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. .. Essays in Persuasion, Collected ,v, .

. z-Fa•re · wrJtti
.. ·hr End of L~•ss~ MacMill~n. V oi. 9. . ngs
q721· 1 . • Londo• • I s· 111·ficance of Cha1m Perelman's Ph·J
.I J }-J1'1" 5 . "fle 1g I Oso h 2.
-------;::t.n',Har"~\ER·. M- ( 1979 ). ede p!Ji/osophie, PP·_ 127:8. p y A RETÓRICA DA ECONOMIA*
(11 _,. \C e fl):L . 1, 1rrlltlft011tll , rhodology o f ScJennfic Research Progr
. 11rt ·ll -"· • f' rl't'' . d rhe ,,, e
1 anunes" D.N. McCioskey
f- 1 of Rhcto"'. . +~lsificarron an A Criticism and the Growt1J o( Knowledge C .
I (I aí O). · MUSGRA VE, · · arn. Trad11ção de Maria SoCIJrru Srl1·a
[)IJ\AT0 5· ·, ros. I. r · Press. · ·
1 . LAKA .d Universrrv
":d c~rn"" gr I dologY o( Econon
tic and other Soczal Setences. New y 0 k
r , Aca.
"" gr. - J97SI. Ml'f ,o
iACHLur.l·. I ·p . es. New York, Kelley (1 960}. 2 vol.
~ ·. Prcss. Theor)' of rtC
drtnt• \'íf ( )9.38). T/Je Penguin. Voi. 2. I. INTRODUÇÃO
M >\RGET. A. _.) (tlpittll. London, . of Economics", ]oumal of Economic Lite
· ' X 1\. ( J9 •S · ') "The Rheronc rature,
/lfAR' · . _ . D N. (J9S-' · Se "traduzíssemos" a maior parte do que dizem os economistas, quan-
OSI'E'· .
McCL . . Tum Methuen. do conversam, soaria bastante plausível aos poetas, jornalistas, homens de
vol ;\:XI. D collstructwe . . d " Th G I
. ·C. ( 1983). T/Je e s.. Keynes, Cambrrdge an e enera Theory": The negócios e outras pessoas respeitáveis que não se dedicam a economia. As-
NO RRIS. D e LEITH, C.]. (ed ) . Connected zuith the Development of "The G
P:', TINKIN
·
. · ..
(Crit1as111 til1
J DtscussiOI1
.
ene- sim como em qualquer conversação- por exemplo, entre projetistas de barcos
J'roef-'·' o MacM•llan. e aficcionados de beisebol - , a conversação em economia é difícil de seguir
..,../. oi')' ... Toronro.
ra / ', Je ECHTS-
TYTECA ' L . (1958). The New Rethoric: A Treatise on
quando não se adquiriu o costume de ouvi-la durante um tempo. No fundo
PERE L/I '
~AN C. e OLBR _ . University of Notre Dame Press (1969).
T duçao mg1esa, d . os hábitos de conversação são similares. A economia utiliza modelos mate-
Arg11111e11tatioll. ra . , In· WEBER, M. Economy an Soctety (ed. by Guenter
H G. (1978). "I11 rroducnon .
·k · Univers1·ty of C al'f · P
1 orma ress.
VoI..I máticos, contrastes estatísticos e argumentos de mercado, que parecem es-
ROT , Wirnch). Ber e1ey, . k f
Rorh and Claus . , f Economic Analysts. New Yor , Ox ord. tranhos à mente literária. Não obstante, ao examinarmos com atenção não
SCHUMPETER, ]. (1 954)· Htstol') ~ Understanding in the History of Ideas". History and são tão estranhos, pois podem se considerar figuras retóricas: metáforas,
SKINNER, Q. (1969). "Meamng an '
analogias e argumentos de autoridade.
Theol')', vol. VIII. , d'É omie Politique Pure. Paris, Pichon et Duram (1952).
As figuras retóricas não são meros adornos: pensam por nós. Conside-
WALRAS, L. (1874). Elements d Scon ty (ed. by Guenter Roth and Claus Wittich). Berkeley,
WEBER, M. (1978). Economyan octe rar o mercado como uma "mão invisível", as organizações do trabalho como
Universiry of Califorma Press. Voi. I. uma "função de produção" e seus coeficientes como "significativos", tal como
fazem os economistas, é dar à linguagem uma enorme responsabilidade. Pa-
rece uma boa idéia, pois, examinar com rigor sua linguagem.
Descobrir que a conversação econômica depende em grande medida das
formas orais não quer dizer que a economia não seja uma ciência, ou só uma
questão de opinião ou algum tipo de jogo confidencial. Os bons poetas, ain-
da que não sejam cientistas, são sérios pensadores de seus símbolos; os bons
historiadores, sérios pensadores de seus dados. Os bons cientistas também
fazem uso da linguagem, e mais ainda, empregam a sutileza da linguagem sem
propô-la de forma especial. A linguagem empregada é um objeto social, e
utilizar a linguagem é um a~o social; necessita-se de habilidade e que se pres-
te atenção às pessoas que estão presentes quando se fala .
O prestar atenção ao próprio público se denomina "retórica", uma pa-
lavra que empregarei com assiduidade. Naturalmente, a retórica é utilizada

*Adaptado para esta edição pelo autor a partir dos dois primeiros capítulos de The
Rhetoric o( Eco11omics (Madison, The University of Wis..:onsin Press, 1985)

A Retórica da Economia 47

46
. "ndio em um teatro ou para provoca
. - ·ia de Ince .f - , . .. r a l<e.
. r d:1 e)l:lsteno.. E tipo de voc1 eraçao e o stgmftcado v 1
r·1f3 :lns:t 1 . rado. ste
.' . tre o e elto ue a " retor, ica acalora d " d
a
'd
o prest ente em um
u gar Não são somente. os economistas de Mosc ou ou d e Was h.mgton os que
notobl:l en . " . a con. fazem. danos. Inclusive fora do alcance dos con gress1stas
· e d os b urocratas,
· a
·ra 0 rncsrno q " . ples retónca a que se rebatxam nosso ..
da !):I 1:1\ ' OU a SI 01 ' '\' S lnt- maneira como falam os economistas tem conseqüênc1as. · J. M . Keynes assi- ·
. . _. de irnrrensa, d s gregos a palavra e ut1 tzada em um sen .d
trreno..l·3 · des e o ' t1 0 nalou este fato em. outra observação citada à exausta· o : "A s 1·de1as· · d os eco-
s Não obstante, ferir-se ao estudo de todos os meios para nomistas e dos ~1lósofo_s políticos, tanto quando são certas como quando estão
n11go. · ivo para re . _ . con.
amplo e atrat _ . incitar a muludao a que lmche um acus d equivocadas, tem mats força do que se crê normalmente. Na realidade, 0
nwS ' hnguagen1 . a 0
seguir c0isas com a I ·rores de um romance de que os personagens est·, mundo está governado fundamentalmente por elas[ ... ] Os loucos que detêm
, encer os et Ih ao
bcrn como conv eruditos aceitem o me or argumento e rechac o pode~, que escutam, vozes. no ar, estão destilando sua loucura a partir de
. ou fazer com que os em alguns escntorzmhos academicos de uns poucos anos atrás".
nvos.
O propósito de pensar sobre como conversam os economistas é ajudar
0 pior. _ . udito _que geralmente se imagina como um anun-
0 - " 1tvre · d e retórica_
A qu estao e se ,er m expositor d e " cone l usoes a que se amadureça este campo, e não atacá-lo. Apesar de todas as piadas,
. d "resultados ou u . . desde Sham a L.]. Peter ("Se pusessem em fila todos os economistas, não
Clador e T . na convencer? Asstm parece. Acabo de dtzer que
. ·amente. encto . , . d. - a alcançariam nenhuma conclusão"; "um economista é um perito que saberá
fala reton ... , _ . reendimento sohtano. O eru tto nao fala no vazio
. m nao e um emp . amanhã por que as coisas que predisse ontem não ocorreram hoje"), a eco-
1mguage F ara uma comunidade de vozes. DeseJa que o tenham em
1 nomia tem êxito. Não tem êxito como urna meteorologia social, um papel
para s1 rnesmo. a_a P ue se publique seu tra b a Ih o, que Ihe tmttem, · · que lhe que a retórica da política e do jornalismo lhe impuseram, mas o tem, sim,
ta que lhe ou~am, q • . l d
con ' q e lhe concedam o prem10 Nobe . To os estes são seus como história social. A economia, como a geologia, a biologia evolutiva ou
rendam homenagem e u .
. Os meios são os recursos da hnguagem. mesmo a história, é uma ciência histórica mais do que uma ciência premo-
desetos. . · - adequação dos me10s · aos d eseJOS· d a conversaçao. - A re-
nitória. Ainda que não seja considerada geralmente como uma criação im-
A reronca e uma .
. . . · d l'nguagem o estudo de como se adequam metos escas- pressionante da mente humana, de fato o é. É uma autocompreensão social
tonca e a economta a 1 . ' À . .
· · · · dese ·0 s que as pessoas têm de que as ouçam. vtsta d1sso, {uma teoria crítica, de fato, como o marxismo ou a psicanálise), mais impor-
sos aos msaCJavels 1 . _ .
· oa' vel a de que os economtstas sao como as demats pessoas tante, inclusive, que a antropologia ou a história.
parece uma hi potese raz _ , . .
.am que os escutem tanto quando vao a btbhoteca No vôo dos foguetes espaciais, o profano pode ver as maravilhas da fí-
ao conversarem e qu e desel _ . , sica, e no aplauso do público as maravilhas da música. Ninguém entende bem
ou ao laboratório como quando vão à oficina ou votar. Meu_o~Jetlvo: c~m-
as maravilhas da economia se não a tiver estudado com atenção. Este faro
provar se isto é verdade e se é útil: estudar a retórica da e~udtçao ec~nomtc:.
deixa sua reputação nas mãos dos políticos e personalidades, que têm outras
O tema é a erudição, não a economia ou a adequaçao da teona eco~o-
coisas na cabeça. O resultado é criticar-se equivocadamente a economia por
. . - d · papel do economtsta
m1ca como uma descnçao a economta, nem sequer o . ser demasiadamente matemática, por não ser suficientemente " realista", ou
na economia. O tema é a conversação que os economistas mantêm entre SI com por não salvar o mundo de sua loucura. Esta desinformação é uma pena e
o iim de convencer-se mutuamente. realmente é interessante tratar de compensá-la. Contudo, não se pode cul-
Dt'sgraçadamente no entanto as conclusões têm um interesse mais que par aos observadores da economia alheios a ela de entende-la mal, pois a
. . ' - ' . , . d t ônomos
academ1co. As conversaçoes dos estudiOsos dos classtcos ou os as r . economia tampouco se entende demasiadamente bem a si mesma. Se com-
. fi . , . d conomtstas, preendesse sua própria maneira de conversar - sua retórica - talvez dei-
raras vezes m uem na vtda dos demais. Não e asstm com as os e f'l
. d e odes 1 e xassem de existir alguns de seus comportamentos neuróti.::os, como sua es-
que 0 fazem em grande escala. Uma anedota muito conheCida escrev
d· p · · · b. 1de solda· quiva compulsiva das responsabilidades nos pro.::edimentos estatísticos.
c nmmo de Mato na Praça Vermelha com a quantidade ha ttua
d0 .. . . . . l urge urn O serviço que a literatura pode prestJr à e.::o nomia é oferecer a crítica
~• pro1etets teledtngtdos e lança-foguetes. No final da marc 1 a 5 •
numeroso " d d 'blico pergun literária como um modelo para seu pró prio entendimento. A critica literária
.. .,.rupo e pessoas em trajes cinzas, e uma pessoa o pu _ beOl n.lo julga dizendo simplesmente se algo é bo m o u nuu; na sua forma mais
ta: Quem são e5t es '. " · "Ah" , respondem, "esses são economista
. s ' nao sa .
01 recente, este tema mal p~uece colocar-se. A .:riti.::a literá ria se preocupa prin-
o dano que pod f , - . provoca
em azer! Sao as conversas dos economistas que
t>te npo de comemano. · ·
A Rer<'> ri.:a J ,t E.:onomia 49

