You are on page 1of 5

título

A DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA E SUAS COMORBIDADES: Uma realidade do século atual

Resumo

O presente trabalho, visa esclarecer as mudanças decorrentes na adolescência


com a perda do corpo infantil, sua infância de dependência, ocasionando
muitas vezes o sofrimento psíquico na fase da adolescência, desencadeando
depressão e outras comorbidades, podendo levar ao suicídio. Trazendo visões
científicas de autores como: contribuindo com suas pesquisas sobre essa fase
tão complexa e ao mesmo tempo tão importante na vida do ser humano.
Esclarecer sobre as fases do luto, os transtornos depressivos, englobando
causas e consequências, a partir de sinais e sintomas deste adolescente, com
o intuito de separar o que faz parte deste processo e o que destoou durante
essa elaboração.

Introdução

A adolescência é uma fase totalmente nova, onde ocorrem diversas


transformações no corpo deste indivíduo, causando um turbilhão de incertezas
e impulsos, muitas vezes incompreendidos por ele e pelos que fazem parte do
seu meio gerando entre outros transtornos a depressão.
A depressão de acordo com o CID-10 ( CÓDIGO INTERNACIONAL DE
DOENÇA) Nos episódios típicos de cada um dos três graus de depressão: leve,
moderado ou grave, o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução
da energia e diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de
experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de
concentração, associadas em geral à fadiga importante, mesmo após um
esforço mínimo. Observam-se em geral problemas do sono e diminuição do
apetite. Existe quase sempre uma diminuição da autoestima e da
autoconfiança e frequentemente ideias de culpabilidade e ou de indignidade,
mesmo nas formas leves. O humor depressivo varia pouco de dia para dia ou
segundo as circunstâncias e pode se acompanhar de sintomas ditos
“somáticos”, por exemplo perda de interesse ou prazer, despertar matinal
precoce, várias horas antes da hora habitual de despertar, agravamento
matinal da depressão, lentidão psicomotora importante, agitação, perda de
apetite, perda de peso e perda da libido. O número e a gravidade dos sintomas
permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e
grave.
A neurociências vai dizer que, o córtex pré-frontal do adolescente não está
pronto. Ou seja, ele terá dificuldades assertivas sobre como agir de acordo com
a sociedade adulta. De acordo com autora do livro O CÉREBRO DO
ADOLESCENTE- DRA. Frances E. Jensen- “O cérebro do adolescente é como
um quebra- cabeça a ser concluído”. Então, como suportar tamanhas
cobranças e abandonos nessa fase tão pragmática que estes adolescentes
vivenciam?
Ampliar esse olhar a luz da ciência e da psicanálise trará compreensão do
porquê tantos adolescentes atualmente desencadeiam transtornos mentais,
muitas vezes insuportáveis, levando até mesmo a desistência da vida.
No entanto, antes, precisamos nos ater à essa etapa da vida como um todo,
levando em consideração cada detalhe de enfrentamento que por inúmeras
vezes, traz à tona a fragilidade e a insegurança do por vir, que outrora seriam
impertinentes, vistos que estavam na infância, onde suas próprias cobranças
em relação a si e ao futuro eram irrelevantes, já que se percebiam na
dependência dos seus responsáveis legais. A autora do livro “Adolescência
normal”, diz o seguinte na p. 8
Entrar no mundo dos adultos - desejado e temido - significa para o
adolescente a perda definitiva de sua condição de criança. É o
momento crucial na vida do homem e constitui a etapa decisiva de
um processo de desprendimento que começou com o nascimento.

Inclusive, ampliar o olhar sobre o que é normal e patológico irá nos levar muito
além do que observamos biologicamente durante essa fase. Por tanto, levar
em consideração todas as mudanças físicas, cognitivas, emocionais, culturais e
sociais que permeiam esta fase, nos impulsiona a mergulhar nesse momento
de transformação tão intenso, podendo avaliar uma gama de emoções e
desiquilíbrios emocionais, decorrentes à esta fase que se encontra em
processo de construção.
Freud (1906) afirma que esta questão de se libertar dos pais mostra-se
bastante dramática ao adolescente, principalmente para àqueles que
foram bastante investidos de carinho, especialmente pela mãe.
Também não seria apropriado o desinvestimento por parte de quem
cuida da criança, pois isso geraria a sensação de abandono
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/Q311x
FKbubqXqki_2013-5-13-12-49-37.pdf

