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  • Terrorismo Horror e Morte Nas Olimpiadas

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    {Votre atige El cque para imprimir ' TERRORISMO: Horror e Morte nas Olimpiadas [Em um mundo que se considerava acostumado ao horror, era mais um degrau em uma eseala cada ver ‘maior de grotesco. Os assassinatos em Munique na semana passada - precedidos por 20 horas de grande drama e precipitados por um tiroteio policial terrivelmente frustrado - envolveram a maior parte do mundo em atenta atengo. Como o drama era transmitido ao vivo pela televisfo, 0 suspense envolvia a todos, evocando memérias de eventos igualmente intensamente emocionais e uma série de outros assassinatos que pareciam comegar naquele dia em Dallas em 1963. Desta vez, a reviravolta monstruosa final foi que os assassinatos ocorreram em Munique, o bergo original do nazismo -e as vitimas eram judeus. A operagio de guerrilha evidentemente foi planejada para criar o maximo de indignagao. Conseguiu, provavelmente além dos sonhos mais loucos de seus planejadores. Ao invadir a Vila Olimpica e tomar nove atletas israelenses como reféns e matar outros dois, oito jovens palestinos conseguiram expor todas as fraquezas das forgas da lei e dos governos indefesos envolvidos na crise. As falhas de seguranca, de jjulgamento de erises ¢ de operagies ¢ informagies policiais serio debatidas nos préximos meses. Além disso, a guerrilha desencadeou uma onda crescente de consequéncias diplomaticas, politicas e militares. No Oriente Médio, eles provocaram duras retaliagGes israclenses que destruiram o status quo de paz na 4rea e deixaram em davida novos movimentos em diregio a uma acomodagio mais formal. Na véspera de Rosh Hashané, o Ano Novo judaico, vos de jatos israelenses sobrevoaram as fronteiras do Libano e da Siria, realizando os ataques mais pesados nesses paises desde a guerra de 1967. Cerca de 75 avides participaram dos ataques, bombardeando oito supostas bases da guerrilha na Siria e quatro no Libano. Fontes érabes disseram que os ataques deixaram 66 mortos e dezenas de feridos. Jatos israelenses derrubaram trés aviGes sirios sobre as colinas de Gold, em vista de motoristas israelenses em férias. A Siria disse que derrubou dois avides em troca. Tropas terrestres israelenses cruzaram a fronteira libanesa para combater comandos que estavam minerando estradas em Israel. Os israclenses pareciam zangados o ssufieiente para fazer muito mais. Com a chance de que eles pudessem, o exéreito sirio rapidamente se concentrou na fronteira ‘Imagem machucada, Na Alemanha Ocidental, os assassinatos de Munique podem ser politieamente prejudiciais para o chanceler da Alemanha Ocidental, Willy Brandt. Um dos abjetivos do veri olimpico na Baviera foi demonstrar o contraste entre a Alemanha nazista de 1936 — a tiltima ver.que os Jogos foram realizados ali — e a préspera e benigna Alemanha de hoje, Essa imagem foi agora destruida, embora injustamente, pelo assassinato brutal de onze israclenses. Brandt pode se tornar vitima da decepgio dos alemies ocidentais quando ocorrerem as eleigGes, provavelmente em dezembro, Na semana passada, Brandt pediu rapidamente uma investigacio "implaeével” e uma apresentagio franca dos fatos. ‘um nivel muito inferior, a imagem benigna dos Jogos Olimpicos (ver SPORT) também foi ferida pelo horror e pelo derramamento de sangue em meio a um ambiente espléndido. Na manha seguinte aos assassinatos, uma audiéncia de 80.000 pessoas lotou 0 Estédio Olimpico para um servigo memorial organizado as pressas. Os sobreviventes da equipe israelense, fortemente protegidos, sentaram-se com os demais atletas no centro do campo. 