48
. '\.
cipalmente em fazer com que os leitores vejam como os poetas e os roman-
tos matemáticos, não puderam f 1
cistas conseguem seus resultados. Uma crítica econômica como a que se rea- a ar em metáf
sar, como fez Harry A. Millis em s d" _oras curvilíneas. Podia
liza em seguida não é uma maneira de julgar a economia, mas sim é uma forma . . . eu 1scurso 1 m pen-
ncan Econom1c Assoc1ation celeb d naugural da reunião da A
de mostrar como ela obtém seus resultados. Aplica os recursos da crítica li- ra a em dezemb d me-
ma d o tra ba Ih o tinha algo que ve ro e 1934, que 0 probl _
terária à literatura da economia. , . r com a produt" .d d e
Apos lerem o livro de]. R. Hicks bl. d lVI a e marginal (pp 4 _5 )
Não há muitos economistas que pensem deste modo, ainda que exista . h . . . . pu Ica o em 1932 A T . .- .
pod 1am, como avia dito Mllhs ad . . ' eorta dos Salarios
uma maior proporção, embora pequena, de cientistas sociais que o faça . Esta , . , m1t1r que a pr0 d · .d ,
nos salanos. Mas, antes de utilizar .. UtiVI ade marginal influía
linha de pensamento não é desconhecida nem na antropologia nem na socio- . a matemat1ca .
cabeça, assim como Millis em co f _ 'os economistas caíram de
logia. O que os franceses denominam geralmente "ciências humanas" podem ' n usoes que se d.
um pouco de matemática: confusõ b po Iam ter resolvido com
reunir hoje em dia bastante pessoas que pensam de forma crítica, neste sen- es so re as cond. - b .
bre o poder de negociação (não se d IÇoes tra alh1stas ou so-
tido. E numerosos especialistas em matemática, física, informática, biologia, . . eram conta de q .
pela produtividade marginal agreg d I ue estava determmado
paleontologia, comunicação, ciências políticas, direito, sociologia, antropo- , a a e pe a curva da 0 f d
meta foras matemáticas todavia nã0 erta e trabalho). As
logia, história da ciência, filosofia, teologia e literatura comparada têm visto economistas. estavam à disposição da maioria dos
qualidades especiais na crítica retórica. A seguir se examinará, pois, a retóri-
Agora estão disponíveis a granel es . 1
ca da investigação da economia. burgueses de fala inglesa que domi ' pefcia _mente para os economistas
nam a pro lssao (e deles I
Dos 159 artigos regulares publicados na Am . sou um exemp o).
1981 1982 e 1983 . .. ertcan Econom~e Review durante
' ' somente seis Utilizaram unicament I
quatro acrescentaram às suas palavras unicamente tabela: ~:t:~:~~ e so~ente
11. A POBREZA DO MODERNISMO ECONOMICO

recurso formal existente em 1931-1933 A - . - . as, o umco


Os economistas estão de acordo em mais coisas do que normalmente se -t· . · s tecmcas matemancas e estatísti-
cas, os gra Icos e as Simulações explícitas que .
crê. Sua discordância sobre a previsão e a política econômica lhes dá uma má ·d . , . ' em um tempo os economistas
consi eraram
. muteis e arcaicas ' se te
' m fe·t . .
1 o rotme1ras.
reputação, e, no entanto, coincidem em muitas coisas: o problema dos nú-
. DOis terços dos artigos empregavam explicitamente a matemática e a
meros-índices, a lei da demanda, a lógica da oferta ... Estão de acordo, sobretu-
maiOr parte dos demais falavam em um entorno saturado de matemátic~ no
do, em falar como economistas. Quer descendam de Marx ou de Menger ou
qual as palavras "função de produção" e "curva de demanda" reportavam
de Marshall, entre os netos de Adam Smith, todos participam de uma con- de _todos os modos à marema't.tca. Q uase a metade dos arngos
·
. utilizavam
versação que começou há dois séculos, uma conversação claramente separa- grafic.os da maneira que os economistas os usam, desconcertando a outros
da em seu estilo de conversações vizinhas sobre história, sociologia ou ética. estud10~0~ da sociedade ao falar categoricamente de curvas que não têm for-
A conversação econômica tem escutado discursos muito eloqüentes, mas ~as de6~1das. Cerca de um terço dos artigos empregavam análise de regres-
suas passagens mais convincentes têm sido matemáticas. Especialmente des- sa o, frequentemente de modo bastante complexo. Mais de uma décima par-
de a década de 1930, os economistas de todas as tendências encantam-se com te deles faziam uso de simulações explícitas que somente engenheiros superio-
a nova maneira científica de falar. Atualmente, a maior parte das revistas de res e físicos podiam ter conseguido há cinqüenta anos atrás. A análise mate-
economia parecem revistas de matemática aplicada ou de estatística teórica. mática ilustrada mediante gráficos (e sem fatos, de acordo com o caráter abs-
Ao contrário, a American Economic Review dos anos 30 contém ape- trato da conversação econômica) foi utilizada em 60 dos 159 artigos. Qual-
nas uma equação; os pressupostos não se formalizam, os gráficos represen- quer destas técnicas haveria deslumbrado e desalentado um público de eco-
tam séries, mas não eram muito comuns; o ajuste de uma reta a uma nuvem nomistas em 1934.
de pontos era raro. A conseqüência desta maquinaria primitiva para conver- No entanto, este êxito, como qualquer outro, teve um preço. Os livros
sar foi uma incapacidade para falar de forma clara. Os economistas não pu- sobre economia técnica já não são acessíveis, nem sequer de forma superficial,
deram esclarecer, por exemplo, a diferença entre o movimento de uma curva para os leigos no rema; e os economistas jovens superestimam uma pequena,
em seu conjunto e o movimento ao longo dela. Pela carência de conhecimen- e às vezes absurda, engenhosidade da técnica. Mas o custo principal não se

A Retórica da Economia 5l
50 D.N. McCioskey

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. . ·r Ir Jr ,,,,. "(' l',)nvrrterrm-sr ''um modo matem ~hi-
l'"r-:r I'C' . l ·.~tl' l'll~tn I'' 0'- ' l i l, ' . ·• . . .
diante certos tipos de ceticismo rigor ..
' l ' , (' t.,l 1.H, \ )~. r l '(''''"'''''"t
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s 'hiN·l• rn• m um.l tr 1wópn:l d:1s l 1'117.;1Cbs,
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um. con- . -. . . oso. h losoficam f 1
msmo c o programa de Descartes do . ente a ando, 0 moder-
' J • . t··\r. · r..t·,· --1s '"" lht•s torna .,,·ora propensos ao tan:Hismo e . , ' mmante na fi los0 f d I
j\lllllll.C I \tOIIIIIIUS I I SI '-• · '-t · ' 'c-o . . p<Ha construrr o con hecimento sob b ra esc e o século XVII
.\ ll1fl'kr.1IKi.L F.st;'l fr sr coml''"t' do cienrifi,·ismo, do beh:w1ons_'~'o, do ope-
<
· rc a ase da d ' ·d · '
O modernismo é coerente em tod · uvr a radrcal.
r .KII'IIl.l 1l~ll,, 0 , l ' ,," '...l·l~,.,,,
• , ,, .. • •· • r de outros entusi:lstas quann hcadores da
" ,· •1 l"'sitiv·l . .
n1stas, arqu1tetos modernistas músico
as as suas facetas H , fl, f
d . · a ' oso os moder-
d ,·.hl.l d<' 1'~JO. À nuneim da tt d.1s crm.:1das, estas doutrinas se têm conso- , s mo ernrstas pol' · d
economistas modernistas. Este é 0 mot· d ' ltlcos mo ernistas e
hd.lt..h num crrimoni.ll e. :1gora, existem freiras, bispos e catednlis. . IVO e emprega I -
rrfacetada: a mesma coisa é multifacet d p d r uma pa avra tao mul-
.l\1:1s a~(wa. tanw trmpo depois da vitória,{: preciso perguntar-se se a fé a a. o e-se detect 0 d ·
tanto no Syrnphony Hall e no Museu de A M d ar mo ern1smo
q 11 <' se :1.:-h.;Ya d<'tds dc-1.' sc-p.11C' tendo uma função socia I. É preciso pergun- · - rte o erna como
engenhana soc1al de Washington ou Lo d _ nos tempos d a
tnr-sc- a si mesmo sr a conversa estridente- sobre a ciência em economia, que • n res. 0 modern1smo
mistas tem abraçado se reforça por todos os lados. que os econo-
:\I lidou m 11 iro a acresce-ntar clareza e rigor a este campo, te-m sobrevivido em
À medtda que, nos séculos XIX e XX di . , , . .
!'ll.l unhd.1dc. intelligentsia, introduz-se uma fé modernist~ Tmdrnula a fef r:lrglosa entre a
· I · 0 a sua rn luenc1a se mostra
na mane1ra pe a qual falamos. Nas ruas se escuta· "I , .
1\.l. A METODOLOGIA OFICIAL DA ECONOMIA É MODERNISTA -- , " I . · sto e somente a sua Opl-
mao ; c 1egue1 a esta conclusão baseando-me em fat "·" • - ,
. . "·" , . __ . os, vocenaoestasendo
o b ]et1vo , essa e uma opm1ao mwto sub1·etiva"· ... , .
Os economistas têm duas at'itudes a respeito de seu discurso, a oficial e ..- , . . • 1sso e somente teolog1a ".
1sso e umcamente um Juízo estético"· "se não ode d' 1 - - '
a n.io oficial, a explícita e a implícita. A maior parte do que tenho a dizer tem · b ' - "·" - , _ ' P me 1- o, nao ereto que
seJa o ]et1vo ~ se _n~~ esta sendo científico, por que teria de escutá-lo?". Os
a ver com as atitudes não oficiais, expostas na maneira como os economistas estudantes falam desta maneira . seus pro fessores tam bem
argumentam realmente. Não obstante, os economistas valorizam em muito suas _ universitanos
_ ' fa-
lam assim, amda • que de
. forma mais literária· . somente as h. , t
1po eses que se
atitudes ofic-iais. que eles crêem que procedem do melhor pensamento da his- d f
tória e da filosofia da ciência. A atitude oficial dificulta que vejam na realida-
po -b em re utar tem sentido; a evidência é consistente com a h Ipotese; . , d e gus-
tt us non est disputandum- _ sobre gostos na· o ha ' b ·
, o VIamente, na a escnto. d ·
de como argumentam. Não podem ver como o fazem porque o cenário está
O modermsmo contempla a ciência como axiomática e matemática e
oculto por certas filosofias. Portanto, devo tratar- temo de que forma bas- considera que seu campo está separado da forma, do valor, da beleza, da
ta nte extensa - de como eles descrevem oficialmente o que fazem. bondade e de todas as quantidades não mensuráveis. Ao ser funcionalista e
Suas regras oficiais de falar bem, às quais os economistas rendem ho- dado à engenharia social e ao utilitarismo, o modernista é anti-histórico e se
menagem na retlexão metodológica e na educação aos jovens, os declaram mostra pouco interessado em tradições culturais ou intelectuais, ao menos
científicos à sua maneira moderna. O credo da metodologia científica, conhe- e~quanto está na "igreja". A "fé" pode ser vista em alguns cientistas e espe-
cido por seus críticos como a "visão recebida" é, basicamente, o "positivismo". Cialmente em muitos que desejam ser cientistas. No melhor dos casos, o mo-
Este ma ntém que o conhecimento tem de seguir o modelo de entendimento dernismo produz um investigador desinteressado e eficiente; no pior um doutor
de começos do século XX, de certos temas do século XIX e, especialmente, Strangelove. ·
da física do século XVIII. Há que se assinalar que o modernista se apresenta em outra forma irracio-
Não obstante, para rever a penetração do positivismo no pensamento nal: no melhor dos casos é um artista, no pior um frívolo amarrado ao último
atual, vamos denominá-lo "modernismo". O modernismo brilha ~orno um misticismo. O racionalismo e o irracionalismo rezam ao mesmo "Deus". Um
diama nte de muitas facetas, e a palavra só se pode definir completamente irraciona-lista se crê diferente do racionalista, e, às vezes, o é na maneira de cortar
usando-a. Mas se pode afirmar de forma preliminar que é, como tem dito o o cabelo, màs não em sua teoria do conhecimento. É simplesmente um pro-
crítico literário Wayne Booth, a noção de que conhecemos unicamente o que testante, irritado pelos rituais da igreja da ciência e desdenhoso de sua venda
não podemos pôr em dúvida e de que não podemos conhecer realmente aquilo de indulgências, se bem que compartilhe sua crença em uma trindade de fato,
que somente podemos sentir. É a atitude de que o único conhecimento real definição e valor sagrados. De acordo com este ponto de vista, cada parte da
· ' f.!CO " , ou SeJa,
é ' na fala corrent"~, o " Clenu · o con h ec1mento
· trindade pode ter seus próprios devotos: o científico, o matemático e o litera-
contrastado me-

