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MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2008
OSTENSIVO CGCFN-1-5
MARINHA DO BRASIL
2008
FINALIDADE: BÁSICA
1ª Edição
OSTENSIVO CGCFN-1-5
ATO DE APROVAÇÃO
AUTENTICADO RUBRICA
PELO ORC
Em_____/_____/_____ CARIMBO
OSTENSIVO - II - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto................................................................................................................ I
Ato de Aprovação........................................................................................................... II
Índice .............................................................................................................................. III
Introdução....................................................................................................................... VII
1a PARTE
OPERAÇÕES OFENSIVAS
CAPÍTULO 1 - ASPECTOS BÁSICOS DA OFENSIVA
1.1 - Introdução ..................................................................................................... 1-1
1.2 - Fundamentos da Ofensiva............................................................................. 1-1
1.3 - Fases da Ofensiva ......................................................................................... 1-5
1.4 - Distribuição de Forças .................................................................................. 1-7
CAPÍTULO 2 - TIPOS DE OPERAÇÕES E AÇÕES OFENSIVAS
2.1 - Introdução ..................................................................................................... 2-1
2.2 - Marcha para o Combate................................................................................ 2-1
2.3 - Reconhecimento em Força ........................................................................... 2-7
2.4 - Ataque Coordenado ...................................................................................... 2-8
2.5 - Aproveitamento do Êxito.............................................................................. 2-9
2.6 - Perseguição ................................................................................................... 2-12
2.7 - Ações Ofensivas ........................................................................................... 2-14
CAPÍTULO 3 - FORMAS DE MANOBRA TÁTICA OFENSIVA
3.1 - Introdução ..................................................................................................... 3-1
3.2 - Penetração..................................................................................................... 3-1
3.3 - Ataque Frontal .............................................................................................. 3-4
3.4 - Desbordamento ............................................................................................. 3-5
3.5 - Envolvimento................................................................................................ 3-8
3.6 - Infiltração...................................................................................................... 3-10
CAPÍTULO 4 - O ATAQUE COORDENADO
4.1 - Introdução ..................................................................................................... 4-1
4.2 - Planejamento................................................................................................. 4-1
4.3 - Análises dos Fatores da Decisão................................................................... 4-1
4.4 - Seleção de Objetivos..................................................................................... 4-3
OSTENSIVO - IV - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
OSTENSIVO - VI - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
INTRODUÇÃO
Embora com a destinação precípua de participar de uma operação eminentemente naval
- a OPERAÇÃO ANFÍBIA - os Fuzileiros Navais realizam sua ação decisiva em terra.
Adicionalmente, em proveito do Poder Naval, poderão vir a ser empregados em uma variada
gama de cometimentos terrestres.
Esta publicação trata dos aspectos básicos das operações em que Grupamentos
Operativos de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav) possam vir a participar em terra. As
particularidades técnicas, e o detalhamento de emprego dos diversos escalões da tropa serão
abordados em manuais específicos.
As 1a e 2a Partes tratam das ações clássicas de combate em terra, respectivamente a
ofensiva e a defensiva.
Na 3a Parte são estudadas outras modalidades de operações em terra nas quais os
GptOpFuzNav também possam tomar parte.
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 Manual de Publicações da
Marinha, em: publicação da Marinha do Brasil (PMB), não controlada, ostensiva, básica e
manual.
Esta publicação substitui a CGCFN-2100 – Manual do Operações Terrestres de
Fuzileiros Navais, 1ª edição, aprovada em 15 de outubro de 2003, preservando seu conteúdo,
que será adequado ao previsto no Plano de Desenvolvimento da Série CGCFN (PDS-2008),
quando de sua próxima revisão.
1ª PARTE
OPERAÇÕES OFENSIVAS
CAPÍTULO 1
ASPECTOS BÁSICOS DA OFENSIVA
1.1 - INTRODUÇÃO
O sucesso final no campo de batalha é obtido pelas operações ofensivas. Ofensiva
significa atacar, explorar as fraquezas do inimigo e manter a iniciativa.
Embora considerações estratégicas ou táticas possam requerer o estabelecimento de uma
defensiva, cedo ou tarde terão lugar ações ofensivas. Mesmo na defensiva, um
comandante deve buscar a oportunidade de assumir a iniciativa por meio da ofensiva e
levar o combate ao lado inimigo.
As operações ofensivas são realizadas tendo em vista alcançar um ou mais dos seguintes
propósitos:
- destruir forças ou material inimigo;
- conquistar áreas ou pontos capitais do terreno;
- fixar o inimigo em posição;
- obter informações;
- privar o inimigo de recursos;
- desviar a atenção do inimigo; e
- desorganizar um ataque.
1.2 - FUNDAMENTOS DA OFENSIVA
Os fundamentos da ofensiva resultam da análise de operações dessa natureza através
dos tempos à luz dos princípios de guerra. Constituem-se em guias comuns para todos
os comandantes, embora sua aplicação específica seja variável de acordo com a situação
e o escalão considerado.
1.2.1 - Obter e manter o contato
A obtenção e manutenção do contato são essenciais, uma vez que garantem ao
comandante de qualquer escalão informações sobre o inimigo, liberdade de ação e
conservação da iniciativa, evitando a surpresa. O contato com o inimigo deve ser
estabelecido o mais cedo possível, seja através do combate aproximado, seja apenas
pela observação. Uma vez obtido, o contato não deve ser voluntariamente rompido,
embora os comandantes devam estar alertas quanto aos riscos de sofrerem ataque de
surpresa.
explorar o choque inicial não dando tempo ao inimigo para recuperar-se. Por outro
lado, deve estar preparado para a eventualidade da perda prematura da surpresa.
1.2.5 - Explorar deficiências do inimigo
O comandante deve evitar o grosso do inimigo ou a posição onde sua defesa seja
mais forte e utilizar, com rapidez, seu poder de combate para explorar deficiências,
tais como: dispositivo falho ou flanco exposto, moral baixo, insuficiência de apoio de
fogo, inferioridade numérica, ou demora no abastecimento ou no recompletamento.
O conhecimento pelo atacante de que o oponente tem reações padronizadas é uma
vantagem que, devidamente explorada, transforma-se em deficiência para o defensor.
1.2.6 - Controlar acidentes capitais
O controle de acidentes capitais é importante para o êxito da ofensiva, uma vez que
estes proporcionam observação, campos de tiro e controle de vias de acesso, bem
como proteção para instalações de comando e logísticas contra as vistas e fogos do
inimigo.
A posse de um acidente capital é importante apenas se as vantagens que ele
proporciona forem exploradas. Assim, dentre os aspectos militares do terreno, o
correto levantamento dos acidentes capitais é de extrema relevância para o sucesso
da ação ofensiva.
1.2.7 - Obter e manter a iniciativa
A obtenção e manutenção da iniciativa são essenciais para que o comandante possa
impor sua vontade, ao invés de apenas reagir as iniciativas do inimigo. Para tal, deve
empregar agressivamente seu poder de combate, lançar mão da surpresa e aproveitar-
se oportunamente dos erros do inimigo.
Normalmente, a iniciativa pertence ao atacante no início das ações e todo esforço
deve ser feito para conservá-la, pois uma vez perdida será de difícil e onerosa
recuperação.
1.2.8 - Neutralizar a capacidade de reação do inimigo
O comandante desenvolve todo esforço no sentido de neutralizar a capacidade do
inimigo de reagir ao seu ataque, o que também lhe permite manter a iniciativa. Para
tal, deverá adotar medidas de segurança e utilizar ações de despistamento, isolar a
área de operações, bloquear os reforços inimigos, desorganizar e neutralizar suas
atividades de apoio, atacar suas instalações de comando e controle e submetê-las aos
fogos de apoio e às ações de guerra eletrônica.
PAss
(LPD) LP MARCHA PARA
O COMBATE
APROVEITAMENTO
DO ÊXITO ZReu
ASSALTO
Obj
PAtq
PERSEGUIÇÃO
(LPD) LP
PAss
CONTINUAÇÃO PREPARAÇÃO
EXECUÇÃO
1.3.1 - Preparação
Esta fase tem início com o recebimento da diretiva que dará origem à operação
(Ordem Preparatória, Plano/Ordem de Operação, etc) e inclui o planejamento, o
preparo e distribuição da diretiva, a coordenação entre diversos escalões, os ensaios,
as providências logísticas, os movimentos de tropas, as atividades de inteligência
pertinentes à operação, etc.
Uma etapa importante desta fase é o movimento para o contato, por meio da qual as
tropas atacantes procurarão o contato com o inimigo. A seguir, deslocando-se a partir
de Zona(s) de Reunião (ZReu), desdobram-se nas Posições de Ataque (PAtq),
transpõem a Linha de Partida (LP) ou Linha de Contato (LC), dependendo da
situação, configurando o início da fase seguinte.
1.3.2 - Execução
Sob a proteção dos fogos de preparação, caso previstos, as tropas progridem até as
Posições de Assalto (PAss), Linha Final de Coordenação (LFC) ou Linha Provável
de Desenvolvimento (LPD), no ataque noturno, e, desencadeando os fogos de
assalto, se lançam rápida e agressivamente sobre o(s) objetivo(s). As tropas não se
detêm na orla anterior do(s) objetivo(s), pelo contrário, dirigem-se com rapidez,
executando fogo e movimento, até a orla posterior ou a parte que lhes for designada.
1.3.3 - Continuação
Após a conquista do(s) objetivo(s) fixado(s) para o ataque, ocorrerão sua
consolidação e reorganização da tropa (inciso 4.12.3).
Tendo em vista que raramente um ataque consegue destruir totalmente um oponente
que se defende, este procurará desengajar suas forças, retrair o que for possível e
estabelecer novas posições. Dependendo do escalão, poderá colocar em ação tropas
deslocadas de áreas em que houver menor atividade ou mesmo empregar suas
reservas. Assim, salvo restrições impostas pelo escalão que determinou a ofensiva,
ou falta eventual de meios, o ataque deve ser seguido de agressivo aproveitamento do
êxito obtido, visando manter pressão sobre o inimigo e destruir sua capacidade de
reorganizar-se (artigo 2.5).
Quando ocorrem indícios de que a resistência do inimigo se desintegra, o ataque ou o
aproveitamento do êxito transforma-se em perseguição, destinada a destruir a tropa
inimiga (artigo 2.6).
ataque até seu objetivo final ou quando o inimigo tiver maior mobilidade do que o
atacante.
Em qualquer circunstância, o poder de combate atribuído à Res não deve prejudicar a
composição do AtqPcp, mas deve ser suficiente para permitir o efeito desejado
quando de seu emprego.
A Res é posicionada observando-se aspectos como:
- permitir seu rápido deslocamento para os pontos de provável emprego;
- favorecer o AtqPcp;
- proporcionar segurança; e
- proporcionar o máximo de proteção contra a observação e fogos do inimigo.
a) Reservas articulada e fracionada
Para favorecer a segurança e reduzir a vulnerabilidade aos ataques inimigos, a Res
pode ser distribuída em diferentes ZReu ou colunas de marcha. Nestas condições,
poderá estar articulada quando, embora dispersa, esteja sob comando centralizado
e será denominada fracionada, quando dispersa e não sob comando único – neste
caso haverá tantas reservas quantos forem os comandos disponíveis.
b) Reserva hipotecada
Durante o planejamento do ataque, o comandante deve prever como constituir
nova Res, tão logo tenha empregado a inicialmente prevista. Em princípio, a nova
Res poderá ser constituída por um dos elementos de primeiro escalão que tenha
sido ultrapassado. Outra forma é prever, como Res, o emprego de determinado(s)
elemento(s) da(s) peça(s) de manobra, impondo ao(s) respectivo(s) comando(s)
restrições quanto à sua utilização, constituindo, assim, uma reserva hipotecada.
c) Reserva temporária
Dependendo da situação, poderá ser necessário estabelecer uma Res com
elementos disponíveis das unidades de apoio ao combate, apoio de serviços ao
combate, do Posto de Comando (PC) etc. Logo que possível, esta Res temporária
será substituída por outras tropas.
CAPÍTULO 2
TIPOS DE OPERAÇÕES E AÇÕES OFENSIVAS
2.1 - INTRODUÇÃO
Em uma ação ofensiva, há três tarefas a serem realizadas em relação ao inimigo:
localizá-lo e fixá-lo em posição, manobrar de modo a obter uma vantagem tática e, no
momento e local oportunos, desencadear um ataque decisivo para destruí-lo. Visando
cumprir estas tarefas, há cinco tipos gerais de operações ofensivas:
- marcha para o combate;
- reconhecimento em força;
- ataque coordenado;
- aproveitamento do êxito; e
- perseguição.
Operações ofensivas sob condições especiais, como ataque noturno, operações sob
condições de visibilidade reduzida, ataque a uma área fortificada e transposição de
cursos de água, serão estudados no capítulo 5, e ações ofensivas como combate de
encontro, finta e patrulhas, serão estudadas no final deste capítulo.
2.2 - MARCHA PARA O COMBATE
2.2.1 - Conceitos básicos
A marcha para o combate é uma operação que visa estabelecer, o mais cedo possível,
o contato com o inimigo ou restabelecer este contato. Em qualquer caso procura-se
esclarecer a situação e obter melhores condições que facilitem as ações imediatas.
