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Introdução à Cognição

M. Eng. Sergio Luis dos Santos Lima


Maio de 2005
ITRODUÇÃO A COGNIÇÃO 2

Cognição

Conjunto de atividades e processos pelos quais um organismo


adquire informação e desenvolve conhecimentos

Mecanismos mentais que agem Processos Cognitivos: memória,


sobre a informação sensorial, categorização, atenção, resolução
buscando a sua interpretação, de problemas, tomadas de decisão,
classificação e organização tipos de raciocínio, linguagem

Cognição é o processo de conhecer


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Sensação – Percepção – Cognição

Processo Informação
Cognitivo recebida (BIT/seg)
Recepção sensorial 1.000.000.000

Conexões nervosas 3.000.000

Consciência 16

Armazenamento permanente 0,7

Fonte: Velásquez, Losano e Escalante (1995)


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Sensação – Percepção – Cognição


Interpretação e
Objeto
Integração das
Cérebro características R
do objeto aos E
Captação
conhecimentos S
Estruturas P
pelo do sujeito
corticais
O
Sistema Memória S
Sistema Categorização T
Características: Sensorial Cognitivo Atenção A
- cor Resolução de S
- textura Problemas: tipos
- tamanho de raciocínio
- formato Linguagem
- profundidade

Processo Perceptivo Processos Cognitivos

Fonte: ABRAHÃO (2003)


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Sensação – Percepção – Cognição


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Sensação – Percepção – Cognição


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Sensação – Percepção – Cognição

Sensação Percepção

Processo de detecção e de Os processos perceptivos são


decodificação da energia de um inconscientes
estímulo do mundo exterior
A percepção é direta ou imediata
A sensação se refere às informações
A percepção é discriminativa e
que são apresentadas aos órgãos
constante (ou altamente
dos sentidos
condicionada)
A visão mais aceita é que os
Atenção
processos cognitivos são tão
complexos que é muito difícil
estabelecer uma nítida diferença
entre sensação e percepção
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Sensação – Percepção – Cognição


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Sensação – Percepção – Cognição


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Representação Mental do Conhecimento

Representações são como estados mentais que


promovem um elo entre o organismo e um determinado
contexto. Têm como característica trazer em si mesmas os
objetos aos quais se referem, independentemente de os
mesmos estarem ou não em sua presença

Fonte: TEIXEIRA (1993)


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Representação Mental do Conhecimento


Histórico - Psicologia

Vorstellüng (MARTINS, 1998)

Freud: representação coisa (visual) – Ics


representação palavra (acústica) – PCs-Cs

Recalque da representação e Repressão do afeto

Representação
substitutiva
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Representação Mental do Conhecimento

A noção de representação pode ser entendida tanto num sentido


técnico, quanto num sentido psicológico

representação é como um conjunto


Sentido Psicológico de propriedades, relações e valores
ligados a um objeto do pensamento

Sentido Técnico é a expressão de um conhecimento


por meio de signos

O pesquisador é levado a construir representações (sentido técnico) das


representações (sentido psicológico) das pessoas

Fonte: LE-NY (1994)


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Representação Mental do Conhecimento


Psicologia

As “representações para a ação”, em


“representação pela referência a numerosos autores
ação” – estágio (Ochanine, 1969, 1978; Piaget, 1970;
sensório-motor Vermesh e Weill-Fasina, 1981; Leplat,
_Piaget, constante 1975; Montmollin, 1984; Davidson, 1989;
Teiger (1993) (re)elaboração Teiger, 1990; Weill-Fasina, 1990), são
divisão entre considerados aqui como redes de
“processo de crenças, de conhecimentos, de saberes,
representação” e de saber-fazer e de sensações
de “objeto das vivenciadas, construídas, selecionadas
representações” ao longo da história do sujeito, a partir
“representação para da experiência, da intenção e das
ação” – caráter necessidades da ação. Elas asseguram,
finalístico e situado inversamente, o guia e a organização da
ação com vistas à adaptação da conduta
ao seu objetivo (TEIGER, 1993)
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Representação Mental do Conhecimento

Características da Representação para Ação

Processos mentais ativos de tomada da consciência e para apropriação das


situações

Aspecto essencial: construir significados sobre uma situação - caráter


finalístico

Processo qualitativo de re(estruturação) constante e reorganização dos


conteúdos e do funcionamento cognitivo - processo de aprendizagem

Desenvolvimento contínuo

O processo representativo não é cristalizado. Continua se modificando no


contato com a atividade

Fonte: WEILL—FASSINA, Rabardel e DUBOIS (1993)


