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Recordista em

desigualdade, país
estuda alternativas para
ajudar os mais pobres

Cintia Sasse
Publicado em 12/3/2021

A pandemia escancarou, mais uma vez, o


péssimo quadro da desigualdade social e
econômica no Brasil. Durante a primeira onda do
coronavírus, no ano passado, mais de 30% dos
211,8 milhões de residentes nos 5.570
municípios brasileiros tiveram de ser socorridos
na etapa inicial do auxílio de R$ 600 aprovado
pelo Congresso, segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgados em julho de 2020.

O contingente dos que precisaram de ajuda


espantou até mesmo algumas áreas de governo,
mesmo tomando em consideração os desvios e
irregularidades cadastrais. O Tribunal de Contas
da União (TCU) estimou no relatório divulgado
ao final de fevereiro que 7,3 milhões de
brasileiros podem ter recebido o auxílio
emergencial indevidamente. Mesmo quem não
agiu de forma intencional, terá que se acertar
com o Fisco agora em 2021.

Os cálculos variam entre 67 e 68 milhões de


brasileiros na primeira fase e cerca de 57
milhões na segunda rodada, a partir de
setembro quando o auxílio foi reduzido para R$
300. Essa variação do número de beneficiários
depende da fonte de informação consultada.

Além do espantoso número de beneficiários, o


custo do chamado coronavoucher evidenciou o
peso financeiro da desigualdade no país. Foram
gastos praticamente R$ 293 bilhões no ano
passado, cerca de 56% dos recursos federais
desembolsados para enfrentar a primeira onda
da pandemia, de acordo com o Siga Brasil,
sistema do Senado que facilita a busca de
dados do Tesouro Nacional. Ou R$ 321,8
bilhões, conforme os cálculos divulgados pelo
Ministério da Economia sobre o gasto com o
auxílio emergencial.

Primeira rodada do auxílio emergencial foi paga a mais de 60


milhões de brasileiros (foto: Prefeitura de Caruaru)

O importante é que qualquer uma das duas


cifras reflete o custo elevado do perfil de
distribuição de renda no país. Os recursos
socorreram não só os que ficaram
desempregados ou perderam seus pequenos
negócios no meio da maior crise sanitária deste
século. Entre os elegíveis ao benefício estavam
brasileiros situados na base da pirâmide social.
Ou seja, os pobres que vivem com menos de
US$ 5,50 por dia ou os muito pobres que
conseguem apenas US$ 1,90, conforme
classificação do Banco Mundial.

Desigualdade
— O Brasil está entre os dez países mais
desiguais do mundo — afirma o sociólogo Luis
Henrique Paiva, coordenador de estudos em
seguridade social do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea).

De fato. A publicação Síntese de Indicadores


Sociais, divulgada pelo IBGE em 2020, trouxe
estimativas do Banco Mundial com base no
índice de Gini, instrumento criado pelo
matemático italiano Conrado Gini para medir o
grau de concentração de renda no grupo a ser
avaliado. A variação numérica é de zero a um,
sendo zero quando todos têm a mesma renda e
um representando o extremo oposto.

Nesse ranking da desigualdade, o Brasil


apresenta 0,539 pelo índice de Gini, com base
em dados de 2018. Está enquadrado entre os
dez países mais desiguais do mundo, sendo o
único latino-americano na lista onde figuram os
africanos. O Brasil é mais desigual que
Botsuana, com 0,533 pelo índice de Gini,
pequeno país vizinho a África do Sul com pouco
mais que dois milhões de habitantes.

CONCENTRAÇÃO DE RENDA
Brasil tem a 2ª maior concentração de renda
entre mais de 180 países
(concentração de renda dos 1% mais ricos,
em %)
29 28,3
23,7 23,4 23,4 22,8
22 21,3 20,5 20,2
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Fonte: Pnud 2019

Visto do topo da pirâmide social, o Brasil é um


dos recordistas em concentração de renda no
mundo. Relatório da Organização das Nações
Unidas (ONU) divulgado no final de 2019,
portanto antes da pandemia, mostrou que o 1%
da população mais rica detinha 28,3% da renda
do país, quase um terço do total.

No levantamento comparativo com outras


nações, o Brasil só perdia para o Catar e estava
atrás do Chile, o terceiro colocado, com 23,7%
da renda total. Nem a populosa Índia, com todos
os problemas religiosos e étnicos, tinha uma
concentração de renda tão elevada.

Se ampliar a faixa de 1% para os 10% dos


brasileiros mais ricos, a participação na renda
do país sobe para 41,9% do total. Ou seja, os
outros 90% da população conseguem menos do
que 60% da renda total, só para evidenciar a
tamanha disparidade.

