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Como citar este material:

PADOVEZE, Clóvis Luís. Administração Financeira: O que é Administração


Financeira. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.

A administração financeira é fundamental para qualquer indivíduo, bem como


para quaisquer entidades, sejam legalizadas ou não, com fins lucrativos ou
não. Mas, considerando os propósitos deste curso, estaremos sempre tomando
como referência empreendimentos com fins lucrativos, sejam empresas de
grande porte, empresas com ações nas bolsas ou qualquer
microempreendimento.

Nesta aula, faremos a conceituação do que é administração financeira e


compreenderemos quais são os objetivos da administração financeira.
Falaremos também da estrutura da administração financeira dentro das
organizações e da relação entre os administradores e os proprietários da
empresa.

Faz parte do conteúdo desta aula explorar as habilidades especiais que devem
ter os administradores financeiros para desenvolver com eficácia sua função

dentro das organizações e para atingir suas metas de planejamento financeiro.


Como toda empresa é um sistema aberto que interage com o ambiente
externo, abordaremos o conceito de globalização empresarial. Por último, nos

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dedicaremos a explorar as decisões fundamentais de finanças, para que sirva


de referencial para todas as próximas aulas.

O que é Administração Financeira?


A administração financeira trata de dinheiro. Desde que a moeda foi inventada
(fala-se que a moeda surgiu no século VII antes de Cristo, na Lídia (Figura 1.1),
uma região do Iraque e da Turquia atuais), variados aspectos em nossa vida
são medidos por meio de sua quantificação, ou seja, em moeda, em dinheiro.

Figura 1.1 Mapa da Lídia (em destaque amarelo – atual Turquia asiática) "Lydian kingdom-pt" por Szajci
(Discussão · contribs) - This file was derived from: Median Empire-hu.svg. Licenciado sob Creative
Commons Attribution 3.0, via Wikimedia Commons.

Fonte: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lydian_kingdom-pt.svg -
mediaviewer/File:Lydian_kingdom-pt.svg >. Acesso em: 30 set. 2014.

Assim, o resultado de qualquer atividade é expresso em moeda. Não poderia


ser diferente nas empresas. Desta forma, a administração financeira tem por
finalidade medir o resultado de tudo o que a empresa faz em dinheiro. Isso é

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feito por meio dos sistemas de informação de controladoria, contabilidade e


tesouraria.

Saiba Mais!

A história do dinheiro e da moeda

Você sabe como surgiu o dinheiro? Descubra o que significa escambo e como
ele contribuiu para o surgimento da moeda. Saiba mais sobre como o dinheiro
circula na economia. Programa exibido em 08/08/2009.

BM&FBOVESPA (canal oficial no YouTube). Episódio 1 – A história do


dinheiro. 8 ago. 2008. Duração: 11:22 min. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=qh4Vn0I1R6w>. Acesso em: 13 out. 2014.

Administração Financeira é o ramo da ciência da administração de empresas


que congrega os fundamentos das ciências sociais, econômicas e contábeis
com o objetivo principal de maximizar o valor econômico da empresa, por meio
da otimização dos impactos econômicos, financeiros e patrimoniais da
utilização dos recursos operacionais da empresa.

Este processo pode ser visto na Figura 1.2:

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Figura 1.2 Fluxo operacional, econômico, financeiro e patrimonial das atividades.

Fonte: Padoveze (2011, p. 7)

Conforme Van Horne (1998, p. 3),

o objetivo de uma companhia deve ser a criação de valor para seus


acionistas. O valor é representado pelo preço de mercado da ação
ordinária da companhia, o qual, por outro lado, é uma função das
decisões de investimento, financiamento e dividendos da empresa.

Quando se fala em valor da empresa, deve-se entender que é valor


econômico, medido em unidades monetárias. O objetivo de maximização do
valor da empresa é entendido mais facilmente tendo como referência as
empresas sociedades anônimas de capital aberto que têm suas ações cotadas
em bolsas de valores. Contudo, este mesmo princípio deve ser aplicado às
demais companhias, sejam sociedades anônimas de capital fechado, empresas
limitadas ou empresários individuais.

Verifica-se pelo fluxo da Figura 1.2 o alcance da administração financeira. As


empresas, para o processo de produção e venda de seus produtos e serviços,
consomem recursos no processamento das operações para obter os produtos
e serviços finais que serão vendidos. A partir daí, são aplicados os conceitos

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econômicos, financeiros e contábeis para o processo de mensuração dos


eventos econômicos deste processo.

Primeiramente, obtém-se o fluxo econômico, que é a mensuração econômica


das transações dos eventos econômicos para apuração do lucro ou prejuízo do
período, conforme os princípios contábeis geralmente aceitos, gerando a
demonstração do resultado do período. Em seguida, identifica-se o impacto
financeiro desses eventos econômicos para a administração do caixa da
companhia, uma vez que este elemento patrimonial é o principal elemento
restritivo da gestão empresarial, por meio da demonstração dos fluxos de
caixa. Os fluxos econômicos e financeiros são canalizados para o fluxo
patrimonial, que identifica todos os elementos patrimoniais ativos e passivos,
evidenciando o valor atual da riqueza da empresa, que é representado pelo
balanço patrimonial ao final do período.

