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Livro Eletrônico

Aula 02

Direito Civil p/ TJ-MA (Analista Judiciário - Direito) Com Videoaulas -


Pós-Edital
Aline Baptista Santiago, Renata Armanda, Paulo H M Sousa

52061365060 - Fabio Nunes


Aline Baptista Santiago, Renata Armanda, Paulo H M Sousa
Aula 02

DAS PESSOAS JURÍDICAS E DO DOMICÍLIO

SUMÁRIO
1. PESSOAS JURÍDICAS E DOMICÍLIO ................................................................................. 2
1.1 – APRESENTAÇÃO DA AULA 02 ................................................................................................... 2
2. CRONOGRAMA DA AULA .............................................................................................. 2
3. PESSOAS JURÍDICAS .......................................................................................................
1327987
3
4. CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA............................................................................. 5
5. CAPACIDADE E REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA ................................................. 8
6. CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA ............................................................................ 8
7. GRUPOS DESPERSONALIZADOS .................................................................................... 14
8. SOCIEDADES DE FATO .................................................................................................. 16
9. COMEÇO E FIM (EXTINÇÃO) DA EXISTÊNCIA LEGAL DA PESSOA JURÍDICA .................... 16
10. PROCESSO DE EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA .......................................................... 20
11. ASSOCIAÇÕES............................................................................................................. 21
12. FUNDAÇÕES ............................................................................................................... 26
13. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA ................................................................. 34
14. DESCONSIDERAÇÃO “INVERSA” DA PESSOA JURÍDICA ............................................... 39
15. PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ......................................................... 39
16. RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS ............................................................ 41
17. DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA ............................................................................... 42
18. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 42
19. RESUMO DA MATÉRIA ............................................................................................... 43
20 – QUESTÕES ................................................................................................................ 60
20.1 – QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................... 60
20.2 – LISTA DE QUESTÕES ............................................................................................................ 112
20.3 – GABARITO ........................................................................................................................... 132

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1. PESSOAS JURÍDICAS E DOMICÍLIO

1.1 – APRESENTAÇÃO DA AULA 02

Olá, queridos alunos!


Esta aula, assim como a nossa aula anterior, não tem um conteúdo teórico muito extenso. Mas tenha
cuidado! Os assuntos: Pessoa Natural e Pessoa Jurídica normalmente são cobrados em provas e as
questões que envolvem estes itens, de certa forma, não apresentam grandes dificuldades, sendo
muitas vezes questões “repetidas” ou, então, literais ao texto da lei, portanto, procure assimilar bem
estes conteúdos para garantir acertos na hora da prova.
Nesta aula, falaremos ainda sobre o domicílio civil, agora no que diz respeito à pessoa jurídica.

Vamos começar os trabalhos!

2. CRONOGRAMA DA AULA

AULAS TÓPICOS ABORDADOS NO EDITAL DATA

Aula 02 Das pessoas jurídicas. Domicílio Civil. 10/08/2019

AULAS TÓPICOS ABORDADOS NO EDITAL ARTIGOS DA LEI

Art. 40 - 69
Aula 02 Das pessoas jurídicas. Domicílio Civil. Código Civil
Art. 75 - 78

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3. PESSOAS JURÍDICAS
Em nossa aula passada, estudamos as pessoas naturais, a respeito do seu começo e do seu fim, da
capacidade e da personalidade. Estas pessoas (pessoas naturais) são dotadas de capacidade jurídica,
porém, para a realização de determinados empreendimentos uma só pessoa se torna fraca e,
sozinha, dificilmente alcançaria seus objetivos. Com isto, surge a necessidade de se agrupar as
pessoas para que, então, juntas tenham mais força de realização.
Da necessidade de conjugação de esforços, para a realização de determinados fins, temos a
atribuição de capacidade jurídica a entes abstratos, formados ora pelo ¹conjunto de pessoas, ora
por ²conjugação patrimonial.
As pessoas jurídicas são entidades as quais a lei confere personalidade. Uma vez tendo
personalidade jurídica, estas pessoas podem ser sujeitos de direitos e obrigações.
É importante observarmos que a personalidade da pessoa jurídica não se confunde, em regra, com
a personalidade de cada um dos seus membros.
Desta forma, uma de suas principais características é a atuação na vida jurídica com personalidade
distinta da de seus membros. Esta separação de personalidades leva também à separação dos
patrimônios – respeitando o princípio da Autonomia Patrimonial. Assim, em regra, não podem, por
exemplo, ser penhorados os bens dos sócios por dívidas da sociedade1.
As pessoas jurídicas que surgirão poderão ter os mais variados fins, sem agora numerá-las
taxativamente, podemos citar, desde o próprio conceito de Estado, passando pelas fundações, pelas
sociedades, associações de bairro e associações esportivas.

“MAS DE ONDE VEM À NATUREZA JURÍDICA DESTAS PESSOAS?”


Existem diversas teorias que tentam explicar a natureza jurídica da pessoa
jurídica. Dentre essas teorias existem as que negam a existência da pessoa
jurídica – ¹Teorias Negativistas, e as que afirmam sua existência – ²Teorias
Afirmativistas.

Para a Teoria Negativista só existem no Direito os seres humanos, carecendo as denominadas


pessoas jurídicas de qualquer atributo de personalidade. Por isso chama-se negativista, porque nega
existência à pessoa jurídica. Os que a defendem sustentam que a denominação pessoa jurídica
mascara um patrimônio coletivo ou uma propriedade coletiva.
As Teorias Afirmativistas estão divididas entre ¹Teorias da Ficção e ²Teorias da Realidade.

1 Você verá que, em algumas situações, o patrimônio dos sócios poderá ser atingido. Isto será explicado ainda nesta aula.

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São duas as Teorias da Ficção:


A Teoria da Ficção Legal – criada por Savigny, que considera a pessoa jurídica uma criação artificial
da lei, ou seja, uma ficção jurídica, uma abstração diversa da realidade. Deste modo, os adeptos
desta teoria dizem que os direitos são prerrogativas concedidas apenas ao homem nas relações com
seus semelhantes. Pois somente o homem tem existência real e psíquica para expressar a sua
vontade para deliberar e o seu poder de ação. Assim, quando se atribuem direitos a pessoas de outra
natureza, isso se trata de simples criação da mente humana, constituindo-se uma ficção jurídica. A
capacidade das pessoas jurídicas, sendo criação ficta do legislador, é limitada na medida de seus
interesses;
A Teoria da Ficção Doutrinária – que vem a ser uma variação da teoria explicada acima, defende que
a pessoa jurídica não tem existência real, mas apenas intelectual, sendo uma ficção criada pela
doutrina.

São três as Teorias da Realidade:


A primeira é a Teoria da Realidade Objetiva ou Orgânica – a pessoa jurídica é considerada por esta
teoria como sendo uma realidade sociológica, que nasce através de imposição das forças sociais;
A segunda é a Teoria da Realidade Jurídica ou Institucionalista – é parecida com a teoria objetiva
pela importância dada aos eventos sociológicos. Deste modo, considera a pessoa jurídica como uma
organização social destinada a um serviço ou ofício e, por isso, personificada;
A terceira é a Teoria da Realidade Técnica – que diz que a personificação de grupos sociais é um
expediente de ordem técnica. É um atributo deferido pelo Estado a certas entidades que o merecem
e que observaram os requisitos por ele estabelecidos.

A teoria da realidade técnica é a adotada pelo código civil de 2002.

Passada a rápida conceituação acima, retornamos agora a ideia trabalhada anteriormente de que
todo o ordenamento jurídico é destinado a regular a vida dos indivíduos. O direito tem por finalidade
o homem como sujeito de direitos. Deste modo, criam-se institutos jurídicos em prol do indivíduo,
criam-se também pessoas jurídicas como forma de se atribuir maior força ao ser humano, para que,
assim, este possa realizar determinadas tarefas que seriam impraticáveis se estivesse sozinho.
Mas entenda que da mesma forma que o Direito atribui direitos ele também impõe obrigações às
pessoas jurídicas. Existirão, para cada tipo de pessoa jurídica, condições, objetivas e subjetivas,
determinadas em lei. Portanto, o conceito de pessoa jurídica é uma objetivação do ordenamento
jurídico. Encara-se a pessoa jurídica como uma realidade técnica, como uma criação do direito,
porque assim está estabelecido em lei.

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4. CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA


Não basta simplesmente que as pessoas se agrupem para formar uma pessoa jurídica. Há um
requisito muito importante, qual seja, a vontade das pessoas sobre a criação de uma pessoa jurídica
e para um determinado fim. É esta vinculação de vontades, vinculação jurídica entre as pessoas que
dá unidade orgânica ao ente criado, com isto, este ente se torna uma pessoa com características
próprias, uma pessoa jurídica, desvinculada da vontade e da personalidade daquelas pessoas que a
criaram e com autonomia perante seus membros.

Através desta unidade de vontades de criar um ente abstrato surge a personificação.

Vocês se recordam, quando estudamos pessoas naturais, que a partir do momento em que uma
pessoa nasce com vida ela adquire personalidade? Pois bem, para a pessoa jurídica este momento
de aquisição da personalidade se dá quando há uma conjunção de vontades em torno da criação
deste ente abstrato. A partir deste momento este adquire personalidade própria, independente da
personalidade de seus sócios.
Contudo, entenda que não basta a simples vontade dos indivíduos para a constituição da pessoa
jurídica. Certos requisitos são impostos por lei, estes requisitos serão mais severos ou menos
severos de acordo com a modalidade de ente a ser criado.
Preenchendo estes requisitos, a pessoa jurídica será considerada regular e estará apta a utilizar-se
de todas as suas prerrogativas em sua vida jurídica.
Acreditamos que você já pôde perceber que se regula a pessoa jurídica de modo muito parecido
com a pessoa natural. Haverá o momento do “nascimento”, registro, aquisição de personalidade,
capacidade, determinação do domicílio, “morte” - podendo inclusive, existir uma regulação quanto
à sucessão.
Além do explicado até aqui (mas pensando especificamente em questões de provas), saiba que para
as pessoas jurídicas de direito privado (assunto que abordaremos mais a frente) temos o seguinte:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai2 em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no
registro.

2
Os institutos da decadência e da prescrição serão abordados detalhadamente em outra aula. Mas você já pode “ir memorizando”
alguns prazos.

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Art. 46. O registro declarará:


I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

Desta forma os estatutos e os atos constitutivos das pessoas jurídicas de direito privado são
registrados no Cartório de Registro Civil das pessoas jurídicas. Este registro além de servir de prova,
possui natureza constitutiva, por ser o atributivo de personalidade e da capacidade da pessoa
jurídica.

Não esqueça esta informação! A existência legal da pessoa jurídica de direito privado começa com
o registro do ato constitutivo. Não é quando as pessoas celebram o contrato e não é quando
elaboram o estatuto. Ela começa quando ocorre o registro.

Para a constituição da pessoa jurídica existem três requisitos básicos: ¹a vontade humana criadora,
²a obediência às condições legais para sua formação e ³a finalidade lícita.

A ¹vontade humana criadora ou o direcionamento da vontade de várias pessoas em torno de uma


finalidade comum e de um novo organismo é fundamental. No início existe apenas uma pluralidade
de membros que, por sua vontade, formarão uma unidade, a pessoa jurídica que futuramente
passará a existir como um ente autônomo.
Superada esta primeira fase de manifestação da vontade a pessoa jurídica já existe em um estado
latente, mas para que exista de fato será preciso observar um segundo requisito: ²a observância das
determinações legais. Deve se respeitar e cumprir, em especial, o que a lei determinar a respeito de
sua criação. É a lei que ditará qual o caminho a seguir para que aquela vontade se materialize num
corpo coletivo.
Por fim, a pessoa jurídica, que resultou de uma vontade, que foi criada de acordo com a lei, deve
também obedecer a um terceiro requisito: ³ter um fim lícito. Não se pode admitir que uma pessoa
jurídica, criada de acordo com a lei, venha a atentar contra esta, através de atos ilícitos. A sua
finalidade e seus atos precisam estar em conformidade com a lei, em prol de toda a sociedade, de
acordo com os bons costumes e com o direito, ou seja, a sua finalidade precisa ser lícita.

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(FAURGS/TJ-RS – 2015)
A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa
(A) com a aprovação do estatuto social.
(B) com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro.
(C) com a aprovação da lei autorizativa da sua constituição.
(D) com a concessão do alvará pelo Poder Público.
Comentários:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o
ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
no registro.
Gabarito letra B.

(CONSULPLAN / TJ-MG – 2015)


Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro. O registro declarará, EXCETO:
(A) a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver.
(B) o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores.
(C) as disposições para liquidação da pessoa jurídica.
(D) se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo.
Comentários:
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;

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VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.


Gabarito: Letra C.

5. CAPACIDADE E REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA


Quando estudamos a capacidade da pessoa natural, vimos que ela é decorrente da personalidade
atribuída à pessoa. Com a pessoa jurídica ocorre o mesmo, porém, se para a pessoa natural esta
capacidade será plena para a pessoa jurídica ela vai ser limitada à finalidade para a qual a pessoa
foi criada.
Os poderes atribuídos à pessoa jurídica estão estipulados nos ¹atos constitutivos, em seu
²ordenamento interno e, também, na ³lei, uma vez que seus estatutos não podem contrariar normas
cogentes.
Assim, depois de registrada a pessoa jurídica o Direito reconhece a atividade no mundo jurídico.
Neste momento de reconhecimento, a pessoa jurídica recebe: denominação, domicílio e
nacionalidade (todos decorrentes da personalidade).
Sob o aspecto da representação, para o exercício do direito, a pessoa jurídica não pode agir senão
através do homem. Há, portanto, uma vontade humana que opera na pessoa jurídica, condicionada
a suas finalidades3. Na realidade, nem sempre a vontade do diretor ou administrador que se
manifesta pela pessoa jurídica coincide com a sua própria vontade. Ele é apenas um instrumento ou
órgão da pessoa jurídica, entendendo-se assim, que há duas vontades que não se confundem. Por
exemplo, o diretor ou presidente pode manifestar a vontade da pessoa jurídica em assembleia geral,
mas esta vontade não necessariamente precisará coincidir com a sua própria vontade.

6. CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA


Este item, apesar de não estar expresso no edital, também compõe o assunto pessoas jurídicas
(tacitamente é preciso estudá-lo ☺).

Preste muita atenção nesta classificação! Apesar de não ser muito extensa, ela apresenta alguns
detalhes e subdivisões, sendo amplamente cobrada em provas.

3 Não há de se confundir esta representação da pessoa jurídica, com aquela representação dos incapazes. Enquanto no caso dos
incapazes a representação irá ocorrer porque existe a incapacidade de fato ou de exercício, no caso da pessoa jurídica a
representação existe apenas para que esta possa agir e praticar atos da vida civil.

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Vamos a ela!

I. Quanto à nacionalidade.
(estas podem ser ¹nacionais e ²estrangeiras. A nacionalidade da pessoa jurídica deve ser
vista sob o prisma da sua constituição).

➢ A nacional é a que foi organizada conforme a lei brasileira e tem no país a sede de sua
administração.
➢ A estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não poderá, sem autorização do Poder
Executivo, funcionar no país, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo,
todavia, ressalvados os casos previstos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira.
Se autorizada a funcionar no Brasil: sujeitar-se-á às leis e aos tribunais brasileiros, quanto
aos atos aqui praticados; deverá ter representante no Brasil; e poderá nacionalizar-se,
transferindo sua sede para o Brasil.

II. Quanto à estrutura interna .


(estas podem ser divididas em ¹corporação e ²fundação).

➢ A corporação (universitas personarum) é um conjunto de pessoas que, apenas


coletivamente, goza de certos direitos e os exerce por meio de uma vontade única. Exemplos:
as associações e as sociedades.
➢ A fundação (universitas bonorum) é o patrimônio personalizado destinado a um fim que lhe
dá unidade. São as fundações (públicas e privadas).

As associações e as sociedades também têm um patrimônio, que representa um meio para a


consecução dos fins perseguidos pelos sócios, mas, nas fundações, juntamente com o objetivo a que
esta se destina, o patrimônio é o elemento principal.

III. A terceira classificação (e, talvez, a mais importante pensando em provas) é quanto à
função e capacidade.
(sendo divididas em duas espécies, conforme expresso no CC, as pessoas jurídicas de
¹direito público e as pessoas jurídicas de ²direito privado).

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➢ As pessoas jurídicas de direito público - são aquelas previstas em lei e que podem ser de
Direito Público Externo ou Interno.
➢ As pessoas jurídicas de direito privado – são instituídas por iniciativa de particulares e
dividem–se em: fundações particulares, associações, sociedades simples e empresárias,
organizações religiosas, partidos políticos e, ainda, incluídas pela lei 12.441 de 2011, as
empresas individuais de responsabilidade limitada.

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

Veja que as pessoas jurídicas de direito público são subdivididas em direito público interno ou
externo.

Direito público externo, regulamentadas pelo direito internacional e abrangendo: as nações


estrangeiras, a Santa Sé, as Uniões Aduaneiras, os Organismos Internacionais. Neste sentido, temos
artigo 42 do CC:
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas
que forem regidas pelo direito internacional público.

Direito público interno, que podem ser da administração direta (União, Estados, Territórios 4, Distrito
Federal e Municípios) ou podem ser da administração indireta – descentralizados, criados por lei,
com personalidade jurídica própria para o exercício de atividades de interesse público, tais como as
Autarquias, as Associações Públicas, as Fundações Públicas, as Agências executivas e reguladoras.

Estão elencados no art. 41:


Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

4 A classificação dos territórios não é pacifica. Alguns civilistas os colocam como fazendo parte da administração direta, já para o
direito administrativo estes são colocados como da administração indireta. De todo modo, destacamos que conforme a
Constituição Federal, art.18, §2, os territórios federais integram a União, ou seja, territórios não são considerados entes da
federação.

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As pessoas jurídicas de direito privado estão previstas no art. 41 do CC :


Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado.


Os sindicatos embora não mencionados expressamente no art. 44, possuem natureza de associação
civil, estando, pois, dentro das pessoas jurídicas de direito privado.
Cuidado para não confundir um profissional autônomo com empresa individual!
Empresa individual está normatizada no art. 980-A do CC, que diz: “A empresa individual de
responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital
social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo
vigente no País”. (Artigo incluído pela Lei nº 12.441, de 2011). Com a Instrução Normativa 38/17 (IN
38/17), tanto pessoas físicas como pessoa jurídica, nacional ou estrangeira, podem ser titular de
EIRELI. Já o profissional autônomo é pessoa física que presta serviços de forma eventual sem relação
de emprego. Enquadra-se também como profissional autônomo, o profissional liberal, que é aquela
pessoa que exerce, por conta própria, atividade econômica, de natureza urbana, com fins lucrativos
ou não.
Outro detalhe importante é o que diz respeito às fundações, estas, embora genericamente estejam
listadas entre as pessoas jurídicas de direito privado, se tiverem atuação que, de certa forma, se
assemelhem às Autarquias, terão personalidade jurídica de direito público (em prova, estará escrito
unicamente Fundações Públicas).

“VOCÊS PODEM EXPLICAR COMO FICA A SITUAÇÃO, POR EXEMPLO, DE


CONDOMÍNIOS E DE SOCIEDADES IRREGULARES? EM QUE CLASSIFICAÇÃO
ESTAS ENTIDADES SE ENQUADRAM?”
Há determinadas entidades com muitas das características das pessoas
jurídicas que vimos até agora, mas que, no entanto, não chegam a ganhar
personalidade, são grupos despersonalizados. Faltam requisitos
imprescindíveis à personificação, são os grupos com personificação
anômala, alguns autores utilizam também o termo personalidade
judiciária.

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Temos como exemplos destas entidades: a família; a massa falida; o espólio; o condomínio; a
herança jacente ou vacante. Em geral, estes grupos, embora não possuam personalidade, possuem
uma capacidade processual e também legitimidade ativa e passiva para demandar e ser demandado
em ações judiciais.

(IF-RS / IF-RS –2015)


São pessoas jurídicas de Direito Público:
(A) as autarquias.
(B) as sociedades.
(C) as fundações.
(D) os partidos políticos
(E) as associações.
Comentários:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
...
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Gabarito: Letra A.

(FAUEL / CÂMARA MUNICIPAL DE MARIALVA-PR – 2015)


São pessoas jurídicas de direito público interno:

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(A) Associações públicas.


(B) Sociedades.
(C) Partidos políticos.
(D) Organizações religiosas.
Comentários:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
...
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Gabarito: Letra A.

(CAIP-IMES / CRAISA DE SANTO ANDRÉ-SP – 2016)


São pessoas jurídicas de direito público interno:
(A) as associações; as sociedades; as fundações; as organizações religiosas; os partidos políticos
e as empresas individuais de responsabilidade limitada.
(B) a União; os Estados; o Distrito Federal; os Municípios; as autarquias; as fundações e os
partidos políticos.
(C) a União; os Estados; o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; as autarquias,
inclusive as associações públicas e as demais entidades de caráter público criadas por lei.
(D) a União; os Estados; o Distrito Federal; os Municípios; as fundações; os partidos políticos;
as autarquias, inclusive as associações públicas.
Comentários:
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

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Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
...
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Gabarito: Letra C.

7. GRUPOS DESPERSONALIZADOS
Os grupos despersonalizados que mais aparecem em questões de concurso são:

A massa falida - nome que é dado ao conjunto de bens após a sentença


declaratória de falência. Será representado por um síndico, que será o
substituto da empresa ou pessoa que faliu.

A herança jacente ou vacante - herança jacente é o nome que se dá a herança


quando uma pessoa morre sem deixar testamento e não se conhece nenhum
herdeiro. Os bens da herança jacente são declarados vacantes quando não se
apresentar nenhum herdeiro ou, se aparecer algum, este renunciar a herança.
Este acervo de bens será representado por um curador.

O espólio - é o conjunto de direitos e obrigações do de cujus5. Será


representado em juízo, até que se nomeie um inventariante, por um
administrador provisório.

5
Expressão jurídica para denominar a pessoa que faleceu.

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O condomínio – sobre o condomínio há controvérsias na doutrina. Quando se


tratar de condomínio que é a propriedade comum ou conjunta sobre alguma
coisa, este não possui personalidade jurídica. O problema está nos
condomínios de edifícios. Portanto tenha uma atenção extra se isto aparecer
em prova. Como regra considere-os despersonalizados. Será representado
pelo síndico.

