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SUMÁRIO

1. Introdução...................................................................... 3
2. Epidemiologia .............................................................. 3
3. Tipos de osteoporose ............................................... 4
4. Sintomas........................................................................ 7
5. Diagnóstico................................................................... 9
6. Prevenção ...................................................................13
7. Tratamento..................................................................14
Referências Bibliográficas .........................................18
OSTEOPOROSE 3

1. INTRODUÇÃO quando são mais fortes. Depois des-


se período, visto que a degradação
Os ossos contêm minerais, incluindo
excede a formação, os ossos dimi-
cálcio e fósforo, que os tornam duros e
nuem lentamente em densidade. Se
densos. Para manter a densidade ós-
o corpo for incapaz de manter uma
sea (ou massa óssea), o corpo preci-
quantidade adequada de formação
sa de um fornecimento adequado de
óssea, os ossos continuam perdendo
cálcio e outros minerais e deve pro-
densidade e podem se tornar cada
duzir as quantidades adequadas de
vez mais frágeis, o que resulta em
vários hormônios, como o hormônio
osteoporose.
da paratireoide, hormônio do cresci-
mento, calcitonina, estrogênio e tes-
tosterona. Um suprimento adequado CONCEITO! A osteoporose é uma do-
ença caracterizada por diminuição da
de vitamina D é necessário para ab- massa óssea e deterioração na micro-
sorção do cálcio dos alimentos e sua arquitetura do tecido ósseo, levando
incorporação aos ossos. A vitamina D à fragilidade mecânica e consequente
é absorvida a partir da dieta e tam- predisposição a fraturas, com trauma
mínimo, e dor.
bém fabricada na pele através da luz
solar.
Para que os ossos possam se ajustar 2. EPIDEMIOLOGIA
às novas exigências, eles são degra- A osteoporose é uma doença que
dados e remodelados, continuamen- pode acarretar um enorme prejuízo
te. Este processo é conhecido como à qualidade de vida dos pacientes. É
remodelagem. Nesse processo, pe- caracterizada por diminuição da mas-
quenas áreas do tecido ósseo são sa óssea e deterioração na microar-
removidas continuamente e um novo quitetura do tecido ósseo, levando à
tecido ósseo é depositado. A remo- fragilidade mecânica e consequente
delação afeta a forma e a densidade predisposição a fraturas, com trauma
dos ossos. Na juventude, os ossos mínimo, e dor.
crescem em largura e comprimento à
medida que o corpo cresce. Mais tar- Hoje, no mundo, a osteoporose re-
de na vida, os ossos podem, às vezes, presenta não só um problema social,
aumentar sua largura, mas não ficam mas também econômico, pelos altos
mais longos. custos gerados com os cuidados que
essa enfermidade exige.
Visto que mais osso é formado do
que degradado na idade adulta, os Tal doença apresenta alta prevalên-
ossos aumentam em densidade pro- cia e incidência o que é forte motivo
gressivamente até cerca de 30 anos, de preocupação em saúde pública,
pois causam pesado ônus, pessoal,
OSTEOPOROSE 4

familiar e sócio-econômico pelos Membros da família com osteoporose


desfechos clínicos que determina o Dieta pobre em cálcio e vitamina D
principal deles sendo as fraturas os- Estilo de vida sedentário
teoporóticas (também chamadas de Raça branca ou asiática

fraturas por fragilidade). Magreza


Menopausa precoce
Assim, os dados epidemiológicos
Tabagismo
têm inestimável valor nos estudos
Consumo excessivo de álcool ou cafeína
sobre fraturas osteoporóticas; por
Tabela 1. Fatores de risco para osteoporose primária
exemplo, as tendências demográficas
são de envelhecimento e as fraturas
osteoporóticas ocorrem muito mais SE LIGA! Nas mulheres, a densidade
frequentemente entre as mulheres (ou massa) óssea aumenta progressi-
vamente até cerca dos 30 anos, quando
(71% de todos os casos) do que nos os ossos são mais fortes. Depois desse
homens e o grupo de mulheres de 65 período, a densidade óssea diminui gra-
anos ou mais foram as mais afetadas dualmente. A taxa de perda óssea se
acelera após a menopausa, que ocorre
(74%) na população feminina ; estes em média em torno dos 51 anos.
dados, o envelhecimento populacio-
nal e a maior frequência de fraturas
osteoporóticas entre as mulheres
mais idosas são aspectos epidemio-
lógicos importantes desta doença
que, obtidos, facilitam os formulado-
res de políticas de saúde decidir pelo
mais adequado planejamento de in-
tervenções visando reduzir o grande
impacto que esta condição musculo-
esquelética produz na saúde pública
e na qualidade de vida; para tal, são
utilizadas intervenções dirigidas para Figura 1. Gráfico de densidade óssea/idade em
mulheres
estimular atitudes preventivas anti-
fraturas, em todas as idades, e incen-
tivar o aperfeiçoamento dos métodos 3. TIPOS DE
diagnósticos e dos tratamentos. OSTEOPOROSE
Existem dois tipos principais de
osteoporose:
OSTEOPOROSE 5

