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Meio Ambiente,

Desenvolvimento
e Sustentabilidade
Unidade 1
Fundamentos sobre Meio Ambiente
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
GABRIELLA ELDERETI MACHADO
STEPHANIE FREIRE BRITO
AUTORIA
Gabriella Eldereti Machado
Sou licenciada em Química, com uma experiência técnico-
profissional na área de Meio Ambiente de mais de três anos. Pós-graduada
em Educação Ambiental e Educação, sou apaixonada pelo que faço e
adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando
em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

Stephanie Freire Brito


Sou paraibana, formada em Administração pela Universidade
Federal da Paraíba (2016), possuo MBA em Marketing e Inteligência de
Mercado (2018) e Mestrado em Administração pela Universidade Federal
de Campina Grande – UFCG (2021). Atualmente desenvolvo pesquisas
científicas na área de gestão de cidades, indicadores de sustentabilidade,
Smart Cities, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ministro
cursos e palestras na área de negócios e atuo como professora conteudista.
Sou empreendedora, e estou muito satisfeita em poder colaborar com o
seu crescimento profissional através do estudo.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Meio ambiente...............................................................................................12

Meio ambiente: conceitos norteadores........................................................................... 12

Os cuidados com o Meio Ambiente................................................................................... 14

Conhecendo a Política Nacional do Meio Ambiente............................................. 17

Fundamentos da ecologia........................................................................23

Contextualização da ecologia.................................................................................................23

Introdução à ecologia...................................................................................................................25

Temas aplicados em Ecologia................................................................................................29

Ecologia e Sustentabilidade................................................................................. 31

A ecologia e a pandemia do COVID-19........................................................32

Evolução da consciência ambiental.....................................................35

Contextualizando o processo de consciência ambiental...................................35

Evolução histórica da preocupação ambiental......................................................... 36

O estágio reativo da preocupação ambiental......................................... 36

O estágio preventivo da preocupação ambiental................................ 38

O estágio proativo da preocupação ambiental...................................... 40

A educação ambiental no processo de sensibilização com o meio


ambiente.................................................................................................................................................42
Novos padrões ambientais.......................................................................45

Temas emergentes da problemática ambiental.......................................................45

Contextualizando a raiz de alguns problemas........................................45

Tipos de poluição.........................................................................................................47

O processo de urbanização................................................................................. 50

Cidades Sustentáveis e Inteligentes............................................ 51

Desmatamento e degradação............................................................................53
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 9

01
UNIDADE
10 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

INTRODUÇÃO
Você sabia que a área do Meio Ambiente é uma das mais
importantes à vida no Planeta, cultivo de espécies de plantas e
animais, bem como à preservação dos biomas? Mas, será mesmo que
conhecemos todas as relações e conceitos que permeiam este tema? E
ainda, por que a preservação do Meio ambiente é tão necessária? A área
ambiental faz parte da cadeia de relações e processos que envolvem a
Ecologia e a sustentabilidade. O Meio ambiente é compreendido como o
conjunto de sistemas ecológicos, incluindo a vegetação, animais, micro-
organismos, solo, rochas, atmosfera e fenômenos naturais, ou seja, tudo
que constitui a natureza como conhecemos. Desse modo, a conservação
do meio ambiente proporciona a conservação das formas de vida na
terra. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar neste
universo!
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 11

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término
desta etapa de estudos:

1. Interpretar como funciona o Meio ambiente.

2. Explicar os conceitos fundamentais da Ecologia.

3. Identificar e solucionar processos relacionados à construção da


consciência ambiental.

4. Reconhecer os novos padrões ambientais.

Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho! A persistência é o caminho para o êxito, vamos lá!
12 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Meio ambiente

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como funciona o meio ambiente. Isso será fundamental
para conhecer a importância da preservação da natureza
mantendo a saúde do planeta e de todos os seres vivos
que o habitam. E então, motivado para desenvolver essa
competência? Vamos lá, avante!

Meio ambiente: conceitos norteadores


Antes de discutir sobre o meio ambiente, vamos questionar
sobre sua definição. De modo indutivo, o que vem à sua cabeça sobre
o conceito de meio ambiente? Se uma pessoa perguntar a você o que
é meio ambiente, o que você responderá? É possível que pense em
responder que o meio ambiente é a natureza, ou que é o mar, as árvores,
rios, florestas e os animais.
Figura 1 - Tudo compõe o meio ambiente

Fonte: Freepik
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 13

Se essa for a sua resposta, saiba que ela não estará errada, mas sim
incompleta, e iremos entender a razão. Na verdade, o meio ambiente é
tudo que nos cerca, além da natureza, do mar, das árvores, rios, florestas
e animais... o meio ambiente é composto também pelos seres humanos e
por tudo que nos cerca, a luz do sol, o ar, as construções, as plantações,
as atividades produtivas e todas as espécies, formam o meio ambiente, ou
seja, podemos afirmar que o meio ambiente é tudo, tudo que nos cerca.
São as coisas vivas, e não vivas.

A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) na Lei 6.938 de


1981 art. 3° define ‘Meio Ambiente’ como “o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

Essa definição de meio ambiente transmite uma noção de


amplitude que envolve uma gama infinita de fatores, uma vez que tudo
que pudermos pensar que existe na terra, interage e influência nas formas
de vida e no modo como cada vida dessa age, uma vez que tudo está
conectado e a alteração de cada fator interfere em outro.

Em outras palavras, entende-se como meio ambiente a totalidade


dos fatores que norteiam e é base da vida biológica de um organismo
e de uma população. Meio ambiente é um termo amplo em seu
entendimento, devido às diversas compreensões da vida e da natureza,
sejam elas filosóficas, criacionistas ou científicas. O meio ambiente, em
sua totalidade, engloba os seres vivos e os não-vivos, ou seja, tudo o que
compõe o Planeta Terra: a água, o solo, a vegetação, o clima, os animais,
os seres humanos.

Para Charles Darwin, o que predomina na natureza é a seleção


natural, ou seja, a evolução das espécies, onde grupos de indivíduos seriam
mais adaptáveis do que outros, ocorrendo com todas as populações de
seres vivos, no seguinte princípio: alguns grupos de populações possuem
características hereditárias favoráveis à sobrevivência; e outros grupos de
populações possuem características desfavoráveis à sobrevivência.
14 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Desse modo, a natureza é o produto dessas leis e eventos naturais,


conceituada por Darwin como um sistema de leis ordenado a partir de
fenômenos do mundo natural.

Temos ainda a concepção mais contemporânea de Edgar Morin


(2001), o qual reflete que a natureza é uma totalidade complexa, e o ser
humano não é uma entidade isolada, mas sim parte dessa complexidade,
associado ao ecossistema. A partir dessa reflexão feita pelo sociólogo, é
possível compreender melhor a natureza como um sistema complexo,
que tem relações ecológicas, sociais e humanas.

Dessa maneira, é por meio da cultura que o Homem se diferencia


das demais espécies, pois a cultura promove processos de civilização,
que transformam o indivíduo, que nasceu no ambiente natural para o
sociocultural. Em diálogo com esse pensamento, Fritjof Capra (1996)
assegura que a natureza é uma teia interconexa de relações.

Com os estudos citados anteriormente, podemos compreender


que cada cultura trata e lida com a natureza de forma diferente, umas
cuidando mais e outras sendo descuidadas com os recursos naturais. As
sociedades e os ecossistemas podem, enquanto sistemas vivos, alcançar
a sustentabilidade a partir da mudança de paradigmas que envolvem a
consciência ambiental.

Sabendo que tudo na natureza é interconectado e que a alteração


em um aspecto interfere no funcionamento de outro, devemos lembrar
que, não é porque tudo é meio ambiente, que todas as ações são
favoráveis ao seu funcionamento, pois muitas ações podem ser danosas
e impactar negativamente no funcionamento natural de todas as coisas,
por esse motivo, ações de preservação e cuidados com o meio ambiente
são ações que merecem devida atenção.

Os cuidados com o Meio Ambiente


A preservação e a conservação, em relação à preservação
ambiental, são entendidas como proteção sem haver a intervenção do
Homem. Isso significa considerar a natureza de forma intocável, sem a
presença humana ou da pretensão econômica da mesma, conforme você
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 15

pode observar na ilustração a seguir, um exemplo desse processo de


preservação em contraste com a poluição.
Figura 2 - Preservação ambiental e poluição

Fonte: Freepik

O conceito de preservação ambiental apresenta, por vezes, alguma


confusão em relação ao seu sentido e ao conceito de conservação
ambiental. No entanto, Costa, Oliveira e Santos (2018) esclarecem o
contexto do termo ao afirmar que:
É notório que o termo “preservação ambiental” tem seu
uso consagrado pelas lutas ambientais enfrentadas desde
o século passado, sendo disseminada nos vários âmbitos
da sociedade e, portanto, acaba por ser usada para
conceituar tudo que está relacionado a proteção do meio
ambiente. (COSTA; OLIVEIRA; SANTOS, 2018 p.11)

A conservação ambiental é compreendida como o processo de


proteção e uso racional da natureza, por exemplo, no uso sustentável em
áreas de conservação, que permite a presença do Homem no ambiente
de forma harmônica.

