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Equação, Inequações e

Sistemas 1º Grau –
Álgebra Básica

Equações de primeiro grau


Na verdade, nós já utilizamos diversas vezes os conceitos relativos a equações. É
algo tão comum em exatas, que não foi possível esperar estudarmos esse tópico
para só então usarmos as ferramentas correspondentes.
Basicamente, os exercícios envolvidos vão trazer uma quantidade desconhecida, a
que chamamos de incógnita. Geralmente designamos as incógnitas por “x”, “y”, “z”.
O trabalho então é encontrar o valor de tais incógnitas.
Para isolar uma incógnita, vamos fazendo as operações necessárias para que ela
fique sozinha de um lado da igualdade.
Exemplo:

Queremos deixar “x” sozinho de um lado da igualdade. Ou seja, queremos “isolar” o


“x”.
Para tanto, vamos fazendo operações que eliminem os demais termos.
Primeiro, subtraímos 250 dos dois lados da igualdade. Assim, a igualdade não se
altera:

Muita gente costuma dizer que o 250 “passou para o outro lado subtraindo”.
Agora, multiplicamos os dois lados da igualdade por 4:

Na linguagem “popular”, o 4 que estava dividindo “passou para o outro lado


multiplicando”.
Finalmente, dividimos ambos os lados da igualdade por3:

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O 3 “passou para o outro lado dividindo”.
Então é isso. Basta passarmos os números de um lado para o outro da igualdade. O
que estava somando vai passar subtraindo. O que estava subtraindo passa
somando.
Adição vira subtração e vice-versa
O que estava multiplicando passa dividindo. E o que estava dividindo passa
multiplicando.
Multiplicação vira divisão e vice-versa.
Outro exemplo:

O 200 passa somando:

O 5 passa multiplicando:

O 4 passa dividindo:

Agora é só calcular:

Quando há mais de uma incógnita, a gente usa o método da substituição.


Vejamos como fazer direto nos exercícios:
(Esaf)
Se a idade de uma criança hoje é a diferença entre a metade da idade que ela teria
daqui a dez anos e a metade da idade que ela tinha há dois anos, qual a sua idade
hoje?
a) 3 anos.
b) 2 anos.
c) 4 anos.
d) 5 anos.
e) 6 anos.

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Resolução:
Seja x a idade da criança no dia de hoje.
Daqui a dez anos, ela terá:

Há dois anos ela tinha:

A idade de uma criança hoje é a diferença entre a metade da idade que ela teria
daqui a dez anos e a metade da idade que ela tinha há dois anos:

Como os denominadores são iguais, podemos subtrair os numeradores e manter os


denominadores:

Gabarito: E
(Esaf)
Uma empresa de turismo fechou um pacote para um grupo de 80 pessoas, com o
qual ficou acordado que cada pessoa que participasse pagaria R$ 1.000,00 e cada
pessoa que desistisse pagaria apenas uma taxa de R$ 150,00. Se a empresa de
turismo arrecadou um total de R$ 59.600,00, qual a porcentagem das pessoas que
desistiram do pacote?
a) 20%
b) 24%
c) 30%
d) 42%
e) 36%
Resolução:
Seja “x” a quantidade de pessoas que participaram e “y” a quantidade de pessoas
que desistiram.
O total de pessoas foi 80:

Esta é nossa primeira equação:

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Cada pessoa que participa paga 1.000,00 e cada desistente paga 150,00.
Multiplicando a quantidade de participantes por 1.000, temos o total pago pelos
participantes.
Multiplicando a quantidade de desistentes por 150, temos o total pago pelos
desistentes.
Somando as duas quantias, temos R$ 59.600,00:

Quando temos duas incógnitas, fazemos assim. Isolamos uma incógnita em uma
equação, assim:

Agora pegamos isso e substituímos na outra equação. Ou seja, onde tem “x”,
colocamos 80 - y80 - y.

24 pessoas desistiram.
24 representa quantos por cento de 80?
Basta dividir a parte pelo todo:

Gabarito: C
(Esaf)
Considere uma esfera, um cone, um cubo e uma pirâmide. A esfera mais o cubo
pesam o mesmo que o cone. A esfera pesa o mesmo que o cubo mais a pirâmide.
Considerando ainda que dois cones pesariam o mesmo que três pirâmides, quantos
cubos pesa a esfera?
a) 4
b) 5
c) 3
d) 2
e) 1
Resolução.

