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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito da 5ª Vara Criminal da Comarca de

Brasília

Káio Richard de Oliveira de Lima já qualificado nos autos, vem, por intermédio de
seu advogado, oferecer RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fundamento no artigo
396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas:

I. Dos Fatos
De acordo com a denúncia, no dia 28 de novembro de 2022, o denunciado
subtraiu 03 (três) aparelhos de celulares. Logo após consumi-los, o Sr. Réu foi
abordado por seguranças do evento e logo em seguida foi preso em flagrante. Na
delegacia, ao ser interrogado, afirmou que foi ao evento sozinho, que não
conhece Renato e que um conhecido chamado Fernando lhe ofereceu o valor de
R$ 500,00 (quinhentos reais) para sair com umas peças e que não sabia da
origem dos celulares. Em audiência de custódia, foi concedido ao réu liberdade
provisória. O Ministério Público, então, ofereceu denúncia em seu desfavor, com
fundamento no artigo 155, § 4º, IV c/c artigo 70 ambos do Código Penal.

II. Do Direito
No entanto, a acusação não merece prosperar, pois falta justa causa, conforme
exposição a seguir

a) Da absolvição por negativa de autoria


Da análise do processo, é necessário o reconhecimento de que não há
elementos probatórios suficientes para imputação do fato criminoso ao acusado.
Tendo em vista que, os depoimentos das testemunhas trazem apenas indícios,
mas não provas concretas que sejam capazes de ensejar condenação.

Em sede de interrogatório por autoridade policial, o acusado nega o crime


(negativa de autoria) que lhe foi atribuído. Afirma que estava no evento e que
não conhecia, Renato, pessoa que lhe ofereceu o valor de R$ 500,00
(quinhentos reais) pelas peças, este sendo o motivo o qual estava de posse dos
celulares.

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Vale ressaltar, que as testemunhas não presenciaram que o acusado estava
furtando os celulares e que presenciaram apenas o momento da abordagem
realizada pelos seguranças do evento.

Com relação à acusação que lhe é imposta, o réu é inocente, tendo em vista
que para a sua condenação a prova da autoria deve ser plenamente
convincente, ao passo que para a absolvição basta a dúvida, consagrando o
princípio "in dubio pro reo" contido no art. 386, V do CPP.

Portanto, a defesa declara necessário que seja reconhecido o Princípio


Constitucional do in dubio pro reo, tendo em vista que há existência de dúvidas
quanto à sua autoria acerca dos fatos e que estas devem militar sempre a favor
do acusado.

b) Do afastamento do Concurso Formal impróprio


Entende-se caracterizado o concurso formal próprio quando ocorre subtração de
bens, mediante uma só ação, num mesmo contexto fático, contra vítimas
diversas, alcançando patrimônios diferentes.

O acusado foi denunciado com o incurso na pena do artigo 155, § 4º, IV c/c artigo
70 ambos do Código Penal.

c) Do afastamento do Concurso de Pessoas


A qualificadora do concurso de pessoas não merece prosperar, tendo em vista
que no interrogatório, o acusado disse que não conhecia Renato, bem como as
testemunhas não confirmaram que viram os dois juntos.

Cabe destacar que o acusado foi abordado posteriormente ao ocorrido com o


acusado Renato. Portanto, não restou provada a unidade de desígnios e união de
esforços dos acusados.

Sendo assim necessário o afastamento da qualificadora do concurso de pessoas,


do artigo 155, § 4º, IV do CP.

d) Das circuntâncias da atenuante


Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:

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I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70
(setenta) anos, na data da sentença;

Mérito Além disso, ainda que recebida a petição inicial, deve ser absolvido
sumariamente o denunciado. Como já exposto, a conduta foi praticada com
amparo em causa de exclusão da ilicitude, sendo imperiosa a absolvição
sumária, com fundamento no artigo 397, I, do Código de Processo Penal.
Ademais, é inegável que a conduta se deu nos moldes do instituto da
insignificância, causa de atipicidade material da conduta, devendo o denunciado
ser absolvido nos termos do art. 397, III, do Código de Processo Penal.

III. Do Pedido

Diante do exposto, o réu requer a rejeição da petição inicial, com


fundamento no art. 395, III, do Código de Processo Penal. Caso, no
entanto, Vossa Excelência mantenha o recebimento, requer a absolvição
sumária do réu, com fundamento no art. 397, incisos I e III, do Código de
Processo Penal, em virtude do estado de necessidade e do princípio da
insignificância. Por derradeiro, caso os pedidos não sejam acolhidos, pede
a intimação das testemunhas ao final arroladas.
Pede deferimento.

Comarca..., data...

Advogado OAB/..., n...

Rol de testemunhas:

1. Manoel, endereço...

2. Danilo, endereço...

3. Maria, endereço...

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