Osteoporose primária consumo excessivo de álcool, his-


tórico familiar de osteoporose (por
Mais de 95% da osteoporose em
exemplo, se o pai ou a mãe da pessoa
mulheres e, provavelmente, cerca de
sofreu fraturas de quadril) e estatura
80% em homens, é primária. A maio-
corporal pequena, aumentam o risco
ria dos casos ocorre em mulheres na
de perda óssea e o desenvolvimento
pós-menopausa e em homens mais
de osteoporose em mulheres. Esses
velhos.
fatores de risco também são impor-
Uma das principais causas da oste- tantes em homens.
oporose é a falta de estrogênio, par-
ticularmente a redução rápida que
ocorre na menopausa. A maioria dos Osteoporose secundária
homens com mais de 50 anos têm ní- Menos de 5% dos casos de osteopo-
veis mais altos de estrogênio do que rose em mulheres e cerca de 20% em
as mulheres na pós-menopausa, mas homens são secundários.
esses níveis também diminuem com
o envelhecimento, e baixos níveis de Exemplos de doenças que podem
estrogênio estão associados com a causar osteoporose secundária são
osteoporose em homens e mulhe- a doença renal crônica e distúrbios
res. A deficiência de estrogênio au- hormonais (especialmente doença
menta a degradação óssea e resulta de Cushing, hiperparatireoidismo,
em rápida perda óssea. Nos homens, hipertireoidismo, hipogonadismo, ní-
baixos níveis de hormônios sexuais veis elevados de prolactina e diabe-
masculinos também contribuem para tes mellitus). Certos tipos de câncer,
a osteoporose. A perda óssea é ain- como mieloma múltiplo, podem cau-
da maior se os níveis de ingestão de sar osteoporose secundária e outras
cálcio ou de vitamina D forem baixos. doenças, como a artrite reumatoide,
Baixos níveis de vitamina D resultam podem também causálo. Exemplos
em deficiência de cálcio, e o aumento de medicamentos que podem causar
da atividade das glândulas paratireoi- osteoporose secundária são proges-
des faz com que secretem hormônio terona, corticosteroides, hormônios
da paratireoide em excesso,que tam- da tireoide, certos quimioterápicos e
bém pode estimular a decomposição anticonvulsivantes. O consumo ex-
dos ossos. Por razões desconhecidas, cessivo de álcool ou de cafeína e o
a produção de osso também diminui. tabagismo podem contribuir para a
osteoporose.
Vários outros fatores, como determi-
nados medicamentos, uso de tabaco,
OSTEOPOROSE 6

Osteoporose idiopática
A osteoporose idiopática é um tipo raro
de osteoporose. A palavra idiopática
MAPA MENTAL – TIPOS
significa simplesmente que a causa é
desconhecida. Esse tipo de osteoporo-
Baixos níveis de
se ocorre em mulheres na pré-meno-
hormônios sexuais pausa, em homens com menos de 50
anos e em crianças e adolescentes que
Homens mais velhos têm níveis normais de hormônios, níveis
normais de vitamina D e nenhuma ra-
Mulheres pós-menopausa
zão óbvia para terem ossos fracos.