52 A Retórica da Eco nomia 53


D .N . McCloskey
d .L~" · ~l' ~ ~WRI!illi_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
to Da perspectiva . mod erm·sta , quer seja racionalista ou irracionalista,
d . estes
I.
· · r se Cada um po e se especia 3. A comprovação inclui experimentos b' .
di"tintos oradores não tem por que entorpece - . , Izar . , . . o )etivos e rep d ,
ies questiOnanos que mterrogam as pes _ . : . ro UZiveis; os sim-
en~ um tipo de pensamento. Estes não se entrecruzam:_o _PNB deste ano e uma P soas sao mutei . ,
mentir. s, ]a que estas podem
· um axioma
c01sa, · d e e1eiçao
· - social é outra , e ter compaixao
. , pelos. pobres outra.
4. Se e somente se a implicação expe ·
- , ·
A reaçao a teona mo er d nista do conhecimento e . mUito extensa.
. Suas nmenta 1de um . d
ser falsa, a teoria também o é. a teona emonstra
· · · f.Iguras vão desde filósofos profissionais. (Wdlard Qume,, Nelson
pnnnpais d. 5. Há que valorizar a objetividade· a " b -
Goodman, Stephen Toulmin, Paul Feyerabend e RICha~d Rort~) ~te uma . I- _ , . , o servaçao" s b. · .
·dade de profissionais da química (Michael Polanyl), do direito (Chaim Pecção) nao e um conhecimento científico p b' . u )etiva (mtros-
versi d f] , f 0 vida de não se podem unir. ' orque a o )etividad e e a su b.)eti-
Perelman) e da crítica literária (Wayne Booth) converti os em I oso os.
6. A máxima de Kelvin: " Quando não pod ,
alcance da idéia de que o fato é algo mais que um experimento e ele que o . , . es expressa-lo com n ,
teu conhecimento e pobre e Insatisfatório" .1 umeros,
argumento é algo mais que um silogismo já é grande, como, por exemplo,
7. A introspecção, a crença metafísica a estér' d .
noLlúcido tratamento que dela fazem Glen Webster, Ada Jacox e Beverly • . d b . . , Ica, etc., po em ter Impor-
tancia no esco nmento de uma hipótese mas não . .f. .
Baldwin em "Teoria da educação e o fantasma da visão recebida"' (1981, .. . _ _ . . ' em sua JUSti Icanva. as
justificativas nao estao condicionadas pelo tempo e a ·d d d .• ' .
pp. 25-35). . . , . comuru a e e Ciencias
que as rodeiam e Irrelevante para sua verdade.
Não obstante, esta idéia não está suficientemente estendida nat econo-
8 . É a metodologia que tem de separar o pensame t · 'f· d
mia , e não alcançou a economia neoclássica. Naturalmente, os economis- . , . .. . n O CientJ !CO O não
Cientifico, o positivo do normativo.
tas austríacos, os institucionalistas e os marxistas têm atacado durante um
século certas partes do positivismo como base do conhecimento econômi-
9. Uma explicação científica de um fato o ampara co 1·
tetora. mo uma e1 pro-
co. Mas se apegaram a outras com esforços redobrados e expressaram o resto
de suas dúvidas de forma obscura. À sua maneira, têm sido tão limitados 1 O. Os cientistas -por exemplo, os economistas- não devem ter nada
que dizer como cientistas sobre valor moral ou artístico.
como os sisudos positivistas: a rejeição da econometria por parte dos eco-
nomistas austríacos, por exemplo, seria razoável somente se as afirmações E a regra de ouro (o "garfo de ouro" de Hume): "Quando formos às
bibliotecas convencidos por estes princípios, que estragos deveremos fazer?
mais ingênuas da econometria fossem tomadas a sério. Pelo que se rd ere ao
Se escolhemos qualquer livro, de divindade ou metafísica, por exemplo, per-
resto, os economistas têm deixado que 'escritorzinhos' de filosofia de uns
guntemos: Contém algum pensamento abstrato relativo à quantidades ou nú-
poucos anos atrás lhes proporcionarem seu pensamento oficial so bre um
meros? Não. Contém algum pensamento experimental relativo a fatos reais?
bom argumento.
Não. Entreguemo-los pois as chamas, porque não podem conter nada exce-
A -marca do modernismo é evidente na economia anglo-americana a
to sofismas e ilusões" (Hume, 1748, última página).
partir da década de 1930. Apesar de seus lampejos terem um brilho de aço,
É no âmbito da filosofia aplicada, não na teórica, entre os economistas
já produziram numerosos economistas aleijados. Muitos estão fartos da his-
profissionais, não entre os filósofos profissionais, que têm êxito estes man-
tória, depreciam outros cientistas sociais, ignoram sua civilização, não tomam
damentos. Somente uns poucos filósofos crêem agora, ao menos, em metade
em consideração a ética e são irreflexivos quanto ao método. Inclusive aos
dos mandamentos. Uma minoria substancial, respeitável e em crescimento,
sábios e bons da congregação, que são numerosos, lhes parece difícil recon- não crê em nenhum deles. Entretanto, a maioria dos economistas (e psicólo-
ciliar sua fé com as cerimônia s que lhes pedem os domingos. gos, sociólogos, estudiosos das ciências políticas, cientistas médicos e outros
Somen te a religião pode ser assim: nobre e corrupta ao mesmo tempo. não filósofos encantados com o modernismo) crêem em todos.
Os dez mandamentos e a regra de ouro do modernismo em economia e em Naturalmente, a geração anterior de metodologistas da economia acre-
o utra s ciências são: ditava neles. A metodologia e sua busca da certeza têm contagiado a todas
1. A previsão e o controle são os fins da ciência. as faculdades de economia. Não obstante, na economia norte-amencana a
2. Somente as implicações o bserváveis (ou previsões) de uma teoria im- metodologia do modernismo e do cientificismo se associam es~ecialmen~e à
portam pa ra afirmar que é verdadeira. Escola de Chicago. Os principais textos do modermsmo economJCo apos a

54 A Retó rica da Economia 55


D.N. McCioskey
t de T crencc unutc h·1son, 0 si'"'ilicado
OL~r:t ~··I'
e postulados
. básicos da, teoria eco- fossem úteis para sugerir hipóteses s b
· ·. ( 19 ~8) tais como " De Gustibus Non Est D1sputandum ( 1977) de . , ' e em que na f
nomna - , · d E são' "quase tota Imente mureis como me· rase seguinte afir
lO para contr me que
Ga ry Bccker e Geo rge Stigler e, sobretudo, "A Metodolog•a . a cono~ia
A • , (

ó teses economlcas p. 31 ). Fincou o . asta r a validade d h.


P . . . pe no papel d . as t·
Positiva •· (1953) de Milton Friedman, levam o emblema de Ch1cago; e as ~n­ dirige o Cientista para produz1r a conv· _ .. a comuntdade a q
. . 1cçao - Ja esta c ue se
tcrpretações mais extremas dos textos aparecem entre os economistas que tem gos ou de economistas-, amda que na f . omposta de sociól
. _ rase segumte v0 1 o-
estud ado em Chicago. jetiva" da ava I1açao. te a uma teoria "ob-
Isso é estranho. É raro que um grupo que tanto molesta os outros eco- Em resumo, Friedman, assim como K 1p
no mistas na maioria de suas atividades deva ter seu consentimento na questão ção, parecia estar lutando para escapar d
ar opper o r·
.. . ' utra tgura da transi-
• f .
A • o POSitiVISmo e d .
do método o ficial. Mesmo assim, uma versão aguada do ensaio de Friedman intelectuais, mas seu exito 01 somente espo ' d· e suas tradtções
ra •co. 0 locus ela . d
de 1953 é parte da equipagem intelectual da maioria dos economistas norte-
A • , •

nismo economlCo contem muno antimode . sstcus o moder-


- . rmsmo, o que su
americanos, e seus pensamentos aparecem com facilidade em seus lábios. 2 nismo na o pode sobreviver a uma discussa· . . gere que o moder-
o mte1•geme ne
Escrever de forma premeditada sobre o método é geralmente mais agra- te de seus melhores defensores. Abraham H. h '. m sequer por par-
. 1rsc e Neli de M h.1 A

dável que fazer observações metodológicas no curso de assuntos não meto- gurnentado convmcentemente que a explica - d d. • . are tem ar-
çao a 1ssonanc1 ··
do lógicos. Nos preceitos se pode ser agradavelmente vago e obter o consen- Friedrnan se deve a que, em seu ensaio ele n· a cognmva de
. , ao tentava ser posif ·
timento universal; na prática se fazem inimigos. Para dar um exemplo típico sequer poppenano, mas sim que estava seguind D •v~sta, nem
da metodologia própria do primeiro capítulo no apogeu do modernismo, . .f. o a ewey Seguu a J0 h
Dewey s1gm 1ca ser pragmático e norte-america .· . n
- . no, estar mais mteress d0
Kalman Cohen e Richard Cyert, em sua, a outro modo, admirável obra, apre- utilizaçao do conhecrmento que em seus fundamentos Es . . a n_a
sentam um esquema do modernismo e afirmam que o método é "empregado , Id F . d . ta e uma leitura ma•s
agrad ave e que ne man também gosta. 0 probl . .
- ema esta, pOis, em encon-
em todas as análises científicas" (1975: p. 17). O "método" que expõem, com trar uma razao para o erro que tem associado durant t .
. . . . " e anto tempo Fnedman
uma bibliografia puxada ao positivismo e seus aliados, não é muito mais que ao pos1t1v1smo ma1s europeu" de digamos Paul s 1 T
. . ~ , amue son. a1vez 0 que
uma chamada à honestidade e à seriedade. Unicamente quando a uma frase aconteceu fm que o pragmatismo Junto com algumas tr d ·
. . . ' ou as outrmas nor-
como "a não ser que em princípio se possa contrastar mediante o experimento te-amencanas, adqumra. a princípios da década de 1950 um chetro · de bolor.
e sua observação" (p. 23) se dá conteúdo através da prática, se faz evidente Como quer que se mterprete a Friedman, o comentário improvisado no
o que está em jogo. calor do. pensamento econômico tem geralmente um conte u· do nota damente
Certo é que os preceitos agradavelmente vagos têm seu uso. Voltando ~oderms_ta, que parece utilizar as palavras de Friedrnan.4 Um importante ar-
ao exemplo principal, quando em 1953 Friedman publicou seu ensaio, a prá- ~;go de ~hchard Rol_l e Stephen Ross sobre finanças afirma, por exemplo, que
tica da economia estava dividida entre teoria sem fatos e fatos sem teoria. Seu a teona deve avahar-se por suas conclusões, não por seus pressupostos" e
canto modernista, respaldado por coros de filósofos encapuçados, foram então que "do mesmo modo, não se deve rechaçar as conclusões procedentes da
provavelmente bons para a alma. Contudo, há que perguntar novamente se maximização do benefício por parte da empresa baseando-se em que os di-
não é hora de que cesse o canto. retores afirmam que sacrificam os benefícios do bem-estar social" (1980: p.
O ensaio de Friedman é o documento fundamental do modernismo na 109 3). O mesmo se pode encontrar em outros lugares, em termos quase idên-
economia e merece um exame respeitoso. Mesmo quando foi publicado inicial- ticos, remetendo-se ao ensaio de Friedman. Willian Sharpe (1970: 77), por
mente, antes de que o modernismo se houvesse introduzido nas ciências hu- exemplo, escrevendo sobre o mesmo tema que Roll e Ross, toma como nor-
manas, era mais pós-modernista do que se poderia deduzir de um conheci- ma de comportamento científico educado que o "realismo dos pressupostOs
mento superficial do texto. Por exemplo, Friedman mencionou com aprova- importa pouco. Se as implicações são razoavelmente consistentes com os fe-
ção os critérios estéticos de simplicidade e produtividade que um economis- nômenos observados se pode dizer que a teoria 'explica' a realidade" . Entoadas
ta po de usar para eleger entre uma série de teorias com as mesmas previsões, com tanta freqüência, em harmonia com outras, estas frases têm se converti-
ainda que na frase seguinte trate de confiná-los a questões de previsão (p. 10).3 do em algo " juramentado". O modernismo econômico é urna fé revelada com
Aceitou que os questionários, proibidos para os modernistas na economia, rituais pró prios.

