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1. Existe desigualdade racial no Brasil?

Apresente um dado (com fonte


confiável) que representa essa desigualdade e disserte sobre.
(Desenvolve um texto consistente).

2. Leia uma parte do artigo “Por que é errado dizer que “os negros
escravizaram os negros?” e responda a questão abaixo.

Quem nunca ouviu alguém falar que os negros escravizaram os


próprios negros? Esse é um dos principais argumentos utilizados por
pessoas racistas para deslegitimar os movimentos negros, para
desqualificar as lutas das populações negras ao longo do tempo e para
até mesmo destituir Zumbi dos Palmares da condição de herói
nacional. As frases proferidas pelo senso comum mais utilizadas nessas
situações vão na seguinte direção: “O racismo não é culpa dos brancos,
pois os negros escravizaram os próprios negros”. Ou ainda: “Cotas
étnico-raciais não são dívida histórica, pois foram os negros que
venderam e escravizaram os próprios negros. Então, a culpa da
escravidão é da própria população negra”. eia deste artigo não é
discutir se Zumbi dos Palmares tinha ou não escravizados, tampouco
argumentar se havia ou não escravização no continente africano ou
discutir quem escravizou quem primeiro. O objetivo é iniciar uma
reflexão sobre a lógica racista que perpassa o argumento de “negros
que escravizaram negros” e desumaniza as experiências e pluralidades
dos povos africanos e afro-brasileiro. O primeiro erro desse argumento
está na generalização da África como uma única coisa. Falamos “a
África” ou “os africanos” ou “os negros da África” como se estivéssemos
falando do mesmo povo, da mesma região, da mesma identidade
étnica, cultural e linguística. Quando falamos de África, falamos de um
continente composto por 54 países, com mais de 800 milhões de
habitantes, distribuídos em mais de mil grupos linguísticos. Mas, ainda
assim, esquecemos toda essa pluralidade e a generalizamos. Falamos
de cultura africana, culinária africana, literatura africana. O mesmo não
ocorre com a Europa. Nós não falamos cultura europeia, culinária
europeia e literatura europeia. Nós falamos sobre cultura francesa,
culinária italiana e literatura inglesa. A generalização faz parte de um
processo histórico que colocou a Europa como centro do mundo e
outros povos e continentes como se fossem grandes massas periférica.
A mesma lógica se aplica às experiências históricas desses povos do
continente africano e é aqui em que se insere o equívoco maior de
dizer que “os negros escravizaram os negros”. Faça um exercício mental
rápido e tente recuperar em sua memória se, em uma aula de História,
ouviu alguém falar sobre algum acontecimento histórico na Europa
com o seguinte argumento: “Os brancos mataram os brancos, ou os
brancos prejudicaram os próprios brancos”. Provavelmente nunca
ouviu isso. Ao estudar sobre a Idade Média e sobre como a Igreja
Católica perseguia quem era considerado pecador, com penalidades
que incluíam torturas e mortes em fogueiras, não foi destacado que os
brancos mataram os brancos. Você estudou que durante a Segunda
Guerra Mundial os “Aliados” – Reino Unido, França, União Soviética e
Estados Unidos – lutaram contra o “Eixo”, formado por: Alemanha, Itália
e Japão. Também nesta abordagem não foi ressaltado que os brancos
mataram os próprios brancos ou que os europeus fizeram guerra
contra os próprios europeus. Mas bastou falarmos sobre África para
prevalecer a argumentação de que “os negros escravizaram os negros”.
(...) É necessário considerarmos os distintos povos africanos em suas
especificidades. Quando se fala que “os negros escravizaram os negros”
de quais “negros” estamos falando? De reis? De súditos? Em quais
costumes esses “negros” estão inseridos? Quais são suas crenças? No
que se baseia a escravidão dentro de sua respectiva sociedade?

Na África Central do século XVII (região onde hoje se localizam Angola,


República do Congo e República Democrática do Congo), por exemplo,
existiam diversos reinos. O reino do Congo, reino do Dongo, Matamba,
Cassange, Benguela, entre outros. Os habitantes de cada um desses
reinos não se identificavam como “negros” ou como “africanos”, muito
menos se identificavam como iguais. Os reinos se constituíam em
rígidas hierarquias, baseadas em ancestralidade, laços de sangue,
poder sobre território, poder sobre pessoas, alianças políticas e
militares. Havia pessoas com mais direitos do que outras; pessoas com
mais poderes do que outras.

méricas. A existência da escravidão no continente africano tem suas


especificidades que a diferem profundamente do processo de
escravidão que se desenvolveu no Brasil. A escravidão entre os povos
africanos é a prova de que, assim como os povos europeus, asiáticos e
quaisquer outros, os africanos são seres humanos inseridos em
experiências históricas de grande densidade. Não se trata de negar a
existência da escravidão dentro do continente africano. Mas dizer de
forma genérica que “negros escravizaram negros” é negar a
complexidade das sociedades africanas, é reduzi-las a um único grupo,
é diminuir sua humanidade. E o mais importante: a existência da
escravidão no continente africano não é justificativa para diminuir a
cruel, violenta, genocida e desumanizadora experiência da escravidão
africana nas Américas, não é pretexto para diminuir a gravidade das
mazelas causadas por uma sociedade racista e tampouco deve ser
utilizada para negar as reivindicações dos movimentos negros.

https://www.geledes.org.br/por-que-e-errado-dizer-que-os-negros-
escravizaram-os-negros/

Qual é a principal tese do texto e quais são os argumentos utilizados


para defender essa tese?

3.
Faça uma análise da charge acima.

https://www.imaginie.com.br/enem/exemplo-de-redacao/a-
persistencia-do-racismo-na-sociedade-brasileira/343710

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