You are on page 1of 375

RECEITA FEDERAL

DO BRASIL
Editora

a solução para o seu concurso!

RECEITA FEDERAL
DO BRASIL

Analista-Tributário
VOLUME.1

EDITAL Nº 1 - RFB, DE 2
DE DEZEMBRO DE 2023

CÓD: SL-046DZ-22
7908433230649
COMO ACESSAR O SEU BÔNUS

Se você comprou essa apostila em nosso site, o bônus já está liberado na sua área do cliente. Basta fazer
login com seus dados e aproveitar.
Mas caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter acesso ao bônus:

Acesse o endereço editorasolucao.com.br/bonus.

Digite o código que se encontra atrás da


apostila (conforme foto ao lado).

Siga os passos para realizar um breve


cadastro e acessar o bônus.
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

Editora

a solução para o seu concurso!


ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e argumentativo);
interpretação e organização interna............................................................................................................................................ 09
2. Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos........................................................................................... 22
3. emprego de tempos e modos dos verbos em português. Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes
gramaticais; processos de formação de palavras; mecanismos de flexão dos nomes e verbos.................................................. 23
4. Sintaxe: frase, oração e período; termos da oração; processos de coordenação e subordinação.............................................. 28
5. concordância nominal e verbal.................................................................................................................................................... 31
6. transitividade e regência de nomes e verbos.............................................................................................................................. 31
7. padrões gerais de colocação pronominal no português.............................................................................................................. 32
8. mecanismos de coesão textual.................................................................................................................................................... 32
9. Ortografia.................................................................................................................................................................................... 33
10. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 34
11. Emprego do sinal indicativo de crase............................................................................................................................................ 34
12. Pontuação.................................................................................................................................................................................... 34
13. Reescrita de frases: substituição, deslocamento, paralelismo..................................................................................................... 36
14. variação linguística....................................................................................................................................................................... 37
15. norma culta................................................................................................................................................................................. 38

Língua Inglesa
1. Conhecimento e uso das formas contemporâneas da linguagem inglesa. Compreensão e interpretação de textos variados:
domínio do vocabulário e da estrutura da língua, ideias principais e secundárias, explícitas e implícitas, relações intratextuais
e intertextuais.Itens gramaticais relevantes para a compreensão dos conteúdos semântico Palavras e expressões equivalen-
tes. Elementos de referência. ..................................................................................................................................................... 45

Raciocínio Lógico-Matemático
1. Lógica: proposições, conectivos, equivalências lógicas, quantificadores e predicados. Estrutura lógica de relações arbitrárias
entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; dedução de novas informações das relações fornecidas e avaliação
das condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. Compreensão e análise da lógica de uma situação,
utilizando as funções intelectuais: raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio sequencial, orientação espacial e
temporal, formação de conceitos, discriminação de elementos. Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos,
geométricos e matriciais. Problemas de lógica e raciocínio....................................................................................................... 73
2. Conjuntos e suas operações, diagramas..................................................................................................................................... 93
3. Números inteiros, racionais e reais e suas operações................................................................................................................ 98
4. porcentagem............................................................................................................................................................................... 100
5. juros............................................................................................................................................................................................ 101
6. Proporcionalidade direta e inversa............................................................................................................................................. 103
7. Medidas de comprimento, área, volume, massa e tempo......................................................................................................... 105
8. Compreensão de dados apresentados em gráficos e tabelas..................................................................................................... 108
9. Problemas de contagem............................................................................................................................................................. 110
10. Geometria básica: ângulos, triângulos, polígonos, distâncias, proporcionalidade, perímetro e área. Plano cartesiano: sistema
de coordenadas, distância.......................................................................................................................................................... 114

Editora

a solução para o seu concurso!


ÍNDICE

Estatística
1. Estatística descritiva..................................................................................................................................................................... 125
2. Média, moda, mediana e desvio padrão..................................................................................................................................... 133
3. Probabilidade e distribuições de probabilidade.......................................................................................................................... 135
4. Inferência: estimação pontual e intervalar e testes de hipóteses............................................................................................... 138
5. Predição: abordagens; séries temporais; regressão linear simples e múltipla............................................................................ 143
6. Regressão logística....................................................................................................................................................................... 149

Administração Geral e Pública


1. Teoria da administração e das organizações. Funções de administração: planejamento, organização, direção e controle. Pa-
péis e habilidades do administrador. Planejamento estratégico: conceitos, princípios, etapas, níveis, métodos e ferramentas.
Planejamento tático. Planejamento operacional. Administração por objetivos ......................................................................... 153
2. O processo administrativo .......................................................................................................................................................... 163
3. Organização: princípios de organização; estrutura organizacional; departamentalização; centralização e descentralização ..... 163
4. Processo decisório: tipos de decisões; decisão racional; heurísticas; ferramentas de apoio à decisão ....................................... 163
5. Comportamento organizacional: cultura organizacional; motivação; liderança; comunicação; equipes de trabalho ................... 168
6. Controle: tipos de controle; sistemas de controle ....................................................................................................................... 170
7. Balanced scorecard. Gestão de pessoas: evolução; conceitos básicos; abordagem estratégica; indicadores de gestão de pes-
soas. Recrutamento e seleção de pessoas: visão geral e conceitos básicos; relação com os demais processos de gestão de
pessoas; recrutamento interno e externo; técnicas de recrutamento e seleção. Análise e descrição de cargos. Treinamento e
desenvolvimento: visão geral e conceitos básicos; relação com os demais processos de gestão de pessoas; métodos; avalia-
ção de programas de treinamento e desenvolvimento. Gestão do desempenho: visão geral e conceitos básicos; relação com
os demais processos de gestão de pessoas; métodos. Gestão por competências ....................................................................... 171
8. Gestão da qualidade e modelo de excelência gerencial: principais teóricos e suas contribuições para a gestão da qualidade;
ferramentas de gestão da qualidade ........................................................................................................................................... 193
9. Gestão de projetos: modelos, etapas, elaboração, técnicas de análise e avaliação de projetos .................................................. 195
10. Gestão de processos. Conceitos da abordagem por processos. Técnicas de mapeamento, análise e melhoria de processos.
Noções de estatística aplicada ao controle e à melhoria de processos; BPM .............................................................................. 195
11. Administração Financeira. Indicadores de Desempenho. Tipo. Variáveis. Princípios gerais de alavancagem operacional e fi-
nanceira. Planejamento financeiro de curto e longo prazo. Conceitos básicos de análise de balanços e demonstrações finan-
ceiras .......................................................................................................................................................................................... 197
12. As reformas administrativas e a redefinição do papel do Estado; reforma do serviço civil (mérito, flexibilidade e responsabili-
zação) e reforma do aparelho do Estado ..................................................................................................................................... 198
13. Administração Pública: do modelo racional-legal ao paradigma pós-burocrático; o Estado oligárquico e patrimonial, o Estado
autoritário e burocrático, o Estado do bem-estar, o Estado regulador ........................................................................................ 202
14. Processos participativos de gestão pública: conselhos de gestão, orçamento participativo, parceria entre governo e socieda-
de ............................................................................................................................................................................................... 210
15. Governo eletrônico; transparência da administração pública; controle social e cidadania; accountability ................................ 211
16. Gestão por resultados na produção de serviços públicos ........................................................................................................... 219
17. Comunicação na gestão pública e gestão de redes organizacionais ............................................................................................ 230
18. Administração de pessoal ........................................................................................................................................................... 241
19. Administração de compras e materiais: processos de compras governamentais e gerenciamento de materiais e estoques ...... 257
20. Sustentabilidade das contratações ............................................................................................................................................. 276
21. Mudanças institucionais: conselhos, organizações sociais, organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), agên-
cia reguladora, agência executiva, consórcios públicos .............................................................................................................. 278

Editora

a solução para o seu concurso!


ÍNDICE

22. Conceitos básicos de planejamento. Aspectos administrativos, técnicos, econômicos e financeiros. Formulação de
programas e projetos. Avaliação de programas e projetos. Tipos de avaliação. Análise custo benefício e análise custo-
-efetividade ............................................................................................................................................................................... 285
23. Governança Pública. Conceitos fundamentais. Princípios, diretrizes e níveis de análise. Sistema de governança. Práticas de
governança ................................................................................................................................................................................. 293
24. Gestão de Riscos: princípios, objetos, técnicas, modelos nacionais e internacionais, integração ao planejamento. Processo
de Gestão de Riscos: comunicação, consulta, contextualização, identificação, análise, tratamento, monitoramento e retroali-
mentação. Boas práticas de gestão de Riscos ............................................................................................................................. 296
25. Processo de formulação e desenvolvimento de políticas: construção de agendas, formulação de políticas, implementação de
políticas, financiamento de políticas públicas, indicadores de desempenho de políticas públicas ............................................. 298
26. As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo; descentralização e democracia; participação, atores sociais e con-
trole social; gestão local, cidadania e equidade social ................................................................................................................ 299
27. Planejamento e avaliação nas políticas públicas. ........................................................................................................................ 303
28. Lei Federal nº 12.527/2011 e suas alterações (Lei de Acesso à Informação) ............................................................................... 305
29. Lei Complementar nº 131/2009 (Lei da Transparência) .............................................................................................................. 312

Fluência em Dados
1. conceitos, atributos, métricas, transformação de Dados............................................................................................................ 317
2. Análise de dados. Agrupamentos. Tendências. Projeções........................................................................................................... 321
3. Conceitos de Analytics................................................................................................................................................................. 324
4. Aprendizado de Máquina............................................................................................................................................................. 327
5. Inteligência Artificial.................................................................................................................................................................... 332
6. Processamento de Linguagem Natural........................................................................................................................................ 335
7. Governança de Dados: conceito, tipos (centralizada, compartilhada e colegiada)..................................................................... 337
8. Ciência de dados: Importância da informação............................................................................................................................ 339
9. Big Data. Big Data em relação a outras disciplinas...................................................................................................................... 341
10. Ciência dos dados........................................................................................................................................................................ 351
11. Ciclo de vida do processo de ciência de dados............................................................................................................................ 351
12. Papeis dos envolvidos em projetos de Ciência de dados e Big Data............................................................................................ 351
13. Computação em nuvens.............................................................................................................................................................. 351
14. Arquitetura de Big Data............................................................................................................................................................... 354
15. Modelos de entrega e distribuição de serviços de Big Data........................................................................................................ 354
16. Plataformas de computação em nuvem para Big Data................................................................................................................ 354
17. Linguagens de programação para ciência de dados: linguagem Python e R............................................................................... 354
18. Bancos de dados não relacionais: bancos de dados NoSQL; Modelos Nosql.............................................................................. 364
19. Principais SGBD’s......................................................................................................................................................................... 367
20. Soluções para Big Data................................................................................................................................................................. 370

Editora

a solução para o seu concurso!


LÍNGUA PORTUGUESA

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO DO TEXTO E SEU SENTI- fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
DO: GÊNERO DO TEXTO (LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO,
NARRATIVO, DESCRITIVO E ARGUMENTATIVO); INTER-
PRETAÇÃO E ORGANIZAÇÃO INTERNA

Compreensão e interpretação de textos

Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o


seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto. • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-
lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. com a não-verbal.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem

Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que


facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-
pode ser escrita ou oral. tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
este processo é intertextualidade.
Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti-
ca e, por fim, uma leitura interpretativa.

Editora
9
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
É muito importante que você: tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta- você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
do, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto- título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
gráficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po- Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
lêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
Dicas para interpretar um texto: pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
– Leia lentamente o texto todo. pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa- finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
– Sublinhe as ideias mais importantes. estudos?
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
principal e das ideias secundárias do texto. bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
– Separe fatos de opiniões. reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo CACHORROS
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu- Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
tável). espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
– Retorne ao texto sempre que necessário. seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
enunciados das questões. precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
– Reescreva o conteúdo lido. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
picos ou esquemas. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa-
outro e a parceria deu certo.
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu-
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
distração, mas também um aprendizado. sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre-
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos-
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória.
As informações que se relacionam com o tema chamamos de
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
do texto.
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden- conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica- capaz de identificar o tema do texto!
ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na
prova. Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i-
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi- deias-secundarias/
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-
didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca TEXTOS VARIADOS
extrapole a visão dele.
Ironia
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-

Editora
10
10
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
novo sentido, gerando um efeito de humor. recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
Exemplo: plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor

Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-


çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.
Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Ironia de situação NERO EM QUE SE INSCREVE
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que principal. Compreender relações semânticas é uma competência
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
morte. Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
Ironia dramática (ou satírica) -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que Busca de sentidos
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten- Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado apreensão do conteúdo exposto.
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo citadas ou apresentando novos conceitos.
da narrativa.

Editora
11
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici- Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer imagens.
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
Importância da interpretação que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se vencer o leitor a concordar com ele.
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
específicos, aprimora a escrita. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- de destaque sobre algum assunto de interesse.
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen- berdade para quem recebe a informação.
são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató- DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, Fato
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Exemplo de fato:
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que A mãe foi viajar.
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Interpretação
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
Diferença entre compreensão e interpretação sas, previmos suas consequências.
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
leitor tira conclusões subjetivas do texto. ças sejam detectáveis.
Exemplos de interpretação:
Gêneros Discursivos
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
tro país.
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No do que com a filha.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Opinião
dárias. A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- que fazemos do fato.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
encaminham-se diretamente para um desfecho. do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O anteriores:
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
curto. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que do que com a filha. Ela foi egoísta.
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
como horas ou mesmo minutos.
Editora
12
12
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- mais direto.
mos expressando nosso julgamento.
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, NÍVEIS DE LINGUAGEM
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando Definição de linguagem
analisamos um texto dissertativo.
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
Exemplo: ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
com o sofrimento da filha. da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento e caem em desuso.
e o do leitor. Língua escrita e língua falada
A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
Parágrafo falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é
ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma-
mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto
conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela-
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre-
pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
sentada na introdução.
berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
Embora existam diferentes formas de organização de parágra-
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- Linguagem popular e linguagem culta
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você o diálogo é usado para representar a língua falada.
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo Linguagem Popular ou Coloquial
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
prova.
sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma expressão dos esta dos emocionais etc.
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
A Linguagem Culta ou Padrão
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto-
se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí-
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
odo, e o tópico que o antecede.
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
para a clareza do texto.
Gíria
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro, arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
sem coerência. a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa-
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
Editora
13
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam (Vinícius de Moraes)
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de
TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
de pequenos grupos ou cair em desuso. tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, comportamentos, nas leis jurídicas.
“mina”, “tipo assim”. Características principais:
Linguagem vulgar • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
comida”. pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Linguagem regional Exemplo:
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
Tipos e genêros textuais
perior para formação de oficiais.
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran-
Tipo textual expositivo
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou pode ser expositiva ou argumentativa.
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns
A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
exemplos e as principais características de cada um deles.
sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
Tipo textual descritivo
Características principais:
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, mar.
um movimento etc. • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
Características principais: • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
de ponto de vista.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
• Apresenta linguagem clara e imparcial.
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
Exemplo:
caracterizadora.
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
meração. questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
• A noção temporal é normalmente estática. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- terminado tema.
ção. Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
Exemplo:
Era uma casa muito engraçada Tipo textual dissertativo-argumentativo
Não tinha teto, não tinha nada
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
Ninguém podia entrar nela, não
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
Porque na casa não tinha chão apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade,
Ninguém podia dormir na rede clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in-
Porque na casa não tinha parede tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
(leitor ou ouvinte).
Ninguém podia fazer pipi
Características principais:
Porque penico não tinha ali
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento
Mas era feita com muito esmero
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
Na rua dos bobos, número zero gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho

Editora
14
14
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo, do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
gestão/solução). ais que neles predominam.
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente
Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Descritivo Diário
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Relatos (viagens, históricos, etc.)
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Biografia e autobiografia
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Notícia
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Currículo
Exemplo: Lista de compras
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Cardápio
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Anúncios de classificados
administração política (tese), porque a força governamental certa-
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Injuntivo Receita culinária
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Bula de remédio
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Manual de instruções
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Regulamento
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Textos prescritivos
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Expositivo Seminários
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o
Palestras
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma
cobrança efetiva (conclusão). Conferências
Entrevistas
Tipo textual narrativo Trabalhos acadêmicos
Enciclopédia
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- Verbetes de dicionários
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Carta de opinião
Características principais:
Resenha
• O tempo verbal predominante é o passado.
Artigo
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história – Ensaio
onisciente). Monografia, dissertação de
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em mestrado e tese de doutorado
prosa, não em verso. Narrativo Romance
Exemplo:
Novela
Solidão
Crônica
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- Contos de Fada
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. Fábula
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- Lendas
rem, um tirou do outro a essência da felicidade.
Nelson S. Oliveira Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre- nitos e mudam de acordo com a demanda social.
ais/4835684
INTERTEXTUALIDADE
GÊNEROS TEXTUAIS
A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro- de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas- ambos: forma e conteúdo.
síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan- Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de
forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri-

Editora
15
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
provérbios, charges, dentre outros. uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer
Tipos de Intertextualidade que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen-
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
(parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (se-
enunciador está propondo.
melhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante
a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorís- Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
ticos. O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
significa a “repetição de uma sentença”. crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- mento de premissas e conclusões.
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- A é igual a B.
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior)
A é igual a C.
e “graphé” (escrita).
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção Então: C é igual a B.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. que C é igual a A.
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re- Outro exemplo:
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo
Todo ruminante é um mamífero.
“citação” (citare) significa convocar.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros A vaca é um ruminante.
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois Logo, a vaca é um mamífero.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são também será verdadeira.
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ARGUMENTAÇÃO a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
propõe. instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo
que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o
outro fundado há dois ou três anos.
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
vista defendidos. pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
der bem como eles funcionam.
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
sos de linguagem. na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom
associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa
essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de
não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
escolher entre duas ou mais coisas”.
de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- zado numa dada cultura.
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar.
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre-

Editora
16
16
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de Argumento Argumento quase lógico
Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa- É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa
zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu- e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são
mento. Exemplo: chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi-
Argumento de Autoridade cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí-
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en-
pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica.
servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo”
so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver- aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con-
dadeira. Exemplo: correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe- indevidas.
cimento. Nunca o inverso. Argumento do Atributo
Alex José Periscinoto. É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, que é mais grosseiro, etc.
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
acreditar que é verdade. alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
Argumento de Quantidade
de.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú-
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz
mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
largo uso do argumento de quantidade.
em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
Argumento do Consenso dizer dá confiabilidade ao que se diz.
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao por bem determinar o internamento do governador pelo período
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
carentes de qualquer base científica. guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
tal por três dias.
Argumento de Existência
Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão texto tem sempre uma orientação argumentativa.
do que dois voando”.
A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci-
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser
dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela
outras, etc. Veja:
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na-
vios, etc., ganhava credibilidade. “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
vam abraços afetuosos.”
Editora
17
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de-
e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até, possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada. de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra- um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun-
tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista.
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
injustiça, corrupção).
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
ver as seguintes habilidades:
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
o argumento. - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e mente contrária;
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, ria contra a argumentação proposta;
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
outros à sua dependência política e econômica”. ta.
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
o assunto, etc). não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
dades não se prometem, manifestam-se na ação. verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu da verdade:
comportamento.
- evidência;
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
- divisão ou análise;
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro-
- ordem ou dedução;
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio
- enumeração.
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
mica e até o choro. encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse caracteriza a universalidade.

Editora
18
18
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo- Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen-
gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda-
particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem
silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os
uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par-
conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio
verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a
fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por-
o efeito. Exemplo: que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) pesquisa.
Fulano é homem (premissa menor = particular) Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
Logo, Fulano é mortal (conclusão)
todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia- pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par- que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci- reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
O calor dilata o ferro (particular) todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
O calor dilata o bronze (particular) das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
o relógio estaria reconstruído.
O calor dilata o cobre (particular)
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
O ferro, o bronze, o cobre são metais
meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- relacionadas:
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
sofisma no seguinte diálogo: lha dos elementos que farão parte do texto.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Lógico, concordo. racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Claro que não! por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
Exemplos de sofismas: A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Dedução partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Todo professor tem um diploma (geral, universal) confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Fulano tem um diploma (particular) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Indução nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
cular) empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
– conclusão falsa) integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são profes- canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
sores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. sabiá, torradeira.
Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou infun- Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
dadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise su- Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
perficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, basea- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
dos nos sentimentos não ditados pela razão.
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
Editora
19
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé- - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan-
uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de dida;d
uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é diferenças).
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização. consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
(Garcia, 1973, p. 302304.) vra e seus significados.
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in- A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam. com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos mentação coerente e adequada.
de vista sobre ele.
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
- o termo a ser definido; cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
- o gênero ou espécie;
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
- a diferença específica.
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
ma espécie. Exemplo:
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
Elemento especiediferença nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
a ser definidoespecífica apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é virtude de, em vista de, por motivo de.
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
ou instalação”; assim, desse ponto de vista.
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);

Editora
20
20
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta- uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para con-
belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos traargumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento
que, melhor que, pior que. é que gera o controle demográfico”.
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir-
elaboração de um Plano de Redação.
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi-
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer tecnológica
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais
ta, justificar, criando um argumento básico;
caráter confirmatório que comprobatório.
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse (rever tipos de argumentação);
caso, incluem-se - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e conse-
mortal, aspira à imortalidade);
quência);
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula-
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
dos e axiomas);
argumento básico;
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature-
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se
argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que
mento básico;
parece absurdo).
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con- partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
cretos, estatísticos ou documentais. menos a seguinte:
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se
Introdução
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau-
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. - função social da ciência e da tecnologia;
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - definições de ciência e tecnologia;
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opi- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
niões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprova- Desenvolvimento
da, e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade vimento tecnológico;
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- condições de vida no mundo atual;
gumentação: - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran-
desenvolvidos;
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu-
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”;
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses sado; apontar semelhanças e diferenças;
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
dadeira; banos;
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali- mais a sociedade.
dade da afirmação;
Conclusão
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto- - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/conse-
ridade que contrariam a afirmação apresentada; quências maléficas;

Editora
21
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos Segunda pessoa
apresentados.
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá-
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta
ção: é um dos possíveis.
quase como outro personagem que participa da história.

Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece


Terceira pessoa
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida- Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser-
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis- vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al-
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse.
é inserida.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi-
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a leitura não fique confuso.
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
textos caracterizada por um citar o outro. SEMÂNTICA: SENTIDO E EMPREGO DOS VOCÁBULOS;
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um CAMPOS SEMÂNTICOS
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou Significação de palavras
de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação.
pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os
mencionar um provérbio conhecido. significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos
que compõem este estudo.
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- Antônimo e Sinônimo
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi- Começaremos por esses dois, que já são famosos.
zá-lo ou ao compará-lo com outros.
O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o signi-
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de- ficado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- homem que é antônimo de mulher.
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con- Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi- que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é mui-
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm to importante para produções textuais, porque evita que você fi-
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. que repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos
exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/conten-
PONTO DE VISTA tamento e homem é sinônimo de macho/varão.
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
Hipônimos e Hiperônimos
vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa
da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperôni-
diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con- mo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, ca-
sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob- chorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais
servador e o narrador-personagem. domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido
mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com
Primeira pessoa substantivo coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das
palavras, beleza?!?!
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto Outros conceitos que agem diretamente no sentido das pala-
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos vras são os seguintes:
o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden-
do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas Conotação e Denotação
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
Observe as frases:
só descobrimos ao decorrer da história.
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.
Editora
22
22
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa – desinências;
palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, – afixos;
não! – vogais e consoantes de ligação.
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, Radical: Elemento que contém a base de significação do
a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionari- vocábulo.
zado. Exemplos
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo cono- VENDer, PARTir, ALUNo, MAR.
tativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do Desinências: Elementos que indicam as flexões dos vocábulos.
contexto para ser entendida.
Dividem-se em:
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e cono-
Nominais
tativo começa com C de contexto.
Indicam flexões de gênero e número nos substantivos.
Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propa-
gandas: Exemplos
pequenO, pequenA, alunO, aluna.
Ambiguidade pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas.
Verbais
Observe a propaganda abaixo:
Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos
Exemplos
vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo)
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem.
Exemplos
1ª conjugação: – A – cantAr
2ª conjugação: – E – fazEr
3ª conjugação: – I – sumIr
Observação
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica
https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambigui- oposição masculino/feminino.
dade-na-propaganda/ Exemplos
livrO, dentE, paletó.
Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção.
Tema: União do radical e a vogal temática.
Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja,
por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, Exemplos
não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta. CANTAr, CORREr, CONSUMIr.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se
justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma interpõem aos vocábulos por necessidade de eufonia.
palavra, frase ou textos inteiros. Exemplos
chaLeira, cafeZal.
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS DOS VERBOS EM POR-
TUGUÊS. MORFOLOGIA: RECONHECIMENTO, EMPREGO Afixos
E SENTIDO DAS CLASSES GRAMATICAIS; PROCESSOS DE
FORMAÇÃO DE PALAVRAS; MECANISMOS DE FLEXÃO Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou depois do
DOS NOMES E VERBOS radical de uma palavra para a formação de outra palavra. Dividem-
se em:
Prefixo: Partícula que se coloca antes do radical.
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Exemplos
As palavras são formadas por estruturas menores, com DISpor, EMpobrecer, DESorganizar.
significados próprios. Para isso, há vários processos que contribuem Sufixo
para a formação das palavras. Afixo que se coloca depois do radical.
Exemplos
Estrutura das palavras contentaMENTO, reallDADE, enaltECER.
As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas
menores - os morfemas, também chamados de elementos mórficos: Processos de formação das palavras
– radical e raiz;
Composição: Formação de uma palavra nova por meio da
– vogal temática;
junção de dois ou mais vocábulos primitivos. Temos:
– tema;
Editora
23
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Justaposição: Formação de palavra composta sem alteração na com, con, co – companhia, concomitância: combater,
estrutura fonética das primitivas. contemporâneo.
Exemplos contra – oposição, posição inferior: contradizer.
passa + tempo = passatempo de – movimento de cima para baixo, origem, afastamento:
gira + sol = girassol decrescer, deportar.
Aglutinação: Formação de palavra composta com alteração da des – negação, separação, ação contrária: desleal, desviar.
estrutura fonética das primitivas. dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrária:
Exemplos distrair, dimanar.
em + boa + hora = embora entre – situação intermediaria, reciprocidade: entrelinha,
entrevista.
vossa + merce = você
ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade,
Derivação:
privação, situação cessante: exportar, espalmar, ex-professor.
Formação de uma nova palavra a partir de uma primitiva.
extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extraordinário.
Temos:
im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: importar,
Prefixação: Formação de palavra derivada com acréscimo de
ingrato.
um prefixo ao radical da primitiva.
inter – no meio de: intervocálico, intercalado.
Exemplos
intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer.
CONter, INapto, DESleal.
justa – perto de: justapor.
Sufixação: Formação de palavra nova com acréscimo de um
sufixo ao radical da primitiva. multi – pluralidade: multiforme.
Exemplos ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo.
cafezAL, meninINHa, loucaMENTE. pene – quase: penúltimo, península.
Parassíntese: Formação de palavra derivada com acréscimo de per – movimento através de, acabamento de ação; ideia
um prefixo e um sufixo ao radical da primitiva ao mesmo tempo. pejorativa: percorrer.
Exemplos post, pos – posteridade: postergar, pospor.
EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR. pre – anterioridade: predizer, preclaro.
Derivação imprópria: Alteração da função de uma palavra preter – anterioridade, para além: preterir, preternatural.
primitiva. pro – movimento para diante, a favor de, em vez de: prosseguir,
Exemplo procurador, pronome.
Todos ficaram encantados com seu andar: verbo usado com re – movimento para trás, ação reflexiva, intensidade, repetição:
valor de substantivo. regressar, revirar.
Derivação regressiva: Ocorre a alteração da estrutura fonética retro – movimento para trás: retroceder.
de uma palavra primitiva para a formação de uma derivada. Em satis – bastante: satisdar.
geral de um verbo para substantivo ou vice-versa. sub, sob, so, sus – inferioridade: subdelegado, sobraçar, sopé.
Exemplos subter – por baixo: subterfúgio.
combater – o combate super, supra – posição superior, excesso: super-homem,
chorar – o choro superpovoado.
trans, tras, tra, tres – para além de, excesso: transpor.
Prefixos
tris, três, tri – três vezes: trisavô, tresdobro.
Os prefixos existentes em Língua Portuguesa são divididos em: ultra – para além de, intensidade: ultrapassar, ultrabelo.
vernáculos, latinos e gregos.
uni – um: unânime, unicelular.
Vernáculos: Prefixos latinos que sofreram modificações ou
Grego: Os principais prefixos de origem grega são:
foram aportuguesados: a, além, ante, aquém, bem, des, em, entre,
mal, menos, sem, sob, sobre, soto. a, an – privação, negação: ápode, anarquia.
ana – inversão, parecença: anagrama, analogia.
Nota-se o emprego desses prefixos em palavras como:
abordar, além-mar, bem-aventurado, desleal, engarrafar, maldição, anfi – duplicidade, de um e de outro lado: anfíbio, anfiteatro.
menosprezar, sem-cerimônia, sopé, sobpor, sobre-humano, etc. anti – oposição: antipatia, antagonista.
Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma latina apo – afastamento: apólogo, apogeu.
original: arqui, arque, arce, arc – superioridade: arcebispo, arcanjo.
a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar. caco – mau: cacofonia.
a, ad – aproximação, direção: amontoar.
cata – de cima para baixo: cataclismo, catalepsia.
ambi – dualidade: ambidestro.
deca – dez: decâmetro.
bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário.
dia – através de, divisão: diáfano, diálogo.
centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado.
dis – dualidade, mau: dissílabo, dispepsia.
circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circunstante.
en – sobre, dentro: encéfalo, energia.
cis – aquem de: cisalpino, cisgangético.
Editora
24
24
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
endo – para dentro: endocarpo. SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/
epi – por cima: epiderme, epígrafe. são os que dão origem a mundo/
eu – bom: eufonia, eugênia, eupepsia. outras palavras, ou seja, ela é
população
hecto – cem: hectômetro. a primeira.
hemi – metade: hemistíquio, hemisfério. /formiga
hiper – superioridade: hipertensão, hipérbole. SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/
hipo – inferioridade: hipoglosso, hipótese, hipotermia. são formados por outros populacional/formigueiro
radicais da língua.
homo – semelhança, identidade: homônimo.
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo
meta – união, mudança, além de: metacarpo, metáfase.
designa determinado ser
míria – dez mil: miriâmetro. entre outros da mesma /Brasil
mono – um: monóculo, monoculista. espécie. São sempre iniciados /Belo Horizonte/Estátua da
por letra maiúscula. Liberdade
neo – novo, moderno: neologismo, neolatino.
para – aproximação, oposição: paráfrase, paradoxo. SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
penta – cinco: pentágono. referem-se qualquer ser de cachorro/prima
uma mesma espécie.
peri – em volta de: perímetro.
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente
poli – muitos: polígono, polimorfo.
nomeiam seres com existência
pro – antes de: prótese, prólogo, profeta. própria. Esses seres podem /estrelas/fadas
ser animadoso ou inanimados, /lobisomem
Sufixos reais ou imaginários. /saci-pererê

Os sufixos podem ser: nominais, verbais e adverbial. SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/


nomeiam ações, estados, bondade/
Nominais qualidades e sentimentos que
Coletivos: -aria, -ada, -edo, -al, -agem, -atro, -alha, -ama. confiança/
não tem existência própria, ou
Aumentativos e diminutivos: -ão, -rão, -zão, -arrão, -aço, -astro, seja, só existem em função de lembrança/
-az. um ser. amor/
Agentes: -dor, -nte, -ário, -eiro, -ista. alegria
Lugar: -ário, -douro, -eiro, -ório. SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/
Estado: -eza, -idade, -ice, -ência, -ura, -ado, -ato. referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/
de seres da mesma espécie, buquê (de flores)
Pátrios: -ense, -ista, -ano, -eiro, -ino, -io, -eno, -enho, -aico.
mesmo quando empregado
Origem, procedência: -estre, -este, -esco. no singular e constituem um
Verbais substantivo comum.
Comuns: -ar, -er, -ir. NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
Frequentativos: -açar, -ejar, -escer, -tear, -itar. QUE NÃO ESTÃO AQUI!
Incoativos: -escer, -ejar, -itar. Flexão dos Substantivos
Diminutivos: -inhar, -itar, -icar, -iscar.
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
Adverbial = há apenas um no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
MENTE: mecanicamente, felizmente etc. uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
CLASSES DE PALAVRAS uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
Substantivo – Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi- forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen- epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
macho/palmeira fêmea.
Classificação dos substantivos b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/ testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/ c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
sua estrutura. macaco/sabão para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
o/a estudante, o/a colega.
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/ • Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
são formados por mais de um porta-voz/ – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
radical em sua estrutura. – Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
pé-de-moleque

Editora
25
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau Trezentos e vinte moradores.
diminutivo. – Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha – Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
Adjetivo
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo:
imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão com- Dois terços dos alunos foram embora.
posta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por
Pronome
preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo:
golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vesper- É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam,
tino). indicando a pessoa do discurso.
Flexão do Adjetivos
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em
• Gênero: uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
no: homem feliz, mulher feliz. Pronomes Oblí-
Pessoas do Dis- Pronomes Retos
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra quos
curso Função Subjetiva
para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria Função Objetiva
japonesa, aluno chorão/ aluna chorona. 1º pessoa do sin- Eu Me, mim, comigo
• Número: gular
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado- 2º pessoa do sin- Tu Te, ti, contigo
res, japonês/ japoneses. gular
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas 3º pessoa do sin- Ele, ela, Se, si, consigo, lhe,
branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo. gular o, a
• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vito- 1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
rioso (do) que o seu. 2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vito-
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes,
rioso (do) que o seu.
os, as
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso
quanto o seu. • Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pesso-
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssi- as, normalmente, em situações formais de comunicação.
mo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito fa- Pronomes de Tratamento Emprego
moso. Utilizado em situações infor-
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o Você
mais.
mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é me- Tratamento para pessoas mais
Senhor (es) e Senhora (s)
nos famoso de todos. velhas.
Usados para pessoas com alta
Artigo Vossa Excelência
autoridade
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o Usados para os reitores das
substantivo, determinando de modo particular ou genérico. Vossa Magnificência
Universidades.
• Classificação e Flexão do Artigos Empregado nas correspondên-
Vossa Senhoria
– Artigos Definidos: o, a, os, as. cias e textos escritos.
O menino carregava o brinquedo em suas costas. Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
As meninas brincavam com as bonecas. Utilizado para príncipes, prin-
Vossa Alteza
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas. cesas, duques.
Um menino carregava um brinquedo. Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Umas meninas brincavam com umas bonecas. Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Numeral Utilizado para sacerdotes e
Vossa Reverendíssima
religiosos em geral.
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou
coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.

• Classificação dos Numerais


– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Editora
26
26
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, • Flexão verbal
atribuindo-lhes a posse de alguma coisa. Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
Pessoa do Discurso Pronome Possessivo – Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na
1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é
dividido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza,
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas – Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato ex-
presso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: pre-
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas sente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito)
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: pre-
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas sente, pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posi- – Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º
ção de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles ama-
tempo ou no espaço. ram).
• Formas nominais do verbo
Pronomes Demonstrativos Singular Plural
Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exer-
esta, essa, estas, essas, cem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infi-
Feminino
aquela aquelas nitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particí-
este, esse, estes, esses, pio (terminado em –DA/DO).
Masculino
aquele aqueles
• Voz verbal
• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação
designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os prono- com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
mes indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e
invariáveis (não variam em gênero e número). – Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa
quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
Classificação Pronomes Indefinidos sujeito. Veja:
algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, João pulou da cama atrasado
nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, mui-
ta, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, – Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas
poucas, todo, toda, todos, todas, outro, recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz
Variáveis outra, outros, outras, certo, certa, certos, passiva analítica é formada por:
certas, vário, vária, vários, várias, tanto, tan- Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros)
ta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição
quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, por/pelo/de + agente da passiva.
um, uma, uns, umas.
A casa foi aspirada pelos rapazes
quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva prono-
Invariáveis
algo, cada. minal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plu-
utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas. ral) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.
Classificação Pronomes Interrogativos
qual, quais, quanto, quantos, Advérbio
Variáveis
quanta, quantas.
Invariáveis quem, que. É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro ad-
vérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circuns-
• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anterior- tância. As circunstâncias dos advérbios podem ser:
mente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser
variáveis e invariáveis. – Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, ama-
nhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem,
Classificação Pronomes Relativos brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-
o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, -dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez
Variáveis cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quan- em quando, em nenhum momento, etc.
tos, quantas. – Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém,
perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em
Invariáveis quem, que, onde.
cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapi-
Verbos damente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos mete- ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
orológicos, sempre em relação ao um determinado tempo. – Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente,
efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc.
Editora
27
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo al- Que, do que (usado depois de mais, menos,
gum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc. Comparativas
maior, menor, melhor, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, as-
saz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo
Consecutivas
de todo, etc. que, De maneira que, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, por- Integrantes Que, se.
ventura, etc.
Preposição Interjeição

É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo com- É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções,
plete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes: apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações
das pessoas.

• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!
Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas
é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a
função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para enten-
der o estudo da Sintaxe.

SINTAXE: FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO; TERMOS DA


ORAÇÃO; PROCESSOS DE COORDENAÇÃO E SUBORDI-
NAÇÃO

Conjunção
Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo
oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que li- coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar al-
gam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é gumas questões importantes:
determinante e o outro é determinado).
• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sen-
• Conjunções Coordenativas tido completo.
Os jornais publicaram a notícia.
Tipos Conjunções Coordenativas
Silêncio!
Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma
A d ve rs at i - contudo, entretanto, mas, não obstante, no en-
locução verbal.
vas tanto, porém, todavia...
Este filme causou grande impacto entre o público.
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
A inflação deve continuar sob controle.
assim, então, logo, pois (depois do verbo), por
Conclusivas
conseguinte, por isso, portanto... • Período Simples: formado por uma única oração.
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que... O clima se alterou muito nos últimos dias.
• Conjunções Subordinativas • Período Composto: formado por mais de uma oração.
Tipos Conjunções Subordinativas O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.
Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período.
Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
Embora, conquanto, ainda que, mesmo que,
Concessivas • Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
posto que, etc.
Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, O problema da violência preocupa os cidadãos.
Condicionais • Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
sem que, etc.
Conforme, como (no sentido de conforme), A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
Conformativas
segundo, consoante, etc. • Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo
Para que, a fim de que, porque (no sentido direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da pre-
Finais posição.
de que), que, etc.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
À medida que, ao passo que, à proporção
Proporcionais Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
que, etc.
Quando, antes que, depois que, até que, logo
Temporais
que, etc.
Editora
28
28
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção.
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.

• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.

• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.

• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.

• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.


A especulação imobiliária me parece um problema.

• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.

• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.

• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.


Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações

As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa • Ao chegar à escola conversamos, estudamos,
no vestibular . lanchamos.
Alternativas Manuela ora quer comer hambúrguer, ora quer Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
comer pizza. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não
João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
iremos mais lá.
Explicativas Marina não queria falar, ou seja, ela estava de
mau humor.

Editora
29
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de orações subordinadas

As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Orações Subordinadas
Substantivas Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito anteriormente. SEMPRE quinta, terão aula de reforço.
serão acompanhadas por vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo dito terão aula de reforço.
anteriormente. NUNCA serão acompanhadas por
vírgula.

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de condição reunião.
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Orações Subordinadas Adverbiais
Assumem a função de advérbio de conformidade previsto.
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de concessão tarde.
Finais Vamos direcionar os esforços para que todos
Assumem a função de advérbio de finalidade tenham acesso aos benefícios.
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem de
Assumem a função de advérbio de tempo suas casas.

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

Editora
30
30
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL TRANSITIVIDADE E REGÊNCIA DE NOMES E VERBOS

• Regência Nominal
Concordância Nominal
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan-
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar-
concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se -lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple-
referem. mento é estabelecida por uma preposição.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto-
• Regência Verbal
sa.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o
Casos Especiais de Concordância Nominal
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido).
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Isto pertence a todos.
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam
alerta.
Regência de algumas palavras
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma-
ção de palavras compostas: Esta palavra combina com Esta preposição
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso. Acessível a
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de Apto a, para
acordo com o substantivo a que se referem:
Atencioso com, para com
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando Coerente com
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan- Conforme a, com
do advérbios:
Dúvida acerca de, de, em, sobre
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou
meia dúzia de ovos. Empenho de, em, por
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio: Fácil a, de, para,
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem. Junto a, de
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o Pendente de
substantivo estiver determinado por artigo:
Preferível a
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
Próximo a, de
Concordância Verbal
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa: Respeito a, com, de, para com, por
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Situado a, em, entre
mes. Ajudar (a fazer algo) a
Concordância ideológica ou silepse Aludir (referir-se) a
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne-
Aspirar (desejar, pretender) a
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
contexto. Assistir (dar assistência) Não usa preposição
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. Deparar (encontrar) com
Blumenau estava repleta de turistas.
Implicar (consequência) Não usa preposição
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con- Lembrar Não usa preposição
texto. Pagar (pagar a alguém) a
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau-
Precisar (necessitar) de
sos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes- Proceder (realizar) a
soa gramatical que está subentendida no contexto. Responder a
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
Visar ( ter como objetivo a
líticos.
pretender)
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
QUE NÃO ESTÃO AQUI!

Editora
31
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de
PADRÕES GERAIS DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL NO qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
PORTUGUÊS Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono- Colocação do pronome átono nas locuções verbais
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
após o verbo – ênclise. não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- Exemplos:
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, Devo-lhe dizer a verdade.
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. Devo dizer-lhe a verdade.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas do auxiliar ou depois do principal.
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
Exemplos:
dique a eufonia da frase.
Não lhe devo dizer a verdade.
Próclise Não devo dizer-lhe a verdade.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade. Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
cientemente. auxiliar.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. do infinitivo.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada. Exemplos:
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? Hei de dizer-lhe a verdade.
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Tenho de dizer-lhe a verdade.
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Observação
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
Devo-lhe dizer tudo.
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Estava-lhe dizendo tudo.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá. Havia-lhe dito tudo.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
tentos são para nos prejudicarem.
MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL
Ênclise

Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são
indicativo: Trago-te flores. organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compre-
ensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobili-
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
zar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada.
posição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com Coerência
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Apressei-me a convidá-los. É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto.
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se-
Mesóclise mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. outra”).
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
Editora
32
32
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se
Como era Como fica
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen-
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma alcatéia alcateia
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos apóia apoia
elementos formativos de um texto.
apóio apoio
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas
elementos textuais.
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
u tônicos quando vierem depois de um ditongo.
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de Como era Como fica
imediato a coerência de um discurso.
baiúca baiuca
A coerência:
bocaiúva bocaiuva
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
tual; Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos:
o aspecto global do texto; tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. – Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem
e ôo(s).
Coesão
Como era Como fica
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo abençôo abençoo
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, crêem creem
fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
tem-se a coesão lexical. – Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
Atenção:
vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo- • Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
nentes do texto. • Permanece o acento diferencial em pôr/por.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter,
que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
palavras forma/fôrma.
advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
A coesão: Uso de hífen
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; Regra básica:
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
mem.
componentes do texto;
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases. Outros casos
1. Prefixo terminado em vogal:
ORTOGRAFIA – Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
semicírculo.
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
ORTOGRAFIA OFICIAL mo, antissocial, ultrassom.
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein- – Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
troduzidas as letras k, w e y. das.
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O 2. Prefixo terminado em consoante:
PQRSTUVWXYZ – Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a -bibliotecário.
letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, – Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
gui, que, qui. persônico.
Regras de acentuação – Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Observações:
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
sílaba) iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.

