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Xe) DO aot KUNE DO POR BRUCE eels © 42 EDICAO E ARTE DO GRANDE MESTRE © CONRAD EDITORA DO BRASIL LTDA. CONSELHO EDITORIAL Cristiane Monti Rogério de Campos GERENTE DE MARKETING Silvio Alexandre GERENTE DE PRODUTO Claudia Maria do Nascimento CONRAD LIVROS DIRETOR EDITORIAL Rogério de Campos COORDENADOR EDITORIAL F DE COMUNICACAO Alexandre Linares COORDENADORA EDITORIAL F DE DIREITOS INTERNACIONAIS Luciana Veit COORDENADORA DE PRODUCAO Rita de Céssia Sam ASSISTENTES EDITORIAIS ‘Alexandre Boide, Jae HW e Mateus Potumati REVISORES DE TEXTO Lucas Carrasco © Marcelo Yamashita Salles EDITOR DE ARTE Marcelo Ramos Rodrigues ASSISTENTES DE ARTE ‘Ana Solt, Jonathan Yamakami, Marcos R. Sacchi, Nei Oliveira ¢ Vitor Novais Copyright © 1975 by Linda Lee Este livro foi traduzido com autorizacao da Black Belt Communications, Ine. Copyright desta edigio © 2005 by Conrad Editora do Brasil Ltda. 4 digo. novembro/2005 novembro/2004 2 edigao.margo/2004 Iedigao. novembro/2003 Titulo do original: Tio of Jeet Kune Do Capa: JR Ferraz (com base na capa da edicdo americana) Tradugao: Tatiana Ori-Kovaes Preparacao de texto: Alexandre Boide Reviséo técnica: Daniel Yamauchi Revisio de texto; Luiz Ribeiro e Renato Potenza Rodrigues Diagramacao: Helen Nakao Produgio grifica: Alexandre Monti (gerente), Alberto Goncalves Veiga, André Braga ¢ Ricardo A. Nascimento ADVERTENCIA Este livro € apresentado apenas como um meio de preservar um aspecto singular da heranga das artes marciais. A Ohara Publications, a Conrad Editora do Brasil Ltda, ¢ 0 autor néo fazer nenhum tipo de declaragio ou garan tia de que as téenicas descritas ou ilustradas neste livro sejam seguras ou eficazes em uma situagao de defesa pes- soal ou outras. Voce pode se ert 20 aplicarou ao treinar as téenicas de defesa pessoal stad neste vr ¢ a ‘Ohara Publications, « Conrad Editora do Brasil Luda, ¢ o autor nfo se responsablizam pelos ferimentor res tantes. £ fundamental consular um médica antes detentaraplicar qualquer uma das téenicas aqui descritas As reag6es de defesa pessoal dustradas rene lino poder no ser justlicadas em certs situaoes, em vista das ci cansténcis ou de acordo com as les federats, estadusis ou loca, A Ohara Publications, a Conrad Ears do Brasil Lids, €0 autor nfo garantem a legilidade on a adequago de nenhuma ds tecnica aqui mencionadas, Dados Internacionais de Catalogagio na Publicago (cir) (Camara Brasileica do Livre s, Bri) Lee, Bruce, 1940-1973, © Tho do Jeet Kune Do / Bruce Lee ; [tradagéa Tatiana Os-Koxics}. ~ Sio Paulo » Conrad Eaitora do Bras, 2005, ISBN §5.7616-026.9 1. Artes marcais 2. Fesofis oriental 3, Jeet Kane Do 4. Lee, Bruce, 1940-1973 1, Tita, 03.6424 indice para catslogo sitemtico: Io Jeet Kune Do Antes marcas 796 815% CONRAD LIVROS Rua Simao Dias da Fonseca, 03 - Aclimagio Sio Paulo SP 01539-020 ‘Tels 11 346.6088 / Fax: 11 3346.6078 atendimento@conradeditora.com.br wwwiconradeditora.com.br Em uma alma absolutamente livre De todos os pensamentos ¢ emogaes, Nem mesmo o tigre encontra espago Para cravar suas garras afiadas, A mesma brisa passa Pelos pinkeiros da montanha E pelos carvalhos do vale; Entito, por que produzem notas diferentes? Nenhum pensamento, nenhuma reflexao, Vazio perfeito. Porém, algo se move ali, Seguindo seu proprio curso. Os alos a véem, Mas nenhuma méo pode alcangé-la — A lua no riacho. Nuvem e névoa Sito transformacies entre 0 céu ¢ a terra Acima delas, brilham eternamente 0 Sol e a Lua A vitéria é para aquele Que, mesmo antes do combate, Ni pensa em si mesmo, Obedecendo & nao-mente da Grande Origem. Um monge taoista Este livro é dedicado ao artista marcial livre e criativo. Aproveite 0 que the for itil ¢ se desenvolva a partir disso AS ARTES MARCIAIS, INCLUINDO © BOXE 13, A ETERNA BUSCA POR AUTOCONHECIMENTO «02... 002. 0eec cece 15 COMO ESTE LIVRO FOI ORGANIZADO. o.oo eee eee eee 7 INTRODUGAO AO JEET KUNE DO. < ePo2esereaees sagged 19 Jeet Kune Do cos Desespero Organizado ...... 06.02. 0cceeeeveeeeeceeeeeeeeees 28 Princfpios do Jeet Kune Doo... 000.00 coe ve eee wo 85 A Forma Disforme..... foot cette cvetenereeees 36 PRELIMINARES ...... 0.6.00 s eee cece cece ect e cent teeter eee 39 reine. 0... eee eee 4 Aquecimento ... 0... cov eee eeeeeeeeeeeee essen eeeueeeee 43 Posigéo de Guarda . . - 45 Quadros das Armas .......... wees 31 Velocidade ... . Timing Estudos sobre Judo e Jiu-jitsu PREPARACAO Manipulagdo. 0.6.0... eee ee cece eee cee eee eeee MOBILIDADE............. 002.0... 2 ae Distancia . ‘Trabalho de Pés . Atitude Evasiva 00... FEI equ swr pesos 87h aEESYFTSAESE REA SP Ecce rr sere PERE SNGERALE A escent Preparagéo do Ataque. ......... Ataque Simples. 0.000. ee eee : Ataque Composto. ...... Contra-ataque . Contragolpe - 6... eee eevee tev eeeeeceeseeeees Ataque Renovado . Tatica..... Cinco Formas de Ataque . ‘CIRCULO SEM CIRCUNFERENCIA. . . . APENAS UM NOME .. AS ARTES MARCIAIS, INCLUINDO O BOXE Fb p44) Pit gaees 25 Ah HHP ABER OL Laan LOL PF ELH ER LFA ARR ty NRE fohA mF LG EM 9225 ic ABE 7 ay ROH AEM GEon GLAM MA LIEL coe Rf KL AF S we, RALBEMEDAE Kae 4 we, Fane es ALL HE me ERED OAMFT we ne A SD BA CEE NMLIRT GAT MH FoARZAE Hah eaea shah. As artes marciais baseiam-se no entendimento, no trabalho 4rduo e na total compreensao das técnicas. O condicionamento fisico e 0 uso da forca sao féceis de conquistar, mas a total compreensio de todas as técnicas das artes marciais € muito dificil de ser alcangada. Para entender, devemos estudar todos 0s movimentos na- turais de todos os seres-vivos. Naturalmente, podemos entender como 03 outros utilizam as artes marciais, Podemos estudar seu tinting ¢ suas fraquezas, Conhecen- do esses dois clementos, vocé poder4 derrotar o oponente com facilidade. A BASE DAS ARTES MARCIAIS E O ENTENDIMENTO DAS TECNICAS Para entender as técnicas, vocé deve saber que elas contém muitos movimentos condensados. Isso pode parecer muito estranho, Ao iniciar o aprendizado, desco- brira que € estranho para vocé. Isso ocorre porque uma boa técnica inclui mudan- sas rapidas, grande variedade e velocidade. Pode ser um sistema de opostos muito parecido com 0 conceito de Deus ¢ 0 Diabo. No decorrer dos eventos, qual deles 13 realmente esta no poder? Eles mudam de posigao com a velocidade da luz? Os chi neses acteditam que sim, Ter a base das artes marciais em seu proprio coragio © torné-la parte de vocé significa possuir total compreensio e usar um estilo livre Quando tiver tudo isso, sabera que nao existem limites. CUIDADOS COM AS TECNICAS FISICAS Algumas artes marciais sfio muito populares e agradam multidées porque pare~ cem boas ¢ possuem técnicas ficeis, Mas tenha cuidado. Elas sio como o vinho aguado. Um vinho diluido nao € 0 verdadeiro, nao € bom, ndo é 0 artigo genuine. Algumas artes marci um efcito estimulante, um sabor picante, um gosto genuino, Sao como azeitonas. © gosto pode ser forte e agridoce. O sabor dura. Vocé cultiva © gosto por clas. Ninguém jamais desenvolveu gosto por vinho dilufdo. is nao parecem ser tio boas, mas voce sabe que elas tm TALENTO ADQUIRIDO E TALENTO NATURAL Algumas pessoas nascem com um bom fisico, senso de velocidade ¢ muita resisténcia. Isso é bom, Nas artes marciais, no entanto, tudo o que aprendemos sao técnicas adquiridas Absorver uma arte marcial é como a experiéncia do budismo. O sentimento vem do coracdo, Vocé posstti a determinagao para obter o que sabe que precisa. Quando se torna parte de voc®, sabe que 0 possui, Vocé obtém sucesso. Talvez nunca o entenda completamente, mas continua 0 seguindo. E, ao progredir, conhece a ver~ dadeira natureza do caminho simples. Pode ir a um templo ou a um kseon. Voce observa o caminho simples da natureza. Experimenta a vida que nunca teve antes. 14 A ETERNA BUSCA POR AUTOCONHECIMENTO Meu marido, Bruce, sempre se considerou primeiro um artista marcial e depois um ator. Aos 13 anos de idade, comecou a ter aulas do estilo wing chun de gung fis, como forma de defesa pessoal. Nos dezenove anos seguintes, transformou seu conhecimento em ciéncia, arte, filosofia e forma de vida. Ele treinava seu corpo com exercicios. Treinava sua mente por meio da leitura e da reflexao, ¢ registrou seus pensamentos e idéias constantemente nesses dezenove anos. As piiginas des- te livro representam 0 orgulho do trabalho de uma vida. Em sua eterna busca por autoconhecimento ¢ expresso pessoal, Bruce cons- tantemente estudava, analisava e modificava todas as informagoes disponiveis sobre 0 que Ihe interessava. Sua principal fonte era a biblioteca pessoal, que pos- sufa mais de 2 mil livros que lidavam com todas as formas de condicionamento ft co, artes marciais, técnicas de luta, defesa e assuntos relacionados. Em 1970, Bruce feriu gravemente as costas. Os médicos ordenaram que pa- rasse de praticar artes marciais e permanecesse de cama para que pudesse se recu- perar. Esse provavelmente foi 0 periodo mais dificil e desanimador de sua vida. Ele ficou de cama por seis meses, mas no conseguia manter sua mente longe do trabalho. Este livro € 0 resultado dessa atividade. A maioria dos escritos foi redi- gida nesse periodo, mas muitas anotagdes foram registradas antes ¢ depois. As anotacGes pessoais de Bruce revelam que ele admirava particularmente os escri- tos de Edwin L. Haislet, Julio Martinez Castello, Hugo e James Castello, e Roger Crosnier, Muitas das teorias de Bruce estao diretamente relacionadas as teorias