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FACULDADE DE CIENCIAS DE SAÚDE

CURSO DE FARMÁCIA – CICLO TÉCNICO-PROFISSIONAL


DISCIPLINA: FARMACOLOGIA E FARMACOTERAPIA I

UNIDADE 3: REACÇÕES ADVERSAS AOS MEDICAMENTOS.


Curso: Farmácia – 5º semestre
Disciplina: Farmacologia e Farmacoterapia I
Método: Expositivo-cognitivo
Meios de Ensino: Plataforma online: Whatsapp, Zoom, Moodle (computador, internet).
Agosto de 2021
Tópicos
 Definiçao segundo a OMS
 Frequência de RAMs
Tipos de reacções adversas: hipersensibilidade, iatrogenia, idiossincrasia, efeito colateral,
efeito tóxico, efeito teratogénico, efeito paradoxal, fenómeno de rebote, tolerância,
taquifilaxia.
 Notificação de RAMs
 Farmacovigilância em Mocambique

Objectivos
 Definir cada tipo de RAM e dar exemplos práticos
 Classificar as reacções adversas aos medicamentos;
 Mencionar as principais diferenças entre as RAMs;
 Compreender o processo de notificação de RAMs em Moçambique;
 Preencher ficha de notificação de RAM usada em Moçambique.

Referências bibliográficas
 Guimarães S, Moura D, Soares da Silva P. Terapêutica medicamentosa e suas bases
farmacológicas. 5ª Ed. Portugal: Porto editora; 2006.
 Morón RFJ, Levy R M. Farmacologia Geral. La Habana: Editorial Ciências Médicas;
2002.
 Organização mundial da saúde. The Uppsala Monitoring Centre. The Importance of
Pharmacovigilance Safety Monitoring of Medicinal Products. 2002, 48 p., ISBN 92 4
159015 7.
 Laurence l. Brunton, bruce A. Chabner, björn C. Knollmann. As Bases Farmacológicas
da Terapêutica de Goodman & Gilman.12ª edição. Porto Alegre. 2012.
 Silva, Penildon. Farmacologia. 8a edição. Guanabara koogan. Rio de janeiro. 2010.
 FUCHS, Flavia; WANNMACHER, Levita. Farmacologia Clínica- fundamentos da
terapêutica Racional. 4a Edição. Rio de Janeiro: Editor Guanabara Koogan, 2014.

1. Introdução
Os medicamentos são considerados a principal ferramenta terapêutica para recuperação ou
manutenção das condições de saúde da população.
Desde os primórdios, que os medicamentos constituem um dos principais recursos de saúde do
Homem na luta contra a doença. A percepção de que os medicamentos podem comportar riscos
potenciais para a saúde é tão antiga quanto o seu uso, que remonta à pré-história.

Apesar dos medicamentos autorizados e comercializados serem seguros e eficazes, podem


surgir reacções adversas:
 Os medicamentos têm o potencial de tratar mas também comportam riscos. Sempre que
se prescreve um medicamento, existe um risco potencial de ocorrência de reacção
adversa ao medicamento;
 O aumento da utilização de medicamentos pela população originou a incidência
crescente de efeitos adversos;
 O aumento progressivo da esperança de vida e o envelhecimento das populações,
originou uma maior prevalência de doenças crónicas e degenerativas e
consequentemente uma utilização mais prolongada de medicamentos.
As reacções adversas a medicamentos têm sido descritas desde a antiguidade; criam
complicações aos tratamentos farmacológicos podendo reduzir a qualidade de vida, aumentar
o tempo de internamento, aumento do número de consultas até mesmo a morte. As reacções
adversas podem conduzir a um novo diagnóstico de uma outra doença.
As reações adversas são mais comuns em crianças, idosos, mulheres e as manifestações
clínicas (sinais e sintomas) podem ser muito semelhantes às que podem ocorrer por outras
causas, como doenças, que muitas vezes podem passar despercebidas e não associadas com o
fármaco. Por conseguinte, é importante notar que, para estabelecer que os sintomas estão
relacionados com um medicamento (relação causal) leva em conta os seguintes critérios: o
tempo, ou que os sintomas apareçam depois de terem recebido o medicamento e avaliação do
resultado clínico intimamente relacionado com a retirada do medicamento (que os sintomas
diminuem ou desaparecem). Os sintomas aparecem de novo, se o paciente é re-exposto ao
medicamento e o mecanismo de acção deste pode explicar a ocorrência de reacções adversas.