56 5
D .N . McCloskey
A Retórica da Economia
. s os de fala inglesa, se emocio-
omlstas ao meno ações significativas desde um ponto de vista 0 . ,
A maior parte d os econ . ' d . tas Isto é realmente uma prova rn perat1vo (Samu 1
, d . nnstas mo erms . ao longo de toda a obra), das "previsões válid . .f. . e son, 1947:3
na ram com o ep1teto e CJe . f" modernistas. Existe outra prova: e - b d , as e Slgm Jcattvas sob f ,
. - flloso 1camente menos ainda nao o serva os (Friedman, 1953 ) ou d " re eno-
de que os economistas sa 0 d , . como as de Friedman e, especial- - h. , · , o valor da pre -
, · d d 1 ções meto o 1ogJCas . da generalizaçao 1potet1ca (Machlup, 195 5 . 1 ) ., . v1sao
0 predom1010 e ec ara _ e qualquer um que sa1ba de eco- . d f. - - . como cntenos com os .
uidores· a sensaçao qu . é preciso Julgar to a a trmaçao nao matemática N h quais
mente, as d e seus seg '. c·ona a gramática para o d1scurso . . en uma pessoa normal
. d modermsmo propor I segue urna meto d o Iog1a como esta no pensamento 0 d · , .
nom1a tem e que 0 antimodernistas, pelo que se pode . . r mano, e seus defenso-
• . ção aos pensamentos . res não d1scutem por tratar alguns t1pos de pensamentos . , .
economlco; e a rea , d I "em última instância, a úmca prova . como extraordmanos.
contar com qu
e alguem ec are que
. _
. .
• · são os " exames" quantitativos
o argumento que ·
Hutch1son, Samuelson Friedm
'
M hl
an, ac up e seus
d I" de uma aflrmaçao economJca seguidores deram f 01 um argumento de autoridade Af. .
: : ;et~::~.~aÉ difícil não crer a priori no dom~nio do modernismo na econo-
. . , . trmavam que ISto era
0 que. ,estavam dtzendo os filosofas. A confiança na f1·J0 f" f · ,
l t"tativo e objenvo do mesmo, ou de qualquer , . . . so ta 01 um erro ta-
mia ainda que um exame quan I b rico Ja que a propna filosofia estava mudando no mesmo t f
' · · 1 , 1 pelo que mereceria a pena levar a ca o. Em ' . . , empo em que a-
afirmação, o fana maJs p auslve ' - . . I lavam (v.g., Qume, 1951). Como filosofo da economia Alexand R b
. " . , • er osen erg
qua Iquer caso, O mod ernismo domina, esta é a conclusao pnnCJpa . assmala em 1976: Numerosos economistas tem descr1"to suas opm1oes · ·- como
positivistas e eles mesmos se dão o descrédito que nas últimas décadas este
11.2. 0 M ODERNISMO É UM MAU MÉTODO, SUA FILOSOFIA ESTÁ OBSOLETA enfoque na filosofia da ciência adquiriu" _7 Atualmente, alguns filósofos têm
dúvida~ sobre a epis_temol~gia, que -~firma oferecer os fundamentos para 0
Há muitas coisas equivocadas no modernismo como metodologia para conheCimento; e muito mats, como )a mencionei, duvidam dos presunçosos
a c1enc1a 1 1·a econômica ·5 A primeira é _que, como
· • · e para a c·e·nc . se sabe desde . preceitos da epistemologia modernista.
, ·
h a mUJto tempo, seu s argumentos filosóficos não sao convmcentes.
. , Inclusl-
.
ve, os econom1s · t as parecem ler tanto filosofia como os filosofas, econom1a.
. _ 11.3. 0 PRÓPRIO MODERNISMO É IMPOSSfvEL E NAO SE RESPEITA
Não é surpreendente, portanto, que a notícia do ocaso do modermsmo nao
tenha chegado a todos os ouvidos. Os positivistas lógicos da década de 1920 Vamos considerar, de novo, os passos que é preciso dar até obter um
desprezaram em seu tempo o que denominaram "metafísica". N~ ~ntanto, conhecimento modernista, desde a predição até o garfo de Hume, passando
desde 0 começo, 0 desprezo tem refutado a si mesmo. Se a metaf1s1ca fosse pela máxima de Kelvin. Se os economistas (ou os físicos) se limitarem às
lançada às chamas, então as declarações metodológicas da família modernista proposições econômicas (ou físicas) que se ajustam literalmente a tais pas-
desde Descartes a Russell, Hempel e Popper, passando por Hume e Comte, sos, não terão nada que dizer. O ceticismo cartesiano ou o de Hume é um
seriam as primeiras a arder. Por isto, e por outras razões, os filósofos coincidem critério de fé demasiado corrosivo para um verdadeiro estudioso das ciências
em que o positivismo lógico estrito está morto. O período que está morto co- humanas, como Descartes e Hume sabiam. Como diz Polanyi (1962: 88), a
loca a questão de se os economistas são sensatos em seguir com sua necrofilia. 6 metodologia do modernismo estabelece uns "critérios quixotescos de signi-
Em economia se discute com torpeza a postura metafísica de forma si- ficado válido que, se forem seguidos de forma rigorosa, nos levarão a todos
milar à que faz o positivismo lógico, provavelmente porque procede da filo- à imbecilidade voluntária".
sofia de filósofos aficcionados, desde Mach a Bridgeman, mais que do pen- O modernismo promete um conhecimento sem dúvidas, sem metafísi-
samento paralelo dos próprios filósofos profissionais. Mach, Pearson, Duhem ca, sem moral e sem convicções pessoais. O que é capaz de proporcionar dá
e O srwald, quer dizer, os cientistas com um interesse pela história da ciên- o nome de metodologia científica exatamente à metafísica, à moral e às con-
cia, ressu scitaram o positivismo na década de 1890, se bem que o positivismo vicções pessoais do cientista e, sobretudo, do economista. Não pode propor-
lógico, a versão dos filósofos, tenha sido um acontecimento mais tardio. cionar o que promete; provavelmente não o deva fazer. Suspeito, como mui-
Portanto, na economia, as regras modernistas vigoram, ainda que raras tos que têm pensado sobre este assunto nos últimos anos, que o conhecimento
vezes sejam di scutidas. Consideram-se as regras mestras. Tão freqüentemente científico não é tão distinto de outros conhecimentos.
como se rem repetido, é difícil perceber à primeira vista o atrativo das "afir- Estou argumentando que a aplicação literal da metodologia modernis-

58 A Retórica da Economia 59
D.N. McCloskey
ta não pode produzir uma economia útil. Resta ver se, na prática, os pensa- modernista faria com que elas cess
. . assem em 193
mentos econômicos utilizam o modernismo como algo mais que uma fachada. do tipo objetivo, controlado e estatíst· , 6: onde estava .d, .
Ico. a evl encla
Enquanto isso, a melhor evidência é histórica. Em seu Against Method (1975), De fato, a contra-revolução m .
. . onetansta ta
Paul Feyerabend faz uso de uma interpretação da carreira de Galileu para atar metodologia modermsta. Na década d mpouco foi um êxit
. e 19 60 0 d . o para a
as afirmações da metodologia prescritiva na física, que se pode aplicar à eco- mentes dos monetanstas, porque seu l'd ' mo ermsmo domi
- . . . I er o adotara H . nava as
nomia. Se os contemporâneos de Galileu houvessem adotado o critério mo- de que as questoes pnncipais eram as d . _ · av1am se conven .d
e prev1sao e co l c1 o
dernista de persuasão, mantém Feyerabend, a tese defendida por Galileu foram as certezas modernistas as que t· . ntro e. No entanto -
. . Izeram tnunfar a .. _ , nao
haveria fracassado. Um projeto de investigação que consistia em utilizar a 0
nhe1ro Importava; foram os experiment Pin1ao de que 0 di-
, .1 os pouco compl
estranha premissa de que a óptica terrestre também se podia aplicar à esfera vros, por sua f aci compreensão e por su . exos e os grandes li-
. a amp1Itude de vi - - .
celeste, para afirmar as razões de haver marés sobre uma Terra móvel e para aparentemente modermstas levados a cab0 . soes, e na o os ntuais
. . . pe1as rev1stas p f" · .
supor que a borrada visão das pretendidas luas de Júpiter demonstrava, por O recorte Impositivo de Kennedy ro ISs1ona1s.
, . , . ' por exemplo levo k .
uma analogia absurda, que também os planetas giravam ao redor do Sol, como ao seu maximo prestigio; a inflação da de' d d ' u os eynes1anos
. ca a e1970fezc
o faziam as luas ao redor de Júpiter, não haveria superado a primeira roda- dessem, deixando os monetaristas como d . . om que o per-
. . onos temporanos d0 l
da de avaliação. Este arrazoado se pode aplicar em termos gerais à história grande hvro de Fnedman e Schwartz A Mon ta H. caste o. O
da física: as anomalias de observação nos experimentos realizados para exa-
'
1867-1960,foioutraimportantevitórianãom d .
e ry rstory o(th u· d
e ntte States,
o errusta para 0 mo ·
minar as teorias de Einstein foram deixadas de lado durante muitos anos até Estabeleceu uma correlação entre dinheiro e re d , . . netansmo.
. _ n a monetana, amda qu
que se revelaram como erros de medição, muito depois de se haver adotado mmtas exceçoes que se explicavam mediante dist" . . _ e com
. k . mtos eplcic1os nao mone-
as teorias sobre a base de "a razão da questão", como Einstein gostava de tanstas. Os eynesianos e outras pessoas cont · · .
. A . _ . ranas ao monetansmo não
dizer (Feyerabend, 1975: 55-7). negam a eXIstenCia de tal correlaçao e Slffi sua importA · A _ .
. . . ' anc1a. correlaçao sena
Os historiadores da biologia puseram às claras numerosos casos em que Importante se o dmhe1ro fosse a causa dos preços N- · ·
. . · ao sena Importante se
os resultados estatísticos foram arranjados para se ajustarem aos preceitos os preços causassem o dmheiro. Em especial• para 1·r ale' m d o marco da eco-
modernistas, o que está em evidência desde Pasteur e Mendel até a atualida- nomia
. . fechada habitual do debate , o pensamento monetansta · supoe - que o
de. Gerald Geison mostrou (Farley e Geison, 1974) que Pasteur, entre outros, dmheuo pode ser controlado pela autoridade monetária apesar da estrutura
mentiu acerca dos resultados de suas investigações. Sabe-se há muito tempo da_ economia norte-americana para comerciar em bens e em dinheiro. Em geral,
que os experimentos de Mendel eram demasiado bons para ser verdade. 8 Fnedman e Schwartz não contestaram isso 9• No entanto, o que tinha impor-
Desde o princípio, a medição do coeficiente de inteligência supôs uma frau- tância no debate não era a qualidade lógica de suas respostas, mas sim o grande
de e um engano em nome do método científico (Gould, 1981 ). O modernis- tamanho do livro de Friedman e Schwartz e a riqueza e inteligência de seus
mo parece ajustar-se mal às complexidades da biologia e da psicologia: es- pensamentos, por mais irrelevantes que tenham sido para a questão princi-
forçar-se por obter uma evidência de um tipo que somente se encontra nos pal. A metodologia modernista tinha pouco a ver com o resto.
experimentos mais simples da física não dá muito certo com estas ciências. Em resumo, uma metodologia modernista utilizada de forma consistente
O modernismo se adapta bastante mal à economia. Por bem ou mal, a frearia provavelmente os progressos da economia. Pergunrem a qualquer
revolução keynesiana na economia, para falar do caso principal, não have- economista: que anomalia empírica no relato tradiciona l inspirou a nova
ria ocorrido sob a legislação modernista da ciência. As idéias keynesianas não história econômica de começos da década de 1960, ou a nova economia do
se formularam como proposições estatísticas até começos da década de 1950, trabalho de princípios da década de 1970? Nenhuma. Simplesmente se de-
quinze anos depois de a maioria dos economistas mais jovens estarem conven- ram conta de que a lógica da economia não se havia esgotado nos limites
cidos de que eram verdade. No começo dos anos 60, as noções keynesianas convencionais. Que implicações observáveis justificam a grande inversão de
talento econômico na teoria matemática do equilíbrio geral desde 1950? Se-
de liquidez e de modelos de inversão baseados no acelerador, apesar das nu-
gundo 0 discurso modernista habitual entre seus teóricos, nenhuma; e o que
merosas falhas em sua estatística posta em prática, eram ensinadas aos estu- . . _ d · elação a questões lega1s, ao es-
mais? Podem as aphcaçoes a economia em r
d a ntes de economia como uma questão de rotina científica. A metodologia

61
60 A Retórica da Eco no mia
D.N . McCioskey

. CC ·.:·•···, •···· . (...


