 31 pares de nervos.
Se, por alguma razão, os nervos sofrem pressão – provavelmente por um
disco fraturado –, isso causará muita dor. Um dos casos mais conhecidos é o do
nervo ciático, pois sua dor vai desde a cintura até os dedos dos pés.
Pessoas que ficam paralisadas da cintura para baixo são designadas
paraplégicas. Já o tetraplégico sofre de paralisia desde os braços até as pernas. A
causa dessa paralisia é a destruição da medula espinhal em casos de acidentes.
Mergulhar em águas pouco profundas é uma causa comum de paraplegia, pois
ao se chocar com o fundo, o pescoço se quebra, e a medula óssea se corta. Até o
momento, não existe nenhum recurso cirúrgico que possa solucionar o corte da
medula. A paralisia permanecerá por toda a vida.
Os ossos não poderiam agir se não tivessem o sistema flexível que lhes
permite estar unidos a outros ossos, mas não soldados entre si. Esse sistema é
chamado de articulações.
Fala-se em cinco tipos de articulações. A primeira articulação é a do
encaixe, na qual um lado tem o formato de uma bola e o outro, de uma
cavidade, o que permite movimentos amplos. É o que temos na união do fêmur
com o osso do quadril. Também a encontramos na articulação do braço com o
ombro.
Um segundo tipo de articulação é conhecido como bisagra, a qual permite
um movimento como o de uma porta ao se abrir e fechar. Encontra-se nas
articulações do cotovelo, da mandíbula e dos dedos.
Um terceiro tipo de articulação é a dos tornozelos e munhecas, que
complementam os movimentos das mãos e dos pés, respectivamente. Trata-se
de uma articulação plana.
O quarto grupo é o de movimentos limitados, como ocorre entre as
costelas e as vértebras, e as costelas e o esterno quando respiramos.
O quinto grupo é a articulação fixa que se encontra entre os ossos do
crânio.
Como se pode perceber, cada tipo de articulação está no lugar exato em
que é necessária. Nossas articulações poderiam durar 100 anos ou mais. Assim
como um computador reflete o plano e o desenho de um engenheiro, os
sistemas digestório, excretor e ósseo sugerem a existência de Alguém que os
planejou de maneira perfeita para que o corpo funcione como um todo
harmônico e belo.
23
Sistemas Circulatório e Nervoso

O TRANSPORTE DO SANGUE

N
osso corpo precisa de alimentos, água e ar. Se esses elementos
chegarem aos órgãos digestivos e respiratórios e não encontrarem um
sistema de distribuição que os leve até as células, não servirão para
nada. No entanto, esse sistema foi desenhado sem que se cometesse nenhum
erro. Refiro-me ao sistema circulatório.
O coração faz circular o sangue, que é uma substância constituída por
uma parte líquida – o plasma ou soro sanguíneo – e uma parte sólida formada
por glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, plaquetas e inúmeras substâncias
solúveis.
Os glóbulos vermelhos ou eritrócitos vivem cerca de quatro meses. Sua
função é transportar o oxigênio mediante uma proteína chamada hemoglobina.
Cerca de 200 milhões de glóbulos vermelhos são substituídos a cada dia. Eles
são fabricados na medula óssea dos ossos longos, costelas, vértebras e ossos do
crânio. Os glóbulos antigos são destruídos no baço por terem envelhecido ou
sofrido dano, e o ferro da hemoglobina é reciclado pelo fígado. Nada se perde.
Os glóbulos brancos ou leucócitos são elementos indispensáveis para
combater as infecções. Ao se defrontar com as bactérias, eles produzem
anticorpos, lutando contra vírus, fungos e destruindo tumores.
As plaquetas são contadas aos trilhões. São produzidas com a destruição de
células maiores chamadas megacariócitos. Sem elas, um pequeno corte poderia
© pixelcaos | Fotolia nos fazer sangrar até morrer. Diante de ferimentos, as
plaquetas ficam pegajosas, liberam substâncias
químicas que atraem mais plaquetas e se unem para
formar uma espécie de barragem que detém a perda
de sangue.
Ao mesmo tempo, o fibrinogênio que existe no
sangue forma uma espécie de malha que capta outras
plaquetas, como também os leucócitos e eritrócitos.
Formam-se, então, um tampão que em poucos dias
será removido, limpado dos resíduos e, então, o
tecido normal será restaurado.
Ninguém imagina como o organismo sabe onde
deve efetuar o processo de coagulação.
O sangue circula por um sistema de condutos
Sistema circulatório. ou vasos chamados de artérias, veias e capilares à
vazão de cinco litros por minuto, ou seja, 7.200 litros
por dia. O corpo adulto tem vasos sanguíneos
suficientes para se estender por mais de 96.600 km, ou seja, eles são capazes de
dar duas voltas e meia em torno do nosso planeta!
O sistema circulatório tem uma bomba inigualável: o coração. Sua
duração está garantida para que ele continue batendo por pelo menos 100 anos.
Essa máquina não precisa ser levada ao mecânico, pois se algo acontece, ela é
consertada automaticamente enquanto funciona.
O coração possui quatro câmaras: duas superiores, chamadas de átrios, e
duas inferiores, os ventrículos. O átrio direito recebe o sangue carregado de
dióxido de carbono que percorreu todo o corpo. Esse sangue passa para o
