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FACULDADE DE VETERINÁRIA

DISCIPLINA DE HEMATOLOGIA E BIOQUÍMICA CLÍNICA


PROF. FÉLIX GONZALEZ

METABOLISMO E
DEFICIÊNCIAS DAS
DEFINIÇÃO DE VITAMINA

Substâncias orgânicas presentes em quantidades muito pequenas nos


alimentos
Essenciais para o metabolismo → o organismo não as sintetiza ou as
sintetiza em baixas quantidades
Devem ser consumidas na alimentação
Sua deficiência pode provocar transtornos
Não se ajustam à classificação de macronutrientes
Não são quimicamente relacionadas entre si
CLASSIFICAÇÃO DAS VITAMINAS

Lipossolúveis
A, D, E, K → encontradas nos alimentos na fração lipídica
São absorvidas junto com a gordura da dieta
Vitaminas A, D e E podem ser armazenadas no organismo
Excretadas via bile
Vitaminas A e D podem ser tóxicas em excesso

Hidrossolúveis
Vitaminas do complexo B, vitamina C, colina, carnitina
Não se armazenam
Excesso é excretado via urinária
Relativamente não tóxicas
METABOLISMO DAS VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS
Fonte vegetal: plantas com
VITAMINA A carotenos
Fonte animal: fígado

Retinol

Ácido retinoico
Retinal

β-caroteno
VITAMINA A

Fígado armazena 90% da vitamina A; também se


armazena no tecido adiposo
Nas plantas → precursores: carotenoides
No intestino e no fígado: carotenoides são
clivados em duas moléculas de retinal
(enzima β-caroteno dioxigenase)
Absorção intestinal pode ser de carotenos e/ou
de retinal
Absorvem retinal (clivam carotenos no
intestino): ovinos, caprinos, suínos, caninos Gatos não possuem enzima
→ gordura branca clivante → não podem
Absorvem carotenos sem clivar no intestino: usar carotenos como fonte
bovinos, equinos, aves, humanos → gordura de vitamina A
amarela
Transporte sanguíneo de retinol: RBP (fígado)
VITAMINA A: CICLO VISUAL

Pigmento visual Luz


dos bastonetes
Rodopsina Transmissão do
(visão noturna)
impulso para o
nervo óptico

Opsina
(proteína)
11-cis-retinal
Trans-retinal

NAD-desidrogenase NADPH-redutase

11-cis-retinol Trans-retinol

isomerase retinol-aciltransferase
Éster de trans-retinol
VITAMINA A NO METABOLISMO

Necessária para a visão noturna


Reprodução, crescimento e manutenção
de epitélios
Síntese de glicosamina (componente de
mucopolissacarídeos: muco epitelial)
Desenvolvimento ósseo: atividade dos
osteoclastos (moldam os ossos)
Manutenção de epitélio germinativo das
gónadas
VITAMINA A: DEFICIÊNCIA

Cegueira noturna (nictalopia)


Xeroftalmia (ressecamento de conjuntiva e
córnea) → úlcera de córnea → → risco de
cegueira total
Falhas na cicatrização e na queratinização,
principalmente em trato gastrointestinal,
reprodutivo, urogenital e nos olhos
Crescimento desordenado de ossos,
problemas nas articulações
Falhas reprodutivas: baixa espermatogênese
e ovogênese
Perda de funcionalidade de epitélios →
propensão a infecções
VITAMINA A: TOXICIDADE

Crônica (10 vezes a recomendação):


malformações ósseas, fraturas espontâneas,
engrossamento da pele, anemia,
conjuntivite, alopecia, prurido
Aguda (dose única de mais de 100 mg):
náusea, vómito, fragilidade muscular
Teratogênica: doses excessivas durante a
gestação → malformação fetal
Gatos têm alta tolerância, mas pode haver
hipervitaminose A com dieta baseada em
fígado → exostose de vértebras cervicais
Carotenoides não são tóxicos: eficiência de
conversão a retinol diminui quando há
aumento de vitamina, sendo excretados
Fonte animal: pescado, ovos,
VITAMINA D óleo de fígado
Fonte vegetal: óleo de
girassol

Ergocalciferol (vegetal) Colecalciferol (animal)


