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AULA 15

INTRODUÇÃO À
RADIAÇÃO

1
INTRODUÇÃO

RADIAÇÃO: Transferência de calor na ausência de um meio interposto participante, através de ondas


eletromagnéticas.

A radiação térmica é a energia emitida pela matéria que se encontra a uma temperatura diferente do zero absoluto
(-273°C).

2
RADIAÇÃO TÉRMICA NO CONTIDIANO:

Lâmpadas Fogueiras
Incandescentes
Estufas

3
INTRODUÇÃO

NATUREZA DO TRANSPORTE DE CALOR VIA RADIAÇÃO

 TEORIA: Vê a radiação como a propagação de um conjunto de partículas conhecidas por fótons ou quanta;

 ENGENHARIA: A radiação é vista como a propagação de ondas eletromagnéticas.

Velocidade da luz no meio


𝒄
Comprimento de onda 𝝀=
𝒗
Frequência

 A radiação térmica é apenas um dos tipos da radiação eletromagnética. Apresenta comprimento de onda entre
0,1 e 100 μm.

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ESPECTRO DE RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA

RADIAÇÃO TÉRMICA

5
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

RESFRIAMENTO RADIANTE DE
UM SÓLIDO AQUECIDO:
FENÔMENO SUPERFICIAL

EMISSÃO VOLUMÉTRICA

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FLUXOS TÉRMICOS RADIANTES
 IRRADIAÇÃO (G): Taxa de energia radiante incidente sobre o corpo segundo todas as direções por unidade de área
sujeita a essa energia incidente (W/m²)

 TRANSMISSÃO: radiação atravessa o meio.

 ABSORÇÃO: radiação interage com o meio


causando um aumento da energia térmica interna do
meio.

 REFLEXÃO: radiação é redirecionada para fora da


superfície, sem efeito com o meio.

Refletividade: Absortividade: Transmissividade:


𝑮𝒓𝒆𝒇 𝑮𝒂𝒃𝒔 𝑮𝒕𝒓 𝝆+𝜶+𝝉= 𝟏
𝝆= 𝜶= 𝝉=
𝑮 𝑮 𝑮

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TIPOS DE SUPERFÍCIES

SEMITRANSPARENTE OPACO NEGRO


𝑮 𝑮 𝑮
𝑮𝒓𝒆𝒇 𝑮𝒓𝒆𝒇

𝑮𝒂𝒃𝒔 𝑮𝒂𝒃𝒔 𝑮𝒂𝒃𝒔

𝑮𝒕𝒓
𝛕=𝟎
𝛕=𝟎
𝛒=𝟎
𝝆+𝜶+𝝉=𝟏
𝝆+𝜶=𝟏
𝜶=𝟏

8
FLUXOS TÉRMICOS RADIANTES

 EMISSÃO (E): Taxa de emissão  RADIOSIDADE (J): Taxa total  FLUXO RADIANDE LÍQUIDO (𝒒"𝒓𝒂𝒅 ):
de radiação térmica por unidade de de transferência de calor por taxa líquida de radiação que deixa uma
área emissora (W/m²). unidade de área emissora (W/m²): superfície por unidade de área (W/m²):

𝑬 = 𝜺𝝈𝑻𝟒𝑺 𝑱 = 𝑬 + 𝑮𝒓𝒆𝒇 + 𝑮𝒕𝒓 𝒒"𝒓𝒂𝒅 = 𝑱 − 𝑮

𝑮𝒕𝒓 = 𝟎 → 𝑱 = 𝑬 + 𝑮𝒓𝒆𝒇 = 𝑬 + 𝝆𝑮

𝒒"𝒓𝒂𝒅 = 𝑬 + 𝝆𝑮 − 𝑮

𝝉=𝟎 → 𝝆+𝜶= 𝟏 → 𝝆 − 𝟏 = −𝜶

𝒒"𝒓𝒂𝒅 = 𝜺𝝈𝑻𝟒𝑺 − 𝜶𝑮

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CORPO NEGRO – SUPERFÍCIE IDEAL
 Absorve toda a radiação incidente, independentemente do comprimento de onda e da direção (não há
reflexão);
 Numa dada temperatura e comprimento de onda, nenhuma superfície pode emitir mais energia que um corpo
negro.
 Serve de padrão para medida da “eficiência” das superfícies reais.