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Vamos dar nomes aos objetos.
w: pirâmide
x: esfera
y: cubo
z: cone
Temos:

O exercício pede a relação entre cubos (y) e esferas (x). Sabemos disto porque foi
perguntado quantos cubos pesa uma esfera.
Então nossa tática será isolar todas as demais incógnitas (z e w), substituindo-as,
para que só sobrem x e y ao final.
Começando com a equação III, temos:

Substituindo IV em I:

Pronto, com isso conseguimos eliminar “z”, e trabalhar sempre com 1,5w em seu
lugar. Ficamos agora com duas equações:

Da equação II, temos:

Substituindo VI em V, vamos eliminar a incógnita w:

Uma esfera pesa 5 cubos.


Gabarito: B

Outra técnica muito interessante para resolver equações está ilustrada no conjunto
de exemplos a seguir.
Observe estas duas igualdades:
4+10=144+10=14

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6+3=96+3=9
Ambas igualdades são válidas, pois, de fato, 4 + 10 = 14, assim como 6 + 3 = 9.
Vamos agora somar as duas linhas, assim:

+{4+10=146+3=9−−−−−−−−+{4+10=146+3=9_
(4+10)+(6+3)=14+9(4+10)+(6+3)=14+9
Se você fizer as contas, verá que a terceira linha contempla uma igualdade válida,
pois:
4+10+6+3=234+10+6+3=23
14+9=2314+9=23
Ambos os lados da terceira linha são iguais a 23. Portanto, a igualdade é válida.
Isso ocorreu porque, partimos da primeira igualdade (4 + 10 = 14) e adicionamos, de
ambos os lados da igualdade, parcelas iguais entre si No caso, somamos 6 + 3 de um
lado e 9 do outro. Veja que 6 + 3 = 9, o que garante que estamos somando a mesma
constante dos dois lados da igualdade. É por isso que na terceira linha obtemos uma
outra igualdade válida.
Resultado: se somamos duas equações diferentes, obtemos uma terceira equação,
também válida.
Com o mesmo raciocínio, podemos subtrair equações diferentes, para obter uma
terceira igualdade válida.
Considerem agora a seguinte igualdade.

2+3=52+3=5
Vamos agora multiplicar os dois lados por 4:
4×(2+3)=4×54×(2+3)=4×5
Esta igualdade continua sendo válida, pois, se fizermos as contas, obteremos 20 dos
dois lados da igualdade. Ou seja: se multiplicarmos (ou dividirmos) os dois lados da
igualdade por uma mesma constante, obtemos uma nova igualdade, também válida.

Dadas duas equações:

a=ba=b
c=dc=d
São válidas as seguintes equações:

a−c=b−da−c=b−d (subtraímos as duas equações)


a+c=b+da+c=b+d (somamos as duas equações)
ka=kbka=kb (multiplicamos a primeira equação por uma constante "k", diferente
de 0)
ak=bkak=bk (dividimos a primeira equação por uma constante "k" diferente de 0)
Exemplo

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Resolver o seguinte sistema de equações:

x+2y=4x+2y=4
−x+3y=7−x+3y=7
Resolução:
Notem que, se somarmos as duas equações, de cara já eliminamos a incógnita "x",
assim:
(x+2y)+(−x+3y)=4+7(x+2y)+(−x+3y)=4+7
5y=115y=11
y=2,2y=2,2
Tendo o valor de "y", voltamos em qualquer uma das duas equações para calcular x:
x+2y=4x+2y=4
x+4,4=4x+4,4=4
x=−0,4x=−0,4
Resposta: x = -0,4 e y = 2,2
Exemplo
Resolver o seguinte sistema de equações:
2x+5y=192x+5y=19 (I)
4x−y=54x−y=5 (II)
Resolução:
Podemos fazer o seguinte. Primeiro multiplicamos a primeira equação por 2,
obtendo:

4x+10y=384x+10y=38 (III)
Agora fazemos (III) - (II). Com isso, eliminamos a incógnita x:
(4x+10y)−(4x−y)=38−5(4x+10y)−(4x−y)=38−5
11y=3311y=33
y=3y=3
Agora voltamos em qualquer equação e encontramos x:
4x−y=54x−y=5
4x−3=54x−3=5
4x=3+54x=3+5
4x=84x=8
x=2x=2
Resposta: x = 2 e y = 3

Inequações

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Considerem que f(x) e g(x) sejam duas funções quaisquer.
As possíveis inequações envolvendo estas duas funções são:

Para que uma inequação possa ser resolvida, é uma premissa a de que estejamos
considerando tão somente os números reais que fazem parte dos domínios de “f” e
“g” simultaneamente.
Exemplo 1:

Vamos resolver a inequação:

Temos:

Passamos 6x para o outro lado, subtraindo. Passamos 2 para o outro lado,


subtraindo.

