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e Inclusiva
Professora Mestre Ana Paula Francisca dos Santos
Diretor Geral
Gilmar de Oliveira
Diretor Administrativo
Eduardo Santini
UNIFATECIE Unidade 3
Web Designer Rua Pernambuco, 1.169,
Thiago Azenha Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102,
Saída para Nova Londrina
FICHA CATALOGRÁFICA Paranavaí-PR
FACULDADE DE TECNOLOGIA E (44) 3045 9898
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ.
Núcleo de Educação a Distância;
SANTOS, Ana Paula Francisca dos. www.fatecie.edu.br
Educação Especial e Inclusiva.
Ana. Paula Francisca dos Santos
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 96 p.
As imagens utilizadas neste
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária livro foram obtidas a partir
Zineide Pereira dos Santos. do site ShutterStock
AUTORA
INFORMAÇÕES RELEVANTES:
• Pedagogia
• Mestre em Gestão do Conhecimento
• Unicesumar
• http://lattes.cnpq.br/6336539019012543
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá, caro (s) aluno (s), seja bem-vindo (a) à disciplina de Educação Especial e
Inclusiva! Neste momento você inicia mais uma etapa em seus estudos, que tem como
objetivo enriquecer seu aprendizado. No entanto, o tema abordado ao longo deste estudo
refere-se a um tema muito relevante e significativo para sua prática docente e para as
relações cotidianas estabelecidas no diálogo com o campo da Educação Especial.
A Educação Especial e Inclusiva, pode ser compreendida como uma modalidade de
ensino que visa a promoção da cidadania, o qual tem como finalidade promover a igualdade
e a valorização das diferenças para pessoas com deficiência.
Frente a isto, iremos abordar na Unidade I os aspectos que norteiam o cenário da
Educação Especial e Inclusiva, desde seu primórdio na Idade Antiga, até os dias atuais,
pois tal processo histórico nos leva a refletir sobre as necessidades das pessoas com
deficiência, com relação a sua inclusão no contexto escolar de ensino regular, assim com
sua inserção em meio ao âmbito social.
Na Unidade II, iremos abordar questões relacionadas a características, causas
e prevenção da deficiência física, intelectual e sensorial. No entanto nosso enfoque
será direcionado às ações pedagógicas que podem ser realizadas para desenvolver a
aprendizagem de uma criança com deficiência, seja ela física, intelectual e sensorial.
Na Unidade III, será abordado os aspectos pedagógicos que norteiam a Educação
Especial e Inclusiva, para que assim seja possível compreender a Educação Especial e
Inclusiva, não somente como um desafio que depende de todos os envolvidos no processo
de aprendizagem, mas com uma ação coletiva que depende da vontade e capacitações,
dos professores, gestores e da comunidade para cumprir seu objetivo principal que é a
inclusão de pessoas com deficiências em âmbitos de ensino regular.
Por fim, na nossa Unidade IV, iremos finalizar nossos estudos abordando a
importância da equipe multidisciplinar no contexto da educação de pessoas com deficiência,
assim como as contribuições da escola para a construção de uma comunidade inclusiva e a
relação entre a educação inclusiva e a cidadania de pessoas com deficiência.
Aproveito então, para convidá-los para adentrar a mais esta etapa que te promoverá
a aquisição de um conhecimento significativo para a efetivação de sua carreira profissional.
Bom estudo
SUMÁRIO
UNIDADE I....................................................................................................... 6
Educação Especial: Aspectos Históricos, Políticos e Legais
UNIDADE II.................................................................................................... 32
Conceitos de Igualdade, Diferença, Diversidade e Multiplicidade
UNIDADE III................................................................................................... 53
Inclusão e Educação I
UNIDADE IV................................................................................................... 74
Educação Inclusiva II
UNIDADE I
Educação Especial: Aspectos Históricos,
Políticos e Legais
Professora Mestre: Ana Paula Francisca dos Santos
Plano de Estudo:
• Introdução ao estudo da Educação Especial.
• Conceito e histórico da Educação Especial.
• Políticas e diretrizes, tendências e desafios da Educação Especial e da educação
inclusiva.
Objetivos da Aprendizagem
• Conhecer sobre os aspectos que regem a história de Educação Especial.
• Conhecer os conceitos que norteiam a Educação Especial.
• Compreender a importância das políticas e diretrizes da Educação Especial e
Inclusiva.
6
INTRODUÇÃO
Olá caro (s) aluno (s), seja bem-vindo (s) a primeira unidade do nosso estudo. Você
tem ou conhece alguém que tenha algum tipo de deficiência? Tenho certeza que você, caro
(s) aluno (s), já presenciou inúmeras vezes pessoas com deficiência transitando em nosso
meio, mas você já parou para pensar como era no passado, lá na Idade Antiga, no início da
nossa história como cidadão?
É, muitas vezes nos deparamos com situações que nos fazem refletir sobre
determinados aspectos que nos rodeiam. Na história da Educação Especial, não é diferente,
uma vez que, para que fosse possível a educação de pessoas com deficiência, muitos
paradigmas tiveram que ser quebrados.
Portanto, podemos dizer que a história da Educação Especial foi influenciada por
inúmeros fatores, fatores estes, abordados na Unidade I deste livro. Assim poderemos
juntos, conhecer um pouco sobre o início da Educação Especial, a qual se inicia na Idade
Antiga e se estende até os dias atuais.
Sendo assim, caro (s) aluno (s), convido você (s) para fazer uma viagem de volta
ao passado e conhecer o princípio desta história. Vamos lá?
Bons estudos!
A Educação Especial e Inclusiva nada mais é que uma modalidade do ensino que
realiza um atendimento especializado a pessoas com deficiência (PcD), o qual tem o objetivo
de assegurar a inclusão dos alunos com deficiência e seu direito a educação. Portanto, antes
de adentramos as particularidades da introdução ao estudo da Educação Especial, será
necessário conhecermos as primícias que regeram o atual contexto da Educação Especial.