2. Definição de reacção adversa ao medicamento


 Qualquer resposta nociva e não intencional ao uso de um medicamento, que ocorre
em doses normalmente utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnóstico ou
tratamento de uma doença ou para modificação de uma função fisiológica (OMS,
1972).
Não são consideradas reações adversas a medicamentos: os efeitos indesejáveis que
aparecem depois de doses maiores do que as habituais (acidentais ou intencionais), falhas
terapêuticas, abuso de medicamentos, erros de administração de medicamentos e não adesão ao
tratamento.

2.1 Classificação das RAM


As reações adversas podem ser classificadas de diversas maneiras.
A classificação mais aceite actualmente é a de Rawlins e Thompson, quanto à previsão de
ocorrência:
Reacções do tipo A (previsíveis)
 Resultam de efeitos farmacológicos normais, no entanto aumentados, essas reacções
seriam o resultado de uma acção e um efeito farmacológico exagerado de um fármaco
administrado em doses terapêuticas habituais.
 Englobam as produzidas por superdosagem relativa, efeitos colaterais e secundários,
citotoxicidade, interacções medicamentosas, alterações na forma farmacêutica.
Têm alta incidência e morbidade, baixa mortalidade, podem ser tratadas por ajuste das
doses ou substituição do medicamento.
Reacções do tipo B (imprevisíveis)
 Totalmente inesperadas ainda que considerando as propriedades farmacológicas de
um medicamento administrado em doses habituais. Incomuns, observadas em
indivíduos susceptíveis, independentes da dose.
 Englobam as reacções de hipersensibilidade, idiossincrasia, intolerância e aquelas
decorrentes de alterações na formulação farmacêutica como decomposição de
excipientes e da substância activa.
 Têm incidência e morbidade baixas, e sua mortalidade pode ser alta. Devem ser
tratadas com a suspensão do medicamento.

Alguns autores referem também os tipos C e D (E e F também).


 Tipo C: são os efeitos indesejáveis que ocorrem com o tratamento prolongado, como
nefropatia (lesões nos rins).
 Tipo D: são as reacções que ocorrem meses ou anos após a remoção da medicamento.
Temos os carcinogénicos (causa cancro) e anomalias teratogénicas (malformações no
feto).

Encontramos dentro destas, vários tipos:


I. Iatrogenia medicamentosa

Sob o ponto de vista farmacológico a iatrogenia medicamentosa é o que se produz pelo


desconhecimento das acções farmacológicas e toxicidades do fármaco pelo médico ou outro
profissional prescritor. Pode ser por erro na prescrição, erro na administração.
Exemplos
 Utilizar ácido acetil salicílico em paciente com úlcera ou gastrite.

 Utilizar propranolol em paciente hipertenso, porém asmático.

 Utilizar uma via de administração adequada.

II. Idiossincrasia

É uma reacção qualitativamente diferente dos efeitos usuais de um medicamento e que não
pode ser atribuída a uma reacção de hipersensibilidade, pois aparece desde o primeiro
contacto com o medicamento. Tem como base um mecanismo genético que condiciona
alterações enzimáticos responsáveis desta reacção. Em geral considera-se que as respostas
idiossincrásicas se devem ao polimorfismo genético.
 Ocorre em minoria da população e não é previsível.

Exemplo
 A anemia hemolítica por deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), pode
acontecer, por exemplo, em determinados indivíduos que utilizam o antimalárico
primaquina, que causa hemólise, que conduz a anemia grave.

III. Hipersensibilidade

Aparição de uma resposta exagerada inusual à administração de um medicamento, depois que


o paciente tenha tido contacto com concentrações normais desse medicamento em uma ou
mais ocasiões (contactos sensibilizantes).
 Decorre de sensibilização prévia do indivíduo à substância estranha ao organismo,
mediada por mecanismos imunológicos.

 Como consequência desta reacção podem aparecer transtornos tão sensíveis como a
urticária e prurido, até quadros muito mais graves como asma, choque anafiláctico e
morte.

Características das reacções de hipersensibilidade


 Só ocorrem em uma parte da população.

 Doses pequenas podem desencadear reacção grave e mortal.

 As manifestações clínicas são diferentes dos efeitos usuais do fármaco.

 São necessários contactos prévios para que apareçam.

 As reacções são comuns a um fármaco ou grupo deste com semelhança estrutural.


 Aparecem a cada administração do fármaco.

 Podem ser imediatas ou tardias.