Agora multiplicamos os dois lados por -1.


Sempre que multiplicamos uma inequação por uma constante negativa, a
desigualdade inverte.

Este é nosso conjunto solução.


É o conjunto de valores de “x” que torna verdadeira a inequação original. Indicamos
por “S”, de solução:

Sempre que multiplicamos uma inequação por uma constante negativa, a


desigualdade inverte.
• “Menor que” vira “maior que”
• “Maior que” vira “menor que”
• “Menor ou igual” vira “maior ou igual”
• “Maior ou igual” vira “menor ou igual”

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Exemplo 2:

Vamos resolver a inequação:

Resolução:

Multiplicamos os dois lados por -1 e invertemos a desigualdade:

Resposta:

Exemplo 3:
Determinar o conjunto solução da inequação:

Resolução:
Em primeiro lugar, temos que garantir que nosso denominador nunca valha 0.
Portanto:

Portanto, nosso conjunto solução não pode abarcar o valor 0,5, pois ele torna nulo o
denominador.
Continuando:

Igualando o denominador:

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Pronto, agora chegamos a uma inequação mais fácil de ser analisada. Nosso
trabalho é encontrar os valores de “x” que torna verdadeira a inequação acima, ou
seja, que torna tal fração maior ou igual a 0.
Procuramos pelo valor de x que torna a fração maior ou igual a 0
Reparem que agora temos uma divisão entre duas funções. Basta considerar:

Estamos dividindo f(x) por g(x).


Podemos analisar o comportamento destas duas funções separadamente. Podemos
fazer isso achando as raízes de cada uma delas
I. Analisando o numerador:

Como a função é decrescente, então seu esboço fica assim:

Portanto, a função é negativa para valores maiores que 7/3 e positiva para valores
menores que 7/3.
II. Analisando o denominador

A raiz é igual a 0,5. Como a função é crescente, seu esboço fica:

A função é positiva para valores maiores que 0,5 e negativa para valores menores
que 0,5.
III. Agora analisamos os sinais das duas funções ao mesmo tempo:

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Quando numerador e denominador têm mesmo sinal, a fração é positiva, o que
ocorre no intervalo de 0,5 a 7/3.
Quando numerador e denominador têm sinais opostos, a fração é negativa.
Como estamos interessados no intervalo em que ela é positiva, nosso conjunto
solução é o intervalo de 0,5 a 7/3.
Já vimos no começo da solução que 0,5 não pode fazer parte da resposta, pois torna
nulo o denominador.
Quanto ao 7/3 não há restrições, pois ele torna nulo apenas o numerador. Quando o
numerador é 0, a fração fica:

E o valor 0 atende ao nosso conjunto solução, pois queremos que a fração seja
maior ou igual a 0.
Conjunto solução:

Sistemas lineares
1) INTRODUÇÃO
Um sistema linear é um conjunto de duas ou mais equações lineares. Uma equação
linear nada mais é do que uma equação com uma ou mais incógnitas. Esta equação
apresenta apenas termos lineares. Isto significa que não existe multiplicação de
incógnitas (exemplo: x × y) e o expoente de todas elas é 1 (ou seja, para cada
incógnita, não temos x2, ou x1/3 ou nada que não seja x1 = x).
Exemplos:

Temos apenas termos lineares. É uma equação linear.

