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Nutrição Esportiva
Nutrição Esportiva
Aula 1 – 07/08
Introdução à Nutrição aplicada ao Exercício Físico
Diferença de conceitos
Todo exercício físico é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um
exercício físico.
- Atividade Física: qualquer atividade que se tem um gasto calórico
acima do metabolismo basal. (Atividades corriqueiras)
- Exercício Físico: é uma atividade física, ou seja, tem um gasto calórico
acima do metabolismo basal, porém é um exercício completamente
sistematizado, onde se tem conhecimento da intensidade, duração, frequência
e tipo.
- Treinamento Físico: é o treino periodizado, ou seja, se traz
especificamente protocolos de treino para um momento pré-competição,
sistematizando tipos específicos de treino com o objetivo de atingir uma
melhora na aptidão física especificamente para um momento.
- Aptidão Física: divide-se em dois grupos que diferencia um atleta de
um esportista ou praticante de exercício físico.
- Relacionada à saúde: é o que normalmente os praticantes de
exercício físico almejam, objetivando uma melhor composição corporal, aptidão
cardiorrespiratória e resistência muscular.
- Relacionada ao desempenho esportivo: normalmente é o que
atletas tem como objetivo principal e prioridade, pois tem um treinamento físico
com o objetivo de melhorar a coordenação, agilidade, flexibilidade, força,
velocidade e equilíbrio, a depender de sua modalidade de esporte.
Atleta x Esportistas
- Atleta: treina com objetivo específico, normalmente para melhorar o
condicionamento físico com o objetivo de melhorar a performance em uma
modalidade esportiva específica, não é estético e nem saúde.
*Treinamento: é específico para desenvolver adaptações fisiológicas do
exercício, que são mudanças fisiológicas que se adquire com o treinamento e
que faz o atleta ser melhor em sua modalidade.
- Esportista: aquele que pratica exercícios físicos por lazer e/ou pela
busca de uma composição física desejada e que o objetivo principal, em geral,
não é de melhoria de performance ou participação em competições.
Gasto Energético no Exercício Físico
O Gasto Energético no Exercício Físico, tanto o esportista, mas principalmente
o atleta, tem muito maior gasto energético quando comparada a pessoas
sedentárias.
Diante disso, não é apenas o gasto de energia, ou seja, a quantidade de
energia que se coloca na dieta do atleta que vai melhorar a performance na
sua modalidade.
As necessidades nutricionais serão diferentes a depender de vários aspectos,
dentre eles: - tipo de exercício
- fase de treinamento
- momento de ingestão “nutri time”
Intensidade do Exercício
Parâmetros utilizados para quantificar a intensidade de um exercício, variando
para cada indivíduo:
Concentração sanguínea de lactato;
Frequência cardíaca (FC).
Consumo de oxigênio (VO²): volume de oxigênio consumido durante o
exercício físico.
- VO² Máx.: consumo de oxigênio utilizado na sua máxima intensidade no
exercício, calculado a partir do débito cardíaco (DC), que é o volume sistólico x
a Frequência Cardíaca, e a diferença de concentração de oxigênio
arteriovenosa
VO² Máx. = débito cardíaco (DC) x diferença arteriovenosa
Volume sistólico x FC / (O²) arterial e venoso
Parâmetros de VO² Máx.
- Leve: 20% à 50% de VO² Máx.
- Moderado: 50% à 75% do VO² Máx.
- Intenso: > 75% do VO² Máx.
A intensidade é subjetiva, não existe intensidade que seja igual para todos.
Cada pessoa quando fizer um exercício terá uma percepção de esforço e nível
de intensidade diferente do outro, pois existe vários aspectos que interferem
nessa questão: idade, gênero, quantidade de gordura corporal, genética, etnia,
maturação biológica e o nível de treinamento do sujeito.
Exemplo:
Corrida (8,3 km/h) = 9 METs x Peso e os minutos do exercício = volume de
oxigênio consumido
*Indivíduo de 70kg correndo 8km/h (9 METs) por 1 hora.
