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FUNDAMENTOS DE

ELETRICIDADE

22/09/2020
Circuitos Elétricos
Aula 02
ELEMENTOS BÁSICOS EM UM CIRCUITO ELÉTRICO

Circuito elétrico pode ser definido como um sistema de dispositivos


elétricos que estejam conectados entre si, possibilitando a circulação
de uma corrente elétrica.

Basicamente, um circuito elétrico deve ser composto pelos elementos


apresentados a seguir.

Fonte de alimentação: é o dispositivo capaz de prover ao circuito


elétrico uma força eletromotriz, ou tensão elétrica, de modo a
possibilitar neste a circulação de uma corrente elétrica, desde que
haja uma continuidade do circuito em toda sua extensão. Exemplos de
fontes de alimentação são as pilhas, baterias e geradores.

Condutores: são os meios nos quais os elétrons podem deslocar-se pelo


circuito elétrico. Pode-se, ainda, definir os condutores como os
dispositivos do sistema que realizam a interligação entre a fonte de
alimentação e a carga.

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Carga: é todo e qualquer dispositivo que consome certa energia da
fonte de alimentação. Uma resistência elétrica é uma carga,
entretanto, vários outros dispositivos diferentes de uma pura
resistência também são cargas. Aqui, o termo carga não significa a Aula 02
carga elétrica estudada no capítulo anterior; neste caso, entende-se
carga como sendo aquele dispositivo que consome uma determinada
energia da fonte de alimentação.

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Diversos são os modos como os dispositivos podem estar agrupados em
um circuito elétrico, mas isso dependerá da necessidade de cada
aplicação as suas distribuições.
Aula 02
Em uma residência ou comércio pode-se encontrar inúmeros circuitos
elétricos. O mais comum de ser evidenciado é o sistema de iluminação
de um ambiente, pois pode-se identificar a fonte de alimentação como
sendo a rede elétrica disponível pela companhia de energia elétrica.
Os condutores são os fios que conectam a rede elétrica até a carga,
sendo que, neste caso, a carga é a lâmpada.

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Nesse circuito, note que a representação da fonte de alimentação é
diferente da apresentada anteriormente.

Ainda sobre o circuito da figura anterior, observe que, uma corrente Aula 02
elétrica ao ser provida (alimentada) pela fonte, percorre o condutor e
atravessa a lâmpada, provocando então seu acionamento. Ao
atravessar a lâmpada, esta corrente com o auxílio do condutor retorna
à fonte de alimentação. Nesse cenário é possível identificar que houve
em todo o momento uma continuidade da corrente por todo o circuito
elétrico. Diz-se, então, que nesta condição, o circuito está fechado,
pois permitiu a circulação de corrente pelos componentes formadores
do sistema.

Abrir a chave, que até o momento estava fechada, provocará uma


interrupção no circuito. Desse modo, veja que não há como ter uma
continuidade no movimento dos elétrons pelo mesmo, não tendo,
então, nesta condição, uma circulação de corrente pelos condutores e,
consequentemente, através da lâmpada, fazendo-a ser desligada.

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Aula 02

Lembre-se de que o conceito de corrente elétrica é entendido como o


movimento ordenado de elétrons. Como o interruptor está aberto, não
há um modo para os elétrons se deslocarem continuamente por toda
extensão do circuito formado.

Um circuito elétrico pode não ser formado apenas por um único meio
de circulação para a corrente elétrica. Pode-se ter um conjunto de
dispositivos agrupando um circuito ainda maior, aumentando, neste
caso, sua complexidade.

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Esta condição requer uma análise mais detalhada sobre o


comportamento da tensão e corrente no circuito,

FONTE DE ALIMENTAÇÃO

Uma fonte de alimentação é o dispositivo em um circuito elétrico, que


tem a finalidade de prover uma força eletromotriz para o movimento
dos elétrons por todo o sistema.

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É possível separar as fontes de alimentação, ou ainda, fonte de tensão
devido às suas características funcionais, sendo elas:

Fonte de tensão constante; Aula 02


Fonte de tensão variável;

Fonte de tensão alternada.

FONTE DE TENSÃO CONSTANTE

Caracteriza-se uma fonte de tensão constante quando o nível da


alimentação da fonte apresenta a mesma intensidade no decorrer do
tempo. Em outras palavras, pode-se dizer que este tipo de fonte de
alimentação possui um valor constante para o nível de tensão durante
todo instante.

A simbologia prevista em um diagrama elétrico de uma fonte de tensão


constante

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Na figura apresentada a seguir, você pode analisar o comportamento
deste tipo de fonte.

Aula 02

Nesse tipo de fonte, como a força eletromotriz possui sempre o mesmo


valor e tem a mesma direção durante todo o seu tempo, esta condição
faz com que os elétrons sejam movimentados sempre para a mesma
direção e com a mesma força impulsionadora.

Esse comportamento pode ser observado na figura que segue, na qual


uma fonte de tensão constante alimenta um condutor que apresenta
uma determinada resistência.

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Aula 02

Note que o modelo de fonte mencionado tem uma polaridade bem


definida, não podendo ser conectada ao circuito de forma errada, ou
seja, invertida. Se esta condição de inversão ocorrer, o circuito poderá
ser danificado, dependendo da disposição do projeto.

Esse tipo de fonte é frequentemente utilizado em projetos de circuitos


eletrônicos que desejam uma fonte de tensão que tenha seu valor
sempre constante, como uma bateria automotiva.