Novamente, trata-se de uma equação linear. Não existe multiplicação de incógnitas


e as incógnitas todas são elevadas a 1.
Exemplos de equações NÃO lineares:

A primeira equação não é linear porque tem duas incógnitas multiplicadas. A


segunda equação não é linear porque tem x2.
Um sistema linear pode ter qualquer número de equações lineares e de incógnitas.
Entretanto, o que costuma cair em concurso são os sistemas lineares que

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apresentam o mesmo número de equações e de incógnitas. Ou seja, 2 equações e 2
incógnitas, 3 equações e 3 incógnitas, e assim por diante.
Vejamos dois exemplos de Sistemas lineares (o primeiro é 2x2 e o segundo é 3x3):

Sempre existe um termo que não está junto de nenhuma incógnita. Nós o chamamos
de termo independente.
Voltemos ao nosso primeiro sistema linear.

O termo independente da primeira equação acima é 4. E o termo independente da


segunda equação é -1.
Agora vamos focar no segundo sistema linear.

O termo independente da última equação acima é zero.


Agora, observem a segunda equação acima. Qual seu termo independente?
Devemos ter cuidado aqui! O termo independente da segunda equação do sistema
3x3 acima NÃO é zero. Neste caso, o termo independente é 3. Basta verificar que
poderíamos ter escrito a equação assim:

É a mesma equação.
Agora fica claro que o termo independente é 3.
Quando todos os termos independentes de um sistema forem nulos, o sistema é
dito homogêneo.
Exemplo:

Há duas maneiras simples de resolver os sistemas. Chamamos a primeira de


substituição e a segunda de adição.
Voltemos ao nosso primeiro exemplo de Sistema Linear:

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Para resolvermos este sistema pelo método da substituição, temos que isolar uma
das incógnitas em uma das equações e substituir na outra. Vamos isolar o y na
primeira equação:

Agora, substituímos este valor de y na segunda equação:

Por último, usamos este valor de x, agora conhecido, para encontrar y:

Pronto, achamos as duas incógnitas do sistema.

A outra maneira de resolver sistemas é usar a adição. Vamos voltar ao mesmo


exemplo:

Podemos somar as duas equações para achar uma terceira. Isto é interessante por
que a incógnita y vai sumir. Ela só vai sumir porque temos –y na primeira equação e y
na segunda, de forma que a soma cancela. Se não tivéssemos uma incógnita que
sumisse, era só multiplicar os dois lados de uma das equações por algum número de
maneira a fazer com que na soma das equações uma das incógnitas sumisse.
Vamos somar as equações:

Encontramos x. Para acharmos y, é só substituir o valor de x em uma das duas


equações. Assim:

Achamos x e y e o resultado, obviamente, foi o mesmo para os dois métodos.


2) CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS LINEARES
Muitas vezes, as questões não nos pedem para que achemos as soluções do sistema.
Elas podem querer que saibamos apenas se um sistema tem solução.
Como assim, professor?

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Vamos imaginar o sistema:

Este sistema não tem solução. Isto porque não existem valores de x e y que
satisfaçam, ao mesmo tempo, as duas equações do sistema.
Quer ver como ele não tem solução?
Vamos tentar resolvê-lo.
Isolamos o x na segunda equação:

Substituímos na primeira:

Chegamos a um absurdo matemático. Isto aconteceu porque este sistema não tem
solução.
Temos três possibilidades para classificar os Sistemas Lineares. Vamos a elas.
3) SISTEMA POSSÍVEL E DETERMINADO
Um sistema é dito possível e determinado quando existe solução para o sistema, ou
seja, existem valores para as incógnitas que satisfaçam todas as equações do
sistema, e esta solução é a única possível.
Exemplo:

Vimos que a única solução para este sistema é x = 1 e y = -2. Trata-se de um sistema
possível e determinado.
4) SISTEMA POSSÍVEL E INDETERMINADO
Quando um sistema tem mais de uma solução possível, dizemos que ele é possível e
indeterminado.
Exemplo:

Vejam que temos várias respostas possíveis que satisfazem as duas equações.
Vejamos duas soluções possíveis (existem infinitas):

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Vimos que um sistema homogêneo é aquele que possui todos os termos
independentes nulos. Pois bem, um sistema homogêneo sempre é um sistema
possível.
Repare que quando todas as incógnitas assumem o valor zero o sistema é
solucionado. Então dizemos que o caso em que todas as incógnitas são nulas num
sistema homogêneo é a solução trivial do sistema homogêneo.
Exemplo:

Uma solução (a solução trivial) deste sistema homogêneo é x = y = 0. Neste caso, ela
é a única solução.
Quando um sistema homogêneo tem apenas a solução trivial, ele é possível e
determinado. Quando o sistema homogêneo tem mais soluções, ele é possível e
indeterminado. Veja, então, que todo sistema homogêneo é possível, ou seja, tem ao
menos uma solução.
5) SISTEMA IMPOSSÍVEL
Quando um sistema não tem solução, ele é dito impossível.
Vimos que o sistema abaixo é um caso de sistema sem solução:

6) COMO CLASSIFICAR OS SISTEMAS E ACHAR SUAS SOLUÇÕES


Vamos aprender agora um método sistemático para classificar os sistemas e achar
suas soluções. Para tanto, temos que aprender alguns conceitos.
Determinante Principal (Determinante da matriz incompleta)
Vamos chamar de determinante principal (D) o determinante formado pelos
números que acompanham as incógnitas (coeficientes das incógnitas). Na verdade, é
comum os livros se referirem a tal determinante como “determinante da matriz
incompleta”.
Exemplo:

Neste caso, o D é assim:

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Veja que D é composto pelos números que multiplicam as incógnitas em cada
equação. O número 2 multiplica o x na primeira equação. Ele é nosso primeiro termo
da primeira linha. O –1 multiplica o y na mesma equação. É o segundo termo da
primeira linha. E assim por diante.
É importante que exista uma ordem. Assim, se x é a primeira incógnita na primeira
equação (pode ser y, não tem problema), ele terá que ser a primeira na segunda.
Outro exemplo:

Neste caso, temos que arrumar um pouco as equações, para não errarmos no
determinante. Veja:

Reescrevemos o mesmo sistema. Mas colocamos de tal forma que sabemos os


termos de cada incógnita nas equações. Portanto, D fica assim:

Veja novamente que temos que manter a ordem das incógnitas nas três equações.
Determinante de cada incógnita
Além do determinante principal, temos os determinantes das incógnitas. Para achar
o determinante de uma incógnita, basta substituirmos, em D, os elementos da
coluna daquela incógnita pelos termos independentes do sistema.
Exemplo:

Temos duas incógnitas. Teremos o determinante de x (chamamos de Dx) e o


determinante de y (Dy).
Vamos achar Dx. Sabemos que o determinante principal é assim:

Para acharmos Dx temos que substituir a coluna de x (é a primeira coluna) pelos


termos independentes. Os termos independentes são, na ordem, 4 e –1. Logo:

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Do mesmo modo, Dy é encontrada substituindo a segunda coluna de D pelos termos
independentes.

Regra de Rouché-Capelli
Agora podemos classificar os sistemas e determinar as soluções.
A regra é assim:

Sistema Possível e Determinado.

Se houver solução, teremos um Sistema Possível e Indeterminado

Sistema Impossível
Ou seja, se o determinante principal (D) é diferente de zero, o sistema é possível e
determinado.
Se D = 0 e o determinante de todas as incógnitas for zero, podemos ter duas
situações:
• o sistema é possível e indeterminado.
• o sistema é impossível
Por último, se D = 0 e determinante de alguma incógnita for diferente de zero, o
sistema é impossível.
Quando o sistema é possível e determinado, temos um método para calcular as
soluções. É assim:

... e assim por diante...


Isto ajuda a entender a classificação acima.
Todas as variáveis dependem do cálculo do determinante principal (D). Ele entra no
denominador, sempre.
Assim, se D for diferente de zero, todas as divisões são possíveis. Sempre podemos
fazer uma divisão, basta que o denominador seja diferente de zero. Por isso, se D for
diferente de zero, todas as incógnitas podem ser calculadas e o sistema será possível
e determinado.

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Caso D seja igual a zero e pelo menos um dos determinantes das incógnitas (Dx ou
Dy ou Dz, etc) seja diferente de zero, aí nós teremos uma divisão impossível. Não é
possível dividir por zero.
Por fim, caso D seja igual a zero, e todos os determinantes das incógnitas também
sejam iguais a zero, aí teremos um monte de divisões do tipo 0/0.
E esta divisão é complicada. Ela é indeterminada.
Por que ela é indeterminada?
É só a gente pensar assim.
Seis dividido por dois é igual a 3.