desses escritores. Bruce havia decidido terminar o livro em 1971, mas seu trabalho no cinema 0 impediu de completé-lo. Ele também nao estava certo sobre a publicagao de seu trabalho porque achava que poderia ser usado de forma errada, Nao queria que seu livro fosse do tipo “Aprenda kung fu em dez licdes”. Desejava que fosse um guia ¢ um registro da forma de pensar de um homem, e no um manual de instrugées. Se vocé puder ler este livro com isso em mente, hd muito o que aprender nestas pagi- nas. Provavelmente tera muitas perguntas e dever procurar as respostas dentro de si mesmo. Ao terminar de ler este livro, conhecer4 melhor o Bruce, mas, espera-se, também se conhecerd melhor. Agora, abra sua mente, leia, entenda € experimente. Depois, desfaca-se deste livro. As paginas so mais titeis para limpar a bagunga — como vocé vers. Linda Lee 15 COMO ESTE LIVRO FOI ORGANIZADO Nas maos de um homem singular, coisas simples cuidadosamente posicionadas soam inegavelmente harmoniosas. A orquestragao das artes marciais conduzida por Bruce tinha essa qualidade, mais aparente em seus movimentos de combate, Imo- bilizado por varios meses em virtude de um ferimento nas costas, ele apanhou uma sancta. E escreveu como falava e como se movia: de forma direta e honesta, Quando ouvimos uma misica, 0 entendimento dos elementos que fazem parte ela acrescenta uma qualidade especial ao som. Por esse motivo, Linda Lee ¢ eu sscrevemos a introdugao do livro do Bruce para explicar como ele surgiu, O Tao do Ject Kune Do foi iniciadlo, na verdade, antes de Bruce ter nascido. O esti- lo classico do wing chun que o iniciow em seu caminho foi desenvolvido quatro- Eentos anos antes de scu tempo. Os 2 mil livros que ele possuia ¢ os incontaveis livros que lia descreviam as “descobertas individuais de milhares de homens antes cle. Nao ha nada de novo neste livro, néo ha segredos. “Nao 6 nada especial”, Bruce costumava dizer. E nao era mesmo. O que Bruce tinha de especial era conhecer a si mesmo e sua propria capacidade = escolher corretamente 0 que funcionava para ele, e transformar isso em movi= mento ¢ linguagem, Encontrou nas filosofias de Confticio, Espinosa, Krishnamurti © outros uma organizacgao para seus conceitos. Com essa organizagao, comegou a ‘escrever 0 livro do seu tao. Quando faleccu, 0 livro nao estava totalmente completo. Embora houvesse sete Yolumes, tudo poderia ser condensado em apenas um. Entre os principais blocos ‘Se escritos havia paginas néo numeradas, cada uma apenas com um titulo. As vezes Sic redigia de forma introspectiva, fazendo perguntas a si mesmo. Frequentemente ‘Scevia para seu aluno invisivel, o leitor. Quando escrevia rapidamente, sacrifica- ‘*2 4 gramatica. Quando tinha tempo, era elogiiente. Parte do material dos volumes foi criada de um folego e tem a progressao natu- Ge uma conversa, Outras partes refletiam inspiragoes stibitas e idéias incomple- ue cram rapidamente escritas conforme vinham & mente. Essas partes estavam hadas pelo livro. Além dos sete volumes com capa dura, Bruce fez anotagdes te 0 desenvolvimento do ject Kune Do ¢ as deixou empilhadas ou em gavetas seus pertences. Algumas eram antigas ¢ outras eram mais recentes e valiosas 0 livro, Com a ajuda de sua esposa, Linda, eu coletei, examinei e organizei todo o ma + Entao, tentei juntar as idéias dispersas em blocos coesos. A maior parte do ndo foi alterada, ¢ os desenhos € rascumhos foram feitos por cle. A organizacéo do livro, no entanto, nao poderia ter sido bem feita se ndo fos- #atencio de Danny Inosanto, seus assistentes ¢ seus alunos mais avancados, 17 Foram eles que pegaram meus oito anos de treinamento em artes marciais, es- palharam tudo no chao e transformaram as teorias em aco com 0 conhecimen- to deles. Eles tém minha gratiddo como editor deste livro ¢ como artista marcial Deve-se mencionar que O Tao do Jeet Kune Do nao é uma obra completa. A arte de Bruce mudava a cada dia. Dentro das Cinco Formas de Ataque, por exemplo, ele originalmente iniciava com uma categoria chamada imobilizagio da mao. Mais imobilizagdes também pode- riam ser aplicadas as pernas, bracos e cabeca. Era uma simples observagéo que tarde, achou que aquilo era muito limitado, ja que a mostrava as limitacées de rotular um conceito. O Tao do Ject Kune Do nao possui um final de verdade. Em vez disso, ele funciona como um inicio, Nao possui estilo nem nivel, apesar de ser mais facilmente com- preendido por aqueles que entendem suas armas. Provavelmente, para todas as afirmacées deste livro hé uma excecio, afinal nenhum livro poderia oferecer uma visto completa das artes de combate. Este é, simplesmente, um trabalho que des- creve a direcao dos estudos do Bruce. As pesquisas nao sao feitas; as perguntas, algumas clementares ¢ outras complexas, nao sio respondidas para que 0 proprio aluno se questione. Da mesma forma, os desenhos freqiientemente nao sao expli- cados ¢ podem oferecer apenas impressoes vagas. Mas, se eles fizerem surgir uma pergunta ou uma idéia, crviram ao scu propésito, Esperamos que este livro seja usado como uma fonte de idéias para os artistas marciais, idéias que deverio ser desenvolvidas. Infelizmente ~ ¢ isso néo poderd ser evitado -, 0 livro também pode provocar uma explosao de escolas de Jeet Kune Do conduzidas por pessoas que conhecem a reputacio do nome mas que mal conhe- cem 0 movimento. Cuidado com essas escolas! Se seus instrutores nao leram a tlti- ma e mais importante linha, talvez no tenham entendido esta obra. Nem mesmo a organizagao do livro possui um significado. Nao ha limites reais entre velocidade € forga, entre preciso ¢ chute ou entre golpes de mao e alcance. Cada elemento dos movimentos de combate afeta os outros ao redor. As divisdes que fiz servem apenas para tornar a leitura mais conveniente, entao nao as leve tio a sério. Use um lépis enquanto Ié para anotar as referencias cruzadas entre as reas que se relacionam. O Jeet [Kure Do, como voce vera, nao possui linhas ou fronteiras definidas. As dinicas sao as feitas por voce mesmo. Gilbert L. Johnson 1g INTRODUCAO AO JEET KUNE DO A arte do Jeet Kune Do é simplificar. E ser vocé mesmo. E a realidade em sua “esséncia”. ZEN Obter um esclarecimento das artes marciais significa a extingao de tudo o que obs- » implica uma expansio sem frontciras ¢, na verdade, nflo se deve enfatizar o cultivo da parte especifica que se une a totalidade, e sim a totalidade que entra naquela parte espe- ‘curece o “conhecimento verdadeiro”, a “vida real”. Ao mesmo tempo, iss cifica e se une a ela. A forma de transcender 0 carma est no uso correto da mente e da vontade. A uni- dade de toda vida é uma verdade que s6 pode ser totalmente percebida quando as falsas nocdes de uma persona separada, cujo destino pode ser considerado a parte do todo, forem aniquiladas para sempre. © vazio € aquilo que fica bem no meio disso e daquilo. O vazio inclui tudo e nio Pessui um oposto, ou seja, nao hé nada que ele exclua ou a que se oponha. E um yazio vivo, porque todas as formas saem dele e qualquer um pode perceber que o vazio esté cheio de vida, energia e amor de todos os seres. ‘Tansforme-se em um boneco de madeira: ele nao possuii ego, nao pensa em nada, no € ganancioso nem se apega a nada ou a ninguém. Deixe o corpo trabalhar sozi- nho de acordo com a disciplina & qual foi submetido. Se nada dentro de vocé for rigido, as coisas exteriores se revelardo. Ao se mo- ver, seja como a agua, Quando ficar parado, seja como um espelho. Responda como um eco, O nada nao pode ser definido, A coisa mais flexivel nao pode ser qucbrada. Estou me movendo, mas me movo. Sou como a lua sob as ondas, sempre indo € voltando. Nao “estou fazendo isso”, mas perccbo que “isso esté acon- tecendo através de mim” ou “isso esta fazendo aquilo por mim”. A cons- ciéncia de si € 0 maior obstaculo para a execucéio adequada de todas as acdes fis A localizacdo da mente significa seu congelamento. Quando cla deixa de fluir livremente, como é necessario, nao é mais a mente. “Estatico” € a concentragio de energia em um certo foco, como no eixo de uma roda, € néo a dispersio em diversas atividades 21 O importante é 0 ato de realizar, € nao as realizagdes. Nao existe um ator, mas a acao, Nao existe um experimentador, mas sim o experimento. Ver algo sem 0 colorido dos seus préprios descjos e preferéncias pessoais € vé-lo em sua propria simplicidade primitiva. A arte alcanca seu auge quando € desprovida de autoconsciéncia, A liberdade des- cobre o homem no momento em que ele deixa de se preocupar com a impressio que causa. O caminho perfeito € dificil somente para aqueles que escolhem. Nao goste, néio desgoste, ¢ tudo ficard claro. Faga uma pequenina diferenga, ¢ os céus € a terra serdo anulados: se quiser que a verdade Ihe seja revelada, nunca seja contra ou a favor. A luta entre “contra” ¢ “a favor” é 0 pior distirbio da mente. ‘A sabedoria nao consiste em tentar arrancar 0 bem do mal, mas em aprender a “cavalgé-los” como uma béia que se adapta ao sobe e desce das ondas. Deixe-se levar pela doenga, esteja com ela, faga-lhe companhia, Essa € a forma de s¢ livrar dela. Uma afirmagdo é Zen somente quando é um ato € nao se refere a nada que scja afirmado nela mesma. No budismo nao hé lugar para esforgos. Apenas seja comum, nao seja especial. Coma a sua comida, faca a digestdo, v4 ao banheiro e, quando estiver cansado, deite-se. Os ignorantes rirdo de mim, mas os s4bios entenderao. Nio estabeleca nada em relagio a si mesmo. Passe rapidamente, como algo que nao existe, e seja quieto como a pureza, Aqueles que ganham perdem. Nao se antecipe 0s outros, sempre 08 siga. Nio fuja, deixe acontecer. Nao procure, acontecera quando menos se espera. Pare de pensar como se nao parasse, Observe as técnicas como sc nao as obser- vasse. Nao ha uma forma fixa de ensino. Tado 0 que posso oferecer é um remédio apro- priado para uma certa doenga. 