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Aula 02

Note que o modelo de fonte mencionado tem uma polaridade bem


definida, não podendo ser conectada ao circuito de forma errada, ou
seja, invertida. Se esta condição de inversão ocorrer, o circuito poderá
ser danificado, dependendo da disposição do projeto.

Esse tipo de fonte é frequentemente utilizado em projetos de circuitos


eletrônicos que desejam uma fonte de tensão que tenha seu valor
sempre constante, como uma bateria automotiva.

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FONTE DE TENSÃO VARIÁVEL

Uma fonte de tensão variável tem uma característica similar à


anterior, diferindo apenas por possibilitar que a intensidade da tensão Aula 02
oferecida ao circuito possa ter seu valor ajustado.

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Aula 02

Observe que, nesta fonte, a intensidade da tensão elétrica está


oscilando à medida que o tempo está passando. Essa condição faz com
que os elétrons se movimentem sempre na mesma direção, mas com
uma força que os impulsiona que oscila na mesma proporção. Então,
nota-se que, quando a fonte está com um valor de intensidade menor,
a quantidade de elétrons se movimentando na direção determinada
pela fonte é menor, mas quando esta intensidade aumenta, a
quantidade de elétrons se deslocando também aumenta, voltando a ser
menor quando a fonte diminui seu valor de tensão. Esse
comportamento pode ser observado nas próximas figuras, que
apresentam estas condições.
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No gráfico abaixo, a intensidade da fonte apresenta um valor menor
inicial.

Aula 02

Em seguida, observe o que acontece quando a fonte aumenta sua


intensidade.

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Na sequência, a figura mostra o momento quando seu valor volta a
diminuir.

Aula 02

Os exemplos apresentados anteriormente ilustram o comportamento da


corrente elétrica, decorrente da oscilação da fonte de tensão variável.

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FONTE DE TENSÃO ALTERNADA

A principal característica de uma fonte de tensão alternada é


apresentar diferentes valores, durante o tempo que a fonte está Aula 02
alimentando o circuito. Em geral, pode-se dizer, ainda, que esta fonte
alterna o sentido de movimento dos elétrons, ou seja, o sentido de
circulação da corrente elétrica.

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Diferente dos outros modelos de fonte de alimentação, uma fonte


alternada tem a característica de forçar os elétrons a se deslocar
durante um momento em um sentido, e em outro momento o
deslocamento ocorre no sentido contrário. Esse fenômeno ocorre, pois
durante um tempo transcorrido, a força que movimenta os elétrons
está em uma direção, e em outro momento, esta força muda de
direção.

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Este comportamento ocorre periodicamente, ou seja, se repete de
tempos em tempos, conforme apresentado no gráfico a seguir.

Aula 02

Observe, no gráfico da fonte de tensão alternada, que quando a


intensidade da tensão está acima do eixo do tempo [s], pode-se dizer
que ela possui uma tensão positiva, mas quando esta intensidade
encontra-se abaixo do eixo do tempo [s], então pode-se associá-la a
uma tensão negativa. Ao dizer que a tensão está positiva ou negativa,
está se encontrando uma forma de dizer que o sentido da força está em
uma direção ou em outra.
Enfim, pelo motivo apresentado anteriormente é que se diz que uma
fonte é do tipo alternada, pois a grandeza de tensão elétrica varia sua
intensidade com o tempo de forma periódica, ou seja, de tempos em
tempos, mudando constantemente o sentido de sua força eletromotriz.
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CICLO E SEMICICLO

Quando o sinal sair de um valor zero, atingindo seu valor máximo, e


retornar novamente a zero, é denominado de semiciclo. Aula 02
E quando este sinal continua crescendo no sentido contrário, atingindo
o valor máximo oposto, e retornar novamente a zero, é denominado
de ciclo.

Um sinal alternado, gerado por uma fonte de tensão, também pode ser
denominado como sinal senoidal, pois apresenta as características
senoidais.

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PERÍODO E FREQUÊNCIA

O tempo transcorrido ao acontecimento de um ciclo é denominado de


período, ou seja, o período representa o tempo que o sinal leva para Aula 02
sair do seu valor zero, atingir um valor máximo positivo, retornar a
zero, novamente atingir o valor máximo negativo, e retornar a zero.

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A unidade de medida do período é o segundo [s], e representado pela
letra T. Contudo, a quantidade de ciclos que um sinal consegue
completar durante o tempo de 1 segundo é determinado como
frequência do sinal. Aula 02

A unidade da frequência é o Hertz [Hz], representado pela letra F. É


possível relacionar o período com a frequência mediante a equação
que segue.

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Onde:

F: Frequência do sinal - Hertz(Hz);


Aula 02
T: Período do sinal - segundo (s).

Exemplo: Um sinal alternado possui o período do seu ciclo igual a


0,02s. Determine a frequência do sinal.

Solução: utilizar a equação que relaciona a frequência com o período


do sinal.

VALOR DE PICO

Quando o sinal sai de um valor zero, antes de voltar ao mesmo ponto,


ele atinge um valor máximo. O valor máximo, chamado de amplitude
do sinal, é denominado de valor de pico.

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A tensão de pico da fonte representa a máxima força com que ela
consegue movimentar os elétrons internamente ao condutor.

Aula 02

A diferença entre o valor de pico positivo de um sinal, em relação ao


pico negativo deste sinal, é denominada de valor de pico a pico, ou
tensão de pico a pico.

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VALOR EFICAZ

Quando uma diferença de potencial é imposta a uma determinada


carga, uma energia é transferida para ela. Imagine, neste caso, que a Aula 02
carga seja uma resistência elétrica.

