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Manual de Controle de Poço

Workover (Intervenção)

Nome do Aluno: ____________________________

Data do curso: ___ /___ / ______


I – ÍNDICE
1 – Introdução .......................................................................................................................................03
2 - Princípios e Procedimentos de Controle de Poço para Operações de Workover ...........................04
2.1 - Conscientização e Gerenciamento de Riscos .............................................................................................04
2.1.1 – Impactos Potenciais de Eventos de Well Control .....................................................................................04
2.1.2 – Poço “Vivo” e Poço “Morto”........................................................................................................................04
2.1.3 – Gerenciamento de Risco ..........................................................................................................................04
2.1.4 – Comunicação Prévia com Equipe e Transferência e movimentação .......................................................06
2.1.5 – Margem de Segurança, Preenchimento de Documentos e Procedimento de Emergência .....................06
2.1.6 – Equipamento de Controle de Pressão e considerações de envelope de barreiras................................. 09

2.2 –Princípios de Controle de Poço & Cálculos ...............................................................................10


2.2.1 – Fundamentos da Pressão ........................................................................................................................10
2.2.2 – Cálculos: Volumes e capacidades ..........................................................................................................22
2.2.3 – Princípios: Colapso da coluna e Ruptura do Revestimento ....................................................................26
2.2.4 – Informações prévias do poço (Pre-recorded) ....................................................................................... 28
2.2.5 – Condições de Segurança de Poço ........................................................................................................ 29

2.3 – Barreiras ....................................................................................................................................32


2.3.1 – Filosofia e Operações de Sistema de Barreiras .....................................................................................32
2.3.2 - Tipos de Barreiras ...................................................................................................................................34

2.4 – Fundamentos do Influxo ............................................................................................................38


2.4.1 – Influxo e Causas de influxo ....................................................................................................................38
2.4.2 - Redução da pressão hidrostática .......................................................................................................... 38
2.4.3 – Detecção de Influxo ...............................................................................................................................43
2.4.4 – Mudança na Pressão de Superfície ......................................................................................................45
2.4.5 – Mudança no peso da coluna ................................................................................................................ 45
2.4.6 – Mudança na Densidade do Fluido. .......................................................................................................45
2.4.7 – Óleo ou gás observado durante a circulação .......................................................................................45
2.4.8 – A importância de se identificar o poço rapidamente. ........................................................................... 46

2.5 – Características e Comportamento do Gás ............................................................................. 47


2.6 – Fluidos de Completação e Workover ..................................................................................... 48
2.6.1 – Objetivo e Funções dos Fluidos de Completação e Workover .............................................................48
2.6.2 – Líquidos .............................................................................................................................................. 50
2.6.3 – Propriedades dos Fluidos ................................................................................................................... 51
2.6.4 – Comportamento do Fluxo Fluidos ........................................................................................................54
2.6.5 – Tipos de Fluidos ....................................................................................................................................55
2.6.6 – Equipamentos e Técnicas para Medidas das Propriedades dos Fluidos .............................................56
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2.7 – Visão Geral Equipamentos de Superfície e Subsuperfície de Poços ....................................58
2.7.1 – Árvore de Natal ................................................................................................................................. 58
2.7.2 – Cabeça de Poço (Wellhead) ............................................................................................................. 63
2.7.3 – BlowOut Preventer (BOP) Stack e Componentes ............................................................................66
2.7.4 – Equipamentos de Completação ........................................................................................................ 99

2.8 – Procedimentos .................................................................................................................... 116


2.8.1 – Ajuste/Checar limites de alarmes .....................................................................................................116
2.8.2 – Fechamento ..................................................................................................................................... 117
2.8.3 - Verificação de Fechamento ..............................................................................................................118
2.8.4 – Monitorando e Registrando no Fechamento .....................................................................................118
2.8.5 – Operações de Stripping ....................................................................................................................119
2.8.6 – Preparando para entrar no Poço e Cálculos. ................................................................................... 122
2.8.7 – Cálculos .............................................................................................................................................124

2.9 – Preparação para Matar o Poço na Intervenção do Poço ..................................................... 125


2.9.1 – Objetivo das Técnica de Matar o Poço ............................................................................................ 125
2.9.2 – Bullheading ....................................................................................................................................... 126
2.9.3 - Lube and Bleed ..................................................................................................................................134
2.9.4 – Circulação Direta (Convencional) – Método do Sondador ...............................................................137
2.9.5 – Circulação Reversa .......................................................................................................................... 141
2.9.6 – Início de Bomba e Procedimento de Fechamento .......................................................................... 142

2.10 – Situações Especiais .......................................................................................................... 144


2.10.1 – Pressões Trapeadas, Obstrução e Restrição no Tubo e no Poço ..................................................144
2.10.2 – Hidratos ...........................................................................................................................................144
2.10.3 – H2S .................................................................................................................................................145
2.10.4 – Gerenciamento de Mudanças Durante o Controle de Poço .......................................................... 146

2.11 – Organizando uma Operação de Controle de Poço .............................................................149


2.12 – Testes de Pressão e Teste de Função ............................................................................. 152
2.12.1 – Teste de BOP ................................................................................................................................. 152
12.2.2 – Teste de Equipamentos de Completação ...................................................................................... 153

2.13 – Well Control Drills .............................................................................................................. 154


2.13.1 – Pit Drills ...........................................................................................................................................154
2.13.2 – Trip Drills ........................................................................................................................................ 155
2.13.3 - Choke Drill ...................................................................................................................................... 156

2.14 – Regras, Ordem e Políticas das Empresas, Indústrias e do Governo................................. 158


2.15 – Considerações Auxiliares .................................................................................................. 162

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1 – Introdução

Durante as operações de Perfuração, Completação e Intervenção (Workover) de poços de


petróleo é necessário estabelecer normas de segurança para que as operações sejam realizadas
com o objetivo de preservar a vida humana e o meio ambiente. Sendo assim, faz necessário que
a equipe da sonda esteja devidamente treinada para operar com segurança as atividades de
perfuração, completação e intervenção de poços.

As atividades de perfuração estão relacionadas diretamente quando se perfura um poço de


petróleo pela primeira vez, seja ele pioneiro, de extensão ou de produção, sendo assim é
necessária que a equipe da sonda de perfuração (Onshore ou Offshore) esteja devidamente
certificada com o curso de Well Control (Controle de Poço) para operação Drilling.

Entretanto, as atividades de intervenção (Workover) estão relacionadas às operações de


reentrada em um poço já existente, com diversos motivos, entre eles podemos destacar as
atividades que podem ajudar a aumentar o índice de produtividade do poço. As intervenções no
poço podem ajudar a desobstruir os poros de uma zona produtora, perfurar o poço existente para
atingir uma outra zona produtora, fazer limpeza do poço, fazer troca de equipamentos de produção
de petróleo, entre outros. A equipe da sonda de intervenção de poço deve estar devidamente
certificada com curso de Well Control para operações de Workover.

O curso de Well Control é mandatório para as operações descritas acima, e sabendo que
compete à ANP deve fazer cumprir as melhores práticas da indústria do petróleo e que as
empresas detentoras dos direitos de exploração e produção de petróleo e gás natural obedeçam
às normas e procedimentos técnicos de segurança operacional e de preservação do meio
ambiente para perfuração, completação, avaliação, intervenção, produção e abandono de poços
de petróleo e gás natural (Resolução ANP Nº 46 DE 01/11/2016). Sendo assim, é de grande
importância que todos os funcionários envolvidos das operações de perfuração, completação e
intervenção de poços de petróleo estejam devidamente treinados e certificados para operar com
seguranças as atividades nas sondas.

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2 – Princípios e Procedimentos de Controle de Poço para Operações de Workover
2.1 - Conscientização e Gerenciamento de Riscos
2.1.1 – Impactos Potenciais de Eventos de Well Control
Os riscos associados as operações de completação e intervenção de poços são
evidenciados quando existe a possibilidade de fluidos da formação atingir a superfície de forma
descontrolada. Quando o fluido de completação e o fluido de intervenção estão no poço é criado
uma pressão hidrostática, mas se essa pressão hidrostática não for suficiente para manter os
fluidos da formação dentro dos poros então ocorrerá um kick, e se esse kick não for controlado
poderá ocorrer um blowout. Além disso, pode ocorrer durante a completação ou intervenção uma
previsão errada da pressão da formação (pressão de poros). Isso resultará em risco para a
operação de controle de poço. As atividades de intervenção que necessita aprofundar mais o poço
pode fazer com que um novo reservatório seja encontrado com pressões desconhecidas, e isso
também aumentará o risco no controle de poço.

2.1.2 – Poço “Vivo” e Poço “Morto”

Após a perfuração do poço ele é completado, ou seja, equipado para produzir óleo ou gás.
Enquanto o poço estiver produzindo petróleo dentro do índice de produtividade satisfatória ele é
chamado de poço “vivo”. Entretanto, com o passar dos anos o índice de produtividade do poço irá
diminuir. Essa diminuição na produção pode levar a intervenção do poço para melhorar a sua
produtividade ou o abandono definitivo. Sendo assim, podemos dizer que o poço pode estar
“morto” definitivamente, ou seja, pode não ter mais hidrocarbonetos no reservatório onde o poço
foi perfurado, nesse caso recomenda-se o abandono definitivo do poço. Além disso, o poço pode
está “morto” temporariamente, ou seja, existem hidrocarbonetos no reservatório mas o poço
precisar passar por intervenções para ajudar na produtividade.

2.1.3 – Gerenciamento de Risco

A implantação do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, de forma que


uma estrutura adequada de responsabilidades e ações seja bem definida e haja uma boa análise
das informações, a empresa poderá alcançar o máximo em SST, otimizando seus recursos
financeiros, humanos, tecnológicos e materiais disponíveis na empresa.

A ausência de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho prejudica no


gerenciamento dos riscos, podendo permitir altos índices de acidentes e doenças do trabalho. A
maior prejudicada é a força de trabalho que não está coberta com um sistema de prevenção de
acidentes e doenças ocupacionais. Os efeitos danosos à saúde dos trabalhadores podem ser
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percebidos a curto ou a longo prazo, trazendo a diminuição da capacidade laborativa parcial ou
total de maneira temporária ou até permanente. De todo forma a empresa tem um impacto
decrescente na produção, um ambiente de trabalho negativo com trabalhadores desmotivados e
um comprometimento na qualidade de seus produtos, ameaçando a imagem da companhia.

O sistema de gerenciamento de risco como identificar o risco, qualificar o problema do risco,


mitigar (diminuir) o risco e principalmente controlar os problemas causados pelo risco devem ser
avaliados e discutidos para que o plano de gerenciamento de risco seja realmente efetivo. Sendo
assim é importante que:

a) As avaliações de riscos constituem um processo de suporte e as recomendações geradas


nesses estudos são fruto da percepção da equipe envolvida, a partir da aplicação de técnicas
estruturadas para identificação de perigos, possuindo caráter estritamente técnico. A
implementação dessas recomendações deve ter sua viabilidade avaliada gerencialmente, a
partir da aplicação da filosofia "ALARP" (As Low As Reasonable Practicable - Tão baixo quanto
razoavelmente praticável). Quando aprovadas, tais recomendações se tornam objetivos
relacionados à SMS, cujo controle e provisão dos recursos necessários à sua implementação
cabem ao gestor do projeto ou processo.

b) As recomendações geradas a partir dos estudos de riscos podem eventualmente inserir


mudanças nas instalações e a sua implementação, portanto, deve ser gerenciada durante a
fase de implantação do projeto e durante a fase de operação.

c) Os perigos relacionados à segurança das instalações, associados às falhas operacionais,


devem ter seus riscos avaliados através de Análise Preliminar de Riscos.

d) Os perigos relacionados à execução das tarefas são identificados através da Análise


Preliminar de Risco das tarefas, quando da emissão da Permissão para Trabalho - PT. Os
riscos a eles associados são considerados, em princípio, como não toleráveis, exigindo a
adoção de medidas de controle. Caso estas medidas não possam ser implementadas, as
tarefas não serão realizadas.

e) A criação de um Manual de Segurança estabelece requisitos mínimos e as condutas a


serem seguidas nas várias atividades de trabalho desenvolvidas a bordo das plataformas, com
o intuito de minimizar os riscos identificados e prevenir a ocorrência de acidentes e incidentes.
Devemos focar nos novos projetos, ou seja, na documentação de Engenharia do projeto de
uma plataforma de petróleo a ser construída. O projeto é dividido em Projeto Básico e Projeto
de Detalhamento, onde em cada fase são definidos os Estudos de Riscos aplicáveis.
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2.1.4 – Comunicação Prévia com Equipe e Transferência e movimentação

É muito importante que haja um plano de risco e que a equipe tenha conhecimento e
também a oportunidade de discutir o assunto com antecedência. A comunicação operacional para
discutir o risco e enfatizar a responsabilidade de cada membro da equipe pode minimizar os
problemas com a segurança operacional.

É importante que a equipe seja avisada com antecedência quando ocorrer mudança de
maquinas e equipamentos, movimentação de carga, visita de pessoas na sonda para diminuir o
risco de acidentes. Além disso, é muito importante que a sinalização de segurança esteja visível
e funcionando perfeitamente durante todo o tempo.

2.1.5 – Margem de Segurança, Preenchimento de Documentos e Procedimento de


Emergência

Durante o controle de poço é necessário uma margem de segurança operacional, ou seja,


toda as pessoas que são fazem parte efetivamente do controle de poço devem se afastar para um
distância satisfatória para obedecer uma margem de segurança mínima. Além disso, os
equipamentos como tubos, casing, árvore de natal, BOP (BlowOut Preventer) entre outros possui
uma pressão limite operacional e uma margem de segurança deve ser levado em consideração
quando se tratar de pressão máxima permitida.

Numa situação de controle de poço devemos esta atento a necessidade de preenchimentos


de documentos de controle de poço. Estes documentos estão relacionados com devida
importância para resolver problemas de controle de poço entre as diferentes partes: Práticas de
Controle de Poço que devem ser seguidas e documentação de evidencia relacionando as atitudes
para minimizar os impactos ambienteis de acordo com o regime e legislação vigente.

Os procedimentos de Emergência devem ser feito por cada empresa, retratando a realidade
de cada sonda, além disso, a equipe deve ser treinada sem simulados de evacuação de
emergência para saber identificar a rota de fuga. Geralmente um sinal sonoro é emitido para
informar a necessidade de evacuação de emergência. Os procedimentos de emergência devem
ser desenvolvido para diversas situações tais como vazamento descontrolado do BOP, gás tóxico,
H2S, fogo, mal tempo, possibilidade de queda da torre, colisão da embarcação, etc.

É muito importante que haja um plano de risco e que a equipe tenha conhecimento e também
a oportunidade de discutir o assunto com antecedência. A comunicação operacional para discutir

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o risco e enfatizar a responsabilidade de cada membro da equipe pode minimizar os problemas
com a segurança operacional.

a) Análise Preliminar de Riscos – APR: Técnica indutiva estruturada para identificar perigos
decorrentes de falhas de instalações ou erros humanos, bem como suas causas e
conseqüências e avaliar qualitativamente seus riscos impactando a Segurança Pessoal,
Meio Ambiente, Instalação e Imagem da Empresa. Na Figura 1, é mostrada a planilha para
a elaboração da APR.

Figura 1

b) Estudo de Perigo e Operabilidade – HAZOP: Técnica estruturada para identificar perigos


de processo e potenciais problemas de operação utilizando palavras-guias associadas a
parâmetros de processo, para avaliar qualitativamente desvios de processo, suas causas
e consequências. Na Figura 2 é mostrada a planilha para a elaboração do HAZOP.

Figura 2

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c) Estudo de Dispersão de Gases: Esta análise deve ser desenvolvida com o objetivo de
avaliar o comportamento dos vazamentos de gás e definir o número e a localização
otimizada de detectores de gás hidrocarboneto em áreas abertas.

O estudo deve definir pontos de detecção que atendam principalmente a liberações iniciais
(inicio de vazamento) que devem ser monitorados preliminarmente antes mesmo da detecção dos
instrumentos do processo e da ocorrência dos eventos de incêndio e de explosão. O estudo é feito
com simulação dos casos em fluidodinâmica computacional considerando as 4 direções de
vazamento e 8 direções de vento a fim de validar a locação dos detectores.

d) Estudo de Incêndio: Esses estudos visam a avaliar o comportamento das estruturas e


equipamentos da plataforma no caso de incêndio. É elaborado a partir do resultado da APR,
onde são selecionados cenários críticos de pequenos e grandes vazamentos de
hidrocarbonetos. Com o resultado das modelagens são sugeridas recomendações como
instalação de proteção passiva e/ou redução de inventário através de colocação de válvulas
de segurança.

e) Estudo de Explosão: É o estudo aplicado para o dimensionamento das estruturas da


plataforma baseado nos valores de sobrepressão advindas de uma explosão. Também
deverá considerar os cenários críticos de vazamentos de hidrocarbonetos, sua composição,
pressão e temperatura. A modelagem da explosão está diretamente ligada a geometria 3D
da plataforma e o grau de confinamento do ambiente a ser simulado. A partir dos resultados
da sobrepressão resultante do estudo, ações de mitigação deverão ser propostas, como
reforço de estrutura, proteções adicionais, melhora da ventilação, novo arranjo de layout,
etc.

A companhia pode iniciar o plano de ação de emergência quando for constatado que a equipe
e a sonda correm risco de segurança. Os membros da tripulação devem ser conduzidos com
segurança pelos responsáveis pela evacuação.

Alteração de Projetos (Mudanças): Durante a fase de operação algumas mudanças nos


projetos originais da plataforma podem ocorrer, sendo que a alteração dos riscos deve ser
analisada. Nessa fase os estudos de riscos citados poderão ser aplicados.

Deve-se proceder um gerenciamento das mudanças em uma plataforma durante a fase de


operação.

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Um especialista em Análise de Riscos, ao verificar o projeto, deve indicar qual(ais)
estudo(s) deverá ser elaborado ou revisado. A indicação da necessidade de um estudo deverá ser
acompanhada da metodologia a ser aplicada e em qual fase do projeto o mesmo será
desenvolvido.

2.1.6 – Equipamento de Controle de Pressão e considerações de envelope de barreiras

Para os equipamentos são necessários os testes para verificar se os mesmos estão


operando (teste de função) e também para verificar se ele mantém a pressão pré determinada
(pressão de teste). É importante destacar que a máxima pressão de trabalho permitida do
equipamento dever ser conhecida pelos operadores e supervisores. A identificação da máxima
pressão deve ser conhecida pelos supervisores e operadores através dos manuais fornecidas pelo
fabricante e principalmente ser checada através de testes no equipamento.

É muito importante ter cuidados com os pequenos componentes dos equipamentos,


principalmente aqueles que são propicio ao vazamento. Por exemplo, deve-se redobrar os
cuidados nas instalações de conexões, anéis e flanges, principalmente nas instalações dos ring
gasket, onde o mesmo não pode ter defeito, ranhuras, graxa. O ring gasket não deve ser
reutilizado e na sua instalação precisamos que ele esteja limpo para ajudar na vedação.

Bom planejamento é, talvez, o aspecto mais exigente de engenharia de completação e


workover. Ele exige a integração dos princípios de engenharia, filosofias corporativas ou pessoais,
e os fatores de experiência. Embora os métodos de planejamento e práticas variem dentro dessa
indústria, o resultado final deve ser uma operação segura, de custo mínimo, que satisfaça os
requisitos do engenheiro de reservatório para a produção de óleo/gás.

A segurança deve ser a maior prioridade no planejamento do poço. Considerações do


pessoal devem ser colocadas acima de todos os outros aspectos do plano. Em alguns casos, o
plano deve ser alterado durante a operação de completação e intervenção do poço de, quando os
problemas imprevistos colocam em perigo a tripulação. A falta em salientar a segurança da
tripulação tem resultado em perda de vidas, indivíduos queimados ou incapacitados
permanentemente.

A segunda prioridade envolve a segurança do poço. O plano também deve ser projetado
para minimizar o risco de explosões e outros fatores que poderiam criar problemas. Esta exigência
de projeto deve ser seguida rigorosamente em todos os aspectos do plano.

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2.2 –Princípios de Controle de Poço & Cálculos

2.2.1 – Fundamentos da Pressão

a) Pressão

Pressão é a razão entre a intensidade da componente da força perpendicular à superfície e a área


da superfície considerada, conforme Figura 3, ou seja:
Pressão é uma força peso atuando em uma área.
F Sendo a força atuante deve está em libras lb e a
P=
A área em polegadas quadradas pol2. Então a unidade
de pressão lb/pol2 é também chamada de Psi.

Figura 3 - Pressão de uma força sobre uma área de superfície

As unidades mais usuais de pressão são: lb/pol2 ou Psi

b) Pressão Hidrostática

A pressão hidrostática é a pressão feita pelo fluido de completação ou intervenção na vertical e


em repouso. A pressão hidrostática criada pelo fluido é a primeira barreira de segurança do poço.

PH = ρ x 0.1704 x TVD (topo dos canhoneados)


Onde:
PH (psi);
ρ (lbf/gal ou ppg) ---- ρ é o peso (massa específica do fluido)
TVD (m) ----------------- TVD (True Vertical Depth).
Note: Um poço com profundidade em pés (ft) deve ser usado o fator de conversão de 0.052

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Figura 4 - TVD (True Vertical Depth) e MD (Measured Depth)

C) Pressão de Superfície

Quando um poço é fechado devido a um kick e suas pressões são estabilizadas, duas pressões
são importantes para o controle de poço:

SITP (Shut In Tubing Pressure): Pressão de fechamento pelo interior da coluna

SICP (Shut Casing Pressure): Pressão de fechamento pelo casing (revestimento) ou anular

Observamos na figura ao lado que a pressão de SITP é 320 psi e a


pressão SICP é 600 psi.

- Para SICP está marcando um valor de diferente de zero significa


que o packer esta aberto ou está com vazamento (dando passagem).
Normalmente no final da coluna de produção existe um packer que
tem a função de isolar o espaço anular entre a coluna de produção e
o poço. Se o manômetro do reventimento marcar algum valor de
pressão significa que o packer não está vedando (selando).

O Valor da pressão SITP = 320 psi será usado para calcular a lama
de matar e também a pressão de bombeio para matar o poço.
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c) Pressão de Bombeio

A pressão de bombeio é a soma das perdas de cargas por onde o fluido escoa.

Pbombeio = Plinha de superfície + Pcoluna+ P anular

Linha de Superfície = 26 psi

Na figura acima observamos que a pressão de bombeio é:

Pbombeio= 26 + 460 + 95 = 581 psi

A pressão de circulação pode ser: Direta (convencional) ou inversa.

Circulação direta (convencional): O fluido é bombeado pela coluna e retorna para a superfície
pelo espaço anular.

Circulação inversa (reversa): O fluido é bombeado pelo alunar do poço e retorna para a
superfície pela coluna.

d) Densidade Equivalente de Circulação (ECD)

O sentido da pressão de circulação não irá mudar a pressão de bombeio. Mas irá mudar a
pressão no fundo do poço devido ao ECD (Densidade Equivalente de Circulação).

𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃ã𝑜𝑜 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑝𝑝𝑝𝑝ç𝑜𝑜


ECD =
𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑝𝑝𝑝𝑝ç𝑜𝑜 (𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐ℎ𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜)

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Sabendo que Pressão no Fundo do Poço (BHP) = PH + Perda de carga no anular.

- Numa circulação direta (convencional) – a Pressão no Fundo do Poço BHP é:

BHP = PH + Perda de carga no anular do poço

- Numa circulação inversa (reversa) – a Pressão no Fundo do Poço BHP é:

BHP = PH + Perda de carga da coluna

- O fundo do poço sente maior pressão quando a circulação é inversa. Isso porque as perdas de
carga na coluna tem maior pressão do que as perdas de carga no anular.

Na circulação direta o fundo do poço sente a pressão das perdas de carga do anular do poço.

Na circulação inversa o fundo do poço sente a pressão das perdas de carda da coluna.

Veja o exemplo abaixo:

Sabendo que:
Respostas:
TVD Topo dos Canhoneados 2800 m
PH = ρlama x 0.1704 x TVD(topo dos canhoneados)
Peso do fluido no poço 9.6 lb/gal. PH = 9.6 x 0.1704 x 2800 = 4580 psi

Calcule a Pressão no fundo do poço: BHP = PH + Perda de carga

I) BHP = 4580 + 95 = 4675 psi (Direta)


I) Em circulação direta:
II) BHP = 4580 + 460 = 5040 psi (Reversa)
II) Em circulação reversa:

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e) Pressão Trapeada

A pressão trapeada em um poço de produção geralmente ocorre quando existe gás entre a
coluna de produção e o packer.

Quanto mais distante o packer estiver assentado do final da coluna maior a possibilidade de
ter gás trapeado.

Além disso, pode ocorrer alguma pressurização abaixo de válvulas assentadas na coluna,
como por exemplo DHSV ou também em plugs.

f) Swabbing (Pistoneio puxando coluna) e Surge (pistoneio descendo a coluna)

Quando estamos fazendo uma manobra para puxar a coluna para fora do poço ou descendo a
coluna para dentro do poço pode ocorrer:

- Swabbing (pistoneio para fora): Isso pode ocorrer quando o operador puxa a coluna muito
rápido e principalmente se o packer estiver na coluna. Ao puxar a coluna rápido fluidos da
formação podem entrar no poço devido a diminuição de pressão no fundo do poço. O pequeno
espaço entre o anular do poço e o packer pode favorecer na ocorrência do pistoneio (Swab).

- Surge pressure (Pistoneio para dentro): Isso pode ocorrer quando o operador desce a coluna
muito rápido e principalmente se o packer estiver na coluna. Ao descer a coluna rápido os fluidos
de completação ou intervenção podem ser empurrados para entrar nos poros poço, e isso pode
aumentar de pressão no fundo do poço. O pequeno espaço entre o anular do poço e o packer
pode favorecer na ocorrência do surge.

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g) Pressão da Formação (PF)

A pressão da Formação é a pressão feita pelos fluidos da formação. Os fluidos da


formação podem ser água, óleo e gás. Geralmente a água é o fluido mais comum de se
encontrar ao perfurar uma rocha e o gás é o fluido mais perigoso devido a sua alta possibilidade
de expandir.

Para calcular a pressão da formação devemos usar a seguinte fórmula:

PF = GF x TVD (sendo GF o gradiente da formação)

ou

PF = PH coluna + SITP

h) O diferencial de pressão (∆P) em um determinado ponto é a subtração da pressão no ponto


acima pela pressão abaixo desse ponto.

∆P = Pressão acima do ponto – Pressão abaixo do ponto

i) Pressão de Fratura
A pressão de fratura é a pressão que pode fraturar a rocha da formação. Uma formação
possui uma certa resistência para não fraturar. Se for aplicado no poço uma pressão
acima da máxima pressão permitida, o poço irá fraturar. A pressão de fratura de uma
rocha pode ser calculada da seguinte maneira:
Pfratura = Gfratura x TVD (topo dos canhoneados)
Gfratura – é o gradiente de fratura

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j) Pressão no Fundo do Poço (BHP)

A pressão no fundo do poço é a soma de todas as pressões acima do fundo do poço. A


pressão no fundo do poço pode ser comparada com a pressão da formação. Sendo assim, se a
pressão no fundo do poço for menor que a pressão da formação, pode ocorrer que fluidos saiam
da formação se deslocando para o interior do poço. Mas se a pressão da formação for menor,
pode ocorrer movimento contrário.

Podemos classificar a relação entre Pressão no Fundo do Poço (BHP) com a Pressão da
Formação (PF) da seguinte maneira:

- Underbalance (Sub-balanceada) – Quando a Pressão no Fundo do Poço é menor do


que a Pressão da Formação, ou seja, BHP menor que PF.

- Balance (Balanceada) – Quando a Pressão no Fundo do Poço é igual a Pressão da


Formação, ou seja, BHP igual PF.

- Overbalance (Sobrebalanceada) – Quando a Pressão no Fundo do Poço é maior que a


Pressão da Formação, ou seja, BHP maior que PF.

l) Cálculos

I.a) Peso de fluido equivalente a Pressão da Formação:

Muitas vezes podemos nos deparar em situações que precisamos determinar o peso de
fluido ideal para gerar uma pressão hidrostática (ou BHP) no poço para manter os fluidos da
formação contidos em seus poros.

ρequivalente = BHP ÷ 0.1704 ÷ TVD (topo dos canhoneados)

I.b) Cálculos de Gradientes para diferentes tipos de fluidos

Há situações em que precisamos calcular o gradiente de um fluido, seja ele líquido ou


gás. Geralmente o gás tem peso menor que 4 lb/gal (ppg). Em alguns manuais os gases tem
peso menor que 2 lb/gal (ppg). A água doce (potável ou industrial) tem peso de 8.3 ppg, essa
água geralmente é usada para calibrar as balanças de lama (balança de fluido). A água salgata
tem teso de 8.6 lb/gal ou superior. Mas geralmente usamos 8.94 lb/gal para água da formação,
que é também classificada com fluido da formação com pressão normal. Sendo assim podemos
afirmar que para calcular gradiente de pressão para diversos tipos de fluido devemos usar a
seguinte fórmula:

16
G = ρfluido x 0.1704 (unidade: psi/m)

Exemplos:

I) Qual é o gradiente de um gás de peso 2 lb/gal?


G = 2 x 0.1704 = 0.3408 psi/m
II) Qual é o gradiente de um fluido de peso 8.6 lb/gal?
G = 8.6 x 0.1704 = 1,465 psi/m
III) Qual é o gradiente da formação do tipo normal? (8.94 lb/gal)?
G = 8.94 x 0.1704 = 1,523 psi/m

I.c) Cálculos para BHP com diferentes tipos de fluidos no poço.

Quando um poço estiver com fluidos de diferentes densidades, devemos calcular a


pressão hidrostática de cada fluido separadamente e depois somar essas pressões hidrostáticas
para encontrar a Pressão no Fundo do Poço, então:

BHP = PH1 + PH2 + PH3 +... + PHn

Exemplo: Calcule o BHP para o poço abaixo com três tipos de fluidos:

PH óleo = 6,7 x 0,1704 x 1000 = 1142 psi

PH água = 8,6 x 0,1704 x 2000 = 2931 psi

PH Salmoura = 9,2 x 0,1704 x 3000 = 4703 psi

BHP = PH total = 1142 + 2931 + 4703 = 8776 psi

17
j) Pressão Máxima antecipada na Superfície (MASP)

Os equipamentos de cabeça de poço e também os equipamentos de superfície são conhecidos


como segunda barreira de segurança. A segunda barreira não pode falhar, para evitar que
ocorra Blowout. Sendo assim, estes equipamentos são testados antecipadamente na superfície.

Podemos ter como exemplo o principal equipamento de segurança de poço “BOP”. Esse
equipamento é fabricado para diversas pressões. Sendo assim um BOP de 10 K é um preventor
de erupção que foi fabricado para suportar uma pressão de 10 000 psi. Mas se na sonda ele foi
testado na superfície antecipadamente antes da operação com uma pressão máxima de 8000
psi, significa que a pressão máxima antecipada deste equipamento é MASP = 8000 psi.

Então a MASP é a pressão máxima a qual o equipamento foi testado.

l) Força de uma Pressão Aplicada

Sabendo que a força é diretamente proporcional com a pressão e inversamente


proporcional a área, então podemos usar a seguinte fórmula:

𝐹𝐹 = 𝑃𝑃 𝑥𝑥 𝐴𝐴
Unidade de força – lb

Para calcular a força de uma pressão trapeada, usamos a mesma forma acima. Apenas a
pressão P será chamada de pressão trapeada.