O ATP é uma molécula que possui ligações de alta energia (entre os fosfatos),
ATP alto é igual a reservas de energia alta, ADP alto igual a reservas baixas.
Temos como degradar o ATP para liberar energia a partir da ATPase que é
uma enzima que catalisa a reação.
O sistema ATP-CP é nada mais que uma creatina ligada a um fosfato. Essa
creatina serve como um depósito de fosfato, para que no momento em que for
preciso produzir energia ela possa transferir o fosfato para o ADP ( ATP) e a
cretina ficará sem o fosfato, quem catalisa essa reação é a CPK (creatina
quinase; esse é um exame que pode ser realizado como marcador
cardiovascular, pode ocorrer alterações nele se o paciente fizer EF antes de
realizá-lo).
Temos creatina principalmente em nosso músculo, mas quem mais
produz creatina é o fígado e rins (creatina endógena) na ordem de 1g/dia e
também podemos consumir a creatina (exógena), sendo a principal fonte a
carne vermelha.
O objetivo de suplementar a creatina é aumentar os estoques de creatina. Se
enquadra em ergogênicos.
METABOLISMO DO CARBOIDRATO
Aula 3 – 04/09
O que é a fase EPOC? Fase EPOC é uma sigla para consumo excessivo de
oxigênio pós exercício, que na realidade se trata de um consumo de O2 que
ocorre ao parar o EF. Além disso, já foi visto que temos uma fase inicial no
início da maioria dos EF que é chamada de déficit de O2, então temos pós EF
a fase EPOC e no início do EF um déficit de O2. Lembre-se que ao falarmos de
consumo de O2 se trata de gasto energético, cada litro de O2 corresponde ao
gasto de 5kcal.
Quando estamos a começar um EF, principalmente em uma intensidade
maior há esse déficit de O2, pois não usamos muito O2 nessa fase devido a
utilização de vias anaeróbias, porém foi visto que após o EF há ainda muito
consumo de oxigênio até se estabilizar, essa é a fase EPOC. A imagem acima
se trata da fase EPOC em um EF moderado, a abaixo se trata de um EF
intenso.
Há algumas hipóteses do porque essa fase EPOC existe. Por que eu gasto
energia mesmo após ter parado?
Ressíntese de Creatina-Fosfato
Conversão do lactato em glicose
Restauração de reservas musculares e sanguíneas de O2
Temperatura corporal alta
Níveis altos de hormônios (adrenalina alta pós EF)
Voltando a falar de metabolismo lipídico
Recomendações energéticas
SBME
Entre 30 e 50kcal/kg
Obs: Adulto de ambos os sexos, praticantes de EF tradicionais, que
fazem o exercício moderadamente devem consumir de 2000 a 3000kcal.
Se for um atleta masculino de modalidade de mais longa duração como
a maratona pode ser de 3000 a 5000kcal.
ISSN
Praticantes de exercícios tradicionais: 25 a 35kcal/kg
Se for alguém que faz EF de moderada intensidade (todos os dias de
domingo a domingo 1 hora de moderada a alta intensidade) 40 a 70
kcal/kg
Se for atleta de elite 150 a 200kcal/kg. Um atleta de 100 a 150 kg pode
chegar até 12.000kcal
Altas quantidades de necessidade energética são um problema devido à
falta de apetite, principalmente os que fazem EF de alta intensidade.
A melhor solução para isso é fracionar a dieta, evitando o acúmulo de
calorias em poucas refeições e principalmente aumentar alimentos de
alta densidade energética. Em muitas vezes são necessários
suplementos (maltodextrina, dextrose). Alimentos como azeite, mel,
castanhas...
ACSM
Cálculo do instituto de medicina (fórmula da EER) + cálculo dos MET’s.
