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Protocolo Cuidados Paliativos - Corrigido e Revisado Final e 16060838
Protocolo Cuidados Paliativos - Corrigido e Revisado Final e 16060838
Prefeitura Municipal
de Divinópolis
NA ATENÇÃO DOMICILIAR
ISBN 978-65-00-27008-2
Divinópolis
Julho/2021
Secretaria Municipal de Saúde
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Elaboração
Divinópolis
Julho/2021
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LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5
2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 8
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 49
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1 INTRODUÇÃO
Neste cenário, os Cuidados Paliativos (CP) devem ser incorporados pelas Redes de
Atenção à Saúde (RAS), devido à possibilidade de cuidado integral, por meio da prevenção
e do controle de sintomas para aqueles que enfrentam doenças graves ameaçadoras da vida
(SILVA et al, 2018).
Paliativo é uma palavra de origem latina (pallium) que significa capa ou manto, que
na Idade Média, cobria os viajantes e peregrinos cristãos como proteção para o mau tempo
durante suas viagens. Está presente também na religião católica em procissões para abrigar
o sacerdote e o ostensório com a hóstia. Na ação paliativa, os sintomas da enfermidade são
“cobertos” e ”amparados” para promover conforto, qualidade de vida e aliviar o sofrimento,
sempre que possível (SILVA et al, 2018).
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A maioria das pessoas que precisam de CP sofre de doenças crônicas, como doenças
cardiovasculares (38%), câncer (34%), doença pulmonar obstrutiva crônica (10%),
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) (5%), diabetes (4%). Muitas outras
condições podem exigir assistência paliativa, por exemplo, insuficiência renal, doença
hepática crônica, esclerose múltipla, doença de Parkinson, artrite reumatoide, doenças
neurológicas, demência, defeitos congênitos e tuberculose resistente a medicamentos
(WHO, 2014).
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2 OBJETIVOS
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Assistente Social
● Traçar perfil socioeconômico da família;
● Conhecer a fundo a rede intrainstitucional de apoio da SEMUSA de Divinópolis-
MG;
● Analisar o território para identificar as potencialidades da comunidade que
viabilizam a composição da rede de apoio do paciente;
● Estabelecer uma rede intrainstitucional;
● Estabelecer parcerias com redes de apoio social envolvidas;
● Conhecer fluxos de encaminhamentos;
● Viabilizar a inserção de pacientes a serviços socioassistenciais;
● Promover informações e orientações legais, burocráticas e de direitos,
imprescindíveis ao cuidado do paciente para garantia de morte digna.
Nutricionista
● Compreender o estado nutricional necessário em todos os estágios da doença;
● Estabelecer estratégia terapêutica com objetivo de manter hidratação satisfatória,
preservar o peso e composição corporal;
● Possibilitar meios e vias de alimentação, com o objetivo de reduzir os efeitos
adversos provocados pelos tratamentos, retardando a síndrome anorexia-caquexia e
ressignificando o alimento;
● Auxiliar no controle de sinais e sintomas.
Fisioterapeuta
● Promover, aperfeiçoar ou adaptar as condições físicas do indivíduo, numa relação
terapêutica que envolve o paciente, o terapeuta, a família, recursos físicos e naturais,
o seu meio ambiente, social e espiritual;
● Elaborar um programa de tratamento de acordo com o grau de dependência e
progressão do paciente;
● Facilitar o manejo e as transferências dos pacientes, oferecendo segurança e
conforto ao paciente e aos seus cuidadores;
● Adaptar espaço físico e capacitar cuidador.
Fonoaudiólogo
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Terapeuta Ocupacional
● Promover estímulos sensoriais e cognitivos para enriquecimento do cotidiano;
● Adaptar e treinar Atividades de Vida Diárias (AVDs) para autonomia e
independência;
● Criar possibilidades de comunicação, expressão e exercício da criatividade;
● Criar espaços de convivência e interação, pautados nas potencialidades do sujeito.
Técnico de enfermagem
● Avaliar e comunicar sinais e sintomas;
● Administrar medicamentos prescritos pelo médico por via oral e parenteral;
● Realizar curativos;
● Realizar demais cuidados prescritos pelo enfermeiro.
Farmacêutico
● Avaliar as prescrições, minimizando reações adversas;
● Evitar polifarmácia e regimes terapêuticos complexos;
● Detectar e/ou prevenir problemas relacionados aos medicamentos (PRM) e
interações medicamentosas;
● Auxiliar na decisão terapêutica e planejamento do tratamento.