Por quê?
Porque 2×3 = 6. A divisão, definida como o inverso da multiplicação, é possível
porque existe um número que multiplica o denominador para resultar no
numerador.
Agora vamos para:

Se esta divisão fosse possível, então: k×0 deveria ser igual a 3. Mas nós sabemos que
todo número multiplicado por zero resulta em zero.
Ou seja, esta divisão é impossível.
Por fim, quanto vale 0/0?
Poderia valer 2, pois 2 vezes zero é zero.

Ou poderia valer 3, pois 3 vezes zero é zero.


Ou poderia valer 4.
Ou seja, é indeterminado.
Poderia até não existir (dizemos que poderia tender ao infinito).
Resumo da ópera: quando todos os determinantes são nulos, podemos ter um
sistema indeterminado. Ou então pode ser um sistema impossível.
Para este último caso, em que todos os determinantes são nulos, vamos dar um
exemplo de sistema possível e indeterminado:

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Todos os determinantes são nulos. E este sistema possui infinitas soluções. Seguem
alguns exemplos:
(0; 0), (1; -1), (2, -2)
Já o sistema abaixo, apesar de possuir todos os determinantes nulos, é impossível:

Vamos fazer questões, porque é assim que assimilamos a matéria.


(Esaf) Com relação ao sistema

de incógnitas x e y, é correto afirmar que o sistema


a) tem solução não trivial para uma infinidade de valores de a.
b) tem solução não trivial para dois e somente dois valores distintos de a.
c) tem solução não trivial para um único valor real de a.
d) tem somente a solução trivial para todo valor de a.
e) é impossível para qualquer valor real de a.
Resolução:
A primeira coisa importante para perceber é que as incógnitas neste caso são x e y.
“a” não é incógnita do sistema. Temos que considerar que “a” é uma constante
qualquer.
Vamos reescrever o sistema de uma maneira que temos mais facilidade de visualizar.

Veja que este sistema só é homogêneo se a = 0. Porque neste caso todos os termos
independentes do sistema serão nulos. Se a ¹ 0 o sistema não é homogêneo.
Só faz sentido falar em solução trivial para sistemas homogêneos. Assim, a
alternativa “d” não pode ser nossa resposta! A solução trivial só cabe para a = 0.
Vamos montar o determinante principal do sistema.

Calculando este determinante temos:

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Note que para qualquer valor de a, temos D≠0D≠0. Logo, o sistema SEMPRE é
possível e determinado.
Assim, para a = 0, temos a solução trivial (sistema homogêneo) e para qualquer outro
valor de a, temos uma solução não trivial (diferente de x = y = 0).
Então existe uma infinidade de valores de a para os quais temos solução não trivial.
Gabarito: A
Daí vem a pergunta: Professor, tem outra forma de fazer?
Resposta: Sim! Como é um sistema 2x2, podemos resolver de uma maneira mais
simples. Se fosse um sistema maior, o melhor jeito seria este feito acima.
Vejam que da segunda equação temos:

Podemos substituir isso na primeira equação. Fica assim:

Daí que encontramos as soluções do sistema, para qualquer valor de a.

Assim, para a = 0 temos a solução trivial (o sistema é homogêneo, x = y = 0) e para


todos os outros valores de a (ou seja, existem infinitos valores), temos um sistema
possível e determinado com solução não trivial, já que neste caso o sistema não é
homogêneo.
(Esaf) Um sistema de equações lineares é chamado “possível” ou “compatível”
quando admite pelo menos uma solução; é chamado de “determinado” quando a
solução for única, e é chamado de “indeterminado” quando houver infinitas
soluções. Assim, sobre o sistema formado pelas equações em que a e b são as
incógnitas, é correto afirmar que

a) se m ≠ 0 e m ≠ 6, o sistema é possível e determinado.


b) se m = 0, o sistema é impossível.
c) se m = 6, o sistema é indeterminado.
d) se m ≠ 0 e a = 2, qualquer valor de b satisfaz o sistema.
e) se m ≠ 0 e a ≠ 2, qualquer valor de b satisfaz o sistema.
Resolução:
As incógnitas aqui são a e b. Vamos montar o determinante principal do sistema.

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Vamos calcular o determinante.

Sabemos que quando o determinante principal é diferente de zero, o sistema é


possível e determinado.
Vamos ver quando este determinante é zero (para sabermos quando ele é diferente
de zero).