0 estande estava coberto de preto e, pela primeira vez na historia colimpica, as bandeiras de 122 nagSes competidoras ea bandeira olimpica tremulavam a meio mastro. A Orquestra Filarménica de Munique tocou os tristes acordes do movimento fiinebre da Sinfonia Broica de Beethoven. Declarou o presidente da Alemanha Ocidental, Gustav Heinemann: "Estamos impotentes diante de um ato verdadeiramente despreaivel.” Os Jogos devem continuar? Crusty Avery Brundage, o presidente apos Internacional de 84 anos, declarou que “os Jogos devem continuar” -¢ a multiddo no estidio aplaudiu, ‘Uma consideragio ébvia era negar aos terroristas drabes a satisfagio de terem interrompido as Olimpiadas. ‘Mas a decisio foi preocupante, e 0 governo israelense protestou justficadamente que os Jogos deveriam ser interrompidos enquanto Israel lamentava seus mortos olimpicos. Muitos sentiram que a tragédia era de tal magnitude que os Jogos restantes deveriam ser eancelados. Relutantes em continuar, alguns membros 4a equipe holandesa e norueguesa silenciosamente fizeram as malas e foram para casa, mntado do Comité Olimpico ‘Seguranga Descontraida. Até a semana passada, a XX Olimpiada havia sido um enorme e feliz sucesso. ‘Nunea antes tantos recordes foram derrubados ou tantas brigas politicas esquecidas, Os alemies ocidentais até faziam questio de torcer sempre que os alemées orientais venciam, Nesse ambiente, a seguranca foi relaxada progressivamente, Inicialmente, os alemies ocidentais planejavam restringir a entrada na Vila Olimpiea, que abrigava 12.000 atletas. Mas quando os repérteres reclamaram - ¢ acusaram os segurangas de titicas da Gestapo - os oficiais abandonaram os esforgos para limitar a entrada da imprensa no vilarejo. Esquecida também foi a preocupagio anterior com a seguranca da equipe israelense. israelenses na semana passada, eles pediram hé dois meses proteco especial nos Jogos e receberam a romessa de que seriam protegidos. ‘ome disseram os Incrivelmente, nenhum dos lados aparentemente teve diividas, mesmo quando se espalharam rumores de ‘que os érabes pretendiam eausar proble instruidas pelo Departamento de Estado a ficar atentas a bombas terroristas arabes. 1a8 nos Jogos. Além disso, as empresas amerieanas foram (© mais extremista de todos os grupos terroristas frabes, o grupo Setembro Negro (ver reportagem, pagina 33), j tinha alguns integrantes na Alemanha, entre os palestinos que frequentavam universidades por I ‘Mas o planejamento e treinamento para o ataque da semana passada, de acordo com a inteligéncia israelense, foi realizado na Sitia. Israel também acusou a Siria de ajudar os fedayeen a obter autorizagées de trabalho alemis para fazer o reconhecimento e talver até mesmo usar as instalagées de ridio da embaixada para acelerar os relat6rios de situaglo de volta ao quartel-general do comando no Oriente ‘Médio, Na semana anterior ao infcio das Olimptadas, varios membros do Setembro Negro partiram para ‘Munique, viajando separadamente e em varios meios de transporte, Eles trouxeram um arsenal de ‘metralhadoras Kalashnikov mortais, pistolas ¢ granadas de mao. Assim que chegaram a Munique, eles inspecionaram cuidadosamente a Vila Olimpica; alguns conseguiram. empregos entre os 30.000 trabalhadores da aldeia. Atletas do Uruguai, que ocuparam alojamentos ao lado dos israelenses, mais tarde lembraram de ter visto érabes nas proximidades. (0s arabes partiram as 4h2o, enquanto a extensa Vila Olimpiea (veja o mapa) permanecia quieta e adormecida na escuridio antes do amanhecer, Dois atendentes telefnicos viram um grupo de jovens vestindo roupas esportivas e earregando equipamento atlético esealando 6 2/7 pés. cerca a0 redor da aldeia, Era uma ocorréncia bastante comum; muitos dos atletas olimpicos interromperam o treinamento para aproveitar uma noite na cidade e, em