. . ·do do direito e da economia, depender comple- do-as com firmeza no "contexto do des b .
ttlo do campo recem-aparcn .
· · · t · · ' N- Mas por que se -rena, que esejar
d . tu an . . , . co nmento" O fil .
tJ mente de uma evldenna o )Jettva. ao. iar a comumdade c1entif1ca. Na economia · osofo assume
gu , uma metodolo · I' ·
· tJnto o con 11ec11nen
· t o.' E assim sucessivamente. Nao ha .nada a ga-
ltmltJr r egras afirma •que. aquele que estabelece as regras e, penro . gla lmttada por
em tod 0 h
nhJr e muito a perder com a adoção do modernismo na economia . imento economiCo atual e também em toda a ec . f o con e-
e . d - . . onomla utura, limitand
A questão é em si mesma econômica. Ronald Coase assmal~ que, para crescimento a conversaçao econom1ca para ajustá-i , .d .. t· . . oo
. a a I ela tlosoflca do bem
que uma ;Úirmação econômica seja contestada por .alguns economistas e yre- úlumo.
ciso que se interessem por ela o suficiente para se mcom~darem_em faze-l.o. É difícil tomar estas afirmações feitas da fr · ..
38 " ' ontelra, a seno. Einstein
Ao economista somente interessa quando outros economistas creem na afir- observou (1953: ) que quem quer que tente transf ..
. ormar-se em JUIZ no
mação_ quer seja m seus aliados ou algum grupo significativo de oponen- campo da Verd a d e e d o Conhecimento sofrerá um na f · · d .d ..
" u ragiO evl o a Ira dos
tes. Unica meme qua ndo vários economistas crêem nela passa a haver uma deuses ·
demanda de exames. Afortunadamente, "os economistas ou, em todo caso, O criador
. _ de regras para a ciência econômica tem , supostameme, as ma 1.s
muito deles, não esperam descobrir se as previsões de uma teoria são exa- nobres mtençoes. Como o homem do governo, está aqu 1· para aJu · d ar. Mas
.
tas pJra decidirem-se"; esperar, no estilo propriamente modernista, "pro- os economistas• gostam de comentar sobre casos similares de 111
· t er ferenc1a
. . na
.
duziria a pa ra lisação da atividade científica" (Coase, 1982: 14), já que nin- ordem espontanea que as nobres Intenções não são defesa ne h
. , . n uma contra
guém teria um incentivo para escolher e contestar uma hipótese, dentre o os resultados nsiveis. O metodólogo considera-se a si mesmo · · d
, . _ , 0 JUIZ O pro-
número infinito delas. Coase mantém que, inclusive os estudos quantitati- fission~J. S~a ?ropna :unçao, s: e que tem alguma, é uma função anárquica
vos, dependem fundamentalmente das argumentações pré-quantitativas nas que resiste a ngidez e a pretensao das regras. I. A. Richards assinalou acerca
que se baseia m as crenças, e cita com aprovação o comentário de Kuhn ao da teoria da metáfora: "Seu objeto não é substituir a prática, nem nos dizer
dizer que "o caminho da lei científica à medição científica poucas vezes se como fazer o que já não podemos fazer, mas sim proteger nossa capacidade
pode fazer na direção contrária " (1977: 2l9 apud Coase, 1982: 18). As leis natural da interferência de opiniões necessariamente simples" (1936: 116).
procedem de uma tradição de conversação, e, tanto em física como em eco- É lamentável que a metodologia modernista, ou qualquer metodologia
nomia, "os estudos quantitativos f...] são explorações com a ajuda de uma que conste de preceitos rígidos sejam tão simples. E pior, que se lhe permita
teo ria " (Coase, 1982: 17). Ou seja, buscas de números com os quais se es- interferir com a capacidade natural. Em economia, o costume dos artigos
pecifique uma teoria na qual já se acreditava, baseando-se em outras coi- metodológicos é reclamar dos economistas por não permitirem que os meto-
sas. Em resumo, o modernismo, ao negar aos cientistas os mecanismos men- dólogos interfiram mais. A útil obra de Mark Blaug, The Methodology o(
tais que, de fato, utilizam, é impraticável. Economics, que faz um resumo do estado da questão da metodologia eco-
nômica em 1980, é um caso recente. Seu subtítulo promete dizer "como ex-
plicam os economistas". Teria sido melhor "como o jovem Karl Popper ex-
Ill . DA METODOLOGIA À RETÓRICA plicava", porque ataca repetidamente pensamentos existentes em economia
por não cumprirem as regras que Popper estabeleceu no livro A Lógica da
III .l . TODA MI:'.TODOLOGIA LIMITADA POR REGRAS É CRITICÁVEL Investigação Científica, de 1934.
A introdução de Blaug é típica do melhor dos metodólogos da econo-
A maior objeção que se pode fazer ao modernismo na economia é que mia: "Os economistas estão conscientes há muito tempo da necessidade de
sustenta uma metodologia limitada por regras. O modernismo afirma que de- defender princípios 'corretos' de pensamento em sua matéria; ainda que .a
duz as leis para a ciência da essência do conhecimento ou de uma reconstru- prática real possa ter pouca relação com o que se prediz, vale a .pena consi-
ção raciona l da história da ciência. Afirma que o filósofo da ciência pode dizer derar o que se predisse em seu próprio terreno" (Blaug, l9 80: xu). Palavr~s
o que contribui para uma ciência boa, útil, frutífera e progressista. Afirma como estas fluem com facilidade nos textos dos modernistas. Contudo, nao
que pode limitar as a rgumentações que os mesmos cientistas fazem esponta- esta, claro por que va 1e a pena cons1'derar a lgo que não está relacionado com .
, · real. Por que os economistas
a pratica · . tem • qu e defender em abstrato seus pnn-
neamente, qualificando a algumas de não científicas, ou, como muitos, si-

63
62 A Retórica da Econom ia
D .N . McC ioskey
ps

I tribunal? Os metodólogos- quer sejam rdeal Newman, que aderiu à forma de pe d


círios de pensamento, e ante qua , ·stas- deveriam ter uma o Ca nsar o setor I"b 1 1d ·
licana. Trinta anos antes, o cardeal havia es . era a •greja
, . ria nos austnacos ou marxl ang _ . cnto que "estar de
positivistas logiCOS, poppe '. .d m e a recente filosofia da ensamentos na o convmcentes é um ato de . d acordo com
resposta, mas nao a tem.
- A o anngo
.
senti o comu os P mas1a o reconhecid
.. .
A

que não podenam te-la.



·rracional; a menos que a natureza do homem se,· a.
1
. ° para ser
1rrac1ona1 dema · d f
nrnc1a sugerem ·t" e toma as regras para a
O discurso de Blaug é francamente prescn IV 0 m iliar para os prudentes e os que têm uma mente c!ara para 'ser umSlad obTa-
d ade ou uma extravagância" (1870: 150). Natural D a e ••-
conversação econômica diretamente da filosofia : . . mente ewey e Newman
defender uma umversahdade de pensamentos n- . . '
a0 . , . , ao reJeitavam os fatos ou
O que a metodologia pode fazer é proporciona: critérios para defend1am o fechamento dos laboratonos· rejeitavam d .
. . . _ '. uma meto olog1a res-
a aceitação e a rejeição de programas de investl_g açao, _estabelecer t riuva que hm1tava a razao humana _ , a um tipo determ·mad o d e fatos e punha
normas que nos ajudem a discriminar entre o tngo e o JOIO. A per- a maior parte dos fatos e razoes alem do pensamento Dew N
. _ , · ey e ewman con-
cordanam em que a exploraçao genuma é boa e valente.
gunta u' Inma
· que podemos e , de fato ' devemos formular acerca de
qualquer programa de investigação é a que P~pper tornou fato Se os mandamentos
. modernistas . fossem formulados co mo o b.Jetlvos · sim-.
conhecido: que acontecimentos, uma vez produZidos, nos levanam p lesmente . pessoa1s,
. . . seguramente
_ , nmguém se queixaria · Se recon hecena · que
a rechaçar esse programa? Um programa que não pode res~onder 0 deseJO de obJetividade . nao e totalmente
. alcançável ' ainda que t 1
, a vez, va-
a esta pergunta não alcança os altos níveis que o conhecimento lesse a pena como gma para o peregrmo, uma pessoa modesta, que admite
científico pode obter. (p. 264) livremente que outras crenças também podem levar à salvação.
Não obstante, os crentes não tratam os mandamentos modernistas como
Soa muito bem, mas os deuses de Einstein estão morrendo de rir. Por uma fé pessoal. São um decálogo para nossos tempos, regras para governar
que, pergunta a voz do pragmático, deve um duvidoso princípio epistemoló- a mim e a ti, impostas por um clamor intelectual. E te apedrejaremos se re-
gico ser contraste de algo, quanto menos da prática, e quanto menos contraste sistires e te expulsaremos da tribo.
"último"? Não aparece a ciência, a maior parte das vezes, muito antes deste Há algo estranho no apelo por uma sociedade intelectual aberta, um
contraste último? apelo que se defende a si mesm de um ponto de vista liberal e que começa
A palavra essencial é "último" e seus numerosos primos na epistemologia, distinguindo certos meios de pensamento como proibidos e certos campos de
como "conceitualmente", "idealmente", "em princípio", "em última análise", estudos como carentes de sentido. A intolerância do modernismo se pode ver
"fundamentalmente" ou "no segundo advento". "No fundo", dizem os epis- melhor em seu terreno real mais tolerante. Em The Open Society and Its
temológos, "a única maneira de saber é tal e tal". Mas esta declaração não Enemies (1945), Karl Popper, com quem se pode aprender muito sobre o cres-
convence a gente normal nem os cientistas normais, já que a estes lhes parece cimento do conhecimento, fecha com firmeza as fronteiras de sua sociedade
óbvio que sabemos de muitas maneiras que nem sempre se podem reduzir à aberta aos psicanalistas e aos marxistas, a quem acusa de violar todas as for-
vista ou ser sintetizadas a priori. A maneira "última" não é relevante. Necessita- mas de regulação modernista. A dificuldade está em que, pelos mesmos mo-
mos de alimento intelectual aqui e agora, não um pastel epistemológico no céu. tivos, Popper deveria ter cerrado também as fronteiras a uma linha de físicos
A atração que sentem os metodólogos epistemológicos desde Francis desde Galileu Galilei -até os encantadores de partículas subatômicas.
Bacon pelos fatos experimentais como o "árbitro último" acabará, por exem- Aos economistas parecerá óbvio que fazer restrições metodológicas à ciên-
plo, com a mera reflexão como um ídolo que é preciso lançar às chamas ou, cia não pode ser, em geral, sensato. No final das contas, as restrições restrin-
ao menos, descer do altar. John Dewey, a voz do pragmatismo, contesta: "Este gem. A noção contrária à de que urna metodologia limitada por regras é boa
desprezo total ignora o valor inerente incluso na reflexão mais subjetiva, tem sido muito discutida pelos filósofos nos últimos anos. As demolições da
porque considera que o estado estabelecido, prova de que o pensamento não filosofia da ciência realizadas por Paul Feyerabend e as destruiçõe"s da filoso-
é nec:ssário, ou de que já fez o seu trabalho, proporciona o critério para as fia levadas a cabo por Richard Rorty têm deixado os rnetodólogos apopléticos.
ocas•oes nas quais os problemas nos acossam e temos abundantes dúvidas" _10 Rorty considera a história da epistemologia a partir de Platão como uma ~posta
Nisto Dewey se encontra próximo a outro amigo da amplitude metodológica, intelectual que não teve êxito: "As pessoas, por estranho que pareça, tem en-

65
64 A Retórica da Economia
D.N. McCloskey

___...l•!llll•m••••-------...:...-"' . . .
ência da Força e da definição
dizer acerca d a ess . dar com um adolescente. Um diálogo socrático temst'd oomod
c0ntr.ldo algo lt1reress;:tnte a . nrrado algo interessante a dtzer acerca 1 d d.
. telectual. É verdade que nem sempre seguimos d e 0 o 1scurso
do 'l\: úmero·. Pode ser que haJam enco - têm feito" (1982: xiv). !O b d . o mo e1o mas - .
J d as rea lmente, nao o , . razão para a an ona-lo como norma 0 . ' esta nao e
d.1 e~sê-nci:~ d.1 VewJ e, 111 ' .• . f' am com que, nas ulttmas duas um a . · ptor pecado acad · · . .
. - • · da oenoa tzer ilógico ou estar mal mformado, mas sim mo t emlco nao e
A socio l0g1a e a 111 srona d . eçam pouco convincentes. Os ser d s rar uma despreoc _
I da meto o 1ogla par cínica pelas normas a conversação intelectuaJ.12 upaçao
dél"JdJ s. :~s vel1as regras d. descobrir o que se passava real-
}. · d esse de tearam a . . Cada escola econômica tem seus vínculos cô ·
soci ólogos c os 1lstona o r d rria nas "assombrosas htstónas" • A • mteos com a metodolo ia

. . . d 'f ·e1"\temente o que oco


mente n:1 c1e1K1 a, 1 " 1 , d . s de ciência. Mediante este estra- U ma metodologia econom1ca marx1sta, por exempl o, tem regras ta1s. g ·
como:
. . s capltU 1os os 1tvro
relatacLls nos pnmelro. ' f ações metodológicas dos moder-
t:tgcma. rechaçaram repetidamente as a Ir~~ A história de toda sociedade existente até 0 p · h.
resente e a ts-
n1St3S. Poder-se-ia tentá-lo em economta. tória da luta de classes.
Empregue estatísticas, são científicas.
111.2. A M ETODOLOGIA É BURGUESA
A metodologia neoclássica, a dominante no mundo de f 1 · 1 d.
. a a mg esa, tz,
Se não fosse tão prejudicial para o sentido, a metodologia, "~avo_nea~- entre outras c01sas:
· tt.stas em seu trabalho somente sena dtvertt-
do-se" e dando o rd ens aos cten . ' . A •

da. Em econom1a, esta sttua da em meio a uma hterarquta meta-economtca


· · · , , A história de toda sociedade existente até o presente é a his-
· d
que va1 es e od s "talheres a
· sala de ·anrar".
1 . No fundo, este_ e o metodo, com
. tória das interações entre pessoas egoístas.
"m .. minúsculo, sempre humilde e servtçal, sobre o que na o se pode quetxar Empregue estatísticas, são científicas.
nenhuma pessoa razoável. Indica ao economista _o que fazer qu:n~~ ?sda-
dos foram selecionados de uma determinada manetra, ou quando e dtftCil pen- A metodologia austríaca afirma:
sar em razões para que troquem os preços e a quantidade em~~ determma-
do mercado . Explica, bastante mal, como escrever prosa c1e~ttftca; e mo~tra, A história de toda sociedade existente até o presente é a his-
ba stante bem, co mo compreender uma situação na qual ex1stem benefiCIOS tória das interações entre pessoas egoístas.
para as novas empresas que entrem no mercado. Segundo Joan Robinso~, os Empregue as estatísticas com cautela, se é que o faz, pois são
econo mistas chamam-na sua "caixa de ferramentas" . As ferramentas sao a ficções transitórias.
teoria eco nômica em suas formas verbal e matemática, a teoria e a prática Tenha cuidado com os comentários que não estão de acordo
estatística, a familiaridade com certas convenções contábeis e fontes estatís- com os preceitos metodológicos austríacos.
ticas, uma base de fatos históricos chaves e uma "experiência do mundo". O
en1prego destas ferramentas para fazer pequenos conhecimentos robustos é Regras similares são próprias de outras escolas modernas, ou de sub-
o o ii.:io dos economistas, o método econômico. escolas divididas mais sutilmente. Compartilham a divertida noção cartesiana
Acima do mérodo com "m" minúsculo, acima da empresa intelectual, de que a prática, de acordo com o que quer que haja por debaixo da Sprach-
encontra m-se as no rmas de conversação da civilização. O filósofo alemão ethik, ou por cima do método, é possível, e produzirá uma parcela de verdade.
Jurgen Habermas e sua tradição as denominam Sprachethik (Habermas, 1973: A maioria das justificações da metodologia obtém sua força tomando
1 I 0). 1\:ão mmta; preste atenção, não burle; coopere; não grite; deixe que falem emprestado o prestígio da Sprachethik, ou a utilidade do método. Por exem-
o~ dema i ; seja imparcial; explique-se quando perguntam; não recorra à vio- plo, a resposta de que "deve.ter uma metodologia escondida em alguma par-
léncia ou à conspiração em ajuda de suas idéias. Não podemos imaginar uma te" é verdade na prá'tica somente se a metodologia pretende ser uma regra
boa con\'ersação o u uma boa vida intelectual sem estas normas. São as re- prática do método, e é verdade na moral unicamente se assume as regras
gr:ls adotada~ pelo faro de unir-se a uma conversação, seja entre economis- morais da Sprachethik. O problema é que isto é pouca coisa quando a meto-
tas p.u a ver como contro lar a econo mia , seja entre padres para ver como li- dologia está sozinha.