Mais comum Deficiência do cálcio Aumento da degradação óssea

Ocorre espontaneamente Baixos níveis de vitamina D Falta de estrogênio

Primária

TIPOS

Secundária Idiopática

5%-mulheres; Raro
Doença de Cushing
20%-homens

Mulheres na pré-menopausa
Hiperparatireoidismo

Homens com
Hipogonadismo menos de 50 anos

Crianças e adolescentes
Níveis elevados de com níveis de hormônio e
prolactina e glicemia vitamina D normais

Artrite reumatóide Álcool, café e cigarro


OSTEOPOROSE 7

e podem resultar em de-


formidades, como uma co-
luna encurvada.
Nos ossos longos, como
os ossos dos braços e das
pernas, a fratura ocorre
normalmente nas extre-
midades dos ossos, não
no meio. Os ossos da co-
luna vertebral (vértebras)
estão particularmente em
risco de fratura devido à
osteoporose. Essas fratu-
ras ocorrem geralmente no
meio ou na parte inferior
das costas.
Fraturas por compressão
vertebral (fraturas de vér-
tebras da coluna) podem
ocorrer em pessoas com
Figura 2. Osteoporose- Na osteoporose, o osso normal qualquer tipo de osteopo-
(círculo esquerdo) torna-se menos denso (círculo direi- rose. Estas fraturas são as fraturas
to), o que torna as fraturas mais prováveis. Quando os
ossos da coluna vertebral (vértebras) se tornam menos mais comuns relacionadas à osteo-
densos, os mesmos podem gradualmente entrar em porose. As vértebras enfraquecidas
colapso em si mesmos. Blausen.
podem quebrar espontaneamente ou
após uma pequena lesão. A maioria
4. SINTOMAS dessas fraturas por compressão ver-
tebral não causam dor. No entanto,
No início, a osteoporose não causa
pode se desenvolver dor, que, geral-
sintomas, pois a perda da densidade
mente, começa repentinamente, per-
óssea ocorre muito gradualmente. Al-
manece em uma determinada área
gumas pessoas nunca desenvolvem
das costas e piora quando a pessoa
sintomas. Contudo, quando a osteo-
se levanta ou anda. A área pode ficar
porose causa a quebra de ossos (fra-
sensível. Normalmente, a dor e a sen-
turas), as pessoas podem sentir dor
sibilidade começam a desaparecer
dependendo do tipo de fratura. As
gradualmente após uma semana. No
fraturas tendem a consolidar lenta-
entanto, a dor persistente pode du-
mente em pessoas com osteoporose
rar meses ou ser constante. Se várias
OSTEOPOROSE 8

vértebras quebrarem, uma curvatu- ossos incluem a extremidade superior


ra anormal da coluna vertebral (cor- do osso do braço (úmero) e a pelve.
cunda de viúva) pode se desenvolver,
causando tensão muscular e dor, bem SE LIGA! A fratura de quadril é uma
como deformidade. das fraturas mais sérias, uma das princi-
pais causas de incapacidade e perda de
Fraturas por fragilidade são fraturas
independência em idosos. As fraturas
que resultam de uma queda ou de um de pulso ocorrem com frequência, es-
esforço relativamente pequeno, como pecialmente em pessoas com osteopo-
uma queda da altura em pé ou me- rose pós-menopausa.
nos, incluindo cair da cama, que nor-
malmente não causaria a fratura de
Pessoas que tiveram uma fratura em
um osso saudável. Fraturas por fragi-
que a osteoporose havia sido um fa-
lidade geralmente ocorrem na parte
tor correm um risco muito maior de
superior do osso do antebraço (rá-
terem mais dessas fraturas.
dio), parte superior do osso da coxa
(fêmur), coluna vertebral (fraturas por
compressão vertebral) e proeminên- SE LIGA! Fraturas do nariz, coste-
las, clavícula e ossos dos pés não são
cia óssea (trocânter) na extremida- consideradas fraturas relacionadas a
de superior do osso da coxa. Outros osteoporose.

MAPA MENTAL DOS SINTOMAS

Perda gradual da
densidade óssea

Início: sem sintomas

SINTOMAS

Quebra de ossos (fraturas)