A marcha para o combate termina quando a tropa atinge um ponto previamente
estabelecido ou quando posições de resistência do inimigo impedem o movimento,
forçando o desdobramento da tropa.
O dispositivo é geralmente constituído por forças de segurança (FSeg) e pelo grosso.
A marcha para o combate pode ser realizada à noite ou em períodos de visibilidade
reduzida, o que proporciona maior segurança mas acarreta problemas de
identificação e orientação, além de diminuir as possibilidades de observação sobre o
inimigo. Tais aspectos podem ser superados pelo adestramento adequado, pela
utilização de equipamentos óticos/eletrônicos e pela adoção de procedimentos
operativos padronizados e detalhados.
2.2.2 - Formações
Com base, principalmente, no grau de ameaça do inimigo, a tropa pode adotar as
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FORÇA DE
COBERTURA
VANGUARDA
GROSSO
FLANCO FLANCO
GUARDA GUARDA
RETAGUARDA
I) Força de cobertura
A tarefa da FCob é esclarecer a situação do inimigo e impedir o retardamento
desnecessário do grosso. Suas operações podem incluir ataques para destruir
resistências inimigas, conquista e manutenção de acidentes capitais do terreno,
ou ações que objetivem iludir, retardar ou desorganizar forças inimigas.
A composição, valor e atividades da força de cobertura FCob terão reflexos no
curso das operações como um todo. Deve ser constituída por elementos
dotados de grande mobilidade e diversidade, capazes de atuar bem à frente do
grosso, de modo a proporcionar ao seu comandante espaço e tempo suficientes
para manobrar quando estabelecido contato com o inimigo.
De um modo geral, além de elementos de combate a FCob deve contar com
elementos de apoio ao combate e de apoio de serviços ao combate que lhe
garantam a necessária autonomia. Atenção especial deve ser conferida à
presença de elementos de engenharia, visando ao apoio ao movimento.
É essencial que as atividades da FCob sejam muito bem coordenadas.
Normalmente, o controle é exercido pelo comandante da tropa que marcha para
o combate.
II) Forças de proteção
Protegem o grosso contra a observação terrestre e os ataques de surpresa.
- Vanguarda - Destina-se a assegurar o avanço ininterrupto do grosso,
protegê-lo contra ataques de surpresa e manter o contato com a FCob.
Normalmente, a vanguarda provém e opera sob o controle do primeiro
escalão do grosso, sendo sua atuação essencialmente ofensiva.
A vanguarda deve deslocar-se o mais rápido possível, mas dentro da distância
de apoio do grosso. Desenvolve contínuo reconhecimento à frente e nos
flancos, remove obstáculos, executa reparos de emergência nas vias de
transporte e demarca desvios de obstáculos. Ao estabelecer contato com o
inimigo a vanguarda o ataca ou toma outras medidas que assegurem o
prosseguimento, sem retardo, do grosso. Caso as forças inimigas sejam de
vulto superior a vanguarda procura esclarecer agressivamente a situação e
informa ao escalão que a destacou.
- Flancoguarda e Retaguarda - Destinam-se a proteger o grosso contra a
observação terrestre e ataques de surpresa. Sua atuação é de natureza
defensiva, mas as tropas devem ser bastante fortes para destruir pequenas
resistências ou para retardar o inimigo até que o grosso possa ser desdobrado.
As flancoguardas deslocam-se por itinerários paralelos ao do grosso. Seu
movimento é contínuo ou por lances, que podem ser sucessivos ou alternados,
ocupando posições do terreno nos flancos. Sua responsabilidade,
normalmente, estende-se por toda a extensão do grosso, razão pela qual deve
ser dotada da mobilidade necessária para antecipar-se a ele nas diversas linhas
do terreno.
A retaguarda segue o grosso, devendo possuir mobilidade no mínimo igual ao
mesmo.
O controle das flancoguardas e da retaguarda pode ser centralizado no mais
alto escalão que realiza a marcha ou adjudicado a elemento do grosso
marchando nas proximidades das referidas FPtc.
b) Grosso
Compreende a maioria do poder de combate da tropa que realiza a marcha, com os
diversos componentes organizados para o combate e colocados em posições que
lhes permitam o máximo de flexibilidade de emprego durante o avanço e depois
de estabelecido o contato.
Os elementos do grosso são empregados para reduzir bolsões de resistência
imobilizados ou ultrapassados pela FCob. Quando a missão do grosso demandar
maior rapidez em seu movimento, tais focos podem ser deixados ao encargo de
outras tropas.
2.2.7 - Comando e controle
O comando da tropa que realiza a marcha para o combate posiciona-se onde melhor
puder exercer seu controle. Normalmente, na coluna de marcha, o comando localiza-
se à testa da tropa; na coluna tática e na marcha de aproximação desloca-se com os
elementos avançados do grosso.
O planejamento da operação deve ser cuidadoso, com judiciosa utilização do terreno
e das estradas existentes. As principais medidas de coordenação e controle incluem
objetivos de marcha, ponto inicial e de liberação, linhas e pontos de controle,
itinerários e eixos de progressão (EProg).
2.2.8 - Apoio ao combate
Os elementos de apoio ao combate são articulados nos diversos grupamentos da
tropa que realiza a marcha para o combate. Deve haver atenção com a adequada
defesa antiaérea (DAAe) e apoio ao movimento para a transposição de obstáculos.
2.2.9 - Apoio de serviços ao combate
A natureza fluida da operação, sua rapidez, o desconhecimento do terreno e a
possibilidade de intervenção do inimigo, poderão dificultar o apoio de serviços ao
combate. Dependendo dos meios empregados haverá aumento na demanda de
combustível e nas necessidades de manutenção. O consumo de munição é reduzido,
bem como é esperado número relativamente pequeno de perdas.
2.3 - RECONHECIMENTO EM FORÇA
2.3.1 - Conceitos básicos
O reconhecimento em força é uma operação que visa revelar e testar o dispositivo e o
valor do inimigo ou obter outras informações.
As poucas informações sobre o inimigo devem condicionar o cuidado na
determinação do vulto da tropa que irá realizar tal ação e avaliados os riscos
decorrentes. Outrossim, este vulto deverá ser adequado para obrigar o inimigo a
reagir em força e de forma decisiva, revelando, assim, seu valor, dispositivo,
reservas, localização das armas de apoio, instalações de comando e logísticas.
Normalmente, o reconhecimento em força obtém informes mais rápido do que outros
métodos de reconhecimento. Além disso, os dados obtidos são bastante válidos, se
comparados com os provenientes de outras fontes que, normalmente, necessitarão ser
avaliados.
Os seguintes aspectos devem ser considerados antes de decidir pela realização de um
reconhecimento em força:
- informações disponíveis sobre o inimigo;
- urgência e importância de informes adicionais;
- eficiência e rapidez de outros órgãos de busca;
- risco de que a manobra possa revelar ações futuras; e
- risco de precipitar um engajamento total sob condições desfavoráveis.
2.3.2 - Formas
O reconhecimento em força pode ser conduzido em uma das seguintes formas:
- como um ataque dirigido sobre uma determinada parte da frente, a respeito da qual
se desejam informações rápidas e precisas. O objetivo deve ser um Acidente
Capital (AcdtCap) de tal importância que, uma vez ameaçado, obrigue o inimigo a
FORÇA DE
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FORÇA DE
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b) Conduta
As considerações básicas na conduta de um combate de encontro são a conquista e
manutenção da iniciativa. Para isto, deve ser desencadeada uma ação vigorosa e
agressiva que permita, rapidamente, revelar a situação do inimigo e não lhe dar
tempo para reagir coordenadamente.
Sem obter a iniciativa a tropa pode apenas tentar responder às ações do inimigo,
quando, na realidade, o sucesso será obtido quando o oponente for mantido em
uma situação de desequilíbrio para desencadear ações ofensivas.
A conquista e manutenção da iniciativa são obtidas:
- pela organização da vanguarda com tropas de compatível mobilidade, dotadas de
adequados meios de comunicações, capazes de realizar reconhecimento
agressivo, rápido desdobramento e ataque imediato;
- pelo exame abreviado da situação e emprego de ordens fragmentárias;
- pelo pronto emprego da tropa à medida que seus integrantes cerrem à frente e
tornem-se disponíveis para a ação, como nas fases iniciais do assalto anfíbio; e
- pela distribuição das armas de apoio na coluna, para assegurar o
desencadeamento dos fogos imediatos nos estágios iniciais da ação.
O comandante da tropa que se desloca terá normalmente, três linhas de ação:
- atacar diretamente partindo do dispositivo de marcha, tão logo as tropas possam
ser lançadas ao combate;
- reconhecer e conter a força inimiga, retardando a ação decisiva até que o grosso
ou outras tropas amigas do escalão superior, caso o escalão considerado esteja
executando tarefas de FCob, possam ser empregados em um esforço
coordenado, ofensiva ou defensivamente; e
- procurar romper o contato e desbordar a tropa inimiga.
O desbordamento de um flanco exposto geralmente revela o dispositivo mais
rapidamente do que um ataque frontal e dá maior oportunidade para a surpresa
tática e para a obtenção de resultados decisivos.
As LA mencionadas, normalmente, acarretarão atividades diferentes, vistas a
seguir. Estando o inimigo em posição e não se visualizando de pronto a
possibilidade de desbordamento, a posição de resistência deve ser fixada e, após
rápido reconhecimento, atacada, de preferência em seus flancos, de modo a se
obter surpresa e determinar a frente e profundidade do dispositivo. É importante a
INIMIGO
INIMIGO
b) Conduta
As fintas possuem um planejamento simplificado, com ataques a objetivos
secundários conduzidos antes ou durante o desencadear do ataque principal. As
tropas são empregadas em largas frentes, com conseqüente perda de concentração
de poder de combate e apoio mútuo. Devido a isto, torna-se indispensável a
manutenção de uma reserva mínima para a resposta a alguma reação inimiga
inesperada.
2.7.3 - Patrulhas
a) Patrulhas de Combate
A ação realizada por pequenos escalões, envolvendo uma penetração em
área/região controla pelo inimigo, com propósito específico, diferente da
conquista e manutenção de terreno, denomina-se ataque de surpresa, que pode ser
realizada por patrulhas de combate. Além da surpresa, esta ação também se
caracteriza pela necessidade de ações precisas, audaciosas e rápidas. Tem como
propósitos principais:
- destruição de instalações de apoio de serviço ao combate inimigas;
- captura ou libertação de prisioneiros; e
- ruptura nos sistemas de C³I do inimigo.
b) Patrulha de Reconhecimento
É a ação realizada por pequenos escalões para a obtenção de informes sobre
condições do terreno ou a situação do inimigo.
Sua principal característica é a manutenção do sigilo, devendo existir a constante
preocupação, por parte da tropa que a executa, de evitar o engajamento.
c) Conduta
A execução de patrulhas requer planejamento detalhado e treinamento específico.
A organização e a composição da tropa que irá realizar a ação vai depender,
principalmente, da missão. O planejamento deste tipo de ação pode ser similar ao
planejamento de um ataque coordenado ou ao planejamento de uma incursão
terrestre.
O CGCFN-31.2 Manual de Operações Contra Forças Irregulares detalha esses
tipos de ação.
CAPÍTULO 3
FORMAS DE MANOBRA TÁTICA OFENSIVA
3.1 - INTRODUÇÃO
Nas operações ofensivas as tropas atacantes, ao manobrarem para obter uma vantagem
sobre o inimigo, cerrar sobre ele e destruí-lo, podem empregar cinco formas de manobra
tática:
- penetração;
- ataque frontal;
- desbordamento;
- envolvimento; e
- infiltração.
Ao desenvolver sua idéia de manobra, o atacante utilizará uma dessas formas de
manobra tática ou uma combinação das mesmas.
3.2 - PENETRAÇÃO
3.2.1 - Conceitos básicos
Na penetração, o AtqPcp é concentrado em uma faixa estreita da posição defensiva
do inimigo, com a finalidade de romper seu dispositivo, dividi-lo e derrotá-lo por
partes. Esta manobra é adotada em função da existência de uma ou mais das
seguintes condições:
- o dispositivo inimigo não apresenta flancos acessíveis e/ou vulneráveis;
- não há tempo suficiente para a montagem de outra forma de manobra;
- o inimigo está desdobrado em larga frente;
- existem pontos fracos na posição defensiva;
- o terreno e a observação são favoráveis ao atacante; e
- há disponibilidade de forte apoio de fogo.
3.2.2 - Planejamento
Os fatores abaixo influenciam na seleção do local da penetração:
- planejamento do escalão superior;
- existência de terreno que permita à tropa atacante explorar a mobilidade de seus
elementos;
- existência de suficiente espaço de manobra, de modo que o movimento lateral da
tropa atacante não seja, desnecessariamente, restringido por limites ou obstáculos;
- existência de via(s) de acesso curta(s) e direta(s) para o(s) objetivo(s);
Quando rompida a posição defensiva avançada, os fogos são utilizados para apoiar o
alargamento da brecha e para bater outros alvos que interfiram com o cumprimento
da missão. Seu emprego contra as tropas inimigas em ações de contra-ataque deverá
ter aplicação cuidadosa em face da necessidade de segurança da tropa amiga.
