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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA BAIANO

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PARCERIAS INTERSETORIAIS
CONCEPÇÃO E DESIGN DA CAPA
Thiago Nascimento Ferreira dos Santos (ASCOM)
Aula 03

A palavra em língua portuguesa

Objetivo Geral:

Estudar a importância da palavra no processo de interação acadêmica e


profissional.

Objetivos Específicos:

1. Compreender os usos das palavras nos diversos contextos e suas


possibilidades significativas
2. Diferenciar conotação de denotação e os usos literários e técnicos das
palavras;
3. Estudar os usos das palavras homônimas, parônimas e sinônimas no
discurso;
4. Compreender a importância da polissemia na formação de um discurso;
5. Verificar a importância dos radicais gregos e latinos na formação da
terminologia técnica.

Temas Abordados na Aula:

1. Estudo da palavra: léxico, vocabulário e contexto;


2. Denotação e conotação;
3. O fenômeno da polissemia;
4. Palavras homônimas;
5. Palavras sinônimas;
6. Palavras parônimas;
7. Radicais gregos e latinos na formação das palavras;
8. Outras influências no português.

Carta de Navegação:

Prezado aluno, tomando como base os conteúdos e todos os recursos


apresentados neste módulo:
✓ Faça a leitura obrigatória do texto e em seguida responda as questões
propostas na atividade de fixação;
✓ Assista a(s) vídeo-aula(s) anotando os principais tópicos a fim de relacioná-
los com os conteúdos estudos na leitura obrigatória;
✓ Faça um resumo no seu caderno de todo o conteúdo estudado, desta forma
você fixará mais facilmente os assuntos trabalhados;
✓ Leia com atenção o que se pede nos instrumentos de avaliação;
✓ Procure cumprir todos os prazos propostos pelo professor. Não atrase, isso
lhe causará embaraços;
✓ Se houver dúvidas, consulte os fóruns, fale com o professor ou com o tutor no
chat, no espaço de mensagens ou mande um e-mail;
✓ Não fique com dúvidas!
Introdução:

Conforme estudamos no módulo anterior, a comunicação é um fenômeno


social imprescindível para a existência e sobrevivência humana. Vimos que ela se
efetiva por intermédio de dois tipos de linguagem: a verbal (palavras) e a não verbal
(imagens). Neste módulo, vamos nos atentar, tão somente, ao estudo da
linguagem verbal e, mais precisamente, ao elemento gerador desse tipo de
linguagem: a palavra.

A palavra é a menor unidade de som e de significado de uma língua.


Segundo Coutinho (2000, p.81), a palavra é “a expressão de uma ideia ou noção por
meio de sinais gráficos e fônicos”. Com uma única palavra, podemos construir uma
ou várias ideias a depender do contexto de uso. As palavras não possuem
significados fixos e fechados. A mesma palavra empregada em frases diferentes
pode ter significados diferentes conforme veremos mais adiante.

Neste módulo, veremos que as palavras, sozinhas, ou combinadas com


outras palavras podem significar o que o emissor quer que elas signifiquem. Assim
sendo, estude bastante e aproveite este texto para compreender mais sobre as
palavras e seus significados.

1. Léxico, vocabulário e contexto

O léxico é o conjunto de todas as palavras de Saiba mais!


uma língua, quer sejam aquelas já registradas no
Neologismos são as novas palavras
dicionário, quer sejam aquelas que ainda figuram no ou expressões criadas numa língua,
mundo das gírias e dos neologismos. De igual modo, são também chamados de
neologismos os novos significados
podemos chamar de léxico o conjunto de todas as atribuídos as palavras.
palavras que um indivíduo conhece. Quase nunca
usamos todas as palavras que conhecemos.