Editora
33
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento, EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
rar, cooperação, cooptar, coocupante.
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al- A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a
mirante. é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam demonstrativo.
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
pontapé, paraquedas, paraquedista. • Devemos usar crase:
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, – Antes palavras femininas:
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, Iremos à festa amanhã
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu. Mediante à situação.
Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando
muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso O Governo visa à resolução do problema.
vamos passar para mais um ponto importante. – Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
ACENTUAÇÃO GRÁFICA Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti-
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase.
Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons Mas... há crase, sim!
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante.
Vejamos um por um:
– Expressões fixas
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de
aberto.
crase:
Já cursei a Faculdade de História.
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von-
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às
fechado. pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à
Meu avô e meus três tios ainda são vivos. direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon-
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este didas, à medida que, à proporção que.
caso afundo mais à frente). • NUNCA devemos usar crase:
Sou leal à mulher da minha vida. – Antes de substantivos masculinos:
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a
As palavras podem ser:
pé.
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou
-já, ra-paz, u-ru-bu...)
plural) usado em sentido generalizador:
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
sa-bo-ne-te, ré-gua...) Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho-
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…) mem.
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos: – Antes de artigo indefinido “uma”
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico, Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...) – Antes de pronomes
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N, Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa.
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S), A quem vocês se reportaram no Plenário?
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu, Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.
dói, coronéis...) – Antes de verbos no infinitivo
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
nar e fixar as regras.
PONTUAÇÃO

Pontuação

Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema


de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a
organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das
Editora
34
34
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter-
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE- calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de
CHARA, 2009, p. 514) um diálogo, com ou sem aspas.
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão.
importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns
sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon- Parênteses e colchetes ( ) – [ ]
to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti-
cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico
[ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên-
retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]). tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza-
Ponto ( . ) dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi-
rem uma nova inserção.
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau- Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go-
sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo vernador)
de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as
reticências.
Aspas ( “ ” )
Estaremos presentes na festa.
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido
Ponto de interrogação ( ? ) particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati- apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain-
va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica. da, para marcar o discurso direto e a citação breve.
Você vai à festa? Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.

Ponto de exclamação ( ! ) Vírgula

Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama- São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden-
tiva. ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
Ex: Que bela festa! disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
vírgula:
Reticências ( ... ) 1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti-
mos” o momento certo de fazer uso dela.
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou 2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em
porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o
breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo. cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
Ex: Essa festa... não sei não, viu. 3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é
Dois-pontos ( : ) menos importante e que pode ser colocada depois.
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo >
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva. Maria foi à padaria ontem.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. Sujeito Verbo Objeto Adjunto
Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
Ponto e vírgula ( ; ) re por alguns motivos:

Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o 1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, 2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
ração (frequente em leis), etc. verbo e o adjunto.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem
bém uma linda decoração e bebidas caras. comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
é necessária:
Travessão ( — ) Ontem, Maria foi à padaria.
Maria, ontem, foi à padaria.
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com À padaria, Maria foi ontem.
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta-
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir
Editora
35
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces- Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja
sário: um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa
a enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento
• Separa termos de mesma função sintática, numa enumera- do processo de escrever do aluno.
ção.
Operações linguísticas de reescrita:
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de ope-
serem observadas na redação oficial.
rações linguísticas encontradas neste momento específico da cons-
• Separa aposto. trução do texto escrito.
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica. - Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um ele-
mento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas tam-
• Separa vocativo.
bém do acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma ou de
Brasileiros, é chegada a hora de votar. várias frases.
- Supressão: supressão sem substituição do segmento suprimi-
• Separa termos repetidos. do. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, grafe-
Aquele aluno era esforçado, esforçado. mas, sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases.
- Substituição: supressão, seguida de substituição por um ter-
• Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli- mo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um sintag-
ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo, ma, ou sobre conjuntos generalizados.
ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com - Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por mo-
efeito, digo. dificar sua ordem no processo de encadeamento.
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
ou seja, de fácil compreensão. Graus de Formalismo

• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen- São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais
tos). como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o colo-
quial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula- construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases
res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares) curtas e conectores simples; o informal, que se caracteriza pelo uso
• Separa orações coordenadas assindéticas. de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado
entre membros de uma mesma família ou entre amigos).
Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
ideias na cabeça... As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de for-
malismo existente na situação de comunicação; com o modo de
• Isola o nome do lugar nas datas. expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006. sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de
cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário espe-
• Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa cífico de algum campo científico, por exemplo).
forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões Expressões que demandam atenção
conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor- – acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
mações comprovam, etc.
– aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar,
Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame- aceito
nizar o problema. – acendido, aceso (formas similares) – idem
– à custa de – e não às custas de
– à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con-
REESCRITA DE FRASES: SUBSTITUIÇÃO, DESLOCAMEN- forme
TO, PARALELISMO – na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
– a meu ver – e não ao meu ver
– a ponto de – e não ao ponto de
A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, difi-
– a posteriori, a priori – não tem valor temporal
cilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos
– em termos de – modismo; evitar
ao resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que
– enquanto que – o que é redundância
observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá,
– entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
na reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório.
– implicar em – a regência é direta (sem em)
A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois,
– ir de encontro a – chocar-se com
nesta, atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não
– ir ao encontro de – concordar com
implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto.
– se não, senão – quando se pode substituir por caso não, se-
Quando reescrevemos, refazemos nosso texto, é um proces- parado; quando não se pode, junto
so bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor – todo mundo – todos
tenha observado aquilo que está ruim para que, posteriormente, – todo o mundo – o mundo inteiro
possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos er- – não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
ros iniciais. Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desen- for substantivo
volver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer – este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo
melhor seus objetivos e razões para a produção de textos. presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando)

Editora
36
36
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
– esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empre-
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre- gá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que
sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase). participamos.
Expressões não recomendadas
Variação social
– a partir de (a não ser com valor temporal).
Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de... A variação social está relacionada a fatores sociais como etnia,
sexo, faixa etária, grau de escolaridade e grupo profissional. Os vá-
– através de (para exprimir “meio” ou instrumento). rios estudos que enfocam este tipo de relação língua/fatores sociais
Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, se- têm privilegiado a variação morfossintática ou a morfo-fonológica.
gundo... Fica claro que a variação social não compromete a compreen-
são entre indivíduos, uma vez que alguns momentos de incoerência
– devido a. são sanados pelo contexto em que a fala se forma.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de. Não é difícil perceber que a norma culta – por diversas razões
de ordem política, econômica, social, cultural – é algo reservado
– dito.
a poucas pessoas no Brasil; talvez porque haja um distanciamento
Opção: citado, mencionado. entre as normatizações gramaticais e a obediência dos falantes em
seguir tais normas. Há uma indagação implícita neste fato: “ Existe
– enquanto. alguma disfunção, alguma impossibilidade de uso da gramática nor-
Opção: ao passo que. mativa pela grande maioria dos falantes? ” Ou “Estamos apenas a
observar a língua como um fator de identidade? ”
– inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
Sendo esse o caso, a língua como referencial humano traria
Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também. inúmeras variações, porque decididamente não somos todos iguais
– no sentido de, com vistas a. e devido ao meio espacial ou social em que estejamos haverá uma
tendência da língua em se caracterizar por esses agentes, sendo
Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista. assim, o indivíduo que protagoniza a fala poderá adequá-la a seu
– pois (no início da oração). perfil ou ao grupo a que pertence.
Opção: já que, porque, uma vez que, visto que. Comunidades diferentes vivenciam experiências diferentes e
isto se reflete nos respectivos sistemas linguísticos: léxico, morfo-
– principalmente. lógico e sintático. Um grupo acadêmico de uma universidade apre-
sentará uma variedade linguística bem diferente de um grupo de
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.
vendedores ambulantes do interior do Brasil. Cada qual usará o
recurso linguístico que lhe foi concebido em seu processo de apren-
dizagem para efetuar a comunicação.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA Do exposto, concluímos que a língua signo/privilegiado de
identidade não é um instrumento neutro, um contingente meio de
comunicação entre os homens, mas principalmente a expressão de
Variedades Linguísticas sua diferença.

A língua escrita e falada apresenta uma série de variações e


Tipos de variação linguística
transformações ao passar do tempo. Tais variações decorrem das
diferenças entre as épocas, condições sociais, culturais e regionais As variações linguísticas ocorrem principalmente nos âmbitos
dos falantes. Tomemos como exemplo a transformação ortográfica geográficos, temporais e sociais.
do vocábulo “farmácia” que antes era grafado com “ph”, assim, a
palavra era escrita “pharmácia”.
Variações diatópicas
Todas as variedades linguísticas são adequadas, desde que
cumpram com eficiência o papel fundamental da língua, o de per- As variações diatópicas, também chamadas de variações regio-
mitir e estabelecer a comunicação entre as pessoas. Apesar disso, nais ou geográficas, são variações que ocorrem de acordo com o
há uma entre as variedades que tem maior prestígio social, a norma local onde vivem os falantes, sofrendo sua influência. Este tipo de
culta ou norma padrão. variação ocorre porque diferentes regiões têm diferentes culturas,
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, com diferentes hábitos, modos e tradições, estabelecendo assim di-
contida na maior parte dos livros, registros escritos, nas mídias te- ferentes estruturas linguísticas.
levisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: Exemplos de variações diatópicas
a linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou Diferentes palavras para os mesmos conceitos:
profissões (policiais, jogadores de futebol, advogados, surfistas).
O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade de – aipim, mandioca, macaxeira;
condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou em – abóbora, jerimum, moranga;
nossa comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, somado Diferentes sotaques, dialetos e falares:
ao domínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais prepa-
rados para nos comunicarmos nos diferentes contextos lingísticos, – dialeto caipira;
já que a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser – dialeto gaúcho;
a mesma utilizada em uma reunião de amigos no final de semana. Reduções de palavras ou perdas de fonemas:
Editora
37
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
– véio (velho);
– muié (mulher); NORMA CULTA
Variações diacrônicas

As variações diacrônicas, também chamadas de variações his-


A Linguagem Culta ou Padrão
tóricas, são variações que ocorrem de acordo com as diferentes
épocas vividas pelos falantes, sendo possível distinguir o português É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências
arcaico do português moderno, bem como diversas palavras que em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas
ficam em desuso. pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se
Exemplos de variações diacrônicas pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada
Palavras que caíram em desuso: na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É
mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente
– vossemecê; nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações
– botica; científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Grafias que caíram em desuso: Ouvindo e lendo é que você aprenderá a falar e a escrever bem.
Procure ler muito, ler bons autores, para redigir bem.
– flôr; A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto fa-
– pharmácia; miliar, que é o primeiro círculo social para uma criança. A criança
Vocabulário e expressões típicas de uma determinada faixa etá- imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis
ria: combinatórias da língua. Um falante ao entrar em contato com ou-
tras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a escola
– Ele é maior barbeiro. e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma.
– Vá catar coquinho. Há pessoas que falam de forma diferente por pertencerem a outras
Variações diastráticas cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo
ou classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as
As variações diastráticas, também chamadas de variações so- variedades linguísticas.
ciais, são variações que ocorrem de acordo com os hábitos e cultura Certas palavras e construções que empregamos acabam de-
de diferentes grupos sociais. Este tipo de variação ocorre porque di- nunciando quem somos socialmente, ou seja, em que região do
ferentes grupos sociais possuem diferentes conhecimentos, modos país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e,
de atuação e sistemas de comunicação. às vezes, até nossos valores, círculo de amizades e hobbies. O uso
Exemplos de variações diastráticas da língua também pode informar nossa timidez, sobre nossa capa-
Gírias próprias de um grupo com interesse comum, como os cidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa insegurança.
skatistas: A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas,
contida na maior parte dos livros, registros escritos, nas mídias te-
– Prefiro freestyle. levisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem:
– O gringo tem um carrinho irado. a linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou
Jargões próprios de um grupo profissional, como os policiais e profissões. O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade
militares: de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou
em nossa comunidade. O domínio da língua culta, somado ao do-
– Ele deu sopa na crista. mínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados
– Vamos na rota dele. para nos comunicarmos nos diferentes contextos lingísticos, já que
Variações diafásicas a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mes-
ma utilizada em uma reunião de amigos no final de semana.
As variações diafásicas, também chamadas de variações situ- Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empre-
acionais, são variações que ocorrem de acordo com o contexto ou gá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que
situação em que decorre o processo comunicativo. Há momentos participamos.
em que é utilizado um registro formal e outros em que é utilizado
A norma culta é responsável por representar as práticas lin-
um registro informal.
guísticas embasadas nos modelos de uso encontrados em textos
formais. É o modelo que deve ser utilizado na escrita, sobretudo
Variação linguística e preconceito linguístico nos textos não literários, pois segue rigidamente as regras gramati-
cais. A norma culta conta com maior prestígio social e normalmente
O preconceito linguístico surge porque nem todas as variações
é associada ao nível cultural do falante: quanto maior a escolariza-
linguísticas usufruem do mesmo prestígio. Algumas são conside-
ção, maior a adequação com a língua padrão.
radas superiores, mais corretas e cultas e outras são consideradas
menos cultas ou mesmo incorretas. Exemplo:
Preconceito linguístico ocorre sempre que uma determinada Venho solicitar a atenção de Vossa Excelência para que seja
variedade é referida com um tom pejorativo e depreciativo, estan- conjurada uma calamidade que está prestes a desabar em cima
do associada a situações de deboche ou até de violência, o que con- da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente, ao
tribui para a exclusão social de diversos indivíduos e grupos. movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças,
atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem

Editora
38
38
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
se levar em conta que a mulher não poderá praticar este esporte “Ao invés de” ou “em vez de”
violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico de suas fun- “Ao invés de” significa “ao contrário” e deve ser usado apenas
ções orgânicas, devido à natureza que dispôs a ser mãe. para expressar oposição.
Por exemplo: Ao invés de virar à direita, virei à esquerda.
A Linguagem Popular ou Coloquial Já “em vez de” tem um significado mais abrangente e é usado
principalmente como a expressão “no lugar de”. Mas ele também
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-
pode ser usado para exprimir oposição. Por isso, os linguistas reco-
se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de
mendam usar “em vez de” caso esteja na dúvida.
vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância;
barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; Por exemplo: Em vez de ir de ônibus para a escola, fui de bici-
cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência cleta.
pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua.
“Para mim” ou “para eu”
A linguagem popular está presente nas conversas familiares ou
entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV e Os dois podem estar certos, mas, se você vai continuar a frase
auditório, novelas, na expressão dos esta dos emocionais etc. com um verbo, deve usar “para eu”.
Por exemplo: Mariana trouxe bolo para mim; Caio pediu para
Dúvidas mais comuns da norma culta eu curtir as fotos dele.

Perca ou perda “Tem” ou “têm”


Isto é uma perda de tempo ou uma perca de tempo? Tomara Tanto “tem” como “têm” fazem parte da conjugação do verbo
que ele não perca o ônibus ou não perda o ônibus? Quais são as fra- “ter” no presente. Mas o primeiro é usado no singular, e o segundo
ses corretas com perda e perca? Certo: Isto é uma perda de tempo. no plural.
Embaixo ou em baixo Por exemplo: Você tem medo de mudança; Eles têm medo de
mudança.
O gato está embaixo da mesa ou em baixo da mesa? Continu-
arei falando em baixo tom de voz ou embaixo tom de voz? Quais “Há muitos anos”, “muitos anos atrás” ou “há muitos anos
são as frases corretas com embaixo e em baixo? Certo: O gato está atrás”
embaixo da cama
Usar “Há” e “atrás” na mesma frase é uma redundância, já que
Ver ou vir ambas indicam passado. O correto é usar um ou outro.
A dúvida no uso de ver e vir ocorre nas seguintes construções: Por exemplo: A erosão da encosta começou há muito tempo; O
Se eu ver ou se eu vir? Quando eu ver ou quando eu vir? Qual das romance começou muito tempo atrás.
frases com ver ou vir está correta? Se eu vir você lá fora, você vai
Sim, isso quer dizer que a música Eu nasci há dez mil anos atrás,
ficar de castigo!
de Raul Seixas, está incorreta.
Onde ou aonde
Os advérbios onde e aonde indicam lugar: Onde você está?
Aonde você vai? Qual é a diferença entre onde e aonde? Onde indi-
ca permanência. É sinônimo de em que lugar. Onde, Em que lugar QUESTÕES
Fica?
Como escrever o dinheiro por extenso?
Os valores monetários, regra geral, devem ser escritos com al- 1.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
garismos: R$ 1,00 ou R$ 1 R$ 15,00 ou R$ 15 R$ 100,00 ou R$ 100 CEITA FEDERAL - )
R$ 1400,00 ou R$ 1400. Assinale a opção incorreta a respeito do uso das estruturas lin-
Obrigado ou obrigada guísticas no texto.
Segundo a gramática tradicional e a norma culta, o homem ao
agradecer deve dizer obrigado. A mulher ao agradecer deve dizer
obrigada.
Mal ou mau
Como essas duas palavras são, maioritariamente, pronunciadas
da mesma forma, são facilmente confundidas pelos falantes. Qual a
diferença entre mal e mau? Mal é um advérbio, antônimo de bem.
Mau é o adjetivo contrário de bom.

“Vir”, “Ver” e “Vier”


A conjugação desses verbos pode causar confusão em algumas
situações, como por exemplo no futuro do subjuntivo. O correto é,
por exemplo, “quando você o vir”, e não “quando você o ver”.
Já no caso do verbo “ir”, a conjugação correta deste tempo ver-
bal é “quando eu vier”, e não “quando eu vir”.
Alternativas
(A) O uso da preposição em “em que” (l. 5) torna-se desneces-
sário se, no lugar de que, o pronome utilizado for a qual.
(B) O uso do modo subjuntivo em “tenham” (l. 6) remete à pos-
Editora
39
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
sibilidade de uma “República efetivamente democrática” (l. 5). 3.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
(C) O advérbio “assim” (l. 8) tem a função coesiva de resumir e CEITA FEDERAL - )
retomar as ideias do período sintático imediatamente anterior.
(D) O uso do gerúndio em “gravando” (l. 11) imprime à oração
uma ideia do modo de funcionamento do sistema tributário.
(E) A retirada dos sinais de parênteses não prejudica sintatica-
mente a oração, mas sua presença diminui a relevância da ideia
expressa por “proporcionalmente” (l. 12).
2.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
CEITA FEDERAL - )
Assinale a opção em que o fragmento adaptado do Correio
Braziliense, de 19 de março de 2014, foi transcrito com erros gra-
maticais.
Alternativas
(A) A alta inflação, a elevada carga tributária e o aumento do
endividamento das famílias têm tornado mais difícil o paga-
mento dos impostos nos últimos anos. A dívida ativa – cujo
principal componente são os tributos não pagos por pessoas
físicas e jurídicas – saltou 526,71% nas três esferas da união
(estados, municípios e governo federal) entre 2000 e 2012.
(B) O estoque acumulado da dívida ativa é praticamente equi-
valente ao que os três entes federais arrecadaram, juntos, em
2012: cerca de R$1,96 trilhão. Esse cenário cria uma situação
insustentável dentro das fazendas públicas. Para se ter uma
ideia, a expressão desses créditos financeiros seria suficiente
No desenvolvimento da argumentação do texto, o modo e tem-
para quitar a dívida pública líquida da União, dos estados e dos
po verbais são usados para indicar uma possibilidade, uma hipótese
municípios em 2012.
em
(C) O governo tem dificuldade para reaver esses créditos que
Alternativas
compõem a dívida ativa. Em 2012, apenas 5,38% da dívida ativa
(A) “ajudar a financiar” (l. 4 e 5).
foram recuperados pelas autoridades. Isso ocorre porque uma
(B) “queiram participar” (l. 8).
boa parte dessa dívida corresponde a processos que estão na
(C) “são abatidos” (l. 14).
justiça e aos chamados “créditos podres”.
(D) “deve procurar” (l. 19).
(D) No caso destes “créditos podres”, eles são um problema por
(E) “analisará e aprovará” (l. 26).
que criam um suposto crédito falso, é um valor que o Estado
não têm garantias de receber. Lembremos, ainda que a dívida 4.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
ativa em geral seja composta de casos perdidos porque muitas CEITA FEDERAL - )
empresas devedoras já fecharam as portas.
(E) Mas há também outros fatos que explicam esse aumento
da dívida, como as dificuldades enfrentadas por vários setores,
principalmente o da indústria, que ainda não se recuperou da
crise de 2009 e 2010. É importante, por isso, analisar caso a
caso, mas, de modo geral, o crescimento da carga tributária
também tem colaborado.

Editora
40
40
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Assinale a opção correta a respeito da justificativa para o uso 6.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
da preposição a nas relações de regência no texto. CEITA FEDERAL - )
Alternativas
(A) Em “ao Fundo Municipal...” (l. 9 a 11), é exigida pelo termo
“devido” (l. 9).
(B) Em “a quem” (l. 13) introduz um complemento do verbo
trazer.
(C) Em “ao Fundo Municipal...” (l. 15), é exigida pelo termo “va-
lor” (l. 15).
(D) Em “ao IR” (l.18), introduz um paralelo entre os comple-
mentos de “declaração anual” (l. 18).
(E)
Em “a um projeto” (l. 23), introduz um complemento para o
substantivo “doação” (l. 23).
5.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
CEITA FEDERAL)

No desenvolvimento da textualidade, ficam prejudicadas as re-


lações de coesão e a coerência argumentativa ao retirar do texto
Alternativas
(A) o artigo em “a paulatina” (l. 1).
(B) o artigo na contração em “Na administração” (l. 7), escre-
vendo apenas Em.
(C) o artigo em “o direito” (l. 7 e 8).
(D) o artigo em “as ouvidorias” (l. 10 e 11).
(E) o artigo na contração em “da população” (l. 16 e 17), escre-
vendo apenas de.
7.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
CEITA FEDERAL )
Assinale a opção em que a reescrita do trecho sublinhado pre-
serva a correção gramatical e respeita a coerência textual.
Independentemente de sua inserção na esfera pública ou pri-
vada, as ouvidorias são norteadas por princípios comuns, ainda não
Analise as seguintes afirmações em relação às ideias do texto. regulamentados, destacando-se a acessibilidade,a confidencialida-
I. Ouvidorias tornaram possível a inserção do princípio da digni- de,a independência e a transparência.Se efetivas, podem contribuir
dade da pessoa humana na Constituição de 1988. para a solução de alguns dos complexos problemas contemporâne-
II. A transparência de órgãos e entidades estatais é ampliada os, muitas vezes gerados pela redução dos espaços de diálogo.
com o direito à petição e com a aproximação entre o gestor e os (Adaptado de Paulo Otto von Sperling.Ouvidorias,eficiênciaee-
problemas da população. fetivação dedireitos.CorreioBraziliense,18mar.2014.)
III. A diminuição na judicialização de pleitos ordinários permite Alternativas
uma efetivação mais rápida dos direitos. (A) Quando efetivas, a solução de alguns problemas, complexos
Encontra(m) respaldo na argumentação do texto e contemporâneos pode ser contribuída, quando gerados, mui-
Alternativas tas vezes, pela diminuição dos espaços de diálogo.
(A) apenas I. (B) Efetivas, podem solucionar a contribuição de alguns dos
(B) apenas II. problemas, complexos e contemporâneos, muitas vezes gera-
(C) apenas III. dos no diálogo em reduzidos espaços.
(D) apenas I e III. (C) Sendo efetivas, podem contribuir para solucionar alguns
(E) apenas II e III. dos complexos problemas contemporâneos, gerados, muitas
vezes, pela diminuição do diálogo.
(D) Em sendo efetivas, alguns dos complexos problemas con-
temporâneos pode ter solução, muitas vezes gerados pelo re-
duzido espaço para diálogo
(E) Caso efetivas, a solução de alguns dos complexos problemas
contemporâneos pode ser sua contribuição, gerados pela redu-
ção, muitas vezes, dos espaços de diálogo.
Editora
41
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
8.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE- 10.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
CEITA FEDERAL) RECEITA FEDERAL)
Assinale a opção que constitui um período gramaticalmente Texto associado
correto e textualmente coerente para ser inserido na lacuna do
texto abaixo.
As leis de incentivo fiscal podem trazer bons resultados quando
utilizadas de forma estratégica. Do ponto de vista do investidor so-
cial, a principal vantagem é conhecer o destino preciso de sua ajuda
financeira. Temos em nossas práticas a preocupação necessária a
todo o desenvolvimento social, em especial, da criança e do adoles-
cente em situação de vulnerabilidade. _______________________
_______________________ _______________________________
_______________ _______________________________________
_______ Dessa forma, é importante que estes sejam destinados a
entidades idôneas e de responsabilidade social. Assinale a opção em que a substituição da forma verbal usada
Alternativas no texto provoca erro gramatical e/ou incoerência textual.
(A) Assim é que os investidores, tanto empresas como cidadãos Alternativas
comuns, também sejam responsáveis por atividades que visem (A) “aponta” (l. 3) > apontam
superar as situações de vulnerabilidade que criam. (B) “parece” (l. 3) > parecem
(B) Tais leis, quando seguidas e adequadamente fiscalizadas (C) “destinam” (l. 5) > destina
trazem além dessa também outras vantagens, como aquelas (D) “abrimos” (l. 4) > abrem
que o investidor se associa de forma estratégica. (E) “abater” (l. 8) > abaterem
(C) Mas não basta apenas destinar recursos: é de extrema im-
11.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
portância que as pessoas exerçam seu papel como cidadãs no
RECEITA FEDERAL)
acompanhamento da aplicação dos recursos e de seus resulta-
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de gra-
dos em suas comunidades.
fia de palavra inserido na transcrição do texto.
(D) Destarte, estratégias fiscais com objetivos claramente so-
No desenho constitucional, os tributos são fonte importantís-
ciais, concretizados em ajuda financeira, compõem o conjunto
sima dos recursos financeiros de cada ente político, recursos esses
de leis que de forma complementar combatem situações de
indispensáveis para que façam frente ao (1) seu dever social. Con-
vulnerabilidade.
sequentemente, o princípio federativo é indissociável das compe-
(E) No entanto, toda vulnerabilidade surge de desigualdades
tências tributárias constitucionalmente estabelecidas. Isso porque
sociais que compete tanto ao Estado quanto à sociedade civil
tal princípio prevê (2) a autonomia dos diversos entes integrantes
providenciar mecanismos de superação, sob pena de onerar
da federação (União, Estados, DF e Municípios). A exigência da au-
ainda mais as perspectivas de futuro.
tonomia econômico- financeira determina que seja outorgado(3)
9.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE- a cada ente político vários tributos de sua específica competência,
CEITA FEDERAL) para, por si próprios, instituírem (4) o tributo e, assim, terem(5) sua
Texto associado própria receita
tributária.
Alternativas
(A) (1)
(B) (2)
(C) (3)
(D) (4)
(E) (5)
12.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
RECEITA FEDERAL)
Os trechos a seguir constituem um texto adaptado do jornal
Preserva-se a coerência textual e o respeito às regras de pon- Folha de S.Paulo, de 10/02/2014.
tuação ao Assinale a opção transcrita de forma gramaticalmente correta.
Alternativas Alternativas
(A) inserir uma vírgula depois de “recentemente” (l. 1). (A) Conforme se consolida a recuperação — ainda que lentas
(B) substituir o primeiro sinal de parênteses em “(ONGs)” (l. 6) — das economias desenvolvidas e fica mais próximo o momen-
por um travessão, e o segundo por uma vírgula. to dos juros mais altos nos países emergentes, os investidores
(C) inserir uma vírgula antes de “que” (l. 7). redirecionam o capital para ao centro.
(D) substituir o travessão antes de “embora” (l. 8) por uma vír- (B) Tende a haver saída em massa de divisas de países que há
gula. pouco eram a coqueluche. Os alvos são os que apresentam
(E) inserir uma vírgula depois de “também” (l. 9). maior déficit externo, fragilidades orçamentárias e baixo cresci-
mento. Nesse grupo estão Turquia e África do Sul, por exemplo.
(C) Nos últimos 20 anos, os emergentes viram dobrar sua par-
ticipação no PIB mundial. Conforme o progresso técnico se dis-
semina nesses países, surge uma nova classe média global - e
Editora
42
42
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
não há nenhum sinal de cujo esse movimento se esgotará tão antes, a tributação era realizada de modo tirânico: o monarca,
logo. que reinvindicava a soberania para si, “criava” os tributos e os
(D) A prosperidade, é claro, não está garantida. A questão prin- súditos deviam suportá-los, sem qualquer garantia ou possibi-
cipal, no longo prazo, diz respeito mais as reformas internas lidade de resistência.
que precisam ser implementadas do que o jogo de compara- (C) O Estado é entidade soberana. No plano internacional re-
ções e modismos. presenta a nação em sua relação com as outras nações, e, no
(E) Serão vitoriosos os países que conseguirem não só integrar plano interno, têm o poder de governar todos os indivíduos que
melhor suas economias nas cadeias produtivas de alto valor se encontrem em seu território. Logo, a soberania é um poder
por escala mundial, como também modernizar suas institui- que não reconhece outro que lhe seja superior, e no exercício
ções e, especialmente, desenvolveram capital humano. dessa soberania, ele exige que os indivíduos lhe forneçam os
recursos de que necessita: institui tributos.
13.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
(D) Neste contexto, o constitucionalismo pode ser concebido
RECEITA FEDERAL)
como movimento ideológico e filosófico que pregam a limita-
Assinale a opção que preenche a lacuna do texto de forma a
ção do poder para a garantia de direitos, tendo reformulado, na
torná-lo gramaticalmente correto, coeso e coerente.
evolução histórica, a concepção de Direito e de Estado, o que
Normalmente o Estado de Direito é confundido com o Estado
haveria de repercutirem no poder de tributar.
Constitucional (Estado Democrático de Direito), entretanto, isto é
(E) Conforme foram sagrando-se vitoriosos, os movimentos
um equívoco. ___________________________________________
constitucionais, através do constitucionalismo clássico e da
_______________________________________ Com efeito, se é a
evolução do Estado, a tributação também se altera, a exemplo
legislação que serve de parâmetro para atuação estatal, então, esta
das contribuições, que são tributos que somente se justificam
mesma legislação,por conseguinte,é livre. Em tais Estados (Estado
na compreensão de um Estado Social intervencionista, em que
de Direito), o absolutismo do rei é substituído pelo absolutismo do
a uma consolidação da máquina pública para propiciar presta-
parlamento (supremacia do parlamento e não da constituição).
ções positivas aos cidadãos.
Alternativas
(A) Conquanto, no Estado Constitucional, a constituição fun- 15.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
ciona como fundamento de validade de toda ordem jurídica, RECEITA FEDERAL)
disciplinando não só a atuação do Executivo e Judiciário, como Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do jornal Esta-
também do legislativo, vigendo, aí sim, a supremacia da cons- do de Minas ,de 18/02/2014, mas estão desordenados. Assinale nos
tituição. parênteses a ordem sequencial correta em que devem aparecer para
(B) Embora, no Estado Constitucional, o legislador encontra li- compor um texto coeso e coerente.Coloque 1 no trecho que deve
mites jurídicos nas normas constitucionais, as quais traçam o iniciar o texto e assim sucessivamente.Em seguida, assinale a opção
perfil de cada exação, de forma que a competência tributária é correspondente.
delimitada através da conjugação das normas que tratam espe- ( ) Esse poder Legislativo é o mais apto a ouvir e repercutir a voz
cificamente de cada tributo com os princípios constitucionais. das ruas, os desejos e as preocupações do povo. E a segurança
(C) Daí podermos concluir que, no Brasil, por força de uma séria pública tem se tornado a maior de todas as causas que afligem
de disposições constitucionais, não há falar em poder tributá- as pessoas, principalmente as que vivem em grandes cidades.
rio (incontrastável, absoluto), mas, tão somente, em compe- ( )Nos últimos anos, com o crescimento do crime praticado por-
tência tributária (regrada, disciplinada pelo Direito). menores, tem crescido o número dos que defendem a redução
(D) Isso porque no Estado de Direito os atos do Executivo e do da idade de responsabilidade penal para 16 anos.É igualmente
Judiciário estão submetidos ao princípio da legalidade; contu- veemente a defesa da manutenção da idade atual, 18 anos,o
do, o Legislativo é livre para atuar, já que esse princípio não que torna a matéria altamente polêmica.
pode ser aplicado, por imposição lógica, à legislação. ( )Ter a iniciativa de propor e votar leis é uma das funções que
(E) Portanto, poder tributário tinha a Assembléia Constituinte, a sociedade, por meio da Constituição, atribuiu ao Legislativo e
que era soberana. Ela realmente tinha um poder ilimitado, in- espera que esse poder, o mais aberto e democrático do regime
clusive em matéria tributária. Contudo, a partir do momento democrático, cumpra esse papel.
em que foi promulgada a Constituição, o Poder Tributário re- ( )Mas todo esse aparato da segurança acionado em defesa do
tornou ao povo, restando aos poderes constituídos as compe- cidadão corre o risco de produzir resultados inferiores ao deseja-
tências tributárias. do em função de falhas ou de falta de atualização da legislação.
( )Por isso mesmo são bem-vindas medidas como o reforço do
14.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
policiamento ostensivo e aumento da vigilância e da ação das
RECEITA FEDERAL)
autoridades para conter a criminalidade.
Os trechos abaixo constituem um texto adaptado de < http://
( )Um dos problemas mais complexos quanto a essa atualização
www.ambito-juridico.com.br/site/ >. Acesso em: 17mar.2014.)
legislativa no Brasil é o do menor infrator, que, na maioria das
Assinale a opção transcrita de forma gramaticalmente correta.
grandes cidades brasileiras, já foi promovido a menor criminoso.
Alternativas
Há sobre essa questão um grande debate na sociedade brasilei-
(A) No transcorrer da história, desde os escritos de Aristóteles,
ra.
passando por Políbio, depois Locke, Russeau e Montesquieu,
Alternativas
sempre houve a preocupação de limitação do poder para a
(A) 1, 3, 6, 2, 5, 4
construção de um governo moderado, em que há um contra-
(B) 2, 6, 1, 4, 3, 5
ponto dentro do próprio exercício da soberania, de modo a
(C) 4, 5, 2, 6, 1, 3
mantê-la dentro de algumas balizas.
(D) 3, 1, 4, 5, 6, 2
(B) Desta forma, o poder de tributar nada mais é que um aspec-
(E) 5, 2, 3, 1, 4, 6
to da soberania estatal, ou uma parcela desta. Neste contexto,
Editora
43
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 A
______________________________________________________
2 D
3 B ______________________________________________________
4 B ______________________________________________________
5 E
______________________________________________________
6 E
7 C ______________________________________________________

8 C ______________________________________________________
9 D
______________________________________________________
10 A
______________________________________________________
11 C
12 B ______________________________________________________
13 D ______________________________________________________
14 A
______________________________________________________
15 B
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________

Editora
44
44
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA

CONHECIMENTO E USO DAS FORMAS CONTEMPORÂNEAS • Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de textos que
DA LINGUAGEM INGLESA. COMPREENSÃO E INTERPRE- se caracterizam por organização, estrutura gramatical, vocabulário
TAÇÃO DE TEXTOS VARIADOS: DOMÍNIO DO VOCABULÁ- específico e contexto social em que ocorrem. Dependendo das mar-
RIO E DA ESTRUTURA DA LÍNGUA, IDEIAS PRINCIPAIS E cas textuais, podemos distinguir uma poesia de uma receita culiná-
SECUNDÁRIAS, EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS, RELAÇÕES IN- ria, por exemplo.
TRATEXTUAIS E INTERTEXTUAIS.ITENS GRAMATICAIS RE- • Informação não-verbal: é toda informação dada através de
LEVANTES PARA A COMPREENSÃO DOS CONTEÚDOS SE- figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-verbal deve
MÂNTICOS. PALAVRAS E EXPRESSÕES EQUIVALENTES. ser considerada como parte da informação ou ideia que o texto de-
ELEMENTOS DE REFERÊNCIA. seja transmitir.
• Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão do
Interpretar textos pode ser algo trabalhoso, dependendo do texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao assunto
assunto, ou da forma como é abordado. Tem as questões sobre o abordado pelo texto. São de fácil compreensão, pois, geralmente,
texto. Mas, quando o texto é em outra língua? Tudo pode ser mais aparecem repetidamente no texto e é possível obter sua ideia atra-
assustador. vés do contexto.
• Grupos nominais: formados por um núcleo (substantivo) e
Se o leitor manter a calma, e se embasar nas estratégias do um ou mais modificadores (adjetivos ou substantivos). Na língua
Inglês Instrumental e ter certeza que ninguém é cem por cento leigo inglesa o modificador aparece antes do núcleo, diferente da língua
em nada, tudo pode ficar mais claro. portuguesa.
Vejamos o que é e quais são suas estratégias de leitura: • Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz, que
modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o significado
Inglês Instrumental de cada afixo pode-se compreender mais facilmente uma palavra
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos - ESP, o composta por um prefixo ou sufixo.
Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento instrumental • Conhecimento prévio: para compreender um texto, o leitor
dessa língua. Tem como objetivo essencial proporcionar ao aluno, depende do conhecimento que ele já tem e está armazenado em
em curto prazo, a capacidade de ler e compreender aquilo que for sua memória. É a partir desse conhecimento que o leitor terá o
de extrema importância e fundamental para que este possa desem- entendimento do assunto tratado no texto e assimilará novas in-
penhar a atividade de leitura em uma área específica. formações. Trata-se de um recurso essencial para o leitor formular
hipóteses e inferências a respeito do significado do texto.
Estratégias de leitura O leitor tem, portanto, um papel ativo no processo de leitura
• Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai buscar e compreensão de textos, pois é ele que estabelecerá as relações
a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem apegar-se entre aquele conteúdo do texto e os conhecimentos de mundo que
a ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o que o texto trata. ele carrega consigo. Ou mesmo, será ele que poderá agregar mais
• Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias especí- profundidade ao conteúdo do texto a partir de sua capacidade de
ficas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura de um buscar mais conhecimentos acerca dos assuntos que o texto traz e
detalhe específico. Praticamos o scanning diariamente para encon- sugere.
trarmos um número na lista telefônica, selecionar um e-mail para
ler, etc. Não se esqueça que saber interpretar textos em inglês é muito
importante para ter melhor acesso aos conteúdos escritos fora do
• Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas país, ou para fazer provas de vestibular ou concursos.
línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra “ví-
rus” é escrita igualmente em português e inglês, a única diferença Regular and irregular plural of nouns: To form the plural of the
é que em português a palavra recebe acentuação. Porém, é preciso nouns is very easy, but you must practice and observe some rules.
atentar para os chamados falsos cognatos, ou seja, palavras que são Regular plural of nouns
escritas igual ou parecidas, mas com o significado diferente, como
“evaluation”, que pode ser confundida com “evolução” onde na ver- • Regra Geral: forma-se o plural dos substantivos geralmente
dade, significa “avaliação”. acrescentando-se “s” ao singular.
Ex.: Motherboard – motherboards
• Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência, ou
seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo texto, e Printer – printers
durante a leitura ele pode confirmar ou descartar suas hipóteses.
Keyboard – keyboards

Editora
45
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
• Os substantivos terminados em y precedido de vogal seguem a regra geral: acrescentam s ao singular.
Ex.: Boy – boys Toy – toys

Key – keys

• Substantivos terminados em s, x, z, o, ch e sh, acrescenta-se es.


Ex.: boss – bosses tax – taxes bush – bushes

• Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, trocam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
Ex.: fly – flies try – tries curry – curries

Irregular plurals of nouns


There are many types of irregular plural, but these are the most common:

• Substantivos terminados em f e trocam o f pelo v e acrescenta-se es.


Ex.: knife – knives

life – lives

wife – wives

• Substantivos terminados em f trocam o f pelo v; então, acrescenta-se es.


Ex.: half – halves wolf – wolves loaf – loaves

• Substantivos terminados em o, acrescenta-se es.


Ex.: potato – potatoes tomato – tomatoes volcano – volcanoes

• Substantivos que mudam a vogal e a palavra.


Ex.: foot – feet child – children person – people tooth – teeth mouse – mice

Countable and Uncountable nouns


• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.

• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, sugar,
butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.

Veja outros de countable e uncountable nouns:

Editora
46
46
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Definite Article She went to THE church. (talvez para falar com alguém)
THE = o, a, os, as
– Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, cine-
• Usos ma, movies e theater.
– Antes de substantivos tomados em sentido restrito. Let’s go to THE theater.
THE coffee produced in Brazil is of very high quality.
They went to THE movies last night.
I hate THE music they’re playing.
Indefinite Article
– Antes de nomes de países no plural ou que contenham as
palavras Kingdom, Republic, Union, Emirates. A / AN = um, uma
THE United States •A
THE Netherlands – Antes de palavras iniciadas por consoantes.
THE United Kingdom A boy, A girl, A woman
THE Dominican Republic – Antes de palavras iniciadas por vogais, com som consonantal.
A uniform, A university, A European
– Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo.
John is THE tallest boy in the family. • AN
– Antes de palavras iniciadas por vogais.
– Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos, cadeias AN egg, AN orange, AN umbrella
de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo que o elemento
– Antes de palavras iniciadas por H mudo (não pronunciado).
geográfico tenha sido omitido.
AN hour, AN honor, AN heir
THE Nile (River)
• Usos
THE Sahara (Desert)
– Para se dar ideia de representação de um grupo, antes de
– Antes de nomes de famílias no plural.
substantivos.
THE Smiths have just moved here.
A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.)
– Antes de adjetivos substantivados.
– Antes de nomes próprios no singular, significando “um tal de”.
You should respect THE old.
A Mr. Smith phoned yesterday.
– Antes de numerais ordinais. – No modelo:
He is THE eleventh on the list. WHAT + A / AN = adj. + subst.
What A nice woman!
– Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros, cinemas,
museus. – Em algumas expressões de medida e frequência.
THE Hilton (Hotel) A dozen
– Antes de nacionalidades. A hundred
THE Dutch
Twice A year
– Antes de nomes de instrumentos musicais.
- Em certas expressões.
She plays THE piano very well.
It’s A pity, It’s A shame, It’s AN honor...
– Antes de substantivos seguidos de preposição.
– Antes de profissão ou atividades.
THE Battle of Trafalgar
James is A lawyer.
• Omissões
– Antes de substantivos tomados em sentido genérico. Her sister is A physician.
Roses are my favorite flowers.
• Omissão
–Antes de nomes próprios no singular. – Antes de substantivos contáveis no plural.
She lives in South America. Lions are wild animals.