Lacrimogêneo e fumígenos poderão ser usados, limitando a visibilidade inimiga e
facilitando o rompimento da posição. É de extrema importância que se leve em
consideração a direção do vento.
3.2.4 - Considerações táticas
A penetração normalmente compreende três etapas (Fig. 3.1):
- rompimento da posição defensiva avançada do inimigo;
- alargamento e manutenção da brecha; e
- conquista e manutenção de objetivos que quebrem a continuidade da defesa inimiga
e criem oportunidade para o aproveitamento do êxito.
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CAPÍTULO 4
O ATAQUE COORDENADO
4.1 - INTRODUÇÃO
Este capítulo aborda o planejamento e a execução do ataque coordenado. Uma tropa
realiza o ataque coordenado empregando uma das formas de manobra tática ofensiva
vistas no capítulo 3.
4.2 - PLANEJAMENTO
O planejamento é iniciado com o recebimento da missão, cuja análise permitirá
identificar os efeitos desejados e os objetivos enunciados de maneira ampla. A missão é
o farol que orienta o estudo de situação realizado pelo comandante e pelo seu estado-
maior. Dependendo da situação, a missão poderá ser imposta ou assumida.
Tendo em vista que o Processo de Planejamento Militar (PPM) é tratado em manuais
específicos do Sistema de Publicações da Marinha (SPM), aqui serão abordados apenas
os principais parâmetros em que se basearão o(s) comandante(s) e estado(s)-maior(es)
para conduzirem seus planejamentos.
4.3 - ANÁLISE DOS FATORES DA DECISÃO
4.3.1 - Missão
A missão pode traduzir-se em conquistar ou controlar um acidente capital, bem como
pode estar ligada a uma área geográfica ou a uma tropa inimiga. Quando se tratar de
acidente capital, haverá, normalmente, imposição do(s) objetivo(s) pelo escalão
superior. Caso contrário, o comandante analisará sua missão, para verificar como
deverá relacionar as operações com o terreno, de modo a obter o grau de controle
direto sobre o mesmo ou sobre a tropa inimiga. Ações complementares, se
necessárias, serão deduzidas da missão recebida.
Ao atribuir objetivos aos comandos subordinados, o comandante, preferencialmente,
designará objetivos finais. Objetivos intermediários somente são designados quando
essenciais ao cumprimento da missão da tropa considerada.
4.3.2 - Inimigo
O planejamento deve considerar, também, as possibilidades, efetivos, eficiência em
combate, armamento e equipamento do inimigo. Seu dispositivo influenciará na
seleção da forma de manobra tática e na organização da tropa para o combate. Por
sua vez, o conhecimento de suas peculiaridades e deficiências permitirá avaliar
vantagens e desvantagens de cada linha de ação (LA) em estudo.
Em face da eficácia de uma defesa organizada, o comandante que ataca deve buscar,
agressivamente, brechas do dispositivo inimigo. Sua articulação defensiva deve ser
estudada de modo a ser obstruída e tornada inoperante. Deve ser dada ênfase à
localização e identificação de sua reserva.
4.3.3 - Terreno
As considerações afetas ao estudo dos aspectos militares do terreno são objeto de
detalhamento no CGCFN-20 Manual de Inteligência nos GptOpFuzNav.
4.3.4 - Meios disponíveis
A disponibilidade de elementos de combate, de apoio ao combate e de apoio de
serviços ao combate deve ser avaliada pelo atacante ao elaborar seus planos e
estabelecer o respectivo poder de combate.
Tais disponibilidades raramente permitem a atribuição de um poder de combate de
igual valor a todas as peças de manobra. Além disso, deve-se evitar o emprego de um
excessivo poder de combate contra a principal força inimiga, quando ele puder ser
empregado, com maior eficiência, em outra parte da frente. Por isso, normalmente,
deve-se prever um AtqPcp e um ou mais AtqSec. Como já mencionado, poderá não
haver designação prévia do AtqPcp e do(s) AtqSec (artigo 1.4).
4.3.5 - Tempo disponível
O judicioso aproveitamento do tempo é vital, quer no planejamento, quer na
execução do ataque, devendo tal componente ser considerado juntamente com os
demais fatores da decisão.
Durante o planejamento, é importante considerar que, quanto mais tempo o defensor
dispuser, mais aperfeiçoará seu dispositivo. Por outro lado, deve ser concedido aos
elementos subordinados, em todos os escalões, tempo suficiente para a realização de
seus próprios reconhecimentos e exames da situação, elaboração das diretivas e
conseqüente emissão de ordens.
Não obstante, o tempo não é apenas um fator cuja disponibilidade ou escassez
condiciona a execução de planos, a transmissão de ordens, a realização de
reconhecimentos e os deslocamentos de tropas. Durante a batalha, a sincronização do
movimento da tropa com o apoio ao combate transforma-se em verdadeiro
amplificador do poder relativo de combate, uma vez que o inimigo encontrará muito
mais dificuldade em se contrapor, simultaneamente, a ataques terrestres e aéreos,
fogos diretos e indiretos, interferência eletromagnética em suas comunicações,
noturno, infiltração, junção etc, serão estudadas quando tais assuntos forem enfocados.
4.6.1 - Seleção de frente de ataque
Nas ações terrestres no interior de uma cabeça-de-praia, ou mesmo após sua
conquista, os elementos de primeiro escalão de um GptOpFuzNav podem ter que
progredir com rapidez, segundo eixos de progressão, ou estar desdobrados em áreas
cujas dimensões ultrapassem suas possibilidades táticas normais (larga frente). Estas
condições podem resultar na ocorrência de espaços vazios entre as referidas peças de
manobra e na exposição de seus flancos.
Para fazer face a tais contingências, o comandante poderá ser levado à seleção de
uma frente de ataque, isto é, parte da zona de ação onde lançará seu ataque principal,
em ação decisiva para o cumprimento de sua missão. No restante da área serão
realizadas ações secundárias, tais como fixação, despistamento, manutenção do
contato, vigilância etc.
A seleção de frente de ataque repousa na aplicação cuidadosa dos princípios da
concentração e da economia de meios, já que consiste em emassá-los no local
adequado e no momento oportuno, empregando o mínimo de forças necessárias nas
partes onde não se busca a decisão. Os Princípios de Guerra são detalhados na
Doutrina Básica da Marinha (DBM).
4.7 - PLANO DE APOIO DE FOGO
É da maior importância um planejamento de fogos detalhado e integrado à idéia de
manobra. Deve ser previsto o emprego de todas as armas de apoio disponíveis,
orgânicos ou não (morteiros, artilharia, fogo naval e meios aéreos), inclusive dos
elementos de reserva.
4.7.1 - Fases do apoio de fogo
Na ofensiva, usualmente os fogos de apoio podem ser distribuídos em quatro fases:
- fogos desencadeados antes da preparação;
- fogos de preparação;
- fogos de apoio durante a execução do ataque; e
- fogos durante a consolidação do objetivo e reorganização da tropa.
Os fogos antes da preparação e os de preparação serão desencadeados ou não,
levando-se em conta a necessidade de sigilo.
a) Fogos desencadeados antes da preparação
Normalmente, antes da preparação são desencadeados fogos sobre alvos de
GptOpFuzNav.
4.9 - APOIO DE SERVIÇOS AO COMBATE
As necessidades de apoio de serviços ao combate são consideradas na fase de
planejamento de modo que o ataque não sofra solução de continuidade por problemas
logísticos. O apoio pertinente deve ser levado o mais à frente possível, evitando-se
mudanças das instalações logísticas durante o ataque. Entretanto, elas deverão estar em
condições de cerrar após o cumprimento da missão do comandante.
Durante o ataque, as funções logísticas não devem sofrer solução de continuidade,
particularmente o abastecimento de itens críticos, saúde, transporte e evacuação.
O detalhamento sobre o apoio de serviços ao combate durante o ataque coordenado
encontra-se no CGCFN-33 Manual de Apoio de Serviços ao Combate de Fuzileiros
Navais.
4.10 - INFORMAÇÕES
As atividades de inteligência desempenham papel importante na fase do planejamento
da operação, uma vez que servirão de base para o desenvolvimento do plano de ação e
elaboração da diretiva. Durante a execução do ataque, fornecerão elementos que
permitirão ao comandante intervir na manobra. O comandante deve manter-se
informado sobre a progressão do ataque, da reação do inimigo e da situação das tropas
amigas, a fim de manobrar as suas forças mais eficientemente.
Todos os órgãos de busca devem ser utilizados. Durante o planejamento, seu esforço
será orientado na obtenção de dados sobre a identificação e valor da tropa inimiga em
contato, na reserva e em condições de reforçar, bem como de suas armas de apoio,
natureza de suas instalações defensivas, localização das instalações de comando e
logísticas, dos postos avançados e dos limites entre as tropas.
Após iniciado o ataque, deverão ser buscados também informes sobre o deslocamento
das forças inimigas e de suas armas de apoio, o grau de resistência de suas tropas em
contato, o consumo de munição e as atividades logísticas, o que consubstancia a
situação corrente do seu poder de combate e situação logística.
A obtenção de dados sobre as condições climáticas e meteorológicas e sua influência
sobre o terreno deverá ser tarefa contínua.
4.11 - SEGURANÇA
Ao elaborar seu plano de ataque, o comandante considera o estabelecimento de
medidas visando preservar o sigi1o da operação (ocasião, local, preparativos, etc),
CAPÍTULO 5
OPERAÇÕES OFENSIVAS EM CONDIÇÕES ESPECIAIS
5.1 – OPERAÇÕES OFENSIVAS SOB CONDIÇÕES DE VISIBILIDADE REDUZIDA
5.1.1 - Introdução
A dinâmica do combate moderno faz com que operações ofensivas tenham que se
desenvolver também em condições de visibilidade reduzida, tanto noturna
(escuridão) como diurna (chuva forte, fumaça, nevoeiro, nevasca, etc).
O surgimento de novas tecnologias afetas ao reconhecimento e vigilância do campo
de batalha, à busca e aquisição de alvos e à visão noturna, tendem a reduzir os
problemas de coordenação e controle inerentes a este tipo de operação. Sob o ponto
de vista do defensor, estes mesmos equipamentos, aumentando a eficiência dos fogos
de apoio, conferem maior solidez à defensiva sob condições adversas de visibilidade.
Este capítulo abordará, basicamente, o ataque noturno, estendendo-se, sempre que
aplicável a outras situações ofensivas que tenham lugar sob condições adversas de
visibilidade.
5.1.2 - Propósitos
- Obter surpresa e explorar as condições psicológicas favoráveis decorrentes.
- Manter pressão, prosseguindo um ataque e/ou aproveitando o êxito.
- Conquistar área necessária para realização de ações posteriores.
- Compensar poder de combate inferior, especialmente em meios aéreos e blindados.
- Reduzir baixas, aproveitando a cobertura proporcionada pela visibilidade reduzida.
- Romper uma forte posição defensiva.
- Atrair a atenção do inimigo para determinada área.
5.1.3 - Vantagens e desvantagens
a) Vantagens para o atacante
- Aumenta a probabilidade de obter surpresa.
- Oculta a progressão das tropas.
- Diminui as possibilidades de busca de alvos pelo inimigo e, conseqüentemente, a
Eficácia de seus fogos.
- Dificulta o apoio mútuo por parte do defensor.
- Dificulta o emprego das reservas pelo inimigo.
b) Desvantagens
Embora contando com apreciáveis vantagens, o atacante não deve deixar de
LLP LLP
Obj 2 Obj 1
LPD LPD
PLibGC
PLibGC
PLibPel
PPsg
LP/LC
LP
PAtq PAtq
PLibCia
PLibCia
LO 3 ou LCPnt
3ª FASE FOGOS
Pnt CONTINUADOS
E ESPAÇO PARA
MANOBRA
LO 2
2ª FASE
Prt
FOGOS
OBSERVADOS
LO 1 LO 1
1ª FASE
He
VtrAnf Botes FOGOS DE
Passadeiras ARMAS DE
TIRO TENSO
RIO
DireAtq
2ª PARTE
OPERAÇÕES DEFENSIVAS
CAPÍTULO 6
ASPECTOS BÁSICOS DA DEFENSIVA
6.1 - INTRODUÇÃO
A defensiva consiste no emprego do poder de combate para manter a posse de uma área
ou a integridade de uma força ou instalação, bem como criar condições favoráveis para
a ação ofensiva. Embora seja capaz de impedir o sucesso inimigo, normalmente não
assegura a vitória sobre o mesmo, pois somente a ofensiva conduz a resultados
decisivos. A postura defensiva deve ser adotada temporariamente, enquanto se procura
inquietar o atacante por meio de ações ofensivas – fogos de artilharia e ações de
pequenas frações – visando identificar as suas vulnerabilidades e, ao mesmo tempo,
manter a iniciativa e o moral da tropa defensora.
O terreno pode oferecer tais vantagens para a defensiva - não poder ser desbordado, por
exemplo - que o comandante pode preferir adotá-la, forçando o inimigo a atacar em
condições desfavoráveis. É o espírito ofensivo que constitui a base para o sucesso da
defesa, através do planejamento e execução de ações dinâmicas e da manutenção da
iniciativa.