Sendo assim, caro (s) aluno (s), para iniciarmos nosso estudo, retornaremos aos países
do ocidente no período da Idade Antiga, onde a política que predominava na sociedade
amparava a exclusão das pessoas deficientes do meio social. Neste período, alguns povos
dos países europeus como os que viviam na Esparta na Antiga Grécia também costumavam
abandonar ou atirar as crianças que nasciam com algum tipo de deficiência em penhascos
ou em rios profundos.
Entre os povos egípcios, as crianças eram mortas com marteladas na cabeça e
enterradas em urnas sarcófagas para que sua alma se purificasse e a criança retornasse
na próxima vida de forma normal, com beleza e inteligência (ANDRADE, 2008). Segundo
Andrade (2008) na Idade Antiga, o preconceito predominava na sociedade e por este
motivo, não era aceitável que pessoas com deficiência convivessem em meios sociais.
Assim, qualquer pessoa que nascesse com deficiência era morta.
SAIBA MAIS
Os Pioneiros, Entusiastas da Educação Nova
Para saber mais sobre o Manifesto dos Pioneiro, assista o vídeo disponível no link
abaixo. O documento foi redigido por 26 educadores intelectuais, em 1932, e intitulado
como: A reconstrução educacional no Brasil: ao povo e ao governo. Este documento
oferece novas ideias educacionais, que visam reestruturar as políticas educacionais.
REFLITA
Educar é viajar no mundo do outro, sem nunca penetrar nele. É usar o que passamos
para transformar no que somos.
Augusto Cury
Assim como vimos anteriormente, caro (s) aluno (s), a Educação Especial visa
inserir e educar pessoas com deficiência física, mental e sensorial para contexto social.
No entanto, os primeiros conceitos apresentados na história da Educação Especial,
associava a imagem do sujeito com qualquer tipo de deficiência, a aspectos religiosos de
culpa e pecado. Na sequência, a imagem do sujeito com deficiência mental e intelectual
foi associada a aspectos comportamentais presentes na sociedade da época. E assim, por
vários séculos a sociedade excluiu a população com deficiência, que não se enquadrava
dentro dos padrões denominados como normais, por preceitos religiosos e por falta de
conhecimento suficiente para lidar com tais diversidades.
Com o passar dos anos e a evolução da sociedade, pessoas com deficiência
foram associadas a diversas terminologias como a de pessoas incapacitadas, inválidas,
minorados, impedidos, descapacitados, excepcionais, entre outras centenas de termos
relacionados ao tipo de deficiência de cada sujeito. Isto é, segundo Andrade (2008) para
cada deficiência utilizava-se uma terminologia, porém no contexto social, o vocabulário
usado apresentava terminologias consideradas ofensivas aos deficientes, tais como “débil
mental”, “idiota”, “retardado mental”, “excepcional”, “incapaz mentalmente”, “maluco”,
“louco”, “dementes”, “estúpidos”, “imbecis” ou “alienados” eram associadas aos deficientes
mentais, já quanto os deficientes físicos e sensoriais Mendes (2011) apresenta termos com
“aleijados”, “enjeitados”, “mancos”, “cegos”, “surdos-mudos”, “loucos”.
Partindo dos conceitos que norteiam a Educação Especial no início de sua trajetória,
é possível notar, caro (s) aluno (s,) que houve mudanças drásticas sobre as concepções
que fundamentavam a inclusão de pessoas com deficiências no contexto educacional.
Assim, nosso próximo tópico terá como foco de abordagem as políticas e diretrizes assim
como as tendências e desafios que regem a Educação Especial e a Educação Inclusiva.
Fonte: Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência da ONU. 2020.
Antes de iniciarmos este tópico caro (s) aluno (s), é bom relembrarmos que a
história da Educação Especial é marcada por um processo de transformações históricas e
políticas, resultado de um movimento que luta pela educação de pessoas com deficiência,
assim como seus direitos como cidadão. Neste período de luta, muitas conquistas
foram alcançadas, porém, por muito tempo a Educação Especial era vista em caráter de
segregação e integração, o qual o atendimento educacional especializado era ofertado em
espaços separados das classes de ensino regular.
No entanto, esse atendimento especializado passou a ser ofertado somente após
a criação da Lei 4.024 de Diretrizes e Bases de 1961, a qual visa garantir a educação
de pessoas com deficiência ou como eram denominadas a “educação de excepcionais”.
Segundo Andrade (2008), a criação desta lei foi apontada com o marco que deu início às
ações públicas voltadas a atender a educação especial em nível federal.
Por outro lado, esta lei deu início a uma série de debates sobre as concepções
que regem a oferta da Educação Especial, a qual deve ser reestruturada para atender as
necessidades da atual sociedade, pois como já foi dito, caro (s) aluno (s), desde o início da
oferta da Educação Especial, a proposta de inclusão não vem ocorrendo de forma direta.
Dessa forma você poderá acompanhar no quadro 2 as mudanças e alterações ocorridas
desde o início da primeira lei que rege a Educação Especial, sobre a perspectiva de
integração de 1961 até o novo modelo que visa a perspectiva de inclusão em 2008.
Partindo do que foi abordado neste tópico, caro (s) aluno (s), considera que mesmo
diante dos avanços, a Educação Especial ainda necessita de reajustes para se adaptar à
nova perspectiva inclusiva. No entanto, é possível dizer que a inclusão de pessoas com
deficiência no âmbito educacional de escolas em nível regular, depende muito da aceitação
da sociedade, para que não volte a ser vista em caráter integrativo.
Considerando o que estudamos nesta unidade, chamo sua atenção, caro (s) aluno (s),
para refletir sobre quais as ações que você como futuro docente pode promover dentro
do contexto da sala de aula para contribuir para inclusão do aluno com deficiência, seja
ela física, mental ou sensorial, sem que promova a exclusão de forma indireta.
