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Explorando o mistério das obras divinas de Jesus Simon J. Kistemaker COM TE Pig-t melee (ott Pt oe ee eR LEO 8) ASM OSE ene eae Ste Scene ey cinco mil, e curando os cegos. Mas elas podem parecer tao distantes de no: experigneia em seguir Jesus hoje. Como teria sido testemunhar esses eventos em TSR RTI Cane om eT MO ETM EIR CSL SR nA TUKoR RNOLD POR eT Der eT erent nt et rn erent ae ees een eee aT Kistemaker nos mostra como esses milagres se relacionam com 0 modo como SS Ce et MOM MCR Rar ce Mes ear me cs aprofundara seu entendimento dos feitos miraculosos de Jesus. Reem oe Coron yee ORL eee RYE ta oe ea ee men ae needs recompensador de todos os sinais e maravilhas de maior vulto registrados nos tte ee eee ee TOILE e en me aed terrena do Salvadar, e revelam sua verdadeira gloria, de maneira tinica & COT Con aaa Oe eRe SS ee Ree een Cea eR ee Ce ROR oe ee Perens a et milagres de Jesus, seja tomado de admiracdo pelo seu poder, ¢ alegre-se no que Jesus faz para as seus; este é 0 lugar onde comecar. Leia-o! Vacé ficard muito feliz por ter feito isso. Steve Brown, autor de livros; presidente do programa de radio Key Life: ROO Cem eae en Reena RS oe ee Le CLS eS ue one Ee Mee eee UL estudos, incluindo As purdbolas de Jesus, desta editora Cee) e ce 57602201 | €DITORA CULTURA CRISTA || Wh | RO Rd Os milagres de Jesus Simon J. Kistemaker Os milagres de Jesus © 2008, Editora Cultura Crista. © 2006 by Simon Kistemaker. Origi- nalmeute publicado em inglés com o titulo The miracles pela Baker Books, uma divisio de Baker Book House Company, Grand Rapids, Michigan, 49516, USA. Todos os direitos sao reservados, 1* edigao ~ 2008 3,000 exemplares Consellu Editurial Ageu Cirilo de Magalhaes, Jr. Alex Barbosa Vicira André Luis Ramos Claudio Marra (Presidente) Femando Hamilton Costa Francisco Baptista de Melo Francisco Solano Portela Neto | Produgao Editorial Mauro Fernando Meister | Tradugao Valdeci da Silva Santos | Sachudeo Persaud Revisdo Claudete Agua de Melo Edna Guimardes Madalena Torres Editoragao OM Designers Graficos Capa Magno Paganelli Kistemaker, Simon J. K619m Os milagres de Jesus / Simon J. Kistemaker. _ So Paulo: Cultura Crist, 2008 224 ps 16x23 em Traduyao de The miracl ISBN 978-85-7622-221-7 1. Biblia 2. Evangelhoy 1, Titulo & €DITORA CULTURA CRISTA R. Miguel Teles Jr., 394 — Cambuei - SP - 15040-040 Caixa Postal 15.136 Fone (011) 3207-7099 - Fax (011) 3279-1255 — www.cep.org.br Supcrintendente: Haveraldo Ferreira Vargas Editor: Claudio Antonio Batista Marra CD 220 <= SUMARIO => INTRODUGAO MILAGRES NA NATUREZA + A transformagio da 4gua em vinho Jo&o 2.1-11 13 + Jesus acalma uma tempestade Mateus 8.23-27; Marcos 4.35-#1; Lucas 822-2. + Aalimentagio dos cinco Mateus 1+.13-21; Marcos 6,92-44; Lucas 9.10 17; Jodo 6.1 1 22 + Jesus anda sobre a agua Mateus 1422-83; Marcos 645-51; Joao 616-21 .. penne BS + A allmentagao dos quatro mil Mateus 15.29-39; Marcos #.1-10..50 + Jesus paga o imposto do templo Mateus 17.24-27 33 + A figueira amaldigoada Mateus 2118-22: Marcos (112-14, 20-24 ccc T + A primeira pesca Lucas 9.1-11 secre ‘A segunda pesca Jodo 21.1-14 18 DOENTES CURADOS + A sogra de Pedro Mateus 8.14-17; Marcos 1.29-815 Lucas 4.38.39 . + Um homem com a mio ressequida Mateus 12.9-14; Marcos 3.1-6; Lueas 6.6~11 ~ BT + O criado do centurido Mateus 8.5-13; Lucas 721-10... = O filho do oficial J0K0 4 AGB ee OF * A mulher enferma Mateus 9.20-22; Marcos 5.25-34: Lucas 8.43-48........ + A Mulher Aleijada Lucas 13.10-17 * O homem com hidro (cerosidade em cavidade do corpo) Lucas 141-4... * Malco Lucas 9¢ 49-51; Inia 1k 10,11 RO 8 OUVIDOS PARA OUVIR + Um homem cego e mudo Mateus 12.29-32; Lucas 1114-26 oo cccesessecseenereerenee BO, + Um homem surdo e gago Mareos 7.31-87.. EXPULSAO DE DEMONIOS * Um homem mudo Mateus 9.52-3+. feceseevnseeee LOL * O endemoninhado Geraseno Mateus 8.28-94; Marcos 5.1-20; Lucas 8.26-39. 110 * A mie cananéia Mateus 15.21 Marcos 7.21-30 + O menino possesso Mateus 17.4419; Marcos 9.74429; Lucas 9.37-42 122 * Maria Madalena Lucas 8.1-3; Jodo 20.1,2, 10-18..127, 7 RESSURREICAO DE MORTOS * O filho da viiva em Naim Lucas 7.1 1-16... + A filha de Jairo Mateus 9.18-26; Marcos 5.91-45; 138 Lucas 8.40 136 + Lazaro Jofio 111-44... 140 RESTAURACAO DA VISAO * Dois homens cegos Mateus 9.27-31_....... sessscose 149 + Bartimeu Mateus 20.29-34; Marcos 10.46-52; Lucas 18.35-48 .. + O homem cego em Betsaida Marcos $.22-26 ... + Ohomem cego de nascenga Joao 91-41. CURA DE LEPROSOS + Acura de um leproso Marcos 1.40-45; Mateus 8.1-: Lucas 9.12-16 + Dez leprosos curados JAlCAS ITAV=19 ener TS OS COXOS ANDAM NOVAMENTE + Acura de um paralitico Mateus 9.2-8; Marcos 2.1-19; Lucas 5.15-26. + O homem junto ao pogo de Betesda Jodo 6.1-1 179 “183 MILAGRES E JESUS * O nascimento virginal Mateus 1.18 Lucas 1.26-88.... + A transfiguragio Mateus 17.1-8; Marcos 9. Lil AS 9.28-96 ossercnnnnnnennnene IF * Aressurreigao Mateus 28.1-8; Marcos 16.1-8; Lucas 24.1-10; Jo8o 20:18... 198 + Aparecimentos pés-ressurreigio Mateus 28; Marcos 16; Lucas 24; Joie 20-21; Atos | 202 + Aascensio 2189 Lucas 24.50-53; Atos 1. 207 CURA PELA FE + Cura para ajudar nossa fé Atos §.15,16; 19.11,19; Tiago 5.1416 on 213 # CONCLUSAO vvninernnennene 1D << INTRODUCAO => reqiientemente usamos a palavra milagre quando alguém se recupera de um ferimento grave ou de uma cirurgia complicada. Quando faze- mos isso, estamos expressando a nossa incapacidade de explicar o poder curador que existe no corpo humano. Reconhecemos que a recuperagao ny fel apenas por causa da habilidade e perfeia dos cirurgides, mas que est4 ligada a forga inata que existe dentro do nosso corpo fisico e que vence as probabilidades existentes contra a restauracdo. Contudo, logo admitimos que uma recuperacao miraculosa de um ferimento ou uma enfermidade é diferente dos milagres que Jesus realizou quando curou os enfermos ¢ ressuscitou pessoas. Atribuimos uma volta a satide e a forca a um misterioso poder que Deus criou dentro do nosso corpo fisico. Mas os milagres que Jesus fez foram diferentes porque o poder de curar e restaurar residia nele. Isso nao quer dizer que conseguimos explicar totalmente os milagres de Jesus. Tudo o que podemos fazer é descrevé-los & medida que seguimos 0 relato do seu ministério registrado nos Evangelhos, Os evangelistas retratam-no como o operador de milagres de Deus, que curou todas as doengas € ressuscitou pessoas. Os milagres que