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Cardoso Ernesto

Sistemas Discreto: Conversores A/D


(Licenciatura em Engenharia Eletrónica)

Universidade Rovuma
Nampula
2023
Cardoso Ernesto

Sistemas Discreto: Conversores A/D


(Licenciatura em Engenharia Eletrónica)

Trabalho de pesquisa da disciplina de


Sistemas de Controlo Automático II, a ser
apresentado a Faculdade de Engenharias e
Ciências Tecnológicas, Departamento de
Engenharias para efeitos avaliativos
relativo ao 2º semestre do 4º ano.
Orientado pelo: Eng.º Faizal Mulavua

Universidade Rovuma
Nampula
2023
Resumo
Os sistemas discretos conversores A/D são uma ferramenta importante para a conversão de
sinais analógicos em digitais. Com o avanço da tecnologia, eles se tornaram cruciais em
diversas áreas como a medicina, telecomunicações e automotiva. Este trabalho de pesquisa
têm como objetivo apresentar uma visão geral sobre o funcionamento dos sistemas discretos
conversores A/D, seus principais tipos e aplicações. Os sistemas discreto conversores A/D
são fundamentais para diversas aplicações, como telecomunicações, processamento de
imagem, automação industrial, entre outras. Conclui-se que o estudo desses sistemas é de
extrema relevância para o avanço tecnológico e aprimoramento de diversas áreas de
conhecimento.
Neste trabalho de pesquisa, foram utilizados os conceitos de teoria dos sinais, sistemas
discretos e conversores A/D. A metodologia empregada consistiu em uma revisão
bibliográfica sobre o tema, seguida de uma análise comparativa entre os principais tipos de
conversores A/D existentes, como o conversor flash, o conversor por aproximações
sucessivas, o conversor sigma-delta e o conversor pipeline. Os resultados obtidos mostraram
as características, as vantagens e as desvantagens de cada tipo de conversor A/D em termos
de velocidade, resolução, complexidade e consumo de energia. As conclusões apontaram
que não há um tipo ideal de conversor A/D para todas as aplicações, mas sim que cada tipo
deve ser escolhido de acordo com os requisitos específicos do sistema em que será utilizado.

Palavras-Chave: Sinais. Digitalização. Conversor Analógico Digital.


Abstract
Discrete A/D converters systems are an important tool for converting analog signals into
digital signals. With technology advances, they have become crucial in various areas such
as medicine, telecommunications, and automotive. This research paper aims to present an
overview of the operation of discrete A/D converters systems, their main types, and
applications. The discrete A/D converter systems are fundamental for various applications,
such as telecommunications, image processing, industrial automation, among others. It is
concluded that the study of these systems is of utmost relevance for technological
advancement and improvement in various areas of knowledge.
In this research paper, the concepts of signal theory, discrete systems and A/D converters
were used. The methodology employed consisted of a bibliographic review on the topic,
followed by a comparative analysis between the main types of existing A/D converters , such
as the flash converter, the successive approximation converter, the sigma-delta converter and
the pipeline converter. The results obtained showed the characteristics, advantages and
disadvantages of each type of A/D converter in terms of speed, resolution, complexity and
energy consumption. The conclusions pointed out that there is no ideal type of A/D converter
for all applications, but rather that each type should be chosen according to the specific
requirements of the system in which it will be used.

Key – word: Signal. Digitalization. Analog-to-Digital Converters.