Fica claro, por esses fluxos, o papel fundamental da contabilidade, que é a


base conceitual e sistêmica para a administração financeira de uma entidade.

Objetivo de Finanças: Maximização do Lucro x Criação de Valor

O conceito de maximização do lucro como o objetivo principal de finanças é


muito difundido e desde muito tempo tem sido considerado o propósito mais
importante da atividade financeira. Contudo, é possível fazer uma distinção
significativa entre o conceito de maximização do lucro e o conceito de
maximização da riqueza ou criação de valor para os acionistas e proprietários
(PADOVEZE, 2011).

O conceito de maximização do lucro parte da equação contábil tradicional de


que o lucro é a resultante das receitas menos as despesas de um período:

Lucro do Período = Receitas (-) Despesas

Apesar de lógico, este conceito, tomado e utilizado de forma restrita, pode não
conduzir os rumos das empresas a uma melhor situação. A obtenção de um
bom lucro em um período não quer dizer que o futuro da empresa será

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beneficiado por isso. Diversas possibilidades de gestão podem levar a empresa


a obter um excelente lucro em um período, mas prejudicar seu futuro.

Eventualmente, administradores das empresas com interesses dissociados dos


acionistas podem tomar decisões de modo a garantir ou aumentar o resultado
esperado de um período e comprometer o futuro da riqueza dos acionistas.
Exemplos de possibilidades neste sentido:

 Redução ou suspensão dos gastos com treinamento e capacitação de


funcionários.

 Redução ou suspensão dos gastos com manutenção dos ativos fixos.

 Redução dos gastos com desenvolvimento de novos produtos.

 Redução dos gastos com publicidade e promoção.

 Redução ou suspensão dos investimentos em modernização do parque


operacional.

 Aumento do volume de vendas por meio de descontos de preços, o que


eleva o valor do lucro, mas diminui a lucratividade dos produtos etc.

Nota-se que esses tipos de decisões estão associados ao objetivo de obtenção


de maior lucro, reduzindo as despesas e aumentando a receita, utilizando-se
da fórmula tradicional contábil-financeira. Contudo, a fórmula contábil-financeira
do lucro restringe-se apenas ao período em pauta, mas não remete à questão
da geração de lucros futuros. Desta maneira, decisões que podem aumentar o
lucro de um período podem prejudicar sensivelmente a geração futura de
lucros. Neste caso, tem-se a maximização do lucro, mas não a maximização da
riqueza, pois esta está relacionada mais com a geração futura de lucros do que
com a obtenção de lucros no presente.

Assim, podemos dizer que o conceito de maximização do lucro é um conceito


que tem aderência à visão de curto prazo, mas não permite uma gestão com

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base no longo prazo. De modo geral, os acionistas investem pensando em


dividendos recorrentes e contínuos ao longo do tempo, dentro de uma
concepção de longo prazo, razão pela qual gestões de aumento de lucro no
curto prazo podem estar em desacordo com as intenções gerais dos
proprietários da empresa.

O conceito de maximização da riqueza é o mesmo que criação de valor. A


criação de valor representa o aumento da riqueza. Maximizando a riqueza,
maximiza-se a criação de valor. A riqueza compreende o valor patrimonial de
alguém ou de uma empresa, mensurado economicamente. Inclui todos seus

investimentos, líquidos de suas dívidas, e os lucros gerados por esses


investimentos até o momento da mensuração da riqueza.

Nas empresas, em termos financeiros e dentro da ótica dos acionistas, a


riqueza é o valor do capital próprio, que é representado pelo capital investido e
lucros retidos. Em termos contábeis, este valor é expresso pelo patrimônio
líquido (PL).

Considerando o conceito de maximização da riqueza, a criação de valor é a


diferença entre o valor da riqueza no fim de um período e o valor da riqueza em
seu início. Em outras palavras, a criação de valor é o lucro do período
analisado. Na semântica contábil-financeira, é o valor do Patrimônio Líquido

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Final (PLf)1 menos o valor do Patrimônio Líquido Inicial (PLi), que pode ser
traduzido na seguinte fórmula:

Criação de Valor (Lucro do Período) = PLf – PLi

Neste conceito, em vez de se obter o lucro pelo confronto das receitas e


despesas do período, o valor a partir destes dados é obtido pela avaliação do
patrimônio líquido da empresa ao final do período e o confronta com o valor do
patrimônio líquido inicial, que terá sido avaliado pelo mesmo critério. Este
conceito de lucro é denominado lucro econômico em contraposição ao conceito
tradicional de lucro contábil.

Contudo, é importante ressaltar que o valor da empresa aumenta ou diminui ao


longo do tempo pela capacidade da empresa de sustentar a geração dos lucros
contábeis. Se a empresa demonstra periodicamente que consegue manter a
operação com lucratividade, o valor da empresa tende a aumentar. Se, por
outro lado, a empresa não consegue demonstrar aos investidores, sócios e
proprietários capacidade de manter lucros adequados ao longo do tempo, o
valor da empresa tende a cair.