Fonte: MANTOAN, M. T. E. (org.). O desafio das diferenças nas escolas. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
Disponível em: http://www.lite.fe.unicamp.br/cursos/nt/ta1.3.htm. Acesso em: 29 de mar de 2020
LIVRO
Título: Educação Inclusiva: um desafio para o século XXI
Autor: Irene Elias Rodrigues
Editora: Paco Editorial
Sinopse: A obra Educação Inclusiva: um desafio para o século XXI
nos traz a oportunidade de conhecer a real situação do processo de
inclusão nos diferentes espaços e níveis de ensino. Uma coletânea
com diferentes profissionais que atuam na área da inclusão e
apontam caminhos diversos e viáveis para que possamos superar
os desafios e alcançar os objetivos previstos estabelecidos pela
política de inclusão, que vem sendo implantada desde os anos 90
nas escolas estaduais e municipais, mas ainda não conseguiu se
solidificar e eliminar a discriminação. Organizada por Irene Elias
Rodrigues os textos percorrem um caminho rico de informações
subsidiadas em pesquisas e experimentações cujo objetivo principal
é contribuir para a efetivação de uma educação de oportunidades
iguais para todos. O leitor encontrará conhecimentos teóricos e
ações práticas que lhe possibilitará uma visão atual e crítica do
processo de inclusão em nosso país.
FILME/VÍDEO
Título: Vermelho Como o Céu
Ano: 2006
Sinopse: O filme se passa na década de 1970. Mirco, é um menino
que vive na Toscana e tem 0 anos, ele é apaixonado por cinema.
Entretanto, após um acidente perde a visão. Rejeitado pela escola
pública, que não o considera uma criança normal, é enviado para
um instituto que atende deficientes visuais. Lá descobre um velho
gravador, com o qual passa a criar histórias sonoras.
Link do vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=8_SmUQ6dO_0
Plano de Estudo:
• Áreas da Educação Especial: Conceituação, características, causas, prevenção e ação
pedagógica em relação às seguintes necessidades especiais:
• Deficiência: enfoque biológico e social;
• Aspectos etiológicos, funcionais e sociais dos transtornos Globais do Desenvolvimento
e das deficiências físicas, intelectuais, sensoriais;
• Altas habilidades e superdotação;
• Condutas típicas.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar as características, causas, prevenção e ação pedagógica em relação às
necessidades especiais;
• Conhecer os tipos de deficiência físicas, intelectuais e sensoriais;
• Estabelecer a importância do professor no desenvolvimento da criança com
deficiência.
32
INTRODUÇÃO
Olá caro (s) aluno (s), seja bem-vindo (s) a segunda unidade. Nesta unidade,
abordaremos questões relacionadas a características, causas e prevenções da deficiência
física, intelectual e sensorial. No entanto nosso enfoque será direcionado às ações
pedagógicas que podem ser realizadas para desenvolver a aprendizagem de uma criança
com deficiência, seja ela física, intelectual e sensorial.
Neste sentido, podem ser considerados deficientes pessoas que apresente a
“perda ou anomalia de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que
gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal
para o ser humano” (Decreto 3.298/99).
Dessa forma, iniciaremos nossa discussão conhecendo os aspectos biológicos e
sociais que influenciam na deficiência física, intelectual e sensorial. Iremos conhecer também
a etiologia destas deficiências, assim como a características e os conceitos que rodeiam
a área das altas habilidades/superdotação e os distúrbios comportamentais denominados
como condutas típicas.
Sendo assim, caro (s) aluno (s), desejo a todos uma excelente leitura. Vamos
começar?
Bons estudos!
Você certamente já se deparou com uma pessoa com deficiência ao longo de sua
vida, seja pessoalmente ou por meio da mídia.
Imagem 1: Mas, afinal, o que é deficiência?
Autodidata e com ouvido absoluto, Daniel, de 7 anos, precisava escutar uma música
de Sandy e Junior apenas duas ou três vezes para reproduzi-la no piano. Foi assim com
as 178 canções lançadas pela dupla. O resultado foi exibido no Instagram. Cego e au-
tista, é em desafios como esse que o garoto se distrai e treina seu dom musical. A ideia
partiu de Hedrienny dos Santos, mãe do jovem talento.
Ao ler esta história, o que lhe pareceu estranho ou adverso?
Talvez que ele toque música clássica no teclado. Perceba, a cegueira é constitutiva da
identidade de Pedro, mas ela é só uma característica dentre várias outras. Ao se reduzir
Pedro a ela não se estará falando de Pedro, pois ele é muito mais que sua deficiência.
Fonte: Pianista cego e autista de 7 anos grava todas as músicas de Sandy e Junior e sonha conhecer a dupla.
Disponível em: https://www.instagram.com/tv/BzNciALl14c/?utm_source=ig_embed. Acesso em: 29 de
mar de 2020.
EXEMPLO: um aluno com paralisia cerebral, a deficiência primária seria a lesão no sistema nervoso
central e a deficiência secundária seria a consequência dessa lesão para o sujeito inserido em uma sociedade
com pessoas ditas “normais”. Desta forma, criam-se barreiras físicas, atitudinais e outras, pela falta de
acessibilidade. Isto gera preconceitos, dificuldades na educação, desemprego, falta de acesso aos espaços
Etiologia é a “ciência das causas”, ou seja, a etiologia é o estudo dos fatores que
influenciam a causa de deficiências e fenômenos. No entanto, esta ciência refere-se a união
da biologia, a criminologia, a psicologia, a medicina e várias outras ciências, na busca de
identificar as causas que deram origem a inúmeras deficiências. Dessa forma, seu conceito
abrange diversas áreas do conhecimento, que tem como objetivo identificar os fatores que
causam um determinado fenômeno ou deficiência (SILVA, 2010).
Ao que tange os fatores das deficiências intelectual, a etiologia explica que, a
identificação dos fatores influentes no desenvolvimento da deficiência permite sua prevenção
É válido ressaltar, que a deficiência intelectual não é uma doença, então quando
falamos destes aspectos etiológicos da deficiência intelectual, nos referirmos a causas da
redução da capacidade intelectual do sujeito, visto que a deficiência intelectual consiste em
Tetraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores e superiores.
Tetraparesia Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e superiores.
Hemiplegia Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo)
Hemiparesia Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo)
Paralisia Cerebral Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo como consequência altera-
ções psicomotoras, podendo ou não causar deficiência intelectual.