66 67
D.N. M cCioskey A Retó rica da Economia

• . . ! . .. ·. . .. ..........,_...,1!1!. . . . . . . . . . . . . . . . ..
~ 1:~,,,,
Na prática, a metodologia serve fundamentalmen~~ p~ra diferenciarm~s UI.3. A BOA CitNCIA ~A BOA CONVE
"a nó s dos outros", para distinguir a ciência da n~o-ci.:nci.a.~A metodologia RSAÇAo

e seu corolário, o Problema da Demarcação (Que e a CJenCJa. Como se pode O que distingue o bom do mau no d.
distinguir da não-ciência?), são maneiras de fazer cessar a conversação, ao . Iscurso erudito - , .
Ção de uma meto d ologia particular senã 0 . . nao e, p01s, a ado-
. ' 0 Intento s1nc · ·
limitar as pessoas que se encontram do nosso lado da linha de. demarca7ão. contribUir a uma conversação. Esta é a ma· . ero e mteiJgente de
As respostas a este ceticismo sobre os usos da metodolog~a e da episte- Platão era, como dizia Cícero 0 melhor 0 d
Is ant1ga das do . f' I
utrmas 1osóficas.
mologia têm sido pouco convincentes. Com efeito, geralmente na~ s_e tem con- , f . . . ,
dores, e Socrates 01 o pnmeiro e melhor co
ra or quando zomb
d .
d
ava os ora-
siderado necessário rebaixar-se a ser persuasivo. Os numerosos fiiosofos tra- nversa or vmdo de h
que tentava aca bar com a conversação. A melh t· ' _ um ornem
dicionais e os poucos historiadores da ciência que seguem trabalhando de acordo or a Irmaçao moder · d
Michael Oakes h ott: "Como seres humanos c· 1.11. d na e a e
com as velhas normas se unem em uma risada algo nervosa mas prolongada. · · - Iv za os somos os herdeir
não de uma mvesttgaçao sobre nós mesmos e 0 d os,
Em sua penetrante exploração dos limites da análise, Stanley Rosen (1980: xiii) - d d. . mun o, nem de um corpo de
informaçao ca a Ia maJOr, mas sim de uma conv -
obst"rva que uma apreciação de seus limites "não é todavia suficientemente forte . .. . . ersaçao começada na selva
pnmitiva e ampliada e articulada no curso dos sécul [ 1A d -
para t"vitar que o típico profissional da filosofia analítica sucumba à tentação · f 1 d , · . . os ... e ucaçao, pro-
pnamente
. a an. o, e uma . IniCiação[ ...] em que adqui·run· h ' b.
os os a 1tos mte- .
dt" confundir a ironia com uma refutação das opiniões contrárias". Assinala
lectuais e morais apropnados para a conversação" (1933: 198-9).
que a mesma "força do movimento analítico[... ] tem levado a um fracasso geral
para entender a natureza retórica de sua própria justificação". . A conversação literal .não é, .naturalmente , todo 0 probl ema, am · da que
seJa parte dele. Em um senndo mais amplo, Cícero conversou com Aristóteles,
Recentemente, vários intentos para resgatar alguns resíduos do pensamento
e Marx com Adam Srmth. É certo que não há que exagerar 0 entusiasmo dos
sobre metodologia têm sido realizados. Um economista, Bruce Caldwell, tem intelectuais com a conversação real. Durkheim e Weber foram contemporâ-
contribuído neste intento, em seu amplo tratamento da história da metodologia neos ao nascimento da sociologia, trabalharam em temas similares e contri-
na economia, Beyond Positivism: Economic Methodology in the Twentieth buíram de maneira importante para as redes de conversação de seus campos,
Century (1982). Caldwell defende o pluralismo metodológico da mesma for- e, no entanto, nenhum mencionou o outro (Lepienes, 1983). Mas estas his-
ma que Lawrence Boland, outro economista, em sua brilhante mas obscura obra tórias são consideradas violações da Sprachethik intelectual.
The Foundations ofEconomic Method (1982). Estes e outros economistas tentam A noção de conversação dá uma resposta à demanda de critérios de
continuar a conversação sobre a essência da verdade que Rorty acha tão pou- persuasão. É fácil reconhecer quando urna conversação sobre o próprio campo
co prometedora, ainda que com um novo espírito de tolerância e equilíbrio. Um está funcionando bem. A maioria dos economistas estariam de acordo, por
se pergunta se a gt"nte pode manter realmente esta tolerância e este equilíbrio exemplo, em que, atualmente, a conversação sobre o lado real do comércio
durante muito tempo em uma conversação sobre minha verdade e a sua. Como internacional não está funcionando bem, depois de um largo período de ex-
Rorty poderia dizer, todavia não o tem conseguido. celência em finais da década de 1950 e na de 1960. Do mesmo modo, a eco-
Um programa similar é defendido com a maior elegância por um filósofo, nomia agrária tem sofrido recentemente um declive após um período grande
H usa in Sarkar, em A Theory ofMethod. Sarkar adota um modelo econômico de brilho. Contudo, nenhum economista familiarizado com a situação duvi-
de merodo logias competitivas segundo Stephen Toulmin e prevê que em um daria que a conversação na história econômica melhorou radicalmente da dé-
mundo justo " se originaria uma competição darwiniana entre os métodos, cada de 1950 à de 1960, e continua em seu máximo nível.
bastando que alguns consigam ser sólidos e estáveis" (Sarkar, 1983: 163). É melhor citar os filósofos frente a quem trata de filosofar sobre meto-
dolog1a.. Habermas disse, . am . da que d e forma o bsc·ura.· "A experiência
· . de . , uma.
N ão conrt"sta em detalhe por que é preferível uma metodologia intermediária
· · d · · c'as de validade normanva Ja esta
em primeiro lugar (a diferença de um método concreto para trabalhar cada redenção por meiO do discurso as ex1gen 1 . .
. b. . .d d e faz supértluas as max1mas da
d ia, e regras de decência incluídas na Sprachethik). Uma resposta teria que contida na estrutura da tntersu JetlV1 a e .
. . 1 te" (1973· 110). O que quer d1zer
demonstrar que a reserva de Rorty tem pouca força, e que há algo que vale a universalização introduz1das espeCJa men ·. . . . d
"1' f s falem de enca, porque a enca e
pena se dizer sobre a essência da Verdade, em geral. é: não necessitamos que os h oso 05 00 .. . f
ntemente outro ttloso o o expressou
conversar, a Sprachethik, basta. Rece ' ·

69
68 A Retórica da Economia
D.N. McCioskey
~ " . . 4
melhor, ao contestar como são sérios os filósofos para distinguir-se dos lu- É 0 tipo de evolução que, de todo 0 modo f
d .d ,. d , azem os econom·
náticos que elaboram sistemas. Amelie Oksenberg Rorty escreve que o crucial comerciantes e 1 e1as por eformação profissi C •stas e outros
1
é "nossa capacidade de conversar continuamente, provando-nos uns aos ou- outro lugar (1967, p. 13), "Cremos no conve:cna . omo _Booth afirma em
- •mento mutuo
tros, descobrindo nossas pressuposições ocultas, trocando nossas idéias por- de vida; vivemos d e con ferencia em conferênci , A . . . como modo
. a · retonca e a e 1 •
que escutamos as vozes de nossos companheiros. Os lunáticos também tro- do pensamento med •ante a conversação. xp oraçao
cam idéias, mas estas se modificam como a lua e não porque tenham escuta- A palavra "retórica" será a princípio um ob ·
stacu 1o para o entendi
do, escutado realmente, as perguntas e as objeções de seus amigos" (1983: to porque, na fala corrente, se tem degradado. Se 0 " ra . , "men-
- . f .d p gmansmo e o anar
562). Em economia, seria desejável este tipo de conhecimento. Quiçá, esta q uismo" nao tivessem so n o também, falsament · d ·
- . . e vmcu 1a os ao resultado
será assim quando os economistas se desprenderem de sua bagagem filosófi- final a argumentaçao se podena denommar melhor "A •
' d . " concepçao pragmá-
ca c começarem a estudar como conversam realmente. tica da verda e em econom1a (]ames, 1907) ou "Esbo d .
. ço e uma teona anar-
quista do conhecimento em economia" (Feyerabend 1975 ) M .. .
. ' · as os Inimi-
III.4. A RET()JUCA É UMA MANEIRA MELHOR DE ENTENDER A CJtNCIA g os do pragmatismo _ _ complexo . e do anarquismo amável , ass1m como da re-
·
tórica honesta, nao tem sent1do remorsos pela calúnia e a I ' ·
_ . '
f .
ca uma tem eno
Uma maneira de sair do labirinto do modernismo é recorrer a algo se- com que os espectadores nao se smtam animados a exam 1·na r as d.IStlntas · a1-
pa rado há muito tempo da ciência: a retórica. A retórica não trata diretamente ternativas à coerção
. em filosofia,
. política ou método. Não obstante, a " reto- .
da Verdade; trata da conversação. É, dito sem rodeios, uma forma literária rica" leva cons1go uma trad1ção que é útil para compreender como fala 0 eco-
de examinar a conversação; a conversação dos economistas e dos matemáti- nomista. A palavra, como outras também proscritas, é formosa e antiga. Seu
cos tanto como a dos poetas e dos novelistas. Pode-se empregar para fazer antigo significado deveria ser mais conhecido entre os economistas.
uma crítica literária da ciência. Dito de outro modo, se faz uso da tradição A retórica da qual falamos aqui é a de Aristóteles, Cícero e Quintiliano.
humanista da civilização ocidental para compreender a tradição científica. Tem sido relativamente ignorada desde o século XVII, relegada a um segun-
Isto pode dar lugar a muitas coisas boas. do plano em um status muito inferior ao çla lógica da investigação que a filosofia
Aqui, a palavra "retórica" não significa um engano verbal, como na do século XVII afirmava ter criado. Nascida há muito tempo em um casebre,
"retórica vazia", ou em "mera retórica". A retórica é a arte de falar ou, em fora dos palácios dos filósofos, a retórica se praticava dentro e fora do templo;
sentido mais amplo, é o estudo de como convencer as pessoas. Em Modern mas, finalmente, os soldados da Nova Ciência a crucificaram na cruz cartesiana.
Dogma and the Rethoric o( Assent, Wayne Booth oferece numerosas defini- Agora, três séculos depois de Descartes, ela se levanta dentre os mortos.
ções úteis. A retórica é "a arte de demonstrar o que os homens crêem que A religião criada ao redor destes milagres é conhecida nos estudos lite-
devem crer, mais que demonstrar o que é verdade segundo uns métodos abs- rários como a Nova Retórica; nova nas décadas de 1930 e de 1940, pela mão
tratos"; é "a arte de descobrir as boas razões, encontrando o que realmente de I. A. Richards na Grã-Bretanha e de Kenneth Burke nos Estados Unidos
justifica o assentimento, porque se deve convencer a toda pessoa razoável"; (Richards, 19 36; Burke, 19 50). Na filosofia, John Dewey e Ludwig Wittgens-
é " sopesar com atenção as razões mais ou menos boas para chegar a conclu- tein, entre outros, haviam começado pouco antes a criticar o programa de
sões mais ou menos prováveis ou plausíveis- nenhuma delas demasiado se- Descartes. Mais recentemente, Karl Popper, Thomas Kuhn e Imre Lakatos,
gura - mas melhor que às que se houvera chegado por causalidade ou por entre outros, têm questionado a noção de que a ciência utiliza realmente as
um impulso reflexivo"; é a "arte de descobrir as crenças justificáveis e de regras cartesianas da dúvida metodológica.
melhorá-las em um discurso compartido"; seu fim não deve ser "convencer Os ramais literário, epistemológico e metodológico todavia não se têm
a alguém de uma opinião preconcebida, mas sim participar em uma investi- unido em uma única corda. Pertencem, em um estudo sobre a tala doses-
. . , . d . · - Na véspera da revolução car-
gação mútua" (Booth, 1974: xiii, xiv, 59 e 137). peclahstas a uma retonca a mvesngaçao.
. ' d d d - francês Peter Ramus, con-
, . ?s ~ritérios de "boas" razões, "crenças" justificáveis e conclusões "plau- tes la na, o filósofo e reforma or a e ucaça 0 , 0 .. • . d .
· · ·a a mera eloquenoa, e•·
!>lve•s tem que proceder, como acabo de dizer, das conversações dos pró- cluiu uma tendência medieval a re Iegar a retofll. .
, . d . - s Em alguns dos manuaiS que
pnos pro f• ss•ona•s em seus laboratórios, seminários ou salas de conferências. xando a log1ea encarregada de to as as razoe ·