As operações defensivas podem ser impostas pelo inimigo, mas, em qualquer situação,
devem ser encaradas como transitórias.
O defensor obtém a iniciativa selecionando e organizando, de acordo com suas
conveniências, a área a defender, induzindo o inimigo a reagir de acordo com os planos
defensivos, explorando suas vulnerabilidades e erros por meio de ações ofensivas e
contra-atacando suas forças que tenham obtido sucesso.
Adicionalmente, a defensiva exige intensos esforços dos comandantes de modo a
preservar a tropa em adequadas condições de emprego, manter seu moral elevado e
incentivar sua agressividade.
6.1.1 - Propósitos
O propósito principal de uma operação defensiva é anular um ataque inimigo,
contendo, repelindo ou destruindo suas tropas. Os propósitos secundários incluem:
- criar condições mais favoráveis às operações ofensivas subseqüentes;
- impedir o acesso do inimigo à determinada área;
- reduzir a capacidade de combate do inimigo, desgastando suas tropas;
analisadas todas as vias de acesso que incidam sobre a posição defensiva, que,
juntamente com os acidentes capitais, servirão de base para a observação da posição
e para o planejamento dos fogos de apoio.
As condições climáticas e meteorológicas são avaliadas juntamente com o terreno.
6.2.2 - Surpresa
A surpresa é tão importante na defensiva quanto na ofensiva. Assim, o defensor deve
empreender seus esforços tanto para negá-la ao inimigo pelo uso de elementos de
segurança, reconhecimento e vigilância, quanto para obtê-la.
Adotará, então, medidas para não ser surpreendido, tais como emprego de forças de
segurança, busca de informes sobre a localização e deslocamentos de forças
inimigas, meios de defesa passiva como aproveitamento de cobertas e abrigos, uso de
camuflagem, radares de vigilância terrestres, dispositivos de escuta, etc.
6.2.3 - Conhecimento do inimigo
O defensor deve considerar a liberdade de que dispõe o atacante para escolher o
momento, o local, a direção e o valor de suas tropas para realizar o ataque. Deste
modo, o conhecimento das possibilidades do inimigo, sua doutrina operativa, seus
principais hábitos e o levantamento das vias de provável acesso do inimigo e os
objetivos que este poderá selecionar são essenciais para o sucesso da defesa. Uma
vez obtidos o maior número de dados possível sobre o inimigo, o defensor poderá
antecipar as ações inimigas, estabelecendo mais rapidamente as condições para a
reassunção de ações ofensivas. Este fundamento complementa o da defesa.
6.2.4 - Apoio mútuo
O apoio mútuo pelos fogos, pela observação e pelo emprego de elementos de
manobra garante a necessária coesão à área de defesa e dificulta que a tropa seja
engajada e batida por partes. É altamente desejável em todos os escalões para evitar a
infiltração de tropas inimigas. O grau de apoio mútuo pode depender do terreno, do
alcance das armas e da visibilidade. O planejamento de núcleos defensivos é
concebido de forma a garantir que a queda de um deles não provoque o rompimento
da posição, ficando o inimigo submetido aos fogos dos núcleos vizinhos e da
retaguarda. O apoio mútuo dificulta a infiltração inimiga entre os núcleos defensivos.
Se houver espaços vazios entre os diferentes núcleos, estes devem ficar
permanentemente sob observação, controlados pela vigilância, pelo emprego de
patrulhas, obstáculos artificiais, particularmente minas, e por fogos indiretos pré-
que permita fazer face às variadas formas de atuação do inimigo, bem como
passar, deliberadamente, da defensiva para a ofensiva, o que é particularmente
aplicável ao assalto anfíbio.
b) Plano de apoio de fogo
Os principais elementos de que dispõe o defensor para bloquear e repelir um
ataque inimigo à frente de sua posição ou destruir as forças que lograram penetrar
são a capacidade de manobra e o poder de fogo, inclusive dos meios navais e das
armas anticarro e antiaéreas.
O planejamento do apoio de fogo deve prever a coordenação e integração das
armas de todos os elementos participantes da defensiva, assegurar que o inimigo
seja batido a partir do seu máximo alcance de utilização explorando as
características de cada arma de apoio, cobrir barreiras e áreas não ocupadas, e
apoiar ações ofensivas.
c) Plano de barreiras
As características defensivas naturais do terreno devem ser melhoradas ou
suplementadas pela instalação de um sistema de barreiras incluindo bloqueios de
estradas, campos de minas, destruições diversas, fossos anticarro, obstáculos de
arame e outros, com a finalidade de canalizar, restringir ou retardar o movimento
do inimigo.
O plano de barreiras deve ser coordenado em todos os escalões de modo a não
limitar a liberdade de manobra do defensor e integrar-se com o planejamento dos
fogos de apoio e com a manobra.
Todos os elementos participantes da defensiva devem receber responsabilidades
quanto ao estabelecimento e manutenção das barreiras.
d) Plano anticarro
A defesa contra blindados deve receber alta prioridade, principalmente contra os
carros de combate, por sua ação de choque. O planejamento pertinente deve ser
intimamente coordenado com os planos de apoio de fogo e de barreiras,
considerando a transitabilidade. Os obstáculos naturais, devidamente agravados, e
os artificiais devem ser largamente explorados com vistas a destruir, deter ou
canalizar os blindados inimigos em direção aos setores batidos por armas
anticarro. Deve ser prevista a utilização de todo e qualquer armamento que possa
contribuir para a execução das tarefas mencionadas.
A defesa anticarro deve ser estabelecida não só na parte anterior da área de defesa,
barrando as vias de acesso que apresentem maior ameaça ao defensor, como
também em profundidade. São planejados fogos para destruir os carros e a
infantaria de acompanhamento.
Caso os carros de combate inimigos sejam bem sucedidos em penetrar na posição
defensiva, as tropas nas áreas avançadas devem permanecer em posição para
destruir o atacante e fazer frente à infantaria que os acompanha.
Deve ser levado em conta que os blindados, em geral, são sensíveis ao terreno e
aos obstáculos. Por sua vez, os carros de combate ficam vulneráveis se separados
da infantaria e suas tripulações têm a visibilidade prejudicada quando forem
fechadas as escotilhas para efetuar o assalto.
Os fogos das armas de trajetória curva serão extremamente eficazes para ampliar
os efeitos causados pelos obstáculos.
6.2.11 - Utilização judiciosa do tempo disponível
O planejamento e organização da defensiva serão tanto melhores quanto maior for o
tempo disponível. Sua judiciosa utilização deve ser considerada pelo comandante
antes e durante a operação. Todo o tempo disponível é utilizado na preparação da
posição defensiva e, após a sua ocupação, os trabalhos ou os melhoramentos da
posição prosseguem, mesmo durante as ações de defesa.
6.3 - ORGANIZAÇÃO DA ÁREA DE DEFESA
A Área de Defesa (AD) é organizada em profundidade segundo três escalões: Área de
Segurança (ASeg), Área de Defesa Avançada (ADA) e Área de Reserva (ARes), Fig.
6.1. Estas duas últimas consubstanciam a posição defensiva. De acordo com o
planejamento estabelecido para a defensiva, cada uma destas áreas será guarnecida com
as forças apropriadas e batida por fogos adequados.
(FCob)
ÁREA DE SEGURANÇA
DO EscSup
PAG PAG
PAC PAC
ÁREA DE
SEGURANÇA
LAADA LAADA
ÁREA DE
DEFESA AVANÇADA
POSIÇÃO
DEFENSIVA
ÁREA DE RESERVA
Os PAC podem não ser lançados quando os PAG estiverem muito próximos do
LAADA, não houver terreno favorável para a sua instalação ou por determinação
do escalão superior. Normalmente, os PAC são dispostos em um único escalão
(dispositivo linear) com uma série de PV estabelecidos de maneira a:
- proporcionar profundos campos de observação e de tiro ( crista topográfica );
- fazer uso de obstáculos na frente e nos flancos;
- possuir itinerários de retraimento desenfiados das vistas e fogos do inimigo;
- possuir posições cobertas e abrigadas;
- impedir a observação terrestre aproximada e os tiros diretos do inimigo sobre o
LAADA;
- estar dentro da distância de apoio dos elementos da área de defesa avançada; e
- controlar todas as vias de acesso do inimigo.
d) Segurança local
É sempre estabelecida, com o propósito de manter contato com o inimigo após o
retraimento dos PAC. É particularmente importante à noite e durante os períodos
de visibilidade reduzida, para prevenir a surpresa e infiltração na posição
defensiva.
Dependendo da missão, do terreno e da situação do inimigo, as forças de
segurança local podem ser motorizadas ou helitransportadas.
6.4.2 - Forças na área de defesa avançada
As forças na ADA são estruturadas para cumprir as tarefas básicas de acordo com o
tipo de defensiva adotado: deter, repelir e destruir, na defesa de área e retardar,
barrar, canalizar e destruir, na defesa móvel.
Às unidades e subunidades pode ser imposto defender em núcleos de defesa e/ou
pontos fortes especificamente localizados, ou ser facultado localizar seus próprios
núcleos e/ou pontos fortes em setores de defesa. Os pelotões, normalmente,
defendem em núcleos de defesa impostos; excepcionalmente guarnecerão,
isoladamente, pontos fortes.
Na defesa de área, o maior poder de combate é desdobrado na ADA. Os núcleos de
defesa e os pontos fortes são estabelecidos a partir da orla anterior da ADA e visam
bloquear as vias de provável acesso do inimigo para o interior. Um sistema de
barreiras será estabelecido para aumentar o valor defensivo do terreno.
Na defesa móvel, os núcleos de defesa e os pontos fortes, bem como o sistema de
CAPÍTULO 7
CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES DEFENSIVAS
7.1 - INTRODUÇÃO
As operações defensivas abrangem todas as ações que representam resistência a uma
força atacante. Podem ser classificadas quanto ao tipo e quanto ao tempo disponível
para a preparação da posição.
7.2 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO
São dois os tipos de operações defensivas, a saber: a defesa em posição e os
movimentos retrógrados.
7.2.1 - Defesa em posição
Operação defensiva em que uma força procura contrapor-se à força inimiga atacante,
em uma área organizada em largura e profundidade e ocupada, total ou parcialmente,
por todos os meios disponíveis, com uma ou mais das seguintes finalidades:
- negar ao inimigo a posse de determinada área;
- dificultar ou deter a progressão do atacante, em profundidade, impedindo o seu
acesso a uma região;
- aproveitar todas as oportunidades que se lhe apresentem para desorganizar,
desgastar ou destruir as forças inimigas; e
- criar condições favoráveis para o desencadeamento de uma ação ofensiva.
O fator da decisão terreno, na defesa em posição, ganha grande importância, porque
sendo bem utilizado compensa deficiências do defensor.
A defesa em posição e suas formas de manobra tática são detalhadas no capítulo 8.
7.2.2 - Movimentos retrógrados
Operação defensiva realizada por meio de um movimento organizado de uma força
em direção à retaguarda ou para longe do inimigo, com ou sem pressão deste, ou em
decorrência de uma idéia de manobra. Em qualquer caso, devem ser aprovados pelo
escalão imediatamente superior.
Tratam-se de ações de difícil realização e que encerram alto risco. Se mal concebidas
ou realizadas de modo desordenado frente a um inimigo superior podem conduzir a
uma catástrofe.
Os movimentos retrógrados, normalmente, ocorrem sob condições adversas ou em
situações em que o oponente retém a iniciativa das ações. Deste modo, os
comandantes, em todos os escalões, devem ter uma atenção especial ao moral de suas
tropas.
As três formas de manobra dos movimentos retrógrados são o retraimento, a retirada
e a ação retardadora.
a) Propósitos
O propósito geral de um movimento retrógrado é preservar a integridade de uma
força, de modo que possa ser empregada, no futuro, em ações ofensivas. Apesar
disto, procura-se infligir ao inimigo os maiores danos que a situação permitir.
As formas de manobra tática defensivas destes movimentos serão descritas no
capítulo 8.
b) Os movimentos retrógrados e as Forças de Fuzileiros Navais
No moderno campo de batalha, nem sempre ocorrem apenas operações ofensivas.
Muitas vezes será preciso evitar o combate sob condições desfavoráveis, desgastar
e retardar o inimigo, ganhar tempo ou mesmo desengajar-se para aplicar poder de
combate em outro local. Nas Operações Anfíbias, em particular nas Incursões, as
manobras retrógradas têm importância muito grande, especialmente se realizadas
sob pressão do inimigo. Deste modo, os GptOpFuzNav devem conhecer as
técnicas e procedimentos referentes aos movimentos retrógrados.
Entretanto, como os Fuzileiros Navais são adestrados e motivados para manterem,
permanentemente, uma atitude agressiva, a adoção de uma idéia de manobra
envolvendo movimento para a retaguarda requer orientação cuidadosa por parte
dos comandantes, no sentido de informar a tropa sobre a situação, os propósitos
da ação em vista e os detalhes do planejamento. Para tal, em todos os escalões, os
comandantes devem estar permanentemente à frente das ações.
c) Considerações comuns
No planejamento e na conduta dos movimentos retrógrados, o comandante deve
levar em conta não só os fatores da decisão, como, também, outros que podem
influenciar o sucesso da operação. O grau de aplicabilidade de cada um variará de
acordo com o vulto das forças, as formas de manobras táticas defensivas ligadas
aos movimentos retrógrados e a situação.