Se esta resistência for submetida a uma força eletromotriz constante,


será possível observar que certa energia foi entregue à carga, e
pode-se definir esta energia mediante a área que este sinal possui
acima do eixo do tempo [s], conforme segue.

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Em um sinal alternado, a média de energia também está relacionada à
área do sinal em relação ao eixo do tempo [s].

Aula 02

Um sinal alternado com um valor de pico, transfere a uma carga certa


energia. A definição de valor eficaz, ou tensão eficaz, representa o
valor que um sinal constante produz de efeito sobre a carga, em
termos de energia entregue, igualmente a um sinal alternado com
determinado valor de pico.

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A comparação entre o valor eficaz de um sinal alternado, e o seu valor
de pico, pode ser analisado na figura que segue. Tanto o semiciclo
positivo, quanto o negativo, produz energia sobre uma carga. Assim,
nesta figura foi transferido o semiciclo negativo para o lado superior Aula 02
do eixo do tempo [s], para uma melhor visualização comparativa entre
tensão eficaz e tensão de pico.

Note ainda que, se a área de todos os semiciclos for somada, será igual
à área representada pelo valor eficaz.

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Pode-se avaliar o valor eficaz de um sinal com seu valor de pico,
mediante a equação na sequência.

Aula 02

Onde:

Vef: Valor eficaz do sinal;

Vp: Valor de pico do sinal.

A equação anterior pode ser utilizada para determinar o valor eficaz de uma
tensão mediante seu valor de pico, ou encontrar o valor de pico em função da
tensão eficaz. Porém, essa equação pode também ser utilizada para determinar
o valor eficaz e de pico de uma corrente elétrica.

Lembrando apenas que, a relação acima é aplicável a sinais senoidais. Como a


rede elétrica de residências ou escritórios é alternada de forma senoidal,
pode-se utilizá-la.

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CONDUTORES E ISOLANTES

Os materiais são formados por átomos que possuem em sua


composição: elétrons, prótons e nêutrons. Dada à carga negativa do Aula 02
elétron, e positiva do próton, há uma força de atração existente entre
eles. No entanto, essa força é equilibrada em decorrência da força
centrífuga presente no elétron, devido ao seu giro em torno do núcleo.
Esse efeito atrativo entre próton e elétron, em conjunto com a força
centrífuga, é o que mantém o elétron preso na eletrosfera.

Como os elétrons estão distribuídos em camadas em torno do núcleo,


as partículas que situam-se na órbita de valência, possuem uma força
de atração menor com os prótons. Essa condição permite aos elétrons
situados nesta região tornarem-se elétrons livres quando uma energia
externa é fornecida a eles.

Nos materiais que apresentam uma grande quantidade de elétrons


livres, atribui-se a eles a denominação de condutores, pois permitem
com certa facilidade a condução da corrente elétrica. Todavia, aqueles
materiais que não possuem elétrons livres são denominados de
isolantes, uma vez que não possibilitam uma condução de corrente
elétrica com facilidade.

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Assim, pode-se dizer que os materiais condutores são os meios pelos
quais os elétrons podem se deslocar em um circuito elétrico. Sem eles,
não seria possível transferir a energia de uma fonte de alimentação
para a carga desejada, inviabilizando assim as aplicações. Dentro desse Aula 02
contexto, pode-se denominar os condutores como sendo os guias da
corrente elétrica. No entanto, um circuito não é sustentado apenas por
seus condutores, mas também por materiais que possam de alguma
forma garantir a proteção tanto do circuito elétrico como das pessoas
que o manipulam. Esses materiais chamam-se isolantes.

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CONDUTORES

A principal característica de um material condutor é dispor de um


grande número de elétrons livres que lhe permite desempenhar um Aula 02
papel importante na condução da corrente elétrica. Entretanto, será
esta a única característica que define a escolha adequada de um
material condutor para o uso nas aplicações?

Há outras grandezas elétricas envolvendo os condutores, que podem


ser importantes para a aplicação a que o material será submetido,
sendo necessária sua consideração. Sendo elas:

resistência elétrica do condutor;

coeficiente de temperatura;

capacidade de corrente.

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RESISTÊNCIA ELÉTRICA DO CONDUTOR

Todo condutor, apesar de possuir uma ótima condição para a passagem


da corrente elétrica, também dispõe de certa resistência elétrica Aula 02
intrínseca a ele. Em outras palavras, mesmo sendo pequena nesses
materiais, ela existe. Esse fenômeno é determinado pelo choque dos
elétrons que estão em movimento, com a estrutura interna do
material. As colisões entre elétron e estrutura atômica do condutor
provocam uma liberação de energia térmica por parte do elétron, que
notadamente verifica-se mediante o aquecimento do condutor. Esse é
chamado efeito joule, como você já estudou anteriormente.

A resistência intrínseca do material depende de alguns fatores, sendo


eles:

comprimento do condutor;

área da secção transversal do condutor;

resistividade do material.

Com essas informações e a equação a seguir, já definida


anteriormente, você pode determinar o valor final para a resistência
em um condutor.
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Com base na análise desses parâmetros, observa-se que:

o comprimento do condutor influencia em sua resistência elétrica.


Quanto maior seu comprimento, maior será a grandeza da resistência; Aula 02
quanto maior a área da secção transversal do material, menor será a
resistência elétrica, ou seja, quanto maior o diâmetro do condutor,
menor a resistência;

a resistência elétrica é dependente do material utilizado na formação


do condutor, sendo este parâmetro a resistividade do mesmo.