Ela tem como objetivo a proteção da biodiversidade, a restauração do


ambiente e dos ecossistemas, o cuidado com as espécies, principalmente
as em extinção e a promoção do desenvolvimento sustentável. O Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), apresenta a definição de
‘conservação da natureza’ como:
16 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

O manejo do uso humano da natureza, compreendendo


a preservação, a manutenção, a utilização sustentável,
a restauração e a recuperação do ambiente natural,
para que possa produzir o maior benefício, em bases
sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial
de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações
futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em
geral. (BRASIL, 2000)

Porém, para que se consolide de fato, a preservação e a conservação


ambiental ainda esbarram em problemas historicamente enraizados, tais
como: mudanças climáticas, efeito estufa, aquecimento global, poluição
da água, poluição do ar, destruição da camada de ozônio, extinção de
espécies, chuva ácida, desmatamento, desertificação e poluição.
Figura 3 - Conservação ambiental

Fonte: Freepik

Além disso, a questão atual da sustentabilidade traz conceitos


que permeiam a educação ambiental, os fatores econômicos, as novas
economias, e a cultura social para a paz e ética com o meio ambiente.
Esses conceitos ainda são grandes desafios para a sociedade em geral,
mas é importante enfatizar que há iniciativas no âmbito das políticas
públicas para que isso se efetive.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 17

No contexto brasileiro, a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº


6.938/1981), define instrumentos e propostas de ações para promover a
proteção do meio ambiente.

A legislação é uma aliada dos ambientalistas e da sociedade civil na


atuação de cuidado com o meio ambiente.

No âmbito da educação, como forma de promoção da consciência


ambiental, se tem a Política Nacional da Educação Ambiental (Lei nº
9.795/1999). Vale destacar ainda a Lei de Crimes Ambientais (Lei n.º
9.605/1998) e a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/1997).

Ações praticadas no meio ambiente interferem na vida de todos


e devem gerar responsabilidades a quem os pratica, por esse motivo,
essas ações e seus efeitos possuem regulamentações e vigências na
lei. O conhecimento sobre esses pontos possibilita maior clareza sobre
o que se deve ou não ser praticado nesse meio. Vejamos adiante mais
informações acerca de políticas elaboradas para esses fins.

Conhecendo a Política Nacional do Meio


Ambiente
A partir de agora, iremos conhecer a Política Nacional do Meio
Ambiente (1981), que contempla os fins e meios de formulação e aplicação
de orientações e políticas referentes ao meio ambiente.

Essa política tem como objetivo promover a preservação, melhoria


e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, com o propósito de
assegurar que haja condições para o desenvolvimento socioeconômico
(BRASIL, 1981). Isso ocorre como modo de incentivo ao convívio e à atuação
cidadã frente aos problemas ambientais, além de fornecer mecanismos
legais para essa atuação: a própria legislação.

Sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, veremos a seguir


alguns incisos que você precisa observar, são eles:

Consoante ao Artigo 2º da Política Nacional do Meio Ambiente, temos


que a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
18 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico,


aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida
humana, atendidos alguns princípios que conheceremos a seguir.

Você irá conhecer melhor sobre os princípios que norteiam e


fundamentam essa lei. Vamos lá! O artigo 2° da Lei n° 6938/81 indica os
princípios que a Política Nacional do Meio Ambiente busca atender, o
quais são:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio
ecológico, considerando o meio ambiente como um
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e


do ar;

III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos


ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de


áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou


efetivamente poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias


orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos
ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas;

IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis de ensino,


inclusive a educação da comunidade, objetivando
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente. (BRASIL, 1981)

Após conhecer os princípios dessa lei, é possível perceber o quanto


a legislação se faz completa, abrangendo os diferentes problemas
ambientais atuais, ao fornecer subsídios para atuação de conscientização
e proteção ambiental.
Esta Lei traz a definição de meio ambiente como o
conjunto de condições, leis, influências e interações de
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 19

ordem física, química e biológica, que permite, abriga e


rege a vida em todas as suas formas. (BRASIL, 1981)

Mostrando, dessa forma, os fatores que atingem negativamente


o contexto ambiental, como a degradação da qualidade ambiental, a
poluição e o poluidor.

Sobre isso, o art. 4° da Lei n° 6938/81 determina que a Política Nacional


do Meio Ambiente tem como objetivos específicos os seguintes itens:
I – à compatibilização do desenvolvimento econômico-
social com a preservação da qualidade do meio ambiente
e do equilíbrio ecológico;

II – à definição de áreas prioritárias de ação governamental


relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo
aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios;

III – ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade


ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de
recursos ambientais;

IV – ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnológicas


nacionais orientadas para o uso racional de recursos
ambientais;

V – à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente,


à divulgação de dados e informações ambientais e à
formação de uma consciência pública sobre a necessidade
de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio
ecológico;

VI – à preservação e restauração dos recursos ambientais


com vistas à utilização racional e disponibilidade
permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio
ecológico propicio à vida;

VII – à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação


de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao
usuário da contribuição pela utilização de recursos
ambientais com fins econômicos. (BRASIL, 1981)

Nese trecho, é possível verificar que a legislação fornece subsídios


ao poder público também atuar frente aos problemas ambientais, tanto na
criação de políticas públicas como nas suas ações.
20 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

A Política Nacional do Meio Ambiente cria uma série de sistemas


nacionais em prol dos cuidados e vistorias do âmbito ambiental. O Sistema
Nacional do Meio Ambiente é o órgão ligado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios. Ele possui como órgão superior o
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA e como órgão central a
Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA.

Como órgão central, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e


Recursos Naturais Renováveis - IBAMA tem a função de coordenar e
executar a Política Nacional e as diretrizes Governamentais para o meio
ambiente.

A Política Nacional do Meio Ambiente possui como instrumentos de


efetivação os seguintes itens descritos no Art. 9º:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

II - o zoneamento ambiental;

III - a avaliação de impactos ambientais;

IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou


potencialmente poluidoras;

V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos


e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a
melhoria da qualidade ambiental;

VI - a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de


proteção ambiental e as de relevante interesse ecológico,
pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal;

VI - a criação de espaços territoriais especialmente


protegidos pelo Poder Público federal, estadual e
municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de
relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;

VII - o sistema nacional de informações sobre o meio


ambiente;

VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e


Instrumentos de Defesa Ambiental;

IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não


cumprimento das medidas necessárias à preservação ou
correção da degradação ambiental.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 21

X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio


Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA;

XI - a garantia da prestação de informações relativas ao


Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-
las, quando inexistentes;

XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades


potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos
ambientais;

XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal,


servidão ambiental, seguro ambiental e outros. (BRASIL,
1981)

A partir desses princípios, é que se desenvolve a atuação do


poder público na fiscalização e acompanhamento do uso dos recursos
naturais. O Poder Público, à frente das competências que detém, atua na
formulação e efetivação das políticas públicas ambientais e demonstra a
importância da defesa do meio ambiente, em prol de evitar a degradação
do mesmo, promovendo a preservação ambiental e a restauração dos
processos ecológicos.
22 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

RESUMINDO:
E então? Gostou dessa primeira competência do capítulo 1? Agora,
só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema
de estudo deste primeiro capítulo, vamos resumir tudo o que
vimos. Você deve ter aprendido o conceito basilar do termo ‘Meio
Ambiente’, entendido como o conjunto de todos os elementos, os
quais juntos, regem a vida de todas as formas. Vimos que o meio
ambiente em sua totalidade engloba os seres vivos e os não-
vivos, ou seja, tudo que compõe o Planeta Terra: a água, o solo, a
vegetação, o clima, os animais, os seres humanos. Desse modo,
a natureza é produto dessas leis e eventos naturais, conceituada
por Charles Darwin como um sistema de leis ordenado a partir de
fenômenos do mundo natural. As sociedades e os ecossistemas
podem enquanto sistemas vivos alcançar a sustentabilidade a
partir da mudança de paradigmas que envolvem a consciência
ambiental. Dessa forma, a preservação e a conservação ambiental,
em relação à preservação ambiental, é entendida como a proteção
sem haver a intervenção do Homem. Isso significa considerar
a natureza de forma intocável, sem a presença humana ou da
pretensão econômica da mesma. Além disso, a questão atual
da sustentabilidade traz conceitos que permeiam a educação
ambiental, os fatores econômicos, as novas economias, e a cultura
social para a paz e ética com o meio ambiente. Esses conceitos
ainda são grandes desafios para a sociedade em geral, mas é
importante enfatizar que há iniciativas no âmbito das políticas
públicas para que isso se efetive. No contexto brasileiro, temos as
seguintes leis ambientais: a Política Nacional do Meio Ambiente,
Política Nacional da Educação Ambiental, Lei de Crimes Ambientais
e a Política Nacional de Recursos. A organização do estado quanto
ao meio ambiente é da seguinte forma: O Sistema Nacional do
Meio Ambiente é o órgão ligado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal, e aos Municípios. Ele possui como órgão superior o
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA e como órgão
central a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA. Como
órgão central, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA, na função de coordenar, executar
e fazer executar a política nacional e as diretrizes governamentais
para o meio ambiente. Em suma, o Poder Público à frente das
competências que detém, atua na formulação e efetivação das
políticas públicas para o meio ambiente, e demonstra a importância
da defesa do meio ambiente, em prol de evitar a degradação do
mesmo, promovendo a preservação ambiental e a restauração dos
processos ecológicos.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 23

