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Processo Civil - 35

Professor: Rodolfo Hartmann

Causas de Suspensão do Processo

Resumo

O tema de hoje será a respeito de hipóteses de suspensão do processo. Como o Prof. trabalha
mais o processo de conhecimento no curso, ele citará as regras dessa modalidade processual.

Hoje, por exemplo, vamos falar sobre a suspensão do processo que está elencada no art. 313,
CPC que em regra é utilizado no processo de conhecimento, mas destaca-se que no processo de
execução as vezes tem petição inicial com requisitos próprios, art. 798, CPC. Em relação ao art.
921, CPC, ele também é mais claro no que se refere a execução. Para a suspensão do processo de
execução, temos também o art. 921, CPC que poderia ser mais claro.

A suspensão do processo é uma situação que pode ser denominada como crise, uma vez que o
processo não é para ficar parado. Quando o processo para, não se deve praticar nele nenhum ato
processual.

Quando o Prof. menciona “parar”, é o juiz ou magistrado formalmente suspender o andamento do


processo e tecnicamente ele estará sobestado, suspenso, no entanto, mesmo que nenhum ato
processual possa ser praticado, só poderão ser praticados aqueles considerados urgentes,
como por exemplo: O processo tá parado por motivo X, ele tem que ficar parado, porém tem um
bem nesse processo que tá constrito judicialmente e é perecível, então o juiz tem que dar uma
decisão autorizando a venda do bem e o depósito do valor da venda em juízo ou então que haja
substituição daquele bem por um outro de igual valor.

Então, nessas situações emergenciais o processo voltará a tramitar só para sanar essa
questão específica.

- SUSPENSÃO PRÓPRIA E IMPRÓPRIA: Não é uma classificação usada pelo CPC, no entanto, é
doutrinária.

A) PRÓPRIA: Pode-se falar de suspensão própria quando o processo inteiro é parado todo de uma
vez. Vamos falar sobre a leitura do art. 313, CPC, em que uma hipótese é quando for instaurado
IRDR (incidente de resolução de demanda repetitiva), sendo admitido todos os processos com a
mesma questão de direito da base territorial ficará sobestado, ou seja, o processo inteiro será
parado.

B) IMPRÓPRIA: Será considerada a suspensão imprópria quando o processo ficar parcialmente


parado. O Prof. destaca que em aulas anteriores em relação a pressupostos processuais, ele
mencionou que o juiz deve ser imparcial e se uma das partes achar que ele é parcial (impedido ou
suspeito) poderá ser feita a arguição de impedimento e suspeição e de acordo com o art. 146, CPC,
o processo ficará parado, mas isso vai ser remetido ao desembargador para analisar. O processo
como um todo não estará parado, mas um “pedacinho” dele que é o incidente de arguição ou
suspeição continua tramitando regularmente. Nesse caso, temos um caso de suspensão imprópria
do processo.

- HIPÓTESES DE SUSPENSÃO DO PROCESSO, art. 313, CPC.

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• Art. 313, I, CPC: Quando há perda da capacidade processual em qualquer uma das partes. O
prof. comentou na aula passada sobre essa questão. Havendo uma incapacidade processual, o juiz
suspende o processo fixando o prazo para que haja a regularização. Se o Autor não fizer a
regularização, o juiz extinguirá o processo sem resolução do mérito por falta de pressuposto
processual, art. 485, IV, CPC. Agora, por sua vez, se o réu não regularizar terá uma situação
distinta que o art. 313, CPC, que o réu ficará revel.

• Art. 313, II, CPC: Quando houver a convenção das partes. Nessa hipótese, tem-se um negócio
processual. A convenção processual já existia no código anterior, como por exemplo, A e B chegam
a um acordo processual e mencionam ao juiz que ao invés de ter um julgamento, seria da vontade
deles que o processo ficasse parada que as partes possam fazer um acordo. Essa hipótese de
suspensão do processo permite que o processo fique suspenso até seis meses.

• Art. 313, III, CPC: Essa hipótese também já foi trabalhada em aulas anteriores que é quando se
argui a suspensão ou impedimento do juiz, o processo ficará suspenso em parte porque se o juiz
não aceita a arguição de impedimento ou suspeição o processo fica parado, mas a arguição será
analisada pelo desembargador do TJ ou TRF.