seguida, escalaram a cerea para entrar novamente no complexo. ‘Mas, uma vez fora de vista, o grupo drabe parou para escurecer 0 rosto com carvao ou colocar capuzes € tirar as armas de suas mochilas. Em seguida, partiram em diregio ao quartel israclense na Connollystrasse, 31, batizado, segundo uma tradiglo olimpica, em homenagem ao langador de martelo americano Harold Connolly e sua esposa tcheca, Olga, arremessadora de disco. Centro de Crise. Os 22 atletas, treinadores e dirigentes israclenses do sexo masculino dividiram cineo apartamentos no edifieio modernista de trés andares. Sem saber quantos dos apartamentos de trés, ‘comodos abrigavam israclenses, os invasores bateram em uma das portas e perguntaram em alemio: time israelense?" 0 treinador de luta livre Moshe Weinberg, 32, abriu uma fresta da porta, entio se jogou contra ela quando viu os homens armados e gritou para seus companbeiros de quarto fugirem, Weinberg foi atingido por uma rajada de tiros de submetralhadora através da porta. O boxeador Gad Zavary saltou da ‘cama, quebrou uma janela com o cotovelo e saiu. "Eles atiraram atrés de mim", disse ele. "Ouvi as balas assobiando em meus ouvidos.” Praticamente a mesma cena foi repetida em um segundo apartamento, O lutador Joseph Romano aparentemente lutou contra os intrusos arabes momentaneamente com uma faca, mas foi mortalmente ferido. Yosef Gottfreund, um 6 pés. 1 pol., 240 Ib. érbitro de luta livre, manteve uma porta fechada apesar dos esforgos de cinco arabes empurrando do outro lado, "Hevra tistalku!” Gottireund gritou em hebraico [Rapazes, saiam!]. Era tarde demais, quando a porta finalmente foi arrombada, para Gottfreund sair. Ao todo, porém, 18 israelenses conseguiram escapar. Nove que no chegaram as safdas foram feitos reféns. Eles foram amarrados de pés e mios em grupos de trés e empurrados juntos para uma cama, Por volta das 6h, a policia de Munique, alertada sobre a situagio por istaclenses em fuga, chegou e comecou a avaliar a situagao. Um Krisenstab, ou centro de crise, foi instalado no prédio da administragéo a vila, 220 metros do niimero 31 da Connollystrasse. O chefe de policia Manfred Schreiber convocou 600 homens, junto com earros blindados, para isolar area. Enquanto isso, uma equipe de ambulineta ja havia sido chamada para resgatar 0 corpo de Moshe Weinberg, que havia sido arrastado para os degraus do complexo israclense e deixado ali por dois arabes. ‘Schreiber corajosamente eaminhou até o prédio de apartamentos sitiado e foi recebido por um terrorista de boné branco e éculos escuros, Aparentemente, ele era o lider do grupo — e, como se viu, o mais fandtico, disse o chefe de policia mais tarde, "que eu poderia tentar tomé-lo como refém. Ele deve ter bido o que eu estava pensando. 'Voo? quer me levar?' ele perguntou, abrindo « mao, Eu vi uma granada de mio. Fle tinha polegar no pino Quando Schreiber perguntou sobre os reféns, ele foi informado de que os palestinos logo entregariam suas demandas. As oh, os arabes jogaram pela janela uma mensagem em inglés que listava 200 prisioneiros 4rabes atualmente detidos em prisdes israclenses ¢ exigiam sua libertagao. Também estavam na lista os rnomes de Ulrike Meinhof e Andreas Baader, Iideres de uma gangue de terroristas de esquerda alemies que roubaram pelo menos oito bancos, bombardearam postos do Exéreito dos EUA e mataram trés policiais antes que os diltimos membros fossem capturados em junho, ¢ Kozo Okamoto , 0 terrorista japonés que participou do massacre em maio passade no aeroporto de Lad, em Tel Aviv, no qual morreram 26 pessoas. Enquanto a policia lia a lista, os Jogos Olimpicos continuavam a apenas 400 metros de distancia e 2, 0s palestinos insistiram que eles e seus prisioneiros deveriam ser levados da Alemanha Ocidental para ‘qualquer nagio érabe, exceto o Libano ou a Jordania, a borde de trés avides que partiriam em intervalos. 