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Surgimento do Instituto de Santa Casa

No Brasil
No Brasil, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia surgiu ainda no período colonial,
instalando-se em Santos desde 1543, seguido pela Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro,
Olinda e São Paulo, sendo a primeira instituição hospitalar do país, destinada a atender aos
enfermos dos navios para evitar as doenças trazidas por marinheiros que chegavam aos
portos brasileiros - principal preocupação de “saúde pública” da época - e moradores das
cidades. Nesse período, entretanto, não se pode destacar nenhuma prática como científica,
por que esses saberes só emergiram no país a partir da vinda da Corte portuguesa e da
criação das faculdades de Medicina e de Direito.

A chegada da família real em terras brasileiras no início do século XIX contribuiu


diretamente para o surgimento das primeiras ações de saúde pública. Essas práticas
buscaram garantir que a mão-de-obra disponível estivesse saudável, de forma a permitir a
continuidade dos negócios implementados pela realeza em sua colônia.

No Brasil, a primeira Santa Casa foi fundada pelo fidalgo português e líder do povoado do
porto de São Vicente, Bráz Cubas, no ano de 1543, na Capitania de São Vicente (Vila de
Santos). Por volta de 1560, deu-se a possível criação da Confraria da Misericórdia de São
Paulo dos Campos de Piratininga que esteve alojada no Pátio do Colégio, nos Largos da
Glória e Misericórdia, sucessivamente. Logo surgiram a da Bahia, de Tomé de Sousa; a do
Espírito Santo e a do Rio de Janeiro, de José de Anchieta, a de Olinda, de João Pais Barreto, a
de São Paulo, e, em seguida, centenas de outras, servindo todas as regiões, sendo
responsáveis pelo atendimento da maioria da população carente do país

Essa lógica de saneamento das cidades e combate às doenças - que perdurou até a Primeira
República - fez com que os médicos ganhassem espaço na prestação de serviços àqueles
que podiam arcar com o valor de seus honorários, enquanto as Santas Casas recebiam os
indigentes e os pobres que, por sua vez, eram atendidos por um pequeno grupo de médicos
voluntários.

Com a Constituição Federal Brasileira de 1988 trouxe consigo uma inovação para o sistema de
saúde público brasileiro: a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). O sistema foi considerado
inovador por atuar com dois eixos norteadores: a integralidade e a universalidade,
características que não existiam no funcionamento dos sistemas de saúde anteriores.

Ao criar o SUS, o poder público não possuía estrutura para garantir o pleno atendimento da
população e garantiu, ainda no texto da Constituição de 1988, a possibilidade de contratação de
serviços de saúde da esfera privada para complementar a rede de atendimento, priorizando a
contratação de serviços de entidades filantrópicas e sem fins lucrativos. Esta categoria que
incluiu as Santas Casas, instituições muitas vezes centenárias cujas atividades de origem eram
filantrópicas e de caridade, e que passaram a desempenhar o papel de prestadores de serviços
remunerados pelo Estado.

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