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Representação Mental do Conhecimento

Teiger (1993) Weill-Fasina (1990)

Funcional
Finalístico
Operativo
Seletivo
Dinâmico
Lacunar
Compósito
Conciso
Construção Subjetiva
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Representação Mental do Conhecimento

Carl G.
Jung e o
Numinoso
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Representação Mental do Conhecimento

Sua elaboração e desenvolvimento supõe pelo menos


três tipos de processos cognitivos

Memorização e Evocação

Esquematização (Categorização)

Antecipação

Fonte: TEIGER (1993)


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Memória
Componentes fundamentais

Percepção Ação
Codificação Armazenamento Recuperação Utilização
(entrada) (saída)
Processo de memorização

Características da memória
 A memória é associativa - fazemos constantemente ligações entre
representações
 A memória de curto termo tem uma capacidade muito limitada
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Memória

Memória
Buffer
Sensorial

Memória
de Curto RAM
Termo - MCT

Memória
de Longo Disco Rígido
Termo - MCT
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Memória
Memória Sensorial
Estrutura que guarda a informação sensorial (ex som, luz, odor,…), muitas
vezes sem que sejamos conscientes

Persistência da informação: 0,1 à 0,5 s


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Memória
Também denominada de Memória de Trabalho (Working Memory) ou Memória Operativa
Capacidade limitada de 7 +/- 2 itens (MILLER, 1956) para objetos sem significado
Atribui significado às informações
Memória de Curto Termo - MCT
Coordena a execução da tarefa para resolução de problemas
Perdemos, em alguns segundos, a informação estocada se, logo após a atividade de memorização, formos levados a realizar uma atividade ou tratar uma informação que nos distraia (HINTCH, 1987)
A lembrança de nomes de itens é, geralmente, melhor quando esses itens estão presentes na forma de imagens e não na forma de palavras (BADDELEY, 1986)
Quanto mais envelhecemos (sobretudo após os 55 anos), menos podemos reter informações na MCT (GARDINER, 1987)
O uso de palavras chave melhora a recuperação (BADDELEY, 1986)
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Memória
Memória de Longo Termo
Suporta o conjunto dos conhecimentos permanentes

A interação das informações ocorre por associação, a partir de índices presentes


na memória de trabalho que chamamos sondadores (WALKER & KINTCH, 1985)

A lembrança da MLT é melhor para imagens do que para palavras, e melhor para
palavras visualizadas do que para aquelas que não o são (GARDINER, 1987)
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Categorização

 Identificação e definição do problema

 Construção de uma estratégia de resolução

 Organização das informações

 Alocação de recursos cognitivos, a monitoração e a avaliação da


resolução
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Antecipação

Estratégias Tomada de
Resolução de Operatórias decisão
problemas
Consciência da Tipos de
Situação Raciocínio
Competências Heurísticas
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Ciclo de Resolução de Problemas

Identificação
do Problema
1
Avaliando a
Definição
resolução de
do Problema
problemas
2
7

Monitorando a Construindo
resolução de uma estratégia
problemas 3
6

Alocação de Organizando
recursos a informação
5 4

Fonte: STERNBERG (2001)


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Heurísticas

Heurísticas são “Atalhos” Cognitivos para reduzir a complexidade


dos processos de tomada de decisão e fazer julgamentos de forma
mais simples e imediata

Tais atalhos tornam mais leve a carga cognitiva de tomar decisões,


mas possibilitam uma chance maior de erro

Heurística de representatividade

Heurística de disponibilidade
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Tomada de Decisão

Herbert Simon
Prêmio Nobel - 1978

A pessoa como um ser limitado e racional

Devido as limitações da cognição humana, devemos usar métodos


de aproximação para executar a maioria das tarefas – (e.g. Xadrez)

Introduz o conceito de satisfação que consiste em fazer uma escolha


em um grupo de opções quando não se sabe muito sobre as
probabilidades adiante. Implica em se tomar um atalho (Heurísticas),
baseado no nível de aspiração
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Tomada de Decisão

H. Simon (1960)
Categorização do processo da Tomada de Decisão
1. Inteligência - identificação de um problema ou oportunidade
2. Projeto - identificação das soluções alternativas
3. Escolha - seleção de uma alterna-tiva ou uma combinação de alternati-vas)