0 jovem de chapéu branco, que usava uma meia sobre o rosto como disfarce, disse que as autoridades tinham ‘rés horas, até o meio-dia, para obedecer. Se nfo o fizessem, os reféns seriam executados na proporgio de dois a cada 30 minutos. Aessa altura, uma linha direta estava funcionando entre Munique, Bonn — onde o chanceler Brandt foi acordado com a noticia As 6ha5 — e Jerusalém, Em Israel, onde foi uma hora depois, a Premier Golda Meir Nao demorou muito para cles decidirem: 1) no negociar com os terroristas ou libertar nenhum prisioneiro, 2) dizer aos alemies que eles tinham total responsabilidade por qualquer agio de resgate e 3) indicar que Israel nfo faria objegSes caso os alemées dar aos terroristas salvo-conduto para fora do pais - desde que cles recebessem garantias le que os reféns seriam entao libertados. convocou seus conselheiros seniores para a sala subterrnea do Gabinete do prédio do Knesst Assim, o ministro do Interior da Alemanha Ocidental, Hans-Dietrich Genscher, encarregado das negociagées, estava bastante limitado nas decisées que poderia tomar. Genscher negociou pessoalmente com os terroristas e ofereceu-thes uma soma ilimitada de din ciro para a libertagao dos israclenses; os palestinos recusaram bruseamente a oferta, Genscher entdo ofereceu a si mesmo ea outros oficiais da Alemanha Ocidental como reféns no lugar dos israelenses, mas novamente foi rejeitado. Ele ganhou tempo insistindo que estava lentamente persuadindo os israelenses a mudar sua decisio sobre a libertagiio de risioneiros. Na verdade, como disse mais tarde o chefe de polfeia Schreiber, os alemaes estavam, convencidos de que "os reféns jé estavam mortos” — o que significava que seu destino havia sido selado pela decisio de no atender as exigéncias dos terroristas. Genscher corajosamente exigiu ver os reféns. Levado para um quarto de um dos apartamentos, ee viu os nove homens amarrados sentados nas camas. "Eu conversei com um", relatou o ministro do Interior depois que ele saiu. "Perguntei como ele se sentia. Ele disse que estava bem. Esperava que estivéssemos fazendo alguma coisa, ele disse." A pedido de Genscher, os arabes adiaram o prazo para a execugiio dos reféns se suas exigen is no fossem atendidas primeiro para as 15h e depois para as 17h. Ao todo, eles deveriam. alteré-lo quatro vezes antes do tiroteio climatico que encerrou a tragédia; é pelo menos concebivel que eles tenham fieado parados por mais tempo e com resultados menos horriveis. ‘As autoridades da Alemanha Ocidental jé haviam trazido 15 atiradores voluntérios da policia, que usavam coletes blindados sob uniformes esportivos, Eles foram rastreados por cdmeras de televisiio com lentes de 00m do topo da torre de TV olimpica, embora o piblico da TV nao pudesse ouvir as estranhas mensagens de radio codificadas que acompanhavam seus movimentos: "Samira para Eagle, 0 eéu esta claro". "Akal para 25, pegue o ferro, mas tenha cuidado." Por fim, o canal de TV foi totalmente desligado, na esperanca de que os frabes também estivessem observando os furtivos atiradores de elite avangando sobre eles. Mas no havia alvos suficientes para atirar. Se um atirador de cite acertasse um dos érabes que espreitava de vyex.em quando, seus eolegas lé dentro sem divida retaliariam contra os reféns, Governos em Movimento. Nesse interim, multiddes atraidas pelas reportagens ao vivo da televisio e do dio invadiram a area, Uma anfitria olimpica alema caminhou corajosamente pela rua e avistou um guerrilheiro espiando por uma porta entreaberta do prédio de apartamentos. "Se voeé se entregar", ela sgritou para ele em inglés, “nada vai acontecer.” Ele