–Antes de possessivos. – Antes de substantivos incontáveis.


My house is more comfortable than theirs. Water is good for our health.

– Antes de nomes de idiomas, não seguidos da palavra langua- * Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos substanti-
ge. vos.
She speaks French and English. (Mas: She speaks THE French Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou
language.) mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e
– Antes de nomes de estações do ano. superlativo.
Summer is hot, but winter is cold.
O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o
• Casos especiais superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo
de três ou mais.
– Não se usa o artigo THE antes das palavras church, school,
prison, market, bed, hospital, home, university, college, market,
quando esses elementos forem usados para seu primeiro propósito.
She went to church. (para rezar)

Editora
47
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
3. Usamos os prefixos more e most com adjetivos de mais de
duas sílabas.
Exemplos:
More comfortable than = mais confortável que
More careful than = mais cuidadoso que
The most comfortable = o mais confortável
The most careful = o mais cuidadoso
4. Usamos os prefixos more e most com advérbios de duas sí-
labas.
Exemplos:
More afraid than = mais amedrontado que
More asleep than = mais adormecido que
The most afraid = o mais amedrontado
The most asleep = o mais adormecido
Exemplos: 5. Usamos os prefixos more e most com qualquer adjetivo ter-
As cold as = tão frio quanto minado em –ed, –ing, –ful, –re, –ous.
Not so (as) cold as = não tão frio quanto Exemplos:
Less cold than = menos frio que tired – more tired than – the most tired (cansado)
The least cold = o menos frio
charming – more charming than – the most charming (char-
As expensive as = tão caro quanto moso)
Not so (as) expensive as = não tão caro quanto
hopeful – more hopeful than – the most hopeful (esperançoso)
Less expensive than = menos caro que
The least expensive = o menos caro sincere – more sincere than – the most sincere (sincero)

famous – more famous than – the most famous (famoso)

Variações ortográficas
– Adjetivos monossilábicos terminados em uma só consoante,
precedida de uma só vogal dobram a consoante final antes de rece-
berem –er ou –est.
Exemplos:
fat – fatter than – the fattest (gordo)

thin – thinner than – the thinnest (magro)

– Adjetivos terminados em Y, precedido de vogal, trocam o Y


por I antes do acréscimo de –er ou –est:
Exemplos:
angry – angrier than – the angriest (zangado)

happy – happier than – the happiest (feliz)

Exceção
Observações:
shy - shyer than - the shyest (tímido)
1. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos / advérbios de
uma só sílaba. – Adjetivos terminados em E recebem apenas –r ou –st.
Exemplos: Exemplos:
taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto nice – nicer than – the nicest (bonito, simpático)

bigger than = maior que / the biggest = o maior brave – braver than – the bravest (corajoso)

2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas. Formas irregulares
Exemplos: Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no compa-
happier than = mais feliz que rativo e superlativo de superioridade.

cleverer than = mais esperto que

the happiest = o mais feliz


the cleverest = o mais esperto

Editora
48
48
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
good (bom / boa) ME
better than - the best
well (bem) YOU
bad (ruim / mau)
- the worst HIM
badly (mal)
HER
little (pouco) less than - the least
IT
Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma no com-
parativo e superlativo de superioridade. US
YOU
far (longe)
THEM
farther than – the farthest (distância)
further (than) – the furthest (distância / adicional) Exemplos:
They told me the news.
old (velho)
older than – the oldest She loves him so much.
elder – the eldest (só para elementos da mesma família)
Demonstrative Pronouns
late (tarde)
Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar
the latest (o mais recente) alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala
the last (o último da série) ou de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas
O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês do discurso.
existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de
Veja quais são em inglês:
estranheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua
portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e
SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL
aprender bem rápido.
THIS THESE THAT THOSE
Subject Pronouns
Este/esta/isto Estes/estas Aquele/aque- Aqueles/
la/aquilo aquelas
I (eu) I am a singer.
Usa-se o demonstrativo THIS/THESE para indicar seres que es-
YOU (você, tu, vocês) You are a student. tão perto de quem fala. Observe o emprego dos pronomes demons-
HE (ele) He is a teacher. trativos nas frases abaixo:
SHE (ela) She is a nurse. This method will work.
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a table.
These methods will work.
WE (nós) We are friends.
THEY (eles) They are good dancers. O pronome demonstrativo THAT/THOSE é usado para indicar
seres que estão distantes da pessoa que fala. Observe:
O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar
do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo: That computer technology is one of the most fundamental dis-
ciplines of engineering.
Mary is intelligent = She is intelligent.
Those computers technology are the most fundamental disci-
Uso do pronome “it” plines of engineering.
– To refer an object, thing, animal, natural phenomenon.
Example: The dress is ugly. It is ugly. Possessive Adjectives and Possessive Pronouns
Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos, os
The pen is red. It is red. Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.
The dog is strong. It is strong. POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS
– Attention My Mine
a) If you talk about a pet use HE or SHE Your Yours
Dick is the name of my little dog. He’s very intelligent!
His His
b) If you talk about a baby/children that you don’t know if is a Her Hers
girl or a boy.
Its Its
The baby is in tears. It is in tears. The child is happy. It is happy.
Our Ours
Object Pronous
Your Yours
São usados como objeto da frase. Aparecem sempre depois do
verbo. Their Theirs
• Possessive Adjectives são usados antes de substantivos, pre-
cedidos ou não de adjetivos.

Editora
49
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Exemplos: Sit down! – Sente-se
Help me! – Me ajude!
Our house is close.
I want to know your name. Tell me what you want. – Me diga o que você quer.
Be careful! – Tome cuidado!
• Possessive Pronouns são usados para substituir a construção
possessive adjective + substantivo, evitando assim a repetição. Turn the TV down. – Desligue a televisão.
Complete all the sentences. – Complete todas as sentenças.
Exemplo:
Be quiet, please! – Fique quieto, por favor!
My house is yellow and hers is white.
Frases na forma negativa sempre acrescentamos o Don’t antes
Theirs is the most beautiful car in the town. do verbo.

Infinitive Exemplos:

Don’t be late! – Não se atrase!


A forma infinitiva do inglês é to + verbo
Usos: Don’t yell in the church! – Não grite na igreja!
Don’t be scared. – Não se assuste.
- após numerais ordinais
He was the first to answer the prohne. Don’t worry! – Não se preocupe!
Don’t drink and drive. – Não beba e dirija.
- com too e enough
This house is too expensive for me to buy. Simple Present
O Simple Present é a forma verbal simples do presente. O você
He had bought food enough to feed a city!
precisa fazer para usar o Simple Present é saber os verbos na sua
- após o verbo want forma mais simples. Por exemplo “to go” que significa ir, é usado em
“I go” para dizer eu corro.
I want you to translate the message.
Exemplos de Simple Present:
- após os verbos make, let e have (sem to)
This makes me feel happy. I run – Eu corro

Let me know if you need any information. You run – Você corre/Vocês correm
- após o verbo help (com ou sem to)
We run – Nós corremos
She helped him (to) choose a new car.
They run – Eles correm
Observações:
Certos verbos admitem o gerund ou infinitive sem alteração Regras do Simple Present
de sentido. As únicas alterações que acontecem nos verbos se limitam aos
pronomes he, she e it. De modo geral, quando vamos usar o Simple
It started raining. / It started to rain. Present para nos referirmos a ele, ela e indefinido, a maioria dos
verbos recebe um “s” no final:
He began to clean the house. / He began cleaning the house.
He runs – Ele corre
O verbo STOP admite tanto o gerund quanto o infinitive com
alteração de sentido. She runs – Ela corre
He stopped smoking. It runs – Ele/ela corre
(= Ele parou de fumar.) Para verbos que têm algumas terminações específicas com “o”,
He stopped to smoke. “s”, “ss”, “sh”, “ch” “x” ou “z”, deve-se acrescentar “es” no final:
(= Ele parou para fumar.) He goes – Ele vai
Imperative
She does – Ela faz
O imperativo, é usado para dar ordens, instruções, fazer pedi-
dos e até mesmo aconselhar alguém. É uma forma verbal utilizada It watches – Ele/ela assiste
diariamente e que muita gente acaba não conhecendo.
Quando o verbo termina com consoantes e “y” no final. Por
A forma afirmativa sempre inicia com o verbo. exemplo, os verbos study, try e cry e têm consoantes antes do “y”.
Nesses casos, você deve tirar o “y” e acrescentar “ies” no lugar. Veja
Exemplos: o exemplo:

Eat the salad. – Coma a salada. He studies – Ele estuda

Editora
50
50
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
She tries – Ela tenta - Verbos dissilábicos terminados em uma só consoante, prece-
dida de uma só vogal, dobram a consoante final somente se o acen-
It cries – Ele/ela chora to tônico incidir na segunda sílaba.
Exemplos:
Com verbos que também terminam com “y” e têm uma vogal
antes, permanece a regra geral da maioria dos verbos: acrescentar prefer → preferring
apenas o “s” ao final da palavra.
admit → admitting
He enjoys – Ele gosta
listen → listening
She stays – Ela fica
enter → entering
It plays – Ele/ela brinca
- Verbos terminados em –e perdem o –e antes do acréscimo de
Formas afirmativa, negativa e interrogativa –ing, mas os terminados em –ee apenas acrescentam –ing.
Exemplos:

make → making

dance → dancing

agree → agreeing

flee → fleeing

- Verbos terminados em –y recebem –ing, sem perder o –y.


Exemplos:

study → studying

say → saying

- Verbos terminados em –ie, quando do acréscimo de –ing, per-


dem o –ie e recebem –ying.
Exemplos:
Present Continuous lie → lying
- Usamos o Present Continuous para ações ou acontecimentos
ocorrendo no momento da fala com as expressões now, at present, die → dying
at this moment, right now e outras. Porém, os terminados em –ye não sofrem alterações.
Exemplo:
dye → dyeing
She is running at the park now.

- Usamos também para ações temporárias.


Exemplos:

He is sleeping on a sofá these days because his bed is broken.

- Futuro próximo.
Exemplo:

The train leaves at 9 pm.

Observações:

- Alguns verbos não são normalmente usados nos tempos con-


tínuos. Devemos usá-los, preferencialmente, nas formas simples:
see, hear, smell, notice, realize, want, wish, recognize, refuse, un-
derstand, know, like, love, hate, forget, belong, seem, suppose,
appear, have (= ter, possuir), think (= acreditar).
- Verbos monossilábicos terminados em uma só consoante,
precedida de uma só vogal, dobram a consoante final antes do
acréscimo de –ing.
Exemplos:

Run → running

swim → swimming
Editora
51
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Formas afirmativa, negativa e interrogativa

Immediate Future
O simple future é um das formas usadas para expressar ações futuras. Em geral vem acompanhado de palavras que indicam futuro,
como: tomorrow, next. Geralmente, usamos a palavra “will”. Posteriormente, você verá que também podemos utilizar “be going to” para
formar o futuro e a diferença de utilização entre eles.

Example:

Affirmative: What will you study?

Negative: I will study English.

Interrogative: I won’t study English.

Note: we use the auxiliary verb WILL + verbs in infinitive (without “to” ).

Forma contraída
I will study - I’ll study

You will travel - You’ll travel

He will / She will eat - He’ll / She’ll eat

It will happen - It’ll happen

We will work - We’ll work

You will dance - You’ll dance

They will do - They’ll do

Simple Past
With most verbs, the simple past is created simply by adding “ED”. That form belongs for all to the people, not varying in the 3rd
person.
Editora
52
52
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Simple past is used to indicate an accomplished action and to- If only I knew the truth.
tally finished in the past, corresponding in Portuguese, the perfect
preterite as imperfect preterite. If only he understood me.

Ex.: Santos Dumont lived in France. He created the 14 Bis. OBSERVAÇÕES


1. As regras de “dobra” de consoantes existentes para o acrés-
Regra geral Acrescenta-se “ed” Play – played cimo de -ing aplicam-se quando acrescentarmos -ed.
Verbos terminados Acrescenta-se “d” Like – liked stop → stopped
em “e”
prefer → preferred
Verbos terminados Mudam o y para i e
em y precedido de acrescentam “ed” Study – studied 2. Verbos terminados em -y perdem o -y e recebem o acrés-
consoante cimo de -ed quando o -y aparecer depois de umaconsoante. Caso
contrário, o -y permanece.
Example: rely → relied
To work play → played
I worked

You worked

He worked

She worked

It worked

We worked

They worked

Simple past – negative and interrogative form


Usos:

– ações definidas no passa do com yesterday, ...ago, last night


Past Continuous
(week,month etc) e expressõesque indiquem ações completamente
terminadas no passado. Usos:
Exemplos:
– ação que estava ocorrendo no passado quando outra ação
Peter flew to London last night. passada começou.
Exemplos:
Cabral discovered Brazil in 1500.
They were having a bath when the phone rang.
– ações habituais no passado com as mesmas expressões e ad-
vérbios que indicam ações habituais no presente. She was watching TV when Stanley arrived.
Exemplos:
– ação ou acontecimento que continuou por algum tempo no
They visited rarely visited their grandparents. passado.
Exemplos:
She often got up at 6.
This time last year I was living in London.
– após as if e as though (= como se) e após o verbo wish.
Exemplos: I saw you last night. You were waiting for a bus.
She behaves as if she knew him.

I wish I had more time to study.

– No caso do verbo BE, todas as pessoas terão a mesma forma


(were).
Exemplos:

She acts as though she were a queen.

I wish I were younger.

– após if only (= se ao menos)


Exemplos:

Editora
53
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Present Perfect O verbo can é sempre acompanhado do verbo principal no in-
finitivo sem o to. Ele pode ser usado para construir frases afirmati-
Usos:
vas, negativas e interrogativas.
– ação indefinida no passado, sem marca de tempo. Isso o dife-
rencia do Simple Past. AFFIRMATIVE NEGATIVE INTERROGATIVE
We have finished our homework. I can dance I can’t/cannot Can I dance?
dance
Jane has traveled to London.
You can dance You can’t/cannot Can you dance?
They have accepted the job offer. dance
He/she/it can He/she/it can’t/ Can he/she/it
– com os advérbios EVER, NEVER, ALREADY, YET, JUST, SO FAR,
dance cannot dance dance?
LATELY, RECENTLY e expressões como ONCE, TWICE, MANY TIMES,
FEW TIMES etc. We can dance We can’t/cannot Can we dance?
Have you EVER seen a camel? dance
You can dance You can’t/cannot Can you dance?
She has NEVER been to Greece. dance
The students have ALREADY written their compositions. They can dance They can’t/cannot Can they dance?
dance
The bell hasn’t rung YET.
Advérbios de frequência (OFTEN, GENERALLY, SOMETIMES, NE-
Our cousins have JUST arrived. VER, SELDOM, ALWAYS...) são colocados, de preferência, ANTES do
verbo principal ou APÓS o verbo auxiliar ou o verbo to be.
We have read five chapters SO FAR.
They USUALLY watch TV in the evenings.
She has traveled a lot LATELY.
She is ALWAYS late.
Have you seen any good films RECENTLY?
These curtains have NEVER been cleaned.
I have flown on an airplane MANY TIMES.

– com SINCE (= desde) e FOR (= há, faz) Expressões adverbiais de freqüência são colocadas no final ou
She has lived in New York SINCE 2013. no início de uma oração.
She has lived in New York FOR 7 years. They watch TV EVERY EVENING.

ONCE A WEEK they go swimming.


Advérbios de probabilidade (POSSIBLY, PROBABLY, CERTAIN-
LY...) são colocados antes do verbo principal mas após be ou um
verbo auxiliar.

He PROBABLY knows her phone number.

He is CERTAINLY at home now.

O verbo can geralmente significa poder e/ou conseguir e é usa- PERHAPS e MAYBE aparecem normalmente no começo de
do para indicar várias situações: uma oração.
– Possibilidade PERHAPS I’ll see her later.
– Capacidade/habilidade MAYBE you’re right.
– Permissão Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW, SOON, LA-
– Pedido TELY...) são colocados no final ou no início de uma oração.
Capacidade, habilidade
She can speak five languages. (present) He bought a new camera YESTERDAY.

She could play tennis when she was younger. (past) ON MONDAY I’m going to London.
Advérbios de modo (SLOWLY, QUICKLY, GENTLY, SOFTLY,
She will be able to translate the text. (future) WELL...) aparecem normalmente no final da oração. Alguns advér-
bios podem também aparecer no início de uma oração se quiser-
Permissão mos enfatizá-los.
You can use my car.
She entered the room SLOWLY.
She can sit anywhere.
SLOWLY she entered the room.

Editora
54
54
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Grande parte dos advérbios de modo é formada pelo acréscimo de LY ao adjetivo.

serious – seriousLY
careful – carefulLY
quiet – quietLY
heavy – heaviLY
bad – badLY
Porém, nem todas as palavras terminadas em LY são advérbios.

lonely = solitário (adjetivo)


lovely = encantador (adjetivo)
silly = tolo (adjetivo)
elderly = idoso (adjetivo)
Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...) são usados no início ou no final de orações.

You’ll find what you want HERE.

THERE comes the bus.


Modo, lugar, tempo
A posição normal dos advérbios em uma oração é:

He did his job CAREFULLY AT HOME YESTERDAY.

MODO LUGAR TEMPO


Lugar, modo, tempo

Com verbos de movimento, a posição normal é:

She traveled TO LONDON BY PLANE LAST WEEK.

LUGAR MODO TEMPO


As preposições são muito utilizadas na estrutura das frases. Em inglês não poderia ser diferente. As preposições expressam lugar ou
posição, direção, tempo, maneira (modo), e agente (ou instrumento).

The keyboard is on the desk - (lugar ou posição).

Raphael ran toward the hotel - (direção).

The plane arrived at eleven o’clock - (tempo).

David travels by train - (maneira ou modo).

The computer was broken by him - (agente).v


PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon, night, midnight, dawn)
Endereços completos Fabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do dia Marcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.

Editora
55
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA

Séculos Manaus was created in 18th century.


Expressões do tempo The computer will be working in few days.
Expressões de lugar (dentro) The memory is in the CPU.
August lives in São Paulo.
Estados, Cidades grandes, Países, Continentes
There are many developed countries in Europe.
“sobre” Our bags are on the reception desk.
Dias da semana He has class on Friday.

Datas He has class on Friday.


ON
Transportes coletivos There are a lot of people on that plane.
Nomes de ruas ou avenidas The CETAM is on Djalma Street.
“floor” Gabriel lives on the 8th floor.

Prepositions of Place

Vestimentas

Editora
56
56
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Coin = moeda
Credit card = cartão de crédito
Materials
Acrylic = acrílico
Cotton = algodão
Denim = brim
Fleece/wool = lã
Gold = ouro
Leather = couro
Linen = linho
Plastic= plástico
Rubber = borracha
Silk = seda
Silver = prata
Educação
Nursery School = pré-escola
Elementary school ou Primary School = Ensino fundamental I
Secondary school = Ensino fundamental II
High school = Ensino médio
College/University = Faculdade/universidade
Subjects
Inglês: English
Matemática: Mathematics (Math)
História: History
Geografia: Geography
T-shirt = camiseta Química: Chemistry
Sweatshirt = Blusa de moletom Física: Physics
Shirt = camisa Ciência: Science
Suit = terno Biologia: Biology
Pants:calça Educação Física: Physical Education (P.E.)
Tie = gravata Artes: Arts
Wedding dress = vestido de noiva Música: Music
Jacket = jaqueta Literatura: Literature
Skirt = saia Redação: Writing
Coat = casaco Português: Portuguese
Shorts = Bermuda Espanhol: Spanish
Dress = vestido Diversão e mídia
Underpants = cueca Movies/cinema = cnema
Panties = calcinha Theater = teatro
Bra = sutiã Bar/Pub = bar
Nightgown = camisola Restaurant = restaurante
Pajamas = pijama Café = lanchonete
Robe = roupão Park = parque
Scarf = cachecol Concert = show
Uniform = uniforme Play = peça de teatro
Singlet = regata Tecnologia
Swimming Trunks = sunga Cellphone/mobile phone = celular
Swimsuit = maiô Laptop = notebook
Bikini = biquíni Personal computer(PC) = Computador
Printer = impressora
Cotidiano Keyboard = teclado
U.S. Money Mouse = mouse
US$ 1 Dollar = 100 cents Television = televisão
bills - $1, $5, $10, $20, $50, $100 Meio ambiente
Coins – 1c, 5c, 10c, 25c, $1 Environment = meio ambiente
Penny = 1 cent Ozone layer = camada de ozônio
Nickel = 5 cents Water = água
Dime = 10 cents Tree = árvore
Quarter = 25 cents Weather = clima
Ways to pay Animals = animais
Check = cheque Air = ar
Cash = em dinheiro Wind = vento
Note/bill = nota Rain = chuva
Editora
57
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Snow = neve Pork loin — Lombo de porco
Fog = neblina Rib cuts — Costela
Hurricane = furacão Roast chicken — Frango assado
Storm = tempestade Salami — Salame
Lightning = relâmpago Salmon — Salmão
Thunder = trovão Sausage — Linguiça
Comida e bebida Shrimp — Camarão
Bread — Pão Sirloin — Lombo
Butter — Manteiga Smoked sausage — salsicha defumada
Cake — Bolo Squid — Lula
Cheese — Queijo Steak — Bife
Chicken — Frango Stew meat — Guisado de carne
Chips — Salgadinhos T-bone steak — Bife t-bone
Chocolate — Chocolate Tenderloin — Filé mignon
Corn flakes — Cereal Tuna — Atum
Egg — Ovo Turkey — Peru
Fish — Peixe Veal — Vitela
French fries — Batata-frita Vegetables (vegetais)
Ham — Presunto Anise — Anis
Ice cream — Sorvete Asparagus — Espargos
Jam — Geleia Beans — Feijão
Jello — Gelatina Beet — Beterraba
Margarine — Margarina Broccoli — Brócolis
Mashed potatoes — Purê de batatas Cabbage — Repolho
Meat — Carne Carrot — Cenoura
Pancacke — Panqueca Cauliflower — Couve-flor
Pasta — Macarrão Celery — Aipo/Salsão
Peanut — Amendoim Corn — Milho
Peanut butter — pasta de amendoim Cucumbers — Pepinos
Pepper — Pimenta Eggplant — Berinjela
Pie — Torta Garlic — Alho
Pizza — Pizza Ginger — Gengibre
Popsicle — Picolé Green onion — Cebolinha verde
Potato chips — Batata-frita Heart of Palms — Palmito
Rice — Arroz Leeks — Alho-poró
Salt — Sal Lettuce — Alface
Sandwich — Sanduíche Manioc — Mandioca
Sliced bread — Pão fatiado Mushroom — Cogumelo
Soup — Sopa Okra — Quiabo
Sugar — Açúcar Olives — Azeitonas
Toast — Torrada Onion — Cebola
Water cracker — Bolacha de água e sal Pepper — Pimenta
Meat (carne) Pickles — Picles
Bacon — Bacon Potato — Batata
Barbecue — Churrasco Pumpkin — Abóbora
Beef — Carne de vaca Radish — Rabanete
Beef Jerky — Carne seca Rucola — Rúcula
Blood sausage —Chouriço Snow pea — Ervilha
Carp — Carpa Spinach — Espinafre
Chicken — Frango Sweet potato — Batata doce
Chicken legs — Pernas de Frango Tomato — Tomate
Chicken wings — Asas de Frango Turnip — Nabo
Cod — Bacalhau Watercress — Agrião
Crab — Caranguejo Yams — Inhame
Duck — Pato Fruits (frutas)
Fish — Peixe Apple — Maçã
Grilled fish — Peixe grelhado Apricots — Damascos
Ground beef — Carne moída Avocado — Abacate
Hamburger — Hambúrguer Banana — Banana
Lobster — Lagosta Blackberry — Amora
Meatball — Almôndega Blueberry — Mirtilo
Mortadella — Mortadela Cashew nut — Castanha de Cajú
Pork chops — Costeletas de porco Cherry — Cereja
Pork legs — Pernas de porco Coconut — Coco
Editora
58
58
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Figs — Figos Knitting = tricotar
Grapes — Uvas Mountaineering = escalar montanhas
Guava — Goiaba Painting = pintar
Honeydew melon — Melão Photography = fotografia
Jackfruit — Jaca Playing video games = jogar vídeo games
Kiwi — Kiwi Reading = leitura
Lemon — Limão Riding a bike = andar de bicicleta
Mango — Manga Sculpting = esculpir
Orange — Laranja Sewing = costurar
Papaya — Mamão Singing = cantar
Passion fruit — Maracujá Skating = andar de patins ou skate
Peach — Pêssego Skiing = esquiar
Pear — Pera Stamp collecting = colecionar selos
Pineapple — Abacaxi Surfing = surfar
Plum — Ameixa Working out = malhar
Prune — Ameixa-seca
Start fruit — Carambola Saúde e exercícios
Strawberry — Morango
Tamarind — Tamarindo
Tangerine — Tangerina
Watermelon — Melancia
Drinks (bebidas)
Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada Health Problems and Diseases (problemas de saúde e doen-
Liqueur — Licor ças)
Milk — Leite Skin occurrences (Ocorrências na pele)
Mineral water — Água mineral Blemish – mancha
Red wine — Vinho tinto Bruise - contusão
Rum — Rum Dandruff - caspa
Soda — Refrigerante Freckle – sarda
Sparkling mineral water — Água mineral com gás Itching – coceira
Still mineral water — Água mineral sem gás Pimple – espinha
Tonic water — Água tônica Rasch – erupção da pele
Vodka — Vodca Scar - cicatriz
Water — Água Spot – sinal, marca
Whiskey —Uísque Wart – verruga
White wine —Vinho branco Wound - ferida
Yogurt — Iogurte Wrinkle – ruga
Tempo livre, “hobbies” e lazer Aches (Dores)
Bowling = boliche Backache – dor nas costas
Camping = acampar Earache – dor de ouvido
Canoeing = canoagem Headache – dor de cabeça
Card games = jogos de baralho Heartache – dor no peito
Chess = xadrez stomachache – dor de estômago
Cooking = cozinhar Toothache – dor de dente
Crossword puzzl = palavras cruzadas Cold and Flu (Resfriado e Gripe)
Dancing = dançar Cough – tosse
Drawing = desenhar Fever – febre
Embroidery = bordado Running nose – nariz entupido
Fishing = pesca Sneeze – espirro
Gardening = jardinagem Sore throat – garganta inflamada
Hiking = caminhar Tonsilitis – amigdalitis
Hunting = caçar Other Diseases (Outras doenças)
Jogging = corrida Aneurism - aneurisma
Editora
59
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Appendicitis - apendicite
Asthma – asma
Bronchitis – bronquite
Cancer – câncer
Cirrhosis - cirrose
Diabetes – diabetes
Hepatitis – hepatite
High Blood Pressure – hipertensão (pressão alta)
Pneumonia – pneumonia
Rheumatism – reumatismo
Tuberculosis – tuberculose
Moradia;
Povos e línguas

Sentimentos, opiniões e experiências


Happy = feliz
Afraid = com medo
Sad = triste
Hot = com calor
Amused = divertido
Bored = entediado
Anxious = ansioso
Confident = confiante
Cold = com frio
Suspicious = suspeito
Surprised = surpreso
Loving= amoroso
Curious = curioso
Envious = invejoso
Jealous = ciumento
Miserable = miserável
Confused = confuso
Stupid = burro
Angry = com raiva
Sick = enjoado/doente
Editora
60
60
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Ashamed = envergonhado Aquarium – Aquário
Indifferent = indiferente Art gallery – Galeria de arte
Determined = determinado ATM (Automatic Teller Machine) – Caixa eletrônico
Crazy = louco Auto repair shop ou Garage – Oficina mecânica
Depressed = depressivo Avenue – Avenida
Frightened = assustado Baby store – Loja infantil ou bebê
Interested = interessado Barber shop – Barbearia
Shy = tímido Bakery – Padaria
Hopeful = esperançoso Bank – Banco
Regretful = arrependido Beach – Praia
Scared = assustado Beauty salon/parlor/shop – Salão de beleza
Stubborn = teimoso Block – Quarteirão
Thirsty = com sede Bookstore ou Bookshop – Livraria
Guilty = culpado Bridge – Ponte
Nervous = nervoso Building – Edifício ou Prédio
Embarrassed = envergonhado Bus station – Rodoviária
Disgusted = enojado Bus stop – Ponto de ônibus
Proud = orgulhoso Butcher shop – Açougue
Lonely = solitário Cabstand ou Taxi stand – Ponto de taxi
Frustrated = frustrado Capital – Capital
Hurt= magoado Cathedral – Catedral
Hungry = com fome Cemetery – Cemitério
Tired= cansado Chapel – Capela
Thoughtful = pensativo Church – Igreja
Optimistic = otimista Circus – Circo
Relieved = aliviado City – Cidade
Shocked = chocado Clothing store – Loja de roupas
Sleepy = com sono Club – Clube
Excited = animado Coffee shop – Cafeteria
Bad = mal College – Faculdade
Worried = preocupado Computer store – Loja de informática
Identificação pessoal Concert hall – Casa de espetáculos ou Sala de concertos
First name = Primeiro nome Convenience store – Loja de conveniência
Middle name = Nome do meio Corner – Esquina
Last name = Último nome Costume store – Loja de Fantasia
Full name = Nome completo Court – Quadra de esportes ou pode ser Tribunal ou comumen-
Date of Birth = Data de nascimento te chamado de Fórum, depende do contexto.
Age = Idade Crosswalk/Pedestrian crossing/Zebra crossing – Faixa de pe-
destres
Sex = Sexo
Cul-de-sac ou Dead end street – Beco ou Rua sem saída
Place of Birth = Local de nascimento
City hall – Prefeitura
Nationality = Nacionalidade
Dental clinic – Clinica dentária ou Consultório Odontológico
Occupation = Ocupação/profissão
Downtown – Centro da cidade
Address = Endereço
Driving school – Auto escola
City = Cidade
Drugstore – Farmácia ou Drogaria
Country = País
Factory – Fábrica
Zip code/Post code = Código postal (CEP)
Field – Campo
Phone number = Número de telefone
Fire station – Posto ou Quartel de bombeiros
E-mail address = Endereço de e-mail
Fishmonger’s – Peixaria
Lugares e edificações
Flower show – Floricultura
Airport – Aeroporto
Food Truck – Food Truck ou Caminhão que vende comida
Amusement park – Parque de diversões
Editora
61
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Gas station – Posto de gasolina Sidewalk – Calçada
Glasses store ou Optical store – Loja de Ótica Snack bar – Lanchonete
Greengrocer – Quitanda Square – Praça
Grocery store – Mercearia Stadium – Estádio
Gym – Academia de ginástica Station – Estação
Hair salon – Cabeleireiro Stationery store – Papelaria
Hardware store – Loja de ferramentas Steak House – Churrascaria
Health Clinic/Center – Clinica ou Posto de saúde Store – Loja
Hospital – Hospital Street – Rua
Hotel – Hotel Subway station – Estação de metrô
House – Casa Supermarket – Supermercado
Ice Cream Shop/Parlor – Sorveteria Synagogue – Sinagoga
Intersection ou Crossroad – Cruzamento Temple – Templo
Jail ou Prison – Cadeia ou Prisão Town – Cidade pequena ou Município
Jewelry store – Joalheria Toy store ou Toy shop – Loja de brinquedos
Kiosk – Quiosque Train station – Estação de trem
Lake – Lago Travel agency – Agência de viagens
Laundromat ou Laundry – Lavanderia University – Universidade
Library – Biblioteca Zoo – Zoológico
Lottery retailer ou Lottery kiosk – Casa lotérica Relacionamento com outras pessoas
Mall – Shopping center Parents – pais
Metropolis – metrópole Father – pai
Monument – Monumento Mother – mãe
Mosque – Mesquita Son – filho
Movie theater – Cinema Daughter – filha
Museum – Museu Siblings – irmãos
Neighborhood – Bairro Brother – irmão
Newsstand – Banca de jornal Sister – irmã
Office – Escritório Halfbrother – meio-irmão
One-way street – Rua de mão única ou sentido único Halfsister – meia-irmã
Outskirts ou Suburb – Periferia ou Subúrbio Only child – filho único
Park – Parque Wife – esposa
Parking lot – Estacionamento Husband – esposo
Penitentiary – Presídio ou Penitenciária Fiancé – noivo
Perfume shop – Perfumaria Bride – noiva
Pet Shop – Pet Shop Uncle – tio
Pizzeria – Pizzaria Aunt – tia
Place – Lugar Cousin – primo e prima
Playground – Parque infantil Nephew – sobrinho
Police station – Delegacia de polícia Niece – sobrinha
Port – Porto Grandparents – avós
Post office – Agência de correios Grandfather – avô
Pub – Bar Grandmother – avó
Real estate agency – Imobiliária Grandson – neto
Reference point ou Landmark – Ponto de referência Granddaughter – neta
Restaurant – Restaurante Great grandfather – bisavô
River – Rio Great grandmother – bisavó
Road – Estrada Great grandson – bisneto
Rotary ou Roundabout – Rotatória Great granddaughter – bisneta
School – Escola Father-in-law – sogro
Shoe store – Sapataria Mother-in-law – sogra
Editora
62
62
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Brother-in-law – cunhado Conversando com atendentes
Sister-in-law – cunhada Excuse me, I’m looking for… – Licença, eu estou procurando
Stepfather – padrasto por…
Stepmother – madrasta I’m just looking/browsing, thanks. – Estou só olhando, obri-
gado(a).
Stepson – enteado
Do you have this in… – Você tem isso em…Complete com o que
Stepdaughter – enteada
você precisa que mude na peça: A bigger size (um tamanho maior)?
Foster parents – pais adotivos / Yellow (amarelo)? / Pink (rosa)?
Foster father – pai adotivo Could I return this? – Eu poderia devolver isso?
Foster mother – mãe adotiva Could I try this on? – Posso provar?
Transporte e serviços What are the store’s opening hours? – Qual o horário em que
Airliner: Avião comercial (Aviões maiores geralmente chama- a loja abre?
dos de boeing) Esporte
Airplane ou apenas plane: Avião
Bike: Bicicleta Individual Sports - Esportes Individuais
Boat: Barco ou bote Athletics - Atletismo
Bus: Ônibus Automobilism - Automobilismo
Canoe: Canoa Artistic Gymnastics - Ginástica Artística
Car: Carro Boxing - Boxe
Carriage: Carruagem Bowling - Boliche
Cruiser: Cruzeiro Canoeing - Canoagem
Ferry: Balsa Cycling - Ciclismo
Glider: Planador Equestrianism - Hipismo
Helicopter ou chopper (informal): Helicóptero Fencing - Esgrima
Jet: Jato ou como falamos às vezes, jatinho Golf - Golfe
Moped ou scooter: Motocicleta ou mobilete (Patinete também Jiujitsu - Jiu-Jítsu
pode ser chamado de scooter) Judo - Judô
Motorbike: Motocicleta ou simplesmente moto Karate - Caratê
Motorboat: Lancha Motorcycling - Motociclismo
Ocean liner: Transatlântico Mountaineering - Alpinismo
On foot: A pé Olympic Diving - Salto Ornamental
Pickup truck: Caminhonete Skiing - Esqui
Raft: Jangada Sumo - Sumô
Roller skates: Patins Surfing - Surfe
Sailboat: Veleiro ou barco à vela Swimming - Natação
School bus: Ônibus escolar Table tennis - Tênis de mesa/Pingue-pongue
Ship: Navio Taekwon-Do - Taekwon-Do
Skateboard: Skate Tennis - Tênis
Streetcar ou trolley: Bonde Triathlon - Triatlo
Subway ou metro (inglês americano) ou The underground ou Weightlifting - Halterofilismo
informalmente the tube (inglês britânico): Metrô
Team Sports - Esportes Coletivos
Taxi ou cab: Táxi
Train: Trem Badminton – Badminton
Truck: Caminhão Baseball - Beisebol
Van: Furgão ou van Basketball - Basquete
Compras Beach Soccer - Futebol de Areia
Algumas placas com informações importantes: Beach Volleyball - Vôlei de Praia
Out to lunch – Horário de almoço Football – Futebol Americano
Buy one get one free – Pague um, leve dois. Outras formas de Footvolley - Futevôlei
passar essa mesma ideia são: BOGOF (sigla para a mesma expres- Futsal - Futsal
são) e two for one (dois por um). Handball - Handebol
Clearance sale/Reduced to clear/Closing down sale – Liquida- Hockey - Hóquei
ção
Polo - Polo
Editora
63
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Rhythmic Gymnastics - Ginástica Rítmica Animais em inglês: principais insetos
Rugby - Rúgbi Ant: Formiga;
Soccer - Futebol
Mite: Ácaro;
Synchronized Swimming - Nado Sincronizado
Volleyball - Vôlei Bee: Abelha;
Water Polo - Polo Aquático Beetle: Besouro;
Mundo natural
Butterfly: Borboleta;
Animais em inglês: principais animais domésticos (pets)
Bird: Pássaro; Caterpillar: Lagarta;
Bunny: Coelhinho;
Cockroach: Barata;
Cat: Gato;
Dog: Cachorro; Cricket: Grilo;
GuineaPig: Porquinho da Índia; Fly: Mosca;
Mouse: Rato/Camundongo;
Parrot: Papagaio; Flea: Pulga;
Rabbit: Coelho; Firefly: Vagalume;
Turtle: Tartaruga.
Grasshoper: Grilo;

Animais em inglês: principais nomes de aves Ladybug: Joaninha;


Chicken: Galinha; Louseorlice: Piolho;
Rooster: Galo;
Pigeon: Pomba; Mosquito: Pernilongo/Mosquito;
Peacock: Pavão; Snail: Caracol;
Hawk: Falcão;
Spider: Aranha;
Swan: Cisne;
Sparrow: Pardal; Tick: Carrapato;
Duck: Pato.
Termite: Cupim.