• Art. 313, IV, CPC: O processo também ficará suspenso quando for admitido o IRDR. Isso também
valeria para assunção de competência que é um outro incidente, bem como quando ficar
determinado nesse sentido em Recurso Extraordinário em repercussão geral ou Recurso
Extraordinário ou Especial repetitivos. Esse inciso fala precisamente do IRDR por ser uma novidade
do CPC/2015, que tem até um lado positivo por tentar padronizar um problema de uma questão de
direito, no entanto, ele coloca tudo parado e enquanto o tribunal não cria o precedente vinculante
fica tudo parado.

O Prof. sempre traz como exemplo que é referente a Recurso Extraordinário daquele questão
envolvendo plano Bresser, plano Collor, plano Verão. O Prof. tem processo parado desde 2009, nós
estamos em 2019. O processo ficará parado quanto mais tempo? Colocar um precedente vinculante
é interessantíssimo, no entanto, tem que tomar cuidado para que o precedente vinculante seja
criado rapidamente.

Um segundo ponto é referente a questão política do governo, ou seja, a nomeação de magistrados


para as cortes superiores porque nas cortes você consegue controlar todo o 1º e 2º grau. Então,
são aspectos a serem sopesados também para que o sistema possa ser lapidado e melhorar
efetivamente em prol do jurisdicionado.

Esse inciso também menciona que a admissão do IRDR suspende os processos naquela base
territorial. Só não esqueçam: Esse IRDR é somente para tribunal inferior, como TJ, TRF e só irá
suspender os processos que tenham a mesma questão de direito naquela localidade.
Diferentemente da assunção de competência que vale para o Brasil inteiro, STJ, STF e dentro do
Recurso Extraordinário que o Prof. já mencionou para nós a repercussão geral ou processados
como repetitivos.

• Art. 313, V, CPC: Quando se tem uma questão prejudicial, significa que para continuar julgando o
magistrado deve primeiro aguardar o julgamento de outro processo. Como por exemplo: Tem um
processo envolvendo ação de alimentos, só que tem um outro processo que discute a paternidade.
Se nesse processo se confirmar a paternidade, será julgado procedente para pagar alimentos, se a
maternidade não for confirmada, será julgada improcedente a ação de alimentos. São dois
processos: Alimentos e paternidade, sendo que o processo que discute a paternidade é uma
questão prejudicial externa, autônoma que primeiro tem que definir para que possa prosseguir a
ação de alimentos.

Nessa hipótese de suspensão, o processo deverá ficar parado um ano. Se depois de um ano a
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ação prejudicial não for julgada, o processo que foi suspenso volta a tramitar.

• Art. 313, VI, CPC: Ocorrerá a suspensão do processo quando houver força maior. Essa questão é
extremamente subjetiva, depende também da situação. O Prof. menciona que se pode ter uma
época de instabilidade política em um Estado e podem ocorrer manifestações próximo ao poder
Judiciário. Por conta disso, o advogado não consegue chegar até ao fórum para fazer a audiência
do dia. Pode ser também uma cidade em que o acesso é feito por uma rodovia e as vezes a rodovia
por der um problema com chuva, impossibilitando o acesso a cidade.

Já aconteceu também em que o fórum da cidade é em um prédio muito antigo, como aconteceu na
cidade de Petrópolis no Estado do Rio de Janeiro e por ser muito antigo tiveram que suspender os
processos para que outro prédio fosse construído, uma vez que o antigo não dava segurança a
ninguém. Então, se houver uma força maior, isso poderá ser argumento para suspender o
processo.

• Art. 313, VII, CPC: É possível suspender processo quando estiver sendo discutido acidentes e
fatos de navegação que estejam sendo apreciados pelo Tribunal Marítimo, deverá aguardar a
decisão desse tribunal. Atenção: Apesar do nome “tribunal marítimo”, o Prof. destaca que não
pode esquecer que esse tribunal não integra o poder judiciário, é um órgão administrativo e por
conta disso não se fala em processo, mas sim em procedimento administrativo.

• Art. 313, VIII, CPC: O processo também será suspenso em qualquer outra hipótese que o próprio
CPC ou lei específica prevê. Como por exemplo: Tem sentença transitada em julgado, já estamos
na fase de execução. O réu que está sendo executado ajuíza uma Ação Rescisória no tribunal e o
desembargador com base no art. 969, CPC dá uma liminar na ação rescisória para suspender o
processo que está sendo executado em 1º grau. Então, pode ter suspensão de processo em outros
casos previstos no CPC ou em lei específica.

OBS: O art. 313, CPC também prevê a suspensão do processo quando a advogada do processo se
torna mãe esse direito também se estende ao pai.

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