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Supostas questões que podem cair na 2 prova de Química

Farmacêutica (LIVRO)

1. Por que a inibição da COX pelo AAS é classificada como pseudoirreversível?


(Exercício 5 - questão 5)
A inibição da COX pelo AAS é classificada como pseudoirreversível porque
o AAS forma uma ligação covalente temporária, mas duradoura, com a enzima
COX. Essa ligação é reversível em um nível molecular, mas a necessidade de
sintetizar novas enzimas COX-1 para substituir as inativadas pelo AAS faz com
que o efeito de inibição seja prolongado.

2. O paracetamol e o diclofenaco forma a espécie reativa iminoquinona após


metabolização. Explique por que o diclofenaco não apresenta o mesmo padrão de
do paracetamol. (Exercício 5 - questão 7)
Após metabolização, o paracetamol forma uma espécie reativa chamada
Nacetilbenzocinona imina (NAPQI). Quando o NAPQI se acumula em excesso,
pode causar danos ao fígado, resultando em toxicidade hepática. No organismo, o
NAPQI é normalmente neutralizado e eliminado por uma enzima chamada
glutationa. No entanto, quando essa enzima está esgotada devido ao uso excessivo
de paracetamol, o NAPQI começa a se acumular e causar danos no fígado. Por
outro lado, o diclofenaco não forma a mesma espécie reativa iminoquinona como
o paracetamol. O diclofenaco é convertido em outros metabólitos, que não são tão
tóxicos quanto o NAPQI, e são, em grande parte, eliminados do organismo sem
causar danos significativos ao fígado.

3. Considerando a estrutura química do AAS e que ele encontra-se cerca de 99%

ionizado no plasma, após absorção, como ele pode interagir com o biorreceptor?

(Exercício 6 - questão 1)

Uma vez que o AAS se encontra cerca de 99% ionizado no plasma, ele pode
facilmente se ligar aos resíduos de aminoácidos com carga contrária presentes nas
proteínas, como a COX. A interação ocorre através de ligações iônicas e
interações de forças de van der Waals. Dessa forma, a interação do AAS com o
biorreceptor ocorre através da ligação covalente com a COX, bloqueando assim a
produção de mediadores da inflamação e da dor.

4. A cadeia lateral do propranolol permite interações entre os grupamentos


doadores/aceptores-H, devido à aparente flexibilidade conformacional. Isso
favorece a formação de ligações-H intramoleculares. Sendo assim, qual é a
conformação bioativa do propranolol e quais tipos de interações que ocorrem
com o biorreceptor? (Exercício 6 - questão 2)
Induzindo a conformação do tipo cadeira (A), indicada na Figura, similar
àquela adotada pela propanolamina, propriamente dita, em que o átomo de
oxigênio da unidade naftoxila de funciona como aceptor-H, e a amina secundária
terminal, protonada, como doador-H.

5. Qual o efeito dos grupamentos bis-orto-metila na lidocaína? (Exercício 6 -


questão 3)
A presença dos grupamentos bis-orto-metila neste fármaco introduz uma
“torção” conformacional no plano do anel benzênico em relação à cadeia lateral,
suficiente para induzir uma “proteção” estérica eficiente à ação das amidases
plasmáticas, enzimas capazes de hidrolisar no compartimento sanguíneo as
ligações amídicas presente nos fármacos. Como resultado desta “proteção”
estérica ao metabolismo enzimático provocada pelo duplo efeito-orto dos grupos
metila, a lidocaína, absorvida pela derme, quando empregada originalmente como
anestésico local, pôde ter suas propriedades antiarrítmicas reconhecidas. Ademais,
a lidocaína sofre metabolização hepática predominante, levando à bioformação
dos metabólitos.

6. Por que apenas o isômero E do dietilestilbestrol apresentar propriedade


contraceptiva? (Exercício 6 - questão 6)
Um exemplo clássico da importância da configuração de uma insaturação na
atividade farmacológica de uma substância pode ser representado pelo
dietilestilbestrol, um fármaco com propriedades contraceptivas cujo isômero E
apresenta o arranjo similar ao estradiol – substância endógena com atividade
hormonal ao nível dos receptores estrogênicos, copartícipe da regulação do ciclo
reprodutor feminino – enquanto seu isômero Z é praticamente desprovido de
atividade.
7. Considerando os fármacos antitrombóticos, qual é a vantagem do ridogrel em
relação ao isbogrel? (Exercício 6 - questão 7)
O ridogrel é considerado mais potente do que o isbogrel. Ele possui uma
maior eficácia na inibição da agregação plaquetária e na prevenção da formação
de trombos. Isso significa que uma dose menor de ridogrel pode ser utilizada para
obter o mesmo efeito terapêutico em comparação com o isbogrel. Além disso, o
ridogrel possui um mecanismo de ação dual, atuando tanto como um inibidor da
agregação plaquetária quanto como um vasodilatador. Ele inibe a enzima
tromboxano sintase, reduzindo a produção de tromboxano A2, um potente agente
agregador plaquetário.

8. Por que a talidomida, administrada como antiemético causou efeitos


teratogênicos? (Exercício 6 - questão 9)
Os efeitos teratogênicos da talidomida se devem a seu mecanismo de ação e à
suacapacidade de atravessar a barreira placentária e afetar o desenvolvimento
fetal. A talidomida interfere na formação e desenvolvimento dos membros
(braços e pernas) do feto durante as primeiras semanas críticas de
desenvolvimento, entre a 4ª e a 8ª semana de gestação. Mais especificamente, a
talidomida atua como um inibidor do crescimento e da diferenciação celular,
afetando especialmente a formação e o alongamento dos membros. Isso ocorre
porque a talidomida inibe a angiogênese (crescimento de novos vasossanguíneos
necessários para o desenvolvimento adequado dos tecidos) e também interfere na
produção e ação de fatores de crescimento que são essenciais para o
desenvolvimento dos membros.

9. O fragmento molecular guanidina é comum na estrutura de diversos fármacos. O


que acontece com a introdução de substituintes puxadores de elétrons, tais como
ciano, nitro, acila e sulfonila no átomo de nitrogênio? (Exercício 7- questão 3)
O fragmento molecular guanidina é comum na estrutura de diversos fármacos,
sendo, frequentemente, atributo de baixa biodisponibilidade. A introdução de
substituintes puxadores de elétrons (p. ex., ciano, nitro, acila e sulfonila), no
átomo de nitrogênio deste bióforo atenua a basicidade da subunidade guanidina,
representando uma tática clássica na adequação de suas propriedades
físico-químicas, otimizando a biodisponibilidade dos protótipos modificados.

10. Por que o rofecoxibe foi retirado do mercado? (Exercício 7- questão 5)


Após alguns anos do lançamento do rofecoxibe, a Merck Sharp & Dohme
teve a iniciativa de retirá-lo do mercado, visto os resultados encontrados em
ensaios clínicos de fase IV, denominado APPROVe,73 que antecipavam riscos de
severos efeitos cardíacos em pacientes cardiopatas.

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