VITAMINA D NO METABOLISMO

Epitélio
Considerada hormônio por exercer efeito Cálcio
intestinal
metabólico em órgão-alvo específico
(intestino) Transporte ativo
dependente de
Síntese precisa de exposição à luz solar vitamina D

Cães e gatos têm pouca quantidade do


precursor 7-deidrocolesterol e dependem de Cálcio
vitamina D na dieta
Herbívoros não têm requerimento desde que
tenham fonte de luz solar
Transportada no sangue pela proteína
transcalciferina (DBP)
Ação principal: estimula a expressão de
proteínas transportadoras de cálcio e fósforo
no epitélio intestinal
VITAMINA D: DEFICIÊNCIA

Desmineralização dos ossos (diminui


cálcio e fósforo na matriz óssea)
Historicamente ligada ao raquitismo
(osteomalácia)
Ossos frágeis, flexíveis, indução a
fraturas
Deformação de ossos longos
Inflamação das articulações (causando
dor)
Osteodistrofia renal (“raquitismo renal”)
→ insuficiência renal crônica →
excesso de fósforo → inibe produção
da enzima 1α-hidroxilase → não
produz vitamina D ativa → não
absorve cálcio do intestino →
desmineralização óssea
VITAMINA D: TOXICIDADE
A mais tóxica das vitaminas
Armazenada no tecido adiposo, lentamente metabolizada
Em excesso extrai cálcio dos ossos causando desmineralização óssea
Hipercalcemia, hipercalcinúria
Calcificação de tecidos moles
Ossos frágeis, suscetíveis de fraturas
Plantas que contêm glicosídeos com atividade de vitamina D, se
consumidas, podem causar calcinose

Solanum malacoxylon Cestrum nocturnum Trisetum flavescens


(Espichadeira) (Dama-da-noite) (Aveia amarela)
VITAMINA E Fonte vegetal: óleos vegetais,
sementes, folhas verdes, castanhas
Fonte animal: peixes

Tocoferois (α-δT)

Tocotrienois (α-δT3)

Tocol
VITAMINA E NO METABOLISMO

Tocoferol (do grego tokos= nascimento) em


óleo de germe de trigo: favorecia a
reprodução em ratos
Função antioxidante (juntamente com Tocoferol
vitamina A, vitamina C, selênio) reduzido

Constituintes de membranas biológicas


(protege fosfolipídios da oxidação)
Melhora a imunocompetência por manter
integridade de membranas e células do
sistema imune Tocoferol
oxidado (radical)
Sinergismo com selênio por atuar prevenindo
a peroxidação lipídica
VITAMINA E: DEFICIÊNCIA
Grau de deficiência depende da ingestão de
ácidos graxos insaturados e de
disponibilidade de selênio
Doença do músculo branco (Distrofia
muscular nutricional = Degeneração de
Zenker) → igual a deficiência de selênio
Lesão de músculo esquelético e cardíaco e
substituição por tecido conectivo →
estrias brancas nas fibras musculares
Animais jovens mais suscetíveis
VITAMINA E: DEFICIÊNCIA

Aparência clínica da encefalomalácia por deficiência de vitamina E em


frangos: “Doença do frango louco” → torcicolo (hemorragia e edema
do cerebelo)
Fonte vegetal: alfafa, couve-flor,
repolho, alface, brócolis,
VITAMINA K espinafre
Fonte animal: gema de ovo,
leite, fígado

Vitamina K1 (plantas)

Vitamina K2 (bactérias intestinais)

Vitamina K3 (sintética)
VITAMINA K

Última vitamina lipossolúvel a ser


descoberta (Henrik Dam, 1929)
Fonte em animais: plantas crucíferas e Trevo: uso terapêutico
bactérias intestinais (anticoagulante)

Ruminantes: não têm requerimentos


(bactérias ruminais produzem)
Antagonistas: derivados cumarínicos

Sintético: rodenticida
VITAMINA K NO METABOLISMO

Atua como coenzima de


reações de carboxilação
do ácido glutâmico na
cascata da coagulação
Essas reações ativam Glutâmico Gla (γ-carboxi-
fatores da coagulação glutâmico)