respondeu rispidamente na mesma lingua: "Nao". Um ‘coro de cem jovens judeus rompeu os corddes policiais e cantou em voz alta o Hatikvah, o hino nacional de Israel, seguido pelo hino dos direitos civis dos Bstados Unidos We Shall Overcome. "Temos que deixé-los saber que estamos com eles, que no esto sozinhos", expli¢ou um deles. O sinistro wah-wah, wah-wah das sirenes da policia ecoava por toda parte enquanto helicépteros do exército sobrevoavam. O clima dentro da Vila Olimpica mudou sob o estresse de Gemiitlichkeit para indignaggo. A certa altura, quando um terrorist apareceu em uma varanda do quartel israclense, os atletas o importunaram dos telhados adjacent “"Peguem suas armas e saiam dag Naquela época, os governos estavam em movimento em todos os lugares, mas havia mais protocolo do que feito pratico na maioria de suas comunicagies. Uma exceco foi Willy Brandt; apés uma reunio especial do Gabinete em Bonn, ele se dirigiu a Munique para orientar pessoalmente a tomada de decisées. A Sra. ‘Meir, em um discurso de dez minutos ao Knesset, o Parlamento de Israel, pediu que os Jogos fossem suspensos -¢ eles foram, as 15h45. prisioneiros, embora a decisio jé tivesse sido tomada para nao faz 0 presidente Nixon, ao acordar em San Clemente quando ja era inicio da tarde em Munique, enviou uma expressio de pesar a Jerusalém ¢ ordenou aos embaixadores dos Estados Unidos nas capitais érabes que pressionassem pela libertagio dos reféns. Com relutancia, Brandt ja havia tomado a decisio mais importante do dia. Ele havia descartado completamente a possibilidade de permitir que os terroristas fugissem com os prisioneitos, levando-os para o que as autoridades da Alemanha Ocidental estavam convencidas de que seria a morte certa. "Isso seria impossivel para um pais honrado permitir que isso acontecesse”, disse o chanceler. "Somos rresponséveis pelo destino dessas pessoas. ‘Em Bonn, o ministro das RelagGes Exteriores, Walter Scheel, fez contato com o maximo de capitais arabes que péde, mas obteve pouca ajuda ou assessoria, Na verdade, eles deixaram claro que nfo queriam se envolver de forma alguma. O embaixador da Tunisia e um representante da Liga Arabe de Bonn tentaram, sem sucesso, negociar com os terroristas, que entdo anunciaram que nfo reeeberiam mais tais emissérios. Brandt decidiu tentar mais uma ligaeio, para o presidente egipeio Anwar Sadat. As 20hig - 22h15 na capital egipcia - o chanceler ligou para o eseritério de Sadat, mas foi informado de que o presidente nfo estaria disponivel por pelo menos 90 minutos. Finalmente, Brandt foi conectado ao Premier Aziz Sidky, ‘que disse coneisamente, de acordo com relatérios de Munique: "Nao podemos fazer nada znos envolver." Os egipcios hesitaram, explicaram mais tarde, porque nao haviam sido solicitados a intereeder pelos guerrilheiros. Eles também argumentaram que os alemaes jé haviam armado uma cemboscada quando Brandl estava falando. jo queremos 0s terroristas, enquanto isso, também telefonavam para o Oriente Médio de dentro dos apartamentos -e 1ndo obtinham resposta. A certa altura, os guerriheiros ligaram para um escritério fedayeen no Libano, mas este se recusou a aceitar a ligagio. Para os alem guerrilha tivesse cancelado o ataque de Munique e estivesse abandonando os atacantes; se isso fosse verdade, os érabes de Munique poderiam ficar ainda mais desesperados do que ja estavam. isso soou ameagadoramente como se o movimento de (0 ministro do Interior, Genscher, relatou a Brandt que nao poderia deter os terroristas cada ver mais nervosos por muito mais tempo. Genscher ¢ os érabes concordaram com um novo plano. Os fedayeen ¢ os reféns seriam levados para o aeroporto de Munique e levados em um jato Lufthansa 727 para qualquer lugar que eles