Ostomia Intervenção cirúrgica que cria um ostoma (abertura, ostio) na parede abdominal para adap-
tação de bolsa de coleta; processo cirúrgico que visa à construção de um caminho alterna-
tivo e novo na eliminação de fezes e urina para o exterior do corpo humano (colostomia)
Então, caro (s) aluno (s), a deficiência física também pode ser caracterizada como
a perda total ou parcial da capacidade motora. São diversas as causas da deficiência física,
no entanto, elas podem estar ligadas a problemas na gestão, acidentes e doenças infantis.
Assim, como você pode acompanhar no quadro 5, os fatores das causas da deficiência
física são classificados em 3 categorias:
SAIBA MAIS
Brasil teve 26 mil casos de pólio de 68 a 89, e não registra casos há 30 anos; entenda
O Ministério da Saude emitiu alerta no dia 3 de julho de 2018 para a baixa vacinação
contra a paralisia infantil: 312 cidades não vacinaram nem metade das crianças meno-
res de 1 ano em 2017. Embora não haja casos atuais de poliomielite, a preocupação do
ministério se justifica por ao menos três motivos: a circulação do vírus em 23 países nos
últimos 3 anos; o surgimento de um caso da doença na Venezuela em junho; o efeito
devastador da doença no país antes de sua eliminação, graças à vacina.
Em razão do que foi abordado até aqui, caro (s) aluno (s), que a deficiência física
pode ser entendida como uma impossibilidade que limite o sujeito a se deslocar ou realizar
Observe caro (s) aluno (s), que em ambos os casos a deficiência pode ocorrer de
forma total ou parcial. No entanto, a perda da visão pode ocorrer em três níveis, sendo elas:
leve, moderada e profunda, e a perda da audição: somente leve e severo.
SAIBA MAIS
ENTENDA MAIS SOBRES AS DEFICIÊNCIAS SENSORIAIS
Tratar da situação da pessoa com deficiência sensorial, amena, plena ou em formação.
a deficiência sensorial se caracteriza pelo não-funcionamento (total ou parcial) de algum
dos cinco sentidos. Classicamente, a surdez e a cegueira são consideradas deficiências
sensoriais, mas déficits relacionados ao tato, olfato ou paladar também podem ser en-
quadrados em tal categoria.
A escola não é mais a mesma, aquele espaço homogeneizado, em que se via e/ou
atendia apenas crianças tidas como normais. Com o crescimento do discurso da inclusão
e diversidade, cada vez mais se vê surgir na sociedade uma nova escola, mais aberta,
diversa e integral, tornando o espaço escolar mais colorido e rico em aprendizagem. A
entrada das crianças com necessidades educativas especiais na escola, verdadeiramente
representou um marco social, fruto de uma enorme conquista histórica, como se verá
adiante, todavia ainda há muito há fazer para a construção de uma escola efetivamente
inclusiva e comprometida com a diversidade. Assim, as reflexões a respeito de como fugir
e/ou contribuir para uma prática não segregacionista e preconceituosa, que costumam fazer
parte dos espaços educacionais, constitui imperativo no presente, tanto para profissionais
ligados a educação como à agentes de pesquisas de cunho teóricas sobre esse setor
da educação. Deste modo, o presente trabalho aborda o tema da diversidade e inclusão
escolar, assim como as questões ligadas ao currículo e formação de professores para o
exercício dessa prática inclusiva e aberta a diversidade. Temas bastantes relevantes na
atualidade, já que o tempo presente reclama pela construção cada vez mais de escolas
inclusivas e abertas a diversidade. O trabalho está dividido em três tópicos. No primeiro
são discutidas questões conceituais em relação à diversidade e inclusão. No segundo é
abordada a temática do currículo e sua contribuição para a construção de uma escola e
prática docente diversa e inclusiva. Por fim, o terceiro, é voltado para o debate da temática
da formação do professor e sua prática para uma ação inclusiva de respeito à diversidade.
Feita essas considerações, passemos a discussões dos assuntos nos tópicos destacados.
Continue lendo:
Fonte: BORGES, A et al. Reflexões sobre a inclusão, a diversidade, o currículo e a formação de professores.
In: CONGRESSO ACADÊMICO-CIENTÍFICO DA UEG PORANGATU, 3., 2013, Porangatu. Anai. Porangatu:
UEG, 2013. Disponível em: http://www.uel.br/eventos/congressomultidisciplinar/pages/arquivos/anais/2013/
AT01- 2013/AT01-040.pdf. Acesso em: 29 mar. 2019.
LIVRO
Título: Do outro lado do sol
Autor: Kátia Yuriko Ito
Editora: Nome da Rosa
Sinopse: Este livro conta a história de Kátia Ito que, aos 19 anos,
em 1983, sem qualquer sinal ou premonição, foi vítima de um
angioma cerebral que danificou seriamente o lado esquerdo do
cérebro. Em pleno auge de sua juventude, cursando Medicina,
vivendo intensamente seus sonhos, projetos e amores, Kátia teve
seu futuro promissor interrompido por um ‘acidente’ tão rápido
quanto inexplicável. Passou a viver como um vegetal, totalmente
dependente da ajuda das pessoas à sua volta. Apaixonada pela
vida, Kátia buscou alternativas, terapias, saídas, e, os poucos, a
sensação aterrorizante de vazio foi sendo preenchida pela vontade
de conquistar novamente uma existência digna. Esta é mais que
uma história fascinante, de determinação e de força. É uma lição
de vida, a lição de uma mulher que conheceu o outro lado do sol e,
da penumbra, expandiu sua própria luz.
FILME/VÍDEO
Título: Little Man Tate (Mentes que brilham)
Ano: 1991
Sinopse: Quando Fred tinha um ano de idade ele já sabia ler.
Quando tinha quatro anos já sabia escrever poesia. Hoje, aos sete
anos, ele pinta quadros e resolve problemas de matemática como
um mestre. Isolado por sua incrível inteligência e sensibilidade,
Fred (O perfeito Adam Hann-Byrd) está dividido entre os dois
mundos que o rodeiam. O mundo descomplicado e emocional de
sua dedicada mãe, Dede (a duas vezes vencedora do Oscar, Jodie
Foster). E o mundo intelectual e intenso da professora e ex-menina
prodígio, Jane (a vencedora do Oscar, Diane Wiest). Confuso
mas determinado, Fred tenta de todos os modos fazer amigos e
encontrar um lugar para si mesmo entre sua mãe e sua mentora.