As sociedades e associações sem personalidade jurídica denominadas


sociedades de fato ou irregulares – serão representadas em juízo, ativa e
passivamente, “pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens”
(CPC, art. 75, IX). São as entidades já criadas e em funcionamento que, no
entanto, não têm existência legal, por falta de registro no órgão competente
ou por falta de autorização legal (CC, art. 986)6.

Também se destaca a família como uma entidade não personificada, pois,


apesar de seus laços de sangue, cada membro preserva sua individualidade e
é responsável por suas obrigações.

(FCC/ TJ-PA –2009)


Considerando que a ideia de personalidade exprime a aptidão genérica para adquirir direitos e
contrair obrigações, diante do Direito Positivo, é correto afirmar que os órgãos públicos, o
espólio, a massa falida e a herança jacente são dotados de personalidade.
Comentários:
Os órgãos públicos, o espólio, a massa falida e a herança jacente são entes despersonalizados.
Gabarito: Errado.

(FCC/ TRT - 24ª REGIÃO –2014)


Assinale a alternativa em que nenhum ente mencionado possui personalidade jurídica
(A) a organização religiosa, a família e o partido político.
(B) a fundação, o espólio e a família.
(C) a família, o espólio e a sociedade em conta de participação.
(D) o espólio, a associação e o condomínio.

6
Carlos Roberto Gonçalves. Direito Civil: Parte Geral. Esquematizado, v. 1, 2016. p.223.

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(E) a sociedade em nome coletivo, a empresa individual de responsabilidade limitada e a firma


individual.
Comentários:
A família não possui personalidade jurídica.
O espólio não possui personalidade jurídica. Será representado por um inventariante.
A sociedade em conta de participação não possui personalidade jurídica. O sócio ostensivo é a
pessoa jurídica, não a sociedade.
Gabarito: Letra C.

8. SOCIEDADES DE FATO
As sociedades sem personalidade jurídica - são aquelas que existem e funcionam, mas não possuem
existência legal justamente porque não fizeram seu registro no órgão competente ou então porque
lhes falta autorização legal para funcionamento. Serão representadas pela pessoa a quem couber a
administração de seus bens.
As sociedades irregulares ou de fato são aquelas que não cumpriram alguns requisitos para sua
regular formação, como por exemplo, uma empresa que deixa de registrar seu ato constitutivo na
Junta Comercial. Estas empresas possuem legitimidade para cobrar em juízo seus créditos, não
podendo o devedor alegar a irregularidade de sua constituição para se negar ao pagamento da
dívida. Mas não podem ser sujeitos de direitos, e os bens particulares dos sócios respondem
igualmente com os bens da empresa por dívidas contraídas em nome desta.

9. COMEÇO E FIM (EXTINÇÃO) DA EXISTÊNCIA LEGAL DA


PESSOA JURÍDICA
A pessoa jurídica tem sua origem, em regra, com um ¹ato jurídico ou ²em decorrência de normas.
Existe diferença, porém, entre a origem das pessoas jurídicas de direito público e das de direito
privado.
As pessoas jurídicas de direito público se não são criadas em razão de fatos históricos (criação do
próprio Estado, por exemplo), o são por normas, sejam estas: constitucionais; legais; ou, até mesmo,
por meio de tratados internacionais (no caso das pessoas jurídicas de direito público externo).
Já as pessoas jurídicas de direito privado obedecem a um processo que pode se dar de três formas:
o ¹sistema da livre associação (a emissão de vontade dos instituidores é suficiente para a criação do
ente personificado); o ²sistema do reconhecimento (há necessidade de um decreto de
reconhecimento); e o ³sistema das disposições normativas (neste sistema dá-se liberdade de criação
humana, sem necessidade de ato estatal que a reconheça, mas exige-se que a criação dessa pessoa
obedeça a condições predeterminadas).

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Em nosso direito, são duas as fases para a concretização da pessoa jurídica: o ¹ato constitutivo e a
formalidade do ²registro.

Na primeira fase, há a constituição da pessoa jurídica por um ato unilateral entre pessoas vivas ou
por testamento (se a pessoa faleceu e deixou estipulado a sua criação como ato de última vontade).
Nesta fase temos um elemento material que se exterioriza nos atos de reunião dos sócios, nas
condições dos estatutos, etc. Há, também, um elemento formal que é a transcrição do que foi
acertado por escrito. Este ato poderá ser público ou particular. As fundações são exceção, pois para
elas o instrumento público ou o testamento são essenciais.

Após a existência do ato escrito e da autorização passa-se à segunda fase: o registro. O ato de
constituição das pessoas jurídicas de direito privado e o seu registro estão normatizados nos artigos
45 e 46 do CC:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registo todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito
privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

(FCC/ TCE-AL –2008)


A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
aprovação do Poder Executivo.
Comentários:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou

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aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar
o ato constitutivo.
Gabarito: Correto.

(FCC/ AL-PB – 2013)


Quanto às pessoas jurídicas, é correto afirmar: Decai em três anos o direito de anular a
constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o
prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Comentários:
Art. 45. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de
sua inscrição no registro.
Gabarito: Correto.

Enquanto para a pessoa natural o fim da existência ocorre com a morte (real ou presumida), para a
pessoa jurídica pode ocorrer por causas diversas. Basicamente, o fim da existência legal da pessoa
jurídica, pode ocorrer:
De forma convencional – ou seja, quando seus membros decidirem pelo seu fim, de acordo com o
quórum previsto nos estatutos da empresa ou na lei.
De forma legal – em razão de motivos determinados em lei, mais precisamente no art. 1.034 do CC:
Art. 1.034 A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios,
quando:
I - anulada a sua constituição;
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade.
De forma administrativa – quando a pessoa jurídica, para seu funcionamento, precisa de
autorização do poder público e pratica atos nocivos ou contrários aos seus fins.
De forma Judicial – que decorre dos casos de dissolução previstos em lei ou no estatuto,
principalmente quando a sociedade se desviar dos fins para os quais foi constituída.

As formas de extinção se relacionam, e como vimos acima são a convencional, a legal, a


administrativa e a judicial.

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No entanto, a extinção legal tem este nome porque os motivos que levam à sua extinção advêm da
lei (exemplo art. 1.034). Mas entenda que a extinção não é automática, para que ela aconteça
também serão necessárias algumas medidas judiciais.
A extinção pela forma administrativa acontecerá quando for necessária uma autorização da
administração pública para o funcionamento da Pessoa Jurídica. Neste caso, quando a PJ pratica atos
nocivos ou contrários aos seus fins, o mesmo poder administrativo que concedeu esta autorização
poderá retirá-la ou, então, negar a sua renovação.

(FCC/ SEFAZ-SP – 2013)


No tocante às pessoas naturais e jurídicas:
(A) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com o início efetivo de
suas atividades civis ou empresariais.
(B) As autarquias, União, Estados e Municípios, bem como os partidos políticos, são pessoas
jurídicas de direito público interno.
(C) As associações, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas
individuais de responsabilidade limitada são pessoas jurídicas de direito privado.
(D) A personalidade civil da pessoa natural começa do nascimento com vida, evento a partir do
qual serão protegidos também os direitos do nascituro.
(E) Somente as pessoas naturais possuem atributos da personalidade e, assim, apenas elas
podem sofrer danos morais.
Comentários:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Gabarito: Letra C.

(FCC/ TRT - 12ª REGIÃO – 2013)


No tocante às pessoas jurídicas:

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(A) começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início efetivo de
suas atividades ao público.
(B) de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que, nessa
qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do
dano, se houver por parte destes culpa ou dolo.
(C) a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das instituições
religiosas é condicional, por ser laico o Estado brasileiro, que deverá autorizar ou não seu
reconhecimento e registro.
(D) os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público interno.
(E) as autarquias e as associações públicas são pessoas jurídicas de direito privado.
Comentários:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos
seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo
contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Gabarito: Letra B.

10. PROCESSO DE EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA


Após o encerramento das atividades da pessoa jurídica, o seu processo de extinção se realizará
através da ¹dissolução e da ²liquidação. Este processo se mostra necessário para que se dê
destinação aos bens da empresa, se pague todas as dívidas e para que se faça a partilha do que
restar entre os sócios.
A liquidação da pessoa jurídica, segundo o art. 51 do CC, ocorrerá nos casos de dissolução ou de
cassação de autorização para funcionamento:
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1º. Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2º. As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas
jurídicas de direito privado.
§ 3º. Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.

(INSTITUTO AOCP / EBSERH – 2015)


Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento,
ela será prontamente extinta e cancelada sua inscrição.

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Comentários:
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
Gabarito: Errado.

Desta forma, podemos perceber que o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica no registro não
acontece no momento em que ela é dissolvida.
O cancelamento da sua inscrição acontece somente depois de encerrada a sua regular liquidação.

Continuando a análise do Código Civil, há duas pessoas jurídicas, para as quais o nosso o código
reservou alguns itens específicos, são elas: ¹as associações e ²as fundações.

Então vamos ao seu estudo mais detalhado!

11. ASSOCIAÇÕES
No código civil de 2002, as associações estão compreendidas entre os artigos 53 a 61. O artigo 53
nos dá uma primeira ideia sobre as associações:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

As associações se prestam aos mais variados fins, desde que não econômicos, e preenchem, assim,
as mais variadas finalidades na sociedade. Qualquer atividade lícita e de fins não econômicos pode
ser buscada por uma associação.
Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Uma vez que as associações não se
formam por contrato e sim pela união de pessoas sem direitos e obrigações recíprocos7.
Uma observação que devemos fazer é a seguinte:
A associação até pode obter lucro, no entanto, este lucro deverá ser reinvestido na própria entidade.
A associação não pode ter o lucro como finalidade essencial e nem distribuí-lo entre seus associados.

7
Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 271.

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No artigo 54 do CC estão enumerados os requisitos obrigatórios que devem constar nos estatutos
de toda e qualquer associação:
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

Outras disposições podem ser acrescentadas, mas estas, que estão no texto da lei, são essenciais.
Os estatutos são a lei orgânica da pessoa jurídica, a norma de obediência obrigatória para os
fundadores da associação e, também, para todos aqueles que no futuro venham a ela se associar. A
vontade dos novos membros se manifesta através da adesão à associação e consequentemente aos
seus regulamentos.

Nada impede que a associação tenha várias sedes, sendo uma principal e outras subsidiárias;
A admissão de novos sócios deve atender aos interesses da associação, o estatuto pode determinar
que sejam preenchidos certos requisitos para que alguém tenha a qualidade de sócio;
A demissão não se confunde com a exclusão, porque esta tem caráter de penalidade e só pode ser
aplicada se for dado direito à ampla defesa ao associado envolvido (art. 57), já a demissão decorre
da iniciativa do próprio interessado, por oportunidade ou conveniência sua;
É importante que o estatuto estabeleça a providência de fundos, se este vai ser proveniente de
contribuições dos próprios sócios ou de terceiros, ou se, então, a associação vai exercer alguma
atividade que lhe forneça meios financeiros, entretanto sem que com isso descaracterize sua
finalidade.

O artigo 55 do CC nos diz:


Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, MAS o estatuto poderá instituir categorias com
vantagens especiais.

Este artigo pode dar margem para algumas confusões. A dificuldade estaria no sentido de se saber,
no caso concreto, se é válida a atribuição de vantagens especiais a sócios, o que contraria a finalidade

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primeira do dispositivo que é a igualdade de direitos. O melhor é interpretar que toda associação
deve garantir os direitos mínimos aos associados e que as vantagens são excepcionais a algumas
categorias, que por sua natureza sejam diferenciadas.

Seguindo com a nossa conversa! No art. 56 encontramos o seguinte:


Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único: Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a
transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao
adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.

Temos aqui a figura dos associados com e sem em quotas ou fração ideal do patrimônio da entidade
(chamados respectivamente de sócios patrimoniais e de sócios meramente contributivos). Na
verdade, o que este artigo quer proteger é o interesse da associação, pois cabe à própria entidade
definir quem poderá ingressar como associado.
O simples fato de transferir uma quota ou a “qualidade” de associado para outra pessoa pode não
ser o suficiente para esta pessoa passar a ser sócia, é preciso analisar a permissão estatutária.
A ideia fundamental é no sentido de permitir que a associação faça um juízo de oportunidade e
conveniência para a admissão de novos associados. Uma vez admitido o associado, a sua exclusão
somente será possível por justa causa, obedecido o estatuto. É o que diz o artigo 57 do CC:
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em
procedimento que assegure o direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.

Nenhuma decisão de exclusão de associado pode prescindir de procedimento que permita ao sócio
produzir sua defesa e suas provas, ainda que o estatuto permita e ainda que decidida em assembleia
geral, convocada para tal fim. Também neste sentido temos o artigo 58 do CC:
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido
legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.

O estatuto ou a lei estabelecerão os limites ao exercício dos direitos sociais.


A assembleia geral é órgão necessário da associação, exerce papel de “poder legislativo” na
instituição8. O artigo 59 do CC elenca as matérias privativas da assembleia.

Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral:

8
O “Poder Executivo” da pessoa jurídica é exercido por um diretor ou uma diretoria, podendo ser criados outros órgãos auxiliares,
dependendo do tamanho da entidade.

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I – destituir os administradores;
II – alterar o estatuto.
Parágrafo único: Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido
deliberação da assembleia especialmente convocada para este fim, cujo quórum será o estabelecido
no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.

No mesmo sentido o artigo 60 do CC determina:


A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantindo a 1/5 (um quinto)
dos associados o direito de promovê-la.

De acordo com a norma legal do artigo 59 do CC – que é uma norma de ordem pública, ou seja, é
preceito imperativo, que não admite disposição em contrário pela vontade privada, competirá
somente à assembleia geral a ¹destituição dos administradores e a ²alteração do estatuto.

“VOCÊS FALARAM EM DISSOLUÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. MAS O QUE


ACONTECERÁ COM O PATRIMÔNIO DE UMA ASSOCIAÇÃO QUANDO ESTA
FOR DISSOLVIDA?”
A resposta à sua pergunta está no art. 61, o seu estudo deve ser literal ao
texto do CC (assim é cobrado em prova!

Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se
for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à
entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos
associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1º. Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes
da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo
valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2º. Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação
tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se
devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

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Para finalizarmos o assunto associação, observe este enunciado do STJ: Jornada III STJ 142 – “Os
partidos políticos os sindicatos e as associações religiosas possuem natureza associativa,
aplicando-se-lhes o CC”.

(FCC/ TJ-PE – 2013)


Em relação às associações, é correto afirmar:
(A) A exclusão do associado depende unicamente das disposições estatutárias, podendo
ocorrer por ato imotivado dos órgãos deliberativos, se assim dispuser o estatuto.
(B) Os associados devem ter iguais direitos e, em consequência, é vedado que se estabeleçam
no estatuto categorias com vantagens especiais.
(C) Como regra, a qualidade de associado é transmissível livremente
(D) Entre os associados, são estabelecidos direitos e obrigações recíprocos.
(E) Compete privativamente à assembleia geral, especialmente convocada para esses fins,
destituir os administradores e alterar o estatuto associativo.
Comentários:
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:
I – destituir os administradores
II – alterar o estatuto.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido
deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o
estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.
Gabarito: Letra E.

(VUNESP / DESENVOLVESP – 2014)


Assinale a alternativa correta acerca das associações.
(A) Em sua essência, assim como nas sociedades, as associações têm por finalidade a obtenção
de lucro, a ser distribuído entre os associados.
(B) A exclusão dos associados, nas hipóteses em que o estatuto permitir, independe de
procedimento que assegure o direito de defesa.
(C) As associações podem ser públicas, sendo classificadas como pessoa jurídica de direito
público interno.
(D) Em razão de sua natureza, não se admite a existência de categorias de associados com
vantagens especiais.

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(E) Em caso de dissolução da associação, não se admite a restituição das contribuições que os
associados prestaram à associação, devendo o patrimônio integral ser revertido para
instituição de fins idênticos ou semelhantes.
Comentários:
Alternativa “a” - errada.
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.
Alternativa “b” - errada.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
Alternativa “c” - correta.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
Alternativa “d” - errada.
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com
vantagens especiais.
Alternativa “e” - errada.
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de
deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56,
será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por
deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou
semelhantes.
Gabarito: Letra C.

12. FUNDAÇÕES
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre as fundações, temos que noticiá-lo sobre uma importante
alteração ocorrida dia 29/07/2015, onde a Lei nº 13.151 alterou vários dispositivos do CC/2002
sobre as fundações privadas. Deste modo, vamos fazer um quadro comparativo entre como era o
artigo ou inciso, e como ficou. Mas, desde já alertamos que a citada lei já está em vigor, pois, de
acordo com seu art. 7º, ela entra em vigor na data de sua publicação.
Então vamos lá!
Vimos que, nas associações, o que importa são as pessoas, a reunião de pessoas, a coletividade. Já
nas fundações, há de início um patrimônio despersonalizado, destinado a um fim.

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As fundações têm sua razão de ser no patrimônio destinado a determinada finalidade. A


Lei nº 13.151, de 2015 alterou a redação do artigo 62 do CC, da seguinte forma:

Lei nº 10.406, de 2002 Lei nº 13.151, de 2015

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu Art. 62. Para criar uma fundação, o seu
instituidor fará, por escritura pública ou instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens testamento, dotação especial de bens livres,
livres, especificando o fim a que se especificando o fim a que se destina, e
destina, e declarando, se quiser, a declarando, se quiser, a maneira de administrá-
maneira de administrá-la. la.
Parágrafo único. A fundação somente Parágrafo único. A fundação somente poderá
poderá constituir-se para fins religiosos, constituir-se para fins de:
morais, culturais ou de assistência. I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio
histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio
ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de
tecnologias alternativas, modernização de
sistemas de gestão, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e
científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da
democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;

Trata-se, como se depreende do artigo, de um conjunto de bens, que recebe personalidade para a
realização de um fim determinado. O patrimônio se personaliza quando obtém sua existência legal,
deste modo, uma fundação não é qualquer conjunto de bens. A dotação se fará por escritura pública
ou testamento.
A construção da fundação é voltada para a realização de fins socialmente relevantes, úteis e nobres.
Afasta-se assim taxativamente no parágrafo único a possibilidade de instruírem-se fundações com
fins ociosos e fúteis.

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A fundação somente poderá constituir-se para fins de assistência social; cultura, defesa e
conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança alimentar e
nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de
sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; e das atividades religiosas.

Observe que agora a finalidade da fundação, ou seja, seu campo de atuação ficou maior e mais
determinado. Temos, no parágrafo único do art. 62, um campo de atuação maior do que tínhamos
na antiga redação, o que reforça os entendimentos da doutrina, tribunais e enunciados, de que a
fundação poderia atuar em outros campos além dos descritos no antigo § único do art. 62. suceder
os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-
se a sucessão.”

Tenha em mente que esta é a redação atual do art. 62 do CC. A Lei nº 13.151 já está em vigor.

Para que se aperfeiçoe a personalidade jurídica da fundação, ou seja, para que se possa dizer que
esta existe como pessoa jurídica, é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos: instituição,
por meio de escritura pública ou testamento, de dotação especial de bens livres de ônus, da qual
conste a finalidade específica da fundação, que somente poderá constituir-se para fins de assistência
social; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança
alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos
técnicos e científicos; promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
atividades religiosas; estatutos que a regerão; aprovação dos estatutos pelo órgão do Ministério
Público e o registro da escritura de instituição.
A criação da fundação se dá pelo denominado negócio jurídico fundacional e o registro a personifica,
fazendo com que tenha capacidade, patrimônio, sede e administração 9.
No primeiro requisito (instituição) para a criação de uma fundação, existem dois momentos bem
definidos: um é a ¹vontade de sua constituição, que neste caso se exterioriza no ato de fundação
propriamente dito; e o outro é o ato de ²dotação de um patrimônio, que lhe dará vida. Neste ato

9
Diniz. Direito Fundacional.

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de dotação, estão compreendidos: a reserva de bens livres 10, a indicação dos fins e a maneira pela
qual o acervo será administrado.

Modalidades de formação da fundação:


Direta – neste modo, a própria pessoa instituidora projeta e regulamenta a fundação.
Fiduciária – neste modo, o instituidor entrega a tarefa de organizá-la a outra pessoa.

Atenção! O instituidor da fundação pode ser tanto pessoa natural quanto pessoa jurídica.

Vimos que a constituição da fundação é feita com dotação de bens, mas o que ocorre quando esta
dotação não for suficiente? Esta situação está expressa no art. 63 do CC:
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro
modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
semelhante.

Então, se caso os bens forem insuficientes para a constituição da fundação, eles serão destinados a
outra fundação que tenha a mesma ou semelhante finalidade da que não pôde ser criada, mas isso
só acontecerá se o instituidor não tiver disposto de forma diferente no estatuto.
A tarefa de elaborar o estatuto – que é a lei interna da fundação - cabe ao instituidor ou, então, o
instituidor deverá designar quem elabore o estatuto. Depois de ultrapassada esta fase, o estatuto
será apresentado ao Ministério Público11– órgão fiscalizador das fundações, que examinará se
foram observadas as bases da fundação e se os bens são suficientes para atender as suas finalidades.
Neste sentido temos o artigo 66 do CC:
Art.66 Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios
§2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao
respectivo Ministério Público.

10
Estes bens têm que ser livres, pois qualquer ônus sobre eles colocaria em risco a existência da entidade.
11
Esta fiscalização será feita por meio da Promotoria de Justiça das Fundações, nas cidades em que houver este cargo na divisão
administrativa da instituição. Nas cidades menores esta tarefa caberá ao Promotor Público.

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De acordo caput do art. 66 do CC, as fundações depois de criada, serão fiscalizadas pelo Ministério
Público do Estado onde situadas.

Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.

O caput do art. 66 fala em Ministério Público do Estado. E se a fundação estiver situada no Distrito
Federal, quem irá fiscalizá-la? Quem vela pelas fundações localizadas no DF? O Ministério Público
do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

A Lei n.º 13.151/2015 alterou o §1º do art. 66 do CC com o objetivo de deixar isso expresso no
texto do Código:
§ 1º. Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público
do Distrito Federal e Territórios.

Desse modo, mesmo antes da alteração da Lei n° 13.151/2015, por força de decisão do STF, a
atribuição para fiscalizar as fundações privadas localizadas no DF já era do MPDFT.