DISTRIBUIÇÃO DA RENDA
NO BRASIL
1% mais rico detém mais do que o dobro da
renda dos 40% mais pobres
Pessoas Riqueza
Mais ricos
1%
28,3%
Mais pobres
40%
10,4%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Fonte: IBGE

Novo auxílio
Diante dessa desigualdade gigantesca, e com o
recrudescimento da pandemia este ano, não
houve escapatória: a área econômica do
governo foi obrigada a conceder um novo auxílio
emergencial. Mas resolveu reduzir o volume
aportado e estreitar o número de beneficiários.

Depois da pressão de parlamentares e de


muitos debates, o Congresso aprovou o novo
auxílio agora em março. O valor ainda não foi
oficializado, mas deverá oscilar entre R$ 175 e
R$ 375, com valor médio de R$ 250, segundo o
ministro da Economia, Paulo Guedes. O prazo
de concessão do novo auxílio seria de quatro
meses.

Foi uma negociação difícil. O governo exigiu


incluir a autorização para o novo auxílio no bojo
da chamada PEC Emergencial (Proposta de
Emenda à Constituição 186/19), como forma de
agilizar a tramitação e a aprovação da nova
emenda. Apresentada em 2019 pelo senador
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e outros 34
senadores, a PEC original trazia vários
mecanismos de cortes de gastos, acionados
automaticamente dependendo da situação das
contas públicas, já que era parte de um
conjunto de medidas de reforma fiscal — o
Plano Mais Brasil.

Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),


recebeu parecer do senador Oriovisto
Guimarães (Podemos-PR). Com a interrupção
das atividades das comissões, em decorrência
da pandemia, a PEC não foi votada e acabou
redistribuída ao senador Marcio Bittar (MDB-
AC), relator do projeto da Lei Orçamentária
Anual (LOA) para 2021 (PLN 28/2020).

Senadores Oriovisto Guimarães e Marcio Bittar, relatores da


PEC que autorizou o pagamento do auxílio emergencial (fotos:
Marcos Oliveira/Agência Senado)

Com a inclusão do novo auxílio, o conteúdo foi


reformatado para estabelecer contrapartidas
fiscais, como o limite para gastos com pessoal,
e acrescentar dispositivos que estavam na PEC
do Pacto Federativo (PEC 188/2019), também
relatada por Bittar. Um deles foi a desvinculação
de gastos com saúde e educação, que acabou
retirada na última versão do parecer de Bittar
para a PEC Emergencial, como forma de
viabilizar sua votação no Senado. A oposição
queria votar o auxílio em separado do conjunto
da PEC. Mas não conseguiu.

A PEC define, entre outros pontos, gatilhos para


conter as despesas públicas, como medidas
que os estados e os municípios poderão adotar
caso seus gastos correntes atinjam 95% das
suas receitas correntes. Por exemplo, poderão
congelar salários dos servidores e suspender
concursos públicos para preenchimento de
vagas novas.

As medidas são facultativas para estados e


municípios. No entanto, as unidades da
Federação que não quiserem se enquadrar
ficarão impedidas de obter garantias da União
em empréstimos internacionais, por exemplo,
aumentar o seu endividamento ou prorrogar
pagamentos de dívidas existentes.

Outra medida aprovada no texto da PEC


Emergencial foi o teto de R$ 44 bilhões para os
gastos com o novo auxílio em 2021. O governo
quis acenar ao mercado que, apesar das
dificuldades econômicas impostas pela segunda
onda da pandemia, dos atrasos nas compras de
vacina e na imunização dos brasileiros, não
abandonou o compromisso de manter
responsabilidade fiscal na condução das
despesas do país.

No fim, o resultado mostrou-se satisfatório, na


opinião do líder do governo Fernando Bezerra
(MDB-PE): "O relator acertou a mão, recebeu a
proposta do governo e aqui, ouvindo os
partidos, ouvindo os senadores, equilibrou a
proposta, mas, ainda assim, ela se tornou uma
proposta robusta, equilibrada, forte o suficiente
para dar o recado à sociedade brasileira de que
nós vamos agir com responsabilidade", disse ele
logo após a aprovação da PEC no Senado.

Fernando Bezerra Coelho e Rodrigo Pacheco na sessão em que


foi aprovada a PEC Emergencial (foto: Jefferson Rudy/Agência
Senado)

Insuficiente
Apesar da aprovação desse novo auxílio, não há
como dourar um cenário que prevê enormes
obstáculos para a retomada do crescimento
econômico e para a vida dos brasileiros,
especialmente os menos favorecidos.
A prioridade do Legislativo agora é a criação de
um programa de renda mínima para o Brasil,
conforme defendeu o presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco, em entrevista coletiva no dia
4, logo depois da votação do texto em segundo
turno pelos senadores:

— A PEC Emergencial cria condições para uma


nova rodada do auxílio emergencial, mas após a
aprovação pela Câmara, devemos debater de
forma firme e segura a possibilidade de
perenização de um programa de renda mínima,
dando dignidade à camada social que precisará
deste alento do Estado. Até que possamos ter
uma recuperação plena da economia, que gere
empregos.