Teoria do Agenciamento (Agency Theory)

Um aspecto relevante em finanças é o estudo do relacionamento entre os


diversos interessados em um empreendimento empresarial (stakeholders), com
ênfase para a relação entre os acionistas e os administradores das empresas,
denominada teoria da agência.

Em uma empresa constituída como sociedade por ações, necessariamente os


acionistas têm de constituir um conselho e uma diretoria que administrem a
empresa para eles. Esta relação pode ser vista como um contrato, em que os
donos da participação acionária delegam a administradores autoridade para
agir em seu nome. Assim, os administradores podem ser vistos como agentes
dos proprietários.

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Desconsiderados aumentos ou reduções de capital e distribuição de resultados.
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Estando a propriedade e o controle separados, constata-se uma possível


situação que permite à administração agir em seus próprios melhores
interesses do que, eventualmente, aqueles dos acionistas. Em outras palavras,
os objetivos da administração podem diferir dos objetivos dos donos da
empresa. Esta situação de conflito de objetivos pode prejudicar o valor da
empresa.

Para tentar conter este conflito, os acionistas podem desencorajar os


administradores a desviar-se de seus interesses, mediante a concepção de
incentivos apropriados para os administradores (remuneração variável, prêmios
por resultados, opções em ações – stock options) etc., monitorando seu
comportamento.

Saiba Mais!
Conflito de agência: acionistas versus dirigentes ‒ o caso Carrefour no
Brasil

Uma reportagem da revista Isto é Dinheiro, de dezembro de 2010, mostrou que


houve fraudes contábeis no Carrefour, supervalorizando os valores da receita e
estoques, com o objetivo de apresentar receitas artificiais e lucros não
existentes, criando, com isso, a possibilidade de aumentar a remuneração
variável de seus dirigentes.

ASSI, Marcos. O rombo do Carrefour e o tombo da Deloitte. 5 dez. 2010.


Disponível em: <http://www.marcosassi.com.br/o-rombo-do-carrefour-e-o-
tombo-da-deloitte>. Acesso em: 3 out. 2014.

Entenda o caso do rombo do Carrefour no Brasil:

ELY, Lara. Escândalos contábeis são alvo de investigação. Jornal do


Comércio, 15 fev. 2010. Disponível em:
<http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=49352>. Acesso em: 3 out. 2014.

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1. Habilidades Especiais de Administração Financeira

As funções financeiras são desempenhadas por dois setores da companhia, o


setor de controladoria e o setor financeiro (ou tesouraria), que respondem
normalmente ao gerente ou diretor administrativo financeiro, conforme mostra a
Figura 1.3:

Figura 1.3 Finanças na organização.

Fonte: Padoveze (2011, p. 58)

A Controladoria é a unidade administrativa dentro da empresa que, por meio da


Ciência Contábil e do Sistema de Informação de Controladoria, é responsável
pela coordenação da gestão econômica do sistema empresa. Sua base de
informações é o subsistema de contabilidade societária e fiscal, expandindo
esse subsistema para suprir a empresa de informações gerenciais. A grande
ligação da Controladoria com a Tesouraria consiste no processo orçamentário.
O orçamento nasce na Controladoria, e, após sua conclusão, os dados são
enviados à Tesouraria para montar seu Planejamento Financeiro em várias
projeções de tempo (Figura 1.4).

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Figura 1.4 Estrutura da controladoria.

Fonte: Padoveze (2011, p. 58)

Saiba Mais!
A importância da controladoria

Neste artigo, o Prof. Nilton Cano Martin, da FEA/USP, procura demonstrar


quais são as posturas, atitudes e percepções que, ao lado de novas técnicas e
instrumentos de trabalho, devem ser adotadas por um contador para se
transformar em um moderno Controller.

MARTIN, Nilton Cano. Da contabilidade à controladoria: a evolução


necessária. Rev. contab. finanç., São Paulo, v. 13, n. 28, abr. 2002. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-
70772002000100001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 13 out. 2014.

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Tesouraria

A função da tesouraria ou de finanças é uma atividade de linha e operacional,


que basicamente tem como função o suprimento de recursos para as demais
atividades desenvolvidas internamente na companhia, conforme apresentado
na Figura 1.5.

Figura 1.5 Atividade de finanças como supridora de recursos financeiros às demais atividades
operacionais da empresa.

Fonte: Padoveze (2011, p. 59)

As principais atividades ou funções de tesouraria, também denominada


Diretoria ou Gerência Financeira, são as seguintes, conforme evidenciado na
Figura 1.6.

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Figura 1.6 Estrutura da tesouraria ou atividade de finanças.

Fonte: Padoveze (2011, p. 59)

Nota-se que, dentro desta estrutura, o responsável pela tesouraria tem uma
função operacional, que, inclusive, deve gerar resultado positivo para a
empresa, e deve ser avaliado pelo seu desempenho por meio dos resultados
alcançados.

Controladoria e Tesouraria: Distinções

É comum imaginar que a existência das atividades de Controladoria e


Tesouraria, vistas como estruturas separadas, é possível somente para
empresas de médio e grande porte. Neste sentido, convém ressaltar a
diferença entre a existência das funções e o exercício dessas funções pelas
pessoas dentro da empresa.