Fundamentos da ecologia

OBJETIVO:

Ao término deste novo capítulo você será capaz de


entender os fundamentos, os conceitos e os princípios
norteadores da ecologia. Além desses conhecimentos
basilares, veremos situações cotidianas refletidas na nossa
vida e no mundo através dos princípios ecológicos. Estes
conhecimentos serão fundamentais para o exercício de
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Vamos lá. Avante!

Contextualização da ecologia
A partir de agora iremos conhecer os fundamentos da Ecologia, por
meio de seus princípios norteadores e conceitos. Com isso, iniciaremos
nossa viagem rumo à Ecologia.

O termo ecologia foi conhecido no período em que Charles Darwin


realizava seus estudos, relacionando, então, a Ecologia com outras
ciências, tais como: a fisiologia e a biogeografia. Darwin era um naturalista,
de origem inglesa, e desenvolveu suas teorias com base nas observações
de diversas espécies pelo mundo. Desse modo, consegue evidenciar a
evolução das espécies por meio do estudo de fósseis: o marco de sua
teoria da evolução foi sua expedição às ilhas Galápagos.
24 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Figura 4 - Charles Darwin

Fonte: Wikicommons

VOCÊ SABIA?

As ilhas Galápagos possuem um grupo de pássaros


específico e, a partir da observação desse grupo, Darwin
conseguiu formular a análise e o entendimento do processo
de seleção natural.

Segundo Ávila-Pires (1999), a Ecologia é a ciência que contempla o


contexto da economia da natureza, e devido a isso, carrega a investigação
das relações entre animais e o ambiente Mostrando que a ecologia é uma
ciência abrangente dos contextos que envolvem a natureza e os cuidados
com a mesma.

A etimologia da palavra Ecologia é dividida em duas partes, primeiro


a partícula Eco vem da palavra Oikos, que significa casa ou ambiente e
logia, significa estudo. Sendo assim, Ecologia significa o estudo da casa,
ou estudo do ambiente, fazendo um paralelo ao subentender que o meio
ambiente é a nossa casa.

Na idade média, a ecologia era tratada como uma disciplina, por meio
da qual se desenvolvem técnicas e métodos para o seu aprofundamento,
a ser estudada de forma independente.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 25

Por meio da ecologia, é possível conhecer o funcionamento dos


sistemas naturais e, a partir disso, permear as possíveis consequências
da falta de cuidado com o meio ambiente. Por exemplo, com a ecologia
podemos prever agravamentos referentes à poluição e seus impactos em
ambientes aquáticos e terrestres.

Conforme Ávila-Pires (1999), o estudo da ecologia pode ser dividido


em níveis, do mais complexo ao menos complexo, conforme iremos
conhecer agora.

Introdução à ecologia
Inicialmente, a ecologia realiza o estudo apenas do meio ambiente.
Com o passar do tempo, o vínculo dessa matéria se estreitou à outras
ciências e a à outros pontos de observação, isso resultou em uma nova
forma de definir a ecologia, visto que, atualmente, através desse campo
de conhecimento, realiza-se o estudo sobre a interação dos seres vivos
com o ambiente em que está inserido (ecobiose) e, também, sobre a
interação dos seres vivos com outros seres vivos (alelobiose).

Para prosseguir com os estudos sobre ecologia, é fundamental


conhecer a definição de dois termos básicos neste campo, são eles:
habitat e nicho ecológico. Vamos em frente!

Em ecologia, “habitat” é o termo que indica um local onde uma


determinada espécie pode ser encontrada, ou um lugar específico onde
ela vive e se desenvolve. Em palavras mais comuns, podemos afirmar que
habitat é a casa de alguma espécie.

Normalmente, o habitat é um tipo de lugar que oferece condições


favoráveis às necessidades específicas de uma espécie, tanto em termos
climáticos, quanto físicos, quanto alimentares. Fora desse lugar a espécie
não consegue se desenvolver, procriar e viver adequadamente. Podemos
citar como exemplo o simples caso de um peixe, em qualquer ambiente
fora da água o peixe não encontra a umidade necessária para a sua
respiração, desenvolvimento e procriação.
26 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Figura 5 - Ambiente aquáticos são habitat natural dos peixes

Fonte: Pixabay

O discurso ecológico que pauta a educação básica, o nível médio e o


ensino superior, faz necessária a compreensão de outro termo, entendido
como básico para a continuidade e melhor compreensão dos estudos no
campo da ecologia. Diante disso, outro termo bastante necessário para se
conhecer nos estudos em ecologia é o ‘nicho ecológico’.

Em ecologia, nicho ecológico pode ser definido como a função que


a espécie desempenha no seu habitat. De acordo com Odum e Barrett
(2004 p.375) “o nicho ecológico é um termo com maior âmbito que inclui,
não apenas o espaço físico ocupado por um organismo, mas também o
seu papel funcional na comunidade e outras condições de existência”

Por outro lado, na visão de Townsend, Begon e Harper (2009) a


definição desse termo pode ser compreendida da seguinte forma:
Um nicho não é um local, mas uma ideia: um resumo
das tolerâncias e exigências de um organismo [...] Cada
habitat [...] proporciona muitos nichos diferentes. O nicho
de um organismo descreve como, em vez de onde, um
organismo vive. O conceito moderno de nicho foi proposto
por Hutchinson em 1957 e se refere às maneiras pelas
quais tolerâncias e necessidades interagem na definição
de condições e recursos necessários a um indivíduo ou
uma espécie, a fim de cumprir seu modo de vida [...] No
entanto existem muitas dimensões para o nicho ecológico
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 27

de uma espécie: sua tolerância e várias outras condições


(umidade relativa, pH, velocidade do vento, fluxo de água e
assim por diante) e sua necessidade de recursos variados
(nutrientes, água, alimento e assim por diante). Claramente
o nicho real de uma espécie deve ser multidimensional.
(TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2009 p.129)

Teoricamente, considera-se que o nicho ecológico é uma espécie de


profissão da espécie, cercado de funções que essa espécie desempenha
de forma ativa ou de forma passiva. Por exemplo, um ser humano precisa
de um abrigo para viver, e nesse abrigo, por exemplo, ele precisa de luz
que o faz enxergar os objetos ao seu redor. Nesse ambiente ele come,
limpa, se higieniza, se protege, estuda, trabalha, interage com a família,
de modo que a sua vida se torna adequada para viver.

O mesmo ser humano solto em uma floresta, sem abrigo adequado


para proteção, sem acesso a alimentos, sem luz para se proteger de outras
espécies, passa a ser um ambiente não favorável às suas funções naturais.
Portanto, o nicho ecológico é o conjunto de funções desempenhadas por
uma espécie, em seu habitat.
Figura 6 - Diferentes nichos ecológicos em um mesmo habitat

Fonte: Pixabay

Além disso, é importante ressaltar que duas espécies podem


estar no mesmo habitat, desempenhando funções diferentes, ou seja, é
possível que em um único habitat existam dois ou mais nichos ecológicos.
28 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Por exemplo, um macaco, um tucano, uma abelha e um fungo estão


vivendo na mesma árvore, ou seja, no mesmo habitat, porém, cada um
desempenha sua função, o macaco come as frutas, o tucano come
frutas e folhas, a abelha colhe o pólen das flores para fazer o mel, e o
fungo protege a umidade no tronco da árvore. Nessa situação, portanto,
podemos visualizar apenas um habitat e quatro nichos ecológicos.

O sistema organismo é a unidade central da ecologia, nesse


contexto são estudados os seres que vivem em um meio físico abiótico
em contato com outros seres do meio biótico. No sistema organismo,
existe a troca de energia e matéria entre os componentes.