indicassem. Os frabes escolheram o Cairo como destino e acertaram um novo prazo para as 19h. Ambos os lados tinham outras intengSes. Um 727 voou para Fiirstenfeldbruck, uma base aérea da Alemanha Ocidental a 16 milhas de Munique. Nao foi encontrada nenhuma tripulacio disposta a embarear novamente no avido carregado de érabes ¢ israclenses; isso pouco importava, ja que os alemaes nfo pretendiam deixi-los partir. Jé havia planos para transferir atiradores de elite para Furstenfeldbruck. Os alemies esperavam que, se o intransigente lider dos drabes de boné branco pudesse ser morto, seus seguidores pudessem se render. Os érabes, como se viu, foram igualmente enganosos sobre o Cairo, Quando finalmente chegaram ao aerédromo, exigiram que uma tripulagao de oito pessoas os levasse a um. destino que s6 revelariam depois de decolarem, As 22h, quase 18 horas depois de terem comegacdo 0 ataque, os oito guerrilheiros conduziram seus risioneiros, que agora estavam amarrados com correntes e com os olhos vendados, para fora do prédio e para dentro de um énibus cinza do exército alemao. Eles foram conduzidos por um tinel sob a aldeia até uma faixa de gramado a 275 metros de distancia que havia sido convertida em um heliporto de emergéncia. Dois helic6pteros levaram os arabes e ‘em uma viagem de 25 minutos até o aeroporto de Firstenfeldbruck; um terceiro os precedia, carregando oficiais alemdes e homens da inteligéncia israelense. © aeroporto foi cercado por 500 soldaclos. Atiradores de elite foram vigiados, mas, estranha e desastrosamente, havia apenas cinco deles para abater oito érabes; o restante havia sido deixado na Vila Olimpica para o caso de os rabes apresentarem alvos de oportunidade ai. Quando os helicdpteros pousaram em Firstenfeldbruck, dois érabes saltaram e foram verificar 0 727. Outros dois pularam e, embora tivessem prometido nao usar alemes como reféns, ordenaram que as. tripulagdes do helicéptero saissem e ficassem ao lado de seus helicdpteros. . Os atiradores de elite — trés deles postados na torre de controle a 40 metros dos heliedpteros e os outros dois no eampo — foram instruidos a atirar sempre que os arabes apresentassem 0 maior niimero de alvos, Os cautelosos terroristas ‘nunca expuseram mais de quatro de cada vez. Para complicar as coisas, os atiradores de elite da policia local recusaram miras infravermelhas oferecidas pelo exéreito da Alemanha Ocidental porque nunca haviam sido treinados para usé-l por holofotes e pontilhado por sombras. Apesar disso, -s miraram através de tel sscépios regulares em um campo iluminado 0s dois érabes que guardavam as tripulagies dos helieGpteros foram atingidos e, no tiroteio que se seguiu, ‘um dos pilotos foi ferido. Um terceiro guerrilheiro na pista foi morto. Mas o lider rabe, a quem a policia ‘queria atingir acima de tudo, mergulhou sob um helicdptero e atirou de volta. Seus tiros de alguma forma apagaram as luzes e também o radio na torre de controle. Balas ricocheteando também mataram um sargento da policia de Munique que estava agachado ao lado da torre de controle. Abatalha continuou esporadicamente por mais uma hora antes que cinco guerrilheiros, ineluindo o lider, fossem mortos e trés se rendessem, Nesse intervalo, os reféns também morreram. Um grupo de quatro pessoas morreu queimado quando um terrorista jogou uma granada e incendiou o helicéptero em que estavam presos. O resto foi metralhado pelos arabes. Espalharam-se rumores, porém, de que os drabes haviam sido capturados ¢ os israelenses libertados com vida. Estranhamente, o governo aceitou os rumores sem checé-los e deu a boa noticia (ver A IMPRENSA). (© mundo se alegrou prematuramente. Até Willy Brandt foi para a cama pouco depois, convencido de que seus homens haviam conquistado um