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Dependendo do porte, a maior parte dessas funções é exercida por pessoas ou


setores distintos. Contudo, todas essas funções existem em empresas
menores, mesmo em um microempreendimento que tenha apenas um único
funcionário, normalmente seu proprietário. Neste caso, apenas uma pessoa
executa todas as funções empresariais. Assim, em empresas de pequeno e
médio porte, é comum que uma pessoa execute duas ou três funções.

Habilidades Especiais

Por desempenharem funções que têm por finalidade a criação de valor da


empresa, os administradores financeiros têm de ter necessariamente uma
visão global dos negócios e um amplo conhecimento da conjuntura política e
econômica nacional e internacional. Podemos descrever as habilidades mais
importantes dos administradores financeiros:

 Fundamentos macroeconômicos: conhecer os princípios que regem


as bases do funcionamento das economias de mercado, como
crescimento da economia, inflação, taxa de juros, taxas de câmbio,
oferta, demanda, elasticidade dos produtos e serviços etc.

 Fundamentos microeconômicos: conhecer profundamente os


princípios que regem o funcionamento das empresas, como
planejamento estratégico, inovação, produtividade, otimização do uso
dos recursos empresariais, controle dos elementos patrimoniais,
administração do capital de giro etc.

 Fundamentos de matemática: essas funções exigem o conhecimento


profundo de matemática financeira e métodos quantitativos,
instrumentais necessários para desenvolver as principais funções
financeiras de investimentos e financiamentos.

 Contabilidade: todo o sistema de controle financeiro é fundamentado na


contabilidade. Assim, faz-se necessário um conhecimento adequado das
regras contábeis para a estruturação das demonstrações financeiras,

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bem como todo o arcabouço de contabilidade gerencial para as funções


internas e o processo de tomada de decisão.

 Mercado financeiro e de capitais: essencialmente, a administração


financeira tem como fundamento associar as decisões de financiamento
e investimento, capturando as melhores oportunidades dessas decisões
no mercado financeiro e de capitais.

 Sistema legal societário e tributário: toda a estrutura empresarial é


constrangida pela legislação, em especial a legislação que rege as
opções de estruturas societárias (Sociedades Anônimas, Limitadas,
Joint-Ventures, Project Finance etc.) e a legislação tributária, que
impacta significativamente qualquer negócio.

 Conhecimento profundo do negócio: toda empresa existe porque opta


por um ou vários negócios ou ramos de atividade. Assim, o
administrador financeiro tem de conhecer adequadamente cada negócio
onde a empresa atua, pois tem de suprir todas as atividades internas
com recursos financeiros, bem como estar atento à competitividade
imposta pelo próprio mercado de atuação.

 Sociologia e psicologia: o administrador financeiro necessariamente


tem de ser um profissional atuante, congregador, proativo, pois
coordena esforços. Assim, deve desenvolver atributos de liderança que
auxiliem a empresa a atingir seus objetivos. Portanto, os atributos de
persuasão e influência devem incorporar seu perfil psicológico para
atender essa necessidade de coordenação e liderança.

2. Globalização da Empresa e Competitividade

Globalização implica necessariamente que a empresa, mesmo tendo atuação


nacional, saiba que qualquer economia recebe os reflexos dos movimentos
econômicos internacionais. Basta citar, como exemplo, as variações das taxas
de câmbio e juros.

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Os conceitos mais importantes que movem as empresas a se tornarem


internacionais, na busca do objetivo maior de finanças que é a criação de valor
para os acionistas, são a globalização e a competitividade, conceitos esses que
se entrelaçam na gestão das operações internacionais.

A competitividade é a condição fundamental da empresa para manter-se em


continuidade no mercado frente a seus concorrentes. As estratégias
competitivas, que resultam em vantagens competitivas, têm como foco esta
condição da manutenção da empresa continuadamente em atividade,
cumprindo seus objetivos.

A globalização é um termo que designa o fim das economias nacionais e a


integração cada vez maior dos mercados, dos meios de comunicação e dos
transportes. Um dos exemplos mais interessantes do processo de globalização
é o global sourcing (PADOVEZE, 2004), isto é, o abastecimento de uma
empresa por meio de fornecedores que se encontram em várias partes do
mundo, cada um produzindo e oferecendo as melhores condições de preço e
qualidade naqueles produtos que têm maiores vantagens comparativas
(SANDRONI, 2001, p. 265).

Os últimos 60 anos viram o comércio mundial expandir-se mais rápido do que a


produção mundial por uma margem significativa, aumentando o grau no qual as
economias nacionais dependem do comércio internacional para a atividade
econômica geral. Em consequência, os países normalmente dependem hoje do
comércio em grau mais elevado do que em qualquer ocasião desde a Segunda
Guerra Mundial (CARBAUGH, 2004, p. 6).

Os principais fatores que impelem a globalização são:

 As mudanças tecnológicas, que permitiram um surto de enorme


produtividade e menores custos de transporte.

 A liberalização contínua do comércio e do investimento em ambientes


desregulamentados para as relações econômicas entre as nações.

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 Liberalização de transações de investimento e o desenvolvimento de


mercados financeiros internacionais.