I) Planejamento
O planejamento dos movimentos retrógrados caracteriza-se por seu
detalhamento e centralização, mas a execução é descentralizada. Como os
diversos elementos estarão desdobrados em largas frentes, em ações dispersas e
retaguarda ou para melhor utilizar o terreno, desde que não haja risco para o
cumprimento da missão como um todo.
Uma tropa é considerada decisivamente engajada quando perde sua liberdade
de manobrar, ficando incapaz de executar a ação planejada.
- Desengajamento - Pelo desengajamento, uma tropa procura preservar ou
recuperar sua liberdade de ação, rompendo o contato com o inimigo. Tal
ocorrerá quando este não mais dispuser de observação terrestre sobre o grosso
da tropa ou não for capaz de batê-la com seus tiros diretos.
Nos movimentos retrógrados, as posições devem ser dispostas de modo a
facilitar o desengajamento, Além disso, uma das principais preocupações do
comandante é determinar o momento adequado para sua realização. Em seu
exame da situação procurará estabelecer uma linha de desengajamento,
aquém do qual suas tropas perderão a liberdade de ação, caso não abandonem
as posições quando o inimigo a atingir. Sua escolha levará em conta a
comparação dos poderes combatentes, principalmente quanto a mobilidade e
armamento, bem como o terreno, notadamente quanto a existência de
itinerários abrigados para a retaguarda.
Quando possível, os diversos elementos devem desengajar por escalões, cada
um protegendo pelo fogo o retraimento do outro. Ao final, o elemento
restante rompe o contato como um todo, utilizando movimento e o máximo
de fogos. Se uma tropa não puder desengajar por escalões, deve fazê-lo de
uma só vez, empregando este último processo.
Uma vez iniciado, o desengajamento deve ser executado rapidamente, para
surtir efeito antes que o inimigo possa reagir.
IV) Apoio ao combate
Deve ser previsto o emprego de todas as armas de apoio disponíveis (artilharia,
meios aéreos e fogo naval, se for o caso), de modo a proteger toda a operação.
Será prestado apoio aos elementos de combate, realizados fogos de inquietação
e batidas tanto as vias de provável acesso do inimigo quanto suas
concentrações de tropa. Devem ser previstas concentrações para aumentar o
efeito das barreiras e obstáculos. Serão utilizados fumígenos para ocultar os
deslocamentos da tropa, facilitar o desengajamento e as simulações.
Os helicópteros serão empregados para transportar elementos de segurança e
CAPÍTULO 8
FORMAS DE MANOBRA TÁTICA DEFENSIVA
8.1 - INTRODUÇÃO
Nas operações defensivas, o comandante pode empregar cinco formas de manobra
tática. Duas dessas formas de manobra correspondem à operação de defesa em posição e
três aos movimentos retrógrados, conforme sintetizado no quadro abaixo:
OPERAÇÕES DEFENSIVAS
TIPOS DE OPERAÇÕES FORMAS DE MANOBRA
DEFESA DE ÁREA
DEFESA EM POSIÇÃO
DEFESA MÓVEL
AÇÃO RETARDADORA
MOVIMENTOS RETRÓGRADOS RETRAIMENTO
RETIRADA
8.2 - DEFESA DE ÁREA
Nesta forma de manobra defensiva é dada particular atenção à manutenção ou do
controle de uma região determinada, negando ao atacante a posse da mesma.
O defensor visa, inicialmente, deter o inimigo à frente do Limite Avançado da Área de
Defesa Avançada (LAADA), empregando grande volume e variedade de fogos e ações
dinâmicas da defesa. Por sua vez, utilizará o combate aproximado e contra-ataques para
expulsar ou destruir forças que tenham logrado penetrar na área de defesa.
A defesa de área busca aproveitar ao máximo os obstáculos existentes, reduzir as
possibilidades de sucesso de um ataque noturno ou de uma infiltração tática, e forçar o
inimigo a empregar o máximo de poder de combate com vistas a realizar a penetração.
As seguintes circunstâncias, entre outras, indicam a adoção da defesa de área:
- exigência da posse de uma determinada região;
- o defensor dispõe de menor mobilidade que o inimigo;
- a frente a defender é relativamente estreita;
- a profundidade da área de defesa avançada é relativamente limitada;
- o terreno restringe os movimentos do defensor;
- há tempo suficiente para preparar a posição defensiva, inclusive o sistema de barreiras;
- há forças suficientes para prover o adequado poder de combate;
- o defensor não possui liberdade de movimentos em face da superioridade aérea do
inimigo; e
- não é esperado que o atacante utilize armamento químico ou nuclear.
PAC
LAADA
LAADA
PAC
SV
(-
)
LAADA
PAC
81
81
LAADA
AE
Rec
INIMIGO
LAADA
força sob pressão ganha tempo e cede espaço, infligindo o máximo de retardo e de
danos ao inimigo, sem se engajar decisivamente no combate.
Muitas vezes, uma força pode ter alguns elementos decisivamente engajados mas
pode, ainda, realizar o retardamento.
Uma ação retardadora caracteriza-se por ser realizada em largas frentes, empregando
reservas com pequeno poder de combate e o máximo de poder de fogo à frente. As
posições de retardamento são organizadas com profundidade limitada, tendo em vista
que a tarefa principal de desgastar o inimigo é atribuída aos fogos de artilharia e aos
fogos das armas da tropa em primeiro escalão.
Normalmente, os seguintes propósitos são visados:
- evitar uma ação decisiva quando o poder de combate da força defensora for
insuficiente para engajar o atacante;
- reduzir o poder de combate do inimigo infligindo-lhe baixas;
- atrair o inimigo para uma situação desfavorável;
- ganhar tempo e obter informes para atualizar as possibilidades do inimigo;
- ganhar tempo para estabelecer uma defensiva em terreno e situação mais
favoráveis; e
- prover alarme antecipado e/ou proteger o grosso, quando se tratar de ações de
forças de segurança.
A ação retardadora ou as técnicas pertinentes podem ser utilizadas, na defensiva,
pelos PAC na área de segurança.
Carros de combate e infantaria transportada em viaturas blindadas são
particularmente adequados ao emprego na ação retardadora, na maioria dos tipos de
terreno. Seu poder de fogo faculta-lhes engajar o inimigo a grandes distâncias e sua
mobilidade permite-lhes movimentar-se sucessivamente ao longo de várias posições,
desengajando com facilidade graças à proteção blindada.
Normalmente, a infantaria a pé só é apta para realizar ações retardadoras em terreno
acidentado ou em áreas edificadas, fazendo intensivo uso de obstáculos. Sua falta de
proteção blindada impõe cautela no desengajamento e nos deslocamentos.
Observados estes últimos aspectos, o emprego de helicópteros proporcionará rapidez
nas mudanças de posição, dará independência da rede de estradas e permitirá o
deslocamento sobre obstáculos naturais ou os artificiais previamente lançados. Para o
emprego de helicópteros deve-se, contudo, ter especial atenção quanto a utilização de
1 2 3
PIR
(-) (-)
P2
1 2 3
PIR
A
A (-)
P2
B B B
P3 A A
PAG PAG
PAC PAC
PIR PIR
LCt VERDE LCt VERDE
P2 P2
LCt BRANCO LCt BRANCO
PAC PAC
LCt AZUL LCt AZUL
LAADA LAADA
- a distribuição de forças;
- as medidas de coordenação e controle, tais como PIR e demais posições de
retardamento, limites, pontos e linhas de controle.
8.5.7 - Conduta
A execução da ação retardadora é altamente descentralizada, exige grande empenho
da tropa e requer dos comandantes, em todos os escalões, iniciativa, imaginação e
habilidade para adaptar-se rapidamente às variações da situação.
Quando a ação retardadora for iniciada a partir de uma defensiva, o movimento das
tropas para a retaguarda deve ser coberto o maior tempo possível.
Na maioria das vezes, não será possível preparar todas as posições antes do início da
operação. Como regra geral, preparam-se as duas primeiras e reconhece-se uma
terceira. Durante o combate a organização continuará. Em conseqüência, deve-se
prever o máximo de retardamento possível na PIR, de modo a ganhar-se tempo para
a preparação das demais posições.
O inimigo deve ser submetido aos fogos das diversas armas à medida em que esteja
dentro de seu alcance máximo. Serão intensificados enquanto a distância diminui de
modo a infligir o máximo de danos e forçar o atacante a desdobrar-se
prematuramente, perdendo tempo para abordar a posição.
Especial atenção deve ser dada aos elementos inimigos que busquem flanquear a
posição ou penetrar nos espaços desocupados entre os núcleos de defesa.
As reservas poderão ser empregadas, caso a situação assim o exija, para contra-atacar
tais elementos, destruindo-os ou retardando-os.
As ações em cada posição do retardamento desenvolvem-se de maneira semelhante à
defesa de área, exceto que a força deve evitar ficar decisivamente engajada.
A perda de parte da posição não implica em necessidade de retraimento imediato. As
reservas ou elementos adjacentes podem ser empregados para recompor sua
integridade, desde que não acarrete, também, que toda a força fique decisivamente
engajada.
Conforme planejado ou quando a posição não mais puder ser mantida, é iniciado o
retraimento. A decisão para tal é de suma importância, pois caso o desengajamento
ocorra cedo, poderá não corresponder ao máximo de retardamento desejável e, se
ocorrer tarde, poderá acarretar mais baixas do que foi planejado como aceitável,
podendo, ainda, a força ficar decisivamente engajada.
1 2 3 4
LAADA LAADA
EDC EDC
(-) (-)
(-) Sv
1 2 3
(-) (-)
(-) (-)
CAPÍTULO 9
A DEFESA
9.1 - PLANEJAMENTO
O planejamento da defensiva terá início com o recebimento da missão ou em
decorrência da atuação do inimigo. No segundo caso, a missão será assumida.
9.2 - ANÁLISE DOS FATORES DA DECISÃO
9.2.1 - Missão
A missão definirá a área a ser defendida e o início da operação. A forma de manobra
poderá, também, estar imposta na missão. Seu estudo permitirá determinar a defesa
que será adotada.
9.2.2 - Inimigo
As suas possibilidades, efetivos, eficiência em combate, armamento e equipamento
são considerados no planejamento.
O defensor procura analisar seu próprio dispositivo e a área a ser defendida como se
fosse o inimigo. Assim, identificará vulnerabilidades que possam ser exploradas e
vias de acesso favoráveis ao atacante. Adicionalmente, serão estudadas e
consideradas as vulnerabilidades e deficiências do atacante.
9.2.3 - Terreno
Ver inciso 6.2.1.
9.2.4 - Meios disponíveis
Para o comandante que planeja operações defensivas, os meios disponíveis incluem
as forças a serem desdobradas nas posições defensivas, o apoio de fogo, que deve
atender às suas necessidades e às necessidades das forças que executam a manobra, e
os obstáculos naturais e artificiais. Cada um desses meios depende dos demais para
que se obtenha o máximo de eficiência. A tarefa do defensor é combinar tais meios
de modo sincronizado e em dosagens que atendam ao cumprimento da missão
defensiva.
O defensor deve considerar a natureza, o grau de adestramento, o moral, o
equipamento e o armamento de suas tropas durante o planejamento da defensiva.
Elementos blindados e mecanizados podem movimentar-se em combate mesmo sob
fogo de artilharia, enquanto que a infantaria, nas mesmas circunstâncias, poderá
sofrer pesadas baixas. Por sua vez, a infantaria é apta a defender-se em terreno
acidentado e em áreas edificadas, que restringem os movimentos do atacante. Deve-
9.10.2 - Propósitos
Os propósitos dos CAtq variam principalmente com a forma de manobra tática
defensiva adotada, podendo visar:
- o restabelecimento do LAADA;
- a destruição do inimigo;
- a desorganização de forças inimigas; e
- o desengajamento de tropas amigas.
Em algumas ocasiões o defensor poderá obter tais propósitos apenas pela utilização
de fogos. Entretanto, os resultados mais efetivos serão obtidos, usualmente, pela
combinação do fogo e do movimento, aplicando-se os princípios do combate
ofensivo.
O CAtq para restabelecimento do LAADA visa a reconquista do terreno perdido
pelo defensor e o restabelecimento dos núcleos de defesa conquistados pelo
inimigo. Como propósito secundário inclui a destruição do inimigo. Trata-se de
ação típica da defesa de área.
O CAtq de destruição visa as forças inimigas contidas na penetração. Poderá
redundar, ainda, no restabelecimento do LAADA. Normalmente ocorre na defesa
móvel, embora possa ser empregado, também, na defesa de área.
O CAtq de desorganização é lançado para impedir ou retardar a montagem dos
ataques inimigos. É desencadeado fora da área de defesa, contra forças que estejam
em fase de organização ou de preparação para um ataque. Na área de defesa, é
lançado contra forças aeroterrestres e helitransportadas após chegarem ao solo. Não
visa conquistar terreno e sim desgastar as tropas inimigas, bem como impedir sua
observação terrestre direta sobre a área de defesa.
O CAtq de desengajamento visa possibilitar o desengajamento de uma tropa em
contato com o inimigo. Embora seja de ocorrência mais freqüente nos movimentos
retrógrados, poderá ter lugar, também, na defensiva.