Forma reduzida: Forma oxidada:


vitamina K vitamina K 2,3-
hidroquinona epóxido

Vitamina K quinona
FATORES ATIVADOS PELA VITAMINA K NA CASCATA DA COAGULAÇÃO

Sistema intrínseco Sistema extrínseco

Ativação por contato Ativação por lesão

Tromboplastina (III) plasma Tromboplastina tecido

Proconvertina (VII)
Fator Christmas (IX) IX ativo
Ca++ (IV)
Ca++ VII

Fator Stuart-Prower (X) X ativo Fator X


Ca++ V XIII

Protrombina (II) Trombina (II ativo)


XIII ativo

Fibrinogênio (I) Fibrina Fibrina


(monómero (polímero
solúvel) insolúvel)
CASCATA DA COAGULAÇÃO

Sistema intrínseco Sistema extrínseco

Ativação por contato (lesão do


Ativação por lesão em
endotélio vascular): calicreina
tecido
Fator Hageman Fator XII
(Fator XII) ativo Tromboplastina tecido
Antecedente Fator XI (Fator tecidual, Fator III)
tromboplastínico do ativo
plasma (Fator XI) Proconvertina
Fator VII ativo
Fator IX Ca++ (Fator VII)
Fator
Ca++ ativo Ca++ (Fator IV)
Christmas (IX)

Fator Stuart-Prower (X) Fator X


Fator X Fator Estabilizador de
Ca++ ativo
Proacelerina Fator V Fibrina (Fator XIII)
(Fator V) ativo
Fator Protrombina
Antihemolítico Trombina
(Fator II) Ca++ Fator XIII
A (Fator VIII) (Fator II ativo)
ativo
Fibrinogênio Fibrina Fibrina
Via comum (Fator I) (monómero (polímero
solúvel) insolúvel)
VITAMINA K: DEFICIÊNCIA

Falha na coagulação sanguínea


Baixo nível de protrombina: tempo de
protrombina > 40 s (VR: 4-10 s)
Aumento do tempo de coagulação
Hemorragias subcutâneas e internas
Causas de deficiência
• Insuficiente vitamina K na dieta
• Falha de síntese microbiana de vitamina
K no intestino (antibióticos)
• Inadequada absorção intestinal
• Consumo de trevo contaminado com
fungos (dicumarol)
METABOLISMO DAS
VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
TIAMINA (VITAMINA B1)
Fonte vegetal: sementes,
castanhas
Fonte animal: carne

Tiamina pirofosfato (TPP)


vitamina ativa
TIAMINA

Primeira vitamina a ser descoberta (1897)


Deficiência causava beribéri por consumo de arroz
branco sem casca (Ásia) → síndrome de
debilidade generalizada, confusão mental, cãibras
Vitamina com pouca capacidade de
armazenamento
Problema com antagonistas: polifenóis (plantas),
amprólio (coccidiostático), tiaminases
(samambaia, alguns peixes)
Ruminantes obtêm da flora ruminal, cavalos do
ceco
Ratos e coelhos por coprofagia (produzida no ceco)
A TIAMINA NO METABOLISMO

Coenzima (TPP) da piruvato desidrogenase:


descarboxilação-oxidação de piruvato para Piruvato
produzir acetil-CoA
Piruvato Acetil-lipoato
Coenzima da α-cetoglutarato desidrogenase: desidrogenase
descarboxilação-oxidação de α- Acetil-TPP
Diidrolipoil
transcetilase
cetoglutarato a succinato (ciclo de Krebs)
Falha na produção de ATP (principais afetados:
neurônios) Diidrolipoil
desidrogenase
Acetil-CoA
Coenzima na síntese de ácidos graxos e
colesterol das membranas de neurônios
DEFICIÊNCIA DE TIAMINA

Falta de energia nos neurônios → beribéri


(humanos), polineurite (aves),
poliencefalomalácia (bovinos)
Problemas de obtenção de energia (não converte
piruvato em acetil-CoA) → acúmulo de lactato
(acidose láctica)
Intoxicação com amprólio (inibe absorção intestinal Polineutite por deficiência de
e fosforilação de tiamina) tiamina em um frango

Ingestão de samambaia (Pteridium aquilinum)