Tipos de hipersensibilidade (estudo livre e orientado)


Tipo I: Hipersensibilidade imediata.
Tipo II: Citotóxica.
Tipo III: Enfermidade por complexos auto-imunes.
Tipo IV: Hipersensibilidade tardia.
IV. Efeitos colaterais

São reacções inevitáveis, que aparecem sempre que se administra um medicamento, pois
dependem de suas acções farmacológicas e do mecanismo de acção.
Exemplos
 Diminuição das secreções pelos anticolinérgicos.

 Sonolência produzida pelos anti-histamínicos.

V. Efeitos tóxicos

São os devidos não à acção farmacológica principal do medicamento, mas como


consequência eventual de seu uso terapêutico.
 Não aparecem sempre porque não dependem do mecanismo de acção.

Ex: a tetraciclina, um anti-microbiano de acção bacteriostática poderá depositar-se em dentes


e ossos, quando utilizada na pediatria, estas deposições podem descolorir o esmalte dos
dentes decíduos assim como dos permanentes. A deposição óssea pode provocar redução do
crescimento ósseo.

VI. Intolerância (Hipersusceptibilidade)

É uma resposta muito exagerada em doses pequenas de um medicamento. Pode estar


envolvida origem genética. Apresenta-se como uma variedade biológica de uma doença.
 Intolerância ao iodo.
VII. Resistência ou imunidade medicamentosa

É a perda total da resposta terapêutica primária, inclusive as doses muito elevadas se toleram
sem toxicidade. Pode ser congénita ou adquirida.
VIII. Efeito paradoxal

Quando o fármaco produz um efeito oposto ao habitualmente esperado, que clinicamente é


igual ou parecido ao quadro patológico para o qual se utilizou o medicamento.
 Broncodilatadores (aerossol) -------- broncoconstrição

IX. Fenómeno de rebote

Ocorre pela supressão brusca de um medicamento, mostrando-se uma reactivação rápida e


notável do efeito ou sintomatologia inicial em um grau mais intenso que a apresentada pelo
paciente antes da administração do medicamento.
 HTA ao suspender clonidina e metildopa.

X. Efeito teratogénico
São malformações ou anomalias provocadas ao feto pela administraão de medicamentos à mãe
durante a gravidez. Além disso, os medicamentos podem produzir alterações da gestação que
levem a transtoros funcioanis durate o parto.
Ex: talidomida, iodo 131, hipoglicemiantes oraies, reserpina, hormonas sexuais, citostáticos,
etc.
XI. Tolerância

Diminuição gradual da resposta a um fármaco quando se administra por tempo prolongado.


Pode existir tolerância cruzada.
Ex: barbitúricos (diazepam).
XII. Taquifilaxia

É um fenómeno de tolerância que se desenvolve rapidamente. É a diminuição rápida da


resposta a um fármaco quando se administra repetidamente. Ocorre a curto prazo.
Ex: quando se administra efedrina como broncodilatador.
XIII. Farmacodependência

Dependência ou habituação
Necessidade e desejo (não compulsão) de utilizar continuadamente um medicamento, cuja
supressão provoca transtornos físicos e psíquicos. Não há tendência a aumentar doses, não há
abstinência pela supressão, nem afecta a sociedade.
Adicção ou toxicomania
É muito mais grave. Há compulsão invencível pela toma do fármaco e para obtê-lo por todos
os meios. Aparece síndrome de abstinência e leva o indivíduo a uma conduta anti-social,
afectando portanto a sociedade. Ex: morfina, cocaína.

XIV. Síndrome de abstinência


Produz-se quando o paciente é viciado pelo medicamento e o mesmo é reduzido, suspenso
bruscamente ou seu efeito se opõe por um antagonista específico. Os sinais e sintomas variam
de acordo com o fármaco em questão. Frequente com álcool.

2.2 Classificação de acordo com a gravidade da reacção


 Reacção adversa grave - é uma reacção adversa capaz de causar a morte do paciente,
deixar sequelas ou danos genéticos às gerações futuras do usuário do medicamento.
Ex: focomelia pelo uso de talidomida.
 Reacção adversa moderada - uma reacção adversa capaz de prolongar a
hospitalização ou agravar o estado da doença sem no entanto causar danos ou
sequelas ao paciente.
 Reacção adversa leve - são reacções adversas do fórum leve, que não causam
prejuízos ao paciente, mas causam desconforto. Ex: náuseas, erupção cutânea, etc.