Para Cañas e Waerns (2001) as atividades que uma pessoa realiza quando está
tomando decisões são as seguintes:
1. Observação – ou seja, antes de tomar uma decisão é necessário que a pessoa tenha toda
a informação que precisa
2. Avaliação – com a informação obtida deve-se avaliar a situação. Neste sentido a
informação deve combinar com os conhecimentos que a pessoa tem
3. Seleção de uma resposta – uma vez avaliada a situação, é necessário tomar uma decisão
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Arquiteturas Cognitivas
SOAR
Regras de Produção
Resolução de Problemas
a) espaço inicial,
b) espaço do problema
c) estado final desejado
Fonte: NEWELL, A. Unified theories of cognition. Harvard University Press, Cambridge MA,
1990

Estado Estado
inicial final
1 2 3 4 5
transformações – estados intermediários
Problema Solução
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Arquiteturas Cognitivas
GOMS
objetivos, operadores, métodos e regras de seleção
Variações: CMN, KLM, etc….)
Fonte: CARD, MORAN e NEWELL (1983) The Psychology of Human Computer
interaction. Lawrence Erlbaum, Hillsdale, NJ, 1983

CCT
Fonte: KIERAS D.E. e POLSON P.G.(1985) An Aproach to the formal analysis of user
complexity. Em International Journal of Man Machine Studies, n22 365-394

ACT-R
Fonte: ANDERSON, J.R. (1976) Language, memory and Thought. Lawrence Erlbaum,
Hillsdale, NJ

PATHFINDER
relações semânticas
Fonte: Apostila de Cognição
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Aprendizagem

Zona Proximal de Desenvolvimento – Vygotsky

Aprendizagem Significativa

Subsunçores (Teoria de Auzubel)

Aprendizagem Situada
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Modelo Mental

Modelo Mental como uma representação dinâmica criada


na Memória de Trabalho pela combinação de informações
estocadas na Memória de Longo Termo e as
características extraídas do ambiente

Fonte: CAÑAS, ANTOLI E WAERNS (2001)


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Modelo Mental

A mais importante característica do Modelo


Mental é a função de simular a realidade na
memória da trabalho (CAÑAS, SALMÉRON E
GÁMEZ, 2004)

Segundo Norman (1986) um modelo mental da


interação deve servir para especificar como as
variáveis psicológicas se relacionam com as
variáveis do sistema
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Modelo Mental

Um modelo é sempre uma redução


intencional e empobrecida da realidade,
“nessa dimensão, a perda ocasionada
pela simplificação é compensada pela
inteligibilidade que resulta da maior
clareza assim expressa entre seus
componentes
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Modelo Cognitivo
Atkinson & Shiffrin

Registro Memória Memória


(som, luz, etc.) proveniente

sensorial Curto-termo Longo


(MCT) termo
(MLT)
do ambiente

Processo de
Stimulus

Visual Controle:
•Autorepetição
Auditivo •Codificação
•Decisões
•Estratégias de
Tátil
recuperação

Resposta
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Modelo Cognitivo
Chapanis
Entradas Função Saídas

Stimuli Tratamento Respostas


da Informação

•Acompanhamento •Codificação e decodificação •Transmissão de


•Sensação •Memorização Informação
•Percepção •Lembrança •Execução
•Raciocínio •Respostas físicas
•Tomada de decisão
•Julgamento de valores
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Modelo Cognitivo
Norman

Objetivo

intenção Expectativa avaliação

Ação de
especificação interpretação

execução percepção
Atividade mental

............
Atividade física
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Modelo Cognitivo
Winckens
Recursos
de atenção
Estímulo

Respostas
Memória Resposta
Sensorial Percepção
Perception Decisão e de
Seleção de Execução
Resposta

Memória de
Trabalho

Memória de
Longo-termo Memória
Feedback
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Modelo Cognitivo
Endsley
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Modelo Cognitivo
Endsley
ITRODUÇÃO A COGNIÇÃO 42

Modelo Cognitivo
SRK - Rasmussen
Objetivos

Comportamento Decisão da
Identificação Planejamento
baseado em tarefa
Conhecimentos Simbólica
Comportamento
Associação Estoque
baseado em Reconhecimento
estado/tarefa de regras
Regras para tarefa
Signos

Comportamento Sinais Padrões


Formação sensórios motores
baseado na
automatizados
Habilidade

Entrada sensorial
Sinais Ações
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M. Eng. Sergio Luis dos Santos Lima


Maio de 2005

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