Jesus fez estavam inseridos num contexto que apontava para a sua divindade. Depois de terem assistido a acontecimentos extraordinérios, as pessoas perguntavam se Jesus era o Filho de Davi, ou seja, o Messias. Depois de curar os leprosos, Jesus mandava-os para 8 o#, Os milagres de Jesus %~ os sacerdotes como testemunho de que ele era realmente o enviado de Deus. Ele colocou os doutos professores da Lei num dilema ao obrigd-los aescolher o mais facil entre dois atos que 86 Deus podia fazer: perdoar © pecado ou curar wm paralftico. Quando Jesus mandou que o homem ficasse cm pé e caminhasse, ele provou a sua divindade. Quando Jesus expulsava deménios, estes gritavam para que todos ouvissem que ele cra o Filho do Deus Altissimo, Os deménios temiam que ele tivesse vindo para atormenté-los antes do tempo de serem punidas. Embora os lideres religiosos dos dias de Jesus nao o aceitassem como Filho de Deus, os deménios tremiam em submissav a ele. Embora o Mestre curasse todos aqueles que o procuravam, quando se aproximava dos doentes ¢ aflitos, ele era seletivo. Por exemplo, 86 um homem no pogo de Betesda foi curado, enquanto os outros que definhavam a beira da 4gua nao. Na cidade de Nazaré, onde fora criado, Jesus nao péde fazer muitas grandes obras, a nao ser curar alguns enfermos. A cura acontecia imediatamente quando Jesus falava ou punha as mos sobre aqueles que sofriam. Ele usava métodos diferentes, ineluindo passar lama nos olhos de um homem cego de nascenga € tocar os olhos de outro, Em outras ocasides, ele curou us pessuas a distancia, entre elas © criado de um centuriao romano, o filho de um oficial da realeza, e a filha de uma mulher siro-fenicia. Pelo menos dois dos milagres de Jesus caracterizaram a obra au gloria de Deus. No caso do homem que havia nascido cego, Jesus se referiu obra de Deus demonstrada na vida dele. Quando estava para ressuscitar Lazaro dentre os mortos, Jesus disse que os presentes veriam a gloria de Deus. Os milagres nao sao incidentes isolados, mas tém a finalidade de revelar a gléria de Deus em sua grande forga e poder Portanto, ele é digno de receber os louvores de agdes de gragas das pessoas. Qual foi o propésito de Jesus em seu ministério de cura? A resposta 6 mostrar que ele era o Mesias. Jodo Batista enviou seus diseipulos a Jesus para perguntar se ele era “o que haveria de vir”. Jesus respondeu que todas as pessoas podiam atestar que ele era o Messias por causa dos milagres: * Os cegos recuperavam a visdo + Os coxos andavam Os leprosos ficavam limpos Os surdos podiam ouvir --< Introdugao = 9 * Os mortos eram ressuscitados * Os pobres ouviam a pregacao do evangelho S6 Jesus 0 Messias pode realizar esses milagres. Ele provou ser o Filho de Deus enviado para libertar 0 seu povo. MILAGRES NA NATUREZA SSK OSES ex A TRANSFORMACAO Ses “DA AGUA EM VINHO Jodo 2.1-11 Jesus e Maria Depois do encontrar Joao, o Batista, no Rio Jordao onde Jesus foi batizado, ele ¢ seus discfpulos viajaram para a Galiléia. Caminhando com animo, a distancia podia ser vencida em poucos dias. Chegaram a vila de Can, perto de Nazaré, exatamente quando estava acontecendo uma testa de casamento na qual Maria, mae de Jesus, havia aceitado servir aos convidados. Os casamentos eram celebrados com festas que podiam durar sete dias. Depois de um perfodo de nvivado que durava uin ano, o casamnento em si comegava na véspera do dia da ceriménia. Era quando o noivo, com seus amigos, entrava na casa da noiva e a levava, acompanhada de damas de honra, para a casa dele Embora sejam poucos os detalles, podemos presumir com confiana que Ou 4 noiva ou O noivo era amiga ou amigo, ou entao parente, de Maria. Sabemos que Jesus tinha sido convidado para a festa com seus discipulos. Sem divida a presenga de convidados extras na festa pode ter contribufdo para que faltasse vinho com o passar das horas. As festas de casamento eram ocasides alegres, durante as quais os convidados consumiam grandes quantidades de alimento e vinho. Na cultura hebraica, o consumo de vinho fazia parte do entretenimento dos convidados ¢ da apreciagao da convivéncia de uns com os outros. Essa 14 == Os milagres de Jesus bebida era por vezes dilufda com 4gua para manter 0 nivel de éleool baixo. Além disso, as regras da sociedade tornavam a embriaguez culturalmente inaceitavel. De fato, a Biblia fala contra a bebedice. A certa altura da festa, os criados viram que o suprimento de vinho estava diminuindo e ia acabar. Esse apuro causaria um embarago inevitavel para o casal de noives e para a familia, assim como uma despesa financeira inescapavel. Algo tinha de ser feito depressa para contornar a situag&o € evitar a vergonha social. Maria aproveitou a ocasiio para pedir a ajuda de Jesus. De todos os convidadas e serventes, era ele quem ela conhecia mais. E o relacionamenio entre Maria e Jesus era sdlido, especialmente porque era ele quem a sustentava desde que o seu marido, José, morrera. ‘Aus 11ossos ouvidos, a resposta de Jesus a Maria soa um tanto brusca. Ele disse: “Mulher, que tenho ew contigo? Ainda nao é chegada a minha hora”. No mundo ocidental é muito grosseiro e lalta de boas maneiras um filho se dirigir 4 mae como “mulher”. Nao no tempo de Jesus, em que a palavra mulher era um titulo de respeito assim como o termo senhora é titulo de respeito em muitos lugares. A intengao da fala de Jesus seria equivalente a “minha querida mae”. No entanto, as palavras de Jesus colocaram uma distancia entre ele € sua mae para que ela reconhecesse que uma mudanga havia acontecido no relacionamento deles. Maria tinha de reconhecer que Jesus nao era mais o seu provedor, mas que agora cumpria o papel para o qual Deus 0 havia chamado. As patavras misteriosas “Ainda nfo é chegada a minha hora” apontavam para o seu iminente sofrimento, morte, ressurreigo € ascensao. Maria teve de se lembrar das palavras ditas por Jesus aos 12 anos no templo: “Nao sabieis que me cumpria estar na casa de meu Pai Jesus transformou © relacionamento {ntimo entre mac c filho no de uma pecadora necessitada de um Salvador. Ele havia vindo a terra para salvar as pessoas de seus pecados, e Maria tinha de reconhecer que ela também era uma pecadora por quem Jesus viera como o Messias. De fato, como Cordeiro de Deus, ele finalmente morreria uma morte cruel para eliminar o pecado dela. Ele deixou claro que cla nao tinha mais direitos sobre ele do que qualquer pessoa, porque ele era o Filho de Deus, e fora enviado para fazer 