Fraturas por
Dor Ossos longos
compressão vertebral

Fratura ocorre normalmente


Deformidades Fraturas pro fragilidade
nas extremidades

Coluna encurvada Fraturas de quadril e pulso


OSTEOPOROSE 9

5. DIAGNÓSTICO
O médico pode solicitar o exame de
densidade óssea, o nível de vitamina
D e exames para causas de osteopo-
rose secundária. Além disso, o mé-
dico pode suspeitar de osteoporose
nas seguintes pessoas:
• Todas as mulheres com 65 anos
ou mais
• Mulheres entre a menopausa e 65
anos que apresentam fatores de
risco para osteoporose
• Todos os homens e mulheres que
Figura 3. Fratura de compressão da coluna vertebral
devido à osteoporose- Em fraturas de compressão de- tiveram uma fratura anterior cau-
vido à osteoporose, os ossos enfraquecidos da coluna sada por pouca ou nenhuma força,
(vértebras) podem entrar em colapso espontaneamente
ou após uma lesão leve. Essas fraturas ocorrem geral- mesmo que a fratura tenha ocorri-
mente no meio ou na parte inferior das costas. Blausen.
do quando jovem
• Adultos com idade a partir de 65
anos com dores nas costas ou per-
da de, pelo menos, cerca de 3 cen-
tímetros de altura do corpo sem
explicação
• Pessoas cujos ossos parecem finos
na radiografia ou cuja radiografia
mostre fraturas por compressão
vertebral
• Pessoas com risco de desenvolver
osteoporose secundária

Exame de densidade óssea: Exa-


mes de densidade óssea podem ser
Figura 4. Fratura de compressão devido à osteopo- utilizados para detectar ou confirmar
rose- A linha escura logo abaixo da seta representa a a suspeita de osteoporose, mesmo
fratura de uma vértebra lombar (na região lombar). Esta
vértebra está comprimida e, portanto, tem uma altura antes de ocorrer uma fratura. Várias
menor do que teria normalmente. Living Art Enterprises,
LLC /SCIENCE PHOTO LIBRARY
OSTEOPOROSE 10

técnicas de triagem rápida estão dis- osteoporose. As pessoas que têm os-
poníveis para medir a densidade ós- teopenia também têm risco aumenta-
sea no dedo da mão ou no calcanhar do de fraturas.
por absorciometria de raios X de du- A definição de osteoporose da OMS
pla energia (DXA), que podem ser uti- baseia-se nos resultados de DMO
lizados para medir a densidade óssea por DXA (absorciometria de raios-
nestes locais. No entanto, resultados -x de dupla energia). Os valores de
de testes de triagem rápida devem DMO habitualmente são expressos
ser confirmados com DXA conven- sob a forma de T-score (comparação
cional. DXA convencional, o exame com um grupo jovem do mesmo gé-
mais útil, mede a densidade óssea na nero) e de Z-score (comparação com
coluna e no quadril, que são os locais um grupo da mesma idade e género).
com maior probabilidade de ocorre-
rem fraturas importantes. Esse teste é
indolor, envolve muito pouca radiação Quando usar?
e pode ser realizado em cerca de 10
• T-score: Homens >= 50 anos e
a 15 minutos. Ele pode ser útil para
mulheres pós-menopausa ou na
monitorar a resposta ao tratamento,
transição manipausal.
bem como para se fazer o diagnósti-
co. A DXA também pode revelar os- • Z-score: Homens =< 50 anos, mu-
teopenia, um quadro clínico no qual lheres no menacme e crianças e
a densidade óssea está diminuída, adolescentes.
mas não tão intensamente como na

DIAGNÓSTICO T-SCORE
Normal Maior que -1
Osteopenia Entre -1 e -2,5
Osteoporose Menor ou igual a -2,5
Osteoporose grave ≤ -2,5 associado a fratura por fragilidade
Tabela 2. Classificação diagnóstica baseada no T-score

DIAGNÓSTICO Z-SCORE
Massa óssea dentro dos limites esperados para a idade Maior que -1,9
Massa óssea abaixo da esperada para a idade Menor ou igual a -2,0
Tabela 3. Classificação diagnóstica baseada no Z-score.
OSTEOPOROSE 11

Figura 5. Exame-densitometria óssea.

Radiografias simples: Os ossos mos- a superfície do periósteo permanece


tram radiodensidade diminuída e per- lisa. As fraturas vertebrais em T4 ou
da da estrutura trabecular, porém não acima levantam suspeitas de câncer
até que cerca de 30% do osso tenha em vez de osteoporose. Radiografias
sido perdido. Entretanto, as radiogra- simples da coluna vertebral devem
fias simples são importantes para do- ser consideradas em pacientes mais
cumentar as fraturas decorrentes da velhos com lombalgia e sensibilidade
perda óssea. Perda da altura corporal localizada na coluna vertebral.
vertebral e maior biconcavidade ca- É mais provável que a osteoporose
racterizam as fraturas por compres- induzida por glicocorticoides cause
são vertebral. Fraturas das vértebras fraturas vertebrais por compres-
torácicas podem causar encunha- são, mas também pode causar fra-
mento ventral no osso. Em ossos lon- turas em outros locais onde as fra-
gos, embora os córtices sejam finos, turas osteoporóticas são comuns.
OSTEOPOROSE 12