22 OS OITO MANDAMENTOS DO BUDISMO Os oito requisitos que eliminam o sofrimento corrigindo os falsos valores ¢ ofere- cendo um verdadeiro conhecimento do significado da vida foram resumidos da se- guinte forma: 1. Compreensdo correta (entendlimento): Vocé deve ver claramente 0 que esté errado. 2. Pensamento correto (aspiragao): Decida-se pela cura 3, Pulavra correta: Fale de forma que seu objetivo seja a cura 4, Agito correta: Vocé deve agir. 5. Vida correta: Sua profissio nao deve entrar em conflito com sua terapia. 6. Esforco correto: A terapia deve avangar na “velocidade da permanéncia”, a velocidade critica que pode ser mantida 7. Conscitncia correta (controle da mente): Voce deve sentir e pensar incessan- temente. 8. Concentragao correta (meditagde): Aprenda a meditar com a mente vazia A ARTE DA ALMA O objetivo da arte € projetar uma visio interior para 0 mundo; declarar, em uma criacdo estética, 0 espirito mais intimo ¢ as experiéncias pessoais de um ser huma- no. E permitir que essas experiéncias sejam inteligiveis ¢ geralmente reconhecidas dentro da estrutura total de um mundo ideal. ess¢ncia interior das coisas e dé for- ‘A arte se revela no entendimento psiquico da ma a relagio do homem com o nada, com a natureza do absoluto, ‘A arte € uma expressio da vida e transcende 0 tempo eo espaco. Devemnos empre- gar nossa pr6pria alma através da arte para oferecer uma nova forma ¢ um novo significado para a natureza ou para o mundo. A expresso de um artista é a exibigéo de sua alma, educagao € compostura. Por trds de todos 0s movimentos, a mtisica de sua alma se torna visivel. Caso contririo, seus movimentos so vazios, ¢ movimentos vazios sA0 como pala- wras vazias: nfo tém sentido. 23 Elimine o pensamento confuso e trabalhe a partir de sua raiz. ‘A arte nunca € decorativa, ornamental. Ela é um trabalho de esclarecimento. A ar- te, em outras palavras, € uma técnica para adquirir liberdade. “‘Aarte demanda 0 dominio completo das técnicas desenvolvidas pela reflexio dentro da alma, “arte natural” & 0 processo artistico dentro do artista. Seu significado € “arte da alma”, Todos 0s varios movimentos de todas as ferramentas significam um passo no caminho para 0 mundo estético absoluto da alma. Criacdo, na arte, é a revelacao psiquica da personalidade que esté enraizada no nada, Seu efeito € um aprofundamento da dimensio pessoal da alma ‘A arte natural 6 a arte da alma em paz, como 0 luar refletido em um lago. O ob- jetivo final do artista é usar sua atividade diéria para se tomar um mestre da vida ¢, entio, tirar proveito da arte da vida. Os mestres de todas as ramificagbes das ar- tes devem, primeiro, ser mestres da vida, ja que a alma cria tudo, “Todas as nocdes vagas devem sucumbir antes que um aprendiz, possa se autode- nominar mestre. ‘Aarte €o caminho para o absoluto e para a esséncia da vida humana. O objetivo da arte nfo € a promocio unilateral do espitito, da alma ¢ dos sentidos, mas sim abertura de todas as capacidades humanas (pensamento, sentimento, vontade) para b ritmo da vida no mundo da natureza. Assim, a voz silenciosa ser’ ouvida ¢ 0 ¢g0 sera harmonizado com ela. Hoabilidade artistica, portanto, nao significa perfelcio artistica. Ela representa wn. meio continuo oti um reflexo de algum paso no desenvolvimento psiquico, cuja perfeicdo néo deve ser encontrada no aspecto ¢ no formato, mas deve irradiar da alma humana. ‘A atividade artistica nao se encontra na propria arte. Ela penetra em um mundo mais profundo no qual todas as formas de arte (de coisas vividas internamente) fluem juntas, e onde a harmonia da alma ¢ do cosmos no nada possui seu resulta- do na realidade. O processo artistico, portanto, é a realidade, ¢ a realidade ¢ a verdade. 24 O CAMINHO DA VERDADE 1, Busca da verdade 2. Consciéncia da verdade (e sua existéncia) 3. Percepcio da verdade (seu contetido e direcao ~ como a percepgio do movimento) 4, Entendimento da verdade (Um filésofo de primeira linha pratica para entender ~ TAO. Nao para ser fragmentado, mas para ver a totalidade ~ Krishnamurti.) 5. Vivéncia da verdade 6. Dominio da verdade 7. Esquecimento da verdade 8. Esquecimento do portador da verdade 9. Retorno & fonte original ~ onde a verdade tem suas rafzes. 10. Descanso no nada A Atte do Jeet Kune Do é simplesmente simplificar Jeet Kune Do evita 0 superiicial, penetra o complexo, vai até 0 centro do problema e aponta os fatores principais. O Jeet Kune Do nao faz rodelos nem desvies tortuosos, Ele segue uma linha reta até 0 objetivo. A simplicidade a distancia mais curta entre dois pontos. O Jeet Kune Do favorece a falta de forma para que possa assumir todas as formas. E, j4 que nao possui estilo, pode combinar com todos os estilos. Como resultado, o Jeet Kuoie Do utiliza todos os caminhos e nao € limitado por nenhum deles. Da mesma forma, utiliza quaisquer técnicas ou meios que sirvam € sua finalidade, JEET KUNE DO Por seguranga, a vida ilimitada € transformada em algo morto, um padréio escolhi- do que € limitador. Para entender o Jeet Kune Do, vocé deve se livrar de todos os ideais, padroes e estilos. De fato, deve se livrar até mesmo dos conceitos acerca do que é ou nio € ideal no Jeet Kune Do. Vocé pode analisar uma situagio sem nomed- la? Nomeé-la, transformé-la em uma palavra, causa medo. 25 E realmente diffcil ver a situagdo de forma simples (nossa mente ¢ muito com plexa) e é facil ensinar alguém a ser habilidoso, mas é dificil ensinar a ele sus propria atitude. 0 Jeet Kune Do favorece a falta de forma para que possa assumir todas as formas. E, j& que nao possui estilo, pode combinar com todos os estilos. Como resultado, 6 Jeet Kime Do iniliza todos 0s caminhos ¢ néo é limitado por nenhum deles. Da mesma forma, utiliza quaisquer técnicas ou. meios que sirvam a sua finalidade “Aborde o Jeet Kune Do com a idéia de dominar a vontade. Nao pense em ganhar ow perder, ndo pense em orgulho e dor. Deixe seu adversario arranhar sua pele ¢ acerte (0 muisculos dele, Deixe-o acertar seus miisculos e frature os ossos dele. Deixe-o fraturar seus ossos e tire a vida dele! Nao se preocupe em escapar de forma segu- ra. Exponha sua vida a ele! O maior erro antecipar o resultado da luta. Vocé nao deve pensar se ela termina em vit6ria ou em derrota. Deixe a natureza seguir seu curso, € suas armas serio usadas no momento certo. 0 Jeet Kune Do nos ensina a nao olhar pata tris depois que o percurso foi decidi- do, Ele trata a vida e a morte indistintamente. O Jeet Kune Do evita o superficial, penetra o complexo, vai até o centro do problema ¢ aponta 0s fatores principais. Jeet Kune Do nao faz rodeios nem desvios tortuosos. Ele segue uma linha reta até 0 objetivo. A simplicidade é a distancia mais curta entre dois pontos, ‘Aarte do Jeet Kune Do & simplesmente simplificar. E ser vocé mesmo. Ea realidade cm sua “esséncia”, Assim, a esséncia é o significado, com a liberdade em seu sentido primério, no limitada por ligagdes, confinamentos, segmentacbes, complexidades. O Jeet Kune Do € 0 esclarecimento. £ um modo de vida, um movimento em diregao a forca de vontade ¢ ao controle, embora devesse ser esclarecido pela intuicao. ‘Ao ser treinado, o aluno deve ser ativo e dinamico de todas as formas. Mas no com- bate real sua mente deve estar calma ¢ tranqitila. Ele deve se sentir como se nada importante estivesse acontecendo. Ao avangar, scus passos devem ser leves ¢ se- guros, seus olhos néo devem estar fixos, observando furiosamente 0 inimigo. Seu comportamento no deve ser diferente do comportamento normal, sua expresso nao deve mudar, nada deve denunciar 0 fato de que ele esté engajado em um com- bate mortal 26 As ferramentas, suas armas naturais, tm um duplo propésito: 1. Destruir seu adversario (aniquilagao das coisas que estdo barrando 0 ca- minho da paz, da justica ¢ da humanidade). 