9.10.3 - Planejamento
Durante o planejamento serão elaborados planos de CAtq visando cobrir todas as
penetrações admitidas ou prováveis. Se possível, tais planos serão distribuídos com
a diretiva pertinente a defensiva e, do mesmo modo que as demais ações, devem ser
permanentemente atualizados. As diretivas são preparadas num sistema de
prioridade, o que significa que os planos para destruição das penetrações mais
P
/L
LC
LAADA LAADA
Obj
Itine
rário
f) Limites
Embora seja desejável conservar os limites existentes, poderá ser necessário
fazer algumas modificações, de modo a assegurar o controle da manobra da
força de contra-ataque e preservar a unidade de comando.
9.11 - CONDUTA DA DEFENSIVA
9.11.1 - Conceitos básicos
A preparação e o melhoramento da posição defensiva devem ser atividades
contínuas, mesmo após o início do ataque inimigo.
É da maior importância o desenvolvimento de contínuo e agressivo esforço de
busca de informes, lançando-se mão desde sensores até elementos de operações
especiais, com vistas à obtenção de dados que permitam indicar o valor,
composição, direção e hora provável do engajamento.
O contato com o atacante é inicialmente estabelecido pelos meios de
reconhecimento aéreo e pelas forças de segurança. Tais elementos procuram manter
este contato e suprir os escalões determinados com um fluxo contínuo de informes
sobre a movimentação inimiga.
As forças atacantes devem ser batidas pelos fogos da artilharia, dos meios aéreos e
navais o mais distante possível, a menos que se tenha optado pela surpresa,
objetivando alcançar melhores resultados.
A tropa dos PAG atua para desgastar, retardar, iludir e desorganizar o inimigo sem,
entretanto, se engajar decisivamente, até retrair através dos PAC, se estabelecidos,
ou do LAADA.
Os PAC, em estreita coordenação com as forças de segurança, realizam o
acolhimento das mesmas. Por meio de fogos longínquos e patrulhas, mas sem
engajar em combate aproximado, procuram alertar quanto à presença do inimigo,
impedir sua observação direta sobre a posição defensiva e, dentro de suas
possibilidades, retardá-lo, iludi-lo e desorganizá-lo.
O defensor deve avaliar o dispositivo do atacante à frente da ADA, quanto à
oportunidade de lançar um contra-ataque de desorganização. Em seu exame de
situação, considerará os riscos decorrentes em face do cumprimento de sua missão
global na defensiva.
O acolhimento das forças de segurança assinala o início das atividades diretamente
ligadas à manutenção da integridade física da área de defesa. São fechadas as
CAPÍTULO 10
OPERAÇÕES DEFENSIVAS EM CONDIÇÕES ESPECIAIS
10.1 - DEFESA CONTRA INFILTRAÇÃO
A possibilidade do inimigo realizar uma infiltração deve sempre ser considerada pelo
defensor. A defesa contra forças de infiltração torna-se progressivamente importante à
medida que a dispersão no campo de batalha aumenta. Normalmente, a infiltração é
realizada por elementos isolados ou pequenos grupos. Entretanto, se não forem
tomadas, permanentemente, medidas enérgicas e eficazes pelo defensor, o inimigo
acabará por posicionar efetivos apreciáveis no interior da área de defesa, podendo
quebrar a integridade tática da força defensora para batê-la por partes.
As medidas específicas visando impedir a infiltração abrangem o emprego de,
especialmente nas faixas do terreno favoráveis ao inimigo, de:
- obstáculos antipessoal;
- sensores de vigilância e de alarme;
- postos de vigilância e de escuta;
- intenso patrulhamento;
- bloqueios de estradas; e
- fogos de interdição.
Deve ser considerado que os meios suplementam, mas não substituem o dispositivo
com tropa em posição. Todo esforço é feito para identificar as prováveis zonas de
reunião à retaguarda das forças amigas. É dada prioridade para a destruição do inimigo
nessas zonas, antes que ele possa organizar-se e desencadear seu ataque.
A força inimiga de infiltração, cuja busca deve ser constante, pode constituir um alvo
compensador que permita o desencadeamento preciso de fogos de longo alcance. A
destruição ou a neutralização, o mais cedo possível, de tais forças, são essenciais. Uma
vez identificada uma infiltração, o defensor deve atacar imediatamente, mantendo o
contato até sua destruição total. Essa atitude agressiva desencorajará o atacante quanto
a outras tentativas.
Forças de infantaria dispondo de viaturas anfíbias e apoio de carros de combate são as
mais aptas para conduzir ações ofensivas contra elementos infiltrados.
10.2 - DEFESA CONTRA ATAQUES AEROTERRESTRES E HELITRANSPORTADOS
Tal defesa compreende o estabelecimento de um sistema de alarme, a utilização de
meios antiaéreos, o emprego de tropas para a defesa de prováveis objetivos e a
OSTENSIVO - 10 -1 - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
OSTENSIVO - 10 -2 - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
OSTENSIVO - 10 -3 - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
OSTENSIVO - 10 -4 - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
OSTENSIVO - 10 -5 - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
OSTENSIVO - 10 -6 - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
OSTENSIVO - 10 -7 - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
OSTENSIVO - 10 -8 - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
OSTENSIVO - 10 -9 - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-1-5
sua missão, deve realizar em seu interior operações ofensivas e defensivas em que,
normalmente, estas prevalecem.
As características de leveza dos GptOpFuzNav, sua aptidão para se organizarem por
tarefas e seu adestramento no emprego de helicópteros e de viaturas blindadas/anfíbias
de transporte de pessoal, os tornam extremamente capazes para a realização de
operações profundas, culminando com o estabelecimento de uma ZRT.
Uma ZRT pode ser implementada isoladamente, em conjunto com uma ZAç ou com
um setor de defesa. Em qualquer situação, o comandante da tropa será o responsável
pelas operações em seu interior, não podendo, entretanto, manobrar suas forças no
exterior sem a aprovação do escalão superior ou sem coordenação com forças
adjacentes, conforme for planejado.
10.7.1 - Análise dos fatores da decisão
Esta análise será levada a efeito concorrentemente com a da operação que dará
lugar ao estabelecimento da ZRT. Aqui serão ressaltados os aspectos referentes à
sua defesa.
a) Missão
A missão pode impor a conquista e manutenção de determinados) objetivo(s) ou
a destruição do inimigo em determinada área, mantendo o controle da mesma,
mas sem especificar que parte do terreno será ocupada.
b) Inimigo
Para analisar o inimigo, será levantado seu valor e dispositivo na área em estudo
e sua possibilidade de intervir na mesma, prazos e capacidade de reação.
c) Terreno e condições climáticas e meteorológicas
No estudo do terreno serão avaliados os obstáculos, espaço para manobrar,
possibilidades defensivas e vias de provável acesso para o inimigo.
d) Meios disponíveis
A tropa deve ser organizada não só para a ação ofensiva, como para a defensiva
que se seguirá. Em face do afastamento das forças amigas, deve ser previsto uma
junção por superfície ou o recebimento de reforços pelo ar.
10.7.2 - Considerações táticas
A combinação das formas de manobra tática defensivas no interior de uma ZRT
deve ser considerada normal.
Assim, será adotada defesa de área nos acidentes capitais, cuja posse por parte do
interferir nas mesmas, sendo, portanto, vital para o comandante prover sua
segurança.
Os atuais conceitos de combate não linear e ação em profundidade aumentam a
vulnerabilidade das forças e instalações da retaguarda e exigem que uma maior
ênfase seja dada à segurança da área de retaguarda e às medidas de contra-
inteligência.
A Segurança da Área de Retaguarda (SEGAR) compreende, todas as medidas e/ou
ações executadas visando assegurar a normalidade das atividades de comando,
controle e apoio logístico dos elementos lá situados, bem como de suas instalações,
vias de transporte, etc.
a) Amplitude funcional
A SEGAR abrange a Defesa da Área de Retaguarda (DEFAR) e o Controle de
Danos (CD). De um modo geral, nos GptOpFuaNav aquelas prevalecem, sendo
o presente capítulo conduzido, basicamente, visando seu atendimento.
Dependendo da situação, a SEGAR pode ser diretamente afetada pela atitude da
população. É, pois, importante que as tropas procurem desenvolver uma atitude
favorável. Neste sentido, devem ser orientadas para respeitar os costumes, os
hábitos e as propriedades pública e privada. As faltas não serão toleradas, quer
de parte da tropa em geral, quer de parte dos elementos que tiverem a seu
encargo contato direto com a população, inclusive nas ações policiais-militares.
Nos escalões pertinentes, devem ser designados militares/órgãos para a
correspondente ligação com os habitantes e autoridades locais.
b) Responsabilidade pela SEGAR
A responsabilidade geral pela SEGAR dos GptOpFuzNav cabe ao comandante
do Componente de Apoio de Serviços ao Combate (CASC). Dependendo do
vulto e composição da força, das dimensões da área e das possibilidades do
inimigo, poderão ser atribuídas tarefas, quer para a segurança de determinados
setores em particular, quer na iminência de ameaça inimiga de maior vulto.
Basicamente, cada elemento de combate é o responsável pela segurança de sua
área de retaguarda, enquanto todos os demais elementos localizados nessas áreas
devem ser responsáveis pela própria segurança orgânica.
Os elementos de primeiro escalão só devem ser empregados na SEGAR em
situações de emergência ou forte ameaça inimiga. Isto poderá ocorrer, por
3ª PARTE
OPERAÇÕES COMPLEMENTARES
CAPÍTULO 11
OPERAÇÕES HELITRANSPORTADAS
11.1 - INTRODUÇÃO
Os helicópteros podem ser utilizados para transportar tropa nos diversos tipos de
operações ofensivas e defensivas e apoiar as várias formas de manobra táticas
pertinentes às mesmas. Seu emprego proporciona ao comandante as vantagens de
mobilidade, velocidade, surpresa, flexibilidade e emprego de tropas descansadas.
Um exame corrente da situação possibilitará avaliar a oportunidade e as possibilidades
de empregar os helicópteros e tirar proveito de sua influência no combate.
11.2 - CARACTERÍSTICAS DAS FORÇAS HELITRANSPORTADAS
11.2.1 - Possibilidades
Forças helitransportadas podem:
- atacar partindo de qualquer direção;
- desembarcar próximo ou sobre os objetivos;
- atingir áreas inacessíveis a outros meios;
- transpor ou contornar obstáculos ou posições inimigas;
- rapidamente concentrar-se, dispersar-se ou desdobrar-se de modo a fazer face às
contingências do combate, aprofundar suas ações, diminuir sua vulnerabilidade a
um ataque inimigo, obrigá-lo a reagir prematuramente ou expor suas forças; e
- operar sem depender de vias de transporte.
Os helicópteros permitem o emprego da maioria do poder de combate no escalão de
ataque, graças à possibilidade de prover alta mobilidade e flexibilidade à reserva.
11.2.2 - Limitações
As operações das forças helitransportadas podem sofrer limitações em face de:
- condições meteorológicas que não impediriam operações terrestres convencionais;
- relativa vulnerabilidade ao fogo antiaéreo, mísseis e armas de pequeno calibre;
- disponibilidade de aeronaves para o movimento aéreo e apoio de fogo;
- dificuldade de durar na ação até a realização da junção com forças de superfície
ou recebimento de reforços pelo ar;
- exposição ao fogo e contra-ataques, principalmente durante o desembarque;
- relativamente pouca quantidade de viaturas;
11.5.5 - Retraimento
O emprego de helicópteros em apoio ao retraimento imprime considerável
velocidade à operação. Previamente, faz-se necessário um retraimento da força que
irá retirar-se, até ZDbq cobertas e abrigadas dos fogos diretos do inimigo, com a
finalidade de preservar a integridade das aeronaves.
11.5.6 - Ação retardadora
A tropa helitransportada, por sua flexibilidade e mobilidade, é particularmente apta
à realização da ação retardadora. Enquanto a infantaria retarda o inimigo em sua
posição, os helicópteros de reconhecimento e ataque pressionam a vanguarda
inimiga e engajam alvos em profundidade. Por sua vez, os helicópteros de emprego
geral podem estar cumprindo missões de apoio ao combate e de apoio logístico.
11.6 - EMPREGO EM OPERAÇÕES DE JUNÇÃO
Nas operações de junção, os helicópteros poderão ser empregados quer pela força de
junção, quer pela estacionária, transportando elementos de segurança e de ligação. A
necessidade de um planejamento detalhado e a preocupação com o estabelecimento de
eficientes medidas de coordenação e controle são fundamentais numa junção entre
elementos de superfície. Com a participação de tropa helitransportada, estas
considerações avultam de importância. As características e vulnerabilidades das
aeronaves exigem ligações flexíveis e sistemas de reconhecimento eficientes.
11.7 - PLANEJAMENTO
O planejamento de uma operação helitransportada envolve dois aspectos: o do
movimento aéreo e o referente ao emprego da tropa. Este último não implica em
alteração das concepções doutrinárias ligadas às operações terrestres, embora demande
atenção quanto as possibilidades e limitações dos meios de transporte.
