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Ensino de Artes: A abordagem Triangular de Ana Mae Barbosa

Vanisse Simone Alves Corrêa


Eliane dos Santos de Oliveira

O surgimento da abordagem triangular objetivava a melhoria do ensino da


arte, na busca pelo entendimento da mesma e também uma buscava uma mais
aprendizagem significativa. Preocupou-se pela busca de um conhecimento
critico não somente para os aluno, mas também para os professores.

Nos anos 90 a abordagem Triangular passou a ser colocada em prática.


Inicialmente foi chamada de Projeto Arte na escola. Mais tarde, ficou
conhecida como Triangular e/ou Abordagem Triangular. Entre essas duas
nomenclaturas foi escolhido o nome de Abordagem Triangular (Barbosa, 2010,
p.11).

É fundamental ressaltar que a Abordagem Triangular não se refere a um


modelo ou método, mas tem o objetivo de focar na metodologia adotada pelo
professor nas suas aulas práticas, sem vinculo teórico padronizado, a fim de
não engessar o processo.

Fica evidente portanto, que a abordagem Triangular não se enquadra para


quem quer seguir um método padronizado, ele requer a liberdade de obter
conhecimento critico reflexível no processo de ensino […], ajustando-se ao
contexto em que se encontra (Machado, 20010, p.79).

A Abordagem Triangular é uma abordagem diálogica. A imagem do Triângulo


abre caminhos para o professor na sua prática docente. Ele pode fazer suas
escolhas metodológicas, é permitido mudanças e adequações, não é
um modelo fechado, que não aceita alterações. Não é necessário seguir um
passo a passo. Para Barbosa ” (…) refere-se à uma abordagem eclética.
Requer transformações enfatizando o contexto” (Barbosa, 2010, p. 10).

Fonte: https://memoria.ifrn.edu.br/bitstream/handle/1044/337/AE%2010%20-
%20DF.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Segundo Novaes (2005), a Abordagem Triangular aponta que é importante
pensar, questiona o que é a imagem, o uso da imagem, a imagem do
cotidiano da história da arte e da cultura na sala de aula. É necessário fazer
uma leitura crítica da produção da imagem das coisas e de nós mesmos. Não
depende só do sujeito a maneira como se vê uma imagem. É necessário
também interpretar a mesma. A imagem visível aguarda uma leitura invisível
que é revelada a cada deslocamento que ela faz.

Para Dewey e Freire (2010), uma boa leitura de mundo artístico ocorre a partir
do contexto em que se vive. Porém isso não significa focar só no ensino
cotidiano do aluno, mas contribuir para que eles consigam fazer uma leitura
crítica e contextualizar a imagem multicultural, podendo identificar e não
apenas apreciar, mas também comentar a beleza das imagens em uma
sociedade em desenvolvimento sociocultural cumprindo o papel político de
transformação social partindo do pressuposto das imagens artística (Dewey e
Freire, 2011).

Sobre a prática educativa do professor do ensino básico, a Abordagem


Triangular mostra seu valor nas artes visuais. Para o professor
contemporâneo/artista, pode possibilitar uma análise crítica do seu próprio
fazer, quando atuam como artistas e professores de artes visuais.

É também interessante fazer uma análise no processo de expressão do


professor artístico e do aluno artista que experimenta. Quando é algo mecânico
e sem causa poética, não passa a singularidade do trabalho artístico produzido.
O trabalho artístico passa sensibilidade e emoção.

A Proposta Triangular da Prof.ª Ana Mae Barbosa possui estruturantes, a


seguir descritos: a contextualização, a apreciação e a produção.

Fonte: PÓVOA, M. A. M., 2012

O eixo contextualização abrange os aspectos contextuais que envolvem a


produção artística como manifestação simbólica histórica e cultural. nesse eixo,
observa-se o que se transforma e como se revelam as representações que os
grupos fazem de si e dos outros. Ele abrange, também, a análise das relações
de poder que criam certas representações, diferenciando e classificando
hierarquicamente pessoas, gêneros, minorias (PEREIRA, 2013, p. 22)

A contextualização da obra permite entender em que condições a mesma foi


produzida, bem como as relações de poder que estão implícitas nessa
produção.

Já Pereira (2018) define o eixo da apreciação da seguinte maneira:

O eixo de apreciação está organizado diante de aspectos que lidam


com as interações entre o sujeito e os artefatos da arte. Nesse eixo
são mobilizadas competências de leitura que requerem do sujeito o
domínio dos códigos estruturantes e suas relações formais. na
apreciação também estão entrelaçados os aspectos simbólicos da
produção artística e como a pessoa que dialoga com o artefato atribui
a ele determinados significados. Aqui se operam uma série de
relações provocadas pela interação entre sujeito e objeto. No eixo de
produção, estão envolvidos aspectos da criação artística. Nele, o
sujeito torna-se autor e precisa mobilizar conhecimentos sobre as
linguagens para transformar em invenções artísticas. Aqui estão
envolvidos elementos de natureza formal e simbólica. O sujeito
mobiliza conhecimentos tanto conceituais quanto procedimentais,
inventando tecnologias, adaptando materiais, articulando ideias
(PEREIRA, 2013, p. 22).

Esse eixo possibilita a percepção das interações entre os componentes dos


objetos artísticos, na relação que ocorre entre o sujeito e a própria obra de arte.

Sobre o eixo da produção, Pereira (2103), esclarece:

No eixo de produção, estão envolvidos aspectos da criação artística.


Nele, o sujeito torna-se autor e precisa mobilizar conhecimentos
sobre as linguagens para transformar em invenções artísticas. Aqui
estão envolvidos elementos de natureza formal e simbólica. O sujeito
mobiliza conhecimentos tanto conceituais quanto procedimentais,
inventando tecnologias, adaptando materiais, articulando ideias
(PEREIRA, 2013, p. 22).

É nesse eixo que o aluno já tem condições de produzir. Todas as etapas que
ele já percorreu permitem que ele se lance na produção artística, de modo
qualificado, crítico e sensível.

Artigo extraído/produzido a partir do Trabalho de Conclusão de Curso de


Eliane dos Santos de Oliveira e orientado pela Prof.ª Vanisse S. A. Corrêa.

Eliane dos Santos de Oliveira é graduada em Pedagogia pela Universidade


Estadual do Paraná – UNESPAR, campus Paranaguá e atua com educação
infantil em Paranaguá-PR.

REFERÊNCIAS
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