Dirigido com talento por Jodie Foster e também estrelando Harry
Connick, Jr., “Mentes Que Brilham” é a história emocionante e
maravilhosa de um herói muito especial, lutando para descobrir
qual o lugar a que pertence.
Plano de Estudo:
• Aspectos pedagógicos da educação inclusiva.
• A prática da educação inclusiva na escola e outros espaços educativos: princípios,
currículo, metodologia e avaliação.
• A participação da família e escola.
• Sexualidade.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender o papel da Educação Especial Inclusiva.
• Conhecer e refletir sobre a importância da inclusão em todos os âmbitos da educação.
• Conhecer papel da família frente a sociedade e a escola.
53
INTRODUÇÃO
Olá, caro (s) aluno (s), sejam bem-vindo (s) a nossa terceira unidade. Nesta
unidade iremos iniciar nossa discussão mediante a abordagem dos aspectos pedagógicos
que norteiam a Educação Inclusiva. E com isto, será possível compreender a Educação
Especial não somente como um desafio que depende de todos os envolvidos no processo
de aprendizagem, mas com uma ação coletiva que depende da vontade e capacitações dos
professores, gestores e da comunidade para cumprir seu objetivo principal que é a inclusão
de pessoas com deficiências, em âmbitos regulares.
Nesse sentido, é válido ressaltar, caro (s) aluno (s), que a educação inclusiva
significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar, levando em consideração
as condições de cada aluno. Uma vez que com a inclusão das diferenças não são vistas
como problemas, mas sim como diversidades. Assim, a ideia é ampliar a visão de mundo e
desenvolver oportunidades de vivências a todas as crianças.
O nosso estudo, dará ênfase às práticas educativas que contemplam o currículo,
as metodologias e a avaliação de pessoas com deficiência, além da participação da família
no contexto escolar, assim como a Educação Sexual de pessoas com deficiência. Tendo
estes como pontos principais de nosso estudo, a escola é considerada como o espaço mais
propício para promover a inclusão de pessoas com deficiências, pois apresenta o melhor
ambiente para possibilitar a inclusão de forma integral, uma vez que sua função consiste
em formar para a cidadania.
Bons estudos!
Observe, caro (s) aluno (s), que os artigos 58 e 59 da LDBEN, podem ser contraditórios
a algumas das legislações já abordadas ao longo de nosso estudo. Dessa forma, Fávero
(2007) salienta que a Educação Especial sempre foi entendida como capaz de substituir o
espaço de ensino regular, pela permanência contínua em espaços específicos direcionados
somente a atender crianças com deficiência.
Neste sentido, ao olharmos Educação Especial sobre a concepção da educação
inclusiva, a escola é entendida como um espaço de todos, onde o aluno constrói o
conhecimento de acordo com suas capacidades, tem liberdade para expressar suas ideias,
participar das tarefas de ensino e se desenvolver como sujeito que faz parte de uma
sociedade. A educação inclusiva não delimita o desenvolvimento do aluno de acordo com
sua deficiência, ou dos padrões definidos pelo meio social, pois todos são iguais e possuem
suas diferenças (CARVALHO, 2011).
A adoção desta prática inclusiva ainda se encontra em andamento, pois para que
ocorra a adesão dessas novas práticas, é necessário grandes mudanças, visto que não
envolve somente a escola e a sala de aula, mais sim, a sociedade em geral. Isto é, para que
a escola possa se concretizar este novo conceito, assim como a redefinição e a aplicação
de alternativas e práticas pedagógicas e educacionais compatíveis com a inclusão, é
necessário conscientizar a sociedade desta nova concepção.
Assim, a escola deve contar com uma estrutura arquitetônica e uma equipe
pedagógica preparada a fim de contemplar os objetivos da educação inclusiva.
O currículo pode ser compreendido como um espaço privilegiado de política de
identidade, onde se define não apenas a forma que o mundo deve ter, mas também a forma
como as pessoas e os grupos devem ser. Essa teoria que envolve o currículo refere-se
a prática de uma realidade prévia muito bem estabelecida, a qual se encobrem muitas
crenças e valores, por meio de um comportamento didáticos, políticos, administrativos,
econômicos (MINETTO, 2012).
Com isto, a escola precisa promover estratégias para o acesso ao currículo, métodos
diversificados e ações pedagógicas efetivas, considerando as diferenças entre os sujeitos e
as especificidades que essas diferenças impõem, enfatizando a premissa de que todos os
É válido ressaltar, caro (s) aluno (s), que a escola inclusiva é responsável
por oportunizar a apropriação do conhecimento escolar atendendo de modo geral as
especificidades de cada aluno, e por isso é importante enfatizamos o valor da adoção de
adaptação curricular para que os alunos com necessidades educacionais especiais tenham
as mesmas condições e oportunidades para se desenvolver e aprender.
REFLITA
A flexibilidade é outro fator que contribui para a remoção das barreiras da aprendiza-
gem. Traduz-se pela capacidade do professor de modificar planos e atividades à medida
que as reações dos alunos vão oferecendo pistas”.
(CARVALHO, 2011, p.67).
Para atender aos alunos com deficiência sensorial, a escola pode promover ações
que facilitam sua comunicação e sua locomoção dentro do âmbito escolar.
Imagem 2: Adaptações de acessibilidade para deficiente físico.
Dessa forma, caro (s) aluno (s), a Educação Inclusiva, sob a ótica curricular,
reconhece que o aluno com necessidades especiais faz parte da classe regular, e deve
aprender as mesmas coisas que os alunos que não apresentam nenhum tipo de deficiência
(FARIAS; LOPES, 2015). Portanto, precisamos nos concentrar em pequenas modificações
que o professor venha a fazer em termos de métodos e conteúdos, visando assim, uma
reformulação na organização do projeto político pedagógico de cada escola e do sistema
escolar, sem deixar de considerar as adaptações necessárias para a inclusão e participação
efetiva de alunos com necessidades especiais em todas as atividades escolares, pois
ensinar um aluno com deficiência é o grande desafio da Educação Inclusiva, visto que é
neste aspecto que a inclusão deixa de ser uma ideologia e se torna ação concreta.