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1ª Etapa
Sim Não
Não sei
Paciente avaliado
apresenta
indicadores gerais de
declínio?
Não Sim
Não sei
Paciente avaliado
apresenta indicadores
específicos de
declínio?
Não Sim
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● Internações repetidas;
● Presença de várias comorbidades;
● Doença avançada instável, progressiva, com sintomas complexos;
● Diminuição da resposta aos tratamentos;
● Escolha do paciente por não mais tratamentos e pelo foco em qualidade de vida;
● Perda de peso importante (>10%) nos últimos 6 meses;
● Albumina sérica < 2 mg/dl;
● O paciente ou sua família solicita cuidados paliativos, interrupção ou limitação do
tratamento ou um foco na qualidade de vida.
4.2 Indicadores Específicos de Declínio
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Insuficiência Hepática
● Contraindicação ao transplante hepático;
● Tempo de protrombina > 6 segundos (VR 10-14 segundos e RNI > 2.3 VR 0.8 -
1.2);
● Albumina < 2.8 g/dL (VR: 3.5-5.5 g/dL);
● Bilirrubina > 3mg/dL (VR: até 1.2mg/dL);
● Ascite refratária;
● Encefalopatia hepática;
● Sangramentos recorrentes de varizes esofágicas;
● Síndrome hepatorrenal;
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Câncer
Capacidade funcional em declínio devido à progressão do câncer;
Estado físico muito debilitado para tratamento do câncer ou tratamento para
controle dos sintomas.
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6.1 Dor
Avaliação
Um dos sintomas/intercorrências que mais geram sofrimento e dúvidas aos
pacientes e cuidadores é a dor. Portanto, o manejo da dor deve ser de conhecimento da
equipe multidisciplinar.
Para avaliação da dor, a equipe deverá permitir que o paciente expresse o que sente,
e durante a anamnese e exame físico determinar as seguintes características (CARVALHO;
PARSONS, 2012):
Localização (em que local é percebida a dor, ou em que parte do corpo se localiza a dor)
Fatores de piora/melhora (existe algo que faça melhorar a dor? Massagem, exercício,
compressa, etc. Há algo que piore?)
Tratamentos anteriores incluindo os farmacoterapêuticos e a resposta obtida (ajuda a
nortear as próximas condutas)
Quanto essa dor interfere nas atividades diárias/qualidade de vida (há algo que fazia e
deixou de fazer? O quanto se sente limitado?
Uma abordagem da dor de acordo com sua causa tende a ser mais eficiente e,
portanto, sempre que possível a causa deverá ser identificada.
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O paciente deverá responder à pergunta: Qual a nota o (a) Sr (a) daria para sua dor?
0 a 3 – Dor Leve
4 a 7 – Dor Moderada
8 a 10 – Dor Severa
Fonte: 1: WHALEY; WONG, 1987; WONG; BAKER, 1988.
Manejo Farmacológico
A dor pode ser controlada com medidas não farmacológicas, porém grande parte
dos pacientes em cuidados paliativos necessita de cuidados farmacológicos para alívio da
dor, incluindo o uso de analgésicos potentes como a morfina.
Na medida do possível a via oral deve ser priorizada para administrar os
medicamentos, porém caso seja necessário a via subcutânea (por hipodermóclise) poderá
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ser utilizada como via alternativa. Eventualmente poderá ser utilizada a via endovenosa. A
via intramuscular não será utilizada em cuidados paliativo devido sarcopenia intensa nesses
pacientes.
Para que haja garantia de um alívio adequado da dor, os analgésicos deverão ser
administrados em horários regulares de acordo com a duração da ação do medicamento.
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A dose de resgate é uma dose extra utilizada em caso de dor agudizada e deverá ser
administrada quantas vezes forem necessárias para o alívio do sintoma, respeitando-se o
tempo de pico máximo de ação analgésica. O cálculo para essa dose é de 1/6 da dose total
de morfina (oral) em 24h a cada 40-60 minutos se necessário. No caso de uso frequente da
dose de resgate, ajustar a posologia do opioide de uso regular para o próximo dia somando
as doses regulares e de resgate utilizadas no dia.