Critérios de diagnóstico:
Dieta com alto conteúdo energético
Aumento de lactato sanguíneo
Resposta positiva a tratamento com tiamina
Lesões cerebrais de necrose cortical bilateral Opistótono na poliencefalomalácia
(necropsia) induzida por amprólio
RIBOFLAVINA (VITAMINA B2)

Fonte animal: leite, carne, ovos


Fonte vegetal: castanhas, sementes

Riboflavina
FORMA ATIVA: FLAVINA-MONONUCLEOTÍDEO (FMN)

FMN forma oxidada FMNH2 forma reduzida


FORMA ATIVA: FLAVINA-DINUCLEOTÍDEO (FAD)

FAD forma oxidada


A RIBOFLAVINA NO METABOLISMO

Flavoenzimas catalisam reações de oxidação-


redução (mais de 100 enzimas:
desidrogenases, oxidases)
Necessária para a regeneração de glutation
reduzido nas hemácias (mecanismo
antioxidante)
Ruminantes não têm requerimentos (síntese
por bactérias ruminais)
Leite é boa fonte de riboflavina (lactantes)
DEFICIÊNCIA DE RIBOFLAVINA

Baixo crescimento
Fadiga
Inflamação da mucosa oral
Perda de pelo
Produção excessiva de lágrimas e saliva
Dermatite Em frangos: Paralisia dos
dedos tortos
Glossite
Fragilidade das hemácias
NIACINA (VITAMINA B3)
Fonte animal: leite, carne, frutos
do mar
Fonte vegetal: alimentos ricos em
triptofano (legumes, nozes,
grãos, cereais)

Niacina (ácido nicotínico)


FORMA ATIVA: NICOTINA ADENINA DINUCLEOTÍDEO (NAD)

redução

oxidação

H+

NAD forma oxidada NADH forma reduzida

NAD+ + 2H+ + 2e- NADH + H+


NIACINA

Pelagra (descrita em humanos: Espanha, 1735)


→ dermatite, diarreia, demência, morte
Relação com deficiência de proteína
(desnutrição, condições de pobreza)
Língua negra (cães, aves)
Triptofano → aminoácido limitante para
sintetizar a niacina
Ruminantes e cavalos não têm requerimentos
(síntese por bactérias ruminais / intestinais)
Gato não sintetiza niacina a partir de
triptofano: depende de inclusão de niacina
na dieta
A NIACINA NO METABOLISMO

Coenzimas NAD / NADP em reações de


oxidação-redução (mais de 200
reações)
Cadeia de transporte de elétrons →
NAD intermediário entre os
processos de oxidação dos nutrientes
e transferência de elétrons até O2 na
produção de ATP
NADP: síntese de ácidos graxos e
colesterol (processo redutivo)
DEFICIÊNCIA DE NIACINA

Dermatite
Diarreia
Baixo crescimento
Língua negra (pelagra): glossite,
gengivite → sialorreia, baixo
consumo
Milho contém pouco triptofano
(suscetibilidade a deficiência de
niacina)
PIRIDOXINA (VITAMINA B6)

Fonte vegetal: germe de trigo


Fonte animal: carne

Plantas Alimentos de origem animal


A PIRIDOXINA NO METABOLISMO

Forma coenzimática: piridoxal-fosfato (PLP)


Coenzima de mais de 60 enzimas
Reações de transaminação e descarboxilação de
aminoácidos
Coenzimas das transaminases (ALT, AST)
Participa na síntese de niacina (a partir de
triptofano)
Participa na síntese de porfirina (ácido γ-
aminolevulínico) → síntese do grupo heme
Elongação de ácidos graxos
Síntese de catecolaminas
DEFICIÊNCIA DE PIRIDOXINA

Baixo crescimento
Dermatite
Anemia
Alopecia
Lipidose hepática
Baixa resposta imune e humoral
Baixa utilização de proteínas e
aminoácidos → excessiva excreção
de nitrogênio (aumento de ureia
plasmática)
Ruminantes e cavalos não sofrem de
deficiência
ÁCIDO PANTOTÊNICO

Fonte vegetal: plantas, grãos


Fonte animal: ovos, carne

Ácido pantoico β-alanina


ÁCIDO PANTOTÊNICO NO METABOLISMO

Fator essencial de crescimento de leveduras e bactérias e,


também, para animais (pantos = toda parte)
Componente da coenzima A → atua na transferência de
grupos acila (ácidos graxos) formando tioéster com
grupo tiol