𝐹𝐹 = 𝑃𝑃𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑥𝑥 𝐴𝐴
Exemplo: Após um teste de pressão numa árvore de natal a 2-Way back pressure valve ficou com
uma pressão trapeada de 3000 psi. Sabendo que a área de contato da válvula que mantem a
pressão contida é de 7,79 pol2.

Calcule a força aplicada na 2-Way back pressure valve.

𝐹𝐹 = 𝑃𝑃𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑥𝑥 𝐴𝐴

F = 3000 (lb/pol2) x 7,79 pol2

F = 23362 lb

18
m) Densidade equivalente de Circulação

A densidade equivalente de circulação (ECD) é a densidade do fluido em condições de


dinâmica. Onde a pressão da fricção das perdas de carga acima de um determinado ponto é
levada em consideração. Sendo assim um fluido pode ter densidade atuando no fundo do poço
de 10 ppg, mas quando o poço é circulado (circulação direta por exemplo) as perdas de carga
do anular contribui com pressão na direção do fundo do poço, ou seja, as perdas de cargas do
anular também pressuriza o fundo do poço. Sendo assim, o fundo do poço sente duas pressões:
A pressão Hidrostática mais as Perdas de carga no anular. Logo:

BHP = PH + ∆P anular

Então a densidade que equivale a pressão total no fundo do poço é chamada de ECD, que pode
ser calculado usando as seguintes fórmulas:

𝐵𝐵𝐻𝐻𝐻𝐻 ∆𝑃𝑃 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎


𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 = Ou 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 = + ρoriginal
𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇

É importante mencionar que as pressões de superfície numa situação de poço fechado e


estabilizado com kick, também contribui com a pressão no fundo do poço. Por exemplo, se um
poço foi fechado com uma pressão de cabeça, podemos estimar a pressão no fundo do poço
com a seguinte fórmula:

BHP = PH coluna + SITP (poço em kick)

Exemplo: Pressão no fundo do poço é igual à soma da pressão hidrostática mais qualquer pressão
que venha a ocorrer na superfície durante o fechamento de um poço em produção:

Exemplo: Poço produzindo um fluido de 7 lb/gal

numa profundidade de 2000 m. Durante a produção é

observada uma pressão no manômetro de 400 Psi.

Qual é a pressão no topo dos canhoneados ou no

fundo do poço:

P topo canhoneados = PH + SITP

P topo canhoneados = (7 x 0.1704 x 2000) + 400

P topo canhoneados = 2786 Psi


19
n) Densidade do fluido de matar (peso da lama de matar)

Se um poço está em kick significa que a densidade do fluido não foi suficiente para manter
os fluidos da formação dentro da rocha, isso significa que a primeira barreira foi perdida e que o
poço encontra-se em underbalance (SITP). Então, além de tirar o kick do poço, também
precisamos substituir a lama leve por uma lama mais pesada chamada lama de matar. A lama de
matar deve ser calculada usando a seguinte formula:

𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆
ρ𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇
+ ρoriginal

Após calcular o peso da lama de matar é necessário acrescentar uma margem de


segurança referente a variação que pode ocorrer da densidade devido a temperatura do fluido.

o) Efeito de Flutuação

O fluido de fornece um efeito benéfico em relação ao peso da coluna ou carga do gancho.


Quando o tubo é abaixado no poço, o sistema de lama suportará, ou flutuará, parte do peso do
tubo. Esse efeito é denominado empuxo ou forças de empuxo. O peso flutuante (peso aparente)
da coluna de será menor do que o peso no ar (peso real) do tubo.

Paparente = Preal – Empuxo (força de flutuação)

Observe na figura ao lado que a força FB está atuando para cima,

para aliviar o peso da coluna.

• Quando o peso da coluna é maior que o empuxo haverá uma tendência de a coluna descer
para o fundo do poço (pipe heavy).
• Quando o peso da coluna é menor que o empuxo haverá uma tendência de a coluna subir
em direção a superfície (pipe light)
• Mas quando o peso da coluna é igual ao empuxo significa que o ponto de equilíbrio foi
atingido, então a coluna ficará estática no ponto de equilíbrio.
20
p) O efeito do tubo em U: O equilíbrio hidrostático entre a coluna de produção e o anular
(considerando o packer aberto) ocorre mantendo a pressão no fundo do poço constante. Veja
abaixo o efeito Tubo em “U”:

p1) Um único fluido: Um único fluido em um vaso comunicante

P1 = P2 ∴h1 = h2

p2) Fluidos imiscíveis: Dois fluidos em um vaso comunicante

P1 = P2
Ps + ρ1 ∙ h1 = Ps + ρ2 ∙ h2
ρ1 ∙ h1 = ρ2 ∙ h2

O princípio do tubo em “U” está relacionada ao equilíbrio na pressão hidrostática quando


uma pressão aplicada no lado 1 do vaso comunicante será igual a pressão aplicada no lado 2,
tendo como referência um ponto de encontro entre os fluidos como por exemplo o fundo do poço.
Se os dois lados dos tubos estiverem abertos iremos observar um desnível de fluido para que seja
encontrado o equilíbrio hidrostático. Mas se os tubos estiverem fechados e com medidores de
pressão (manômetro) então a soma da pressão hidrostática com a pressão de cabeça do lado 1
será igual soma da pressão hidrostática com a pressão de cabeça do lado 2.

21
2.2.2 – Cálculos: Volumes e capacidades

a) Volumetria

O volume interno de um tubo ou de um poço pode ser calculado multiplicando-se a


capacidade (cap) com a altura (h).

Volume de fluido no interior do tudo de 500 ft.

Vol = Capinterna(bbl/ft)x h(ft)

b) Cálculo da Capacidade interna de um tubo

𝐼𝐼𝐼𝐼2
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = bbl/ft (barril por pé)
1029.4

𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝐼𝐼𝐼𝐼2 𝑥𝑥 0,00318bbl/m (barril por metro)

Onde ID é o diâmetro Interno .

22
c) Calculando o volume interna do tubo (Drillstring)

Na figura abaixo observamos um tubo com as seguintes dimensões:

c1) Capacidade Interna:


Capinternae volume interno do DrillPipe=

Capinterna e volume interno do DrillCollar =

23
c2) Cálculo da Capacidade externa ou Capacidade do Anular

𝐼𝐼𝐼𝐼2 𝑝𝑝𝑝𝑝ç𝑜𝑜−𝑂𝑂𝑂𝑂2 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡


𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = bbl/ft (barril por pé)
1029.4

𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = (𝐼𝐼𝐼𝐼2 𝑝𝑝𝑝𝑝ç𝑜𝑜 − 𝑂𝑂𝐷𝐷2 )𝑥𝑥 0,00318bbl/m (barril por metro)


Onde:
ID é o diâmetro Interno .
OD é o diâmetro Externo.

c3) Cálculo do volume externo ou volume do anular

Um poço possui MD=4700 ft, a sapata está a 2500 ft (revestimento ID = 12.615’’) e tubo com
500 ft de Drill Collar (OD = 8’’) no poço e drill pipe de 5”. O poço aberto possui diâmetro de
12.25”.

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d) Capacidade Externa (ou Anular) e Volume:
Capexterna e volume do anular DrillPipe x Casing

Capexterna e volume do anular DrillPipe x Open Hole

Capexterna e volume do anular DrillCollar x Open Hole

Sabendo então que volume da coluna pode ser calculado com a seguinte fórmula:

V = capacidade x altura

Então é importante saber que para calcular o número de strokes que a bomba deve dar para
circular um dado volume usamos a seguinte fórmula:

𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽
Nº Strokes =
𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫 𝒅𝒅𝒅𝒅 𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩

Unidade de medida SPM (Strokes Por Minuto)

Para encontrar o tempo que a bomba levará para bombear um certo volume de fluidos é
necessário saber a velocidade da bomba, sendo assim podemos usar a seguinte fórmula:

𝑵𝑵º 𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺
Tempo =
𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽 𝒅𝒅𝒅𝒅 𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩𝑩

Unidade de medida min (Minuto)

25
Para calcular o volume de um tanque devemos multiplicar as 3 dimensões do tanque:
Comprimento x Largura X altura. Estando estas dimensões na unidade de medida metros,
precisamos então usar as constantes de conversão para o volume dos tanques ficar nas
unidades usadas nas sondas: bbl (Barril)

𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 𝒙𝒙 𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳 𝒙𝒙 𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨


Volume = (bbl)
𝟎𝟎,𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏

Volume = Comprimento x largura x Altura x 6,29 (bbl)

Considerando que as medidas de comprimento, largura e altura foram fornecidas em metros,


então: comprimento (m) x largura (m) x altura(m), então o Volume estará em m3.

Para converter m3 para bbl, usamos as constantes de conversão 0.1589 (dividindo) ou 6.29
(multiplicando).

2.2.3 – Princípios: Colapso da coluna e Ruptura do Revestimento

Algumas operações podem aumentar a pressão interna na coluna de produção, como por
exemplo, a utilização do método de controle de poço Bullhead, onde precisa-se de alta pressão
para bombear o fluido invasor (kick) de volta para a formação. Esse procedimento pode levar a
um aumento na pressão interna na coluna de produção e causar uma ruptura. Para evitar isso,
podemos aumentar a pressão no anular do poço, considerando o packer fechado. Esse
procedimento fará com que a pressão interna se iguale a pressão externa, fornecendo
praticamente um diferencial de pressão próximo de zero.

26
Além disso, pode também ocorrer o contrário, se o anular tiver altamente pressurizado um
colapso pode ocorrer na coluna de produção. Mas a equalização das pressões internas e
externas á coluna de produção pode evitar tal problema.

É importante mencionar que uma alta pressão no anular acima do packer assentado com
total vedação pode levar a ruptura do revestimento e isso pode causar muitos problemas para a
operação. Sendo assim devemos ter muito cuidado para não pressurizar o anular do poço com
packer fechado e vedado para evitar tanto o colapso da coluna de produção quanto a ruptura do
revestimento.

A coluna de tubos esta sujeita a esforços de tração, compressão e torção durante as


operações de perfuração. Poderá, eventualmente, estar sujeitas a grandes esforços radiais,
resultantes da diferença entre as pressões externa e interna ao tubo (colapso e pressão interna).
Uma analise de esforços em trechos curvos da coluna é realizado para estudar danos devido à
fadiga. Em geral, a resistência ao colapso define os tubos requeridos na porção inferior da
coluna, enquanto que a tração define a resistência dos tubos na extremidade superior da coluna.
Os valores das resistências ao colapso, tração e pressão interna estão tabelados no API RP 7G
para cada tipo de tubo de perfuração.

Utilizada para determinar a máxima pressão de ruptura e colapso da coluna e ruptura do


revestimento.

27
2.2.4 – Informações prévias do poço (Pre-recorded)

Para fazer os cálculos de uma operação de controle de poço precisamos que as


informações prévias da operação estejam atualizadas. Entre elas podemos destacar as
seguintes principais informações:

• TVD do topo dos canhoneados (para cálculos de pressão e densidade de fluidos)


• TVD da base dos canhoneados
• MD do topo dos canhoneados
• MD da base dos canhoneados (é usado para cálculos de volume)
• Comprimento da coluna de produção
• Altura de assentamento do packer
• Densidade do fluido no poço
• Capacidade e volume da coluna de produção e anular
• Pressão reduzida de Circulação SCR com a bomba na vazão de matar
• Pressão de trabalho com segurança (Pressão máxima permitida)
• Pressão de ruptura da coluna e do revestimento (resistência dos equipamentos)
Evidentemente que essas informações devem ser registradas em um documento que a
maioria utiliza a planilha de controle de poço Kill Sheet. Veja a seguir uma planilha de controle
de poço que podemos utilizar para registrar essas informações prévias.

28
2.2.5 – Condições de Segurança de Poço

Na figura abaixo podemos ter uma visão geral do poço em especial a cabeça do poço, os
equipamentos de cabeça de poço e as válvulas da árvore de natal.

29
a) Válvula do Revestimento – Uma válvula de revestimento é instalada logo acima das porções
mais superiores do poço onde o revestimento começa. Esta válvula é parte integrante do conjunto
da cabeça do poço. Um revestimento é um tubo de aço usado na operação de perfuração para
evitar que a parede de um poço perfurado seja desmoronada, de modo a permitir a perfuração da
próxima seção seja feita com segurança e proteger a água potável de contaminação (operações
em terra).

b) A válvula na parte superior é chamada de válvula Swab (pistoneio) e fica no caminho usado
para intervenções em poços, como cabo de aço(wireline) e flexitubo (coiled tubing). Para tais
operações, um lubrificador é montado no topo da árvore e o fio ou bobina é baixado através do
lubrificador, passando pela válvula de swab e para dentro do poço. Esta válvula é normalmente
operada manualmente.

c) Wing Valve – É uma válvula localizada na lateral de uma árvore de Natal ou equipamento de
fluxo superficial temporário, que pode ser usado para um teste da coluna. Geralmente são duas
válvulas laterais wing que são instaladas em uma árvore de Natal. Uma válvula wing de fluxo é
usada para controlar e isolar a produção, e a válvula wing de matar instalada no lado oposto da
árvore de Natal está disponível para tratamento ou controle de poço.

30
d) Master Valve: É uma válvula localizada na árvore de Natal que controla todo o fluxo do poço.
Uma válvula mestra funcionando corretamente é tão importante que duas válvulas mestras são
instaladas na maioria das árvores de Natal. A válvula principal superior é usada rotineiramente.
Mas a válvula principal inferior fornecendo backup ou função de contingência no caso de a válvula
de serviço normal estar vazando e precisar ser substituída. Sendo assim, a válvula mestra inferior
só deve ser usada em situação de emergência. VÁLVULAS MESTRE (Master Valve) são as
principais válvulas de corte (shut off valve). Elas estão abertas na maior parte da vida útil do poço
e são pouco usadas, especialmente a válvula principal inferior. O Tubing Hanger é um suspensor
de coluna que suspende ou apóia a coluna de tubulação, veda o anel do revestimento e permite
o fluxo para a árvore de Natal.

e) O choke é o dispositivo, estacionário ou ajustável, usado para: Controlar o fluxo de gás, também
conhecido como volume, ou criar pressão a jusante, também conhecida como contrapressão
através de seu fechamento ou maior restrição a passagem de fluido ou para diminuir a
contrapressão através da abertura ou diminuindo a restrição de passagem de fluxo. A válvula
choke (válvula de estrangulamento), é um tipo de válvula de controle, usada principalmente em
poços de produção de petróleo e gás para controlar o fluxo de fluidos de poço sendo produzidos.
Outro propósito das válvulas choke é matar a pressão do reservatório e regular a pressão a jusante
nas linhas de fluxo.
31
2.3 – Barreiras

2.3.1 – Filosofia e Operações de Sistema de Barreiras

Barreiras de Controle ou de Segurança podem ser definidas como um envelope de um ou


vários elementos de barreira dependentes, que impedem o fluxo não intencional de fluidos ou
fases da formação para outra formação ou para o meio ambiente, ao longo de um caminho
específico. A primeira barreira, é a pressão hidrostática gerada pelo fluido de perfuração. Caso
haja falha no controle por esta primeira proteção, utiliza-se a segunda, o Blowout Preventer
(BOP).

a) Definições:
• CSB (Conjunto Solidário de Barreiras): É um conjunto de um ou mais elementos com o
objetivo de impedir o fluxo não intencional de fluidos da formação para o meio externo e
entre intervalos no poço, considerando todos os caminhos possíveis.
• CSB Combinado: CSB com extensão suficiente para constituir os CSBs primário e
secundário para um mesmo intervalo pertinente.
• CSB Permanente: Conjunto cujo objetivo é impedir o fluxo não intencional atual e futuro
de fluidos da formação, considerando todos os caminhos possíveis. O CSB permanente
deve estar posicionado numa formação impermeável através de uma seção integral do
poço, com formação competente na base do CSB. Cimento ou outro material de
desempenho similar (incluindo formações plásticas selantes) devem ser usados como
elementos de CSB.
• CSB Primário: Primeiro CSB estabelecido para o controle do fluxo não intencional
(controle primário do poço).
• CSB Secundário: Segundo CSB estabelecido para o controle do fluxo não intencional
(controle secundário do poço).
• CSB Temporário: Conjunto de um ou mais elementos interligados para formar uma
envoltória cujo objetivo é impedir por um período determinado o fluxo não intencional de
fluidos da formação, considerando todos os caminhos possíveis.
• Elemento de CSB Combinado: Elemento de CSB estabelecido em operação única e que
representa dois elementos em um, compondo um CSB combinado. Exemplo: trecho de
tampão de cimento com extensão dobrada em relação àquela requerida para composição
de um único elemento de CSB.

32
• Elemento de CSB Compartilhado: Elemento de CSB que faz parte simultaneamente dos
CSBs primário e secundário para um mesmo intervalo pertinente. Exemplo: cabeça de
poço ou árvore de natal (em algumas situações de abandono temporário)
• Elemento de CSB Verificado: Elemento de CSB cuja eficácia foi verificada por meio de
avaliação pós-instalação ou de observações registradas durante sua instalação. Por
exemplo, a verificação do cimento no anular como elemento de CSB poderá ser feita por
meio de perfis de avaliação de cimentação ou pela constatação de ausência de
anormalidades durante a operação de cimentação primária, tomando como base os
parâmetros operacionais executados. Os processos de Verificação se dividem em duas
categorias:
A1) Teste: Verificação de elemento de CSB através da aplicação de pressão no sentido
do fluxo, considerando pressão diferencial igual ou maior do que a máxima prevista.
B1) Confirmação: Verificação de elemento de CSB através da avaliação dos dados
recolhidos durante e/ou após a sua instalação.

33
2.3.2 - Tipos de Barreiras
De uma forma geral podemos classificar as barreiras em: Barreiras mecânica e
barreiras de fluido. Mas além disso, é de boa prática entender que existe a barreira
operacional. Barreiras operacionais, são barreiras que não estão presentes para conter a
pressão. As barreiras operacionais são usadas para alertar, informar ou controlar. São
exemplos de barreiras operacionais:
- Sensor de vazão (flow line – fluxo de retorno)
- Sensor de nível (tanques de lama)
- Métodos de controle de poço (Sondador, Engenheiro, Volumétrico, etc).
2.3.2.1 - Barreiras mecânica
As barreiras mecânicas são barreiras físicas que tem a função de segurar, vedar ou
evitar vazamento. A barreira mecânica podem ser o BOP, a árvore de natal, o revestimento,
packer, válvulas de segurança, etc.
As barreiras devem ser instalados e verificados em aderência com seus
procedimentos e critérios de aceitação, bem como alinhados às melhores práticas.
Para cada poço , deve ser preparado um esquemático indicando as barreiras
pertinentes e os elementos que o compõem. Além da árvore de natal, BOP, válvulas de
segurança de coluna, também podemos considerar as seguintes barreiras abaixo como
barreiras mecânicas.

34
2.3.2.2 – Barreiras de Fluidos

As barreiras de fluidos são conhecidas como a primeira barreira de segurança do poço.


Para um fluido ser considerado uma barreira é necessário que ele tenha peso específico
suficiente para gerar uma pressão hidrostática maior que a pressão da formação. Se a primeira
barreira for perdida, significa que fluidos sairão dos poros das rochas e entrarão no poço. Perder
a primeira barreira de segurança é ter a pressão hidrostática feita pelo fluido de completação ou
fluido de intervenção menor que a pressão da formação.

Importante:

O número mínimo de barreiras para as operações de completação e Intervenção são 2.

As barreiras podem ser definidas por operações realizadas:

Situação 1 – Fluido (primeira Barreira) e Equipamento (segunda barreira – BOP, Válvulas da


coluna, Packer, etc)

Situação 2 – Lubrificador (primeira Barreira) e BOP Wire line (segunda barreira).

A barreira de fluido é considerada uma barreira temporária, e deve ser usada enquanto o
poço estiver passando por operações de perfuração, completação e intervenção. A barreira de
fluido pode ser modificada caso ocorra mudança no nível de fluido que está no poço ou no peso
específico do fluido. Além disso, é importante mencionar que quando o poço está sendo
circulado a barreira de segurança feita pelo fluido pode variar devido as perdas de carga do
anular e do ECD que influencia diretamente no BHP.

2.3.2.3 – Gerenciamento de Barreiras

a) Barreiras de Hierarquia

Barreiras de Hierarquia de controle de risco é um sistema usado na indústria para minimizar ou


eliminar a exposição a riscos. ... Este conceito é ensinado a gerentes na indústria, para ser
promovido como prática padrão no local de trabalho. Várias ilustrações são usadas para
representar esse sistema, mais comumente um triângulo.

35
Os controles de perigo na hierarquia são, em ordem decrescente de eficácia / segurança:

Eliminação

Substituição

Controles de Engenharia

Controles administrativos

Equipamento de proteção pessoal

A hierarquia de controles é facilmente aplicada à proteção contra quedas e, o que é importante,


sempre deve ser.

a) Equipamento de proteção individual (EPI) “PCE Equipment”

Em um sentido técnico, o imobilizado é considerado a "medida de último recurso". Quando


uma pessoa é obrigada a usar um cinto de segurança para protegê-la de uma queda, todos os
outros meios de acesso prático foram eliminados de acordo com os métodos propostos pela
hierarquia. Apesar deste equipamento ter sido projetado para as circunstâncias mais extremas,
existem métodos de trabalho adicionais que podem ser empregados para garantir que as pessoas
estejam tão seguras quanto possível ao trabalhar em altura. Esses métodos de trabalho incluem:

36
Trabalhar com contenção - significa operar o equipamento de forma a evitar que uma pessoa seja
exposta a um risco de travamento de queda.

Trabalho em suspensão - pode ser em equipamentos de acesso, como guinchos manuais, onde
as pessoas são cuidadosamente abaixadas para um local para realizar o trabalho, ou,
alternativamente, utilizando os princípios de acesso por corda, onde há risco limitado de queda
quando as práticas de trabalho são empregadas para evitar uma queda livre ou evento de
travamento de queda.

Utilizando sistemas secundários - as práticas de trabalho sólidas em travamento de queda


e acesso por corda exigem que você sempre tenha um meio de acesso primário e um sistema
redundante secundário que atue como backup no caso de falha do meio primário.

O treinamento é uma parte vital de todo trabalho de segurança em altura em termos de


gerenciamento de riscos, bem como saber como configurar um sistema de trabalho seguro. Outras
seções deste site explicam os padrões mínimos necessários para implementar com eficácia
sistemas de trabalho seguros e as precauções que devem ser tomadas em ambientes de
segurança em altura.

37
2.4 – Fundamentos do Influxo

2.4.1 – Influxo e Causas de influxo

Influxo é um fluxo de fluido que sai da formação para o poço. O influxo pode ser de água,
óleo ou gás. Se um influxo entrar no poço porque a pressão hidrostática estiver menor que a
pressão da formação, ou seja, se o poço tiver em underbalance (sub-balanceado) então esse
influxo será chamado de kick. É importante lembrar que um kick só irá parar de entrar no poço
se o poço for fechado.

Quando você estiver fazendo uma manobra para puxar a coluna para fora do poço, pode
ocorrer um pistoneio, ou seja, você pode ter puxado fluidos da formação (influxo) para dentro do
poço. Se for confirmado através do tanque de manobra que entrou influxo no poço, devemos
fazer um flow check para confirmar se o poço está em kick, ou seja, se o influxo ainda continua
entrando no poço. Sendo assim, podemos afirmar que nem todo fluido que entra no poço é um
kick.

Um kick pode ocorrer a qualquer momento, desde que a pressão dos fluidos da formação se torne
maior do que a pressão hidrostática do interior do poço.

2.4.2 - Redução da pressão hidrostática


Sabe-se que a pressão hidrostática de uma coluna de fluido, depende do peso específico
do fluido considerado e da altura da coluna. Portanto quando pelo menos um desses elementos
sofre variação, tem-se variação da pressão hidrostática. Existem alguns casos em que se tem
redução da pressão hidrostática, tais como:

2.4.2.1 - Perda total de circulação


A perda de circulação total faz com que o nível de lama (h) no poço caia, diminuindo
consequentemente a pressão hidrostática da lama. Quando isto ocorre e o nível de lama no poço
diminui seguido de uma recuperação desse nível é porque o poço começa a produzir.
Esta condição é verificada normalmente em áreas onde pode ser encontradas cavernas ou
rochas fraturadas por excesso de pressão, o que pode levar a uma situação de uma perda total.
Caso isso ocorre, deve-se abastecer o poço com água ou um fluido leve.

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2.4.2.2 - Falha em manter o poço cheio durante as manobras
Os kicks que ocorrem durante as operações de manobra podem ser consequência da
redução de pressão hidrostática da lama, devido a redução da altura (H), causada pela falta de
enchimento do poço com o volume de lama correspondente ao volume de aço retirado, além disso
durante a retirada da coluna, ocorrerá uma redução adicional na pressão de fundo devido ao
pistoneio hidráulico.
Estas são as principais causas da ocorrência de kicks durante as manobras. Toda ênfase
deve ser dada no sentido de alertar a turma para o fato de que durante as manobras, para efeito
prático, é como se o peso da lama tivesse sido reduzido devido ao pistoneio e a pressão
hidrostática é reduzida devido a perda de nível da lama no poço.
Para se evitar um kick durante a manobra, o poço deve ser preenchido com um volume
de lama equivalente ao volume de aço que é retirado do poço, além dos cuidados para evitar o
pistoneio, que veremos adiante.
De uma forma geral é importante saber que se a equipe falhar em manter o poço cheio
durante a manobra, isso poderá diminuir a pressão no fundo do poço devido a queda de nível de
lama no poço.
Durante a manobra seja para tirar a coluna do poço (puxando para fora) ou descendo a
coluna no poço, a equipe deve alinhar o tanque de manobra (trip tank) com linha de retorno do
poço. Comparar o volume observado no tanque de manobra com o volume calculado na planilha
de manobra (trip sheet) pode ajudar a equipe a identificar ganhos (kick) quando o volume do trip
tanque estiver maior do que o volume calculado, e também perda de circulação quando o
volume do trip tanque for menor do que o calculado na planilha.

c) Causas durante as manobras


Usava-se completar o poço a cada retirada de 3 a 5 seções de tubos do mesmo, hoje
porém, se mantém o poço devidamente abastecido através do tanque de manobra, ou triptank,
monitorando-se o volume de aço retirado.
É fundamental que se tenha um programa de ataque constante ao poço, calculando-se,
para isso, o volume de lama a ser bombeado para suprir o volume de aço a ser retirado. A redução
Δh, em metros, do nível de lama que provoca uma redução Δp, em psi, na pressão do fundo do
poço, pode ser dada pela relação:
∆p
∆h = , onde:
0,17 ⋅ ρ

ρ é o peso específico da lama em lbf/gal.

39
O volume de aço Vaço, em barris, que provoca a queda Δh, em metros, no nível de lama
pode ser calculado por: Vaço = (Crev - Caço). Δh, onde:
Crev = capacidade do revestimento em bbl/m;
Caço = capacidade do tubo em bbl/m.
O comprimento de tubos Lm, em metros, que provoca uma redução de pressão quando
Vaço
retirado do poço, é dado por: Lm =
C aço

Figura 1 - Tanque de manobra


(TripTank) para manter o poço cheio
durante as manobras

2.4.3 - Pistoneio (Swab)


O pistoneio refere-se à ação pistão cilindro da coluna de perfuração no poço. Dois tipos de
pistoneio podem aparecer na manobra da coluna de perfuração: o pistoneio hidráulico e o
pistoneio mecânico. Assim detalhados:
Pistoneio mecânico: o pistoneio mecânico seria a remoção da lama a partir de um
determinado ponto do poço devido ao enceramento da broca ou outra parte da coluna, reduzindo-
se assim a hidrostática no interior da coluna, devido a redução da altura na mesma.
Uma vez detectado, deve-se voltar a coluna ao fundo do poço e circular na tentativa de
desobstruir o enceramento.
No sentido de se evitar o efeito do pistoneio mecânico alguns cuidados devem ser
observados: Retirar a coluna cuidadosamente, observando se há fluxo ascendente da lama.
Caso haja tal fluxo, circular visando remover os detritos da formação que estão encerando
a broca.
• Manter a lama devidamente condicionada, de modo a se ter peso específico, viscosidade
e limite de escoamento adequado.
• Não conseguindo o desenceramento retirar a coluna lubrificando-a, isto é, retirar com
circulação.

40
Pistoneio hidráulico: quando a coluna de perfuração vai sendo retirada do poço, a lama
tende a acompanhar a ascensão dos tubos criando uma espécie de perda de carga ascendente,
que reduz a pressão hidrostática no poço. Este efeito constitui-se no pistoneiohidráulico.O valor
estimado do pistoneio hidráulico ΔP (também conhecido como swab) ou surge pressureque é o
efeito de sobrepressão devido a descida da coluna e tem o mesmo valor do swab, pode ser
calculado pela seguinte equação:

(L ⋅ LE) (L ⋅ VP ⋅ V )
∆P = +
60,96(Dh − Dp) 18287(Dh − Dp)2
ΔP = pressão de pistoneio (psi);
L = comprimento da tubulação (m);
LE= limite de escoamento (lbf/100ft2);
VP = viscosidade plástica do fluido (cP);
Dh = Φ do poço ou Фint do rev. (in);
Dp = Ф externo da tubulação (in);
V = velocidade manobra (ft/min).

2.4.4 - Surging (Surge Pressure)


Quando a coluna de perfuração está sendo inserida no poço, a fricção do fluido de
perfuração que se movimenta contra as paredes da tubulação, causa um aumento de pressão no
fundo do poço. Este aumento é chamado de surging.
Esta situação é de extrema importância em poços com uma margem muito pequena entre
a pressão de poros e de fratura. Inserir a coluna muitio rápido no poço, pode levar a uma fratura
e perda de circulação.

41
2.4.5- Peso da Lama (Mud Weight)
a) Corte de lama por gás
À medida que os cascalhos de uma formação portadora de gás são transportados anular
acima, o gás, inicialmente contido em seus poros, expande-se. A maior parte dele deixa esses
poros e se incorpora à lama. Diz-se então que a lama está cortada por gás.
O corte de lama por gás não implica obrigatoriamente na presença de um kick, desde que
a redução observada na densidade da lama seja provocada pela rápida expansão do gás quando
se aproxima da superfície.
É importante que se faça uma verificação da redução da pressão no fundo do poço para
cada ocorrência de corte de lama por gás e caso não seja aceitável, deve-se tomar uma ou mais
das seguintes providências:
1. Reduzir a taxa de penetração; 2. Aumentar a vazão, se possível;
3. Parar a perfuração e circular a intervalos regulares, para limpar o poço.

Figura 2 - Lama limpa e lama cortada por gás


b) Como medir o efeito do corte de gás na pressão hidrostática da lama
Em qualquer caso, no entanto, é fundamental que o gás presente na lama seja removido
antes de reinjetá-la no poço. Normalmente a lama cortada por gás não causa uma redução de
pressão no fundo do poço suficiente para provocar um kick.
A razão da lama cortada por gás não causar uma grande redução na pressão do fundo do
poço, se deve ao fato do gás ser compressível. A hidrostática da lama acima do gás evita que o
gás se expanda muito rapidamente. Se o volume de gás na lama é muito pequeno, a redução da
pressão no fundo do poço será pequena.
c) Corte da lama por água ou óleo
A contaminação da lama por esses fluidos também causará uma redução no seu peso
específico o que poderá levar a um influxo se formações permeáveis forem atingidas. Assim sua
detecção na superfície se torna muito importante.

