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Cadeia de Custódia. Conceitos. Etapas.

Fase
Interna. Fase Externa.
Cadeia de Custódia.
Conceitos.
“Cadeia de custódia da prova nos remete ao conjunto de procedimentos,
concatenados, como elos de uma corrente, que se destina a preservar a
integridade da prova, sua legalidade e confiabilidade. Uma corrente que liga
duas pontas, que vai da identificação dos vestígios até o seu descarte. A
quebra equivale ao rompimento de um dos elos da corrente.

É preciso considerar que haverá diferentes morfologias da cadeia de


custódia conforme o tipo de prova que estamos tratando. Uma prova
pericial de exame de DNA, por exemplo, possui especificidades que obrigam
ao estabelecimento de determinada rotina de coleta, transporte,
armazenagem, análise, etc. que será completamente diferente da perícia sobre o material obtido
em um em uma interceptação telefônica, por exemplo”.

Aury Lopes Júnior.


Na formação do conjunto dos elementos probatórios, a cadeia de
custódia é de extrema importância, já que tem como principal objetivo,
preservar as informações coletadas, possibilitando a documentação e a
ordem cronológica das evidências, quem foram os responsáveis por seu
manuseio.

Na área forense, todas as amostras são recebidas como evidências. São


analisadas e o seu resultado é apresentado na forma de laudo para ser
utilizado na persecução penal. As amostras devem ser manuseadas de
forma cautelosa, para tentar evitar futuras alegações de adulteração ou
má conduta que possam comprometer as decisões relacionadas ao caso
em questão.
Além disso, por meio da cadeia de custódia, assegura-se “a preservação dos vestígios
desde o contato primário até o descarte dos elementos coletados, garantindo-se a sua
qualidade através da documentação cronológica dos atos executados em observância
às normas técnicas previstas nas etapas da chamada cadeia de custódia” (CUNHA,
2020, p. 174-175).

Em regra, o procedimento da cadeia de custódia a ser realizado pelos peritos deve


seguir uma linha de raciocínio imparcial, zelando pela autenticidade e levando em
consideração que o material coletado pode influenciar o poder judiciário na tomada de
decisão, pois, conforme afirma Lima (2020, p. 718), o grande objetivo da preservação
da chamada cadeia de custódia é garantir a “autenticidade das evidências coletadas e
examinadas, assegurando que correspondem ao caso investigado, sem que haja lugar
para qualquer tipo de adulteração”.

https://www.nucleodoconhecimento.com.br/lei/cadeia-de-custodia
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter
e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear
sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos
policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
§2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da
prova pericial fica responsável por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se
relaciona à infração penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Cadeia de custódia da prova, sua quebra e consequência

A cadeia de custódia da prova: Cadeia de custódia da prova é a lógica da sucessão de obtenção das provas e
indícios do delito e sua autoria. É o encadeamento das provas, desde as primeiras até as últimas. Se,
examinando as provas de uma investigação, não é possível reconhecer o que deu origem a que, ou seja, não
é possível entender qual a sucessão lógica de colheita de provas que conduziu à solução do delito, há
quebra da cadeia de custódia. A investigação, com essa ruptura lógica, perde sua confiabilidade. É aceitável
a crença nos deuses, mas não que eles interfiram nas investigações. Ela é toda executada pelo investigador
que, passo a passo, esclarece o delito. Se esses passos não deixam pegadas, fica faltando conexão lógica, e
onde falta lógica ausenta-se a idoneidade dos elementos de prova.
Quebra da cadeia de custódia da prova: Dando exemplo. Luiz testemunhou na polícia que viu Carlos
(vítima) morto e ensanguentado na estrada. Luiz (testemunha) correu até a casa de Maria (esposa da
vítima), esposa de Carlos. Na casa de Maria, Luiz viu Fernando (amante de Maria). Viu também pequenas
manchas de sangue em cima da mesa. Luiz (testemunha) contou que Carlos (vítima) tinha ciúmes de
Fernando (amante de Maria) em relação a sua esposa Maria. A polícia realiza diligência de busca e
apreensão na residência de Fernando (amante de Maria). Encontra manchas de sangue. Submetidas a
perícia, o sangue é de Carlos (vítima).
A polícia conclui que Fernando (amante de Maria) matou Carlos. Nesse exemplo encontra-se presente a cadeia de custódia.
Tendo em vista o depoimento de Luiz, a polícia suspeitou de Fernando, e diligenciou em sua residência, onde encontrou
sangue da vítima. Se for retirado dessa narrativa o depoimento de Luiz, há quebra da cadeia de custódia. Fica-se sem saber
qual a razão que levou a polícia a diligenciar na residência de Fernando. Fica reduzido o valor probatório da tese de que foi
Fernando quem matou Carlos. Se uma residência é invadida por policiais e lá é encontrado produto de crime, é preciso
esclarecer o que levou os policiais a adentrar na residência. Sem esse esclarecimento, há quebra da cadeia de prova. Sem
explicação para a invasão, fica difícil de crer na legalidade dessa ação. Ou houve emprego de prova ilícita ou, quem sabe, a
ação foi resultado de uma desavença entre um policial e o dono da casa, ou qualquer outra explicação. Falta encadeamento.
Falta lógica na sucessão de fatos. Há quebra na cadeia de prova. E, no caso, diante da absoluta falta de motivação para a
invasão de domicilio, presente está também a prova ilícita. A prova é, por consequência, nula. E nulas também todas as
demais provas que dela derivarem.
Há quebra da cadeia de prova quando ocorre fragmentação ou interrupção da lógica da sucessão