Transcrição – Esportiva - 11/09/2023
Recomendações de carboidrato
Temos recomendações de carboidrato TOTAL e as que chamamos de nutring
time (pré-treino, intratreino e pós-treino)
Recomendações TOTAIS de CHO (ISSN)
O ISSN traz recomendações de dois tipos (há uma terceira), que é:
Para praticantes de EF tradicional que é de 45 a 55%, ou em gramas
que é de (3 – 5g/kg/dia);
Atletas envolvidos em treinamentos de moderado à alto volume, que
objetivam manter os estoques de glicogênio, seja hepático ou muscular.
A recomendação é de 5 a 8g/kg/dia ou uma recomendação absoluta,
que não tem relação com o peso do atleta, que é de 250 a 1200 g de
carboidrato p/dia.
Também há uma terceira, que é para atletas envolvidos em EF de alta
intensidade e alto volume. Para esses atletas podemos recomendar de
8 – 10g/kg/dia, ou em valor absoluto de 400 – 1500 g/dia (400*4 =
1600kcal de CHO/dia; 1500*4 = 6000kcal de CHO/dia).
A recomendação da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício do Esporte.
Essas recomendações são mais gerais, ela distingue o atleta que o
intuito é a otimização e recuperação muscular que é de 5 – 8g/kg/dia,
o que seria um atleta envolvido em uma atividade de treinamento
moderado ou até de alto volume.
No caso de atletas envolvidos com atividade de longa duração ou
treinos associados ou não intensos, o indivíduo deveria consumir em
torno de 10g/kg/dia.
Comentário: É uma recomendação desatualizada e não iremos utilizá-la muito.
ACSM (Colégio Americano de Medicina Esportiva)
Quando se faz um EF de baixa intensidade (praticantes comuns de
EF) ele recomenda de 3 – 5g/kg/dia, que fica de acordo com a
recomendação do ISSN.
De moderada intensidade, 5 – 7 g/kg/dia, indivíduos que estão
envolvidos em uma atividade que é diária, ou toma maior parte da
semana (5 a 6 dias, uma hora por dia) p. ex., musculação diária de
forma intensa, corredores...
Esportes de endurance, indivíduos que fazem EF de moderada a
alta intensidade de 1 – 3 horas/dia. A recomendação fica em torno
de 6 – 10g/dia.
Praticantes envolvidos em treinamentos mais extremos, 4 – 5h/dia,
ou até mais, de EF extenuantes. A recomendação é de 8 – 12g/dia.
O ACSM preconiza também a metodologia do carregamento de
carboidrato, que é utilizada pré-competição de grande duração, como o
caso de maratonas e triatlos, é recomendado pelo ACSM nessa
metodologia em torno de 10 – 12g/kg CHO/dia. Indivíduos que já tem uma
dieta por volta de 5, 7, à 8g/kg/CHO/dia, quando ele vai se submeter a uma
competição como essas existe esse protocolo que geralmente se inicia
48h (pode ser 36h também) antes do evento que possui na dieta um teor
de carboidrato muito maior, por volta de 10 – 12g/kg/CHO, com o objetivo
de otimizar ao máximo os estoques de glicogênio para aquela
competição, chama-se de carregamento de carboidrato.
Comentário: O ISSN não traz essa metodologia, o ACSM, sim!
NUTRING TIME
PRÉ-TREINO
O objetivo de fornecermos o carboidrato no pré-treino, o primeiro e mais
importante passo para qualquer atleta competidor, é para que ele tenha um
bom desempenho naquela modalidade que ele se submeterá. É importante
ressaltar que existem atletas que iniciam seu EF no estado de jejum, ou às
vezes em uma recuperação incompleta (quando é algum esporte que há mais
de uma competição em um intervalo de tempo curto, p. ex., vôlei, um jogo pela
manhã outro à tarde...), que é quando não há um bom consumo pós-treino e
ele inicia a competição com o glicogênio depletado.
Quando falamos em atleta, principalmente em fase de competição o
treinamento mais intenso, a recuperação do glicogênio deve ser feita o mais
rápida o possível, diferentemente dos praticantes de EF normais. Lembrando
que depleção de glicogênio é um dos principais fatores relacionados a fadiga
muscular. Diante disso:
O ISSN traz que o indivíduo não poderia estar em jejum nas quatro horas
anteriores aquela execução de EF. O objetivo é que aquele carboidrato seja
digerido e assimilado nos tecidos muscular e hepático como glicogênio. Então
as refeições pré-treino não deveriam se resumir a aquele “lanchezinho” antes
de um EF, mas sim nas 4 – 6h antes do EF.