● Delirium: em primeiro lugar deverá ser excluído outras causas, como por exemplo,
infecções, desidratação ou excesso de medicamentos. Descartada outra causa
clínica, ajustar as doses ou trocar o opioide;
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6.2 Dispneia
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Manejo Farmacológico
● Oxigênio: como há pouca evidência de benefício do oxigênio em pacientes sem
hipoxemia, deverá ser indicado de forma individualizada após avaliação minuciosa.
Considerar indicação se a saturação de oxigênio do paciente estiver inferior a 92%;
duas a quatro horas. A dose inicial deverá ser de 1-5mg, repetindo-se a cada 15-30
minutos até controle de sintomas. Após o controle do sintoma, avaliar a dose
utilizada, eventualmente reduzir em até 30% e manter de horário na frequência de
4/4h;
6.3 Sororoca
Os pacientes em cuidados paliativos em seus últimos momentos de vida costumam
apresentar respiração ruidosa que nada mais é do que a diminuição do reflexo da deglutição
da saliva, fenômeno denominado de sororoca. Este sintoma costuma causar estresse e
desconforto aos cuidadores até mais que aos pacientes (FERREIRA; MENDONÇA, 2017).
Manejo Farmacológico
● Colírio de atropina 1% duas gotas sublingual de 8/8 horas;
● Escopolamina (20 mg/ml – ampola de 1 ml) e furosemida (20 mg/ml – ampola de 2
ml) por hipodermóclise de 6/6 horas;
● Diminuir ou suspender hidratação.
6.4 Soluço
Manejo Farmacológico
O tratamento para o soluço deve ser revisto após três dias do início. Caso haja pouca
ou nenhuma melhora do quadro, deve-se aumentar a dose ou associar outros medicamentos.
Se for associado à:
● Distensão Gástrica: tratar com Metoclopramida 10mg 4x/dia VO;
● Refluxo gastresofágico: tratar com inibidor de bomba de próton (IBP) e antiácidos
associados à Simeticona;
● Distensão abdominal: tratar com Simeticona 40-125mg até 4x/dia;
● Compressão/irritação tumoral: tratar com Dexametasona 4-8mg pela manhã, se
não houver melhora em uma semana, interromper o uso;
● Em casos refratários pode ser considerado: Baclofeno 5-20mg 2-3x/dia (evitar
interrupção abrupta), Haloperidol 1-2mg 3x/dia, Clorpromazina 25-50mg 3-4x/dia
(pode provocar sedação considerável), Levomepromazina 3-6mg VO antes de
dormir.
6.5 Náuseas e Vômitos
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Manejo Farmacológico
● Inicialmente, deve-se prescrever um antiemético de primeira linha, associado a um
de segunda ou de terceira linha SN e avaliar a resposta a cada 24h;
● Considerar infusão contínua subcutânea se os sintomas persistirem ou se o paciente
estiver incapaz de tomar qualquer medicação via oral.
Essa condição pode estar presente nos pacientes de câncer abdominal e pélvico
avançado. Quando a cirurgia não é viável pode-se utilizar medicamentos para melhora do
quadro, tendo como objetivo oferecer qualidade de vida ao paciente. A gastrostomia ou
jejunostomia (drenar conteúdo gástrico ou intestinal) podem ser consideradas, caso o estado
geral do paciente permita e que o tempo de sobrevida seja razoável para se beneficiar do
procedimento (FERREIRA; MENDONÇA, 2017).
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Medidas Farmacológicas
Pacientes com obstrução intestinal maligna normalmente apresentam dor, náusea e
vômitos. O objetivo do tratamento é minimizar ou erradicar esses sintomas e, se possível,
permitir a desobstrução da luz intestinal rapidamente. Para o manejo farmacológico:
● Realizar manejo da dor com opioide forte;
● Prescrever escopolamina por hipodermóclise na dose de 10-30mg 3x ao dia, e um
antiemético.
6.7 Constipação
Constipação é caracterizada por episódios de evacuações difíceis ou dolorosas,
associados à diminuição da frequência das evacuações e/ou presença de fezes endurecidas.
As principais causas são: uso de medicações (opioides, benzodiazepínicos, AINEs,
anticonvulsivantes, entre outros), efeito secundário de outra patologia (desidratação,
anorexia, imobilidade, ingesta reduzida), neoplasias, hipercalcemia, doenças concomitantes
(diabetes, hipotireoidismo, doença diverticular, fístula intestinal, entre outras).