das provas. Quando não se sabe como foi obtido um determinado conjunto de conhecimentos revelados

pela investigação. Os indícios e provas que fazem parte da cadeia de custódia são todos aqueles que

forem relevantes ao esclarecimento do delito. Não são limitados, consequentemente, aos vestígios. Os

vestígios são posteriores ao delito, os indícios podem ser tanto anteriores como posteriores.
Cadeia de custódia de vestígios: Vestígio, do latim, vestigium, significa planta do pé, pegada. São as marcas ou registros do ato que
permanecem para o futuro. Projetando-se no futuro, prestam-se para reconstituir o passado. Documentos, objetos, instrumentos,
corpo do delito, fotografias, filmagens, gravações de áudio, material biológico, tudo isso pode constituir vestígios de delito. O juiz é
historiador. Precisa, para reconstruir o passado, conhecer não apenas as consequências materiais e palpáveis dos delitos, mas
também de todos os indícios que levaram a seu esclarecimento, sejam eles materiais ou imateriais, anteriores ou posteriores ao
fato. O artigo 158-A não trata da cadeia de prova.

Regula parte dela, a cadeia dos vestígios materiais. Considera cadeia de custódia (o dispositivo não se utiliza da expressão cadeia de
prova, pois cadeia de prova é mais do que cadeia de custódia) o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e
documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes. Define, no parágrafo 3º, vestígio como
todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido. Assim, a cadeia de custódia tratada no presente
dispositivo é espécie da qual é gênero a cadeia de prova. O dispositivo e os demais sucessivos regulam, basicamente, a coleta e o
armazenamento dos vestígios. A cadeia de prova diz respeito a todos os indícios e provas, inclusive os vestígios. O testemunho, o
reconhecimento, a confissão, as medidas invasivas e de interceptação, a infiltração de policial, o conteúdo da interceptação, os
documentos, as perícias, entre outros atos e fatos, fazem parte da cadeia de prova. A cadeia é a sequência, o encadeamento dessas
provas e indícios.
Consequências
da quebra da
cadeia da prova:
Presente a quebra da cadeia da prova, qual a consequência? Depende. A primeira consequência é a
perda do valor probatório do acervo indiciário. Perda de valor probatório não significa que a prova
valha nada. Significa apenas redução do valor da prova. Essa redução vai de zero a dez. Depende das
circunstâncias do caso concreto. A segunda, mais drástica, é quando há indícios suficientes (materiais
ou imateriais e por dedução ou indução) autorizadores do convencimento de que foi feito uso de
meios ilícitos para a obtenção de provas. Neste caso, a consequência é reconhecer a nulidade de todas
as provas resultantes da prova faltante (da prova ilícita). Feito isso, restará o exame se o que sobrou da
investigação ainda configura, ou não, justa causa para a ação. Abatida a justa causa, a ação, se
proposta, deve ser extinta.
Etapas.
Etapas da cadeia de custódia

A famigerada Lei Anticrime (Lei 13.964/2019) trouxe, dentre as várias alterações no Código de Processo