Ácido
Β-mercapto- pantotênico ADP
etilamina

Grupo tiol

Forma tioésteres
com ácidos graxos: Coenzima A
acil-CoA
ÁCIDO PANTOTÊNICO NO METABOLISMO

Participa em mais de 100 vias relacionadas com metabolismo


de ácidos graxos
Exemplo de coenzima A ligada a um ácido: acetil-coenzima A

Acetil-CoA
Β-mercapto-
etilamina

Acetila
Ácido pantotênico

Coenzima A
DEFICIÊNCIA DE ÁCIDO PANTOTÊNICO

Problemas com imunidade e síntese de


colesterol
Baixo crescimento e baixa eficiência de
conversão de alimento
Lesões na pele
Transtornos do sistema nervoso e da
locomoção
Desordens gastrointestinais
Suínos: “passo de ganso” por
desmielinização dos nervos braquial e
ciático
ÁCIDO PANTOTÊNICO: DEFICIÊNCIA EM LEITÕES

Leitões de seis dias de idade Leitão de 11 dias de idade

Cortesia da MV Marina Lorenzett (PPGCV – UFRGS)


BIOTINA (VITAMINA B7)

Fonte vegetal: grãos


Fonte animal: ovo, carne
A BIOTINA NO METABOLISMO

Fator de crescimento para leveduras


Ampla distribuição em alimentos e flora
intestinal
Oxalacetato
É coenzima em reações de carboxilação Piruvato
Biotina
Piruvato carboxilase (piruvato →
oxalacetato) na gliconeogênese
Acetil-CoA carboxilase (acetil-CoA
→ malonil-CoA) na via de síntese
de ácidos graxos
Propionil-CoA carboxilase
(propionil-CoA → metilmalonil-
CoA) na via de utilização de
propionato para gliconeogênese
DEFICIÊNCIA DE BIOTINA

Deficiência é rara
Dermatite
Em vacas leiteiras: lesões nos cascos
Em suínos: alopecia, lesões nos cascos
Em aves: dermatite, problemas de
plumagem
Em cães: pelo quebradiço, dermatite,
prurido
Em gatos: dermatite, alopecia, sialorreia
Problemas dermatológicos em alto Avidina → proteína do
consumo de ovo cru por causa da oviduto da galinha:
avidina, antagonista de biotina aparece na clara
FOLACINA (ÁCIDO FÓLICO)

Fonte vegetal: plantas verdes


(espinafre)
Fonte animal: carne, ovos, queijo
Pteridina

Ácido p-aminobenzoico
(PABA)

Glutamato
ÁCIDO FÓLICO

Fator de crescimento preventivo de


anemia encontrado em leveduras,
fígado e folhas de espinafre (ácido
fólico, do latim folium= folha)
Em animais necessidades são obtidas
por alimentos e síntese bacteriana
intestinal
Deficiência relatada em mulheres
gestantes como fator de prevenção
de anemia megaloblástica e defeitos
da medula espinhal em fetos
(espinha bífida e anencefalia)
ÁCIDO FÓLICO NO METABOLISMO

Forma ativa: tetra-hidrofolato


(THF) → participa em
transferências de unidades
de carbono (síntese de
aminoácidos, bases
nitrogenadas, lipídios,
neurotransmissores)

Tetra-hidrofolato
DEFICIÊNCIA DE ÁCIDO FÓLICO

Anemia megaloblástica (macrocítica)


Leucopenia
Afeta
Tecidos mais afetados: de rápido crescimento
Aves → espécie mais afetada por deficiência:
Síntese de purinas e pirimidinas
problemas de plumagem, anemia, baixo
crescimento, baixa produção de ovos, baixa
Manutenção e crescimento
eclodibilidade
de epitélio gastrointestinal,
Humanos: deficiência vitamínica mais comum epiderme, medula óssea

Ligado a pobreza e má alimentação


Inibidores de síntese de folacina usados em
terapia oncológica
CIANOCOBALAMINA (VITAMINA B12)
Fonte vegetal: apenas em
alimentos fermentados
(chucrute, cerveja)
Fonte animal: leite, pescado,
ovos, carne
FORMA ATIVA: CIANOCOBAMAMIDA (COENZIMA B12)