ventrículo direito, que bombeia o sangue para os pulmões para que seja
purificado. Nos pulmões, o sangue recebe o oxigênio que as células precisam e
volta para o átrio esquerdo. Dali, ele passa para o ventrículo esquerdo, o qual,
com poderosas contrações, envia o sangue purificado para todo o corpo.
O coração “sabe” acelerar quando fazemos exercícios ou quando estamos
estressados ou doentes, também “sabe” desacelerar com o repouso. Ele “sabe”
quanto sangue deve bombear e por quanto tempo. Se o coração não funcionar
por somente sete segundos, perdemos a consciência; se parar por quatro
minutos, isso seria fatal para nós. O coração pode palpitar até 30 milhões de
vezes durante um ano e, em toda a vida, mais de 2.500 bilhões de vezes. Não há
no corpo humano um músculo mais forte do que o coração. Diariamente, ele
bombeia sangue suficiente para encher um tanque de 15.138 litros; em um ano,
o coração bombeia mais de 300 mil toneladas de sangue. Embora o coração
represente cerca de 1/200 do peso do corpo, ele requer mais de 1/20 do
abastecimento de sangue do corpo.
O sangue do sistema circulatório, além de distribuir oxigênio, distribui
aminoácidos que vão reparar ou formar células novas e também fornece glicose
que gera a energia que as células precisam para funcionar. Ele leva água e sais
minerais, que contêm iodo, cobalto, cálcio, magnésio, sódio, potássio, fósforo e
ferro. Na corrente sanguínea, não faltam as vitaminas e os hormônios,
mensageiros químicos produzidos pelas glândulas endócrinas que regulam o
funcionamento de tecidos e órgãos.
Entretanto, depois de as células utilizarem esses materiais, elas entregam
restos ou resíduos para o sangue para que sejam eliminados. O dióxido de
carbono resultante da respiração é levado aos pulmões e, dali, para o exterior
pelas vias respiratórias. A ureia e o amoníaco provenientes do metabolismo das
proteínas são levados aos rins, que se encarregam de eliminá-los na urina. As
toxinas e outros produtos são neutralizados no fígado.
As artérias transportam sangue oxigenado com nutrientes, enquanto as
veias conduzem sangue carregado de dióxido de carbono e outros resíduos do
metabolismo. Entre artérias e veias estão os capilares, condutos finíssimos que
se conectam às células. É ali que o sangue circula com mais lentidão e se
realiza o intercâmbio de nutrientes e resíduos.
Nas veias que sobem pelas pernas e vão até o coração, há um conjunto de
válvulas, cuja função é evitar que o sangue seja devolvido por causa da força da
gravidade.
A temperatura do corpo é regulada pela ação do sistema circulatório e das
glândulas sudoríparas. Se sairmos ao ar frio, os vasos sanguíneos da pele se
contraem e empalidecemos, mantendo o calor no interior do corpo. Nos dias
quentes, esses vasos se dilatam para eliminar o calor excessivo, e ficamos
“corados”. É uma verdadeira radiação do calor que requer a cooperação de
todas as células do corpo.
Existe em nós um sistema regulatório pouco conhecido e, de certo modo,
misterioso. Esse sistema também é conhecido como sistema circulatório branco
ou sistema linfático.
Esse sistema é responsável por drenar o excesso de líquido dos tecidos,
além de combater infecções. É como um sistema de esgotos que se origina nos
tecidos, precisamente nos espaços intercelulares, e termina esvaziando
lentamente seu fluido, a linfa, em veias da zona do pescoço, que vão ao
coração.
Não há uma bomba que o faça circular; o movimento dos músculos é
suficiente para isso. Por isso, o exercício físico é tão necessário.
Em seu percurso, a linfa passa pelos gânglios, onde se encontram os
glóbulos brancos prontos para lutar contra as infecções.
O sangue transporta minerais, gordura, vitaminas, açúcares e proteínas
para todas as células por meio das artérias e capilares, a fim de nutri- las. Os
capilares e as veias, como também os vasos linfáticos, recebem das células
líquido em excesso e resíduos do metabolismo, devolvendo-os ao coração.
Todos os dias, o sangue perde metade de suas proteínas, as quais são
recuperadas pelo sistema linfático.
Os gânglios linfáticos são como filtros que retêm quase tudo aquilo que
pode ser nocivo. É possível que você conheça alguém que foi operado de um
tumor maligno (câncer). Geralmente os médicos extirpam não somente o
tumor, mas também os gânglios linfáticos mais próximos do tumor para ter mais
segurança de que o câncer não se estenderá para outros lugares.
Quando ocorre uma infecção no braço ou na mão, podemos sentir dor na
axila; uma infecção na perna pode fazer com que sintamos dor na virilha; uma
infecção no couro cabeludo nos fará sentir dor na região posterior do pescoço.
No entanto, além da dor, também notaremos um inchaço na axila, na virilha ou
no pescoço. Esse é um sinal de que os gânglios estão lutando intensamente para
deter a infecção.
As pessoas que sofrem de leucemia linfática e do linfoma de Hodgkin
experimentam um grande crescimento ganglionar.
Não lhe parece uma maravilha que o corpo reaja automaticamente para
manter a saúde?