Para nos comunicar, valemo-nos, quase sempre, de parte das palavras que
compõem o nosso universo lexical que, neste trabalho, chamaremos de léxico
individual. A esse conjunto de palavras do qual nos valemos para a interação com
outros indivíduos, chamamos de vocabulário.
Vocabulário é, portando, o conjunto de todas as palavras que um indivíduo
utiliza no seu dia a dia par falar e escrever; assim sendo, todas as palavras que
Machado de Assis usou para escrever suas obras, por exemplo, constituiu o seu
vocabulário. Examine-se e veja que há palavras que você conhece e não as usa
para se comunicar no trabalho, na escola e nos momentos de lazer.

Por fim, o conceito de contexto faz-se necessário também neste módulo,


tendo em vista que, para estudar as palavras e entendê-las na sua magnitude,
precisamos saber que, quando uma palavra muda de contexto, pode mudar de
significado. O contexto de uma palavra pode ser o conjunto de características
extralinguísticas e linguísticas que influenciam o seu significado.

2. Denotação e conotação

As palavras, de acordo com o contexto em que são empregadas, podem


assumir significados diferentes. Segundo Andrade e Henriques (1999, p.66), “toda
palavra é polissêmica por natureza, isto é, apresenta vários sentidos.

A depender do uso, a palavra pode expressar um sentido que seja real ou


outro que seja figurado. A esse fenômeno chamamos de denotação e conotação.
Sendo assim, as palavras empregadas com o sentido literal, objetivo, ou seja, real,
dizemos ser denotativas, já as palavras empregadas com forte carga emocional,
subjetiva, alegórica, metafórica, dizemos ser conotativas. Vejamos os exemplos
abaixo:

I. O veneno retirado das serpentes é utilizado para produzir o soro antiofídico.

II. O veneno destilado pela vizinha do apartamento 304 quase causou um acidente diplomático.

Veja que nos dois exemplos temos a palavra veneno, no primeiro, há


uma clara referência à substância produzida pelas serpentes, já no segundo, a
palavra conota um sentido diverso do primeiro. Uma pessoa não produz veneno
como as serpentes, mas uma ação maldosa promovida por alguém pode causar
danos irreparáveis como o veneno de uma víbora.

3. O fenômeno da polissemia
A polissemia, conforme já se viu acima, é o fenômeno pelo qual se
observa a capacidade que têm as palavras de mudarem de significados conforme
mudam de contexto. Vejamos alguns exemplos:

I. Além dos cajuzinhos, fizeram brigadeiros e olho de sogra para o aniversário.

II. Como diziam os mais velhos: o olho do dono é que engordo o gado.

III. As matas devem ser preservadas para preservar o olho d’água.

A palavra olho foi empregada três vezes e em todas as vezes significou


algo diferente, no primeiro exemplo, refere-se a um tipo de doce, no segundo, à
dedicação do dono em criar o gado e, no terceiro, a uma pequena mina d’água.

4. Palavras homônimas

As palavras homônimas são aquelas que possuem algum tipo de


identidade sonora ou algum tipo de identidade na escrita. O fenômeno da
homonímia não deve ser confundido com o fenômeno da polissemia. Segundo
FERREIRA (2004), a homonímia é a “identidade fonética entre formas de significado
e origem completamente distintos” como nos exemplos abaixo.

I. Dirigir em São Paulo é quase que impossível, principalmente, nos horários de pico.

II. Aqueles homens que sobem e descem montanhas são uns loucos por aventura.

III. Ana Júlia perguntou à Mônica se Eduardo estava são da virose que contraiu em Salvador.

Conforme se pode ver, a palavra são empregada nos três enunciados


tem acepções diferentes; no primeiro, é uma apócope da palavra santo e significa
aquele que é, ou que vive como santo; no segundo, é a terceira pessoa do presente
do indicativo do verbo ser e, no último, é um adjetivo que significa o mesmo que
sadio.