0 que 0 Pai havia mandado. - Maria teve de se lembrar que décadas antes, no templo, o velho Simeao havia falado sobre o destino do filho dela. Ele havia dito que a vida de Jesus fora posta paraa queda e o levantamento de Isracl ¢ que uma espada traspassaria também a alma de Maria. +e A transformagao da égua em vinho > 15 Agora, posicionado no estdgio inicial desse destino, Jesus alertou sua mie de que o seu ministério terreno havia comegado. Ele, e nao sua mae, determinaria o programa desse ministério que finalmente levaria 4 sua morte na cruz do Calvario. Entéo, Maria informou aos servos que fizessem o que Jesus lhes ordenasse. Ela sabia que Jesus poderia resolver a situagéo, Scis potes feitos de peda estavam proximos. Eram usados pelos judeus para as lavagens cerimoniais. Cada um tinha a capacidade para trinta a quarenta Jitros. Jesus mandou que os servos enchessem completamente todos os seis potes com agua do poco. Ele quis se assegurar de que os potes estivessem vazios antes de serem cheios com agua potével limpa. Jesus nao falou nenhuma formula magica, nfo tocou na 4gua e nao orou a Deus por um milagre. Nao houve exibigao de poder, nenhum grande truque, nenhuma magica manual. Jesus simplesmente pediu a um dos servos que tirasse um pouco da agua desses potes e a levasse ao chefe dos gargons. E entao o milagre de transformar 4gua em vinho aconteceu. O mistério Os criados viram que a agua havia se transformado em vinho. Incapazes de explicar o milagre que havia ocorrido, foram procurar 0 mestre-de-ceriménias e deram-lhe do vinho. Ele o provou, nao sabendo do milagre, ¢ imediatamente reagiu dizendo a0 noivo que algo tinha safdo errado. Era costume servir © bom vinho primeiro e depois o de qualidade inferior. Depois que os convidados tivessem bebido bastante, no conseguiriam perceber a diferenca. Mas ali havia acontecido o contrario, ou seja, o vinho inferior fora servido até acabar, e entao, de repente, o vinho melhor tornou-se dispontvel. O noivo nao sabia como o vinho bom tinha entrado na sala do banquete. Mas quando lhe contaram que os seis potes de agua estavam cheias com um vinho de melhor qualidade, ele ficou maravilhado com a beleza do presente de casamento que Jesus dera ao casal. A enorme quantidade de vinho tornou-se uu presente de easamento apropriado para os recém-casados. O milagre em si sempre permanecera um mistério para nés, porque © poder sobrenatural de Jesus estava em operagin ao transformar a Agua em vinho. Mas somos capazes de entender alguns aspectos dese acontecimento, isto 6, que quando Jesus realizou esse milagre ele eliminou 16 Os milagres de Jesus o elemento tempo. Fazer vinho leva um longo tempo, que comeca com o- cultivo das uvas, depois colhé-las e espremé-las e, por tiltimo, coletar sucu. E enitau é nevessdriv esperar que a fermentagao ocorra. Depois que © tempo extra se passa, 0 vinho pode ser provado e consumido. E fato conhecido que quanto mais tempo passa, melhor é 0 gosto do vinho. Jesus transformou 4gua em vinho com um milagre que ocorreu instantaneamente. Porém, na verdade, o processo de crescimento, dos brotes minusculos as uvas crescidas e maduras também é um milagre. E mn é também o processo de fermentag4o que opera de modo silencioso e discreto. Nenhum ser humano tem o poder, o conhecimento e a habilidade de reproduzir esses milagres. De acordo com 0 apéstolo Jo%o, transformar gua em vinho foi o primeiro sinal miraculoso que Jesus realizou em Cand da Galiléia. Os milagres revelavam a gloria de Jesus, mas também cumpriam 0 propésito de fazer que seus discipulos pusessem a fénele. De modo geral, os milagres ovorriam para criar £é em Jesus, ou em resposta 4 f8. Ao transformar agua em vinho, Jesus fez seus discfpulos se transformarem em crentes. Eles puderam verificar a verdade de suas palavras de que veriam o céu aberto 08 anjos de Deus subindo ¢ descendo sobre o Filho do homem. . O relato da festa de casamento coloca Jesus no centro do palco. Nao nos é dito nada sobre o noivo, a noiva, o mestre-de-ceriménias, ou o relacionamento de Maria com o casal. O enfoque primério nesse quadro esté em Jesus, o operador do milagre. Os outros elementos sao propositadamente deixados de lado. Jesus demonstrou a sua gldria como aquele que foi enviado pelo Pai para estar no mundo. Esse sinal foi o primeiro de uma série de milagres que Jesus realizou durante o seu ministério. Pontos a ponderar * H& uma medida de simbolismo nesse relato. A presenga de Jesus no casamento em Cand aponta para o banquete de casamento celestial no final dos tempos. Nessa orasifio, Jesus seré 0 noivo, eo povo de Deus anoiva. Vejo aqui uma ilustragao dentro de uma ilustrag4o porque os convidados no casamento da noiva serfo 0 pove de Deus, ¢ eles, por sua vez, serdo a noiva do noivo, isto ¢, do Cordeiro. + Jesus nao transforma mais a Agua em vinho em casamentos, mas ele quer estar presente num casamento quando marido e mulher dao ini- “eA transformagio da 4gua em vinho = 7 cio a uma familia. Ele deseja ser o chefe de cada familia, 0 convidado invisivel em cada refeigao € 0 ouvinte silencioso em cada conversa. Jesus ainda vem oferecendo promessas e diz a um casal de noivos para confiar nele de todo 0 coragdo e nao confiarem em seu proprio entendimento. Ele insiste com eles para que 0 reconhegam em tudo © que fizerem e entao cle os abencoaré fazendo que seus caminhos sejam reto: _ JESUS ACALMA “=< UMA TEMPESTADE 7 Mateus 8.23-27; Marcos 4.35-41; Lucas 8.22-25 A tempestade No final de um dia movimentado ensinando as multiddes, Jesus estava fisica e mentalmente exausto. Ele havia curado muitas pessoas doentes na margem ocidental do Lago da Galilia e ensinara multidées de pessoas durante grande parte do dia. Ao entardecer, ele entrou num barco de pesca com seus discipulos. O barco provavelmente pertencia a um deles, talvez Pedro, Jesus Ihes disse que rumassem para 0 outro lado do lago, uma area em que os judeus evitavam por causa de sua populagdo predominantemente gentia. Enquanto atravessavam o lago, outros barcos os seguiram. Jesus ansiava por um periodo de descanso e relaxamento. Tendo encontrado um lugar na parte de tras da embarcagao, adormeceu quase que imediatamente. Mesmo tendo demonstrado resisténcia admiravel durante todo aquele dia, nesse momento mostrou que o seu corpo nso. Enquanto os discipulos manejavam os remos € 0 precisava de des leme da embarcacio, ele dormia. Os discfpulos — muitos deles pescadores ~ estavan bem