Notadamente, os condutores devem possuir a menor resistência


elétrica possível; do contrário, haverá uma dissipação de calor no
material que acarretará em uma perda de energia, que foi fornecida
pela fonte, para o sistema.

No entanto, há um parâmetro oposto à resistência que define a boa


condutividade do material, sendo ele a condutância. Essa grandeza
representa o quanto ele permite de condução da corrente elétrica. A
unidade da condutância é o siemens [s], representado pela letra G.
Como a condutância é o inverso da resistência, pode-se defini-la
conforme a equação a seguir.

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Onde:

G: Condutância elétrica - siemens (s);


Aula 02
R: Resistência elétrica - ohms (Ω).

Assim, a escolha adequada do material, no que se refere a essa


grandeza, é de fundamental importância para evitar perdas de energia
nos circuitos elétricos.

COEFICIENTE DE TEMPERATURA

Segundo Halliday (2009), quando um material condutor é submetido a


variações de temperatura, a sua resistividade sofre alterações,
aumentando ou diminuindo o valor final desta grandeza. Um aumento
ou diminuição no valor final da resistividade depende do material de
que o condutor é composto. Essa mudança na resistividade de um
condutor, mediante a variação da temperatura sobre o mesmo, é
denominada de coeficiente de temperatura.

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O cobre e o alumínio são exemplos de materiais que aumentam sua
resistência com o aumento da temperatura. Esse fenômeno ocorre,
pois ao aumentar a temperatura sobre o material, há uma maior
vibração na estrutura interna do condutor. O resultado é um aumento Aula 02
na dificuldade à movimentação das cargas elétricas, uma vez que os
elétrons tendem a ter uma maior possibilidade de choque com as
partículas do material.

Note que, quando o choque dos elétrons com a estrutura do condutor


aumenta, o efeito joule também aumenta.

Todavia, outros materiais apresentam um efeito oposto ao comentado


no parágrafo anterior. O carbono, por exemplo, tem uma diminuição
de sua resistência final, quando a temperatura sobre ele é acrescida.

Com base nessa característica que os condutores apresentam, a


escolha adequada do material é fundamental para que, em algumas
aplicações, a variação da resistência, devido à temperatura sobre o
mesmo, não seja fator impeditivo para seu uso. Em algumas
aplicações, os condutores são submetidos a condições ambientais de
temperatura elevada, exigindo, neste caso, uma análise cuidadosa do
material utilizado na composição do condutor. Quando se faz a seleção
de um condutor para uso, deve-se verificar junto ao seu fabricante
qual a resistência que ele apresenta para uma determinada
temperatura.
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CAPACIDADE DE CORRENTE

Em um circuito elétrico, os condutores são os responsáveis em fornecer


o meio para a passagem da corrente elétrica. Mas, será que não é Aula 02
necessário se preocupar com a intensidade da corrente que atravessa
esses condutores?

Todo material que é submetido a uma corrente elétrica tem um limite


para o valor dessa grandeza.

Como você estudou anteriormente, uma corrente, ao passar por um


condutor, gera aquecimento no material. O aquecimento, quando
excessivo, poderá comprometer o material isolante, ou seja, a capa
isolante. Esta capa tem a finalidade de garantir que o condutor não
entre em contato com os demais condutores, como também, garante
que qualquer pessoa, ao tocar no material, não seja submetida a um
choque elétrico. A degradação desta isolação poderá comprometer
esses benefícios, apresentando problemas funcionais ao sistema, como
também a qualquer pessoa que entre em contato com ele.

Os locais de aplicações de condutores, em grande parte, são locais que


podem apresentar certa dificuldade para um bom resfriamento. Essa
condição é um ponto que pode agravar o efeito que a temperatura
causa sobre o condutor.
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O excesso de corrente não é um ponto preocupante apenas quanto ao
aquecimento a ser ocasionado ao sistema, mas também aos intensos
valores que a estrutura do material consegue suportar.
Aula 02
Conforme já mostrado, a capacidade de condução que um condutor
suporta, depende do seu diâmetro, ou seja, da sua área da secção
transversal. Para o dimensionamento correto do parâmetro, pode-se
fazer uso de uma unidade de medida padronizada denominada de AWG
(American Wire Gauge). Como o AWG é representado por uma tabela,
quanto maior for o numeral que antecede a sigla, menor será o
diâmetro do condutor. Observe, por exemplo, na figura que segue, que
o fio condutor 24AWG possui um diâmetro maior que o condutor com
especificação de 30AWG.

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No padrão AWG é possível determinar a máxima corrente permitida no
condutor, sem que essa corrente possa gerar um aquecimento que
comprometa o sistema, versus o diâmetro do condutor.
Aula 02
Os condutores podem ser encontrados em algumas configurações, como
em fio maciço, o qual é composto apenas por um único condutor, e os
cabos com múltiplos fios.

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O cabo formado por múltiplos fios possui maior facilidade de trabalho
nas aplicações que se faz necessário uma maior flexibilidade mecânica
para a passagem do condutor, pois sua rigidez é menor que o fio
maciço. Aula 02
ISOLANTES

Os isolantes são aqueles materiais que não possuem elétrons livres,


condição esta que não permite a condução de corrente elétrica com
certa facilidade.