Isto significa que se m = 0 ou se m = 6 o determinante principal é nulo. Para todos os


outros casos, ele é diferente de zero.
Logo, sempre que m ¹ 0 e m ¹ 6 teremos D ¹ 0 e o sistema será possível e
determinado.
Já encontramos a alternativa correta. (Letra a).
Gabarito: A
(Esaf) Considerando o sistema de equações lineares, pode-se corretamente afirmar
que:

a) se p = -2 e q ≠ 4, então o sistema é impossível.


b) se p ≠ -2 e q = 4, então o sistema é possível e indeterminado.
c) se p = -2, então o sistema é possível e determinado.
d) se p = -2 e q ≠ 4, então o sistema é possível e indeterminado.
e) se p = 2 e q = 4, então o sistema é impossível.
Resolução:
Vejam como as questões são semelhantes. O sistema costuma ser 2x2 e temos
sempre uma ou duas constantes que não sabemos os valores (uma hora chamada
de a, outra hora chamada de m, etc.)
Aqui, as incógnitas são x1 e x2 e ainda temos duas constantes: p e q.
Vamos ver quem é nosso determinante principal neste caso.

Calculando o determinante:

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Agora vamos ver quando este determinante é nulo (para saber quando ele não é
nulo).

Se p = -2, temos D = 0. Além disso, se p≠−2p≠−2, vemos que D≠0D≠0


Conclusão:
Se p≠−2p≠−2, o sistema é possível e determinado.
1ª conclusão Se p≠−2p≠−2 então o sistema é possível e
determinado.
Ótimo. Vamos agora analisar os casos em que D = 0. Isto ocorrerá quando p = - 2.
Temos duas incógnitas. Teremos dois determinantes de incógnitas. O determinante
de x1 e o determinante de x2. Vejamos:

Lembrando que apenas substituímos a coluna da incógnita pelos termos


independentes do sistema.
Lembrando que estamos analisando o caso em que D = 0 (que ocorre quando p = -
2).
Neste caso, se ambos os determinantes das incógnitas forem nulos, o sistema pode
ser impossível ou possível e indeterminado. Se, pelo menos um deles for diferente de
zero, o sistema é impossível.
Substituindo p por –2:

Resolvendo os determinantes:

Vejam que ambos têm a mesma resposta. Vejamos quando eles são nulos:

Para que os determinantes das incógnitas sejam nulos, q deve ser igual a 4. Agora
temos três situações:

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Se p≠−2p≠−2, então o sistema é possível e determinado.
Se p = - 2 e q = 4, então o sistema pode ser:
- possível e indeterminado.
- impossível

Se p=−2p=−2 e q≠4q≠4, então o sistema é impossível.


Gabarito: A
Apenas por curiosidade, vamos trabalhar com o caso em que p = - 2 e q = 4. Neste
caso, todos os determinantes são nulos. Podemos ter um sistema possível e
indeterminado. Ou podemos ter um sistema impossível.
Qual das duas opções é a correta?
Bem, teremos que tentar resolver o sistema. Se acharmos pelo menos uma solução,
ele é possível e indeterminado.
Vamos lá. Ficamos com:

Dividindo a segunda equação por 2:

Observem que as duas equações, no fundo, são iguais. Na verdade, é como se


tivéssemos um sistema de duas incógnitas e uma equação. Tal sistema admite
inúmeras soluções. Exemplos:
(2, 0); (1, -1), (3, 1), etc
Assim, quando p = - 2 e q = 4, o sistema é possível e indeterminado.
(Esaf) Considere o sistema de equações lineares dado por:

Sabendo-se que o sistema tem solução única para r≠0r≠0 e r≠1r≠1, então o valor de
“x” é igual a:
a) 2 ÷÷r
b) - 2 ÷÷r
c) 1 ÷÷r
d) - 1 ÷÷r
e) 2r
Resolução

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O determinante da matriz incompleta fica:

O determinante da incógnita x fica:

Logo, "x" é dado por:

Gabarito: D

Resumo do capítulo

Sistema Possível e Determinado.

Se houver solução, teremos um Sistema Possível e Indeterminado

Sistema Impossível

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Enfim, este é um conteúdo bem tradicional na prova do ENEM, que
geralmente cobrado da seguinte maneira:

1º) Traduzir um texto para a linguagem matemática;


2º) Achar a incógnita (chamada de x geralmente).

Dica: É conteúdo que também aparece inserido na resolução de


outros assuntos da matemática.