42
2.4.3 – Detecção de Influxo

Existe uma sequência bem definida de eventos que precedem um kick. Quando perfurando,
esta sequência de eventos sempre se processa segundo um modelo fixo, embora a falta de um
sistema de alarme adequado possa dificultar a percepção de toda esta sequência.
Quanto mais rápido o kick for identificado, menor será o volume de kick no poço, menor
será a redução na pressão hidrostática no poço e menor será as pressões SiCP na linha da choke
e mais fácil será o controle de poço.
2.4.3.1 - Redução na pressão de bombeio e/ou aumento na velocidade de bombeio
Uma redução na pressão de circulação com um consequente aumento na velocidade da
bomba pode ser uma indicação de que um kick está ocorrendo. Neste caso o poço deve ser
fechado e verificar a existência de pressões ou se o poço flui.
Quando a pressão de bombeio diminui, pode ser que a densidade e a viscosidade de fluido
que está no poço tenha diminuído com a entrada de influxos da formação para o poço. Quando a
bomba sentir que está mais fácil circular o fluido ela terá um tendência de aumentar a velocidade,
mas devido a maioria das bombas serem automática a velocidade permanece constante no painel.
Caso a pressão de bombeio aumente ou a velocidade da bomba diminua, isto pode indicar
um funcionamento incorreto do atuador da bomba.
Contudo, sempre que ocorrer uma variação na pressão de bombeio ou na velocidade da
bomba deverá ser tomado providências imediatas para detectar a causa do problema.
Uma variação lenta e gradativa na pressão de bombeio ou na velocidade da bomba poderá
ser uma indicação de que um kick está reduzindo gradativamente a pressão exercida no fundo do
poço ou que há um furo na coluna.

2.4.3.2 – Variação no volume deslocado durante as manobras


Para evitar um kick, durante a manobra, o poço deve ser preenchido com um volume de
lama equivalente ao volume de aço que é retirado do poço. Se a tripulação não completar o poço
durante a manobra (puxar coluna) o nível de lama cairá e a pressão hidrostática reduzirá,
provocando um underbalance e consequentemente um kick
I) Poço aceitando menos lama do que o volume de aço retirado
Monitorar sempre o volume de aço retirado, através do tanque de manobra. Para
monitoração deve-se previamente elaborar a régua de escalas para as diversas situações ou
tubulações pertencentes a sonda, isto é deve-se estabelecer a escala para a coluna de perfuração
(tubos de perfuração, HWs e comandos) tanto vazia quanto cheia e para as colunas de
revestimento. Essa escala poderá ser identificada na prática quando se esta descendo a coluna
43
no revestimento, e de acordo com as dimensões do tanque de manobra ela deve ser registrada
para cada seção. Quando observar que o poço está recebendo menos lama que o volume de aço
retirado, fechar o poço e observar se há pressão no choke.
Havendo pressão em reunião com o corpo técnico definir o procedimento de controle. Não
havendo pressão, descer a coluna até o fundo e circular pelo menos um ciclo completo.
II) Poço devolvendo mais lama do que o volume de aço descido
Muitas vezes um kick ocorre ou só é notado durante a descida da coluna ao fundo do poço.
Este tipo de kick pode ser devido ao não enchimento correto do poço durante a retirada dos
comandos, à perda de circulação ou ao enchimento inadequado durante a retirada dos tubos de
perfuração. Normalmente, quando da descida da coluna de volta ao fundo do poço, o poço flui
durante ou logo após a descida da seção, devido ao deslocamento da lama pela tubulação.
Caso esteja ocorrendo um kick, o intervalo sem fluxo torna-se menor e o poço
eventualmente começa a fluir continuamente durante a descida. Quando isto ocorre,
provavelmente uma destas três coisas está acontecendo:
a) O poço pode ter sido pistoneado ou pode ter sido permitida a entrada de fluido de formação
para o poço (sem que isto tenha sido notado) durante a manobra para retirada da coluna.
b) O surgimento de pressões provocado pela descida da coluna pode ter induzido uma perda
de circulação com o consequente abaixamento do nível de lama no poço.
c) O poço não foi preenchido de forma correta, provavelmente durante a retirada dos
comandos.
Então o poço deve ser imediatamente fechado e lida e registrada a pressão no choke. Em
reunião com o corpo técnico definir o procedimento de controle. Há a necessidade de monitoração
dos volumes também na descida de ferramentas através do tanque de manobra devido a
sobrepressão “Surge Pressure” que pode provocar uma perda de circulação, logo devem ser
tratadas e calculadas da mesma maneira como no caso do pistoneio hidráulico anteriormente
descrito.
2.4.3.3 - Flow Check (Flow with Pump Off)
Em algumas situações em que a detecção do kick não é clara, usa-se o procedimento de
parar a mesa rotativa, posicionar a coluna e desligar as bombas para verificar se continua a haver
fluxo no poço, em caso positivo então, toma-se a atitude de fechamento do poço, tal procedimento
denomina-se Flow Check.
O aspecto negativo de tal procedimento é a perda de tempo com a possibilidade de
aumentar o volume ganho no kick. Portanto muitas vezes despreza-se tal comportamento,
preferindo-se diante de qualquer indício de kick o imediato fechamento do poço.

44
2.4.4 – Mudança na Pressão de Superfície
As pressões de superfície também podem ser um indicativo que o kick está entrando no
poço. Se a bomba estiver desligada iremos observar um aumento de pressão nos manômetros. É
importante lembrar que os manômetros de SITP e SICP mede a diferença entre a pressão da
formação com a pressão hidrostática na coluna e no anular respectivamente. Sendo assim:
SITP = Pressão da Formação (ou BHP) – PH no interior da coluna
SICP = Pressão da Formação (ou BHP) – PH no anular do poço.

É importante lembrar que SICP será zero se o packer estiver instalado na coluna de produção
com vedação total.

2.4.5 – Mudança no peso da coluna


Quando o poço estiver tomando kick, significa que o peso do fluido no poço irá diminuir.
Sendo assim o fator de flutuação irá mudar. Se o peso do fluido diminuir o fator de flutuação irá
diminuir, isso fará com que a coluna tenha maior peso aparente, ou seja, a coluna ficará mais
pesada e isso poderá ser observado no painel de indicação de peso da coluna.
Sendo assim, quanto menor for a densidade do fluido maior será o peso aparente da coluna:
Paparente = Preal – Empuxo (força de flutuação)

2.4.6 – Mudança na Densidade do Fluido.


Conforme mencionado nos tópicos anteriores, se a densidade do fluido diminuir a pressão
hidrostática no poço também irá diminuir. Então essa propriedade do fluido deve ser monitorada
constantemente usando uma balança de lama apropriada. Se o fluido medido for base água pode-
se utilizar a balança de lama atmosférica, pois a água e o gás não se misturam, então a medida
não será comprometida. Mas se o fluido que estiver no poço for base óleo, a balança mais
apropriada será a balança pressurizada, pois está balança retirar o gás que pode está misturando
ao fluido, e assim, não comprometer o resultado da medida do peso do fluido que está no poço.

2.4.7 – Óleo ou gás observado durante a circulação


Durante a circulação do poço podemos observar na linha de retorno e nos tanques a
presença de um fluido diferente. Se isso ocorrer pode ser que um influxo está saindo da formação
para dentro do poço e a circulação está conduzindo-o para a superfície. Considerando que o poço
de completação está com salmoura (mistura de água e sal) e que um pequeno influxo de gás
tenha entrado no poço, mas não foi suficiente para desbalancear o poço e provocar um kick. Então

45
só iremos saber que esse pequeno influxo tinha entrado no poço quando circularmos o poço. Isso
pode provocar na superfície um “gofada” devido a expansão do gás quando o mesmo atinge a
superfície.
2.4.8 – A importância de se identificar o poço rapidamente.
Quanto mais rápido o kick for identificado, mais rápido o operador poderá fechar o poço.
Isso significa que entrará menos kick no poço.
Quanto menor for o volume de kick no poço, mais fácil será de fazer as operações de
controle de poço para retirar o kick e reestabelecer as pressões para voltar as operações de
completação e intervenção.
Por isso, é importante que toda a equipe esteja preparados para identificar um kick e reagir
nos procedimentos de fechamento de poço. Qualquer alteração ou anormalidade devem ser
informadas ao operador rapidamente, essas informações podem contribuir para o operador
identificar um possível kick.
É importante levar em consideração que a identificação de um influxo pode ajudar e
prevenir muitos acidentes como: liberação de gás no piso da sonda, fogo, explosão, perda de vida,
blowout e poluição, entre outros.
Identificar um kick com antecedência pode ajudar o operador a tomar providências para
prevenir acidentes graves na sonda e principalmente pode realizar as operações para amortecer
o poço com mais segurança e com maior margem de segurança operacional.

46
2.5 – Características e Comportamento do Gás

O gás apresenta características e comportamentos que são bem relacionadas na equação


de Boyles (Boyles Law).

Através da fórmula acima podemos calcular um novo volume (v2) ou uma nova pressão
(p2), ou seja, se um gás que estava no fundo do poço com um volume V1, ao atingir a superfície
ele estará com um volume V2. Sendo assim, podemos concluir que na superfície o gás encontrará
sobre ele uma pressão baixa, logo ele terá um grande volume.

Observe no gráfico abaixo que o volume e a pressão podem variar com a condição de
Temperatura constante, ou seja, num sistema isotérmico.

Então podemos concluir que pressão e volume na lei de Boyles são inversamente
proporcionais, ou seja, se uma aumentar a outra irá diminuir.

V1 = 10 bbl ------------ P1 = 750 psi

V2 = 20 bbl ------------ P2 = 375 psi


47
2.6 – Fluidos de Completação e Workover

2.6.1 – Objetivo e Funções dos Fluidos de Completação e Workover

O objetivo dos fluidos de completação e Workover é gerar uma pressão hidrostática no


poço para manter os fluidos da formação contidos dentro da rocha. O fluido de completação
geralmente é uma solução salina, limpa e isenta de partículas sólidas, cuja composição deve ser
compatível com o reservatório e com os fluidos nele contidos, para evitar causar dano à
formação, ou seja, originar obstruções que possam restringir a vazão do poço.

O fluido de completação geralmente também é uma solução salina, mas que possui
algumas impurezas devido as atividades de intervenção. Essas atividades de workover
geralmente deixa o fluido de intervenção em contato com incrustações, parafina, cera e outros
agentes contaminantes. É muito importante lembrar que na intervenção é realizada um conjunto
de operações no poço durante a vida produtiva, com o objetivo de corrigir problemas de modo a
permitir que a produção ou injeção de fluidos retorno ao nível normal ou operacional. Sendo assim,
os fluidos de intervenção podem apresentar características específicas para cada poço.

Outras funções dos fluidos de Completação e Workover:

• Deve impedir a migração do fluido da formação para o poço;

• Não deve danificar a formação, ou seja, os fluidos de completação e workover não


podem obstruir os poros da formação, não podem comprometer o reservatório, provocar reações
químicas com os hidrocarbonetos, entre outros.

• Deve promover o carreamento de partículas sólidas que se encontrem no poço tais


como: cimento, areia, detritos ou limalha;

• Não deve ser corrosivo, ou seja, deve conter inibidores de corrosão para evitar de
danificar a coluna de produção, packer e outras ferramentas utilizadas nas operações.

• Não deve trapear gás;

• Deve ser econômico (barato).

• Os fluidos de completação e Workover devem atender as especificações das


legislações de segurança e ambientais. As preocupações com o meio ambiente e de como esses
fluidos podem afetar o meio ambiente torna o sistema de controle de qualidade mais efetivo, onde
os engenheiros de fluidos sempre estão atentos ao uso e descarte desses fluidos. Principalmente
dando ênfase ao gerenciamento dos fluidos que retornam do poço para descartes.
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O Packer fluid é um fluido que é deixado na região anular de um poço entre a tubulação e
o revestimento externo acima de um packer. As principais funções de um fluido de packer são: (1)
fornecer pressão hidrostática a fim de diminuir a pressão diferencial através do elemento de
vedação, (2) para diminuir a pressão diferencial no poço (wellbore) e revestimento para evitar
colapso e (3) para proteger metais e elastômeros de corrosão.

Sabendo que os fluidos de completação são usados em frente à zona de produção e são
projetados para evitar danos indesejados à formação e que os fluidos do packer (packer fluid) são
deixados entre a tubulação e o revestimento acima do packer. Então esses fluidos devem ser
estáveis, não corrosivos, manter o controle da pressão e poder circular. Além disso é importante
que tenha não tenha grande diferencial de pressão entre eles durante as operações para evitar
de sobrecarregar o packer que está assentado entre a coluna de produção e o revestimento do
poço.

O Controle de perdas de fluidos (Fluid Loss Control) também estão relacionadas as funções
dos fluidos de completação e workover principalmente para evitar que os fluidos de completação
e workover sejam perdidos para a formação. O fluido de completação e Workover, ao contrário do
fluido de perfuração, são limpos de partículas sólidas por isso são mais propicio a ocorrência de
perdas de fluido para a formação principalmente por ter baixa viscosidade. Por isso, temos
observado que a indústria de tecnologia de fluido tem apresentado muitas novidades nesse
mercado principalmente para que o fluido de completação e workover apresente características
importantes para ter a função de controlar a perda de fluido e suportar alta pressão positiva. Por
exemplo, fluidos de workover sem sólidos geralmente usam polímero como redutor de filtrado para
controlar a perda de fluido. O gel de polímero usado como pílula de perda de fluido de workover e
completação de poços é um dos métodos mais usados, embora se concentre principalmente no
uso de mecanismo de reticulação (crosslinking mechanism). Além desses métodos mencionados
acima, também pode ser utilizado fluidos múltiplos e plugs para controlar as perdas de fluido de
completação e workover para a formação.

Em relação as propriedades de reologia dos fluidos de completação e workover devemos


levar em consideração que se trata de uma salmoura (mistura de água e sal) com poucas
partículas sólidas. Sendo assim podemos afirmar que a pressão de bombeio para circular o poço
geralmente é baixa devido a pequena resistência ao escoamento que o fluido oferece, ou seja,
baixa perda de carga.

49
2.6.2 – Líquidos

Os fluidos de completação e workover são salmouras. Isso significa que o que eleva a
densidade do fluido é a presença do sal. Mas o sal pode precipitar a solução, uma vez que
podemos classificar a solução salina em:

- Sub-saturado: Ainda é possível dissolver sal na solução

- Saturado: A quantidade de sal para dissolver na solução chegou ao limite

- Super-saturado: A quantidade de sal que poderia ser dissolvido no sal ultrapassou do


limite, e isso forma um corpo de fundo, ou seja, sal precipitado no fundo do poço.

Para que seja possível ter um fluido de completação e workover mais pesado (maior
densidade) e que não ocorra precipitação de sal, pode-se usar mais de um tipo de sal,
conforme ilustra a figura abaixo:

No gráfico acima podemos observar que a temperatura do fluido também influencia na


cristalização do sal. A cristalização ocorre quando uma salmoura atinge uma determinada
temperatura favorecendo a queda de cristais de sal para o fundo do poço.
50
2.6.3 – Propriedades dos Fluidos

a) Densidade: É a principal propriedade do fluido que está relacionada ao controle de poço. Pois
a densidade e a altura do fluido geram a pressão hidrostática no poço para manter o fluidos da
formação dentro das rochas, ou seja, a densidade do fluido é responsável para criar a primeira
barreira de segurança. A densidade é a massa por unidade de volume do fluido. A densidade do
fluido de completação e workover é a responsável pela pressão hidrostática no interior do poço.
Para se aumentar a densidade de um fluido usam-se sal ou aditivos especiais.

m
d=
v
Unidades: lb/gal ou ppg

b) Viscosidade: A reologia é o ramo da física que estuda as propriedades mecânicas dos


corpos elásticos, por exemplo, os coloides (substâncias constituídas de partículas sólidas e
líquidas ou sólidas e gasosas). Os coloides se classificam em: sol, emulsão, gel e aerossol. A
lama utilizada nos processos de perfuração é um coloide do tipo gel. Portanto, reologia é a ciência
que estuda como a matéria se deforma ou escoa, quando está submetida a esforços originados
por forças externas.
A viscosimetria é um segmento da mecânica dos fluidos que consiste na prática
experimental de medir a resposta reológica dos fluidos, considerados puramente viscosos, onde
a componente elástica possa ser desprezada. Esta se preocupa com a caracterização de um fluido
viscoso através de instrumentos de medida, procedimentos e métodos. Consiste, portanto na
medição de grandezas físicas, tais como velocidade angular, torque, ângulo de deflexão, tempo,
etc., que possam ser transformadas em unidades de tensão e de taxa de cisalhamento,
consequentemente, de viscosidade, através de equações deduzidas a partir de princípios e leis
da mecânica clássica. Os instrumentos ou equipamentos usados para medir estas grandezas são
denominados de viscosímetros ou reômetros.
A viscosidade de um fluido é caracterizada por sua resistência ao fluxo, ou movimento
relativo de quaisquer de suas partes devido ao atrito interno entre elas. A viscosidade de um fluido
pode ser alterada por aditivos como a bentonita. A viscosidade plástica de um fluido é
caracterizada pela concentração das partículas sólidas do fluido.
A força gel de um fluido é caracterizada pela sua resistência às variações de sua velocidade
(inércia do fluido). O limite de escoamento é caracterizado pela interação eletroquímica das
partículas sólidas do fluido.

51
c) PH : A acidez e a alcalinidade medem o potencial hidrogeniônico (pH) do fluido. A escala de
pH varia de 0 a 14. Sendo alguns intervalos característicos: pH = 7 (fluido neutra); 0 pH < 7
(fluido ácida); 7 < pH 14 (Fluido alcalina). Em geral usa-se lama alcalina (pH 9). Para se reduzir
a acidez de um fluido a base d’água adiciona-se soda cáustica (NaOH) e para fluidos sintéticos o
hidróxido de cálcio (CaCO3).

O pH, a densidade e a viscosidade são as principais propriedades dos fluidos de


completação e workover. Estes fluidos devem possuir um pH alcalino, num valor próximo de 9 a
10.5 para que as outras propriedades possam se relacionar com o fluido da melhor forma
possível. Se o pH ficar abaixo de 7, significa que o fluido pode ser tornar corrosivo, ou seja, além
de danificar os equipamentos do poço, também dificulta as outras propriedades como densidade
e viscosidade.

d) Ponto de Cristalização: Cristalização é a formação de cristais que resulta quando um sólido


precipita de uma solução líquida ou, raramente, diretamente de um gás. O termo é usado para
descrever esse processo na natureza, bem como quando ocorre em um laboratório ou ambiente
industrial. Compostos minerais e orgânicos e até água podem ser cristalizados. A maioria dos
cristais é algum tipo de composto, mas cristais de elementos puros são possíveis. Flocos de
neve, sal e algumas pedras preciosas são formadas por esse processo. Os cristais se formam
quando a concentração de um soluto atinge o máximo, uma condição chamada supersaturação.
O resfriamento ou a evaporação da solução acionará o processo de cristalização. Uma redução
na temperatura pode desencadear a formação de cristais porque a capacidade de uma solução
de reter um soluto depende parcialmente da temperatura. À medida que a temperatura diminui, o
mesmo ocorre com a solubilidade. A evaporação aumenta a concentração do soluto na solução,
provocando a cristalização.

e) Saturação: Em relação à saturação, as soluções podem ser classificadas em insaturadas,


saturadas e supersaturadas de acordo com o coeficiente de solubilidade do soluto no solvente.

e1) Solução insaturada

Quando colocamos uma quantidade de soluto abaixo de seu coeficiente de solubilidade,


temos uma solução insaturada ou não saturada.

52
e2) Solução saturada
Se colocarmos exatamente o coeficiente de solubilidade (36 g), teremos uma solução
saturada, isto é, solução que contém a máxima quantidade de soluto em uma certa quantidade de
solvente e em uma determinada temperatura. No exemplo que demos em que se colocaram 50 g
de sal e 14 g não se dissolveram, temos uma solução saturada com corpo de fundo. Para obter
somente a solução saturada, basta realizar uma filtração.

c) Solução supersaturada
Agora, se nós aquecermos essa solução saturada com corpo de fundo, o precipitado
dissolver-se-á totalmente, pois, a uma temperatura mais elevada, o seu coeficiente de solubilidade
aumenta. Se deixarmos essa solução em repouso, até ela voltar para a temperatura de 20 ºC,
obteremos uma solução supersaturada, que é muito instável, pois contém mais soluto dissolvido
do que o coeficiente de solubilidade naquela temperatura. Assim, se adicionarmos a ela um
pequeno cristal do soluto, ocorrerá a precipitação dos 14 g de sal, que é a quantidade dissolvida
acima da quantidade possível para a saturação (36 g). Ao adicionarmos um pequeno cristal a uma
solução supersaturada de acetato de sódio, por exemplo, a cristalização inicia-se. Isso pode ser
visto na figura a seguir:

Solução supersaturada preparada com acetato de sódio

f) Temperatura e Pressão

Quando o fluido de completação e workover tiver um aumento de temperatura, o volume


do fluido aumenta e densidade do fluido diminui, isso fará com que a pressão hidrostática feita
pelo fluido. Sendo assim a pressão no fundo do poço irá diminuir.

53
2.6.4 – Comportamento do Fluxo Fluidos

Os fluidos de Completação e Workover apresentam baixa viscosidade, principalmente por


apresentar isenção de partículas sólidas. Por isso, as perdas de cardas (fricção ao escoamento)
são baixas quando a salmoura é circulada no poço. Mas dependendo da finalidade do fluido no
poço, pode ocorrer a necessidade de aditivos químicos no fluido como por exemplo adição de
polímeros, o que por sua vez irá aumentar a fricção ao escoamento, mas isso se trata de uma
caso específico ou especial.

Quando os fluidos de completação e workover são circulados com a bomba em baixa vazão
as perdas de cargas (fricção ao escoamento) serão baixas. Mas quando a bomba é ajustada para
alta vazão as perdas de cargas irão aumentar. Isso significa que a vazão da bomba (SPM)
influencia diretamente na fricção ao escoamento.

As perdas de carga (fricções ao escoamento) podem aumentar a pressão no fundo do poço.


É importante saber que as perdas de carga são pressões geradas pelo pela fricção do escoamento
do fluido e que as perdas de cargas tem sentido contrário ao escoamento do fluido, ou seja, se o
fluido estiver sendo bombeado por dentro de uma tubulação no sentido para a direita, as perdas
de cargas estão exercendo uma pressão no sentido contrário, para a esquerda. Por isso, é
importante saber que a Pressão no Fundo do Poço (BHP) pode ser menor quando a circulação
for direta (convencional), ou seja, quando se bombeia pela coluna com retorno pelo anular o fundo
do poço sentirá as perdas de carga do anular. Mas quando a circulação é do tipo reversa (inversa),
bombeando o fluido pelo anular e retornando para a superfície pela coluna de perfuração, as
perdas de carga na coluna irá exercer pressão no fundo do poço. Sabemos que a perda de carga
na coluna de produção tem maior fricção (perda de carga) do que no anular do poço, umas vez
que o espaço para o escoamento do fluido entre a coluna de produção e o revestimento do poço
(anular) é maior do que o espaço no interior da coluna de produção. Logo observamos que quanto
menor for o diâmetro do tubo, maior será a perda de carga, ou seja, a geometria (diâmetro,
comprimento, etc) tem influencia direta com as mudanças de perdas de carga por fricção.

De uma forma geral o caminho do fluxo irá interferir diretamente nas perdas de carga por
fricção, uma vez que o escoamento pode está sendo feito por dentro de tubulações e
equipamentos de fundo de poço com diferentes formatos, diâmetros, tamanhos, etc..

54
2.6.5 – Tipos de Fluidos

Um fluido de completação é um líquido usado pela indústria de petróleo e gás durante a


completação de um poço de petróleo ou gás. É um fluido com baixo teor de sólidos ou solução
salina (salmoura) usada para teste de poços e após a conclusão de um poço. Destina-se a
minimizar os danos à formação e controlar a pressão da formação. Mas é importante mencionar
que os fluidos de completação pode ser:

Fluidos à base de água - Muitas vezes os fluidos de perfuração que contêm sólidos são
modificadas para serem usadas como fluidos de completação. Fluidos à base de água têm sido
usados porque são relativamente econômicos, de fácil manutenção e disponíveis. A menos que o
poço seja perfurado em Under balance (subbalanceado) e, em seguida, deseja-se colocar em
produção de fluxo. Fluidos de perfuração modificadas devem ser evitadas durante as operações
de completação, uma vez que sólidos de lama podem causar danos permanentes à formação. A
barita, por exemplo, um aditivo de lama comum usado para aumentar a densidade do fluido de
perfuração, é um sólido muito prejudicial para a formação quando o poço estiver numa operação
de completação e workover, pois é muito difícil de remover quimicamente.

Fluidos à base de óleo - Esses fluidos são geralmente selecionados para proteger argilas
sensíveis à água contra danos de formação de produtos químicos. Os fluidos à base de óleo
contêm quantidades variáveis de sólidos dissolvidos e suspensos. Esses sólidos podem obstruir
os poros de formação, formar um precipitado ou sedimentar com o tempo. Esses fluidos são
menos prejudiciais e mais caros do que as lamas à base de água, mas geralmente são mais
prejudiciais do que os fluidos de completação sem sólidos.

Fluidos de salmoura transparentes - Hoje, a maioria dos fluidos de completação é projetada


para ser livre de sólidos ou com uma quantidade mínima de sólidos. Para alcançar o fluido de
densidade mais alta para ambientes mais profundos e hostis, salmouras transparentes foram
formuladas usando sais inorgânicos. Essas salmouras transparentes sem sólidos podem
minimizar os danos à formação, mas controlar as pressões do reservatório. As densidades podem
variar de 8,5 a 19,2 lb / gal. Salmouras de alta densidade requerem um tratamento especial. A
corrosão excessiva e a cristalização de fluidos também devem ser consideradas com o uso desses
fluidos.

Os Gases presentes nos fluidos de Completação e Workover - Os fluidos de workover são


aqueles usados durante de intervenção (reentrada no poço) de um poço após sua conclusão
inicial. Além de salmoura ele também pode ser do tipo gases como gás nitrogênio N2, gás

55
carbônico CO2 ou gás natural. As operações de completação ou workover podem ter a finalidade
de uma operação de injeção de gás diretamente no poço injetor, sendo assim um gás muito
utilizado será o CO2. Este gás ao entrar no reservatório ele irá pressionar os fluidos da formação
dentro da rocha, o que poderá ajudar no escoamento pelos poros permeáveis até o poço,
aumentando assim o índice de produção do poço. Além disso, as novas tecnologias tem usado o
CO2 para faturamento controlado na formação. O fraturamento de CO2 tem vantagens
incomparáveis na reforma do reservatório, que pode significativamente melhorar a recuperação
de petróleo e gás em recursos de petróleo e gás não convencionais. O comportamento do fluxo
do poço é uma das questões fundamentais de fraturamento de CO2.

2.6.6 – Equipamentos e Técnicas para Medidas das Propriedades dos Fluidos

Para medição das propriedades de densidade usamos a balança de fluido (balança de


lama). As balanças que podemos encontrar nas sondas de perfuração, completação e workover
são: Balança Atmosférica (balança comum) e balança pressurizada. Sabendo que o fluido à base
água, assim como a salmoura simples não se misturam com o gás, então faz-se o uso da balança
de lama atmosférica, uma fez que a medição da densidade não será comprometida com a
presença do gás. Mas mesmo assim, a pessoa responsável pela medição geralmente dá leves
batidas na balança atmosférica para assegurar que bolhas de gás possa de desprender do fluido.

Mas é importante fazer o uso da balança de lama pressurizada quando houver a


possibilidade de algum gás misturado ao fluido, principalmente se o fluido for a base óleo. A
balança de lama pressurizada fornece resultados mais precisos, ou seja. Mais corretos e
confiáveis do que a balança de lama atmosférica, por isso, até mesmo quando o fluido de
completação e workover são a base água ou salmouras, faz-se o uso da balança de lama
pressurizada.

Balança Atmosférica Balança Pressurizada.

56
Nas plataformas de petróleo é comum encontrar o viscosímetro de orifício conhecido como
funil Marsh. Tal equipamento é composto de um tubo ou orifício, geralmente disposto na vertical,
com comprimento pequeno quando comparado ao seu diâmetro. A indústria tem usado o
viscosímetro de orifício devido à simplicidade e rapidez na operação, tornando-se úteis para
determinações relativas de fluidos newtonianos ou não-newtonianos.

Viscosímetro de orifício (funil Marsh)


Existem também os viscosímetros rotativos, por exemplo, o Fann V. G. Metter mod. 35 A
(abaixo). O princípio de funcionamento baseia-se na rotação de um corpo cilíndrico, cônico ou
circular, imerso em um líquido, o qual experimenta uma força de resistência viscosa, quando se
impõe uma velocidade rotacional ao sistema. A grande vantagem destes viscosímetros é que as
medidas podem ser efetuadas de modo contínuo por longos períodos de tempo, para uma certa
condição de tensão e de taxa de cisalhamento. Portanto, outras medidas poderão ser efetuadas
na mesma amostra e no mesmo instrumento, sob outras condições. A dependência da viscosidade
com o tempo, isto é, a característica tixotrópica ou reopética, pode ser estudada nos viscosímetros
rotativos, atributo impossível nos viscosímetros tubulares e capilares.

Viscosímetro rotativo (Fann VG Metter modelo 35 A)


57
2.7 – Visão Geral Equipamentos de Superfície e Subsuperfície de Poços

2.7.1 – Árvore de Natal

Os principais componentes da árvore de natal são: Master Valve superior (válvula mestras
superior), Master Valve inferior (válvula mestra inferior), Válvula de pistoneio (Swab), Válvula
lateral (Wing), Válvulas da flow line e válvula choke.

É importante saber que a válvula mestra inferior só deve ser fechada em situação de
emergência e não deve ser usada para isolar a pressão e fechar o poço.

A – Válvula Lateral (Wing)

B1 – Válvula Mestre - Master Valve Superior

B2 – Válvula Mestre - Master Valve inferior (Só deve ser usa em caso de emergência)

C – Válvula de Pistoneio

D – Tree Cap - Adaptador de Teste

Observação 1 - Quando a árvore de Natal for submetida a um teste de pressão deve-se está
instalada a válvula de retenção de duas vias (two way check valve).
Observação 2 - Na retirada da árvore de natal, deve ser instalado no suspensor de coluna (tubing hanger)
uma Válvula de Contra-Pressão (back pressure valve).

58
A válvula de segurança de superfície (SSV) é uma válvula-gaveta à prova de falhas
acionada hidraulicamente para a produção ou teste de poços de petróleo e gás com altas taxas
de fluxo, altas pressões ou a presença de H2S. O SSV é usado para desligar rapidamente o poço
a montante em caso de sobre-pressão, falha, vazamento no equipamento a jusante ou qualquer
outra emergência de poço que requeira desligamento imediato.

A SSV é operada remotamente por um dispositivo de desligamento de emergência (ESD),


que pode ser acionado automaticamente por atuadores piloto de alta ou baixa pressão. Se ocorrer
uma emergência, esse recurso reduz a possibilidade de ferimentos pessoais.