Isto tem permitido que um número cada vez maior de companhias globalize as
estruturas de produção por meio de investimentos no estrangeiro, o que, por
sua vez, tem proporcionado um estímulo adicional ao comércio. À medida que
elas terceirizam parte de seus processos de produção a suas afiliadas ou a
outras empresas no exterior, empregos, tecnologias, capital e conhecimento
são transferidos ao redor do globo (CARBAUGH, 2004, p. 7).

Graças à globalização, a expectativa de vida em todo o mundo aumentou


bastante, e o padrão de vida melhorou muito. A globalização reduziu a
sensação de isolamento que muitas das nações em desenvolvimento sentiam
um século atrás e deu acesso a um conhecimento que estava além do alcance
de muitas pessoas nesses países, até mesmo dos mais ricos em qualquer país
(STIGLITZ, 2002, p. 30).

Motivos da Internacionalização das Empresas

Tendo como referência a busca pela manutenção da competitividade dentro do


ambiente globalizado, apresentamos os principais motivos que levam as
empresas a se internacionalizar e a tornar-se corporações multinacionais.

a) Retorno adicional: é a motivação básica do investimento em operações


estrangeiras. As operações domésticas tendem a dar o retorno normal
esperado do investimento. As diferenças entre as economias dos países
permitem às empresas multinacionais obter lucros maiores, o que
favorece um retorno adicional aos acionistas.

b) Expansão de seus mercados: considerando uma estratégia natural de


crescimento, a limitação do tamanho do mercado doméstico conduz ao
motivo de expansão das vendas em mercados estrangeiros, onde há
indicativos de demanda dos produtos da companhia.

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c) Busca por maior eficiência na produção: outros países podem


oferecer menores custos de mão de obra e outros custos, e a
companhia pode obter facilidades em instalar unidades de negócio no
exterior, conseguindo menores custos operacionais. Em determinados
casos, o nível de capacitação da mão de obra, o sistema educacional do
país etc., também permitem condições melhores de produtividade.

d) Garantia de matérias-primas: investimentos em outros países podem


ser feitos para buscar garantir um suprimento regular de matérias-primas
para as demais unidades de negócios ou processos subsequentes.

e) Busca por novas tecnologias: alguns países em determinados


segmentos têm especialização em alguma atividade ou produto, ficando
mais fácil para a empresa fazer um investimento no estrangeiro do que
trazer a tecnologia para a produção nacional.

f) Evitação de barreiras políticas e regulatórias: determinadas


atividades ou processos são mais regulamentados em um país do que
em outro, inclusive nas questões ambientais.

g) Diversificação: esta estratégia é válida, desde que haja diferenças


significativas entre os países onde os investimentos são feitos. Caso
haja também correlação positiva forte entre os mercados de capitais
desses países, em tese, o efeito da diversificação se anula.

3. As Metas do Planejamento Financeiro

A meta central do planejamento financeiro é a maximização do valor da


empresa, por meio da obtenção de lucros sustentáveis ao longo dos anos. Para
atender esse objetivo principal, faz-se necessário um adequado processo de
gestão.

O processo de gestão compreende:

 Planejamento estratégico.

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 Planejamento operacional.

 Programação.

 Execução.

 Controle.

O administrador financeiro deve trabalhar com o planejamento estratégico e


operacional da empresa, subsidiando os responsáveis com os fundamentos
financeiros para determinação da estrutura do ativo e passivo dos projetos
especiais e planos estratégicos da companhia.

Os instrumentos financeiros para subsidiar o processo de planejamento e


programação mais importantes são o planejamento orçamentário, as projeções
econômicas e as simulações.

Na etapa da execução, as metas do planejamento financeiro centram-se em


criar instrumentos para que todos os gestores da empresa realizem as
transações com a maior eficiência financeira, otimizando os eventos
econômicos de compra, venda, estocagem, produção, pesquisa e
desenvolvimento etc.

Há a necessidade de um monitoramento permanente, que cabe à etapa do


controle econômico e financeiro das atividades empresariais. Assim,
instrumentos como apuração dos resultados por áreas de negócio, formação
de preços de venda, planejamento do fluxo de caixa de curto e longo prazo etc.
permitem ao administrador financeiro cumprir suas metas.

4. As Decisões Financeiras Fundamentais

As principais funções de finanças decorrem das decisões fundamentais que os


administradores são levados a tomar com o objetivo de criação de valor para a
empresa e acionistas. São elas as decisões de investimento, de financiamento
e dividendos.

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a) Decisão de Investimento

É considerada a mais importante das três decisões, uma vez que é a própria
razão de ser de um empreendimento – investimento para gerar produtos e
serviços, e, consequentemente, por meio destes, resultados. A decisão de
investir é a mais complexa das decisões financeiras, pois envolve incertezas
em todo o seu processo, uma vez que trabalha com o intervalo de tempo entre
o investimento hoje para recuperação no futuro.

O investimento de capital é a alocação do capital em propostas de


investimentos, cujos benefícios serão realizados no futuro. Uma vez que os
benefícios futuros não são conhecidos com certeza, as propostas de
investimentos necessariamente envolvem riscos. O capital investido tem um
custo – custo financeiro ou de capital –, e este deve ser recuperado para
justificar o investimento e o risco. Assim, as variáveis fundamentais para a
decisão de investimento são:

 O empreendimento ou o projeto de investimento.