Durante avaliação do paciente deverá ser questionado o hábito intestinal do paciente
(frequência, consistência, facilidade de passagem, tenesmo, sangramento) para comparar
com o atual, e se há uso de laxativos prévios e se houve efetividade no alívio com a
utilização do mesmo (CARVALHO; PARSONS, 2012).
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Manejo Farmacológico
● Lactulose 15-20ml 1x ou 2x ao dia VO associada a boa ingestão de fluidos;
● Todos os pacientes usando opioides devem receber prescrição, exceto se houver
contraindicação (alergia conhecida, obstrução intestinal);
● Revisar dose quando medicamento opioide é iniciado ou a dose é alterada;
● Enema glicerinado deverá ser indicado somente nos casos de impactação fecal com
fezes endurecidas, e quando o paciente não responder ou não tolerar o laxante oral.
6.8 Delirium
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3) Pensamento desorganizado ( )
O pensamento do paciente era desorganizado ou incoerente, com conversação dispersiva ou
irrelevante, fluxo de ideias pouco claro ou ilógico, ou mudança imprevisível de assunto.
4) Alteração do nível de consciência ( )
O paciente encontra-se hiperalerta (hipersensível a estímulos ambientais, assustando-se facilmente),
letárgico, em estupor ou coma?
Fonte: CARVALHO; PARSONS, 2012.
A identificação de fatores predisponentes e precipitantes é importante para a
investigação diagnóstica, visto que, a partir deles, é possível identificar a sua
reversibilidade e planejar o manejo. Os fatores precipitantes mais comuns são: sepse,
hipóxia, medicamentos (principalmente opioides ou outras drogas psicoativas,
benzodiazepínicos, corticoides, anticolinérgicos, antidepressivos e sedativos), doenças
neurológicas (principalmente tumor, isquemia cerebrovascular e status epiléptico),
distúrbios metabólicos (principalmente hipercalcemia, hipo ou hipernatremia, hipo ou
hiperglicemia e desidratação), Síndrome de Abstinência Medicamentosa (principalmente
álcool, sedativos, nicotina e antidepressivos), e causas hematológicas (principalmente
anemia e coagulação intravascular disseminada).
Manejo Farmacológico
● Haloperidol - 0,5-2mg VO, 2 a 4 vezes ao dia + se necessário 0,5-2mg VO até de
1/1 hora. Para condições severas utilizar via subcutânea, não diluir em SF
(precipitação), 1-2mg de 30 em 30 minutos na 1ª hora e depois de 1/1 hora se
necessário. Uma vez controlado o sintoma, deixar a dose inicial utilizada de 12/12
ou 8/8h e titular conforme evolução do quadro clínico. Não se deve ultrapassar 3-
5mg em 24 horas;
● Clorpromazina: iniciar 25 mg 6/6h, com progressão de 50% da dose até 2000
mg/dia;
● Essas recomendações são reservadas para o tratamento daqueles pacientes com
agitação grave em fase final de vida. Se o paciente com delirium tiver dor associada,
se possível, deve-se dar preferência a analgésicos não opioides;
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Manejo Farmacológico
A escolha do medicamento deverá ser individualizada, de acordo com o grau de
comprometimento de funções sistêmicas, das reações adversas e das limitações que cada
antidepressivo apresenta para a patologia de base e comorbidades associadas.
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7 SEDAÇÃO PALIATIVA
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Sintomas refratários
Sofrimento insuportável Dúvidas?
Prognóstico limitado Consulta com especialista
Sem outras opções de tratamento sem
comprometer o nível de consciência
Sim
Dúvidas?
Competência do Paciente Consulta com especialista
Não Sim
1ª vontades antecipadas, Desejo explícito Valorizar o desejo da família
diretrizes prévias do paciente
2ª valores e desejos
Sim
prévios (história clínica)
3ª família, agregados Consentimento
informado (verbal ou
escrito) Compartilhar a decisão
com a equipe
Registrar no prontuário
SEDAÇÃO PALIATIVA
7.1 Medicamentos
O midazolam é o sedativo mais frequentemente referido na literatura para indução
de sedação paliativa e, entre os benzodiazepínicos, o mais utilizado. Pode ser administrado
por via subcutânea (SC) em bolus, em infusão contínua, não se precipitando se usado no
mesmo soro com a morfina. A dose máxima recomendada é de 120-160mg/dia, pois acima
desse nível não ocorre mais inibição dos receptores do ácido gama-aminobutírico (GABA),
havendo então necessidade de associar outra droga. O uso concomitante com algumas
medicações (carbamazepina, fenitoína, rifampicina) pode resultar em rápida diminuição da
ação do midazolam em um curto período de tempo. Entretanto, a associação a outras drogas
(cetoconazol, itraconazol, fluconazol, eritromicina, azitromicina, diltiazem, verapamil,
saquinavir, cimetidina, ranitidina) pode levar a sedação profunda, mesmo com uma dose
relativamente baixa do midazolam.