Vários modelos SSV estão disponíveis para diferentes condições de poço (pressões,
temperaturas e taxas de fluxo) e com várias conexões, como união de martelo ou flanges API-6A.

Todas as SSVs são fabricadas sob aprovação de tipo ou revisão de verificação de projeto
e fornecidos com um certificado de conformidade e arquivo de qualidade total.

SSV Valve - Válvula de Segurança de Subsuperfície

Observação 1: A função de uma válvula de segurança de sub-superficie é Interromper o fluxo


em uma situação de emergência.

Observação 2: Para manter a pressão na linha de controle da SCSSV ao efetuar uma manobra
de retirada da coluna de completação devemos manter a válvula aberta e impedir o acúmulo de
gás abaixo da válvula.

59
O objetivo das válvulas de segurança é proteger as pessoas, o meio ambiente e a
propriedade da produção descontrolada.

• SSV: Válvulas de segurança de superfície: uma válvula fechada à prova de falhas


automática instalada na cabeça do poço.
• SSSV: Válvula de segurança de subsuperfície: uma válvula instalada na tubulação que
desce do poço para evitar fluxo descontrolado em caso de emergência através da tubulação
quando acionada. Essas válvulas podem ser instaladas por cabo de aço ou como parte
integrante da tubulação. As válvulas de subsuperfície são geralmente divididas nas
seguintes categorias.
• SCSSV: Válvulas de segurança de subsuperfície controladas por superfície: SSSV que é
controlada a partir da superfície e instalada por cabo de aço ou como parte integrante da
tubulação.
• SSCSV (estrangulamento de tempestade): Válvula de segurança de subsuperfície
controlada por subsuperfície: SSSV que é acionado pelas características de fluxo do poço
e é recuperável por cabo de aço.
• ASV: Válvula de segurança do anular: uma válvula instalada no poço para evitar o fluxo
descontrolado no anular da tubulação do revestimento quando acionada. Consiste em um
packer de válvula de segurança anular com um by-pass. A abertura no desvio é controlada
por uma válvula de segurança, que pode ser parte integrante do packer em uma válvula
recuperável de cabo de aço.

A profundidade teórica máxima de configuração de uma linha de controle SSSV (única)


depende da capacidade da mola de fechamento da válvula de superar a pressão hidrostática
gerada na linha de controle. Para segurança contra falhas, é essencial que a pressão da tubulação
(Tubing Pressure) não seja levada em consideração para auxiliar o fechamento da válvula, embora
as válvulas de linha de controle simples sejam auxiliadas por esta pressão (Control line pressure).
Portanto, os fatores que regem para a profundidade máxima de configuração da válvula são:

Gradiente de fluido de controle (G);

Pressão de fechamento da válvula (Pvc);

Margem de segurança (Pm).

A profundidade máxima de configuração (Dm) pode ser determinada com as fórmulas:

Dm = Pvc – Pm /G

60
a) Teste de Pressão da árvore de Natal - Pressure Testing the Tree

• Monte o lubrificador
• Instale um BPV de 2 vias no suspensor de tubulação.
• Instale a linha de descarga da bomba no topo da árvore ou na lateral wing. Em ambos os
casos, certifique-se de que os flanges corretos sejam instalados e as tampas (caps)
removidas.

• Antes de bombear no topo da árvore, abra a coroa da válvula de Pistineio (Swab), a valula de
segurança de superfície e também a válvula mestra.

• Feche a válvula borboleta (wing valve). Em seguida, pressione até a pressão nominal de trabalho
da árvore.

• Verifique se há vazamentos em todas as conexões flangeadas.

• Interrompa, repare e verifique novamente qualquer conexão com vazamento até obter sucesso.

• Feche e teste sistematicamente cada válvula, verificando se há vazamentos ao redor das hastes.

• Um bom fluido de teste é água limpa e sem sólidos.

• Não seque a válvula de contrapressão.

61
b) Back Pressure Valve

- Válvula de contrapressão Cameron Tipo H BPV (Figura abaixo):

Funções e características da BPV (Back Pressure Valve):

• A válvula veda a tubulação


• Podem ser feitas reparações.
• A árvore de natal pode ser instalada ou removida com a BPV instalada.
• Os BOPs podem ser instalados ou removidos com a BPV instalada.
• BPV pode ser bombeado, se necessário.
• Válvula instalada em um perfil rosqueado no suspensor de tubulação.
• As pressões podem ser equalizadas, se houver, antes de puxar o BPV.
• Use lubrificador se instalar ou remover a válvula.
• A válvula pode lidar com um diferencial de 15.000 psi.
- Válvula de contrapressão Cameron Type H 2 - Two Way BP Valve (Figura abaixo):

Funções e características da Two Way BPV

• Mantém a pressão de qualquer direção.


• Instalado em um perfil rosqueado no suspensor de tubulação.
• Usado quando a árvore é testada quanto à pressão.
• Pode suportar pressões diferenciais de até 15.000 psi.

62
2.7.2 – Cabeça de Poço (Wellhead)

A cabeça do poço é o componente na superfície de um poço que fornece a interface


estrutural e de pressão para o equipamento de perfuração e produção. A produção de poços de
superfície que requerem bombas frequentemente não usam nenhuma árvore porque nenhuma
contenção de pressão é necessária.

O objetivo principal de uma cabeça de poço é fornecer o ponto de suspensão e os selos de


pressão para as colunas de revestimento que correm da parte inferior das seções do poço para o
equipamento de controle de pressão de superfície. Durante a perfuração do poço de petróleo, o
controle de pressão de superfície é fornecido por um preventor de explosão (BOP) e durante a
produção o controle de pressão de superfície é fornecido pela árvore de natal.

Válvulas de revestimento (Cansing Valve), também conhecidas como preventores de


Erupção, válvulas de controle de revestimento, etc., é um tipo de válvula usada para acessar um
revestimento de poço. Em termos simples, o revestimento é a ““straw-palha ” com a qual o produto

63
(seja líquido ou gasoso) é “sugado” da terra. Esses revestimentos são telescópicos, o que significa
que são compostos de vários tubos que diminuem de diâmetro à medida que alcançam
profundidades cada vez mais profundas e se encaixam uns nos outros como um telescópio. Eles
evitam desmoronamentos e vedam o poço de formações indesejadas na terra. As válvulas de
revestimento (Cansing Valve) são parte de um conjunto de cabeça de poço e são colocadas logo
acima de onde o revestimento de poço começa. A válvula de revestimento (Cansing Valve) fornece
acesso ao espaço entre esses tubos telescópicos (também conhecido como espaço anular) e
pode evitar que material indesejado e/ou movimento ocorra entre os revestimentos. Esses
espaços anulares são frequentemente preenchidos com concreto para fortalecer o poço, e
válvulas de revestimento podem ser usadas para bombear concreto ou descarregar o excesso de
material, dependendo do projeto. Eles fornecem alívio de pressão e outras medidas de segurança
e são um componente vital do petróleo.

Conjunto de cabeça de poço


(Wellhead); existem várias válvulas de
revestimento (Casing Valve) em serviço
aqui, tanto acima quanto abaixo do
solo.

A funcionalidade da válvula de revestimento (Casing Valve) depende do fabricante e/ou


aplicação específica, mas geralmente funciona para interagir com o espaço anular intersticial. Eles
também são usados para reduzir/fechar o diâmetro do tubo do produto que transporta o tubo, para
reduzir sua pressão (lembre-se, quando a área de fluxo é reduzida, a velocidade aumenta e a
pressão diminui, assim como quando você coloca o polegar sobre uma mangueira de jardim). A
figura abaixo mostra como os conjuntos básicos de pistões que são usados para empurrar o fluido
para fora do espaço do revestimento e forçá-lo para cima em direção à superfície. Esses pistões
também podem ser fixados a dispositivos de anel que fecham o revestimento, evitando que
hidrocarbonetos perigosos entrem no poço (neste caso, a válvula do revestimento é conhecida
como um blowout preventer ou BOP). Em outras aplicações, as válvulas de revestimento
simplesmente fornecem acesso ao espaço entre os revestimentos, o que pode ser útil para
aplicações específicas. Eles também são usados para aliviar os diferenciais de pressão, pois
podem tolerar altas pressões e temperaturas.

64
Diagrama simplificado de uma válvula de revestimento (Casing Pressure) típica;

Além das funções selar as pressões entre os tubos e acessos ao anular do poço
conforme escrito no texto acima é importante saber que o uso da Válvula Removal (VR) plugs é
muito importante para a operação descrita acima.

Os plugues de remoção da válvula (plugues VR) podem ser usados para tampar uma
passagem de fluido e manter a pressão no conjunto da cabeça do poço (por exemplo, um anular
em torno de um furo de produção), de modo que uma válvula (por exemplo, uma válvula de
gaveta, uma válvula de esfera, etc. ) pode ser instalado atrás do plugue VR.

Os plugues de remoção da válvula (VR) são roscados que podem ser instalados na
cabeça do poço para permitir a remoção da válvula-gaveta sob pressão. No caso da válvula
principal de saída lateral da cabeça do revestimento estiver vazando, é necessário usar o VR
Plug se quiser fazer a manutenção da pressão.

VR Plugs

65
2.7.3 – BlowOut Preventer (BOP) Stack e Componentes

BOP é uma abreviatura, utilizada no meio técnico da indústria petrolífera, do termo “Blow
Out Preventer”.

O BOP se trata de um equipamento, que é conectado à cabeça do poço, composto de


válvulas de grande e médio porte, que permitem o isolamento entre o poço e o meio exterior,
confinando e permitindo o controle do fluxo de fluidos provenientes da formação geológica.

O termo “BOP Stack” refere-se ao BOP de superfície.

O BOP está entre os mais importantes componentes do SISTEMA DE CONTROLE DE POÇO,


sistema este que tem como funções:

• Fechamento do poço em qualquer situação operacional;

• Liberação controlada dos fluidos contidos no poço;

• Bombeio de fluido estando o poço fechado;

• Permitir a descida ou retirada da coluna com poço sujeito a pressão


(stripping);

• Sustentação da coluna de trabalho (hang-off);

• Abandono do poço com corte da coluna (eds);

• Monitoramento da variação de volume de retorno;

• Monitoramento do volume dos tanques;

• Vedar o interior das colunas.

66
A principal função do BOP stack é ser a segunda barreira de segurança do poço, ou seja,
evitar que um kick que entrou no poço transforme-se em um blowout, mas isso só será possível
se o BOP for fechado o mais rápido possível quando o kick for identificado no poço.

67
2.7.3.1 – Equipamentos do Preventos

Na figura abaixo podemos observar os principais componentes do BOP stack:

a) BOP Anular e BOP Gaveta

Um dos maiores componentes do BOP Stack é o preventor anular. O preventor anular


deve ser o primeiro componente do BOP à ser fechado quando houver um kick no poço. O
preventor anular pode ser fechado ao redor de qualquer diâmetro de coluna, inclusive fechar
envolta de conexões de tubos como os tool joints. Assim que o poço for fechado com o BOP
anular a primeira ação do operador é verificar se o BOP está vazando, isso pode ser visto,
monitorando a linha de retorno acima do BOP anular.

O BOP anular possui alguns componentes principais: Elemento de vedação (borracha),


Pistão, câmara de abertura e câmara de fechamento.(fabricante Hydril).

68
O BOP anular é utilizado no sistema para permitir flexibilidade quanto ao fechamento do
poço, com vários tamanhos de tubos. Ele também permite o fechamento do BOP e a descida da
coluna de perfuração até o fundo do poço caso ocorra um kick.

Principais características do BOP Anular:

• Vedar o espaço anular entre a ferramenta e o poço;


• Permite fechar o poço em diversos diametros de ferramentas;
• Pode ser fechado sem ferramenta no poço;
• Permite operações de stripping/ snubbing;

a1) Tipos de Borrachas (Rubber Goods)

As unidades de empacotamento (packingunits) do BOP anular são fabricadascom base


nos intervalos de temperatura e no tipo de lama. Os três tipos maiscomuns são as de borracha
natural, as de borracha nitrílica e as de borrachaneoprene

69
Figura 93
Borracha Natural
A borracha natural é adequada para as perfurações com fluido base de água. Ela pode ser
utilizada a temperaturas de trabalho de -30 °F a 225 °F (-35° to107°C). Externamente, pode ser
identificada pela ausência de uma banda decor.

Borracha Nitrílica
A borracha nitrílica é um composto sintético e é utilizado com fluido base óleo ou com
aditivos com óleo. Ela é adequada para temperaturas entre 20 °F a190 °F (-7 °C a 88 °C). Pode
ser externamente identificada por uma banda de cor vermelha (veja a figura 93).

Borracha Neoprene
A borracha neoprene é usada para operações em baixas temperaturas e para fluido base
óleo. Ele pode ser usado em temperaturas de operação entre -30 °Fa 170 °F (-35 °C a 77 °C) e é
identificada, externamente, por uma faixa verde.
O desempenho dos materiais elastoméricos (packing units, inclusive) pode variar
significativamente dependendo de sua natureza e tempo de exposição ao sulfeto de hidrogênio
(H2S). O técnico deve monitorar, frequentemente, a integridade de vedação de pressão, para
garantir que não haja degradação do material e problemas de desempenho.
Geralmente, recomenda-se que as unidades packing sejam armazenadas em local fresco,
seco e escuro, pois a atmosfera clara e quente acelera a deterioração dos produtos de borracha.

É importante saber que o BOP alunar não possui sistema de trava. Apenas as gavetas
podem ser travadas na posição fechada. As gavetas do BOP mantém-se fechadas por trava
mecânica se o sistema hidráulico estiver vazando.

70
As gavetas podem ser dos tipos:

• Gaveta cega: Só pode ser fechada se não tiver ferramenta dentro do poço, como arames,
tubos, etc., ou seja, a gaveta cega só pode ser fechada em poço aberto.
• Gaveta Cisalhante: Gaveta de corte de tubo.
• Gaveta Cega-Cisalhante: Tem a função de cortar o tubo e vedar (selar) o poço.
• Gaveta de tubo de diâmetro fixo: É uma gaveta que só pode fechar em um diâmetro
específico de tubo.
• Gaveta de tubo de diâmetro variável: É uma gaveta que pode fechar em mais de um
diâmetro, dentro de um Range específico, como por exemplo de 3 ½” até 5”.
• Gaveta Casing Shear: É uma gaceta específica de grande abertura para cortar tubos de
revestimento.
• Gavetas de Stripping (HWO): Um blowout preventer do tipo Gaveta (ram) é usado para
fornecer controle de pressão primário em operações de amortecimento de alta pressão. As
gavetas de stripper são usados quando a pressão da cabeça do poço é maior do que as
limitações de um stripper bowl. Veja abaixo a sequencia de uma operação de stripping
entre gavetas:

71
De acordo com as normas API o tempo de fechamento de um preventor anular e preventos de
gaveta não deve exceder ao tempo máximo permitido, conforme mencionado abaixo:

- Tempo máximo permitido para fechamento do BOP Anular (BOP de Superfície-stack):

• Anular com diâmetro interno maior ou igual a 18 ¾”: 45 segundos


• Anular com diâmetro interno menor que 18 ¾”: 30 segundos
- Tempo máximo permitido para fechamento do BOP Gaveta (BOP de Superfície-stack):

• Qualquer tipo de gaveta deve ser fechado em no máximo: 30 segundos

b) Tipos de Gavetas e suas Várias Funções (Multiple competions):

Atualmente na indústria, existem três grandes fabricantes de BOP Gavetas,tanto em superfície


quanto submarina:
• Cameron
• Hydril (GE)
• Shaffer (NOV)

I) Recomendação
Todas as recomendações seguem no mínimo o padrão API, assim como toda a indústria. Mas as
regras e regulamentos locais podem ser diferentes e, ainda, com padrão mais elevado.

II) Tempos de resposta


Sistema de Superfície:
Tempo de resposta: O sistema de fechamento deve fechar cada gaveta dentro de 30 segundos.
Sistema Submarino:
Tempo de resposta: O sistema de fechamento deve fechar cada gaveta dentro de 45 segundos.

III) Teste de Hang off


De acordo com a API 16A, os seguintes valores mínimos são dados antes de ocorrer
vazamentos nas gavetas fixas de tubos:
• Gavetas Fixas de 5" 600.000 lb
• Gavetas Fixas de 3 ½" 425.000 lb
Antes de operações de hangof fnas gavetas de diâmetro variável, deve-se consultar as
recomendações do fabricante. Os ensaios devem ser realizados com o diâmetro de tubo mínimo
e máximo para a gaveta.
72
Uma vez que todo o peso do tubo for pendurado, a gaveta deve passar, ainda, por um teste
de baixa pressão, de 250 psi a 350 psi.

IV) Gavetas e Borrachas


As peças de borracha no conjunto da gaveta consistem em Selo frontal e Selo de topo.
Todas as peças de borracha devem estar em boas condições para as operações. A borracha deve
estar integra na área de contato com o tubo e selo frontal e selo de topo devem estar intactos.
A falta de borracha é comum próxima à área das placas de extrusão, mas a borracha deve
estar inteira em todas as outras áreas do selo frontal.
Todas as fabricantes de BOP fornecem diferentes tipos de conjuntos de gaveta:
gavetas fixas, gavetas variáveis, gavetas cegas/cisalhamento e gavetas especiais como as de
cisalhamento para revestimento, gaveta dupla, etc.

Componentes de uma gaveta: Bloco da gaveta (conjunto todo), Selo frontal, Selo superior
e Plate (estrutura metálica)

Gavetas Fixas
(Veja os exemplos da Cameron Iron Works nas figuras abaixo).

Gaveta de tubo de diâmetro Fixo

O conjunto de uma gaveta consiste em corpo, selo frontal e selo de topo. Para montar o
corpo da gaveta, o selo frontal deve ser instalado primeiro. O selo de topo é, então, instalado,
travando o selo frontal na posição.

73
O conjunto de gaveta fixo pode ser obtido em diferentes tamanhos, que variam de 2 3/8” a
6 5/8”.Os packers da gaveta e o selo de topo devem estar em bom estado. Não deve faltar
borracha na área de contato do tubo, no selo frontal, ou mesmo no selo de topo. Como regra geral,
os packers da gaveta podem ser considerados como aceitáveis quando 80% da borracha na área
de contato com o tubo ainda está no lugar.

Gavetas Variáveis

Um conjunto de gaveta variável pode ser utilizado para selar um range de tubos. Quando
instalados em um BOP, o conjunto economiza o retorno de um BOP submarino a superfície caso
houvesse a necessidade de mudança de gaveta quando é usado um diâmetro diferente de coluna.
O conjunto possui um backup para dois ou mais tamanhos diferentes de gavetas de tubos padrões
ou serve como gaveta primária para um determinado tamanho e seu backup.

Conjunto de gaveta variável

Conjunto de gaveta cega / cisalhante

A gaveta cega/cisalhante é projetada para cortar tubos de perfuração e tubulares mais


leves, como tubing se, ainda, garante a vedação contrapressões advindas do poço, usando um
sistema de fechamento hidráulico de alta pressão.

74
Gaveta Cega-Cisalhante

As gavetas cegas / cisalhantes em um corpo superior e um corpo inferior.

Para sua montagem do corpo desta gaveta (C), a lâmina ou selo frontal (F) é instalado
primeiro.

Os packers laterais (B) são instalados para manter o packer da lâmina no lugar e,
finalmente, o top packer (E) é inserido para bloquear os packers laterais.

Todos os principais fabricantes das gavetas do BOP usam um conceito de design de


borracha feedable em seus packers das gavetas. Placas de extrusão são moldadas no selo frontal
por duas razões:

• Sustentar a borracha para evitar a extrusão indesejável devido a forças verticais.

• Atuar como pistões para expulsar borracha feedable no ponto de contato com tubo.

Placas de extrusão também são usadas pelos fabricantes na sua concepção de packer da
gaveta de cisalhamento.

Razões e Proporções do BOP

Em uma gaveta do BOP, a pressão do poço que atua por baixo deve ser retida pelas
gavetas. A capacidade de retenção de pressão destas gavetas é determinada pelas razões de
abertura e de fechamento das gavetas BOP.

Razão de fechamento pode ser definida como a relação entre a área defechamento do
pistão e a área do eixo da gaveta.
75
2
área de fechamento do pistão 𝑑𝑑𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝ã𝑜𝑜
𝑅𝑅𝑓𝑓 = ou𝑅𝑅𝑓𝑓 = 2
área do eixo da gaveta 𝑑𝑑ℎ𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎

Quando uma gaveta é fechada contra a pressão do poço, a pressão atua deforma igual e
sentido oposto em todas as direções sobre o corpo gaveta. A única parte do corpo da gaveta que
está fora de equilíbrio é sua área de eixo (ver a figura abaixo). A pressão do poço agindo sobre o
eixo da gaveta se opõe a pressão hidráulica da unidade de controle. A taxa de fechamento é a
relação entre estas duas áreas.

Visão superior da gaveta

Uma vez que pressão é igual à força por unidade de área (Força / Área), razãode
fechamento pode também ser definido em termos de pressões como:

Taxa de fechamento = Pressão do Poço / Pressão necessária sobre aslinhas


hidráulicas para fecha-las

𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏ã𝐨𝐨 𝐝𝐝𝐝𝐝 𝐏𝐏𝐏𝐏ç𝐨𝐨 𝐨𝐨𝐨𝐨 𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏ã𝐨𝐨 𝐝𝐝𝐝𝐝 𝐁𝐁𝐁𝐁𝐁𝐁


𝑅𝑅𝑓𝑓 =
𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷ã𝒐𝒐 𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏á𝒓𝒓𝒓𝒓𝒓𝒓 𝒔𝒔𝒔𝒔𝒔𝒔𝒔𝒔𝒔𝒔 𝒂𝒂 𝒍𝒍𝒍𝒍𝒍𝒍𝒍𝒍𝒍𝒍𝒍𝒍 𝒉𝒉𝒉𝒉𝒉𝒉𝒉𝒉á𝒖𝒖𝒖𝒖𝒖𝒖𝒖𝒖𝒂𝒂𝒂𝒂 𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑 𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇𝒇 − 𝒍𝒍𝒍𝒍𝒍𝒍

Na perfuração e nas operações de intervenção, os piores cenários devem sersempre


considerados. Devido aos históricos, deve-se considerar a pressãonominal de trabalho do BOP.

A pressão mínima necessária nas linhas hidráulicas será determinada pelapressão de


operação nominal dividida pela taxa de fechamento.

𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏ã𝐨𝐨 𝐝𝐝𝐝𝐝 𝐏𝐏𝐏𝐏ç𝐨𝐨 𝐨𝐨𝐨𝐨 𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏𝐏ã𝐨𝐨 𝐝𝐝𝐝𝐝 𝐁𝐁𝐁𝐁𝐁𝐁


𝑃𝑃𝑓𝑓 =
𝑅𝑅𝑓𝑓

76
Por exemplo, se uma gaveta do BOP tem uma pressão de trabalho de 10000psi e uma
razão de fechamento de 7:1, a pressão mínima necessária para oslinhas hidráulicas, com pressão
de trabalho no poço será:

𝟏𝟏𝟏𝟏 𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎
𝑃𝑃𝑓𝑓 = = 1429 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝
7
Uma vez que, nem sempre temos a pressão de trabalho da gaveta, estenúmero pode não
ser necessário, no entanto, esta será a pressão disponívelnas linhas hidráulicas.

b.4.1) Portas e travamento das gavetas

Gaveta Cameron

A BOP Cameron tipo-U é o BOP-gaveta mais utilizado para operações em terra, superfície
ou no mar.

Ela tem um formato diferente de abertura, para permitir a mudança de gavetas. A gaveta
cisalhante em um BOP Cameron pode ser facilmente identificada olhando seus os flanges
intermediários. Caracteriza-se por um conjunto de gavetas com o flange intermediário mais amplo
e que segura a gaveta de cisalhante devido ao maior tempo de viagem para fechamento quando
comparada com outras gavetas.

77
Para abrir os bonnets, deve-se aplicar a pressão de fechamento das gavetas (indicado em
vermelho) ao BOP. Isso permitirá a extensão do cilindro de troca de gaveta e então, a abertura
dos bonnets.

Outros fabricantes estão usando o design de portas, onde a energia hidráulica é fornecida
através das dobradiças, mas as operações principais são as mesmas. E estes princípios existem
desde o primeiro BOP, em 1926.

O BOP gaveta da Cameron pode ser equipado com um sistema de fechamento hidráulico.

78
Este sistema é chamado Wedgelock e pode ser montado em qualquer equipamento. O
sistema não é de bloqueio automático, mas pode ser tanto bloqueado quanto desbloqueado
remotamente.

A pressão aplicada à área de fechamento irá mover a cunha para bloquear a operação do
pistão. Ele compensará o uso da borracha à medida que vai se movimentando. Enquanto o
Wedgelock é regulado, as gavetas estarão na posição fechada, mesmo sem a pressão de
fechamento atuando.

Sistema de travamento Cameron Wedgelock

Outros fabricantes têm maneiras diferentes na atuação de trava das gavetas, todos com
diferentes nomes mas, em comum, a proposta de manter o BOP fechado, caso a energia hidráulica
seja perdida. Alguns BOPs de superfície estão equipados com travamentos manuais e, no caso
de uma perda total de energia, podem ser usados para fechar o BOP.

Bloco duplo de gaveta


79
Alguns BOPs de superfície estão equipados com travamentos manuais e, no caso de uma
perda total de energia, podem ser usados para fechar o BOP.

Gaveta com travamento manual: Muito comum em BOP de superfície terrestre

c) HCR (Válvulas Laterais do BOP – Choke e Kill line valve)

As válvulas laterais do BOP, também chamadas de válvulas das linhas de kill e choke, tem
a função de conectar o interior do poço com a choke line e kill line para conduzir o fluxo para o
choke manifold.

Nas saídas laterais do BOP nas linhas de Kill e Choke podemos observar duas válvulas:
Válvula manual (interna) e a válvula rêmora (externa). Durante as operações de a válvula manual
deve está sempre na posição aberta, para evitar que seja manuseada quando estiver pressurizada
e causar acidentes. Porém a válvula remota pode estar aberta ou fechada dependendo da
operação. Esta válvula é operada remotamente por ação de força hidráulica (ou pneumática,
dependendo da sonda), mas é importante mencionar que durante as operações de perfuração a
válvula interna manual fica na posição aberta e a válvula remota externa fica na posição fechada.

d) Anéis de vedação (Ring gaskets)

A junta tipo anel ring gaskets (RTJ) é um anel forjado que se encaixa na ranhura usinada
de um flange RTJ. O anel tipo gasket (gaxetas) podem ser octogonais ou ovais em seção
transversal (cross-section). Os anéis gaskets RTJ são geralmente usadas para aplicações de alta
pressão e alta temperatura.

80
Eles vedar criando uma carga unitária muito alta, contato de linha de metal com metal com
flanges de acoplamento especiais. Os metais são normalmente escolhidos de modo que o a junta
do anel é mais macia do que o material do flange, a fim de evitar danos aos flanges e, assim,
causando o fluxo de plástico da junta nas faces do flange. O design da junta ou cruz seção é
escolhida com base na configuração de flange existente e pressão máxima projetada do sistema.
Superfície de gaxeta e flange acabamentos e precisão dimensional, juntamente com dureza da
junta deve ser cuidadosamente controlado, a fim de obter e manter um vedação eficaz.

I) Os tamanhos padrão dos gaskets - Estilo R: São fabricados de acordo com as especificações
ASME B16.20 e API 6ª

II) As características de design do gaskets Style RX a tornam mais resistente à carga de choque,
teste choque de pressão e vibração de perfuração.

III) Todas Gaskets Style BX incorporam uma passagem de pressão para permitir o
aprisionamento pressão para se equilibrar na junta. As juntas de anel gaskets tipo BX só podem
ser usadas com flanges API BX e não são intercambiável com Style RX.

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Características: Todas os aneis gaskets são completamente identificados com permanentes
marcações indicando estilo, número do anel, material e aplicável padrões. Todos os aneis gaskets
devem estar em total conformidade com o padrão ASME B16.20 e o API spec 6A (onde aplicável).

2.7.3.2 – Equipamentos Auxiliares de Well Control

São denominadas como válvulas de prevenção interna as válvulas que constituem barreiras
de segurança pelo interior da coluna e por essa razão todas elas devem ter a mesma pressão de
trabalho do BOP de gavetas, são elas: Inside BOP, Dropping Check Valve, Válvula de Segurança
de Coluna, Válvulas do Kelly e Válvulas do Top Drive. Embora a float valve não seja considerada
como barreira de segurança, ela será abordada neste capítulo como uma válvula auxiliar de
prevenção interna, pois com certeza essa válvula, na pior das hipóteses, minimizará a entrada de
gás para o interior da coluna em um kick, principalmente se este for causado por pistoneio
mecânico.
a) Kelly Valve - Válvulas do Kelly e do Top Drive

As válvulas, tanto do Kelly quanto do top drive , têm como função proteger os equipamentos
de baixa pressão do sistema de circulação da sonda e em condições normais, operam sempre
abertas e no caso do top drive a válvula superior é de acionamento remoto, denominada de I-
BOP. Tanto no sistema de Kelly quanto com top drive, deve -se prevê uma situação em que a

82
pressão pelo interior da coluna venha a exceder a pressão de trabalho dos equipamentos de
circulação da sonda e neste caso a circulação somente poderá ser feita com a unidade de
cimentação.

As válvulas Kelly Cock são dispositivos que permitem o fechamento do burado interno da
coluna de perfuração mantendo a coluna de lama no top drive ou a Kelly ao desconectar da coluna
de perfuração. Ele controla o fluxo da lama durante as operações normais de perfuração e é
operado a partir do piso da plataforma.

Válvulas do Kelly Cock

As válvulas do top drive também são duas: Válvula superior que é fechada remotamente
por pressão hidráulica e a válvula inferior que é fechada manualmente por uma chave.

Válvulas do Top Drive

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b) Válvula de Segurança de Coluna (TIW – Full open safety valve FOSV)

A válvula de segurança de coluna é uma válvula esférica que operatotalmente fechada ou


totalmente aberta e é similar as válvulas inferiores do Kellye do Top Drive. Tem como função
fechar o interior da coluna de drill pipes quandopor ocasião do fechamanto de um poço em
manobras e deve permanecer no pisode perfuração em posição aberta e pronta para a instalação,
conforme mostradona figura abaixo.

Válvula de Segurança de Coluna – VSC

Quando a válvula de segurança de coluna FOSV não estiver sendo usada ela deve está
disponível no piso da sonda, na posição aberta e pronta para ser instalada a qualquer momento.

2.7.3.3 – Acumuladores

As garrafas de acumuladores armazenam o fluido hidráulico pressurizado. Isto se dá


através do uso de nitrogênio comprimido e de um fluido de transmissão. Seu volume, geralmente,
é de 11 galões embora haja também garrafas com capacidade de 17 galões. Dentro da garrafa há
uma bexiga, um flutuador ou uma separação entre o nitrogênio e o fluido de transmissão. A bexiga
(ou flutuador) ocupa um volume de 1 galão. Desta forma, o volume efetivo para armazenamento
do fluido hidráulico em uma garrafa de 11litros é de 10 litros.

