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Biotecnologia

Aula 1 g2:
BIOTECNOLOGIA
VEGETAL

Profª Natália Faria Romão


Bióloga / Mestre em genética e toxicologia
Doutoranda: Biotecnologia - UFAM
Coord. De Atividades: C. Biológicas, Biomedicina e Enfermagem
Biotecnologia vegetal

• Esta associadas a procedimentos como


cultura de tecidos, onde permitem a
propagação rápida e massal de genótipos
superiores estáveis e isentos de doenças.
Biotecnologia vegetal

• Um dos maiores
benefícios das técnicas de
cultura de tecidos vegetais
para o melhoramento de
plantas perenes, refere-se
à possibilidade de
capturar e fixar os
componentes aditivos e
não aditivos da variância
genética através da
propagação clonal.
Biotecnologia vegetal

• Células totipotentes:
– Quando a célula é capaz de formar qualquer outra
célula do organismo.
Biotecnologia vegetal

• Cultivar células e tecidos


significa manter vivas
células e tecidos retirados
de um organismo.
• Essa manutenção
geralmente é feita em
tubos de ensaio, garrafas
ou placas de petri em
ambiente estéril contendo
um meio de cultura
nutritivo.
• Antigamente todos eram de
vidro. Daí o surgimento da
expressão in vitro.
Biotecnologia vegetal

Desenvolvimento vegetal

Embriogênese (zigoto) Embrião multicelular

formará os primeiros meristemas que darão


origem aos tecidos e órgãos da planta adulta.
Biotecnologia vegetal

Os fatores que levam uma célula indiferenciada


a formar células totalmente especializadas são
muito estudados e ainda apresentam muitas
perguntas sem respostas, mas sabe-se que são
regulados pela expressão diferenciada de genes
e também através da interação do organismo
vegetal com o ambiente
Cultura de tecidos

• A cultura de células e tecidos vegetais é uma técnica


biotecnológica em que células ou fragmentos de
tecidos isolados – chamados de explantes – são
cultivados in vitro sob condições químicas e
ambientais controladas.

• Esses explantes se dividem e se desenvolvem


igualmente às plantas em seus ambientes naturais.

• O objetivo é desenvolver um novo organismo


idêntico ao original, no caso a planta matriz (planta
em que se retiraram as células ou fragmentos de
tecidos), ou seja, é realizada uma clonagem vegetal.
Cultura de tecidos

O que acontece quando retiramos um pedaço de


uma planta e colocamos num meio de cultura?
• Interrompe-se parte do sistema sinais
receptores

• Rompe-se todo o sistema do controle da


divisão celular e expressão gênica

• Induz-se novos sinais no sistema


Manifestação da Totipotência
Cultura de tecidos
Cultura de tecidos

• Pode-se obter o explantes de várias partes da


planta, mas geralmente em especial são utilizadas:

– Células meristemáticas
– Ápice caulinar
– Segmentos nodais
– Cultura de embriões
– Disco de folhas e segmentos de raiz
Cultura de tecidos

• O que é necessário para realizar a cultura?


– Explante
– Meio de cultura adequado
– Condições assépticas
– Reguladores de crescimento
– Subcultivos sucessivos
• Nutrição adequada
• Eliminação de metabólitos indisejáveis
Cultura de tecidos

Cultura de Meristemas

• Consiste no
estabelecimento da
cultura vegetal através
do meristema apical
vegetal, originando
normalmente um
único broto.
Cultura de tecidos

Cultura de ápices caulinares


• É o estabelecimento in
vitro a partir de ápices
caulinares maiores do
que aqueles utilizados
para iniciar a cultura de
meristema, tendo alguns
primórdios foliares.
• Essas brotações apicais
podem produzir
múltiplas brotações
Cultura de tecidos

Cultura de segmentos nodais

• Contém segmentos caulinares que carregam


gemas simples ou múltiplas. Cada gema
desenvolve para formar uma única brotação.