(CESPE / CGU –2017)


De acordo com o STF, cabe ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios velar pelas
fundações públicas e de direito privado em funcionamento no DF, sem prejuízo da atribuição,
ao Ministério Público Federal, da veladura das fundações federais de direito público que
funcionem, ou não, no DF ou nos eventuais territórios.
Comentários:
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público
do Distrito Federal e Territórios.
§ 2° Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles,
ao respectivo Ministério Público.
Gabarito: Correto.

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A Lei nº 13.151/2015 corrige a falha do Código Civil e se adequa ao que foi decidido pelo STF,
deixando claro que se a fundação privada funcionar no Distrito Federal ou em Território caberá o
encargo ao MPDFT.

E SE A FUNDAÇÃO ABRANGER MAIS DE UM ESTADO/DF? SE ELA


FUNCIONAR EM DOIS, TRÊS, QUATRO ESTADOS/DF, QUEM FISCALIZA?
Se as atividades da fundação se estenderem por mais de um Estado, caberá
o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público (§ 2º do art.
66). Ex: Fundação “A” atua em SP, MG e DF. O MPSP irá fiscalizar as
atividades dessa fundação em SP, o MPRJ no MG e o MPDFT no DF.

==144373==

(CESPE / CGU –2017)


Se uma fundação estender suas atividades por mais de um estado, independentemente de ser
federal ou estadual, sua veladura caberá ao Ministério Público Federal.
Comentário:
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 2° Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles,
ao respectivo Ministério Público.
Gabarito: Errado.

Compete, então, ao Ministério Público do Distrito Federal velar pelas fundações no DF.

Em se tratando de fundações federais de direito público esta atribuição de velar cabe, sim, ao
Ministério Público Federal, independentemente de funcionar ou não no DF ou nos eventuais
Territórios.
Nos Estados, esta competência é do Ministério Público do Estado em que se situa a fundação.
Nesta mesma perspectiva, de ação do Ministério Público, temos o parágrafo único, do artigo 65 do
CC:

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Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do
encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art.62), o estatuto da fundação projetada,
submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo
prazo, em 180 (cento e oitenta) dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.

Como vimos, se o instituidor não fizer o estatuto e a pessoa por ele designada também não fizer,
caberá ao Ministério Público esta tarefa. Qualquer alteração do estatuto também deve ser
submetida à apreciação do Ministério Público.

Sobre alterações no estatuto temos o artigo 67 do CC:


Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I – seja deliberada por 2/3 (dois terços) dos componentes para gerir e representar a fundação;
II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la,
a requerimento do interessado.

E, aqui, temos a última alteração. Agora temos um prazo máximo para que o MP analise a proposta
de mudança do estatuto. Observe como ficou a nova redação do inciso III do art. 67 do CC:
Art. 67. III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e
cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado.

Deste modo o art. 67 ficou da seguinte forma:


Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias,
findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.

Colocamos os dispositivos, o antigo e o novo da Lei nº 13.151, como forma de comparação, mas o
que está valendo é a redação nova. Fique atento. ;)

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Caso a alteração não tenha sido aprovada por unanimidade, a minoria vencida poderá requerer a
impugnação no prazo de 10 dias, isso conforme o artigo 68 do CC:
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores
da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência
à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em 10 (dez) dias.

Existem certas peculiaridades no que diz respeito às fundações:


A primeira é quanto aos seus bens, estes não podem ser vendidos. Normalmente, tais bens são
inalienáveis, porque é sua existência que assegura a vida das fundações, não podendo, desta forma,
serem desviados de sua destinação original. É claro que, dependendo da situação, comprovada a
necessidade da venda, esta pode ser autorizada pelo juiz competente12, com a audiência do
Ministério Público. O produto da venda deve ser aplicado na fundação ou em outros bens destinados
a sua manutenção;
Na fundação, o elemento pessoa natural pode não ser múltiplo, uma vez que basta uma só pessoa
para sua criação;
O patrimônio é o elemento fundamental das fundações;
Os fins também são imutáveis, porque são fixados pelo instituidor;
Nas fundações os administradores não são sócios, podem ser denominados como membros
contribuintes, fundadores, beneméritos, efetivos, etc.

Outra peculiaridade está no artigo 64 do CC:


Art. 64. Constituída a fundação por negócio Jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-
lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados,
em nome dela, por mandado judicial.

Portanto, a promessa do instituidor, que se materializa na dotação de bens ou direitos, possui


caráter irrevogável e irretratável. Se uma pessoa prometer e não cumprir, poderá o juiz através de
mandado judicial executar a promessa.

Sobre o tema extinção da fundação temos o artigo 69 do CC e o artigo 765 do NCPC:


CC/2002: Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou
vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe
promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato
constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou
semelhante.

12
Sem esta autorização a venda será nula.

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NCPC: Art. 765. Qualquer interessado ou órgão do Ministério Público promoverá a extinção da
fundação quando:
I – se tornar ilícito o seu objeto;
II – for impossível a sua manutenção;
III – se vencer o prazo de sua existência.

Passemos agora a outro assunto muito importante, a chamada desconsideração da pessoa jurídica!

13. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA


Quando estudamos a natureza jurídica das pessoas jurídicas, as classificamos como realidade
técnica. A pessoa jurídica decorre da técnica do direito, é uma criação jurídica para a realização de
certos objetivos.
Neste sentido temos que as pessoas jurídicas possuem existência distinta em relação a seus
membros. Existem, porém, determinados casos onde esta distinção entre a pessoa jurídica e a
pessoa natural não pode ser mantida. Casos estes em que a personalidade da pessoa jurídica foi
utilizada para fugir das suas finalidades, para lesar terceiros.
Quando isto acontece, a personalidade jurídica deve ser desconsiderada, decidindo o julgador como
se o ato ou negócio houvesse sido praticado pela pessoa natural.
Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, em casos específicos e
determinados, apenas desconsiderá-la temporariamente. O assunto está regulado pelo artigo 50 do
CC:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.

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MEDIDA PROVISÓRIA Nº 881 DE 2019


No dia 30 de abril de 2019, foi assinada a medida provisória 881, chamada de MP da Liberdade
Econômica, que “institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, estabelece garantias de
livre mercado, análise de impacto regulatório, e dá outras providências”.
Esta medida modificou algumas disposições do CC/02, dentre estas disposições, está o art. 50, que
trata da desconsideração da personalidade jurídica.
Dito isso, vamos ver estas modificações de forma bem objetiva, evitando juízos de valor e
conveniência.
No caput do art. 50 do CC/02 temos nossa primeira modificação:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
A antiga redação era essa:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo ¹desvio de finalidade, ou pela
²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Percebe-se que a mudança está localizada na parte final do artigo: “(...) desconsiderá-la para que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de
administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso”.
Esta modificação faz com que a responsabilidade fique mais restrita, quando coloca que a
personalidade será desconsiderada para que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa
jurídica que foram BENEFICIADOS DIRETA OU INDIRETAMENTE PELO USO. Assim, somente quem
está envolvido com o abuso, quem se beneficiou com o ato que será responsabilizado, e não
qualquer pessoa que não tenha praticado o ato abusivo.
Os parágrafos que foram incluídos no art. 50 do CC/02, tratam dos critérios que devem ser
preenchidos para que a desconsideração seja efetivada, atente que estes critérios são alternativos,
e não cumulativos.

§ 1º. Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica
com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
O que se entende, da leitura do parágrafo, é que para que o desvio de finalidade seja caracterizado,
a utilização da pessoa jurídica deve ser DOLOSA. Ou seja, é necessário que a lesão ao direito de
outrem ou de atos ilícitos seja intencional para que o instituto seja aplicado.

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Atente que esta exigência está em contradição com o Enunciado nº 37 da I Jornada de direito civil:
“A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se
somente no critério objetivo-finalístico”. Como também, com a jurisprudência consolidada, que exige
o dolo apenas nos casos de encerramento irregular das atividades.

§ 2º. Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios,
caracterizada por:
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor
proporcionalmente insignificante; e
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.
O parágrafo 2º trata das hipóteses em que a confusão patrimonial (ausência de separação de fato
entre os patrimônios), estará caracterizada.

§ 3º. O disposto no caput e nos § 1º e § 2º também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou
de administradores à pessoa jurídica.
Neste parágrafo, quando temos, também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de
administradores à pessoa jurídica, está se falando da desconsideração inversa. Portanto, com base
no caput e nos §1º e 2º do art. 50 do CC/02, poderá ser aplicada a desconsideração da personalidade
e, também, a desconsideração inversa.

§ 4º. A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput não
autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.
Este parágrafo está em concordância com o Enunciado nº 406 da V Jornada de Direito Civil: “a
desconsideração da personalidade jurídica alcança os grupos de sociedade quando estiverem
presentes os pressupostos do art. 50 do Código Civil e houver prejuízo para os credores até o limite
transferido entre as sociedades”.
Assim, para que a desconsideração seja aplicada, os requisitos do caput devem ser observados.

§ 5º. Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da
atividade econômica específica da pessoa jurídica.
E, por fim, temos a valorização de um elemento subjetivo de avaliação para a desconsideração,
quando fala em mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica
específica da pessoa jurídica.
Sobre este último ponto fala Pablo Stolze Gagliano: “aqui, o desvio de finalidade – um dos requisitos
para a desconsideração da personalidade jurídica segundo o art. 50 – recebeu um segundo golpe (o
primeiro decorreu da exigência do ‘dolo’ para a sua configuração, conforme o § 1º já analisado

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acima). Ao dispor que não constitui desvio de finalidade a ‘alteração da finalidade original da
atividade econômica específica da pessoa jurídica’, o legislador dificultou sobremaneira o seu
reconhecimento: aquele que ‘expande’ a finalidade da atividade exercida – como pretende a primeira
parte da norma – pode não desviar, mas aquele que ‘altera’ a própria finalidade original da atividade
econômica da pessoa jurídica, muito provavelmente, desvia-se do seu propósito”.

Portanto, a teoria da desconsideração (ou disregard of the legal entity), como assinala Venosa13,
“...autoriza o juiz, quando há desvio de finalidade, a não considerar os efeitos da personificação, para
que sejam atingidos bens particulares dos sócios ou até mesmo de outras pessoas jurídicas
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso, mantidos incólumes, pelos fraudadores,
justamente para propiciar ou facilitar a fraude”.

O abuso da personalidade jurídica conforme expresso no CC ocorre em dois casos:


Desvio de finalidade14
Confusão patrimonial15.

Como assinala Galhardo Jr., “para que se desconsidere a pessoa jurídica, é necessário que o dano
causado seja decorrente do uso fraudulento ou abusivo da autonomia patrimonial. Quando a
fraude e o abuso de direito podem ser combatidos sem a necessidade de afastar-se a personalidade
distinta da pessoa jurídica (como quando é aplicável o regramento dos vícios dos atos jurídicos), a
teoria da desconsideração é inócua (...)”.

“SEMPRE SERÁ NECESSÁRIO O USO FRAUDULENTO DA PESSOA


JURÍDICA?”
A disregard of legal entity originariamente foi feita para atingir casos de
fraude e de má-fé.

Existem, no entanto, duas teorias sobre a desconsideração:

13
Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, 11 ed.
14
Desvio de finalidade - o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros com o uso abusivo da personalidade jurídica.
15
Confusão Patrimonial - subentendida como a inexistência, no campo dos fatos, de separação patrimonial entre o patrimônio
da pessoa jurídica e de seus sócios, ou, ainda, dos haveres de diversas pessoas jurídicas.

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A Teoria maior, em princípio, exige dois requisitos: o abuso e o prejuízo. É a teoria adotada pelo
Código Civil. Apenas observando que no caso de confusão patrimonial, esta será o pressuposto
necessário e suficiente.
Teoria menor, que exige como requisito apenas o prejuízo ao credor.

E veja dois enunciados relacionados ao assunto:


Jornada I STJ 7: “só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática
de ato irregular, e limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido”.
Jornada III STJ 146: “Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os parâmetros de
desconsideração da personalidade jurídica previstas no CC 50 (desvio de finalidade ou confusão
patrimonial)” (Este Enunciado não prejudica o Jornada I STJ 7).

A teoria menor por vezes é adotada pela jurisprudência, principalmente no que diz respeito às
relações de consumo (art.28 e parágrafos da Lei 8.078/1990). Mas o assunto é polêmico. Também
é apontada pela doutrina uma problemática nas relações trabalhistas, pois, segundo ela, a teoria da
desconsideração tem sido utilizada de forma indiscriminada.

Você precisa estar muito atento(a) em uma questão que aborde o tema. De todo modo,
respondendo à pergunta, entenda que nem sempre será necessária a comprovação da intenção de
fraudar.

(FCC/ DPE-RS – 2011)


Pessoas jurídicas de direito privado, seu processo de personificação e desconsideração de sua
personalidade jurídica. É cabível a desconsideração da personalidade jurídica "inversa",
visando a alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens
pessoais, com prejuízo a terceiros.
Comentários:
Enunciado n. 283 da IV Jornada de Direito Civil do CJF – Art. 50 do CC:
É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada "inversa" para alcançar
bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com
prejuízo a terceiros.
Gabarito: Correto.

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14. DESCONSIDERAÇÃO “INVERSA” DA PESSOA JURÍDICA


Existe uma situação que ocorre o seguinte: O sócio, com objetivo prejudicar a terceiro, oculta ou
desvia seus bens pessoais para a pessoa jurídica. Estes “bens da pessoa jurídica” (na realidade são
bens ocultos do sócio) poderão ser atingidos em uma desconsideração.
Jornada IV STJ 283: “É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada ‘inversa’
para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais,
com prejuízo a terceiros”.

“PROFESSORES! ANTES DE ENCERRAR O ASSUNTO, EU LI ALGO SOBRE A


NECESSIDADE DE INSOLVÊNCIA E A DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA, O QUE É ISTO?”
A comprovação da insolvência (que é quando a PJ não pode cumprir com
suas obrigações) não é necessária. Além disso, segundo a doutrina, a
aplicação da teoria da desconsideração conforme já falamos não importa
dissolução ou anulação da sociedade. Importa apenas a sua
desconsideração.

Sobre o assunto há inclusive o seguinte Enunciado da Jornada IV STJ 281: “A aplicação da teoria da
desconsideração, descrita no CC 50, prescinde da demonstração de insolvência da pessoa jurídica”.

15. PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE


As pessoas jurídicas são abrangidas pela proteção dos direitos da personalidade.

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

(FCC/ TJ-PE – 2015)


Segundo a legislação civil vigente, aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos
direitos da personalidade.
Comentários:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

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Gabarito correto.

(FCC/ TRE-PB – 2015)


Não se aplica, em qualquer hipótese, a proteção dos direitos da personalidade tratando-se de
incompatibilidade legal de institutos.
Comentários:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
Gabarito: Errado.

(FCC/ PGE-RR – 2006)


Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Comentários:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Gabarito: Correto.

Observe que a aplicação da proteção aos direitos da personalidade não é feita indistintamente para
todos os casos. Quanto a este assunto temos o seguinte enunciado 227 do STJ: “a pessoa jurídica
pode sofrer dano moral”.

Porém, atente que o dano moral será objetivo, relativo a atributos sujeitos à valoração
extrapatrimonial da sociedade, como o bom nome, por exemplo.
Isso porque a pessoa jurídica não tem direito à reparação do dano moral subjetivo, uma vez que não
possui capacidade afetiva. E a honra subjetiva está relacionada aos sentimentos de autoestima.

Este assunto já foi cobrado, mas por outra banca, no concurso do MPU/2013: A pessoa jurídica pode
sofrer dano moral nos casos de violação à sua honra subjetiva.
De acordo com o que vimos está incorreto.

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16. RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS


A responsabilização vai acontecer quando uma pessoa for prejudicada, quando houver um dano –
seja ele patrimonial ou moral, sendo necessário também que exista um nexo de causalidade entre
este dano e o ato de um agente – que foi o causador do dano.
A existência de dano gera a responsabilidade e a obrigação de reparação deste dano. Sendo que a
responsabilidade das pessoas jurídicas pode ocorrer no âmbito administrativo, no civil e no penal.
No âmbito penal, por exemplo, a Lei nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998, que fala sobre os crimes
ambientais, responsabiliza administrativa, civil e penalmente as pessoas jurídicas, aplicando penas
restritivas de direitos, prestação de serviços à comunidade e multa.

No âmbito civil a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser:


Contratual - que está no art. 389 do CC: “Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas
e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado”.
Extracontratual - também chamada de delitual ou aquiliana, que decorre de atos ilícitos e impõe a
todos o dever de não lesar. Se mesmo assim a pessoa o fizer, ocorrerá a obrigação de reparar este
dano.

Toda pessoa jurídica de direito privado responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que
seja a natureza de seus fins. Para as pessoas jurídicas de direito público a responsabilidade é
objetiva sob a modalidade do risco administrativo, conforme art. 43:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

Na responsabilidade civil objetiva, as pessoas jurídicas de direito público interno têm a obrigação
de reparar tão somente pela existência do fato danoso e do nexo causal (que é a chamada Teoria do
Risco), não existe a necessidade de culpa. É assegurado a estas pessoas, no entanto, o direito de
ação contra os causadores do dano se estes agirem com culpa ou dolo.
Porém se houver a culpa concorrente entre o agente e a vítima a indenização será reduzida pela
metade. E se a culpa for exclusiva da vítima o Estado se exonerará da obrigação de indenizar. O
mesmo acontecendo no caso de força maior e fato exclusivo de terceiro.

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17. DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA


É a sede jurídica da pessoa jurídica, é onde os credores podem demandar o cumprimento das
obrigações. É o local de suas atividades habituais, de seu governo, administração ou direção, ou
ainda, aquele determinado no ato constitutivo. Estabelece o artigo 75 do CC:
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será
considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2º. Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa
jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do
estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

O § 1º do artigo 75, vem ajudar às pessoas que necessitam processar uma entidade com
estabelecimentos em vários lugares, ao dizer que cada um deles será considerado domicílio para os
atos neles praticados. Já, o § 2º do artigo 75 diz respeito às pessoas jurídicas estrangeiras que
tenham estabelecimento no Brasil, e que serão demandadas no foro de sua agência aqui localizada,
de acordo com as obrigações contraídas por cada uma delas.

18. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Terminada nossa uma aula, caros amigos, como de costume, vamos à prática, com a resolução de
mais questões.
Mandem suas dúvidas para o fórum de dúvidas do nosso curso.

Um abraço e bons estudos!

Aline Baptista Santiago.

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19. RESUMO DA MATÉRIA


PESSOAS JURÍDICAS
As pessoas jurídicas são entidades as quais a lei confere personalidade. Uma vez tendo
personalidade jurídica, estas pessoas podem ser sujeitos de direitos e obrigações.
É importante observarmos que a personalidade da pessoa jurídica não se confunde, em regra, com
a personalidade de cada um dos seus membros.

Existem diversas teorias que tentam explicar a natureza jurídica da pessoa jurídica. Dentre essas
teorias existem as que negam a existência da pessoa jurídica – ¹Teorias Negativistas, e as que
afirmam sua existência – ²Teorias Afirmativistas:

TEORIA NEGATIVISTA Nega existência à pessoa jurídica.

Teoria da Ficção Legal – considera a


pessoa jurídica uma ficção jurídica.
Teoria da Ficção
Teoria da Ficção Doutrinária – defende
que a pessoa jurídica é uma ficção criada
pela doutrina.

TEORIA AFIRMATIVISTA Teoria da Realidade Objetiva ou Orgânica


– a pessoa jurídica nasce através da
imposição das forças sociais.

Teoria da Realidade Jurídica ou


Teoria da Institucionalista – a pessoa jurídica é uma
Realidade organização social destinada a um serviço
ou ofício.

Teoria da Realidade Técnica – a pessoa


jurídica é um atributo deferido pelo
Estado a certas entidades.

A teoria da realidade técnica é a adotada pelo código civil de 2002.

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CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA


A personalidade da pessoa jurídica se dá quando há uma conjunção de vontades em torno da criação
deste ente abstrato. A partir deste momento este adquire personalidade própria, independente da
personalidade de seus sócios.

Começa a existência legal (nascimento) das pessoas jurídicas de direito privado:


Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai16 em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no
registro.

Art. 46. O registro declarará:


I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

Desta forma os estatutos e os atos constitutivos das pessoas jurídicas de direito privado são
registrados no Cartório de Registro Civil das pessoas jurídicas. Este registro além de servir de prova,
possui natureza constitutiva, por ser o atributivo de personalidade e da capacidade da pessoa
jurídica.

Não esqueça esta informação! A existência legal da pessoa jurídica de direito privado começa com
o registro do ato constitutivo. Não é quando as pessoas celebram o contrato e não é quando
elaboram o estatuto. Ela começa quando ocorre o registro.

16
Os institutos da decadência e da prescrição serão abordados detalhadamente em outra aula. Mas você já pode “ir memorizando”
alguns prazos.

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Para a constituição da pessoa jurídica existem três requisitos básicos: ¹a vontade humana criadora,
²a obediência às condições legais para sua formação e ³a finalidade lícita.

CAPACIDADE E REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA


Para a pessoa jurídica a capacidade vai ser limitada à finalidade para a qual a pessoa foi criada.
Os poderes atribuídos à pessoa jurídica estão estipulados nos ¹atos constitutivos, em seu
²ordenamento interno e, também, na ³lei, uma vez que seus estatutos não podem contrariar normas
cogentes. Assim, depois de registrada a pessoa jurídica o Direito reconhece a atividade no mundo
jurídico. Neste momento de reconhecimento, a pessoa jurídica recebe: denominação, domicílio e
nacionalidade (todos decorrentes da personalidade).

CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

Nacional - é organizada conforme a lei brasileira e tem no país a


sede de sua administração.

QUANTO À NACIONALIDADE Estrangeira - não poderá funcionar sem autorização do Poder


Executivo,. Se autorizada a funcionar no Brasil: sujeitar-se-á às leis
e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos aqui praticados; deverá
ter representante no Brasil; e poderá nacionalizar-se, transferindo
sua sede para o Brasil.

Corporação (universitas personarum) - é um conjunto de pessoas


que, apenas coletivamente, goza de certos direitos e os exerce por
meio de uma vontade única. Exemplos: as associações e as
sociedades.
QUANTO À ESTRUTURA
INTERNA
Fundação (universitas bonorum) - é o patrimônio personalizado
destinado a um fim que lhe dá unidade. São as fundações (públicas
e privadas).