Fig. 129

84
Quando as garrafas são utilizadas pela primeira vez, o nitrogênio é bombeado através da
ligação superior da garrafa para a bexiga de pré-carga. Depois de as garrafas terem sido pré-
carregadas, o fluido de hidráulico é bombeado através da ligação inferior para pressurizar
completamente a garrafa, comprimindo, consequentemente o nitrogênio. Fluido de hidráulico é,
então, retido dentro da garrafa, pronto a operação de um componente do BOP.
ARMAZENAMENTO DO FLUIDO HIDRÁULICO:
Volume de fluido recuperado do sistema dos acumuladores entre a pressão máxima de trabalho
e a pressão de pré-carga.
DESCARTE DO FLUIDO HIDRÁULICO:
Volume de fluido recuperado do sistema dos acumuladores entre pressão máxima de trabalho e
200 psi acima da pressão de pré-carga.
PRESSÃO MÍNIMA DE TRABALHO CALCULADA:
Pressão mínima calculada para fechar e selar efetivamente o BOP gaveta contra a máxima
pressão do poço.
PRESSÃO MÍNIMA DE TRABALHO:
Pressão mínima de trabalho para fechar e selar efetivamente o BOP gaveta ou anular em
condições normais de operação, conforme prescrito pelo fabricante.
I) Reguladores hidráulicos
Reguladores são usados para ajustar a pressão de entrada de alta pressão para uma
pressão de trabalho para as operações de controle de poço. Existem dois diferentes reguladores
no sistema de controle; um que regula a pressão de admissão e outro que controla da pressão
para o anular.
II) Sistema de Bomba

Fig. 130
A bomba, que recebe o abastecimento do reservatório, deve ter, no mínimo, duas fontes de
energia independentes em plataformas mais antigas que são, frequentemente, elétricas e
pneumáticas. Em sistemas mais novos, muitas vezes bombas elétricas ligadas ao circuito principal
e de emergência.
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As bombas são equipadas com sensores de pressão para iniciar e parar asbombas a
pressões pré-determinadas e válvulas de alívio adequadas. Para manter o fluido no nível máximo
no acumulador em um sistema 3000 psi, os witch de pressão está programado para cessar a ação
das bombas a 3000 psi.
A válvula de alívio abre a 3500 psi.
O fluido migra da bomba para o banco de acumulador. Estes acumuladores servem a dois
propósitos; em primeiro lugar, que armazenam energia hidráulica, que pode ser utilizada quando
é perdida a capacidade de bombeamento. Em segundo lugar, eles fornecem fluidos a taxas muito
mais elevadas do que a capacidade da bomba e são usados para obter tempos mais rápidos BOP
de atuação.

Garrafas de acumulador do tipo separador são utilizadas em muitos sistemas de controlo.


Eles têm um balão de borracha que separa o gás de pré-carga do líquido armazenado.

A posição central ou de travamento no manifold pode, também, resultar em diferentes


funções considerando um BOP de superfície. Num BOP de superfície, todas as saídas e entradas
das válvulas direcionais estarão bloqueadas quando na posição central, impedindo o escape de
fluido e depressão.

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a) Função do Painel de Controle do BOP (PAINEL REMOTO DE AR)
O painel remoto de ar controla a pressão do ar da plataforma para os cilindros na válvula
de controle do coletor de controle hidráulico para operar as funções do coletor
Um módulo de interface de ar é necessário na unidade acumuladora e uma interconexão
de ar é necessária para conectar o painel remoto de ar ao módulo de interface
Painéis ar-elétricos, adicionalmente, têm estações de luz à prova de explosão para cada
função de pilha BOP para indicar o status aberto-fechado das válvulas coletoras hidráulicas

Painel Remoto do BOP a AR

I) Função dos botões Push / Luzes indicadoras (Master Control Valve)


A seção principal do Painel de Controle do sondador é composta pelos botões push (master
valve) e pelas luzes indicadoras para o controle das funções do BOP Stack. Estas funções
duplicam as funções do Manifold hidráulico. As funções normalmente encontradas são:
II) Painel de alarme
O painel remoto do BOP também deve ter alguns alarmes visuais esonoros e devem ser,
no mínimo:
Baixa Pressão de ar;
Pressão do acumulador;
Nível de fluido;
Bomba em funcionamento (nem sempre com alarme sonoro)

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III) Pressão de Ar da Sonda (120 psi)
Se as pressões ou níveis dos itens listados acima caírem abaixo do nível previamente
determinado, as luzes vermelhas indicativas se acedem, dando o alerta ao sondador. O sondador
deve verificar as baixas pressões e os baixos níveis de líquidos e restabelecê-los a níveis
aceitáveis antes de prosseguir com as operações do sistema de controle. Quando qualquer uma
das luzes de advertência vermelha acender, uma alarme sonoro também será acionado no Painel
de Controle do sondador.
IV) Medidores de pressão do sistema
O painel de controle do sondador deve permitir que o sondador monitore as pressões
necessárias para desempenhar as função no BOP e para permiti-lo entender o que for ocorrer. O
medidor de pressão do acumulador indica a pressão de linha ou a principal fonte hidráulica das
principais garrafas de acumulador para os stacks de funções. Quando uma determinada função é
acionada, a pressão deve cair abaixo de2700 psi e a bomba deve iniciar e aumentar a pressão de
volta para 3000 psi. A pressão do piloto só deve reagir muito ligeira e brevemente.
As leituras do medidor corretas são as seguintes:
Pressão do Piloto: 3000 psi
Acumulador de pressão: 3000 psi
Pressão de ar da sonda: 100 a 125 psi

b) Reguladoras de Pressão

O equipamento usado para ajustar a pressão de fechamento do BOP anular é chamado de


Reguladora do Anular. A pressão deve ser ajustada para fechar o BOP anular de acordo com a
o diâmetro do tubo que está no poço. Por isso, a pressão regulada pode ser de 500 a 1500 psi (ou
600 a 1500 psi).

O equipamento usado para ajustar a pressão de fechamento da gaveta do BOP e das


válvulas laterais HCR são chamada de Reguladoras do Manifold. A pressão ajustada na
reguladora do manifold para fechar qualquer gaveta ou Valvulas HCR é de 1500 psi.

Nas linhas hidráulicas entre os acumuladores e as gavetas (ou HCR) existe uma válvula by
pass que tem a função de fornecer toda a pressão disponível nos acumuladores para as gavetas.
Essa válvula by pass é muito usada quando é necessário fechar a gaveta cisalhante onde precisa-
se de maior pressão para cortar o tubo.

Quando o Painel do BOP é acionado para fechar ou abrir qualquer componente do BOP, o
fluido hidráulico no acumulador sairá através das linhas hidráulicas para acionar o fechamento ou
abertura do BOP anular (gaveta ou HCR). Isso significa que o fluido hidráulico será usado e a

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pressão no acumulador irá diminuir. Sendo assim, a bomba hidráulica deve recarregar os
acumuladores com fluido hidráulico, ou seja, as bombas levarão fluido do tanque para os
acumuladores. As bombas são ajustadas para operar remotamente para recarregar os
acumuladores quando a pressão no acumulador cair 10% da sua pressão máxima (cair 300 psi).
Sabendo que a pressão máxima dos acumuladores de BOP de superfície é de 3000 psi, então a
bomba deve dar partida quando a pressão no acumulador atingir 2700 psi.

O sistema de força para empurrar o fluido hidráulico do acumulador para as funções do


BOP depende da pre-carga nos acumuladores. Sendo assim, é muito importante que a pre-carga
seja monitorada. Se houver perda de pressão de pre-carga, o BOP pode são ser fechado com a
pressão correta. As consequancias de perda de pressão de pre-carga são péssimas para a
operação de fechamento do poço.

2.7.3.4 – Choke manifold, Choke Manual e Choke Remoto

O choke manifold é um conjunto de válvulas que são alinhadas pelo choke manual ou
remoto para levar o fluido do poço para o separador atmosférico.

No choke manual o controle de poço dever ser feito in loco, ou seja, essa operação não é
recomendada. O controle de poço deve ser feito usando o choke remoto para aumentar ou diminuir
a contra-pressão no fundo do poço através da abertura ou fechamento do choke remoto.

Sabemos que o choke remoto é localizado no choke manifold, mas ele é operado no painel
do choke, usando a alavanca para abrir ou fechar o choke remoto.

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Painel do Choke

2.7.3.5 – Medidor de Fluido (Flow Rate Indicator/ Pump Strokes Counter)

No painel do choke assim com no painel do operador pode ser observado o Contador de
strokes da bomba e também indicador de fluxo.

Quando a bomba dá um ciclo significa que foi bombeado um volume de fluido, por isso
sua unidade é bbl/strokes. Exemplo: Quantos strokes (ciclos) serão necessários a bomba dar
para bombear 190 bbls de fluido. Sabendo que a capacidade da bomba é de 0,19 bbl/stk.

R: Nº Strokes = Vol ÷ Cap bomba

Nº Strokes = 190 bbl ÷ 0,19

Nº Stokes = 1000 strokes.

No painel do operador é possível verificar o indicador da taxa de fluxo de retorno. Na linha


de retorno (flow line) é colocado um senhor para medir a vazão de retorno, e essas informações
são exibida na tela do operador ou no painel do operador.

Um medidor de fluxo está localizado no Painel de Controle do sondador, imediatamente


abaixo dos dois medidores de pressão. O medidor de vazão no painel indica a quantidade de
fluido que foi utilizado na operação de uma função. O medidor de fluxo elétrico no painel de
controle do sondador está ligada ao medidor de fluxo hidráulico do manifold hidráulico. O
medidor de vazão registra o volume em décimos de galão. Uma observação cuidadosa do
medidor de fluxo pode sinalizar ao sondador caso haja algum vazamento no sistema de controle.
Depois de uma função ter sido operada, o medidor de vazão do painel de controle do sondador
pode ser zerado, apenas mantendo pressionado o botão de redefinição do medidor de vazão, à
esquerda do medidor de vazão.

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2.7.3.6 – Accumulador - Drawdown Test

Norma API 53:

- Esclarecimento dos requisitos de drawdown test e diferenças entre a Especificação 16D e os


requisitos desta Norma. - Antes de realizar os drawdown test do acumulador, espere no mínimo
1 hora após carregar o sistema do acumulador da pressão de pré-carga para a pressão de
operação, devido aos efeitos térmicos no gás de pré-carga durante a pressurização. A não
espera pode resultar em um drawdown test falso positivo

- Se, após realizar o drawdown test, a pressão não tiver se recuperado para os 200 psi
desejados acima da pressão de pré-carga, observe a taxa de acúmulo.

Conforme o gás nos acumuladores aquece, a pressão deve atingir a pressão desejada em 15 a
30 minutos. Se após 30 minutos a pressão desejada não for atingida, o sistema do acumulador
requer mais inspeção e manutenção.

O sistema acumulador fornece energia de fechamento para todos os membros do BOP


stack. Isso geralmente é feito com um sistema hidráulico projetado e construído para fornecer
energia de fechamento ao equipamento em 5 segundos ou menos e para manter as pressões
necessárias conforme desejado.

O funcionamento do acumulador é função do óleo hidráulico armazenado sob um gás inerte


comprimido, geralmente nitrogênio. Conforme o óleo hidráulico é forçado a entrar em um vaso
(garrafa) por uma bomba de alta pressão de pequeno volume, o nitrogênio é comprimido e
armazena energia potencial. Quando os preventivos são acionados, o óleo sob pressão é liberado
e abre ou fecha os preventivos. As bombas hidráulicas reabastecem o acumulador com a mesma
quantidade de fluido usada para trabalhar os preventores. A figura mostra um acumulador, que
inclui a garrafa, bombas, controles e um tanque de óleo hidráulico.

Uma pressão de pré-carga é geralmente aplicada usando nitrogênio para garantir que todo
o óleo possa ser expulso da garrafa quando necessário. A pré-carga podem variar de 500 (pressão
mínima) - 3.000 psi (pressão Máxima), com a pressão pré-carregada desejada dependendo das
condições de serviço durante a retirada do fluido. A figura baixo é uma curva de rebaixamento
para três pressões de pré-carga diferentes e é usada para dimensionar preventivos em relação à
pressão do acumulador.

91
O acumulador deve ser equipado com vários dispositivos reguladores de pressão para que
diferentes estágios de pressão possam ser mantidos com a unidade. Por exemplo, uma pressão
de acumulador de 3.000 psi é recomendada na maioria dos casos, mas a pressão deve ser
regulada para fornecer 1.500 psi para os esféricos. Consequentemente, outros membros da pilha
podem exigir diferentes pressões operacionais. Uma válvula de desvio é embutida no acumulador
para uso caso seja necessário usar a pressão total para fechar os preventores em condições de
emergência.

92
93
c) Cálculo de Fluido Usado

Na Situação 1 – Pré-Carga

Pressão p1 = 1000 psi (pressão de pre-carga)

Volume de gás inicial v1 = 10 gal

Na situação 3 – Pressão de Operação

Pressão p3 = 3000 psi (pressão máxima de operação)

Volume de gás presente no acumulador na pressão de operação = V3

Usando a Fórmula: p1 x v1 = p3 x v3

1000 x 10 = 3000 x v3

V3 = 3,3 gal

Volume de fluido hidráulico disponível = VTotal Fluido hidráulico (?)

VTotal de fluido hidraulico = 10 – v3 = 6,7 gal

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2.7.3.7 – Coluna de Trabalho e Tubo de produção (Workstring and Production Tubing)

a) Integridade da Tubulação e Riscos Operacionais

Tubulação é o conduíte através do qual o petróleo e o gás são trazidos das formações de
produção para as instalações de superfície do campo para processamento. A tubulação deve ser
suficientemente forte para resistir a cargas e deformações associadas à produção e workover.
Além disso, a tubulação deve ser dimensionada para suportar as taxas esperadas de produção
de petróleo e gás. Claramente, a tubulação que é muito pequena restringe a produção e o
subsequente desempenho econômico do poço. Tubulação que é muito grande, no entanto, pode
ter um impacto econômico além do custo da própria coluna de tubulação, porque o tamanho da
tubulação influenciará o projeto geral do revestimento do poço.

Propriedades de revestimento e tubulação de acordo com o American Petroleum Inst. (API)


que formou padrões para revestimento de óleo / gás que são aceitos na maioria dos países por
empresas de petróleo e serviços. O revestimento é classificado de acordo com cinco propriedades:

• A forma de fabricação
• Grau de aço
• Tipo de juntas
• Faixa de comprimento
• A espessura da parede (peso unitário)

Força do tubo: Para projetar uma coluna de revestimento confiável, é necessário saber a
resistência do tubo sob diferentes condições de carga. As propriedades mecânicas mais
importantes do revestimento e da tubulação são:

• Força de rompimento (Burst strength)


• Resistência ao colapso (Collapse resistance)
• Resistência à tração (Tensile strength)

Os riscos operacionais podem ocorrer se a coluna teve suas propriedades mecânicas


comprometidas e provocar problemas como washouts (buracos na coluna), Corrosão e H2S.
Esses problemas na coluna podem fazer os tubos falharem durante a operação de completação
e workover e provocar sérios acidentes com os membros da tripulação, destruição dos
equipamentos e da sonda, assim como acidentes ambientais.

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b) Inside de BOPs (IBOPs)

O inside BOP constitui-se em um componente da coluna (SUB) com uma válvula de


Retenção (check valve) em seu interior quando instalado na coluna de drill pipes, permitindo fluxo
apenas no sentido de cima para baixo. Tem como função, auxiliar na realização das operações
de stripping e deve permanecer no piso de perfuração na posição aberto e pronto para a
instalação.

O inside BOP deve ser instalado sobre a válvula de segurança de coluna (VSC) para a
realização do stripping e neste caso não devemos esquecer de abrira VSC. Veja a figura abaixo.

O inside BOP não deve ser utilizado para o fechamento do interior de coluna de drill pipes
quando no fechamento de um poço em manobras, por apresentar restrição ao fluxo, mesmo
estando aberto, o que torna sua instalação muito difícil quando existe fluxo pelo interior da coluna.
Lembre-se que um kick em manobra é causado ou por falta de ataque ao poço ou por pistoneio
mecânico, e neste último caso o kick gera um fluxo pelo interior da coluna. Ver a figura abaixo.

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Durante as operações normais na sonda a Inside de BOP (IBOPs) deve estar disponível no
piso da sonda e apta para ser usada a qualquer momento, ou seja a válvula deve estar na posição
de instalação para facilitar seu acoplamento no tubo.

c) Falhas no tubo

Durante as operações de Workover (intervenção) a tubulação pode está em contato com


substancias que pode favorecer a ocorrência de Erosão, Corrosão e desgaste na rosca de
conexão. Estes por sua vez pode causar em falhas nos tubos e causas problemas na operação.

Nas operações de produção, teste e estimulação a coluna poderá se movimentar, esse


movimento pode causar desgaste na coluna resultando em possíveis falhas no tubo. É importante
mencionar que ao movimentar o tubo ele estará sujeito ao efeito de tração (esticando o tubo) o
que pode levar a ruptura do tubo e também pode ocorrer a compressão do tubo podendo levar o
mesmo para uma situação de flambagem. Esses problemas de tração e compressão também
pode causar problemas potencias com mudanças no diâmetro interno do tubo e isso pode
provocar problemas de folga interna e/ou aumento da espessura da parede do tubo.

d) Receptáculo de Furo Polido - Polished Bore Receptacle (PBR)

Polished Bore Receptacle (PBR) é um dispositivo que é afiado com o diâmetro interno da
superfície de vedação. É usado principalmente em revestimentos de amarração e para assentar
um conjunto de vedação de tubulação de produção. Ele é instalado em uma coluna de
revestimento para lidar com as operações de serviço do revestimento durante a perfuração.

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O PBA pode ser colocado em qualquer lugar na coluna de tubulação para fornecer uma
vedação flutuante e manter o ID de tubulação equivalente. É mais comumente usado acima de
um packer de produção ao executar uma completação superior em uma manobra de
movimentação simples (sozinha).

Usado em aplicações que requerem grandes furos, vedação dinâmica e capacidade de recuperar
a completação superior.

O PBR e o conjunto de vedação (seal Unit) são projetados para duas aplicações
específicas.

1) Como uma junta de expansão, fornece comprimento de curso para movimento extremo da
tubulação durante o tratamento e a produção do poço. Como uma ferramenta de separação,
permite a remoção da coluna de tubulação de produção, enquanto deixa um orifício polido e
conjunto de vedação de âncora definido no packer.

2) Usado como uma junta de expansão, é fixado em uma posição de cisalhamento, montado na
coluna de tubulação e, em seguida, executado no poço acima do packer. O número de pinos de
cisalhamento usados é determinado pelo peso da tubulação abaixo do PBR. Os pinos de
cisalhamento devem ter resistência suficiente para sustentar o peso na junta lisa ao operar o
packer. Os pinos são cortados pela aplicação de forças superiores.

Quando a unidade é usada como uma ferramenta de separação, a coluna de tubulação e


o conjunto de vedação são removidos do poço, deixando o PBR para trás. A unidade é fornecida
com anéis raspadores centralizadores para centralizar o mandril interno dentro do furo polido e
também para proteger a área de vedação de contaminação. O receptáculo de furo polido também
está disponível com uma luva protetora identificável indicada por PBR-PS. Ao operar o PBR como
uma ferramenta de separação, a luva protetora relacionável permite que o mandril interno seja
removido e apunhalado de volta para o receptáculo polido tão frequentemente quanto necessário.

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2.7.4 – Equipamentos de Completação

a) Visão Geral

Durante a maioria das operações de completação e workover, uma coluna de fluido forma
a barreira de controle de poço primária, evitando um influxo de fluido do reservatório. Se a barreira
primária falhar e os fluidos do reservatório entrarem no poço, o equipamento de controle de
superfície do poço é usado para proteger o poço.

Os equipamentos usados na completação de poços variam de um packer simples à


sistemas inteligentes sofisticados que garantem a produção ideal com pouca intervenção dos
engenheiros de produção. Os componentes do equipamento de completação incluem packers de
produção (vários tipos), sistemas de revestimento, equipamentos de controle de fluxo subterrâneo
(luvas, bicos, chokes, plugues de válvulas), válvulas de segurança subterrâneas (SSSV) e telas
quando necessário. SSSV é o componente mais crítico e sujeito a testes e inspeção extensivos.
Os componentes dos equipamentos de completação de poços são muito especializados e, em
alguns casos, projetados e fabricados para atender a requisitos específicos de poços.

Possíveis complicações e soluções de controle de poço ao operar o equipamento de


completação pode ocorrer durante a operação, cada equipamento possui sua finalidade e função,
mas todos estão sujeitos à falhas operacionais.

b) Tubing hanger

O suspensor de tubulação (Tubing Hanger) é um ponto de ancoragem para a tubulação


de produção na árvore de Natal:

• O suspensor de tubulação (tubing hanger) é mantido no lugar no adaptador da cabeça da


tubulação pelo peso da tubulação e por pinos que fazem parte do adaptador da cabeça da
tubulação.
• Assim que o suspensor é colocado, os pinos de retenção são “encaixados” e apertados.

99
Cameron Dual Tubing Hanger
• Os selos vedam a parte superior do anel.
• Os ganchos de tubulação contêm roscas internas ou um perfil usinado para
instalação de uma válvula de contrapressão (BPV).
• O suspensor de tubulação pode ser um ponto de ancoragem para a (s) linha (s) de
controle no caso de completação de várias colunas, para as válvulas de segurança
subterrâneas controladas por superfície.

Este componente fica na parte superior da cabeça do poço, dentro do flange da cabeça
do tubo e serve como suporte principal para o tubo de produção. O suspensor de tubulação
(Tubing Hanger) pode ser fabricado com anéis de vedação de borracha ou polímero para isolar a
tubulação do anular.

O suspensor da tubulação é preso dentro do flange da cabeça da tubulação com


parafusos Lag. Esses parafusos lag aplicam pressão para baixo no suspensor de tubulação para
comprimir as juntas de vedação e para evitar que a tubulação seja ejetada hidrostaticamente ou
mecanicamente do anular.

Um Tubing Hanger é uma ferramenta importante que desempenha um papel vital na


completação de poços de produção de petróleo e gás. É uma ferramenta de fundo de poço que
geralmente é suspensa através do revestimento ou da tubulação de produção através da cabeça
do poço ou árvore. Em algumas ocasiões, também é usado como selante para as áreas de
produção e o anel. Sua principal função é:

• Selar o anular
• Suportar o peso da coluna
• Fornece bloqueio ou perfil roscado para Perfil do Tubing Hanger (TBH)

c) Válvula Válvulas de Segurança de Subsuperfície Controladas por Superfície

• SCSSV: Válvulas de segurança de subsuperfície controladas por superfície: SSSV que é


controlada a partir da superfície e instalada por cabo de aço ou como parte integrante da
tubulação.

• SSCSV (estrangulamento de tempestade): Válvula de segurança de subsuperfície


controlada por subsuperfície: SSSV que é acionado pelas características de fluxo do poço e é
recuperável por cabo de aço.

100
c1) Sistema de Segurança de Superfície

- Os sistemas de segurança de superfície incluem:

• Válvulas de segurança de subsuperfície

• Painel de controle hidráulico

• Linhas de controle

I) Válvulas de segurança de subsuperfície (SSSV)

• Existem dois tipos de válvulas de segurança de subsuperfície: O tipo antigo é controlado pela
vazão através da tubulação e não é conectado à superfície. Todos os poços completados desde
1º de janeiro de 1980 têm o tipo mais novo, que é controlado pela pressão fornecida da
superfície (SCSSV).

• A válvula deve estar localizada pelo menos 100 pés abaixo da linha de lama (mud line). A função
da válvula é bloquear o fluxo ascendente através da tubulação quando existe uma condição de
emergência.

II) Painel de controle hidráulico

• A abertura e o fechamento do SCSSV são controlados através do painel hidráulico. Na frente do


painel existem válvulas operadas manualmente que podem ser usadas para abrir e fechar as
SCSSVs. O SCSSV pode ser fechado girando a válvula de controle para a posição TESTE ou
FORA DE SERVIÇO.

III) Linhas de Controle

• A pressão hidráulica é transportada dos dispositivos no painel hidráulico para as SCSSVs por
meio de tubos de aço inoxidável chamados de linha de controle (1/4 ”ou 3/8” OD). Haverá uma ou
duas linhas de controle para cada SCSSV, dependendo do tipo de válvula. A linha de controle
entra no poço através de uma pequena válvula de agulha na árvore. Esta linha conecta a unidade
de controle hidráulico na superfície ao SCSSV na coluna de tubulação.

101
IV) O sistema de segurança de superfície inclui o :

• Dispositivos de superfície

•Tubulação

• Pressão pneumática

• Painéis

A relação de trabalho desses dispositivos ajuda a prevenir lesões, poluição do meio


ambiente e danos ao equipamento na plataforma.

Dispositivos de sistema de segurança de superfície incluem:

• Sensores de pressão, fluxo, temperatura ou nível de fluido


• Relés
• Válvulas de fluxo
• Sensores
• Dispositivos de detecção detectam pressão, fluxo, temperatura ou níveis de fluido anormais e
ativam dispositivos de relé que, por sua vez, fecham uma válvula de segurança e ativam um
alarme.

102
d) Packers

O packer (descrito com mais precisão como o 'packer de produção de completação


superior') é uma peça chave do equipamento de fundo de poço em em operações de
completações. É um dispositivo de vedação que isola e contém fluidos produzidos e pressões
dentro da coluna de tubulação; é um elemento de barreira de poço, geralmente parte da barreira
primária de poço, protegendo o revestimento e criando um anular A. O packer é essencial para o
funcionamento básico da maioria dos poços, injetores ou produtores. Alternativas ao uso de um
packer de produção incluem um conjunto de vedação dinâmica, uma completação cimentada e
uma completação sem packer.

Tipos de Packer

•Permanente

• Permanente recuperável

• Conjunto Mecânico

• Conjunto Hidráulico

103
•Quais são as vantagens de usar uma ferramenta de isolamento squeeze packer?

• Vedação frontal descarregada (válvula) localizada na parte superior da ferramenta sela o


tubo interno.
• Tem um sistema de manga de equilíbrio embutido que mantém a válvula fechada quando
a pressão no tubo é maior do que a pressão no anular.
• O sistema By-pass, localizado na parte superior do packer permite a circulação acima do
packer.
• Elemento de vedação de três peças.
• A ranhura e as cunhas da junta (Jay slot and slips) localizadas abaixo dos elementos de
vedação prendem o packer e evita o movimento para baixo.

104
Exemplo 1 - Este poço possui 3 zonas produtivas. A empresa quer acidificar / fracassar a
zona e limpá-los. Definir um packer e coluna de tubulação (tubing string) como coluna de
produção (production string).

a) Que tipo de packer você deve usar?

Resposta - O tipo de packer deve ser um packer de parede de gancho (hook wall packer)
com botões de retenção hidráulica.

b) Todas essas coisas podem ser realizadas em uma viagem ou você deve fazer várias
viagens?

Resposta: Sim, podem, se você não tiver uma zona de ladrão (neste caso, todas as 3
zonas têm a mesma pressão com longarinas de xisto entre as areias produtivas).

Após fraturar a zona, o packer é liberado. Em seguida, espere até que o elemento de
vedação retorne à sua forma original ou o mais próximo possível. (aproximadamente 15-
20 minutos).

105
• Em seguida, abaixe o packer não assentado no buraco lentamente e reverta os detritos
excessivos.

• Em seguida, pegue o packer acima das zonas após limpá-los e reconfigure o packer.

• Dependendo do tipo de embalador selecionado, libere e reconfigure. (os elementos de


embalagem tentarão retornar à sua posição original)

106
d) Landing Nipples and Tubing Plugs

Landing Nipples é um componente de completação fabricado como uma seção curta de


tubular de parede pesada (heavy wall) com uma superfície interna usinada que fornece uma área
de vedação e um perfil de travamento. Os Landing nipples estão incluídos na maioria das
operações de completações em intervalos predeterminados para permitir a instalação de
dispositivos de controle de fluxo, como plugues e chokes. Três tipos básicos de bocal de
aterrissagem são comumente usados: nipples no-go, landind seletiva e nipples portados ou com
válvula de segurança (ported or safety-valve nipples).

Os Landing niples e nipples de assentamento são dispositivos no-go com um diâmetro


interno reduzido menor que o ID da tubulação. Eles evitam que ferramentas de controle de fluxo
passem e estão disponíveis para completações simples e duplas.

Para algumas aplicações, como na configuração de um packer hidráulico com uma válvula
de equalização permanente, nenhum dispositivo de travamento é necessário. Em tais casos, um
nipple com um no-go superior (top no-go) não passa na extremidade superior e um furo polido é
usado. A standing Valve fica encostada no diâmetro interno reduzido do furo do packer e veda na
seção polida.

107
Tubing Plug: O plug consiste em uma esfera e uma sede e permite que o tubo seja
preenchido conforme é executado. A esfera pode ser jogada no lugar ou deixada cair da
superfície. Depois que o packer é assentado, o aumento da pressão da tubulação corta o plug e
a esfera e a sede caem para o fundo do poço.

a) O AX é um plugue instalado em um mandril de travamento CAMX.

O corpo do plugue, composto do mandril de bloqueio, sub de equalização e tampa da


válvula são independentes e ajustados no niple CAMX desejado.

• Uma ferramenta de tração padrão é executada para recuperar o pino para equalização.
• Outra manobra é feita para puxar o corpo do plugue.

108
f) Slidind Sleeves and Ported Nipples

f1) Camisa deslizante (Sliding Sleeves)

Uma Camisa deslizante (Sliding Sleeve) é um componente padrão para a completação de


um poço de petróleo ou gás. Seus principais usos são interromper o fluxo de uma ou mais zonas
do reservatório ou regular a pressão entre as zonas.

Existem duas categorias principais de camisa deslizantes sliding sleeve): abrir/fechar e de


estrangulamento (choking). As camisas (sleeve) de abrir / fechar são deslocadas entre uma
posição totalmente aberta e uma posição fechada. Elas são usados para interromper o fluxo de
uma zona por razões econômicas ou para desligar uma zona que está esgotando ou produzindo
muita água. Em poços com várias zonas, elas são usados para regular quais zonas produzir e
quais fechar. As camisas (sleeve) acionadas mecanicamente são simples e baratas, mas
requerem acionamento por uma "trava", que deve ser executada no poço em cabo de aço ou
flexitubo (wireline or coiled tubing). As camisas (sleeve) acionadas hidraulicamente são mais
complicadas, mas podem ser acionadas por uma pequena bomba na superfície. As camisas
(sleeve) king podem ser usadas para regular a pressão entre duas ou mais zonas. Eles também
são usados para regular o fluxo de fluido em um poço durante as operações de fraturamento de
propante ou fraturamento hidráulico. As camisas (sleeve) de estrangulamento (choking) são todas
acionadas hidraulicamente e têm um design muito mais complexo do que as camisas (sleeve) de
abrir / fechar.

Um SS (Sliding Sleeve) é uma janela colocada como


parte da string de completação que permite a comunicação com
o anular. A abertura ou fechamento da Sleeve (camisa) é feita
com uma ferramenta de deslocamento que se localiza em um
perfil usinado na manga interna (inner sleeve).

109
f2) Ported Nipple: É um tipo de nipple com uma porta de acesso lateral para o anular. Ported
Nipple são niples de assentamento da válvula de segurança que são portados para comunicação
de fluido da linha de controle da superfície para operar uma válvula de segurança de fundo de
poço. Os landing Nipples também são projetados para suportar cargas da coluna de tubulação
para garantir a confiabilidade de longo prazo do sistema de válvula de segurança da ported Nipple.