 O valor do investimento.

 O período previsto de operacionalização do investimento.

 Os fluxos futuros de lucros e caixa previstos pelo investimento durante o


período previsto.

 O risco envolvido no investimento.

 O custo do capital.

A decisão de investimento está ligada ao ativo no modelo do balanço


patrimonial.

b) Decisão de Financiamento

É a segunda mais importante decisão financeira. O administrador financeiro é


compelido a determinar o melhor mix de financiamento para o projeto ou

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estrutura de capital da empresa, entre capital próprio e capital de terceiros. Não


existe investimento sem financiamento de igual montante.

A decisão de financiamento envolve as seguintes variáveis:

 O montante do investimento.

 A disponibilidade de fundos de capital, próprio e/ou de terceiros.

 O risco do investimento.

 O custo de capital das fontes de financiamento.

Alguns autores entendem que pode existir a possibilidade de se aumentar o


valor da empresa pela estruturação ou mudança da estrutura de capital. Alguns
investidores podem atribuir maior valor às ações da companhia com estruturas
de capital mais conservadoras, com maior participação de capital próprio e
menor risco financeiro.

A decisão de financiamento está ligada ao passivo no modelo do balanço


patrimonial.

c) Decisão de Dividendos

A terceira decisão complementa as decisões anteriores, uma vez que trata do


retorno do capital aos investidores, após a geração de lucros e criação de
valor. Em linhas gerais, implica a decisão de distribuir ou reter os lucros
obtidos. A distribuição de dividendos determina a parcela de lucros que fica
retido na empresa e deve ser analisada em relação ao custo de oportunidade
de autofinanciamento.

Inclui a porcentagem de lucros a ser distribuída em dinheiro, a estabilidade de


dividendos fixos ou não, dividendos em ações ou bonificações e a recompra de
ações. A decisão de dividendos deve ser analisada sempre em relação à
decisão de financiamento.

A decisão de dividendos está ligada ao passivo no modelo do balanço


patrimonial.

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Modelo de Avaliação do Investimento: o ROI

O investimento em operação deve ser avaliado em relação aos resultados


esperados. Assim, os lucros obtidos nos períodos subsequentes aos
investimentos devem ser confrontados com os lucros projetados considerados
no processo decisório do investimento.

O modelo básico de avaliação é denominado Retorno do Investimento – ROI


(Return on Investiment). O modelo relaciona os lucros reais obtidos com os
investimentos realizados, traduzindo em porcentual anual.

Lucro Obtido no Período

ROI =
Investimento Realizado
Imaginando que o lucro obtido no primeiro ano do investimento tenha sido de $
4.200 e o investimento realizado tenha sido de $ 30.000, o ROI neste período
foi de 14%.

$ 4.200
ROI = ________ = 0,14 ou 14%
$ 30.000

O ROI obtido será considerado bem avaliado ou não, a depender do confronto


com o custo de capital que foi utilizado para avaliar o projeto de investimento.
O ROI de 14% será considerado bom se o custo de capital, utilizado quando da
aceitação do projeto de investimento, tiver sido inferior a 14%; será
considerado ruim se no projeto tiver sido utilizado um custo de capital superior
a 14%; será considerado normal e adequado se for igual.

Decisões Financeiras e Custo de Capital

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Nome

Podemos dizer, então, que a administração financeira fundamenta-se na


solução dessas três decisões fundamentais. Juntas, elas determinam o valor
da empresa para os acionistas. As decisões inter-relacionadas e sua
combinação ótima, resolvidas conjuntamente, são o modelo genérico de gestão
financeira, conforme mostra a Figura 1.7.
O custo de capital é o elemento decisório integrador das três funções ou
decisões financeiras. O custo de capital das fontes de financiamento determina
a avaliação do projeto de investimento e sua aceitação ou não. Os lucros
gerados pelo investimento devem cobrir o custo de capital, remunerando as
fontes próprias e de terceiros e gerando valor adicionado para a empresa e
acionistas. Após a remuneração das fontes de financiamento de terceiros, a
distribuição de dividendos justifica o investimento de capital dos acionistas.

Figura 1.7 Decisões financeiras.

Fonte: Padoveze (2011, p. 51)

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Outras Funções

O administrador financeiro tem outras funções básicas. Entre elas, destacam-


se:

 A gestão do fluxo financeiro ou de caixa, de curto e longo prazo.

 A administração da liquidez da empresa.

 A administração do risco financeiro.

 A análise e avaliação do desempenho financeiro geral da companhia e


suas unidades de negócio.

Criação de valor: é o aumento do valor da empresa medido em períodos de


tempo. É o principal objetivo da administração financeira empresarial.

Custo de capital: é a nomenclatura genérica dada para a taxa de juros


adotada nas decisões financeiras fundamentais de investimento, financiamento
e dividendos, com o objetivo de avaliar o valor do dinheiro no tempo.

Resultado: é a diferença entre as receitas e despesas de um período. Se a


diferença for positiva, é denominado lucro; se a diferença for negativa, é
denominado prejuízo. É o evento que permite a avaliação do retorno do
investimento.