5. Palavras sinônimas

Vamos começar polemizando: não há sinônimos perfeitos em língua


portuguesa. Embora os dicionários estabeleçam algumas palavras como sinônimas,
na prática, quando a palavra é empregada num determinado contexto, seu
significando, quase nunca, é idêntico. Vejamos alguns exemplos abaixo:

Eu gostaria de comprar uma casa que tivesse um jardim maravilhoso, embora tivesse encontrado um
móvel com um belo jardim, acabei comprando uma, cujo jardim é apenas bonito.

Veja que interessante, no texto do exemplo, as palavras maravilhoso,


belo e bonito, aparentemente, são sinônimas, no entanto, em face do contexto, elas
acabaram sendo dispostas de modo a apresentar uma escala de valor, ou seja,
maravilhoso é melhor que belo e belo é melhor que bonito.

Em face do exposto, afirmamos que os chamados sinônimos nada mais


são que palavras com sentidos aproximados. Ainda assim, uma palavra pode ser
usada em lugar de outra conforme o contexto, no entanto, é preciso analisar se
haverá ganho ou perda no resultado final. Para quem pode escolher entre uma casa
com um jardim maravilhoso e outra com um jardim belo, é preferível a primeira.

6. Palavras parônimas

As palavras parônimas são aquelas que possuem proximidade sonora e


gráfica entre si. O falante despreparado pode fazer escolhas equivocadas se for
induzido por essa semelhança. É preciso conhecer bem as palavras da língua
portuguesa para saber fazer a escolha da palavra certa. Ao escolher um parônimo e
lugar do outro, o falante pode sofrer prejuízos estéticos, estilísticos e semânticos.
Pode dizer uma coisa acreditando dizer outra. Vejamos abaixo um rol comum de
parônimos na maioria dos autores.

absolver (perdoar, livrar) absorver (assimilar, cheirar, diluir)


descrição (ato de descrever) discrição (cautela)
descriminar (inocentar) discriminar (especificar)
delatar (denunciar) dilatar (estender)
emergir (vir à tona) imergir (mergulhar)
infligir (impor) infringir (transgredir)
flagrante (evidente) fragrante (perfumado)
tráfego (transito) tráfico (comércio)
vultoso (volumoso) vultuoso (inchaço)
ratificar (confirmar) retificar (corrigir)
recriar (criar de novo) recrear (divertir)
Dadas as semelhanças entre as palavras parônimas, recomenda-se ter
muito cuidado antes usá-las, principalmente, nos improvisos. Para evitar as gafes
linguísticas, o falante deve pensar, planejar, consultar a um bom dicionário e revisar
antes de falar ou escrever.

7. Influências gregas e latinas na formação das palavras

A língua portuguesa vem do latim, idioma que era falado pelos romanos. A
expansão da língua romana se deu em virtude das inúmeras guerras pelas quais os
romanos foram absorvendo outros povos e expandindo o seu território. Segundo
Cunha e Cintra (2008, p. 122), “a nomenclatura científica, técnica e literária é
fundamentalmente constituída de palavras formadas pelo modelo de composição
greco-latina, que consistia em associar dois termos, o primeiro dos quais servia de
determinante do segundo.”

Como se constata em Cunha e Cintra (2008), a língua grega, que permanece


praticamente inalterada até os dias de hoje, foi também uma base muito importante
para a formação de muitas palavras que utilizamos em língua portuguesa.

Aquele que tem bom conhecimento da estrutura


Saiba mais!
e semântica das línguas clássicas influenciadoras do
português não se embaraça ao usar a língua para falar, ler
Semântica é a parte da
e escrever, visto que as principais informações de uma
linguística que estuda os
palavra estão na sua parte mais primitiva: o seu radical. significados das palavras.
Vejamos alguns exemplos de radicais gregos e latinos
usados até hoje em português:

RADICAIS LATINOS RADICAIS GREGOS


agri – campo – agricultor agogo – que conduz – pedagogo
bis – duas vezes – bisavô céfalo – cabeça – encefalograma
ferri – ferro – ferrovia fobia – temor – hidrofobia
morti – morte – mortífero fone – voz, som – telefone
paro – produz – ovíparo grafia – escrita – ortografia
ped – criança – pediatra teo – deus – teocracia
equi – igual – equidistante zoo – animal – zoológico

Segundo Schocair (2012, p.90), “como ao aluno brasileiro é vedado o


estudo do latim e do grego, na maioria das escolas, durante a formação escolar
básica, a dificuldade de absorção e compreensão de palavras que contenham
radicais ou afixos provenientes dessas línguas é natural”.