Secure Flow – Ported Nipple

g) Válvula de Gás Lift – É uma válvula usada em um sistema de elevação de gás para controlar o
fluxo de gás de elevação no conduíte da tubulação de produção. A válvula gas-lift está localizada
no mandril gas-lift, que também fornece comunicação com o suprimento de gás lift no anular da
tubulação. A operação da válvula de elevação de gás (gás lift) é determinada pelas pressões de
abertura e fechamento predefinidas na tubulação ou anel, dependendo da aplicação específica.

110
Um sistema de gas lift normalmente é requido na tubulação de produção (production
tubing)do poço. Essas válvulas abrem em sequência, injetando o gás que força o fluido da
tubulação para a superfície. O hardware que conecta a válvula à tubulação é chamado de mandril.
Existem duas categorias gerais de mandris e qualquer que seja sua escolha pode ter um impacto
sobre como o seu poço opera e é mantido. A primeira variedade de mandril é o mandril
convencional.

As válvulas são fixadas na parte externa dos mandris, que são inseridos na coluna de
tubulação em intervalos regulares. Todo o conjunto de tubulação, mandril e as válvulas
conectadas são executados no poço juntos. Isso significa que quando uma válvula precisa de
manutenção ou troca, tudo precisa ser puxado, o que requer uma equipe de trabalhadores.

Outro componente importante para o sistema de gas lift convencional é o packer acima das
perfurações da tubulação, que veda o espaço anular. Esse espaço também é fechado na parte
inferior, de modo que o gás que é alimentado nessa área pelo compressor na superfície para ativar
o sistema.

Quatros diferentes Mandris Convencionais

111
A operação de gás lift está relacionada a:

- Injeção Contínua: A injeção contínua é o método mais comum de gas lift. O gás de alta pressão
é injetado continuamente no anular, através de uma válvula de elevação de gás, e na tubulação,
criando um gradiente de fluido mais leve, redução da pressão do poço na formação, o que resulta
em rebaixamento entre o poço e a formação. Este rebaixamento permite que a formação produza
os fluidos desejados.

- Injeção intermitente: A injeção intermitente é um método de levantamento de gás (normalmente


combinado com ALS de levantamento do êmbolo), onde o gás é injetado intermitentemente,
permitindo que a formação aumente a pressão enquanto a injeção é desviada para outro poço ou
circulada. Os fluidos se acumulam na tubulação, a pressão do poço aumenta e um desvio de gás
de volta para o poço levanta o pacote de fluido para a superfície. O poço é fechado e o processo
é repetido.

Passo 1: Depois que um poço foi completado / workover, no caso de um novo fluido do poço está
mais frequentemente na superfície ou mais perto da superfície, tanto no revestimento quanto na
tubulação. Estudar à pressão hidrostática dos fluidos do poço, muitas vezes ser muito alta, isso
dificultar a formação de produzir hidrocarbonetos. Quando as válvulas de levantamento de gás
são instaladas, uma combinação de pressão hidrostática no revestimento e na tubulação é
suficiente para superar a pressão de abertura de todas as válvulas de fundo de poço. Quando o
gás de alta pressão é injetado no anular, o fluido no anular é empurrado através das válvulas
superiores até que a válvula superior (válvula # 5) seja descoberta (destampada ou aberta).

112
Passo 2: Uma vez que a válvula nº 5 foi descoberta, injete tubos de gás em U na tubulação através
dessa válvula, torna o gradiente de fluido mais leve e levanta o fluido para a superfície. Enquanto
o gás está fluindo pela válvula nº 5, o fluido continua a ser empurrado pela válvula nº 4 (se a
pressão da tubulação permitir.)

Passo 3: A pressão da tubulação caiu o suficiente para permitir que o fluido flua através da válvula
nº 4 até o ponto onde a injeção de gás foi obtida. O gás de injeção é compartilhado entre as
válvulas nº 4 e 5 brevemente, enquanto a pressão do revestimento começa a cair devido ao
aumento na área de fluxo compartilhada entre as duas válvulas superiores.

113
PASSO 4: A pressão do invólucro agora caiu o suficiente para cair abaixo da pressão de
fechamento da válvula # 5, fechando-a e encerrando a comunicação entre o invólucro e a
tubulação. A válvula nº 4 é agora o único ponto de injeção de gás. Todas as válvulas inferiores
ainda permanecem abertas devido à combinação de pressão hidrostática e pressão de injeção.

114
Etapa 5

A válvula nº 3 agora foi descoberta e o processo continuará até que o ponto mais profundo de
injeção seja obtido. Na figura à direita, o ponto mais profundo de injeção é a válvula # 2, que
chamamos de "válvula operacional". A válvula # 1 está em uma situação de profundidade / pressão
em que Tp> Cp, resultando na válvula de retenção em uma posição fechada. A válvula nº 1 está
aberta devido à combinação de pressão hidrostática e pressão de injeção, mas o gás de injeção
não é capaz de passar devido à verificação selada. Uma vez que as condições do poço mudem o
suficiente para que TP seja menor que CP, o fluido começará e continuará a ser descarregado da
parte traseira e a injeção de gás através do ponto mais profundo possível (válvula nº 1) será obtida.
Os aumentos da taxa de fluxo podem forçar a válvula de operação a "verificar", evitando que o
gás de injeção entre na tubulação naquela profundidade, resultando em um aumento da pressão
do revestimento. Conforme aumenta a pressão do revestimento, as válvulas superiores começam
a abrir. (https://epiclift.com/how-it-works/)

115
2.8 – Procedimentos

2.8.1 – Ajuste/Checar limites de alarmes

Durante as operações de perfuração, completação e workover é importante que os


alarmes estejam ajustados em seu limites máximos e mínimos. Sendo assim, o operador será
avisado caso os limites máximos e mínimos sejam atingidos.

a) Nível dos tanques alto/baixo: Os limites dos tanques ajustados em máximo e mínimo
pode ajudar o operador a identificar um aumento no nível dos tanques (quando o nível
passar do limite máximo), informando que está tendo um ganho nos tanques, ou seja
um possível kick. Além disso, o limite mínimo pode ajudar o operador a identificar se
está ocorrendo um perda de fluido para a formação, isso poderá ser observado quando
o alarme soar quando o nível do tanque ficar abaixo do limite mínimo.
b) Sensor de fluxo de retorno: É importante mencionar que o senso de fluxo de retorno
instalado na flow line (linha de retorno nas peneiras) pode ajudar o operador a identificar
um kick. Isso ocorrer quando ajustamos os sensor em dois range (máximo e mínimo).
Quando a vazão de retorno aumentar acima do limite máximo o alarme irá soar e o
operador irá observar que existe um aumento no fluxo de retorno, o que pode ser um
indício de kick. Mas se o sensor soar devido a uma diminuição no fluxo de retorno isso
pode indicar perda de circulação parcial. É importante ficar atento que se o fluxo de
retorno diminuir para zero significa que o poço pode estar em situação de perda total,
ou seja, todo o fluido do poço está sendo pérfido para a formação. Numa situação de
perda total é importante saber que devemos abastecer o poço com água ou fluido leve
para evitar que o poço fique vazio.
c) Sensor de alarme para gás inflamável, explosivo e H2S: Numa situação em que os
alarmes de gás soam é necessário que a equipe esteja treinada para se proteger usando
os EPIs para segurança e usam a rota de fuga para um lugar seguro para evitar que
sejam contaminados.

d) Peças de Reposição OEM

O BOP é um equipamento de segurança de poço que deve ter uma taxa de falha
praticamente de zero. Quando uma manutenção for realizada não devemos usar peças de
reposição usada, para evitar problemas e diminuir a segurança e confiabilidade do equipamento.
Sendo assim, é importante o uso de componentes originais nos equipamentos. Quando a equipe
116
coloca o BOP no test stamp, o departamento de serviço de manutenção deve ter peça em seu
estoque para o serviço solicitado. Os reparos, devem ser feito apenas com peças dos Fabricante
de Equipamento Original (OEM). No entanto, se você a manutenção do equipamento e trocar
pesas danificadas por peças reutilizada ou de fabricante desconhecido, ou até mesmo fabricante
diferente do BOP em questão, provavelmente você conseguirá resolver o problema normalmente
mas com sérias possibilidades de grandes acidentes e desastres.

2.8.2 – Fechamento

a) Fechamento de poço em situação de equipamentos cisalhavel e não cisalhavel: Durante


a operação de fechamento de poço o operador deve está atento se há na frente do BOP de gaveta
cisalhante algum equipamento do tipo não cisalhante como por exemplo mandril de gás lift, linhas
de controle, packer, etc. Então o procedimento é fazer um space out de acordo com o
dimensionamento da sonda para que isso seja evitado. Além disso, é importante mencionar que
o Preventor Anular não deve ser fechado ao redor de algumas ferramentas que possa danificar o
selo de vedação como por exemplo comando espiralados (BHA). Por isso é importante ter um
plano de emergência numa situação de fechamento de poço ao redor de ferramentas ou
equipamentos não cisalhavel, principalmente para dar ao operador alguma informação sobre o
que deve ser feito: Subir ou descer um pouco mais a ferramenta não cisalhável, ter marcação na
coluna (ferramentas), etc.

b) Função e Responsabilidade: É importante que a tripulação da sonda saiba quem é o


responsável para fazer a operação de fechamento. Numa operação de perfuração, o sondador
tem a autonomia de fechar o poço sem comunicar a ninguém. É muito importante que o poço em
situação de kick seja fechado o mais rápido possível.

c) Numa sequência de fechamento durante a manobra de tubos, primeiro deve ser instalada
a válvula de segurança de coluna abertas, em seguida fechar a válvula de segurança com a chave,
e seguir a sequencia de fechamento de poço, seja pelo:

- Método Soft (Choke remoto ajustável aberto) – Abrir as válvulas laterais do BOP, fechar
o BOP anular ou gaveta, fechar o choke remoto hidráulico e aguardar as pressões de fechamento
se estabilizarem (SITP, SICP) e volume ganho.

- Método Hard (Choke remoto ajustável 100% fechado) – Fechar o BOP anular o gaveta,
abrir as válvulas laterais do BOP, e aguardar as pressões de fechamento se estabilizarem (SITP,
SICP) e volume ganho.

117
2.8.3 - Verificação de Fechamento:

2.8.3.1- BOP anular: Após o fechamento o poço com BOP devido uma situação de kick,
devemos checar que a válvula do BOP anular ou gaveta, realmente está vedando o poço.
Isso significa que devemos alinhar a linha de retorno para o trip tank, para checar se existe
fluxo de retorno. O BOP deve está estanque, ou seja, propor 100% de vedação. Caso isso
não acontece o kick não irá parar de entrar no poço e as pressões não irão se estabilizar.
Isso pode potencializar a ocorrência de blowout.

2.8.3.2 - Cabeça de poço, BOP e árvore de natal: É importante checar o posicionamento


das válvulas que estão diretamente ligadas a vedação do poço. No BOP de superfície as
válvulas laterais internas manuais das linhas de kill/choke devem está abertas. Na árvore
de natal devemos está atento as válvulas de emergência como a Master valve. Além
disso, devemos observar se as demais válvulas permitem a passagem de pressão até o
medidor de pressão (Manômetro). Na cabeça de poço é importante verificar a integridade
das válvulas de revestimento e de test cup.

2.8.3.3 - Manifold: É importante checar os alinhamentos do stand pipe e choke manifold


para verificar se a operação de controle de poço poderá ser executada com o alinhamento
observado. No chocke manifold é importante que se tenha uma linha pre-aberta (linha
verde) para conduzir o kick que está no poço para o separador atmosférico (separador
lama-gás), onde todas as válvulas manuais devem está aberta nessa linha verde e que o
choke ajustável hidráulico seja capaz de aumentar ou diminuir a contra-pressão no fundo
do poço durante o controle de poço, através da abertura e fechamento desse choke.

2.8.4 – Monitorando e Registrando no Fechamento

a) Mantendo as informações registradas: Durante a estabilização das pressões de


fechamento SITP, SICP e dos ganhos nos tanques devemos estar registrando em intervalos
regulares essas informações constantemente para monitorar o comportamento do influxo
no poço. Em seguida, devem ser registradas as seguintes informações: Tempo de
fechamento de poço, Pressão de fechamento estabilizada na coluna (SITP), Pressão de
fechamento estabilizada no anular (SICP), ganho total de fluidos observado nos tanques.

b) Em intervalos regulares é de boa prática verificar se há vazamento nas válvulas do


BOP stack, nas válvulas laterais de kill/choke, nas válvulas de cabeça de poço, conexões,
no Drill Spool, etc. Um vazamento pode comprometer todo o controle de poço.

118
c) Também é importante checar os acumuladores. As pressões registradas nos
manômetros de pressão Máxima (2700 – 3000 psi), pressão no manômetro da reguladora
do anular (500 – 1500 psi) e a pressões no manômetro da reguladora do manifold (1500
psi). Verificar se há vazamentos nas linhas hidráulicas, se o sensor de pressão da bomba
hidráulica está em perfeito estado.

2.8.5 – Operações de Stripping

Apesar das palavras stripping e snubbing serem utilizadas para definir uma operação em
comum, ou seja, descida ou retirada da coluna, há uma diferença básica entre elas e esta
diferença é simples.

Na operação de snubing a pressão exercida na área do tubo é maior que o peso da coluna.
Logo se faz necessário o uso de equipamentos auxiliares que consigam superar esta diferença de
forças. Neste caso a coluna terá que ser forçada para dentro do poço e mantida mecanicamente.

Já nas operações de stripping a pressão exercida na área do tubo é menor que o peso da
coluna. O peso da coluna é suficiente para superar a força do poço. Outra maneira de descrever
esta diferença é que se for necessário empurrar a coluna para dentro do poço teremos que realizar
uma operação de snubbing, e se a coluna, cair livremente no poço, devido ao seu próprio peso,
faremos uma operação de stripping.

Dependendo da pressão, tubos, comandos, tool joints, talvez não sejam movimentados pelo
seu próprio peso, requerendo assim uma força adicional (snubbing) para serem deslocados dentro
de um poço sob pressão. A força requerida para empurrar a coluna para dentro do poço
(snubbing), através dos preventores contra a pressão do poço e a fricção do preventor pode ser
calculada da seguinte forma:

Swt = (0,7854 x D2 x P) + F

Onde:

Swt = Peso estimado para ser deslizado dentro do poço

0,7854 = π ÷ 4

D = diâmetro do comando ou tool joint mais largo a passar pelo preventor em polegadas

P = Pressão do espaço anular

F = Peso aproximado da coluna que vai deslizado através do preventor

119
2.8.5.1 – Alinhando a manobra para a utilização do stripping tank

Durante as manobras, operação de descida ou retirada da coluna, aumenta-se o risco de


que o fluido contido nos poros da formação penetrem no poço devido a falhas em se manter o
poço devidamente abastecido. Em função deste risco eminente o monitoramento do volume dos
tanques é muito importante para as operações preventivas de controle de poço. Durante as
manobras um tanque especial conhecido com Trip Tank, ou tanque de manobra é utilizado para
medir pequenos incrementos de lama no tanque, caso a coluna estiver sendo descidos, ou
pequenos volumes injetados no poço durante a retirada da coluna. Comumente os volumes a
serem utilizados são pequenos e por isso há a necessidade da utilização de um tanque especial
que possua escalas mais precisas capazes de medir pequenos intervalos.

A seguir relacionaremos algumas das principais aplicações de um trip tank:

1- monitoramento do volume de fluido deslocado do poço pela movimentação de colunas


durante as manobras, com o objetivo de detectar Kick, pistoneio e perda de circulação.

2- Monitoramento do volume de fluido do riser com o BOP fechado, com o objetivo de detectar
a existência ou não de gás no interior do riser.

3- Monitoramento do volume de fluido drenado do poço durante o controle de um Kick pelo


método volumétrico estático.

4- Monitoramento do volume de fluido drenado do poço durante uma operação de stripping


em uma sonda equipada com BOP de suiperficie.

Nota: Durante uma manobra de retirada da coluna o trip tank mantém o poço sempre cheio e como
conseqüência a pressão hidrostática no fundo do poço se mantém constante, exceto quando
ocorrer um pistoneio hidráulico (swabing) causado pelo movimento relativo entre a coluna e o
fluido do poço.

2.8.5.2 – Finalidade do Strip Tank

As sondas flutuantes devem dispor de um tanque para a medição de pequenos volumes,


denominados de strip tank, cuja finalidade é monitorar volume durante uma operação de stripping,
tendo em vista que em uma operação de stripping o trip tank estará sendo utilizado para
monitoramento do volume defluido do riser com o objetivo de detectar vazamento de gás através
do BOP para o interior do mesmo

120
2.8.5.3 – Requisitos para o Strip Tank

a) Ter sensibilidade para medir com precisão volume de ¼ de barril

b) Dispor de dreno para o tanque das peneiras

c) Ter volume mínimo que comporte o deslocamento de três seções de drill pipe de 5
polegadas e 19,5 lb/pé de peso

d) Dispor de escala mecânica visível da cabine do sondador.

2.8.5.4 – Procedimento para o stripping

Stripping é a tecnica de mover a coluna através do BOP quando o poço está fechado e
sob pressão. Na maioria dos casos o stripping se faz necessário para retornar a coluna ao fundo
depois que o poço é fechado com a coluna fora do fundo.

Plano de contingência:

• Como passar o tool joint através do BOP ?

• O desgate nos elementos do BOP

• Nível de redundância no sistema de controle do BOP ?

• Altas pressões durante o Stripping (perto da Máxima pressão na superfície) ?

• Monitoramento da pressão e volume de fluido

• Organização e supervisão da equipe

•Migração do gás ?

• Possibilidade de prisão da coluna ?

• Informação do fabricante com respeito ao equipamento BOP

Desde que o tipo de influxo geralmente não é conhecido, é prudente planejar o procedimento
levando –se em consideração o pior cenário, um gás no qual irá migrar.

121
Os volumes drenados do poço podem ser precisamente medidos, drenando- os pelo choke em
direção a um tanque de manobras calibrado e logo drenando- o para um strip tank usado para
medir o deslocamento quando se tem uma coluna com válvula de retenção no fundo

O acumulo de lama no trip tank deve- se à expansão do gás a medida que este migra e pode ser
precisamente medido

A vida útil do preventor anular, pode ser extendida significantemente pelo uso de garrafas
acumuladores de stripping.

2.8.6 – Preparando para entrar no Poço e Cálculos.

a) Valve Remove Plugs (VR Plug)

É um pequeno componente, instalado através da saída de uma válvula de cabeça de poço, usada
para isolar a pressão do poço.

122
Os plugues de remoção da válvula (Valve Removal Plugs - VR Plug) são roscados que
podem ser instalados na cabeça do poço para permitir a remoção da válvula gaveta sob pressão.
No caso da válvula principal de saída do cabeçote da carcaça estar vazando, é necessário usar o
Plug VR se quiser fazer a manutenção da pressão.

b) Lubricator (Lubrificador)

Um dispositivo de contenção de pressão, que permite que ferramentas sejam puxadas


acima da válvula de pistoneio (swab) para que a válvula de pistoneio possa ser fechada.

O lubrificador mesmo sendo uma ferramenta, nas operações com arame (wire line) é
considerado a primeira barreira de segurança do poço. Sendo assim o BOP de wire line é a
segunda barreira de segurança do poço, veja a ilustração da operação de wire line abaixo:

123
2.8.7 - Cálculos

São necessários fazer alguns cálculos básicos sobre pressão quando for puxar uma válvula
de gás lift e camisa deslizante. Isso é requerido para evitar problemas de pressurização de
equipamentos e acidentes na sonda. São necessários levar em consideração as seguintes
informações:

- Descarga da válvula de elevação a gás em vários estágios

Uma coluna com válvulas de elevação a gás de vários estágios é projetada de acordo com
os requisitos de descarga. O tipo de válvula gas-lift deve ser selecionado e as profundidades de
configuração das válvulas dos estágios devem ser calculadas. Consulte o método de cálculo do
projeto de produção de gas-lift.

A característica do descarregamento da válvula gas-lift de múltiplos estágios é que a


contrapressão da coluna de líquido no poço é reduzida passo a passo, a redução da contrapressão
é mais mitigativa em comparação com a rápida redução da contrapressão do gas-lift convencional,
e o grau de dano causado é baixo

- Um método para completar um poço envolve a colocação de uma série de uma camisa
deslizantes (sliding Sleeve) ao longo de uma coluna de revestimento de produção no poço e inclui
soltar uma bola de fraturamento no poço e pousar em um assento associado a uma camisa
deslizante superior. A pressão é aplicada para ativar a camisa, abrir portas ao longo do
revestimento e fraturar uma formação de subsuperfície circundante em uma zona selecionada. Os
seladores de esfera são bombeados para o poço e colocados dentro das portas da camisa.
Pressão de fluido adicional é aplicada para fazer com que a camisa se desloque ainda mais para
baixo no poço e libere a bola, após o que a bola de fratura é bombeada para uma próxima luva
inferior. Este processo pode ser repetido para várias luvas em várias zonas para perfurações de
múltiplos estágios de cima para baixo.

124
2.9 – Preparação para Matar o Poço na Intervenção do Poço

Podemos definir a Intervenção de Poço como uma operação realizada em um poço de


petróleo ou gás para estender sua vida de produção para melhor o desempenho ou fornecendo
acesso a outras fases da formação com hidrocarbonetos.

A operação de Intervenção é um tipo de operação pode ser descrito como a implementação


de uma ou mais operações corretivas num poço de petróleo produtor, tentativa de aumentar a
produção. Exemplos desta operação incluem aprofundamento do poço, tamponamento de trechos
do poço, retirada e reassentamento de liner e correção da cimentação.

2.9.1 – Objetivo das Técnica de Matar o Poço

As técnicas mais comuns para matar um poço nas operações de controle de workover
(intervenção) é Circulação Reversa e Recalque (Bullhead). Sabendo que o objetivo do controle de
poço é de tirar o kick e balancear o poço (matar o poço) para voltar as atividades de operação de
intervenção do poço, muitas vezes não é possível realizar a operação de controle de poço com
circulação (ou fluxo de bombeio). Neste caso será necessário realizar um método de controle que
possa permitir tirar o kick do poço sem circulação, como por exemplo o uso do método volumétrico.
As técnicas de controle de poço devem ser apropriadas para cada operação, onde por exemplo
em poço vivo, encontramos uma formação perfurada com pressão suficiente para colocar o poço
em blowout, então as técnicas de matar o poço deve ser usada de maneira segura para realizar o
controle de poço para tirar o kick e balancear a pressão da formação, geralmente estas técnicas
são método do sondador, engenheiro ou volumétrico.
125
Além disso é importante mencionar que as operações de intervenção podem ocorrer em
poços não surgentes (poço morto), onde a técnica de circulação reversa e bullhead podem ser a
mais apropriada. A circulação reversa permite circular o poço bombeando pelo anular e retornando
pela coluna de produção. Entretanto a técnica de Bullhead está relacionada a empurrar (devolver)
o kick de volta para a formação.

O principal objetivo é reestabelecer a pressão hidrostática no poço, fazendo com que ela
fique igual ou um pouco maior (margem de segurança) do que a pressão da formação. Isso é
importante para que as operações de intervenção sejam feita com segurança.

Tanto a circulação reversa quanto a operação de bullhead ocorrerá uma aumento na


pressão no fundo do poço. Mas a operação de bullhead geralmente é feita com muito cuidado
para evitar que ocorra fratura da formação. O Bullhead é uma operação em que a pressão no
fundo do poço não será mantida constante, pelo contrário, é uma operação em que a pressão no
fundo do poço é aumentada, para que o fluido (gás, óleo ou água) seja pressurizado para entrar
na formação. É importante mencionar que muitas vezes a intervenção do poço requer uma
operação para fazer uma fraturamento controlado, como por exemplo o mini frac e/ou fraturamento
hidráulico.

2.9.2 – Bullheading

A definição básica da operação de controle de poço Bullhead é que trata-se de uma técnica
para devolver os fluidos da formação de volta para a formação. Está técnica é muito usada quando
por exemplo queremos evitar que fluido tóxicos cheguem à superfície, como por exemplo H2S.
Além disso, esta técnica pode ser usada quando o volume de kick é muito grande podendo gerar
altas pressões na superfície ou também por questões de limitação do separador atmosférico
(Bernadão).

A desvantagem dessa técnica é que ela não funciona quando existir obstrução pela coluna
de produção como areia, cera, incrustações ou ferramentas com defeito dentro da coluna que
possa impedir o bombeio. Além disso é importante que a porosidade e permeabilidade da rocha
seja suficiente para permitir a injeção do influxo de volta para formação sem que exceda qualquer
limite de pressão. É importante lembrar que um dos fatores limitantes para a operação de
bullheading é a resistência da coluna de produção e dos equipamentos como por exemplo a
bomba. Geralmente um recurso que é utilizado para aumentar o limite de resistência da coluna é
pressurizar o anular do poço.
126
Uma das vantagens do bulheading é que podemos evitar que fluido tóxicos cheguem a
superfície. Em algumas operações de perfuração, principalmente quando um kick de H2S é
tomado o procedimento de segurança é muito importante e nesta ocasião é preferível bombear o
H2S de volta para a formação, ao invés de trazê-lo para a superfície.

Nas operações de workover, o bulheading tem aplicações limitadas e está sujeita a muitos
problemas, tais como :

 A alta viscosidade dos fluidos de formação pode dificultar e consumir muito tempo para
devolvê-los para a formação.

 A pressão de ruptura da coluna e do revestimento devem ser conhecidas e não devem


ser exercidas.

 O gás pode migrar e representar um grave problema, se problemas dessa natureza


ocorrem, geralmente o uso de materiais viscosos é recomendado, para que sejam adicionados ao
fluido de amortecimento.

 Em reservatórios com baixa permeabilidade a pressão de fratura pode ocorrer a fratura


da formação.

Devemos lembrar que a decisão para efetuar-se o bullheading na perfuração deve ser feita
previamente como o procedimento de fechamento do poço. Se houver alguma demora antes de
tomar qualquer decisão para o uso do bullheading, o gás irá migrar, reduzindo as chances de
devolver o influxo para o reservatório. Sendo assim, a velocidade da bomba deve ser
suficientemente maior do que a velocidade de migração do gás para que a operação de Bullhead
tenha sucesso.

Mesmo optando-se por bombear desta maneira aumentando a pressão no fundo do poço,
a pressão de fratura na sapata, no revestimento ou em algum outro ponto fraco do poço poderia
ser alcançado.

127
Fig – Esta tabela mostra a janela operacional durante a devolução do fluído produzido
(bullheading) para a formação

A operação de bullhead consiste em bombear via interior da coluna utilizando-se de um


fluido de amortecimento com volume que seja suficiente para que a lama de amortecimento
desloque o influxo para dentro da formação. O volume mínimo para uma operação de Bullhead é
o volume da coluna de produção mais o volume do final da coluna de produção é a base dos
canhoneados., o hidrocarboneto produzido pelo reservatório que se encontra na coluna, para
dentro da formação.

Se uma quantidade de fluido muito grande for bombeado pode ocorrer fratura da formação
e sabendo que qualquer aumento na pressão de bombeio deve ser tomada como um indicativo
de que o fluido de matar atingiu o fundo.

Registre os volumes bombeados e as pressões. Instale um plug na coluna com auxílio de


arame. Feche a válvula lateral e cheque se irá ocorrer aumento de pressão por aproximadamente
uma hora. Novamente cheque se há aumento de pressão.

128
• Procedimentos para o Bulheading

1 – Com o poço fechado, determine a pressão do bengala (se realizado pelo espaço anular,
determine a pressão do revestimento )

2 – Prepare uma tabela de pressão x strokes. Comece com 0 stks e com pressão de fechamento
do bengala.

À medida que ligamos a bomba com a pressão mínima necessária para vencer o
desbalanceio, o fluido injetado irá comprimir o gás ou fluido produzido pela formação até que a
formação comece a aceitar este fluido. Este procedimento pode ocorrer a algumas centenas de
PSI acima da pressão de fechamento do bengala. Tome cuidado para não exceder nenhuma
máxima pressão permissível. Bombeia a taxas planejadas. Geralmente a bomba é ligada
vagarosamente, logo uma injeção estabilizada, a bomba é trazida para a velocidade desejada e
reduzida novamente quando o fluido de amortecimento estiver chegando próximo ao intervalo
produtor.

Quando se está bombeando o fluido de amortecimento de volta para a formação, o adicional


de hidrostática criado pelo fluido de amortecimento irá reduzir a pressão no interior do tubo
bengala. Registre os valores reais de pressão na tabela em seus respectivos lugares, assim como
os strokes também até que chegue no final da coluna ou intervalo produtor desejado.

3 – Uma vez que o fluido de controle começa a entrar na formação. Dado que geralmente não é
o mesmo tipo de fluido da formação, um aumento da pressão era notado no manômetro de
bombeio. Interrompa a bomba, a menos que um sobre – deslocamento tenha sido aprovado, feche
o poço e monitore.

Se ainda alguma pressão for vista , então o gás deve ter migrado mais rápido do que se
estava bombeando, ou o fluido de amortecimento não tinha a densidade correta.

Deve-se lembrar que o poço não deve ser considerado amortecido até que o fluido de
amortecimento tenha deslocado completamente o antigo fluido.

Outra técnica para o bullheading, usada principalmente na perfuração requer que se


bombeie pelo espaço anular, não permitindo que haja retorno pela coluna, como mencionado
anteriormente, este método tem grandes aplicações quando trata-se de um influxo de qualquer
gás corrosivo , ou quando o influxo é muito, grande para trazê-lo até a superfície, ou onde os
equipamentos de superfície não suportariam as pressões geradas na superfície devido ao influxo.
129
Veja na figura abaixo algumas indicações de importantes considerações a serem feitas
antes de uma operação de bullhead:

Fig - Mostra o sistema de injeção de um poço equipado com uma árvore de natal seca.

130
É importante que a equipe fique muito atendo durante a operação de Bullhead (recalque)
porque essa operação tem como objetivo aumentar a pressão no fundo do poço BHP para fazer
com que o influxo volte ´para a formação. Mas devemos ter o cuidado para que a pressão de
fratura não atinja a pressão de fratura da formação.

Pfrat = Gfrat x TVD topo dos canhoneados


Por isso é importante ter um programa de bombeio controlado e de acordo com o cenário
do poço, ou seja, para que a pressão de bombeio seja maior que a pressão da formação para
permitir a entrada do fluido na rocha e que ao mesmo tempo seja menor que a pressão de fratura
para evitara fratura da formação.

O primeira passo para a programação do controle de poço é preparar a Kill Sheet (planilha
de controle de poço). Nela iremos colocar os dados de fechamento de poço: SITP, SICP e volume
ganho (influxo). Em seguida iremos calcular a pressão mínima para matar o poço, ou seja, calcular
a pressão mínima observada no manômetro da coluna para bombear o fluido pela coluna e fazer
com que o influxo entre no poço.

Para calcular o peso do fluido de matar devemos usar a seguinte fórmula:

𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺𝑺
ρ𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 = + ρ𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐𝒐
𝟎𝟎,𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 𝒙𝒙 𝑻𝑻𝑻𝑻𝑻𝑻 𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕 𝒅𝒅𝒅𝒅𝒅𝒅 𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄

Sendo assim é importante calcular a vazão mínima da bomba que seja capaz de vencer a
migração do gás poço acima. Para isso, veja o exemplo abaixo:

Dadas as seguintes informações, calcule a velocidade mínima necessária da bomba


(strokes por minuto – SPM) para o efeito recalque (bullhead) de um kick de gás neste poço.