O hiperparatireoidismo pode ser • Cálcio, magnésio e fósforo séricos


diferenciado quando produz reab-
• Nível de 25-hidroxi-vitamina D
sorção subperióstea ou lesões ósse-
as císticas (raramente). A osteomala- • Provas da função hepática, para
cia pode produzir anormalidades em identificar diminuição da fosfatase
raios X e densitometria similares às alcalina (hipofosfatasia)
da osteoporose. • Níveis de PTH
Na osteoporose, há diminuição da (hiperparatireoidismo)
massa óssea com taxa normal de mi-
• Níveis séricos de testosterona nos
neral ósseo na matriz óssea. Já na os-
homens (hipogonadismo)
teomalacia, a taxa de mineral ósseo
na matriz óssea é mais baixa. • Dosagem de cálcio e creatinina em
urina de 24 h (hipercalciúria)

Outros testes como hormônio esti-


mulante da tireoide ou toxina livre a
fim de verificar os níveis de hiperti-
reoidismo, medições de urina livre,
cortisol, hemogramas e outros testes
para descartar câncer, especialmente
mieloma (p. ex., eletroforese de urina
e proteína séricas), devem ser consi-
derados com base na apresentação
clínica.
Os pacientes com perda ponderal
devem ser testados para distúrbios
gastrintestinais (p. ex., má absorção,
Figura 6. Essa radiografia mostra fratura osteoporótica
grave por compressão da primeira vértebra lombar (L1,
doença celíaca e doença intestinal in-
seta). flamatória), bem como câncer. A bi-
ópsia óssea é reservada para os ca-
sos incomuns (p. ex., pacientes jovens
Outros exames: Uma avaliação das
com fraturas de fragilidade e sem
causas secundárias da perda óssea
nenhuma causa aparente, pacientes
deve ser considerada para um pa-
com doença renal crônica e que po-
ciente com um classificação Z ≤ -2,0
dem ter outros distúrbios ósseos, pa-
ou se houver suspeita clínica de causa
cientes com níveis persistentemente
secundária de perda óssea secundá-
ria. Testes laboratoriais devem incluir:
OSTEOPOROSE 13

muito baixos de vitamina D com sus- o consumo exagerado de bebidas


peita de osteomalacia). alcoólicas e cafeína).
Níveis séricos em jejum de ligações • Consumir quantidades adequadas
cruzadas do telopeptídeo-C (CTX) ou de cálcio e vitamina D
níveis urinários de ligações cruzadas
de telopeptídeo-N (NTX) refletem • Praticar exercícios com suporte
maior reabsorção óssea. Embora a de peso (como fazer caminhadas,
confiabilidade varie para o uso clínico subir escadas ou levantamento de
de rotina, a densitometria óssea pode peso)
ajudar na previsão do risco de fratu- • Tomar determinados medicamen-
ras, no monitoramento da resposta tos (para certas pessoas)
terapêutica ou no tempo de descanso
sem usar o fármaco.
Algumas medidas podem ajudar a
prevenir fraturas. Muitos idosos cor-
6. PREVENÇÃO rem o risco de cair devido a coorde-
A prevenção é da osteoporose tem nação e visão deficientes, fraqueza
geralmente mais sucesso do que o muscular, confusão e uso de medi-
tratamento, pois é mais fácil prevenir camentos que causam tontura quan-
a perda de densidade óssea do que do se levantam ou de medicamentos
restaurá-la depois que ela tiver sido que podem causar confusão. Modifi-
perdida. Medidas preventivas são re- car o ambiente familiar por seguran-
comendadas para qualquer pessoa ça e trabalhar com um fisioterapeuta
com perda óssea ou que tenha fato- para desenvolver um programa de
res de risco para a perda óssea, inde- exercícios pode ajudar. Exercícios de
pendentemente de terem tido ou não fortalecimento, incluindo fortaleci-
uma fratura por osteoporose. A pre- mento do tronco (“core”), podem aju-
venção da osteoporose envolve: dar a melhorar o equilíbrio.