2. Destruir seus proprios impulsos causados pelos instintos de autopre- servacdo. Destruir qualquer coisa que esteja perturbando sua mente. Nao machucar uma pessoa, mas superar sua propria gandncia, raiva insensatez. O Jeet Kune Do € direcionado para vocé mesmo. Socos e chutes sio ferramentas para matar o ego. As ferramentas representam a ‘orca da integridade intuitiva ou instintiva que, ao contrério do intelecto ou do | nao se divide, bloqueando sua propria liberdade. As ferramentas se movem pa- 1a frente, sem olhar para trés ou para os lados causa da pureza de coragio e da mentalidade estreita inerentes ao homem, suas ientas participam dessas qualidades e desempenham seus papéis com 0 maior de liberdade. As ferramentas funcionam como o espitito invisivel, mantendo ste, 0 corpo € os membros em total atividade. ia da técnica estereotipada como substincia significa ser completo ¢ livre. Todas Timhas e movimentos sao a fungao. igagdo como base & a natureza original do homem. Em seu processo natural, 0 ito se move para a frente sem hesitar. Os pensamentos passados, pre- ‘¢ futuros prosseguem em um curso continuo. de pensamento como doutrina significa no ser levado pelo pensamento no do pensamento, nao ser corrompido por influéncias externas; ter pensa- mas estar desprovido deles. realidade 6 a ess€ncia do pensamento, € o pensamento € a funcao da realidade. Pensar na realidade, defini-la em pensamento, é corrompé-la. 2 mente agucada e mantenha-a alerta para que possa imediatamente intuir que esté em todo lugar. A mente deve estar emancipada dos velhos hé- prcconceitos, processos limitados de pensamento ¢ até mesmo do proprio rotineiro. toda a sujeira que tenha acumulado e revele a realidade em sua esséncia, dade ou em sua nudez, que corresponde ao conceito budista de vazio. seu copo para que possa tornar-se cheio, Torne-se vazio para ganhar a 27 DESESPERO ORGANIZADO Na longa histéria das artes marciais, o instinto de seguir e imitar parece ser inerente & maioria dos artistas marciais, instrutores ¢ alunés. Isso se deve em parte & tendén- cia humana e em parte as exageradas tradigGes por trés dos varios padres de estilos. Conseqiientemente, encontrar um mestre original e interessante & uma raridade, A necessidade de um “indicador do caminho” ressurge. Cada homem pertence a um estilo que se pretende dono da verdade ¢ que exclu todos 05 outros. Esses estilos se tornam institutos com suas explicagdes do “Cami- nho”, dissecando ¢ isolando a harmonia da firmeza e da delicadeza, estabelecendo formas ritmicas como o estado especifico das suas técnicas. Em vex de enfrentar 0 combate em sua qiiididade, a maioria dos sistemas de artes mar- ciais acumula uma “confusio sofisticada” que altera c limita seus praticantes os dis- tai da verdadeira realidade do combate, que é simples e direta. Em vez de it imediata- mente 20 que interessa, utiliza-se de rituais floreados (desespero organizado) ¢ técnicas artificiais para simular um combate real. Assim, em vez de “estar” em combate, esses praticantes esto “fazendo” algo “em relagao 20” combate ‘Ainda pior, o superpoder mental e 0s assuntos espitituais sio desesperadamente incorpo- rados até que esses praticantes sejam atraidos cada vez mais pelo mistério ¢ pela abstra- 1 tentativas fiteis de restringir e determinar os movimentos los € analisé-los como um cadaver. cao. Todas essas coisas do combate, que mudam constantemente, de ssec Na verdade, 0 combate real nao € estitico, € muito “vivo”. A confusio sofistica- da (uma forma de paralisia) solidifica e condiciona o que deveria ser fluido. Quando a olhamos de forma realista, néo vemos nada além da cega devocao A inutilidade sistematica da pratica de séries fixas e acrobacias que nao fevam a lugar nenhum Quando um sentimento real como a raiva ou 0 medo aparece, aquele que pratica um se expressar com 0 método clisico ou esta meramente ouvindo seus pro- estilo pode 6 um ser humano vivo, expressivo, ou somente um robé programado? prios gritos? Ele E uma entidade capaz de interagir com as circunstancias externas ou esta resistindo Ihidos? Seu padrao escolhido impée uma barreira com seu conjunto de padrdes escol ompleto” ¢ “interessante”? entre ele e 0 advers4rio e impede um relacionamento * Os que praticam um estilo, em vez de olharem diretamente para o fato, se apegam 28 a formas (teorias) e continuam se enredando cada vez mais, até se colocarem numa armadilha inextricével Eles néo o véem em sua qiiididade porque sua doutrinagao é distorcida e deturpada. A disciplina deve estar em harmonia com a natureza das coisas em sua qilididade. A maturidade nao significa tornar-se prisioneiro da conceitualizacio, Ela é a per- cepgio do que esta dentro de nés. Se nao ha submiss4o ao condicionamento mecanico, ha simplicidade. A vida é um relacionamento completo. © homem que é simples e transparente nao escolhe. O que é, 6. A ago baseada em uma idéia € obviamente a ago da escolha, ¢ tal aco nao é libertadora. Ao con- trario, ela cria ainda mais resisténcia e conflito. Assuma uma consciéncia flexivel. 10 de auto-revelagio, Um rela- cionamento € 0 espelho no qual vocé se descobre - ser é estar relacionado. Um relacionamento é um entendimento. E um proce Estabelecer padrées que nao sejam adaptaveis nem flexiveis apenas oferece uma prisiio mais toleravel. A verdade est fora de todos os padrdes. As formas sao repetig6es vas que oferecem uma fuga ordenada e bonita do auto- conhecimento com um adversario vivo. O acéimulo é uma resisténcia contida em si mesma, e as técnicas floreadas fortale- cem a resisténcia. O homem cléssico é apenas um produto do aciimulo de seqiiéncias fixas, idéias ¢ tradigoes. Quando age, esté traduzindo todos os momentos em termos antigos © conhecimento € um ponto fixo no tempo, enquanto o conhecer & continuo. O co- nhecimento vem de uma fonte, de um aciimulo, de uma conclusio, enquanto 0 conhecer é um movimento. O processo aditivo € meramente um cultivo de meméria que se torna mecanico. O aprendizado nunca é cumulativo, ele é um movimento do ato de conhecer que nao possui comeco ou fim. Deve haver uma sensagao de liberdade no aperfeigoamento das artes marciais Uma mente condicionada nunca seré uma mente livre. © condicionamento limita uma pessoa dentro da estrutura de um certo sistema, 29 Para se expressar com liberdade, vocé deve esquecer 0 ontem. Do “velho”, vocé obtém seguranga. Do “novo”, vocé ganha a fluidez. Para compreender a liberdade, a mente deve aprender a observar a vida, que é um amplo movimento sem a limitacao do tempo, jé que a liberdade esta além do campo da consciéncia. Observe, mas nao pare ¢ interprete: “Eu sou livre”. Dessa forma, voce estard vivendo a meméria do que j4 passou. Para entender € viver 0 agora, tudo 0 que ocorreu ontem deve morter. A privacio do saber € a morte. Ento voeé viverd, Mate interiormente os “prés” € Nio existe certo e errado quando hi liberdade. os “contras’ Quando alguém nao se expressa, ndo € livre. Assim, comega a lutar, a luta gera uma rotina metédica. Logo, ele estar desempenhando sua rotina metédica como reagio, em vez de reagir ao que acontece. © lutador deve ser sempre um obstinado, com propésito Gnico: Iutar, sem olhar para trés ou para os lados. Ele deve se livrar das restri¢des dos seus movimentos, sejam elas emocionais, fisicas ou intelectuais, Uma pessoa s6 pode agir de maneira livre ¢ plena se estiver “além do sistema". O homem que realmente € sério, que possui o desejo de descobrir o que € a verdade, nao possui nenhum estilo, Ele vive apenas no mundo real. Se quiser entender a verdade nas artes marciais, se quiser ver seu adversario com clareza, vocé deve se livrar da nocdo de estilos ou escolas, preconceitos, gostos € assim por diante. Entéo sua mente deixard para trés todos os conflitos ¢ ficara em paz. Nesse siléncio, vocé vera de forma plena e renovada. Se aprender um método de luta através de algum estilo, voct serd capaz de lutar de acordo com as limitacdes desse método. E isso nao é lutar de verdade. Se receber um ataque néo-convencional, como aquele feito com um ritmo irregular, por causa de seus modelos escolhidos de bloqueios classicos ritmicos, sua defesa ¢ seu contra-ataque sempre carecerfio de flexibilidade € energia. Se seguir o modelo classico*, vocé entender a rotina, a tradig&o e a sombra, e nao ‘vocé mesmo. * O autor chama de classicos 0s madelos milenares de artes marciais, com filosofia e movimentagio de combate jé ‘consolidados e que resistem a inovagoes. (N. £.) 30 Como alguém pode reagir 4 totalidade com um modelo parcial, fragmentado? A mera repetigao de movimentos ritmicos calculados priva o movimento de com- bate de sua “energia” e de sua “esséncia”, ou seja, de sua realidade. © actimulo de formas, que apenas mais uma modificagio do condicionamento, toma-se uma Ancora que segura ¢ amarra. Ela nos leva por um caminho somente: para baixo. A forma (katis, katas etc.) € 0 aperfeigoamento da resisténcia, a pratica exclusiva de um padrao de movimentos escolhidos. Em vez de criar resistencia, vé direto ao mo- vimento assim que ele surgir. Ndo condene nem perdoe. A consciéncia sem escolha leva a reconciliago com o adversario num total entendimento da realidade Depois de condicionado em um método fragmentado, depois de isolado em um modelo fechaclo, o praticante enfrenta seu adversério através de uma grade de con- tengo, ou seja, ele esta “utilizando” os bloqueios de seu estilo e ouvindo seus proprios gritos, em vez de ver 0 que o adversério esta realmente fazendo. Nés somos esses katas, esses bloqueios ¢ golpes, de tio condicionados que estamos. Para se harmonizar com 0 adversario, vocé precisa de uma percepcio direta, Nao ha percepcao direta quando ha resisténcia, quando h4 uma atitude de “este € 0 inico caminho” Ter a plenitude significa ser capaz de seguir a “realidade”, porque a “realidade” estd €m constante movimento e mudanga. Se uma pessoa se limitar a uma certa opinio, néo poderd seguir 0 rapido movimento da “realidade”. Independentemente de nossa opiniao a respeito dos ganchos ¢ gingados como parte do estilo de uma pessoa, nao pode haver o menor argumento contra a aquisigao de defesas perfeitas contra eles. Na verdade, quase todos os lutadores naturais os usam Para o artista marcia, eles acrescentam versatilidade ao ataque. Ele deve ser capaz de aplicar 0 golpe de onde quer que sua n D esteja Mas, nos estilos classicos, o sistenta sc torna mais importante do que 0 homem! O homem classico nao exerce sua funcio sem 0 modelo de um estils! Como pode haver métodos ¢ sistemas para chegar a algo