triunfo, Em Jerusalém, os istaclenses eomemoraram ¢ Dona Meit abriu uma garrafa de conhaque, pronta para fazer um brinde. Quatro horas depois, as autoridades da Alemanha Ocidental finalmente admitiram a verdade. O chefe de policia Schreiber tentou minimizar o atraso insistindo que "os reféns estavam praticamente mortos desde 0 ‘minuto em que o governo israelense se recusou a entregar os prisioneiros. Nés apenas tentamos libertar alguns dos reféns ou possivelmente todos eles, no caso de os terroristas cometeram um erro.” ‘Os homens de Schreiber haviam capturado trés dos fedayeen, dois dos quais estavam feridos, mas os lemies nem tinham certeza de quem eram. Os nomes que eles deram - Samer Mohamed Abdulah, 22; Abed Kair Al Dnavy, 21; Ibrahim Mosoud Badnar, 20 - eram mais do que provavelmente falsas. Suas fotos foram exibidas na televisdo para ver se os telespectadores poderiam identifiear os homens ¢ ajudar a rastrear seu caminho para Munique. 0 Setembro Negro exigiu sua libertagio sob ameaga de novas atrocidades. Circularam relatos de que a policia estava procurando outros 14 érabes como terroristas. A reagio frabe oficial aos eventos em Munique foi diversa. O rei Hussein da Jordania apareceu na televisio de Ami para oferecer condoléncias em arabe e inglés as familias istaclenses enlutadas. Os assassinatos, declarou o rei, eram "um crime abominavel” concebido por "mentes doentes”. O Egito, por outro lado, culpou Bonn por tudo. "Os comandos ¢ os reféns israelenses foram mortos em uma emboscada alemi, por Dalas alemas e em uma base americana na Alemanba’, disse um porta-vor do governo, ignorando o fato de {que Fiirstenfeldbruck é uma base aérea alemd e que os reféns, segundo todas as evidéncias, morreram de {ogo ou armas autométicas como os fedayeen Kalashnikovs, em vez dos rifles dos atiradores de elite, ‘Triste Ano Novo. A Libia se ofereceu para enviar um avido fretado para os corpos dos érabes mortos. Os lideres guervilheiros estavam na defensiva, "Eles no queriam mata", disse um. "Os israelenses nio teriam sido mortos se os alemées nio tivessem encurralado a operacio. E ninguém teria sido morto se os israclenses tivess sm libertado seus prisioneiros." Em Israel, uma multidao de 3.000 pessoas encontrou os caixdes de pinho das vitimas quando elas chegaram ao aeroporto de Lod a bordo de um avido especial da El Al.* Os israelenses tradicionalmente centerram seus mortos em mortalhas, mas estas estavam muito queimadas e quebradas. Viee-primeiro- ministro Yigal Allon presidiu no lugar de Golda Meir. Para a Premier, que tem 74 anos, a tragédia foi agravada pela morte de sua irma mais velha, Sheineh Korngold, 83, que emigrou de Milwaukee para Israel com ela ha 51 anos, Enquanto 0s corpos eram levados para servigas individuais, 4.000 estudantes se manifestavam no Parque da Independéncia de Jerusalém. Ma‘ariv, o maior jornal de Israel, disse: "Devemos cortar o brago do terrorismo antes que ele seja levantado para nos atacar novamente.” Embora Rosh Hashané seja a estado de compras mais intensa do pais, as lojas geralmente estavam d ‘Tova’ (Feliz Ano Novo) foi passada com énfase irénica no "feliz’ las, A saudagio habitual de "Shana No Knesset, os deputados discutiram se a pena de morte deveria ser invocada em Israel, onde foi aplicada apenas uma ver, contra Adolf Eichmann. Enquanto 0s terroristas capturados permanecerem vivos ¢ na prislo, diz.o argumento, cles serio um ineentivo para outros terroristas capturarem reféns com o objetivo de fazer uma troca, A tragédia poderia ter sido diferente? Uma ver que as decisdes politicas basicas foram tomadas - no libertar prisioneitos arabes em Israel para os reféns em Munique, nao permitir que os terroristas

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