familiarizados com a configuragao da terra a volta, bem como com as dimensées ¢ 03 perigos dessas dguas. A disténeia de um lado a outro do lago, de oeste a leste, é de treze quilémetros; e de norte a sul, 21 quilémetros, Como uma extensfio do Rio Jordio, a lago esté localizado numa depressiio profunda, rodeada por morros altos com excegio de um trecho largo nos seus dois =< Jesus acalma uma tempestade = 1 limites, ao norte ¢ 20 sul. Fmbora o lago se ache muitfssimo abaixe do nivel do mar, recebe sua 4gua das neves que derretem no Monte Hermom que fica préximo, ao norte. Nos meses quentes do verdo, a temperatura no lago pode subir a 37 graus centigrados na sombra. Quando o ar fresco da montanha se precipita para haixo e encontra o ar quente que esta sobre o lago, tempestades repentinas se desenvolvem e transformam suas aguas geralmente calmas em redemvinhos violentos e perigosos. O choque repentino de massas de ar representa um perigo mortal para as pessoas que estiverem no lago quando isso ocorre. Ondas tempestunsas de quase dois metros de altura apavoram até os pescadores mais experientes. Podemos imaginar muito bem que foi exatamente isso 0 que ocorreu no Lago da Guliléia naquele comego de noite quando Jesus estava adormecido na popa. Uma tempestade repentina lhes sobreveio, mas Jesus estava dormindo profundamente com a cabeca sobre uma almofada de marinheiro. Ele estava alheio ao mundo, embora uma tempestade estivesse ocorrendo a sua volta. Nem 0 uivo do vento, ¢ o salpico das ondas ou messuy as guinadas bruscas do barco tiveram qualquer efeito sobre ele, Nada parecia acordé-lo. Contudo, quando chamado, ele imediatamente deu atengao aos gritos de seus disefpulos. Fles clamaram ao seu Senhor e Mestre que 0s salvassem de morrer na Agua. Seus gritos 0 alertaram para a realidade de que as vidas deles estavam em perigo. Eles estavain perecend © precisavam de ajuda imediata. Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar que se aquietasse. De repente, 0 vento cessou e 0 mar tornou-se totalmente calmo. A Agua ficon I Apés esse incidente, Jesus se dirigiu aos discipulos e perguntou-lhes por que eles tinham ficado com medo. Cum regra basica, eles deveriam ter reconhecide que na presenga de seu Mestre eles estavam sempre a salvo ¢ seguros, Certamente 0 vento e as ondas soltaram sua ftiria contra todos que estavam sohre o lago, mas com Jesus no barco eles nada tinham a temer. Mesmo assim, isso exigia fé nele. Portanto, Jesus Ihes fez a pergunta objetiva: “Onde esta a [é de vocés?” Jesus nunca repreendeu ninguém por confiar demais nele. Ele sempre presta atengéo na fé como de uma crianga de seus seguidores. Qs disefpulos ficaram aténitos quando presenciaram o poder de Jesus sobre os elementos da natureza. Observaram um milagre em meio a uma situayae dificil e assustadura subre a qual Jesus mostrou ter controle total. a como vidro. 20 “= Os milagres de Jesus = Por que eles nao reconheceram que, com Jesus no harco, jamais afundariam? Como o agente da criagio, ele controlava totalmente os elementos da nalureza. Nao sabiam eles que toda a criacao tinha de obedecer ao seu comando? Se tivessem apenas sabido que eles tinham o Criador do universo a bordo, eles teriam tido certeza de estarem seguros. Jesus ndo os repreendeu por mostrarem medo e sim pela falta de fé. Portanto, ele Ihes ensinou a lig&o que na presenca de seu Mestre eles estavam sempre a salvo e seguros. A sobcrania de Jesus Os discfpulos ficaram aténitos quando viram que a soberania majestosa de Jesus ahrangia tanto o vento quanto as ondas. Perguntaram: “Quem é este que até os ventos eo mar lhe obedecem?” Eles haviam testemunhado sua capacidade de vencer as forcas da natureza, que eles viam como sendo os poderes das trevas. Eles se lembraram de Moisés, que ao estender sua mao sobre o Mar Vermelho dividiu as aguas para que os israelitas pudessem atravessar cm scguranga para o outro lado. Do mesmo modo, nos dias de Josué as éguas do Rio Jordao pararam de correr para que todo o Israel pudesse atravessar em terra seca. Durante todo o tempo, eles sabiam que ninguém a nao ser Neus podia controlar 0 vento ea tempestade. Entéo Jesus apenas falara 4 tempestade, e o vento e a gua lhe obedeceram. EF. verdade que por causa de sua familiaridade com a natureza eles sabiam que tempestades no mar da Galiléia podiam surgir ¢ se dissipar em questao de minutos. Mesmo assim, em meio ao vento uivante e as ondas, Jesus disse palavras de repreensio, e essas forcas naturais instantaneamente se tornaram subservientes a cle. Quando esse milagre ocorreu, seus disefpulos o reconheceram como Filho de Deus e Filho do homem. Os discipulos haviam visto uma demonstragao da divindade de Jesus em acao. Ele nao era mais o carpinteire que se tornara profetae o mestre que viera de Nazaré. Reconheceram que ele era tanto divino quanto humano, com poder para controlar a natureza a sua volta. Respeitaram-no profiindamente e reconheceram Jesus como seu Senhor Soberano. Jesus cumpriu as palavras do salmista que falou de pessoas safrem ao mar em navios, de tempestades ¢ ondas, de marinheires gritando ao Senhor, ¢ de Deus apaziguando a tempestade até ela se transformar num murmtrio (SI 107.28-30) Jesus acalma uma tempestade “ 21 Pontus a ponderar * Se os disefpulos soubessem que Jesus era o agente da criagao e tinha poder sobre as forgas da natureza, eles teriam deixado que ele dormisse. Ele estava precisando desse bem merecido descanso, Deveriam ter reconhecido que Jesus nunca exporia a si ¢ a seus discipulos ao perigo de se afogarem no Mar da Galiléia. Porém, em vez de crer e confiar, faltou f6 a eles, 0 que fez que ficassem com muito medo * Omedo é uma reagdo natural as forgas externas? Sera que o medo sem- pre demonstra falta de fé? Os cristdos podem sentir medo em algumas situagGes? A resposta a essas perguntas é que o medo realmente afasta a fé; inversamente, a fé langa fora o medo. Nos Evangelhos, em Atos Apocalipse, Jesus repetidamente diz a0 seu povo: “Nao temam!” Ele deu a seus seguidores esta promessa: “Eis que estou convosco até & consuma- cao do século” (Mt 28.20). Sempre que estamos numa situacdo que nos causa medo como reagdo natural, devemos lembrar que 0 medo deve nos levar para junto de Jesus, e nao nos afastar dele. Fle esté sempre junto ands ¢ diz palavras de incentivo. Jesus nos liberta do medo. * De outro lado, a Escritura nos ensina a temer a Deus ¢ ama-lo de todo. coragao, alma e mente. Expressamos