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Pessoas jurídicas de direito público - são aquelas previstas em lei e


que podem ser de Direito Público Externo ou Interno.

QUANTO À FUNÇÃO E
CAPACIDADE Pessoas jurídicas de direito privado – são instituídas por iniciativa
de particulares e dividem–se em: fundações particulares,
associações, sociedades simples e empresárias, organizações
religiosas, partidos políticos e, ainda, incluídas pela lei 12.441 de
2011, as empresas individuais de responsabilidade limitada.

As associações e as sociedades também têm um patrimônio, que representa um meio para a


consecução dos fins perseguidos pelos sócios, mas, nas fundações, juntamente com o objetivo a que
esta se destina, o patrimônio é o elemento principal.

As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Veja que as
pessoas jurídicas de direito público são subdivididas em direito público interno ou externo:

Interno
Direito Público
PESSOAS JURÍDICAS Externo
Direito Privado

É importante que você saiba identificar e distinguir as pessoas jurídicas de direito público e as
pessoas jurídicas de direito privado (é um ponto recorrente em provas):

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Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de
direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado,
regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas
deste Código.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados


estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito
internacional público.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

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INTERNO: EXTERNO:

Art. 41. São pessoas jurídicas de Art. 44. São pessoas jurídicas de
direito público INTERNO: direito PRIVADO:
I - a União; I - as associações;
II - os Estados, o Distrito Federal e II - as sociedades;
os Territórios;
III - as fundações.
III - os Municípios;
IV - as organizações religiosas;
IV - as autarquias;
V - os partidos políticos.
IV - as autarquias, inclusive as
associações públicas; VI - as empresas individuais de
responsabilidade limitada.
V - as demais entidades de
caráter público criadas por lei.

A existência legal da pessoa jurídica de direito privado começa com o registro do ato constitutivo.
Não é quando as pessoas celebram o contrato e não é quando elaboram o estatuto. Ela começa
quando ocorre o registro.

“O registro da pessoa jurídica declarará o modo por que se administra e representa, ativa e
passivamente, judicial e extrajudicialmente.”

GRUPOS DESPERSONALIZADOS
Os grupos despersonalizados (que não possuem personalidade jurídica própria) que mais aparecem
em questões de concurso são:

A massa falida - nome que é dado ao conjunto de bens após a sentença


declaratória de falência. Será representado por um síndico, que será o
substituto da empresa ou pessoa que faliu.

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A herança jacente ou vacante - herança jacente é o nome que se dá a herança


quando uma pessoa morre sem deixar testamento e não se conhece nenhum
herdeiro. Os bens da herança jacente são declarados vacantes quando não se
apresentar nenhum herdeiro ou, se aparecer algum, este renunciar a herança.
Este acervo de bens será representado por um curador.

O espólio - é o conjunto de direitos e obrigações do de cujus17. Será


representado em juízo, até que se nomeie um inventariante, por um
administrador provisório.

O condomínio – sobre o condomínio há controvérsias na doutrina. Quando se


tratar de condomínio que é a propriedade comum ou conjunta sobre alguma
coisa, este não possui personalidade jurídica. O problema está nos
condomínios de edifícios. Portanto tenha uma atenção extra se isto aparecer
em prova. Como regra considere-os despersonalizados. Será representado
pelo síndico.

As sociedades e associações sem personalidade jurídica denominadas


sociedades de fato ou irregulares – serão representadas em juízo, ativa e
passivamente, “pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens”
(CPC, art. 75, IX). São as entidades já criadas e em funcionamento que, no
entanto, não têm existência legal, por falta de registro no órgão competente
ou por falta de autorização legal (CC, art. 986)18.

Também se destaca a família como uma entidade não personificada, pois,


apesar de seus laços de sangue, cada membro preserva sua individualidade e
é responsável por suas obrigações.

Em geral, estes grupos possuem capacidade processual e possuem legitimidade ativa e passiva para
demandar e ser demandado em ações na justiça.

SOCIEDADES DE FATO
As sociedades sem personalidade jurídica - são aquelas que existem e funcionam, mas não possuem
existência legal justamente porque não fizeram seu registro no órgão competente ou então porque
lhes falta autorização legal para funcionamento.
As sociedades de fato são aquelas que não cumpriram alguns requisitos para sua regular formação,
como por exemplo, uma empresa que deixa de registrar seu ato constitutivo na Junta Comercial.

17
Expressão jurídica para denominar a pessoa que faleceu.
18
Carlos Roberto Gonçalves. Direito Civil: Parte Geral. Esquematizado, v. 1, 2016. p.223.

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COMEÇO E FIM (EXTINÇÃO) DA EXISTÊNCIA LEGAL DA PESSOA JURÍDICA


Em nosso direito, são duas as fases para a concretização da pessoa jurídica: o ¹ato constitutivo e a
formalidade do ²registro.

Na primeira fase, há a constituição da pessoa jurídica por um ato unilateral entre pessoas vivas ou
por testamento (se a pessoa faleceu e deixou estipulado a sua criação como ato de última vontade).
Nesta fase temos um elemento material que se exterioriza nos atos de reunião dos sócios, nas
condições dos estatutos, etc. Há, também, um elemento formal que é a transcrição do que foi
acertado por escrito. Este ato poderá ser público ou particular. As fundações são exceção, pois para
elas o instrumento público ou o testamento são essenciais.

Após a existência do ato escrito e da autorização passa-se à segunda fase: o registro. O ato de
constituição das pessoas jurídicas de direito privado e o seu registro estão normatizados nos artigos
45 e 46 do CC:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registo todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito
privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

O fim da existência legal da pessoa jurídica, pode ocorrer de forma convencional, legal,
administrativa ou Judicial.

PROCESSO DE EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA


Após o encerramento das atividades da pessoa jurídica, o seu processo de extinção se realizará
através da ¹dissolução e da ²liquidação.
A liquidação da pessoa jurídica, segundo o art. 51 do CC, ocorrerá nos casos de dissolução ou de
cassação de autorização para funcionamento:

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Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1º. Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2º. As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas
jurídicas de direito privado.
§ 3º. Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.

O cancelamento da inscrição da pessoa jurídica no registro não acontece quando ela é dissolvida e
sim, depois de encerrada a sua regular liquidação.

ASSOCIAÇÕES
São pessoas jurídicas de direito privado constituídas pela união de pessoas que se organizem para
fins não econômicos.
As associações estão compreendidas entre os artigos 53 a 61 do Código Civil. O artigo 53 nos dá uma
primeira ideia sobre as associações:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

No artigo 54 do CC estão enumerados os requisitos obrigatórios que devem constar nos estatutos
de toda e qualquer associação:
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

Toda associação deve garantir os direitos mínimos aos associados e que as vantagens são
excepcionais a algumas categorias, que por sua natureza sejam diferenciadas, é o que dispõe o
artigo 55 do CC nos diz:
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, MAS o estatuto poderá instituir categorias com
vantagens especiais.

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No art. 56 encontramos o seguinte:


Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único: Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a
transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao
adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.

Uma vez admitido o associado, a sua exclusão somente será possível por justa causa, obedecido o
estatuto. É o que diz o artigo 57 do CC:
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em
procedimento que assegure o direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.

Nenhuma decisão de exclusão de associado pode prescindir de procedimento que permita ao sócio
produzir sua defesa e suas provas, ainda que o estatuto permita e ainda que decidida em assembleia
geral, convocada para tal fim. Também neste sentido temos o artigo 58 do CC:
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido
legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.

A assembleia geral é órgão necessário da associação, exerce papel de “poder legislativo” na


instituição19. O artigo 59 do CC elenca as matérias privativas da assembleia:
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral:
I – destituir os administradores;
II – alterar o estatuto.
Parágrafo único: Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido
deliberação da assembleia especialmente convocada para este fim, cujo quórum será o estabelecido
no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.

No mesmo sentido o artigo 60 do CC determina:


Art. 60.A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantindo a 1/5 (um
quinto) dos associados o direito de promovê-la.

19
O “Poder Executivo” da pessoa jurídica é exercido por um diretor ou uma diretoria, podendo ser criados outros órgãos auxiliares,
dependendo do tamanho da entidade.

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“VOCÊS FALARAM EM DISSOLUÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. MAS O QUE


ACONTECERÁ COM O PATRIMÔNIO DE UMA ASSOCIAÇÃO QUANDO ESTA
FOR DISSOLVIDA?”
A resposta à sua pergunta está no art. 61, o seu estudo deve ser literal ao
texto do CC (assim é cobrado em prova!

O art. 61 trata da dissolução da associação quanto ao seu patrimônio:


Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se
for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à
entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos
associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1º. Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes
da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo
valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2º. Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação
tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se
devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

Para finalizarmos o assunto associação, observe este enunciado do STJ: Jornada III STJ 142 – “Os
partidos políticos os sindicatos e as associações religiosas possuem natureza associativa,
aplicando-se-lhes o CC”.

FUNDAÇÕES
São pessoas jurídicas de direito privado constituída por dotação especial de bens livres,
especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.

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Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação SOMENTE poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e
conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;

Trata-se, como se depreende do artigo, de um conjunto de bens, que recebe personalidade para a
realização de um fim determinado. O patrimônio se personaliza quando obtém sua existência legal,
deste modo, uma fundação não é qualquer conjunto de bens. A dotação se fará por escritura pública
ou testamento.
A construção da fundação é voltada para a realização de fins socialmente relevantes, úteis e nobres.
Afasta-se assim taxativamente no parágrafo único a possibilidade de instruírem-se fundações com
fins ociosos e fúteis.

Modalidades de formação da fundação:


Direta – neste modo, a própria pessoa instituidora projeta e regulamenta a fundação.
Fiduciária – neste modo, o instituidor entrega a tarefa de organizá-la a outra pessoa.

Atenção! O instituidor da fundação pode ser tanto pessoa natural quanto pessoa jurídica.

Vimos que a constituição da fundação é feita com dotação de bens, mas o que ocorre quando esta
dotação não for suficiente? Esta situação está expressa no art. 63 do CC:

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Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro
modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
semelhante.

As fundações depois de criada, serão fiscalizadas pelo Ministério Público do Estado onde situadas :
Art.66 Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios
§2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao
respectivo Ministério Público.

O caput do art. 66 fala em Ministério Público do Estado. E se a fundação estiver situada no Distrito
Federal, quem irá fiscalizá-la? Quem vela pelas fundações localizadas no DF? O Ministério Público
do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

E SE A FUNDAÇÃO ABRANGER MAIS DE UM ESTADO/DF? SE ELA


FUNCIONAR EM DOIS, TRÊS, QUATRO ESTADOS/DF, QUEM FISCALIZA?
Se as atividades da fundação se estenderem por mais de um Estado, caberá
o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público (§ 2º do art.
66). Ex: Fundação “A” atua em SP, MG e DF. O MPSP irá fiscalizar as
atividades dessa fundação em SP, o MPRJ no MG e o MPDFT no DF.

Compete, então, ao Ministério Público do Distrito Federal velar pelas fundações no DF.

Em se tratando de fundações federais de direito público esta atribuição de velar cabe, sim, ao
Ministério Público Federal, independentemente de funcionar ou não no DF ou nos eventuais
Territórios.
Nos Estados, esta competência é do Ministério Público do Estado em que se situa a fundação.

Nesta mesma perspectiva, de ação do Ministério Público, temos o parágrafo único, do artigo 65 do
CC:

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Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do
encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art.62), o estatuto da fundação projetada,
submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo
prazo, em 180 (cento e oitenta) dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.

Sobre alterações no estatuto temos o artigo 67 do CC:


Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias,
findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.

Caso a alteração não tenha sido aprovada por unanimidade, a minoria vencida poderá requerer a
impugnação no prazo de 10 dias, isso conforme o artigo 68 do CC:
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores
da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência
à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em 10 (dez) dias.

Sobre o tema extinção da fundação temos o artigo 69 do CC:


CC/2002: Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou
vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe
promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato
constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou
semelhante.

DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA


As pessoas jurídicas possuem existência distinta em relação a seus membros. Existem, porém,
determinados casos onde esta distinção entre a pessoa jurídica e a pessoa natural não pode ser
mantida. Casos estes em que a personalidade da pessoa jurídica foi utilizada para fugir das suas
finalidades, para lesar terceiros.
Quando isto acontece, a personalidade jurídica deve ser desconsiderada, decidindo o julgador como
se o ato ou negócio houvesse sido praticado pela pessoa natural.
Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, em casos específicos e
determinados, apenas desconsiderá-la temporariamente. O assunto está regulado pelo artigo 50 do
CC:

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Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.

Existem, no entanto, duas teorias sobre a desconsideração:

Requisito:
Abuso
MAIOR
(Adotada pelo Código Civil)
Requisito:
Prejuízo
TEORIA

MENOR Requisito:
(Adotada pela
Jurisprudência) Prejuízo do credo

E veja dois enunciados relacionados ao assunto:


Jornada I STJ 7: “só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática
de ato irregular, e limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido”.
Jornada III STJ 146: “Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os parâmetros de
desconsideração da personalidade jurídica previstas no CC 50 (desvio de finalidade ou confusão
patrimonial)” (Este Enunciado não prejudica o Jornada I STJ 7).

Você precisa estar muito atento(a) em uma questão que aborde o tema. De todo modo,
respondendo à pergunta, entenda que nem sempre será necessária a comprovação da intenção de
fraudar.

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DESCONSIDERAÇÃO “INVERSA” DA PESSOA JURÍDICA


O sócio, com objetivo de prejudicar terceiro, oculta ou desvia seus bens pessoais para a pessoa
jurídica. Estes “bens da pessoa jurídica” (na realidade são bens ocultos do sócio) poderão ser
atingidos em uma desconsideração.

Jornada IV STJ 283: “É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada ‘inversa’


para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais,
com prejuízo a terceiros”.

Sobre o assunto há inclusive o seguinte Enunciado da Jornada IV STJ 281: “A aplicação da teoria da
desconsideração, descrita no CC 50, prescinde da demonstração de insolvência da pessoa jurídica”.

PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE


As pessoas jurídicas também são abrangidas pela proteção dos direitos da personalidade. Preceitua,
com efeito, o Código Civil que:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

Observe que a aplicação da proteção aos direitos da personalidade não é feita indistintamente para
todos os casos. Quanto a este assunto temos o seguinte enunciado do STJ:
Súmula 227 do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.

Porém, atente que o dano moral será objetivo, relativo a atributos sujeitos à valoração
extrapatrimonial da sociedade, como o bom nome, por exemplo. Isso porque a pessoa jurídica não
tem direito à reparação do dano moral subjetivo, uma vez que não possui capacidade afetiva. E a
honra subjetiva está relacionada aos sentimentos de autoestima.

RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS


A responsabilização vai acontecer quando uma pessoa for prejudicada, quando houver um dano –
seja ele patrimonial ou moral, sendo necessário também que exista um nexo de causalidade entre
este dano e o ato de um agente – que foi o causador do dano.
A existência de dano gera a responsabilidade e a obrigação de reparação deste dano. Sendo que a
responsabilidade das pessoas jurídicas pode ocorrer no âmbito administrativo, no civil e no penal.

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Toda pessoa jurídica de direito privado responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que
seja a natureza de seus fins. Para as pessoas jurídicas de direito público a responsabilidade é
objetiva sob a modalidade do risco administrativo, conforme art. 43:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA


É a sede jurídica da pessoa jurídica, é onde os credores podem demandar o cumprimento das
obrigações. É o local de suas atividades habituais, de seu governo, administração ou direção, ou
ainda, aquele determinado no ato constitutivo. Estabelece o artigo 75 do CC:
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.

O § 1º do artigo 75, vem ajudar às pessoas que necessitam processar uma entidade com
estabelecimentos em vários lugares, ao dizer que cada um deles será considerado domicílio para os
atos neles praticados:
§ 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será
considerado domicílio para os atos nele praticados.

Já, o § 2º do artigo 75 diz respeito às pessoas jurídicas estrangeiras que tenham estabelecimento no
Brasil, e que serão demandadas no foro de sua agência aqui localizada, de acordo com as obrigações
contraídas por cada uma delas:
§ 2º. Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa
jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do
estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

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20 – QUESTÕES

20.1 – QUESTÕES COMENTADAS

1. (FCC/ AFAP – 2019)


No tocante à personalidade jurídica das sociedades,
(A) aplica-se a elas a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra objetiva - mas não
subjetiva - e direito à reparação de danos materiais e morais.
(B) aplica-se a elas parcialmente a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra objetiva
mas não tendo direito à reparação dos danos morais, embora possa indenizar-se dos prejuízos
materiais.
(C) não se aplica a elas a proteção dos direitos da personalidade, porque são uma ficção jurídica e
não possuem honra de nenhuma espécie, podendo pleitear apenas a reparação de danos materiais.
(D) aplica-se a elas integralmente a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra
subjetiva e objetiva e podendo pleitear a reparação dos danos materiais e morais.
(E) não se aplica a elas a proteção dos direitos da personalidade, que é exclusiva às pessoas físicas,
mas podem ajuizar demandas reparatórias materiais e morais.

Comentários:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Súmula 227 do STJ: "A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
Informativo 534 do STJ: A pessoa jurídica de direito público não tem direito à indenização por danos
morais relacionados à violação da honra ou da imagem.
Gabarito: letra A.

2. (FCC/ CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – 2018)


No que concerne às associações, é correto afirmar:
(A) Os associados devem ter iguais direitos, sem que o estatuto possa instituir categorias com
vantagens especiais.
(B) Constituem-se pela união de pessoas que se organizem para fins de lazer, culturais ou
econômicos.
(C) A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
(D) A qualidade de associado é transmissível, salvo previsão estatutária contrária.

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(E) Cabe privativamente ao Conselho de Administração da associação destituir os administradores e


alterar o estatuto, por voto de sua maioria qualificada.

Comentários:
Alternativa “a” – errada.
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com
vantagens especiais.

Alternativa “b” – errada.


Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.

Alternativa “c” – correta.


Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.

Alternativa “d” – errada.


Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.

Alternativa “e” – errada.


Art. 59. Compete privativamente à Assembleia geral:
I – destituir os administradores;
II – alterar o estatuto.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido
deliberação da Assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido
no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.
Gabarito: Letra C.

3. (FCC/ SEAD-AP – 2018)


À luz do disposto no Código Civil, considere:
I. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
II. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, se for possível, ainda que
improvável, a morte de quem, segundo ao menos duas testemunhas, estava em perigo de vida.

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III. Cessará, para os menores, a incapacidade, pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do
outro, mediante instrumento público ou particular, independentemente de homologação judicial,
ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.
IV. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Está correto o que consta APENAS de
(A) I e IV.
(B) I e II.
(C) II e IV.
(D) II e III.
(E) I e III.

Comentários:
Afirmativa I – correta.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

Afirmativa II – errada.
Art. 7º. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;

Afirmativa III – errada.


Art. 5º. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor
tiver dezesseis anos completos;

Afirmativa IV – correta.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Gabarito: Letra A.

4. (FCC/ PGE -AP – 2018)


São pessoas jurídicas de direito privado
(A) o condomínio edilício e as fundações.
(B) o empresário individual e as sociedades.

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(C) as empresas individuais de responsabilidade limitada e as associações.


(D) as organizações religiosas e a massa falida.
(E) os partidos políticos e os espólios.

Comentários:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Gabarito: Letra C.

5. (FCC/ PREFEITURA DE SÃO LUÍS - MA – 2018)


Em relação às pessoas jurídicas, é certo que
(A) começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início efetivo de suas
atividades, mesmo que ainda não inscrito seu ato constitutivo no respectivo registro.
(B) obrigam a pessoa jurídica os atos dos seus administradores, exercidos ou não nos limites de seus
poderes definidos no ato constitutivo.
(C) se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, de ofício, nomear-lhe-á outro
administrador.
(D) nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela
subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua; encerrada a liquidação, promover-se-
á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
(E) a proteção dos direitos da personalidade é exclusiva às pessoas físicas, com exceção somente da
proteção à marca empresarial.

Comentários:
Alternativa “a” – errada.
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

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Alternativa “b” – errada.


Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes
definidos no ato constitutivo.

Alternativa “c” – errada.


Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.

Alternativa “d” – correta.


Art. 51. § 3º. Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.

Alternativa “e” – errada.


Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Gabarito: Letra D.

6. (FCC/ TRT - 6ª REGIÃO – 2018)


Pimpão é um palhaço de circo itinerante. Para efeitos legais,
(A) o domicílio de Pimpão é o endereço do sindicato ou associação que represente sua categoria
profissional.
(B) o domicílio de Pimpão é o endereço do circo constante em seu registro como pessoa jurídica.
(C) o domicílio de Pimpão é o último local em que Pimpão residiu.
(D) Pimpão não possui domicílio.
(E) o domicílio de Pimpão é o lugar em que Pimpão for encontrado.

Comentários:
O domicílio itinerante enquadra-se na hipótese do art. 73 do CC/02:
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for
encontrada.
Gabarito: Letra E.

7. (FCC/ TRT - 2ª REGIÃO – 2018)


Uma determinada fundação privada é criada em uma cidade do interior do Estado de São Paulo para
fins de promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos, sendo elaborado o

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estatuto dentro do prazo legal em cumprimento ao que estabelece a legislação em vigor. Após
alguns anos desempenhando regularmente as atividades para as quais foi instituída é proposto por
um de seus instituidores a alteração do estatuto da fundação para inclusão de novas atribuições.
Neste caso, de acordo com o Código Civil, para que se possa alterar o estatuto da fundação, é
necessário que a reforma não contrarie ou desvirtue o fim desta e, ainda, que seja deliberada
(A) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, o juiz não poderá supri-la a requerimento do interessado.
(B) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(C) no mínimo, pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação e
aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 90 dias, findo o qual, ou no caso de
o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(D) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 90 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(E) no mínimo, pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada
pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o
Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.

Comentários:
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado.
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco)
dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado.
Gabarito: Letra B.

8. (FCC/ MPE-PE – 2018)


Luísa possui residências, com ânimo definitivo, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte, nas quais alternadamente vive. Considerando-se que a residência de São Paulo é onde
vive há mais tempo, a residência do Rio de Janeiro é onde passa a maior parte do ano e a residência
de Belo Horizonte foi a estabelecida por ela mais recentemente, Luísa possui domicílio em

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(A) São Paulo, apenas.