O objetivo principal de um material isolante em um circuito elétrico é


garantir que a corrente elétrica não circule por certos caminhos.
Exemplo desta aplicação são os condutores, nos quais a capa externa é
fabricada com material isolante para impedir que o condutor entre em
contato com outro material condutor, evitando, assim, o
funcionamento indesejado do circuito elétrico. Também serve para
garantir uma proteção contra acidentes ao usuário do sistema, de
modo que se este tocar o condutor quando uma corrente elétrica o
esteja atravessando, não seja submetido a um choque elétrico.

Numerosos são os materiais utilizados na fabricação de isolantes,


dentre eles pode-se citar a borracha, o plástico, o papel, entre outros.
Cada qual com suas características isolantes favoráveis a aplicações
específicas.
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Um exemplo é o papel, considerado um material com baixa capacidade
de isolação. A borracha, por sua vez, é um material utilizado com
frequência como cobertura isolante dos condutores, por ser esta uma
característica bastante acentuada neste material. Outra aplicação Aula 02
isolante da borracha é a fabricação de luvas de proteção em trabalhos
com alta tensão.

Apesar dos isolantes desempenharem um papel importante de oposição


à passagem da corrente elétrica, quando eles são submetidos a um alto
valor de diferença de potencial, uma circulação de corrente é
identificada passando pelos isolantes. Nessa condição, o material
deixou de ser um isolante e passou a conduzir uma corrente elétrica.

Note que, o fato da corrente atravessar o material só foi possível em


função do valor da tensão elétrica sobre o mesmo ter excedido os
limites de isolação permitidos pelo material. Este limite determinado
nos materiais é denominado de rigidez dielétrica. A rigidez dielétrica
pode ser entendida como o valor limite da diferença de potencial
aplicada ao material sem que ele seja danificado.

É importante você atentar que a escolha de um cabo depende não


apenas de sua capacidade de conduzir corrente elétrica, mas também
das suas características isolantes.

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RESISTORES

Todavia, quando se trabalha com projetos de circuitos eletrônicos, há


necessidade de limitar a corrente que flui por este circuito, e para Aula 02
atender esta necessidade é que surge um dispositivo eletrônico,
denominado de resistor.

Segundo Wolski (2012), o resistor é um componente eletrônico que


possui como sua característica central a oposição a passagem da
corrente elétrica, ou seja, a resistência elétrica.

APLICAÇÕES

Pode-se dizer que a principal aplicação do resistor é a limitação de


corrente que circula por um circuito eletrônico.

Uma vasta gama de circuitos eletrônicos pode fazer uso deste


dispositivo, desde circuitos de baixa potência, aqueles que lidam com
sinais elétricos de baixo valor, como também em conjuntos projetados
para operar com potências maiores.

Um detalhe importante, e que o projetista deve ficar atendo ao


utilizar o resistor, é sua potência elétrica, ou seja, sua capacidade de
dissipar calor.
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Ao dimensionar um dispositivo destes em qualquer projeto, a potência
que ele poderá dissipar deve ser maior que a potência real dissipada no
resistor quando estiver em uso no circuito, do contrário, o componente
será danificado. Aula 02
Como este dispositivo eletrônico possui as características da
resistência, sua unidade de medida também é o Ohm (Ω), representado
pela letra R.

O resistor pode ser representado também pela simbologia a seguir.

Algumas aplicações requerem a possibilidade de modificar o valor da


resistência do componente quando ele se encontra em uso. Por este
motivo é que além de resistores que possuem o valor da resistência
fixa, também estão disponíveis modelos que permitem que sua
resistência possa ser alterada, conforme simbologia apresentada
anteriormente.
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FUNCIONAMENTO

Você estudou anteriormente como funciona e qual a finalidade do uso


dos resistores em um circuito elétrico, mas para que isso seja perfeito, Aula 02
tem-se a necessidade de usá-lo dentro da sua capacidade resistiva.
Para tal, criou-se uma regra utilizando cores de maneira que seja
possível identificar o valor do componente. Prepare-se para conhecer
na sequência.

Os resistores dispõem em seu corpo de um conjunto de anéis coloridos


que representam o valor de sua resistência. Cada anel possui um
número associado a sua cor, de modo que a sequência da disposição da
cor desses anéis determina o valor da resistência do componente.

CÓDIGO DE CORES

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O valor do componente pode ser extraído mediante a leitura, em
sequência, dos anéis presentes no corpo do dispositivo.

Aula 02

1º Anel: primeiro algarismo que representa o valor da resistência


elétrica;

2º Anel: segundo algarismo que representa o valor da resistência


elétrica;

3º Anel: fator que multiplica o número formado pelos dois primeiros


algarismos;

4º Anel: representa a tolerância do dispositivo.

Cada anel é representado por determinada cor.


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O número referente a cada cor pode ser visto no quadro que segue.

Aula 02

Para a leitura do valor da resistência pode-se adotar a sequência a


seguir:

1) verificar no quadro o número referente à cor do primeiro anel;

2) verificar no quadro o número referente à cor do segundo anel;

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3) fazer a multiplicação dos dois primeiros algarismos formados no
passo 1 e passo 2, pelo fator de multiplicação referente à cor do
terceiro anel;
Aula 02
4) verificar no quadro a tolerância do componente mediante a cor do
quarto anel.

Exemplo: encontrar o valor da resistência referente a um resistor com


a seguinte sequência de cores:

1º Anel: Amarelo;

2º Anel: Vermelho;

3º Anel: Marrom;

4º Anel: Vermelho.

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Solução:

Para a solução deste problema, primeiro deve se consultar no quadro a


cor referente a cada anel. Aula 02
Anel 1: Amarelo = 4;

Anel 2: Vermelho = 2;

Anel 3: Marrom = x 10;

Anel 4: Vermelho = +/- 2%.

