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Esquema de resolução de casos

Bárbara Ferro Ribeiro

LEI NO TEMPO

 Problema que se prende com o princípio da legalidade (1 CP e 29 CRP) na


modalidade de lei prévia, que nos diz que só se pode punir alguém por uma lei
existia antes de eu praticar o facto, exceto se a lei posterior for mais favorável, nos
termos do art 29/1 e 3 CRP e 2/1

1. Falar do critério unilateral da conduta (3 CP): ): só interessa o momento em que


o agente atuou, independentemente do resultado. Este critério justifica-se
através da segurança jurídica (garantia das expectativas dos destinatários das
normas quanto ao tratamento legal do seu comportamento) e do princípio da
culpa (o agente tem de ter a possibilidade de se ordenar pela norma

2. Determinar o momento da prática do facto- qual é a lei que estava em vigor no


momento da prática do facto? Existe alguma lei que punisse no momento da
prática?
- Como é que o agente era punido ao abrigo dessa lei?

3. Há alguma lei posterior à prática do facto?


- NÃO: caso acaba aqui
- SIM: como é que o agente era tratado segundo esta lei?

4. Discutir se com a lei nova há ou não uma verdadeira sucessão de leis penais no
tempo
- É preciso que a lei nova incida sobre o mesmo facto para haver sucessão:
critério da continuidade normativo típica- há sucessão de leis penais sempre
que entre em vigor uma lei nova que regule um problema que já estava
regulada na lei antiga

HAVENDO SUCESSÃO

5. Ver qual a lei mais favorável


- LN menos favorável: proibição da aplicação retroativa da lei menos favorável
(29/1 e 4 CRP e art 2/1 CP a contrario).
- Se a LN for mais favorável: aplicação retroativa da lei mais favorável (art 2/2 e
4 CP + 29/4 CRP)
 Descriminalização: 2/2 CP
 Não há descriminalização, mas o regime de punição previsto pela lei
posterior é concretamente mais favorável- art 2/4/1º parte
 Se a parte da pena cumprida já atingiu o máximo da moldura
penal prevista L2- cessam a execução e os efeitos penais da
condenação imediatamente (art 2/4/ 2º parte CP)
 Se a parte da pena cumprida ainda não atingiu o máximo da
moldura penal prevista na L2- o condenando pode requerer a
abertura da audiência para que lhe seja aplicado o novo regime
(art 371- A CPP)
- MFP: o juiz deve proceder a uma redução proporcional

NOTA: para os casos em que se altera o tipo incriminador, temos de verificar se


estamos perante uma sucessão de leis- CRITÉRIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO-
TÍPICA
1. Altera-se um elemento especializador (LN especial):
a) Porque é que é especializador? O elemento ex novo inserido no tipo legal
traduz um conceito que não estava implícito no conceito geral da LA
(acrescenta algo de novo ao tipo legal da LA)
- Não há uma sucessão de leis (e, portanto, não se observa uma verdadeira
sucessão de leis penais entre a L1 e a L2, pelo que não haverá que
determinar, em concreto, qual dos regimes se revela mais favorável ao
agente, nos termos dos artigos 29.º/1 da CRP e 2.º/4 do CP)

2. Altera-se um elemento especificador (LN especificadora):


a) Porque é que é especificador? O elemento ex novo traduz um conceito que
já estava necessária e lógica, embora só implicitamente, contido no
conceito geral da LA (não acrescenta um elemento novo ao tipo legal da
LA), mas apenas especifica o âmbito de intervenção do conceito
- Há sucessão de leis e prossegue-se com as regras gerais, aplicando-se a lei
mais favorável ao agente

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