Para isso, perceber toda essa perda tão eminente, em grande maioria gera um
sofrimento tão intenso capaz de levar esse adolescente à um declive
emocional, que muitas vezes poderá resultar em depressão ou afins.
Mas, como lidar com tantas questões presentes nessa fase? E, como orientar
tais questões pertinentes a esse momento ímpar na vida do ser humano? O
que poderemos considerar “normal” durante esse processo?
“Anna Freud diz que é muito difícil assinalar o limite entre o
normal e o patológico na adolescência, e considera, na
realidade, toda a comoção deste período da vida como
normal, assinalando também que seria anormal a presença
de um equilíbrio estável durante o processo adolescente”.
(MAURICIO KNOBER)
Levando em consideração tantos questionamentos, entender toda a dinâmica
trará uma compreensão mais abrangente sobre esse tema.
DESENVOLVIMENTO
A definição de adolescência de acordo com o dicionário
https://www.dicio.com.br/adolescencia/ é uma etapa da vida, onde podem desencadear
inúmeros conflitos internos e externos, mediante às inúmeras mudanças decorrentes deste
processo, que se findará com a vida adulta. Porém, vale ressaltar que existe uma
gama de condições que estarão corroborando para essa passagem tão intensa
e complexa que é a adolescência.
No entanto, para a Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 10 e 19 anos
(adolescentes) e pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre 15 e 24 . Já o Estatuto da
criança e do Adolescente(ECA) A idade cronológica adolescência como a faixa etária de 12 a
o
18 anos de idade (artigo 2 ), e, em casos excepcionais e quando disposto na lei, o estatuto é
aplicável até os 21 anos de idade (artigos 121 e 142).

http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=167

Mas, até que ponto poderemos precisar o fim desse processo tão minucioso
que englobam questões emocionais, físicos, socioculturais, emocionais e
ambientais na vida deste adolescente. Knober vai dizer que o adolescente
nesta fase irá vivenciar momentos extremos de perturbações psíquicas,
colocando em “cash” o que vem a ser a adolescência normal. Segundo ele, o
processo de passagem dessa fase, muitas vezes irá questionar aos adultos a
normalidade deste adolescente.
Aberastury sinaliza que ocorrem três perdas durante o processo da
adolescência. O que ela define como Luto.
Um estado bem semelhante como qualquer outro luto que passamos durante o
processo de vida. E, ela divide esse luto em três etapas de perdas. Ou seja, o
adolescente perde o corpo de criança, porque ele entrar na puberdade e
naturalmente ocorrem transformações em seu físico.
Nas meninas crescem os seios, pelos pubianos, desperta o interesse em ser
independente, menstruação e desejos sexuais. Nos meninos também ocorrem
o crescimento dos pelos pubianos, a barba, a mudança nas cordas vocais,
surge o sêmen, além das cobranças externas no ambiente familiar e social.
Porém, como passar por essa fase tão inovadora e complexa, sabendo que
nada será como antes? Apesar de continuarem as transformações,
ocasionando um questionamento entre vivenciar essas mudanças, tendo que
abrir mão daquela fase infantil, onde recebia toda a proteção necessária para
viver.
Entretanto, agora, faz-se necessário encarar esse novo momento, onde as
transformações são intensas, internas e externas. E, muitas vezes, se sentem
desorientados, perdidos em um “mundo novo" onde precisam entrar e encarar
todas as mudanças decorrentes dessa fase, apesar de recentemente a
neurociências comprovar que o cérebro do adolescente não se encontra
pronto. Pelo contrário, é como se ele estivesse nascendo, e, assim como as
crianças na fase infantil não têm tomadas de decisões, os adolescentes
também não.
E, muitas vezes eles agem por impulsos, visto que seus hormônios se
encontram a todo vapor, gerando a necessidade de ser aceito, de se sobre sair
e ao mesmo tempo sem se dar conta de como será possível tal desempenho.
É perceptível muitas vezes, que os pais tendem a deixar esse adolescente à
sua própria “sorte", o que geralmente, procederá frustrações infindáveis, visto
que esse adolescente não está apto para decidir e viver em total
independência.
Segundo pesquisas científicas, se analisarmos o cérebro deste adolescente
poderemos constatar que em algumas partes, ele encontra-se em processo de
maturação como o córtex pré-frontal.
Essa parte do cérebro é responsável pelas tomadas de decisões e, se não há
conclusão desta parte cerebral, veremos tantos adolescentes confusos ou até
mesmo agindo de forma incoerente, mudando opiniões ou deixando se levar
por opiniões alheias até mesmo ao seu meio.

You might also like