Índice
Índice de figuras .................................................................................................................... 6

1. Introdução....................................................................................................................... 7

1.1. Contextualização ..................................................................................................... 7

1.2. Objetivos ................................................................................................................. 7

1.2.1. Objetivo geral .................................................................................................. 7

1.2.2. Objetivos específicos ....................................................................................... 7

1.3. Justificativa ............................................................................................................. 8

1.4. Metodologia ............................................................................................................ 8

2. Fundamentação Teórica ................................................................................................. 9

2.1. Teoria dos sinais e sistemas .................................................................................... 9

2.1.1. Sinais analógicos e digitais .............................................................................. 9

2.1.2. Sinais e sistemas de tempo contínuo e discreto ............................................... 9

2.1.3. Conversão e digitalização de sinais ............................................................... 10

2.1.4. Aquisição de dados ........................................................................................ 15

2.2. Conversor A/D (ADCs) ........................................................................................ 16

2.2.1. Características de ADCs ................................................................................ 17

2.2.2. Tipos de ADCs ............................................................................................... 17

2.2.3. Arquiteturas típicas para aplicações de ADCs ............................................... 20

3. Conclusão ..................................................................................................................... 21

4. Bibliografia................................................................................................................... 22
Índice de figuras
Figura 1. Exemplos de sinais (a) Analógico e contínuo no tempo, (b) Digital e contínuo (c)
Analógico e discreto (d) Digital e discreto .......................................................................... 10
Figura 2. Conversores analógico-digital (ADC) e digital-analógico (DAC, usados para
interfacear um computador com o mundo analógico. ......................................................... 11
Figura 3. Amostragem Ideal ............................................................................................... 13
Figura 4. Amostragem Real ................................................................................................ 13
Figura 5. Diagrama simplificado de um circuito S/H ........................................................ 14
Figura 6. Quantização ......................................................................................................... 14
Figura 7. Erro de quantização ............................................................................................. 15
Figura 8. Sistema de aquisição de dados genérico ............................................................. 15
Figura 9. Sistema de Controlo Digital em Malha Fechada ................................................ 16
Figura 10. Processo de conversão AD ................................................................................ 17
Figura 11. ADC de aproximações sucessivas: (a) diagrama em bloco simplificado; (b)
fluxograma de operação....................................................................................................... 18
Figura 12. ADC de rampa digital. ...................................................................................... 18
Figura 13. ADC flash de três bits ....................................................................................... 19
Figura 14. ADC de rampa dupla ........................................................................................ 19
7

1. Introdução
A maior parte dos sistemas eletrônicos tem em seu núcleo um processamento digital; desde
os sistemas mais familiares como Televisão, Computadores Pessoais, Vídeo Cassetes, etc.
até sistemas mais especializados em ambientes industriais e científicos. Desde que o mundo
real que nós habitamos é essencialmente de natureza analógico, há a necessidade de se usar
dispositivos que convertam os sinais do mundo real para o domínio digital ocupado pelo
processador. Os dispositivos descritos nesta seção são um grupo que desempenham esta
função. (Bernardo, 2020)
Os sistemas discretos conversores A/D têm sido muito utilizados na atualidade para a
conversão de sinais em diversas áreas, sendo assim um tema de grande relevância. Eles são
responsáveis por transformar os sinais analógicos em sinais digitais, tornando mais fácil sua
manipulação e processamento
1.1.Contextualização
Com o avanço da tecnologia, houve uma crescente necessidade de se converter sinais
analógicos em digitais. Os sistemas discretos conversores A/D tem sido utilizados em
diversas áreas, como medicina, telecomunicações e automotiva. Esses sistemas possibilitam
manipular e processar os sinais de forma mais precisa, tornando possível realizar análises e
diagnósticos mais precisos.
Com o avanço da eletrônica e o aumento do uso de circuitos digitais, entender os princípios
de funcionamento desses sistemas é essencial para projetar e desenvolver dispositivos e
sistemas eletrônicos de alta qualidade.
1.2.Objetivos
Ao concluir este trabalho de pesquisa o leitor deve ser capaz de:
1.2.1. Objetivo geral
➢ Apresentar uma visão geral sobre os sistemas discretos e conversores A/D.
1.2.2. Objetivos específicos
➢ Explicar o princípio de funcionamento dos sistemas discretos conversores A/D;
➢ Caracterizar os principais tipos de sistemas discretos conversores A/D;
➢ Descrever as principais aplicações desses sistemas e identificar as vantagens e
desvantagens de cada tipo de sistemas;
➢ Identificar os principais tipos de conversores A/D existentes.
8