População é o termo relacionado ao conjunto de indivíduos de


uma mesma espécie que convivem no mesmo ambiente. Possuem
características próprias que os aproximam uns dos outros em relação a
sua espécie. Um exemplo de população é o grupos de animais esse caso,
os jacarés que vivem em regiões do Pantanal; ou até mesmo as savanas
Africanas que abrigam diversas populações.

A comunidade, por sua vez, está relacionada ao conjunto de


diferentes espécies que vivem em um mesmo lugar e que possuem
relações entre si em dinâmicas de presas e predadores ou de parasitas e
hospedeiros. Como exemplo de comunidade, podemos pensar no espaço
da floresta, que abriga árvores, pássaros, formigas, diversas espécies de
animais, microrganismos, entre outros, e todos se relacionam entre si e
com o meio.
Figura 7 - Comunidade

Fonte: Pixabay
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 29

Desse modo, o ecossistema possui, em sua constituição, uma série


de relações que abrangem os organismos, o meio físico e o químico.
A floresta Amazônica é um bom exemplo de ecossistema, em sua
magnitude de relações. Nesse contexto, veremos a seguir o conceito de
biosfera, que é o processo global que une todos os ecossistemas.

Acabamos de ver a ecologia como a ciência responsável pelos


cuidados e estudos referentes ao nosso habitat, que está presente
em nossas vidas e que precisamos estar na incessante busca por
novos caminhos para o alcance de uma sociedade sustentável para a
humanidade.

Temas aplicados em Ecologia


Até aqui, vimos que a ecologia é a ciência que estuda o meio
ambiente, e vimos também que o meio ambiente é tudo o que nos
cerca. No entanto, a ecologia volta muito as suas atenções ao estudo
das relações entre seres vivos e meio ambiente, e seres vivos com outros
seres vivos. O equilíbrio dessas interações é o que mantém a vida segura.

No entanto, historicamente, o próprio planeta se encarregou de


provocar eventos catastrófico que geraram desequilíbrios ecológicos
perpétuos. Alguns estudos geológicos demonstram que o planeta terra
já vivenciou inúmeras vicissitudes, como por exemplo, os violentos
terremotos e erupções vulcânicas, o rompimento da crosta terrestre em
diversos continentes e os impactos de grandes meteoros.

À todas essas catástrofes a terra conseguiu resistir, e novas formas


de vida passaram a existir. Se hoje assistimos com angústia e apreensão
à crescente extinção de algumas espécies, em decorrência da atividade
humana, vale lembrar que, em eras geológicas passadas, muito antes de
começarmos a fazer fogueiras, houve períodos críticos de extinções. Mas
o mundo mudou, e as formas de vida atuais exigem cuidados e atenção.
30 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Figura 8 - Destruição ambiental

Fonte: Pixabay

Atualmente, a ação das espécies, prioritariamente a humana, reflete


em impactos e efeitos que interferem negativamente no equilíbrio de
outras espécies, levando a temática da ecologia a entender contextos
voltados a ecologia em alguns caminhos transversais. Como exemplo,
Townsend, Begon e Harper (2008) mencionam a sustentabilidade em
relação às mudanças globais induzidas pela agricultura e outras atividades
do homem; a degradação de habitats ocasionada pela construção de
fontes energéticas, processos de urbanização e industrialização e; as
ações de conservação no mundo em transformação.

SAIBA MAIS:

A ação do homem é extremamente danosa ao meio


ambiente, causando prejuízos ecológicos que arriscam a
vida no planeta. No vídeo da TV Brasil, intitulado “A ação
humana está destruindo o meio ambiente” exemplos
práticos ilustram os reflexos dessas ações na nossa vida
cotidiana. Assista ao vídeo clicando aqui.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 31

Ecologia e Sustentabilidade
Os termos ecologia e sustentabilidade possuem diferenças
significativas. A ecologia se volta ao estudo e do meio ambiente em
abrangência com diversas áreas de estudo. A sustentabilidade se refere
à um modelo de desenvolvimento, que busca discutir a utilização dos
recursos de forma estratégica, de modo que estes, não sejam extraídos e
explorados indiscriminadamente, levando à sua escassez ou esgotamento.

A sustentabilidade passa a ser necessária quando observamos


que o crescimento populacional humano passa a demandar de uma
quantidade imensa dos recursos naturais. Para prover a raça humana
de todos os recursos que ele precisa e do que deseja, muitos recursos
naturais necessitam ser explorados.

Um exemplo citado por Townsend, Begon e Harper (2008) é a


prática agrícola não sustentável, que provoca a perda e degradação
do solo. Os autores também citam o uso impensado da água, formas
de exploração dos recursos hídricos para processo de industrialização,
agricultura, geração de energia, além dos índices de poluição que tornam
esse elemento essencial à vida, impossível de ser consumido. O debate
sobre a água é ainda mais necessário quando lembramos que esse
recurso é esgotável e não renovável. Os autores afirmam que a água pode
ser o menos sustentável dos recursos globais.
Figura 9 - Desequilíbrio ecológico nos recursos hídricos

Fonte: Pixabay
32 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Diante desse cenário, as formas alternativas de energia, a


agricultura de monocultura, o incentivo ao consumo de produtores
globais, o consumo consciente, processos de produção mais limpos, uso
consciente de recursos naturais, o processo de educação ambiental e
investimento em pesquisa, ciência e tecnologia são alguns dos pontos
fundamentais para que a vida na terra seja continuada ou repetida pelas
gerações futuras.

A ecologia e a pandemia do COVID-19


No ano de 2020, o mundo inteiro vivenciou um momento marcante
na história: a pandemia ocasionada pelo COVID-19. Essa catástrofe
ambiental e sanitária provocou mudanças na vida de toda a população
humana do planeta terra. Além de desencadear problemas de saúde,
dizimar milhões de pessoas, agravar problemas econômicos e evidenciar
sistemas ineficientes de instituições políticas, a pandemia foi uma
oportunidade para investimento em estruturas de atendimento à saúde;
valorização da pesquisa, ciência e tecnologia e implantação de modelos
eficientes de estudo e trabalho.

Mas, é possível que você esteja se perguntando: O que a ecologia


tem a ver com as mudanças na minha rotina de estudo e trabalho? A
resposta para isso pode ser encontrada quando lembramos que o meio
ambiente é tudo que nos cerca e que a vida no mundo funciona como
uma teia onde tudo está interligado.

A relação entre a pandemia e os processos ecológicos, apesar de


estarem intimamente ligados, são um pouco complexos de entender. No
entanto, precisamos lembrar que tudo começou com um processo de
alelobiose, quando um ser vivo se relaciona com outro ser vivo, nesse
caso, o ser humano, ao realizar a caça, a exploração e o comércio ilegal
de animais selvagens para satisfazer seus desejos e necessidades,
desencadeou um processo de contaminação de uma espécie para outra.

Isso é possível pois os animais selvagens vivem em um habitat


completamente diferente dos seres humanos, possuindo suas próprias
doenças, as quais os seres humanos nunca tiveram contato e, portanto,
não possuem defesas no organismo para lidar com elas. Então, o processo
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 33

de caça ilegal e exploração de outras espécies fez com que os humanos


ficassem expostos à inúmeros micro-organismos desconhecidos. No
caso específico da COVID-19 a exposição frequente a animais selvagens
deu origem a pandemia e a toda essa transformação na vida humana
atualmente.

Vale ressaltar que a má utilização da biodiversidade, a mentalidade


de exploração e a ausência de cuidados com os recursos naturais são
ações que expõem a humanidade à riscos de infecções cotidianamente,
e que se não feitas de forma pensada, podem vir a causar novas formas
de infecção em futuros próximos.