2.3 Factores que predispõem a ocorrência de RAMs


I. Factores dependentes do organismo
1. Idade: são mais frequentes em idades extremas da vida: crianças e idosos, por imaturação
e deterioração respectivamente de metabolismo e eliminação dos medicamentos.
2. Peso corporal: os compostos polares distribuem-se menos em tecido adiposo que os não
polares (lipossolúveis). Em indivíduos magros há maior toxicidade de compostos não polares
(ex: fenobarbital) que em indivíduos obesos, neste último o efeito de medicamento é mais
prolongado.
3. Género – as mulheres são mais susceptíveis a RAMs (duas vezes mais) que os homens,
devido a diferenças físicas, fisiológicas, massa muscular, quantidade de líquidos corporais,
gravidez, menopausa e menstruação. A mulher grávida pode responder mais intensamente a
fármacos simpaticomiméticos porque as hormonas sexuais inibem sua captação
extraneuronal. Entretanto há que ter em conta o efeito teratogénico dos fármacos.
4. Equilibrio ácido-básico: alguns medicamentos dependem de pH urinário, para serem
eliminaos adequadamente.
Ex: Barbitúricos necessitam de urina alcalina para serem eliminados adequadamente.
Anti-histamínicos eliminam-se melhor em urinas ácidas.
5. Raça/tipo: Maior frequência de anemia hemolítica por déficit de Glucose-6-Fosfato
Desidrogénase em raça negra.

II. Variáveis Patológicas


 Enfermidades que afectam a farmacocinética do medicamento: nefropatias,
hepatopatias, hipoalbuminemia.
 Enfermidades que requerem terapêutica múltipla, pelo que podem aparecer
interacções medicamentosas: Insuficiência cardíaca (tiazidas e digitálicos), Sepsis
severas, enfermidades psiquiátricas.
 Enfermidades concomitantes:
HTA e Diabetes (tiazidas, propranolol)
HTA e Asma (Propranolol)
HTA e Alergia (glucocorticóides)

2.4 Factores que dificultam o estabelecimento de relação causal entre RAM e o


medicamento
 Uso de múltiplos medicamentos, dificultando a determinação do agente efectivamente
responsável de RAM;
 Interacções medicamentosas;
 Uso de tratamentos não medicamentosos, que também podem causar manifestações
indesejáveis;
 Ausência de testes de diagnóstico específicos para detecção de RAM;
 Presença de condições clínicas associadas;
 Dificuldade no estabelecimento do tempo de ocorrência de eventos;
 Ocorrência de reacções irreversíveis;
 Uso de medicamentos recentes no mercado.

2.5 Interferência dos medicamentos com análises de laboratário


Dentro das causas de erros nos resultados das análises de laboratório está a interferência
química provocada pelos medicamentos, cujos resultados podem provocar dados falsamente
positivos ou negativos.
Ex: aumento de glicemia: Difenilhidantoína, glucocorticóides, fenilbutazona.
 Diminuição de glicemia: Sulfonilureias, anti-histamínicos.
 Aumento de colesterol: Esteróides anabólicos, heparina.
 Aumento de ácido úrico: Citostáticos, ácido acetil salicílico.
 Diminuição de ácido úrico: Alopurinol, fenotiazinas.
 Diminuição de potássio: Tiazidas, furosemida, digitálicos.
 Aumento potássio: Espironolactona.

3. Farmacovigilância
A Farmacovigilância é a ciência e conjunto de actividades relacionados com a detecção,
avaliação, compreensão e prevenção de efeitos indesejáveis (ou reacções adversas) ou qualquer
outro problema de segurança relacionado com medicamentos, visando melhorar a segurança
dos medicamentos, em defesa do utente e da Saúde Pública.
Início das actividades de Farmacovigilância (CIMed) em Mocambique: 2003. Actualmente,
temos unidades de Farmacovigilância em Nampula, Zambézia e Maputo, estando as restantes
províncias com delegados de Farmacovigilância.

3.1 Objectivos principais da Farmacovigilância


 Identificar os efeitos indesejáveis desconhecidos;
 Quantificar o risco destes efeitos associados ao uso de determinados fármacos;
 Identificar factores de risco e mecanismos subjacentes aos efeitos indesejáveis;
 Informar e educar os profissionais sanitários;
 Informar e subsidiar as autoridades sanitárias na regulamentação dos medicamentos.
3.2 Algoritmos ou tabelas de tomada de decisão
Algoritmos ou tabelas de tomada de decisão foram desenvolvidos com o objectivo de
auxiliar no estabelecimento de relação causa-efeito entre administração do medicamento e
surgimento da reacção. Os algoritmos permitem estabelecer dados de incidência mais
acurados:
 Facilitam o monitoramento e tomada de decisão;

 Diminuem as dúvidas;

 Consistem de questionamentos ordenados que auxiliam no estabelecimento da


forca da relação causa-efeito;

 Adoptam critérios de compatibilidade temporal, farmacológica, plausibilidade


biológica e possibilidade de exclusão de outras causas.