temor piedoso quando vivemos em harmonia com sua Palavra e seus preceitos. Temor no sentido de reveréncia a Deus é uma das maiores riquezas espirituais que podemos possuir. Nés 0 reverenciamos como Criador de todas as coisas; nés sabemos que cle esta totalmente no controle de cada situagéo, inclusive as tempestades de um ou outro tipo que transtornam a nossa vida. , AALIMENTACAO “= DOS§ CINCO MIL Mateus 14,13-21; Marcos 6.32-44; Lucas 9.10-17; Jodo 6.1-13 Pastor e ovelha Todos os quatro Evangelhos registram o milagre de Jesus ter alimentado cinco mil homens, nao contando as mulheres e criangas. Se nds concordarmos que o ntimero de homens é cquivalente ao ndmero de mulheres, a multiddo dobra quanto ao tamanho. E se acrescentarmos as criangas, a contagem total pode bem chegar a mais de 24 a trinta mil pessoas. Nao hd diivida que alimentar uma tal multidao no impulso do momento é um milagre. Os escritores dos Evangelhos também informam onde © quando essa refeigao aconteceu. Jesus e seus discipulos tinham ido a um local solitario longe de cidades ¢ vilas vizinhas. Foi na margem leste do Lago da Galiléia na estagiio da primavera, provavelmente em abril, enquanto a grama ainda estava verde. Jesus escolheu esse lugar para ficar em privacidade e estar longe das multiddes que o seguiam para todo lugar que fosse. Contudo, a tranqiiilidade que Jesus e seus diseipulos procuravam acabou quando milhares de pessoas se aproximaram dele. Elas rodearam v lao e chegarain ao lugar em que Jesus estava. Queriam que ele curasse seus doentes, bem como iam para serem instrufdas por ele. Jesus passou o restante do dia ministrando as pessoas porque eram como ovelhas sem pastor. Embora os lideres religiosas daqueles dias tentassem dar-lhes direcionamento espiritual e instrugdo religiosa, acu mil or A alimentagdo dos 23, falhavam nisso. Jesus satisfez essa necessidade. Ele cuidou das pessoas com seu ensino, € com seus atos curou os doentes € aflitos. ‘As pessoas ficaram ali até o fim do dia. Logo ficou aparente que estavam necessitadas de alimento fisico. Terminara o tempo para instruir as multid5es, e chegara o momento de cuidar das necessidades de seus corpos fisicos. Em certo sentido Jesus se tornava 0 gracioso anfitriao, enquanto as pessoas eram seus héspedes esperancosos. Seré que ele seria capaz de cuidar dessa imensa multidao ¢ ainda ser seu supridor? Todos os escritores dos Evangelhos relatam que os discipulos chegaram a Jesus com a sugestéo de mandar as multiddes embora para que as pessoas pudessem comprar alimento nas vilas vizinhas. Mas Jesus sabia exatamente o que ia fazer. Ele perguntou aos discfpulos se tinham dinhciro suficiente para comprar pao para todas aquelas pessoas. Ele queria que eles participassem da tarefa de alimentar as multiddes, e os testou quanto A fé que eles tinham quando mandou que satisfizessem a caréncia fisica de todas aquelas pessoas. Filipe fez um célculo rapido e supds que a quantia de dinheiro que um trabalhador ganhava em oito meses no scria suficiente para propiciar a cada pessoa nem mesmo uma mordida no pao. Ele percebeu rapidamente a impossibilidade de tazer face as necessidades das multidées. Sua sugestao_ tinha sido mera suposigao ¢ agora ele olhou para Jesus esperando que ele o ajudasse a resolver o problema. Pao e peixe André, irmao de Simao Pedro, viu um menino que tinha cinco pequenos pies de cevada ¢ dois pequenos peixes. Era o suficiente para satisfazer a fome de um menino, mas ndo representava nada diante de uma multidao. Portanto, André questionou Jesus sobre até que ponto essa pequena quantidade de alimento iria satisfazer As necessidades de uma multidao. André falhou em reconhecer que ele estava na presenga do Criador do universo que diariamente alimenta todas as suas criaturas. E mais, os disc{pulos nao perceberam que Jesus nunca manda embora as pessoas de mdos vazias. Ele sempre ministra aqueles que vao a ele em dependéncia total. © pao de cevada era comido pelos pobres que nao tinham condigées de comprar pao feito de gros melhores. A cevada é imprépria para se fazer um pio substancioso; o trigo e o centeio prestam-se mais a isso. Os dois << Qs milagres de Jesus = pequenos peixes eram do tamanho de sardinhas servidas como petiscas quando salgadas. Essa foi a escolha de Jesus para alimentar a multidao. Jesuy matidou que os discipulos fizessem que as pessoas se sentassem. na grama verde em grupos de cem ¢ de cingiienta. Isso foi feito por familias, ¢ assim o ntimero total pode rapidamente ser contado. Estavam sentados em divisdes estabelecidas de maneira ordenada, para que nao houvesse nenhuma confiusdo. Os pais de familia estavam encarregados de reunir seus proprios clas, muito parecido com 0 modo em que Moisés agrupou os israelitas no deserto do Sinai. Entéo, Jesus tomou 0 pao e 0 peixe nas maos, olhou para o céu. ¢ abengoou 0 alimento com agées de graya a Deus, o doador de todo dom bom e perfeito. Assim, mostrou as pessoas como dependerem de Deus para suprir suas necessidades, e a necessidade de expressar gratidao. Quando lesus partiu o pio, o milagre da multipticagao que ocorreu nao pode ser explicado de mancira satisfatéria por ninguém, Perguntas sobre esse milagre so muitas, mas as Escrituras silenciam sobre como o milagre ocorreu exatamente. Esse milagre, no entanto, pode ser explicado se 0 compararmos com 0 milagre que Deus realiza quando, diariamente, ele alimenta a populagio total da terra. Sem drivida nenhuma, esse feito éum milagre! Jesus entregava 0 pao € 0 peixe a seus discipulos, que por sua vez passavam © alimento adiante para as pessoas até que elas ficassem satisfcitas. Quando j4 haviam comido o suficiente, ele instruiu os discfpulos a recolherem os pedagos de pao e peixe para que nada fosse desperdicado, Toda a comida que sobrou encheu doze cestos. Esse milagre mostra Jesus cuidando tanto das necessidades espirituais quanto das necessidades fisicas do povo. Ele Ihes ensinou as Eserituras do Antigo ‘Testamento ¢ trouxe-lhes a revelagio de Deus, Resumindo, deu-lhes o pao da vida. E, no final do dia, alimentou-os com pao e peixe para sustenta-los fisicamente. Pontos a ponderar * Deus é bom para todos, pois ele faz que a chuva caia sobre os justos ¢ os injustos. De fato, ele providencia diariamente alimento e bebida para todas as pessoas, mesmio que algumas passem por periodos de tome. Em poucas palavras, esse fato em si 6 um milagre que pede respostas de gratidao de seus