Em relação ao ato de avaliar dentro do contexto escolar, consiste em um processo
de busca de informações sobre determinadas fatos, para conduzir uma mediação a fim de
possibilitar um melhor aprendizado. No contexto escolar, ato de avaliar é essencial, sendo
Muitas das decisões que precisam ser tomadas pela escola na construção do
Projeto Político Pedagógico estão diretamente relacionadas às mudanças que constituem
o propósito da educação inclusiva, o qual visa fazer da aprendizagem o eixo principal da
escola, em prol de garantir o tempo necessário para que o aluno aprenda e se desenvolva
de forma coletiva, comunicativa, criativa e crítica.
Em razão disto, a família necessita ser parte interessada e presente neste processo,
visto que o amparo e a compreensão familiar são fatores indispensáveis para a inclusão
escolar e social do aluno com deficiência. É preciso que as famílias aceitem que as crianças
com deficiência, na maioria das vezes, podem atuar como seres autônomos, os quais não
são dependentes do mundo, mesmo que na visão dos pais superprotetores, essa criança
não possa conviver como os demais (SASSAKI, 2009).
Dessa forma, caro (s) aluno (s), a família é considerada pela sociedade como o
elemento primário para a promoção da inclusão do sujeito com deficiência no convívio
social, sendo caracterizada como a relação primordial para o desenvolvimento humano.
Assim, para que se possa incorporar à sociedade em uma nova concepção sobre um olhar
inclusivo, faz-se necessário uma mudança no pensamento das pessoas e na estrutura da
sociedade, mas acima de tudo e de todos os familiares da pessoa com deficiência.
Esta ação de inclusão é um processo gradativo, o qual nada adianta se dentro
do próprio núcleo familiar a pessoa com deficiência é restringida a socialização. Segundo
Com isso, podemos dizer que a sexualidade no espaço escolar é uma necessidade.
No entanto, quando falamos da educação sexual de crianças e jovens com deficiência, ela
ainda não tem sido muito abordada. A abordagem desta temática no âmbito da educação
de pessoas com deficiência, contribui para uma vida mais significativa, visto que muitas
vezes os alunos com deficiência se isolam do meio social devido a questões emocionais
que os fazer se sentir como pessoas inferiores aos demais. Sendo assim, não basta apenas
garantir a inclusão do aluno com deficiência no contexto escolar, mais a escola deve garantir
a esse aluno com deficiência, os mesmos direitos que os demais, ou seja, a escola deve
atender todas as necessidades educacionais dos alunos sem restringir sua aprendizagem
devido a sua deficiência.
Segundo Teixeira e Braga (2008), pessoas com deficiências foram excluídas
do processo histórico, pois ao analisar os projetos políticos pedagógicos de instituições
que ofertam a educação para pessoas com deficiência, notaram que esta temática não é
abordada dentro do âmbito da Educação Especial e Inclusiva, principalmente com alunos
com deficiência mental. Assim, Teixeira e Braga (2008) ressaltam que:
Ao debatermos sobre a inclusão educacional não podemos deixar de questio-
nar, quanto ao conceito de sujeito que queremos para os alunos com neces-
sidades educacionais, já que se trata da diversidade humana, que de acordo
com os estudos realizados, verificamos que em alguns momentos da histó-
ria os alunos com necessidades educacionais especiais estavam inseridos
no processo de escolarização, em espaços de segregação ou de exclusão,
dependendo das relações sociais de cada época: nos asilos e em escolas
especiais impedidos de se desenvolverem em um processo de aprendizagem
participativo (TEIXEIRA; BRAGA, 2008, p. 03)..
Em razão disto, podemos afirmar que é importante que haja uma proposta pedagógica
adequada, com currículo flexível, que contemple as necessidades de todos os alunos, seja
SAIBA MAIS
Percebe-se que a sexualidade se tornou um assunto presente no dia a dia das pessoas
e principalmente na escola, diante disso, buscar compreender todos os campos que en-
volvem a sexualidade humana também é tarefa do educador já que este tem a tarefa de
transmitir conhecimentos acadêmicos e assim possibilitar a construção de novas apren-
dizagens para o aluno. A escola, portanto, se mostra um ambiente ideal para a reflexão
sobre o tema sexualidade. Todos os dias presenciamos velhas práticas e concepções
acerca deste assunto, enraizando ainda mais conceitos tradicionalistas e preconceituo-
sos a respeito da sexualidade humana, não diferente disto, está, a sexualidade da pes-
soa com deficiência. Tratar de sexualidade na escola não é tarefa fácil para grande parte
dos educadores, relacionar isto à pessoa com deficiência então se mostra um desafio
para o ensino nos dias atuais. Compreender a sexualidade humana e principalmente a
sexualidade de pessoas deficientes é necessária para que novas práticas sejam desen-
volvidas na escola, auxiliando as mesmas a se reconhecerem e a reconhecerem seus
sentimentos.
Fonte: SILVA, M. B. da; MAIO, E. R. Sexualidade e Inclusão: discussões pedagógicas. In: Cadernos PDE:
Os Desafios da Escola Pública Paranaense na Perspectiva do Professor PDE. Paraná, 2014. Disponível
em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/20 14_
uem_edespecial_artigo_marta_brito_da_silva.pdf. Acesso em: 29 de mar de 2020.
Caro (s) aluno (s), entende-se que a proposta da Educação Especial e Inclusiva
visa promover práticas pedagógicas que atendam as especificidades de cada aluno. No
entanto, ao olharmos para o contexto atual da educação é possível dizer que ainda faltam
recursos que promovam o sucesso de forma integral do processo de aprendizagem de
alunos com deficiência.