ACESSE:

Está mais do que óbvio que os impactos ambientais


causados pelos seres humanos influencia e muito o
surgimento de epidemias e pandemias. Para maiores
conhecimentos sobre a relação da ecologia com a
pandemia do COVID-19, recomendamos o acesso ao vídeo
“Destruição ambiental e pandemias” do professor Paulo
Jubilut do canal ‘Biologia Total’. O vídeo está disponível
clicando aqui.
34 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

RESUMINDO:

Chegamos ao final de mais uma seção desta unidade, na


qual tratamos inicialmente fundamentos, os conceitos e
os princípios norteadores da ecologia, vimos que o termo
ecologia foi conhecido no período em que Charles Darwin
realizava seus estudos, relacionando, então, a Ecologia com
ciências, como: a fisiologia e a biogeografia. Darwin era um
naturalista, de origem inglesa, e desenvolveu suas teorias
com base nas observações de diversas espécies pelo
mundo. Desse modo, consegue evidenciar a evolução das
espécies por meio do estudo de fósseis, o marco de sua
teoria da evolução foi sua expedição às ilhas Galápagos.
Ecologia é a ciência que contempla o contexto da economia
da natureza, e devido a isto, carrega a investigação das
relações entre animais e o ambiente. Por meio da ecologia,
realiza-se o estudo sobre a interação dos seres vivos com
o ambiente em que está inserido (ecobiose) e, também,
sobre a interação dos seres vivos com outros seres vivos
(alelobiose). Vimos também que o Habitat pode ser
entendido como a casa de alguma espécie, e que o nicho
ecológico é a função que cada espécie desempenha em
seu habitat, e que a população é o conjunto de indivíduos de
uma mesma espécie que convivem no mesmo ambiente,
diferentemente da comunidade, que se refere ao conjunto
de diferentes espécies que vivem em um mesmo lugar. O
conhecimento desses termos é necessário para entender,
mais adiante, a estreita relação que as espécies possuem
entre si e a necessidade das práticas de conservação
diante delas e dos recursos naturais. Até porque, através
da ecologia é possível conhecer o funcionamento dos
sistemas naturais e, a partir disso, permear as possíveis
consequências da falta de cuidado com o meio ambiente.
Por exemplo, com a ecologia, podemos prever os
agravamentos referentes à poluição e seus impactos em
ambientes aquáticos e terrestres. Por fim, vimos o caso
contemporâneo de um impacto ambiental da ação do
homem, quando conhecemos a relação da ecologia diante
da pandemia ocasionada pelo COVID-19. Sendo este, um
fruto da ação do homem sobre a natureza, tornando-se
uma oportunidade de a humanidade a pensar melhor em
suas atitudes na dimensão ecológica.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 35

Evolução da consciência ambiental

OBJETIVO:

Nesta competência, vamos conhecer mais sobre a trajetória


histórica do debate ambiental reunindo líderes e autoridades
mundiais e como esse debate resultou nas políticas de
sustentabilidade que temos hoje. Além disso, veremos
como o processo de educação ambiental se desenvolve
nesse contexto, apontando seus impactos positivos no
processo de melhoria da problemática ambiental. Então,
vamos aprender mais esta competência? Avante!

Contextualizando o processo de
consciência ambiental
Iniciaremos o trajeto da evolução da consciência ambiental,
conhecendo como desenvolveu-se esse termo, e a sua importância para
o contexto do meio ambiente.

A consciência ambiental é tratada como uma habilidade de


compreensão do meio ambiente e de suas relações ecológicas, levando
em conta as problemáticas que o afetam e consequentemente os
impactos a curto e longo prazo.

De modo complexo, pensamos a construção da consciência


ambiental, como um olhar sobre a natureza, percebendo-a como a nossa
casa, o planeta como um sistema de relações que fundamentam a vida
na Terra.

Partimos da coleta de informações sobre os problemas ambientais


para a construção da consciência ambiental, buscando aliar os pontos que
se conectam, como no caso da emissão de gases poluentes produzidos
pelas indústrias, automóveis, queimadas em florestas dentre outros. Ou
seja, é um processo que permeia aspectos macro e micro quando se
pensa no meio ambiente.
36 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Agora que partimos do ponto inicial dessa construção da


consciência ambiental, iremos para o campo das ações no qual são
mobilizadas outras pessoas e grupos a fim de uma mesma causa,
que buscam soluções para as mesmas. Em âmbito mundial, essas
ações resultaram em marcos mundiais, como eventos sobre a questão
ambiental, que iremos conhecer agora.

Evolução histórica da preocupação


ambiental
A preocupação ambiental teve seus primeiros passos a partir de
alguns pensamentos isolados. O questionamento de Karl Marx (1986) no
século dezoito, sobre a utilização indiscriminada dos recursos naturais em
decorrência do processo de industrialização foi um marco pontual e, de
certa forma, isolado durante o período da revolução industrial.

Através da reconhecida teoria da mais-valia Marx (1986) explica a


relação entre os detentores de meios de produção e os trabalhadores.
De olho nos movimentos da industrialização, Marx (1986) previu também
os desastres que seriam provocados no meio ambiente pela exploração
selvagem e descontrolada das riquezas da Terra.

O estágio reativo da preocupação ambiental


A preocupação com os efeitos dos impactos ambientais, decorrentes
da ação humana na natureza, passou a receber maior atenção, de forma
mais evidente e efetiva, a partir da década de 1950, por decorrência da
queda da qualidade de vida em algumas regiões do planeta. Nessa época,
surgiram movimentos ambientalistas, entidades governamentais sem fins
lucrativos e agências governamentais voltadas para a proteção ambiental.

Ruppenthal (2014) menciona que a preocupação ambiental está em


seu estágio reativo:
Pode-se caracterizar a primeira fase da preocupação
ambiental que vai de início do século XX até 1972, em
que prevalece um tratamento pontual das questões
ambientais desvinculado de qualquer preocupação com
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 37

os processos de desenvolvimento. Esse é o estágio reativo.


(RUPPENTHAL, 2014, p.25)

A década de 60 apresenta marcos importantes nessa linha do


tempo, a disrupção de ideias sobre a preocupação ambiental gerou
conflitos ideológicos entre preservacionistas e desenvolvimentistas. O
debate ambiental é marcado nessa década após a publicação do livro
“Primavera Silenciosa” de Rachel Carson em 1962. A autora alerta
em seus escritos sobre a utilização de pesticidas na agricultura, como
substâncias ameaçadoras não só a vida humana, mas ao ecossistema de
um modo geral.

A publicação desse livro e os estudos na área provocaram


preocupações ambientais inéditas para uma parcela da opinião pública
americana, que visualizaram o grandioso impacto das ações do homem
sobre o meio ambiente. Além disso, o livro de Rachel Carson também
impulsionou uma drástica mudança na política nacional americana acerca
do uso dos pesticidas, resultando a uma proibição nacional sobre o DDT
e outros pesticidas.

NOTA:

Ruppenthal (2014 p. 25) esclarece que o DDT (sigla de


diclorodifeniltricloroetano) é um inseticida barato e
altamente eficiente a curto prazo, mas a longo prazo tem
efeitos prejudiciais à saúde humana podendo ocasionar
câncer em seres humanos e interferindo com a vida animal,
causando o aumento de mortalidade entre os pássaros.

No ano de 1968, quando foi constituído o chamado Clube de Roma,


composto por trinta cientistas e dez países, que promoveu a discussão
sobre as questões ambientais. Nesse período, houve a análise da situação
do planeta, visto que se tinha um modelo de crescimento focado na
industrialização e no uso desenfreado de recursos não renováveis, fatos
que agravaram a situação ambiental.
38 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

O estágio preventivo da preocupação ambiental


A década de 70 é marcada como um período onde o debate
ambiental toma uma forma diferente da década anterior, caracterizada
por se dedicar na busca de uma nova relação entre o meio ambiente e
os modelos de desenvolvimento vigentes. A relação de extração para
produção e consumo passou a ser repensada.

A convenção ocorrida em 1968 pelo Clube de Roma, deu origem


a um relatório “Os limites do crescimento” que foi apresentado no ano
de 1972 a toda comunidade mundial, tornando-se base para a realização
da Conferência das Nações Unidas do Meio Ambiente Humano, em
Estocolmo na Suécia, resultando na criação do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O evento ocorreu entre 5 e 16 de
Junho de 1972.

Após a criação do PNUMA, e sob o alerta dos estudos e pesquisas


científicas sobre os riscos ambientais e o risco à vida humana, os líderes
mundiais em nome de suas nações foram aos poucos aderindo à causa
ambiental. No ano seguinte, em 1973 acontece a primeira reunião
do Conselho de Administração do PNUMA, em Genebra na Suíça. O
monitoramento, regulação e proibição do comércio de espécies em risco
foi estabelecido.

Em 1974 foi lançado o Programa Mares Regionais, questionando a


degradação acelerada dos oceanos e áreas costeiras do mundo, aderida
por 16 países do mediterrâneo no ano seguinte. Em 1979, dezessete
nações estabeleceram a “Convenção de Bonn” referente à Convenção
sobre Espécies Migratórias de Animais Selvagens.

Na década de 1980, as ações com teor preventivo continuaram


a caminhar, mas sobre algumas questões específicas, iniciando com
a publicação da “Estratégia de Conservação Mundial”. Este documento
marcante define o conceito de desenvolvimento sustentável e molda a
agenda global de desenvolvimento sustentável.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 39

NOTA:

O conceito de desenvolvimento sustentável definido em


1980 não é o conceito oficial, mas não quer dizer que é um
conceito errado, a sua ideia apenas estava em processo
de construção. Neste ano o desenvolvimento sustentável
sugere a integração das dimensões ambientais, sociais
e econômicas, defendendo crescimento para todos
e conservação de recursos para a sobrevivência das
gerações presentes e futuras.