A concepção de uma operação helitransportada envolve a idéia de manobra, seu
respectivo plano de apoio de fogo e demais aspectos vistos no capítulo 4, além de um
plano de desembarque. Se previstos, serão elaborados, também, os planos para o
resgate da tropa ou sua junção com forças progredindo por terra.
Embora o estudo do plano de desembarque não faça parte do presente manual,
algumas observações são válidas, em face de sua influência no planejamento e
execução de operações terrestres. Em virtude dos prazos disponíveis e das próprias
condições de emprego da tropa, os documentos que integram o planejamento de um
movimento helitransportado nem sempre apresentam detalhes como nas operações
anfíbias, como por exemplo nos escalões subunidade e abaixo, durante as operações
continuadas em terra. Em qualquer situação, contudo, é mandatório ter atenção às
condições de segurança da tropa e das aeronaves.
A existência de procedimentos operativos padronizados, o adestramento constante e o
ensaio da tropa com os elementos aéreos, contribuirão para o aprestamento e aumento
da eficácia conjunta durante a operação.
11.8 - CONDUTA
A conduta da tropa que realiza uma operação helitransportada variará com o propósito
da missão. Basicamente, os procedimentos descritos no desembarque helitransportado
no assalto anfíbio cobrem as operações de maior vulto, sofrendo as adaptações
necessárias em se tratando de ações menores.
CAPÍTULO 12
OPERAÇÃO DE JUNÇÃO
12.1 - INTRODUÇÃO
Uma operação de junção compreende as ações de duas forças terrestres amigas que
buscam estabelecer o contato físico entre si, em um ambiente hostil.
É realizada, normalmente, entre uma Forca Estacionária e uma força móvel,
denominada Força de Junção, podendo ser realizada também entre duas forças em
movimentos convergentes. Neste caso, uma delas será designada Força de Junção e a
outra agirá como a estacionária.
A operação compreende duas etapas. Na primeira, a Força de Junção estará
desenvolvendo uma ação ofensiva, enquanto a Força Estacionária estabelecerá uma
postura defensiva para assegurar a posse da área onde terá lugar a junção propriamente
dita, o que concretizará a segunda etapa.
A organização e as condições de emprego dos GptOpFuzNav, seja em OpAnf, seja em
operações subseqüentes em terra, evidenciam a freqüente necessidade de se agrupar
tropas, o que faz crescer a importância do conhecimento das ações pertinentes a este
tipo de operação.
12.2 - PROPÓSITOS
Uma operação de junção pode ter um ou mais dos seguintes propósitos:
- emassar forças de modo a concentrar poder de combate para emprego posterior em
outras operações;
- conduzir elementos de combate e/ou de apoio em reforço a tropas que estejam
operando em local afastado das demais forças amigas;
- substituir, em posição, uma tropa isolada ou ultrapassá-la para prosseguir ou iniciar
um ataque;
- auxiliar uma tropa que esteja lutando para romper o cerco aliviando a pressão
inimiga;
- permitir que duas forças independentes conduzam movimento convergente; e
- estabelecer a ligação com forças de infiltração ou com outras forças amigas.
De qualquer modo, dadas as dificuldades de tal operação, antes de decidir realizá-la,
devem ser avaliados os riscos decorrentes e as possibilidades de alcançar os efeitos
desejados por outros meios.
12.3 - PLANEJAMENTO
O planejamento da junção deve ser executado com antecedência, demandando integral
coordenação no preparo das diretivas. Essencialmente, seguirá o estabelecido para as
operações básicas, com as adaptações necessárias a atender às características
pertinentes.
12.3.1 - Relações de comando
O comandante superior das forças envolvidas estabelece as relações de comando
bem como define responsabilidades a serem observadas antes, durante e após a
junção. Dentre as alternativas de que dispõe, poderá escolher entre comandar ele
mesmo a operação, designar para tal o comandante de uma das forças envolvidas ou
criar um comando especialmente com este propósito.
A diretiva determinando a realização da junção especificará as relações de comando
e responsabilidades já mencionadas, conterá instruções sobre local e prazos para a
ativação do comando da operação, bem como especificará, no que for possível,
detalhes sobre a hora, local ou locais em que se efetivará a junção.
12.3.2 - Estabelecimento de ligações
É essencial o estabelecimento de ligações entre as forças envolvidas, seja durante o
planejamento, seja durante a realização da operação. Quando for prevista junção
com forças estrangeiras, devem ser selecionados intérpretes.
12.3.3 - Segurança das tropas amigas
As circunstâncias em que se desenvolvem as ações podem acarretar alto risco para
as tropas envolvidas, principalmente quando a junção se torna iminente. Deste
modo, devem ser estabelecidas minuciosas medidas para assegurar o
reconhecimento mútuo e, assim, evitar choque entre forças amigas. Dentre as
medidas incluem-se braçadeiras, painéis, bandeirolas, marcação nas viaturas,
recursos eletrônicos de identificação, meios infravermelhos, sinais por gestos, etc.
Com os cuidados devidos, artifícios pirotécnicos, fumaça colorida, meios sonoros e
senha e contra-senha poderão ser utilizados em terreno coberto ou em condições de
visibilidade reduzida. As medidas citadas devem ser previstas não só para o
reconhecimento entre os elementos de superfície como, também, ar superfície,
sendo todas incluídas nas diretivas de ambas as forças.
ZR PLib
T
LCt
LCt
LCt
PI
SSÃO
EIXO DE PROGRE
LCt
LCt
LCt
as mesmas. Devem ser facilmente identificáveis por ambas e situados onde o(s)
eixo(s) de progressão (EProg) da Força de Junção intercepta(m) as posições
avançadas dos elementos de segurança da Força Estacionária.
Pontos alternativos serão escolhidos de modo a fazer face a quaisquer mudanças
na situação. A quantidade de PJç principais e alternativos dependerá das
possibilidades da Força Estacionária para guarnecê-los, do terreno, do inimigo e
do número de eixos de deslocamento da Força de Junção. Os PJç alternativos
devem ser escolhidos de modo a evitar que determinada ameaça ao PJç principal
também se constitua em ameaça que o inviabilize.
e) Outros pontos
Quando for prevista uma ultrapassagem após a junção, serão demarcados pontos
iniciais e pontos de liberação, para assinalar o deslocamento da Força de Junção
no interior da zona de ação da Força Estacionária.
As medidas de coordenação e controle usadas nesse tipo de operação são
detalhadas no CGCFN-60 Manual de Comando e Controle nos GptOpFuzNav.
12.6 - PLANEJAMENTO DO APOIO DE FOGO
Os planos de apoio de fogos serão também coordenados detalhada e previamente, com
vistas a permitir o apoio mútuo e a segurança de ambas as tropas.
Normalmente, a Força de Junção estará apta a desencadear maior volume de fogos
dada sua maior capacidade de transportar meios. A Força Estacionária também poderá
apoiar a de junção, com as limitações decorrentes do material e suprimentos
disponíveis.
De acordo com o estabelecido pelo escalão superior às forças envolvidas, quando a
junção se tornar iminente, a coordenação dos fogos passará ao controle do escalão
responsável pela junção, o mesmo acontecendo após a conclusão da operação.
12.6.1 - Medidas de coordenação de fogos
Serão estabelecidas pelo comandante designado para a operação de junção e
incluirão, normalmente, as Linhas de Coordenação de Apoio de Fogo (LCAF), as
Linhas de Segurança de Apoio de Artilharia (LSAA) e as Linhas de Coordenação
de Fogos (LCF).
ESTÁGIO INICIAL
LP/LC
LC AA
LCAF
AF
LS RT
LSAA
Z
FORÇA
FORÇA DE ESTACIONÁRIA
JUNÇÃO
LP/LC
JUNÇÃO IMINENTE
LCAF
LSAA ZRT
LCF
FORÇA DE FORÇA
JUNÇÃO ESTACIONÁRIA
LCF
JUNÇÃO EFETIVADA
LCAF
LSAA
ZRT
CAPÍTULO 13
INCURSÃO
13.1 - CONCEITOS BÁSICOS
A incursão é uma ação ofensiva levada a efeito em área hostil ou sob o controle do
inimigo, envolvendo uma ação audaciosa e coordenada não ligada à conquista de
objetivo(s), embora possa ocorrer uma ocupação temporária, seguindo-se uma retirada
planejada.
Embora uma incursão possa produzir danos materiais e morais no inimigo, bem como
venha a apresentar significado psicológico, tático ou mesmo estratégico para o lado
amigo, enfim, tenha o seu valor e necessidade, nunca pode ser considerada como a
principal operação a ser realizada por uma força.
É mandatório que uma força de incursão (ForInc) atinja seu(s) objetivo(s) sem ser
detectada, execute sua(s) tarefa(s) o mais rápido possível e realize uma retirada
ordenada. Na maioria das vezes a ForInc retrairá em direção às linhas amigas. Uma
exceção é o caso de força deixada à retaguarda do inimigo quando da realização de
movimento retrógrado (ver inciso 7.2.2), ocasião em que, após a incursão, acontece o
regresso para uma região de homizio até que ocorra a sua retirada por meios aéreos ou
o seu retraimento posterior de acordo com o planejamento realizado.
Para infiltrar-se e para retrair da área, a ForInc pode deslocar-se a pé, por viaturas,
embarcações ou aeronaves, sendo o helicóptero um excelente meio para prover-lhe
mobilidade, velocidade e flexibilidade. Normalmente, a combinação de métodos
produzirá melhores resultados, devendo ser considerado, porém, que a principal
preocupação quando da infiltração é a manutenção do sigilo e quando da retirada é a
rapidez. Deve-se, ainda, buscar a utilização de meio/itinerário diferentes da inserção
para a retirada.
As incursões podem ser realizadas visando um ou mais dos seguintes propósitos:
- capturar pessoal ou material importantes;
- resgatar pessoal amigo;
- destruir alvos críticos (pessoal ou material);
- obter informes;
- inquietar o inimigo;
- elevar o moral das próprias tropas e/ou das aliadas; e
- dissimular outras operações.
ocorrer quando for prevista a destruição de uma força ou de uma instalação de vulto
do inimigo. Normalmente são empregadas forças no valor unidade e acima, sendo o
sigilo quebrado logo ao início da entrada da tropa na área hostil.
Ambas as situações podem ser utilizadas para inquietar o inimigo ou dissimular outras
operações.
Uma variante das duas situações apresentadas ocorre quando uma força é deixada à
retaguarda do inimigo durante um movimento retrógrado, retraindo para uma área de
homizio após realizar uma incursão. Devem ser previstas, nesse caso, ações que
retirem esta força da área sob o controle do inimigo em tempo hábil de modo a
salvaguardá-la da destruição.
13.4 - DISTRIBUIÇÃO DE FORÇAS
Quando se tratar de uma incursão para executar tarefas de reconhecimento de ponto ou
área a tropa será organizada e atuará com preponderância de elementos de
reconhecimento. Neste caso, sendo realizado um deslocamento em força, a tropa
atuará como em um reconhecimento em força.
Quando se tratar da execução de tarefas de combate – destruição, captura, demolição,
resgate, etc - normalmente a ForInc será organizada em um comando, elementos de
reconhecimento - quando for prevista a obtenção de informes - de assalto, de
segurança e de cobertura (Fig. 13.1). Tais designações são apenas uma indicação geral
tendo em vista que a organização específica vai depender dos fatores da decisão.
13.4.1 - Comando
Será organizado de acordo com o vulto e a missão da força de incursão. Poderá ter
EM, elementos de comunicações e de apoio de serviços ao combate.
13.4.2 - Elemento de reconhecimento
Nas incursões visando obter informes, será o componente da força de incursão que
cumprirá a tarefa mais importante. Poderá ser subdividido de acordo com a
abrangência das tarefas a executar.
13.4.3 - Elemento de assalto
É o responsável pela execução da tarefa mais importante da ForInc para as missões
que não as de reconhecimento. Poderá ser subdividido e conter grupos para apoio
de fogo nas proximidades do objetivo, bem como grupos para a execução de tarefas
especiais: tiro de precisão, demolição, busca, resgate, captura, padioleiros, etc.
FORÇA DE
INCURSÃO
ELEMENTO DE ELEMENTO DE
COMANDO SEGURANÇA
RECONHECIMENTO
FORÇA DE
INCURSÃO
FORÇA DE
INCURSÃO
GRUPO DE
EQUIPE DE TEREFAS EQUIPE DE
SEGURANÇA ESPECIAIS ApF
na ação, etc. Serão previstos fogos, ainda, para apoiar o desengajamento e cobrir a
retirada.
Quando a ForInc não puder ser apoiada pela tropa amiga em posição ou pelo fogo
naval, terá que contar apenas com o apoio aéreo e com os meios que eventualmente
venha a conduzir. Poderá receber, ainda, meios transportados por helicópteros ou
lançados por pára-quedas.
13.6 - APOIO DE SERVIÇOS AO COMBATE
A curta duração da operação, as peculiaridades de sua execução, os efetivos
normalmente empregados e a carência de meios de transporte demandam um
planejamento detalhado do apoio logístico. Apenas o material estritamente necessário
ao cumprimento da missão será conduzido. Sua adequabilidade e quantidade serão
testadas nos ensaios.
Normalmente, não será previsto o ressuprimento da força; entretanto, poderá ser
necessário o lançamento aéreo de itens críticos, principalmente quando a retirada
prolongar-se além do esperado.