Podemos dizer também que, a efetivação da proposta da Educação Especial e
Inclusiva depende de uma ação conjunta, pois a inclusão não significa somente promover a
inserção dos com deficiência em ambientes do ensino regular ignorando suas necessidades
específicas, mas significa que o professor e a escola devem proporcionar ao aluno condições
de aprendizagem como os demais, para que assim eles consigam suprir suas necessidades.
A inclusão de alunos com deficiência em classe regular, implica no desenvolvimento
de ações adaptativas, visando à flexibilização do currículo, para que ele possa ser
desenvolvido de maneira efetiva em sala de aula de ensino regular, e atender as necessidades
individuais de todos os alunos.
Dessa forma, a escola pode ser vista com o espaço mais preparado para realizar
esta formação, visto que é considerada pela sociedade como um espaço eficaz para formar
e transformar a realidade do sujeito com deficiência. Por fim, compreendemos então que
a Educação Especial Inclusiva necessita de uma ação em conjunto, o qual a comunidade,
pais, professores e todos os envolvidos em seu processo buscam desenvolver a prática
inclusiva.
Continue lendo: LITTIG, P. M. C. B., CARDIA, D. R., REIS, L. B., & FERRÃO, E. D. S. (2012). Sexualidade
na deficiência intelectual: Uma análise das percepções de mães de adolescentes especiais. Rev. Bras. Educ.
Espec. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbee/v18n3/a08.pdf. Acesso em: 29 de mar de 2020.
LIVRO
Título: OS PARÂMETROS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA FACE AO
DESAFIOS DA CONTEMPORANEIDADE
Autor: Marcos Palácio
Editora: Marcos Palácio
Sinopse: A gestão democrática é parte do projeto de construção
da democratização da sociedade brasileira. Nesse sentido, a
construção do projeto político-pedagógico, a participação em
conselhos, a eleição para diretores, a autonomia financeira, são
processos pedagógicos de aprendizagem da democracia, tanto
para a comunidade escolar, quanto para a comunidade em geral,
porque a participação, depois de muitos e muitos anos de ditadura,
é um longo processo de construção. Pode-se ainda mencionar
que a construção de um processo de gestão democrática implica
repensar a lógica de organização e participação nas escolas,
por isso é essencial discutir os mecanismos de participação na
escola, suas finalidades e a definição de ações e metas a serem
construídas coletivamente pelos diferentes segmentos que a
compõem ou dela devem participar. Em síntese, vale explanar que
o acesso à educação para portadores de deficiências vai sendo
muito lentamente conquistado, na medida em que se ampliaram
as oportunidades educacionais para a população em geral.
Entretanto, tanto as classes quanto as escolas especiais somente
iriam proliferar como modalidade alternativa às instituições
residenciais depois das duas guerras mundiais.
FILME/VÍDEO
Título: Atypical
Ano: 2017
Sinopse: Atypical é uma série norte-americana de comédia
dramática original Netflix, criada e escrita por Robia Rashid,
que conta a história de um rapaz de 18 anos, diagnosticado
dentro do espectro do autismo, que trabalha e estuda, vivendo a
efervescência da idade e seu amadurecimento. Disponibilizada
na rede de streaming desde 11 de agosto de 2017, com oito
episódios. A série foi bem recebida pela crítica. Foi renovada para
uma segunda temporada com dez episódios em 13 de setembro de
2017. A Netflix anunciou em 14 de agosto de 2018, que a segunda
temporada de Atypical estreou na plataforma de streaming no dia 7
de setembro de 2018. Em 24 de outubro de 2018, a Netflix renovou
a série para sua terceira temporada que foi lançada no dia 1º de
novembro de 2019.
Link trailer:
http://www.adorocinema.com/series/serie-21143/video-19555647/
Plano de Estudo:
• Equipe multidisciplinar: sua atuação.
• Construção de uma comunidade inclusiva: desafios e perspectivas.
• Educação para cidadania, uma questão de direitos humanos.
Objetivos da Aprendizagem
• Conhecer sobre a importância da equipe multidisciplinar, no contexto da educação de
pessoas com deficiência;
• Compreender qual a contribuição da escola para a construção de uma comunidade
inclusiva;
• Estabelecer a relação entre a educação inclusiva e a cidadania de pessoas com
deficiência.
74
INTRODUÇÃO
Olá, caro (s) aluno (s), estamos iniciando a última parte de nosso estudo. Nesta
unidade iremos conhecer sobre a importância da equipe multidisciplinar no contexto da
educação de pessoas com deficiência. Além de compreender qual a contribuição da escola
para a construção de uma comunidade inclusiva, a relação entre a educação inclusiva e a
cidadania de pessoas com deficiência.
Há tempos que a educação inclusiva tem sido tema de debates no contexto escolar
e social. Especialistas buscam através de políticas públicas e pelo movimento dos direitos
humanos atender as ações necessárias para a inclusão de pessoas com deficiência no
contexto social e educacional. Assim, quando nos referimos a inclusão social das pessoas
com deficiência, é notório que ainda se enfrenta desafios, visto que este processo ocorre de
forma lenta devido à falta de recursos e profissionais para atender todas as pessoas com
deficiência.
Em razão disto, a efetivação dos direitos que cabem as pessoas com deficiência não
alcança total plenitude, deixando de atender grande parte da população com deficiência.
Assim, entende-se que a escola é a principal responsável por conduzir o processo de
inclusão de pessoas com deficiência no contexto social e também por promover uma
sociedade mais justa e igualitária, capaz de romper as barreiras impostas sobre os direitos
de pessoas com deficiência.
Bons estudos!
Você sabia que segundo os dados apresentados pelo IBGE, em 2015, mais 6,7% da
população geral possui algum tipo de deficiência? E que atualmente, cerca de 7,5% das
crianças brasileiras – de até 14 anos de idade, têm uma deficiência diagnosticada, con-
forme dados divulgados pelo IBGE? Em termos de porcentagem pode não parecer um
valor muito expressivo, mas quando convertemos para números reais, são 47 milhões
de brasileiros com deficiência, dos quais quase 16 milhões são crianças. Mas, mesmo
com esse número alto, a inclusão social é uma grande barreira para a integração efetiva
e abertura de oportunidades igualitárias para essas pessoas. Quando pensamos em
“inclusão” precisamos expandir nossa ideia de apenas dar acesso aos mesmos espa-
ços, mas sim às possibilidades de aprendizagem e atuações que os espaços oferecem.