(B) Rio de Janeiro, apenas.
(C) Belo Horizonte, apenas.
(D) São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
(E) São Paulo e Belo Horizonte, apenas.

Comentários:
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo
definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Gabarito: Letra D.

9. (FCC/ MPE-PE – 2018)


Ricardo, filantropo, pretende criar uma fundação dedicada ao fomento da cultura. Para instituí-la,
deverá promover dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina. De acordo
com o Código Civil, o ato de criação dessa fundação poderá ser realizado
(A) por escritura pública ou testamento, desde que público.
(B) por instrumento particular.
(C) somente por escritura pública.
(D) somente por escritura pública ou testamento, inclusive o particular.
(E) somente por testamento.

Comentários:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento,
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a
maneira de administrá-la.
Gabarito: Letra D.

10. (FCC/ ALESE – 2018)


Considere as proposições abaixo, a respeito do tema domicílio.
I. O código Civil não admite pluralidade de domicílios.
II. No que concerne às relações atinentes à profissão, considera-se domicílio o local em que esta é
exercida.

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III. Residência e domicílio são conceitos sinônimos.


IV. O domicílio da União é o Distrito Federal, assim como da pessoa natural que não tenha residência
habitual.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) IV.

Comentários:
Afirmativa I – errada.
A pluralidade domiciliar é admitida em nosso ordenamento jurídico, conforme art. 71 do CC/02:
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

Afirmativa II – correta.
Vide art. 72 do CC/02:
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar
onde esta é exercida.

Afirmativa III – errada.


O conceito de residência está incluso no de domicílio. Domicílio é o local em que a pessoa reside,
com o ânimo de permanecer (tem ideia de residência fixa), no entanto, a isto não se restringe, caso
a pessoa tenha mais de uma residência, qualquer uma delas poderá ser considerada seu domicílio.
Domicílio, para o direito civil, é conceito jurídico. Obriga não só que a pessoa seja demandada no
caso de uma ação, como também garante a defesa de sua personalidade e intimidade.
Residência é o lugar em que a pessoa habita.

Afirmativa IV – errada.
A primeira parte da afirmativa está correta, vide art. 75, I, do CC/02. No entanto, a segunda parte da
afirmativa está errada, pois o domicílio de pessoa que não tenha residência habitual é o lugar onde
for encontrada, conforme art. 73 do CC/02.
Gabarito: Letra A.

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11. (FCC/ DPE-AM – 2018)


Quanto ao dano moral, considere:
I. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
II. A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do evento
danoso.
III. Não caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
IV. O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa
de exclusão.
Corresponde a entendimentos sumulados pelo Superior Tribunal de Justiça o que se afirma APENAS
em
(A) II e III.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e IV.
(E) I e II.

Comentários:
Alternativa “c” - correta.
Corresponde a entendimentos sumulados pelo Superior Tribunal de Justiça o que se afirma APENAS
em I e IV.

Afirmativa I – correta.
Súmula 227/STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

Afirmativa II – errada.
Súmula 362/STJ: A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data
do arbitramento.

Afirmativa III – errada.


Súmula 370/STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.

Afirmativa IV – correta.
Súmula 402/STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo
cláusula expressa de exclusão.

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Gabarito: Letra C.

12. (FCC/ TRT - 11ª REGIÃO – 2017)


A respeito das pessoas jurídicas, é correto afirmar que
(A) As associações não podem ter finalidade econômica, mesmo com expressa previsão estatutária.
(B) Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público.
(C) O registro dos atos constitutivos das organizações religiosas depende de autorização do poder
público.
(D) As associações públicas são pessoas jurídicas de direito privado.
(E) Velará pelas fundações o Ministério Público Federal, quando estenderem a atividade por mais de
um Estado da Federação.

Comentários:
Alternativa “a” - correta.
As associações se prestam aos mais variados fins, desde que não econômicos, e preenchem, assim,
as mais variadas finalidades na sociedade. Qualquer atividade lícita e de fins não econômicos pode
ser buscada por uma associação.
De acordo com o Código Civil:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

Alternativa “b” - errada.


Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado.
De acordo com o Código Civil:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;

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V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Alternativa “c” - errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 44. § 1º. São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos
atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.

Alternativa “d” - errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Alternativa “e” - errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 66. § 2º. Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um
deles, ao respectivo Ministério Público.
Gabarito: Letra A.

13. (FCC/ TST – 2017)


São pessoas jurídicas de direito privado:
(A) as associações, as fundações, as sociedades, as organizações religiosas e as empresas individuais
de responsabilidade limitada, enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios são
pessoas jurídicas de direito público externo.

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(B) as fundações, as sociedades, as organizações religiosas e as empresas individuais de


responsabilidade limitada, enquanto as autarquias, as associações públicas e os partidos políticos
são pessoas jurídicas de direito público interno.
(C) as associações, os partidos políticos, as fundações, as sociedades, as organizações religiosas e as
empresas individuais de responsabilidade limitada, enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Territórios são pessoas jurídicas de direito público interno.
(D) as associações, as fundações e os partidos políticos, sendo que as empresas individuais de
responsabilidade limitada não são consideradas pessoas jurídicas, pois se confundem com pessoa
natural do seu titular.
(E) as associações, as sociedades e as empresas individuais de responsabilidade limitada, enquanto
a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, as autarquias e as organizações religiosas são
pessoas jurídicas de direito público interno.

Comentários:
Alternativa “c” - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Gabarito: Letra C.

14. (FCC/ PROCON-MA – 2017) (ADAPTADA)


No tocante à pessoa jurídica, considere:

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I. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início efetivo de suas
atividades societárias ou empresariais, após o que deverá proceder-se à inscrição de seu ato
constitutivo no registro respectivo.
II. As associações, as sociedades, as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas
individuais de responsabilidade limitada são pessoas jurídicas de direito privado.
III. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
Está correto o que se afirma em
(A) I e III , apenas.
(B) I e II , apenas.
(C) II e III , apenas.
(D) I, II e III .
(E) III, apenas

Comentários:
Alternativa “c” - correta.
Está correto o que se afirma em II e III, apenas.

Item I – errado.
De acordo com o Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

Item II – correto.
De acordo com o Código Civil:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;

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V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Item III – correto.


De acordo com o Código Civil:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo ¹desvio de finalidade, ou
pela ²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
Gabarito: Letra C.

15. (FCC/ ARTESP – 2017)


Entre as pessoas jurídicas classificadas, pelo Código Civil Brasileiro (Lei n° 10.406/2002) como de
direito público interno, inserem-se
I. a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
II. as Autarquias, inclusive as associações públicas.
III. as empresas públicas e sociedades de economia mista.
IV. os territórios.
V. partidos políticos.
Está correto o que consta APENAS em
(A) I e V.
(B) II e V.
(C) I, II e V.
(D) I, II e III.
(E) I, II e IV.

Comentários:
Afirmativa I – correta.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;

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Afirmativa II – correta.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;

Afirmativa III – errada.


As empresas públicas e sociedades de economia mista estão no parágrafo único do art. 41 do CC/02:
Art. 41. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que
se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento,
pelas normas deste Código.

Afirmativa IV – correta.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

Afirmativa V – errada.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
V - os partidos políticos.
Gabarito: Letra E.

16. (FCC/ TRT - 24ª REGIÃO – 2017)


Sobre as pessoas jurídicas, à luz do Código Civil:
(A) O prazo decadencial para anulação da constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, é de 5 anos, contado o prazo da publicação da sua inscrição no registro.
(B) Os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito público.
(C) O juiz poderá nomear administrador provisório à sociedade, a requerimento de qualquer
interessado, se a administração da pessoa jurídica vier a faltar.
(D) Se uma determinada pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão, em
regra, por no mínimo 1/3 dos votos dos presentes.
(E) Cassada a autorização para funcionamento da pessoa jurídica ela não subsistirá para os fins de
liquidação, uma vez que possui efeitos imediatos.

Comentários:

Alternativa “a” – errada.

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O prazo decadencial é de três anos, de acordo com o Código Civil:


Art. 45. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas
de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no
registro.

Alternativa “b” – errada.


Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, de acordo com o Código Civil:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
V - os partidos políticos.

Alternativa “c” – correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.

Alternativa “d” – errada.


Se uma determinada pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela
maioria de votos dos presentes, de acordo com o Código Civil:
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de
votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.

Alternativa “e” – errada.


Cassada a autorização para funcionamento da pessoa jurídica ela subsistirá para os fins de
liquidação, de acordo com o Código Civil:
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
Gabarito: Letra C.

17. (FCC/ TRT - 11ª REGIÃO – 2017)


A respeito das pessoas jurídicas, é correto afirmar que
(A) as associações públicas são pessoas jurídicas de direito privado.
(B) velará pelas fundações o Ministério Público Federal, quando estenderem a atividade por mais de
um Estado da Federação.

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(C) as associações não podem ter finalidade econômica, mesmo com expressa previsão estatutária.
(D) os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público.
(E) o registro dos atos constitutivos das organizações religiosas depende de autorização do poder
público.

Comentários:

Alternativa “a” – errada.


De acordo com o art. 41 do CC, são pessoas jurídicas de direito público interno.

Alternativa “b” – errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 66. § 2º. Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles,
ao respectivo Ministério Público.

Alternativa “c” – correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.

Alternativa “d” – errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
V - os partidos políticos.

Alternativa “e” – errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 44. § 1º. São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos
atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
Gabarito: Letra C.

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18. (FCC/ SEGEP-MA – 2016)


Jair é sócio e administrador da pessoa jurídica J. Jardinagem Ltda., que não possui conta corrente,
utilizando a conta corrente pessoal de Jair para realizar movimentações financeiras. Surpreendido
com dificuldades financeiras, decorrentes de suas obrigações pessoais, Jair gastou todos os recursos
existentes em sua conta corrente. Com isto, a pessoa jurídica J. Jardinagem Ltda. viu-se
impossibilitada de honrar compromissos. À vista do ocorrido, Manoel, credor civil da J. Jardinagem
Ltda., requereu a desconsideração da personalidade jurídica da empresa, a fim de ver penhorados
os bens particulares e penhoráveis de Jair. De acordo com o Código Civil, tal pedido
(A) Deve ser acatado, pois a confusão patrimonial caracteriza abuso da personalidade jurídica,
autorizando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, com o atingimento dos bens
particulares e penhoráveis de Jair.
(B) Não deve ser acatado, pois apenas o abuso da personalidade jurídica caracteriza a
desconsideração da personalidade jurídica, o que não se dá com a confusão patrimonial.
(C) Deve ser acatado, pois a confusão patrimonial caracteriza abuso da personalidade jurídica,
autorizando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, que leva à sua dissolução.
(D) Não deve ser acatado, pois apenas nas relações de consumo se admite a desconsideração da
personalidade jurídica.
(E) Deve ser acatado, pois o inadimplemento, por si só, autoriza a desconsideração da personalidade
jurídica.

Comentários:

Alternativa “a” - correta.


Existem determinados casos onde esta distinção entre a pessoa jurídica e a pessoa natural não pode
ser mantida. Casos estes em que a personalidade da pessoa jurídica foi utilizada para fugir das suas
finalidades, para lesar terceiros.
Quando isto acontece, a personalidade jurídica deve ser desconsiderada, decidindo o julgador como
se o ato ou negócio houvesse sido praticado pela pessoa natural.
Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, em casos específicos e
determinados, apenas desconsiderá-la temporariamente. O assunto está regulado pelo artigo 50 do
CC:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo ¹desvio de finalidade, ou
pela ²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
O abuso da personalidade jurídica conforme expresso no CC ocorre em dois casos:

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Desvio de finalidade20.
Confusão patrimonial21.
A disregard of legal entity originariamente foi feita para atingir casos de fraude e de má-fé. Existem,
no entanto, duas teorias sobre a desconsideração:
A Teoria maior, em princípio, exige dois requisitos: o abuso e o prejuízo. É a teoria adotada pelo
Código Civil. Apenas observando que no caso de confusão patrimonial, esta será o pressuposto
necessário e suficiente.
Teoria menor, que exige como requisito apenas o prejuízo ao credor.
Gabarito: Letra A.

19. (FCC/ SEGEP-MA – 2016)


No cumprimento de sentença condenatória transitada em julgado, de natureza não fiscal nem ligada
às relações de consumo, a Procuradoria do Estado do Maranhão constatou que a empresa X Ltda.
não possuía bens suficientes ao pagamento do débito. Pretendendo a desconsideração da
personalidade jurídica da empresa X, a Procuradoria do Estado do Maranhão deverá, de acordo com
o Código Civil, comprovar
(A) Abuso da personalidade jurídica.
(B) Que o inadimplemento se deu por ato do cotista majoritário.
(C) A mera insolvência.
(D) Má gestão, ainda que o administrador não tenha dado causa a confusão patrimonial ou a desvio
de finalidade.
(E) Que a existência da pessoa jurídica dificulta o ressarcimento do erário, apenas.

Comentários:

Alternativa “a” - correta.


Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, em casos específicos e
determinados, apenas desconsiderá-la temporariamente. O assunto está regulado pelo artigo 50 do
CC:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo ¹desvio de finalidade, ou
pela ²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas

20
Desvio de finalidade - o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros com o uso abusivo da personalidade jurídica.
21
Confusão Patrimonial - subentendida como a inexistência, no campo dos fatos, de separação patrimonial entre o patrimônio
da pessoa jurídica e de seus sócios, ou, ainda, dos haveres de diversas pessoas jurídicas.

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relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da


pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
Portanto, a teoria da desconsideração (ou disregard of the legal entity), como assinala Venosa22,
“...autoriza o juiz, quando há desvio de finalidade, a não considerar os efeitos da personificação, para
que sejam atingidos bens particulares dos sócios ou até mesmo de outras pessoas jurídicas,
mantidos incólumes, pelos fraudadores, justamente para propiciar ou facilitar a fraude”.
O abuso da personalidade jurídica conforme expresso no CC ocorre em dois casos:
Desvio de finalidade23
Confusão patrimonial24.
Como assinala Galhardo Jr., “para que se desconsidere a pessoa jurídica, é necessário que o dano
causado seja decorrente do uso fraudulento ou abusivo da autonomia patrimonial. Quando a
fraude e o abuso de direito podem ser combatidos sem a necessidade de afastar-se a personalidade
distinta da pessoa jurídica (como quando é aplicável o regramento dos vícios dos atos jurídicos), a
teoria da desconsideração é inócua (...)”.
Gabarito: Letra A.

20. (FCC/ PREFEITURA DE CAMPINAS – SP – 2016)


Lourenço adquiriu imóvel em localidade servida por “Associação de Moradores”, à qual Lourenço
não se associou. Passado um mês em que se instalou no local, Lourenço recebeu, da associação,
boleto de cobrança de taxa de manutenção, à qual não anuiu, bem como comunicado dando conta
de que, em Assembleia Geral realizada um ano antes, decidiu-se que todas as pessoas que se
instalassem no bairro seriam obrigadas a pagar contribuição, independentemente de anuência
prévia, tendo em vista a necessidade de custeio de despesas, dentre as quais a contratação de
segurança privada. O estatuto da referida associação nada dispõe sobre a transmissibilidade da
qualidade de associado. De acordo com jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça,
referida deliberação
(A) Atingirá Lourenço, independentemente de qualquer requisito, se comprovado que Lourenço se
beneficia dos serviços mantidos pela Associação de Moradores.
(B) Não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de moradores não
obrigam os não associados ou que a elas não anuíram.
(C) Atinge Lourenço, porque a associação impõe, aos associados, direitos e obrigações recíprocos.
(D) Atinge Lourenço, porque, no silêncio do estatuto, presume-se que a qualidade de associado se
transmite do antigo para o novo proprietário do imóvel.

22
Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, 11 ed.
23
Desvio de finalidade - o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros com o uso abusivo da personalidade jurídica.
24
Confusão Patrimonial - subentendida como a inexistência, no campo dos fatos, de separação patrimonial entre o patrimônio
da pessoa jurídica e de seus sócios, ou, ainda, dos haveres de diversas pessoas jurídicas.

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(E) Não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de moradores,
independentemente do que dispõe o estatuto, não possuem caráter obrigatório, ainda que os
associados tenham a elas anuído.

Comentários:

Alternativa “b” - correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único: Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a
transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao
adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
Além do artigo citado temos, também, a seguinte jurisprudência:
DIREITO CIVIL. COBRANÇA DE TAXA DE MANUTENÇÃO EM CONDOMÍNIO DE FATO. RECURSO
REPETITIVO (ART. 1.036. DO CPC E RES. 8/2008-STJ). TEMA 882. As taxas de manutenção criadas
por associações de moradores não obrigam os não associados ou os que a elas não anuíram. REsp
1.280.871-SP e REsp 1.439.163-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min. Marco
Buzzi, Segunda Seção, julgados em 11/3/2015, DJe 22/5/2015.
Gabarito: Letra B.

21. (FCC/ TRT - 14ª REGIÃO – 2016)


Para se alterar o estatuto de uma fundação, é mister que a reforma não contrarie ou desvirtue o fim
desta e seja deliberada
(A) Pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado.
(B) Pela unanimidade dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado.
(C) Por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado.
(D) Por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, sem possibilidade de suprimento judicial a requerimento
do interessado no caso de denegação.
(E) Pela unanimidade dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, sem possibilidade de suprimento judicial a requerimento
do interessado no caso de denegação.

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Comentários:

Alternativa “c” – correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias,
findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.
Gabarito: Letra C.

22. (FCC/ TRE-PB – 2015)


No tocante às pessoas jurídicas, é INCORRETO afirmar:
(A) A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias e as associações públicas são
pessoas jurídicas de direito público interno.
(B) Não se aplica, em qualquer hipótese, a proteção dos direitos da personalidade tratando-se de
incompatibilidade legal de institutos.
(C) São de direito privado, dentre outras, as organizações religiosas, os partidos políticos e as
empresas individuais de responsabilidade limitada.
(D) Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo.
(E) Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

Comentários:
Alternativa “a” - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

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Alternativa “b” - errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

Alternativa “c” - correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Alternativa “d” - correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

Alternativa “e” - correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 45. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas
de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no
registro.
Gabarito: Letra B.

23. (FCC/ TRT - 9ª REGIÃO – 2015)


G e R são sócios da pessoa jurídica Tex, a qual, em razão da crise econômica, deixou de honrar
compromissos com o fornecedor Xis, que requereu, em ação de execução, a penhora dos bens de G
e R. De acordo com o Código Civil, o pedido deverá ser
(A) Indeferido, pois a desconsideração da personalidade jurídica somente é possível com a
decretação da falência.

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(B) Deferido, independentemente de qualquer requisito, pois os sócios respondem, em regra, direta
e pessoalmente pelas obrigações contraídas pela pessoa jurídica.
(C) Deferido apenas se comprovado que Tex não possui recursos para pagamento do débito.
(D) Indeferido, pois em nenhuma hipótese os sócios respondem pelas obrigações contraídas pela
pessoa jurídica.
(E) Deferido se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade
ou pela confusão patrimonial.

Comentários:
Alternativa “e” - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo ¹desvio de finalidade, ou
pela ²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
Portanto, a teoria da desconsideração (ou disregard of the legal entity), como assinala Venosa25,
“...autoriza o juiz, quando há desvio de finalidade, a não considerar os efeitos da personificação, para
que sejam atingidos bens particulares dos sócios ou até mesmo de outras pessoas jurídicas,
mantidos incólumes, pelos fraudadores, justamente para propiciar ou facilitar a fraude”.
O abuso da personalidade jurídica conforme expresso no CC ocorre em dois casos:
Desvio de finalidade26
Confusão patrimonial27.
Como assinala Galhardo Jr., “para que se desconsidere a pessoa jurídica, é necessário que o dano
causado seja decorrente do uso fraudulento ou abusivo da autonomia patrimonial. Quando a
fraude e o abuso de direito podem ser combatidos sem a necessidade de afastar-se a personalidade
distinta da pessoa jurídica (como quando é aplicável o regramento dos vícios dos atos jurídicos), a
teoria da desconsideração é inócua (...)”.
Gabarito: Letra E.

25
Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, 11 ed.
26
Desvio de finalidade - o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros com o uso abusivo da personalidade jurídica.
27
Confusão Patrimonial - subentendida como a inexistência, no campo dos fatos, de separação patrimonial entre o patrimônio
da pessoa jurídica e de seus sócios, ou, ainda, dos haveres de diversas pessoas jurídicas.

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24. (FCC/ TJ-AL – 2015)


São pessoas jurídicas de direito público externo
(A) A União e os Estados federados, quando celebram contratos internacionais.
(B) Somente os organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas.
(C) Apenas os Estados estrangeiros.
(D) Os Estados estrangeiros e a União.
(E) Os Estados estrangeiros e aquelas regidas pelo direito internacional público.

Comentários:
Alternativa “e” - correta.
Direito público externo, regulamentadas pelo direito internacional e abrangendo: as nações
estrangeiras, a Santa Sé, as Uniões Aduaneiras, os Organismos Internacionais. Neste sentido, temos
artigo 42 do CC:
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas
que forem regidas pelo direito internacional público.
Direito público interno, que podem ser da administração direta (União, Estados, Territórios 28,
Distrito Federal e Municípios) ou podem ser da administração indireta – descentralizados, criados
por lei, com personalidade jurídica própria para o exercício de atividades de interesse público, tais
como as Autarquias, as Associações Públicas, as Fundações Públicas, as Agências executivas e
reguladoras.
Gabarito: Letra E.

25. (FCC/ MPE-PB – 2015)


No que concerne às pessoas jurídicas, é correto afirmar:
(A) As fundações que tiverem finalidade lucrativa serão fiscalizadas pelo Ministério Público.
(B) As autarquias são pessoas jurídicas de direito privado.
(C) As associações podem ter finalidade lucrativa, de acordo com o que dispuserem a respeito os
seus estatutos.
(D) O direito de anular deliberações de administradores que forem eivadas de erro, dolo, simulação
ou fraude decai em 3 anos.

28
A classificação dos territórios não é pacifica. Alguns civilistas os colocam como fazendo parte da administração direta, já para o
direito administrativo estes são colocados como da administração indireta. De todo modo, destacamos que conforme a
Constituição Federal, art.18, §2, os territórios federais integram a União, ou seja, territórios não são considerados entes da
federação.