Melhor aproximação de um corpo negro: cavidade cuja


superfície está a uma temperatura constante. Como energia é
absorvida a cada reflexão em seu interior, ela pode ser
considerada “totalmente” absorvida

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CORPO NEGRO – SUPERFÍCIE IDEAL

A energia emitida por um corpo negro para um dado comprimento de onda é dada pela Lei de Distribuição
Espectral de Planck:
𝜿: Constante de Boltzmann
𝟐𝝅𝒉𝒄²𝝀−𝟓
𝑬𝒏,𝝀 = 𝒉: Constante de Planck
𝒉𝒄
𝐞𝐱𝐩 −𝟏
𝜿𝝀𝑻 𝒄: Velocidade da luz no vácuo

Os agrupamentos de constantes são frequentemente denominados:

𝐶1 = 2𝜋ℎ𝑐 2 = 2π 6,625 ∙ 10−34 3 ∙ 108 2


= 3,746 ∙ 10−16 𝑊. 𝑚²
𝑪𝟏 𝝀−𝟓
𝑬𝒏,𝝀 =
ℎ𝑐 6,625 ∙ 10−34 3∙ 108 𝑪
𝐶2 = = = 1,4395 ∙ 10−2 𝑚. 𝐾 𝐞𝐱𝐩 𝟐 − 𝟏
𝜅 1,38066 ∙ 10−23 𝝀𝑻

11
CORPO NEGRO – SUPERFÍCIE IDEAL

Se a equação anterior for integrada para todos os comprimentos de onda, pode-se calcular o PODER EMISSIVO
TOTAL DE UM CORPO NEGRO:

∞ ∞
𝑪𝟏 𝝀−𝟓
𝑬𝒏 = න 𝑬𝒏,𝝀 𝒅𝝀 = න 𝒅𝝀
𝑪𝟐
𝟎 𝟎 𝐞𝐱𝐩 −𝟏
𝝀𝑻

𝑬𝒏 = 𝝈𝑻𝟒
(LEI DE STEFAN-BOLTZMAN)

𝑾
𝝈 = 𝟓, 𝟔𝟕 ∙ 𝟏𝟎−𝟖 (Constante de Stefan-Boltzman)
𝒎2 . 𝑲

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EMISSIVIDADE DE CORPOS REAIS

Obs: Nenhuma superfície pode emitir mais radiação do que um corpo negro (padrão) à mesma temperatura

 Emissividade Total (ε): razão entre o poder emissivo total


de uma superfície real (E) e o de um corpo negro (𝑬𝒏 ) à
mesma temperatura.

𝑬
𝜺=
𝑬𝒏

Daí que vem a equação para o cálculo da emissão de uma


superfície real:
𝑬 = 𝜺𝝈𝑻𝟒𝑺 (𝟎 < 𝜺 < 𝟏)

Obs: A emissividade depende da temperatura e da natureza e tipo do material da superfície.

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EMISSIVIDADE DE CORPOS REAIS

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EMISSIVIDADE DE CORPOS REAIS

EMISSIVIDADE MONOCROMÁTICA (𝜺𝝀 ): é a emissividade específica para um dado comprimento de onda,


visto que a uma mesma temperatura, uma superfície pode emitir diferentes fluxos de radiação.

𝑬𝝀 ∞
𝜺𝝀 = Como: 𝑬𝒏 = න 𝑬𝒏,𝝀 𝒅𝝀 = 𝝈𝑻𝟒
𝑬𝒏,𝝀 𝟎

Conseguimos mostrar que a relação entre a emissividade total e emissividade monocromática pode ser dada por:

∞ ∞
𝐸 ‫׬‬0 𝜀𝜆 𝐸𝑛,𝜆 𝑑𝜆 𝟏
𝜀= = ∞ 𝜺= 𝟒
න 𝜺𝝀 𝑬𝒏,𝝀 𝒅𝝀
𝐸𝑛 ‫׬‬0 𝐸𝑛,𝜆 𝑑𝜆 𝝈𝑻 𝟎

CORPOS CINZAS: a emissividade


independe do comprimento de onda
CASO ESPECIAL: 𝜺𝝀 = 𝒄𝒕𝒆 → 𝜺 = 𝜺𝝀
*outra propriedade de corpos cinzas: 𝜺 = 𝜶

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EMISSÃO DE UMA BANDA

Uma grandeza muito importante é a fração de energia emitida por um corpo negro até um dado comprimento
de onda:
𝑬𝒏,𝝀
𝑭(𝝀) ≡
𝑬𝒏

Integrando até o intervalo de comprimento de onda desejado, tem-se que:

𝝀 𝝀
‫𝒏𝑬 𝟎׬‬,𝝀 𝒅𝝀 ‫𝒏𝑬 𝟎׬‬,𝝀 𝒅𝝀
𝑭(𝟎→𝝀) = ∞ =
‫𝝀𝒅 𝒏𝑬 𝟎׬‬ 𝝈𝑻𝟒

Esta integral é normalmente tabelada como uma função do comprimento de onda e da temperatura:

𝑭(𝟎→𝝀) = 𝒇(𝝀𝑻)

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17
EMISSÃO DE UMA BANDA

Obs: A fração de energia radiante emitida pelo corpo negro entre os comprimentos de onda λ1 e λ2 é dado por:

𝝀𝟐 𝝀𝟏
𝑬𝒏,𝝀𝟏 𝝀𝟐 ‫𝒏𝑬 𝟎׬‬,𝝀 𝒅𝝀 − ‫𝒏𝑬 𝟎׬‬,𝝀 𝒅𝝀
𝑭(𝝀𝟏 →𝝀𝟐 ) = =
𝑬𝒏 𝝈𝑻𝟒

Pela definição da fração de energia emitida pelo corpo negro tem-se que:

𝑭(𝝀𝟏 →𝝀𝟐 ) = 𝑭 𝟎 → 𝝀𝟐 − 𝑭(𝟎 → 𝝀𝟏 )

Desta forma, o fluxo de energia radiante emitida pelo corpo negro no intervalo de comprimento de ondas λ1 e
λ2 , pode ser dado por

𝑬𝒏,𝝀𝟏 𝝀𝟐 = 𝑬𝒏 𝑭 𝟎 → 𝝀𝟐 − 𝑭(𝟎 → 𝝀𝟏 )

18
LEI DO DESLOCAMENTO DE WEIN

 Numa dada temperatura, é possível determinar pela Distribuição


de Planck qual é o comprimento de onda em que a energia
emitida por um corpo negro é máxima.

𝝀𝒎𝒂𝒙 𝑻 = 𝟐𝟖𝟗𝟖

 O aumento de temperatura faz com que o comprimento de onda


diminua no ponto de máxima emissão.

 Quanto maior a temperatura, mais brilhante parecerá o corpo;

 Com o aumento da temperatura, o corpo começa a emitir


radiação na faixa do visível, primeiramente na cor vermelha
(menor comprimento de onda), podendo chegar até a cor
violeta (maior comprimento de onda);

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LEI DO DESLOCAMENTO DE WEIN

 O sol comporta-se como um corpo negro (ideal) com emissão


máxima no comprimento de onda de 0,5 μm.

 Pela Lei de Deslocamento de Wein pode-se calcular a


temperatura da superfície do sol e o fluxo de energia que deixa
a superfície (Lei de Stefan-Boltzmann):

𝟐𝟖𝟗𝟖
𝝀𝒎𝒂𝒙 𝑻 = 𝟐𝟖𝟗𝟖 → 𝑻 = ≅ 𝟓𝟕𝟗𝟖 𝑲
𝟎, 𝟓

𝑬𝒏 = 𝝈𝑻𝟒 = 𝟓, 𝟔𝟕 ∙ 𝟏𝟎−𝟖 ∙ 𝟓𝟕𝟗𝟖𝟒

𝑾
𝑬𝒏 = 𝟔, 𝟒 ∙ 𝟏𝟎𝟕
𝒎2

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EXEMPLO 1

Seja uma placa horizontal opaca isolada termicamente no lado de baixo. A irradiação sobre a placa é igual a
2500 W/m², dos quais 500 W/m² são refletidos. A placa está a 227°C e tem um poder emissivo de 1200 W/m².
Ar, a 127°C, escoa sobre a placa com um coeficiente de transferência de calor convectivo igual a 15 W/m².K.
Determine a emissividade, a absorvidade e a radiosidade da placa. Qual é a taxa de transferência de calor líquida
por unidade de área?

𝜺 =? 𝜶 =? 𝑱 =? 𝒒" =?