No entender de Pacheco, o mais importante é


gerar renda e trabalho para os brasileiros,
"porque ninguém quer favor do Estado, mas ter
sua própria capacidade de trabalho e viver
dela". O presidente do Senado, ponderou,
entretanto: "há uma camada que precisa ser
assistida, e o Parlamento terá que se esforçar e
dar a esta camada uma renda mínima, cidadã,
possibilitando justiça social".

O consultor do Senado Pedro Nery, especialista


no tema, lembra que o governo abandonou a
proposta de criar o Renda Brasil. No entanto,
avalia que é necessário instituir algo
permanente após o auxílio emergencial e que o
Programa Bolsa Família (PBF) é insuficiente para
ajudar os brasileiros mais pobres.

O professor do Instituto de Ensino e Pesquisa


(Insper) Naercio Menezes Filho, pesquisador do
Centro de Gestão e Políticas Públicas, defende
que o foco agora tem que ser os brasileiros de
zero a seis anos. Os vários programas sociais
existentes, como o PBF, o Benefício de
Prestação Continuada (BPC) para as pessoas
com deficiência e a própria aposentadoria rural
atendem mais os adultos e os idosos. Não há,
segundo ele, um programa nacional direcionado
para as crianças.

A proposta estudada por ele e apresentada pela


senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) está
voltada para a primeira infância. Pelas
simulações do economista, poderia ser
concedido um benefício de R$ 800 para cada
criança das famílias atendidas pelo PBF, a um
custo total anual na faixa de R$ 68 bilhões.

O critério, segundo Nery, foi escolher as que


trazem “mudanças significativas”, com
estimativas de custo e compensações para os
novos gastos, que seriam da ordem de R$ 40
bilhões a R$ 60 bilhões anuais. A maioria delas
está voltada para as crianças. Somente os dois
projetos de Tasso Jereissati (PSDB-CE)
possuem relatores designados: a senadora Kátia
Abreu (PP-TO) para o benefício universal infantil
(PEC 34/2020) e o senador Antonio Anastasia
(PSD-MG) para a Lei de Responsabilidade Social
(PL 5.343/2020).

Outros senadores, como Alessandro Vieira


(Cidadania-SE) e Eduardo Braga (MDB-AM),
também apresentaram propostas para instituir
uma ajuda permanente após o fim do auxílio
emergencial. Levantamento do consultor do
Senado destacou cinco proposições deles,
incluindo a da senadora Eliziane.

PROJETOS DE RENDA BÁSICA EM ANÁLISE


NO SENADO

TETO DE POBREZA INFANTIL


Valor do benefício:
Executivo regulamenta. O
suficiente para reduzir a taxa de
pobreza infantil de 40% para
PEC 11/2020 10%

Alessandro Público: Famílias com


Vieira crianças abaixo da linha da
(Cidadania-SE) pobreza

Fonte de recursos: CSLL de


instituições financeiras e
cancelamento de despesas
obrigatórias escolhidas pelo
Executivo

RENDA BÁSICA
PERMANENTE
Valor do benefício: Até
R$ 600 por família (R$ 120 por
pessoa)

PL 3421/2020 Público: Famílias que


atendem requisito de renda per
Eduardo Braga
capita do auxílio emergencial
(MDB-AM)
Fonte de recursos: CSLL de
instituições financeiras,
integração com o abono salarial
e salário-família, lucros e
dividendos, juros sobre capital
próprio

RENDA BÁSICA DA PRIMEIRA


INFÂNCIA
Valor do benefício: R$ 800
PLP 213/2020 por criança na primeira infância
Eliziane Gama
Público: Famílias no Bolsa
(Cidadania-MA)
Família

Fonte de recursos: Lucros e


dividendos, grandes fortunas

BENEFÍCIO UNIVERSAL
INFANTIL
Valor do benefício:
Executivo regulamenta. Maior
para famílias mais pobres e com
crianças na primeira infância. O
suficiente para reduzir a taxa de
PEC 34/2020 pobreza infantil de 40% para
Tasso 10%
Jereissati
Público: Famílias com
(PSDB-CE)
crianças abaixo da linha da
pobreza

Fonte de recursos:
Integração com abono salarial e
salário-família, gatilhos do teto
de gastos, renúncias fiscais,
deduções do IR