Capacidade do revestimento 7” = 0,12533 bbl/m

Capacidade da coluna de produção 2 3/8” = 0,0124 bbl/m

Velocidade de migração do gás: 1219 m/h (1219 ÷ 60 ) = 20,32 m/min

Saída da bomba (capacidade de bombeio) = 0,0530 bbl/strokes

131
Fórmula A – Vazão (Q) é igual a velocidade de migração do gás (vgás) x Capacidade da coluna

Q = vgás x Capcoluna
Q = 20,32 x 0,0124 = 0,2519 bbl/min

Fórmula B – Velocidade da bomba (SPM) é igual a Vazão (Q) ÷ Capacidade de bombeio

𝑸𝑸
Velocidade da bomba (SPM) =
𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 𝒃𝒃𝒃𝒃𝒃𝒃𝒃𝒃𝒃𝒃

0,2519 𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏/𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
Velocidade da bomba (SPM) = = 4,75 = 5 SPM
0,0530 𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏/𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠

Durante o bombeio do fluido de matar pela coluna de produção para devolver o influxo para
a formação, as perdas de carga da coluna não afetaram a pressão no fundo do poço BHP, porque
a fricção tem sentido oposto ao escoamento. Mas a pressão interna da coluna de produção irá
aumentar e isso pode fazer com que a coluna de produção seja submetida a uma pressão interna
maior do que a resistência do material seja capas de suportar (burst pressure of tubulars) então
uma maneira que o operador pode recorrer é aumentando a pressão no anular do poço,
considerando que na base da coluna de produção o packer esteja vedando (selando) a
comunicação da coluna de produção com o anular do poço. Também devemos lembrar que um
bombeamento de fluido para pressurizar a coluna de produção pode evitar um colapso quando a
pressão no anular do poço for muito maior que a pressão no interior da coluna.

Para que o Bullhead (Recalque) seja realizado com sucesso devemos bombear um volume
mínimo referente ao volume da coluna de Produção mais o volume do final da coluna até a
base dos canhoneados (MD da base dos canhoneados). Mas também devemos levar em
consideração o volume da linha de superfície, que é o volume da linha entre os tanques e o topo
da coluna de produção.

Em relação a máxima pressão na superfície e o volume bombeado durante o controle de


poço pelo método Bullhead (Recalque), temos que está atendo a queda de pressão à medida que
o fluido de matar estiver descendo pela coluna de produção. Quanto maior for o volume de fluido

132
de matar bombeado pela coluna menor será a pressão de SITP, ou seja, menor será o
underbalance do poço.

Para verificar se o poço foi morto (amortecido) com sucesso devemos observar no
manômetro da coluna quando a bomba for desligada uma pressão igual a Zero.

Se durante o bombeio de fluido de matar pela coluna de produção para matar o poço
usando o método Recalque for observado um aumento de pressão no manômetro da superfície,
significa que está acontecendo alguma obstrução, como por exemplo a coluna de produção está
obstruindo ou os poros da formação estão ficando bloqueados (obstruídos), isso geralmente
ocorre quando sujeiras da coluna como parafina, areia, cera, incrustações são bombeadas para a
formação.

Além disso, também devemos saber identificar quando a pressão no manômetro na coluna
não esteja diminuindo suficientemente devido ao fluido de matar está com peso abaixo do que
seria ideal para matar o poço. Isso por sua vez não fará com que a pressão de fechamento SITP
diminua o suficiente para chegar a Zero quando a bomba for desligada.

O bullheading não deve ser feito de forma aleatória devido à possibilidade de danificar os
tubulares do poço, danificar a formação de produção ou fraturar formações adjacentes. Em alguns
casos, o bullheading não é possível ou desejável. Exemplos disso são: tubulação severamente
desgastada com baixa pressão de ruptura, baixa resistência à fratura de formação e equipamento
de cabeça de poço danificado ou deteriorado com pressão de trabalho limitada. Por isso é
importante identificar qual é o elo mais fraco numa operação de Bullhead.

Durante a operação de Bullhead (Recalque) é importante registrar a operação para que o


controle de poço possa ser realizado com sucesso, mesmo que a equipe seja substituída numa
troca de turno. Além disso, o registro do controle de poço pode mostrar o comportamento
operacional durante o controle de poço, assim como também possamos acompanhar o
comportamento da formação durante o bombeio do influxo para o seu interior.

133
2.9.3 - Lube and Bleed

a) Método Volumétrico

O método volumétrico é um método de matar o poço quando não existe a possibilidade de


circular o poço para remover influxo de gás quando há pouco ou nenhum tubo de perfuração no
poço, um furo na coluna de perfuração ou na coluna de produção ou quando o poço não pode ser
circulado. Funciona igualmente para uma situação em que o poço está fechado e o influxo no poço
seja um kick de gás que por ser mais leve que o fluido de completação e intervenção começa a
migrar sem controle para cima, ou seja, o kick de gás migra para a superfície com o poço fechado
e aumentando as pressões SITP, SICP e Pressão no Fundo do Poço BHP.

Neste método, o influxo de gás é levado até a superfície por meio de migração e expansão
controlada. Este processo envolve drenagem (Bleed) do volume calculado de lama na superfície
até que o influxo alcance a superfície, permitindo assim que a pressão do revestimento aumente
para manter o BHP constante. Depois que o influxo de gás é trazido para a superfície desta
maneira de expansão controlada, o volume calculado de lama é bombeado para o poço e o influxo
de gás é drenado, permitindo assim que a pressão do revestimento diminua enquanto mantendo
o BHP constante. A base do método volumétrico é que cada barril de lama contribui com uma
certa pressão para o fundo do poço. Isso pode ser medido como psi / bbl.

Este termo de psi / bbl deve ser coordenado com o volume do poço ou volume do tanque
de manobra para que o número de barris possa ser lido diretamente. Um registro da pressão do
revestimento é mantido, se a pressão do revestimento aumentar, a lama pode ser drenada do
poço de acordo com o valor psi / bbl calculado para manter uma pressão constante do fundo do
poço. O método volumétrico funciona drenando (ou adicionando) lama porque o BHP é a soma da
pressão do revestimento e a pressão exercida pela coluna de lama.

O método volumétrico de controle de poço não deve ser equiparado com os métodos
tradicionais de matar o poço como o método do sondador e engenheiro. Método volumétrico é
usado para controlar BHP dentro dos limites coordenando o aumento (por causa da migração de
gás) ou diminuição (por causa da drenagem de lama na superfície) na pressão da superfície do
anular com a diminuição ou aumento correspondente na pressão hidrostática anular (por diminuir
ou aumentar a altura / peso da coluna de lama no espaço anular). O método volumétrico é
implementado principalmente em duas etapas, ou seja, “drenagem” e o processo de “lubrificação”.

No processo de drenagem, o influxo de gás pode migram no anular do poço e, assim,


causando um aumento de pressão de superfície no manômetro do anular, bem como o BHP.
134
O objetivo de manter o BHP constante é alcançada através da redução correspondente na
hidrostática no anular pressão por drenagem do volume calculado de lama, que por sua vez reduz
a altura da coluna de lama no anular e permite que o gás se expanda. O processo de drenagem
deve ser repetido várias vezes até que o gás atinja a superfície.

Sabendo que a pressão no fundo do poço BHP deve permanecer constante enquanto o gás
migra para a superfície de forma controlada devemos através da abertura controlada no choke
(BIN) drenar o volume de gás correspondente ao aumento de pressão criada pela migração do
gás.

De acordo com a lei dos gases para temperatura constante, quanto mais próximo da
superfície maior será a pressão no poço:

P1 x V1 = P2 x V2

E também, podemos usar a seguinte fórmula para drenar o volume de fluido correspondente
ao aumento de pressão no poço:

P = ρfluido x 0,1704 x Haltura


Sendo:

𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉
Vol = Cap x Haltura ou Haltura=
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶

Substituindo:

𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉
P = ρfluido x 0,1704 x
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶

Logo:

𝑃𝑃 𝑥𝑥 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶
Voldrenado =
0,1704 𝑥𝑥 ρ𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙

Para drenar uma pressão de 50 psi, referente a uma lama de peso 10,0 lb/gal em um espaço
anular de capacidade 0,2304 bbl/m ou 9,6768 gal/m

50 𝑥𝑥 0,2304
Voldrenado = = 6,8 bbl
0,1704 𝑥𝑥 10 𝑙𝑙𝑙𝑙/𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔

135
b) Lubricate and Bleed

Quando o gás atinge a superfície usando o método volumétrico devemos empregar a


segunda etapa chamada de lubricate and bleed, ou seja, injetar lama de matar e em seguida
drenar em ciclos. O processo deve ser realizado nessa ordem por questões de margem de
segurança, ou seja, injetando a lama de matar primeiro cria-se um aumento de pressão no fundo
do poço BHP para depois drenar o gás.

Sendo assim o processo de controle de poço usando o método Lubricate and Bleed se
inicia quando o gás está na superfície. A lubrificação da pressão hidrostática no anular do poço é
aumentada pela injeção de um volume de lama pesada ou lama de matar (Top Kill) através da
linha de matar (Kill Line) enquanto o BHP é mantido constante através da drenagem de gás na
linha do choke (choke line) mais especificamente no choke (Choke Hidraulico Remoto – Bin ou
Estrangulador) e reduzindo a pressão da superfície na mesma proporção. O processo pode ser
repetido várias vezes até que todo o gás é totalmente removido do anular e a pressão da superfície
no manômetro do anular (manômetro do Revestimento) é trazido para zero.

Tendo em vista que para manter a pressão no fundo do poço BHP constante no método
Lubricate and Bleed devemos através da abertura controlada no choke (BIN) drenar o volume de
gás correspondente ao aumento de pressão criada pelo top kill, ou seja, pela lama de matar
bombeada para o poço pela linha de matar (kill line).
136
Para que o método Lubricate and Bleed seja realizado com sucesso devemos primeiro
bombear o fluido de matar pela kill line e em seguida drenar em ciclos.

O método Lubricate and Bleed também chamado de segunda fase do método volumétrico
é implementada utilizando-se o procedimento de bombeio controlado. É muito importante entender
que o procedimento de bombeio de lama de matar pela linha de kill aumenta a pressão interna no
poço e cria uma margem de trabalho ao drenar o gás pela linha de choke. A margem de trabalho
é um aumento de pressão que adicionamos ao poço durante a operação para evitar um influxo
adicional durante o controle de poço, diferente da margem de segurança que é o aumento no peso
do fluido que balanceia a formação. Veja as etapas desta segunda fase (Lubricate and Bleed):

1- Injetar pela linha de matar um volume de lama nova (Vm) até que a pressão no choke
(Pck) aumente de 100 psi, isto é, Pck + 100. Registre esse volume e calcule o ganho de pressão
hidrostática no fundo do poço (∆P) pela fórmula:

0,1704 𝑥𝑥 ρ𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 𝑥𝑥 𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉


∆P =
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶

2 – Permitir a segregação da lama (três minutos a cada barril injetado)

3 – Drenar o gás pelo choke até que a pressão no choke caia para Pck - ∆P

4 – Repetir o processo a partir do passo 1 até que todo o gás tenha sido substituído pela
lama adensada.

Durante a execução dessa fase, a pressão no choke decresce ao longo do tempo, enquanto
a pressão no fundo do poço é mantida aproximadamente constante.

Para verificar se o controle de poço foi realizado com sucesso, primeiramente devemos
entender que quando o gás é totalmente substituído por um fluido no poço com massa específica
suficientemente alta para amortecer o poço iremos observar que a pressão no manômetro do
choke será igual a zero.

137
2.9.4 – Circulação Direta (Convencional) – Método do Sondador

A definição de circulação direta ou convencional ocorre quando o fluido é bombeado pela


coluna com retorno pelo anular. Esta circulação é a base para a operação de controle de poço
chamada método do sondador.

O método do sondador é conhecido como o método de duas circulações:

1ª Circulação tem como objetivo circular o kick para fora do poço usando o fluido original que está
no poço.

2ª Circulação tem como objetivo circular o poço para trocar o fluido original que está no poço pelo
fluido novo chamado de fluido e matar.

A vantagem do método do Sondador é que é possível iniciar o controle de poço


imediatamente após a estabilização das pressões após o fechamento do poço em kick. Além
disso, é possível circular o poço sem precisar do fluido de matar.

A desvantagem do método do Sondador é que se houver problemas para circular o poço,


não é possível usar este método, como por exemplo, coluna fora do poço, broca obstruída, coluna
furada, falta de energia na sonda ou problemas nas bombas, etc.

Durante o controle de poço a pressão no fundo do poço durante a circulação deve


permanecer pelo menor igual a pressão da formação ou um pouco maior se uma margem de
segurança for adicionada. Se a pressão no fundo do poço BHP diminuir muito e ficar abaixo da
pressão da formação um kick adicional pode ocorrer. Mas se a pressão no fundo do poço aumentar
muito pode ocorrer uma fratura da formação. Nas operações de perfuração de poço a sapata do
revestimento geralmente é o ponto mais frágil do poço e a Pressão Máxima Permitida na
Superfície MAASP não deve ser atingida no manômetro do revestimento.

MAASP = (ρmax - ρatual) x 0,1704 x TVDsapata

É importante saber que a pressão de fratura está relacionada com a MAASP. Se a pressão
de fratura é a pressão que faz a formação fraturar (falhar) na altura da sapata, então a podemos
dizer que a pressão de fratura é a soma da pressão hidrostática na altura ad sapata com a pressão
no manômetro da superfície (revestimento):

PFrat = PHsapata + MAASP

138
Durante a circulação direta é possível observar a pressão no manômetro da coluna. Se o
poço estiver sendo circulado sem kick, como por exemplo durante a perfuração a pressão lida no
manômetro da coluna marcará a pressão de circulação PC. Se a vazão da bomba estiver reduzida,
geralmente com valor abaixo de 50 SPM ou entre 1 a 3 bbl/min, a pressão no manômetro da
coluna marcará a Pressão Reduzida de Circulação PRC (SCR). A pressão de circulação PC ou
pressão reduzida de circulação PRC é a soma das perdas de cargas (fricção) por onde o fluido
escoa. Num poço em kick sendo circulado na vazão de matar, a pressão lida no manômetro da
coluna será a Pressão Inicial de Circulação PIC.

Numa circulação direta (convencional) a bomba puxa o fluido do tanque de sucção e


bombeia o fluido pela linha de superfície, coluna e retorna pelo espaço anular. É importante
lembrar que quanto menor for o diâmetro do tubo, maior será a fricção.

Numa circulação direta apenas a perda de carga no anular (fricção do anular) do poço afeta
a pressão no fundo do poço BHP. A fricção (perda de carga) tem sentido oposto ao escoamento
do fluido, ou seja, a fricção é contrária ao sentido do movimento do fluido. Então, se o fluido está
subindo pelo anular do poço a perda de carga do anular faz pressão no fundo do poço.

Sendo assim, o BHP pode ser calculado através da soma da pressão hidrostática do fluido
com a perda de carga do anular (APL Anular):

BHP = PH + APL anular

Durante o controle de poço pelo método do sondador, podemos nos deparar com alguns
problemas para matar o poço ao realizar uma circulação direta, como por exemplo coluna
parcialmente obstruída, problemas na bomba que possa variar o SPM, mudanças na pressão no
manômetro do choke (revestimento), Choke plugado ou lavado, variação no nível dos tanques.
Essas situações podem atrapalhar o operador a manter a pressão no fundo do poço BHP
constante. Se houver problemas durante o controle de poço ao circular o poço usando o método
do sondador, desligue as bombas e feche o choke, ou seja, coloque o poço em segurança e
verifique a situação.

Se durante a primeira circulação do método do sondador, que tem como objetivo, manter
PIC constante, houver um aumento na SPM da bomba, o operador do choke (supervisor) não
deve abrir o choke para aliviar o aumento de pressão observado no manômetro da coluna, ele
simplesmente deve considerar uma nova Pressão Inicial de Circulação, isso porque ao aumentar
o vazão da bomba (SPM) a pressão reduzida de circulação PRC aumentou, fazendo com que PIC
esteja num valor maior do que o calculado. Sendo assim, observe que PIC aumentou por questões
139
operacionais e não porque a pressão no fundo do poço tenha aumentado. O mesmo se aplica se
a vazão da bomba SPM diminuir durante o controle de poço. Além disso, é importante lembrar
que problemas que alteram as propriedades do fluido, como por exemplo, bombear fluido de
massa específica errada para dentro do poço podem mudar o valor da PRC e variar a pressão de
PIC, e mais uma vez não deve-se abrir ou fechar o choke para compensar a variação de PIC no
manômetro da coluna.

O processo de ligar a bomba para colocar na vazão de matar ou para desliga-la deve ser
feita mantendo a pressão no fundo do poço constante, e para isso deve-se fazer de forma correta
para que a pressão BHP não aumente muito para não fraturar e nem caia muito para não ocorrer
outro influxo.

ICP Inicial Circulation Pressure (Pressão Inicial de Circulação PIC) deve ser mantida
constante no manômetro da coluna para que a pressão no fundo do poço também fique constante,
durante a primeira circulação do método do Sondador (Driller’s Method).

Durante a primeira circulação, observamos que o poço está parcialmente aberto via choke
hidráulico (BIN) e por isso permite que o gás expanda. A expansão do gás pode ser observada
através do aumento no nível dos tanques. Além disso, a expansão do gás faz com que a pressão
hidrostática no anular do poço diminua e isso fará com que a pressão no choke aumente, mas
esse aumento está sendo controlado, uma vez que o supervisor está mantendo PIC constante.

140
2.9.5 – Circulação Reversa

Definimos de circulação reversa a operação de controle de poço quando circulamos o poço


bombeando pelo anular com retorno pela coluna de produção. Enquanto a bomba estiver sendo
ligada gradativamente a pressão no manômetro da coluna deve permanecer constante. Mas após
a bomba atingir a vazão de matar devemos manter constante a pressão no manômetro do
revestimento (manômetro do anular).

A vantagem de realizar a circulação reversa é que podemos circular o poço evitando que
as impurezas e sujeiras da coluna como incrustações, areia, parafina, cera sejam circuladas para
o fundo do poço e cause dano à formação. Essas sujeiras podem obstruir os poros da formação
e dificultar a produção. Entretanto a desvantagem da circulação reversa é que as perdas de cargas
da coluna forneceram maior pressão no fundo do poço, isso porque a perda de carga (fricção) da
coluna é alta devido o pequeno diâmetro da coluna. Então podemos concluir que os diâmetros
dos equipamentos por onde o fluido escoa afeta diretamente na perda de carga (fricção).

É importante levar em consideração que os diâmetros internos dos tubos influenciam


diretamente nas perdas de carga (fricção). Quanto menor o diâmetro maior será a perda de carga,
sendo assim, a perda de carga no interior da coluna de produção será maior do que as perdas de
carga do anular do poço.

Na circulação direta (convencional) a pressão no fundo do poço BHP é menor do que a


pressão no fundo do poço do poço numa circulação reversa. Isso porque a fricção (perda de carga)
do anular é muito menor do que da coluna de produção.

• BHP numa circulação direta (convencional)


BHP = PH + Perda de carga no anular

• BHP numa circulação reversa


BHP = PH + Perda de carga na coluna

Além disso, é importante lembrar que os equipamentos de fundo de poço como por exemplo
as válvulas da coluna de produção podem aumentar ainda mais a fricção da coluna. Quanto menor
for a passagem para o fluxo de fluido, maior será a dificuldade de escoamento do fluido e então
maior será a perda de carga na coluna e consequentemente maior será a pressão no fundo do
poço.

141
2.9.6 – Início de Bomba e Procedimento de Fechamento

Sabendo que o principal objetivo de controle de poço é manter a pressão no fundo do poço
BHP constante, não podemos esquecer que quando iniciar o controle de poço ligando a bomba
ou ao finalizar uma etapa ao desligar a bomba a BHP deve manter-se constante e pelo menos
igual a pressão da formação.

Considerando que o poço esteja em kick, fechado e estabilizado. Então observaremos no


manômetro da coluna SITP e no manômetro do revestimento SICP.

Devemos ligar a bomba gradativamente de 5 em 5 strokes (5, 10, 15, 20,...), abrindo o
choke remoto (BIN) aos poucos para manter a pressão no fundo do poço constante. Mas a
abertura do choke será realizada para manter a pressão de SICP constante no manômetro do
revestimento. Devemos seguir esse procedimento até que a bomba atinja a vazão de matar.

Para desligar a bomba devemos seguir o mesmo procedimento, ou seja, devemos desligar
a bomba gradativamente e fechando o choke para manter a pressão de SICP constante no
manômetro do revestimento.

É importante saber que a comunicação é a principal ferramenta no processo de ligar ou


desligar a bomba. O supervisor ficará responsável pelo choke e ele irá solicitar ao sondador
(operador) que aumente a vazão da bomba gradativamente quando estiver ligando a bomba para
a vazão de matar ou que diminua a vazão da bomba gradativamente para desliga-la. O Operador
deve aguardar a solicitação do supervisor para aumentar ou diminuir a vazão da bomba.

Após a bomba atingir a vazão de matar mantendo a pressão no revestimento em SICP de


estabilização, o manômetro da coluna marcará PIC (Pressão Inicial de Circulação).

PIC = PRC + SITP

Se o operador da sonda não tirou (mediu) a PRC (Pressão Reduzida de Circulação), então
devemos fazer o processo de entrada de bomba corretamente, ou seja, mantendo SICP constante
até que a vazão de matar seja atingida. Então a pressão lida no manômetro da coluna será PIC.
A partir daí devemos manter PIC constante até que todo o kick seja removido do poço, ou seja,
durante a primeira circulação deve-se abrir um pouco o choke se a pressão na coluna aumentar
o valor e ficar muito maior do que PIC, ou deve-se fechar um pouco se a pressão na coluna ficar
muito próximo de PIC.

Enquanto o kick estiver no anular e sendo circulado para fora do poço a pressão no
manômetro do revestimento terá uma tendência de aumentar, devido a expansão do gás.
142
É muito importante ficar atento quando o kick (influxo) estiver entrando na choke line, pois
a operação de controle no choke (BIN) tornará mais sensível. Quando o gás estiver saindo na
superfície iremos observar uma variação na pressão do choke, ou seja, um aumento de pressão.

Após o ajuste da bomba para a vazão de matar pode ocorrer que a pressão lida no
manômetro da coluna tenha sido maior do que PIC calculada. Isso pode ocorrer porque a PRC
pode não está atualizada e a soma de PRC mais SITP pode está menor do que a PIC observada.

É importante saber que existe um limite de vazão da bomba para o controle de poço. O
limite da vazão da bomba está associado a MASP dos equipamentos e também com a capacidade
máxima de operação do separador atmosférico (Bernadão).

O operador que está responsável pela bomba (ligar ou desligar gradativamente) e o


supervisor responsável pelo choke (BIN) deve esta em total sintonia, principalmente porque existe
um delay hidráulico, ou seja, um atraso na resposta da ação feita no choke ao observar as
pressões no manômetro. Quando a bomba for ajustada para aumentar a sua vazão a pressão de
SICP irá aumentar e o supervisor poderá precisar abrir um pouco o choke para compensar o
aumento de pressão observado no manômetro do revestimento. Assim como quando a bomba for
ajustada para diminuir a sua vazão a pressão de SICP irá diminuir e o supervisor poderá precisar
fechar um pouco o choke para compensar a queda de pressão observado no manômetro do
revestimento. Sendo assim, é muito importante esperar o tempo de resposta entre as ações
realizadas na bomba e no choke.

Após a segunda circulação do método do sondador com o poço morto (amortecido),


devemos tomar algumas ações antes de abrir o BOP. Devemos observar se existem pressões
trapeadas abaixo do BOP, checar as pressões na coluna e no revestimento estão em zero para
garantir que o poço esteja amortecido, etc.

143
2.10 – Situações Especiais

2.10.1 – Pressões Trapeadas, Obstrução e Restrição no Tubo e no Poço

Durante as operações podemos nos deparar com problemas na coluna e no poço devido a
obstrução parcial ou total dos mesmos. Na coluna de produção podemos encontrar obstruções
causadas pela presença de parafina, areia, cera, incrustações entre outros que podem dificultar o
controle de poço pelo método Bullhead. Por isso é conveniente usar a circulação reversa para
limpar ou desobstruir a coluna de produção, uma vez que na circulação reversa a sujeira será
circulada para fora do poço. Além disso, na coluna de produção pode conter válvulas de contenção
que pode causar gás trapeado abaixo da válvula, como por exemplo podemos encontrar gás
trapeado numa DHSV na posição fechada.

Em relação o controle de poço um bloqueio causado por obstrução total ou parcial pode
fazer com que a coluna de produção possa romper devido ao excesso de pressão interna e
também pode aumentar a pressão no fundo do poço BHP numa circulação reversa e causar uma
fratura da formação.

2.10.2 – Hidratos

O hidrato é uma mistura sólida (gelo sujo) formado por água e gás que em condições
adequadas de temperatura e pressão pode ser formado. Geralmente o hidrato é formado sobre
alta pressão e baixa temperatura.

Para evitar a ocorrência de hidratos podemos adicionar Glicol (mistura de glicol) no fluido.
Mas para combater um hidrato devemos adicionar um produto químico chamado de Metanol.

No controle de poço, um hidrato ocorre quando o fluido de perfuração no poço é base água
e ocorre um kick de gás. Quando esse gás é circulado para fora do poço ele estará submetido a
uma diminuição de temperatura e pode ocorrer então um hidrato. Em BOP submarino a formação
de hidrato ocorre com mais frequência quando o gás atinge o riser ou ao entrar na choke line.
Nesse momento o gás estará sujeito a uma diminuição de temperatura devido a baixa temperatura
da água do mar.

144
2.10.3 – H2S

O H2S é um ácido sulfídrico. Esse ácido pode ser obtido pela dissolução do sulfeto de
hidrogênio em água. É um gás incolor com o odor fétido característico de ovos podres. É
venenoso, corrosivo e inflamável.
a) Características:

• Muito tóxico
• Incolor
• Mais pesado que o ar
• Tem odor de ovo podre a baixas concentrações, mas inibe o sentido do olfato em
concentrações elevadas
• Forma misturas explosivas com o ar
• Ataca o aço e selos de borracha rapidamente
• Também conhecido como gás sulfídrico e sulfeto de hidrogênio

Os efeitos de um intoxicação com este gás são sérios, similar aos do monóxido de carbono
porém, mais intensos, e podem permanecer por um longo período de tempo podendo causar
danos permanentes. Este gás tóxico paralisa o sistema nervoso que controla a respiração,
incapacitando os pulmões de funcionar, provocando a asfixia.
Abaixo, são apresentados os efeitos do H2S nos seres humanos de acordo com a concentração:

Obs.: os efeitos toxicológicos dependem da concentração, duração, frequência das exposições e


das condições físicas individuais.

b) Concentração de H2S (ppm) partes por milhão - efeito nos seres humanos

• 0,3 a 1,0 Detectável pela maioria das pessoas pelo sentido do paladar, mais do que pelo
do odor.
• 3 a 5 Facilmente detectável. Odor moderado
• 8 Inicia processo de irritação dos olhos. Nível de exposição permissível para 8 horas de
exposição
• 20 a 30 Odor forte e desagradável, mas não intolerável. Provoca tosse e imediata irritação
dos olhos. Máxima concentração permissível para curto período de exposição (10 minutos
por turno de 8 horas)
• 50 Pronunciada irritação dos olhos, garganta e pulmões, mas é possível respirar por alguns
minutos.
• 100 Tosse, irritação dos olhos, perda do olfato após 2 a 5 minutos de exposição.
• 200 Inflamação nos olhos e irritação no sistema respiratório após uma hora de exposição
• 500 Perda da consciência e possível morte em 30 minutos a uma hora.
• 700 a 1000 Inconsciência imediata, paralisação da respiração e morte. Poderá resultar em
danos cerebrais permanentes.
• 1000 a 2000 Inconsciência instantânea, com parada respiratória e morte em poucos
minutos. A morte poderá ocorrer mesmo se houver remoção para ambiente não
contaminado. Ocorrem danos cerebrais
145
c) Como detectar o H2S ? (Equipamentos de detecção)

Formas de detecção de H2S na atmosfera:

1. Papel embebido em acetato de chumbo – qualitativo;


2. Tubos colorimétricos (bombas multi-gas) – quantitativo com margem de erro de 25 a 35%;
3. Equipamentos portáteis de detecção – para um tipo de g[as ou para até 5 tipos diferentes
de gases (ex.: Five Star da MSA, GX 91 e GX 94 da Riken Keiki, Minigas 4 da Neotronics,
entre outros;
4. Sistemas fixos de detecção – são sensores com células eletroquímicas distribuídas
estrategicamente em locais onde há possibilidade de ocorrência de H2S, levando-se em
consideração que o H2S é mais pesado que o ar.

d) Formas de determinação de H2S em água:

1. Papel embebido em acetato de chumbo – qualitativo;


2. Determinação pelo método iodométrico – determina sulfetos totais;
3. Determinação pelo método potenciométrico;
4. Kits de análise de H2S
5. Outros

e) O que fazer em caso de detecção de H2S?

1. Havendo suspeitas ou detecção de H2S em algum ponto da instalação, deverão ser


adotadas as seguintes orientações:
2. Retirar-se do local e dirigir-se para local bem ventilado;
3. Comunicar imediatamente a sala de controle; A sala de controle devera acionar
imediatamente o técnico de segurança;
4. O técnico de segurança deverá equipar-se com conjunto autônomo de respiração e
detector portátil de gás para monitorar a presença do gás;
5. Confirmada a presença do gás, e dependendo da quantidade, o técnico de segurança
acionará o plano de ação específico para cada caso;

2.10.4 – Gerenciamento de Mudanças Durante o Controle de Poço

Durante o controle de poço pode ocorrer problemas e devemos agir com tranquilidade e
consciência para não prejudicar a operação como todo. Não importa se você esta com o choke
manifold com vazamento ou plugado, se o choke remoto (BIN) esta lavado ou plugado, se a bomba
parou durante o controle de poço, ou qualquer outros problemas que possa ocorrer. O
procedimento é deixar o poço seguro, como por exemplo desligara bomba e fechar o poço via
choke remoto e verificar ou avaliar a situação do poço.

146
A chave do sucesso para qualquer problema operacional é a comunicação, principalmente
a comunicação do Supervisor e do operador com a sua tripulação.

Durante a troca de turno, é importante fazer a passagem de serviço de acordo com os


procedimentos de segurança e esclarecer qualquer dúvida do seu substituto. Também devemos
levar em consideração a passagem de responsabilidade nas pausas para as refeições e
substituições temporárias, onde o seu substituto deve saber o procedimento para agir ou informar
casa ocorra algo fora do normal.

É importante que a equipe registre na planilha de matar algumas informações para facilitar
a identificação e comunicação de informações como volume, massa específica do fluido, posição
do estrangulador (choke remoto – BIN), vazão de matar, etc.

Em caso de problemas durante o amortecimento do poço, avalie os dados do poço e


determine a ação corretiva a ser realizada para solucionar o problema, mas isso deve ser feito
com comunicação entre a equipe. Alguns problemas como condições climáticas, falha de energia
da sonda envolve outras equipes e todos precisam ser comunicados. Porém problemas
operacionais como peso de fluido incorreto, falha no BOP Anular ou gaveta a solução está
relacionada com a equipe operacional.