Realizam-se, então, os passos citados anteriormente:

Valor da resistência: 42 x 10 = 420Ω; Tolerância: +/- 2%.

O valor da resistência deste componente é 420Ω, com tolerância de


+/-2%.

Há casos em que o componente possui cinco ou seis anéis coloridos.


Quando representado por cinco anéis para cálculo do valor da
resistência, o terceiro anel passa a ser considerado como o terceiro
algarismo do valor da resistência elétrica, o quarto anel o fator
multiplicador,
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e o quinto a tolerância do resistor.
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Em alguns projetos não se encontra o valor exato da resistência


desejada para uso. Quando isso ocorre, como se deve proceder? Aula 02
Nesta situação, é necessário fazer uso da técnica de associação de
resistores. Associar resistores é um modo de conectar esses
componentes com o objetivo de fazer com que o conjunto possa
produzir um efeito referente à resistência elétrica desejada,
igualmente a um único resistor com aquele valor.

O valor de resistência elétrica obtida ao final da associação


denomina-se de resistência elétrica equivalente.

Associação Série: neste tipo de associação, os componentes estão


ligados de forma serial, ou seja, um após o outro.

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ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Em alguns projetos não se encontra o valor exato da resistência


desejada para uso. Quando isso ocorre, como se deve proceder? Aula 02
Nesta situação, é necessário fazer uso da técnica de associação de
resistores. Associar resistores é um modo de conectar esses
componentes com o objetivo de fazer com que o conjunto possa
produzir um efeito referente à resistência elétrica desejada,
igualmente a um único resistor com aquele valor.

O valor de resistência elétrica obtida ao final da associação


denomina-se de resistência elétrica equivalente.

Associação Série: neste tipo de associação, os componentes estão


ligados de forma serial, ou seja, um após o outro.

Em uma associação série, o valor da resistência equivalente é dado


mediante a soma do valor dos resistores.

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ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Em alguns projetos não se encontra o valor exato da resistência


desejada para uso. Quando isso ocorre, como se deve proceder? Aula 02
Nesta situação, é necessário fazer uso da técnica de associação de
resistores. Associar resistores é um modo de conectar esses
componentes com o objetivo de fazer com que o conjunto possa
produzir um efeito referente à resistência elétrica desejada,
igualmente a um único resistor com aquele valor.

O valor de resistência elétrica obtida ao final da associação


denomina-se de resistência elétrica equivalente.

Associação Série: neste tipo de associação, os componentes estão


ligados de forma serial, ou seja, um após o outro.

Em uma associação série, o valor da resistência equivalente é dado


mediante a soma do valor dos resistores.

Exemplo:

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Solução:

Associação Paralela: neste tipo de associação, os componentes estão


Aula 02
ligados paralelamente um ao outro, conforme você pode observar na
figura que segue.

Em uma associação paralela, o valor da resistência equivalente é


calculado mediante a equação a seguir

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Exemplo:

Aula 02

Solução:

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Alguns passos facilitadores podem ser adotados na determinação da
resistência equivalente em uma associação paralela, sendo eles:

a) associar resistores paralelos de dois em dois, conforme a seguinte Aula 02


equação:

b) nas associações de “n” resistores em paralelo que apresentam o


mesmo valor, pode ser determinada sua equivalência da seguinte
forma:

Onde:

N: Número de resistores presentes na associação;

R: valor de um único resistor.

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Associação Mista: neste tipo de associação, os componentes estão
conectados na forma, associação em série e na associação em paralela
no mesmo circuito, conforme você observa na figura que segue.
Aula 02

Em uma associação mista, o valor da resistência equivalente é


determinado, resolvendo-se as associações em série e em paralelo
individualmente.

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DIVISOR DE TENSÃO

Quando uma fonte de tensão alimenta um sistema com resistências


associadas em série, observe que o valor da tensão da fonte irá se Aula 02
distribuir pelas resistências presentes na associação. Neste caso, diz-se
que a soma das quedas de tensões nos resistores do conjunto será igual
à tensão da fonte, conforme ilustra a figura a seguir.

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Aula 02

Note que a corrente no circuito foi produzida pela tensão da fonte


aplicada sobre a resistência equivalente do circuito. A intensidade
desta corrente pode ser encontrada aplicando-se a lei de ohm sobre a
resistência equivalente.

Observando a distribuição da tensão sobre cada resistor, nota-se que a


soma das tensões em cada componente é igual à tensão da fonte.

Essa condição leva ao conceito de divisor de tensão, topologia em que


um circuito eletrônico tem como finalidade dividir a tensão sobre cada
resistor presente em uma associação em série. Ainda, o valor da tensão
sobre cada dispositivo dependerá do valor de sua resistência. Para
determinar a queda de tensão sobre cada componente, aplica-se a lei
de ohm em cada resistor. Notadamente, como a corrente total que sai
da fonte foi produzida pela resistência equivalente do circuito, a
corrente que atravessa cada resistor possuirá o mesmo valor.
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Com base no contexto estudado, pode-se fazer duas observações
bastante pertinentes:

em uma associação de resistores em série, a tensão da fonte irá se Aula 02


distribuir pelas resistências associadas, de acordo com o valor de cada
resistor;

a corrente elétrica em uma associação em série de resistores será a


mesma em cada componente.

Vale ressaltar que o divisor de tensão não se aplica apenas aos


resistores, mas sim a toda e qualquer carga resistiva que seja
alimentada por uma fonte de tensão.