Em suma, quando o falante tem intimidade com os radicais das línguas


clássicas responsáveis pela formação de sua língua materna, como é o caso do
português, influenciado mais amplamente pelo latim e pelo grego, é possível
conhecer os significados até mesmo de palavras desconhecidas. A lista dos radicais
latinos e gregos é bastante extensa e pode ser estudada na maioria das gramáticas,
no tópico em que são tratados os conteúdos de estrutura e formação das palavras.

8. Outras influências na construção do português

Não só o latim e o grego foram línguas influentes para a construção do


nosso idioma, outras línguas e povos importantes, como os árabes, na ocasião em
que dominaram a Península Ibérica, contribuíram com a formação do léxico
português. Álcool, alface, alfafa, ronda, armazém, álgebra são alguns exemplos de
uma lista bastante extensa de palavras deixadas no português pelos árabes.

A partir do descobrimento e colonização do Brasil, entre os séculos XVI e


XVIII, os povos indígenas e os negros africanos também influenciaram a cultura
linguística do brasileiro, enriquecendo-a com sonoras palavras que dão nomes a
lugares, pessoas e coisas.

Os avanços tecnológicos, científicos e culturais, ao longo dos tempos, têm


exigido que as línguas do mundo se abram para às influências de línguas mais
importantes como o inglês, o francês e o espanhol. Isolar-se, linguisticamente, é
isolar-se do conhecimento, das descobertas e das novas formas de pensar; é, acima
de tudo, privar-se de receber e influenciar as ideologias de povos dominantes.
As línguas são construídas de palavras, ou seja, de signos carregados de
ideologias. Segundo Bakhtin (2002, p.15), “todo signo é ideológico; a ideologia é um
reflexo das estruturas sociais; assim, toda modificação da ideologia encadeia uma
modificação da língua”. Deve-se entender, portanto, como saudável as mudanças de
significados e a inclusão de novas palavras numa determinada língua, venham elas
de onde vierem.

Considerações finais
A língua é viva e se modifica todos os dias para acompanhar a evolução
social, científica e tecnológica experimentada, sem economia de tempo, pelas
sociedades contemporâneas, por isso é difícil afirmar que haja uma única língua livre
de influências históricas e situacionais. A língua portuguesa, exaltada pelo poeta
parnasiano Olavo Bilac como a “última flor do Lácio, inculta e bela”, está hoje entre
os idiomas mais falados do mundo e, por isso, precisa se modernizar todos os dias
para se fazer importante num mundo cada vez mais global e mais efêmero.
Neste módulo, refletimos sobre algumas nuances morfológicas e
semânticas com o objetivo de compreender a importância que a palavra têm, como
signo linguístico, no processo de comunicação humana. No próximo conteúdo,
veremos as principais mudanças ocorridas na estrutura de algumas palavras depois
do acordo ortográfico vigente.

Referências:
ANDRADE, Maria Margarida de e HENRIQUES, Antônio. Língua portuguesa:
noções básicas para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 1999.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: HUCITEC,
2002.
COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática histórica. Rio de Janeiro: Ao Livro
Técnico, 2000.
CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova gramática do português
contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário eletrônico Aurélio.
Curitiba: Positivo, Versão 5.0, 2004.
SCHOCAIR, Nelson Maia, Gramática moderna da língua portuguesa. 6.ed.
Niterói: Impetus, 2012.

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