beneticidrios, 25, A alimentacao dos cinco mil Na hora das refeigdes os cristios expressam sua gratidao a Deus e muitas vezes ensinam os filhos a orar “Deus é grande, Deus é bom, € nés Ihe damos gracas pela refeigdo”. Jesus expressou sua gratidao a Deus o Pai, ¢ pelo seu exemplo ensina os cristéos a também expres sarem a sua gratidao a Deus. Contudo, negligenciar o agradecimento &um ato de desrespeito que resulta em se distanciar do Deus vivo. As pessoas que Jesus alimentou provavelmente pensaraim no proteta Elias, cujo milagre em Sarepta consistiu no pote de farinha nunca se esvaziar e na botija de azeite nunca secar (1Rs 17.7-15). E eles se lembraram que 0 profeta Eliseu alimentou cem homens com vinte bolos de cevada e ainda sobrou comida (2Rs 4.42-44). Nesse caso, elas reconheceram no meio deles um profeta muito maior do que Elias ou Eliseu. Viram-no como sendo aquele que Moisés havia predito, ou seja, o Messias, o grande Profeta. Elas até quiseram fazé-lo seu rei para derrubar os ocupantes romanos. Mas Jesus nio seria um rei politico num reino terreno. Ele é Rei dos reis e Senhor dos senhores num reino que nao é deste mundo. car JESUS ANDA SOBRE Yes A AGUA Mateus 14.22-33; Marcos 6.45-51; Jodo 6.16-21 Embarcacao lenta Depois de passar horas agradéveis no comeco da noite com parentes ou amigos, sabemos que chegou a hora de nos despedir. A seguir, a tarefa de arrumar a sala e lavar a louga cabe a nés, os donos da casa, como bons anfitrides. Entao, relaxamos por alguns momentos antes de nos retirarmos para uma noite de descanso Em certo sentido, foi isso 0 que acontecev com Jesus e os disefpulos. Ap6s alimentar uma multidao de cinco mil homens, nao contando as mulheres e criangas, Jesus despediu o povo. Mandou que seus discfpulos entrassem no barco e fossem a frente, atravessando o Lago da Galiléia em direeao a cidade de Betsaida. Ele préprio se retirou e foi a um monte para orar. Ele precisava de tempo para estar a s6s e ter comunhfo com seu Pai Entre outras necessidades, ele orou pela seguranga e pelo bem-estar dos discfpulos, que precisavam ser protegidos dos elementos tempestuosos do vento, da 4gua e das ondas. Era ode da noite quando os discipulus entraram no barco. Logo que deixaram a praia, eles enfrentaram um vento que rapidamente se transformou numa tempestade. Os discfpulos ficaram impossibilitados de fazer qualquer progresso visivel. Sem conseguirem levantar velas, foram forgados a manejar seus remos, mas toda a forca fisica deles parecia produzir pouco resultado. Perceberam que 0 progresso era minimo, e 27 = Jesus anda sobre a agua *» depois de muitas horas remando nao haviam passado do meio do lago. A noite estava chegando ao fim e, nas tiltimas horas da noite, eles ainda estavam cerca de cinco quilémetros e meio do seu destino Cansadas e frustrados, eles viam que os seus esforgos estavam resultando num sucesso muito limitado. Os discfpulos queriam saber por que Jesus os tinha mandado sair de barco, sozinhos, tarde da noite, Ele os havia abandonado? Especialmente em tempo tempestuoso queriam ouvir palavras de afirmacio da parte dele; teriam aceitado de bom grado uma mostra de seu poder onipresente sobre a natureza. Com certeza eles se perguntavam onde ele poderia estar. Sera que estava dormindo enquanto eles lutavam? Enquanto expressavam essas preocupagoes, de repente eles viram alguém caminhando sobre as ondas do lago. Tinham remado a noite toda sem fazer progresso visivel, e agora viam uma figura indistinta a distancia, aproximando-se sem fazer esforgo, como se fosse passar por eles. Como um homem podia caminhar sobre a superficie da 4gua como se fosse terra seca? Eles ficaram cheios de medo. De repente um deles gritou: “E um fantasma!” Todos concordaram que era um fantasma, um aparecimento ilusério, wm espfrito demonfaco flutuando como fantasma acima da superficie da agua. Eles ficaram aterrorizados, ¢ cada vestigio de coragem desapareceu. Entéo ouviram uma voz conhecida, a voz de Jesus dizendo-lhes: “Animem-se, sou eu. Nao temam”. Jesus ndo os havia abandonado. Ele tinha estado orando, pedindo a seu Pai que os protegesse dos males ¢ perigos. Mas agora queria fortalecer-lhes a fé mostrando-lhes que ele controlava os elementos atmosféricos. Bem na frente deles, testemunharam o milagre de Jesus exercer seu poder total sobre a natureza; ele tinha a capacidade de desafiar as leis da gravidade e da liquidez. As forcas fisieas eram totalmente submissas a ele. Fé e temor Esse milagre produziu em Pedro a reagdo que Jesus esperava, isto é, que Pedro cresse nele. Pedro disse: “Senhor, se é © senhor, mande-me chegar até af sobre as aguas”. Ele nd duvidou nem por um momento que a pessoa fosse Jesus. De fato, por saber que era Jesus, pediu ao Senhor se podia andar com ele sobre a Agua. Seu pedido nao teve a finalidade de mostrar a seus condisc{pulos que ele tinha mais f& do que eles. Pedro 28 +», Os milagres de Jesus » queria ficar proximo de Jesus para que ele também tivesse a experiéncia do poder de Cristo sobre a natureza. Ele precisava da aprovagao divina do Senhor para fazer que esse milagre se Lornasse auténtico para ele mesmo em resposta a fé. Enquanto Pedro olhava para Jesus, ele realmente péde andar sobre a agua enquanto os ventos sopravam ¢ as ondas se moviam. No momento em que ele desviou o olhar do Senhor e viu a forca do vento e da Agua, afundou. Mas antes de submergir, gritou por socorro. Imediatamente Jesus 0 pegou pela mao eo tirou da Agua. Uma repreensao branda veio dos labios de Jesus: “Homem de pequena fé, por que duvidaste?” Entao, ambos subiram no barco ¢ o poder do vento parou imediatamente, para admirayao dos discipulos. Eles o adoraram e disseram: “Verdadeiramente, o Senhor é 0 Filho de Deus!” Pedro havia desviado o seu olhar de Jesus ¢ por isso afundou na 4gua, Quando gritou “Senhor, salve-me!”, Jesus tomou pela mao eo levantou para que entrasse no barco. Observe que a urgente oragdo de Pedro por livramento foi seguida por adoracao genuina. sobre a agua, Pedro andou sobre a agua, ¢ 0 vento parou de soprar. Qual é 0 significado dessa séric de milagres? Como explicamos esses fendmenos? Podemos comecar com a alimentac3o dos cinco mil, em que Jesus demonstrou seu poder de realizar um milagre extraordinario. Isso deve ter deixado nos discfpulos a impressio indelével de que, da perspectiva humana, Jesus podia fazer o impossivel. Mas suas mentes estavam embotadas por falta de sono ¢ dos misculos supercansados