Animais em inglês: principais animais selvagens


Alligator: Jacaré; Animais em inglês: principais animais marítimos
Bat: Morcego; Crab: Caranguejo;
Bear: Urso; Dolphin: Golfinho;
Crocodile: Crocodilo;
Fish: Peixe;
Deer: Viado;
Elephant: Elefante; Octopus: Polvo;
Eagle: Águia;
Penguin: Pinguim;
Giraffe: Girafa;
Hippo: Hipopótamo; Seal: Foca;
Kangaroo: Canguru; Shark: Tubarão;
Lion: Leão;
Whale: Baleia.
Monkey: Macaco;
Owl: curuja;
Pig: Porco; Animais em inglês: principais tipos de peixes
Snake: Cobra; Carp: Carpa;
Squirrel: Esquilo;
Dogfish: Cação;
Stag: Cervo;
Tiger: Tigre; Dried Salted Cod: Bacalhau;
Zebra: Zebra; Flounder: Linguado;
Wolf: Lobo.
Hake: Pescada;

Scabbardfish: PeixeEspada;
Editora
64
64
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Tuna: Atum; folha de louro bay leaves
Tilapia: Tilápia; gengibre ginger
Trout: Truta. girassol sunflower
grama grass
Animais brasileiros em inglês
lírio lily
Capivara: Capybara;
macieira apple tree
Boto Cor-de-rosa: Pink Dolphin;
manjericão basil
Lobo guará: Maned Wolf; margarida daisy
Mico Leão Dourado: Golden Lion Tamarin; melissa melissa
musgo moss
Onça Pintada: Jaguar;
noz moscada nutmeg
Tamanduá Bandira: Giantanteater;
oliveira olive tree
Tatu: Armadilo; orquídea orchid
Tucano: Toucan; orégano oregano
papoula poppy
Quati: Coati.
pereira pear tree
Plantas em inglês
pinheiro pine tree

PORTUGUÊS INGLÊS planta plant

árvore tree páprica paprika

alecrim rosemary rosa rose

ameixieira plum tree salgueiro willow

arbusto bush / shrub salsa parsley

azaleia azalea samambaia fern

azevinho holly tulipa tulip

açafrão turmeric violeta violet

bordo maple vitória-régia waterlily

bromélia bromeliads Viagens e férias


bétula birch Vocabulário
canela cinnamon Time off. — Tempo fora do trabalho.
Day off. — Dia de folga.
carvalho oak
Vacation. — Férias.
castanheiro horse chestnut tree Go away. — Ir viajar.
caule stem Travel. — Viajar.
Take a trip. — Fazer uma viagem.
cebola onion Take time off. — Tirar um tempo fora do trabalho.
cebolinha green onion Go to the beach. — Ir para a praia.
Go to the country. — Ir para o interior.
cedro cedar
cerejeira cherry tree Como foram suas férias
coentro cilantro
How was your vacation? — Como foram as suas férias?
colorau red spice mix It was good. — Foram boas.
cominho cumin It was amazing. — Foram demais.
It was very relaxing. — Foi muito relaxante.
coqueiro coconut tree
cravo clove Para onde você foi
erva herb Where did you go? — Onde você foi?
ervas finas fine herbs We went to the beach. — Nós fomos para a praia.
figueira fig tree

Editora
65
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
I went to the country with my family. — Eu fui para o interior Wore sunscreen. — Usou protetor solar.
com minha família. Use tanning lotion. — Usar bronzeador.
We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o Used tanning lotion. — Usou bronzeador.
Hawaii.
We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a
nossa família na França. Tempo
Who did you go with? — Com quem você foi? As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex-
I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã pressões de tempo como:
e meu irmão.
I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido, Day: dia
esposo e crianças. Today: hoje
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e Yesterday: ontem
crianças. The day before yesterday: anteontem
I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de Tomorrow: amanhã
aula. The day after tomorrow: depois de amanhã
Morning: manhã
Afternoon: tarde
Como você viajou Evening: noite
How did you go? — Como que você foi? Night: noite
We went by plane. — Nós fomos de avião. Tonight: esta noite
We went by car. — Nós fomos de carro. Midday: meio-dia
At noon: ao meio-dia
Midnight: meia noite
Coisas para fazer nas férias At midnight: à meia-noite
Read. — Ler.
Read. — Leu. (Só muda a pronúncia)
Go swimming. — Ir nadar ou nadar.
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.
Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
Made a bonfire. — Fez uma fogueira
Play the guitar. — Tocar violão.
Played the guitar. — Tocou violão.
Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.
Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira.
Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma-
deira.
atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito. Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os
Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra- números correspondentes (da hora e dos minutos):
tuito.
Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five.
Have a picnic. — Ter um piquenique.
A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas:
Had a picnic. — Teve um piquenique.
Exemplo: 3:00 – It is three o’clock.
Play frisbee. — Jogar frisbee.
A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do
Played frisbee. — Jogou frisbee.
30:
Look for seashells. — Procurar por conchas do mar.
Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six.
Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar.
A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de
Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
hora (15 minutos):
Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol.
Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three.
Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos.
A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi-
Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos.
nutos):
Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight.
Got a tan. — Pegou um bronzeado.
Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”,
Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron-
utilizamos o “to”:
zear.
Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine.
Went sunbathing. — Foi se bronzear.
Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho-
Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol.
rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia.
Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol.
a.m. – antes do meio-dia
Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol.
p.m. – depois do meio-dia
Got sunburn. — Se queimou do sol.
Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar.
Editora
66
66
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Trabalho e empregos Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor
Accountant = contador Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema
Firefighter, fireman = bombeiro
Actor = ator Fisherman = pescador
Actress = atriz Flight attendant = comissário de bordo
Administrator = administrador Foreman = capataz; encarregado
Agronomist = agrônomo Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro
Anthropologist = antropólogo Gardener = jardineiro
Archaeologist / archeologist = arqueólogo Geographer = geógrafo
Architect = arquiteto Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a)
Astronaut = astronauta Glazer = vidraceiro
Astronomer = astrônomo Graphic designer = designer gráfico
Athlete = atleta Gravedigger = coveiro
Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá Guide = guia
Baker = padeiro Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro
Bank clerk = bancário Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola)
Banker = banqueiro; bancário Historian = historiador
Bank teller = caixa de banco Housewife = dona de casa
Barber = barbeiro Illustrator = ilustrador
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas) Interior designer = designer de interiores, decorador
Bartender = barman Interpreter = intérprete
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel) Jailer = carcereiro
Biologist = biólogo Janitor, superintendent, custodian = zelador
Biomedical scientist = biomédico Journalist = jornalista
Blacksmith = ferreiro Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro
Bricklayer, mason = pedreiro Judge = juiz (de direito)
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de Lawyer = advogado
imóveis) Librarian = bibliotecário
Butcher = açougueiro Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas
Butler, major-domo = mordomo Locksmith = serralheiro; chaveiro
Buyer = comprador Maid = empregada doméstica
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista Male nurse = enfermeiro
Cabinet-maker = marceneiro Manager = gerente
Carpenter = carpinteiro Mathematician = matemático
Cartoonist = cartunista Mechanic = mecânico
Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe- Medic = militar do Serviço de Saúde; médico
cuarista Meteorologist = meteorologista
Cashier = caixa Midwife = parteira
Chef = chef Miner = mineiro
Chemist (bre) = farmacêutico Milkman = leiteiro
Chemist (ame) = químico model = modelo
Civil Servant = servidor público, funcionário público Musician = músico
Clerk = auxiliar de escritório Nanny (ame) = babá
Coach = treinador, técnico esportivo Nurse = enfermeiro, enfermeira
Cobbler = sapateiro Occupational therapist = terapeuta ocupacional
Comedian = comediante Optician, optometrist = oculista
Commentator = comentarista (rádio e TV) Painter = pintor
Composer = compositor Paleontologist = paleontólogo
Computer programmer = programador Paramedic = paramédico
Conference interpreter = intérprete de conferência Personal TRAINER = personal
Contractor = empreiteiro Pharmacist = farmacêutico (ame) Cf. CHEMIST
Consultant = consultor Philosopher = filósofo
Cook = cozinheiro Photographer = fotógrafo
Dancer = dançarino Physicist = físico
Dentist = dentista Physiotherapist = fisioterapeuta
Designer = designer, projetista, desenhista Pilot = piloto (menos de automóvel), prático
Diplomat = diplomata Playwright = dramaturgo
Doctor, medical doctor, physician = médico Plumber = encanador, bombeiro (RJ)
Doorman = porteiro Poet = poeta
Driver = motorista, piloto de automóvel Police officer, officer, constable = policial
Economist = economista Politician = político
Editor = editor; revisor Porter = porteiro
Electrician = eletricista Postman, mailman = carteiro
Engineer = engenheiro, maquinista Producer = produtor (em geral artístico)
Editora
67
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
Professor = professor (universitário) Casco = hull
Proofreader = revisor Borda livre = free board
Psychiatrist = psiquiatra Displacement = tonelagem
Psychologist = psicólogo Notice to marine = aviso aos navegantes
Publisher = editor List of Lights = lista de faróis
Real estate agent, realtor = corretor de imóveis Full Load = plena carga
Receptionist = recepcionista Fuel = combustível
Referee = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análi- Cruising speed = velocidade de cruzeiro
se de artigos científicos) Draft = projeto
Reporter = repórter Length = comprimento
Researcher = pesquisador Inland Waters = águas interiores
Sailor, seaman = marinheiro Bússula = compass
Salesman* = vendedor Ship = navio
Sales representative, sales rep = vendedor Ocean liner = navio transatlântico
Saleswoman* = vendedora Tug = rebocador
Scientist = cientista Gross Tonnage = arqueação bruta
Screenwriter = roteirista Tanker Ship = Navio Petroleiro
Sculptor = escultor Plataform Ship = navio plataforma
Seamstress = costureira Vessel = navio embarcação
Secretary = secretária Broken = quebrado
Shopkeeper (ame), storekeeper (bre), shop owner, merchant = Rope = cabo
lojista, comerciante Boom = pau de carga
Singer, vocalist = cantor Starboard = boreste
Social worker = assistente social Port = bombordo
Speech therapist = fonoaudiólogo Speed = velocidade
Statistician = estatístico Ahead = a frente
Systems analyst = analista de sistemas Crew = tripulação
Tailor = alfaiate Stern = popa
Teacher = professor Fire = fogo
Operator = operador Fireman = bombeiro
Operator, telephone operator = telefonista Hose = mangueira
Teller = caixa (geralmente de banco) Fire Hose = mangueira de incêndio
Trader = trader, operador (em bolsa de valores) Tonnage Length = comprimento tonelagem
Translator = tradutor Scend = Caturro
Travel agent = agente de viagens Heel = adernar (mesmo que banda)
Treasurer = tesoureiro Bulkhead = Antepara
Valet = manobrista Flush Deck = convés corrido
Vet, veterinarian = veterinário Hold = porão
Waiter* = garçom Bollard = cabeço no cais
Waitress* = garçonete Bitt = cabeço no navio
Welder = soldador Profissões a bordo no navio
Writer = escritor Captain of Long Haul = capitão de longo curso
Zoologist = zoólogo Auxiliary Health = auxiliar de saúde
A Marinha Steward = taifeiro
Proa = Bow Cook = cozinheiro
Popa = Stern \ astern Pumpman = bombeiro (trabalha com bombas)
Bombordo = port Nurse = enfermeiro
Boreste = starboard Officer = oficial
Convés = deck Skipper = patrão
Linha d aqua = water line Helmsman = timoneiro
Castelo de Proa = forecastle Bo’sun = mestre ou contra mestre
Boca = beans Seaman = homem do mar
Comprimento (LOA) = length overall Sailor = marinheiro
Obras Vivas = botton Engineer = chefe de máquinas
Obras Mortas = topsides Mid Ship = meio navio
Pontal = depth Ship’s Articles = rol de equipagem
Calado de Vante = Draught forward Ship’s Log = diário de bordo
Tombadilho = Fanny Insurance Certificate = certificado de seguro
Calado a ré = draught forward Customs Clearance = aduaneiro
Costado = ribcage Charter Party = Fretamento
Plano diametral = diametral plane Bill of Health = certificado de saúde
Bochecha = tack Charts = cartas hidrográficas
Alheta = wing \ quarter International Convention for the Safety of Live at Sea = conven-
Passadisso = gangway \ bridge ção internacional de salvaguarda da vida humana no mar. (Solas)
Editora
68
68
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
STCW = Standards of training certification and watchkeeping = WHAT = (o) que, qual
convenção internacional sobre normas de formação certificação e Funciona como sujeito ou objeto da oração.
service de quarto para marinheiro.
EPP = personal projective equipament = EPI equipamento de What makes you happy? (sujeito)
proteção individual.
verbo objeto
Fire Extinguisher = extintor de incêndio
Rudder = leme principal
Helm = timão
Bosun’s Locker = paiol do mestre What did you say? (objeto)
Oars = remos auxiliar sujeito verbo
Buoy = boia
Fire Alarm = alarme de incêndio principal
Rope Ladder = escada de quebra peito WHO = quem
Gangway = passadiço
Ports = portos Funciona como sujeito ou objeto da oração.
Port Captaincy = capitania dos portos
Yacht Harbours = docas de recreio Who arrived late yesterday? (sujeito)
Coast Guard = guarda costeira verbo principal
Watch Tower = posto de vigia
Life Boat Station = Estação de Salva Vidas Who does she love? (objeto)
Dependências a bordo
Galley = cozinha auxiliar sujeito verbo
Crew Mess = refeitório da tripulação principal
Stateroom = cabine de dormir
WHOM = quem
Amarração de cabos
Rope = cabo \ corda Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposi-
Dock line = cabo de amarração ções.
Warp = lais de guia
Reef Knot = nó direito Whom did you talk to yesterday? (objeto)
Volta do Fiel = clove hitch
Fisherman’s Bend = volta do Anete verbo sujeito verbo
Kink = coca (nó na mangueira) auxiliar principal
Yarn = fibra To whom did you talk?
Order = ordem
Anchor = ancora WHICH = que, qual, quais - Indica escolha ou opção.
Estivagem de carga Which shirt do you prefer: the blue one or the red one?
Rope Sling = linga de cabo
Bags Balles = bolsas de fardos Which of those ladies is your mother?
Steel plates = chapas de aço WHERE = onde
Homem ao mar = man over board Where are you going tonight?
Merchant Ship = Navio mercante WHY = por que
Chamadas e comunicações
Não especificado = unspecified Why don’t you come to the movies with us?
Explosion = explosão WHEN = quando
Alagado = flooding “When were you born?” “In 1970.”
Collision = colisão HOW = como
Grounding = encalhando “How is his sister?” “Fine.”
Adernado = listing WHOSE = de quem
Capsizing = emborcando
Sin King = naufragando “Whose dictionary is this?” “John’s.”
Disabled = sem governo Formas compostas de WHAT e HOW
Adrift = a deriva - WHAT
Abandonar o navio = abandoning ship WHAT + to be + like? = como é...?
Piracy = pirataria
“What is your boyfriend like?”
Ataque armado = armed attack
“He’s tall and slim.”
Grande = big
WHAT about...? = Que tal, o que você acha de...?
Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter
informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são What about having lunch now?
chamadas wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção WHAT do you call...? = como se chama...? qual é o nome...?
apenas de how (como), começam com as letras wh. What do you call this device?
Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos - WHAT ... FOR? = por que, para que?
para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando, What are you doing this for?
onde”. - HOW
Editora
69
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
HOW FAR = Qual é a distância? Complementos
HOW DEEP = Qual é a profundidade? Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham
HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo? ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo,
que são os únicos termos essenciais da oração.
HOW WIDE = Qual é a largura?
HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas) Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus saiu”, “O
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas) avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos indispensáveis:
O sujeito que determina quem está envolvido na execução de uma de-
HOW OLD = Qual é a idade?
terminada ação e o verbo que responde pelo ato executado
HOW MUCH = Quanto(a)?
HOW MANY = Quantos(as)?
HOW OFTEN = Com que frequência? QUESTÕES
HOW FAST = A que velocidade?
A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja 1. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que RECEITA FEDERAL - PROVA 01)
simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a Questions 1 through 2 refer to the following text.
essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa- Customs enforcement is concerned with the protection of so-
mos um advérbio de negação, como “não”. ciety and fghting trans-national organized crime based on the prin-
ciples of risk management. In discharging this mandate, Customs
Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
compliance and enforcement services are involved in a wide range
plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla- of activities relating to information and intelligence exchange, com-
mativas. bating commercial fraud, counterfeiting, the smuggling of highly ta-
xed goods (especially cigarettes and alcohol), drug traffcking, stolen
Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema motor vehicles, money laundering, electronic crime, smuggling of
Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne- arms, nuclear materials, toxic waste and weapons of mass destruc-
gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati- tion. Enforcement activities also aim to protect intellectual and cul-
va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também tural property and endangered plants and animal species.
inserir um verbo auxiliar em inglês. In order to assist its Members improve the effectiveness of
their enforcement efforts and achieve a balance between control
Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra- and facilitation, the World Customs Organisation has developed
ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português. a comprehensive technical assistance and training programmes.
Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é In addition, it has established Regional Intelligence Liaison Offces
parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes. (RILOs) that are supported by a global database, the Customs En-
forcement Network (CEN), to facilitate the exchange and use of in-
Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as formation.
frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando so- The WCO has also developed instruments for international co-
mente a frase central). As únicas que começam direto do verbo são -operation in the form of the revised Model Bilateral Agreement
as imperativas como tell me, stand up e ask her. (MBA); the Nairobi Convention, which provides for mutual admi-
nistrative assistance in the prevention, investigation and repression
Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do of Customs offences; and the Johannesburg Convention, which
que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra.
provides for mutual administrative assistance in Customs matters.
Sujeito The WCO’s Customs Control and Enforcement programme therefo-
re aims to promote effective enforcement practices and encourage
O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, con-
co-operation among its Members and with its various competent
trário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O su-
partners and stakeholders.
jeito pode ser representado por um ou vários substantivos ou por
pronomes pessoais. (Source: http://www.wcoomd.org/en/topics/enforcement-an-
d-compliance/ overview.aspx, retrieved on 12 March 2014.)
Verbo The text explains that the mandate of the World Customs Orga-
Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a nisation comprises both
locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura Alternativas
frasal inglesa. (A) enforcement and repression activities.
(B) co-operation and training efforts.
Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se en- (C) crime investigation and prevention.
contrar exemplos em que esta regra não é observada. (D) direct control and facilitation initiatives.
(E) partners and stakeholders.
Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês
computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.

Editora
70
70
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
2. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA deductions are
RECEITA FEDERAL - PROVA 01) Alternativas
In accordance with the passage, ‘customs enforcement’ can (A) family pets.
best be defined as the prevention of criminal activities (B) guide dogs.
Alternativas (C) Doberman dogs.
(A) requiring coordination between enforcement agencies of (D) horses in general.
neighboring countries. (E) house cats.
(B) of a strictly commercial nature, taking place on border are-
4. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
as.
RECEITA FEDERAL - PROVA 01)
(C) restricted to trans-national intellectual and cultural proper-
The phrase “Guffaws all around” (paragraph1) shows that tho-
ty infringement .
se hearing the conversation
(D) that can pose fnancial or physical harm to societies and af-
Alternativas
fect at least two countries.
(A) believed tax deductions for expenses with pets do not really
(E) that can put societies and the environment at risk in the
apply.
broadest sense.
(B) resented not being able to consider their pets as depen-
3. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA dents.
RECEITA FEDERAL - PROVA 01) (C) found the jokes about pets as dependents preposterous.
Questions 3 through 6 refer to the following text. (D) were unaware that vet bills could be knocked off their in-
We’ve been keeping our veterinarian in business lately. come tax.
First Sammy, our nine-year-old golden retriever, needed (E) bemoaned the unfair treatment given to pet owners by the
surgery. (She’s fine now.) Then Inky, our curious cat, IRS.
burned his paw. (He’ll be fine, too.) At our last visit, as we
5. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
were writing our fourth (or was it the fifth?) consecutive
RECEITA FEDERAL - PROVA 01)
check to the veterinary hospital, there was much joking
The opening sentence of the text reveals that the author has
about how vet bills should be tax-deductible. After all, pets
been
are dependents, too, right? (Guffaws all around.)
Alternativas
Now, halfway through tax-filing season, comes news
(A) paying frequent visits to her vet’s pet.
that pets are high on the list of unusual deductions
(B) making loans to her pets’ veterinary doctor.
taxpayers try to claim. From routine pet expenses to the
(C) assisting her vet financially.
costs of adopting a pet to, yes, pets as “dependents,” tax
(D) delaying payments to her veterinarian.
accountants have heard it all this year, according to the
(E) using the services of a vet quite often.
Minnesota Society of Certified Public Accountants, which
surveys its members annually about the most outlandish 6. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
tax deductions proposed by clients. Most of these doggy RECEITA FEDERAL - PROVA 01)
deductions don’t hunt, but, believe it or not, some do. Could The title that best conveys the main purpose of the article is:
there be a spot for Sammy and Inky on our 1040? Alternativas
Scott Kadrlik, a certified public accountant in Eden Prairie, (A) Sammy and Inky Run Up a Hospital Bill.
Minn., who moonlights as a stand-up comedian (really!), (B) Vet Bills Should Be Tax-Deductible.
gave me a dog’s-eye view of the tax code: “In most cases (C) Are Your Pets Tax Deductions?
our family pets are just family pets,” he says. They cannot (D) The Case for Pets as Dependents.
be claimed as dependents, and you cannot deduct the (E) How to Increase Your Tax Refund.
cost of their food, medical care or other expenses. One
7. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
exception is service dogs. If you require a Seeing Eye
RECEITA FEDERAL - PROVA 01)
dog, for example, your canine’s costs are deductible as
Questions 7 through 9 refer to the following text.
a medical expense. Occasionally, man’s best friend also
The IRS Chief Counsel is appointed by the President of the United Sta-
is man’s best business deduction. The Doberman that
tes, with the advice and consent of the U.S. Senate, and serves as the chief
guards the junk yard can be deductible as a business
legal advisor to the IRS Commissioner on all matters pertaining to the inter-
expense of the junk-yard owner, says Mr. Kadrlik. Ditto the
pretation, administration, and enforcement of the Internal Revenue Code,
convenience-store cat that keeps the rats at bay.
as well as all other legal matters. Under the IRS Restructuring and Reform
For most of us, though, our pets are hobbies at most.
Act of 1998, the Chief Counsel reports to both the IRS Commissioner and
Something’s a hobby if, among other things, it hasn’t turned
the Treasury General Counsel.
a profit in at least three of the past five years (or two of the
Attorneys in the Chief Counsel’s Offce serve as lawyers for the IRS.
past seven years in the case of horse training, breeding
They provide the IRS and taxpayers with guidance on interpreting Federal
or racing). In that case, you can’t deduct losses—only
tax laws correctly, represent the IRS in litigation, and provide all other legal
expenses to the extent of income in the same year. So if
support required to carry out the IRS mission.
your beloved Bichon earns $100 for a modeling gig,
Chief Counsel received 95,929 cases and closed 94,323 cases during
you could deduct $100 worth of vet bills (or dog food or doggy
fscal year 2012. Of the new cases received, and cases closed, the majority
attire).
related to tax law enforcement and litigation, including Tax Court litiga-
(Source: Carolyn Geer, The Wall Street Journal, retrieved on 13
tion; collection, bankruptcy, and summons advice and litigation; Appellate
March 2014 - slightly adapted)
Court litigation; criminal tax; and enforcement advice and assistance.
Among the domesticated animals considered eligible for tax
In Fiscal Year 2012, Chief Counsel received 31,295 Tax Court
Editora
71
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA
cases involving taxpayers contesting an IRS determination that they
owed additional tax. The total amount of tax and penalty in dispute GABARITO
at the end of the fscal year was almost $6.6 billion.
(Source: Internal Revenue Service Data Book, 2012.)
During fiscal year 2012, the Chief Counsel’s office succeeded in 1 B
Alternativas
(A) turning down over 30,000 appeals by taxpayers. 2 D
(B) securing over $6 billion for the State. 3 B
(C) winning the majority of litigation cases.
4 A
(D) processing most of the cases it received.
(E) voiding 1,606 cases fled by taxpayers. 5 E
8. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA 6 C
RECEITA FEDERAL - PROVA 01) 7 D
As described in the text, the mission of attorneys working in the
8 A
Chief Counsel’s Offce includes:
Alternativas 9 B
(A) advising ordinary citizens on their fscal responsibilities. 10 A
(B) litigating for taxpayers in the Tax Court.
(C) contesting IRS determinations.
(D) reporting directly to the IRS Commissioner.
(E) tracking down tax evaders. ANOTAÇÕES
9. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA ______________________________________________________
RECEITA FEDERAL - PROVA 01)
According to the passage, the IRS’s chief legal advisor is ______________________________________________________
Alternativas
______________________________________________________
(A) nominated by the IRS Commissioner.
(B) subordinated to the Treasury General Counsel. ______________________________________________________
(C) elected by a collegiate.
(D) responsible for drafting the Internal Revenue Code. ______________________________________________________
(E) in charge of IRS reform.
______________________________________________________
10. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
RECEITA FEDERAL - PROVA 01) ______________________________________________________
Text 1: Brazil’s exports
Trade barriers imposed by Argentina on imports in general ______________________________________________________
have resulted in a drop of 16% in Brazil’s exports to its
______________________________________________________
neighbor in the first half of this year. Between January and
June last year, Brazil sold goods worth USS$ 10.43 billion to ______________________________________________________
Argentina. This year, during the same period, the value of
goods sold to Argentina is USS$ 1.6 billion less. ______________________________________________________
In spite of the trade barriers, the executive secretary at
the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade, ______________________________________________________
Alessandro Teixeira, blames the international crisis for the
______________________________________________________
situation. “The cause of these problems is the international
crisis. |t affects Argentina and it affects us, too,” he ______________________________________________________
declared. Teixeira noted that negotiations have improved
the relationship with Argentina, that there has been a more ______________________________________________________
positive dialogue.
Brazil’s exports to Eastern Europe are down 38% and ______________________________________________________
down 8% to the European Union in the first half. On the
______________________________________________________
other hand, they have risen by over USS$ 2 billion to China
during the same period. ______________________________________________________
From: Brazzil Magazine July 2012 [adapted]
Argentina has _____________________________________________________
Alternativas
(A) placed restrictions on most imports. ______________________________________________________
(B) discriminated against Brazil more than others.
______________________________________________________
(C) encouraged the entry of goods from abroad.
(D) allowed Brazil to export more than last year. ______________________________________________________
(E) blamed the international crisis for it imports.
______________________________________________________

Editora
72
72
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-
-MATEMÁTICO

Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de


LÓGICA: PROPOSIÇÕES, CONECTIVOS, EQUIVALÊNCIAS habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a
LÓGICAS, QUANTIFICADORES E PREDICADOS. ESTRUTU- uma vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou in-
RA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, teligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação
LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS FICTÍCIOS; DEDUÇÃO do conhecimento por meio da linguagem.
DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES. COMPREENSÃO E trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
ANÁLISE DA LÓGICA DE UMA SITUAÇÃO, UTILIZANDO AS ções, selecionando uma das possíveis respostas:
FUNÇÕES INTELECTUAIS: RACIOCÍNIO VERBAL, RACIOCÍ-
NIO MATEMÁTICO, RACIOCÍNIO SEQUENCIAL, ORIENTA- A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das
ÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL, FORMAÇÃO DE CONCEITOS, informações ou opiniões contidas no trecho)
DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS. RACIOCÍNIO LÓGICO B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as
ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉTICOS, GEOMÉ- informações ou opiniões contidas no trecho)
TRICOS E MATRICIAIS. PROBLEMAS DE LÓGICA E C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
RACIOCÍNIO verdadeira ou falsa sem mais informações)
ESTRUTURAS LÓGICAS
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposi-
Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble- ções. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual po-
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife- demos atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte
consiste nos seguintes conteúdos: Elas podem ser:

- Operação com conjuntos. • Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor
- Cálculos com porcentagens. lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), por-
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé- tanto, não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças
tricos e matriciais. abertas:
- Geometria básica. - Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
- Álgebra básica e sistemas lineares. – Fez Sol ontem?
- Calendários. - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Numeração. - Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
- Razões Especiais. televisão.
- Análise Combinatória e Probabilidade. - Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
- Progressões Aritmética e Geométrica. bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de • Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
Argumentação. valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL
Proposições simples e compostas
O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação
nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
O mais importante é praticar o máximo de questões que en- p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
volvam os conteúdos: • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas
lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais pro-
- Lógica sequencial posições simples. As proposições compostas são designadas pelas
- Calendários letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras pro-
RACIOCÍNIO VERBAL posicionais.
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
conclusões lógicas. por duas proposições simples.

Editora
73
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Proposições Compostas – Conectivos
As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que
podemos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Editora
74
74
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa-
mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa-
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a
respeito de determinados conceitos ou entes.

Exemplo: Valores lógicos


(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma
E 16 – CESPE) verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a
proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos
os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.

Com isso temos alguns aximos da lógica:

– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não


pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é
verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUN-
CA existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que


são: V ou F.”
Classificação de uma proposição
A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-
-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e Elas podem ser:
F correspondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro • Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor
e falso. lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), por-
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógi- tanto, não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças
cos usuais, julgue o item subsecutivo. abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógi- – Fez Sol ontem?
ca P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
( ) Certo bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
( ) Errado do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
Resolução: • Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos: rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
Proposições simples e compostas
R Q P [P v (Q ↔ R) ] • Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
V V V V V V V V nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
V V F F V V V V p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
V F V V V F F V Exemplos
V F F F F F F V r: Thiago é careca.
F V V V V V F F s: Pedro é professor.
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas
F V F F F V F F
lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais pro-
F F V V V F V F posições simples. As proposições compostas são designadas pelas
letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras pro-
F F F F V F V F
posicionais.
Resposta: Certo Exemplo

P: Thiago é careca e Pedro é professor.


ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
Editora
75
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Há exatamente:

(A) uma proposição;


(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.
Resolução:
Analisemos cada alternativa:

(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantida-
de certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.
Conectivos (conectores lógicos)
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Editora
76
76
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:

2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).

Resposta: B.
Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componen-
tes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguin-
te teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”
Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.
Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:

Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.

Resposta D.
Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência
• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

Editora
77
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.
Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.

( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Considerando P e Q como V.

(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F

(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.

Resposta: Certo.
Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mes-
ma solução em suas respectivas tabelas verdade.

Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
Editora
78
78
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.
Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.
Leis de Morgan
Com elas:

– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.
ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO
CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.
OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS
Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argu-
mentos lógicos, tiverem valores verdadeiros.
Conectivo “ou” (v)
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Editora
79
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Conectivo “ou” (v) Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando
a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa). Conectivo “Se e somente se” (↔)
Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chama-
da bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p
é condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.

Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e so-


mente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:

1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)


2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
• Mais sobre o Conectivo “ou”
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
– “inclusivo”(considera os dois casos) 4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabe-
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos) la verdade:
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das
proposições é verdadeira, podendo ser ambas.

No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das


proposições poderá ser verdadeira
Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as
Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusi- proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
vo”(considera apenas um dos casos)
ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a
Exemplo: tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qual-
quer questão referente ao assunto.
R: Paulo é professor ou administrador
Ordem de precedência dos conectivos:
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos
proposições é verdadeira, podendo ser ambas. ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica mate-
mática prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeiro
Em resumo:
Conectivo “Se... então” (→)
Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada
subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se
fizer sol, então irei à praia”.

1. Podem ocorrer as situações:


2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade) Exemplo:
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos
disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à
ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum)
praia). Temos então sua tabela verdade:
ou símbolos (da linguagem formal) utilizados para conectar
proposições de acordo com regras formais preestabelecidas.
Assinale a alternativa que apresenta exemplos de conjunção,
negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
Editora
80
80
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q Exemplo:
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta
o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é
representada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma Observe:
proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implica-
ção é uma proposição composta do tipo condicional (Se, então) é - Toda proposição implica uma Tautologia:
representada pelo símbolo (→).
Resposta: B
CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo-
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente - Somente uma contradição implica uma contradição:
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:

A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a


sua tabela-verdade:

Exemplo: Propriedades
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo- • Reflexiva:
sição ~P ∧ P é: – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(A) uma tautologia. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p. • Transitiva:
(C) uma contradição. – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
(D) uma contingência. Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
(E) uma disjunção. P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
Resolução: – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
Regras de Inferência
Montando a tabela teremos que: • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em
P ~p ~p ^p outras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de
V F F proposições verdadeiras já existentes.
V F F Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
F V F
F V F
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante
de uma CONTRADIÇÃO.

Resposta: C
• Silogismo Disjuntivo
A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição
Q(p,q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verda-
deira. Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolica-
mente temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente
distintos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um
conectivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação
lógica que pode ou não existir entre duas proposições.

Editora
81
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Modus Ponens Lógica de primeira ordem
Existem alguns tipos de argumentos que apresentam pro-
posições com quantificadores. Numa proposição categórica, é
importante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma
coerente e que a proposição faça sentido, não importando se é
verdadeira ou falsa.

Vejamos algumas formas:

- Todo A é B.
• Modus Tollens - Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.
Onde temos que A e B são os termos ou características dessas
proposições categóricas.
• Classificação de uma proposição categórica de acordo com
o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.

– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição


categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
Tautologias e Implicação Lógica

• Teorema
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,-
q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.
• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”
Teremos duas possibilidades.

Observe que:

→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das


proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q. Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P → Q no conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é
é tautológica. também elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente
Inferências de “Todo B é A”.
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”
• Regra do Silogismo Hipotético
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o
mesmo que dizer “nenhum B é A”.

Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte


Princípio da inconsistência diagrama (A ∩ B = ø):
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógi-
ca p ^ ~p ⇒ q
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.
A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Editora
82
82
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da
“A” tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. afirmação anterior é:
Contudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem
todo A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
dos.
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B”
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
representações possíveis: não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.
Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.

O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, se-


guindo o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou
nenhum).

Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
que Algum B não é A. em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
• Negação das Proposições Categóricas
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por:
as seguintes convenções de equivalência: Todo A é não B.
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
uma proposição categórica particular. são pardos NÃO miam alto.
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma propo-
sição categórica particular geramos uma proposição categórica Resposta: C
universal. (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, a afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, ponto de vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirma-
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, ção é verdadeira
uma proposição de natureza afirmativa.
Em síntese: (A) Todos os não psicólogos são professores.
(B) Nenhum professor é psicólogo.
(C) Nenhum psicólogo é professor.
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo.

Resolução:

Editora
83
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a ne- Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários pro-
gação de um quantificador universal categórico afirmativo se faz blemas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envol-
através de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: vam argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumen-
Pelo menos um professor não é psicólogo. to podem ser formadas por proposições categóricas.
Resposta: E ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
• Equivalência entre as proposições conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:
na resolução de questões.
TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.

Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou
igual a cinco”? NENHUM
(A) Todo número natural é menor do que cinco. E
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco. AéB
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco. Existe pelo menos um elemento que
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco. pertence a A, então não pertence a B, e
vice-versa.
Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pe-
de-se a sua negação.

O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o


esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com
Todos e Nenhum, que também são universais.

Existe pelo menos um elemento co-


mum aos conjuntos A e B.

Podemos ainda representar das seguin-


ALGUM tes formas:
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.

Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a


cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.

Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser


negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos

Editora
84
84
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

- Algum teatro é casa de cultura


ALGUM
O
A NÃO é B

Perceba-se que, nesta sentença, a aten-


ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).

Temos também no segundo caso, a dife-


rença entre conjuntos, que forma o con- Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
junto A - B
Segundo as afirmativas temos:
Exemplo: (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o últi-
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO mo diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa existe pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
de cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum
teatro é casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.
Resolução:
Vamos chamar de:
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
Cinema = C mo princípio acima.
Casa de Cultura = CC (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Erra-
do, a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagra-
Teatro = T ma nos afirma isso

Analisando as proposições temos:

- Todo cinema é uma casa de cultura

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que
- Existem teatros que não são cinemas
todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultu-
ra também não é cinema.

Editora
85
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-
do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
essa frase da seguinte maneira:

Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.

Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-


lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.
Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.

P2: Martiniano é louco.

Q: Martiniano é um cientista.
O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento
formado por duas premissas e a conclusão).

A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em


verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten- Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido. “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto
Argumentos Válidos em comum.
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
bem construído), quando a sua conclusão é uma consequência vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
obrigatória do seu conjunto de premissas.
Exemplo:
O silogismo...

P1: Todos os homens são pássaros.

P2: Nenhum pássaro é animal.

Q: Portanto, nenhum homem é animal.


... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um
argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
conclusão sejam totalmente questionáveis.
ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-
TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!

Editora
86
86
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não
será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este
necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con- argumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resul-
junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do tado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de
Argumentos Inválidos chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado não! Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro
das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu- do círculo)! Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não
são. garantiram a veracidade da conclusão!
Métodos para validação de um argumento
Exemplo:
Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
P1: Todas as crianças gostam de chocolate. possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!

P2: Patrícia não é criança. 1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada
quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada
as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão.
quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança,
ocorre quando nas premissas não aparecem as palavras todo,
pois a primeira premissa não afirmou que somente as crianças
algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”.
gostam de chocolate.
Baseia-se na construção da tabela-verdade, destacando-se uma
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo tem a desvantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quan-
artifício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela do envolve várias proposições simples.
primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. 3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi-
derando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali-
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossi-
bilidade do primeiro método.

Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades.


Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri-
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também
em verdade, para que o argumento seja considerado válido.

4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, consi-


derando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do
é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
(da primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises
a Patrícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. mais complicadas.
Vemos facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do cír-
culo das crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Em síntese:
Isto posto, concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares
distintos do diagrama:

1º) Fora do conjunto maior;

2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Editora
87
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:

(p ∧ q) → r
_____~r_______

~p ∨ ~q
Resolução:

-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?


A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.

- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposições simples?


A resposta também é não! Portanto, descartamos também o 2º método.

- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposição simples ou uma conjunção?
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos:

- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta tam-
bém é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo 3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão verdadeira. Teremos:

- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!

Editora
88
88
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma utilizando isso temos:
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou
ambas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernan-
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar do estava estudando. // B → ~E
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o
Iniciando temos:
argumento é ou NÃO VÁLIDO.
Resolução pelo 4º Método 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
mos: tem que ser F.
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
deiro! // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas vai ao cinema tem que ser V.
verdadeiras! Teremos:
2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
verdadeiros, então a primeira parte da condicional acima também sai de casa tem que ser F.
é verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa.
Logo: r é verdadeiro. 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! ser V ou F.
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
simultânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi
que o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! ao cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois
Exemplos: temos dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as Resposta: Errado
seguintes proposições sejam verdadeiras. (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. fada, então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então
• Quando Fernando está estudando, não chove. Tristeza é uma bruxa.
• Durante a noite, faz frio. Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o
item subsecutivo. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
(B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
( ) Certo (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
( ) Errado (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.
Resolução:
Resolução: Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre- é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclu-
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas: são o valor lógico (V), então:

A = Chove (4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F)


B = Maria vai ao cinema →V
C = Cláudio fica em casa (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
D = Faz frio (F) → V
E = Fernando está estudando (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bru-
F = É noite xa(F) → V
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) (1) Tristeza não é uma bruxa (V)
Logo:
Lembramos a tabela verdade da condicional:
Temos que:

Esmeralda não é fada(V)

Bongrado não é elfo (V)

Monarca não é um centauro (V)

Editora
89
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única
que contém esse valor lógico é:

Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.

Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir
o nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.
Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.

1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria
Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que
ficam meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca
dos grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo
3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhu-
ma dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N
ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
Editora
90
90
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N
Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado
4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.

Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não va-
mos fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos
continuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advo-
gado, podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N
Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Editora
91
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que Luiz N N N
é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Ma-
ria é casada com o médico (que é Luís). Arnaldo N N
Mariana N N S N
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está
resolvido: Paulo N N
Agora, completando o restante:
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS
Carlos Engenheiro Patrícia Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou.
Então, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Exemplo: Luiz N S N N
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Arnaldo S N N N
TRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em
Mariana N N S N
janeiro, todos para diferentes cidades, que foram Fortaleza,
Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde Paulo N N N S
eles viajaram, sabe-se que:
Resposta: B
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba; Quantificador
− Paulo não viajou para Goiânia; É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os
− Luiz não viajou para Fortaleza. quantificadores são utilizados para transformar uma sentença
É correto concluir que, em janeiro, aberta ou proposição aberta em uma proposição lógica.
(A) Paulo viajou para Fortaleza. QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia. Tipos de quantificadores
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba. • Quantificador universal (∀)
Resolução: O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Vamos preencher a tabela:

− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Exemplo:


Luiz N Todo homem é mortal.
Arnaldo N
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
Mariana mortal.
Paulo
Na representação do diagrama lógico, seria:
− Mariana viajou para Curitiba;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
mem.
− Paulo não viajou para Goiânia;
A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclu-
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador sões:
Luiz N N 1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Arnaldo N N
2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Mariana N N S N
Paulo N N A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
− Luiz não viajou para Fortaleza. A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão
(∀ (x) (A (x) → B).
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador

Editora
92
92
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclu- (D) Nenhum animal é cavalo.
são de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicio-
Resolução:
nal.
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
Aplicando temos:
sões:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos – Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
x + 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadei- – Se é cavalo, então é um animal.
ra? Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador, de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda for-
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos ma de conclusão).
julgar, logo, é uma proposição lógica. Resposta: B
• Quantificador existencial (∃) (CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi-
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas: ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.
Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números
reais (R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos
reais (R) tal que x + y = x.
Exemplo: – 1º passo: observar os quantificadores.
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
é: os valores de x devem satisfazer a propriedade.

Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-


cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.

– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos


x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O quantificador existencial tem a função de elemento comum.
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica:
(∃ (x)) (A (x) ∧ B). – 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Aplicando temos:
Existe sim! y = 0.
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x)
∈ N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal X + 0 = X.
que x + 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor
sentença será verdadeira? de x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, correto.
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
Resposta: CERTO
julgar, logo, é uma proposição lógica.

ATENÇÃO: CONJUNTOS E SUAS OPERAÇÕES, DIAGRAMAS


– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é
B” é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é Conjunto está presente em muitos aspectos da vida, sejam
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”. eles cotidianos, culturais ou científicos. Por exemplo, formamos
Forma simbólica dos quantificadores conjuntos ao organizar a lista de amigos para uma festa agrupar os
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B). dias da semana ou simplesmente fazer grupos.

Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B). Os componentes de um conjunto são chamados de elemen-


tos.
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Para enumerar um conjunto usamos geralmente uma letra
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). maiúscula.
Exemplos: Representações
Todo cavalo é um animal. Logo, Pode ser definido por:
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 3, 5, 7, 9}
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. -Simbolicamente: B={x>N|x<8}, enumerando esses elementos
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. temos:
(C) Todo animal é cavalo. B={0,1,2,3,4,5,6,7}
Editora
93
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
– Diagrama de Venn Propriedades básicas da igualdade
Para todos os conjuntos A, B e C,para todos os objetos x ∈ U,
temos que:

(1) A = A.
(2) Se A = B, então B = A.
(3) Se A = B e B = C, então A = C.
(4) Se A = B e x ∈ A, então x∈ B.
Se A = B e A ∈ C, então B ∈ C.

Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata-


mente os mesmos elementos. Em símbolo:
Há também um conjunto que não contém elemento e é repre- Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos sa-
sentado da seguinte forma: S = c ou S = { }. ber apenas quais são os elementos.
Quando todos os elementos de um conjunto A pertencem Não importa ordem:
também a outro conjunto B, dizemos que: A={1,2,3} e B={2,1,3}
Não importa se há repetição:
A é subconjunto de B A={1,2,2,3} e B={1,2,3}
Ou A é parte de B Classificação
A está contido em B escrevemos: A ⊂ B Definição
Se existir pelo menos um elemento de A que não pertence a Chama-se cardinal de um conjunto, e representa-se por #, ao
B: A ⊄ B número de elementos que ele possui.

Símbolos Exemplo
∈: pertence Por exemplo, se A ={45,65,85,95} então #A = 4.
Definições
∉: não pertence
Dois conjuntos dizem-se equipotentes se têm o mesmo cardi-
⊂: está contido nal.

⊄: não está contido Um conjunto diz-se


a) infinito quando não é possível enumerar todos os seus ele-
⊃: contém mentos
b) finito quando é possível enumerar todos os seus elementos
⊅: não contém c) singular quando é formado por um único elemento
d) vazio quando não tem elementos
/: tal que
Exemplos
⟹: implica que N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é
infinito (∞));
⇔: se,e somente se A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2);
B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1)
∃: existe { } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0)
∄: não existe
Pertinência
∀: para todo(ou qualquer que seja) O conceito básico da teoria dos conjuntos é a relação de per-
tinência representada pelo símbolo ∈. As letras minúsculas desig-
∅: conjunto vazio nam os elementos de um conjunto e as maiúsculas, os conjuntos.
Assim, o conjunto das vogais (V) é:
N: conjunto dos números naturais
V={a,e,i,o,u}
Z: conjunto dos números inteiros A relação de pertinência é expressa por: a∈V
Q: conjunto dos números racionais A relação de não-pertinência é expressa por:b∉V, pois o ele-
mento b não pertence ao conjunto V.
Q’=I: conjunto dos números irracionais

R: conjunto dos números reais Inclusão


A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
Igualdade
Editora
94
94
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Propriedade reflexiva: A⊂A, isto é, um conjunto sempre é Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto
subconjunto dele mesmo. A menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.

Propriedade antissimétrica: se A⊂B e B⊂A, então A=B Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

Propriedade transitiva: se A⊂B e B⊂C, então, A⊂C. Complementar


Sejam A e B dois conjuntos tais que A⊂B. Chama-se comple-
Operações
mentar de A em relação a B, que indicamos por CBA, o conjunto
cujos elementos são todos aqueles que pertencem a B e não per-
União
tencem a A.
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro forma-
do pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos A⊂B⇔ CBA={x|x∈B e x∉A}=B-A
a que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
Exemplo
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈ A ou x ∈ B}
A={1,2,3} B={1,2,3,4,5}
Exemplo: CBA={4,5}

A={1,2,3,4} e B={5,6} Representação


A∪B={1,2,3,4,5,6} -Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 2, 3, 4, 5}
-Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses ele-
Interseção mentos temos:
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos B={3,4,5,6,7}
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada - por meio de diagrama:
por : A∩B. Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}

Quando um conjunto não possuir elementos chama-se de


Exemplo: conjunto vazio: S=∅ ou S={ }.
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g} Igualdade
A∩B={d,e} Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata-
Diferença mente os mesmos elementos. Em símbolo:
Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada
par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por: Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos sa-
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple- ber apenas quais são os elementos.
mentar de B em relação a A.
A este conjunto pertencem os elementos de A que não per- Não importa ordem:
tencem a B. A={1,2,3} e B={2,1,3}
A\B = {x : x∈A e x∉B}. Não importa se há repetição:
A={1,2,2,3} e B={1,2,3}
Relação de Pertinência
Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação que o
elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)

Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}


0∈A

2∉A

Relações de Inclusão
Relacionam um conjunto com outro conjunto.
Exemplo:
Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido), ⊃(con-
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7} tém), ⊅ (não contém)

Editora
95
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
Exemplo:
{1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}

{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}

Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina, boca B-A = {x : x ∈B e x∉A}.
aberta para o maior conjunto.