1.3.Justificativa
Os sistemas discretos conversores A/D têm uma grande importância na atualidade em
diversos campos. Conversão analógica digital é uma técnica que facilita o processamento de
sinais e, portanto, pode ser considerada uma ferramenta fundamental para dispositivos
eletrônicos e sistemas complexos. O uso desses sistemas tornou-se cada vez mais presente
em áreas como a medicina, automotiva e indústria, tornando assim importante o estudo
desses sistemas.
A pesquisa sobre sistemas discreto conversores A/D é relevante, uma vez que esses sistemas
desempenham um papel fundamental na conversão de sinais analógicos em sinais digitais,
possibilitando a manipulação e processamento desses sinais em diferentes dispositivos e
sistemas eletrônicos. Além disso, compreender os princípios de funcionamento e as técnicas
utilizadas nos conversores A/D é essencial para o desenvolvimento de novas tecnologias e
aprimoramento de sistemas existentes.
1.4.Metodologia
O trabalho foi realizado por meio de revisão bibliográfica, em que foram utilizados artigos
científicos, livros e sites especializados sobre o tema. As informações coletadas foram
organizadas em tópicos específicos para uma melhor compreensão do assunto tratado.
A metodologia utilizada neste trabalho consistiu em uma análise bibliográfica de artigos
científicos e livros especializados na área de sistemas discreto conversores A/D, de acordo
com a 6ª edição das normas APA.
9

2. Fundamentação Teórica
2.1.Teoria dos sinais e sistemas
2.1.1. Sinais analógicos e digitais
Um sinal é uma função que representa uma quantidade física ou matemática, que carrega
informação do comportamento ou natureza de determinado fenômeno. Sinais analógicos e
digitais descrevem a natureza do sinal no eixo das amplitudes que corresponde ao eixo y em
um gráfico bidimensional. Assim podemos descrever que sinais analógicos são sinais que
podem assumir um número infinito de valores em sua amplitude (intervalo contínuo de
amplitudes), enquanto sinais digitais podem assumir somente um número finito de valores
em sua amplitude (intervalo discreto de amplitude).

De acordo com (Tocci, Widmer , & Moss, 2011) uma quantidade digital terá um valor
especificado entre duas possibilidades, como 0 ou 1, BAIXO ou ALTO, verdadeiro ou falso,
e assim por diante. Na prática, uma quantidade digital como uma tensão tem um valor que
está dentro de faixas, e definimos que valores dentro de determinada faixa possuem o mesmo
valor digital. Por exemplo, para a lógica TTL sabemos que 0 a 0,8 V = 0 lógico 2 a 5 V =
1 lógico A qualquer tensão na faixa de 0 a 0,8 V, atribui-se o valor digital 0, e a qualquer
tensão na faixa de 2 a 5 V, associa- -se o valor digital. Os valores exatos de tensão não são
importantes, porque os circuitos digitais respondem da mesma maneira a todos os valores de
tensão dentro das faixas determinadas. Por outro lado, uma quantidade analógica pode
assumir qualquer valor ao longo de uma faixa contínua e, o mais importante, seu valor exato
é relevante. Por exemplo, a saída de um conversor analógico temperatura-tensão pode ser
medida como 2,76 V, representando uma temperatura específica de 27,6°C. Em outras
palavras, cada valor de uma quantidade analógica tem um significado diferente. Outro
exemplo dessa natureza é a tensão de saída de um amplificador de áudio para um alto-falante.
Essa tensão é uma quantidade analógica porque cada um dos valores possíveis produz uma
resposta diferente.