P. ex., se eu me alimentei o dia inteiro mal não será uma refeiçãozinha
pré-treino que fará milagre, leva tempo para recuperar o glicogênio.
Tenho que estar pensando em glicogênio horas antes para que ele seja
reconstituído/ressintetisado de forma gradativa. O ISSN bate muito na tecla de
que a maior parte das refeições pré, pós e afins, podem fazer parte da sua
refeição normal. A depender do horário que o indivíduo irá se submeter ao EF,
as vezes o pré-treino pode ser o almoço, o jantar, às vezes o lanche da tarde,
não necessariamente uma refeição a parte das outras, normalmente é normal
tentar essa refeição “normal” (do dia-a-dia) como refeição pré, pós... e tentar
adequar elas a isso.
O ISSN traz uma recomendação que seria para amenizar o dano. Nessa
refeição pré-treino, que pode ser realizada como lanche de 30 – 60 min, o ideal
que seja 60, antes do treino, será mais leve, não dá para colocar alimentos que
demoram a digestão como uma carne. Nessa recomendação o ISSN diz que
deve haver não só carboidrato como proteína também, para carboidrato a
recomendação é de 50g, e com uma proporção de 5:1 de proteína, ou seja, 5g
de CHO para 1 de PTN (em uma refeição de 50 g de carboidrato, deveria ter de
5 – 10g de proteína). O objetivo dessa pequena parcela de proteínas nessa
refeição é para que aumente a disponibilidade de aminoácidos para o tecido
muscular, diminuindo o catabolismo de proteínas que é inerente ao processo
do EF, durante o EF o catabolismo supera a síntese, e uma redução do dano
muscular que ocorre durante o EF.
O ACSM traz mais destrinchada as recomendações para pré-treino:
ISSN
Essa ingestão geralmente se dá em soluções, com percentuais de
concentração de 6 a 8% e essa recomendação deveria ocorrer junto com a
associação de eletrólitos.
O ISSN traz a recomendação de 30 – 60 g/CHO/h
SUPLEMENTO X ALIMENTO
PÓS-TREINO
METABOLISMO DE LIPÍDEOS
Exercícios de mais longa duração são os que mais utilizamos lipídeos como
substrato energético. Porém para que isso ocorra há algumas etapas a serem
cumpridas:
Dentre as etapas que temos que seguir para produzir energia ao final,
precisamos passar por todas. A lipólise, primeira etapa (etapa de mobilização),
não me garante a oxidação da gordura e posterior produção de energia.
DIETA CETOGÊNICA
A dieta cetogênica é por natureza um tipo de low carb, mas não
necessariamente uma dieta High protein. O seu grande diferencial é a
quantidade de gordura, que é uma dieta que tem um percentual de 60 – 80%,
com o objetivo de direcionar o metabolismo mais para o uso de combustível
lipídico, é tanto que se fala que gera um estado de cetose fisiológica (não é
patológica, pode chegar a ser, mas depois de um prazo de 8 – 12 semanas) ou
nutricional, que é quando temos uma produção de corpos cetônicos maior que
o natural devido ao consumo dessa gordura e o fígado metaboliza o substrato
em corpo cetônico.
Mas qual o objetivo dela na performance?
Alguns estudos relatam que indivíduos com uma dieta com maior teor de
gordura causa maior oxidação de ácidos graxos livres, maiores níveis de
triglicerídeos plasmáticos e também intramuscular, e com isso começou a ideia
de que a cetogênica poderia ser viável para performance. Desse modo a dieta
cetogênica iria dispor mais substrato para a via anaeróbia e consequentemente
irá ter menor depleção de glicogênio. A tática é tentar aumentar o desempenho
aumentando a dependência de gordura, no início teria dificuldades, mas com o
tempo conseguiria, com o tempo haveria uma adaptação e a gliconeogênese
iria suprir as necessidades de carboidrato.