Subconjunto
O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de A é
também elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}

Operações Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
União Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro forma- A menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
do pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
a que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
Complementar
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈A ou x∈B}
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado
pelos elementos do conjunto universo que não pertencem a A.
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}

Fórmulas da união
Interseção
n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-n(A∩C)-n(B C)
por : A∩B.
Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés de
Simbolicamente: A∩B={x|x ∈A e x ∈B}
fazer todo o diagrama, se colocarmos nessa fórmula, o resultado é
mais rápido, o que na prova de concurso é interessante devido ao
tempo.

Mas, faremos exercícios dos dois modos para você entender


melhor e perceber que, dependendo do exercício é melhor fazer
de uma forma ou outra.
Exemplo
Exemplo: (MANAUSPREV – Analista Previdenciário – FCC/2015) Em
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g} um grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são barbados e 16
A∩B={d,e} são carecas. Homens altos e barbados que não são carecas
são seis. Todos homens altos que são carecas, são também
Diferença barbados. Sabe-se que existem 5 homens que são altos e não
Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada são barbados nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens
par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por: que são barbados e não são altos nem carecas. Sabe-se que
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple- existem 5 homens que são carecas e não são altos e nem bar-
mentar de B em relação a A. bados. Dentre todos esses homens, o número de barbados
A este conjunto pertencem os elementos de A que não per- que não são altos, mas são carecas é igual a
tencem a B. (A) 4.
A\B = {x : x ∈A e x∉B}. (B) 7.
(C) 13.
Editora
96
96
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(D) 5.
(E) 8.
Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre começamos
pela interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e por fim, cada
um

7+y+5=16
Y=16-12
Y=4
Então o número de barbados que não são altos, mas são care-
cas são 4.

Nesse exercício ficará difícil se pensarmos na fórmula, ficou


Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas ho- grande devido as explicações, mas se você fizer tudo no mesmo
mens carecas e altos. diagrama, mas seguindo os passos, o resultado sairá fácil.
Homens altos e barbados são 6
Exemplo
(SEGPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015) Suponha
que, dos 250 candidatos selecionados ao cargo de perito cri-
minal:
1) 80 sejam formados em Física;
2) 90 sejam formados em Biologia;
3) 55 sejam formados em Química;
4) 32 sejam formados em Biologia e Física;
5) 23 sejam formados em Química e Física;
6) 16 sejam formados em Biologia e Química;
7) 8 sejam formados em Física, em Química e em Biologia.
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são
Considerando essa situação, assinale a alternativa correta.
altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas
(A) Mais de 80 dos candidatos selecionados não são físicos nem
e não são altos e nem barbados
biólogos nem químicos.
(B) Mais de 40 dos candidatos selecionados são formados ape-
nas em Física.
(C) Menos de 20 dos candidatos selecionados são formados
apenas em Física e em Biologia.
(D) Mais de 30 dos candidatos selecionados são formados ape-
nas em Química.
(E) Escolhendo-se ao acaso um dos candidatos selecionados,
a probabilidade de ele ter apenas as duas formações, Física e
Química, é inferior a 0,05.
Resolução
Sabemos que 18 são altos
A nossa primeira conta, deve ser achar o número de candida-
tos que não são físicos, biólogos e nem químicos.
n (F ∪B∪Q)=n(F)+n(B)+n(Q)+n(F∩B∩Q)-n(F∩B)-n(F∩Q)-
-n(B∩Q)

n(F ∪B∪Q)=80+90+55+8-32-23-16=162

Temos um total de 250 candidatos

250-162=88
Resposta: A.
Quando somarmos 5+x+6=18
X=18-11=7
Carecas são 16

Editora
97
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
O conjunto dos números racionais é representado pelo Q. Os
NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E REAIS E SUAS OPERA- números naturais e inteiros são subconjuntos dos números racio-
ÇÕES nais, pois todos os números naturais e inteiros também podem ser
representados por uma fração. Além destes, números decimais e
— Conjuntos Numéricos dízimas periódicas também estão no conjunto de números racio-
nais.
O grupo de termos ou elementos que possuem característi-
cas parecidas, que são similares em sua natureza, são chamados Vejamos um exemplo de um conjunto de números racionais
de conjuntos. Quando estudamos matemática, se os elementos com 4 elementos:
parecidos ou com as mesmas características são números, então
dizemos que esses grupos são conjuntos numéricos1. Qx = {-4, 1/8, 2, 10/4}

Em geral, os conjuntos numéricos são representados grafi- Também temos subconjuntos dos números racionais:
camente ou por extenso – forma mais comum em se tratando de
operações matemáticas. Quando os representamos por extenso, Q* = subconjunto dos números racionais não nulos, formado
escrevemos os números entre chaves {}. Caso o conjunto seja in- pelos números racionais sem o zero.
finito, ou seja, tenha incontáveis números, os representamos com Q+ = subconjunto dos números racionais não negativos, for-
reticências depois de colocar alguns exemplos. Exemplo: N = {0, 1, mado pelos números racionais positivos.
2, 3, 4…}. Q*+ = subconjunto dos números racionais positivos, formado
pelos números racionais positivos e não nulos.
Existem cinco conjuntos considerados essenciais, pois eles são Q- = subconjunto dos números racionais não positivos, forma-
os mais usados em problemas e questões no estudo da Matemáti- do pelos números racionais negativos e o zero.
ca. São eles: Naturais, Inteiros, Racionais, Irracionais e Reais. Q*- = subconjunto dos números racionais negativos, formado
pelos números racionais negativos e não nulos.
Conjunto dos Números Naturais (N) Conjunto dos Números Irracionais (I)
O conjunto dos números naturais é representado pela letra N. O conceito de números irracionais é dependente da definição
Ele reúne os números que usamos para contar (incluindo o zero) e de números racionais. Assim, pertencem ao conjunto dos números
é infinito. Exemplo: irracionais os números que não pertencem ao conjunto dos racio-
nais.
N = {0, 1, 2, 3, 4…}
Além disso, o conjunto dos números naturais pode ser dividi- Em outras palavras, ou um número é racional ou é irracional.
do em subconjuntos: Não há possibilidade de pertencer aos dois conjuntos ao mesmo
tempo. Por isso, o conjunto dos números irracionais é comple-
N* = {1, 2, 3, 4…} ou N* = N – {0}: conjunto dos números natu- mentar ao conjunto dos números racionais dentro do universo dos
rais não nulos, ou sem o zero. números reais.
Np = {0, 2, 4, 6…}, em que n ∈ N: conjunto dos números natu-
rais pares. Outra forma de saber quais números formam o conjunto dos
números irreais é saber que os números irracionais não podem
Ni = {1, 3, 5, 7..}, em que n ∈ N: conjunto dos números natu- ser escritos em forma de fração. Isso acontece, por exemplo, com
rais ímpares. decimais infinitos e raízes não exatas.
P = {2, 3, 5, 7..}: conjunto dos números naturais primos. Os decimais infinitos são números que têm infinitas casas
Conjunto dos Números Inteiros (Z) decimais e que não são dízimas periódicas. Como exemplo, temos
O conjunto dos números inteiros é representado pela maiús- 0,12345678910111213, π, √3 etc.
cula Z, e é formado pelos números inteiros negativos, positivos e o
zero. Exemplo: Z = {-4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4…} Conjunto dos Números Reais (R)
O conjunto dos números reais é representado pelo R e é
O conjunto dos números inteiros também possui alguns sub- formado pela junção do conjunto dos números racionais com o
conjuntos: conjunto dos números irracionais. Não esqueça que o conjunto
dos racionais é a união dos conjuntos naturais e inteiros. Podemos
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4…}: conjunto dos números inteiros não nega-
dizer que entre dois números reais existem infinitos números.
tivos.
Z- = {…-4, -3, -2, -1, 0}: conjunto dos números inteiros não Entre os conjuntos números reais, temos:
positivos.
Z*+ = {1, 2, 3, 4…}: conjunto dos números inteiros não negati- R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não-nulos.
vos e não nulos, ou seja, sem o zero. R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não-negativos.
Z*- = {… -4, -3, -2, -1}: conjunto dos números inteiros não posi- R*+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais positivos.
tivos e não nulos. R– = {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não-positivos.
Conjunto dos Números Racionais (Q) R*– = {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais negativos.
Números racionais são aqueles que podem ser representados — Múltiplos e Divisores
em forma de fração. O numerador e o denominador da fração Os conceitos de múltiplos e divisores de um número natural
precisam pertencer ao conjunto dos números inteiros e, é claro, o estendem-se para o conjunto dos números inteiros2. Quando tra-
denominador não pode ser zero, pois não existe divisão por zero. tamos do assunto múltiplos e divisores, referimo-nos a conjuntos

1 https://matematicario.com.br/ 2 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/multiplos-divisores.htm
Editora
98
98
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
numéricos que satisfazem algumas condições. Os múltiplos são 4 · 5 = 20
encontrados após a multiplicação por números inteiros, e os divi- 4 · 6 = 24
sores são números divisíveis por um certo número. 4 · 7 = 28
4 · 8 = 32
Devido a isso, encontraremos subconjuntos dos números in- 4 · 9 = 36
teiros, pois os elementos dos conjuntos dos múltiplos e divisores 4 · 10 = 40
são elementos do conjunto dos números inteiros. Para entender o 4 · 11 = 44
que são números primos, é necessário compreender o conceito de 4 · 12 = 48
divisores. ...
Portanto, os múltiplos de 4 são:
Múltiplos de um Número
Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, o número a é M(4) = {4, 8, 12, 16, 20. 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48, … }
múltiplo de b se, e somente se, existir um número inteiro k tal que Divisores de um Número
a = b · k. Desse modo, o conjunto dos múltiplos de a é obtido mul- Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, vamos dizer
tiplicando a por todos os números inteiros, os resultados dessas que b é divisor de a se o número b for múltiplo de a, ou seja, a
multiplicações são os múltiplos de a. divisão entre b e a é exata (deve deixar resto 0).
Por exemplo, listemos os 12 primeiros múltiplos de 2. Para Veja alguns exemplos:
isso temos que multiplicar o número 2 pelos 12 primeiros números
inteiros, assim: – 22 é múltiplo de 2, então, 2 é divisor de 22.
– 63 é múltiplo de 3, logo, 3 é divisor de 63.
2·1=2 – 121 não é múltiplo de 10, assim, 10 não é divisor de 121.
2·2=4 Para listar os divisores de um número, devemos buscar os
2·3=6 números que o dividem. Veja:
2·4=8
2 · 5 = 10 – Liste os divisores de 2, 3 e 20.
2 · 6 = 12 D(2) = {1, 2}
2 · 7 = 14 D(3) = {1, 3}
2 · 8 = 16 D(20) = {1, 2, 4, 5, 10, 20}
2 · 9 = 18 Observe que os números da lista dos divisores sempre são
2 · 10 = 20 divisíveis pelo número em questão e que o maior valor que apare-
2 · 11 = 22 ce nessa lista é o próprio número, pois nenhum número maior que
2 · 12 = 24 ele será divisível por ele.
Portanto, os múltiplos de 2 são:
Por exemplo, nos divisores de 30, o maior valor dessa lista é o
M(2) = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24} próprio 30, pois nenhum número maior que 30 será divisível por
Observe que listamos somente os 12 primeiros números, mas ele. Assim:
poderíamos ter listado quantos fossem necessários, pois a lista de
múltiplos é dada pela multiplicação de um número por todos os D(30) = {1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30}.
inteiros. Assim, o conjunto dos múltiplos é infinito. Propriedade dos Múltiplos e Divisores
Essas propriedades estão relacionadas à divisão entre dois
Para verificar se um número é ou não múltiplo de outro, de- inteiros. Observe que quando um inteiro é múltiplo de outro, é
vemos encontrar um número inteiro de forma que a multiplicação também divisível por esse outro número.
entre eles resulte no primeiro número. Veja os exemplos:
Considere o algoritmo da divisão para que possamos melhor
– O número 49 é múltiplo de 7, pois existe número inteiro compreender as propriedades.
que, multiplicado por 7, resulta em 49.
49 = 7 · 7 N = d · q + r, em que q e r são números inteiros.
Lembre-se de que:
– O número 324 é múltiplo de 3, pois existe número inteiro
que, multiplicado por 3, resulta em 324. N: dividendo;
324 = 3 · 108 d, divisor;
q: quociente;
– O número 523 não é múltiplo de 2, pois não existe número r: resto.
inteiro que, multiplicado por 2, resulte em 523. – Propriedade 1: A diferença entre o dividendo e o resto (N –
523 = 2 · ?” r) é múltipla do divisor, ou o número d é divisor de (N – r).
– Propriedade 2: (N – r + d) é um múltiplo de d, ou seja, o
• Múltiplos de 4 número d é um divisor de (N – r + d).
Veja o exemplo:
Como vimos, para determinar os múltiplos do número 4, de-
vemos multiplicar o número 4 por números inteiros. Assim: Ao realizar a divisão de 525 por 8, obtemos quociente q = 65 e
resto r = 5.
4·1=4
4·2=8 Assim, temos o dividendo N = 525 e o divisor d = 8. Veja que
4 · 3 = 12 as propriedades são satisfeitas, pois (525 – 5 + 8) = 528 é divisível
4 · 4 = 16 por 8 e:
Editora
99
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
528 = 8 · 66

— Números Primos
Os números primos são aqueles que apresentam apenas dois
divisores: um e o próprio número3. Eles fazem parte do conjunto
dos números naturais.

Por exemplo, 2 é um número primo, pois só é divisível por um


e ele mesmo.
Divisão pelo número primo 11:
Quando um número apresenta mais de dois divisores eles são
chamados de números compostos e podem ser escritos como um
produto de números primos.

Por exemplo, 6 não é um número primo, é um número com-


posto, já que tem mais de dois divisores (1, 2 e 3) e é escrito como Observe que chegamos a uma divisão não exata cujo quo-
produto de dois números primos 2 x 3 = 6. ciente é menor que o divisor. Isso comprova que o número 113 é
Algumas considerações sobre os números primos: primo.

– O número 1 não é um número primo, pois só é divisível por


ele mesmo; PORCENTAGEM
– O número 2 é o menor número primo e, também, o único
que é par; A porcentagem representa uma razão cujo
– O número 5 é o único número primo terminado em 5;
– Os demais números primos são ímpares e terminam com os denominador é 100, ou seja, .
algarismos 1, 3, 7 e 9. O termo por cento é abreviado usando o símbolo %, que
Uma maneira de reconhecer um número primo é realizando significa dividir por 100 e, por isso, essa razão também é chamada
divisões com o número investigado. Para facilitar o processo, veja de razão centesimal ou percentual4.
alguns critérios de divisibilidade:
Saber calcular porcentagem é importante para resolver
– Divisibilidade por 2: todo número cujo algarismo da unidade problemas matemáticos, principalmente na matemática financeira
é par é divisível por 2; para calcular descontos, juros, lucro, e assim por diante.
– Divisibilidade por 3: um número é divisível por 3 se a soma
dos seus algarismos é um número divisível por 3; — Calculando Porcentagem de um Valor
– Divisibilidade por 5: um número será divisível por 5 quando Para saber o percentual de um valor basta multiplicar a razão
o algarismo da unidade for igual a 0 ou 5. centesimal correspondente à porcentagem pela quantidade total.
Se o número não for divisível por 2, 3 e 5 continuamos as di-
visões com os próximos números primos menores que o número Exemplo: para descobrir quanto é 20% de 200, realizamos a
até que: seguinte operação:

– Se for uma divisão exata (resto igual a zero) então o número


não é primo.
– Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o
quociente for menor que o divisor, então o número é primo.
– Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o
quociente for igual ao divisor, então o número é primo.
Exemplo: verificar se o número 113 é primo. Generalizando, podemos criar uma fórmula para conta de
porcentagem:
Sobre o número 113, temos:

– Não apresenta o último algarismo par e, por isso, não é


divisível por 2;
– A soma dos seus algarismos (1+1+3 = 5) não é um número Se preferir, você pode fazer o cálculo de porcentagem da
divisível por 3; seguinte forma:
– Não termina em 0 ou 5, portanto não é divisível por 5. 1º passo: multiplicar o percentual pelo valor.
Como vimos, 113 não é divisível por 2, 3 e 5. Agora, resta sa-
ber se é divisível pelos números primos menores que ele utilizando 20 x 200 = 4.000
a operação de divisão.
2º passo: dividir o resultado anterior por 100.
Divisão pelo número primo 7:

Calculando Porcentagem de Forma Rápida

3 https://www.todamateria.com.br/o-que-sao-numeros-primos/ 4 https://www.todamateria.com.br/calcular-porcentagem/
Editora
100
100
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Alguns cálculos podem levar muito tempo na hora de fazer
uma prova. Pensando nisso, trouxemos dois métodos que te
ajudarão a fazer porcentagem de maneira mais rápida.
2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.
Método 1: Calcular porcentagem utilizando o 1%
Você também tem como calcular porcentagem rapidamente Fator de multiplicação = 1 + 0,25.
utilizando o correspondente a 1% do valor.
Fator de multiplicação = 1,25.
Vamos continuar usando o exemplo do 20% de 200 para
3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.
aprender essa técnica.
100 x 1,25 = 125 reais.
1º passo: dividir o valor por 100 e encontrar o resultado que
representa 1%. Um acréscimo de 25% fará com que o valor final da
mercadoria seja R$ 125.

Fator multiplicativo para desconto em um valor


2º passo: multiplicar o valor que representa 1% pela Para calcular um desconto de um produto, a fórmula do fator
porcentagem que se quer descobrir. multiplicativo envolve uma subtração.

2 x 20 = 40 Fator de multiplicação = 1 - 0,25.

Chegamos mais uma vez à conclusão que 20% de 200 é 40. Exemplo: Ao aplicar um desconto de 25% em uma mercadoria
que custa R$ 100, qual o valor final da mercadoria?
Método 2: Calcular porcentagem utilizando frações
equivalentes 1º passo: encontrar a taxa de variação.
As frações equivalentes representam a mesma porção do todo
e podem ser encontradas dividindo o numerador e o denominador
da fração pelo mesmo número natural.
2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.

Fator de multiplicação = 1 - 0,25.


Veja como encontrar a fração equivalente de .
Fator de multiplicação = 0,75.

3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.

100 x 0,75 = 75 reais.


Se a fração equivalente de é , então para calcular
20% de um valor basta dividi-lo por 5. Veja como fazer:
JUROS

Os juros simples e compostos são cálculos efetuados com


o objetivo de corrigir os valores envolvidos nas transações
— Calcular porcentagem de aumentos e descontos financeiras, isto é, a correção que se faz ao emprestar ou aplicar
uma determinada quantia durante um período de tempo5.
Aumentos e descontos percentuais podem ser calculados
utilizando o fator de multiplicação ou fator multiplicativo. O valor pago ou resgatado dependerá da taxa cobrada pela
operação e do período que o dinheiro ficará emprestado ou
Fator espaço de espaço multiplicação espaço igual a espaço
aplicado. Quanto maior a taxa e o tempo, maior será este valor.
1 espaço mais ou menos espaço ⅈ, onde i corresponde à taxa de
variação. — Diferença entre Juros Simples e Compostos
Essa fórmula é diferente para acréscimo e decréscimo no Nos juros simples a correção é aplicada a cada período e
preço de um produto, ou seja, o resultado será fatores diferentes. considera apenas o valor inicial. Nos juros compostos a correção é
feita em cima de valores já corrigidos.
Fator multiplicativo para aumento em um valor
Por isso, os juros compostos também são chamados de juros
Quando um produto recebe um aumento, o fator de
sobre juros, ou seja, o valor é corrigido sobre um valor que já foi
multiplicação é dado por uma soma.
corrigido.
Fator de multiplicação = 1 + i.
Sendo assim, para períodos maiores de aplicação ou
Exemplo: Foi feito um aumento de 25% em uma mercadoria empréstimo a correção por juros compostos fará com que o valor
que custava R$ 100. O valor final da mercadoria pode ser calculado final a ser recebido ou pago seja maior que o valor obtido com
da seguinte forma: juros simples.

1º passo: encontrar a taxa de variação.


5 https://www.todamateria.com.br/juros-simples-e-compostos/
Editora
101
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Entretanto, observe que essa taxa é mensal, pois usamos


o período de 1 mês. Para encontrar a taxa anual precisamos
multiplicar esse valor por 12, assim temos:

i = 2,5.12= 30% ao ano

— Fórmula de Juros Compostos


A maioria das operações financeiras utiliza a correção pelo
sistema de juros compostos. Os juros simples se restringem as O montante capitalizado a juros compostos é encontrado
operações de curto período. aplicando a seguinte fórmula:

— Fórmula de Juros Simples


Os juros simples são calculados aplicando a seguinte fórmula: Sendo:

M: montante.
Sendo: C: capital.
i: taxa de juros.
J: juros.
t: período de tempo.
C: valor inicial da transação, chamado em matemática
Diferente dos juros simples, neste tipo de capitalização,
financeira de capital.
a fórmula para o cálculo do montante envolve uma variação
i: taxa de juros (valor normalmente expresso em exponencial. Daí se explica que o valor final aumente
porcentagem). consideravelmente para períodos maiores.
t: período da transação.
Exemplo: Calcule o montante produzido por R$ 2 000,00
Podemos ainda calcular o valor total que será resgatado (no
aplicado à taxa de 4% ao trimestre, após um ano, no sistema de
caso de uma aplicação) ou o valor a ser quitado (no caso de um
juros compostos.
empréstimo) ao final de um período predeterminado.
Solução: Identificando as informações dadas, temos:
Esse valor, chamado de montante, é igual a soma do capital
com os juros, ou seja:
C = 2 000

i = 4% ou 0,04 ao trimestre
Podemos substituir o valor de J, na fórmula acima e encontrar
a seguinte expressão para o montante: t = 1 ano = 4 trimestres

M=?

Substituindo esses valores na fórmula de juros compostos,


A fórmula que encontramos é uma função afim, desta forma, temos:
o valor do montante cresce linearmente em função do tempo.

Exemplo: Se o capital de R$ 1 000,00 rende mensalmente R$


25,00, qual é a taxa anual de juros no sistema de juros simples?

Solução: Primeiro, vamos identificar cada grandeza indicada


no problema. Observação: o resultado será tão melhor aproximado quanto
o número de casas decimais utilizadas na potência.
C = R$ 1 000,00
Portanto, ao final de um ano o montante será igual a
J = R$ 25,00
R$ 2 339,71.
t = 1 mês

i=?

Agora que fizemos a identificação de todas as grandezas,


podemos substituir na fórmula dos juros:

Editora
102
102
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

PROPORCIONALIDADE DIRETA E INVERSA

A razão estabelece uma comparação entre duas grandezas, x = 12 . 3


sendo o coeficiente entre dois números6. x = 36
Assim, quando temos três valores conhecidos, podemos
Já a proporção é determinada pela igualdade entre duas descobrir o quarto, também chamado de “quarta proporcional”.
razões, ou ainda, quando duas razões possuem o mesmo
resultado. Na proporção, os elementos são denominados de termos. A
primeira fração é formada pelos primeiros termos (A/B), enquanto
Note que a razão está relacionada com a operação da divisão. a segunda são os segundos termos (C/D).
Vale lembrar que duas grandezas são proporcionais quando
formam uma proporção. Nos problemas onde a resolução é feita através da regra de
três, utilizamos o cálculo da proporção para encontrar o valor
Ainda que não tenhamos consciência disso, utilizamos procurado.
cotidianamente os conceitos de razão e proporção. Para preparar
uma receita, por exemplo, utilizamos certas medidas proporcionais — Propriedades da Proporção
entre os ingredientes. 1. O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, por
exemplo:
Para encontrar a razão entre duas grandezas, as unidades de
medida terão de ser as mesmas.

A partir das grandezas A e B temos:


Logo: A · D = B · C.
Razão
Essa propriedade é denominada de multiplicação cruzada.

2. É possível trocar os extremos e os meios de lugar, por


exemplo:
ou A : B, onde b ≠ 0.

Proporção

é equivalente

onde todos os coeficientes são ≠ 0.

Exemplo: Qual a razão entre 40 e 20?


Logo, D. A = C . B.

— Regra de três simples e composta


Lembre-se que numa fração, o numerador é o número acima A regra de três é a proporção entre duas ou mais grandezas,
e o denominador, o de baixo. que podem ser velocidades, tempos, áreas, distâncias,
cumprimentos, entre outros7.

É o método para determinar o valor de uma incógnita quando


são apresentados duas ou mais razões, sejam elas diretamente ou
inversamente proporcionais.
Se o denominador for igual a 100, temos uma razão do tipo
porcentagem, também chamada de razão centesimal. As Grandezas
Dentro da regra de três simples e composta existem grandezas
diretamente e inversamente proporcionais.

Caracteriza-se por grandezas diretas aquelas em que o


acréscimo ou decréscimo de uma equivale ao mesmo processo na
Além disso, nas razões, o coeficiente que está localizado acima outra. Por exemplo, ao triplicarmos uma razão, a outra também
é chamado de antecedente (A), enquanto o de baixo é chamado será triplicada, e assim sucessivamente.
de consequente (B).
Exemplo: Supondo que cada funcionário de uma
microempresa com 35 integrantes gasta 10 folhas de papel
diariamente. Quantas folhas serão gastas nessa mesma empresa
quando o quadro de colaboradores aumentar para 50?
Qual o valor de x na proporção abaixo?
7 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/matematica/regra-de-tres-
6 https://www.todamateria.com.br/razao-e-proporcao/ simples-e-composta
Editora
103
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Reparem que as grandezas são diretamente proporcionais, já


Ao analisarmos o caso percebemos que o aumento de que o aumento no pedido de bolos pede uma maior quantidade
colaboradores provocará também um aumento no gasto de papel. de limões. Logo, o valor desconhecido é determinado pela
Logo, essa é uma razão do tipo direta, que deve ser resolvida multiplicação cruzada:
através da multiplicação cruzada:
x = 250 . 6
35x = 50 . 10 x = 1500 ml de suco
Exemplo 2: Um carro com velocidade de 120 km/h percorre
35x = 500 um trajeto em 1 hora. Se a velocidade for reduzida para 70 km/h,
em quanto tempo o veículo fará o mesmo percurso?
x = 500/35
x = 14,3
Portanto, serão necessários 14,3 papéis para suprir as
demandas da microempresa com 50 funcionários.

Por outro lado, as grandezas inversas ocorrem quando o


aumento ou diminuição de uma resultam em grandezas opostas.
Observa-se que neste exemplo teremos uma regra de três
Ou seja, se uma é quadruplicada, a outra é reduzida pela metade,
simples inversa, uma vez que ao diminuirmos a velocidade do
e assim por diante.
ônibus, o tempo de deslocamento irá aumentar. Então, pela regra,
Exemplo: Se 7 pedreiros constroem uma casa grande em 80 uma das razões deverá ser invertida e transformada em direta.
dias, apenas 5 deles construirão a mesma casa em quanto tempo?

70x = 120 . 2
Nesta situação, é preciso inverter uma das grandezas, pois 70x = 240
a relação é inversamente proporcional. Isso acontece porque
a diminuição de pedreiros provoca o aumento no tempo de x = 240/70
construção. x = 3,4 h
Regra de Três Composta
A regra de três composta é a razão e proporção entre três ou
mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais, ou
seja, as relações que aparecem em mais de duas colunas.

Exemplo: Uma loja demora 4 dias para produzir 160 peças


5x = 80 . 7 de roupas com 8 costureiras. Caso 6 funcionárias estiverem
trabalhando, quantos dias levará para a produção de 300 peças?
5x = 560

x = 560/5
x = 112
Sendo assim, serão 112 dias para a construção da casa com 5
pedreiros.

Regra de Três Simples Inicialmente, deve-se analisar cada grandeza em relação ao


A regra de três simples funciona na relação de apenas valor desconhecido, isto é:
duas grandezas, que podem ser diretamente ou inversamente
- Relacionando os dias de produção com a quantidade
proporcionais.
de peças, percebe-se que essas grandezas são diretamente
Exemplo 1: Para fazer um bolo de limão utiliza-se 250 ml proporcionais, pois aumentando o número de peças cresce a
do suco da fruta. Porém, foi feito uma encomenda de 6 bolos. necessidade de mais dias de trabalho.
Quantos limões serão necessários? - Relacionando a demanda de costureiras com os dias de
produção, observa-se que aumentando a quantidade de peças
o quadro de funcionárias também deveria aumentar. Ou seja, as
grandezas são inversamente proporcionais.
Após análises, organiza-se as informações em novas colunas:

Editora
104
104
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

4/x = 160/300 . 6/8


4/x = 960/2400
960x = 2400 . 4

960x = 9600

x = 9600/960
x = 10 dias

MEDIDAS DE COMPRIMENTO, ÁREA, VOLUME, MASSA E TEMPO

As unidades de medida são modelos estabelecidos para medir diferentes grandezas, tais como comprimento, capacidade, massa,
tempo e volume8.

O Sistema Internacional de Unidades (SI) define a unidade padrão de cada grandeza. Baseado no sistema métrico decimal, o SI
surgiu da necessidade de uniformizar as unidades que são utilizadas na maior parte dos países.

— Medidas de Comprimento
Existem várias medidas de comprimento, como por exemplo a jarda, a polegada e o pé.

No SI a unidade padrão de comprimento é o metro (m). Atualmente ele é definido como o comprimento da distância percorrida pela
luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de um segundo.

Assim, são múltiplos do metro: quilômetro (km), hectômetro (hm) e decâmetro (dam)9.

Enquanto são submúltiplos do metro: decímetro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm).

Os múltiplos do metro são as grandes distâncias. Eles são chamados de múltiplos porque resultam de uma multiplicação que tem
como referência o metro.

Os submúltiplos, ao contrário, como pequenas distâncias, resultam de uma divisão que tem igualmente como referência o metro.
Eles aparecem do lado direito na tabela acima, cujo centro é a nossa medida base - o metro.

— Medidas de Capacidade
As medidas de capacidade representam as unidades usadas para definir o volume no interior de um recipiente10. A principal unidade
de medida da capacidade é o litro (L).

O litro representa a capacidade de um cubo de aresta igual a 1 dm. Como o volume de um cubo é igual a medida da aresta elevada
ao cubo, temos então a seguinte relação:

1 L = 1 dm³

Mudança de Unidades
O litro é a unidade fundamental de capacidade. Entretanto, também é usado o quilolitro(kL), hectolitro(hL) e decalitro que são seus
múltiplos e o decilitro, centilitro e o mililitro que são os submúltiplos.

Como o sistema padrão de capacidade é decimal, as transformações entre os múltiplos e submúltiplos são feitas multiplicando-se ou
dividindo-se por 10.

Para transformar de uma unidade de capacidade para outra, podemos utilizar a tabela abaixo:

8 https://www.todamateria.com.br/unidades-de-medida/
9 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-comprimento/
10 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-capacidade/
Editora
105
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Assim, x = 0,81 . 1000 = 810 L.


Portanto, a resposta correta é a alternativa b.
Exemplo: fazendo as seguintes transformações: Medidas de Massa
No Sistema Internacional de unidades a medida de massa é o
a) 30 mL em L quilograma (kg)11. Um cilindro de platina e irídio é usado como o
Observando a tabela acima, identificamos que para padrão universal do quilograma.
transformar de ml para L devemos dividir o número três vezes por As unidades de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg),
10, que é o mesmo que dividir por 1000. Assim, temos: decagrama (dag), grama (g), decigrama (dg), centigrama (cg) e
30 : 1000 = 0,03 L miligrama (mg).
São ainda exemplos de medidas de massa a arroba, a libra, a
Note que dividir por 1000 é o mesmo que “andar” com a onça e a tonelada. Sendo 1 tonelada equivalente a 1000 kg.
vírgula três casa diminuindo o número.
• Unidades de medida de massa
b) 5 daL em dL
Seguindo o mesmo raciocínio anterior, identificamos que para As unidades do sistema métrico decimal de massa são:
converter de decalitro para decilitro devemos multiplicar duas quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g),
vezes por 10, ou seja, multiplicar por 100. decigrama (dg), centigrama (cg), miligrama (mg).

5 . 100 = 500 dL Utilizando o grama como base, os múltiplos e submúltiplos


c) 400 cL em L das unidades de massa estão na tabela a seguir.
Para passar de centilitro para litro, vamos dividir o número
duas vezes por 10, isto é, dividir por 100:

400 : 100 = 4 L

Medida de Volume
Além das unidades apresentadas existem outras como a
As medidas de volume representam o espaço ocupado por um tonelada, que é um múltiplo do grama, sendo que 1 tonelada
corpo. Desta forma, podemos muitas vezes conhecer a capacidade equivale a 1 000 000 g ou 1 000 kg. Essa unidade é muito usada
de um determinado corpo conhecendo seu volume. para indicar grandes massas.
A unidade de medida padrão de volume é o metro cúbico A arroba é uma unidade de medida usada no Brasil, para
(m³), sendo ainda utilizados seus múltiplos (km³, hm³ e dam³) e determinar a massa dos rebanhos bovinos, suínos e de outros
submúltiplos (dm³, cm³ e mm³). produtos. Uma arroba equivale a 15 kg.
O quilate é uma unidade de massa, quando se refere a pedras
Em algumas situações é necessário transformar a unidade de preciosas. Neste caso 1 quilate vale 0,2 g.
medida de volume para uma unidade de medida de capacidade ou
vice-versa. Nestes casos, podemos utilizar as seguintes relações: — Conversão de unidades
Como o sistema padrão de medida de massa é decimal,
1 m³ = 1 000 L
as transformações entre os múltiplos e submúltiplos são feitas
1 dm³ = 1 L multiplicando-se ou dividindo-se por 1012.
1 cm³ = 1 mL Para transformar as unidades de massa, podemos utilizar a
Exemplo: Um tanque tem a forma de um paralelepípedo tabela abaixo:
retângulo com as seguintes dimensões: 1,80 m de comprimento,
0,90 m de largura e 0,50 m de altura. A capacidade desse tanque,
em litros, é:
A) 0,81
B) 810
C) 3,2
D) 3200 Exemplos:
Para começar, vamos calcular o volume do tanque, e para isso,
devemos multiplicar suas dimensões: a) Quantas gramas tem 1 kg?
Para converter quilograma em grama basta consultar o quadro
V = 1,80 . 0,90 . 0,50 = 0,81 m³ acima. Observe que é necessário multiplicar por 10 três vezes.
Para transformar o valor encontrado em litros, podemos fazer
a seguinte regra de três: 1 kg → g
11 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/
12 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/
Editora
106
106
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
1 kg x 10 x 10 x 10 = 1 x 1000 = 1.000 g Foram ainda utilizados relógios que empregavam escoamento
de líquidos, areia, queima de fluidos e dispositivos mecânicos
b) Quantos quilogramas tem em 3.000 g? como os pêndulos para indicar intervalos de tempo.
Para transformar grama em quilograma, vemos na tabela que
devemos dividir o valor dado por 1.000. Isto é o mesmo que dividir Outras Unidades de Medidas de Tempo
por 10, depois novamente por 10 e mais uma vez por 10. O intervalo de tempo de uma rotação completa da terra
equivale a 24h, que representa 1 dia.
3.000 g → kg
3.000 g : 10 : 10 : 10 = 3.000 : 1.000 = 3 kg O mês é o intervalo de tempo correspondente a determinado
c) Transformando 350 g em mg. número de dias. Os meses de abril, junho, setembro, novembro
Para transformar de grama para miligrama devemos têm 30 dias.
multiplicar o valor dado por 1.000 (10 x 10 x 10).
Já os meses de janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e
350 g → mg dezembro possuem 31 dias. O mês de fevereiro normalmente têm
28 dias. Contudo, de 4 em 4 anos ele têm 29 dias.
350 x 10 x 10 x 10 = 350 x 1000 = 350.000 mg
O ano é o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa
— Medidas de Tempo
ao redor do Sol. Normalmente, 1 ano corresponde a 365 dias, no
Existem diversas unidades de medida de tempo, por exemplo entanto, de 4 em 4 anos o ano têm 366 dias (ano bissexto).
a hora, o dia, o mês, o ano, o século. No sistema internacional de
medidas a unidades de tempo é o segundo (s)13. Na tabela abaixo relacionamos algumas dessas unidades:

Horas, Minutos e Segundos


Muitas vezes necessitamos transformar uma informação que
está, por exemplo, em minuto para segundos, ou em segundos
para hora.

Para tal, devemos sempre lembrar que 1 hora tem 60 minutos


e que 1 minuto equivale a 60 segundos. Desta forma, 1 hora
corresponde a 3.600 segundos.

Assim, para mudar de hora para minuto devemos multiplicar


por 60. Por exemplo, 3 horas equivalem a 180 minutos (3 . 60 =
180).

O diagrama abaixo apresenta a operação que devemos fazer


para passar de uma unidade para outra.

Tabela de Conversão de Medidas


O mesmo método pode ser utilizado para calcular várias
grandezas.

Primeiro, vamos desenhar uma tabela e colocar no seu centro


as unidades de medidas bases das grandezas que queremos
converter, por exemplo:

Em algumas áreas é necessário usar medidas com precisão Capacidade: litro (l)
maior que o segundo. Neste caso, usamos seus submúltiplos.
Comprimento: metro (m)
Assim, podemos indicar o tempo decorrido de um evento em
décimos, centésimos ou milésimos de segundos. Massa: grama (g)

Por exemplo, nas competições de natação o tempo de um Volume: metro cúbico (m3)
atleta é medido com precisão de centésimos de segundo. Tudo o que estiver do lado direito da medida base
Instrumentos de Medidas são chamados submúltiplos. Os prefixos deci, centi e mili
Para medir o tempo utilizamos relógios que são dispositivos correspondem respectivamente à décima, centésima e milésima
que medem eventos que acontecem em intervalos regulares. parte da unidade fundamental.

Os primeiros instrumentos usados para a medida do tempo Do lado esquerdo estão os múltiplos. Os prefixos deca, hecto
foram os relógios de Sol, que utilizavam a sombra projetada de um e quilo correspondem respectivamente a dez, cem e mil vezes a
objeto para indicar as horas. unidade fundamental.

13 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-tempo/
Editora
107
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Exemplos:

a) Quantos mililitros correspondem 35 litros?


Para fazer a transformação pedida, vamos escrever o número na tabela das medidas de capacidade. Lembrando que a medida pode
ser escrita como 35,0 litros. A virgula e o algarismo que está antes dela devem ficar na casa da unidade de medida dada, que neste caso
é o litro.

Depois completamos as demais caixas com zeros até chegar na unidade pedida. A vírgula ficará sempre atrás dos algarismos que
estiver na caixa da unidade pedida, que neste caso é o ml.

Assim 35 litros correspondem a 35000 ml.

b) Transformando 700 gramas em quilogramas.


Lembrando que podemos escrever 700,0 g. Colocamos a vírgula e o 0 antes dela na unidade dada, neste caso g e os demais
algarismos nas casas anteriores.

Depois completamos com zeros até chegar na casa da unidade pedida, que neste caso é o quilograma. A vírgula passa então para
atrás do algarismo que está na casa do quilograma.

Então 700 g corresponde a 0,7 kg.

COMPREENSÃO DE DADOS APRESENTADOS EM GRÁFICOS E TABELAS

— Gráficos
Os gráficos são representações que facilitam a análise de dados, os quais costumam ser dispostos em tabelas quando se realiza
pesquisas estatísticas14. Eles trazem muito mais praticidade, principalmente quando os dados não são discretos, ou seja, quando são
números consideravelmente grandes. Além disso, os gráficos também apresentam de maneira evidente os dados em seu aspecto
temporal.

Elementos do Gráfico

14 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/graficos.htm
Editora
108
108
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Ao construirmos um gráfico em estatística, devemos levar
em consideração alguns elementos que são essenciais para sua
melhor compreensão. Um gráfico deve ser simples devido à
necessidade de passar uma informação de maneira mais rápida e
coesa, ou seja, em um gráfico estatístico, não deve haver muitas
informações, devemos colocar nele somente o necessário.

As informações em um gráfico devem estar dispostas de


maneira clara e verídica para que os resultados sejam dados de
modo coeso com a finalidade da pesquisa.”

Tipos de Gráficos
Em estatística é muito comum a utilização de diagramas para
representar dados, diagramas são gráficos construídos em duas
dimensões, isto é, no plano. Existem vários modos de representá-
los. A seguir, listamos alguns.

• Gráfico de Pontos
Também conhecido como Dotplot, é utilizado quando
possuímos uma tabela de distribuição de frequência, sendo
ela absoluta ou relativa. O gráfico de pontos tem por objetivo
apresentar os dados das tabelas de forma resumida e que
possibilite a análise das distribuições desses dados. Veja que nesse tipo de gráfico é possível ter uma melhor
noção a respeito do crescimento ou do decrescimento dos
Exemplo: Suponha uma pesquisa, realizada em uma escola de rendimentos da empresa.
educação infantil, na qual foram coletadas as idades das crianças.
Nessa coleta foi organizado o seguinte rol: • Gráfico de Barras
Rol: {1, 1, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 6} Tem como objetivo comparar os dados de determinada
Podemos organizar esses dados utilizando um Dotplot. amostra utilizando retângulos de mesma largura e altura. Altura
essa que deve ser proporcional ao dado envolvido, isto é, quanto
maior a frequência do dado, maior deve ser a altura do retângulo.
Exemplo: Imagine que determinada pesquisa tem por objetivo
analisar o percentual de determinada população que acesse ou
tenha: internet, energia elétrica, rede celular, aparelho celular ou
tablet. Os resultados dessa pesquisa podem ser dispostos em um
gráfico como este:

Observe que a quantidade de pontos corresponde à


frequência de cada idade e o somatório de todos os pontos
fornece-nos a quantidade total de dados coletados.