2.1.2. Sinais e sistemas de tempo contínuo e discreto


Dois tipos de sinais são importantes para o desenvolvimento de um conversor que são sinais
de tempo contínuo (𝑥(𝑡)) e de tempo discreto (𝑥[𝑛]) . Sinais são ditos contínuos se
definidos para todo intervalo de tempo, na Figura 1(a) e Figura 1(b) podemos observar
exemplos de sinais contínuos no tempo. Já sinais discretos são definidos para apenas alguns
valores discretos no tempo, na Figura 1(c) e Figura 1(d) podemos observar exemplos de
10

sinais discretos no tempo. Quando ocorre uma conversão de um sinal analógico para o digital
estamos discretizando o sinal analógico, ou seja, o sinal em tempo contínuo converte para
um sinal em tempo discreto.

Figura 1. Exemplos de sinais (a) Analógico e contínuo no tempo, (b) Digital e contínuo (c) Analógico e
discreto (d) Digital e discreto

Fonte: (Silva, 2018)

2.1.3. Conversão e digitalização de sinais


A maioria das variáveis físicas é analógica por natureza e pode assumir qualquer valor dentro
de uma faixa. Como exemplo, podemos citar temperatura, pressão, intensidade luminosa,
sinais de áudio, posição, velocidade rotacional e de fluxo. Os sistemas digitais realizam as
operações internas usando circuitos digitais e operações digitais. (Tocci, Widmer , & Moss,
2011)

Qualquer informação que tenha de entrar em um sistema digital deve ser colocada no formato
digital. Quando um sistema digital, como um computador, é usado para monitorar e/ou
controlar um processo físico, temos de lidar com as diferenças entre a natureza digital do
computador e a natureza analógica das variáveis do processo. A Figura 1 ilustra essa situação.
O diagrama mostra os cinco elementos envolvidos quando um computador monitora uma
variável física presumivelmente analógica:
11

Figura 2. Conversores analógico-digital (ADC) e digital-analógico (DAC, usados para interfacear um


computador com o mundo analógico.

Fonte: (Tocci, Widmer , & Moss, 2011)

1. Transdutor. A variável física é geralmente uma grandeza não elétrica. Um transdutor


converte a variável física em elétrica. Alguns transdutores comuns são sensores de
temperatura, fotocélulas, fotodiodos, medidores de vazão, transdutores de pressão e
tacômetros. A saída elétrica do transdutor é uma tensão ou corrente analógica proporcional
à variável física monitorada, que poderia ser a temperatura da água de um grande tanque
abastecido por tubos de água quente e fria. Digamos que a temperatura da água varie de 80
a 150°F e que um sensor de temperatura e o circuito associado convertam a temperatura de
800 a 1500 mV. Observe que a saída do transdutor é diretamente proporcional à temperatura,
de forma que cada 1°F gera saída de 10 mV. Esse fator de proporcionalidade foi escolhido
por conveniência.

2. Conversor analógico-digital (ADC). A saída elétrica analógica do transdutor serve como


entrada analógica do ADC. Este converte essa entrada analógica em saída digital, que
consiste de um número de bits que representa o valor da entrada analógica. Por exemplo, o
ADC poderia converter os valores analógicos de 800 a 1500 mV para valores binários na
faixa de 01010000 (80) a 10010110 (150). Observe que a saída binária do ADC é
proporcional à tensão de entrada analógica; assim, cada unidade de saída digital representa
10 mV.

3. Computador. A representação digital da variável de processo é transmitida do ADC para


o computador, que armazena o valor digital e o processa de acordo com as instruções do
programa. O programa poderia realizar cálculos ou outras operações sobre as representações
digitais da temperatura para gerar saída digital usada para controlar a temperatura.
12

4. Conversor digital-analógico (DAC). Essa saída digital do computador está conectada a


um DAC, que a converte em tensão ou corrente analógica proporcional. Por exemplo, o
computador geraria uma saída digital na faixa de 00000000 a 11111111, que o DAC
converteria para a faixa de tensão de 0 a 10 V.