Daí em diante a dimensão da preocupação ambiental só aumentou,


no ano de 1982 em Montevidéu no Uruguai, acordos importantes
foram firmados e a elaboração da legislação ambiental passa a apoiar
120 governos. Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento entrega o Relatório Brundtland à Assembleia Geral,
inaugurando uma nova abordagem para a ação ambiental focada no
conceito de desenvolvimento sustentável. O objetivo do relatório é criar
a possibilidade de um crescimento econômico que inclua a conservação
dos recursos ambientais.

Segundo o relatório de Brundtland, também conhecido como


relatório Nosso Futuro Comum, o conceito de desenvolvimento
sustentável se oficializa afirmando que “o desenvolvimento sustentável
é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem as suas
próprias necessidades”.

Ainda na ocasião, todos os 197 Estados-Membros das Nações


Unidas adotam o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem
a Camada de Ozônio.

IMPORTANTE:

O protocolo de Montreal é o único tratado das Nações


Unidas a ser comprovado em todos os países do planeta,
até os dias atuais.
40 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

O estágio preventivo, se encerra em 1991, com uma postura


diferente do início, já tendo todas as nações em acordo com as políticas
ambientais, as ações passam a ser mais efetivas. Os estados-membros
da ONU criam o Fundo para o Meio Ambiente, mobilizando 75,4 bilhões
de dólares para cerca de 4 mil projetos ambientais em todo o mundo,
incluindo o Brasil.

O estágio proativo da preocupação ambiental


Desde o início da preocupação ambiental, foram necessárias
algumas décadas até chegar em um estágio onde todas as nações do
planeta estavam interagindo de alguma forma. Após a formalização do
conhecimento a efetivação de algumas ações em torno da temática
ambiental, esse debate chega a um estágio bastante promissor.

De acordo com Ruppenthal (2014 p.25):


A terceira fase é a fase atual que tem início com a
realização da Conferência das Nações Unidas para o
Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992 no Rio de
Janeiro, em que foram aprovados documentos relativos
aos problemas socioambientais globais. Caracteriza-se
pelo aprofundamento e implementação das disposições
e recomendações dos estados nacionais, governos locais,
empresas e outros agentes. Esse é o estágio proativo.
(RUPPENTHAL, 2014 p.25)

O principal desdobramento do debate ambiental nas últimas


décadas, foi a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Cúpula da Terra,
ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.

Nesse evento, foram firmados acordos que deram origem a políticas


internacionais para promover os cuidados com o meio ambiente. Destaca-
se, entre elas, a Carta da Terra que contém uma série de princípios na
forma de uma Declaração Universal dos Direitos Humanos, promovendo
a sustentabilidade por meio de valores referentes ao respeito ao planeta e
ao consumo responsável, na chamada Agenda 21.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 41

ACESSE:

Após a ECO92, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, outros


encontros a nível global aconteceram e a ONU tem
atualizado a Agenda 21 em cada um deles, para conhecer
um pouco mais sobre o conteúdo deste documento, assista
ao vídeo “O que é a Agenda 21?” Disponível clicando aqui.

Nesse mesmo ano, foi criado, no Brasil, o Ministério do Meio


Ambiente, que foi um marco em relação à preservação ambiental e às
políticas públicas voltadas a esse contexto.

O foco do debate ambiental na década de 1990 se direciona cada


vez mais a razão dos problemas ambientais, não apenas aos seus efeitos.
A otimização de processos produtivos em busca de menores impactos
ambientais orientou a introdução da gestão ambiental nos ambientes
organizacionais e a adoção de códigos de conduta como recursos para
executar a atuação responsável nos ambientes industriais.

Ruppenthal (2014) expõe que o conceito de prevenção ganhou


destaque nesse período, além de ser um momento em que houve um
aumento dos esforços para o desenvolvimento de tecnologias mais
limpas e menos poluentes, integrados aos processos produtivos. Junto
ao repensar dos processos de produção surgiu também, o conceito de
ciclo de vida dos produtos. Os produtos com menor qualidade, menor
resistência e menor durabilidade eram fruto de um processo ruim e muito
poluente, então buscou-se torná-los ecologicamente corretos desde a
fase de concepção até o descarte ou reaproveitamento.

Outro importante acontecimento dessa década foi a criação das


bases do Protocolo de Kyoto, formulado em 1997, que estabelece metas
para redução da emissão de gases do efeito estufa.

O início do século 21 é marcado por significativos avanços diante


da problemática ambiental. No ano de 2000, a Declaração do Milênio
descreve os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, uma agenda que
estabelece objetivos, metas e indicadores com diretrizes que orientam as
ações dos governos, instituições e sociedade civil.
42 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

No ano de 2002, ocorreu a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento


Sustentável, conhecida como Rio + 10, em Johannesburgo, na África do
Sul. As discussões do encontro tinham foco social, além de debater sobre
a conservação de recursos naturais. Em 2007 o Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas é agraciado com o Prêmio Nobel da Paz.
No ano de 2009, ocorreu em Copenhagen, organizada pela ONU, a
Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas - COP-
15, reunindo cerca de 115 líderes mundiais para discussão das mudanças
climáticas.

No ano de 2015, a Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento


Sustentável conduz à adoção dos 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável como parte de uma nova agenda global de desenvolvimento
sustentável. Em 2019, a Assembleia Geral das Nações Unidas declara
2021-2030 como a Década das Nações Unidas da Restauração de
Ecossistemas.

A educação ambiental no processo de


sensibilização com o meio ambiente
Com base nos estudos de Sreck et. al. (2007), é notável a relação
entre a atividade humana e a geração de impacto ambiental. Consoante
o autor, a relação entre atividade humana e geração de impacto só é
possível quando compreendemos as relações e interdependências entre
os seres vivos e a natureza.

A questão ambiental é um tema que transcende discussões


políticas, econômicas ou culturais. Diante disso, pense sobre as relações
que permeiam o tema, já que pensar o meio ambiente é um tema
relacionado às diversas áreas do conhecimento, sendo parte do papel de
qualquer cidadão, de qualquer classe social.

Em decorrência desse cenário, se tem na Educação Ambiental uma


forma educativa para repensar o modo de agir sobre o meio ambiente,
promovendo uma mudança de consciência.

A referência legal para a Educação Ambiental tem como base a Lei


9.795, de 27 de abril de 1999, que instituiu a Política Nacional de Educação
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 43

Ambiental. A Lei traz a definição para o termo, no qual menciona que a


educação ambiental se dá de uma junção de processos no qual o indivíduo
e a sociedade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências para ação de conservação do meio ambiente.

Reforçando, por meio da educação ambiental, a necessidade


de atuação dos indivíduos como agentes do meio ambiente, em suas
práticas sociais por meio do olhar humanista, histórico, crítico, político,
democrático, participativo, dialógico e cooperativo, com respeito ao
pluralismo de ideias e concepções pedagógicas (BRASIL, 1999).

Desse modo, a educação ambiental é uma parte importante das


políticas ambientais, pois tem seu foco na conscientização dos indivíduos
sobre tais problemas.

Através dos estudos de Thaines (2008), pode-se compreender


o estabelecimento da Educação Ambiental como instrumento de
sensibilização e capacitação. A partir do que é mencionado acima, a
atuação da educação ambiental ocorre na educação formal principalmente
nas escolas e na educação não formal.

Tem-se como marco inicial da Educação Ambiental a Carta de


Belgrado, oriunda do evento voltado às discussões ambientais, em 1975.
Nesse evento, foram formulados os princípios básicos do Programa
Mundial de Educação Ambiental.
44 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