• Gráfico de linha
É utilizado em casos que existe a necessidade de analisar
dados ao longo do tempo, esse tipo de gráfico é muito presente
em análises financeiras. O eixo das abscissas (eixo x) representa
o tempo, que pode ser dado em anos, meses, dias, horas etc.,
enquanto o eixo das ordenadas (eixo y) representa o outro dado
• Gráfico de Colunas
em questão.
Seu estilo é semelhante ao do gráfico de barras, sendo
Uma das vantagens desse tipo de gráfico é a possibilidade de utilizado para a mesma finalidade. O gráfico de colunas então
realizar a análise de mais de uma tabela, por exemplo. é usado quando as legendas forem curtas, a fim de não deixar
muitos espaços em branco no gráfico de barra.
Exemplo: Uma empresa deseja verificar seu faturamento em
determinado ano, os dados foram dispostos em uma tabela. Exemplo: Este gráfico está, de forma genérica, quantificando e
comparando determinada grandeza ao longo de alguns anos.

Editora
109
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Infográficos
Os infográficos representam a união de uma imagem com
um texto informativo. As imagens podem conter alguns tipos de
gráficos.

• Gráfico de Setor
É utilizado para representar dados estatísticos com um círculo
dividido em setores, as áreas dos setores são proporcionais às — Tabelas
frequências dos dados, ou seja, quanto maior a frequência, maior As tabelas são usadas para organizar algumas informações
a área do setor circular. ou dados. Da mesma forma que os gráficos, elas facilitam o
Exemplo: Este exemplo, de forma genérica, está apresentando entendimento, por meio de linhas e colunas que separam os
diferentes variáveis com frequências diversas para determinada dados.
grandeza, a qual pode ser, por exemplo, a porcentagem de votação
em candidatos em uma eleição.

Sendo assim, são usadas para melhor visualização de


informações em diversas áreas do conhecimento. Também são
muito frequentes em concursos e vestibulares.

• Histograma PROBLEMAS DE CONTAGEM


O Histograma é uma ferramenta de análise de dados que
apresenta diversos retângulos justapostos (barras verticais)15. A análise combinatória ou combinatória é a parte da
Por esse motivo, ele se assemelha ao gráfico de colunas, Matemática que estuda métodos e técnicas que permitem resolver
entretanto, o histograma não apresenta espaço entre as barras. problemas relacionados com contagem16.

Muito utilizada nos estudos sobre probabilidade, ela faz


análise das possibilidades e das combinações possíveis entre um
conjunto de elementos.

— Princípio Fundamental da Contagem


O princípio fundamental da contagem, também chamado de
princípio multiplicativo, postula que:

“quando um evento é composto por n etapas sucessivas e


independentes, de tal modo que as possibilidades da primeira
etapa é x e as possibilidades da segunda etapa é y, resulta no
número total de possibilidades de o evento ocorrer, dado pelo
produto (x) . (y)”.

15 https://www.todamateria.com.br/tipos-de-graficos/ 16 https://www.todamateria.com.br/analise-combinatoria/
Editora
110
110
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Em resumo, no princípio fundamental da contagem, Exemplo:
multiplica-se o número de opções entre as escolhas que lhe são
apresentadas. 0! = 1.
1! = 1.
Exemplo: Uma lanchonete vende uma promoção de lanche 3! = 3.2.1 = 6.
a um preço único. No lanche, estão incluídos um sanduíche, 7! = 7.6.5.4.3.2.1 = 5.040.
uma bebida e uma sobremesa. São oferecidas três opções de 10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3.628.800.
sanduíches: hambúrguer especial, sanduíche vegetariano e
cachorro-quente completo. Como opção de bebida pode-se Note que o valor do fatorial cresce rapidamente, conforme
escolher 2 tipos: suco de maçã ou guaraná. Para a sobremesa, cresce o número. Então, frequentemente usamos simplificações
existem quatro opções: cupcake de cereja, cupcake de chocolate, para efetuar os cálculos de análise combinatória.
cupcake de morango e cupcake de baunilha. Considerando todas
— Arranjos
as opções oferecidas, de quantas maneiras um cliente pode
escolher o seu lanche? Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da
ordem e da natureza dos mesmos.
Solução: Podemos começar a resolução do problema
apresentado, construindo uma árvore de possibilidades, conforme Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p
ilustrado abaixo: ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Exemplo: Como exemplo de arranjo, podemos pensar na


votação para escolher um representante e um vice-representante
de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o
representante e o segundo mais votado o vice-representante.

Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá


ser feita? Observe que nesse caso, a ordem é importante, visto
que altera o resultado.

Acompanhando o diagrama, podemos diretamente contar


quantos tipos diferentes de lanches podemos escolher. Assim,
identificamos que existem 24 combinações possíveis.
Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes.
Podemos ainda resolver o problema usando o princípio
multiplicativo. Para saber quais as diferentes possibilidades de — Permutações
lanches, basta multiplicar o número de opções de sanduíches, As permutações são agrupamentos ordenados, onde o
bebidas e sobremesa. número de elementos (n) do agrupamento é igual ao número de
Total de possibilidades: 3.2.4 = 24. elementos disponíveis.

Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolher Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando
na promoção. o número de elementos é igual ao número de agrupamentos.
Desta maneira, o denominador na fórmula do arranjo é igual a 1
— Tipos de Combinatória na permutação.
O princípio fundamental da contagem pode ser usado Assim a permutação é expressa pela fórmula:
em grande parte dos problemas relacionados com contagem.
Entretanto, em algumas situações seu uso torna a resolução muito
trabalhosa.
Exemplo: Para exemplificar, vamos pensar de quantas
Desta maneira, usamos algumas técnicas para resolver maneiras diferentes 6 pessoas podem se sentar em um banco com
problemas com determinadas características. Basicamente há três 6 lugares.
tipos de agrupamentos: arranjos, combinações e permutações.
Como a ordem em que irão se sentar é importante e o
Antes de conhecermos melhor esses procedimentos de número de lugares é igual ao número de pessoas, iremos usar a
cálculo, precisamos definir uma ferramenta muito utilizada em permutação:
problemas de contagem, que é o fatorial.

O fatorial de um número natural é definido como o produto


Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas se
deste número por todos os seus antecessores. Utilizamos o
sentarem neste banco.
símbolo ! para indicar o fatorial de um número.
— Combinações
Define-se ainda que o fatorial de zero é igual a 1.
As combinações são subconjuntos em que a ordem dos
elementos não é importante, entretanto, são caracterizadas pela
natureza dos mesmos.
Editora
111
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos
tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Assim, existem 50 063 860 modos distintos de sair o resultado.


A probabilidade de acertarmos então será calculada como:
Exemplo: A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha
de 3 membros para formar uma comissão organizadora de um
evento, dentre as 10 pessoas que se candidataram.

De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser — Probabilidade


formada? A teoria da probabilidade é o campo da Matemática que
estuda experimentos ou fenômenos aleatórios e através dela é
Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a
possível analisar as chances de um determinado evento ocorrer17.
ordem dos elementos não é relevante. Isso quer dizer que escolher
Maria, João e José é equivalente a escolher João, José e Maria. Quando calculamos a probabilidade, estamos associando
um grau de confiança na ocorrência dos resultados possíveis de
experimentos, cujos resultados não podem ser determinados
antecipadamente. Probabilidade é a medida da chance de algo
acontecer.
Observe que para simplificar os cálculos, transformamos
o fatorial de 10 em produto, mas conservamos o fatorial de 7, Desta forma, o cálculo da probabilidade associa a ocorrência
pois, desta forma, foi possível simplificar com o fatorial de 7 do de um resultado a um valor que varia de 0 a 1 e, quanto mais
denominador. próximo de 1 estiver o resultado, maior é a certeza da sua
ocorrência.
Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.
Por exemplo, podemos calcular a probabilidade de uma
— Probabilidade e Análise Combinatória pessoa comprar um bilhete da loteria premiado ou conhecer as
A Probabilidade permite analisar ou calcular as chances de chances de um casal ter 5 filhos, todos meninos.
obter determinado resultado diante de um experimento aleatório.
São exemplos as chances de um número sair em um lançamento — Experimento Aleatório
de dados ou a possibilidade de ganhar na loteria. Um experimento aleatório é aquele que não é possível
conhecer qual resultado será encontrado antes de realizá-lo.
A partir disso, a probabilidade é determinada pela razão entre
o número de eventos possíveis e número de eventos favoráveis, Os acontecimentos deste tipo quando repetidos nas mesmas
sendo apresentada pela seguinte expressão: condições, podem dar resultados diferentes e essa inconstância é
atribuída ao acaso.

Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado não


viciado (dado que apresenta uma distribuição homogênea de
Sendo: massa) para o alto. Ao cair, não é possível prever com total certeza
qual das 6 faces estará voltada para cima.
P (A): probabilidade de ocorrer um evento A.
n (A): número de resultados favoráveis. — Fórmula da Probabilidade
n (Ω): número total de resultados possíveis. Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência
de um evento são igualmente prováveis.
Para encontrar o número de casos possíveis e favoráveis,
muitas vezes necessitamos recorrer as fórmulas estudadas em Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer
análise combinatória. um determinado resultado através da divisão entre o número de
eventos favoráveis e o número total de resultados possíveis:
Exemplo: Qual a probabilidade de um apostador ganhar o
prêmio máximo da Mega-Sena, fazendo uma aposta mínima, ou
seja, apostar exatamente nos seis números sorteados?

Solução: Como vimos, a probabilidade é calculada pela razão Sendo:


entre os casos favoráveis e os casos possíveis. Nesta situação,
temos apenas um caso favorável, ou seja, apostar exatamente nos P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A.
seis números sorteados.
n(A): número de casos favoráveis ou, que nos interessam
Já o número de casos possíveis é calculado levando em (evento A).
consideração que serão sorteados, ao acaso, 6 números, não n(Ω): número total de casos possíveis.
importando a ordem, de um total de 60 números. O resultado calculado também é conhecido como
probabilidade teórica.
Para fazer esse cálculo, usaremos a fórmula de combinação,
conforme indicado abaixo: Para expressar a probabilidade na forma de porcentagem,
basta multiplicar o resultado por 100.
17 https://www.todamateria.com.br/probabilidade/
Editora
112
112
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo: Se lançarmos um dado perfeito, qual a probabilidade — Tipos de Eventos
de sair um número menor que 3? Evento é qualquer subconjunto do espaço amostral de um
experimento aleatório.
Solução: Sendo o dado perfeito, todas as 6 faces têm a mesma
chance de caírem voltadas para cima. Vamos então, aplicar a Evento certo
fórmula da probabilidade.
O conjunto do evento é igual ao espaço amostral.
Para isso, devemos considerar que temos 6 casos possíveis (1,
Exemplo: Em uma delegação feminina de atletas, uma ser
2, 3, 4, 5, 6) e que o evento “sair um número menor que 3” tem 2
sorteada ao acaso e ser mulher.
possibilidades, ou seja, sair o número 1 ou 2. Assim, temos:
Evento Impossível
O conjunto do evento é vazio.

Exemplo: Imagine que temos uma caixa com bolas numeradas


de 1 a 20 e que todas as bolas são vermelhas.

O evento “tirar uma bola vermelha” é um evento certo, pois


todas as bolas da caixa são desta cor. Já o evento “tirar um número
maior que 30”, é impossível, visto que o maior número na caixa é
Para responder na forma de uma porcentagem, basta 20.
multiplicar por 100.
Evento Complementar
Os conjuntos de dois eventos formam todo o espaço amostral,
Portanto, a probabilidade de sair um número menor que 3 é sendo um evento complementar ao outro.
de 33%.
Exemplo: No experimento lançar uma moeda, o espaço
— Ponto Amostral amostral é Ω = {cara, coroa}.
Ponto amostral é cada resultado possível gerado por um
experimento aleatório. Seja o evento A sair cara, A = {cara}, o evento B sair coroa
é complementar ao evento A, pois, B={coroa}. Juntos formam o
Exemplo: Seja o experimento aleatório lançar uma moeda e próprio espaço amostral.
verificar a face voltada para cima, temos os pontos amostrais cara
e coroa. Cada resultado é um ponto amostral. Evento Mutuamente Exclusivo
Os conjuntos dos eventos não possuem elementos em
— Espaço Amostral comum. A intersecção entre os dois conjuntos é vazia.
Representado pela letra Ω(ômega), o espaço amostral
corresponde ao conjunto de todos os pontos amostrais, ou, Exemplo: Seja o experimento lançar um dado, os seguintes
resultados possíveis obtidos a partir de um experimento aleatório. eventos são mutuamente exclusivos

Por exemplo, ao retirar ao acaso uma carta de um baralho, A: ocorrer um número menor que 5, A = {1, 2, 3, 4}.
o espaço amostral corresponde às 52 cartas que compõem este B: ocorrer um número maior que 5, A = {6}.
baralho. — Probabilidade Condicional
A probabilidade condicional relaciona as probabilidades
Da mesma forma, o espaço amostral ao lançar uma vez um entre eventos de um espaço amostral equiprovável. Nestas
dado, são as seis faces que o compõem: circunstâncias, a ocorrência do evento A, depende ou, está
condicionada a ocorrência do evento B.
Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
A quantidade de elementos em um conjunto chama-se A probabilidade do evento A dado o evento B é definida por:
cardinalidade, expressa pela letra n seguida do símbolo do
conjunto entre parênteses.

Assim, a cardinalidade do espaço amostral do experimento


lançar um dado é n(Ω) = 6. Onde o evento B não pode ser vazio.
— Espaço Amostral Equiprovável Exemplo de caso de probabilidade condicional: Em um
Equiprovável significa mesma probabilidade. Em um espaço encontro de colaboradores de uma empresa que atua na França
amostral equiprovável, cada ponto amostral possui a mesma e no Brasil, um sorteio será realizado e um dos colaboradores
probabilidade de ocorrência. receberá um prêmio. Há apenas colaboradores franceses e
brasileiros, homens e mulheres.
Exemplo: Em uma urna com 4 esferas de cores: amarela, azul,
preta e branca, ao sortear uma ao acaso, quais as probabilidades Como evento de probabilidade condicional, podemos associar
de ocorrência de cada uma ser sorteada? a probabilidade de sortear uma mulher (evento A) dado que seja
francesa (evento B).
Sendo experimento honesto, todas as cores possuem a
mesma chance de serem sorteadas. Neste caso, queremos saber a probabilidade de ocorrer A (ser
mulher), apenas se for francesa (evento B).
Editora
113
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

GEOMETRIA BÁSICA: ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, POLÍGO-


NOS, DISTÂNCIAS, PROPORCIONALIDADE, PERÍMETRO E
ÁREA. PLANO CARTESIANO: SISTEMA DE COORDENADAS,
DISTÂNCIA

A geometria é uma área da matemática que estuda as formas


geométricas desde comprimento, área e volume18. O vocábulo ge-
ometria corresponde a união dos termos “geo” (terra) e “metron”
(medir), ou seja, a “medida de terra”.
A Geometria é dividida em três categorias:

- Geometria Analítica;
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
Assim, a geometria analítica, também chamada de geometria
cartesiana, une conceitos de álgebra e geometria através dos
sistemas de coordenadas. Os conceitos mais utilizados são o ponto
e a reta.

Enquanto a geometria plana ou euclidiana reúne os estudos


sobre as figuras planas, ou seja, as que não apresentam volume,
a geometria espacial estuda as figuras geométricas que possuem
volume e mais de uma dimensão. — Lei dos Cossenos
A lei dos cossenos pode ser utilizada para qualquer tipo de
— Geometria Plana
triângulo, mesmo que ele não tenha um ângulo de 90º. Basta
É a área da matemática que estuda as formas que não conhecer o cosseno de um dos ângulos e o valor de dois lados
possuem volume. Triângulos, quadriláteros, retângulos, (arestas) do triângulo.
circunferências são alguns exemplos de figuras de geometria plana
(polígonos)19. Veja a fórmula abaixo. Onde a, b e c são lados do triângulo.

Para geometria plana, é importante saber calcular a área, o Para qualquer triângulo ABC, temos que:
perímetro e o(s) lado(s) de uma figura a partir das relações entre
os ângulos e as outras medidas da forma geométrica.

Algumas fórmulas de geometria plana:

— Teorema de Pitágoras
Uma das fórmulas mais importantes para esta frente
matemática é o Teorema de Pitágoras.

Em um triângulo retângulo (com um ângulo de 90º), a soma


dos quadrados dos catetos (os “lados” que formam o ângulo reto)
é igual ao quadrado da hipotenusa (a aresta maior da figura).

Teorema de Pitágoras: a² + b² = c²

— Lei dos Senos


Lembre-se que o Teorema de Pitágoras é válido apenas para
triângulos retângulos. A lei dos senos e lei dos cossenos existe para — Relações Métricas do Triângulo Retângulo
facilitar os cálculos para todos os tipos de triângulos. As relações trigonométricas no triângulo retângulo são
Veja a fórmula abaixo. Onde a, b e c são lados do triângulo. fórmulas simplificadas. Elas podem facilitar a resolução das
questões em que o Teorema de Pitágoras é aplicável.
Para qualquer triângulo ABC inscrito em uma circunferência
de centro O e raio R, temos que: Para um triângulo retângulo, sua altura relativa à hipotenusa e
as projeções ortogonais dos catetos, temos o seguinte:

- Onde a é hipotenusa;
- b e c são catetos;
- m e n são projeções ortogonais;
- h é altura.

18 https://www.todamateria.com.br/matematica/geometria/#:~:text=A%20
geometria%20%C3%A9%20uma%20%C3%A1rea,Geometria%20
Anal%C3%ADtica
19 https://bityli.com/BMvcWO
Editora
114
114
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

— Teorema de Tales
O Teorema de Tales é uma propriedade para retas paralelas.

Fórmulas da Circunferência

Se as retas CC’, BB’ e AA’ são paralelas, então:

— Fórmulas Básicas de Geometria Plana Conversão para radiano, comprimento e área do círculo:
Polígonos Conversão de unidades: π rad corresponde a 180°.
O perímetro é a soma de todos os lados da figura, ou seja, o Comprimento de uma circunferência: C = 2 · π · R.
comprimento do polígono.
Área de uma circunferência: A = π · R²
Onde A é a área da figura, veja as principais fórmulas: — Geometria Espacial
É a frente matemática que estuda a geometria no espaço.
Ou seja, é o estudo das formas que possuem três dimensões:
comprimento, largura e altura.
Apenas as figuras de geometria espacial têm volume.

Uma das primeiras figuras geométricas que você estuda em


geometria espacial é o prisma. Ele é uma figura formada por
retângulos, e duas bases. Outros exemplos de figuras de geometria
espacial são cubos, paralelepípedos, pirâmides, cones, cilindros e
esferas. Veja a aula de Geometria espacial sobre prisma e esfera.
Editora
115
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
— Fórmulas de Geometria Espacial Secção meridiana: corte feito na “vertical”; a área desse corte
Fórmula do Poliedro: Relação de Euler será 2r · h.
Fórmulas do Prisma
Para saber a quantidade de vértices e arestas de uma figura
O prisma é um sólido formado por laterais retangulares e duas
espacial, utilize a Relação de Euler:
bases. Na imagem a seguir, o prisma tem base retangular, sendo
Onde V é o número de vértices, F é a quantidade de faces e A um paralelepípedo. O cubo é um paralelepípedo e um prisma.
é a quantidade de arestas, temos:

V+F=A+2
Fórmulas da Esfera

Diagonal de um paralelepípedo: .
Área total de um paralelepípedo:
.
Volume de um paralelepípedo: .
Prismas retos são sólidos cujas faces laterais são formadas por
retângulos.

Volume de um prisma:

Fórmulas da Pirâmide Regular


Fórmulas do Cone
Onde r é o raio da base, g é a geratriz e H é a altura.

Área lateral do cone: Š = π · R . g


Área da base do cone: A = π · R²
Área da superfície total do cone: S = Š + A
Volume do cone: V = 1/3 . A . H

Para uma pirâmide regular reta, temos:

Área da Base (AB): área do polígono que serve de base para a


Fórmulas do cilindro pirâmide.
Área Lateral (AL): soma das áreas das faces laterais, todas
triangulares.
Área Total (AT): soma das áreas de todas as faces: AT = AB + AL.

Volume (V): V = . AB . h.
E sendo a (apótema da base), h (altura), g (apótema da
pirâmide), r (raio da base), b (aresta da base) e t (aresta lateral),
temos pela aplicação de Pitágoras nos triângulos retângulos.

h² + r² = t²
Área da base de um cilindro: Ab = π · r².
h² + a² = g²
Área da superfície lateral de um cilindro: Al = 2 · π · r · h.
Volume de um cilindro: V = Ab · h = π · r² · h.
Editora
116
116
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Equação Reduzida e Equação Geral da Reta
• Equação reduzida: y = mx + q e m = tgα.
• Equação geral: ax + by + c = 0.
Fórmulas do Tetraedro Regular
Para o tetraedro regular de aresta medindo a, temos:

— Distância entre Dois Pontos


O ponto médio M do segmento de extremos A(xA, yA) e B(xB,
yB) é dado por:

Altura da face = A distância d entre os pontos A(xA, yA) e B(xB, yB) é dada por:

Altura do tetraedro =

Área da face: AF =
TRIGONOMETRIA
Área total: AT =
A trigonometria é a parte da matemática que estuda as
relações existentes entre os lados e os ângulos dos triângulos20.
Volume do tetraedro:
— Geometria Analítica Ela é utilizada também em outras áreas de estudo como física,
A geometria analítica utiliza coordenadas e funções do plano química, biologia, geografia, astronomia, medicina, engenharia etc.
cartesiano para solucionar perguntas matemáticas. É a área da
— Funções Trigonométricas
matemática que relaciona a álgebra com a geometria. A álgebra
utiliza variáveis para representar os números e u utiliza fórmulas As funções trigonométricas são as funções relacionadas aos
matemáticas. triângulos retângulos, que possuem um ângulo de 90°. São elas:
seno, cosseno e tangente.
Conhecer essa frente da matemática também é importante
para resolver questões de Física. Por exemplo, o cálculo da área
em um plano cartesiano pode informar o deslocamento (ΔS) se o
eixo x e o eixo y informarem a velocidade e o tempo.

O primeiro passo para estudar essa matéria é aprender o


conceito de ponto e reta.

- Um ponto determina uma posição no espaço.


- Uma reta é um conjunto de pontos.
- Um plano é um conjunto infinito com duas dimensões.
Entender a relação entre ponto, reta e plano é importante
para resolver questões com coordenadas no plano cartesiano, mas As funções trigonométricas estão baseadas nas razões
também para responder perguntas sobre a definição de ponto, existentes entre dois lados do triângulo em função de um ângulo.
reta e plano, e a posição relativa entre retas, reta e plano e planos.
Elas são formadas por dois catetos (oposto e adjacente) e a
Para representar um ponto (A, por exemplo) em um hipotenusa:
plano cartesiano, primeiro você deve indicar a posição no eixo
x (horizontal) e depois no eixo y (vertical). Assim, segue as
coordenadas seguem o modelo A (xa,ya).

— Equação Fundamental da Reta


A equação fundamental da reta que passa pelo ponto P (x0, Lê-se cateto oposto sobre a hipotenusa.
y0) e tem coeficiente angular m é:

y – y0 = m . (x – x0)
20 https://www.todamateria.com.br/trigonometria/
Editora
117
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Lê-se cateto adjacente sobre a hipotenusa.

Lê-se cateto oposto sobre cateto adjacente.

Ângulos Notáveis
Os chamados ângulos notáveis são os que surgem com maior frequência nos estudos de razões trigonométricas21.

Veja a tabela abaixo com o valor dos ângulos de 30°; 45° e 60°:

— Círculo Trigonométrico
O círculo trigonométrico ou círculo unitário é usado no estudo das funções trigonométricas: seno, cosseno e tangente.

— Teoria Euclidiana
Alguns conceitos importantes da geometria euclidiana nos estudos da trigonometria são:

Lei dos Senos


A Lei dos Senos estabelece que num determinado triângulo, a razão entre o valor de um lado e o seno de seu ângulo oposto, será
sempre constante.

Dessa forma, para um triângulo ABC de lados a, b, c, a Lei dos Senos é representada pela seguinte fórmula:

21 https://www.todamateria.com.br/razoes-trigonometricas/
Editora
118
118
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Ele prova que no triângulo retângulo, composto por um
ângulo interno de 90° (ângulo reto), a soma dos quadrados de seus
catetos corresponde ao quadrado de sua hipotenusa:

Lei dos Cossenos


A Lei dos Cossenos estabelece que em qualquer triângulo, o
quadrado de um dos lados, corresponde à soma dos quadrados a² = b² + c²
dos outros dois lados, menos o dobro do produto desses dois Sendo:
lados pelo cosseno do ângulo entre eles.
a: hipotenusa;
Dessa maneira, sua fórmula é representada da seguinte b e c: catetos.
maneira:
Relações Fundamentais
A trigonometria ao longo dos anos foi se tornando mais
abrangente, não se restringindo apenas aos estudos dos
triângulos22.

Dentro deste novo contexto, define-se o círculo unitário,


também chamado de circunferência trigonométrica. Ele é utilizado
para estudar as funções trigonométricas.

Circunferência Trigonométrica
A circunferência trigonométrica é uma circunferência
orientada de raio igual a 1 unidade de comprimento. Associamos a
Lei das Tangentes ela um sistema de coordenadas cartesianas.
A Lei das Tangentes estabelece a relação entre as tangentes
de dois ângulos de um triângulo e os comprimentos de seus lados Os eixos cartesianos dividem a circunferência em 4 partes,
opostos. chamadas de quadrantes. O sentido positivo é anti-horário,
conforme figura abaixo:
Dessa forma, para um triângulo ABC, de lados a, b, c, e
ângulos α, β e γ, opostos a estes três lados, têm-se a expressão:

Usando a circunferência trigonométrica, as razões que a


princípio foram definidas para ângulos agudos (menores que 90º),
Teorema de Pitágoras passam a ser definidas para arcos maiores de 90º.
O Teorema de Pitágoras, criado pelo filósofo e matemático
grego, Pitágoras de Samos, (570 a.C. - 495 a.C.), é muito utilizado Para isso, associamos um ponto P, cuja abscissa é o cosseno de
nos estudos trigonométricos. θ e cuja ordenada é o seno de θ.

22 https://www.todamateria.com.br/relacoes-trigonometricas/
Editora
119
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Como todos os pontos da circunferência trigonométrica estão


a uma distância de 1 unidade da origem, podemos usar o teorema
de Pitágoras. O que resulta na seguinte relação trigonométrica
fundamental:

Podemos definir ainda a tg x, de um arco de medida x, no


círculo trigonométrico como sendo:

Figura do Círculo Trigonométrico dos ângulos expressos em


graus e radianos.
— Outras Relações Fundamentais
Funções Periódicas
Cotangente do Arco de Medida x
As funções periódicas são funções que possuem um
comportamento periódico. Ou seja, que ocorrem em
determinados intervalos de tempo.
Secante do Arco de Medida x O período corresponde ao menor intervalo de tempo em que
acontece a repetição de determinado fenômeno.

Uma função f: A → B é periódica se existir um número real


Cossecante do Arco de Medida x positivo p tal que

f(x) = f (x+p), ∀ x ∈ A
O menor valor positivo de p é chamado de período de f.
— Funções Trigonométricas Note que as funções trigonométricas são exemplos de funções
As funções trigonométricas, também chamadas de funções periódicas visto que apresentam certos fenômenos periódicos.
circulares, estão relacionadas com as demais voltas no ciclo
trigonométrico23. Função Seno
A função seno é uma função periódica e seu período é 2π. Ela
As principais funções trigonométricas são: é expressa por:
- Função Seno; f(x) = sen x
- Função Cosseno; No círculo trigonométrico, o sinal da função seno é positivo
- Função Tangente. quando x pertence ao primeiro e segundo quadrantes. Já no
No círculo trigonométrico temos que cada número real está terceiro e quarto quadrantes, o sinal é negativo.
associado a um ponto da circunferência.

23 https://www.todamateria.com.br/funcoes-trigonometricas/
Editora
120
120
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
O domínio e o contradomínio da função cosseno são iguais
a R. Ou seja, ela está definida para todos os valores reais:
Dom(cos)=R.

Já o conjunto da imagem da função cosseno corresponde ao


intervalo real [-1, 1]: -1 < cos x < 1.

Em relação à simetria, a função cosseno é uma função par:


cos(-x) = cos(x).

O gráfico da função cosseno f(x) = cos x é uma curva chamada


de cossenoide:

Além disso, no primeiro e quarto quadrantes a função f


é crescente. Já no segundo e terceiro quadrantes a função f é
decrescente. Função Tangente
A função tangente é uma função periódica e seu período é π.
O domínio e o contradomínio da função seno são iguais a R.
Ela é expressa por:
Ou seja, ela está definida para todos os valores reais: Dom(sen)=R.
f(x) = tg x
Já o conjunto da imagem da função seno corresponde ao
No círculo trigonométrico, o sinal da função tangente é
intervalo real [-1, 1]: -1 < sen x < 1.
positiva quando x pertence ao primeiro e terceiro quadrantes. Já
Em relação à simetria, a função seno é uma função ímpar: no segundo e quarto quadrantes, o sinal é negativo.
sen(-x) = -sen(x).

O gráfico da função seno f(x) = sen x é uma curva chamada de


senoide:

Função Cosseno
A função cosseno é uma função periódica e seu período é 2π.
Ela é expressa por:

f(x) = cos x Além disso, a função f definida por f(x) = tg x é sempre


No círculo trigonométrico, o sinal da função cosseno é crescente em todos os quadrantes do círculo trigonométrico.
positivo quando x pertence ao primeiro e quarto quadrantes. Já no
segundo e terceiro quadrantes, o sinal é negativo. O domínio da função tangente é: Dom(tan)={x ∈ R│x ≠ de π/2
+ kπ; K ∈ Z}. Assim, não definimos tg x, se x = π/2 + kπ.

Já o conjunto da imagem da função tangente corresponde a R,


ou seja, o conjunto dos números reais.

Em relação à simetria, a função tangente é uma função ímpar:


tg(-x) = -tg(x).

O gráfico da função tangente f(x) = tg x é uma curva chamada


de tangentoide:

Além disso, no primeiro e segundo quadrantes a função f


é decrescente. Já no terceiro e quarto quadrantes a função f é
crescente.

Editora
121
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
4.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - ASSISTENTE TÉCNICO
ADMINISTRATIVO)
Em 18 horas, 2 servidores analisam 15 processos. Trabalhando
no mesmo ritmo, o número de servidores necessários para analisar
10 processos em 6 horas é igual a
Alternativas
(A) 4.
(B) 6.
(C) 5.
(D) 3.
(E) 7.
5.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - ASSISTENTE TÉCNICO
ADMINISTRATIVO)
Considere que há três formas de Ana ir para o trabalho: de car-
ro, de ônibus e de bicicleta. Em 20% das vezes ela vai de carro, em
30% das vezes de ônibus e em 50% das vezes de bicicleta. Do total
das idas de carro, Ana chega atrasada em 15% delas, das idas de
ônibus, chega atrasada em 10% delas e, quando vai de bicicleta,
chega atrasada em 8% delas. Sabendo-se que um determinado dia
Ana chegou atrasada ao trabalho, a probabilidade de ter ido de car-
ro é igual a
Alternativas
(A) 20%.
(B) 40%.
(C) 60%.
(D) 50%.
QUESTÕES (E) 30%.
6.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - ASSISTENTE TÉCNICO
1.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO)
ADMINISTRATIVO) Em um argumento, as seguintes premissas são verdadeiras:
O capital de R$ 10.000,00 foi aplicado por 6 meses, à taxa de ju- - Se o Brasil vencer o jogo, então a França não se classifica.
ros compostos de 6% ao semestre, com juros capitalizados trimes- - Se a França não se classificar, então a Itália se classifica.
tralmente. Calcule o montante dessa aplicação. - Se a Itália se classificar, então a Polônia não se classifica.
Alternativas - A Polônia se classificou.
(A) R$ 10.600,00 Logo, pode-se afirmar corretamente que:
(B) R$ 10.615,00 Alternativas
(C) R$ 10.620,00 (A) a Itália e a França se classificaram.
(D) R$ 10.612,00 (B) a Itália se classificou e o Brasil não venceu o jogo.
(E) R$ 10.609,00 (C) a França se classificou ou o Brasil venceu o jogo.
(D) a França se classificou e o Brasil venceu o jogo.
2.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - ASSISTENTE TÉCNICO (E) a França se classificou se, e somente se, o Brasil venceu o
ADMINISTRATIVO) jogo.
Sejam ƒ( x ) = mx + 4 e g( x ) = 2x + 3n funções do primeiro grau.
Calcule m + n, de modo que ƒ( 3) + g(3) = 22 . 7.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - ASSISTENTE TÉCNICO
Alternativas ADMINISTRATIVO)
(A) 3 O lucro da empresa de Ana, Beto e Carina é dividido em partes
(B) 5 diretamente proporcionais aos capitais que eles empregaram. Sa-
(C) 4 bendo-se que o lucro de um determinado mês foi de 60 mil reais e
(D) 2 que os capitais empregados por Ana, Beto e Carina foram, respecti-
(E) 6 vamente, 40 mil reais, 50 mil reais e 30 mil reais, calcule a parte do
lucro que coube a Beto.
3.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - ASSISTENTE TÉCNICO Alternativas
ADMINISTRATIVO) (A) 20 mil reais
O desvio-padrão da amostra (B) 15 mil reais
(C) 23 mil reais
(D) 25 mil reais
igual a (E) 18 mil reais
Alternativas
(A) 5. 8.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - ASSISTENTE TÉCNICO
(B) 3. ADMINISTRATIVO)
(C) 4. Em uma progressão aritmética, tem-se a3 + a6 = 29 e a2 + a5
(D) 2. = 23. Calcule a soma dos 200 primeiros termos dessa progressão
(E) 6. aritmética.
Alternativas
Editora
122
122
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(A) 60.500 (B) -7 ; -3
(B) 60.700 (C) 1/9 ; 1/63
(C) 60.600 (D) -1/9 ; -1/63
(D) 60.400 (E) -63 ; 9
(E) 60.800
14.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
9.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - ASSISTENTE TÉCNICO RECEITA FEDERAL - )
ADMINISTRATIVO) Ana está realizando um teste e precisa resolver uma questão de
Sabendo-se que log x representa o logaritmo de x na base 10, raciocínio lógico. No enunciado da questão, é afirmado que: “todo
calcule o valor da expressão log 20 + log 5. X1 é Y. Todo X2, se não for X3, ou é X1 ou é X4. Após, sem sucesso,
Alternativas tentar encontrar a alternativa correta, ela escuta alguém, acertada-
(A) 5 mente, afirmar que: não há X3 e não há X4 que não seja Y. Apartir
(B) 4 disso, Ana conclui,c orretamente, que
(C) 1 Alternativas
(D) 2 (A) todo Y é X2.
(E) 3 (B) todo Y é X3 ou X4.
(C) algum X3 é X4.
10.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - ASSISTENTE TÉCNICO
(D) algum X1 é X3.
ADMINISTRATIVO)
(E) todo X2 é Y.
A negação da proposição “se Paulo trabalha oito horas por dia,
então ele é servidor público” é logicamente equivalente à proposi- 15.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
ção: RECEITA FEDERAL - )
Alternativas Um polígono regular possui 48 diagonais que não passam pelo
(A) Paulo trabalha oito horas por dia ou é servidor público. seu centro. A partir desta informação, pode- se concluir que o nú-
(B) Paulo trabalha oito horas por dia e não é servidor público. mero de lados desse polígono é igual a:
(C) Paulo trabalha oito horas por dia e é servidor público. Alternativas
(D) Se Paulo não trabalha oito horas por dia, então não é ser- (A) 12
vidor público. (B) 36
(E) Se Paulo é servidor público, então ele não trabalha oito ho- (C) 24
ras por dia. (D) 48
(E) 22
11.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
RECEITA FEDERAL - ) 16.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
RECEITA FEDERAL - )
Se é verdade que alguns adultos são felizes e que nenhum alu-
no de matemática é feliz, então é necessariamente verdade que:
Alternativas
(A) algum adulto é aluno de matemática.
(B) nenhum adulto é aluno de matemática.
(C) algum adulto não é aluno de matemática.
Alternativas (D) algum aluno de matemática é adulto.
(A) 4; -2; -2; -2. (E) nenhum aluno de matemática é adulto.
(B) 4; -2; 2; -2.
(C) 4; 2; -2; -2. 17.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
(D) -4; -2; 2; -2. RECEITA FEDERAL - )
(E) -4; -2; -2; -2. Em um teste de hipóteses bilateral, com nível de significância
α, cujas estatísticas de teste calculadas e tabeladas são designadas
12.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA por Tc e imagem-037.jpg ,respectivamente, pode-se afirmar que:
RECEITA FEDERAL - ) Alternativas
O cosseno de um ângulo x,com Π/ 2<x<Π, é igual a - 7 /25 .
Desse mo do, a tangente de x /2 é igual a: (A)
Alternativas
(A) -4/3 (B)
(B) 4/3 (C) a probabilidade de se rejeitar H0, sendo H0 verdadeira, é
(C) -3/2 igual α / 2.
(D) 3/23 (D) ocorre erro tipo I quando se aceita H0 e H0 é falsa.
(E) 1 (E) se α for igual a 5%, então a probabilidade de ocorrer erro
13.(ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA tipo II é 95%
RECEITA FEDERAL - ) 18.(ESAF - 2012 - RECEITA FEDERAL - ANALISTA TRIBUTÁRIO
Considere a função bijetora f,deimagem-041.jpgem ima- DA RECEITA FEDERAL - )
gem-042.jpg definida por f (x) = ( x2 - 1), se x ≥ 0 e f (x)= (x - 1), se Em um tanque há 3 torneiras. A primeira enche o tanque em
x< 0, em queimagem-044.jpg é o conjunto de números reais. Então 5 horas, a segunda, em 8 horas, já a terceira o esvazia em 4 horas.
os valores da função inversa de f, quando x= -8 e x=8 são,respecti- Abrindo-se as 3 torneiras ao mesmo tempo e estando o tanque va-
vamente, iguais a: zio, em quanto tempo o tanque ficará cheio?
Alternativas Alternativas
(A) -7 ; 3 (A) 10 horas e 40 minutos
Editora
123
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(B) 13 horas e 20 minutos
(C) 14 horas e 30 minutos
(D) 11 horas e 50 minutos ______________________________________________________
(E) 12 horas e 10 minutos
______________________________________________________
19.(ESAF - 2012 - RECEITA FEDERAL - ANALISTA TRIBUTÁRIO
DA RECEITA FEDERAL - ) ______________________________________________________
Para construir 120 m2 de um muro em 2 dias, são necessários
6 pedreiros. Trabalhando no mesmo ritmo, o número de pedreiros ______________________________________________________
necessários para construir 210 m2 desse mesmo muro em 3 dias é
______________________________________________________
igual a
Alternativas ______________________________________________________
(A) 2.
(B) 4. ______________________________________________________
(C) 3.
(D) 5. ______________________________________________________
(E) 7.
______________________________________________________
20.(ESAF - 2012 - RECEITA FEDERAL - ANALISTA TRIBUTÁRIO
DA RECEITA FEDERAL - ) ______________________________________________________
Um título de R$ 20.000,00 foi descontado 4 meses antes do seu
vencimento, a uma taxa de desconto comercial simples de 5% ao ______________________________________________________
mês. A taxa efetiva mensal de juros simples dessa operação é igual a
Alternativas ______________________________________________________
(A) 6,50%.
(B) 5,50%. _____________________________________________________
(C) 5,25%. _____________________________________________________
(D) 6,00%.
(E) 6,25%. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________
1 E ______________________________________________________
2 C
______________________________________________________
3 B
______________________________________________________
4 A
5 E ______________________________________________________
6 C ______________________________________________________
7 D
______________________________________________________
8 A
9 D ______________________________________________________
10 B ______________________________________________________
11 C
______________________________________________________
12 B
______________________________________________________
13 A
14 E ______________________________________________________
15 A ______________________________________________________
16 C
______________________________________________________
17 B
18 B ______________________________________________________

19 E ______________________________________________________
20 E
______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
Editora
124
124
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA

População e amostra
ESTATÍSTICA DESCRITIVA

ESTATÍSTICA DESCRITIVA

O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-


racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
e resumos numéricos.

A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta de


apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e técnicas
População: é o conjunto de todas as unidades sobre as quais
que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de incerteza.
há o interesse de investigar uma ou mais características.
Estatística descritiva (Dedutiva)
Variáveis e suas classificações
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
Qualitativas – quando seus valores são expressos por atribu-
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
tos: sexo (masculino ou feminino), cor da pele, entre outros. Dize-
e resumos numéricos. Fazemos uso de:
mos que estamos qualificando.
Tabelas de frequência - Ao dispor de uma lista volumosa de
Quantitativas – quando seus valores são expressos em núme-
dados, as tabelas de frequência servem para agrupar informações
ros (salários dos operários, idade dos alunos, etc). Uma variável
de modo que estas possam ser analisadas. As tabelas podem ser de
quantitativa que pode assumir qualquer valor entre dois limites
frequência simples ou de frequência em faixa de valores.
recebe o nome de variável contínua; e uma variável que só pode
assumir valores pertencentes a um conjunto enumerável recebe o
Gráficos - O objetivo da representação gráfica é dirigir a aten-
nome de variável discreta.
ção do analista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Al-
guns exemplos de gráficos são: diagrama de barras, diagrama em
Fases do método estatístico
setores, histograma, boxplot, ramo-e-folhas, diagrama de disper-
são, gráfico sequencial. - Coleta de dados: após cuidadoso planejamento e a devida
determinação das características mensuráveis do fenômeno que se
Resumos numéricos - Por meio de medidas ou resumos numé-
quer pesquisar, damos início à coleta de dados numéricos necessá-
ricos podemos levantar importantes informações sobre o conjunto
rios à sua descrição. A coleta pode ser direta e indireta.
de dados tais como: a tendência central, variabilidade, simetria, va-
lores extremos, valores discrepantes, etc. - Crítica dos dados: depois de obtidos os dados, os mesmos
devem ser cuidadosamente criticados, à procura de possível falhas
Estatística inferencial (Indutiva)
e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros grosseiros ou
de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados. A
Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar
crítica pode ser externa e interna.
conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística infe-
rencial está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de:
- Apuração dos dados: soma e processamento dos dados obti-
dos e a disposição mediante critérios de classificação, que pode ser
Estimação - A técnica de estimação consiste em utilizar um
manual, eletromecânica ou eletrônica.
conjunto de dados incompletos, ao qual iremos chamar de amos-
tra, e nele calcular estimativas de quantidades de interesse. Estas
- Exposição ou apresentação de dados: os dados devem ser
estimativas podem ser pontuais (representadas por um único valor)
apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando
ou intervalares.
mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento
estatístico.
Teste de Hipóteses - O fundamento do teste estatístico de hi-
póteses é levantar suposições acerca de uma quantidade não co-
nhecida e utilizar, também, dados incompletos para criar uma regra
de escolha.