21
 Cálculo da emissividade:

𝑬 𝑬𝒏 = 𝝈𝑻𝟒𝑺
𝜺= 𝑬 = 𝟏𝟐𝟎𝟎 𝐖/𝐦²
𝑬𝒏

𝟏𝟐𝟎𝟎
𝜺= = 𝟎, 𝟑𝟒
𝟓, 𝟔𝟕 ∙ 𝟏𝟎−𝟖 ∙ 𝟐𝟐𝟕 + 𝟐𝟕𝟑, 𝟏𝟓 𝟒

 Cálculo da absorvidade:

𝑮𝒂𝒃𝒔
𝜶= 𝑮 = 𝑮𝒂𝒃𝒔 + 𝑮𝒓𝒆𝒇 + 𝑮𝒕𝒓 𝑮 = 𝟐𝟓𝟎𝟎 𝑾/𝒎² 𝑮𝒓𝒆𝒇 = 𝟓𝟎𝟎 𝑾/𝒎²
𝑮
Superfície opaca

𝟐𝟓𝟎𝟎 − 𝟓𝟎𝟎
𝜶= = 𝟎, 𝟖
𝟐𝟓𝟎𝟎

22
 Cálculo da Radiosidade:

 RADIOSIDADE (J): Taxa total de transferência de calor por unidade de área emissora (W/m²). Corresponde a soma
entre as taxas emissivas e refletidas.

𝑱 = 𝑬 + 𝑮𝒓𝒆𝒇 = 𝟏𝟐𝟎𝟎 + 𝟓𝟎𝟎 = 𝟏𝟕𝟎𝟎 𝑾/𝒎²

 Cálculo da taxa de transferência de calor líquida por unidade de área:

Balanço de Energia na superfície da placa:

𝑞"𝑙𝑖𝑞 = 𝐸𝑒𝑛𝑡 − 𝐸𝑠𝑎𝑖 = 𝐺 − 𝐺𝑟𝑒𝑓 − 𝐸 − 𝑞"𝑐𝑜𝑛𝑣


𝑞"𝑐𝑜𝑛𝑣 = ℎ 𝑇𝑠 − 𝑇∞

𝒒"𝒍𝒊𝒒 = 𝟐𝟓𝟎𝟎 − 𝟓𝟎𝟎 − 𝟏𝟐𝟎𝟎 − 𝟏𝟓 𝟐𝟐𝟕 − 𝟏𝟐𝟕 = 𝟔𝟓𝟎 𝑾/𝒎²

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EXEMPLO 2

Uma placa horizontal semitransparente é irradiada uniformemente em cima e embaixo, enquanto ar a 310K
escoa sobre as superfícies superior e inferior, fornecendo um coeficiente de transferência de calor convectivo
uniforme de 50 W/m²K. A absorvidade da placa em relação à radiação é de 0,4. Sob condições de regime
estacionário, medidas feitas com um detector de radiação acima da superfície superior indicam uma radiosidade
de 5500 W/m², enquanto a placa está a uma temperatura uniforme de 360K. Determine a irradiação e a
emissividade da placa. A placa é cinza para as condições especificadas?

𝑮 =?

𝜺 =?

𝒄𝒊𝒏𝒛𝒂: 𝜺 = 𝜶 ?

24
 Cálculo da Irradiação:

Regime estacionário: 𝐸𝑒𝑛𝑡 = 𝐸𝑠𝑎𝑖

2𝐺 = 2𝐽 + 2𝑞"𝑐𝑜𝑣

𝑊
𝐺 = 5500 + 50 360 − 310 = 8000
𝑚²

25
 Cálculo da emissividade:

𝑬
𝜺= 𝑬𝒏 = 𝝈𝑻𝟒𝑺 𝑬 =?
𝑬𝒏

Superfície semitransparente: 𝑱 = 𝑬 + 𝑮𝒓𝒆𝒇 + 𝑮𝒕𝒓

𝑬 = 𝑱 − 𝝆𝑮 − 𝝉𝑮 = 𝑱 − 𝝆 + 𝝉 𝑮 Como: 𝝆 + 𝜶 + 𝝉 = 𝟏 → 𝝆+𝝉=𝟏−𝜶

𝑬 = 𝑱 − 𝟏 − 𝜶 𝑮 = 𝟓𝟓𝟎𝟎 − 𝟏 − 𝟎, 𝟒 ∙ 𝟖𝟎𝟎𝟎 = 𝟕𝟎𝟎 𝐖/𝐦²

𝟕𝟎𝟎
𝜺= = 𝟎, 𝟕𝟒
𝟓, 𝟔𝟕 ∙ 𝟏𝟎−𝟖 ∙ 𝟑𝟔𝟎 𝟒

 𝒏ã𝒐 é 𝒄𝒊𝒏𝒛𝒂: 𝜺 ≠ 𝜶

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