5. Atuador. O sinal analógico do DAC é quase sempre conectado a algum dispositivo ou


circuito que serve como atuador para controlar a variável física. Em nosso exemplo,
temperatura da água, o atuador poderia ser uma válvula controlada eletricamente e que
regula o fluxo de água quente para o tanque de acordo com a tensão analógica do DAC. A
velocidade do fluxo poderia variar proporcionalmente a essa tensão analógica, com 0 V não
produzindo fluxo e 10 V produzindo fluxo máximo

2.1.3.1. Filtro Anti-aliasing

O pré-filtro, também chamado de filtro anti-aliasing, que normalmente é um passabaixa ou


passa-banda usado para eliminar ou atenuar frequências mais altas que aparecem em
frequências mais baixas. O filtro é limitado em banda, ADCs tipicamente trabalham até a
frequência de Nyquist.

2.1.3.2. Amostragem ideal

No processo de conversão de um sinal contínuo no tempo para uma representação discreta,


o processo de amostragem é uma necessidade importante. No caso ideal, a amostragem se
dar através de um trem de impulso de largura infinitesimal e área unitária. O recíproco do
tempo entre cada impulso é chamada de taxa de amostragem. Ainda, o sinal de entrada é
assumido ser de banda limitada, isto é, não contém componentes no seu espectro acima de
certo valor.

Se a amostragem for feita numa frequência no mínimo duas vezes maior que a máxima
freqüência do sinal de entrada, nenhum “aliasing” ocorrerá e toda informação pode ser
extraída. Este é o Teorema de Nyquist. 𝒇𝟏 < 𝒇𝒔 − 𝒇𝟏 𝐢𝐬𝐭𝐨 é, 𝟐𝒇𝟏 < 𝒇𝒔
13

Figura 3. Amostragem Ideal

Fonte: (Bernardo, 2020)

2.1.3.3. Amostragem real

O conceito de um impulso de largura infinitesimal é usado apenas para simplificar a analises


de sistemas amostrados. De qualquer forma, isto é um conceito teórico ideal que pode ser
aproximado mas nunca alcançado na prática. De fato, o sinal real será uma série de pulsos
de período igual a recíproco da freqüência de amostragem. O resultado da amostragem com
este trem de pulsos é uma série de pulso modulados em amplitude pelo sinal de entrada.

Figura 4. Amostragem Real

Fonte: (Bernardo, 2020)

2.1.3.4. Falseamento

O objetivo óbvio na reconstrução de sinais é a reconstrução quase idêntica ao sinal analógico


original. Para evitar perda de informação, como provou Harry Nyquist, o sinal de entrada
tem de ser amostrado a uma taxa maior que duas vezes o componente de maior frequência
do sinal de entrada. Por exemplo, se a maior frequência em um sistema de áudio é menor
que 10 kHz, é preciso amostrar o sinal de áudio a 20 mil amostras por segundo para que seja
possível reconstruí-lo. A frequência na qual as amostras são obtidas é a frequência de
amostragem, FS

2.1.3.5. Circuitos S/H


14

Quando uma tensão analógica é conectada à entrada de um ADC, o processo de conversão


pode ser adversamente afetado se a tensão analógica estiver mudando durante o tempo de
conversão. A estabilidade se dá por meio de um circuito de amostragem e retenção (sample-
and-hold circuit, S-H) para manter a tensão analógica durante a conversão A/D.

Figura 5. Diagrama simplificado de um circuito S/H

Fonte: (Tocci, Widmer , & Moss, 2011)

2.1.3.6. Quantização

A quantização do valor armazenado é feita através de um circuito quantizador (conversor


AD), que executa as operações de aproximação ao valor retido. A gama de tensões na entrada,
no intervalo de limites ± VRef /2 , e o número de bits, N, definem a característica de
transferência. Cada código na saída do conversor corresponde a um intervalo contínuo de
valores de tensão na entrada. (De Lima, 2015)

Figura 6. Quantização

Fonte (De Lima, 2015)

Para um conversor de N bits as tensões de entrada são igualmente distribuídas por 2N níveis
diferentes. As fronteiras entre esses níveis são designadas de tensões de
transição, Vt(i) , com i = 1,2, . . . , 2N − 1. ! Cada par contínuo de tensões de transição define-
se um nível de quantificação. Em um conversor ideal o nível de quantificação é igual para
15

todos os códigos de saída, com excepção do código 0 e 2N −1, os quais estão associados
apenas a metade desse valor.