Penal, a inserção da cadeia de custódia, que trata de como deve ser a preservação do local do crime, o

momento da coleta até o descarte final do material, passando por inúmeras etapas e respeitando várias

formalidades.
I – Reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova
pericial;
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente
imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;
III – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito,
e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo
indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento;
IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será́ submetido à analise pericial, respeitando suas características
e natureza;
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma
individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior analise,
com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento;
VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas, de
modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua posse;
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no
mínimo, informações referentes ao numero de procedimento e unidade de policia judiciaria relacionada.
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada
às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser
formalizado em laudo produzido por perito;
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser
processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao
numero do laudo correspondente;
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando
pertinente, mediante autorização judicial.
Fase Interna .
Quais são as etapas iniciais da fase interna da cadeia de custódia?
Fases da cadeia de custódia:

A cadeia de custódia é composta por duas fases: Fase externa seria o transporte do local de coleta até
a chegada ao laboratório. Fase interna, refere-se ao procedimento interno no laboratório, até o descarte
das amostras.
Observa-se que a cadeia de custódia pode ser dividida em duas fases: externa na qual “estão elencadas
as etapas relacionadas aos passos entre a preservação do local do crime ou apreensões dos
elementos de prova e a chegada do vestígio ao órgão pericial”; interna que “compreende todas as
etapas e o ingresso do vestígio no órgão pericial até a conclusão do laudo e remessa ao órgão requisitante”
(CUNHA, 2020, p. 187)

Depreende-se do artigo supracitado que a cadeia de custódia abrange todos os “atores responsáveis pela
sua preservação, integridade, idoneidade e valoração”, se inicia na fase de investigação preliminar e se
estende até o processo criminal, alcançando todo o caminho percorrido pela prova (MACHADO, 2020).
Acrescenta-se que é fundamental que meios de obtenção de prova e o material colhido sejam preservados
integralmente, principalmente quando se tratar de provas obtidas por meios ocultos, como a
interceptação telefônica e telemática, em que a manutenção da cadeia de custódia se torna verdadeira
condição de validade (MORAES, 2017, p. 131-132).
Fase Externa.
Fase externa seria o transporte do local de coleta até a chegada ao laboratório.

A etapa, desde a preservação do local de crime, coleta e conservação dos vestígios, é denominada fase
externa da cadeia de custódia. Considerando isso, conclui-se que há a fase interna, que compreende todas as
etapas entre a entrada do vestígio no órgão pericial até sua devolução juntamente com o laudo pericial, ao
órgão requisitante da perícia, compreendendo, portanto:
a) recepção e conferência do vestígio;
b) classificação, guarda e/ou distribuição do vestígio;
c) análise pericial propriamente dita;
d) guarda e devolução do vestígio de prova;
e) guarda de vestígios para contraperícia;
f) registro da cadeia de custódia.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PC-AM Prova: FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 01
O pacote anticrime (Lei nº 13964/19) alterou a legislação penal e processual penal.

Sobre as medidas adotadas atualmente na preservação das provas, assinale a afirmativa correta.

A)O isolamento da área é a primeira medida a ser adotada.


B)O reconhecimento é a parte em que a vítima é identificada ainda na cena de crime.
C)O reconhecimento corresponde à distinção dos elementos como de potencial interesse para a investigação.
D)A fixação é a fase em que os elementos de potencial interesse para a investigação são levados aos laboratórios, onde serão
fixados e estudados.
E)O rastreamento dos elementos de interesse se inicia após iniciado seu transporte para a unidade onde serão analisados
(laboratórios).
Gabarito: Letra C.

Art.158–A

O reconhecimento corresponde à distinção dos elementos como de


potencial interesse para a investigação.
Ano: 2021 Banca: IDECAN Órgão: PEFOCE Prova: IDECAN - 2021 - PEFOCE - Perito Criminal - Engenharia Civil
A Lei 13.964/2019, mais conhecida como “pacote anticrime”, alterou o Código de Processo Penal para incluir no capítulo do
exame de corpo de delito o tema cadeia de custódia da prova penal. Trata-se de importante dispositivo processual com a finalidade
de assegurar a integridade dos elementos probatórios. Acerca do tema, assinale a afirmativa INCORRETA.