Editora
125
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
- Análise dos resultados: realizadas anteriores (Estatística Des- Utilizando este procedimento, devemos tomar cuidado pois ao
critiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através dos contrário da tabela de frequência simples, não é mais possível re-
métodos da Estatística Indutiva ou Inferencial, que tem por base produzir a lista de dados a partir da organização tabular. Em outras
a indução ou inferência, e tiramos desses resultados conclusões e palavras, estamos perdendo informação ao condensá-las.
previsões.
Exemplo: A tabela traz dados sobre as horas semanais de ativi-
Censo dades físicas dos 50 estudantes que participaram do levantamento
sobre hábitos de lazer.
É uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos
os componentes da população.
Principais propriedades:
- Admite erros processual zero e tem 100% de confiabilidade;
- É caro;
- É lento;
- É quase sempre desatualizado (visto que se realizam em pe-
ríodos de anos 10 em 10 anos);
- Nem sempre é viável.
Dados brutos: é uma sequência de valores numéricos não or-
ganizados, obtidos diretamente da observação de um fenômeno
coletivo.
O resumo da tabela é feito mediante a construção de 6 inter-
Rol: é uma sequência ordenada dos dados brutos. valos de comprimento igual a 2 horas e posteriormente a contagem
de indivíduos com valores identificados ao intervalo. Um indivíduo
Tabelas de frequência que gastou 6 horas semanais de exercício será contado no quarto
intervalo (6|–8) que inclui o valor 6 e exclui o valor 8.
A partir dos dados brutos, podemos agrupar os valores de uma
variável quantitativa ou qualitativa e construir a chamada tabela de Para acharmos esses valores vamos fazer uso das seguintes in-
frequências. As tabelas de frequências podem ser simples ou por formações:
faixas de valores, dependendo da classificação da variável.
- Determinar a quantidade de classes(k)
Tabela de frequência simples

São adequadas para resumir observações de uma variável qua-


litativa ou quantitativa discreta, desde que esta apresente um con-
junto pequeno de diferentes valores. Exemplo:

- Calcular a amplitude das classes(h):

**Calcule a amplitude do conjunto de dados: L = xmáx–xmín

**Calcule a amplitude (largura) da classe: h = L / k

Arredonde convenientemente
A variável estado civil é qualitativa nominal e no levantamen-
to feito nos 385 indivíduos apareceram respostas que foram agru-
- Calcular os Limites das Classes
padas em 5 níveis (categorias) para esta variável: Solteiro, Casado,
Divorciado, Viúvo e Outro. A construção da tabela de frequência
simples, neste caso, resume os dados brutos pela contagem de ve-
zes (frequência absoluta) que uma determinada categoria foi ob-
servada.

Tabelas de frequências em faixas de valores


- Limite das classes
Para agrupar dados de uma variável quantitativa contínua ou
até mesmo uma variável quantitativa discreta com muitos valores Utilize a notação: [x,y) –intervalo de entre x (fechado) até y
diferentes, a tabela de frequências simples não é mais um méto- (aberto)
do de resumo, pois corremos o risco de praticamente reproduzir os
dados brutos. Frequentemente temos que “arredondar “a amplitude das
classes e, consequentemente, arredondar também os limites das
classes. Como sugestão, podemos tentar, se possível, um ajuste si-
métrico nos limites das classes das pontas nas quais, usualmente, a
quantidade de dados é menor.
Editora
126
126
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
- Ponto médio das classes

xk= (Lsuperior–Linferior) / 2

DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA

Frequência absoluta e Histograma1

Quando trabalhamos com um grande quantitativo de dados,


passamos a trabalhar com os dados agrupados. Então fazemos uso
das tabelas de distribuição de frequência, entre outros recursos que
facilitarão a compreensão dos dados.
Quando os dados numéricos são organizados, eles geralmen-
Na distribuição de frequência listamos todos os valores coleta-
te são ordenados do menor para o maior, divididos em grupos de
dos, um em cada linha, marcam‐se as vezes em que eles aparecem,
tamanho razoável e, depois, são colocados em gráficos para que
incluindo as repetições, e conta‐se a quantidade de ocorrências de
se examine sua forma, ou distribuição. Este gráfico é chamado de
cada valor. Por este motivo, tabelas que apresentam valores e suas
Histograma. Um histograma é um gráfico de colunas juntas. Em um
ocorrências denominam‐se distribuição de frequências.
histograma não existem espaços entre as colunas adjacentes, como
O termo “frequência” indica o número de vezes que um dado ocorre em um gráfico de colunas. No exemplo, a escala horizontal
aparece numa observação estatística. Exemplo: (→) representa as notas e a escala vertical (↑) as frequências. Os
gráficos são a melhor forma de apresentação dos dados.
Um professor organizou os resultados obtidos em uma prova
com 25 alunos da seguinte forma: Em Estatística não trabalhamos somente com frequência ab-
soluta (f), mas também com outros tipos de frequências, que são:
frequência relativa (fr), frequência absoluta acumulada (Fa) e fre-
quência relativa cumulada (FRa).

Frequência Relativa fr (%)

Representado por fr(%), significa a relação existente entre a


frequência absoluta f e a soma das frequências ∑f. É a porcentagem
(%) do número de vezes que cada dado aparece em relação ao total.
Vamos organizá‐los de modo que a consulta a eles seja simplifi-
cada. Então, faremos a distribuição de frequência destas notas, por
meio da contagem de dados, que podemos chamar de frequência
de dados absolutos.

Frequência Absoluta Acumulada Fa

Representado por Fa, significa a soma das frequências absolu-


Esta forma de organizar dados é conhecida como distribuição tas até o elemento analisado.
de frequência, e o número de vezes que um dado aparece é chama-
do de frequência absoluta. O somatório SEMPRE é a quantidade de
dados apresentados, que neste é 25.

1 Associação Educacional Dom Bosco - Estatística e probabilidade -


Uanderson Rebula de Oliveira Frequência Relativa Acumulada FRa (%)
Editora
127
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Representado por FRa (%), significa a soma das frequências re- Montando a tabela de distribuição de frequência temos:
lativas fr(%) até o elemento analisado.

Observe que os valores ao lado, deverão coincidir.

Agrupamento em Classes

Em uma distribuição de frequência, ao se trabalhar com gran-


des conjuntos de dados e com valores dispersos, podemos agrupá-
-los em classes. Isso torna muito fácil a compreensão dos dados e
uma melhor visualização dos mesmos.

Se um conjunto de dados for muito disperso, uma representa-


ção melhor seria através do agrupamento dos dados com a cons-
trução de classes de frequência. Caso isso não ocorresse, a tabela
ficaria muito extensa.

Exemplo: Um radar instalado em uma rodovia registrou a velo-


cidade (em Km/h) de 40 veículos.

É fácil ver que a distribuição de frequências diretamente obtida


a partir desses dados é dada uma tabela razoavelmente extensa.

A distribuição em” classes” é como se fosse uma compressão


dos dados. Imagine se fizéssemos uma distribuição de frequência
de todas velocidades (de 70 a 128). A tabela ficaria imensa! Por este
motivo existe a distribuição de frequência com classes.

Como criar uma Distribuição de Frequência com classes

Partindo dos dados anteriores teremos:

- Calcule a quantidade de classes (i), pela raiz da quantidade de


dados. São 40 veículos. Então:

√40 = 6,3 ≈ i = 6 classes.

- Calcule a amplitude de classe (h) que é o tamanho da classe,


sendo:

Editora
128
128
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
O maior valor (128) e o Menor valor (70) são obtidos da lista dos registros das velocidades dos 40 veículos.

- Montar as classes a partir do Menor valor (70), somando com a amplitude de classe (10) até que se chegue na 6ª classe, assim:

Com isso termos os dados distribuídos da seguinte forma:

Tipos de intervalos de classe

No Brasil usa‐se o intervalo ├ (Resolução 866/66 do IBGE). Já na literatura estrangeira utiliza‐se comumente com intervalo fechado.

Conceitos importantes

Limites de classe ‐ São os valores extremos de cada classe. No exemplo 70 ├ 80, temos que o limite inferior é 70 e o limite superior 80.

Amplitude total da distribuição (AT) – É a diferença entre o limite superior da última classe e o limite inferior da primeira classe, no
exemplo 130 – 70 = 60.

Amplitude amostral (AA) – É a diferença entre o valor máximo e o valor mínimo da amostra, no exemplo 128 – 70 = 58.

A seguir estão as distribuições de frequências absoluta f, relativa fr(%), absoluta acumulada Fa e relativa acumulada FRa(%), bem como
o Histograma desta distribuição.

Podemos representar os dados através de outras formas gráficas, vejamos:

Polígono de frequência – É um gráfico em linha que representa os pontos centrais dos intervalos de classe. Para construir este gráfi-
co, você deve calcular o ponto central de classe (xi), que é o ponto que divide o intervalo de classe em duas partes iguais. Por exemplo, a
velocidade dos veículos da 1ª classe pode ser representada por 70 + 80/2 = 75Km/h.

Editora
129
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
A construção de um polígono de frequências é muito simples. Primeiro, construímos um histograma; depois marcamos no “telhado”
de cada coluna o ponto central e unimos sequencialmente esses pontos.

Ogiva – Conhecida também por polígono de frequência acumulada. É um gráfico em linha que representa as frequências acumuladas
(Fa), levantada nos pontos correspondentes aos limites superiores dos intervalos de classe. Para construí‐la, você deve elaborar o histogra-
ma de frequência f em uma escala menor, considerando o último valor a frequência acumulada da última classe, no caso, 40.

Gráficos

O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do analista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns exemplos de
gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores, histograma, entre outros.

- Gráfico de Barras: Para construir um gráfico de barras, representamos os valores da variável no eixo das abscissas e suas as frequên-
cias ou porcentagens no eixo das ordenadas. Para cada valor da variável desenhamos uma barra com altura correspondendo à sua fre-
quência ou porcentagem. Este tipo de gráfico é interessante para as variáveis qualitativas ordinais ou quantitativas discretas, pois permite
investigar a presença de tendência nos dados. Exemplo:

- Diagrama Circular ou setores: Para construir um diagrama circular ou gráfico de pizza, repartimos um disco em setores circulares
correspondentes às porcentagens de cada valor (calculadas multiplicando-se a frequência relativa por 100). Este tipo de gráfico adapta-se
muito bem para as variáveis qualitativas nominais. Exemplo:

- Histograma: O histograma consiste em retângulos contíguos com base nas faixas de valores da variável e com área igual à frequência
relativa da respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada retângulo é denominada densidade de frequência ou simplesmente densidade
definida pelo quociente da área pela amplitude da faixa. Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem na construção
do histograma, o que pode ocasionar distorções (e, consequentemente, más interpretações) quando amplitudes diferentes são utilizadas
nas faixas. Exemplo:

Editora
130
130
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Gráfico de Linha ou Sequência: Adequados para apresentar
observações medidas ao longo do tempo, enfatizando sua tendên-
cia ou periodicidade. Exemplo:

Polígono de Frequência: semelhante ao histograma, mas cons-


truído a partir dos pontos médios das classes. Exemplo:

Resumos numéricos
Gráfico de Ogiva: apresenta uma distribuição de frequências Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar
acumuladas, utiliza uma poligonal ascendente utilizando os pontos importantes informações sobre o conjunto de dados tais como: a
extremos. tendência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores
discrepantes, etc. Aqui serão apresentadas 3 classes de medidas:

• Tendência Central

• Dispersão (Variabilidade)

• Separatrizes

Tendência central

As medidas de tendência central indicam, em geral, um valor


central em torno do qual os dados estão distribuídos. Vejamos:

Média Aritmética

Ela se divide em:


- Pictogramas - Simples: é a soma de todos os seus elementos, dividida pelo
número de elementos n.
Desenhos ilustrativos
Para o cálculo: Se x for a média aritmética dos elementos do
conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição:

- Ponderada: é a soma dos produtos de cada elemento multi-


plicado pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos. Para
o cálculo
- Cartograma: é uma representação sobre uma carta geográ-
fica. Este gráfico é empregado quando o objetivo é de figurar os
dados estatísticos diretamente relacionados com áreas geográficas
ou políticas.

Editora
131
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Vantagens: Moda

- No cálculo da média participam todos os valores observados. A moda, é o valor que aparece com maior frequência, ou seja,
- É uma medida de fácil interpretação e presta-se muito bem a podemos dizer que é o termo que está na “moda”.
tratamentos estatísticos adicionais.
- É uma medida que sempre existe e é rígida e unicamente de- Vantagens:
terminada.
- É um valor típico de um conjunto de dados, podendo substi- - É uma medida que têm existência real dentro do conjunto de
tuir todos os valores de um conjunto sem alterar o total. dados e em grande número de vezes.
- É o ponto de equilíbrio de uma distribuição, sendo tão mais - Não exige cálculo, apenas uma contagem.
eficiente quanto mais simétrica for a distribuição dos valores ao seu - Pode ser determinada também para variáveis qualitativas no-
redor. minais.
Desvantagem: Desvantagens:

- É uma medida altamente influenciada por valores discrepan- - É uma medida que não se presta a cálculos matemáticos.
tes (não resistente). - Deixa sem representação todos os valores do conjunto de da-
dos que não forem iguais a ela.
Mediana
Medidas de variação ou dispersão
A mediana observada mdobs é o valor central em um conjunto
de dados ordenados. Pela mediana o conjunto de dados é dividido As medidas de variação ou dispersão complementam as medi-
em duas partes iguais sendo metade dos valores abaixo da mediana das de localização ou tendência central, indicando quanto as obser-
e, a outra metade, acima. vações diferem entre si ou o grau de afastamento das observações
Vamos denominar mdobs o valor da mediana observado em um em relação à média.
conjunto de dados. Repare que para encontrar um número que divi-
da os n dados ordenados em duas partes iguais devem ser adotados As medidas de variação mais utilizadas são: a amplitude total, a
dois procedimentos: variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação.

Amplitude total

A amplitude total, denotada por at, fornece uma ideia de varia-


ção e consiste na diferença entre o maior valor e o menor valor de
um conjunto de dados. Assim, temos:

at = ES - EI

1) Para um conjunto com um número n (ímpar) de observa- onde:


ções, a mediana é o valor na posição n+1/2.
ES: extremo superior do conjunto de dados ordenado;
2) Para um conjunto com um número n (par) de observações
a mediana é a media aritmética dos valores nas posições n/2 e n/2 EI: extremo inferior do conjunto de dados ordenado.
+ 1.
A amplitude total é uma medida pouco precisa, uma vez que
Vantagens: utiliza apenas os dois valores mais extremos de um conjunto de da-
dos. Também por esta razão é extremamente influenciada por valo-
- Define exatamente o centro de uma distribuição, mesmo res discrepantes. É utilizada quando apenas uma ideia rudimentar
quando os valores se distribuem assimetricamente em torno da da variabilidade dos dados é suficiente.
média.
- Pode ser determinada mesmo quando não se conhece todos Variância
os valores do conjunto de dados.
- É uma medida que sempre existe e é única. A variância, denotada por s² , é a medida de dispersão mais
- Esta medida pode ser utilizada para definir o meio de um nú- utilizada, seja pela sua facilidade de compreensão e cálculo, seja
mero de objetos, propriedades ou qualidades que possam de algu- pela possibilidade de emprego na inferência estatística. A variância
ma forma ser ordenados. é definida como sendo a média dos quadrados dos desvios em rela-
- É uma medida resistente, ou seja, não sofre influência de va- ção à média aritmética. Assim, temos:
lores discrepantes.

Desvantagem:

- É uma medida que não se presta a cálculos matemáticos.


onde:

n −1: é o número de graus de liberdade ou desvios indepen-


dentes.

Editora
132
132
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
A utilização do denominador n −1, em vez de n, tem duas ra- Separatrizes
zões fundamentais:
As medidas separatrizes delimitam proporções de observações
de uma variável ordinal. Elas estabelecem limites para uma deter-
minada proporção 0≤p≤1 de observações. São medidas intuitivas,
de fácil compreensão e frequentemente resistentes.
Propriedades matemáticas da variância Como a mediana divide o conjunto em duas metades, é razoá-
vel pensar numa medida separatriz que efetue uma divisão adicio-
1ª propriedade: A variância de um conjunto de dados que não
nal: dividir cada metade em duas metades. Essas medidas separa-
varia, ou seja, cujos valores são uma constante, é zero.
trizes são denominadas quartis.

Quartis

Os quartis, representados por Qi, onde i = 1, 2 e 3, são três


medidas que dividem um conjunto de dados ordenado em quatro
2ª propriedade: Se somarmos uma constante c a todos os va- partes iguais. São elas:
lores de um conjunto de dados, a variância destes dados não se − Primeiro quartil (Q1): 25% dos valores ficam abaixo e 75%
altera. ficam acima desta medida.
− Segundo quartil (Q2): 50% dos valores ficam abaixo e 50%
ficam acima desta medida. O segundo quartil de um conjunto de
dados corresponde à mediana (Q2 = Md).
− Terceiro quartil (Q3): 75% dos valores ficam abaixo e 25% fi-
cam acima desta medida.
3ª propriedade: Se multiplicarmos todos os valores de um con-
junto de dados por uma constante c, a variância destes dados fica Observa-se facilmente que o primeiro quartil é o percentil 0,25,
multiplicada pelo quadrado desta constante. a mediana é o percentil 0,5 e o terceiro quartil é o percentil 0,75.
O processo para obtenção dos quartis, da mesma forma que o da
mediana, consiste em, primeiramente, ordenar os dados e, em se-
guida, determinar a posição (p) do quartil no conjunto de dados
ordenado.
Desvantagens da variância:

− Como a variância é calculada a partir da média, é uma medida


pouco resistente, ou seja, muito influenciada por valores discrepan- MÉDIA, MODA, MEDIANA E DESVIO PADRÃO
tes.
Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se
− Como a unidade de medida fica elevada ao quadrado, a inter-
obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos
pretação da variância se torna mais difícil.
do conjunto.
Desvio Padrão Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na
O desvio padrão, denotado por s, surge para solucionar o pro- pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti-
blema de interpretação da variância e é definido como a raiz qua- ca para variáveis quantitativas.
drada positiva da variância. Assim, temos: Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen-
tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe-
lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos
jogadores é:
1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07
Coeficiente de Variação +2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0
O coeficiente de variação, denotado por CV, é a medida mais Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte-
utilizada quando existe interesse em comparar variabilidades de di- remos a média aritmética das alturas:
ferentes conjuntos de dados. Embora esta comparação possa ser
feita através de outras medidas de variação, nas situações em que
as médias dos conjuntos comparados são muito desiguais ou as uni-
dades de medida são diferentes, devemos utilizar o CV. A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
O coeficiente de variação é definido como a proporção da mé- Média Ponderada
dia representada pelo desvio padrão e dado por: A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi-
ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama-
da média aritmética ponderada.

Editora
133
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Mediana (Md)
Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn
Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme-
ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de Exemplo 1:
termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn) Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o se-
em rol. guinte desempenho, descrito na tabela abaixo:

Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit- JOGO NÚMERO DE PONTOS
mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que 1 22
precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é, a
2 18
mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequên-
cia (xn) em rol. 3 13
Exemplo 1: 4 24
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23} 5 26
Solução: 6 20
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10,
12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12 7 19
Resposta: Md=12. 8 18
Exemplo 2:
Determinar a mediana do conjunto de dados: a) Qual a média de pontos por jogo?
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}. b) Qual a variância do conjunto de pontos?
Solução: Solução:
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se: a) A média de pontos por jogo é:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética
entre os dois termos centrais do rol.
Logo:

Resposta: Md=15 b) A variância é:


Moda (Mo)
Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda
aquele valor que ocorre com maior frequência.
Observação:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8, Desvio médio
isto é, Mo=8. Definição
Exemplo 2:
Medida da dispersão dos dados em relação à média de uma se-
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
quência. Esta medida representa a média das distâncias entre cada
Medidas de dispersão
elemento da amostra e seu valor médio.
Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
central semelhantes podem apresentar características diversas.
Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o
grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados Desvio padrão
medidas de dispersão. Definição
Variância Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua mé-
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um dia aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se
conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é por , o número:
chamado de variância. Esse índice é assim definido:
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua
média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se
por , o número:
Isto é:

Isto é:

Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são:
E para amostra 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.

Editora
134
134
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Solução: Onde,
Sendo a estatura média, temos:
n(E) = número de elementos do evento E.

n(S) = número de elementos do espaço amostral S.

Sendo 0 ≤ P(E) ≤ 1 e S um conjunto equiprovável, ou seja, to-


Sendo o desvio padrão, tem-se:
dos os elementos têm a mesma “chance de acontecer.

Atenção!!!

As probabilidades podem ser escritas na forma decimal ou re-


presentadas em porcentagem.

Assim: 0 ≤ p(E) ≤ 1, onde:


PROBABILIDADE E DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE
p(∅) = 0 ou p(∅) = 0%

A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance de p(U) = 1 ou p(U) = 100%


ocorrência de um número em um experimento aleatório.
Exemplo: (Pref. Niterói – Agente Fazendário – FGV) O quadro
Elementos da teoria das probabilidades a seguir mostra a distribuição das idades dos funcionários de certa
repartição pública:
- Experimentos aleatórios: fenômenos que apresentam resul-
tados imprevisíveis quando repetidos, mesmo que as condições se- Faixa de idades (anos) Número de funcionários
jam semelhantes.
20 ou menos 2
- Espaço amostral: é o conjunto U, de todos os resultados pos-
síveis de um experimento aleatório. De 21 a 30 8

- Evento: qualquer subconjunto de um espaço amostral, ou De 31 a 40 12


seja, qualquer que seja E Ì U, onde E é o evento e U, o espaço amos-
tral. De 41 a 50 14

Mais de 50 4

Escolhendo ao acaso um desses funcionários, a probabilidade


de que ele tenha mais de 40 anos é:

(A) 30%;

(B) 35%;

(C) 40%;
Experimento composto (D) 45%;
Quando temos dois ou mais experimentos realizados simulta- (E) 55%.
neamente, dizemos que o experimento é composto. Nesse caso, o
número de elementos do espaço amostral é dado pelo produto dos Resolução:
números de elementos dos espaços amostrais de cada experimen-
to. O espaço amostral é a soma de todos os funcionário:
2 + 8 + 12 + 14 + 4 = 40
n(U) = n(U1).n(U2) O número de funcionário que tem mais de 40 anos é: 14 + 4 =
18
Probabilidade de um evento Logo a probabilidade é:
Resposta: D.
Em um espaço amostral U, equiprobabilístico (com elementos
que têm chances iguais de ocorrer), com n(U) elementos, o evento Probabilidade da união de eventos
E, com n(E) elementos, onde E Ì U, a probabilidade de ocorrer o
evento E, denotado por p(E), é o número real, tal que: Para obtermos a probabilidade da união de eventos utilizamos
a seguinte expressão:

Editora
135
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
A lei binomial deve ser aplicada nas seguintes condições:
- O experimento deve ser repetido nas mesmas condições as
n vezes.
- Em cada experimento devem ocorrer os eventos E e .
- A probabilidade do E deve ser constante em todas as n vezes.
- Cada experimento é independente dos demais.
Quando os eventos forem mutuamente exclusivos, tendo A ∩ B
= Ø, utilizamos a seguinte equação: Exemplo:

Lançando-se um dado 5 vezes, qual a probabilidade de ocorre-


rem três faces 6?
Resolução:
n: número de tentativas ⇒ n = 5
k: número de sucessos ⇒ k = 3
p: probabilidade de ocorrer face 6 ⇒ p = 1/6
q: probabilidade de não ocorrer face 6 ⇒ q = 1- p ⇒ q = 5/6
Probabilidade de um evento complementar Axiomas
É quando a soma das probabilidades de ocorrer o evento E, e Na matemática, um axioma é uma hipótese inicial de qual
de não ocorrer o evento E (seu complementar, Ē) é 1. outros enunciados são logicamente derivados. Pode ser uma sen-
tença, uma proposição, um enunciado ou uma regra que permite
a construção de um sistema formal. Diferentemente de teoremas,
axiomas não podem ser derivados por princípios de dedução e nem
são demonstráveis por derivações formais, simplesmente porque
Probabilidade condicional eles são hipóteses iniciais. Isto é, não há mais nada a partir do que
eles seguem logicamente (em caso contrário eles seriam chamados
Quando se impõe uma condição que reduz o espaço amostral, teoremas). Em muitos contextos, “axioma”, “postulado” e “hipóte-
dizemos que se trata de uma probabilidade condicional. se” são usados como sinônimos. Como foi visto na definição, um
axioma não é necessariamente uma verdade auto evidente, mas
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral U, com p(B) ≠ apenas uma expressão lógica formal usada em uma dedução, vi-
0. Chama-se probabilidade de A condicionada a B a probabilidade sando obter resultados mais facilmente. Axiomatizar um sistema é
de ocorrência do evento A, sabendo-se que já ocorreu ou que vai mostrar que suas inferências podem ser derivadas a partir de um
ocorrer o evento B, ou seja: pequeno e bem-definido conjunto de sentenças. Isto não signifi-
ca que elas possam ser conhecidas independentemente, e tipica-
Podemos também ler como: a probabilidade de A “dado que” mente existem múltiplos meios para axiomatizar um dado sistema
ou “sabendo que” a probabilidade de B. (como a aritmética). A matemática distingue dois tipos de axiomas:
axiomas lógicos e axiomas não-lógicos.
- Caso forem dois eventos simultâneos (ou sucessivos): para
se avaliar a probabilidade de ocorrem dois eventos simultâneos (ou Distribuições
sucessivos), que é P (A ∩ B), é preciso multiplicar a probabilidade
de ocorrer um deles P(B) pela probabilidade de ocorrer o outro, A distribuição da probabilidade é uma função que determina
sabendo que o primeiro já ocorreu P (A | B). Sendo: probabilidades para eventos ou proposições. Para qualquer conjun-
to de eventos ou proposições existem muitas maneiras de determi-
- Se dois eventos forem independentes: dois eventos A e B de nar probabilidades, de forma que a escolha de uma ou outra distri-
um espaço amostral S são independentes quando P(A|B) = P(A) ou buição é equivalente a criar diferentes hipóteses sobre os eventos
P(B|A) = P(B). Sendo os eventos A e B independentes, temos: ou proposições em questão. Há várias formas equivalentes de se
especificar uma distribuição de probabilidade. Talvez a mais comum
P (A ∩ B) = P(A). P(B) é especificar uma função densidade da probabilidade. Daí, a proba-
bilidade de um evento ou proposição é obtida pela integração da
Lei Binomial de probabilidade função densidade.
A lei binominal das probabilidades é dada pela fórmula: A função distribuição pode ser também especificada direta-
mente. Em uma dimensão, a função distribuição é chamada de
função distribuição cumulativa. As distribuições de probabilidade
também podem ser especificadas via momentos ou por funções ca-
racterísticas, ou por outras formas. Uma distribuição é chamada de
distribuição discreta se for definida em um conjunto contável e dis-
Sendo: creto, tal como o subconjunto dos números inteiros; ou é chamada
n: número de tentativas independentes; de distribuição contínua se tiver uma função distribuição contínua,
p: probabilidade de ocorrer o evento em cada experimento tal como uma função polinomial ou exponencial. A maior parte das
(sucesso); distribuições de importância prática são ou discretas ou contínuas,
q: probabilidade de não ocorrer o evento (fracasso); q = 1 - p porém há exemplos de distribuições que não são de nenhum desses
k: número de sucessos. tipos.

Editora
136
136
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Dentre as distribuições discretas importantes, pode-se citar a
distribuição uniforme discreta, a distribuição de Poisson, a distri-
buição binomial, a distribuição binomial negativa e a distribuição
de Maxwell-Boltzmann. Dentre as distribuições contínuas, a distri-
buição normal, a distribuição gama, a distribuição t de Student e a
distribuição exponencial.

Distribuição Binomial

Em teoria das probabilidades e estatística, a distribuição bino- Assim, a resposta é:


mial é a distribuição de probabilidade discreta do número de suces-
sos numa sequência de n tentativas tais que as tentativas são inde-
pendentes; cada tentativa resulta apenas em duas possibilidades,
sucesso ou fracasso (a que se chama de tentativa de Bernoulli); a
probabilidade de cada tentativa, p, permanece constante. Valor esperado e variância: Se a X ~ B(n, p) (isto é, X é uma
variável aleatória binomialmente distribuida), então o valor espe-
Função de probabilidade: Se a variável aleatória X que contém
rado de X é
o número de tentativas que resultam em sucesso tem uma distri-
buição binomial com parâmetros n e p escrevemos X ~ B(n, p). A
probabilidade de ter exatamente k sucessos é dado pela função de
probabilidade:
e a variância é

Exemplo: Seja X uma variável aleatória que contém o número


de caras saídas em 12 lançamentos de uma moeda honesta. A pro-
para e onde é uma combinação. babilidade de sair 5 caras em 12 lançamentos, P(X=5), é dada por:
Através do desenvolvimento do binômio e algumas operações
com expoentes e fatoriais, é possível demonstrar que:

Exemplo: Três dados comuns e honestos serão lançados. A pro- Distribuição Normal
babilidade de que o número 6 seja obtido mais de uma vez é: A
probabilidade de que seja obtido 2 vezes mais a probabilidade de A distribuição normal é uma das mais importantes distribui-
que seja obtido 3 vezes. Usando a distribuição binomial de proba- ções da estatística, conhecida também como Distribuição de Gauss
bilidade: ou Gaussiana. Foi primeiramente introduzida pelo matemático
Abraham de Moivre. Além de descrever uma série de fenômenos
Acha-se a probabilidade de que seja obtido 2 vezes: físicos e financeiros, possui grande uso na estatística inferencial. É
inteiramente descrita por seus parâmetros de média e desvio pa-
drão, ou seja, conhecendo-se estes consegue-se determinar qual-
quer probabilidade em uma distribuição Normal.

Um interessante uso da Distribuição Normal é que ela serve


de aproximação para o cálculo de outras distribuições quando o
número de observações fica grande. Essa importante proprieda-
de provém do Teorema do Limite Central que diz que “toda soma
de variáveis aleatórias independentes de média finita e variância
limitada é aproximadamente Normal, desde que o número de ter-
mos da soma seja suficientemente grande” (ver o teorema para um
enunciado mais preciso).

A distribuição normal foi introduzida pela primeira vez por


Abraham de Moivre em um artigo no ano 1733, que foi reprodu-
Agora a probabilidade de que seja obtido 3 vezes: zido na segunda edição de seu The Doctrine of Chances (1738) no
contexto da aproximação de distribuições binomiais para grandes
valores de n. Seu resultado foi estendido por Laplace, em seu livro
Analytical Theory of Probabilities (1812), e agora é chamado o teo-
rema de Moivre-Laplace.

Editora
137
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Laplace usou a distribuição normal na análise de erros de ex-
perimentos. O importante método dos mínimos quadrados foi in- INFERÊNCIA: ESTIMAÇÃO PONTUAL E INTERVALAR E TES-
troduzido por Legendre, em 1805. Gauss, que alegou ter usado o TES DE HIPÓTESES
método desde 1794, justifica-o rigorosamente em 1809 assumindo
uma distribuição normal para os erros. O fato de muitas vezes esta ESTIMAÇÃO PONTUAL
distribuição ser chamado de distribuição gaussiana pode ser um
exemplo de Stigler’s Law. Estimador pontual Θ^ : Função dos valores x1, x2, … , xn da
amostra multidimensional X1,X2, … ,Xn que, se tiver um dado con-
O nome “curva em forma de sino” ou “curva de sino” remonta a junto de propriedades, dá um valor aproximado Θ^ para um parâ-
Esprit Jouffret que primeiro utilizou o termo “superfície de sino” em metro Θ da distribuição da população. Exemplos:
1872 para um normal bivariada com componentes independentes
(atentar que nem toda curva de sino é uma gaussiana). O nome - A média amostral é um estimador da média populacional
“distribuição normal”, foi inventado independentemente por Char-
les S. Peirce, Francis Galton e Wilhelm Lexis, por volta de 1875. - A variância amostral é um estimador da variância da popula-
ção
Função de densidade de probabilidade: A função densidade de
probabilidade da distribuição normal com média e variância Parte superior do formulário
(de forma equivalente, desvio padrão ) é assim definida,
Parte inferior do formulário

Propriedades Desejáveis dos Estimadores Pontuais

Se a variável aleatória segue esta distribuição escreve-se: Estimador Não-enviesado (centrado/sem distorção): Enviesa-
mento do estimador Θ^ = E(Θ^) - Θ Quando o Enviesamento = 0 , o
~ . Se e , a distribuição é cha- estimador diz-se não-enviesado.
mada de distribuição normal padrão e a função de densidade de
probabilidade reduz-se a, - Média Amostral: E(X~) = E(X) = μX
-
A média amostral é um estimador sempre não-enviesado do
valor esperado, qualquer que seja a distribuição populacional.
- Desvio Quadrático Médio Amostral (DQM) = (N-1)/M . σX2 ≠ σX2
- O DQM é um estimador sempre enviesado, de enviesamento
Propriedades: Sejam a e b constantes conhecidas. = - σX2 / N
- Variância Amostral: S2 = 1/(N-1) . ∑ n=1 → N (Xn - X~)2 = N/(N-1) .
DQM = σX2
- Se X segue uma distribuição normal, ~ , en-
- A variância amostral é um estimador sempre não-enviesado
tão ~ . da variância populacional, qualquer que seja a distribuição popu-
- Se X e Y são variáveis aleatórias independentes que seguem lacional.
distribuição normal, então a soma U = X + Y, a diferença V = X - Y Estimador Eficiente
ou qualquer combinação linear W = a X + b Y também são variáveis
aleatórias com distribuição normal. - Um estimador é tanto “melhor” quanto menor for a sua va-
riância.
- É fácil construir exemplos de distribuições normais X e Y de- - O estimador Θ^1 é melhor do que o estimador Θ^2
pendentes (mesmo com correlação zero) cuja soma X + Y não é Exemplo:
normal. Por exemplo, seja X uma distribuição normal padrão (mé- - Variância da média amostral = σX2
dia 0 e variância 1), então fixando-se um número real positivo a,
-
Variância da mediana amostral = σX2 * π/2
seja Ya definida como X sempre que |X| < a e -X sempre que |X| A média amostral é um melhor estimador, pois tem a menor
≥ a. Obviamente, Ya também é uma normal e X + Ya é uma variável variância (é mais eficiente)
aleatória que nunca pode assumir valores de módulo acima de 2 - Eficiencia = E [ (Θ^ - Θ)2 ] = σΘ^2 + (EnviesamentoΘ^)2
a (ou seja, não é normal). Quando a é muito pequeno, X e Y são
praticamente opostas, e sua correlação é próxima de -1. Quando a Estimador Consistente
é muito grande, X e Y são praticamente idênticas, e sua correlação
é próxima de 1. Como a correlação entre X e Ya varia continuamente Um estimador diz-se consistente quando, para qualquer δ > 0
com a, existe um valor de a para o qual a correlação é zero. , limn→oo P[|Θ^ - Θ| < δ] = 1 ;isto é, quando a dimensão da amostra
tende para o infinito, o estimador consistente concentra se sobre o
- A soma de uma grande quantidade de variáveis aleatórias seu alvo tomando o valor do parâmetro estimado.
(com algumas restrições) tende a uma distribuição normal - o signi-
ficado mais preciso disto é o Teorema do Limite Central. Por outro lado, se uma das duas seguintes condições(condições
suficientes) se verificar, o estimador é consistente:
- A distribuição normal é infinitamente divisível, no seguinte
sentido: se X é uma variável aleatória que segue uma distribuição - limn→oo (μΘ^ - Θ) = 0 e limn→oo σΘ^2 = 0
normal e n é um número natural, então existem n variáveis aletó-
- limn→oo E[(Θ^ - Θ)2] = 0
rias , independentes e identicamente distri-
buídas, tal que Existem dois tipos de estimativas que podemos obter a partir
de uma amostra aleatória:
Editora
138
138
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Estimativa pontual: Fornecem como estimativa um único valor
numérico para o parâmetro de interesse
Para interpretar o intervalo de confiança da média, assumi-
Estimativa intervalar: Fornece um intervalo de valores “plausí- mos que os valores foram amostrados de forma independente e
veis” para o parâmetro de interesse. aleatória de um população com distribuição normal com média
e variância . Dado que estas suposições são válidas, temos 95%
Por serem variáveis aleatórias, os estimadores pontuais pos- de “chance” do intervalo conter o verdadeiro valor da média po-
suem uma distribuição de probabilidade (distribuições amostrais). pulacional. Em outras palavras, se produzirmos diversos intervalos
Com isso, podemos apresentar uma estimativa mais informativa de confiança provenientes de diferentes amostras independentes
para o parâmetro de interesse, que inclua uma medida de precisão de mesmo tamanho, podemos esperar que aproximadamente 95%
do valor obtido → estimativa intervalar ou intervalo de confiança. destes intervalos devem conter o verdadeiro valor da média popu-
lacional.
Os intervalos de confiança são obtidos a partir da distribuição
amostral de seus estimadores.

INTERVALO DE CONFIANÇA

Um intervalo de confiança (IC) é um intervalo estimado de um


parâmetro de interesse de uma população. Em vez de estimar o
parâmetro por um único valor, é dado um intervalo de estimativas
prováveis. O quanto estas estimativas são prováveis será determi-
nado pelo coeficiente de confiança , para .
Intervalos de confiança são usados para indicar a confiabili-
dade de uma estimativa. Por exemplo, um IC pode ser usado para
descrever o quanto os resultados de uma pesquisa são confiáveis. TESTES DE HIPÓTESES
Sendo todas as estimativas iguais, uma pesquisa que resulte num
IC pequeno é mais confiável do que uma que resulte num IC maior. As hipóteses a serem testadas, retirar as amostras das popu-
lações a serem estudadas, calcular as estatísticas delas e, por fim,
Se e são estatísticas (isto é, funções da amostra)
determinar o grau de aceitação de hipóteses baseadas na teoria
cuja distribuição de probabilidade dependa do parâmetro , e
de decisão, ou seja, se uma determinada hipótese será validada ou
não.
então o intervalo aleatório é um intervalo de confiança Para decidir se uma hipótese é verdadeira ou falsa, ou seja, se
com nível para . Portanto, podemos interpretar ela deve ser aceita ou rejeitada, considerando uma determinada
o intervalo de confiança como um intervalo que contém os valores amostra, precisamos seguir uma série de passos:
“plausíveis” que o parâmetro pode assumir. Assim, a amplitude
do intervalo está associada a incerteza que temos a respeito do 1) Definir a hipótese de igualdade (H0) e a hipótese alternativa
parâmetro. (H1) para tentar rejeitar H0 (possíveis erros associados à tomada
Considere uma amostra aleatória retirada de decisão).
de uma população com distribuição que depende do parâmetro
2) Definir o nível de significância (α).
. Por exemplo, tomamos uma amostra
aleatória com distribuição normal com média desconhecida e 3) Definir a distribuição amostral a ser utilizada.
desvio padrão conhecido . Para propormos um intervalo de
confiança para o parâmetro , vamos introduzir o conceito de quan- 4) Definir os limites da região de rejeição e aceitação.
tidade pivotal. Uma função da amostra e
do parâmetro cuja distribuição de probabilidade não depende do 5) Calcular a estatística da distribuição escolhida a partir dos
parâmetro é denominada quantidade pivotal. Desta forma, dado valores amostrais obtidos e tomar a decisão.
o nível de confiança , tomamos
1) Formular as hipóteses (Ho e H1).

Se a quantidade pivotal for inversível, podemos resolver a Primeiramente, vamos estabelecer as hipóteses nula e alterna-
inequação acima em relação a e obter um intervalo de confiança. tiva. Para exemplificar, você deve considerar um teste de hipótese
Motivação para uma média. Então, a hipótese de igualdade é chamada de hi-
pótese de nulidade ou Ho. Suponha que você queira testar a hipóte-
Suponha que queiramos estimar a média de uma população se de que o tempo médio de ligações é igual a 50 segundos. Então,
com distribuição normal com variância conhecida. O estimador esta hipótese será simbolizada da maneira apresentada a seguir:
de máxima verossimilhança para a média populacional é dado
pela média amostral de uma amostra de tamanho . Assim, te- Ho: μ = 50 (hipótese de nulidade)
mos a seguinte quantidade pivotal
Esta hipótese, na maioria dos casos, será de igualdade. Se você
.
rejeitar esta hipótese, vai aceitar, neste caso, outra hipótese, que
chamamos de hipótese alternativa. Este tipo de hipótese é simbo-
lizado por H1 ou Ha.

Editora
139
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
2) Definir o nível de significância. Se o valor da estatística estiver na região crítica (de rejeição),
rejeitar Ho; caso contrário, aceitar H0. O esquema a seguir mostra
O nível de significância de um teste é dado pela probabilidade bem a situação de decisão.
de se cometer erro do tipo I (ocorre quando você rejeita a hipótese
Ho e esta hipótese é verdadeira). Com o valor desta probabilidade
fixada, você pode determinar o chamado valor crítico, que separa a
chamada região de rejeição da hipótese Ho da região de aceitação
da hipótese Ho.

3) Definir a distribuição amostral a ser utilizada.

A estatística a ser utilizada no teste, você definira em função


da distribuição amostral a qual os dados seguem. Se você fizer um
teste de hipótese para uma média ou diferença entre médias, utilize
a distribuição de Z ou t de Student. Outro exemplo é se você quiser Teste de hipótese para média populacional
comparar a variância de duas populações, então deverá trabalhar
com a distribuição F, ou seja, da razão de duas variâncias. Quando você retira uma amostra de uma população e calcu-
la a média desta amostra, é possível verificar se a afirmação sobre
4) Definir os limites da região de rejeição. a média populacional é verdadeira. Para tanto, basta verificar se a
estatística do teste estará na região de aceitação ou de rejeição da
Os limites entre as regiões de rejeição e aceitação da hipótese hipótese Ho. Aqui você tem três situações distintas:
Ho, você definirá em função do tipo de hipótese H1, do valor de
(nível de significância) e da distribuição amostral utilizada. Conside- 1ª) se o desvio-padrão da população é conhecido ou a amostra
rando um teste bilateral, você terá a região de aceitação (não-rejei- é considerada grande (n >30), a distribuição amostral a ser utilizada
ção) com uma probabilidade de 1- α e uma região de rejeição com será da Normal ou Z e a estatística-teste que você utilizará será:
probabilidade α (α/2 + α/2).

Onde x: média amostral; μ: média populacional; σ: desvio pa-


drão populacional e n: tamanho da amostra.