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(E) Nas associações, os direitos e obrigações recíprocos entre os associados devem estar
regulamentados no respectivo estatuto.

Comentários:
Alternativa “a” - errada.
As fundações NÃO têm finalidade lucrativa.

Alternativa “b” - errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito PÚBLICO interno:
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas.

Alternativa “c” - errada.


As associações NÃO têm finalidade lucrativa, MAS podem obter lucro que não pode ser distribuído,
mas sim reinvestido na própria associação.

Alternativa “d” - correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 48 Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo,
quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

Alternativa “e” – errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Gabarito: Letra D.

26. (FCC/ TCM-RJ – 2015)


No que concerne às fundações, é INCORRETO afirmar:
(A) Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe
a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em
nome dela, por mandado judicial.

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(B) Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la.
(C) Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro
modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
semelhante.
(D) Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma seja deliberada pela
unanimidade dos membros competentes para gerir e representar a fundação, bem como que a
reforma não contrarie ou desvirtue o fim desta.
(E) Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de
sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção,
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto,
em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

Comentários:
Alternativa “a” - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 64. Constituída a fundação por negócio Jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-
lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados,
em nome dela, por mandado judicial.

Alternativa “b” - correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la.

Alternativa “c” - correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro
modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
semelhante.

Alternativa “d” – errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:

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I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;

Alternativa “e” - correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo
de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção,
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto,
em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
Gabarito: Letra D.

27. (FCC/ TJ-PE – 2015)


Segundo a legislação civil vigente,
(A) A proteção dos direitos da personalidade é de aplicação irrestrita para as pessoas jurídicas.
(B) Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
(C) Apenas quanto à utilização do nome é que se aplica às pessoas jurídicas a proteção dos direitos
da personalidade.
(D) Para caracterização de dano moral à pessoa jurídica é imprescindível que também ocorra dano
patrimonial.
(E) Às pessoas jurídicas não se concede indenização por dano moral.

Comentários:
Alternativa “b” - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Gabarito: Letra B.

28. (FCC/ TRE-RR – 2015)


No tocante as pessoas jurídicas, considere:
I. As organizações religiosas e os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado.
II. O prazo decadencial para anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito
do ato respectivo, é de dois anos a contar da publicação de sua inscrição no registro.
III. Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria
de votos dos presentes. Neste caso, o prazo decadencial para anular as referidas decisões que
violarem a lei ou estatuto é de dois anos.

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IV. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II e III
(B) I e II e IV.
(C) III e IV.
(D) I, II e III.
(E) I e IV.

Comentários:
Alternativa “e” - correta.
Está correto o que se afirma APENAS em I e IV.

Afirmativa I - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.

Afirmativa II – errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito
privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

Afirmativa III – errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de
votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo,
quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

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Afirmativa IV - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Gabarito: Letra E.

29. (FCC/ TCM-GO – 2015)


No tocante às fundações, considere:
I. Constituem elas um acervo de bens, que recebe personalidade jurídica para a realização de fins
determinados, de interesse público, de modo permanente e estável.
II. Podem ser constituídas para fins científicos, educacionais ou de promoção do meio ambiente,
mesmo que com fins lucrativos.
III. Quando insuficientes para constitui-las, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não
dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
IV. Os fins ou objetivos da fundação não podem em princípio ser modificados, a não ser pela vontade
unânime de seus dirigentes.
Está correto o que se afirma em
(A) III e IV, apenas
(B) I, II, III e IV
(C) I, II e IV, apenas.
(D) I, III e IV, apenas.
(E) I e III, apenas.

Comentários:
Afirmativa I - correta.
Fundação é o patrimônio personalizado destinado a um fim que lhe dá unidade. São as fundações
(públicas e privadas).

Afirmativa II - errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;

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II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;


III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas; e
X – (VETADO).

Afirmativa III - correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro
modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
semelhante.

Afirmativa IV – errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias,
findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.
Gabarito: Letra E.

30. (FCC/ TCM-GO – 2015)


Morrinhos Futebol Clube é uma associação esportiva sem fins lucrativos, que decide, para aumentar
seus ganhos, montar um restaurante em sua sede, aberto aos associados e familiares, bem como
uma loja para vender camisas dos uniformes de seus jogadores, bolas e réplicas dos troféus
conquistados. Essa conduta
(A) Não é possível, pois associações não podem ter fins econômicos, o que se caracterizaria em
ambas as situações, só podendo a imagem da associação ser cedida onerosamente a terceiros.

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(B) É possível, mesmo com ganhos pessoais aos associados, pois associações podem ter os mesmos
fins econômicos que uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada.
(C) É possível, desde que não haja ganhos pessoais aos associados, pois a realização eventual de
negócios para manter ou aumentar o patrimônio da associação não a desnatura
(D) É possível somente em relação à venda de uniformes, bolas e troféus, pois a abertura de um
restaurante, mesmo que sem ganhos pessoais aos associados, desnatura sua condição de
associação, por não ter nexo com suas atividades esportivas.
(E) É possível somente em relação à abertura do restaurante, desde que somente para os associados
e familiares, pois a venda de uniformes, bolas e troféus, por ser livre à população em geral, tem fins
lucrativos que a desnaturam enquanto associação.

Comentários:
Alternativa “c” - correta.
As associações não estão proibidas de gerar renda para manter sua existência ou aumentar suas
atividades. O que não pode acontecer é esta renda ser distribuída entre os associados.
Desta forma, uma associação pode possuir determinado patrimônio e realizar negócios para
aumentar esse patrimônio. Isso não irá descaracteriza-la, uma vez que não irá proporcionar ganhos
pessoais aos associados.
Gabarito: Letra C.

31. (FCC/ TRT - 9ª REGIÃO – 2015)


W assinou contrato com o banco Fox na cidade de Curitiba, lá obtendo financiamento. O banco Fox
possui sede na Cidade de São Paulo e estabelecimentos em quase todas as cidades do Estado do
Paraná, incluindo Pato Branco, onde W reside. De acordo com o Código Civil, com relação ao
financiamento obtido por W, considera-se domicílio de Fox:
(A) Curitiba, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, será
considerado domicílio a capital do Estado em que o ato tiver sido praticado.
(B) São Paulo, pois a pessoa jurídica de direito privado tem como domicílio sua sede, apenas, para
todo e qualquer ato que vier a praticar.
(C) Pato Branco, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, será
considerado domicílio o local em que reside o consumidor.
(D) Qualquer cidade em que Fox tiver estabelecimento, pois, tendo a pessoa jurídica diversos
estabelecimentos, todos eles serão considerados seu domicílio, para todo e qualquer ato que vier a
praticar.
(E) Curitiba, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, cada um
deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.

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Comentários:
Alternativa “e” - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 75. § 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles
será considerado domicílio para os atos nele praticados.
O § 1º do artigo 75, vem ajudar às pessoas que necessitam processar uma entidade com
estabelecimentos em vários lugares, ao dizer que cada um deles será considerado domicílio para os
atos neles praticados.
Gabarito: Letra E.

32. (FCC/ TRE-SE – 2015)


Mário é empregado do Partido Político “X” exercendo funções administrativas de acordo com o seu
nível de escolaridade (terceiro grau completo). Seu pai, Clodoaldo, é militar da marinha; seu tio,
Fernando, é marítimo; sua mãe, Vera, é costureira sendo que atualmente está presa na penitenciária
“W” pela prática de conduta tipificada como criminosa pela legislação competente. Nestes casos,
analisando esta família sob os dados fornecidos, de acordo com o Código Civil brasileiro, possuem
domicílio necessário
(A) Clodoaldo, Fernando e Vera, apenas.
(B) Mário, Clodoaldo, Fernando e Vera.
(C) Clodoaldo e Vera, apenas.
(D) Fernando e Vera, apenas.
(E) Clodoaldo e Fernando, apenas.

Comentários:
Alternativa “a” - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.

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1.Incapaz

2.Servidor
5.Preso público
Domicílio
Necessário

4.Marítimo 3.Militar

Figura 1. Representação DOMICÍLIO NECESSÁRIO.

Como p.ex. o recém-nascido adquire o domicílio dos pais ao nascer; o servidor público tem por
domicílio o lugar onde exerce permanentemente sua função. O domicílio necessário se
subdivide ainda em originário (quando adquirido ao nascer, exemplo do bebê) e legal
(quando presumido ou fixado em lei).
O domicílio será voluntário quando a pessoa puder escolhê-lo livremente. Qualquer pessoa
que não esteja sujeita a domicílio necessário poderá livremente escolher onde fixará sua
residência e onde irá exercer sua profissão.
Gabarito: Letra A.

33. (FCC/ TRT - 24ª REGIÃO – 2014)


Assinale a alternativa em que nenhum ente mencionado possui personalidade jurídica
(A) A organização religiosa, a família e o partido político.
(B) A fundação, o espólio e a família.
(C) A família, o espólio e a sociedade em conta de participação.
(D) O espólio, a associação e o condomínio.
(E) A sociedade em nome coletivo, a empresa individual de responsabilidade limitada e a firma
individual.

Comentários:
Alternativa “c” - correta.
A família - não possui personalidade jurídica.
O espólio - não possui personalidade jurídica. Será representado por um inventariante.
A sociedade em conta de participação - não possui personalidade jurídica. O sócio ostensivo é a
pessoa jurídica, não a sociedade.
Os grupos despersonalizados que mais aparecem em questões de concurso são:

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A massa falida - nome que é dado ao conjunto de bens após a sentença


declaratória de falência. Será representado por um síndico, que será o
substituto da empresa ou pessoa que faliu.

A herança jacente ou vacante - herança jacente é o nome que se dá a herança


quando uma pessoa morre sem deixar testamento e não se conhece nenhum
herdeiro. Os bens da herança jacente são declarados vacantes quando não se
apresentar nenhum herdeiro ou, se aparecer algum, este renunciar a herança.
Este acervo de bens será representado por um curador.

O espólio - é o conjunto de direitos e obrigações do de cujus29. Será


representado em juízo, até que se nomeie um inventariante, por um
administrador provisório.

O condomínio – sobre o condomínio há controvérsias na doutrina. Quando se


tratar de condomínio que é a propriedade comum ou conjunta sobre alguma
coisa, este não possui personalidade jurídica. O problema está nos
condomínios de edifícios. Portanto tenha uma atenção extra se isto aparecer
em prova. Como regra considere-os despersonalizados. Será representado
pelo síndico.

As sociedades e associações sem personalidade jurídica denominadas


sociedades de fato ou irregulares – serão representadas em juízo, ativa e
passivamente, “pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens”
(CPC, art. 75, IX). São as entidades já criadas e em funcionamento que, no
entanto, não têm existência legal, por falta de registro no órgão competente
ou por falta de autorização legal (CC, art. 986)30.

Também se destaca a família como uma entidade não personificada, pois,


apesar de seus laços de sangue, cada membro preserva sua individualidade e
é responsável por suas obrigações.

Gabarito: Letra C.

34. (FCC/ DPE-PB – 2014)


Carlos emprestou R$ 1.000,00 a Pedro, sócio da "Construtora Bertolai Ltda.", empresa de grande
porte. O contrato foi formalizado em instrumento subscrito por duas testemunhas. Na data em que
o dinheiro deveria ser devolvido, Pedro negou-se ao pagamento, afirmando insuficiência de
recursos. Diante do inadimplemento, Carlos ajuizou execução de título executivo extrajudicial,

29
Expressão jurídica para denominar a pessoa que faleceu.
30
Carlos Roberto Gonçalves. Direito Civil: Parte Geral. Esquematizado, v. 1, 2016. p.223.

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contra a qual não foram opostos embargos. Na fase de indicação de bens à penhora, constatou-se
somente que Pedro não possuía bens penhoráveis. Por esta razão, Carlos requereu desconsideração
inversa da personalidade jurídica, a qual deverá ser
(A) Indeferida, pois a mera ausência de bens penhoráveis não autoriza o pedido.
(B) Deferida, pois a empresa de que Pedro é sócio possui condições suficientes para pagar o débito.
(C) Deferida apenas se provado que Pedro ostenta cargo de gerência na empresa de que é sócio.
(D) Indeferida, pois não é possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica.
(E) Deferida, pois se está diante de relação de consumo.

Comentários:
Alternativa “a” - correta.
Existe uma situação que ocorre o seguinte: O sócio, com objetivo prejudicar a terceiro, oculta ou
desvia seus bens pessoais para a pessoa jurídica. Estes “bens da pessoa jurídica” (na realidade são
bens ocultos do sócio) poderão ser atingidos em uma desconsideração.
Jornada IV STJ 283: “É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada ‘inversa’
para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais,
com prejuízo a terceiros”.
“Professores! Antes de encerrar o assunto, eu li algo sobre a necessidade de insolvência e a
desconsideração da personalidade jurídica, o que é isto?”
A comprovação da insolvência (que é quando a PJ não pode cumprir com suas obrigações) não é
necessária. Além disso, segundo a doutrina, a aplicação da teoria da desconsideração conforme já
falamos não importa dissolução ou anulação da sociedade. Importa apenas a sua desconsideração.
Sobre o assunto há inclusive o seguinte Enunciado da Jornada IV STJ 281: “A aplicação da teoria da
desconsideração, descrita no CC 50, prescinde da demonstração de insolvência da pessoa jurídica”.
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO
EXTRAJUDICIAL. DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA. MEDIDA
EXCEPCIONAL. REQUISITOS AUSENTES. IMPOSSIBILIDADE. EM FACE DA EXCEPCIONALIDADE DA
MEDIDA, CORRETA A DECISÃO QUE INDEFERE PEDIDO DE DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA
PERSONALIDADE JURÍDICA, UMA VEZ QUE A AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS EM NOME DO
DEVEDOR, POR SI SÓ, NÃO ENSEJA SUA IMEDIATA APLICAÇÃO. INEXISTINDO ELEMENTOS
INDICATIVOS DE QUE HOUVE AÇÃO FRAUDULENTA OU ABUSIVA DO DEVEDOR, COM DESVIO DE
FINALIDADE OU CONFUSÃO PATRIMONIAL ENTRE SEUS BENS E O DA PESSOA JURÍDICA, NÃO TEM
LUGAR A CONSTRIÇÃO DE BENS DAQUELE. AGRAVO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (TJ-DF - Agravo
de Instrumento: AGI 20130020119539 DF 0012788-26.2013.8.07.0000)
Gabarito: Letra A.

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35. (FCC/ TJ-CE – 2014)


A empresa individual de responsabilidade limitada é
(A) Ente despersonalizado, porque suas atividades são exercidas pela pessoa física ou jurídica que a
instituir.
(B) Pessoa jurídica de direito privado, que só poderá ser instituída por outra pessoa jurídica também
de direito privado, mas não terá capital social.
(C) Pessoa jurídica de direito privado e será constituída por uma única pessoa titular da totalidade
do capital social.
(D) Pessoa jurídica de direito privado cuja personalidade se confunde com a de seu instituidor e não
possui capital social.
(E) Pessoa jurídica de direito público, ou de direito privado, segundo seja seu instituidor uma pessoa
natural ou um ente público.

Comentários:
Alternativa “c” – correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem)
vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
Gabarito: Letra C.

36. (FCC/ SABESP – 2014)


A desconsideração da personalidade jurídica.
(A) Acarreta a extinção da pessoa jurídica.
(B) Deve ser decretada, inclusive nas relações civis, sempre que a pessoa jurídica se tornar
insolvente, não importando a razão que a tenha levado à insolvência.
(C) Pode atingir sócio que não tenha sido designado administrador pelo contrato social.
(D) Atinge, em qualquer hipótese, apenas os sócios de maior capital.
(E) É decretada, imediatamente, se a administração da pessoa jurídica vier a faltar.

Comentários:
Alternativa “a” - errada.

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A desconsideração da personalidade jurídica não acarreta a desconsideração, apenas o afastamento


temporário da personalidade jurídica.

Alternativa “b” - errada.


Será decretada somente nos casos previstos em lei.

Alterativa “c” - correta.


Atinge todos os sócios.

Alternativa “d” - errada.


Atingirá todos os sócios, tanto o majoritário como o minoritário.

Alternativa “e” - errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
Gabarito: Letra C.

37. (FCC/ TJ-AP – 2014)


A empresa MMB possui seu principal estabelecimento em Macapá, além de outros dois em Manaus
e Brasília. A diretoria funciona em Manaus. Admitir-se-á como domicílio(s) da empresa
(A) Manaus, apenas.
(B) Macapá, Manaus e Brasília, independentemente do local em que tenha sido praticado o ato.
(C) Macapá, Manaus e Brasília, para os atos praticados em cada um desses locais.
(D) Macapá e Manaus, apenas.
(E) Macapá, apenas.

Comentários:
Alternativa “c” - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 75. § 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles
será considerado domicílio para os atos nele praticados.
Gabarito: Letra C.

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38. (FCC/ PGE-RN – 2014)


Examine o seguinte texto de Vicente Ráo: de há muito vem ocupando a atenção dos juristas a
possibilidade da organização e funcionamento de sociedades de um único sócio, pessoa física ou
jurídica de direito privado (Einmanngesellschaften, na Alemanha; one man companies, na
Inglaterra), para o exercício de atividades econômicas com patrimônio separado e, pois, com
responsabilidade igualmente distinta (Riv. Dir. Comm., 1954, v. LII, 1° parte, p. 95). Essa forma de
separação patrimonial que, quando reveste certas modalidades, é encarada por alguns juristas
italianos como negócio indireto de tipo fiduciário (Riv. Dir. Comm., 1932, 1ª parte, p. 799), ou
negócio permitido pelo novo código civil italiano (arts. 2.326, 2.448 e 2.479; Brunelli. Il Libro del
Lavoro, n. 421), não é, ainda, admitida por nosso direito. Em seguida, afirma que a admissibilidade
de um patrimônio separado para fins de exploração econômica acabará por prevalecer. (O direito e
a vida dos direitos, 2 v., 2ª tiragem, Max Limonad, Editor de Livros de Direito, p. 367-368). Waldemar
Ferreira, porém, escreveu sobre esse tema: em matéria de ficção jurídica, chegou-se a ponto
verdadeiramente imprevisto e incrível. Não podia, nem devia ela, por isso mesmo, vingar no Brasil.
(Tratado de Direito Comercial. 2 v., São Paulo: Saraiva, 1960, p. 262).
À vista da legislação em vigor
(A) cumpriu-se, em parte, o que previa Vicente Ráo, porque, embora o Código Civil não contemple
nenhuma hipótese de separação patrimonial para instituição de pessoa jurídica, o patrimônio de
afetação é permitido nas incorporações imobiliárias, em que o terreno e acessões objeto da
incorporação manter-se-ão apartados do patrimônio do incorporador.
(B) cumpriu-se o vaticínio de Vicente Ráo, pois o Código Civil contempla, no rol de pessoas jurídicas,
hipótese de patrimônio separado de seu instituidor para fins econômicos.
(C) ambos os autores tiveram, em parte, seus pensamentos acolhidos pelo Código Civil, porque ele
prevê no rol de pessoas jurídicas somente hipótese de patrimônio separado para fins não
econômicos.
(D) prevalece o entendimento de Waldemar Ferreira, porque o Código Civil não admite separação
patrimonial, em nenhuma hipótese, tendo cada pessoa apenas um patrimônio.
(E) prevalece o entendimento de Waldemar Ferreira, exceto no tocante ao empresário individual,
como tal inscrito no registro púbico de empresas mercantis.

Comentários:
Cumpriu-se o vaticínio de Vicente Ráo, pois o Código Civil contempla, no rol de pessoas jurídicas,
hipótese de patrimônio separado de seu instituidor para fins econômicos, trata-se das empresas
individuais de responsabilidade limitada- EIRELI.
Que são pessoas jurídicas de direito privado, e estão previstas no art. 980-A do CC/02.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem)
vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
Gabarito: Letra B.

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39. (FCC/ SEFAZ-PE – 2014)


Considere:
I. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo;
se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde alternadamente viva, considerar-se-á
domicílio seu qualquer delas.
II. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde
esta é exercida; se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá
domicílio para as relações que lhe corresponderem.
III. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o último lugar em
que foi domiciliada.
IV. Nos contratos escritos, somente as pessoas jurídicas contratantes poderão especificar domicílio
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
V. Tem domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I, IV e V.
(B) I, II e V.
(C) III, IV e V.
(D) I, III e IV.
(E) II, III e V.

Comentários:
Afirmativa I – correta.
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo
definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

Afirmativa II – correta.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar
onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá
domicílio para as relações que lhe corresponderem.

Afirmativa III – errada.

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Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for
encontrada.

Afirmativa IV – errado.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e
cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

Afirmativa V – correta.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Gabarito: Letra B.

40. (FCC/ TCE-PI – 2014)


Em relação ao domicílio civil, é correto afirmar que
(A) o domicílio do preso é o lugar em que foi processado.
(B) a pessoa que exercer profissão em lugares diversos terá como seu domicílio o último lugar em
que trabalhou.
(C) o domicílio, quanto às pessoas jurídicas, é o lugar onde funcionarem suas diretoria e
administração, não podendo eleger domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
(D) o direito brasileiro somente admite a unicidade domiciliar.
(E) o lugar onde a pessoa natural for encontrada será considerado seu domicílio, desde que não
tenha residência habitual.

Comentários:
Alternativa “a” - errada.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público,
o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da
Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o
do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

Alternativa “b” - errada.


Art. 72. Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles
constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

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Alternativa “c” - errada.


Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.

Alternativa “d” - errada.


O direito brasileiro admite a pluralidade domiciliar, vide art. 71 do CC/02:
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicilio seu qualquer delas.

Alternativa “e” - correta.


Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde
for encontrada.
Gabarito: Letra E.

41. (FCC/ TCE-PI – 2014)


Marcelo é biólogo, pesquisador de espécies da fauna nativa não possui residência habitual, em razão
da sua profissão. Atualmente, Marcelo realiza pesquisas na cidade de Teresina, seus pais e esposa
residem em São Paulo, capital, e suas últimas pesquisas ocorreram em Santos - SP e Gramado - RS,
nesta ordem. Neste caso, de acordo com o Código Civil brasileiro, ter-se-á por domicílio de Marcelo
(A) o lugar em que ele for encontrado.
(B) a cidade de Teresina, apenas.
(C) a cidade de São Paulo, apenas.
(D) as cidades de Teresina ou Santos, apenas.
(E) as cidades de Teresina, Santos ou Gramado.