Dependendo da situação, alguns itens poderão ser armazenados em locais selecionados
da área em poder do inimigo, sendo conduzidos previamente por meios clandestinos.
Deve ser previsto o adequado atendimento às baixas e, quando for o caso, de pessoal
amigo resgatado ou prisioneiros. A evacuação deve processar-se o mais cedo possível
e pelos meios mais rápidos disponíveis.
13.7 - MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE
A natureza descentralizada da operação, sua rapidez e a necessidade de segurança
impõem a existência de medidas de coordenação e controle precisas e simples.
A hora para o desencadeamento da ação principal poderá ser imposta pelo escalão
superior, com vistas a coincidir com um planejamento específico de sua alçada, ou ser
deixada a critério do comandante da ForInc. Neste caso, ele a selecionará de modo a
obter as maiores chances de sucesso.
Além das medidas de coordenação e controle próprias da infiltração, detalhadas no
capítulo 3, e das operações ofensivas, detalhadas no CGCFN-60 Manual de Comando
e Controle nos GptOpFuzNav, em uma incursão utilizam-se os pontos de reunião no
objetivo e as posições para os escalões de segurança e de cobertura.
13.7.1 - Ponto de reunião no objetivo
É o local onde a ForInc realiza os preparativos finais para as ações no objetivo e
para onde retorna após executá-las. Deve ser facilmente identificável no terreno,
afastado de vias de provável trânsito do inimigo, prover coberta e abrigo, bem
como possuir possibilidade de defesa a toda volta. Deve situar-se próximo ao
objetivo, mas a uma distância tal que as atividades em seu interior não sejam
detectadas a partir daquele. Adicionalmente, deve estar convenientemente longe, de
modo que, ao retrair, a tropa possa desengajar antes de atingi-lo.
13.7.2 - Posições para os elementos de segurança e de cobertura
Organizadas de acordo com o vulto e as tarefas dos elementos que as ocuparão.
13.8 - ENSAIO
As possibilidades de êxito aumentam consideravelmente quando a força de incursão é
submetida previamente a um adestramento especial, culminando com um ensaio em
terreno e condições semelhantes aos da operação prevista, com os militares equipados
com o armamento e o material prescritos para a operação.
No ensaio serão testados o desempenho da tropa, as medidas de coordenação e
controle, os fatores de tempo, distância e as providências logísticas, inclusive
equipagens especiais. O ensaio permitirá, ainda, a seleção do pessoal com efetivas
condições de participar da operação e de executar as tarefas especiais.
13.9 - RETIRADA
Os planos para a retirada são elaborados simultaneamente com os da incursão; devem
ser tão detalhados e cuidadosamente elaborados como estes.
Levarão em conta a duração provável da ação no objetivo e a esperada reação do
inimigo. Serão previstos itinerários diferentes para a inserção e para o retorno e
planejadas as ações a serem desenvolvidas para cobrir a movimentação da força.
13.10 - CONDUTA
Quando for previsto que a ForInc deva atingir o objetivo sigilosamente, seu
deslocamento se dará utilizando uma ou mais faixas de infiltração podendo, ainda,
ser a tropa inserida por um dos meios de transporte já apresentados.
Em qualquer caso, deverá atingir uma área ou ponto de reagrupamento antes de se
deslocar para o Ponto de Reunião no Objetivo (PRO). Outra situação a considerar é
quando a força de incursão, pelo seu vulto ou por outros condicionantes, desloque-se
por várias faixas de infiltração e alcance várias ARgpt.
Nesta situação, que exige mais cuidados com a coordenação e controle, deverá
ocupar vários PRO e iniciar as ações a partir de cada um.
ESCALÃO DE
COBERTURA
LP
ESCALÃO DE
SEGURANÇA
LP
PRO
ESCALÃO DE
ATAQUE
audácia utilizadas para a ação principal, deve ser esperada uma diminuição do ritmo
ofensivo da tropa, causada pelo desgaste dos integrantes da ForInc e pela atuação do
inimigo, bem como pela necessidade de conduzir as baixas, prisioneiros e pessoal
libertado, conforme o caso.
De acordo com o planejamento, a ForInc será extraída por meio de helicópteros,
embarcações ou outros meios, ou realizará o retorno às linhas amigas por infiltração,
desenvolvendo, se necessário, ações semelhantes a um movimentos retrógrado,
culminando com um acolhimento.
CAPÍTULO 14
OPERAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO
14.1 - INTRODUÇÃO
A substituição de forças em combate é inerente à conduta do mesmo. Quando as
operações táticas se estendem por períodos prolongados, será necessária a substituição
periódica das unidades empregadas, visando um ou mais dos seguintes propósitos:
- considerar necessidades ditadas pelo planejamento, como, por exemplo, prosseguir
no ataque em outra direção;
- restaurar o poder de combate de uma força, substituindo-a por outra descansada; e
- preparar a força substituída para uma operação que exija equipamento e/ou
adestramento de caráter específico.
14.1.1 - Tipos de substituição
As substituições são classificadas como: substituição em posição, ultrapassagem e
acolhimento.
14.1.2 - Considerações comuns aos três tipos
Quando da realização de tais operações, é normal a ocorrência de concentração e
congestionamento de tropa e de meios, pois durante algum tempo duas forças
estarão ocupando a mesma zona de ação (ZAç) ou setor de defesa, constituindo-se
em objetivo compensador. Para reduzir a vulnerabilidade decorrente, é
indispensável a existência de planos detalhados e estreitamente coordenados entre
os participantes, bem como rapidez, sigilo e cerrada cooperação em todos os
momentos, até os mais baixos escalões.
A força que vai substituir deve estar perfeitamente familiarizada com o
planejamento da força a ser substituída, desde a diretiva básica até os planos de
apoio de fogo, de barreiras, etc.
Tendo em vista o requisito segurança, é preferível que as ações sejam realizadas em
períodos de visibilidade reduzida. Além disso, um reconhecimento minucioso deve
ser realizado, de preferência, à luz do dia, incluindo, quando apropriado, as
posições, as instalações, os itinerários, etc.
O controle de trânsito é de suma importância, sendo obtido pelo balizamento dos
itinerários, estabelecimento de prioridades para sua utilização, instalação de postos
de controle e emprego de guias.
A segurança mútua das tropas é outro fator a ser avaliado, uma vez que elementos
conhecimentos que dispuser sobre o inimigo, bem como obter outros conforme
solicitado.
c) Terreno e condições meteorológicas
O terreno representa fator importante na operação, devendo ser minuciosamente
reconhecido desde a(s) zona(s) de reunião (ZReu) da tropa substituta até as
posições da substituída. Os itinerários de cada uma devem prover proteção e
evitar cruzamentos e congestionamentos. O terreno em direção ao inimigo deve
ser também reconhecido, com os detalhes permitidos pela situação e levando em
conta o propósito da operação. Do mesmo modo, deve ser considerada a
importância das condições meteorológicas, uma vez que a visibilidade reduzida
facilita o sigilo e a segurança.
d) Meios disponíveis
O valor, o dispositivo e o armamento da tropa substituída devem ser
considerados para permitir o estabelecimento de itinerários, prioridades e
conduta das ações. Quando se tratar de substituição para continuar uma
defensiva, cabe analisar a existência de diferenças entre a organização e o
armamento das duas tropas, devendo ser realizados os ajustes necessários, de
modo a que não haja solução de continuidade na ação.
e) Tempo disponível
A avaliação dos prazos estabelecidos tem influência na rapidez, no sigilo e na
segurança. Assim, em princípio, a operação poderá ser realizada em uma ou
mais noites. Se em apenas uma, aumentará a concentração da tropa e sua
vulnerabilidade, mas diminuirão as possibilidades de detecção, pela rapidez em
que será concluída. Entretanto, se realizada em mais de uma noite, diminui a
vulnerabilidade mas aumentará a possibilidade de detecção e conseqüente reação
do inimigo.
14.2.4 - Conceito da operação
A substituição deve ser planejada sem que haja enfraquecimento da posição.
Quando for prevista a continuação da defesa, a substituição é normalmente
realizada homem por homem e arma por arma. Quando se tratar de prosseguir ou
iniciar um ataque, a substituição em posição poderá ser realizada por área, em
apenas uma ou mais partes da zona de ação ou setor de defesa, pois a tropa que
substitui se deslocará, posteriormente, conforme a ação planejada. De qualquer
PLib Pel
Avcd
PLib Cia
rápida, porém pode ser mais facilmente detectada pelo inimigo. Quando três
elementos subordinados estiverem à frente, o do centro pode ser substituído em
primeiro lugar e, a seguir, os dos flancos, simultaneamente. Pode-se, também,
substituir os elementos dos flancos à uma, seguindo-se o do centro.
d) Apoio de fogo
Os meios de apoio de fogo podem ocupar posições de tiro da tropa que sai ou
ocupar novas posições, desde que o terreno e a situação o permitam.
Quando a substituição for realizada nas mesmas posições, é necessário um
planejamento cuidadoso para evitar não só a solução de continuidade no apoio
como, também, a formação de alvo compensador pela concentração de pessoal e
de material. Caso a operação seja realizada em mais de uma noite, no mínimo
uma peça por bateria será substituída na primeira ocasião, para obter dados de
regulação de tiro.
Normalmente, os elementos de apoio de fogo e o pessoal de ligação/observação
permanecem em posição até o final da substituição dos elementos de combate.
Tal procedimento garante a possibilidade de desencadear os fogos necessários
durante a fase crítica da operação. Assim como para os elementos de combate, a
seqüência de substituição e conseqüente transferência de responsabilidade dos
elementos de apoio de fogo deve ser claramente definida.
Caso seja decidido que elementos de apoio de fogo substituídos permaneçam em
apoio às operações subseqüentes, deve ser desenvolvido um planejamento
cuidadoso, com vistas a definir responsabilidades quanto ao apoio a ser prestado
e para evitar a formação de alvo compensador.
e) Troca de armamento e equipagens
As condições de visibilidade, o tempo disponível e outros fatores intervenientes
na operação podem acarretar que a tropa substituída deixe em posição
determinadas armas e equipagens, por troca com material da tropa substituta.
Para sua realização, deve ser considerada a compatibilidade do material, da
munição, e as prescrições do comandante que determinou a substituição.
Além disso, são repassados, também, os planos de fogos, roteiros de tiros,
circuitos telefônicos e relatórios de campos de minas.
f) Apoio de serviços ao combate
Os principais aspectos referentes ao apoio de serviços ao combate a serem
ultrapassagem.
14.3.4 - Conceito da operação
A tropa que realiza a ultrapassagem deve visualizar, principalmente, o desembocar
do ataque subseqüente e a tropa em posição deve organizar-se para prestar-lhe todo
o apoio possível.
a) Ataque subseqüente
Para o desembocar do ataque, são levadas em conta as considerações já
estudadas nas operações ofensivas, bem como selecionados os itinerários de
progressão e os Pontos de Passagem (PPsg), onde se dará a ultrapassagem
propriamente dita.
Os itinerários de progressão devem ser cobertos, abrigados e facilitar a
movimentação da tropa. Por sua vez, os PPsg devem ser escolhidos, sempre que
possível, em áreas não ocupadas por elementos em posição e onde não estejam
previstas outras operações capazes de despertar a atenção do inimigo. Será
estabelecido o menor número possível de PPsg capaz de garantir facilidade e
rapidez na ultrapassagem.
b) Apoio à ultrapassagem
Normalmente, o apoio ao combate prestado pela tropa em posição consiste na
indicação de passagens em campos de minas, apoio a uma possível transposição,
fornecimento de guias e provimento de apoio de fogo. Neste particular, com
vistas à facilidade de controle, apenas os meios que executam fogos indiretos
serão utilizados, enquanto que os meios da tropa que ultrapassa se posicionam
para apoiar a continuação do ataque.
Quanto ao apoio de serviços ao combate, normalmente, a tropa em posição
provê controle do trânsito e de civis, participa da evacuação de baixas e de
prisioneiros de guerra e facilita a utilização de suas instalações como, por
exemplo, de abastecimento de água.
c) Passagem de comando
Como na substituição em posição, o momento e as circunstâncias da
transferência da responsabilidade - passagem de comando - pela área em que se
realiza a ultrapassagem devem ser perfeitamente estabelecidos pela autoridade
superior que determina a operação, ou estabelecidas de comum acordo entre os
comandantes interessados.
PLib
PPsg
PI
na área de acolhimento, desde que não haja prejuízo para as forças em posição.
Estas devem fornecer guias desde os pontos de ligação até a retaguarda, seguindo a
tropa que retrai pelos itinerários de retraimento e pontos de passagem (Fig 14.3).
Deverão, ainda, controlar o trânsito com vistas a proporcionar rapidez ao
deslocamento.
PI
PPsg
PLib
14.5.2 - Ultrapassagem
Será preferencialmente empregada quando:
- não houver tempo suficiente para realizar uma substituição em posição;
- for necessário variar o dispositivo para o ataque;
- houver necessidade de apoiar o ataque com os meios de apoio de fogo de ambas
as tropas;
- for prevista radical mudança na direção do ataque;
- for necessário manter contínua pressão sobre o inimigo; e
- for possível obter rapidez nas ações.