DIVISOR DE CORRENTE

Quando uma fonte de tensão alimenta uma associação de resistências


em paralelo, você deverá observar que o valor da corrente fornecida
pela fonte irá se dividir pelas resistências associadas. Nessa condição,
pode-se afirmar que a soma das correntes que atravessa cada resistor
será igual à corrente que sai da fonte, conforme a figura apresentada a
seguir.
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Aula 02

Novamente, como a corrente no circuito foi produzida pela tensão da


fonte aplicada sobre a resistência equivalente do mesmo, a intensidade
desta corrente pode ser encontrada aplicando-se a lei de ohm sobre a
resistência equivalente.

Nessa distribuição, a soma das correntes através de cada resistor será


igual à corrente total fornecida pela fonte. Assim, esta condição leva
ao conceito do divisor de corrente, sendo que esta topologia divide a
corrente total da fonte entre cada resistor presente na associação.

Note ainda que, a corrente de cada componente dependerá do valor de


sua resistência. A determinação da corrente sobre os resistores pode
ser encontrada aplicando-se a lei de ohm sobre cada um. Ao contrário
da associação em série, em uma associação em paralelo, como todos os
resistores estão em paralelo com a fonte, a tensão sobre cada um terá
o mesmo valor.
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Novamente, como a corrente no circuito foi produzida pela tensão da
fonte aplicada sobre a resistência equivalente do mesmo, a intensidade
desta corrente pode ser encontrada aplicando-se a lei de ohm sobre a
resistência equivalente. Aula 02
Nessa distribuição, a soma das correntes através de cada resistor será
igual à corrente total fornecida pela fonte. Assim, esta condição leva
ao conceito do divisor de corrente, sendo que esta topologia divide a
corrente total da fonte entre cada resistor presente na associação.

Note ainda que, a corrente de cada componente dependerá do valor de


sua resistência. A determinação da corrente sobre os resistores pode
ser encontrada aplicando-se a lei de ohm sobre cada um. Ao contrário
da associação em série, em uma associação em paralelo, como todos os
resistores estão em paralelo com a fonte, a tensão sobre cada um terá
o mesmo valor.

TIPOS DE RESISTORES

Uma vasta gama de resistores pode ser encontrado; no entanto,


pode-se dividi-los em dois grupos:

resistores fixos: não permitem que sua resistência elétrica seja


alterada;
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Resistores variáveis: permitem alterar sua resistência elétrica.

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RESISTORES FIXOS

Dentre os resistores fixos pode-se destacar o resistor de carbono e o


resistor de fio enrolado. Outro tipo de resistor é o SMD (Dispositivo de
Montagem Superficial), que também é um resistor do tipo fixo. O SMD é
um dispositivo de montagem superficial, ou seja, são componentes
concebidos para serem soldados diretamente sobre a PCI (Placa de
Circuito Impresso). O resistor SMD não possui terminais para serem
atravessados na placa, seus terminais estão acoplados diretamente ao
corpo do mesmo.

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RESISTORES VARIÁVEIS

Já os resistores variáveis permitem que se altere sua resistência


elétrica mediante um mecanismo externo, permitindo, assim, seu uso Aula 02
em circuitos que necessitam alterar a resistência do dispositivo durante
seu uso.

O potenciômetro, por exemplo, permite o controle do valor da


resistência por meio de seu cabo externo. Com o trimpot é possível
controlar o valor da resistência, porém, diferente do potenciômetro,
não possui cabo externo. Seu ajuste é feito diretamente em seu corpo.
Já o foto-resistor possibilita que sua resistência elétrica seja alterada
mediante incidência de luz em sua superfície superior.
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CAPACITORES

Os capacitores são dispositivos eletrônicos como o resistor que


convertem energia elétrica em energia térmica, devido a sua Aula 02
característica de oposição a passagem da corrente elétrica. Contudo,
será que há dispositivos que possibilitam algum modo de
armazenamento de energia?

Para que se possa armazenar certa quantidade de energia fornecida por


uma fonte de tensão a um circuito eletrônico, pode-se fazer uso do
capacitor. Segundo Wolski (2012), o capacitor tem como principal
função o armazenamento de energia mediante o acúmulo de cargas
elétricas em suas placas.

APLICAÇÕES

Dentre as aplicações do capacitor, a principal é o seu armazenamento


de energia devido ao acúmulo das cargas elétricas. Essa condição é
possível, pois a construção física do dispositivo permite que as
partículas sejam armazenadas em placas condutoras que estão
conectadas aos terminais do componente.

Esse fenômeno de armazenamento de energia por meio do acúmulo de


cargas é denominado de capacitância.
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A unidade para medir a capacitância é o farad, representado pela letra
F. Pode-se determinar a capacitância de um capacitor, mediante a
seguinte equação.
Aula 02
Onde:

C: Capacitância - Farad (F);

Q: Quantidade da carga armazenada - Coulomb (C);

V: Tensão do capacitor - Volt (V).

Note que, o fato do dispositivo permitir que cargas sejam alocadas


internamente gera uma diferença de potencial disponível entre seus
terminais. Assim, na equação anterior, a capacitância é definida como
uma relação entre a quantidade de cargas armazenadas no dispositivo
dividida pela tensão elétrica entre seus terminais.

A simbologia do capacitor você pode identificar na figura a seguir.

