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Ministério da Saúde do Brasil: Os CAPS


“. . . missão de dar atendimento. . . às pessoas que sofrem com transtornos mentais
severos e persistentes num dado território, oferecendo cuidados clínicos e de reabilitação
psicossocial, com o objetivo de substituir o modelo hospitalocêntrico, evitando as
internações e favorecendo o exercício da cidadania e da inclusão social dos usuários e de
suas famílias. . . pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício de direitos civis e fortalecendo os
laços familiares e comunitários”


“. . . sendo capazes de oferecer um ambiente continente e estruturado”


“As práticas realizadas nos CAPS se caracterizam por ocorrerem em ambiente aberto,
acolhedor”


“Para tanto, é necessário que, ao definir atividades, como estratégias terapêuticas. . . se
repensem os conceitos, as práticas e as relações que podem promover saúde entre as
pessoas: técnicos, usuários, familiares e comunidade”


O papel da equipe é fundamental para a organização, desenvolvimento e manutenção
do ambiente terapêutico”
Como podemos construir
um ambiente terapêutico?

Quadro de Maurits Cornelis Escher


Ambiente terapêutico no CAPSi

J. Bleger

Sociabilidade por interação

Sociabilidade sincrética

Identificações pojetivas intrusivas

Simbiose entre sujeitos

Ambiguidade – indistinções, con-fusões, aglomerados psíquicos

Inconsciente

Efeito “Escher”

Partes psicóticas da personalidade

Sem mediações – matéria psíquica bruta

N. Silveira

Terapêutica ocupacional

Mediações do material psíquico pelas artes

Não precisa “viver” a psicose, pode representá-la nas artes

Contenção psíquica, convívio

D. W. Winnicott

Brincar = espaço intermediário entre interior e exterior

Bricadeiras são universais, são forma de comunicação, produzem saúde

Criatividade, experiência partilhada, cultura

O rbincar não aceita intrusões

A. Brun, R. Roussillon e R. Kaës

Objetos mediadores (artefatos artísticos, grupos, brincar)

Meio maleável

Saída da simbiose = separação

Simbolização figurada da matéria psíquica bruta
Ambiente adoecido

D. Meltzer

Autismo e esquizofrenia

“é no trabalho com estados limítrofes e psicóticos que o mundo interno
é exposto”

Identificações projetivas intrusivas = Intrusões de partes de si na mente
do outro

“não somente os motivos da intrusão alteram o julgamento, mas
também os danos causados pelo parasitismo alteram o estado do
[outro]”

Claustro = experiência emocional de aprisionamento claustrofóbico em
um vínculo patológico de identificações introjetivas intrusivas

“Desde insinuar-se em alguém com sua confiança, se intrometer por
escutas e espionagens na privacidade de alguém, se impor em
processos de pensamento do outro por uma pseudogenerosidade
ligada a ameaças de execução – os dispositivos são inumeráveis para
insinuar-se para dentro da mente do outro”

“Os portais de entrada . . . os olhos podem ser penetrados pela exibição,
as orelhas pelas mentiras, o nariz pelos flatos, a boca por pedaços
ilícitos, a pele por beliscões e picadas e arranhões, tanto o ânus quanto
a uretra e o genital pelos dedos e objetos. O grau de criminalidade
parece variar. . . da violência à trapaça. . . o sedutor que faz mau uso do
convite à comunicação para propósitos intrusivos. . . um transgressor,
um impostor, um enganador, uma fraude”
Ambiente adoecido

R. Kaës

Alianças inconscientes patológicas

Vínculos inconscientes entre os sujeitos para

Atacar

Destruir

Desvincular

“Fonte de sofrimento psíquico e de desorganização ou de destruição no
espaço interno e no espaço das relações”

Alienantes

Negam, desaprovam rejeitam ou excluem

Os sujeitos que se aliam pelas alianças patológicas se tornam radicalmente
estranhos entre si

Loucuras coletivas

Loucura a dois

Exigência de encenação perversa em que o acaso, a espontaneidade e a
legitimidade do vínculo estão excluídos = “opera uma coincidência estrita
entre um fragmento do real e a cena. . . do perverso . . . A lei que rege o
contrato e garante a coincidência é a lei do gozo”

Segredos diante dos outros, coincidência das cenas fantasiadas com a
realidade e as estereotipias
Resgatar o ambiente terapêutico

D. Meltzer = opor-se ao aprisionamento da subjetividade alheia
em claustros = opor-se aos funcionamentos comunitários
degradantes

“Pode parecer um negócio solitário agir com justiça, mas não
é exatamente. Existe uma camaradagem implícita entre os
trabalhadores”


R. Kaës = desembaraçar, desamarrar as alianças inconscientes
patológicas, não estruturantes e perversas

“Ali onde as alianças inconscientes estão, que o Eu possa vir a
ser um Eu capaz de situar-se nas genealogias e nas sincronias
da relação, discernindo sua parte e a parte dos demais”

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