dos bragos e pernas. Seus coragées estavam insensiveis e desatentos. No meio de uma tempestade, os disefpulos cansados dos remos deixaram de aplicar o sentido do milagre A sua situagao presente. Na verdade, 0 mailagre de Jesus caminhar sobre a agua veio inesperadamente a noite em condigées chmaticas adversas. Jesus gritou aos discipulos: “Sou eu, nado tenham medo”. Ao dizer as palavras “Sou eu”, cle assumiu a identidade de Deus que comissionou Moisés para ir aos israclitas no Eyito e dizer: “Eu Sou me enviou a vs outros” (Ex 3.14). Deus se revelou como 0 onipresente Deus que realizou milagres entre eles no Egito ¢ na travessia do Mar Vermelho. Do mesmo modo, Jesus caminhou sobre a 4gua do Lago da Galiléia e identificou-se como sendo divino. Seus discfpulos 0 adoraram como o Filho de Deus, 0 Messias. Como o Senhor do universo, Jesus podia desafiar a lei da gravidade porque ele é 0 doador da lei e pelo seu divino poder ele sujeita a lei. Jesus andou © Jesus anda sobre a agua Pedro pode caminhar sobre a agua porque sua fé em Jesus o capacitou. Mas quando ele desviou os olhos de Jesus ¢ comegou a oscilar, o milagre terminou para Pedro. O vento parou de soprar no momento em que Jesus entrou no barco. Esse fendmeno também ocorreu num incidente anterior quando ele acalmou a tempestade no Lago da Galiléia. E, entao, com Jesus a bordo, 08 discfpulos chegaram a0 outro lado em tempo recorde, o que pode ser interpretado como outro milagre, embora menor. Pontos a ponderar + Sempre que os disefpulos entravam no scu barco de pesca com Jesus, ele, na maioria das vezes realizava um milagre; por exemplo, cle acalmou uma tempestade, pegou uma quantidade grande de peixes e andou sobre a agua. Mas como Jesus desafiou as leis da gravidade eda liquidez? A resposta a essa pergunta s6 pode ser dada se virmos Jesus como o Criador do universo. Seré que cle, que criou tanto a forga de atragao da gravidade quanto as extensdes de 4gua, nado tem controle sobre o que criou? Por causa de sua divindade ele tem autoridade sobre os elementos na natureza. + Jesus realizou o milagre de andar sobre o Lago da Galiléia para forta- lecer a fé dos discipulos ¢ assegura-los de que eles nada tinham a temer. Ele se identificon com as palavras “Eu Sou” que em certo sentido é 0 proprio nome de Deus, Observe que Jesus se identificou dessa mesma maneira no Jardim do Getsémani ¢ 0 resultado foi que os guardas do templo que haviam ido para prendé-lo cafram ao chao. + Os discfpulos tiveram de aprender a ligdo da proximidade de Jesus no meio de uma tempestade. Eles gastaram sua energia remando durante toda a noite, Embora tivessem feito pouco progresso, viram o poder miraculoso de Jesus sobre as leis da natureza. Por essa razao, © reconheceram e o adoraram como 0 Filho de Deus. + Paulo escreveu: “Tudo posso naquele [Cristo] que me fortalece”. Isso quer dizer que cle podia fazer todas as coisas na presenca do Senhor con- tanto que caminhasse com seguranga nos passos de Jesus. Seguidores de Jesus encontram tempestades freqiientes na vida, mas na medida em que se lembram de que ele est ao lado deles, esto seguros. A ALIMENTACAO , DOS QUATRO MIL ~~ Mateus 15.29-39; Marcos 8.1-10 Comida para todos Um professor experiente sabe que a repetigao é a formula comprovada para se aprender bem. Para ajudar seus alunos a aprenderem uma licdo, 0 professor precisa repeti-la de tempos em tempos. Jesus nfo era excegSo a essa regra. Por exemplo, os Evangelhos apresentam relatos duplicados das Bem-aventurangas, da Oragao do Senhor e da parabola da ovelha perdida. Os escritores dos Evangelhos registram dois milagres de alimentar uma multidao: cinco mil pessoas e quatro mil pessoas. Algumas pessoas créem que se trata de um sé © mesmo milagre, apresentado como dois casos diferentes, Mas a comprovacao esmagadora mostra que ha duas ocasides, duas situagdes, dois lugares e dois métodos contrastantes. Num dos relatos, as pessoas esto com ele por um dia sé; no outro, elas ficam 14 por trés dias. Até mesmo Jesus se refere a esses dois incidentes quando ele interroga os discfpulos sobre a quantidade de sobras de comida que tinham reunido. Na primeira ocasido eles responderam que havia doze cestos cheios e, na segunda, sete. Multidées de pessoas que chegavam aos milhares tinham ido até Jesus, Entre elas havia muitos doentes e sofredores: os cegos, 0s aleijados os mudos. Ele curou todos de maneira que os cegos puderam ver, os aleijado: que sofriam de perda de audig&o, que eram possessos por demdnios ou aram e os mudos falaram. Sem diivida havia muitos outros: -«® A alimentagao dos quatro mil “= 31 sofriam de um tipo ou outro de deficiéncia fisica. Jesus curou a todos com o resultado de que eles glorificaram ao Deus de Israel. A multidao ficou com Jesus por trés dias durante os quais consumiram todos os suprimentos de comida que haviam levado consigo. Jesus se moveu de compaixdo; ele percebcu que era hora de agir. Se mandasse as pessoas para casa com fome, elas poderiam desmaiar pelo caminho. Os discfpulos de Jesus perguntaram onde poderiam encontrar comida suficiente para alimentar uma multidao tao grande. A pergunta deles foi retorica, pois cles j4 sabiam a resposta. E claro que se lembravam do que ele havia feito antes para alimentar uma multidao. O mesmo milagre Jesus perguntou aos discipulos quanto pao tinham consigo, ¢ eles responderam: “Sete pies ¢ alguns peixes”. Se fosse apenas para os discipulos, essa quantidade seria insuficiente; para uma multidao, entao, seria o mesmo que nada. Uma multida’o de quatro rail homens, nao contando as mulheres e criangas, tinha de ser alimentada. Se Jesus podia alimentar uma multidao de cinco mil com cinco pies e dois peixes, ele podia com igual facilidade alimentar quatro mil com sete pies e uns poucos peixinhos. Se ele foi capaz de realizar um milagre no primeiro caso, certamente seria capaz de fazé-lo de novo. Dessa vez nao havia grama verde onde as pessoas pudessem se sentar. Havia s6 a terra dura com grama seca. Isso indica que os dois relatos no aconteceram na mesma estagdo do ano. Jesus disse as pessoas que se sentassem. Tomou 0 pao e orou agradecendo a Deus. Depois partiu os pies e continuou dando-os aos discipulos que os distribuiram ao povo. Jesus fez. a mesma coisa com os peixes, pelos quais deu gragas a Deus, ¢ com a ajuda de seus homens alimentou as multiddes. Pao € peixe constituiam uma refeig&o comum para as pessoas na regido do Lago da Galiléia. No