• Gerenciar os fatores de risco (por


exemplo, parar de fumar e evitar
OSTEOPOROSE 14

MAPA MENTAL DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO

Detecta ou confirma
suspeita antes de fraturas
DIAGNÓSTICO Exame de densidade óssea
Absorciometria de raios X
de dupla energia (DXA)

Medição de densidade óssea

Níveis de cálcio,
Exames de sangue
vitamina D e hormônios

Tomar determinados
mediamentos
PREVENÇÃO
Parar de fumar e evitar Consumo de quantidades
consumo de álcool e cafeína adequadas de cálcio e vitamina D

Prática de exercícios
7. TRATAMENTO
O tratamento da osteoporose também
envolve garantir a ingestão adequada de idade), mas também após esse
de cálcio e vitamina D e fazer exercí- período. A vitamina D ajuda o cor-
cios com suporte de peso (como ca- po a absorver cálcio.
minhar, subir escadas ou treinamento
com pesos). O tratamento medica- • Exercícios com suporte de peso:
mentoso é geralmente recomendado. A prática de exercícios com supor-
Ao tratar pessoas com osteoporose, te de peso, como caminhar e su-
os médicos também gerenciam ou- bir escadas, aumenta a densidade
tros quadros clínicos e fatores de ris- óssea. Exercícios que não envol-
co capazes de piorar a osteoporose. vem suporte de peso, como nata-
ção, não aumentam a densidade
• Cálcio e vitamina D: Consumir óssea, mas aumentam a força do
uma quantidade adequada de nu- tronco (“core”) e o equilíbrio, e re-
trientes, especialmente cálcio e duzem o risco de quedas. A maio-
vitamina D, é útil, especialmente ria dos especialistas recomenda
antes de a densidade óssea máxi- cerca de 30 minutos de exercícios
ma ser atingida (cerca de 30 anos de sustentação de peso por dia.
OSTEOPOROSE 15

Um fisioterapeuta pode desen- podem irritar a mucosa do esôfago, a


volver um programa de exercícios pessoa não deve se deitar por, pelo
que seja seguro para as pessoas e menos, 30 minutos (60 minutos para
demonstrar como realizar as ativi- o ibandronato) depois de tomar uma
dades diárias com segurança para dose. Certas pessoas, incluindo as
minimizar o risco de quedas e de que têm dificuldade em engolir, sin-
fraturas vertebrais. tomas gastrointestinais (por exemplo,
azia ou náuseas) e certos distúrbios
• Medicamentos: A maioria dos me-
do esôfago ou estômago, não devem
dicamentos é utilizada tanto para
tomar bifosfonatos por via oral. Essas
prevenção como para tratamento.
pessoas podem receber ibandronato
ou ácido zoledrônico por via intrave-
Os bifosfonatos (alendronato, ri- nosa. Além disso, as seguintes pes-
sedronato, ibandronato e ácido zo- soas não devem tomar bifosfonatos:
ledrônico) são úteis na prevenção e • Mulheres grávidas ou que estejam
tratamento de todos os tipos de os- amamentando
teoporose e geralmente são os pri-
meiros medicamentos utilizados. Já • Pessoas que têm baixos níveis de
foi demonstrado que bifosfonatos cálcio no sangue
reduzem o turnover ósseo e, assim, • Pessoas que têm doença renal
reduzem a perda óssea e o risco de grave
fraturas. O alendronato e o risedro-
nato podem ser administrados pela
boca (por via oral). O ácido zoledrô- A calcitonina, que inibe a decomposi-
nico pode ser administrado pela veia ção óssea, é outro medicamento que
(por via intravenosa). O ibandronato pode ser usado no tratamento, mas
pode ser tomado por via oral ou por não é prescrito com frequência. Não
via intravenosa. foi provado que a calcitonina diminua
O bifosfonato oral deve ser tomado o risco de fraturas, mas pode ajudar
em jejum com um copo cheio de água a aliviar a dor causada pelas fraturas
(240 ml) logo após a pessoa desper- vertebrais. A calcitonina geralmente
tar pela manhã. Nenhum outro ali- é administrada através de um spray
mento, bebida ou medicamento deve nasal. Seu uso pode diminuir os níveis
ser consumido por 30 a 60 minutos sanguíneos de cálcio, assim, esses ní-
após o bifosfonato ser tomado, pois veis devem ser monitorados.
os alimentos no estômago podem A terapia hormonal (por exemplo,
diminuir a absorção do medicamen- com estrogênio) ajuda a manter a den-
to. Visto que os bifosfonatos orais sidade óssea em mulheres e pode ser
OSTEOPOROSE 16