Para sedação paliativa domiciliar, será seguido protocolo de indução e manutenção
(Figura 6). O médico e o enfermeiro da equipe deverão acompanhar a indução da sedação
até estabilização, e depois um deles deverá realizar monitoramento do paciente, duas vezes
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Indução
Midazolam 0,07mg/kg em bolus EV
Manutenção
Midazolam 1mg/hora SC 12mg/12h = 2,4mL
24mg/24h = 4,8mL
Falha?
?
Sim
Aumentar para 2mg/h
24mg/12h = 4,8ml
48mg/24h = 9,6ml
Falha?
?
Sim
Acrescentar:
3mg/h de clorpromazina
36mg/12h =
+
7,2mL de cada
3mg/h de prometazina
72mg/24h =
14,4mL de cada
Falha?
?
Sim
Aumentar para 6mg/h
a clorpromazina e a 72mg/12h =
prometazina 14,4mL
144mg/24h =
28,8mL
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Deverá ser feita hidratação do paciente, mas de forma restritiva, em geral até 1.000
ml de solução fisiológica por dia, e inserir uma sonda vesical, para controle da diurese e
prevenção de retenção urinária. Durante a sedação, a equipe médica e de enfermagem deve
estar de plantão em caso de intercorrências durante o horário de atendimento do SAD. Após
este horário, a família deve ser orientada a acionar o SAMU.
Os opioides deverão ser mantidos e a dose deverá ser ajustada quando a dor não for
controlada. O opioide de escolha é a morfina, por ser mais fácil de titular a dose.
● Esclarecer a família sobre o que está sendo feito para controlar os sintomas, quais
sinais o paciente pode apresentar, acolher angústias, sentimentos, expectativas,
fornecer orientações práticas relacionadas ao óbito, dentre outros;
● Orientar os familiares quanto aos sinais do processo da morte: ronco da morte
(sororoca), cianose de extremidades, mudança da cor da pele, hipotensão e
diminuição da diurese;
● Fornecer suportes psicológico e espiritual à família.
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8 CONFERÊNCIA FAMILIAR
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Detecte fatores de risco para luto complicado e trabalhe com a equipe para auxiliar nesses pontos durante
o processo de adoecimento.
Combine o próximo encontro - pode ser necessária uma nova reunião familiar, que poderá ser marcada
após reorganização e devolutiva da família.
ATENÇÃO: não realize falsas promessas aos familiares e ao paciente, bem como evite utilizar frases
como “não há mais nada que possamos fazer”, “esses medicamentos vão deixar o paciente morrer sem
sofrer”, ou que aumentem as incertezas.
Após a Reunião
Os profissionais devem se reunir para avaliar como foi a reunião – verificar se o objetivo foi atingido,
qual a percepção sobre a dinâmica familiar, como a comunicação foi feita, como podem ajudar a família
na organização do cuidado e nas demandas apresentadas.
Registre em prontuário a reunião familiar – quais participantes, conteúdos discutidos (de forma
resumida) e as decisões tomadas.
Fonte: D’ALESSANDRO et al, 2020
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9 RELIGIOSIDADE E ESPIRITUALIDADE
A equipe deverá ter como objetivo no cuidado religioso que o paciente esteja em
paz com Deus e receba o ritual da sua tradição durante e após a morte, e no cuidado
espiritual, que busque o sentimento de continuidade/transcendência.
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REFERÊNCIAS
MORITA, T. et al. The Palliative Prognostic Index: a scoring system for survival
prediction of terminally ill cancer patients. Supportive Care in Cancer 1999; Apr 4;
7(3):128-33.
NEW YORK HEART ASSOCIATION (NYHA). The Criteria Committee of the New
York Heart Association: Nomenclature and Criteria for Diagnosis of Diseases of the Heart
and Great Vessels. 9ª ed. Boston, Mass: Little, Brown & Co; 1994. 253-256. Disponível
em: https://empendium.com/mcmtextbook/table/B31.2.19-1.
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