momento em que Jesus partia 0 pio ¢ o peixe, o milagre acontecia. Nenhum ser humano é capaz de explicar como esse feito foi realizado, pois 0 ato em si foi uma dédiva de Deus a seu povo por meio das mios de seu Filho. Todas as pessoas na multid’o comeram até ficarem satisfeitas e assim receberam energia para viajar de volta a seus lares. Jesus instruiu seus discfpulos a juntar as sobras para que tudo ficasse limpo e arrumado. Nada foi desperdigado. A comida que coletaram encheu sete cestos. Eram cestos grandes de boa capacidade. Nao ha explicagio Os milagres de Jesus > sobre 0 que foi feite com a comida extra, mas podemos imaginar que ela foi distribuida aos pobres. Jesus mais uma vez provou ser o provedor tanto das necessidades espirituais quanto das necessidades fisicas das pessoas. Ele despediu as multidoes, e ele ¢ seus discfpulos embarcaram e foram para o outro lado do lago. Velejaram cm diregao a uma cidade chamada Dalmanuta, no Hitoral sudoeste na regido de Magdala. Pontos a ponderar + A repeticao do milagre dos pies e dos peixes enfatiza o fato de que Jesus 60 operador de milagres que cuida de pessoas necessitadas. Ele acena Als pessoas para que se ucheguem a ele, e quando elas correspondem e vao, ele as abengoa com dadivas celestiais e terrenas ¢ depois lhes da descanso. Os politicos chamam as multidées a irem para ouvi-los. Prometem muitas coisas, mas s&o incapazes de Ihes dar as dédivas que Jesus promete. + Jesus mostra o seu amor por todas as pessoas ao dar a elas as coisas neiais a vida. “O amor de Deus é bem maior do que lingua ou pena jamais pode contar.” A multidao de quatro mil, no contando mulheres e criangas, era constituida de judcus e gentios. As multidoes tinham viajado de longe e de perto, 0 que significa uma multidao mista. No decorrer de todo o seu ministério, Jesus ajudou igualmente a crentes e descrentes. Ele louvou os gentios por crerem nele, mas repreendeu incrédulos que haviam testemunhado os milagres que ele fez, em seu meio, mas se recusaram a crer. Comparou-os com os habitantes de Sodoma e Gomorra, que se levantariam contra eles no dia do juizo final. o8 * Nessa histéria, os discipulos estavam envolvidos no ato de dar até que todas as pessoas fossem supridas. Tudo o que Jesus suprin, os discipulos deram a outros € no final eles juntaram o que sobrou. A ligdo que seus seguidores precisam aprender é que devem dar gencrosamente aqucles que estao necessitando. De graga recebemos, de graga damos. Muitas vezes tenho desafiado as pessoas para se igualarem a Deus em dar presentes. Entao eu acrescento o prog- néstico de que elas falharéo porque Deus sempre dé muito mais béngaos do que podemos imaginar. JESUS PAGA O Sao =" [MPOSTO DO TEMPLO ” Mateus 17.24-27 Pergunta e resposta De todos os quatro escritores dos Evangelhos sé Mateus, 0 ex- cobrador de impostos, relata o fato de Jesus ter pago 0 imposto do templo — um imposto anual para a manutengdo das cerimdnias religiosas no templo de Jerusalém. Correspondia a meio siclo, que era o cquivalente ao que recebia um trabalhador por dois dias de trabalho, e todo homem judeu de mais de 20 anos tinha de pagar essa quantia. Nio sahemos seas judeus desembolsavam essa taxa anual durante suas visitas ao templo ou pagavam o cobrador de impostos quando ele passava pela regiao rural. Mateus conta-nos que os cobradores de impostos se aproximaram de Pedro e perguntaram se o seu mestre pagaria 0 imposto exigido do templo. ‘Tornou-se evidente que tanto Jesus quanto Pedro estavam perto da data especificada ¢ que essa taxa tinha de ser paga antes desse dia. ALE os judeus que viviam permanentemente fora do pais tinham de pagar suas taxas ¢ mandar o dinheiro para Jerusalém. Conquanto as pessoas sentissem averséo @ cobranga romana de impostos que os fazia sujeitos a um poder estrangeiro, elas nao faziam objegdes a pagar a taxa do templo porque esta nada tinha a ver com Roma. Elas sabiam que Deus havia estipulado essa taxa para que a religiao de Israel pudesse ter continuidade. 34 Os milagres de Jesus » Os cobradores de unpustus podem ter pensado que Jesus, como um mestre em Israel, deveria estar entre os primeiros a obedecerem as leis e aos regulamentos de Deus. Eles foram a Pedro, porta-voz dos disefpulos, © perguntaram sobre a negligéncia de Jesus em pagar a imposto, mas nada disseram sobre Pedro estar atrasado. A razao pela qual Jesus ndo tinha pagado em dia pode ter sido por causa de seu trabalho como mestre itinerante. Talvez ele e seus discipulos. tivessem estado numa viagem missiondria longe de Cafarnaum, Mas Jesus nao podia ser acusado de negligéncia voluntéria, porque cle teria estado entre os primeiros a cumprir suas obrigagdes. Talvez tenha sido que tanto ele quanto Pedro estivessem sem dinheiro em moeda naquele momento. Caso contrario nao teria sido necessério ir pescar por uma moeda. Outro aspecto do milagre é que Jesus nao quis ofender o cobrador de impostos, Como qualquer cidadao judeu ele cumpria suas obriga- des, e também pagou o imposto de Pedro, para evitar algum tipo de contenda adicional. Jesus o Rei Os cobradores de impostos perguntaram a Pedro se Jesus pagava a taxa do templo. Motivado pelo seu sensu de dever religioso, Pedro logo respondeu: “Sim, paga’. Fle presumiu que Jesus pagaria sua parte anual para a manutengo do templo. Mas antes que ele pudesse falar, Jesus fez uma pergunta a Pedro. Ele perguntou se tributos e taxas so cobrados de reis e seus filhos ou de outros, isto é, cidadaos ¢ estrangeiros que moravam no pais deles. A pergunta de Jesus tocou no tema de rei ¢ reine. No seu Evangelho, Mateus da destaque a esse tema repetidamente. Por exemplo, os magos foram a Herodes em Jerusalém ¢ perguntaram: “Onde esté aquele nascido rei dos judeus?” Isso significa que Jesus, nascido na familia real de Davi, veio para reinar como rei. Realmente, a Escritura chama Jesus de Rei dos reis eSenhor dos senhores. Consider4-lo um rei terreno de Israel de fato diminui o nivel de sua realeza inigualavel. Jesus disse ao governador Péncio Pilatos que ele era rei de um reino que nao era deste mundo, mas rei de um reino espiritual. Se Jesus rei nesse reino espiritual, por que entdo ele tem de pagar a taxa anual do templo? Um rei deve ser isento de todas as obrigagGes financeiras em seu reino, E se os judcus no tempo de Jesus entendiam que Deus era rei sobre Israel, entao Jesus como seu Filho teria de ser isentado.

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