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Esse componente tem uma grande utilidade na eletrônica. Dentre suas
aplicações, pode-se citar o uso em circuitos retificadores, no qual sua
função é garantir a menor oscilação possível da tensão na saída do
circuito. Aula 02
Como em muitas aplicações, o uso de um capacitor com valor fixo não
se enquadra, há dispositivos que permitem a variação da capacitância,
ou seja, o capacitor variável. Este último tem muita utilidade em
sintonizadores de rádio, pois, para permitir a seleção da estação na
frequência desejada, um ajuste de capacitância é necessário.

FUNCIONAMENTO

Um capacitor pode ser estruturado basicamente, conforme a


composição ilustrada na figura que segue.

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As partes que compõem o capacitor numeradas na figura são:

1) dois terminais condutores;


Aula 02
2) duas placas condutoras para o armazenamento das cargas elétricas;

3) isolante entre as placas condutoras, também conhecido como


dielétrico.

Nesta composição, os terminais são os responsáveis em garantir a


conexão do componente ao circuito elétrico. Já, as placas condutoras
são o meio pelo qual o capacitor consegue realizar o armazenamento
das cargas elétricas em sua estrutura interna; assim, quanto maior a
sua área, maior será o armazenamento. O dielétrico é composto
basicamente por um material isolante, pois seu objetivo é garantir que
as duas placas que formam o capacitor não tenham qualquer contato
entre elas. Ele pode ser formado pelo ar, ou de material de borracha,
vidro, mica, entre outros. O importante é que ele garanta uma boa
isolação entre as placas do capacitor.

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O modelo exemplificado na figura anterior para o componente é
conhecido como capacitor de placas paralelas, pois, notadamente,
observa-se que suas placas estão paralelas entre si. No entanto, o
formato das placas, bem como o material utilizado como dielétrico, Aula 02
dependerá do valor de capacitância desejado para o dispositivo, ou
seja, quanto maior a necessidade do armazenamento de carga no
capacitor, maior deverá ser a área das placas condutoras do mesmo.
Outro tipo de capacitor, o eletrolítico, possui o tamanho das placas
maior devido à sua disposição física, o que possibilita ao dispositivo um
maior acúmulo de cargas.

ARMAZENAMENTO DE CARGA

Para que o capacitor possa ter um acúmulo de cargas em suas placas,


ele deve ser submetido ao fornecimento de uma energia, provida por
uma fonte de tensão.

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Inicialmente, o capacitor possui suas placas em equilíbrio, ou seja, o
número de cargas positivas é igual às cargas negativas.

Ao conectar os terminais de um capacitor a uma fonte de tensão, Aula 02


cargas elétricas provenientes da fonte serão transferidas para as placas
do capacitor.
Esse processo faz com que o lado positivo da fonte atraia as cargas
negativas na placa conectada a seu terminal, e acaba por repelir as
cargas positivas nesta placa. O processo inverso ocorre na outra placa.

Após finalizar o processo de transferência de cargas da fonte para o


componente, ao desconectar o dispositivo, será possível notar que ele
manterá cargas positivas em uma placa e cargas negativas na outra.
Então, surge no capacitor uma diferença de potencial entre seus
terminais, em geral, com o mesmo valor da tensão da fonte de
alimentação.

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O tempo de carga do dispositivo pode ser controlado mediante o uso de
um resistor em série com o capacitor.

Essa disposição permite um controle sobre a transferência de cargas da Aula 02


fonte para o componente, ou seja, limitando a corrente elétrica.

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Aula 02

No gráfico apresentado anteriormente, note que o tempo necessário


para que o capacitor seja carregado totalmente com o valor da tensão
da fonte é igual a cinco vezes o valor do capacitor multiplicado pelo
resistor.

Neste ponto, pode-se considerar o componente carregado totalmente.


Tempo de carga = 5.R.C
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O processo de descarga do componente pode ser obtido oferecendo um
meio para que as placas fiquem em equilíbrio novamente, neste caso,
interconectando os próprios terminais do capacitor. Para tal, observe a
figura a seguir, na qual um resistor oferece um meio para o Aula 02
deslocamento das cargas entre as placas do capacitor.

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Durante a descarga do componente, o resistor novamente limitará o tempo
que o dispositivo levará para estar totalmente descarregado.
No entanto, a curva é similar ao processo de carga, conforme apresentado na
figura que segue. Aula 02

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ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES

Pelo mesmo motivo que se faz necessário uma associação de resistores,


pode-se fazer uso da associação de capacitores, com o objetivo de Aula 02
encontrar um capacitor equivalente para uso em um circuito elétrico.
Associação em Série: neste tipo de associação, os capacitores estão
conectados conforme o modelo a seguir.

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ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES

Pelo mesmo motivo que se faz necessário uma associação de resistores,


pode-se fazer uso da associação de capacitores, com o objetivo de Aula 02
encontrar um capacitor equivalente para uso em um circuito elétrico.
Associação em Série: neste tipo de associação, os capacitores estão
conectados conforme o modelo a seguir.

E a capacitância equivalente é definida por:

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Associação Paralela: na associação paralela os capacitores estão
conectados conforme o modelo a seguir.

Aula 02

E a capacitância equivalente é definida por:

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Associação Mista: uma associação mista é caracterizada quando
capacitores são associados de modo paralelo e série. Como pode ser
visto na figura que segue.
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TIPOS

Os capacitores podem ser divididos em:


Aula 02
Capacitores fixos: não permitem que o valor da capacitância seja
alterado.

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Capacitores variáveis: esses capacitores possibilitam o ajuste da
capacitância durante seu uso.

Aula 02

Note que uma diversidade de capacitores está disponível para uso e


cada um possui uma característica que lhe enquadra melhor em uma
ou outra aplicação.
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