RESUMINDO:
Chegamos ao fim de mais um capítulo dessa unidade. Até aqui
você vem gostando do que está sendo estudado? Agora, para
garantir que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir mais uma vez todo o assunto que
trabalhamos. Iniciamos o debate com uma contextualização acerca
dos aspectos que envolvem o processo de conscientização das
questões ambientais. Sobre esse aspecto, vimos que a consciência
ambiental é tratada como uma habilidade de compreensão
do meio ambiente e de suas relações ecológicas, levando em
conta as problemáticas que o afetam e consequentemente os
impactos a curto e longo prazo. A coleta de informações sobre
os problemas ambientais consiste na construção da consciência
ambiental, buscando aliar os pontos que se conectam, como no
caso da emissão de gases poluentes produzidos pelas indústrias,
automóveis, queimadas em florestas, dentre outros. Ou seja, é um
processo que permeia aspectos macro e micro quando se pensa
no meio ambiente. Esse capítulo também forneceu importantes
informações acerca dos marcos mundiais que envolvem a
evolução histórica do debate ambiental. Nesse foi discutido os três
estágios evolutivos da preocupação ambiental, compreendendo o
estágio reativo, o estágio preventivo e o estágio proativo. O estágio
reativo, trata de questões ambientais de forma pontual, tentando
minimizar efeitos presentes dos impactos ambientais, esse estágio
vai do início do século 20 até 1972, nesse período, no ano de 1968,
é constituído o chamado Clube de Roma, composto por trinta
cientistas e dez países, que promoveu a discussão das questões
ambientais. Houve a análise da situação do planeta, visto que se
tinha um modelo de crescimento focado na industrialização e no
uso desenfreado de recursos não renováveis, fatos que agravaram
a situação ambiental. O estágio preventivo, buscando uma nova
relação entre meio ambiente e desenvolvimento, se inicia no ano
de 1972, quando ocorre a realização da Conferência das Nações
Unidas do Meio Ambiente Humano, em Estocolmo na Suécia,
resultando na criação do Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente. A terceira fase é a fase que estamos vivendo atualmente,
o estágio proativo, que busca envolver nas ações a sociedade em
todos os seus níveis, aprofundando e implementando disposições
e recomendações dos estados nacionais, governos locais,
instituições e empresas, e agentes da sociedade civil. Seu início
acontece na Eco92, que foi uma reunião a nível mundial que discutiu
os problemas ambientais, contando com a presença de líderes de
diversos países. Neste mesmo ano, foi criado no Brasil o Ministério
do Meio Ambiente, que foi um marco em relação à preservação
ambiental e às políticas públicas voltadas a esse contexto. Desse
modo, a questão ambiental é um tema que transcende discussões
políticas, econômicas ou culturais. Pensar o meio ambiente é um
tema relacionado a diversas áreas do conhecimento, sendo parte
do papel de qualquer cidadão, de qualquer classe social.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 45

Novos padrões ambientais

OBJETIVO:

Nesta competência entenderemos como o processo


de industrialização desencadeou problemas ambientais
como os diversos tipos de poluição, processos de
degradação ambiental e desordem no ambiente urbano.
Esse aprendizado será importante para a construção de
conhecimentos mais avançados nessa temática. Vamos
aprender mais esta competência? Avante!

Temas emergentes da problemática ambiental


Em relação aos novos padrões ambientais, os pontos norteadores
desse tema se delimitam às questões que estão em discussão
atualmente. Desse modo, a atualidade dos debates ambientais serão
discutidos nesse item.

Contextualizando a raiz de alguns problemas


Fica evidente que as ações ambientais são urgentes para solucionar
os problemas de poluição causados por indústrias e fontes de energia não
renováveis. As emissões desses gases alteram a constituição climática
do planeta e, nesse contexto, temos cerca de 6 bilhões de toneladas de
dióxido de carbono emitidas na atmosfera (ZASSO, 2014).

Assim, podemos entender que o efeito estufa é um fenômeno


natural que existe há bilhões de anos no planeta Terra, e esse fenômeno é
fundamental para a existência de vida na Terra, pois causa o aumento da
temperatura média do planeta, necessário a existência de vida, mas em
índices altos torna-se prejudicial ao meio ambiente.

Esse problema, historicamente, tem origem em seu agravamento


no período da Revolução Industrial com o aumento da taxa de emissão de
dióxido de carbono devido à aceleração do processo de industrialização.
46 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Nesse período, houve o aumento do número de habitantes das


cidades devido à troca do campo pela mesma, impulsionado pelas
oportunidades de emprego nas indústrias. Ocorreu principalmente na
França e Inglaterra a substituição da economia com base nas manufaturas,
que eram grandes oficinas de artesãos, com tarefas manuais de produção
para processos industriais.

A Revolução Industrial é delineada por meio de três etapas, sendo


elas: a primeira etapa, entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou
limitada inicialmente à Inglaterra, com indústrias de tecidos de algodão e
a utilização do tear mecânico.
Figura 10 - Poluição

Fonte: Freepik

Na segunda etapa, no período de 1860 a 1900, ocorreram em


países como Alemanha, França, Rússia e Itália. Nesse tempo, há o uso
do aço, a utilização da energia elétrica e dos combustíveis derivados
do petróleo, a invenção do motor a explosão, da locomotiva a vapor e o
desenvolvimento de produtos químicos.

Na terceira etapa, temos o período dos avanços tecnológicos no


século XX e XXI, como o computador, o fax, a engenharia genética, o
celular.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 47

VOCÊ SABIA?

Segundo os dados a seguir, desde o ano de 1900 até hoje,


se tem o aumento do consumo energético, em 922%,
registrando anualmente a elevação das temperaturas
médias do planeta.

Essa variação climática é associada ao problema conhecido como


aquecimento global, que aumenta a temperatura média dos oceanos e
da camada de ozônio. Ambos possuem naturalmente esse processo de
aumento de temperatura; mas, com o aquecimento global, o aumento é
alterado, sendo essa aceleração nomeada de efeito estufa.

Consequentemente, chegamos a outra questão pertinente, que é o


do uso não sustentável dos recursos naturais. Esse problema é resultante
da urbanização devido ao aumento do consumo dos bens naturais e das
atividades humanas. Sem dúvidas, os novos padrões de alternativas aos
cuidados com o meio ambiente perpassam esses itens, na medida em
que se busca soluções para os mesmos, pensando em um planeta mais
sustentável para as próximas gerações.

Uns dos fatores para o agravamento da crise ambiental possuem


origem no contexto do sistema capitalista, no qual ocorre a concentração
de atividades em espaços reduzidos (ZASSO, 2014).

A partir do que foi expresso acima, do ponto de vista ambiental, o


sistema capitalista, que incentiva o consumo e a produção de produtos e
bens, tem contribuído muito para a degradação do ambiente, de gases,
efluentes, barulho e poluição.

Tipos de poluição
A poluição, no cerne da origem da palavra, significa sujeira, a qual
é um dos fatores que agrava a poluição e a degradação da qualidade
ambiental, causando prejuízos à qualidade de vida no planeta.

A degradação ambiental está relacionada à diminuição da qualidade


do meio ambiente, sendo resultado da ação direta ou indireta de fatores
48 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

que prejudicam a saúde, a segurança e o bem-estar da população. Iremos


conhecer cada tipo de poluição.

Vale salientar que a poluição química, que é o tipo de poluição gerada


pela contaminação por elementos químicos, provoca contaminação e
danos ambientais e à saúde de todos os seres vivos. Essa poluição pode
ser advinda de produtos químicos derivados do petróleo, os agrotóxicos e
os medicamentos lançados no meio ambiente.

A poluição biológica ou orgânica é causada por materiais orgânicos


fermentáveis, como esgoto doméstico, curtumes, matadouros, indústria
têxtil e de celulose, açúcar, serrarias, quando lançados em rios e lagos.

Sendo o principal problema, nesse caso, o processo de Eutrofização,


no qual a água fica com níveis altos de nutrientes como fosfatos e nitratos,
provocando o acúmulo de matéria orgânica em decomposição que
impede que o ar penetre em rios e lagos, afetando a vida marinha.
Figura 11 - Poluição biológica

Fonte: Pixabay

A poluição térmica é aquela causada devido à elevação da


temperatura média do ambiente, que é provocada pelo aquecimento
das águas usadas no processo de resfriamento de reatores de usinas
termelétricas, centrais elétricas, refinarias de petróleo, siderúrgicas e
destilarias.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 49

Causando o problema do aumento da temperatura, que para os


seres vivos resulta na aceleração do seu metabolismo, aumentando o
ritmo respiratório e, com isso, na ausência de oxigênio. Esses poluentes
lançados nas águas resultam na ameaça da vida marinha.
Figura 12 - Poluição térmica

Fonte: Pixabay

A poluição mecânica é resultado do deslocamento de grandes


quantidades de argila, areia, calcário e outras poeiras derivadas da
indústria da mineração e da abertura de estradas. A poluição sonora está
relacionada à emissão de ruídos ou sons indesejáveis, e é um problema
nas grandes cidades.
Figura 13 - Poluição sonora

Fonte: Freepik
50 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

A poluição radioativa é resultante do processo de fissão nuclear,


das explosões atômicas e do lixo atômico. Os efeitos são irreversíveis,
pois os poluentes possuem um longo tempo de vida. Esse material é
encontrado em solo, oceanos, seres vivos quando contaminados, e no
lixo atômico produzido pelas usinas nucleares.
Figura 14 - Poluição radioativa

Fonte: Pixabay

A poluição visual é resultado da poluição devido à presença abusiva


de cartazes, propagandas, outdoors, faixas, placas, balões infláveis,
painéis eletrônicos e painéis televisivos, principalmente quando causam
prejuízos estéticos à paisagem urbana.

O processo de urbanização
A urbanização é um movimento resultante do aumento da
população das grandes cidades provocando o êxodo rural, que ocorre
quando as pessoas partem para centros urbanos onde estão localizadas
as indústrias, buscando oportunidades de trabalho e melhor qualidade
de vida. O problema da urbanização está no crescente habitacional de
cidades, causando uma sobrecarga aos recursos naturais devido ao
aumento de seu uso.