Comentários:
A alternativa “a” está correta.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde
for encontrada.
Gabarito: Letra A.

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42. (FCC/ TCE-PI – 2014)


De segunda a quarta-feira, Nicolas reside, com habitualidade e ânimo definitivo, na cidade de
Teresina, com esposa e filhos, e trabalha na cidade de Demerval Lobão. De quinta a sexta-feira,
reside com habitualidade e ânimo definitivo, sozinho, na cidade de Água Branca, e trabalha na cidade
de Elesbão Veloso. Aos finais de semana, volta para a cidade de Teresina, com esposa e filhos. De
acordo com o Código Civil,
(A) Teresina e Demerval Lobão são os únicos domicílios de Nicolas.
(B) Teresina é o único domicílio de Nicolas.
(C) o local onde for encontrado é o domicílio de Nicolas.
(D) Teresina, Demerval Lobão, Água Branca e Elesbão Veloso são domicílios de Nicolas.
(E) Teresina e Água Branca são os únicos domicílios de Nicolas.

Comentários:
Alternativa “d” - correta.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto à relação concernente à profissão, o lugar
onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá
domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Gabarito: Letra D.

43. (FCC/ TJ-PE – 2013)


Em relação às fundações, é correto afirmar que
(A) Constituídas por negócio jurídico entre vivos, a transferência da propriedade sobre os bens
dotados é obrigatória após a morte do instituidor, somente.
(B) Só podem elas ser constituídas para fins religiosos, econômicos, morais, culturais, assistenciais
ou esportivos.
(C) Quando os bens destinados a constituí-las forem insuficientes, em regra voltarão ao instituidor,
se vivo, ou serão transferidos aos herdeiros deste, se falecido.
(D) Para serem criadas, seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial
de bens livres, especificando o fim a que se destinam e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la.
(E) Tornadas ilícita, impossível ou inútil sua finalidade, serão extintas e, em regra, seu patrimônio
será incorporado ao Estado-membro em que sediadas.

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Comentários:
Alternativas “a” e “b” - erradas.
De acordo com o Código Civil:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento,
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a
maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas.

Alternativa “c” - errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro
modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
semelhante.

Alternativa “d” - correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento,
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a
maneira de administrá-la.

Alternativa “e” - errada.


De acordo com o Código Civil:

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Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo
de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção,
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto,
em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
Gabarito: Letra D.

44. (FCC/ TRT - 1ª REGIÃO – 2013)


A respeito da fundação, é correto afirmar:
(A) Constituída com bens insuficientes, serão eles convertidos em títulos da dívida pública, como
regra, até que seu rendimento perfaça capital bastante para sua viabilização.
(B) Não pode ter alterado seu estatuto, em nenhuma hipótese, pois sua finalidade é imutável.
(C) Pode ser constituída somente por negócio jurídico entre vivos, vedado testamento por ser
incompatível com sua natureza jurídica.
(D) Poderá constituir-se para qualquer fim lícito, inclusive empresarial, cultural, de assistência ou
religioso.
(E) Se constituída por ato entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou
outro direito real, sobre os bens dotados e, se não o fizer, serão registrados em nome dela por
mandado judicial.

Comentários:
Alternativa “a” - errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro
modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
semelhante.

Alternativa “b” - errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias,
findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.

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Alternativa “c” – errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento,
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a
maneira de administrá-la.

Alternativa “d” - errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 62. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;

Alternativa “e” - correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 64. Constituída a fundação por negócio Jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-
lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados,
em nome dela, por mandado judicial.
Gabarito: Letra E.

45. (FCC/ TRT - 15ª REGIÃO – 2013)


Joaquim é sócio majoritário e administrador de empresa produtora de alimentos enlatados e
embutidos. Durante muitos anos, a empresa experimentou sucesso empresarial. No entanto, depois
que o Ministério da Saúde passou a desestimular a ingestão deste tipo de alimento, a empresa
deixou de honrar compromissos com fornecedores, que ajuizaram e venceram ações de cobrança.
Contudo, quando do cumprimento das sentenças, verificou-se que a empresa não possuía bens

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penhoráveis. Neste caso, de acordo com o Código Civil, a personalidade jurídica deverá ser
desconstituída
(A) A requerimento da parte, se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial.
(B) Necessária e automaticamente, pois é dever do juiz zelar pela efetividade das decisões judiciais.
(C) Apenas em relação a Joaquim, independentemente de quaisquer requisitos, por ostentar a
qualidade de sócio majoritário e administrador da empresa.
(D) A requerimento da parte ou de ofício, se comprovado abuso da personalidade jurídica,
caracterizado pelo inadimplemento das obrigações.
(E) A requerimento da parte, se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pela
inexistência de bens penhoráveis à época do cumprimento da sentença.

Comentários:
Alternativa “a” - correta.
Existem determinados casos onde a distinção entre a pessoa jurídica e a pessoa natural não pode
ser mantida. Casos estes em que a personalidade da pessoa jurídica foi utilizada para fugir das suas
finalidades, para lesar terceiros.
Quando isto acontece, a personalidade jurídica deve ser desconsiderada, decidindo o julgador como
se o ato ou negócio houvesse sido praticado pela pessoa natural.
Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, em casos específicos e
determinados, apenas desconsiderá-la temporariamente. O assunto está regulado pelo artigo 50 do
CC:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo ¹desvio de finalidade, ou
pela ²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
Gabarito: Letra A.

46. (FCC/ MPC-MS – 2013)


União de pessoas que se organizam para fins não econômicos é conceito que se aplica às
(A) Sociedades anônimas.
(B) Sociedades empresariais.
(C) Fundações.
(D) Sociedades simples.
(E) Associações.

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Comentários:
Alternativa “e” - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.
Gabarito: Letra E.

47. (FCC/ TRT - 6ª REGIÃO – 2013)


Angélico, desejando criar uma entidade sem finalidades econômicas e com objetivo religioso
imutável, mediante dotação de bens livres e declarando a maneira de administrá-la.
(A) Poderá, por escritura pública ou testamento, instituir uma fundação.
(B) Deverá criar uma sociedade sem fins lucrativos, por instrumento público ou particular.
(C) Somente poderá criar uma organização religiosa.
(D) Deverá criar uma empresa individual de responsabilidade limitada.
(E) Somente poderá instituí-la por testamento na forma de uma associação.

Comentários:
Alternativa “a” - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la.
Gabarito: Letra A.

48. (FCC/ AL-RN – 2013)


No tocante às Fundações, considere:
I. Para que se possa alterar o estatuto da Fundação é mister, dentre outros requisitos, que a reforma
seja deliberada por um terço dos competentes para gerir e representar a Fundação.
II. A Fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, políticos, morais, culturais ou de
assistência.
III. Velará pelas Fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. Se estenderem a atividade
por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
IV. Vencido o prazo de existência da Fundação, em regra, o órgão do Ministério Público, ou qualquer
interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio.

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Está correto o que se afirma APENAS em


(A) II, III e IV
(B) I e II.
(C) I e IV.
(D) III e IV.
(E) I, III e IV.

Comentários:
Alternativa “d” - correta.
Está correto o que se afirma APENAS em III e IV.

Afirmativa I - errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;

Afirmativa II - errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 62. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;

Afirmativa III - correta.

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De acordo com o Código Civil:


Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios.
§2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao
respectivo Ministério Público.

Afirmativa IV - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo
de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção,
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto,
em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
Gabarito: Letra D.

49. (FCC/ AL-RN – 2013)


Esta questão refere-se ao Código Civil brasileiro. Hipoteticamente considere: A Igreja Nossa Senhora
do Rosário de Fátima e o Partido Nacional da Libertação. Nestes casos, as entidades mencionadas
são pessoas jurídicas de direito
(A) Público e privado, respectivamente.
(B) Público.
(C) Privado e público, respectivamente.
(D) Privado.
(E) Público anômalas.

Comentários:
Alternativa “d” - correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;

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V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Gabarito: Letra D.

50. (FCC/ PGE-BA – 2013)


Em respeito às associações e às fundações, considere:
I. Constituem-se associações pela união de pessoas organizadas para fins não econômicos, havendo
entre os associados direitos e obrigações recíprocos.
II. Fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência,
nesses conceitos compreendidas as fundações para fins científicos, educacionais ou de promoção
do meio ambiente.
III. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens
especiais.
Está correto o que se afirma em
(A) II e III, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) I, II e III.

Comentários:
Afirmativa I - errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

Afirmativa II - errada.
De acordo om a nova redação do parágrafo único do art. 62 do CC:
Art. 62. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;

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IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;

Afirmativa III - correto.


De acordo com o Código Civil:
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, MAS o estatuto poderá instituir categorias com
vantagens especiais.
Gabarito: Letra X. (Atualmente esta questão não possui uma alternativa correta).

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20.2 – LISTA DE QUESTÕES

1. (FCC/ AFAP – 2019)


No tocante à personalidade jurídica das sociedades,
(A) aplica-se a elas a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra objetiva - mas não
subjetiva - e direito à reparação de danos materiais e morais.
(B) aplica-se a elas parcialmente a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra objetiva
mas não tendo direito à reparação dos danos morais, embora possa indenizar-se dos prejuízos
materiais.
(C) não se aplica a elas a proteção dos direitos da personalidade, porque são uma ficção jurídica e
não possuem honra de nenhuma espécie, podendo pleitear apenas a reparação de danos materiais.
(D) aplica-se a elas integralmente a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra
subjetiva e objetiva e podendo pleitear a reparação dos danos materiais e morais.
(E) não se aplica a elas a proteção dos direitos da personalidade, que é exclusiva às pessoas físicas,
mas podem ajuizar demandas reparatórias materiais e morais.

2. (FCC/ CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – 2018)


No que concerne às associações, é correto afirmar:
(A) Os associados devem ter iguais direitos, sem que o estatuto possa instituir categorias com
vantagens especiais.
(B) Constituem-se pela união de pessoas que se organizem para fins de lazer, culturais ou
econômicos.
(C) A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
(D) A qualidade de associado é transmissível, salvo previsão estatutária contrária.
(E) Cabe privativamente ao Conselho de Administração da associação destituir os administradores e
alterar o estatuto, por voto de sua maioria qualificada.

3. (FCC/ SEAD-AP – 2018)


À luz do disposto no Código Civil, considere:
I. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
II. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, se for possível, ainda que
improvável, a morte de quem, segundo ao menos duas testemunhas, estava em perigo de vida.
III. Cessará, para os menores, a incapacidade, pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do
outro, mediante instrumento público ou particular, independentemente de homologação judicial,
ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.

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IV. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Está correto o que consta APENAS de
(A) I e IV.
(B) I e II.
(C) II e IV.
(D) II e III.
(E) I e III.

4. (FCC/ PGE -AP – 2018)


São pessoas jurídicas de direito privado
(A) o condomínio edilício e as fundações.
(B) o empresário individual e as sociedades.
(C) as empresas individuais de responsabilidade limitada e as associações.
(D) as organizações religiosas e a massa falida.
(E) os partidos políticos e os espólios.

5. (FCC/ PREFEITURA DE SÃO LUÍS - MA – 2018)


Em relação às pessoas jurídicas, é certo que
(A) começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início efetivo de suas
atividades, mesmo que ainda não inscrito seu ato constitutivo no respectivo registro.
(B) obrigam a pessoa jurídica os atos dos seus administradores, exercidos ou não nos limites de seus
poderes definidos no ato constitutivo.
(C) se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, de ofício, nomear-lhe-á outro
administrador.
(D) nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela
subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua; encerrada a liquidação, promover-se-
á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
(E) a proteção dos direitos da personalidade é exclusiva às pessoas físicas, com exceção somente da
proteção à marca empresarial.

6. (FCC/ TRT - 6ª REGIÃO – 2018)


Pimpão é um palhaço de circo itinerante. Para efeitos legais,
(A) o domicílio de Pimpão é o endereço do sindicato ou associação que represente sua categoria
profissional.

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(B) o domicílio de Pimpão é o endereço do circo constante em seu registro como pessoa jurídica.
(C) o domicílio de Pimpão é o último local em que Pimpão residiu.
(D) Pimpão não possui domicílio.
(E) o domicílio de Pimpão é o lugar em que Pimpão for encontrado.

7. (FCC/ TRT - 2ª REGIÃO – 2018)


Uma determinada fundação privada é criada em uma cidade do interior do Estado de São Paulo para
fins de promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos, sendo elaborado o
estatuto dentro do prazo legal em cumprimento ao que estabelece a legislação em vigor. Após
alguns anos desempenhando regularmente as atividades para as quais foi instituída é proposto por
um de seus instituidores a alteração do estatuto da fundação para inclusão de novas atribuições.
Neste caso, de acordo com o Código Civil, para que se possa alterar o estatuto da fundação, é
necessário que a reforma não contrarie ou desvirtue o fim desta e, ainda, que seja deliberada
(A) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, o juiz não poderá supri-la a requerimento do interessado.
(B) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(C) no mínimo, pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação e
aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 90 dias, findo o qual, ou no caso de
o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(D) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 90 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(E) no mínimo, pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada
pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o
Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.

8. (FCC/ MPE-PE – 2018)


Luísa possui residências, com ânimo definitivo, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte, nas quais alternadamente vive. Considerando-se que a residência de São Paulo é onde
vive há mais tempo, a residência do Rio de Janeiro é onde passa a maior parte do ano e a residência
de Belo Horizonte foi a estabelecida por ela mais recentemente, Luísa possui domicílio em
(A) São Paulo, apenas.
(B) Rio de Janeiro, apenas.
(C) Belo Horizonte, apenas.

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(D) São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.


(E) São Paulo e Belo Horizonte, apenas.

9. (FCC/ MPE-PE – 2018)


Ricardo, filantropo, pretende criar uma fundação dedicada ao fomento da cultura. Para instituí-la,
deverá promover dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina. De acordo
com o Código Civil, o ato de criação dessa fundação poderá ser realizado
(A) por escritura pública ou testamento, desde que público.
(B) por instrumento particular.
(C) somente por escritura pública.
(D) somente por escritura pública ou testamento, inclusive o particular.
(E) somente por testamento.

10. (FCC/ ALESE – 2018)


Considere as proposições abaixo, a respeito do tema domicílio.
I. O código Civil não admite pluralidade de domicílios.
II. No que concerne às relações atinentes à profissão, considera-se domicílio o local em que esta é
exercida.
III. Residência e domicílio são conceitos sinônimos.
IV. O domicílio da União é o Distrito Federal, assim como da pessoa natural que não tenha residência
habitual.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) IV.

11. (FCC/ DPE-AM – 2018)


Quanto ao dano moral, considere:
I. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
II. A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do evento
danoso.
III. Não caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.

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IV. O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa
de exclusão.
Corresponde a entendimentos sumulados pelo Superior Tribunal de Justiça o que se afirma APENAS
em
(A) II e III.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e IV.
(E) I e II.

12. (FCC/ TRT - 11ª REGIÃO – 2017)


A respeito das pessoas jurídicas, é correto afirmar que
(A) As associações não podem ter finalidade econômica, mesmo com expressa previsão estatutária.
(B) Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público.
(C) O registro dos atos constitutivos das organizações religiosas depende de autorização do poder
público.
(D) As associações públicas são pessoas jurídicas de direito privado.
(E) Velará pelas fundações o Ministério Público Federal, quando estenderem a atividade por mais de
um Estado da Federação.

13. (FCC/ TST – 2017)


São pessoas jurídicas de direito privado:
(A) as associações, as fundações, as sociedades, as organizações religiosas e as empresas individuais
de responsabilidade limitada, enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios são
pessoas jurídicas de direito público externo.
(B) as fundações, as sociedades, as organizações religiosas e as empresas individuais de
responsabilidade limitada, enquanto as autarquias, as associações públicas e os partidos políticos
são pessoas jurídicas de direito público interno.
(C) as associações, os partidos políticos, as fundações, as sociedades, as organizações religiosas e as
empresas individuais de responsabilidade limitada, enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Territórios são pessoas jurídicas de direito público interno.
(D) as associações, as fundações e os partidos políticos, sendo que as empresas individuais de
responsabilidade limitada não são consideradas pessoas jurídicas, pois se confundem com pessoa
natural do seu titular.

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(E) as associações, as sociedades e as empresas individuais de responsabilidade limitada, enquanto


a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, as autarquias e as organizações religiosas são
pessoas jurídicas de direito público interno.

14. (FCC/ PROCON-MA – 2017) (ADAPTADA)


No tocante à pessoa jurídica, considere:
I. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início efetivo de suas
atividades societárias ou empresariais, após o que deverá proceder-se à inscrição de seu ato
constitutivo no registro respectivo.
II. As associações, as sociedades, as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas
individuais de responsabilidade limitada são pessoas jurídicas de direito privado.
III. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
Está correto o que se afirma em
(A) I e III , apenas.
(B) I e II , apenas.
(C) II e III , apenas.
(D) I, II e III .
(E) III, apenas

15. (FCC/ ARTESP – 2017)


Entre as pessoas jurídicas classificadas, pelo Código Civil Brasileiro (Lei n° 10.406/2002) como de
direito público interno, inserem-se
I. a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
II. as Autarquias, inclusive as associações públicas.
III. as empresas públicas e sociedades de economia mista.
IV. os territórios.
V. partidos políticos.
Está correto o que consta APENAS em
(A) I e V.
(B) II e V.
(C) I, II e V.

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(D) I, II e III.
(E) I, II e IV.

16. (FCC/ TRT - 24ª REGIÃO – 2017)


Sobre as pessoas jurídicas, à luz do Código Civil:
(A) O prazo decadencial para anulação da constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, é de 5 anos, contado o prazo da publicação da sua inscrição no registro.
(B) Os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito público.
(C) O juiz poderá nomear administrador provisório à sociedade, a requerimento de qualquer
interessado, se a administração da pessoa jurídica vier a faltar.
(D) Se uma determinada pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão, em
regra, por no mínimo 1/3 dos votos dos presentes.
(E) Cassada a autorização para funcionamento da pessoa jurídica ela não subsistirá para os fins de
liquidação, uma vez que possui efeitos imediatos.

17. (FCC/ TRT - 11ª REGIÃO – 2017)


A respeito das pessoas jurídicas, é correto afirmar que
(A) as associações públicas são pessoas jurídicas de direito privado.
(B) velará pelas fundações o Ministério Público Federal, quando estenderem a atividade por mais de
um Estado da Federação.
(C) as associações não podem ter finalidade econômica, mesmo com expressa previsão estatutária.
(D) os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público.
(E) o registro dos atos constitutivos das organizações religiosas depende de autorização do poder
público.

18. (FCC/ SEGEP-MA – 2016)


Jair é sócio e administrador da pessoa jurídica J. Jardinagem Ltda., que não possui conta corrente,
utilizando a conta corrente pessoal de Jair para realizar movimentações financeiras. Surpreendido
com dificuldades financeiras, decorrentes de suas obrigações pessoais, Jair gastou todos os recursos
existentes em sua conta corrente. Com isto, a pessoa jurídica J. Jardinagem Ltda. viu-se
impossibilitada de honrar compromissos. À vista do ocorrido, Manoel, credor civil da J. Jardinagem
Ltda., requereu a desconsideração da personalidade jurídica da empresa, a fim de ver penhorados
os bens particulares e penhoráveis de Jair. De acordo com o Código Civil, tal pedido
(A) Deve ser acatado, pois a confusão patrimonial caracteriza abuso da personalidade jurídica,
autorizando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, com o atingimento dos bens
particulares e penhoráveis de Jair.

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(B) Não deve ser acatado, pois apenas o abuso da personalidade jurídica caracteriza a
desconsideração da personalidade jurídica, o que não se dá com a confusão patrimonial.
(C) Deve ser acatado, pois a confusão patrimonial caracteriza abuso da personalidade jurídica,
autorizando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, que leva à sua dissolução.
(D) Não deve ser acatado, pois apenas nas relações de consumo se admite a desconsideração da
personalidade jurídica.
(E) Deve ser acatado, pois o inadimplemento, por si só, autoriza a desconsideração da personalidade
jurídica.

19. (FCC/ SEGEP-MA – 2016)


No cumprimento de sentença condenatória transitada em julgado, de natureza não fiscal nem ligada
às relações de consumo, a Procuradoria do Estado do Maranhão constatou que a empresa X Ltda.
não possuía bens suficientes ao pagamento do débito. Pretendendo a desconsideração da
personalidade jurídica da empresa X, a Procuradoria do Estado do Maranhão deverá, de acordo com
o Código Civil, comprovar
(A) Abuso da personalidade jurídica.
(B) Que o inadimplemento se deu por ato do cotista majoritário.
(C) A mera insolvência.
(D) Má gestão, ainda que o administrador não tenha dado causa a confusão patrimonial ou a desvio
de finalidade.
(E) Que a existência da pessoa jurídica dificulta o ressarcimento do erário, apenas.

20. (FCC/ PREFEITURA DE CAMPINAS – SP – 2016)


Lourenço adquiriu imóvel em localidade servida por “Associação de Moradores”, à qual Lourenço
não se associou. Passado um mês em que se instalou no local, Lourenço recebeu, da associação,
boleto de cobrança de taxa de manutenção, à qual não anuiu, bem como comunicado dando conta
de que, em Assembleia Geral realizada um ano antes, decidiu-se que todas as pessoas que se
instalassem no bairro seriam obrigadas a pagar contribuição, independentemente de anuência
prévia, tendo em vista a necessidade de custeio de despesas, dentre as quais a contratação de
segurança privada. O estatuto da referida associação nada dispõe sobre a transmissibilidade da
qualidade de associado. De acordo com jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça,
referida deliberação
(A) Atingirá Lourenço, independentemente de qualquer requisito, se comprovado que Lourenço se
beneficia dos serviços mantidos pela Associação de Moradores.
(B) Não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de moradores não
obrigam os não associados ou que a elas não anuíram.
(C) Atinge Lourenço, porque a associação impõe, aos associados, direitos e obrigações recíprocos.

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(D) Atinge Lourenço, porque, no silêncio do estatuto, presume-se que a qualidade de associado se
transmite do antigo para o novo proprietário do imóvel.
(E) Não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de moradores,
independentemente do que dispõe o estatuto, não possuem caráter obrigatório, ainda que os
associados tenham a elas anuído.