SISTEMA NERVOSO
© pixelcaos | Fotolia O sistema nervoso é composto de duas partes
principais. A primeira é chamada de sistema nervoso
central e é formada pelo cérebro, cerebelo e medula
espinhal. A outra constitui o que se chama de sistema
nervoso periférico, que é formado pelos nervos que
desempenham duas importantes funções: o controle
dos músculos esqueléticos que realizam as ações
voluntárias, e o funcionamento automático e
inconsciente, interno e externo, do corpo.
A unidade básica do sistema nervoso é a célula
nervosa, também chamada de neurônio. Ela detecta
a informação sensorial e a conduz na forma de
impulso eletroquímico. Bilhões de neurônios
agrupados em pacotes formam os nervos, os quais
transmitem em dois sentidos as mensagens
eletroquímicas entre o cérebro, a medula espinhal e
Sistema nervoso. os órgãos do corpo.
Os neurônios têm uma parte central, o corpo
celular, do qual saem pequeníssimas fibras chamadas
dendritos e uma fibra longa – o axônio – que as conecta entre si e com o resto
do corpo. Existem pequenas diferenças estruturais entre elas, dependendo se
são do córtex cerebral, do cerebelo ou da medula espinhal.
A complexidade de um neurônio é tamanha que desafia a teoria da
evolução. Qualquer neurônio é muito mais avançado do que o mais sofisticado
computador existente.
Os neurônios se comunicam entre si por meio de sinais elétricos e
químicos.
Mais de cem substâncias químicas, chamadas de neurotransmissores,
levam as mensagens de um neurônio ao outro. Elas são fabricadas no corpo
celular e levadas à periferia através de tubos finíssimos, chamados de
microtúbulos, e armazenadas em pequeníssimas vesículas. Dali, num piscar de
olhos, podem ser liberadas ou armazenadas de acordo com as necessidades
celulares.
A medula espinhal é formada por dois tipos de nervos: os sensitivos que
vêm dos órgãos dos sentidos, e os motores que levam impulsos do cérebro e da
medula para os músculos e glândulas a fim de produzir, respectivamente,
movimentos musculares e secreções glandulares.
O cérebro, que é o centro de controle, recebe e analisa a informação
sensorial externa fornecida pelos olhos, ouvidos, nariz, língua e pele, assim
como de cada um dos órgãos do corpo. De posse desses dados, ele inicia e dirige
as respostas que o organismo precisa, sejam automáticas ou voluntárias.
O cérebro é um supercomputador orgânico de cerca de dois quilos, mas
com uma capacidade de memória maior do que qualquer computador
eletrônico. Ele fica dentro do crânio e está protegido contra golpes por ossos,
pelas meninges e por um fluido amortecedor, conhecido como líquido
cefalorraquidiano.
Alimentado por uma rede de vasos sanguíneos que levam oxigênio e
energia necessários, o cérebro determina, automaticamente, a quantidade
desses elementos que deverá receber e em que tempo devem chegar.
A parte externa do cérebro é o córtex cerebral ou matéria cinzenta,
formada pelos corpos neuronais de cerca de 35 bilhões de neurônios, os quais,
entre si conectados, fazem milhões de ajustes de acordo com as necessidades do
corpo. Existem ali seções ou regiões onde se processam a memória, o
pensamento, a linguagem oral e escrita e as funções sensoriais e motoras. Há
também seções especializadas em dons artísticos e sentimentos.
De maneira contínua, o cérebro atualiza as informações que recebe,
modificando-as e expandindo-as. Sabemos muito pouco sobre como se realizam
essas funções.
Não é de admirar, portanto, que o cérebro – o centro diretor do corpo –
consuma 1/6 do oxigênio e 1/5 das calorias consumidos pelo corpo.
Por baixo do córtex cerebral, encontra-se a matéria ou substância branca
formada pelos axônios dos neurônios, os quais estão ligados a diferentes seções
do córtex cerebral. Esses axônios também estão conectados com alguns corpos
de matéria cinzenta da base cerebral, os quais, por sua vez, estão conectados ao
cerebelo, à protuberância anular e à medula espinhal.
O cérebro coordena todos os movimentos: respiração, pulso e pressão, ação
hormonal, etc. Além de identificar os estímulos do ambiente, o cérebro reage
fazendo com que gostemos ou admiremos algo, que nos alegremos, ou não.
Diferentemente do cérebro, um computador eletrônico não é capaz de
produzir sentimentos de alegria diante da beleza nem de oração diante do
sagrado.
Já na quarta semana de gestação, cerca de 250 mil neurônios são formados
por minuto, os quais migram para as seis camadas que nesse momento tem o
embrião. Cada célula formada sabe exatamente aonde ir, o que fazer e como se
unir às outras por meio de milhares de conexões. Aos três meses e meio, o
cérebro de um embrião já fica evidente. Um processo complexo, maravilhoso e
misterioso ocorreu.
O cérebro e os demais órgãos do corpo foram formados de maneira
maravilhosa. Com elegância, a Bíblia declara: “Foram as tuas mãos que me
formaram e me fizeram. [...] Lembra-te de que me moldaste como o barro [...]?
Acaso não me despejaste como leite e não me coalhaste como queijo? Não me
vestiste de pele e carne e não me juntaste com ossos e tendões?” (Jó 10:8-11).
O cérebro possui um fantástico e misterioso programa interno que permite
a pessoa interagir com o ambiente. Um bebê, no segundo dia de vida, já pode
reconhecer sua mãe pelo cheiro, pela audição e pelo paladar. Com um mês, ver
a mamãe é uma alegria. Aos três meses, seus olhos já são capazes de seguir
objetos e pessoas em movimento, e ele pode sorrir em resposta a um sorriso. Aos
seis meses começa a imitar sons e a pegar objetos. Aos nove meses já pode se
sentar e compreender a palavra “não”.
Aos 12 meses, é possível que já esteja andando e pronunciando algumas
palavras. Qualquer criança normal pode aprender facilmente uma das 6 mil
línguas ou idiomas existentes, não importa em que cultura esteja. A maior parte
do trabalho cerebral é silenciosa. As lembranças, os pensamentos, a imaginação
e as ideias não produzem nenhum ruído enquanto são processados.
Enquanto trabalha, caminha, estuda, dirige, pedala ou realiza seus
trabalhos cotidianos, você não precisa pensar se o coração vai continuar
batendo, se os pulmões vão se encher de ar, se os músculos vão se contrair, se os
braços e as pernas vão se mover, se as pálpebras vão piscar, se os cabelos vão
crescer ou se a pele vai se renovar. O sistema nervoso cuida de tudo isso.
Uma das funções mais importantes do cerebelo é controlar o equilíbrio e
os movimentos circulares. O equilíbrio depende de uma interação complexa de
sistemas e órgãos do corpo tais como ouvido, olhos, músculos, coração, cérebro
e sistema nervoso.
O cerebelo não poderia agir dessa forma se não tivesse a informação que
recebe dos músculos, articulações, tendões e do ouvido interno acerca da
postura e do equilíbrio do corpo num momento determinado.
Do córtex cerebral vem a informação para o cérebro sobre o plano motor
dos movimentos. O cérebro integra esse dado e ajusta os movimentos enquanto
eles se realizam. O cerebelo corrige continuamente os movimentos enviando
sinais aos neurônios motores da medula espinhal e atualizando o plano motor.
Uma falha no ouvido interno, um acidente vascular, tumor cerebral, mal
na medula espinhal, enfermidades no cerebelo, degeneração neuronal, doenças
musculares ou desordens do sistema vascular, qualquer uma dessas coisas pode
produzir um desequilíbrio no corpo, e a pessoa não conseguirá se manter em
pé.
O sistema nervoso possui um conjunto de gânglios e nervos que controla as
atividades involuntárias tais como a pressão sanguínea ou os batimentos
cardíacos. Essa seção é conhecida como sistema nervoso autônomo, que é
formado por dois sistemas. O primeiro é o parassimpático, o qual predomina em
momentos de relaxamento e atua para conservar e restaurar a energia, estreitar
os brônquios, contrair a pupila dos olhos, diminuir a frequência cardíaca, baixar
a pressão sanguínea, manter normal a atividade digestiva e possibilitar o
esvaziamento da bexiga urinária.
O outro se denomina sistema nervoso simpático e suas ações são opostas às
do sistema nervoso parassimpático. Ele prepara o corpo para enfrentar períodos
de estresse e angústia, estende os brônquios, faz aumentar os batimentos
cardíacos e a frequência respiratória, dilata a pupila, faz diminuir a produção de
saliva, retarda a atividade digestiva, permite que a bexiga urinária se encha e
estimula a produção de adrenalina e noradrenalina.
O sistema nervoso não está livre de perigos e problemas. A má formação
genética tal como a chamada espinha bífida ou mesmo um acidente que cause
a ruptura de algum nervo importante pode produzir paraplegia, ou seja, a
paralisia de pernas e braços, que, geralmente, é irreversível. Se a medula
espinhal sofre ruptura na região da cintura para baixo, a paralisia pode afetar
somente as pernas. Em alguns casos, são afetados o controle da bexiga urinária e
do intestino, como também das funções sexuais.
Diversas doenças, tais como mal de Alzheimer, epilepsia, esclerose
múltipla e mal de Parkinson, são causadas por algum tipo de dano no sistema
nervoso.
A sífilis pode produzir uma degeneração dos nervos da medula espinhal ou
das meninges. Como resultado, pode desencadear quadros de demência,
tremores e paralisia. Certas toxinas e infecções virais e bacterianas podem
prejudicar o tecido nervoso e causar neurites.
Por essa razão, é importante levar uma vida saudável e adotar medidas
preventivas. O Criador proveu agentes necessários para que tenhamos saúde. O
apóstolo João diz em sua terceira carta: “Amado, oro para que você tenha boa
saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma” (3Jo 2).
24
Sistemas Respiratório, Muscular e
Reprodutor