vivo? Para coisas es- taticas, fixas, mortas, pode haver uma forma, um caminho definido, mas nao para coisas vivas. Nao reduza a realidade a algo estatico, nem invente métodos para aleangé-la. 31 ‘A verdade € 0 relacionamento com o adversério, constantemente em movimento, vivo, nunca estatico. ‘A verdade nao possui caminho. A verdade é viver e, portanto, mudar, Nao post uma morada, uma forma, uma instituicdo organizada, uma filosofia. Quando ver isso, entenderd que essa coisa viva é também 0 que voct é. Vocé nao pode se expres- sar © se sentir vivo por meio de formas estaticas e movimentos estilizados. ‘As formas classicas restringem sua criatividade, condicionam € tolhem seu senso de liberdade. Vocé deixa de “ser” para simplesmente “fazer”, sem sensibilidade. ‘Assim como folhas amarelas podem ser moedas de ouro para acalmar a crianga que chora, os chamados movimentos secretos ¢ as posturas retorcidas confortam os artistas marciais pouco instruidos. Isso nao significa ndo fazer absolutamente nada, mas apenas nao ter uma opini deliberada do que se faz. Nao tenha uma mente que seleciona ou rejeita, Nao ter uma opinigo deliberada é no ter pensamentos fixos. Aceitacao, negagio ¢ conviccéo impedem o entendimento. Deixe sua mente se mover junto a outra para entender com sensibilidade. Assim, ha possibilidade de uma comunicacdo real. Para entendermos uns aos outros, deve haver um estado de consciéncia que nao seja seletivo, no qual nao ha uma sensacto de comparacao ow condenagao, nao hé espera pelo desenvolvimento da discussio para se poder con- cordar ou discordar. Acima de tudo, nao comece a partir de um preceito. Entenda a liberdade da conformidade de estilos. Liberte-se observando bem o que vocé normalmente pratica. Nao condene ou aprove, apenas observe. Quando voeé nao for influencivel, quando morrer para o condicionamento das reacies clssicas, terd consciéncia e verd as coisas de forma totalmente nova. A consciéncia nao escolhe, nao exige, nao se inquieta, Nesse estado, existe a per- cepcao. Somente a percepgao resolverd todos os nossos problemas. O entendimento requer néo apenas um tinico momento de percepgao, mas uma consciéncia continua, um estado continuo de busea sem conclusoes. Para entender 0 combate, vocé deve abordé-lo de forma simples e direta. O entendimento ocorre por meio do sentimento, de maneira ininterrupta, no espelho dos relacionamentos. 32 Oentendimento de si mesmo ocorre por meio de um processo de relacionamentos, € ndo do isolamento. ‘Conhecer-se € estudar a si mesmo em agdo com outra pessoa. Entender o real requer consciéncia, uma mente alerta ¢ totalmente livre O esforgo da mente a limita ainda mais porque implica uma luta para aleangar um. ‘objetivo. E, quando tem um objetivo, um propésito, uma finalidade, é porque voce colocou um limite em sua mente. Hoje vejo algo totalmente novo, e essa novidade € vivenciada pela mente. Mas amanha essa experiéncia se tornara mecanica, se eu tentar repetir a sensagio, o pra- er proporcionado por ela. A descrico nunca é real. O que é real é ver a verdade instantaneamente, porque a verdade nio possui amanh Encontraremos a verdade quando examinarmos o problema. O problema nun- ca est separado de sua solucao, O problema ¢ a solucao, Entender o problema @ resolve. Observe o real com uma consciéncia uniforme. A verdadeira realidade nio macula 0 pensamento, jé que néo pode ser conhecida por meio da concepgao e do pensamento. Pensar nao € ter liberdade. Todo pensamento € parcial, nunca pode ser total. O pensamento é a resposta da meméria, ¢ a meméria é sempre parcial porque € 0 re- sultado da experiéncia. Assim, o pensamento é a reacéo de uma mente condiciona- cis pela experiéncia. Conhega o vazio ¢ a trangiiilidade de sua mente. Seja vazio. Nao tenha um estilo ou forma que seu adversirio possa analisar. A mente, originalmente, nio possui atividade. O caminho independe do pensamento. Percepcio é entender que nossa natureza original nao € criada. Haverd calma ¢ trangiiilidade quando vocé estiver livre das influéncias externas ¢ nao for perturbado. Estar trangiiilo significa nao ter nenhuma ilusio ou desilusio da realidade. Nao existe pensamento, apenas a realidade ~ 0 mundo real. A realidade nao se mo- ‘ve, mas scu movimento € sua funcio so inesgotéveis. 33 Meditar significa perceber quéo imperturbavel é nossa natureza original. Cer tamente, a meditacdo nunca poder ser um proceso de concentragio porque & forma mais clevada de pensamento é a negacio. A negacdo € um estado no qual nao ha nem o positivo nem sua reacdo como 0 negativo. £ um estado de com pleto vazio. { ‘A concentracéo é uma forma de exclusio. Quando ha exclusdes, h4 um pet dor que exclui. O pensador, a pessoa que faz exclusdes, € aquele que se cons tra, que cria contradigdes porque gera um foco que possibilita o aparecims da distracao. Existe um estado de cio sem o agente, um estado de experimentacao sem o & mentador ow a experiéncia. E um estado limitado e oprimido pela confusdo clissic: ‘A concentragdo cléssica, que enfoca uma coisa e exclui todas as outras, € 2 coms cigncia, que é total e nfo exclui nada, sfo estados da mente que podem ser entem: didos apenas com a observagao objetiva, sem preconceitos. ‘A consciéncia nao tem fronteiras. Ela é um dom de todo o seu ser, sem exclusées. ‘A concentracao € um estreitamento da mente. Concentrar-se exclusivamente qualquer aspecto especifico da vida a deprecia. Apesar disso, estamos preocupas com 0 proceso total da vida. © “momento” c, portanto, é atemporal. 10 possui passado ou futuro, Ele nao é 0 resultado do pensament Quando, em uma fracgio de segundo, sua vida ¢ ameagada, voce pensa “Deixes verificar se minha mao esta no meu quadril € se meu estilo é ‘0’ estilo”? Q sua vida esta em perigo, voce discute sobre o método que vai usar enquanto se va? Por que a dualidade? O chamado artista marcial € 0 resultado de 3 mil anos de propaganda © dicionamento. Por que os individuos dependem de milhares de anos de propaganda? podem pregar a “suavidade” como ideal de “firmeza”, mas, quando “o mu real” aparece, 0 que acontece? Os ideais, 0s principios, “e mundo ideal” ley & hipocrisia. Quando alguém nao quer ser incomodado, quando quer ser ambiguo, esta ece um padrao de conduta, de pensamento, um padrao de relacionamento 34 0s homens. Ele, entdo, se torna um escravo do padrao ¢ passa a tomar o padrao como realidade, Concordar com certos padrées de movimentos para criar regras a fim de prote- ger os participantes pode ser bom para esportes como 0 boxe ou o basquete, mas 0 sucesso do Jeet Kune Do esta na liberdade tanto para usar a técnica, co- mo para dispensé-la. O aluno que segue cegamente seu sensei ou sific aceita seu padrao, Como resultado, suas agées e, ainda mais importante, seu pensamento se tornam mecAnicos. Por causa dos padroes estabelecidos, suas reacées se tornam automaticas, limitando-o. A expresso das préprias idéias é total, imediata, sem 0 conceito de tempo. Voce 56 pode expressar isso se for livre, fisica e mentalmente, da fragmentacéo. PRINC{PIOS DO JEET KUNE DO 1, Economia de energia no ataque e na defesa (ataque com iniciativa e de- fesa com maos firmes). 2. Chutes ¢ socos de ataque “definitivos”, versdteis ¢ condizentes com 0 conceito de “arte sem arte”. 3. Ritmo irregular, meio tempo, um tempo e meio ou trés tempos ¢ meio (ritmo do JKD no ataque € contra-ataque, similar & esgrima ocidental) 4. Tieino com pesos e um treinamento cientifico suplementar, além de boa forma fisica, “ . “Movimento direto do JKD” nos ataques € contra-ataques — golpeando de onde estiver, sem se reposicionar. 6. Agilidade corporal ¢ leveza no trabalho de pés. 7. Taticas de ataque despretensiosas e indefinidas. 8. Luta vigorosa: a. golpes Ageis b. arremesso c. agarramento 4. imobilizacées ® Sparring (treino de combate a dois, no qual uma das partes usa diver- Sos equipamentos de protec&o para que a outra treine chutes e socos) € treinamento de contato real com alvos em movimento. 10. Ferramentas robustas por meio de apuragio continua. idual, em vez de técnicas massificadas. Atividade, em vez de classicismo (verdadeiro relacionamento). 12. Total, em vez. de parcial, na estrutura. 13. Tyeino da “continuidade da individualidade expressiva” por tras dos movimentos fisicos. 14, Relaxamento e atengio. Mantenha-se relaxado, porém sempre de pron- tidao. Mantenha também uma consciéncia mental maledvel. 15, Fluide constante (movimentos retos e curves combinados — para cima e para baixo, curvado para a direita e para a esquerda, pasos la- terais, inclinagdo e movimentos serpeantes, circulos com as maos). 16. Postura constantemente bem balanceada durante os movimentos. Al- ternancia entre a quase prontidéo e o quase relaxamento. A FORMA DISFORME artes marciais Espero que os artistas marciais estejam mais interessados na raiz das do que nos diferentes ramos, flores ou folhas. E indtil discutir a respeito de qual folha, qual tipo de galho ou qual flor vocé gosta. Quando entender a raiz, entende- 14 todo o seu florescer. Nao se preocupe com suavidade versus firmeza, chutes versus socos, agarramento versus socos e chutes, luta & distancia versus luta corpo-a-corpo. Nao podemos dizer que “isto” & melhor do que “aquilo”. Se houver algo contra o que devamos nos defender, que seja a parcialidade que nos priva de nossa pura integridade ¢ que nos faz perder a unidade no meio da dualidade. Nas artes de combate, hé o problema da maturagao. Essa maturacao é a integracao progressiva do individuo com o seu ser, a sua esséncia. [sso € possivel somente por meio da auto-exploracdo na livre expressio, ¢ nao na repeticao imitativa de um pa- drao de movimentos impostos. Hi estilos que favorecem linhas retas € ha estilos que favorecem linhas curvas ¢ cir- culos, Os estilos que aderem a um aspecto parcial do combate sao limitados. O Jeet Kune Do € uma técnica para adquirir liberdade, é um trabalho de esclarecimento. 