A)Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal.
B)O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial encaminhará ao
Delegado de Polícia,
que ficará responsável por sua preservação.
C)É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do
perito responsável,
sendo tipificada como fraude processual a sua realização.
D)Todos os recipientes para acondicionamento dos vestígios deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada,
de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte.
E)Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do
acesso.
Gabarito: Letra B.

b) INCORRETA. O agente público não encaminhará ao delegado de


polícia, o agente público que reconhecer um elemento como de
potencial interesse para a produção da prova pericial fica
responsável por sua preservação, de acordo com o art. 158-A, §2º do
CPP.
Dissertativa PCMG: quais as consequências da
quebra da cadeia de custódia?
Direito Processual Penal – Questão 7

Há, fundamentalmente, duas posições acerca das consequências da quebra da cadeia de


custódia da prova
e sua consequente inadmissibilidade/ilicitude.
INDIQUE, em sua resposta, tais posições e seus fundamentos.
RESPOSTA ESPELHO:

Há duas posições fundamentais. A primeira encontra amparo no art. 5º, LIV, da


CR, e nos arts. 157 e 158-A a 158-F, todos do CPP. Para os defensores desta
posição, a violação objetiva das regras legais referentes à cadeia de custódia
torna a prova inadmissível/ilícita (tendo em vista que forma é garantia).

A segunda posição é a daqueles que entendem que a quebra deve ser


analisada caso a caso, cabendo ao Magistrado, na sentença, avaliar a
credibilidade e a confiabilidade da prova, e de que maneira a quebra as
afetaria.
Não há, nessa posição, uma inadmissibilidade ou ilicitude
automáticas para os defensores desta posição, tendo em vista
que somente deverá haver decretação de ilicitude se a
inobservância da cadeia de custódia comprometer a credibilidade e
confiabilidade da prova.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PC-RJ Prova: FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe
Tendo em vista a pluralidade de testemunhas que presenciaram determinado evento delitivo, a autoridade policial e
seus agentes envidaram esforços para que todos fossem ouvidos em sede inquisitorial. Todas as testemunhas ouvidas, com
mínimas alterações,
apontaram a autoria do delito para Hermes e Príapo, delineando o modus operandi da dupla. No entanto, dada a urgência da
atuação,
alguns depoimentos não foram encartados nos autos do inquérito. Os agentes foram capturados em decorrência de
mandado de prisão preventiva pugnado pelo Ministério Público, que imediatamente ofereceu a respectiva ação penal,
momento em que foi descoberta a não completude do acervo probatório constituído.

Diante desse cenário, é correto afirmar que:

A)houve quebra da cadeia de custódia, por violação do ato de coleta da prova;


B)não houve quebra da cadeia de custódia, diante da pluralidade de fontes probatórias no mesmo sentido;
C)houve quebra da cadeia de custódia, por violação do ato de processamento da prova;
D)não houve quebra da cadeia de custódia, pois o descarte, na fase preliminar, compete ao delegado de polícia;
E)houve quebra da cadeia de custódia, por violação do ato de armazenamento da prova.
Gabarito: Letra B.

In casu, não se pode falar na quebra da cadeia de custódia, uma vez que há
provas suficientes nos autos para a condenação, tendo em vista que, mesmo
que comprovado, o fato de não terem sido encartados aos autos alguns
depoimentos prestados em sede inquisitorial não desnatura o amplo acervo
probatório constituído, nem serve de balizamento para se pleitear
a quebra da cadeia de custódia.
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1764654/RJ, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 10/08/2021
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-PB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - Delegado de Polícia Civil
Acerca dos vestígios, indícios e de outros elementos encontrados nos locais de crime, julgue os itens seguintes.

I A nulidade por falta do exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios é absoluta.
II No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se não for instruída com o
exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito.
III Os cadáveres, as lesões externas e os vestígios deixados no local do crime serão sempre fotografados na posição em que forem
encontrados.

Assinale a opção correta.

A)Apenas o item I está certo.


B)Apenas o item II está certo.
C)Apenas os itens I e III estão certos.
D)Apenas os itens II e III estão certos.
E)Todos os itens estão certos.
Gabarito: Letra D.

Levem isso para prova, como no direito, aqui em criminalística,


nada é absoluto.
Ano: 2021 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-PA Prova: INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Investigador de Polícia Civil
Assinale a alternativa INCORRETA.