A RESPIRAÇÃO

P
or que respiramos? Essa é uma boa pergunta para introduzir o assunto.
Todos sabemos que as células precisam de alimento, água e oxigênio.
Os alimentos e a água entram principalmente pela boca e o oxigênio,
pelo nariz. Já sabemos que os alimentos são processados pelo sistema digestório.
O ar entra pelo nariz e vai até as fossas nasais, cavidade coberta de vasos
sanguíneos, onde sua temperatura é devidamente regulada.
Além de entrar numa temperatura adequada, o ar deve ser limpo, livre de
pó, fumaça e germes. Isso é feito por meio dos pelos do nariz, da umidade
interna dos condutos e da existência dos cílios que, de maneira automática,
varrem os materiais estranhos à garganta. A umidade do nariz é conseguida em
parte pelas lágrimas que fluem dos olhos até as fossas nasais.
O ar segue pela faringe até a laringe, órgão que possui as cordas vocais,
responsáveis pela produção de sons.
Em seguida, chegam à traqueia, aos brônquios e bronquíolos.
Esses dutos respiratórios têm uma extensão de mais de 2,4 km. Eles podem
ser comparados a uma árvore: a traqueia representa o tronco, os brônquios
representam os galhos maiores e os bronquíolos, os galhos menores. Esses
últimos terminam em cerca de 750 milhões de pequenas bolsas chamadas de
alvéolos, cuja superfície estendida chegaria a cerca de 50 m2, o equivalente a 25
vezes a superfície da pele.
É nos alvéolos que se realiza a troca gasosa: entra o oxigênio nos capilares
das paredes dos alvéolos e sai o dióxido de carbono trazido pelo sangue desde as
células. Os vasos capilares das paredes alveolares são tão pequenos que os
glóbulos vermelhos precisam passar por ali em “fila indiana”.
© blueringmedia | Fotolia

Sistema respiratório.

Essa qualidade é importante, pois o ritmo com que por ali passam os
glóbulos vermelhos dá o tempo necessário para que se efetue a troca gasosa.
Respirar é um processo complexo e, em grande medida, involuntário. Os
dois pulmões estão no tórax e, entre eles, se localiza o coração. Juntos, os dois
pulmões formam o maior dos órgãos internos do corpo humano. Um pulmão
adulto pesa cerca de 450 gramas e não tem músculos.
Com a contração do diafragma e dos músculos intercostais, o tórax se
dilata, as costelas se movimentam para fora, e a parede torácica se estende,
fazendo com que o ar entre nos pulmões, processo conhecido como inspiração.
O tecido pulmonar é elástico e isso permite que, no processo da expiração, o ar
saia sem esforço.
A respiração se realiza de 12 a 18 vezes por minuto, ou seja, algo em torno
de 20 mil vezes por dia. Contudo, se o corpo aumenta sua atividade, respiramos
muitas vezes mais, pois as células passam a consumir, no mínimo, dez vezes
mais oxigênio. A cada inspiração sorvemos meio litro de ar. As pessoas com
melhor saúde respiram menos vezes, já que músculos mais fortes precisam de
menos oxigênio.
Na região do bulbo raquidiano, localizado à altura da nuca, na sequência
da medula espinhal, encontra-se o centro respiratório que mantém a respiração
equilibrada.
De vez em quando, suspiramos para levar mais ar aos pulmões. Bocejamos
quando estamos cansados e passamos a não respirar com força. Espirramos para
eliminar, de maneira explosiva, substâncias irritantes, e tossimos para eliminar
partículas que tenhamos inalado por acidente. Tudo isso se realiza de forma
automática.
Se o ar que respiramos estiver contaminado com pó ou fumaça, é possível
que essas partículas cheguem até os alvéolos. Com o passar do tempo, elas vão
se acumulando, o que pode comprometer a elasticidade dos alvéolos e dificultar
a respiração. Essa doença é conhecida como enfisema. Infecções, tumores,
asma e o hábito de fumar também causam perda de elasticidade pulmonar.
O tabagismo é uma das causas mais frequentes do enfisema pulmonar. É
lamentável que grande parte dos seres humanos ignore esses fatos e continue
fumando, mesmo sabendo que o hábito provavelmente causará um câncer, o
qual levará o fumante à morte prematura, depois de padecer dores e gastar suas
economias.
Existem outras doenças do sistema respiratório, como asma, tuberculose,
bronquite, resfriado e pneumonia, que são causadas por vírus ou bactérias.
Felizmente, a ciência médica atual está em condições de controlá-las.
A complexidade, a eficiência e o propósito de cada parte do sistema
respiratório falam, por si mesmos, sobre o Criador que o projetou.

OS MÚSCULOS
Nosso corpo tem mais de 600 músculos os quais são compostos de milhões
de células (fibras musculares), todas atuando de maneira coordenada. Todos os
músculos se movimentam em completa harmonia. Enquanto alguns deles
movem o braço para trás, outros o movem para os lados ou para cima e outros
mais permanecem relaxados. Se o braço se movimenta para os lados, os demais
músculos se inibem. Como eles sabem disso?
Nos músculos das pernas há um nervo para cada 500 fibras musculares,
enquanto na face há um nervo para cada 23 fibras musculares, pois os músculos
do rosto têm um trabalho mais refinado.
Quando você ri, fala, assopra, assovia, pisca um olho, franze o nariz ou a
testa, põe para funcionar alguns dos 32 músculos da face.