36 “A arte nunca é decorativa ou ornamental, Um método de escolha, apesar de ser ri- sgoroso, prende scus praticantes a um padrio. © combate nunca é estitico. Ble se “aitera a cada momento. Trabalhar com padrées é basicamente uma pritica da re- “Sisténcia, Essa pratica leva ao bloqueio. O entendimento nao € possivel ¢ as pes- “seas que 0 seguem nunea sao livres. forma de combate nao se baseia na escolha pessoal e na imaginagio. A verdade, relaco ao combate, é percebida a cada momento ¢ apenas quando ha cons- a sem condenacio, justificaco ou qualquer forma de identificagao. Jeet Kune Do favorece a falta de forma para que possa assumir todas as formas. E, que nao possui estilo, o Jeet Kime Do pode combinar com todos os estilos. Conse- Sentemente, o Jeet Kune Do usa todos os caminhos € nao € limitado por nenhum. Da 1a forma, utiliza quaisquer técnicas ou meios que sirvam & sua finalidade. Nessa _ eficiente é qualquer coisa que dé resultado. pice do aperfeigoamento tende para a simplicidade. O aperfeigoamento incom- tende para a ornamentacdo, € dificil adaptar ¢ extirpar 0 que nao é essencial na estrutura fisica externa. ém, ignorar ou minimizar a estrutura interna ¢ bem diferente. nao pode ver uma briga de rua em sua totalidade se observi-la do ponto vista de um boxeador, um lutador de kung fu, um carateca, um pugilista, um 2 etc, Voce pode ver com clareza somente quando o estilo nfo interfere. _ entdo, vé sem “gostar” ou “desgostar”. Voce simplesmente ve, ¢ 0 que vé © todo, e nao algo parcial. ¢ a “realidade” apenas quando nao h4 comparacao, ¢ viver com a “realidade” ‘estar em paz. [uta no é ditada pelo seu condicionamento de Jutador de kung fu, carateca, ‘a etc, Buscar 0 oposto de um sistema é entrar em outro tipo de condicio- ento. lutador de Jeet Kune Do enfrenta a realidade, e nao a cristalizagao da forma. A enta é uma ferramenta da forma disforme. Jutador que no tem presenca nao é mais ele mesmo. Move-se como se fosse um 6. Ele sucumbiu a uma influéncia fora de sua consciéneia comum, que ndo & sendo seu proprio inconsciente profundamente enterrado, de cuja presensa, entéo, nao tinha consciéncia, 37 Nao ter presenca significa que a fonte definitiva de todas as coisas est além do en- tendimento humano, além das categorias de tempo e espaco. Assim, como trans cende todos os modos de relatividade, diz-se que “nao tem presenca” € que suas qualidades sao aplicaveis. ‘A expresso ndo se desenvolve por meio da pratica da forma, porém a forma € uma parte da expresso. A maior (expresso) nao se encontra na menor (expres sao), mas a menor se encontra na maior. “Ser amorfo”, entao, no significa nao ter “forma”. Nao ter “forma” vem da forma. “Ser amorfo” é a expresso indivi. dual mais elevada. Nao ter aperfeigoamento nao significa realmente a auséncia de qualquer tipo de aper- feigoamento, ¢ sim um aperfeisoamento por meio do nao-aperfeicoamento. Fazer um aperfeigoamento por meio do aperfeigoamento é agir com a mente consciente, ou seja, praticar atividades assertivas. Nao negue a abordagem Classica simplesmente como reagio, porque assim voce terd criado outro padrdo e cafdo em sua armadilha. Uma pessoa limitada fisicamente ofega, fatiga-se e perde o caminho delicado, Uma pessoa limitada intelectualmente busca o idealismo ¢ 0 que € ex6tico, mas carece de eficiéncia e de visio, de fato, das realidades. Muitos artistas marciais gostam de “mais”, gostam de “algo diferente”, sem conhe- cer a verdade e sem saber que 0 caminho € exibido nos movimentos simples do dia~ a-dia, porque € ai que cles o perdem. Se ha algum segredo, ele é perdido na busca. 38 PRELIMINARES Para nos tornarmos diferentes do que somos devemos ter alguma consciéncia do que somos. TREINO © treino é uma das fases mais negligenciadas do atletismo. Muito tempo é dado para o desenvolvimento da habilidade ¢ muito pouco para o desenvolvimento da participacSo individual. O treino nao lida com um objeto, mas com o espfrito Jue ‘mano e com as emogdes humanas. E preciso ter intelecto e bom senso para equilibrar questées tao sutis como essas. O treino € 0 condicionamento psicoldgico ¢ fisiolégico de um individuo que se prepara para reagdes neurais e musculares intensas, Envolve disciplina mental, forca e re- sisténcia fisica. Significa habilidade. Tudo isso trabalhando junto, em harmonia. ‘Tieinar nao significa apenas ter conhecimento do que ir4 estruturar 0 corpo, mas também conhecer o que iré ferir © corpo. Treinos inapropriados resultardio em fe- rimentos. Treinar, portanto, esté relacionado a prevengio de lesGes ¢ ao conheci- mento dos primeiros-socorros. PROGRAMA DE EXERCICIOS 1) Alongamento alternado com abertura completa das pernas 2) Flexoes de brago 3) Corrida sem sair do lugar 4) Giros com os ombros ) Chutes altos ) Agachamento profundo ) Elevacdo lateral de pernas ) Abdominais com rotacio 9) Giro de cintura 10) Levantamento das pernas 11) Inclinagio para a frente, tocando 0 cho com as maos, sem dobrar as pernas. Oportunidades para se exercitar no cotidiano # Caminhe sempre que puder ~ como, por exemplo, estacionando 0 carro a alguns quarteirdes do seu destino. # Evite utilizar o elevador. Em vez disso, use as escadas. # Desenvolva sua percepcio imaginando um adversfrio o atacando — enquanto vocé esta sentado, de pé, deitado ete. —e reaja a0 ataque com varios movimentos. Os movimentos simples so os melhores 41 # Pratique 0 equilibrio ficando com apenas um pé no chao ao se vestir ow se calgar ~ ou fique apoiado apenas em um pé quando achar in- teressante. ‘Trvino Complementar (1) Sequéncia de Treinamento: Segiiéncia 1 (28, 48, 68) Seqiténcia 2 (3%, 58, sab.) 1) Pular corda 2) Inclinagao para a frente, tocando 0 chao com as maos, sem dobrar as pernas 3) Alongamento do gato 4) Polichinelo 5) Agachamento 6) Chute alto 1) Alongamento da virilha 2) Elevacdo lateral da perna 3) Agachamento com pulos 4) Giros com os ombros 5) Alongamento alternado, com abertura completa das pernas 6) Alongamento das pernas ~ A, B (2) Antebrago/Cintura: Seqiténcia 1 (28, 44, 68) Seqiténcia 2 (38, 58, sab.) 42 1) Giro com a cintura 2) Rosca com a palma da mao para cima 3) Abdominal na cadeira romana 4) Alongamento do joelho 5) Alongamento do tronco para os lados 6) Rosca com a palma da mao para baixo 1) Elevagdo das pernas 2) Rosca inversa 3) Abdominal com rotacio 4) Rotagéo com barra 5) Elevagao alternada das pernas 6) Rotacao dos punhos (3) Condicionamento fisico: 1) Desenvolvimento com a barra sete centimetros abaixo da articulacao do brago 2) Desenvolvimento com a barra na altura da nuca, por trés do pescogo 3) Exguer-se na ponta dos pés 4) Desenvolvimento com a barra 15-17 centimetros abaixo da cintura (barra inversa, popularmente chamada de “temada”) 5) Agachamento 6) Elevacio dos ombros 7) Levantamento terra 8) Agachamento de um quarto 9) Pulo do sapo AQUECIMENTO O aquecimento é 0 proceso que produz as intensas mudangas fisiolégicas que pre~ param 0 organismo para os exercicios fisicos IMPORTANTE: Para obter melhores beneficios do processo de aquecimento, os exer- cicios devem imitar 05 movimentos a serem usados no evento. O aquecimento reduz a viscosidade do miisculo, a resistencia a seus préprios movimentos. Melhora 0 desempenho e previne ferimentos em atividades vigorosas por dois meios es- senciais: 1) Um ensaio das técnicas antes da competicao fixa no sistema de coorde- nagho neuromuscular do atleta a natureza exata da tarefa iminente, além de aumentar seus sentidos cinestésicos. 2) A elevagio da temperatura do corpo facilita as reagies biogutmicas, for- necendo energia para as contragdes musculares. A temperatura corporal elevada também diminui os perfodos de relaxamento muscular @ ajuda na redugao da rigidez 43 Como conseqiiéncia desses dois processos, ha uma melhora na preciso, forca € velocidade do movimento e um aumento na elasticidade do tecido, 0 que diminui 0 risco de ferimentos. Nenhum lutador usa sua perna violentamente até que a tenha aquecido com cuida- do, O mesmo principio é igualmente aplicado a quaisquer mdsculos a serem utili- zados com 0 mesmo vigor. ‘A duracao do aquecimento varia conforme o evento. No balé, os dangarinos se aquecem por duas horas antes da apresentaciio, comecando com movimentos muito leves ¢ aumentando gradualmente a intensidade ¢ a abrangéncia dos movimentos até 0 momento de sua apresentacio. Eles sentem que isso reduz 0 risco de uma distensdo muscular que comprometeria a perfeigao de seus mo- vimentos. O atleta mais experiente tende a se aquecer vagarosamente ¢ por mais tempo. Esse fato deve-se & maior necessidade de um perfodo de aquecimento mais longo ou & tendéncia de o atleta ficar mais “esperto” com o passar dos anos. Shean MMeatbagy iptscece, Exercicios de luta indiana rhe BAITHBK (Gavar) baithak (agachamento) . As The DANE (Car S7eerea) and (alongarmento do gato) Ne 44 POSICAO DE GUARDA Uma postura apropriada € questo de uma cficaz organizacao interior do corpo, que pode ser alcancada apenas pela pratica prolongada e bem disciplinada. « Ve She On pert bac boory Htited \ esily and (0) ef ely atl abs b2) Zetia mane 0) seaily ard CO) — Pewee tam mee ne pclae spall ant leg i i a (OR ea ato ance Aha, (0 gene Rel Syren OL ETS ua 8 Teagan) | Orme) ~) s ee 2. A Posigao de Guarda ». (#) Naturalidade significa: (a) tranqullidade e (b} conforto ~ toclos os misculos podem trabalhar com grande velocidade e desenvoltura, erdade muscular. «< (#) Garante completa lil 4. distingao entre conforto no treino e conforto pessoal -postura fésica com os joelhos flexionados levemente £ a) grande sensibilidade com consciéncia (b) mecanicamente facil =. Um pouco inclinado para a frente, 4. O calcanhar traseiro se mantém levantado ~ com mais peso nele, A posicao de guarda é a mais favordvel para a execugio mecanica de todas as téce nicas ¢ habilidades. Ela permite um relaxamento completo, mas, ao mesmo tempo, oferece uma tensao muscular mais favordvel a reagdes rapidas. Uma postura correta: 1) Garante a0 corpo e aos membros uma posigéo mecanicamente favoré- vel para 0 préximo movimento. 