Uma mesma palavra digital de saída representa, de fato, um intervalo de valores analógicos
de tensão de entrada. Essa incerteza inerente à digitalização de um valor analógico é
denominada erro de quantização. O erro de quantização depende do número de bits no
conversor, juntamente com os seus erros, ruído e não linearidades.

Figura 7. Erro de quantização

Fonte: (De Lima, 2015)

2.1.4. Aquisição de dados


Existem diversas aplicações nas quais dados analógicos precisam ser digitalizados
(convertidos em digitais) e transferidos para a memória de um computador. O processo pelo
qual o computador adquire esses dados analógicos digitalizados é conhecido como aquisição
de dados. A aquisição do valor de um único ponto é a amostragem do sinal analógico, e o
ponto de dado é quase sempre denominado amostra. O computador pode aplicar os dados de
diferentes maneiras. Em uma aplicação de armazenamento, tal como uma gravação digital
de áudio ou de vídeo, o microcomputador interno armazena os dados e os transfere para o
DAC para reproduzir o sinal analógico original. Em uma aplicação de controle de processo,
o computador analisa os dados ou realiza cálculos para determinar as saídas de controle a
gerar.

Figura 8. Sistema de aquisição de dados genérico

Fonte: (Bernardo, 2020)


16

2.2.Conversor A/D (ADCs)


Os conversores analógicos digitais (Analog-to-Digital Converters-ADCs) são utilizados na
interface entre os dispositivos digitais (Digital Signal Processor, microcontroladores,
microprocessadores, dentre outros) e dispositivos analógicos que atuam na leitura de
sensores, vídeos e digitalização de áudio. Esse tipo de conversão possui vantagem por
compactar os dados economizando espaço no disco ou na largura de banda. São sistemas
responsáveis pelo processamento de sinais analógicos com o propósito de modificar e extrair
informações para a conversão em sinais digitais. (Silva, 2018)
Um conversor analógico-digital recebe uma tensão analógica de entrada e, após certo tempo,
produz um código digital de saída que representa a entrada analógica. O processo de
conversão A/D é mais complexo e consome mais tempo que o D/A, e diversos métodos
diferentes têm sido desenvolvidos e usados. (Tocci, Widmer , & Moss, 2011)
Um conversor AD ideal representa unicamente todas as entradas analógicas dentro de um
certo intervalo por um número limitado de código de saída digital. (Bernardo, 2020)

Figura 9. Sistema de Controlo Digital em Malha Fechada

Fonte: (Adrielle, 2015)

A conversão analógico-digital ocorre através de um dispositivo que utiliza símbolos


constituídos por um conjunto de “bits” para representar valores contínuos de tensão. A
representação dos valores contínuos é feita de acordo com uma característica de
transferência kpreviamente definida: Esta conversão ocorre em dua fases: 1ª Fase –
Amostragem – nesta etapa do processo de conversão, o sinal analógico é amostrado
periodicamente (intervalos de tempo fixos) e convertido em um valor discreto de tensão
(numérico); 2ª fase – Quantificação – nesta fase do processo de conversão, o valor discreto
de tensão (amostrado) é convertido na forma de um número digital. (De Lima, 2015)
17

Figura 10. Processo de conversão AD

Fonte: (De Lima, 2015)

2.2.1. Características de ADCs


Resolução - A resolução de um conversor é definida como o seu número de bits. Uma
resolução de N bits significa que o conversor pode distinguir entre 2N −1 intervalos de
valores analógicos diferentes.