© photosvac | Fotolia Ao movimentar os dedos da mão, você terá


utilizado parte dos 20 músculos dela, os quais não
pesam mais que 60 gramas. Um cirurgião faz
maravilhas com eles, assim como o pintor. O
escultor, com seu martelo e cinzel, esculpe na pedra
figuras que parecem ter vida própria. O pianista os
movimenta tão rapidamente que o olho não
consegue acompanhar, mas os dedos parecem ver as
teclas do piano. O cego, com a ponta dos dedos, lê
velozmente no sistema Braille; seus dedos são como
olhos.
Quem teria pensado em fazer o dedo polegar?
Para compreender sua importância, experimente
levantar uma moeda sem utilizá-lo, e verá porque o
Criador o projetou.
Com a mão na cabeça do filho, um pai dá sua
aprovação e bênção, e a mãe, carinho; os casais
apaixonados se dão as mãos enquanto passeiam pela
praia ou pelos bosques. Todas essas manifestações de
amor não são expressas em palavras, mas por meio da
Sistema muscular.
harmoniosa ação dos músculos dos braços e das
mãos.
Se uma pessoa pesa 75 quilos, 30 quilos são de músculos. Você movimenta
esses 30 quilos pela ação conjunta de ligamentos, ossos, cartilagens, nervos,
vasos sanguíneos e, naturalmente, do cérebro, que, em milésimos de segundos,
dá ordens e as recebe de qualquer lugar do corpo.
Embora os músculos não falem, eles nos informam quando estão cansados
e quando estão prontos para trabalhar.
O ser humano possui três tipos de músculos: estriados, cardíacos e lisos.
A maior qualidade do músculo estriado é a capacidade de se contrair, com
a consequente mobilidade que confere às diferentes partes do corpo.
Entretanto, se o músculo não estivesse ligado aos ossos por meio dos tendões,
tampouco haveria movimento. Os tendões estão firmemente inseridos no osso e
são muito resistentes à tensão.
Localizado entre os dois pulmões, o coração é um músculo cardíaco que,
como uma bomba, trabalha envolvido pelo pericárdio. O coração tem o próprio
centro nervoso estimulador que o faz contrair-se ritmicamente.
Os músculos lisos fazem parte das paredes do tubo digestivo e da bexiga.
Eles também contraem ou dilatam a pupila dos olhos. Sua forma de agir não
está sujeita à vontade da pessoa.
Tudo isso foi criado de um modo maravilhoso, certamente! É obra de um
Deus criador que tudo planejou sabiamente.

COMO NOS REPRODUZIMOS


O sistema reprodutor é o grupo de órgãos e estruturas internas e externas
que possibilitam a existência dos seres humanos. Embora alguns cientistas
falem de clonagem de crianças, sugerindo que, no futuro, se poderá conceber
vida sem necessidade de utilizar o sistema reprodutor, o ser humano o tem
utilizado desde o Éden, porque assim o Criador estabeleceu.
© Alexilus | Fotolia

Entre os órgãos sexuais femininos estão a vulva, localizada na entrada dos


órgãos reprodutores, e o clitóris, que se ativa com o desejo sexual. A vagina é o
canal muscular que acomoda o pênis durante a relação sexual. É por esse
mesmo canal que passa o bebê para ver a luz pela primeira vez. Em seguida,
vem o útero, órgão central do sistema reprodutor feminino. Ele é oco, com
espessas paredes musculares. É ali que o feto se desenvolve, alimentado pela
placenta. Nas laterais do útero estão as trompas de Falópio, que servem de
passagem para o óvulo em seu trajeto desde o ovário até o útero.
© Alexilus | Fotolia

Os órgãos sexuais masculinos são o pênis e os testículos. Cada testículo


produz espermatozoides e certos hormônios, entre os quais se destaca a
testosterona.
O período reprodutivo do homem dura toda sua vida. Porém, algumas
mudanças na terceira idade pode limitá-lo. Nas mulheres, o período
reprodutivo cessa entre os 40 e 60 anos. Há casos raros de mulheres de até 67
anos que deram à luz um bebê.
São muitos os mistérios e maravilhas que rodeiam a reprodução humana.
De vez em quando, os cientistas descobrem alguns segredos, mas parece que à
medida que alguns mistérios se esclarecem, outros mais surgem.
Você sabe por que, às vezes, nascem mais meninos do que meninas? E por
que em algumas famílias, gerações após gerações, nascem quase que
exclusivamente meninos, enquanto em outras predominam as meninas? Por
que são produzidos cerca de 500 mil ovócitos (células precursoras dos óvulos),
quando não mais do que cerca de 400 óvulos são desenvolvidos durante a vida
de uma mulher? Ou qual é o mecanismo utilizado para a escolha do ovócito
que vai amadurecer e se tornar um óvulo? Por que se perdem milhões de
espermatozoides, posto que somente um, dois ou três são utilizados na formação
de um bebê, ou de gêmeos, ou de trigêmeos, respectivamente? Como é que o
óvulo fecundado sabe onde fica a parede uterina e, por si mesmo, se implanta
ali e exerce suas funções, se diferenciando de cerca de 200 tipos de células
diferentes?
Quando leio artigos evolucionistas sobre a reprodução animal e humana,
sempre me pergunto: como teria sido possível que os órgãos masculinos e
femininos se formassem de maneira simultânea e se desenvolvessem tão
perfeitamente adaptados um ao outro, tanto na forma como na função, por
meio de um processo evolutivo? Minha resposta continua a mesma: isso é
impossível! Ambos devem ter-se originado ao mesmo tempo, e isso só foi
possível porque um Ser supremo criou a vida.
Outra questão: como o bebê sabe qual é o momento de sair do ventre da
mãe para respirar pela primeira vez? A ciência tem descoberto, em parte, essas
maravilhas. A pituitária do bebê reconhece quando é o momento de iniciar o
parto e manda a mensagem para a pituitária da mãe, a qual passa a produzir um
hormônio que faz o útero se contrair.
A cabeça do bebê se aproxima do orifício cervical, que, aos poucos, se
dilata. Também se abre o canal cervical. Nesse momento, a bolsa de água se
rompe, e um hormônio chamado relaxina faz com que os ligamentos pélvicos
fiquem relaxados. O bebê, então, começa seu trajeto pelo canal. O crânio do
bebê ainda é macio, podendo amoldar-se para passar por esse canal de
aproximadamente de 10 centímetros de diâmetro.
O bebê nasce com um reflexo inato de sugar, e é isso que ele faz ao se
aproximar do peito da mãe. O leite começa a ser produzido. Tudo é uma série
de etapas muito bem planejadas.
E quanto ao leite materno: como o corpo da mãe sabe que o leite deve
conter as proporções adequadas de açúcares, gorduras, proteínas, água, sais
minerais, vitaminas A, C, D, tiamina, riboflavina e niacina; e ainda que o bebê,
em seus primeiros meses de vida, precisa de todos esses elementos antes que o
seu próprio corpo comece a produzi-los?
Poderíamos falar de inúmeras maravilhas, complexidades, harmonia e de
processos incríveis da reprodução. Quanto mais conhecemos sobre esses
processos inteligentemente programados, mais nos convencemos de que temos
um Criador excepcionalmente sábio.
25
Sistema Endócrino

