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Essa minha auto regulação é aquilo que me é mais precioso, preciso chegar em casa, tomar
banhos, comer, me perfumar, meditar e entender que tudo o que me rodeia é uma ilusão e
então me conectar com o que é real, a verdadeira realidade.
Quais são os dilemas de uma bruxa vive? A existência eterna passa pelo tédio. Imagina que
você esta preso eternamente nesse minuto. O que você sente? Transcreva:
Sinto-me limitada, estou sentada apenas a esperar o tempo passar na expectativa que exista
outra coisa, na expectativa de provar outras sensações e sentimentos. Não, não há nada de
errado com o meu trabalho, é um trabalho bom e eu o amo. Apenas hoje sinto em mim uma
coisa que não sei explicar muito bem, um chamado, um fogo, algo que me diz, saia dai, ai não
mais o seu lugar. Sinto que não devo escutar e digo, sim, o meu lugar é onde deus quiser, e
ficarei aqui é cumprir todo o tempo determinado por deus. Depois, estarei em outro lugar,
vivendo outras coisas, conhecendo e provando outras sensações.
Acredito que o que mais me aflinge é o fogo que queima
Das horas que tenho entre as atividades do trabalho encontro prazer e conforto em fazer
barulho de tic tic tic no meu teclado. Jogar as palavras para fora de mim é como pintar um
quadro, fazer uma aquarela, ou até mesmo cantarolar uma música. É bom.
Sabe, tem uma coisa que eu sempre falo pra meus amigos e pra mim mesmo também: a vida
não vem com manual de instruções, tá, a gente recebe uma cartilha do que fazer dos nossos
pais. Muitas vezes nossos pais não tem muita instrução e pegam a cartilha pronta da igreja ou
de algum outro lugar e só terceirizam essa coisa maluca chamada educação. Mas você já parou
pra pensar que ninguém sabe exatamente o que está fazendo?
Nossas estruturas, sociedade, empresas, escolas,igrejas, todas essas ferramentas que nos
impedem de sermos barbárie foram pensadas e criadas por alguém e a gente assume e aceita
que esse alguém, que possivelmente hoje existe como ossos em um sepulcro europeu, tinha
razão.
Não to atacando nada, até porque eu acho que em certa medida, quem veio antes de nós
tinha boas intenções, construiu o melhor dos mundos que eles poderiam queriar, ou tiveram
disposição para tal. Mas tipo, o que eu digo é que nós somos a bola da vez e nós temos agora
caneta e papel, no meu caso, um teclado e vários tic tic tic, em nossas mãos. Nós podemos
redesenhar tudo, encontrar outras formas de fazer as coisas e quem sabe construir um um
melhor do que aquele que nossos pais e avós nos deixaram.
Agora, já vou logo avisando, nós faremos aquilo que conseguimos fazer. Tenho certeza que
nossos filhos, netos e bisnetos vão fazer bem melhor. É isso o que espero na verdade. É isso
que eu sinto que meus antepassados pensavam sobre mim. Engraçado não é mesmo?
E isso tudo me faz pensar no famoso “Fim do mundo”. Penso muito sobre esse evento
apocalpitco desde muito novinho, coisa de crente, a igreja evangélica é a religião que mais dá
lucro pra filmes sobre o tema e holliwod deveria agradecer aos irmãos protestantes.
Penso que sim, existe o fim do mundo. Todos os dias o fim do mundo chega pra alguém, todos
os dias alguém simplesmente deixa de existir, ou então vai existir em outro lugar que não
conseguimos acessar. Pelo menos não as pessoas “normais”.
E outra, pra uma geração inteira o mundo acaba dia após dia. O mundo de nossos avós, com
danças, quadrilhas, contos de boiadeiros e vaqueiros valentes e desbravadores não existe mais
e talvez nunca volte a existir, só exista nas histórias e memórias de seus descendentes que
mantem vida a memoria
Isso me faz querer desenhar a genealogia de minha família. Criar uma obra de arte para minha
casa, minha família, minha história. É, essa é uma vontade genuinamente minha. Lembro de
escutar que nas gravações do filme Harry potter,o diretor teve uma ideia, que tal um tapete
mágico que com a família de Sirius Black? Ele ligou para a JK transfobic Roling e a mulher criou
a genealogia de três ou quatro gerações daquela família. Incrivel né?
Esse é apenas um retrato de minha mente. Ela muitas vezes não tem uma direção muito
ordenada e por vezes é difícil seguir a linha reta da lógica.
Mas relendo o texto eu resgatei a ideia que queria dizer, somos resultado da historia daqueles
que vinheram antes, algumas histórias maravilhosas, deliciosas e saborosas, outras
verdadeiras tragédias, tudo está conectado com nossa ancestralidade e carregamos em nós
marcas e sinais que nem conseguimos explicar sabe?
Talvez todo mundo devesse entender a própria história, talvez assim a gente possa dar mais
ferramentas para aqueles que vinherem depois de nós, deles saberem um pouco mais do que:
seja isso, seja aquilo, faça isso, faça aquilo. Algo do tipo, olha meu querido, nós que vinhemos
antes tentamos isso e isso e isso, o que você acha?
O que me vem a mente é uma musica da Linn da Quebrada que diz: “Nem tudo o que vende,
vem de mim ou vem de nós, é antes, é antes, é ancestral”