Tempo de Aquisição - Corresponde ao tempo necessário para o S&H amostrar e reter o


valor de uma tensão de entrada com uma exatidão pré-definida.

Tempo de Conversão - Corresponde ao tempo necessário para uma conversão completa do


ADC.

2.2.2. Tipos de ADCs


2.2.2.1. ADCs seriais
Como vimos nesta seção, muitas aplicações de aquisição de dados ADC usarão um
microcomputador para controlar o sistema e coletar os dados. Conforme previamente
mencionado a respeito de aplicações DAC, uma interface de dados paralelos para um
microcomputador exige muitos bits de portas para dar entrada aos dados. Hoje em dia,
muitos chips de ADC são projetados, em vez disso, para dar saída aos dados serialmente,
proporcionando uma interface mais eficiente em termos de custos com o resto do sistema de
aquisição de dados. Estes ADCs têm um registrador de deslocamento de entrada
paralela/saída serial (PISO) inserido para converter os dados em um fluxo de bits que tem o
clock ativado serialmente no chip do microcomputador.

2.2.2.2. ADCs de aproximações sucessivas


O conversor de aproximações sucessivas é um dos mais amplamente usados. Ele tem circuito
mais complexo que um ADC de rampa digital, mas tempo de conversão muito menor. Além
disso, conversores de aproximações sucessivas têm valor fixo de tempo de conversão que
não depende do valor analógico de entrada.
18

Figura 11. ADC de aproximações sucessivas: (a) diagrama em bloco simplificado; (b) fluxograma de
operação

Fonte: (Tocci, Widmer , & Moss, 2011)

ADCs são disponibilizados por diversos fabricantes de CIs com uma ampla faixa de
características de operação e vantagens.

2.2.2.3. Adc de rampa digital


Uma das versões mais simples do ADC da Figura 11 usa um contador binário como
registrador e permite que o clock incremente o contador um passo de cada vez até VAX ≥
VA . Ele é denominado ADC de rampa digital porque a forma de onda em VAX é uma
rampa passo a passo (em realidade, uma escada). Também é conhecido como ADC tipo
contador.

Figura 12. ADC de rampa digital.

Fonte: (Tocci, Widmer , & Moss, 2011)

2.2.2.4. ADCs flash


O conversor flash é o ADC disponível de maior velocidade, porém requer muito mais
circuitos que os outros tipos. Por exemplo, um ADC flash de seis bits requer 63
comparadores analógicos, enquanto uma unidade de oito bits requer 255, e um conversor de
19

dez bits, 1023. O grande número de comparadores tem limitado o tamanho dos conversores
flash. CIs conversores do tipo flash estão disponíveis em unidades de dois a oito bits, e a
maioria dos fabricantes oferece também unidades de nove e dez bits.

Figura 13. ADC flash de três bits

Fonte: (Tocci, Widmer , & Moss, 2011)

2.2.2.5. ADCs de rampa dupla


O conversor de rampa dupla tem um dos maiores tempos de conversão (em geral 10 a 100
ms), porém apresenta custo relativamente baixo, porque não requer componentes de precisão
como DAC ou VCO (oscilador controlado por tensão).

Figura 14. ADC de rampa dupla

Fonte: (Tocci, Widmer , & Moss, 2011)

2.2.2.6. Adc de tensão-frequência


O ADC de tensão-frequência é mais simples porque não usa DAC, usa um oscilador
controlado por tensão linear (VCO — voltage-controlled oscillator) que produz frequência
de saída proporcional à tensão de entrada. A tensão analógica a ser convertida é aplicada no
VCO para gerar uma frequência de saída. Essa frequência é enviada ao contador durante um
intervalo de tempo fixo. A contagem final é proporcional ao valor da tensão analógica.
20