O
sistema endócrino é formado por oito glândulas de secreção interna: o
timo, a epífise, as paratireoides, o pâncreas, as tireoides, as adrenais, as
sexuais e a pituitária. No total, pesa 60 gramas e comanda milhares de
atividades. Suas secreções, chamadas de hormônios, são despejadas diretamente
no sangue, razão pela qual sua ação ocorre em questão de segundos.
Pouco conhecido, o timo se encontra na parte superior do tórax, atrás do
esterno. Quando o bebê nasce, o timo pesa cerca de 15 gramas, chegando a
pesar 35 gramas na puberdade. Na idade adulta, começa a se reduzir, baixando
para 15 gramas aos 60 anos e, aos 70, para seis gramas.
Até a metade do século 20, os cientistas evolucionistas consideravam o
timo um órgão inútil, vestigial, que havia perdido suas funções, se é que alguma
vez tivera alguma.
A partir de 1953, começou a se delinear sua função ao se perceber que um
homem de 56 anos tinha perdido a resistência às infecções. Em dois anos, ele
havia sofrido 17 ataques de pneumonia e várias outras infecções graves. Um
exame de sangue revelou que seu sangue carecia de gamaglobulina, substância
que contém anticorpos para lutar contra os microrganismos invasores.
Estudos posteriores em frangos, coelhos, porquinhos-da-índia e seres
humanos demonstraram que a extirpação do timo pode gerar maior ou menor
resistência às infecções, dependendo da idade em que o órgão é eliminado.
Uma criança que nasce sem o timo, como às vezes acontece, está em perigo
mortal, pois não tem defesa contras as infecções.
Descobriu-se que o timo produz um hormônio chamado timosina. Essa
substância estimula a atividade do baço, do apêndice, dos gânglios linfáticos e
das amígdalas para que produzam linfócitos, um tipo de glóbulo branco que
atua, às vezes, como detetive e outras, como combatente.
Os linfócitos amadurecem no timo e se convertem em células T. Se algum
microrganismo invade o corpo, os linfócitos dão o alarme e começam a
produzir anticorpos para destruir os invasores. Ao mesmo tempo, outros
glóbulos brancos, os fagócitos do sangue, devoram os resíduos bacterianos.
Embora a timosina deixe de ser produzida depois dos 50 anos de idade,
não ficamos sem defesa, pois o baço, o apêndice, as amígdalas, os gânglios
linfáticos e a medula óssea têm os elementos necessários para a defesa contra as
infecções.

A GLÂNDULA PINEAL
Assim como o timo, a glândula pineal foi considerada como um órgão
vestigial. Essa pequena glândula de apenas oito milímetros está localizada no
centro do cérebro, entre os corpos talâmicos, e faz parte do epitálamo.
Hoje sabemos que a epífise neural é responsável pela regulação do ritmo
circadiano, o relógio biológico. O ritmo circadiano é aquilo que acontece mais
ou menos na mesma hora dentro de 24 horas, como o sono e a vigília.
Ao anoitecer, a epífise neural detecta a diminuição da luz e produz a
melatonina, substância resultante da combinação da serotonina e um derivado
do aminoácido metionina (SAM). Quando surge a luz do dia, a serotonina e o
SAM aumentam, e o ciclo se repete.
Essas são descobertas científicas maravilhosas. Ainda mais maravilhoso,
contudo, é Aquele que planejou e desenhou o corpo, a epífise neural e outras
estruturas que funcionam em perfeita harmonia.
A epífise neural fabrica também uma substância que, ao ser injetada por
via intravenosa, produz diminuição da pressão sanguínea.
Além disso, acredita-se que ela controle o desenvolvimento das glândulas
reprodutoras, uma vez que se ocorrer uma invasão de tecidos patológicos em
crianças, causando destruição ao tecido da epífise, os órgãos reprodutores e o
esqueleto aceleram seu desenvolvimento e se produz uma puberdade precoce.
Ficou determinado que essa glândula produz uma quantidade ínfima de
dimetiltriptamina (DMT), uma substância psicodélica que parece ter um papel
nos estados místicos da mente.

GLÂNDULAS PARATIREOIDES
As glândulas paratireoides se parecem com quatro grãos de trigo (às vezes
seis ou oito) e estão localizadas na altura do pescoço, atrás da glândula tireoide.
Paratireoides e tireoides não têm nenhuma relação direta entre si.
Entre as funções das glândulas paratireoides, está a produção do
paratormônio, um hormônio que intervém no controle e equilíbrio do cálcio e
do fósforo tanto do sangue quanto dos ossos. Mesmo se uma, duas ou até três
das quatro glândulas falharem, a regulação do cálcio continua a se realizar.
Quando o nível do cálcio no sangue baixa até certo ponto, os receptores
das paratireoides são ativados e começam a produzir o paratormônio, que
ativará os osteoclastos, os quais desgastam os ossos e liberam cálcio no sangue.
Os níveis de cálcio devem se manter sem variação para que os sistemas nervoso
e muscular funcionem adequadamente.
Se uma das quatro glândulas aumenta de tamanho por causa de um tumor
– o que é raríssimo –, haverá uma grande produção de paratormônio e a
concentração de cálcio nos ossos cairá, originando a osteoporose. Isso se resolve
cirurgicamente, com a extirpação das glândulas.

PÂNCREAS
Com cerca de 70 gramas de peso, o pâncreas fica atrás do estômago e
adiante da coluna vertebral. Embora pequeno, produz quase dois litros de sucos
digestivos a cada 24 horas.
O pâncreas é formado por duas glândulas. A primeira é o pâncreas
exógeno, que produz o suco pancreático, que é carregado das enzimas
conhecidas como tripsina, amilase e lipase pancreática, encarregadas de digerir
proteínas, carboidratos e gorduras. A outra é o pâncreas endócrino, constituído
por um milhão de diferentes células agrupadas como se fossem pequenas ilhas
distribuídas por todo o pâncreas, e produz vários hormônios. As células alfa
produzem glucagon, as células beta produzem insulina e as células delta, a
somatostatina.
Sem essa glândula, você estaria sempre mal nutrido, não importando a
quantidade de alimentos que consumisse.
O glucagon faz aumentar o nível de açúcar no sangue enquanto a insulina
o faz baixar, facilitando a absorção das células e acumulando o excesso de
glicose no fígado, em forma de glicogênio. Dependemos de um bom equilíbrio
de glucagon e insulina para que não soframos de diabetes. A insulina acende a
glicose do corpo tal como uma fagulha acende a gasolina no cilindro do motor
de um automóvel.