• Gemas são regiões meristemáticas, ou seja,
regiões compostas por células que ainda não
se diferenciaram.
Cultura de tecidos

Cultura de segmentos nodais


Cultura de tecidos

Cultura de embriões

• É iniciada a partir de embriões zigóticos, ou seja,


os embriões que são extraídos das sementes.
• Os embriões germinam originando plântulas.

Embrião da semente do
mamão.
Escolha dos explantes

• Deve-se levar em consideração:


– a idade,
– as condições fisiológicas
– Condições fitossanitárias da planta matriz e suas
necessidades específicas para o cultivo in vitro.
Assepsia dos explantes

• Antes de serem inoculados ao meio de cultura


devem passar por um processo de assepsia.

• Assim como o meio de cultura será nutritivo


para favorecer o crescimento da nova planta,
ele também será para o crescimento de
microrganismos indesejáveis.

• Desta forma, a assepsia para eliminar fungos,


bactérias e demais microrganismos que
porventura estejam presentes no explantes.
Assepsia dos explantes

• A assepsia é realizada utilizando soluções


aquosas contendo agentes desinfestantes.

• Esses são utilizados em concentrações


específicas e devem ficar em contato com o
explante por tempo determinado já que em
grandes concentrações ou longos períodos
de tempo são tóxicos para as células.
Assepsia dos explantes
Meios cultura

• Minerais (17 elementos essenciais)


•Fonte de carbono e energia (sacarose)
•Reguladores de crescimento (hormônio
auxinas/citocininas)
•Vitaminas (tiamina, piridoxina, ácido nicotínico,
biotina, ácido ascórbico, inositol)
•Compostos organicos
•Água
•Ágar
•pH: 5,0 a 5,7
Meios cultura

Quantidade de Meio

•Como regra geral, quanto menor o explante,


menor a quantidade de meio a ser utilizado.

• Devem ser considerados principalmente as


exigências de luminosidade, temperatura, trocas
gasosas e acúmulo de produtos tóxicos no meio.
Desenvolvimento dos explantes

• Indução:
– Células se diferenciam
– Inicio de divisões celulares

• Proliferação
– Intensa divisão celular

• Diferenciação
– Organogênese (órgãos = brotos, raízes, flores)
– Embriogênese (embriões)
– Calogênese
Desenvolvimento dos explantes

• Os explantes no início do seu crescimento e/ou


desenvolvimento in vitro podem se multiplicar formando uma
cultura de tecidos desorganizada na forma de calos ou
suspensões.
• Calos são várias células agregadas de forma desorganizada que
se originam da proliferação desordenada a partir de tecidos ou
órgãos cultivados in vitro.

Calo embriogênico de eucalipto Cultura em suspensão celular


Desenvolvimento dos explantes

• Calos de Capsicum chinense.

Fotos: Natália Romão


Calo embriogênico de eucalipto
Desenvolvimento dos explantes

Cultura em suspensão celular


Desenvolvimento dos explantes

Cultura em suspensão celular


Desenvolvimento dos explantes

Cultura em suspensão celular


Desenvolvimento dos explantes

• Mas podem se desenvolver de forma organizada através


da formação de tecidos vegetais.

Fotos: Natália Romão


Desenvolvimento dos explantes
Desenvolvimento dos explantes

• De acordo com explante escolhido e os estímulos


aplicados a ele, podemos ter o desenvolvimento de
um embrião, que de acordo com a teoria da
totipotencialidade, se transformará em uma nova
planta.
• Essa forma de desenvolvimento é chamada
embriogênese somática.
• Ou podemos ter o desenvolvimento direto de
órgãos vegetais (sem a formação do embrião) até a
formação do organismo inteiro – essa forma de
desenvolvimento se chama organogênese.
Desenvolvimento dos explantes
Desenvolvimento dos explantes
Desenvolvimento dos explantes
Desenvolvimento dos explantes
Desenvolvimento dos explantes