Durante o controle de poço para amortecer o poço deve-se ter um ponto estratégico para
avaliar o andamento da operação. Então além da equipe está atenta a operação para que ela
ocorra de forma precisa e eficiente, é necessário avaliar a operação em algum momento. Como
por exemplo, quando o fluido de matar estiver preenchido a coluna, pode-se desligar a bomba e
fechar o choke para observar a pressão no manômetro da coluna. Neste ponto espera-se que a
pressão lida seja zero. Caso ocorra uma pressão maior que zero na coluna e levando em
consideração que não existe sobre pressão no poço, pode-se concluir por exemplo que o fluido
de matar não chegou ao anular do poço ou que o fluido de matar está com massa específica
menor do que o necessário para matar o poço.

A gestão da mudança (MOC) é uma abordagem sistemática das mudanças


organizacionais com o objetivo de garantir a segurança contínua da força de trabalho ao longo do
processo. Esses processos sistemáticos garantem que a mudança seja tratada de forma proativa.
Por isso podemos afirmar que é muito importante que ocorra a reavaliação do plano atual de matar
o poço e as técnicas que estão sendo utilizadas.

É importante a equipe ter conhecimento técnico-operacional para saber lidar com


problemas durante o amortecimento do poço. Quando ocorrer entupimento, vazamento, perdas
147
de fluido para a formação, falha no equipamento, etc., a equipe saber lidar com a situação em
equipe, principalmente fazer a ação corretiva de forma efetiva e de forma segura para a sonda, a
equipe e o meio ambiente.

Em todas as ações corretivas, deve-se levar em consideração as ações preventivas


desenvolvidas nos testes, como por exemplo no teste de pressão onde a MASP, ou seja, a Máxima
Pressão Prevista na Superfície seja estabelecida e não deve ser excedida. A MASP é o limite
máximo de pressão do equipamento, mas também se deve levar em consideração a pressão de
fratura da formação na altura dos canhoneados.

Quando um fraturamento hidráulico é realizado devemos ter o cuidado para que a pressão
usada na operação não seja excessiva o suficiente para causar um fraturamento descontrolado
da formação. Geralmente é realizado o mini Frac, ou seja, um mini fraturamento hidráulico para
conhecer os parâmetros que serão usados no fraturamento hidráulico convencional controlado.
Estas práticas são presentes durante as operações de intervenção de controle de poço. Sendo
assim, concluímos que nas operações de fraturamento hidráulico existe um limite de pressão
permitida para que o procedimento ocorra com sucesso.

148
2.11 – Organizando uma Operação de Controle de Poço

É importante que o pessoal envolvido em operações de controle de poço esteja


devidamente organizado e sabendo o que eles devem esperar numa operação de controle de
poço, o que se espera de cada um deles durante a operação e como devem agir corretamente
durante a operação. Além disso, os exercícios de simulados (drills) devem ser realizados de
acordo com a função de cada um. Sendo assim, podemos destacar que numa operação de
controle de poço tenhamos:

• Organização e direção do pessoal da plataforma que é essencial para as operações


de controle de poço.
• Exercícios de simulados (drills) frequentes, sendo que muitas plataformas exigem
que os exercícios sejam usados para garantir que todos saibam suas
responsabilidades durante operações.
• Procedimentos, estações, rota (s) de evacuação e restrições de autoridade devem fazer
parte de cada broca de controle de poço.
• Uma cadeia de comando definida em qualquer operação.
• Conhecimento para saber quais autoridades são dadas a cada pessoa.
• Uma comunicação efetiva que é vital e deve ser enfatizada durante todas as operações
e especialmente durante bem controlar eventos.

Além disso é importante que antes de iniciar todas as operações, a tripulação deve ser informada
sobre o que é:

• Planejado
• Esperava-se deles como uma tripulação
• Esperado deles como indivíduos
• A segurança pré-trabalho também deve ser enfatizada.

A principal responsabilidade de cada membro da tripulação é sempre se comunicar. Cada


tripulação o membro deve conhecer sua situação e deveres para as atividades de controle de
poço.

Sondador

Encarregado / Gerente de plataforma

149
Representante da Empresa

Engenheiro de Lastro / Barge Engineer

Torrista

Sondador e Assistente de Sondador

Plataformista (Roughnecks)

 Eletricista / Mecânico

Engenheiro de lama (Químico)

Homem de área (Roustabouts)

Responsável pelas bombas (Motorman/ pumpman)

Cimentador

Engenheiro Submarino (operações flutuantes)

Pessoal de serviço

A comunicação é essencial para o controle adequado do poço. Sendo assim, antes de iniciar o
turno - as reuniões de segurança são convocadas antes dos trabalhos para explicar as tarefas e
deveres de cada membro da tripulação para o trabalho específico.

Fazer perguntas e aprender seus deveres é fundamental para o controle adequado do poço.

Durante o trabalho - cada membro da tripulação tem responsabilidades e deve se reportar a um


supervisor:

• Se algo fora do normal ocorrer, deve ser relatado imediatamente para evitar situações
desastrosas.

• Mudança e documentação - notas de entrega devem ser preparadas para o próximo turno, junto
com uma explicação sobre o que aconteceu durante o dia de trabalho, quais tarefas foram
realizadas e quais tarefas ainda precisam ser feitas.

150
Pre-Planejamento e Drills: O pré-planejamento envolve a definição de um plano de ação de
controle de poço para todas as operações esperadas.

• Uma vez que um plano de ação foi criado, a tripulação deve aprendê-lo por dentro e por fora.

• Pratique cada exercício como se fosse real.

Além disso os exercícios planejados (drills) devem ser realizados para garantir familiaridade dos
membros da equipe com a operação. As simulações não planejadas irão testar as reações do
pessoa por isso os exercícios de simulados não deve ter data e hora marcada. O operador
(Sondador) e os supervisores da plataforma também devem participar.

No pré-planejamento a principal pergunta sempre será: “Qual é a responsabilidade de cada


pessoa envolvida?”, além disso é importante saber que os blowout podem ser reduzidos se o
pessoal realizar as tarefas de trabalho adequadamente e que devemos ter cuidado com os sinais
de alerta de kick e mudança de pressão.

151
2.12 – Testes de Pressão e Teste de Função

O objetivo geral de se realizar um teste nos equipamentos de segurança de cabeça de poço


é assegurar a integridade da sonda como um todo e também de toda a sua tripulação. A principal
razão de se realizar um teste de pressão nos equipamentos é para operar com segurança os
equipamentos na sonda e identificar quando o componente do equipamento precisa ser
substituída, reparada ou desacoplado para manutenção ou troca.

Através dos testes de pressão podemos identificar a Pressão Máxima antecipada na


Superfície (MASP). O principal equipamento de segurança de poço é o BlowOut Preventer “BOP”.
Esse equipamento é fabricado para atender diversas especificações, e suas pressões, podem ser
classificada em 2K, 3K, 5K, 10K, 15K e 20K, de acordo com a norma API. Mas se um BOP de 10K
foi testado na superfície antecipadamente antes da operação com uma pressão máxima de 8000
psi, significa que a pressão máxima antecipada deste equipamento é MASP = 8000 psi.

Então a MASP é a pressão máxima a qual o equipamento foi testado.

É importante fazer o teste de pressão em dois ranges para identificar se o equipamento


irá vazar. Os testes de pressão devem ser feitos com Teste de Alta e Teste de Baixa. Teste de
alta significa que o equipamento foi testado com pressão máxima permitida e o teste baixa
significa que o equipamento foi testado com pressão mínima, que geralmente é 300 psi.

2.12.1 – Teste de BOP

De acordo com as boas práticas os testes de pressão devem ser realizados iniciando pelo
teste de baixa (baixa pressão – aproximadamente 300 psi) e em seguida o teste de alta (alta
pressão – máxima pressão permitida). De acordo com a norma API o teste de pressão não pode
exceder a 21 dias.

Os testes de função também é uma recomendação das normas de segurança vigente. Os


testes de função tem a finalidade de verificar se os equipamentos e válvulas estão operando
corretamente e dentro de um limite de tempo. Para os BOPs de Superfície, o tempo máximo de
fechamento é:

- BOP gaveta: 30 segundos

- BOP anular com diâmetro maior que 18 ¾”: 45 segundos

- BOP anular com diâmetro menor que 18 ¾”: 30 segundos

De acordo com a norma API os teste de função não deve exceder entre 7 à 14 dias.
152
12.2.2 – Teste de Equipamentos de Completação
a) Packer:
Testes de influxo (teste negativo) geralmente são realizados para verificar se há
comunicação com a formação através do revestimento, liner, packer ou através de um tampão
de cimento (bridge plug).
Um teste negativo no Packer é realizado quando se reduz a pressão hidrostática acima do
Packer testado, circulando a parte superior do Packer um fluido mais leve. Então a pressão abaixo
do Packer ficará maior do que a pressão acima do packer, isso levará a um aumento no diferencial
de pressão. Durante o teste negativo podemos observar o comportamento do Packer com o poço
fechado, checando se há algum aumento de pressão no manômetro do revestimento, ou se o
poço estiver aberto deve-se checar a linha de retorno para os tanques. Se o Packer apresentar
algum vazamento então este equipamento não passou no teste negativo.
b) Deep-set Plug
Um test plug é usado em testes de pressão de uma árvore de Natal e BOP no topo de uma
cabeça de poço de petróleo ou gás. O tampão de teste inclui um corpo cilíndrico com um diâmetro
externo ligeiramente menor do que o furo da cabeça do poço e uma pluralidade de dentes de
suporte que se encaixam em uma ranhura anular na cabeça do poço para apoiar o tampão durante
o teste de pressão. Porém o test-set plug é quando o teste ocorre numa certa profundidade dentro
do poço, especificamente na coluna de produção. A válvula Plug foi projetada para ser uma
barreira de pressão ao implantar o equipamento de completação. (9 5/8 "de tamanho e é
certificado V0). Inicialmente aplica-se uma pressão acima da válvula usando N2 como material de
pré-carga. E em seguida faz-se o teste necessário ou finaliza-se.

Após um número (especificado pelo cliente) de ciclos, a válvula é ativada e travada na posição
aberta.

Em seguida o sistema é empurrado e a esfera é posicionada para a posição de abertura e em


seguida travada.

153
2.13 – Well Control Drills

2.13.1 – Pit Drills

O propósito deste exercício é familiarizar a equipe com o procedimento de fechamento que


será implementado na decorrência de um kick durante a perfuração.

Este procedimento deve ser conduzido tanto no poço aberto quanto no polo revestido. No
entanto, se o “drill” for conduzido quando a coluna está no poço aberto, o poço não será fechado.

Quando a coluna está no fundo, o seguinte procedimento pode ser usado como um guia
para o “drill”:

- Sem observação prévia, o representante gradualmente aumenta o nível aparente do


tanque.

- É esperado que o sondador detecte o ganho e siga os seguintes passos:

- Levantar o Kelly (ou Topdrive) até que a junta esteja livre e a válvula do Kelly esteja
acima da mesa rotativa.

- Desligar as bombas

- Checar o fluxo do poço

- Reportar o representante

- Registrar o tempo para o “drill” no Relatório de Perfuração do IADC

Quando a broca tiver sido levada até a sapata, outro “drill” pode ser conduzido e resultará
no fechamento do poço.

Portanto, a chegada da broca à sapata, o seguinte procedimento pode ser usado como um
guia para o “drill”:

- Parar as operaçõese instalar o Kelly (ou Topdrive), iniciando a circulação

- Quando direcionado pelo representante da companhia, o sondador deve seguir tais


passos para o fechamento do poço:

- Levantar a coluna até que a “tool joint” esteja livre

- Desligar as bombas

- Abrir a válvula da chokeline

154
- Fechar o preventor anular

- Registrar as pressões de superfície

- Checar cautelosamente a altura da “tool joint” em relação às gavetas de tubo para o


procedimento de “hang-off” e conferir se a válvula do Kelly está sobre a mesa rotativa. (se
numa sonda flutuante)

- Notificar o representante sobre o fechamento do poço

- Registrar o tempo para o “drill” no Relatório de Perfuração do IADC

Os procedimentos adotados durante esses exercícios devem estar de acordo com os


procedimentos descritos no programa de instruções.

2.13.2 – Trip Drills

O propósito deste exercício é familiarizar a equipe com o procedimento de fechamento que


será implementado na decorrência de um kick durante uma manobra. Este “drill” somente deve
ser conduzido se a BHA estiver dentro da última seção do revestimento.

Antes de a manobra ser iniciada, o programa de instruções para o sondador terão sido
postados. Isso irá detalhar a ação que a tripulação deverá tomar no evento de um kick.

Quando direcionado pelo representante da companhia, o encarregado irá instruir o


sondador para assumir que um flowcheck positivo foi conduzido e implementar o procedimento de
controle prescrito como detalhado no programa de instruções.

No entanto, um guia dos seguintes procedimentos deve ser iniciado:

- Sem a observação prévia, o representante irá iniciar o “drill” manualmente,


aumentando a flutuação do tanque de manobra para indicar um rápido ganho nos
tanques.

- É esperado que o sondador siga os seguintes passos para fechar o poço:

- Parar as operações

- Instalar a válvula de segurança

- Abrir a válvula da chokeline

- Fechar o preventor anular

- Registrar as pressões de superfície


155
- Notificar o representante sobre o fechamento do poço

- Registrar o tempo para o “drill” no Relatório de Perfuração do IADC

O encarregado deve garantir que a equipe está corretamente implantada e que cada
indivíduo tenha compreendido suas responsabilidades.

O tempo tomado para a equipe fechar o poço deve ser registrado.

Tendo fechado o poço, preparações devem devem ser feitas para o levantamento da
coluna. Esse procedimento inclui o alinhamento do equipamento como requerido, delegando
responsabilidades individuais e preparando a “Stripping Worksheet”.

2.13.3 - Choke Drill

Choke Drill é um dos treinamentos de controle de poço que irá melhorar a competência da
tripulação no método do sondador. As vantagens do choke drill são as seguintes:

- Familiarize-se com a prática de controlar a pressão por meio de um choke, localizado no choke
manifold, mas com operação remota atarvés do painel do choke.

- Obter mais compreensão sobre o tempo de latência (Delay hidráulico), tempo entre a ação da
operação no choke e a reação observada.

- Praticar o procedimento para obter a pressão de fechamento na coluna (SITP)

- Certificar-se de que o equipamento de controle de poço de superfície, como medidores de


pressão, choke, BOP estejam prontos para a operação.

- Obter mais práticas ao tentar aumentar a velocidade da bomba, desacelerar a bomba e alterar a
taxa da bomba.

Os passos a passos do choke drill estão listadas abaixo:

1. Trip no poço acima do topo do cimento

2. Encha o tubo e faça circular a água do mar ou lama por alguns minutos

3. Feche o preventor anular ou o preventor de gaveta superior

4. Pressão acima do anular para 200 psi (a pressão pode ser diferente dependendo da política da
empresa)

5. Alinhe a bomba

156
6. Bombeie lentamente para abrir a float valve e obter a pressão do tubo de perfuração

7. Traga a bomba para a vazão de matar, mantendo a pressão no revestimento constante,


ajustando o choke se precisar.

8. Anote a pressão no manômetro da coluna após o tempo de espera para a estabilizar a sua
pressão após o ajuste do choke.

9. Altere a taxa de circulação mantendo a pressão no manômetro do revestimento constante. O


operador do choke precisa ajustar o ajustar o choke para conseguir isso.

10. Desligue a bomba mantendo a pressão no manômetro da coluna constante.

11. Drene qualquer pressão e alinhe para a operação normal da sonda.

157
2.14 – Regras, Ordem e Políticas das Empresas, Indústrias e do Governo.

O American Petroleum Institute representa uma das maiores associações comerciais de


petróleo, gás natural e derivados. O instituto americano afirma que representam, atualmente, 650
empresas envolvidas em processos petrolíferos, isto é, exploração, produção, refinamento,
distribuição e muitas outras atividades.

O objetivo central da API é dar suporte e auxiliar nas indústrias petroleiras. Existe um
grande número de associações nacionais e estrangeiras que emitem normas, recomendações,
especificações e boletins, voltados para a indústria do petróleo. Dentre estas instituições podemos
citar o American Petroleum Institute (API) como uma das associações mais ativas nesta área. Os
documentos técnicos emitidos pelo API são, via de regra, claros, com informações precisa se
objetivas, com um texto linear, ou seja, com princípio, meio e fim,

O conjunto das normas API abrange os seguintes campos de atuação da indústria do petróleo:

• equipamentos de produção;
• segurança e combate a incêndio;
• manual de medição;
• equipamentos de segurança e anti-poluentes;
• sistemas de despressurização;
• material para treinamento;
• vasos e tanques;
• controle de processos;
• equipamentos mecânicos;
• instalações e equipamentos elétricos;
• estruturas offshore;
• válvulas e cabeças de poços;
• equipamentos de perfuração;
• completação de poços;
• tubos plásticos;
• produção submarina;
• inspeção de equipamentos.

158
A sigla ISO denomina a International Organization for Standardization, ou seja, Organização
Internacional de Padronização. Em outras palavras, é um meio de promover a normalização de
produtos e serviços, utilizando determinadas normas para que a qualidade seja melhorada.

De acordo com a ISO 9001:2008, o objetivo é fornecer um conjunto de requisitos que, bem
implementados, garantem mais confiança de que a organização é capaz de fornecer regularmente
produtos e serviços que atendam às necessidades e as expectativas de seus clientes, e que estão
em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis.

A ABNT é o Foro Nacional de Normalização por reconhecimento da sociedade brasileira


desde a sua fundação, em 28 de setembro de 1940, e confirmado pelo governo federal por meio
de diversos instrumentos legais.

Entidade privada e sem fins lucrativos, a ABNT é membro fundador da International


Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização - ISO), da Comisión
Panamericana de Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas - Copant) e
da Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de Normalização - AMN).

Desde 1950, a ABNT atua também na avaliação da conformidade e dispõe de programas


para certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental. Esta atividade está fundamentada
em guias e princípios técnicos internacionalmente aceitos e alicerçada em uma estrutura técnica
e de auditores multidisciplinares, garantindo credibilidade, ética e reconhecimento dos serviços
prestados.

Trabalhando em sintonia com governos e com a sociedade, a ABNT contribui para a


implementação de políticas públicas, promove o desenvolvimento de mercados, a defesa dos
consumidores e a segurança de todos os cidadãos.

A ABNT publicou a norma ABNT NBR ISO 20815:2017 - Indústrias de petróleo,


petroquímica e gás natural - Garantia da produção e gestão da confiabilidade, elaborada pelo
Comitê Brasileiro de Materiais, Equipamentos e Estruturas Oceânicas para Indústria do Petróleo
e Gás Natural (ABNT/CB-050).

Esta Norma introduz o conceito de garantia da produção dentro dos sistemas e operações
associados à exploração, explotação, processamento e transporte de petróleo, petroquímicos e
de gás natural. Esta Norma abrange instalações e atividades upstream (incluindo subsea),
midstream e downstream. Focaliza a garantia da produção de petróleo e gás, processamento e
atividades associadas e abrange a análise de confiabilidade e manutenção dos componentes.

159
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), é o órgão regulador
das atividades que integram as indústrias de petróleo e gás natural e de biocombustíveis no Brasil.
Vinculada ao Ministério das Minas e Energia é a autarquia federal responsável pela execução da
política nacional para o setor.

A ANP é conduzida por uma diretoria colegiada, composta de um diretor-geral e quatro


diretores com mandatos de quatro anos não coincidentes. Sessões deliberativas da diretoria
emitem portarias, resoluções e instruções normativas para as indústrias reguladas e podem
resolver pendências entre agentes econômicos e entre esses agentes e os consumidores. Todas
as decisões são publicadas na internet. A ANP também realiza audiências públicas antes de tomar
qualquer decisão sobre normas que possam afetar direitos. Entre as finalidades da ANP podemos
destacar:

• Estabelecer regras por meio de portarias, resoluções e instruções normativas


• Promover licitações e celebrar contratos em nome da União com os concessionários
em atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural,
bem como de transporte e estocagem de gás natural
• Zelar pelo cumprimento das normas nas atividades das indústrias reguladas,
diretamente ou mediante convênios com outros órgãos públicos.

A atuação da ANP começa antes da exploração (pesquisa ou prospecção) e da produção


de petróleo e Gás Natural. A ANP promove estudos geológicos e geofísicos necessários para
delimitar as áreas com potencial para produção. A ANP também guarda e organiza os dados
técnicos (geológicos, geoquímicos, geofísicos) sobre as bacias sedimentares brasileiras. São os
dados que indicam o potencial dessas macro-áreas para petróleo e gás natural.

É a Agência que subsidia o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) nas decisões
sobre quais áreas serão licitadas para concessão. Com os dados técnicos do pré-sal, a ANP
colabora com o Ministério de Minas e Energia na definição das áreas a serem licitadas sob o
regime de partilha.

Decididas as áreas, a ANP elabora editais e minutas dos contratos, tanto para concessão
quanto para partilha. Promove as licitações para a concessão e para a partilha de produção (esta
em áreas do polígono do pré-sal). No caso da concessão, assina os contratos em nome da União
e fiscaliza o cumprimento de todas as fases dos contratos, tanto de concessão como de partilha
da produção.

160
Em relação fiscalização da segurança operacional destaca-se:

 Em mar

A fiscalização verifica o cumprimento dos sistemas de Gerenciamento da Segurança


Operacional e de Gerenciamento de Integridade Estrutural. ambos estabelecidos pela ANP e
fiscalizados pela Agência em convênio com a Marinha do Brasil. Também o Ibama tem atribuições
relacionadas à atividade de E&P offshore.

Quanto às competências legais e práticas referentes às atividades marítimas de exploração


e produção de petróleo e gás natural cabe, em resumo:

À ANP – aprovação e fiscalização das instalações e procedimentos de pesquisa,


perfuração, produção, tratamento, armazenamento e movimentação de petróleo e gás natural e
processamento dos hidrocarbonetos produzidos

À Marinha – aprovação e fiscalização das plataformas e embarcações de apoio e


plataformas, tanto de perfuração como de produção; manutenção do sistema de monitoramento
de embarcações e fornecimento de apoio logístico às atividades de fiscalização.

Ao Ibama – concessão do licenciamento ambiental para a atividade, assim como a definição


de seus condicionantes, incluindo a aprovação do Plano de Emergência Individual, requisito para
o licenciamento ambiental, e o controle ambiental e a fiscalização das plataformas e suas unidades
de apoio.

 Em terra

Em terra, a ANP verifica o cumprimento do Regulamento Técnico do Sistema de


Gerenciamento da Integridade estrutural das Instalações Terrestres de Produção de Petróleo e
Gás Natural, que contempla medidas e procedimentos de avaliação da integridade mecânica dos
equipamentos, à operação segura das instalações e à proteção da vida humana e do meio
ambiente.

161
2.15 – Considerações Auxiliares

a) Detecção de gás - Detecção de gás na indústria de petróleo e gás:

Existem vários perigos ao processar óleo e gás, desde a combustibilidade até gases
nocivos e mortais. A detecção de gás é crítica para proteger pessoas e propriedades desses
perigos. Por isso necessário que a sonda esteja equipada de equipamentos de detecção de gás.
Os sistemas de detecção de gás devem ser projetados para resistir aos ambientes mais adversos
e com desempenho confiável.

A exploração e produção offshore são frequentemente realizadas em ambientes


extremos. As condições climáticas se combinam com gases combustíveis e tóxicos para criar
condições de trabalho que podem ir de seguras a perigosas em curto espaço de tempo. Além
disso, os equipamentos de detecção de gás para exploração e produção offshore devem ser
confiáveis e resistentes à corrosão, condições climáticas extremas e outras condições
encontradas em plataformas offshore.

Um sensor de gás é um dispositivo que detecta a presença ou concentração de gases na


atmosfera. Com base na concentração do gás, o sensor produz uma diferença de potencial
correspondente, alterando a resistência do material dentro do sensor, que pode ser medida como
tensão de saída.

O uso de detecção de gás tóxico, presumindo que seja necessário, seguirá os requisitos de
avaliação de risco. Existem vários fatores que devem ser considerados ao definir os níveis de
alarme em detectores de gás tóxico para minimizar o risco de níveis de exposição potencialmente
perigosos para o pessoal em uma área específica do local de trabalho. Em muitas situações, no
entanto, a discussão desses fatores ou não ocorre ou é extremamente breve, e os valores “padrão”
são normalmente usados. Enquanto esses valores podem ser adequados para a tarefa
necessária, ou seja, para satisfazer a avaliação de risco ou caso de segurança, uma análise mais
completa dos requisitos e das circunstâncias reais revelar-se benéfico e provavelmente levar a
uma mitigação de risco mais robusta.

O papel dos detectores fixos é alertar sobre um vazamento e evitar a entrada de pessoas
em uma área monitorada caso ocorra um vazamento de gás naquele local; para alertar o pessoal
que está trabalhando na área, especialmente aqueles que não estiverem carregando detectores
portáteis; e para avisar o pessoal em áreas adjacentes para sair. Os detectores fixos também

162
incluem detectores que não se destinam a ser detectores portáteis, mas que podem ser facilmente
removidos um lugar para outro, mas servem ao propósito (temporário) de um detector fixo.

A localização de um detector fixo é importante, pois isso afetará o tempo para qualquer
liberação de gás para alcance o sensor de gás e, se a concentração for alta o suficiente, ative o
alarme.

A consideração das fontes prováveis e do tipo de vazamento de gás deve ser realizada a
fim de garanta a posição ideal para o (s) detector (es), o que minimiza o tempo de alarme.

Os pontos de ajuste do alarme podem depender de se o detector está situado dentro ou


fora de uma instalação. Em ambientes internos, os gases tendem a se acumular e a consideração
aqui é predominantemente relacionada à exposição ocupacional. Ao ar livre, e assumindo que
haja rápida dispersão do gás, são mais difíceis de detectar o gás e em alguns casos podem não
ocorrer uma detecção precisa.

Os detectores portáteis incluem detectores móveis e pessoais. O papel dos detectores


portáteis é identificar eventos e remover o pessoal de áreas adjacentes, mas não para impedir a
entrada, que é o papel dos detectores fixos. Os detectores portátis são usados para testes de
áreas livres de gás, particularmente em espaços confinados e pessoais proteção. Os limites de
alarme para tais detectores estão, portanto, mais diretamente relacionados à exposição limites e
são normalmente definidos em níveis mais baixos do que alarmes instantâneos para detectores
fixos.

b) Separador de Fluido e Gás

Os equipamentos destinados para a separação de fluido e gás são chamados de


Separadores. Na sonda geralmente temos pelo menos dois separadores que são importantes para
a operação, principalmente para operações de perfuração de poços: Separador Atmosférico e
Separador à vácuo.

O separador atmosférico também conhecido como “Bernadão” tem a finalidade de remover


grandes concentrações de gás do fluido, por isso é o equipamento usado para remover o kick
(influxo de gás) do fluido de perfuração. A sua localização está após o choke manifold, ou seja, o
kick sairá do poço e seguirá o caminho via choke line, em seguida irá para o choke manifold, onde
por sua vez passará pelo choke remoto (BIN) e será conduzido para o separador atmosférico.

163
É importante que a máxima pressão de operação do separador atmosférico seja respeitada,
ou seja, a capacidade de processamento do separador é um fator limitante. Sendo assim, a vazão
da bomba para matar o poço deve ser escolhida de acordo com a capacidade máxima do
separador para processar a operação. Na parte superior do equipamento existe um tubo para
saída de gás, que por sua vez deve-se levar em consideração o seu comprimento e também o
seu diâmetro para potencializar a capacidade de processamento do separador. Além disso, é
importante saber que este equipamento tem um selo hidráulico no seu interior através de um tubo
em “U” onde através do cálculo da pressão hidrostática, levando em consideração o peso do fluido
e a altura do selo hidráulico, podemos calcular o selo hidráulico do equipamento. Sendo assim, se
o selo hidráulico for vencido podemos ter gás nas peneiras e nos tanques, gás este que não foi
processado porque o separador perdeu o selo hidráulico:

PH = ρfluido x 0,1704 x Haltura do selo

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O equipamento chamado de separador à vácuo tem como função remover pequenas
concentrações de gás que estão misturadas ao fluido. Mesmo após o kick de gás passar pelo
separador atmosférico, pode ocorrer que uma pequena quantidade de gás tenha chegado nas
peneiras e nos tanques. Por isso, é importante saber que o separador à vácuo poderá remover
este gás. Além disso, este equipamento também pode ser usado para remover pequenas
concentrações de gás presentes em situação de fluido cortado por gás, ou seja, quando gás se
mistura com o fluido durante a perfuração, mas o poço não está em Underbalance (sub-
balanceado), ou seja, não se trata de um kick, e sim apenas gás da formação que está se
misturando com o fluido em pequenas proporções.

Conforme ilustra na figura abaixo, o separador à vácuo puxa o fluido com gás do tanque e
processa a separação, removendo o gás do fluido.

c) Painel de Controle de Cabeça de Poço

O dispositivo de desligamento de emergência (ESD) é um componente particularmente


importante do sistema de teste de poço de superfície, pois o console ESD fornece força hidráulica
para as válvulas de desligamento de emergência para fechar a linha de fluxo instantaneamente
se uma emergência como alta pressão ou alta temperatura ocorrer durante o teste e a produção
do poço.

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O console ESD ou painel de controle ESD consiste em vários componentes como bomba
hidráulica movida a ar, válvulas piloto, válvula de retenção, filtro, tanque de líquido SS com
indicador, indicadores de pressão, válvulas de agulha, válvulas de controle de fluxo de
reguladores, botão de pressão, regulador, válvulas de esfera, cilindros e outros componentes
auxiliares. Como material de construção para painel de controle e estação geralmente é usado
aço inoxidável. Para transporte e operação convenientes, HC pode projetar patins especiais com
pulmões de elevação feitos de aço carbono.

O fluxograma abaixo mostra como o painel de controle ESD se conectou aos componentes
dos sistemas de teste de poço de superfície. As válvulas de emergência fail-safe requerem força
hidráulica para mantê-las abertas durante a operação, de modo que a força hidráulica é
constantemente fornecida às válvulas do console ESD por mangueiras hidráulicas. Pilotos de
pressão são instalados a jusante (downstream) da válvula de estrangulamento (Choke) no
cabeçalho (data header) ou linha de dados, e outros pilotos de pressão são instalados no manifold
do separador de teste ou no corpo do separador para detectar aumento repentino na pressão
(geralmente até 1300 psi). Depois que o aumento da pressão é detectado, os pilotos ativam o
painel ESD para desligar as válvulas a montante. Além disso, botões adicionais são instalados na
parte traseira e na cabeça do skid do separador de teste, permitindo que o operador desligue a
linha de fluxo imediatamente.

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d) Acumulador

Os acumuladores são usados para armazenar fluido hidráulico sob pressão para acionar
os componentes do BOP. Geralmente em acumuladores de BOP de superfície temos:

Pressão Máxima de Operação (trabalho) – 3000 psi (pressão feita pelo fluido hidráulico).

Pre-carga – Pressão feita apenas com gás nitrogênio N2. De acordo com a norma API a
pre-carga deve ser 1/3 da pressão máxima de operação (trabalho), ou seja, para BOP de
superfície 1000 psi.

I) Especificação Exigida

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II) Requerimento Drawdown

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