A OMS não adopta um algoritmo específico, portanto, utiliza critérios para avaliação de
causalidade, considerando as seguintes condições:
a) Existência da relação temporal entre a exposição ao medicamento e o evento adverso
observado;

b) Possibilidade de exclusão de outras causas (medicamentos, doença);

c) Redução/cessação do efeito com a suspensão ou redução da dose do medicamento;

d) Manifestação do efeito com a readministração do medicamento.


Algoritmo de Naranjo (o que usamos em Moçambique)
Não
se
Perguntas Sim Não sabe
1 Existem estudos prévios sobre esta reacção?
+1 0 0
A reacção adversa ocorreu após administração do
2 medicamento?
+2 -1 0
O paciente melhora quando o medicamento é retirado ou
3 quando se administra um antagonista específico?
+1 0 0
A reacção reaparece quando se readministra o
4 medicamento?
+2 -1 0
Excluindo este medicamento, existem outras causas para
5 determinar o aparecimento da reacção?
-1 +2 0

6 A reacção reaparece quando se administra um placebo?


-1 +1 0
O medicamento foi encontrado no sangue ou outros
7 líquidos orgânicos em concentrações consideradas tóxicas?
+1 0 0
A reacção foi mais intensa quando se aumentou a dose ou
8 menos intensa quando se reduziu a dose?
+1 0 0
O paciente já apresentou alguma reacção semelhante ao
9 mesmo medicamento?
+1 0 0
A reacção adversa foi confirmada por meio de alguma
10 evidência objectiva?
+1 0 0

Usando-se o algoritmo de Naranjo, chega-se às seguintes conclusões sobre a reacção:

Tipo de RAM Pontuação

Definida >9

Provável 5a8

Possível 1a4

Duvidosa <0
3.3 Prevenção e tratamento de RAM
Embora existam reacções adversas imprevisíveis, a maioria das reacções adversas a
medicamentos podem ser evitáveis, incluindo as que motivam hospitalização.
As reacções adversas podem ser prevenidas pelo uso de menores doses possíveis, dentro de
intervalos de administração preconizados;
 Avaliação de níveis séricos de electrólitos pode auxiliar em prevenção e detecção de
efeitos adversos como hipopotassemia e hiperglicemia;
 Monitoramento da menstruação para casos do uso de contraceptivos.

3.3.1 Tratamento de RAM


Dependendo do mecanismo e gravidade, o tratamento da reacção envolve as seguintes
condições:
 Redução da dose;

 Aumento de intervalo de administração;

 Suspensão da administração temporária ou definitiva;

 Aplicação de medidas terapêuticas correctivas (uso de antagonistas específicos ou


antídotos, hemodiálise);

 Correcção de distúrbios electrolíticos.

3.4 Processo de notificação de RAMs em Moçambique


Notificação Espontânea: consiste no relato simplificado e espontâneo de uma ocorrência
(evento adverso), associado a um tratamento suspeito (medicamento) usado por uma pessoa
(doente – mesmo saudável inicialmente, adoeceu com a RAM) e notificado pela mesma ou por
outra pessoa (notificador).

3.4.1 Quem deve notificar?


 Médicos, Farmacêuticos, Enfermeiros ou outros profissionais de saúde. Em caso de
suspeita de reacção adversa o utente poderá partilhar o caso com o seu médico ou
farmacêutico para que ele possa notificar às autoridades competentes.
 Os titulares de Autorização de Introdução no Mercado (Indústria ou importadores).
3.4.2 O que notificar?
 Reacções adversas graves.
 Reacções adversas não esperadas.
 Todas as suspeitas de RAM:
- Queixa de mal-estar após a ingestão do medicamento;
- Dores de cabeça constantes desde o início do tratamento;
- Aparecimento de manchas na pele, etc.
 Outras “RAM”: ausência de eficácia, interacção medicamentosa, etc.

3.4.3 Como notificar?


 Preencher as fichas de notificação de RAM e enviar ao Departamento Farmacêutico –
Farmacovigilância.
 Comunicar com DF-FV por telefone, fax ou correio, correio electrónico.

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