A)O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial
remeterá seu conteúdo a um responsável para sua preservação.
B)O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais
nos quais seja detectada a existência de vestígio.
C)A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia,
mesmo quando for necessária a realização de exames complementares.
D)É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável,
sendo tipificada como fraude processual a sua realização.
E)Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam.
Gabarito: Letra A.

A) Incorreta. No caso, o próprio agente público que reconhecer um elemento como de potencial
interesse para a produção da prova pericial ficará responsável por sua preservação, consoante o §2° do
art. 158-A do CPP.

Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para
manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para
rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
(....) § 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a
produção da prova pericial fica responsável por sua preservação.

Atenção – Atualização - Cadeia de Custódia: Até o advento da Lei n° 13.964/2019, conhecida como
Pacote Anticrime, o Código de Processo não regulava a cadeia de custódia, que era regulamentada apenas
pela Portaria n. 82, de 16 de julho de 2014, da Secretaria Nacional de Segurança. A Lei n° 13.964/2019
incluiu os artigos 158-A ao 158-F ao Código de Processo Penal, que disciplinam a cadeia de custódia,
conceituando-a no caput do art. 158-A do CPP.
Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PC-AC Prova: IBADE - 2017 - PC-AC - Delegado de Polícia Civil
A cláusula constitucional do due process of law - que se destina a garantir a pessoa do acusado contra ações eventualmente
abusivas do Poder Público tem, no dogma da inadmissibilidade das provas ilícitas ou ilegítimas, uma de suas projeções
concretizadoras mais expressivas, na medida em que o réu tem o impostergável direito de não ser denunciado, de não ser julgado
e de não ser condenado com base em elementos instrutórios obtidos ou produzidos com desrespeito aos limites impostos pelo
ordenamento jurídico ao poder persecutório e ao poder investigatório do Estado.

(STF, HC 69912, Min. Celso de Mello).

A par de tal orientação jurisprudencial é possível afirmar corretamente:

A)As provas ilícitas são inadmissíveis e a ilicitude só poderá ser excluída, excepcionalmente, em razão da boa fé do agente,
nos casos de organização criminosa e tráfico.
B)As provas ilícitas são inadmissíveis, sendo a doutrina pacífica no sentido de que não podem servir nem mesmo quando
forem as únicas capazes de demonstrar a inocência do réu.
C)As informações colhidas na fase do inquérito que dão esteio à acusação devem guardar perfeita obediência ao princípio
da legalidade sobre pena de refletir na rejeição
da denúncia por falta de justa causa produzida licitamente.
D)As provas derivadas das ilícitas não são alcançadas pela inadmissibilidade.
E)Em nenhuma hipótese os vícios do inquérito policial serão considerados, uma vez que se trata de fase administrativa que não
contamina o processo penal.
Gabarito: Letra C.

c) Verdadeiro. De fato, as informações colhidas na fase do inquérito que dão suporte à acusação
devem guardar perfeita obediência ao princípio da legalidade. O contrário implicaria na rejeição da
denúncia por ausência de justa causa, condição da ação traduzida no fumus comissi delicti, ou suporte
probatório mínimo (probable cause).
A superveniência de sentença condenatória prejudica habeas corpus que analisa tese defensiva
de que teria havido quebra da cadeia de custódia da prova, em razão da perda do objeto.

( ) Certo
( ) Errado
FALSO.

A superveniência de sentença condenatória não tem o condão de prejudicar habeas corpus que analisa
tese defensiva de que teria havido quebra da cadeia de custódia da prova, ocorrida ainda na fase
inquisitorial e empregada como justa causa para a própria ação penal.

INFORMATIVO 720/STJ
Qual é a consequência decorrente da quebra da cadeia de
custódia (break in the chain of custody)?
As irregularidades constantes da cadeia de custódia devem
ser sopesadas pelo magistrado com todos os elementos
produzidos na instrução, a fim de aferir se a prova é confiável. Ou
seja, depende do caso concreto.

INFORMATIVO 720/STJ
REFERÊNCIAS

ARAS, Vladimir. Princípios do processo penal. Jus navigandi, Teresina, ano 6, n. 52, 2001. Disponível
em: https://jus.com.br/artigos/2416/principios‐do‐processo‐penal/1. Acesso em: 17 out. 2020.

BADARÓ, Gustavo. A cadeia de custódia e sua relevância para a prova penal. Temas atuais da
investigação preliminar no processo penal. Belo Horizonte: D ́Plácido, 2018.

CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 19ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

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