© Mikiradic | Fotolia Essa pequena glândula está localizada na parte


anterior do pescoço, embaixo da laringe. Você pode
apalpar a tireoide com os dedos tocando a laringe. A
região mais macia é a glândula tireoide. Junto dela
estão as glândulas paratireoides e o timo.
O peso de uma tireoide normal é de menos de
25 gramas. Ela é formada por duas metades
chamadas de lóbulos, que são unidas pelo istmo.
Assemelha-se a uma borboleta, assentada sobre a
traqueia.
Sua função é tomar o iodo encontrado em
muitos alimentos e transformá-lo em hormônios
tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3). Para cada quatro
moléculas de T4 há uma de T3, que é a mais
poderosa.
Glândula tireoide. Não há em nosso corpo outras células capazes
de absorver o iodo e combiná-lo com o aminoácido
tirosina para formar os hormônios T4 e T3. Sua
função é passar esses hormônios para o sangue, fazendo-os chegar a todas as
células do corpo para controlar o metabolismo. Pode-se comparar a tireoide ao
acelerador de um automóvel, pois ela ativa ou retarda a atividade corporal.
A glândula tireoide é controlada pela glândula pituitária, da mesma forma
que as demais glândulas. A tireoide nos mostra novamente que todas as partes
do corpo têm um propósito que evidencia plano e desígnio.

GLÂNDULAS SEXUAIS
As glândulas sexuais são os ovários, na mulher, e os testículos, no homem.
Suas funções são produzir óvulos e espermatozoides, além dos respectivos
hormônios sexuais. Elas são indispensáveis para a reprodução humana.
Os hormônios sexuais começam a ser produzidos no feto. Sua ação
estimula o hipotálamo, que secreta os hormônios que dão as características
sexuais ao feto, incluindo a formação dos órgãos genitais. Nas meninas, o
hipotálamo inicia e mantém o ciclo de hormônios femininos; nos meninos, ele
sustém um modelo permanente de secreção de hormônios sexuais.
Na mulher, os principais hormônios sexuais produzidos pelo ovário são o
estrogênio e a progesterona. Esses hormônios têm uma importância vital no
ciclo menstrual, na capacidade de conceber um filho e de sustentar uma
gravidez saudável.
No homem, a testosterona é produzida nos testículos. A testosterona é
importante para o desenvolvimento ósseo, muscular e sexual, bem como do
impulso sexual. A pequena quantidade de testosterona produzida pelo ovário na
mulher tem sua importância por estimular o impulso sexual.
Convém salientar que a atividade sexual não começa nos órgãos genitais, e
sim no cérebro, especificamente no hipotálamo, razão pela qual alguns
apontam o cérebro como o principal órgão sexual.

GLÂNDULA SUPRARRENAL
Fala-se pouco sobre as glândulas adrenais ou suprarrenais. Parece que
funcionam tão bem que são poucos os que se dão conta de sua importância.
Essas glândulas têm um formato triangular e estão localizadas no extremo
superior dos rins, uma em cada, na altura da 12ª vértebra.
Elas são formadas por uma parte externa, ou cápsula, e uma parte interna,
ou medula, cada uma com funções diferentes.
A medula adrenal é considerada como um gânglio simpático, e suas
células como neurônios modificados. Ela produz os hormônios adrenalina
(epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina), a partir do aminoácido tirosina.
Esses hormônios são considerados como hormônios de luta, pois no momento
de tensão, sua produção aumenta até dez vezes fazendo com que o pulso e a
respiração se acelerem, os vasos se contraiam, os brônquios se dilatem, e o nível
de glicose do sangue aumente. A glicose é o combustível que as células do
corpo precisam em caso de perigo.
Os 30 hormônios do córtex suprarrenal são incríveis. Eles se dividem em
três grupos: os da família da cortisona, da aldosterona e dos hormônios sexuais.
A cortisona regula a resposta ao estresse. Os níveis de cortisona no corpo
flutuam a cada minuto desde a manhã até a noite, dia após dia, estação após
estação, dependendo, em parte, das experiências, dos pensamentos, temores,
estresse e tipos de atividades. A maior quantidade é produzida entre as quatro e
dez horas da manhã. O corpo “sabe” quando o dia começa e que, com isso, as
atividades e o estresse também chegam. É o aumento da cortisona que nos
ajuda a enfrentar o dia a dia.
A cortisona também regula o metabolismo das gorduras, carboidratos e
proteínas, ajudando na cicatrização de ferimentos.
A aldosterona age nos rins, regulando a quantidade de água e sal no corpo.
Os túbulos distais do néfron deixam o sódio e o potássio passar em maior ou
menor quantidade, de acordo com a necessidade.
Em raras ocasiões não se produz a aldosterona, pois dois genes, um
proveniente do pai e o outro da mãe, impedem a produção de uma enzima
indispensável para a formação do hormônio.
A falta de aldosterona estimula a glândula pituitária a enviar estímulos para
as adrenais para que formem o hormônio. Como isso não é possível, o rim
começa a crescer muito (hiperplasia renal congênita), produzindo um
desequilíbrio de água e sais minerais que leva, finalmente, à morte.
Os hormônios sexuais são complementares aos hormônios produzidos
pelas gônadas, que são o ovário (na mulher) e o testículo (no homem). No
entanto, a testosterona é produzida também no ovário, mas em quantidade
muito reduzida. Os outros hormônios produzidos pelo ovário são a progesterona
e o estrogênio.
Os hormônios sexuais ajudam no desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários, estimulam o crescimento celular e aumentam a massa muscular.
Alguns tumores do córtex adrenal podem causar superprodução de
hormônios, o que se manifesta por meio de extrema fraqueza – resultado da
debilitação dos músculos –, aceleração do batimento cardíaco, hipertensão
arterial, hiperglicemia, formigamento dos dedos, enxaquecas contínuas e quase
insuportáveis, e pele quebradiça com difícil cicatrização. A pessoa pode
experimentar ansiedade, depressão e irritabilidade. O tratamento cirúrgico é
indispensável nesse caso.
O excesso de hormônios sexuais em crianças produz desenvolvimento
sexual prematuro: na mulher, pode aparecer barba e bigode, engrossamento da
voz, pele e músculos tipicamente masculinos; no homem adulto, produz
crescimento das mamas.
A maravilhosa glândula adrenal pesa apenas cinco gramas e tem grande
importância em nossa vida.