2.2.2.7. Modulação sigma/delta


Outra forma de representar uma informação analógica no formato digital é a modulação
sigma/delta. Um conversor A/D sigma/delta é um dispositivo de sobreamostragem, o que
significa que ele efetua amostras em uma frequência maior que a mínima taxa de amostragem,
que é duas vezes maior que a maior frequência no sinal analógico de entrada. A abordagem
sigma/delta, como a de tensão-frequência, não produz um número de múltiplos bits para
cada amostra. Em vez disso, ela representa a tensão analógica variando a densidade de 1s
lógicos em uma sequência única de dados seriais. A modulação sigma/delta é usada tanto
em conversão A/D quanto em D/A. Uma forma de circuito modulador sigma/ delta é
projetada para converter sinal analógico contínuo em fluxo de bits (bit stream) modulado
(A/D). A outra forma converte uma sequência de amostras digitais no fluxo de bits modulado
(D/A)

2.2.3. Arquiteturas típicas para aplicações de ADCs


A maioria das aplicações de ADCs tende a cair em uma dessas quatro áreas (listadas na
ordem das velocidades de conversão exigidas da mais baixa para a mais alta): medição
industrial de precisão, voz/áudio, aquisição de dados e alta velocidade. A baixa taxa de
amostragem, alta resolução e boa rejeição ao ruído de ADCs de rampa dupla são
características ideais para monitorar sinais DC com instrumentação, como multímetros
digitais. Uma ampla variedade de aplicações de medição industrial que exigem larguras de
faixa moderadas e alta resolução, incluindo monitoramento de sensores e controle motor,
usam ADCs sigma/delta. Com sua alta resolução e sobreamostragem inerente, ADCs
sigma/delta dominam as aplicações de voz e áudio.

A aproximação sucessiva é a principal estruturação para a maioria dos sistemas de aquisição


de dados complexos que precisam digitalizar múltiplos canais de dados analógicos. A
arquitetura pipeline é uma escolha para muitas aplicações de alta velocidade como
osciloscópios digitais, analisadores de espectro, exames médicos por imagem, vídeos
digitais (DVDs e HDTV), radares, comunicações e câmeras digitais. Aplicações de
velocidade mais alta podem exigir a arquitetura de flash para ADC, a um custo relativamente
alto e baixa resolução
21

3. Conclusão
Durante o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa vimos que: os sinais analógicos são
sinais que podem assumir um número infinito de valores em sua amplitude (intervalo
contínuo de amplitudes), enquanto sinais digitais podem assumir somente um número finito
de valores em sua amplitude (intervalo discreto de amplitude). A conversão analógico-digital
ocorre através de um dispositivo que utiliza símbolos constituídos por um conjunto de “bits”
para representar valores contínuos de tensão. A representação dos valores contínuos é feita
de acordo com uma característica de transferência kpreviamente definida: Esta conversão
ocorre em dua fases: 1ª Fase – Amostragem – nesta etapa do processo de conversão, o sinal
analógico é amostrado periodicamente (intervalos de tempo fixos) e convertido em um valor
discreto de tensão (numérico); 2ª fase – Quantificação – nesta fase do processo de conversão,
o valor discreto de tensão (amostrado) é convertido na forma de um número digital.

A partir da pesquisa realizada, foi possível concluir que os sistemas discreto conversores
A/D desempenham um papel fundamental em diversas áreas tecnológicas, como
telecomunicações, processamento de imagem e automação industrial. Os sistemas discretos
conversores A/D são muito importantes para a conversão de sinais analógicos em digitais.
Eles são utilizados em diversas áreas, como medicina, telecomunicações e automotiva.
Existem diferentes tipos de sistemas, como o conversor flash, o conversor por aproximações
sucessivas, o conversor sigma-delta e o conversor pipeline, cada um com suas vantagens e
desvantagens, e é de grande importância considerá-los para escolha adequada do tipo de
conversor a ser usado. Sendo assim, é evidente que são essenciais na automação e controle
de processos.
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