71
70 A R~tórica da Economia
D.N. McCloskey

- .. • "U;· t · ~•at.:a e. a...


menino 0 argumento simplesmente . muito desagradável quando toca certos cam
o mesmo Descartes leu qubanddo er~ um argum:nto indubitável. Hostil à re- g1ro . .
. . a ou a econom1a, nos qua1s a metodologia as
pos como a soeioi ·
. og1a, a me-
rovável estava, assm1, su or ma 0 ao . b d JCJn sumiu uma forma fet' h.
p , . · - d s artes liberais se ajustava em ao pro- freqüente. 1c 1sta
tórica classtea, esta reorgamzaçao a . fi f poUCO .
. d -
grama cartes1ano e por os Cl
" ·mentos" do conheCimento na 1 oso ta e na A neurose procede das mtenções de fazer com .d
. que a VI a, especialmen-
vida humana, se aJuste a uma metodologia qu - d
matemática. . te a , e nao escreve bem nem
.
Amda que as me Ihores ca beças 0 seguiram ' crendo com mUlto pouca ra- uer a física do seculo XVII para que foi formulada A
seq · neurose aparece de
zão que somente o conhecimento matemático estava bem fundado, o progra- rnp os em tempos, por modos que estão longe de ser d' 'd '
te . 1vert1 os e, entre os
ma fracassou. N aspa Iav ras de R orty , que seguem Dewey, a busca dos funda- b10. , Jogos
'
como
_
se menciOnou,
o o
produz
.
fraudes ocasionais p d
· o e-se pergun-
mcntos do conhecimento por parte de Descartes, Locke, Hume, Ka_n:: Russell obre tensoes Similares em econom1a. As piadas que os -0 .
ta r S . 1 vens econom 1s-
e Carnap foi "o triunfo da busca da certeza sobre a busca da sabedo~1a (Rorty, ta s n orte-amencanos contam
_ acerca
., . da máquina de esfriar a -
agua parecem
1979: 61; Dewey, 1929: 33 e 227). Restabelecer a retórica_propnamente en- pôr a descoberto pr~ocupaçoes dJfJceJs de contar. Poder-se-ia dizer: Freud sa-
tendida é restabelecer um conhecimento mais amplo e ma1s sensato. bia. Recordam as p1adas que os europeus do Leste contam de seus senh
A situação é tão cômica que inclusive os mestres contam piadas. Em ~r;;: 1
111.5. As PIADAS QUE CONTAM OS ECONOMISTAS George Stigler, um mestre do modernismo em economia, satirizou as conver-
sações da economia num extraordinariamente divertido "Manual de confe-
Os economistas não sabem nada disto e se ofenderiam ante a sugestão de rências" ("Comentário introdutório número E: "Pode ser muito compreen-
que sua fala é "retórica". Que se agarrem a uma sombria fé modernista não quer sivo com o autor; basta fazer dois asnos pensarem de maneira similar"). É
dizer, naturalmente, que em suas práticas intelectuais reais a sigam. Um sinal significativo que ao confrontar-se com a tensão existente entre a prática re-
da tensão que existe entre a prática retórica e a fé metodológica são suas pia- tórica e a fé metodológica, Stigler escreveu um ensaio cômico mais que um
das. Um memorando que circulava em maio de 1983 entre o pessoal do Council estudo sério sobre um dos distintos campos econômicos que tem influído: a
of Economic Advisors, por exemplo, incluía estas frases que traduziam certa história do pensamento econômico. A atitude do "Manual" é que a retórica
inquietude: "Máxima de Mankiw: Na economia, nunca nenhum assunto foi da economia é simplesmente um jogo que ajuda a gratificar o ego.
decidido sobre a base dos fatos". "Corolário nihilista: tampouco nenhuma pu-
blicação foi decidida sobre a base da teoria". "Nova formulação de Frisch: Nunca lll.6. ÜUTRAS CI~NClAS SÃO RETÓRICAS
deixe que os fatos se interponham entre você e a resposta correta". "O princí-
pio das prescrições de política econômica de McCaleb: Todas as implicações Assim, pois, apesar de todas suas promessas de sacerdócio científico, a
de política econômica extraídas da economia são uma questão de fé" . 13 economia difere da imagem que tem o homem da rua sobre a ciência, como
Naturalmente, o humor do laboratório mantém a todos os cientistas mo- os economistas reconhecem com inquietude. Deveriam estar contentes de que
dernjstas. No final das contas, o gênero da Lei Humorística foi inventado pe- seu material se ajuste tão mal a sua imagem. Os economistas, especialmente
los engenheiros, e inclusive os físicos têm sua quarta e quinta leis da termo- os neoclássicos, afirmaram algumas vezes que seu campo é silogís~i~o, e que a
dinârruca: nenhuma parte do equipamento experimental funciona a primeira partir de "axiomas" produz uma série de "implicações observávoets "_led•an-
vez que se instala; nenhum experimento produz exatamente os resultados espe- . de conhecimento.
te largas cadetas · seu mestre Alt'red Marshall d1sse hao multooo
rados (Kuhn, 1977: 184). Outra piada com sabor econômico será relevante , · -
tempo que esta é uma ma descnçao e um mau con ceito · A economia unhza
adiante, a Primeira Lei da Física de Partículas: quanto mais curta for a vida de realmente, em palavras de Marsh a11, " vmcu , 1os curtos e resistentes", _e, nas
, de
uma partícula, maior será o custo de produzi-la. Mas, nas ciências físicas, as o f
Aristóteles, silogismos curtos e m orma1s. econ · A omia ' em resumo, na
, . o e uma
p1adas parecem corroer o moral menos que na economia. O ]ourna/ of Irre- . ~ . no sent1do
C1enc1a . que davamos
, a esta pa lavra no ensino secundano.
prod~mb/e Results e boletins similares se riem regularmente das pomposidades . ., .
Não obstante as dema1s ctenc1as tampouc0 0
são realmente. Os econo-
. ., .
da ClenCJa (e a pomposidade é o objetivo de obras similares sobre humanida- , . .~ ias inclustve as outras cJenclas
mistas podem respirar tranqü1los. Outras CJenc ' , de fora 0 exem-
des, como a l•rcrarura clássica IFlory, 1983]). Não obstante, o humor dá um , · parecem para a1guem
matemáticas, são retóricas. As ma tema ocas

73
D.N. McCioskey A Retó rica da Economia
. . · .- . possibilidade de demonstração. Sem seria capaz de levar a cabo" (p . 349). As d _
~l o ex!Temo d.l o bjetividade, prensao e U ou . emonstraçoes r · "
I · . y d d não as pa lavras humanas. ma gran- Iec
em m edtante o consenso dos 'qualificados"' " h ears se estabe-
d úndJ aq UI somente conta a er a e, . . e nen um mat · ·
'' • . . d ·ta que aqui estão os c1mentos, a autonda- ão pertença à G estalt, o modo de pensamenr emat1co que
1
de qu:lllti(bde de mre ectuaiS acre I , . d 'I . n , I , ( 345) C o no campo concreto d
· • · :1 d wnstração matematrca mu am. Os u ttmos rova- as p. . amparemos de novo co ' po e
de úlnma. Mas os cnrenos ta en . .d . c Omp m o texto do d 1N
· ·d decepcão para os segutdo res de Davt Htlberr, tan, em A Grammar of Assent (1870): " Por estranh car ea ew-
nnqüenra anos rem s1 o uma
. · · ·.
.,. .
atemáticas sobre uma base eterna e mdubttaveL
. , n . f • . r d"
traste entre a 111 erenCia quer 1zer, a demonstração fo
o que pareça, este con
IJ . -
que tentou co Iexa r as c1enctas r11 · . ", . I.f. d . I . r ma e o assentrmen-
0 historiador das matemáticas, .Morris Klrne, escreveu recentet~ente qt~e e ro pode ser exemp 1 1ca o mc ustve no campo das mar . .
- , d . ematrcas. A argumen-
·d
en ente agora qu 0 e conce 1·ro de um corpo de conhecimento mfa lt vel e untver- tação nao e sempre capaz e consegUir nosso assenrimenr . d .
· J N- o, am a quando SeJa
sa lmente :1~eiro- as majestosas matemá ticas de 1800 e o orgulho do homem d emonstrativa
. .
[...
_
ao estou falando
, .
das demonstraço·es
curtas e c1aras, mas
_ é uma grande ilusão". Ou, de novo: "Não existe uma definição rigorosa de Sim das m vestJgaçoes m atematrcas .
largas e complexas" ( •
cap1tu1o 6 , sec. 1,
rigor. Um.:1 prova é aceita se obteve o apoio dos especialistas mais importantes P onto 6). .
Newman, que hav1a estudado matemática em Oxfo d b.
.. r , sa ra o que
do momento e se emprega os princípios que estão na moda. Não obstante, hoje estava d1zendo - adm1tmdo que em 1816 as matemáticas todav1·a nao - h ·
av1am
em d1:1 não existe um critério universalmente acei tável" (Kiine, 1980:6 e 315). empreendido o programa de rigor que alcançou seu pomo culminante na
A o bservação de Kline não se aplica ao amplo campo interior das ma- escola de Hilbert.
tem:í ri.::ts, sobre o que ninguém tem sérias dúvidas, mas sim a suas fronteiras. Ao final do experimento h ilbertiano, Davids e Hersh afirmam:
As opiniões de Klin e estão expressas de uma maneira algo a mbígua e
os rn:t temá ricos não :1s aceitam unanimemente. Aparentemente, são m a is po- A experiência real de todas as escolas - e a experiência real
pul:ues as de Philip .J. Davis e Reuben Hersh, cujo livro The Mathematical d iá ria dos matemáticos- mostra que a verdade matemática, como
f.x{Jerience ( 198 1) foi descrito pelo American M athematical M onthly como outros tipos de verdade, é falível e corrigível [... J É razoável pro-
"um:1 das ohr:1s mestras de nossa época". Mas Davis e Hersh fa lam de uma po r uma tarefa diferente para a fi losofia matemática: não buscar a
crise de confiança na filosofia matemática moderna em termos quase idênticos verdade indubitável, mas sim expl icar o conhecimento matemáti-
aos de 1-:l ine. Sobre o traba lho d o M a temá tico Ideal assina lam que " a linha co como é rea lmente: falível, corrigível, provisório e em evolução,
entre uma prova completa e uma incompleta é sempre a lgo bo rrada e, com como qualquer outro tipo de conhecimento humano. 14
freqüé· ncia, conrroverrida " (pp. 34 e 40). C itam a Solo mon Feferman, que es-
creve: " É também evidente que a busca d os fund a mentos últimos através de Não se tem feito muito neste sentido, ainda que um livro assombroso te-
sisre m:-~ s formais não rem chegado a nenhuma conclusão convincente" (p. nha mostrado como fazê-lo. Proofs and Refutations: The Logic o(Mathematical
357). Sem usar a pa lavra, David e Hersh ma ntêm que o que se necessita é de Discovery (1976) de Imre Lakatos trata em detalhe a retórica do teorema de
uma retórica das matemáticas: Descartes-Euler sobre os poliedros. O livro é um modelo de como o historia-
d or do pensa mento deve perseguir a retórica do conhecimento. Lakatos dei-
O estilo dominante da filosofia anglo-americana [... ] tende a xa claro que os matemá ticos não " demonstram" os teoremas para sempre sem •
perpetu a r a 1denrifrcação da filosofia das matem áticas com a lógi- que satisfaçam temporariamente a seus interlocutores em uma conversação.
~a- e o estudo dos srsremas formais. Deste po nto de vista, um p ro- Parece, pois, que alguns problemas com os quais se enf~enram inclusi-
llc-m_3 de grande Impo rtância para o matem á tico se faz totalmente ve os m a temá ticos em suas fr onteiras são problemas de retórrca, problemas
rnvl· lvel. E~te problema é o de d ar uma explicação filosófica [... ] sobre " a arte d e demonstra r o que os homens creem que devem c.:er" ... Pa-
dJ ~-131CI113tiC~S p ré-formais r...], incluindo um exa me d e COillO Se , , , . · ·1
rece qu e e possJVe! fazer comentarros simi ares I
·nclusive sobre a trsrca, a fa-
..