Retorno do investimento: é a avaliação relativa em porcentual de qual foi o


resultado obtido em relação ao investimento inicialmente feito. Em âmbito
internacional, normalmente é mensurado em expressão anual, mas pode ser
feito para qualquer período de tempo.

Valor da empresa: é o valor monetário que representa a transação de compra


e venda de uma empresa ou de compra e venda de uma ação ou cota de uma
empresa.

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Instruções

Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você


encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia
cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.

Questão 1: Decisões financeiras fundamentais


O administrador financeiro precisa ter várias habilidades para tomar decisões
dentro da empresa. Dessas decisões, três são consideradas fundamentais.
Quais são elas?

a) Decisão do fluxo de caixa, decisão de investimento, decisão de


dividendos.

b) Decisão de investimento, decisão de dividendos, decisão de


globalização.

c) Decisão de investimento, decisão de financiamento, decisão de


dividendos.

d) Decisão de investimento, determinação do custo do capital, decisão de


financiamento.

e) Decisão de financiamento, o retorno do investimento, decisão de


dividendos.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 2: Retorno do investimento


Um investimento de $ 500.000,00 foi financiado em 60% por capital próprio e o
restante com empréstimos bancários (capital de terceiros) com juros anuais de
15% ao ano. O lucro líquido após os juros, ao final do primeiro ano, foi de $
51.000,00. O valor anual dos juros pagos ao banco e o retorno do investimento
do capital próprio foram, respectivamente:

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a) $ 30.000 e 17% ao ano.

b) $ 45.000 e 17% ao ano.

c) $ 51.000 e 16,2% ao ano.

d) $ 30.000 e 15% ao ano.

e) $ 81.000 e 16,2% ao ano.

Questão 3: Valor da empresa e retorno do investimento


Um investidor adquiriu 1.000 ações de uma empresa na bolsa de valores por $
20,00 cada uma. Ao final do ano, a ação estava sendo cotada a $ 21,50 cada.
Também neste ano, a empresa pagou $ 1,00 de dividendo para cada ação. O
valor do investimento ao final do ano e o retorno do investimento para o
investidor também ao final do ano são, respectivamente:

a) $ 21.500,00 e 7,5% a.a.

b) $ 22.500,00 e 12,5% a.a.

c) $ 21.500,00 e 5% a.a.

d) $ 21.500,00 e 12,5% a.a.

e) $ 22.500,00 e 17,5% a.a.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 4: Objetivo da administração financeira


Disserte brevemente sobre a diferença entre maximizar o lucro e maximizar o
valor da empresa, indicando, entre os dois, qual deles deve ser o objetivo
fundamental de finanças.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

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Questão 5: Decisão de dividendos


Disserte brevemente sobre a afirmação a seguir:

A decisão de dividendos pode ser considerada um complemento de uma das


demais decisões financeiras fundamentais, que é a decisão de financiamento.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Tivemos a oportunidade de compreender, nesta aula, que o objetivo de


finanças é a maximização do valor da empresa, e que as decisões financeiras
fundamentais são as decisões de investimento, financiamento e dividendos.
Apresentamos, também, a estrutura dos dois setores que trabalham com
finanças na empresa, a controladoria e a tesouraria, bem como as
características necessárias para os profissionais que atuam em finanças.

Vimos, ainda, aplicações e reflexos da prática da administração financeira.


Exploramos o que é o valor da empresa, o processo de planejamento
financeiro e como se mensura o retorno do investimento.

Exploramos a questão do custo de capital, o custo do dinheiro no mercado, que


é sempre medido pelas taxas de juros. Verificamos que, no Brasil, o custo do
dinheiro é muito alto em comparação com mercados financeiros desenvolvidos,
o que dificulta muito o trabalho do administrador financeiro em nosso país.

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Nome

ASSI, Marcos. O rombo do Carrefour e o tombo da Deloitte. 5 dez. 2010.


Disponível em: <http://www.marcosassi.com.br/o-rombo-do-carrefour-e-o-
tombo-da-deloitte>. Acesso em: 3 out. 2014.

BM&FBOVESPA. Episódio 1 – A história do dinheiro. 8 ago. 2008. Duração:


11:22 min. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qh4Vn0I1R6w>.
Acesso em: 13 out. 2014.

CARBAUGH, Robert J. Economia Internacional. São Paulo: Pioneira Thomson,


2004.

ELY, Lara. Escândalos contábeis são alvo de investigação. Jornal do


Comércio, 15 fev. 2010. Disponível em:
<http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=49352>. Acesso em: 3 out. 2014.

GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, E. Administração Financeira. 3. ed. São Paulo:


Saraiva, 2010.

MARTIN, Nilton Cano. Da contabilidade à controladoria: a evolução


necessária. Rev. contab. finanç., São Paulo, v. 13, n. 28, abr. 2002. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-
70772002000100001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 13 out. 2014.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Administração Financeira de Empresas


Multinacionais. São Paulo: Thomson Learning, 2004.

_______. Introdução à Administração Financeira. 2. ed. São Paulo: Cengage


Learning, 2011.