Inclusão é um conceito que tem a ver com a sensação de pertencimento. E para ser in-
cluída a pessoa precisa fazer parte e ter voz dentro dos grupos nos quais convive, sejam
eles familiares, sociais, profissionais e acadêmicos. Para que isso seja possível, preci-
samos nos conscientizar e nos preparar para lidar com as diferenças de pensamento,
mobilidade, comunicação e interação. Devemos nos unir na luta em prol da empatia e
direitos.
Fonte: MICAS, L. GARCEZ, L e CONCEIÇÂO, L. H. P. 2018. IBGE constata 6,7% de pessoas com de-
ficiência no Brasil com nova margem de corte. Disponíveis em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/
noticia/2015-08/ibge-62-da-populacao-tem-algum-tipo-de-deficiencia, Acesso em: 29 de mar de 2020.
Uma escola inclusiva possui o compromisso de lutar por uma sociedade mais
igualitária, onde todos são tratados com dignidade e respeito. Assim, surge um novo olhar,
com grandes desafios sobre a inclusão, o qual percorrendo caminhos que nos levam a uma
sociedade mais justa e unida na luta pelo direito das pessoas com deficiência.
Assim, quando pensamos em uma escola inclusiva, pensamos em criar possibilidades
que possam atender as necessidades dos alunos com deficiência. A escola necessita
fazer adaptações arquitetônicas, flexibilizar o currículo, capacitar professores, rever as
metodologias, e manter uma interação entre a comunidade, a família e a escola. Contudo,
essa ação só pode ser alcançada mediante a um bom desenvolvimento educacional que
busca promover o respeito às diferenças, mesmo que não seja em pequena escala, visto
que, ainda grande parte das crianças com deficiência não frequentam a escola de ensino
regular.
Em razão disto, caro (s) aluno (s), podemos dizer que o sistema de ensino ainda
está em fase de adaptação, e requer um empenho maior das escolas de ensino regular,
pois para que essa inclusão ocorra, é indispensável que as escolas que ofertam o ensino
regular, disponha de recurso e de profissionais preparados para atender as especificidades
de cada aluno. Outro ponto importante, refere-se à participação ativa de todos os envolvidos
no processo educacional, isto é, para ocorra a adaptação do sistema, é necessário que
Nota-se, caro (s) aluno (s), que o objetivo desses eixos tem como finalidade, diminuir
as diferenças sociais, transformando a sociedade de forma justa e igualitária. Assim, tais
eixos deram início a discussões com o objetivo de promover às pessoas com deficiência,
a construção de sua cidadania por meio de medidas que visam melhorar a acessibilidade
e igualdade de oportunidades, proporcionando assim, a participação e inclusão destas
pessoas em âmbito social e promover o respeito pela autonomia e dignidade das pessoas
com deficiência (OMS, 2011).
Dessa forma, no que se refere a educação para cidadania de pessoas com
deficiência, podemos dizer que por muito tempo a educação de pessoas com deficiência,
conforme mencionado na Unidade I de nossa apostila, seguiu uma concepção que as
restringia a receber apenas um atendimento diferenciado, o qual as mantinham em espaços
separados de crianças que não apresentavam deficiência. Porém, nas últimas décadas,
esta concepção sofreu alterações, voltando para a promoção da Educação Inclusiva. Logo,
Acredita-se então, que não são todas as pessoas da sociedade que possuem a
cidadania plena, porém, a construção da cidadania dessas pessoas compete não só aos
REFLITA
Projeto Brasil Inclusão vai implementar ações em benefício das pessoas com
deficiência em 2020
BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Projeto Brasil Inclusão vai implementar
ações em benefício das pessoas com deficiência em 2020. Disponível em: https://www.mdh.gov.br/
todas-as-noticias/2020-2/fevereiro/projeto-brasil-inclusao-vai-implementar-acoes-em-beneficio-das-pessoas-
com-deficiencia-em-2020 Acesso em: 29 de mar de 2020.
LIVRO
Título: Um Olhar Sobre a Diferença
Autor: Ida Mara Freire, Lucídio Bianchetti
Editora: Papirus Editora
Sinopse: Se essa obra, como outras coletâneas em educação,
reúne textos variados sobre um determinado tema, o que a torna
ímpar, no cenário editorial brasileiro voltado para à divulgação
de estudos sobre as deficiências, é seu eixo condutor. Sua
organicidade está no que ela oferece em termos de análise da
deficiência considerada como diferença, com base nos processos
históricos e culturais que produziram, e produzem, formas de
inclusão/exclusão. Os autores discutem o modo como os diferentes
vêm sendo tratados através dos tempos, demonstrando que, longe
de representar um acúmulo natural de experiências destituídas
de intencionalidades, a trajetória de tais relações foi, em grande
parte, de fomento à segregação. É pretensão dos autores deste
livro contribuir para o debate dessas questões, tanto com capítulos
mais teóricos em que analisam o desenvolvimento da educação
especial, a (des) institucionalização do diferente e sua inserção no
mercado de trabalho –, como apresentando pesquisas de caráter
mais empírico, relacionadas à sexualidade e à deficiência, e às
experiências dos adultos com crianças não visuais.
Baseado em texto do Prof. Dr. José Geraldo Silveira Bueno -
Papirus Editora
FILME/VÍDEO
Título: Extraordinário
Ano: 2017
Sinopse: Auggie Pullman é um garoto que nasceu com uma
deformidade facial, o que fez com que passasse por 27 cirurgias
plásticas. Aos 10 anos, ele irá frequentar uma escola regular,
como qualquer outra criança, pela primeira vez. No quinto ano,
ele precisa se esforçar para conseguir se encaixar em sua nova
realidade.
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VYGOTSKY. L. S. Obras escogidas V. Madrid: Centro de Publicaciones Del MEC y Visor Distribu-
ciones, 1997
Foi ótimo estar com vocês! Desejo sucesso em sua próxima etapa.