Veja alguns exemplos

Um comerciante paga R$ 7,00 por 3 unidades de uma mercadoria e


revende por R$18,00 cada 5 unidades. Na comercialização dessa
mercadoria, ele obtém um lucro de R$ 342,00 quando vende um total
de unidades igual a:

a) 210
b) 240
c) 270
d) 300
e) 330

Solução:
Pagando 7 por 3 mercadorias cada uma sai pelo custo de R$ 7/3; o
preço de venda unitário das 5 unidades é de R$ 18/5.
Pela equação fundamental da economia, temos que:

Preço Venda – Custo = Lucro

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Inequações do 1º grau
De maneira análoga as equações, as inequações do 1º grau também
costumam ser bastante cobradas.

Carlos trabalha como disc-jóquei (dj) e cobra uma taxa fixa de R$


100,00, mais R$ 20,00 por hora, para animar uma festa. Daniel, na
mesma função, cobra uma taxa fixa de R$ 55,00, mais R$ 35,00 por
hora.

O tempo máximo de duração de uma festa, para que a contratação de


Daniel não fique mais cara que a de Carlos, é:

a) 6 horas
b) 5 horas
c) 4 horas
d) 3 horas
e) 2 horas

Solução: Façamos Preço do Carlos = 100 + 20x e Preço do Daniel =


55 + 35x. Como o problema exige que Preço do Daniel < Preço do
Carlos, teremos:

55 + 35x < 100 + 20x


35x – 20x < 100 – 55
15x < 45
x<3

Letra e)

Um estacionamento cobra R$ 6,00 pela primeira hora de uso, R$ 3,00


por hora adicional e tem uma despesa diária de R$ 320,00. Considere-

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se um dia em que sejam cobradas, no total, 80 horas de
estacionamento.

O número mínimo de usuários necessários para que o estacionamento


obtenha lucro nesse dia é:

a) 25
b) 26
c) 27
d) 28
e) 29

Solução: Seja x o número total de usuários; como na primeira hora


todos os x usuários pagam, mas na segunda hora não todos (80 – x
apenas), teremos a receita dada por 6x + 3(80 – x).

Como Receitas – Despesas = Lucro > 0, teremos:

6x + 3(80 – x) – 320 > 0


6x + 240 – 3x – 320 > 0
3x – 80 > 0
3x > 80
x > 80 /3 → 26,666

Letra c)

Sistemas do 1º grau
Ao resolver sistemas, o cuidado de interpretar o enun-ciado das
questões deve ser maior, até por termos mais de uma incógnita e mais
de um parágrafo.

Dica: No lugar dos “tradicionais” x e y, você pode usar letras que


lembrem as incógnitas do sistema.

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Um supermercado adquiriu detergentes nos aromas limão e coco. A
compra foi entregue em 10 caixas, com 24 frascos em cada caixa.
Sabendo-se que cada caixa continha 2 frascos de detergente a mais
no aroma limão do que no aroma coco, o número de frascos
entregues, no aroma limão, foi:
a) 110
b) 120
c) 130
d) 140
e) 150

Solução: Chamando as quantidades de detergentes de coco e de


limão presentes em uma caixa de C e L respectivamente, montando o
sistema encontraremos:

C + 2 + C = 24
2 C= 22
C = 11 e L = 13
Logo, em 10 caixas teremos 13 x 10 = 130 frascos de limão
Letra c)

Macete! Muitas vezes você não precisa achar o valor de todas as


incógnitas para responder a questão; basta fazer uma Combinação
Linear com as linhas do sistema (somar, subtrair e/ou multiplicar
linhas).
Uma lapiseira, três cadernos e uma caneta custam, juntos, 33 reais.
Duas lapiseiras, sete cadernos e duas canetas custam, juntos, 76
reais.

O custo de uma lapiseira, um caderno e uma caneta, juntos, em reais,


é:

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a) 11
b) 12
c) 13
d) 17
e) 38

Solução: Chamando os custos da lapiseira, do caderno e da caneta


de x, y e z, teremos:

Multiplicando a 1ª linha por (-2) e somando a 2ª, temos:

De onde extraímos que y = 10; substituindo em ambas as linhas


acharemos x + z = 3.
Como o problema pede a soma dos três custos, basta fazermos x + y
+ z = 10 + 3 = 13
Letra c)

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