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Fontes de Direito e sua classificação

Para Varela (2011), as fontes de Direito são os meios pelos quais se formam ou
se revelam as normas jurídicas. São várias as classificações das fontes do
Direito. A mais importante divide-as em fontes directas ou imediatas
aquelas que, por si sós, pela sua própria força, são suficientes para gerar a
regra jurídica e são a lei, o Costume e o Tratado Internacional; e fontes
indirectas ou mediatas as que não têm tal virtude, porém encaminham os
espíritos, mais cedo ou mais tarde, à elaboração da norma e são a doutrina
e a jurisprudência.
Mendes (1994) define as fonte de direito em cinco sentidos à destacar:
 Sentido filosófico (ou metafisico): fundamento da obrigatoriedade da
norma jurídica (seja entendido como a vontade do Estado ou a justiça, ou
noutra posição júris-filosófica diversa).
 Sentido sociológico (habitualmente chamado material): factor que
provocou o aparecimento da norma e condicionou o seu conteúdo
concreto.
 Sentido politico: órgãos de onde emanam as normas jurídicas.
 Sentido técnico-jurídico ou formal: modos de formação e de revelação
das normas jurídicas. São tradicionalmente reduzidos a quatro: lei,
costume, jurisprudência e doutrina’. A lei e o costume são primariamente
modos de formação (fontes juris essendi), a jurisprudência e a doutrina
de revelação (fontes juris cognoscendi) das normas jurídicas.
 Sentido material ou instrumental: textos ou diplomas que contém normas
jurídicas.
Fontes imediatas ou directas
 Lei é uma norma jurídica decidida e imposta por uma autoridade com
poder para o fazer, na sociedade politica. Ela caracteriza-se por ser um
conjunto de normas dotadas de generalidade, isto é, que se dirigem a
todos os membros da colectividade, sem exclusão de ninguém. A lei é
ainda provida de coacção, com o objectivo tornar induzir os indivíduos a
não violar os seus preceitos Mendes (1994).
 Costume é a forma de criação de normas jurídicas que consiste na
prática repetida e habitual de uma conduta, quando chega a ser
encarada como obrigatória pela generalidade dos membros. É uma norma
não escrita que resulta de prática reiterada e habitual, acompanhada da
consciência ou convicção colectiva acerca do seu carácter obrigatório
(Varela, 2011).
Varela (2011) explica que para que um costume seja reconhecido como fonte
de Direito deve reunir determinados requisitos nomeadamente:
a) que seja contínuo (factos esporádicos, que se verificam vez por outra
não são considerados costumes);
b) que seja constante (a repetição dos factos deve ser efectiva, sem dúvidas,
sem alteração);
c) que seja moral (o costume não pode contrariar a moral ou os bons
hábitos, não pode ser imoral);
d) que seja obrigatório, isto é, que não seja facultativo, sujeito a vontade das
partes interessadas.
Fontes mediatas ou indirectas
 Doutrina é o conjunto de opiniões, estudos e pareceres jurídicos
elaborados por professores e técnicos de Direito de reconhecida
competência sobre a forma adequada e correcta de aplicar, articular e
interpretar as normas jurídicas. Não possui carácter vinculativo, esta
fonte indirecta do Direito resulta de investigações e reflexões teóricas e
de princípios metodicamente expostos, analisados e sustentados
pelos autores, tratadistas, jurisconsultos, no estudo das leis (Varela,
2011).
 Jurisprudência é uma fonte indirecta do Direito, a Jurisprudência é o
resultado da actividade jurisdicional, atribuída aos magistrados por força
da jurisdição (juris + diccio - dizer o direito = poder legal dos magistrados
de conhecer e julgar os litígios) (Varela, 2011).
A Jurisprudência é um conjunto de regras gerais e orientações que se retiram
das decisões judiciais emanadas dos tribunais da mais alta hierarquia para
efeitos de consideração ulterior no julgamento de casos semelhantes
submetidos a outros tribunais de igual ou menor nível (Varela, 2011).
Mendes, J. C. (1994). Introdução ao estudo de Direito. Lisboa: Pedro Ferreira,

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