rtlaliOnam e sao rnfluenciadas pela forma lização (p. 334). . ·• c·a real objetiva, posmva
vorita d os que buscam um preceitO para um nen 1 ' .
. · se supõe que caracterrza a
e preditiva . A axiomática e a ustera retorrca que
Estes a utores afirmam qu " , . . , . . b O f . s teóricos sabem menos ma-
A formahzação é ~orne l t e as m atem attcas m forma is são m a temá ticas. fisiCa, de fato, não a caracten za em. S !SICO . . )"
1 e uma possJbJ!Jdade a b . . temáti.:os uma mversao pecu Jar
· . temá ticas formais que os economistas ma '
srra ta que nmguem quereria

75
A Retórica da Economia
D.N. McC ioskq
~ ;' ~
~

· N história e na filosofia da física, a seqüên- teorias, diferente da escolha entre a maior· d .


da ordem natural d as c01sas. a d entre as
.
. b .. . ta as cotsas. deve
d a mane trn como uscamos lexiCográfico" no d ' . . .
.
ser 1extcográfica qu
. L k -K hn-Feyerabend representa um escenso, que d1ze r, . X p .. ICtonano vend 0 · er
c•a Carnap-Popper- a atos u . . d b I . epois E, depots , etc. stco1ogos como Marlo\v . ' prunetro a letra L
logo d
se tem acelera d o recentemen te, desde os "cumes" glactats o a. so uttsmo . . . I creem que pri . •
.
· ' f'tco aos d oces " va1es " da retórica anárqu1ca. Se a economta
. .
deve tm1- " ncce
ssidades" p s tcologtcas, ogo as necessidades de se
. f' l d . •
metro se s.attsfazem as
gurança, a continu . · .· ·.
'
CJenn
·• · 1m1
tar outras CienCias,
_.
· ·t ar 1·nclusive a maJ·estosidade da flstca e das. matemá-
ricas (naturalmente, há sérias dúvidas de que o devesse), deve, qu•ça, abnr-
, .
as d o P
rar 1rr
rópno ego e ma mente as e reahzaçao pessoal O
l .f.
.
- S •
. acionai esta c ass1 JCaçao. upoem que a pessoa q

. m pouquinho de reahzaçao pessoal ao memo tempo
ur u .
. a~ ao SOCtal, depois
. s economtstas t d
Ih en em a conside-
ue esco e será mai ( I'
b
que usca a segur
s e •z se se permi-

l
4 Ou as palavras de Fntz Machlup ( 1955) que tod . ança.
se a uma gama mais ampla de discursos. . . o as de F riedma n.
• o o mundo 1111
erpreto u como se-
cun d an d . . _
A retórica, pois, poderia ser uma maneira de exammar o d1scurso eco- 5 A muito dtscunda questao d e se pode existir uma ·• · . .
nômico e um modo de melhorá-lo. Melhorá-lo, não fazê-lo menos rigoroso, . . c1enc1a soctal hvre de v 1 •
• tratada demastadameme aqu1. No entanto 0 fato de 0 mod . a ores nao
sera . • . . . ' emtsmo colocar os
difícil, sério e importante. Se os economistas renunciarem a seu singular mo- morais fora da d1scussao raciOnal e um deteito. argumentos
dernismo e abrirem-se oficialmente a uma gama mais ampla de discursos, não 6Ver Passmore (196 7). Karl Popper tem desempenhado um . ••
· · d · pape1Importante tanto
necessitarão abandonar os dados, nem as matemáticas, nem a precisão; sim- O lado moderrusta como no annmo ermsta. Popper ( 1976· 87-90 ) · p
n • . . . . . · Cita assmore com a pro-
ão pela ep1grate de um de seus cap1tulos mt1tulado ~ Quem mato .. . . .
plesmente terão que estar de acordo em examinar sua linguagem em ação, e v aç, . . ~ , . u o posmvtsmo log1col"
no que confessa o assassm1o: Eu , dtz Popper. · •
conversar mais educadamente com os demais na conversações da humanidade. 7 R osemberg, 1976: x. Rosemberg continua dizendo que ~ 3 nn.- · d ·
. • . -,ao e que os tracassos
Mark Perlman, em uma crítica do restabelecimento do modernismo na do positivtsmo .~og1co deve~ fazer aban~onar o empirismo como uma epistemologia deien-
economia de Terence Hutchison, afirma: "A pergunta metodológica funda- sável é absurda (p. Xl). Por emptrtsmo quer d1zer uma epistemologia cientiiicn modemtsta.
mental é: quanto tempo se tarda em conv·encer-se a si mesmo ou aos demais s Em Mendel and Methodolog)', Robert Root-Bernstein ( 1983) reabilita Mendel de
da validez de uma idéia ... ? [Os economistas] não estão dispostos a pergunta- um modo muito interessante. Mantém que é difícil classificar sementes: algumas são obvia-
mente lisas, outros são obviamente rugosas, mas algumas não são nem uma nem outra .
rem-se a questão-chave: 'Que métodos devo utilizar para convencer a uma
Mendel obteve seus resultados demasiado perfeitos não mediante a fraude mais desc,1r,1da,
audiência?' Os economistas se consideram 'especialistas', mas não o são. São e sim fazendo o que Kuhn e outros descrevem como algo comum em física: definir as cate·
basicamente pessoas que têm que convencer" (1978 : 528 ss.). Como todos gorias para que se ajustem a sua elegante teoria matemática. ~ Estas categorias não existi·
os cientistas. am objetiva ou inequivocamente na natureza, de modo que o mesmo Mendel as teve que
inventar" (p. 289).
9
Uma exceção é o comentário de Friedman sot>re McCioskey e Zecher ( Friedmdn, 1984:
157-62).
N OTAS
to Dewey, 1916: 1186 ss. A citação precede o ensaio ~The Logicnl Ch,m~~:ter o f Ideas",
que se publicou em forma de artigo em 1900. Ê importante ter em conm sua d•lld antiga, à
1
Kclvin, 1883, vol. 1, p. 73, apud Kuhn, 1977: 178 c 183. Algo próximo a esta ver- diferença de, digamos, The Quest for Cert,/ÍIIt)' ( 191.9), porque nesse ensaio Dewey elogia o
siio est.í t•scrito na fachada do Social Scieno.:e Research Building d,l Universidade de C hicago. positivi$mO, o que se poderia considerar inconsistente com suas opini~s posteno res.
D1z-sr qur o famoso economista desta unive rsidade, Jacob Viner, disse um dia acerca da dita 1 1 J .A. Schuster exnminou assim a regm fundamental do mesmo Descames e conduiu
in~o.:rição: "Se, e quando puder exprcss•í-lo com números, teu conhecim ento é pobre e insa- que o "método lde Descartes] não se extmiu de uma prátical com tx ito em .tlgum.l áre.t das
ta~fatóno" · Frank Knight, o fa m oso c.-conomista da Universidade de lowa, cs..:reveu: "Se, e matemáticas [muito menos dn fisio.:n]; apnreceu como uma re<lliznç,io megalom.lnt.K.l de
quand~> n:io puder m<."dir, meça de todo e qualquer modo" (Knight, 1940: 166 in no ta). operações de extensão mhllógica sobre os termos de uma matenul. t '" ' 'I d 1
' ""
" Ur ' IVU e UI\ IVCfSill
> .
• N.1dn do que se disse <llju i é para animar os inimigos de C hicago. Tendo sido duran- l
um dos prOJetos · · po<1e fazer
de Desc1\rtes], que n•lO · por SI· I11<•
"'111a• o que se pretenJ u1 •'Ue ..,
fi.
~~ mutto tempo uma víti ma do dogmatismo anti-C:hicago, me é difícil dar crédito à afirma· zem" ( 1983: 19). Schuster se ref<·re à evid~no.:i>l que se encontra em Rt•gultu '1.1 dtr~c:t' 0"'' 111
çao de qu~" I:'Conomia qu t' se faz e m Chicago é p:~rticularmcnte dogmáti.:a. C hi.:ago parece ÍII8CIIÍÍ. 9
stmplc,mrm e uma vc.-rsão sincera d • · 1 d · · · .
121\1\mhn . _ . ··d d R' ·h JRorrv(I9S1.: 165 e 172; 197:
r , .. . .: . c um nnpu so ogmatt.:o comum a economia, que se ex- dtso.:uss·lO d 11 .:onvers•l\llO procc e e " ar · d
51
P e. sa ~ d mesmo <"m nnpt'rattvos nwtodológio.:os. Os economistas parecem crer <jue 11 eco- · · ' . 1 · 1966 ·· 84 ss. e 'ao lnrgo de w · '' n
161, 170, 318 e 371, e ao lo ngo de wdo o hvro ), J>o nny l (
num ta" e ma,mdo tmp0· rt • . d · · 1 •
• .une para c:txa- a em maos de JWssoas impar.:iais C hio.:·1 go n ão é obrn) e Hab<·rnulS ( 1973) . . . Est Ido d, 1 Fló riJa, por me per·
pto r q~~ o rr•to. lmmo, CIVI.s CIJica}lonus sum, Sllbspccies T I' (Rcder, l9HÚ. '
\ QuanJo os <"COna>nll>tas o u 0 · fló1 . (
50 f' . .
1.1 Agradeço a Thomns Mo.:Cnlcb, da Umversld.tde d 0 · '
1 s os a 1rman1, como fez Fncdman que se dt•ve mitir utiliz,u este d oo.: umento. . · · de low·1 sobre a retó·
<' untnar ~m prunr tro luga r as teori as com re . . . , . . . . • : 14 '') · · 1 1 981· 406) Em um tmb.1lho pnnl o 51mp<>s10 ' . .
1-rlt·z.a ~•l á f d P Vlsocs mtt.nores c, logo, as teonas de Jll('nor L < 1\'ts e -iers \ ( 1 · · · . .. 1'd · . à -onsci~tKiu retonC•l.
' ~(' 3 trma n o - nos casos q · · . . . .
uc VI, sem pensamentos n<hcto nats- que n cs.:olhn rka das ciêm:ias humant\S, Da vis e Hersh acercnram essas euls '

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Critica/ lnquiry 9, ser., pp. 93-110. ~ o e~~~ f ..
nomics - passa a ocupar um espaço sigru·f· . . gy o Posztzve
E~ ~m~~
rnente este alargamento no interesse em metod 1 . atura. Sauda-
vel ' . . . o Ogia econôm· ·
nhado de uma diversificação e de um refina , . lca ve1o acam-
pa menta notave1s n
tilizados para focalizá-la. Reiteradamente os ec . • os recursos
u , h, ' onomlstas tem cruzad0
fronteiras que ate a pouco demarcavam sua prov' . as
l .d lUCia para se proverem de
know-how desenvo VI o em outras áreas (como fi! f d .• .
. , . . oso la a Clenc!a, herme-
nêuuca, retonca, etc.), visando enfrentar mais adequ d .
, · 1 .. . a amente os desafios
rnetodologicos postos pe as especifiCidades de seu ob).eto d . . _
. , e mvesngaçao
O resultado ma1s palpavel deste aprofundamento d d. - , "
, . . a 1scussao e a p1u-
ralidade . razoa. vel de referenc1a1s metodológicos com os qu ·
a1s os econonus- .
tas hoJe convivem, contrastando com o período de mais de duas décadas de
hegemonia do instrumentalismo predicionista friedmaniano. Dentre as con-
tribuições mais recentes ao debate metodológico na economia, podemos iden-
tificar uma vertente cujo traço comum radicaria no distanciamento vis-à-vis
do positivismo e do falsificacionismo- com a reflexa perda de cenrralidade,
na avaliação da teoria, do critério empírico. Sem dúvida um dos autores mais
polêmicos desta tendência herética em relação aos dogmas positivistas é D.
McCloskey (ao qual nos referiremos, daqui por diante, como DM). O im-
pacto de seu artigo seminal sobre a retórica da economia, reelaborado pos-
teriormente na forma de livro, pode ser avaliado pela copiosa literatura
que desendecadeou. 1
Nossa intenção neste artigo é refletir sobre The Rhetoric of Economics
de DM. Na seção 2, procedemos a uma apresentação dos aspectos que iul-

d valia do Prof Ramón Garcia


" Agra decemos os comentários, que nos foram de gran e • ·. .
. . . . . d rudo de evemuats equtvocos re-
Ferna ndez e d a Pro f' Ana Mana Btancht, extmtn o-os, con •
ma nescentes.

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D.N. M cCloskey A G rande Arte: A Retórica para McCioskey

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