usada para prevenção ou tratamento. aumentar o risco de desenvolver fra-


Essa terapia é mais eficaz quando ini- turas incomuns no osso da coxa. O
ciada em até quatro a seis anos após denosumabe é mais seguro do que
a menopausa, mas iniciá-la posterior- os bifosfonatos para pessoas com
mente ainda pode desacelerar a per- doença renal crônica. As pessoas que
da óssea e reduzir o risco de fraturas. tomam denosumabe não devem tirar
No entanto, como os riscos da terapia “férias terapêuticas”, pois parar esse
hormonal podem exceder seus bene- medicamento pode causar perda da
fícios para muitas mulheres, em ge- densidade óssea e pode aumentar o
ral, a terapia hormonal não é a opção risco de fraturas vertebrais.
de tratamento utilizada. As decisões Agentes anabólicos (teriparatida e
sobre o uso de terapia de reposição abaloparatida) aumentam a formação
de estrogênio após a menopausa são de osso novo, aumentam a densidade
complexas (veja Terapia hormonal na óssea e diminuem a probabilidade de
menopausa). fraturas. Teriparatida (uma forma sin-
O raloxifeno é um medicamento se- tética do hormônio da paratireoide) e
melhante ao estrogênio, que pode abaloparatida (um medicamento se-
ser útil na prevenção e tratamento da melhante ao hormônio da paratireoi-
perda óssea, mas não tem alguns dos de) podem ser injetadas diariamente
efeitos colaterais negativos do es- em pequenas quantidades. Essa te-
trogênio. O raloxifeno é utilizado em rapia é usada em algumas pessoas
pessoas que não podem ou preferem que:
não tomar bifosfonatos. O raloxifeno
• Desenvolvem perda óssea signifi-
pode reduzir o risco de fraturas verte-
cativa ou novas fraturas durante o
brais e pode reduzir o risco de câncer
tratamento com um bifosfonato
de mama invasivo. Os homens não
se beneficiam de estrogênio, mas po- • Não podem tomar bifosfonatos
dem se beneficiar da terapia de repo- • Têm osteoporose excepcional-
sição de testosterona se o seu nível mente grave ou muitas fraturas
de testosterona for baixo. (especialmente fraturas vertebrais)
Denosumabe é semelhante aos bi-
• Têm osteoporose causada devido
fosfonatos, pois ele previne a perda
ao uso de corticosteroides
óssea. O denosumabe é administra-
do como uma injeção sob a pele em
um consultório médico duas vezes
ao ano. Tal como os bifosfonatos, o
denosumabe muito raramente causa
osteonecrose da mandíbula e pode
OSTEOPOROSE 17

MAPA MENTAL - OSTEOPOROSE

Mulheres pós-menopausa/ Homem mais velhos


Falta de estrogênio
Aumento da degradação óssea
Mais frequente
Níveis elevados de Ossos suscetíveis em mulheres
prolactina e glicemia à fratura
Influência social e
Hipogonadismo Redução da econômica
densidade óssea
Alta incidência
Hiperparatireoidismo Redução da
densidade óssea
Idiotático Alta prevalência
Doença de Cushing

Primário Secundário TIPOS EPIDEMIOLOGIA


Exames de sangue
OSTEOPOROSE

Deformidades Exame de
SINTOMAS DIAGNÓSTICO densidade óssea

Dor

TRATAMENTO PREVENÇÃO
Coluna encurvada

Quebra de ossos Parar de fumar e evitar


Denosumabe
(fraturas) consumo de álcool e cafeína

Fraturas por Consumo de quantidades


Bifosfonatos
compressão vertebral adequadas de cálcio e vitamina D

Fraturas pro fragilidade Agentes anabólicos Prática de exercícios

Fraturas de
quadril e pulso Terapia hormonal Calcitonina Raloxifeno
OSTEOPOROSE 18

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
MANUAL MSD-Versão para a saúde e família- Por Marcy B. Bolster , MD, Harvard Medical
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OSTEOPOROSE 19

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