21. (FCC/ TRT - 14ª REGIÃO – 2016)


Para se alterar o estatuto de uma fundação, é mister que a reforma não contrarie ou desvirtue o fim
desta e seja deliberada
(A) Pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado.
(B) Pela unanimidade dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado.
(C) Por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado.
(D) Por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, sem possibilidade de suprimento judicial a requerimento
do interessado no caso de denegação.
(E) Pela unanimidade dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, sem possibilidade de suprimento judicial a requerimento
do interessado no caso de denegação.

22. (FCC/ TRE-PB – 2015)


No tocante às pessoas jurídicas, é INCORRETO afirmar:
(A) A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias e as associações públicas são
pessoas jurídicas de direito público interno.
(B) Não se aplica, em qualquer hipótese, a proteção dos direitos da personalidade tratando-se de
incompatibilidade legal de institutos.
(C) São de direito privado, dentre outras, as organizações religiosas, os partidos políticos e as
empresas individuais de responsabilidade limitada.
(D) Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo.

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(E) Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

23. (FCC/ TRT - 9ª REGIÃO – 2015)


G e R são sócios da pessoa jurídica Tex, a qual, em razão da crise econômica, deixou de honrar
compromissos com o fornecedor Xis, que requereu, em ação de execução, a penhora dos bens de G
e R. De acordo com o Código Civil, o pedido deverá ser
(A) Indeferido, pois a desconsideração da personalidade jurídica somente é possível com a
decretação da falência.
(B) Deferido, independentemente de qualquer requisito, pois os sócios respondem, em regra, direta
e pessoalmente pelas obrigações contraídas pela pessoa jurídica.
(C) Deferido apenas se comprovado que Tex não possui recursos para pagamento do débito.
(D) Indeferido, pois em nenhuma hipótese os sócios respondem pelas obrigações contraídas pela
pessoa jurídica.
(E) Deferido se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade
ou pela confusão patrimonial.

24. (FCC/ TJ-AL – 2015)


São pessoas jurídicas de direito público externo
(A) A União e os Estados federados, quando celebram contratos internacionais.
(B) Somente os organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas.
(C) Apenas os Estados estrangeiros.
(D) Os Estados estrangeiros e a União.
(E) Os Estados estrangeiros e aquelas regidas pelo direito internacional público.

25. (FCC/ MPE-PB – 2015)


No que concerne às pessoas jurídicas, é correto afirmar:
(A) As fundações que tiverem finalidade lucrativa serão fiscalizadas pelo Ministério Público.
(B) As autarquias são pessoas jurídicas de direito privado.
(C) As associações podem ter finalidade lucrativa, de acordo com o que dispuserem a respeito os
seus estatutos.
(D) O direito de anular deliberações de administradores que forem eivadas de erro, dolo, simulação
ou fraude decai em 3 anos.
(E) Nas associações, os direitos e obrigações recíprocos entre os associados devem estar
regulamentados no respectivo estatuto.

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26. (FCC/ TCM-RJ – 2015)


No que concerne às fundações, é INCORRETO afirmar:
(A) Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe
a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em
nome dela, por mandado judicial.
(B) Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la.
(C) Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro
modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
semelhante.
(D) Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma seja deliberada pela
unanimidade dos membros competentes para gerir e representar a fundação, bem como que a
reforma não contrarie ou desvirtue o fim desta.
(E) Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de
sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção,
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto,
em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

27. (FCC/ TJ-PE – 2015)


Segundo a legislação civil vigente,
(A) A proteção dos direitos da personalidade é de aplicação irrestrita para as pessoas jurídicas.
(B) Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
(C) Apenas quanto à utilização do nome é que se aplica às pessoas jurídicas a proteção dos direitos
da personalidade.
(D) Para caracterização de dano moral à pessoa jurídica é imprescindível que também ocorra dano
patrimonial.
(E) Às pessoas jurídicas não se concede indenização por dano moral.

28. (FCC/ TRE-RR – 2015)


No tocante as pessoas jurídicas, considere:
I. As organizações religiosas e os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado.
II. O prazo decadencial para anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito
do ato respectivo, é de dois anos a contar da publicação de sua inscrição no registro.
III. Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria
de votos dos presentes. Neste caso, o prazo decadencial para anular as referidas decisões que
violarem a lei ou estatuto é de dois anos.

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IV. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II e III
(B) I e II e IV.
(C) III e IV.
(D) I, II e III.
(E) I e IV.

29. (FCC/ TCM-GO – 2015)


No tocante às fundações, considere:
I. Constituem elas um acervo de bens, que recebe personalidade jurídica para a realização de fins
determinados, de interesse público, de modo permanente e estável.
II. Podem ser constituídas para fins científicos, educacionais ou de promoção do meio ambiente,
mesmo que com fins lucrativos.
III. Quando insuficientes para constitui-las, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não
dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
IV. Os fins ou objetivos da fundação não podem em princípio ser modificados, a não ser pela vontade
unânime de seus dirigentes.
Está correto o que se afirma em
(A) III e IV, apenas
(B) I, II, III e IV
(C) I, II e IV, apenas.
(D) I, III e IV, apenas.
(E) I e III, apenas.

30. (FCC/ TCM-GO – 2015)


Morrinhos Futebol Clube é uma associação esportiva sem fins lucrativos, que decide, para aumentar
seus ganhos, montar um restaurante em sua sede, aberto aos associados e familiares, bem como
uma loja para vender camisas dos uniformes de seus jogadores, bolas e réplicas dos troféus
conquistados. Essa conduta
(A) Não é possível, pois associações não podem ter fins econômicos, o que se caracterizaria em
ambas as situações, só podendo a imagem da associação ser cedida onerosamente a terceiros.
(B) É possível, mesmo com ganhos pessoais aos associados, pois associações podem ter os mesmos
fins econômicos que uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada.

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(C) É possível, desde que não haja ganhos pessoais aos associados, pois a realização eventual de
negócios para manter ou aumentar o patrimônio da associação não a desnatura
(D) É possível somente em relação à venda de uniformes, bolas e troféus, pois a abertura de um
restaurante, mesmo que sem ganhos pessoais aos associados, desnatura sua condição de
associação, por não ter nexo com suas atividades esportivas.
(E) É possível somente em relação à abertura do restaurante, desde que somente para os associados
e familiares, pois a venda de uniformes, bolas e troféus, por ser livre à população em geral, tem fins
lucrativos que a desnaturam enquanto associação.

31. (FCC/ TRT - 9ª REGIÃO – 2015)


W assinou contrato com o banco Fox na cidade de Curitiba, lá obtendo financiamento. O banco Fox
possui sede na Cidade de São Paulo e estabelecimentos em quase todas as cidades do Estado do
Paraná, incluindo Pato Branco, onde W reside. De acordo com o Código Civil, com relação ao
financiamento obtido por W, considera-se domicílio de Fox:
(A) Curitiba, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, será
considerado domicílio a capital do Estado em que o ato tiver sido praticado.
(B) São Paulo, pois a pessoa jurídica de direito privado tem como domicílio sua sede, apenas, para
todo e qualquer ato que vier a praticar.
(C) Pato Branco, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, será
considerado domicílio o local em que reside o consumidor.
(D) Qualquer cidade em que Fox tiver estabelecimento, pois, tendo a pessoa jurídica diversos
estabelecimentos, todos eles serão considerados seu domicílio, para todo e qualquer ato que vier a
praticar.
(E) Curitiba, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, cada um
deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.

32. (FCC/ TRE-SE – 2015)


Mário é empregado do Partido Político “X” exercendo funções administrativas de acordo com o seu
nível de escolaridade (terceiro grau completo). Seu pai, Clodoaldo, é militar da marinha; seu tio,
Fernando, é marítimo; sua mãe, Vera, é costureira sendo que atualmente está presa na penitenciária
“W” pela prática de conduta tipificada como criminosa pela legislação competente. Nestes casos,
analisando esta família sob os dados fornecidos, de acordo com o Código Civil brasileiro, possuem
domicílio necessário
(A) Clodoaldo, Fernando e Vera, apenas.
(B) Mário, Clodoaldo, Fernando e Vera.
(C) Clodoaldo e Vera, apenas.
(D) Fernando e Vera, apenas.

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(E) Clodoaldo e Fernando, apenas.

33. (FCC/ TRT - 24ª REGIÃO – 2014)


Assinale a alternativa em que nenhum ente mencionado possui personalidade jurídica
(A) A organização religiosa, a família e o partido político.
(B) A fundação, o espólio e a família.
(C) A família, o espólio e a sociedade em conta de participação.
(D) O espólio, a associação e o condomínio.
(E) A sociedade em nome coletivo, a empresa individual de responsabilidade limitada e a firma
individual.

34. (FCC/ DPE-PB – 2014)


Carlos emprestou R$ 1.000,00 a Pedro, sócio da "Construtora Bertolai Ltda.", empresa de grande
porte. O contrato foi formalizado em instrumento subscrito por duas testemunhas. Na data em que
o dinheiro deveria ser devolvido, Pedro negou-se ao pagamento, afirmando insuficiência de
recursos. Diante do inadimplemento, Carlos ajuizou execução de título executivo extrajudicial,
contra a qual não foram opostos embargos. Na fase de indicação de bens à penhora, constatou-se
somente que Pedro não possuía bens penhoráveis. Por esta razão, Carlos requereu desconsideração
inversa da personalidade jurídica, a qual deverá ser
(A) Indeferida, pois a mera ausência de bens penhoráveis não autoriza o pedido.
(B) Deferida, pois a empresa de que Pedro é sócio possui condições suficientes para pagar o débito.
(C) Deferida apenas se provado que Pedro ostenta cargo de gerência na empresa de que é sócio.
(D) Indeferida, pois não é possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica.
(E) Deferida, pois se está diante de relação de consumo.

35. (FCC/ TJ-CE – 2014)


A empresa individual de responsabilidade limitada é
(A) Ente despersonalizado, porque suas atividades são exercidas pela pessoa física ou jurídica que a
instituir.
(B) Pessoa jurídica de direito privado, que só poderá ser instituída por outra pessoa jurídica também
de direito privado, mas não terá capital social.
(C) Pessoa jurídica de direito privado e será constituída por uma única pessoa titular da totalidade
do capital social.
(D) Pessoa jurídica de direito privado cuja personalidade se confunde com a de seu instituidor e não
possui capital social.

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(E) Pessoa jurídica de direito público, ou de direito privado, segundo seja seu instituidor uma pessoa
natural ou um ente público.

36. (FCC/ SABESP – 2014)


A desconsideração da personalidade jurídica.
(A) Acarreta a extinção da pessoa jurídica.
(B) Deve ser decretada, inclusive nas relações civis, sempre que a pessoa jurídica se tornar
insolvente, não importando a razão que a tenha levado à insolvência.
(C) Pode atingir sócio que não tenha sido designado administrador pelo contrato social.
(D) Atinge, em qualquer hipótese, apenas os sócios de maior capital.
(E) É decretada, imediatamente, se a administração da pessoa jurídica vier a faltar.

37. (FCC/ TJ-AP – 2014)


A empresa MMB possui seu principal estabelecimento em Macapá, além de outros dois em Manaus
e Brasília. A diretoria funciona em Manaus. Admitir-se-á como domicílio(s) da empresa
(A) Manaus, apenas.
(B) Macapá, Manaus e Brasília, independentemente do local em que tenha sido praticado o ato.
(C) Macapá, Manaus e Brasília, para os atos praticados em cada um desses locais.
(D) Macapá e Manaus, apenas.
(E) Macapá, apenas.

38. (FCC/ PGE-RN – 2014)


Examine o seguinte texto de Vicente Ráo: de há muito vem ocupando a atenção dos juristas a
possibilidade da organização e funcionamento de sociedades de um único sócio, pessoa física ou
jurídica de direito privado (Einmanngesellschaften, na Alemanha; one man companies, na
Inglaterra), para o exercício de atividades econômicas com patrimônio separado e, pois, com
responsabilidade igualmente distinta (Riv. Dir. Comm., 1954, v. LII, 1° parte, p. 95). Essa forma de
separação patrimonial que, quando reveste certas modalidades, é encarada por alguns juristas
italianos como negócio indireto de tipo fiduciário (Riv. Dir. Comm., 1932, 1ª parte, p. 799), ou
negócio permitido pelo novo código civil italiano (arts. 2.326, 2.448 e 2.479; Brunelli. Il Libro del
Lavoro, n. 421), não é, ainda, admitida por nosso direito. Em seguida, afirma que a admissibilidade
de um patrimônio separado para fins de exploração econômica acabará por prevalecer. (O direito e
a vida dos direitos, 2 v., 2ª tiragem, Max Limonad, Editor de Livros de Direito, p. 367-368). Waldemar
Ferreira, porém, escreveu sobre esse tema: em matéria de ficção jurídica, chegou-se a ponto
verdadeiramente imprevisto e incrível. Não podia, nem devia ela, por isso mesmo, vingar no Brasil.
(Tratado de Direito Comercial. 2 v., São Paulo: Saraiva, 1960, p. 262).

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À vista da legislação em vigor


(A) cumpriu-se, em parte, o que previa Vicente Ráo, porque, embora o Código Civil não contemple
nenhuma hipótese de separação patrimonial para instituição de pessoa jurídica, o patrimônio de
afetação é permitido nas incorporações imobiliárias, em que o terreno e acessões objeto da
incorporação manter-se-ão apartados do patrimônio do incorporador.
(B) cumpriu-se o vaticínio de Vicente Ráo, pois o Código Civil contempla, no rol de pessoas jurídicas,
hipótese de patrimônio separado de seu instituidor para fins econômicos.
(C) ambos os autores tiveram, em parte, seus pensamentos acolhidos pelo Código Civil, porque ele
prevê no rol de pessoas jurídicas somente hipótese de patrimônio separado para fins não
econômicos.
(D) prevalece o entendimento de Waldemar Ferreira, porque o Código Civil não admite separação
patrimonial, em nenhuma hipótese, tendo cada pessoa apenas um patrimônio.
(E) prevalece o entendimento de Waldemar Ferreira, exceto no tocante ao empresário individual,
como tal inscrito no registro púbico de empresas mercantis.

39. (FCC/ SEFAZ-PE – 2014)


Considere:
I. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo;
se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde alternadamente viva, considerar-se-á
domicílio seu qualquer delas.
II. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde
esta é exercida; se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá
domicílio para as relações que lhe corresponderem.
III. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o último lugar em
que foi domiciliada.
IV. Nos contratos escritos, somente as pessoas jurídicas contratantes poderão especificar domicílio
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
V. Tem domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I, IV e V.
(B) I, II e V.
(C) III, IV e V.
(D) I, III e IV.
(E) II, III e V.

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40. (FCC/ TCE-PI – 2014)


Em relação ao domicílio civil, é correto afirmar que
(A) o domicílio do preso é o lugar em que foi processado.
(B) a pessoa que exercer profissão em lugares diversos terá como seu domicílio o último lugar em
que trabalhou.
(C) o domicílio, quanto às pessoas jurídicas, é o lugar onde funcionarem suas diretoria e
administração, não podendo eleger domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
(D) o direito brasileiro somente admite a unicidade domiciliar.
(E) o lugar onde a pessoa natural for encontrada será considerado seu domicílio, desde que não
tenha residência habitual.

41. (FCC/ TCE-PI – 2014)


Marcelo é biólogo, pesquisador de espécies da fauna nativa não possui residência habitual, em razão
da sua profissão. Atualmente, Marcelo realiza pesquisas na cidade de Teresina, seus pais e esposa
residem em São Paulo, capital, e suas últimas pesquisas ocorreram em Santos - SP e Gramado - RS,
nesta ordem. Neste caso, de acordo com o Código Civil brasileiro, ter-se-á por domicílio de Marcelo
(A) o lugar em que ele for encontrado.
(B) a cidade de Teresina, apenas.
(C) a cidade de São Paulo, apenas.
(D) as cidades de Teresina ou Santos, apenas.
(E) as cidades de Teresina, Santos ou Gramado.

42. (FCC/ TCE-PI – 2014)


De segunda a quarta-feira, Nicolas reside, com habitualidade e ânimo definitivo, na cidade de
Teresina, com esposa e filhos, e trabalha na cidade de Demerval Lobão. De quinta a sexta-feira,
reside com habitualidade e ânimo definitivo, sozinho, na cidade de Água Branca, e trabalha na cidade
de Elesbão Veloso. Aos finais de semana, volta para a cidade de Teresina, com esposa e filhos. De
acordo com o Código Civil,
(A) Teresina e Demerval Lobão são os únicos domicílios de Nicolas.
(B) Teresina é o único domicílio de Nicolas.
(C) o local onde for encontrado é o domicílio de Nicolas.
(D) Teresina, Demerval Lobão, Água Branca e Elesbão Veloso são domicílios de Nicolas.
(E) Teresina e Água Branca são os únicos domicílios de Nicolas.

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43. (FCC/ TJ-PE – 2013)


Em relação às fundações, é correto afirmar que
(A) Constituídas por negócio jurídico entre vivos, a transferência da propriedade sobre os bens
dotados é obrigatória após a morte do instituidor, somente.
(B) Só podem elas ser constituídas para fins religiosos, econômicos, morais, culturais, assistenciais
ou esportivos.
(C) Quando os bens destinados a constituí-las forem insuficientes, em regra voltarão ao instituidor,
se vivo, ou serão transferidos aos herdeiros deste, se falecido.
(D) Para serem criadas, seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial
de bens livres, especificando o fim a que se destinam e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la.
(E) Tornadas ilícita, impossível ou inútil sua finalidade, serão extintas e, em regra, seu patrimônio
será incorporado ao Estado-membro em que sediadas.

44. (FCC/ TRT - 1ª REGIÃO – 2013)


A respeito da fundação, é correto afirmar:
(A) Constituída com bens insuficientes, serão eles convertidos em títulos da dívida pública, como
regra, até que seu rendimento perfaça capital bastante para sua viabilização.
(B) Não pode ter alterado seu estatuto, em nenhuma hipótese, pois sua finalidade é imutável.
(C) Pode ser constituída somente por negócio jurídico entre vivos, vedado testamento por ser
incompatível com sua natureza jurídica.
(D) Poderá constituir-se para qualquer fim lícito, inclusive empresarial, cultural, de assistência ou
religioso.
(E) Se constituída por ato entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou
outro direito real, sobre os bens dotados e, se não o fizer, serão registrados em nome dela por
mandado judicial.

45. (FCC/ TRT - 15ª REGIÃO – 2013)


Joaquim é sócio majoritário e administrador de empresa produtora de alimentos enlatados e
embutidos. Durante muitos anos, a empresa experimentou sucesso empresarial. No entanto, depois
que o Ministério da Saúde passou a desestimular a ingestão deste tipo de alimento, a empresa
deixou de honrar compromissos com fornecedores, que ajuizaram e venceram ações de cobrança.
Contudo, quando do cumprimento das sentenças, verificou-se que a empresa não possuía bens
penhoráveis. Neste caso, de acordo com o Código Civil, a personalidade jurídica deverá ser
desconstituída
(A) A requerimento da parte, se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial.

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(B) Necessária e automaticamente, pois é dever do juiz zelar pela efetividade das decisões judiciais.
(C) Apenas em relação a Joaquim, independentemente de quaisquer requisitos, por ostentar a
qualidade de sócio majoritário e administrador da empresa.
(D) A requerimento da parte ou de ofício, se comprovado abuso da personalidade jurídica,
caracterizado pelo inadimplemento das obrigações.
(E) A requerimento da parte, se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pela
inexistência de bens penhoráveis à época do cumprimento da sentença.

46. (FCC/ MPC-MS – 2013)


União de pessoas que se organizam para fins não econômicos é conceito que se aplica às
(A) Sociedades anônimas.
(B) Sociedades empresariais.
(C) Fundações.
(D) Sociedades simples.
(E) Associações.

47. (FCC/ TRT - 6ª REGIÃO – 2013)


Angélico, desejando criar uma entidade sem finalidades econômicas e com objetivo religioso
imutável, mediante dotação de bens livres e declarando a maneira de administrá-la.
(A) Poderá, por escritura pública ou testamento, instituir uma fundação.
(B) Deverá criar uma sociedade sem fins lucrativos, por instrumento público ou particular.
(C) Somente poderá criar uma organização religiosa.
(D) Deverá criar uma empresa individual de responsabilidade limitada.
(E) Somente poderá instituí-la por testamento na forma de uma associação.

48. (FCC/ AL-RN – 2013)


No tocante às Fundações, considere:
I. Para que se possa alterar o estatuto da Fundação é mister, dentre outros requisitos, que a reforma
seja deliberada por um terço dos competentes para gerir e representar a Fundação.
II. A Fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, políticos, morais, culturais ou de
assistência.
III. Velará pelas Fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. Se estenderem a atividade
por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.

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IV. Vencido o prazo de existência da Fundação, em regra, o órgão do Ministério Público, ou qualquer
interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II, III e IV
(B) I e II.
(C) I e IV.
(D) III e IV.
(E) I, III e IV.

49. (FCC/ AL-RN – 2013)


Esta questão refere-se ao Código Civil brasileiro. Hipoteticamente considere: A Igreja Nossa Senhora
do Rosário de Fátima e o Partido Nacional da Libertação. Nestes casos, as entidades mencionadas
são pessoas jurídicas de direito
(A) Público e privado, respectivamente.
(B) Público.
(C) Privado e público, respectivamente.
(D) Privado.
(E) Público anômalas.

50. (FCC/ PGE-BA – 2013)


Em respeito às associações e às fundações, considere:
I. Constituem-se associações pela união de pessoas organizadas para fins não econômicos, havendo
entre os associados direitos e obrigações recíprocos.
II. Fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência,
nesses conceitos compreendidas as fundações para fins científicos, educacionais ou de promoção
do meio ambiente.
III. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens
especiais.
Está correto o que se afirma em
(A) II e III, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) I, II e III.

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20.3 – GABARITO

1. A 26. D
2. C 27. B
3. A 28. E
4. C 29. E
5. D 30. C
6. E 31. E
7. B 32. A
8. D 33. C
9. D 34. A
10. A 35. C
11. C 36. C
12. A 37. C
13. C 38. B
14. C 39. B
15. E 40. E
16. C 41. A
17. C 42. D
18. A 43. D
19. A 44. E
20. B 45. A
21. C 46. E
22. B 47. A
23. E 48. D
24. E 49. D
25. D 50. X

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