Os desafios a serem enfrentados nesse contexto estão relacionados


aos serviços prestados à população, tais como: oferta de alimento, água
potável, saneamento básico, habitação para todos e ambiente sustentável.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 51

O processo de urbanização está atrelado ao processo de modernização


do campo e o desenvolvimento industrial, que historicamente levam uma
massa de pessoas a buscar outro espaço para habitar, nesse caso, saindo
do campo e indo para as cidades (ZASSO, 2014).

Sabemos que as cidades estão cada vez mais abarrotadas de


pessoas, entre as quais muitas vivem em condições insalubres e sem
acesso aos serviços básicos.

Como mostram os dados do censo demográfico de 2010, mais de


160.000.000 brasileiros vivem em áreas urbanas, ou seja, 84% da população
(ZASSO, 2014). As consequências desse processo desenfreado de
urbanização é o aumento do uso dos recursos naturais urbanos, resultando
em problemas ambientais como: o ordenamento e o uso do solo. Como
destaque à deficiência dos serviços de saneamento básico, tem-se: o
abastecimento de água potável, sistema de coleta e tratamento de esgotos,
tratamento e disposição final dos resíduos sólidos e drenagem urbana.

Na tentativa de solucionar esses problemas, se tem a formulação da


Lei de Saneamento Básico (Lei 11.4451/2007) e Lei dos Resíduos Sólidos
(Lei 12.3051/2010).

A efetivação dessas leis ocorre por meio do Estatuto das Cidades,


que permite a integração das políticas públicas a partir da utilização de
um importante instrumento que é o Plano Diretor, sendo o conjunto de
princípios e regras que norteiam as ações dos agentes no espaço urbano.

A partir disso, temos a formulação da Lei nº 12.305/2010 que institui


a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cujos princípios defendem a
prevenção, a precaução e a eco eficiência.

Cidades Sustentáveis e Inteligentes


Vimos que as cidades foram construídas no contexto de
industrialização, em decorrência da busca de pessoas se localizarem
próximo à um local onde poderiam conseguir trabalho e meios de vida,
sem qualquer planejamento ou estrutura. As cidades que temos hoje são
diferentes das que se construíram nesse tempo, no entanto ainda herdam
problemáticas antigas.

No entanto, atualmente, vivemos em um contexto de difusão do


conhecimento, informação e inovações tecnológicas, que auxiliam o
52 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

processo de planejamento de novos ambientes mais adequados às


necessidades sociais e ambientais, que são, normalmente, o centro dos
desafios desse contexto. A integração dos ambientes urbanos ao processo
de informação e tecnologia origina ambientes urbanos mais sustentáveis
e inteligentes, o início para se construir uma cidade sustentável. Veja a
seguir a definição do termo.

Uma Cidade Sustentável (CS) segundo Kobayashi et al. (2017) é um


espaço urbanizado que atende aos objetivos de ordem social, ambiental,
político, cultural, econômico e físico, utilizando de maneira mais eficiente
possível os seus recursos.

Isso ocorre a partir da integração de elementos tecnológicos que


favorecem a solução de problemas centrais do meio urbano, tais como:
Mobilidade urbana, atenção aos ambientes naturais; monitoramento da
qualidade e distribuição da água; gestão de resíduos e esgoto; sistema de
distribuição de energia eficiente e limpa; construções físicas sustentáveis;
monitoramento de problemas econômicos; beneficiamento de processos
de educação; sistema de governança e empoderamento do cidadão;
Figura 15 - Cidades sustentáveis

Fonte: Pixabay

Sobre os setores da cidade que são prioridade em cidades


sustentáveis, Ferreira et al. (2015) comentam:
Alguns setores da sociedade necessitam de atenção
prioritária ao se pensar num modelo de cidade inteligente
e sustentável. O desafio de transportar milhares de
pessoas diariamente de extremos geográficos em cidades
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 53

de médio e grande porte deve ser tratado com muita


cautela por autoridades públicas e sociedade civil. Outros
setores como o da construção civil e da matriz energética
também se enquadram como prioridades ao se pensar em
construir áreas urbanas com boa qualidade de vida para
todos, o que certamente dá mais dignidade ao cidadão.
(FERREIRA et al., 2015 p.12)

Höjer e Wangel (2015) afirmam que uma cidade que atende as


necessidades dos seus cidadãos sem comprometer as gerações futuras
tendo suporte das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), é que
se trata de uma Cidade Inteligente e Sustentável (CIS). Em suma, uma
cidade alinhada aos preceitos da sustentabilidade, desempenha um papel
importante frente à sociedade, uma vez que a gestão em torno desse
contexto é capaz de atender demandas pré-existentes e decorrentes do
processo de urbanização.

Desmatamento e degradação
O segundo tema é o do desmatamento, que é o processo de
degradação do ambiente vegetal nativo de alguma região. A devastação
dos recursos naturais provocados por esse item acarreta muitos problemas
como a desestabilização do equilíbrio natural do planeta e a perda da
biodiversidade, além do aumento da emissão de gases poluentes.

Em relação à questão da extinção das espécies, acarreta ao meio


ambiente um desequilíbrio que não é natural, mas sim proporcionado
por atuação externa ao do ecossistema. O aumento da extinção devido
à ação humana é causado pelo uso irracional dos recursos naturais que
reduz os habitats das espécies, diminuindo a diversidade genética.

O problema mais discutido atualmente é o das mudanças climáticas,


causadas pelo aumento da destruição da biodiversidade e da emissão de
gases poluentes. Essas mudanças mudam o contexto do planeta, onde
vivenciamos o aumento da temperatura média, com estações climáticas
de temperaturas extremas.

Referente ao efeito estufa e o aquecimento global, ambos


os processos são resultantes, causados pela utilização contínua de
combustíveis fósseis como o carvão, o petróleo, o gás natural, à queima
de florestas, emitindo na atmosfera, uma quantidade imensa de dióxido
de carbono (ZASSO, 2014).
54 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

RESUMINDO:

Chegamos ao fim de mais um capítulo e também ao fim dessa


unidade. É muito importante para nós que você esteja gostando do
que vem sendo estudado, principalmente agora nessa finalização
da unidade 1! Agora, para garantir que você realmente entendeu
o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir, mais uma vez,
todo o assunto que trabalhamos. Começamos o conteúdo deste
capítulo com um embasamento teórico e contextualizado acerca
dos aspectos que envolvem o processos de industrialização no
século dezoito, um processo que originou diversos problemas
ambientais que lidamos até os dias atuais. Vimos que o efeito estufa
é um fenômeno natural que existe há bilhões de anos no planeta
Terra, mas em índices altos torna-se prejudicial ao meio ambiente.
A poluição no cerne da origem da palavra significa sujeira, é um
dos fatores que agrava a poluição e a degradação da qualidade
ambiental, causando prejuízos à qualidade de vida no planeta. A
degradação ambiental está relacionada à diminuição da qualidade
do meio ambiente, sendo resultado da ação direta ou indireta
de fatores que prejudicam a saúde, segurança e o bem-estar da
população. Em seguida, tratamos do problema da urbanização
decorrente da crescente alocação de pessoas no ambiente das
cidades, o que causa uma sobrecarga aos recursos naturais devido
ao aumento de seu uso. Diversos desafios a serem enfrentados estão
presentes nessa temática, como: oferta de alimento, água potável,
saneamento básico, habitação para todos, ambiente sustentável.
As consequências desse processo desenfreado de urbanização é
o aumento do uso dos recursos naturais urbanos, resultando em
problemas ambientais urbanos como: o ordenamento e o uso do
solo. Como destaque, a deficiência dos serviços de saneamento
básico, como o abastecimento de água potável, sistema de
coleta e tratamento de esgotos, coleta, tratamento e disposição
final dos resíduos sólidos e drenagem urbana. Para solucionar
esses problemas, contamos com o auxílio da Lei de Saneamento
Básico, Lei dos Resíduos Sólidos, além do Plano Diretor, sendo
o conjunto de princípios e regras que norteiam as ações dos
agentes no espaço urbano. Vimos também que atualmente alguns
movimentos vêm ocorrendo em busca da melhoria do ambiente
das cidades, pois a integração de elementos tecnológicos, aliados
a informação e comunicação ajudam o processo de planejamento
auxiliando na reformulação de cidades mais sustentáveis e
inteligentes. Por fim, estudamos sobre o desmatamento, que é o
processo de degradação do ambiente vegetal nativo de alguma
região. O aumento da extinção devido à ação humana é causado
pelo uso irracional dos recursos naturais que reduz os habitats das
espécies, diminuindo a diversidade genética.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 55

REFERÊNCIAS
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