2) Permite manter um “corpo de jogador de poquer”, ou seja, um corpo que revela tanto sobre seus movimentos futuros quanto 0 rosto de um jogador de poquer reve 3) Coloca 0 corpo no grau de tensio muscular que ser mais favordvel a sobre as suas cartas. reagdes rapidas e grande coordenagao, 45 int eee Ligyet oA ue Hee never ST a. A Posigao de Guarda Direita do JKD b,otema-chave é a flexibilidade e a agilidade com o trabalho de pés. O calcanhar esquerdo se mantém erguido, sempre pronto para entrar em ago — vocé nunca fica duro ou tenso, mas pronto e flexivel ©. movimento evasivo para golpes com a cabega e mudancas sibitas de nivel 4. ombro direito ligeiramente levantado e queixo ligeiramente abaixado para proteger o lado direito do €. 0 cotovelo direito protege 0 meio do corpo, as costelas do lado direito e © lado direito do corpo. £. ojoelho direi ¢ ocalcanhar dircito se volta levemente para fora (6 a principal arma) ~ CHUTE. se volta levemente para dentro a fim de proteger a virilha h. a mao esquerda protege o lado esquerdo do resto, assim como o dire de defesa) i. o antebraco esquerdo protege o centro do corpo. j. 0 cotovelo esquerco protege o lado esquerdo do corpo. ka mao direita protege 0s lados direito e esquerdo do rosto e a virilha (é a principal arma de ataques_ 1. como uma mola, o calcanhar esquerdo se mantém erguido para uma maior mobilidade 46 § a viritha (6 a principal A posigao adotada deve proporcionar grande facilidade ¢ relaxamento, combinados com a uniformidade dos movimentos em todos os momentos. A posigao de guarda deve, sobretudo, ser uma postura de “atitude espiritual ade- quada”. oe Le Pipccad Ee ey oprecin Deu Ade never Gey Wo Fléviele Of Temsen @. A Posigéo de Guarda Esquerda do IKD &. O temarchave € a flexibilidade € a agilidade com os pés. O calcanhar direito erguido, ronto para entrar em aco — Voce nunca fica duro ou tenso, mas pronto ¢ flexivel € A mio direita protege ambos os lados do rosto e a virilha (é a principal mao de defesa) 4 O antebraco direito protege o centro do compo. © Ocotovelo direito protege o lado direito do corpo. EA méo esquerda protege ambos os lacios do rosto e a virilha (é a principal arma de ataque). = Como uma mola, 0 calcanhar direito se mantém erguido para uma maior mobilidade. & Movimento evasivo para golpes com a cabeca e mudangas stibitas de nivel. guarda alternative "£Ombro esquerdo um pouco levantado e queixo ligeiramente abaixado para proteger a face esquerde. {£2 cotovelo esquerdo protege o meio do corpo, as costelas do lado esquerdo ¢ o lado esquerdo do corpo. & Ojoelho esquerdo se volta levemente para dentro para proteger a virilha, ‘© calcanhar esquerdo se volta levemente para fora (é a principal arma de chute). 47 A CABECGA Nas lutas de boxe ocidentais, a cabeca ¢ geralmente tratada como se fosse parte tronco, sem acdo independente. Nas lutas a curta distdncia, ela deveria ser s tada verticalmente, com a ponta do queixo fixa na clavicula ¢ 0 lado do queixo tra a parte interior do ombro que esta na frente. O queixo nao desce até 0 0: nem 0 ombro sobe totalmente. Eles se encontram no meio do caminho. Lev: se 0 ombro de 2,5 cm a5 cm ¢ abaixa-se 0 queixo igualmente. A ponta do queixo nao forca 0 ombro da frente, exceto quando se coloca a para tras numa posigio de extrema defesa. Forcar 0 ombro da frente com a ponta queixo coloca 0 pescoco em uma posig’o ndo-natural, tira o suporte dos mt ¢ impede 0 alinhamento dos ossos, Isso também causa tensio no ombro dianteira) no brago, impedindo acdes livres e gerando fadiga. Com 0 queixo inclinado ¢ encostado na clavicula, os misculos ¢ a estrutura ficam no melhor alinhamento possivel e apenas © topo da cabega € mostrado adversario, sendo assim impossivel ser atingido na ponta do queixo. O BRAGO E A MAO DA FRENTE O ombro fica solto e a mao é mantida levemente abaixada, relaxada e pronta par atacar. O braco inteiro ¢ 0 ombro devem estar soltos e relaxados para que o lutador seja capaz de movimenté-los rapidamente, como em um golpe de florete. A mao mu da freqiientemente da posicao com 0 punho baixo até quase a altura do ombro ¢ @ mais longe possivel do ombro dianteiro, sem levantar 0 cotovelo. Mantenha a mao dianteira sempre com algum movimento sutil para um inicio mais facil. ‘A preferéncia por uma posicao de linha baixa, sem um golpe longo, ocorre porque & maioria das pessoas € fraca nessa defesa. Além disso, com a auséncia de um golpe lon= go, muitas preparagoes se tormam iniiteis (agora a cabeca se torna um alvo em movi mento, aumentado pela distincia). Entdo, se a ofensiva do adversario se baseia nesses movimentos preparat6rios, ele fica em séria desvantagem e parcialmente em xeque ‘A posigao de guarda alongada pode ser uma fraqueza perigosa tanto no ataque quanto na defesa. No ataque: 1) E necessdrio recolher o brago, revelando assim suas intengdes (ao con- trario de uma mola) 2) E necessario se preparar para o golpe. 48 Na defesa: 1) Deixa a parte posterior do corpo desprotegida 2) O adversirio sabe onde estd ¢ pode se movimentar 20 redor 3) Uma mio estendida se oferece para ser imobilizada. Portanto, adote a posigéo recomendada para manter a potencislidade de seu golpe em segredo. O BRAGO E A MAO DE TRAS © cotovelo traseiro é mantido na frente das costelas inferiores. O antebraco traseito de- ve cobrir o plexo solar. A palma aberta da mao de trés se mantém voltada para o adver- sério e fica posicionada entie 0 adversirio ¢ 0 ombro de tras, alinhada com 0 ombro da frente, A mao traseira também pode descansar ligeiramente sobre 0 corpo. O braco de- ve ficar relaxado, pronto para atacar ou defender. Uma ou amibas as mios podem executar movimentos circulares, O importante € manté-las em movimento, mantendo a protecio. O TRONCO A posigao do tuonco é controlada, primeiramente, pela posigao do pé e da perna da frente. Se eles estiverem na posicio correta, 0 tronco automaticamente assume a posicio apropriada. O importante a respeito do tronco é que ele deve formar wma linha reta com a perna dianteira. Conforme 0 pé e a perna da frente giram para dentro, 0 corpo se vira na mesma direcio, 0 que concede um alvo limitado ao adversario. Se, no entanto, 0 pé e a perna da frente girarem para fora, 0 corpo ficara de frente para 0 adversétio, apresen- ‘tando um alvo maior. Para fins de defesa, 0 alvo limitado € vantajoso, enquanto a po- sicao de frente é melhor para certos ataques. POSTURA A postura semi-agachada é a posicao perfeita para lutar porque voce es em uma posicéo confortavelmente equilibrada 0 tempo todo, podenclo atacar, contra atacar ou se defender sem movimentos preliminares. Essa postura pode ser chamada 4 fixo, mas de “postura flisica com os joelhos flexionados levemente” FASICA: Um estégio ou intervalo em um desenvolvimento ou ciclo, nao parado ou estatico, mas sendo constantemente alterado. JOELHOS FLEXIONADOS: Asscgura prontiddo nos movimentos a qual- quer momento. 49 LEVEMENTE: Significa adequacio, sem passos compridos demais ou cur- tos demais. Passos pequenos ¢ rapidos para ter velocidade ¢ equilibrio controlados ao se aproximar do adversario, sem serem suficientemente diferentes para que o adversario 0s possa controlar. ‘A postura com os joelhos flexionados, tronco curvado, centro de gravidade lew mente a frente e brago parcialmente flexionado € caracterfstica de “prontidao” em muitos esportes. J Em todos os momentos, 0 pé dianteiro deve atrapalhar 0 minimo possivel. Se | for depositado muito peso nele, sera necessirio transferir esse peso para a perna | traseira antes de comesar 0 ataque. Esse movimento causa um atraso © previne © adversario. O POSICIONAMENTO FUNDAMENTAL € a base. Posicionamento sugere: 1. Um estado de movimento, ¢ nao uma posicao estatica, uma atitude ou forma “determinada”. 2, Reposicionamento, especialmente com movimentos fasicos, resultando em maior desorganizacdo da vigilancia mantida pelo adversario. 3. Adaptacdo a vigilancia do adversério. Fundamental sugere: 1. Organizacio simples, porém efetiva, das partes mental ¢ fisica, 2. Desenveltura, conforto ¢ sensibilidade do corpo durante a manutengao da “postura espiritual”. 