5’-desoxiadenosina

Cianocobalamina
CIANOCOBALAMINA NO METABOLISMO

Última vitamina a ser descoberta (1948)


Não se encontra nos vegetais: apenas
sintetizada por microrganismos
Necessita de fator para ser absorvida: células
parietais do estômago produzem “fator
intrínseco” (glicoproteína) que se liga à
vitamina B12 para sua absorção no íleo
Coenzima B12 necessária para a atividade de
três enzimas:
• Metilmalonil-CoA mutase
(metilmalonil-CoA → succinil-CoA) na
via de utilização de propionato para
gliconeogênese
• Leucina mutase
• Metionina sintetase
DEFICIÊNCIA DE CIANOCOBALAMINA

Em ruminantes → marasmo
enzoótico: pelo áspero,
engrossamento da pele,
anemia, emaciação e,
eventualmente, morte por
inanição (igual a
deficiência de cobalto)
Relacionado com solos
deficientes em cobalto
ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C)

Fonte vegetal: frutas cítricas

Ácido ascórbico Ácido deidroascórbico


(forma reduzida) (forma oxidada)
ÁCIDO ASCÓRBICO

Historicamente relacionado ao
escorbuto (humanos) → gengivites
hemorrágica
Relação com viagens longas e falta de
frutas: James Lind
Sintetizado por plantas e maioria dos
animais
Exceção: primatas, cobaias, peixes,
morcegos frutívoros, insetos
(deficiência de gulonolactona
oxidase)

L-gulonolactona
oxidase

L-gulonolactona L-ácido ascórbico


VITAMINA C NO METABOLISMO

Participa da síntese de colágeno:


manutenção normal do tecido
conectivo
Recomposição de tecidos danificados
→ cicatrização de feridas e fraturas,
controle de sangrados gengivais
Proteção antioxidante → protege
lipídios das membranas
Essencial na resposta imune do
organismo
Efeito estimulador da atividade
fagocítica dos leucócitos
Formação de anticorpos e produção de
interferon
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA C

Raro em animais
Situações de dietas desbalanceadas,
transtornos metabólicos, ou
deficiência de vitaminas A e/ou E,
pode haver sinais de deficiência de
vitamina C, principalmente
ruminantes jovens sob condições
estressantes (frio, umidade, baixo
consumo de colostro)
Pintinhos recém-nascidos em condições
de manejo estressantes (frio ou calor
excessivos, subnutrição, vacinações)
COLINA

Fonte vegetal: cereais,


leguminosas
Fonte animal: carne, ovos
COLINA NO METABOLISMO

Embora a colina não reúna as


condições totais de uma vitamina
(requerido em pequenas
quantidades que deve ser obtido na
dieta) tem sido classificada como
vitamina do complexo B
Faz parte de 50% dos fosfolipídios de
membranas, na forma de lecitina
Fator “lipotrópico”: facilita exportação
dos ácidos graxos do fígado nas Lecitina
VLDL
Precursora da acetilcolina
(neurotransmissor parassimpático)
Fonte de grupos metila para síntese
de metionina e creatina
Acetilcolina
DEFICIÊNCIA DE COLINA

Baixo crescimento
Lipidose hepática
Porcas: baixa taxa de concepção e
diminuição da leitegada
Frangos e perus: retardo no
crescimento e perose
(deslocamento do tendão de
Aquiles do côndilo, em função do
papel da colina no processo de
maturação da cartilagem óssea)
(similar a deficiência de manganês)
CARNITINA

Fonte animal: carne, fígado


Fonte vegetal: cogumelos, nozes
CARNITINA NO METABOLISMO

Acil-CoA
Não foi considerada
vitamina porque
Carnitina Acil-carnitina
pode ser sintetizada
pelo próprio
organismo Lado
citossólico
Participa no transporte
de ácidos graxos à
mitocôndria para β-
oxidação

Lado da
matriz

Carnitina Acil-carnitina

Acil-CoA
DEFICIÊNCIA DE CARNITINA

Deficiência de metionina e lisina


→ deficiência de carnitina
Sintetizada em fígado e rim
Falha na oxidação dos ácidos
graxos → desvio para síntese
de triglicerídeos → esteatose
hepática

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