Fatores que afetam o sucesso da cultura de


embriões
• Genótipo: em algumas espécies o embrião cresce facilmente
enquanto que em outras é muito difícil.
• Estágio de desenvolvimento do embrião no isolamento: é
muito difícil desenvolver embrião muito pequeno in vitro.
• Condição de crescimento da planta-mãe: crescer a planta-
mãe em condições controladas resulta em um melhor
desenvolvimento do endosperma, portanto melhora o
crescimento do embrião isolado.
• Composição do meio: embriões imaturos requerem uma
composição mais crítica do que embriões maturos. Em ambos
(maduro e imaturo) os macro e microelementos são
importantes.
Desenvolvimento dos explantes

Fatores relacionados aos explantes

• Estação do ano: certas espécies apresentam propensão


ao enraizamento o ano todo, porém, principalmente
plantas que apresentam estágios hibernais o processo é
facilitado nos períodos que acontece a quebra de
dormência seguido de pouco espaço de tempo após.

• Presença e número de folhas: algumas espécies são


dependentes da presença de folhas, funcionam como
reserva de compostos nitrogenados, sacarose e auxinas.
O número de folhas influencia a velocidade de
enraizamento.
Desenvolvimento dos explantes

Fatores relacionados aos explantes

• Posição do explante na planta matriz: o teor endógeno de


hormônios, promotores ou inibidores, varia com a idade
fisiológica e cronológica dos tecidos.

• Meio nutritivo na fase de multiplicação: efeito de auxinas


do meio de cultivo, podem provocar baixas taxas de
enraizamento, por outro lado pré tratamentos com auxinas
podem reverter este fator.

• Inibidores endógenos: substância fenólicas produzidas pela


resposta aos ferimentos e liberadas nestas regiões podem
diminuir sensivelmente a taxa de enraizamento.
Utilização dessa micropropagações

• Produção de mudas:
– Reflorestamento, programas de utilização,
reposição de espécies nativas e comércio.

• Melhoramento genético:
– Transformação genética
– Conservação germoplasma
Vantagens da Embriogênese somática

• Obtenção de grande quantidade de propágulos


(embriões)

• Possibilidade de auto grau de automatização


(biorreatores)

• Sincronização de produção de embriões

• Integração com programas de melhoramento


genético:
– Criopreservação
– Produção de metabólitos secundários.
Biotecnologia vegetal

• Através dessas técnicas pode-se ainda:


Biotecnologia vegetal

• Através dessas técnicas pode-se ainda:


Biotecnologia vegetal

Espécies e tecnologias empregadas, de uso


recorrente:
1. Dendezeiro: primeiro projeto no qual plântulas
originadas a partir de embriogênese somática
foram cultivadas a campo (Unilever, Malasia,
1975).
Biotecnologia vegetal

Espécies e tecnologias empregadas, de uso


recorrente:
2. Coniferas: primeiro projeto
no qual tecnologias de
poliembriogênese somática
desenvolvidas e patenteadas
pela Universidade da
California-Davis foram
transferidas para empresas
de reflorestamento, para a
clonificação de genótipos
superiores resultantes de
programas convencionais de
melhoramento genético.
Biotecnologia vegetal

Espécies e tecnologias empregadas, de uso


recorrente:
3. Eucaliptos: organogênese,
embriogênese somática
(USA, Europa).
Microestacas (Brasil):
aumento de 135% na
produtividade de polpa a
partir de clones
selecionados em
comparação a população
base.
Biotecnologia vegetal

Espécies e tecnologias empregadas, de uso


recorrente:
4. Pyrus, Malus, Prunus:
Limpeza viral e
micropropagação (cultura
de meristemas e de
segmentos nodais) para a
propagação massal de
porta-enxertos e para o
estabelecimento de
variedades-copa matrizes
sadias.
Biotecnologia vegetal

Espécies e tecnologias empregadas, de uso


recorrente:
4. Malus:
Biotecnologia vegetal

Espécies e tecnologias empregadas, de uso


recorrente:
• Videira: embriogênese somática e organogênese para
a propagação massal de porta-enxertos e variedades-
copa isentas de moléstias.

• Bananeira: regeneração em larga escala de mudas


isentas de pragas moléstias. Atualmente a maior parte
dos bananais da América Central e do Caribe são
instalados com mudas micropropagadas produzidas em
Biofábricas desenvolvidas para este fim,
principalmente em Cuba.

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