LEI DE RESPONSABILIDADE
SOCIAL
Valor do benefício: Varia de
acordo com a família. Cria-se
benefício de renda mínima e
PL 5343/2020 subsídios a poupança de
adultos e estudantes
Tasso
Jereissati Público: Famílias
(PSDB-CE) vulneráveis à extrema pobreza

Fonte de recursos:
Integração com abono salarial e
salário-família, gatilhos do teto
de gastos, renúncias fiscais,
deduções do IR
Fonte: Levantamento elaborado pelo consultor legislativo
Pedro Nery

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Um dos objetivos do projeto é


transferir mais renda a quem realmente
precisa. Entendo que o orçamento tem
limitações, ainda mais neste momento de
crise, mas devemos priorizar as crianças.
É preciso lembrar que 3 milhões de
crianças nascem todos os anos no Brasil,
e a taxa de pobreza na primeira infância
supera os 30% para as crianças brancas
e chega a ultrapassar os 60% para as
crianças negras nos primeiros três anos
de vida. Boa parte dos brasileiros mais
vulneráveis vivem em famílias com renda
abaixo da linha da pobreza —
Senadora Eliziane Gama (Cidadania-
MA)

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A PEC 34/2020 estabelece o


pagamento mensal do benefício universal
infantil. Os valores pagos serão
inversamente proporcionais à renda
familiar e maiores para crianças de até
seis anos de idade. O ano de 2020 se
mostrou mais desafiador do que qualquer
um de nós poderia imaginar. A pandemia
tornou evidente a desproteção de
milhões de famílias brasileiras. O
benefício universal infantil, concebido por
sociólogos e economistas do Ipea, é o
tipo de política arrojada, mas viável, de
que precisamos — Senador Tasso
Jereissati (PSDB-CE)

Foto: Pedro França/Agência Senado

Não podemos aceitar o descontrole


fiscal. Da mesma forma não podemos
mais aceitar problemas históricos como a
pobreza infantil. E se existisse um teto,
com gatilhos que liberam aumentos de
gastos para resgatar essas crianças?
Essa é a ideia da PEC que protocolei no
Senado. O descumprimento dos tetos
permite que qualquer outra despesa da
União, mesmo constitucional, seja
cancelada para que a pobreza infantil seja
erradicada. E premia os entes com
avanços sociais relevantes — Senador
Alessandro Vieira (Cidadania-SE)

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A construção de uma sociedade


mais solidária exige uma rede de
proteção à camada mais vulnerável da
população, especialmente aos
trabalhadores informais e aos
desempregados. A criação de um
programa de renda básica permanente
vai tirar milhões de brasileiros da pobreza
extrema e reduzir drasticamente
desigualdades sociais e regionais, que
foram expostas, como nunca, ao longo
dessa pandemia — Senador Eduardo
Braga (MDB-AM)

Eficiência
Vários especialistas sugerem que o melhor
caminho seria um programa que aproveitasse o
Bolsa Família. A percepção geral é que se trata
da política pública mais avaliada do governo
federal, segundo Luis Paiva, que já foi secretário
do PBF.

O embrião desse programa bem-sucedido, e


com projeção internacional, foi o Bolsa-Escola,
criado no Distrito Federal em 1995, quando o
ex-senador Cristovam Buarque era o
governador. O município de Campinas (SP)
também adotou um programa semelhante.

Em abril de 2001, no governo Fernando


Henrique Cardoso, a política ganharia
abrangência nacional (Lei 10.219), também com
o nome de Bolsa-Escola. Mais tarde, no primeiro
governo Lula, foi renomeada como Bolsa Família
(Lei 10.836, de 2004) e incorporou outros
programas de transferência de renda, como o
Bolsa Alimentação e o Auxílio-Gás. Nasce ao
lado do projeto de Renda Básica de Cidadania
do ex-senador Eduardo Suplicy (Lei 10.835, de
2004).

O PBF acabou sendo considerado por muitos


especialistas, e pelo próprio Suplicy, como a
primeira etapa do projeto do senador, que prevê
uma renda básica para todos os brasileiros
residentes no país e estrangeiros residentes há
pelo menos há cinco anos no Brasil.

Paiva conta que o México lançou seu programa


nacional em 2007, após visitar e conhecer a
experiência do Brasil. Além dele, muitos países
se inspiraram na iniciativa brasileira, como a
populosa Indonésia, com 267,7 milhões de
habitantes.

A Índia, continua o sociólogo, possui iniciativas


localizadas, mas não tem um programa de
transferência direta de renda na escala do PBF,
que atende mais de 14 milhões de famílias. No
Bolsa Família são beneficiadas as famílias
pobres e na pobreza extrema, com renda
mensal entre R$ 89,01 e R$ 178 por pessoa. Elas
precisam estar inscritas no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal, com
dados atualizados há menos de dois anos. O
valor médio do benefício é de R$ 192 por
família.

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