4, Simplicidade. Movimentos sem esforgo. Sendo neutro, nao haverd com- prometimento no curso direcional ou no esforco. © tema-chave é a flexibilidade e a agilidade com o trabalho de pés. O calcanhar tra seiro se mantém erguido, sempre pronto para entrar em aco. Voce nunca fiea dure ou tenso, mas pronto e flerivel. O principal objetivo do JKD é chutar, golpear e aplicar forga corporal. No entan= to, 0 uso da posicéo de guarda serve para obter a posigéio mais favoravel para fazer © que foi mencionado acima. Para golpear ou chutar com eficiéncia é necessario transferir 0 peso constantemen- te de uma perna para a outra. Isso si jca perfeito controle do equilibrio corpo- ral. O equilibrio é 0 mais importante na posigio de guarda. 50 Naturalidade significa trangitilidade ¢ conforto para que todos os miisculos possam tra- balhar com grande velocidade e desenvoltura, Mantenha-se solto ¢ leve, evite a ten- sdo € a contragiio muscular. Faga distingéo entre conforto no treino ¢ conforto pessoal. Dessa maneira, voc ird se proteger e golpear com mais velocidade, precisio e forca O mais importante sao: costas, cotovelos, antebracos, punho e testa. Vocé parece um gato, com as costas curvadas e pronto para saltar, mas relaxado. Reduz as possibili- dades do adversério. O queixo se fixa entre os ombros. Os cotovelos protegem os la- dos. Vocé fica um pouco contrafdo no meio. A posigio de guarda € mais segura. into: 1. Use ferramentas que 0 desviardo ao minimo da posi¢ao de guarda. 2. Pratique explosées instantaneas a partir da neutralidade e mantenha a neutralidade no engajamento*, tudo em um fluxo suave € constante. 3. Pratique para aplicar todas as ferramentas a partir da posicao de guarda ¢ retorne a ela com a rapidez posstvel. Diminua o intervalo de tempo entre as posigdes e execucées. Trangiilidade, velocidade, alternAncia. Acima de tudo, nao estabeleca regras restritivas. QUADROS DAS ARMAS Devido a suas posigdes dianteiras, 0 pé e a mao da frente constituem pelo menos 80% dos chutes ¢ golpes (estilo a meio cami- ‘eho do alvo antes do inicio do golpe). E Ue hight Lewd Gleic, importante que possam atacar com velo- an cidade ¢ forca, sozinhos ou combinados. Além disso, devem ser reforgados por precisio i igual no pé e na mao de tras. Postura Frontal Direita: como uma cobra, voc® flea So curvado em uma posicao solta, porém compacta, % 7 \ e seu golpe deve ser sentido antes de ser visto, =————- \ * Cruzamento de bragos entre of oponentes, quando guards | * A dor adversirios se cnuza om combate, acuta ditincia. um | >. Wy terme andlogo ao cuzamento de espadas da esgrima ociden- | tal (N.E) POSTURA FRONTAL DIREITA ARMAS FRONTAIS DO LADO DIREITO a.cabesa b. dedos ¢. palma d. cotovelo e. punho £. golpe com o calcanhar (com inclinagéo) ¢. bola do pé fh. chute lateral com o peito do pé 1. dedos j. joetho. POSTURA FRONTAL ESQUERDA ARMAS FRONTAIS DO LADO ESQUERDO k. cabega |. dedos m. palma n. punho e. cotovelo p. golpe lateral q. bola do pé r. chute lateral com opeito do pé s. dedos t joelho. 52 OITO POSIGOES BASICAS DE DEFESA (posturas direita e esquerda) PT aS ES as ane, Me Bee ioe ys rey Re a SAY -P — oe TY 55 ALGUNS ALVOS PILES ERLE LAS OF Tete FH ARISE TAB CLG ATG LM BING AD Mh MEK MEAT AL OREN AL BALFE He FG4ete WALRARFRAR EEFET A eRET KA EY ts OG to GARILK Gt BD I RFRAH ALAS S AMR IE BEG BSAA RUM RERLAITT tu bArE BUA RES IULT ASR woe eERTUASEEHLA RIUM AOD RM -ERLTMMU A TIA 49 FUR, KATIR Btn R Rate PRR BWA LEL AIA RG RABIN FRARETARG HEADS URRR TA HL EIS Re tk eed LTA TA MG ARH poh OF RE DAR to to 56 [COLPES NA CABEGA Wk thee IZ FB Ope FE ig A A FRAP NAF DNFH INA ARI DRILT RS RA conti ty cape Ont Cod one ora coRB Coe (9 & ane F CO Cad IR aneaR ayn oxtono Tavern ak ER OOF RR e250 iy ag HL _ OS DOIS PRIMEIROS ALVOS PRINCIPAIS | PONTOS VITAIS DO CORPO j# PF Bak i th a — QUALIDADES Nao é um acréscimo didrio, mas um decréscimo didrio — elimine 0 que nao for essencial! COORDENACAO A coordenacao € um dos pontos mais importantes em qualquer estudo de proficiéncia nos esportes e no atletismo. A coordenacio é a qualidade que permite ao individuo in- tegrar toda a energia ¢ a capacidade de seu organismo em uma realizagdo efetiva do ato, Antes que os movimentos possam acontecer, deve haver uma alteragao da tensao mus- cular em ambos os lados das juntas que sero movidas. A eficacia desse trabalho com nites da velocidade, resisténcia, forca, agilidade e preciséo em todos os desempenhos atléticos os miisculos é um dos fatores que determinam os Em atividades estiticas ou de resistividade branda, como executar tuma parada de mao ou levantamento de halteres pesados, os muisculos de ambos os lados das juntas entram em acio para fixar 0 corpo na posigio desejada. Quando sc fazem movimentos répidos, como em uma corrida, os masculos que fecham as juntas se encurtam e 0s do lado opos- to se esticam para permitir movimento. Ainda hé tensiio em ambos os lados, mas no lado que € esticado a tensao é consideravelmente reduzida. Qualquer tensio excessiva nos muisculos que se esticam age como um breque €, portan- to, enfraquece a agao e a torna mais lenta. Essa tensio antagnica aumenta o uso de energia do trabalho muscular, resultando em fadiga, Quando uma nova tarefa € ini ca, com uma exigéncia diferente em termos de intensidade de carga, velocidade, re- Petigao ou duracio, um padréo totalmente novo de “ajuste neurofisiol6gico” deve ser adquitido. Assim, a faciga causada pelas novas atividades nao se deve apenas 20 uso de diferentes masculos, mas também ao breque causado pela coorenagao impropria. A melhor caracteristica do atleta experiente é sua ficilidade de movimento mesmo durante © maximo esforgo. O aprendiz caracteriza-se pela tensio, movimentos desperdicados ¢ esforco excessivo. Poucas pessoas parecem ser capazes de realizar qualquer atividade esportiva com facilidade. A facilidade 6 a habilidade de realizar as atividades com a mfui- ma tenséo antagénica. Esté mais presente em alguns atletas do que em outros, mas é uma habilidade que pode ser aprimorada por todos. © lutador cujos movimentos parecem estranhos, que nunca parece encontrar a dis- tancia adequada, que nunca adivinha as intengdes do seu adversatio € que sempre deixa transparecer suas intengdes sofre de falta de coordenaco. O lutador bem coor- denado faz tudo de forma trangitila e graciosa. Ele parece deslizar no chéo com um minim de esforgo © um maximo de dissimadagio. Seu timing geralmente & bom porque seus proprios movimentos siio tao ritmicos que tendem a estabelecer um ritmo com- 61 plementar por parte de seu adversério, um ritmo que ele pode quebrar em seu pré- prio beneficio devido ao perfeito controle dos scus préprios miisculos. Ele parece adivinhar as intengoes do adversério porque geralmente toma a iniciativa ¢, em gran- soe porque ge g de parte, forga as reagies do adversdrio. Acima de tudo, faz seus movimentos com um parte, forga propésito, e no com uma esperanca duvidosa, porque confia em si mesmo. Os mésculos nao tém o poder de se guiar, mas a maneira pela qual cles agem e, conse- gientemente, a eficécia do nosso desempenho dependem totalmente de como o siste ma nervoso os guia. Assim, um movimento mal executaco € 0 resultado de impulsos enviadlos para os mésculos errados pelo sistema nervoso, enviados uma fracdo de segun- do mais cedo ou tarde, na seqléncia errada ou com uma intensidade mal distribuida Um movimento bem executado significa que 0 sistema nervoso foi treinado a ponto de enviar os impulsos para certos musculos, fazendo esses mtisculos se contrafrem na frago de segundo correta. Ao mesmo tempo, os impulsos para os musculos antago- nistas so interrompidos, permitindo que relaxem. Impulsos adequadamente coorde- nados sao otiginados com a exata intensidade requerida e param na exata fracdo de segundo em que nao sio mais necessdrios Portanio, aprender a ser coordenado € uma questo de treinar o sistema nervoso, ¢ no (05 mésculos. A transigéo de um esforgo muscular totalmente descoordenado para a perfeigdo & um processo de desenvolvimento das conexdes no sistema nervoso. Os psi- célogos ¢ os bidlogos nos dizem que os bilhées de elementos no sistema nervoso nao esto em conexo direta uns com os outros, mas que as fibras de uma célula nervosa se entrelagam com as fibras de outras células em uma proximidade to grande que os impulsos podem passar de uma para a outra por um processo de indugiio. Esse ponto, no qual o impulso passa de uma célula nervosa para outra, € chamado de sinapse. A teoria da sinapse explica por que uma crianca que demonstra reagdes totalmente descoorde- nadas quando vé uma bola pode se tornar um grande jogador de beisebol. Tieinar a técnica (coordenacéo) € simplesmente uma questao de formar conexoes ade- quadas no sistema nervoso através da pritica (pratica de preciso). Cada ago realiza- da fortalece as conexdes envolvidas e torna a préxima acio mais faci répida, Da mesma forma, a falta de uso tende a enfraquecer quaisquer caminhos for- mados ¢ torna a realizagio do ato mai |, mais certa e mais dificil e incerta (exercicios constantes). Assim, podemos conquistar a técnica somente se fizermos 0 que estamos tentando aprender. Aprendemos somente ao fazer ou reagir. Ao aprender a formar caminhos, certifique-se de que as ages sfo as mais econdmicas e faga o uso mais eficiente possivel da energia ¢ dos movimentos. ‘Tornar-se campedo requer uma prontidao que faz 0 individuo abordar com prazer até mesmo a sessio de treino mais tediosa. Quanto mais “pronta” a pessoa estiver 62

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