SUPLEMENTOS
TRIGLICERÍDEOS DE CADEIA MÉDIA (TCM)
ÔMEGA 3
Há alguns estudos que tentam comprovar que ele ajuda no ganho de massa
muscular, não há comprovação. Tem alguns estudos que tentam mostrar que
devido aos efeitos anti-inflamatórios eles podem auxiliar na inflamação típica do
EF, não se tem comprovação do mecanismo, quando se tentou comprovar a
respeito do mecanismo fisiológico suplementando o ômega 3 pós EF não
conseguiu se comprovar, mas o interessante é que quando foi para a prática há
um efeito benéfico do ômega 3 que é diminuição da dor muscular tardia. Para
atletas, essa dor muscular tardia pode ser um problema, e o ômega 3 DHA e
EPA, demonstrou a diminuição da dor muscular tardia, não se tem certeza do
mecanismo.
L-CARNITINA
A carnitina leva o ácido graxo para dentro da mitocôndria, então se eu
aumentar os níveis de carnitina irei oxidar mais. Não é um mecanismo tão
simples e por enquanto não há comprovação, não afetando o metabolismo de
gordura.
HIDRATAÇÃO
CONSEQUÊNCIAS DA DESIDRATAÇÃO
Provoca uma queda do desempenho, devido a perda da capacidade de regular
a temperatura.
Diminui a capacidade de trabalho e de força muscular.
Deprime o glicogênio muscular provocando instabilidade respiratória.
O indivíduo se cansa mais rápido, a fadiga central é um parâmetro importante
para a desidratação.
O recurso ergogênico dos atletas mais importante é a água, pois a água,
durante o EF é uma das formas mais eficazes de manter de manter a
capacidade de continuar realizando o EF.
PARÂMETROS QUE SÃO MODIFICADOS DURANTE O PROCESSO DE
DESIDRATAÇÃO
FINALIZADO
HIDRATAÇÃO ANTES DO EF
O ISSN traz a recomendação de: Na noite anterior antes de dormir consumir
500ml de água ou bebida isotônica; Mais 500ml ao acordar e tomar de 400 –
600 ml de água ou bebida antes da prática física.
O ACSM traz a recomendação de 5 – 10ml/kg nas duas a quatro horas
antes do Efe ressalta que deve consumir sódio em líquidos e alimentos.
DURANTE O TREINO
ISSN 0,5 – 2L/h de EF de 15 em 15 minutos
ACSM 0,4 – 0,8L/h e também de sódio 300 a 600mg/hr ou 1,7 a 2,9g de sal
de cozinha
PÓS TREINO
ACSM: 1,25 a 2,5 L de líquido para cada 1kg de peso perdido
Os ácidos graxos são ativados e transportados para dentro das
mitocôndrias
As enzimas da oxidação de ácidos graxos nas células animais estão
localizadas na matriz mitocondrial, como demonstrado em 1948 por
Eugene P. Kennedy e Albert Lehninger. Os ácidos graxos com cadeias
médias ou curtas, isto é, com comprimento de 12 carbonos ou menos,
entram na mitocôndria sem a ajuda de transportadores de membrana.
Os ácidos graxos de cadeia longa, aqueles com 14 carbonos ou mais,
que constituem a maioria dos ácidos graxos livres obtidos da dieta ou
liberados do tecido adiposo, não conseguem passar livremente
através das membranas mitocondriais – eles precisam passar pela
lançadeira da carnitina. Primeiro, os ácidos graxos devem ser ativados
pela acil-CoA-sintetase dos ácidos graxos de cadeia longa, uma
isozima específica para esses ácidos graxos. As isozimas estão
presentes na membrana mitocondrial externa, onde promovem a
reação geral
Ácido graxo + CoA + ATP acil-CoA graxa + AMP + 2Pi ΔG′° = –34
kJ/mol (17-1)