SANDRONI, Paulo. Novíssimo Dicionário de Economia. 6. ed. São Paulo: Best


Seller, 2001.

STIGLITZ, Joseph E. A Globalização e seus Malefícios. São Paulo: Futura,


2002.

VAN HORNE, James C. Financial Management and Policy. 11. ed. Upper
Saddle River: Prentice Hall, 1998.

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Questão 1

Resposta: Alternativa “C”.

A decisão de investimento é a principal decisão financeira porque é dela que se


inicia um negócio. Ela deve ser complementada imediatamente pela decisão de
financiamento, que determina que quantidade das fontes de recursos será
obtida (capital próprio ou de terceiros) para financiar o investimento. Como todo
investimento tem como princípio financeiro o lucro, a decisão de dividendos
finaliza o ciclo das decisões financeiras fundamentais, porque é com ela que se
determina o quanto do lucro será retornado aos proprietários investidores, ou
se eles querem manter parte do lucro na empresa para financiar com recursos
próprios parte do crescimento futuro da companhia.

A decisão do fluxo de caixa da alternativa A é também uma decisão financeira,


mas ela é considerada consequente das decisões fundamentais, assim como a
decisão de globalização. A determinação do custo de capital é necessária, pois
faz parte das três decisões financeiras fundamentais, mas é caracterizada
como componente do modelo matemático decisório. O retorno do investimento
não se caracteriza como uma decisão, mas, sim, como o resultado esperado
ou o resultado alcançado do investimento.

Questão 2

Resposta: Alternativa “A”.

Se o investimento foi financiado 60% com capital próprio dos sócios ou


acionistas, a captação de recursos bancários foi de 40% do investimento, o que
significa que a empresa obteve capital de terceiros de $ 200.000,00 (40% de $
500.000,00). Como a taxa de juros é de 15% ao ano, pagou no ano $
30.000,00 de juros ($ 200.000,00 x 15%). O restante do investimento foi
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financiamento por recursos próprios no valor de $ 300.000,00 ($ 500.000,00 (-)


$ 200.000,00 de capital de terceiros). Como o lucro líquido após os juros pagos
foi de $ 51.000,00, o retorno do investimento dos proprietários do capital
próprio foi de 17% no ano, que é a divisão de $ 51.000,00 por $ 300.000,00 ($
51.000,00: 300.000,00 = 17% a.a). Assim, a alternativa correta é $ 30.000,00
de valor anual dos juros é de 17% do retorno do investimento para o capital
próprio.

Questão 3

Resposta: Alternativa “D”.

O valor do investimento feito no início do ano foi de $ 20.000,00, que é a


quantidade de 1.000 ações multiplicada pelo valor de $ 20,00 pago por ação ($
20,00 * 1.000 ações = $ 20.000,00). O valor do investimento ao final do ano é
de $ 21.500,00, pois a ação se valorizou ($ 21,50 * 1.000 ações = $ 21.500,00).
Como o investidor também recebeu $ 1,00 real de dividendo no ano, recebeu
um montante em dinheiro de $ 1.000,00 ($ 1,00 x 1.000 ações). Desta maneira,
o investidor teve dois ganhos no ano: $ 1.500,00 de valorização do
investimento pelo aumento do valor da cotação da ação ($ 21.500,00 de valor
final (-) $ 20.000,00 do valor pago inicialmente), mais $ 1.000,00 de dividendos,
totalizando um ganho total de $ 2.500,00 no ano ($ 1.500,00 de valorização + $
1.000,00 de dividendos). Dividindo o valor de $ 2.500,00 pelo valor do
investimento inicial temos a taxa de retorno do investimento anual de 12,5% ($
2.500,00 : $ 20.000,00). A resposta correta é $ 21.500,00 do valor final das
ações e 12,5% de retorno do investimento anual.

Questão 4

Resposta: O lucro é o resultado das receitas e despesas já ocorridas, e não há


dúvida de que é elemento fundamental para avaliar o retorno do investimento.
Contudo, grande parte das empresas (notadamente que têm ações nas bolsas

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de valores) não é administrada pelos acionistas (que são muitos), mas, sim, por
administradores contratados no mercado. É possível que alguns diretores,
momentaneamente, ajam pensando mais em si próprios do que nos interesses
dos acionistas, provocando, por meio de medidas questionáveis (redução de
gastos com manutenção, treinamento, aumento de vendas com preços abaixo
do necessário etc.), um aumento nos lucros atuais decorrentes de algumas
ações que possam prejudicar o futuro da empresa. Assim, o objetivo básico de
finanças deve ser o aumento do valor da empresa. Desta maneira, os lucros
obtidos devem ser decorrentes de ações que não prejudiquem seu futuro.

Questão 5

Resposta: A decisão de dividendos está associada à decisão de financiamento,


porque não necessariamente todo o lucro da empresa é distribuído. Quando
uma empresa, com aprovação de seus sócios e acionistas, não distribui todo o
lucro, automaticamente ela está fazendo um aumento do montante do capital
próprio investido na empresa. Isto porque o valor contábil dos donos da
empresa é formado pelo Capital Social mais os lucros retidos não distribuídos.
Assim, a decisão de dividendos é considerada um complemento da decisão de
financiamento.

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