PITUITÁRIA OU HIPÓFISE
A glândula pituitária está localizada numa concavidade do osso esfenoide,
na base do crânio. Ali, recebe informação do hipotálamo e, por meio dos
hormônios secretados por outras glândulas endócrinas, também envia
mensagens hormonais pelo sangue. Essa glândula é considerada o laboratório
químico mais concentrado do mundo.
A pituitária é uma glândula do tamanho de um feijão, que pesa apenas
meio grama; mas, sem ela, não poderíamos viver. Alguns acreditam que, depois
do cérebro, ela é o órgão mais complexo do organismo, embora outros
considerem o olho como o segundo órgão mais complexo. Por isso, a glândula
pituitária também é chamada de cérebro endócrino.
Com sua maravilhosa complexidade e funcionamento harmonioso, o que
requer uma ação simultânea e coordenada, todo o sistema endócrino, por si só,
é um desafio à teoria da evolução, que explica as mudanças resultantes na
perfeição do corpo humano como tendo surgido aos poucos. Isso não é possível
com o sistema endócrino, pois ali se cumpre a lei do “tudo ou nada”: ou todas
as glândulas funcionam simultaneamente para manter a vida, ou a vida acaba.
A glândula pituitária fica pendurada no hipotálamo como se fosse uma
cereja pendurada num galho. O pequeno talo que a une ao hipotálamo é
formado por vasos sanguíneos e nervos, os quais a conecta com o cérebro. Essa
conexão permite que os sistemas nervoso e endócrino trabalhem de maneira
coordenada.
Ela tem duas partes ou lóbulos. O lóbulo anterior é maior e controla a
produção de hormônios de outras glândulas endócrinas, estimula o crescimento
e controla o amadurecimento sexual. Os hormônios do lóbulo posterior são pelo
menos dez e ajudam a manter a pressão sanguínea, a iniciar o trabalho de parto
e a fazer com que os seios da mulher produzam leite para alimentar o bebê.
Esse último estímulo vem de um hormônio chamado prolactina.
O hormônio somatotropina, ou hormônio do crescimento, estimula o
desenvolvimento dos ossos e dos músculos. Se esse hormônio for escasso, o
corpo não cresce, fazendo com que a pessoa seja anã. Se for produzido em
excesso, a pessoa cresce em demasia. É uma maravilha o fato de que o corpo
sabe como crescer de maneira simétrica.
Dois hormônios da pituitária estimulam a produção dos hormônios que
regulam o metabolismo: o ACTH (adrenocorticotrófico), que estimula a
glândula adrenal, e o TSH, que estimula as tireoides.
Outros dois hormônios produzidos pela pituitária, o FSH (folículo
estimulante) e o LH (hormônio luteinizante) regulam a função dos órgãos
sexuais tanto no homem como na mulher. Eles estimulam a produção de
espermatozoides e testosterona, bem como o crescimento do sistema de
condutos que transporta o sêmen do homem.
As células dos órgãos sexuais masculino e feminino são as únicas que
podem extrair esses hormônios do sangue. Ao chegar ao ovário, elas o induzem
a produzir estrogênio, responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais
próprios da mulher.
O estímulo das células pigmentares da pele por parte de um hormônio
pituitário controla o escurecimento da pele.
Outro hormônio gerado por essa glândula é a vasopressina, ou hormônio
antidiurético, que estimula o rim a reabsorver a água na corrente sanguínea,
fazendo diminuir a produção de urina.
No momento do parto, o hormônio ocitocina estimula as contrações do
útero para que o bebê nasça.
Há uma relação estreita entre a pituitária e as outras glândulas endócrinas.
Se o hipotálamo, a glândula adrenal ou as glândulas sexuais não produzirem
uma quantidade suficiente de hormônios, a pituitária lhes envia uma
mensagem que as estimula a produzir mais. Os hormônios produzidos por essas
glândulas levam, pelo sangue, uma mensagem para a pituitária, informando
que estão produzindo o suficiente. Então, a pituitária diminui o seu estímulo
mediante o nível dos hormônios já mencionados.
O corpo sabe de quais e de quantos hormônios precisa. Ele também sabe
como regulá-los e onde devem atuar. Sabe também como produzi-los e fazê-los
interagir entre si. Como aprendeu tudo isso? Não poderia ser mera casualidade.
Epílogo
Com a leitura deste livro, acredito que você pôde percorrer algumas das
muitas trilhas do mundo natural, ao qual chamamos de natureza.
Pode ser que você tenha se alegrado ao ler que seu olho é a melhor câmera
fotográfica e de vídeo que existe; que seu cérebro é o computador mais
extraordinário que já foi criado; que sua pele é o guarda-chuva que se refaz
sozinho quando se danifica; que seu fígado é o melhor laboratório químico
ambulante jamais produzido, pois ele analisa tudo o que entra em seu aparelho
digestório, evitando que substâncias prejudiciais causem danos ou dores.
Você também leu que, sem os ossos, músculos e nervos atuando de
maneira coordenada, jamais poderia participar de algum esporte ou trabalho
físico. Viu que tudo isso requer energia que provém dos frutos da terra, que são
produzidos por um processo químico chamado fotossíntese, do qual participa
também o sol, que está a uma enorme distância de nós.
Certamente você percebeu que a natureza, em todos os continentes,
oceanos, lagos e rios tem um propósito. Esse propósito se realiza regulado por
leis imutáveis que permitem a existência de árvores, flores, musgos, aves,
insetos, peixes, baleias e muitos outros seres vivos.
O mais maravilhoso e extraordinário é saber que assim como por trás de
todo instrumento, máquina ou ferramenta existe uma pessoa que os fez,
também cada pedra preciosa ou mineral, cada planta ou animal, inclusive você
mesmo, tudo foi criado por um escultor, artista e engenheiro, que é Deus. Ele
planejou e sustenta toda a natureza e promete restaurá-la a sua condição
original. Tudo isso com o propósito de viver com a humanidade por toda a
eternidade.
Enquanto isso não ocorre, você pode utilizar o incomparável e insuperável
sistema de comunicação que ele tem: basta que você fale, e ele responderá.
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