2ª) agora, se você não conhecer o desvio-padrão populacional


e a amostra for pequena, então, a distribuição amostral a ser utili-
zada será a t de Student, e a estatística teste será:

Através da amostra obtida, você deve calcular a estimativa que


servirá para aceitar ou rejeitar a hipótese nula.

5) Tomar a decisão. Onde x: média amostral; μ: média populacional; s: desvio-pa-


drão amostral e n: tamanho da amostra.
Para tomar a decisão, você deve calcular a estimativa do teste
estatístico que será utilizado para rejeitar ou não a hipótese Ho. A 1. Estabelecer as hipóteses:
estrutura deste cálculo para a média de forma generalista é dada
por: Fixamos H0: μ = μ0. Dependendo da informação que fornece o
problema que estivermos estudando, a hipótese alternativa pode
ter uma das três formas abaixo:

• H1: μ ≠ μ0 (teste bilateral);


Podemos exemplificar pela distribuição de Z, que será: • H1: μ > μ0 (teste unilateral à direita);

• H1: μ < μ0 (teste unilateral à esquerda).

2. Fixar o nível de significância α.

3. Determinar a região crítica.

Editora
140
140
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
• Se o teste é bilateral, determina- 4. Calcular, sob a hipótese nula, o valor:
mos os pontos críticos e tais que
a partir da
distribuição t de Student com n-1 graus de liberdade.

Onde:

• : valor da média amostral.


• μ0: valor da média populacional sob a hipótese
nula.

• s: valor do desvio padrão amostral.

• n: tamanho da amostra.

5. Critério:

• Teste bilateral: se ou se
, rejeitamos H0. Caso contrário, acei-
tamos H0.
• Teste unilateral à direita: se , rejeita-
• Se o teste é unilateral, determinamos o ponto mos H0. Caso contrário, aceitamos H0.
crítico tal que .
• Teste unilateral à esquerda: se ,
rejeitamos H0. Caso contrário, aceitamos H0.
6. O p-valor no teste bilateral é dado por

Se o teste é unilateral à direita, o p-valor é dado por

e, se o teste é unilateral à esquerda, o p-valor é dado por

7. O intervalo de confiança é dado por

• Se o teste é unilateral à esquerda, determinamos


o ponto tal que .

se o teste é bilateral. Se o teste é unilateral à direita, então o


intervalo de confiança para o parâmetro μ é dado por

e, se o teste é unilateral à esquerda, então o intervalo de con-


fiança para o parâmetro μ é dado por

Teste de hipóteses. Formalmente, o valor-p é definido como a


probabilidade de se obter uma estatística de teste igual ou mais
extrema quanto àquela observada em uma amostra, assumindo
verdadeira a hipótese nula.

Editora
141
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Teste de hipótese para a razão de duas variâncias. Não pode haver frequências inferiores a 1;

Este teste de hipótese é utilizado para saber se duas variâncias Nos dois últimos casos, se houver incidências desta ordem,
populacionais são estatisticamente iguais ou se uma é maior do que aconselha-se agrupar os dados segundo um critério em específico.
a outra. Então, utilizando a distribuição F, poderemos formular o
teste de hipótese da razão entre duas variâncias e chegar à conclu- Procedimento para a execução do teste
são baseados apenas nas estimativas calculadas a partir das amos-
tras. As hipóteses Ho e H1 serão: 1. Determinar H0. Será a negativa da existência de diferenças
entre a distribuição de frequência observada e a esperada;

2. Estabelecer o nível de significância (µ );

3. Determinar a região de rejeição de H0. Determinar o valor


dos graus de liberdade (φ), sendo K – 1 (K = número de categorias).
A maior variância amostral encontrada será chamada de S 2
1 Encontrar, portanto, o valor do Qui-quadrado tabelado;
(proveniente de uma amostra de tamanho n1), e a menor variân-
cia amostral será chamada S22 (proveniente de amostra de tamanho 4. Calcular o Qui Quadrado, através da fórmula:
n2).

Teste de Student

É um teste de hipótese que usa conceitos estatísticos para


rejeitar ou não uma hipótese nula quando a estatística de teste (t)
segue uma distribuição t de Student. Sendo o Qui Quadrado calculado, maior do que o tabelado, re-
jeita-se H0 em prol de H1.
Teste t pode ser conduzido para:
Exemplo: Um vendedor trabalhou comercializando um produ-
- Comparar uma amostra com uma população to em sete bairros residenciais de uma mesma cidade em um mes-
mo período do ano.
- Comparar duas amostras pareadas
Seu gerente decidiu verificar se o desempenho do vendedor
- Comparar duas amostras independentes oscilava em virtude do bairro trabalhado, ou seja, se as diferenças
eram significativas nos bairros trabalhados.
Se a variável de interesse segue uma distribuição próxima de
uma curva normal em ambas populações: A partir deste estudo o gerente poderia então elaborar uma
estratégia comercial para cada bairro ou manter uma para todos.

uma distribuição t Student com n1+ n2-2 graus de liberdade.

Teste do qui quadrado2

Este teste objetiva verificar se a frequência absoluta observa-


da de uma variável é significativamente diferente da distribuição de H0: não há diferenças significativas entre os bairros
frequência absoluta esperada.
H1: as diferenças observadas para os bairros 3 e 4 são signifi-
Teste do qui quadrado para uma amostra cativamente diferentes para melhor em relação aos demais bairros.
Aplica-se quando se quer estudar a dependência entre duas µ = 0,05
variáveis, através de uma tabela de dupla entrada ou também co-
nhecida como tabela de contingência. g.l = 5 – 1 = 4, onde Qui quadrado tabelado é igual a 9,49.
Condições para a execução do teste Χ2 = (9-16)2 + (11 – 16) 2 + (25-16) 2 + (20 – 16) 2 + (15 – 16)
2/16
Exclusivamente para variáveis nominais e ordinais;
Χ2 = 72 + 52 +92 + 42 + 12= 172/16 = 10,75
Observações independentes;
Conclui-se que o Qui quadrado calculado (10,75) é maior do
Não se aplica se 20% das observações forem inferiores a 5 que o tabelado (9,49), rejeita-se H0 em prol de H1.
2 “Teste do qui quadrado” em Só Matemática. Virtuous
Tecnologia da Informação, 1998-2020. Consultado em 16/04/2020.
Disponível na Internet em https://www.somatematica.com.br
Editora
142
142
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Portanto há diferença significativa, ao nível de 0,05, para os
bairros 3 e 4. Face ao cálculo o gerente deve elaborar uma estraté-
gia comercial para cada bairro.

PREDIÇÃO: ABORDAGENS; SÉRIES TEMPORAIS; REGRES-


SÃO LINEAR SIMPLES E MÚLTIPLA

CORRELAÇÃO (R)

Para FARBER (2009) correlação é uma medida da força e dire-


ção de uma relação entre duas variáveis.
Assim, uma correlação é:
- A amplitude do coeficiente de correlação é -1 para 1.

- Mais próximo de zero não há correlação linear.

Coeficiente de determinação

O coeficiente de r2 é a relação da variação explicada com varia-


ção total é dado por:

- Variação explicada é a soma dos quadrados das diferenças en-


tre cada valor de y previsto e a

média de y.

- Variação total é a soma dos quadrados das diferenças entre


cada valor de y e a média de y.

Em síntese temos: Correlação linear simples é uma técnica


usada para analisar a relação entre duas variáveis.

Os pontos grafados, que são vistos em conjunto, formam uma Coeficiente de correlação ou coeficiente de Pearson é uma
elipse (trajetória, distribuição dos pontos) em diagonal. Podemos medida do grau de relação entre duas variáveis.
imaginar que, quanto mais fina for a elipse, mais ela se aproximará
de uma reta.

Dizemos então, que a correlação de forma elíptica tem como


“imagem” uma reta, sendo, por isso, denominada correlação linear.
Podemos vê isso no exemplo a seguir.

Onde:

r = coeficiente de correlação e

n = tamanho da amostra.

Exemplo: Uma amostra formada por 8 alunos de uma classe,


pelo número de horas de estudo (x) e as notas obtidas (y), calcule o
coeficiente de correlação r:

Editora
143
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Que padrões não aleatórios podemos identificar na figura 1?

- observe que há uma tendência crescente no número de pas-


sageiros transportados (ou pelo menos havia antes de 11 de setem-
bro de 2001...).

- há uma sucessão regular de “picos e vales” no número de


passageiros transportados, isso deve ser causado pelas oscilações
devido a feriados, períodos de férias escolares, etc., que estão ge-
ralmente relacionados às estações do ano, e que se repetem todo
O coeficiente de correlação r = 0,975 indica que o grau de rela- ano (com maior ou menor intensidade).
ção entre as duas variáveis é “Muito forte”, além de ser “Positiva”
(pois x aumenta, y também aumenta). Em outras palavras, identificamos dois padrões que podem
tornar a ocorrer no futuro: crescimento no número de passageiros
O grau de relação r pode variar de -1 até +1: transportados, flutuações sazonais. Tais padrões poderiam ser in-
corporados a um modelo estatístico, possibilitando fazer previsões
que auxiliarão na tomada de decisões.

Modelo de séries temporais


O fato de duas variáveis serem fortemente correlacionadas não Segundo o modelo clássico todas as séries temporais são com-
implica uma relação de causa e efeito entre elas. postas de quatro padrões:
SÉRIE TEMPORAL - tendência (T), que é o comportamento de longo prazo da sé-
rie, que pode ser causada pelo crescimento demográfico, ou mu-
É um conjunto de observações sobre uma variável, ordenado dança gradual de hábitos de consumo, ou qualquer outro aspecto
no tempo”, e registrado em períodos regulares. Podemos enumerar que afete a variável de interesse no longo prazo;
os seguintes exemplos de séries temporais: temperaturas máximas
e mínimas diárias em uma cidade, vendas mensais de uma - variações cíclicas ou ciclos (C), flutuações nos valores da va-
empresa, valores mensais do IPC-A, valores de fechamento diários riável com duração superior a um ano, e que se repetem com certa
do IBOVESPA, resultado de um eletroencefalograma, gráfico de periodicidade2, que podem ser resultado de variações da economia
controle de um processo produtivo. como períodos de crescimento ou recessão, ou fenômenos climá-
ticos como o El Niño (que se repete com periodicidade superior a
A suposição básica que norteia a análise de séries temporais é um ano);
que há um sistema causal mais ou menos constante, relacionado
com o tempo, que exerceu influência sobre os dados no passado - variações sazonais ou sazonalidade (S), flutuações nos valo-
e pode continuar a fazê-lo no futuro. Este sistema causal costuma res da variável com duração inferior a um ano, e que se repetem
atuar criando padrões não aleatórios que podem ser detectados em todos os anos, geralmente em função das estações do ano (ou em
um gráfico da série temporal, ou mediante algum outro processo função de feriados ou festas populares, ou por exigências legais,
estatístico. como o período para entrega da declaração de Imposto de Renda);
se os dados forem registrados anualmente NÃO haverá influência
O objetivo da análise de séries temporais é identificar padrões da sazonalidade na série3;
não aleatórios na série temporal de uma variável de interesse, e a
observação deste comportamento passado pode permitir fazer pre- - variações irregulares (I), que são as flutuações inexplicáveis,
visões sobre o futuro, orientando a tomada de decisões. resultado de fatos fortuitos e inesperados como catástrofes natu-
rais, atentados terroristas como o de 11 de setembro de 2001, deci-
Vamos ver o gráfico (passageiros transportados) de uma série sões intempestivas de governos, etc.
temporal.
Exemplo:

Tendência: É a reta que parte de um valor inicial até o valor


final.

Variação Cíclica: É a curva que oscila de período a período em


torno da tendência.

Variação Sazonal: É a oscilação que ocorre em torno da cíclica,


ao qual pode ser ou não de forma periódica.

Editora
144
144
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
G r á fic o 1 – C a p . 1 1 I. Método dos Mínimos Quadrados

Este Método consiste em ajustar uma curva aos dados originais


conforme os modelos matemáticos referente a Regressão e Corre-
lação.

O cuidado é o de atribui um valor para indicar o início da


contagem do tempo.

Modelo aditivo: um modelo aditivo se no decorrer do tempo, As curvas mais usuais são:
a Variação Cíclica não se altera em torno da tendência, ou seja per-
manece constante, tal qual a figura ilustrativa. 01. A Reta;

02. A Logarítmica;

03. A Exponencial.

Para o caso linear, a reta de tendência será: T = a + b x t

Onde:

Se traçasse as retas pelos valores máximos e pelos valores mí- T é o valor da tendência,
nimos estas seriam paralelas entre sí e com a reta de tendência.
t é o valor do tempo,
O Seu modelo Matemático é: Y = T + S + C + I.
b é o coeficiente angular da reta (se positivo indica tendência
Modelo Multiplicativo: diz se ter um modelo multiplicativo se crescente, se negativo a tendência é decrescente) e
no decorrer do tempo, a Variação Cíclica se altera em torno da ten-
dência, tal qual a figura: a é o coeficiente linear da reta.

As equações dos coeficientes estão expressas a seguir.

No caso Multiplicativo, as retas pelos valores máximos e pelos Onde


valores mínimos são inclinadas com relação à reta de tendência.
yi é um valor qualquer da variável registrada na série temporal,
Seu Modelo Matemático é: Y = T x S x C x I.
ti é o período associado a yi, e n é o número de períodos da
Obtenção da Tendência série.

A tendência descreve o comportamento da variável retratada Para encontrar os coeficientes basta calcular os somatórios (tal
na série temporal no longo prazo. Há três objetivos básicos na sua como em análise de regressão linear simples).
identificação: avaliar o seu comportamento para utilizá-lo em pre-
Exemplo:
visões, removê-la da série para facilitar a visualização das outras
componentes, ou ainda identificar o nível da série (o valor ou faixa Os dados a seguir apresentam o patrimônio líquido (em mi-
típica de valores que a variável pode assumir, se não for observado lhões de reais) de um banco de 1985 a 1995. Supondo que o mo-
comportamento crescente ou decrescente no longo prazo). A ob- delo linear seja apropriado para descrever a tendência da série,
tenção da tendência pode ser feita de três formas: através de um encontre os coeficientes da reta de mínimos quadrados. Faça a pre-
modelo de regressão (como o modelo linear - reta), através de mé- visão de tendência para os anos de 1996 e 1997.
dias móveis, ou através de ajuste exponencial (que não deixa de ser
uma média móvel).
Ano Patrimônio (R$ 1.000.000)
Obtenção da tendência linear
1985 30
Para encontrar a função que fornece o valor da tendência em 1986 32
cada tempo, usa um dos modelos:
1987 32
I. Método dos Mínimos Quadrados
1988 35
II . Método das médias móveis; 1989 37
Editora
145
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA

1990 38
1991 42
1992 41
1993 44
1994 46
1995 47
A variável dependente é o saldo de vendas: será o Y. Há 11 períodos: n = 11. O próximo passo é encontrar os somatórios necessários
para obter os coeficientes. Mas ao invés de usarmos os anos, o que poderia complicar nossos cálculos, vamos trabalhar com períodos,
sendo 1985 o período 1, 1986 o 2 e assim por diante. A tabela ficaria então (já incluindo as colunas t x y e t2):

Substituindo os valores nas equações:

Então a equação de tendência é: T = 27,96 + 1,76 x t

O ano de 1996 corresponderá ao período 12, e 1997 ao período 13 da série temporal. Substituindo estes valores na equação acima:

T1996 = 27,96 + (1,76 x 12) = 49,08

T1997 = 27,96 + (1,76 x 13) = 50,84

Podemos então apresentar um gráfico (feito no Microsoft Excel) da série original, a reta de tendência e a projeção para os anos de
1996 e 1997.

II. Método das médias móveis.

Este método consiste em:


Editora
146
146
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
01. Definir o número de agrupamentos, digamos k, de valores E o quadro completo de médias móveis é:
sequenciais que comporão cada média;
Dia 3 4 5 6 7 8 9
02. Calcular médias dos k valores a partir do: 10 valor; depois
Ocupação 46 48 53 55 41 26 20
a partir do 2o, do 3o, etc.
Média Móvel - - - 41,29 40,14 40,57 40,00
Atribuição: Existem 2 situações possíveis sobre o valor de k,
PAR ou IMPAR, com isto considera a primeira média móvel acordo Dia • • • 54 55 56 57 58
com a posição: Ocupação • • • 46 44 26 18 16
Média Móvel • • • 33,71 33,00 - - -
a
Posição do Elemento Que Será Atribuído à 1 Média
Valor de K Par Impar Por este exemplo percebe-se que:
k k +1
Posição 2 a) A primeira média móvel refere-se ao dia 6 de julho (x = 6)
2

b) A segunda média móvel refere-se ao dia 7 de julho (x = 7)


Exemplo:
c) A última média móvel refere-se ao dia 24 de agosto (x = 55)
Encontre as médias móveis dos dados da Tabela 1, tomando k
= 7. Ajuste Exponencial
Considere as Variáveis: O ajuste exponencial é uma outra forma de obter a tendência
de uma série temporal.
x: “Época, tendo dia 30 de junho como origem”
Apresenta algumas vantagens em relação às médias móveis:
y: “Número de Unidades Ocupadas”
- permite realizar previsões de curto prazo (para o período se-
Dados originais são: guinte da série), o que não é possível por médias móveis.
Dia da Semana
Período
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Dom. - leva em conta todos os valores previamente observados ao
03 a 09* 46 48 53 55 41 26 20 período sob análise, e não somente os
10 a 16* 38 51 49 40 34 29 18
17 a 23* 39 51 51 48 33 23 19 “mais próximos” dele, como ocorre nas médias móveis.
24 a 30* 38 49 48 40 34 28 16
31 a 06** 36 42 26 45 41 22 20
07 a 13** 42 45 45 51 33 19 19
Na realidade o ajuste exponencial fornece uma média móvel
14 a 20** 35 50 47 59 47 21 21 exponencialmente ponderada ao longo da série temporal: ou seja,
21 a 27** 37 44 46 44 26 18 16 cada previsão ou valor ajustado depende de todos os valores pré-
vios. Os pesos designados para os valores observados decrescem
ao longo do tempo, ou seja, o valor observado mais recentemente
Médias Móveis com 7 períodos sequenciais:
recebe o maior peso, o valor anterior o segundo maior e o valor
observado inicialmente recebe o menor peso: isso é bom senso,
Dados originais são:
imagina-se que os dados mais recentes devam ter mais influência
Dia da Semana nas previsões do que os mais antigos. O ajuste exponencial é uma
Período
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Dom. das ferramentas disponíveis no suplemento Análise de Dados do
03 a 09* 46 48 53 55 41 26 20 Microsoft Excel.
10 a 16* 38 51 49 40 34 29 18
17 a 23* 39 51 51 48 33 23 19
Para realizar o ajuste exponencial basta aplicar a seguinte fór-
24 a 30* 38 49 48 40 34 28 16
31 a 06** 36 42 26 45 41 22 20
mula para um período de tempo i qualquer:
07 a 13** 42 45 45 51 33 19 19
14 a 20** 35 50 47 59 47 21 21
21 a 27** 37 44 46 44 26 18 16

Médias Móveis: Onde:

i - um período de tempo qualquer;


Primeira Média
46 + 48 + 53 + 55 + 41 + 26 + 20
Móvel y1 = = 41,29 Yi - valor da série original no período i;
7

Segunda Média
Ei - valor da série exponencialmente ajustada no período i;
Móvel 48 + 53 + 55 + 41 + 26 + 20 + 38
y2 = = 40,14
7
Ei-1 - valor da série exponencialmente ajustada no período i - 1
Terceira Média
(período anterior);
Móvel 53 + 55 + 41 + 26 + 20 + 38 + 51
y3 = = 40,57
7
W - constante de regularização ou coeficiente de ajuste (0 < W
Etc. • • • < 1);
Editora
147
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Considera-se que o primeiro valor da série original será igual ao primeiro valor ajustado, isto significa que o ajuste realmente começa
a partir do segundo período da série. Como cada valor ajustado leva em conta o valor ajustado imediatamente anterior (multiplicado pela
constante de regularização) teoricamente todos os valores prévios da série contribuem para o valor ajustado.

A escolha da constante de regularização W é crucial para o ajuste exponencial, mas é um processo subjetivo. Não obstante, é possível
estabelecer uma regra de escolha:

- se o interesse é simplesmente obter a tendência, eliminando o efeito das outras componentes, o valor de W deverá ser próximo de
zero;

- se houver interesse, porém, em realizar previsão com a série é recomendável que o valor de W seja mais próximo de 1, de maneira
a refletir melhor o comportamento da série no curto prazo.

Exemplo:

Faça o ajuste exponencial da série de vendas do Exemplo 4.2 (usando W = 0,25; W = 0,5; W = 0,75 e W = 0,10). Construa um gráfico
conjunto da série original com os quatro ajustes.

Vamos demonstrar os cálculos para W = 0,25.

Vamos considerar que o primeiro valor da série, Y1970, será igual ao primeiro valor ajustado, E1970.

Podemos então realizar o ajuste para o ano de 1971:

Para o ano de 1972:

O processo segue até o final da série. De maneira análoga podemos obter o ajuste para W = 0,5 e

W = 0,75.

O gráfico é mostrado abaixo:

Editora
148
148
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
Quanto menor o valor de W mais “alisada” é a série, com as Até a receita federal americana utiliza a análise discriminante para
variações de curto prazo sendo amortizadas, possibilitando visua- comparar o pagamento de impostos de renda de locais seleciona-
lizar o comportamento de longo prazo da série, seja ele crescente/ dos com um contribuinte hipotético e para identificar os retornos
decrescente ou estacionário: para W = 0,1 é fácil perceber uma ten- mais promissores e as áreas de auditoria.
dência crescente nas vendas, mas que parece estar se estabilizan-
do. À medida que o valor de W aproxima-se de 1 o ajuste exponen- Análise de variância multivariada
cial torna-se mais próximo da série original, o que pode ser útil na
previsão para o ano de 1993. Análise de variância multivariada ou MANOVA (Multivariate
Analysis of Variance) é uma técnica estatística que pode ser utili-
Regressão Múltipla zada para explorar simultaneamente o relacionamento entre várias
variáveis categóricas independentes (normalmente referenciadas
A regressão múltipla é o método de análise apropriado quando como tratamentos) e duas ou mais variáveis dependentes métri-
o problema envolve uma única variável (métrica) dependente que cas. Como tal ela representa uma extensão da análise de variância
se presume estar relacionada com uma ou mais (também métricas) univariada ou ANOVA (Analysis of Variance). A análise multivariada
variáveis independentes. O objetivo da análise de regressão é pre- de covariância ou MANCOVA (Multivariate Analysis of Covariance)
ver as mudanças na variável dependente em resposta às mudanças também pode ser usada em conjunto com a MANOVA para remo-
que ocorrem nas várias variáveis independentes. Este objetivo é ver, após o experimento, o efeito de qualquer variável independen-
quase sempre alcançado através do método dos mínimos quadra- te não controlável sobre as variáveis dependentes. O procedimento
dos. é semelhante ao usado na avaliação do coeficiente de correlação
parcial bivariado. A MANOVA é útil quando o pesquisador projeta
uma situação experimental (manipulação de várias variáveis não-
Y1 = X 1 + X 2 + X 3 + ... + X n
-métricas ou tratamentos) para testar hipóteses com respeito a
(métrico) (métrica, não métrica ) variância em grupos de resposta em duas ou mais variáveis depen-
dentes métricas.
Abordagem: método que relaciona uma única VD métrica
a duas ou mais VI´s métricas ou não métricas adequadamente
transformadas em métricas.
REGRESSÃO LOGÍSTICA
Objetivo: examinar a relação entre uma VD e duas ou mais VI´s.

Passos: REGRESSÃO LOGÍSTICA3

- definir se o objetivo é de previsão ou de explicação Conhecida como Logit, é uma técnica de modelagem utilizada
para lidar com variáveis binárias (0 ou 1). Para responder a questões
- selecionar VD e VI´s como “qual o salário de um indivíduo, dado seus anos de estudos”,
“qual o valor de uma casa, dadas suas características”, a regressão
- obter um tamanho de amostra adequado linear é suficiente. Entretanto, se quisermos responder a questões
como “o indivíduo vai pagar uma dívida?”, “o consumidor vai com-
- Verificar normalidade, linearidade, homoscedasticidade e in- prar determinado produto?”, i.e., perguntas de sim (=1) ou não (=0),
dependência dos termos de erro aí faz sentido usar outro modelo, dentre as diversas possibilidades
temos a regressão logística.
- estimação do modelo de regressão
Regressão Logística, também chamada de Logit, é uma técni-
- avaliação do ajuste do modelo ca de modelagem utilizada para lidar com variáveis binárias (0 ou
1). Para responder a questões como “qual o salário de um indiví-
- interpretação e validação dos resultados. duo, dado seus anos de estudos”, “qual o valor de uma casa, dadas
suas características”, a regressão linear é suficiente. Entretanto, se
Análise Discriminante quisermos responder a questões como “o indivíduo vai pagar uma
dívida?”, “o consumidor vai comprar determinado produto?”, i.e.,
Se a única variável dependente for dicotômica (por exemplo: perguntas de sim (=1) ou não (=0), aí faz sentido usar outro modelo,
homem-mulher) ou categórica (por exemplo: alto, médio, baixo) e dentre as diversas possibilidades temos a regressão logística.
desta forma qualitativa, a técnica multivariada apropriada é a aná-
lise discriminante. Assim como na regressão múltipla as variáveis Por que não usar a regressão linear com variáveis binárias? Esta
independentes são por hipótese quantitativas. A análise discrimi- pergunta é comum e temos como principal resposta está nas pre-
nante é útil em situações onde a amostra total pode ser dividida missas assumidas:
em grupos baseados na variável dependente caracterizando várias
classes conhecidas. O principal objetivo da análise discriminante é - Primeiro, veja que a premissa da regressão linear é que exista
entender diferenças entre grupos e prever a probabilidade de que uma relação linear entre a variável resposta e as variáveis explicati-
uma entidade (indivíduo ou objeto) pertença a uma classe em par- vas. Para o caso de variáveis binárias, principalmente quando temos
ticular ou grupo baseado nas várias variáveis independentes. Por uma variável explicativa contínua, essa premissa será violada;
exemplo, a análise discriminante pode ser usada para diferenciar
inovadores de não-inovadores de acordo com seus perfis demográ- - Os valores projetados por um modelo de regressão linear po-
ficos e psicográficos. Uma outra aplicação inclui distinguir grande dem ser superiores a 1 ou inferiores a 0;
consumidores de pequenos consumidores de um determinado pro-
duto, homens de mulheres e créditos bons de créditos ruins, etc. 3 Disponível em https://estatsite.com.br/2018/08/29/regres-
sao-logistica-conceitos-e-formula/ Acesso em 07.12.2022
Editora
149
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
- A premissa de variância constante dos resíduos é violada. tradução será facilmente feita pelos softwares que você vai utili-
zar, onde já serão separados no resultado final os “bons” (=1) dos
Regressão logística é um algoritmo de classificação. Um exem- “ruins” (=0).
plo clássico é o modelo para inadimplência, que deve prever se um
indivíduo vai pagar ou não a sua dívida. Outro exemplo, bastante ODD RATIO (RAZÃO DE CHANCE)
utilizado nos cursos em que se utiliza o R para explicar modelagem,
é a identificação de um e-mail como sendo spam ou não. Uma observação importante deve ser feita sobre a tal probabi-
lidade p dividida por 1-p. Esta razão é conhecida como odds ratio,
Ao utilizarmos este modelo, estamos interessados na proba- ou, traduzindo de forma direta, razão da chance. O que ela apresen-
bilidade como saída. No nosso caso de inadimplência, estaríamos ta é a chance de sucesso em relação a chance de fracasso. Ou seja,
interessados em obter a probabilidade de um indivíduo para sua se uma pessoa tem 75% de probabilidade de pagar, ela tem 25% de
dívida. Ou seja, queremos o modelo p(X) = P(Y=1|X). Para evitar os chance de não pagar. Logo, a chance dela pagar é 3x maior que a
problemas já mencionados, utilizamos a função logística, que resul- chance de não pagar.
ta numa curva num formato de um S:
Referências Bibliográficas:
Disponível em https://operdata.com.br/blog/como-interpretar-analise-
-de-variancia-anova/ Acesso em 23.08.2020
http://criticanarede.com
Série Estatística Multivariada – Introdução.
Disponível https://www.somatematica.com.br/estat/ap35.php Acesso
em 23/08/2020.
CRESPO, Antônio Arnot – Estatística fácil – 18ª edição – São Paulo -
Editora Saraiva: 2002
Analise de séries temporais – Cap 4 – UFSC

QUESTÕES

1. (SEFAZ-AL - Auditor Fiscal de Finanças e Controle de Arreca-


A equação da regressão logística a variável resposta é escrita
dação da Fazenda Estadual - CESPE / CEBRASPE – 2021) Acerca de
na forma de:
regressão linear e regressão logística, julgue o item seguinte.
A regressão logística é um modelo de regressão no qual a re-
lação entre as variáveis independentes e a variável dependente é
representada por uma função degrau, a qual, por sua vez, pode ser
representada por uma spline.
( ) Certo
( ) Errado
2. (FUNSAÚDE - CE - Analista de Pesquisa e Informações – Esta-
tística - FGV – 2021) Numa regressão linear, as afirmativas a seguir,
Vale destacar que o resultado da equação não é direto. Para acerca do coeficiente de determinação, estão corretas, exceto uma.
quem for escrever a equação na mão, multiplicando os coeficien- Assinale-a.
tes pelos respectivos x, precisará fazer uma pequena transformação (A) Mede a porcentagem da variação total da variável resposta
para obter a probabilidade. O gráfico, retirado do Analytics Vidhya, que é explicada pela regressão.
traduz a equação da regressão logística das duas formas possíveis: (B) É o quadrado do coeficiente de correlação estimado.
(C) É um número entre 0 e 1.
(D) Determina se as estimativas e predições dos coeficientes
são tendenciosas.
(E) Em geral, mas nem sempre, quanto maior seu valor, melhor
o modelo se ajusta aos dados.
3. (PC-PA - Escrivão de Polícia Civil - INSTITUTO AOCP – 2021)
Em estatística, um outlier, valor aberrante ou valor atípico, é uma
observação que apresenta um grande afastamento dos demais
membros da série de valores. Isso demonstra uma inconsistência
com os demais valores. A detecção dessa anomalia (outlier) pode
ser utilizada em diversos campos, tais como: movimentação finan-
ceira fraudulenta em cartões de crédito ou outra atividade financei-
Fonte da Imagem: https://www.analyticsvidhya.com/blog/2015/10/
ra; erros de medida (registro errado ou equipamento desregulado
basics-logistic-regression/
etc.); processos distintos daqueles que geram as demais observa-
Ou seja, após aplicar os coeficientes na equação, você utilizará
ções. Então, um método para se identificar um outlier é usar o grá-
o resultado no expoente do número ‘e’ (número de Euler). Aí sim,
fico
você vai obter a probabilidade desejada. Note também que essa
(A) denominado histograma.
(B) denominado Diagrama de Dispersão.

Editora
150
150
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
(C) denominado Caixa e Bigodes (Box-andWhisker Plot).
(D) em Colunas.
(E) em Setores Circulares.
4. (PC-PA - Escrivão de Polícia Civil - INSTITUTO AOCP – 2021) O
coeficiente de variação é uma medida relativa de dispersão usada
para comparar a variabilidade de amostras de dados que têm
(A) variâncias amostrais diferentes.
(B) médias amostrais diferentes.
(C) quartis amostrais iguais.
(D) percentis amostrais iguais.
(E) modas amostrais diferentes. Não existem observações coincidentes com os extremos das
classes.
5. (Prefeitura de Porto Alegre - RS – Estatístico - FUNDATEC – É sabido que, quanto maior a classe de produtividade, maior é
2021) Qual método de previsão de Séries Temporais deve ser utili- a produtividade do magistrado.
zado quando temos tendência e sazonalidade presentes nos dados? Um estatístico precisa estimar a produtividade a partir da qual
(A) Decomposição. se encontram os 10% mais eficientes, isto é, o 9º decil dessa distri-
(B) Média Móvel. buição.
(C) Alisamento exponencial simples. A melhor estimativa é, aproximadamente:
(D) Alisamento exponencial duplo. (A) 6,5;
(E) Análise de tendência com regressão linear. (B) 7;
6. (TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área Apoio – (C) 7,5;
Estatística - FCC – 2022) Atenção: Para responder à questão, utilize (D) 8;
a tabela abaixo correspondente à curva normal padrão (Z) tal que a (E) 8,5.
probabilidade P(Z ≤ z) = α 9. (TCE-TO - Analista Técnico - FGV – 2022) Dois eventos A e B
têm probabilidades iguais a 0,5 e 0,6, respectivamente. A proba-
bilidade condicional de A ocorrer dado que B ocorre é igual a 0,8.
Assim, a probabilidade de B ocorrer dado que A ocorre é igual a:
O intervalo de confiança de 96% igual a [47, 53] para a média (A) 0,96;
μ de uma população normalmente distribuída com 325 elementos (B) 0,82;
foi obtido por meio de uma amostra aleatória de 100 elementos, (C) 0,54;
sem reposição, extraída da população. Na obtenção do intervalo, (D) 0,36;
foi utilizada a variância populacional. Caso a opção fosse por extrair (E) 0,24.
da população com 325 elementos uma amostra aleatória indepen- 10. (TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área Apoio –
dente da primeira de tamanho 36, sem reposição, com um nível de Estatística - FCC – 2022) Uma pessoa vai diariamente ao trabalho de
confiança de 86%, a amplitude do novo intervalo seria, então, de ônibus ou de carro. Quando vai de ônibus em certo dia, há probabi-
(A) 9,00 lidade de 80% de que no próximo dia de trabalho vá novamente de
(B) 4,92 ônibus. Entretanto, se em determinado dia vai de carro, a probabi-
(C) 8,50 lidade de que no dia seguinte de trabalho vá novamente de carro é
(D) 7,20 de 50%. Dessa forma, o número esperado de dias de trabalho indo
(E) 7,38 de ônibus até o dia de ir de carro é:
7. (TCE-TO - Analista Técnico - GV – 2022) A seguinte amostra (A) 3
de número de anos de estudo de adultos foi observada: (B) 4
10, 18, 11, 15, 20, 21, 16, 10, 8, 20, 16. (C) 5
Nesse caso, é correto afirmar, a respeito das principais medidas (D) 6
de tendência central desse conjunto, que: (E) 2
(A) o valor da média é igual ao da mediana;
(B) a mediana é igual a 15;
(C) o valor da mediana é uma unidade maior do que o da mé-
dia;
(D) o valor da média é maior do que o da mediana;
(E) se uma nova medida, igual a 22, for incorporada à amostra,
os valores da média e da mediana permanecerão iguais.
8. (TJ-DFT - Analista Judiciário – Estatística - FGV – 2022) O re-
sultado de uma pesquisa sobre a produtividade dos magistrados
em uma determinada região foi publicado em uma revista científica
e está sintetizado na tabela a seguir.

Editora
151
a solução para o seu concurso!
ESTATÍSTICA
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 ERRADO
______________________________________________________
2 D
3 C ______________________________________________________

4 B ______________________________________________________
5 A
______________________________________________________
6 C
______________________________________________________
7 C
8 B ______________________________________________________
9 A
______________________________________________________
10 C
______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________

Editora
152
152
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO
GERAL E PÚBLICA

5. Abordagem Comportamental: que é subdividida na Teoria


TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO E DAS ORGANIZAÇÕES. FUN- Comportamental e Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO).
ÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO: PLANEJAMENTO, ORGANIZA- 6. Abordagem Sistêmica: centrada no conceito cibernético para
ÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE. PAPÉIS E HABILIDADES DO a Administração, Teoria Matemática e a Teria de Sistemas da Admi-
ADMINISTRADOR. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: CON- nistração.
CEITOS, PRINCÍPIOS, ETAPAS, NÍVEIS, MÉTODOS E FER- 7. Abordagem Contingencial: que se desdobra na Teoria da
RAMENTAS. PLANEJAMENTO TÁTICO. PLANEJAMENTO Contingência da Administração.
OPERACIONAL. ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVOS

ADMINISTRAÇÃO GERAL
Dentre tantas definições já apresentadas sobre o conceito de
administração, podemos destacar que:
“Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utili-
zação eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou
mais objetivos ou metas organizacionais.”

Ou seja, a Administração vai muito além de apenar “cuidar de


uma empresa”, como muitos imaginam, mas compreende a capa-
cidade de conseguir utilizar os recursos existentes (sejam eles: re- Origem da Abordagem Clássica
cursos humanos, materiais, financeiros,…) para atingir os objetivos 1 — O crescimento acelerado e desorganizado das empresas:
da empresa. • Ciência que substituísse o empirismo;
O conceito de administração representa uma governabilidade, • Planejamento de produção e redução do improviso.
gestão de uma empresa ou organização de forma que as atividades 2 — Necessidade de aumento da eficiência e a competência
sejam administradas com planejamento, organização, direção, e das organizações:
controle. • Obtendo melhor rendimento em face da concorrência;
• Evitando o desperdício de mão de obra.
O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de ou-
tras pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem Abordagem Científica – ORT (Organização Racional do Traba-
como de seus membros. lho)
Montana e Charnov • Estudo dos tempos e movimentos;
• Estudo da fadiga humana;
Principais abordagens da administração (clássica até contin- • Divisão do trabalho e especialização;
gencial) • Desenho de cargo e tarefas;
É importante perceber que ao longo da história a Administra- • Incentivos salariais e premiação de produção;
ção teve abordagens e ênfases distintas. Apesar de existir há pouco • Homo Economicus;
mais de 100 (cem) anos, como todas as ciências, a Administração • Condições ambientais de trabalho;
evoluiu seus conceitos com o passar dos anos. • Padronização;
De acordo com o Professor Idalberto Chiavenato (escritor, pro- • Supervisão funcional.
fessor e consultor administrativo), a Administração possui 7 (sete)
abordagens, onde cada uma terá seu aspecto principal e agrupa- Aspectos da conclusão da Abordagem Científica: A percepção
mento de autores, com seu enfoque específico. Uma abordagem, de que os coordenadores, gerentes e dirigentes deveriam se preo-
poderá conter 2 (duas) ou mais teorias distintas. São elas: cupar com o desenho da divisão das tarefas, e aos operários cabia
1. Abordagem Clássica: que se desdobra em Administração única e exclusivamente a execução do trabalho, sem questionamen-
científica e Teoria Clássica da Administração. tos, apenas execução da mão de obra.
2. Abordagem Humanística: que se desdobra principalmente — Comando e Controle: o gerente pensa e manda e os traba-
na Teoria das Relações Humanas. lhadores obedecem de acordo com o plano.
3. Abordagem Neoclássica: que se desdobra na Teoria Neoclás- — Uma única maneira correta (the best way).
sica da Administração, dos conceitos iniciais, processos administra- — Mão de obra e não recursos humanos.
tivos, como os tipos de organização, departamentalização e admi- — Segurança, não insegurança. As organizações davam a sen-
nistração por objetivos (APO). sação de estabilidade dominando o mercado.
4. Abordagem Estruturalista: que se desdobra em Teoria Buro-
crática e Teoria Estruturalista da Administração.
Editora
153
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Teoria Clássica
• Aumento da eficiência melhorando a disposição dos órgãos componentes da empresa (departamentos);
• Ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento);
• Abordagem do topo para a base (nível estratégico tático);
• Do todo para as partes.

Diferente do processo neoclássico, na Teoria Clássica temos 5 (cinco) funções – POC3:


— Previsão ao invés de planejamento: Visualização do futuro e traçar programa de ação.
— Organização: Constituir a empresa dos recursos materiais e social.
— Comando: Dirigir e orientar pessoas.
— Coordenação: Ligação, união, harmonizar todos os esforços coletivamente.

Controle: Se certificar de que tudo está ocorrendo de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.

• Princípios da Teoria Clássica:


— Dividir o trabalho;
— Autoridade e responsabilidade;
— Disciplina;
— Unidade de comando;
— Unidade de direção;
— Subordinação dos interesses individuais aos gerais;
— Remuneração do pessoal;
— Centralização;
— Cadeia escalar;
— Ordem;
— Equidade;
— Estabilidade do pessoal;
— Iniciativa;
— Espírito de equipe.

A Abordagem Clássica, junto da Burocrática, dentre todas as abordagens, chega a ser uma das mais importantes.

Abordagem Neoclássica
No início de 1950 nasce a Teoria Neoclássica, teoria mais contemporânea, remodelando a Teoria Clássica, colocando novo figurino
dentro das novas concepções trazidas pelas mudanças e pelas teorias anteriores. Funções essencialmente humanas começam a ser inse-
ridas, como: Motivação, Liderança e Comunicação. Preocupação com as pessoas passa a fazer parte da Administração.

• Fundamentos da Abordagem Neoclássica


— A Administração é um processo operacional composto por funções, como: planejamento, organização, direção e controle.
— Deverá se apoiar em princípios basilares, já que envolve diversas situações.
— Princípios universais.
— O universo físico e a cultura interferem no meio ambiente e afetam a Administração.
Editora
154
154
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
— Visão mais flexível, de ajustamento, de continuidade e inte- A Teoria Estruturalista é um desdobramento da Burocracia e
ratividade com o meio. uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas. Ainda que
— Ênfase nos princípios e nas práticas gerais da Administração. a Teoria das Relações Humanas tenha avançado, ela critica as ante-
— Reafirmando os postulados clássicos. riores e não proporciona bases adequadas para uma nova teoria. Já
— Ênfase nos objetivos e resultados. na Teoria Estruturalista da Organização percebemos que o TODO é
— Ecletismo (influência de teorias diversas) nos conceitos. maior que a soma das partes. Significa que ao se colocar todos os
indivíduos dentro de um mesmo grupo, essa sinergia e cooperação
Teoria Burocrática dos indivíduos gerará um valor a mais que a simples soma das indi-
Tem como pai Max Weber, por esse motivo é muitas vezes cha- vidualidades. É a ideia de equipe.
mada de Teoria Weberiana. Para a burocracia a organização alcan-
çaria a eficiência quando explicasse, em detalhes, como as coisas
deveriam ser feitas.
Burocracia não é algo negativo, o excesso de funções sim. A
Burocracia é a organização eficiente por excelência. O excesso da
Burocracia é que transforma ela em algo negativo, o que chamamos
de disfunções.

• Características
— Caráter formal das normas e regulamentos.
— Caráter formal das comunicações.
— Caráter racional e divisão do trabalho.
— Impessoalidade nas relações.
— Hierarquia de autoridade. • Teoria Estruturalista - Sociedade de Organizações
— Rotinas e procedimentos padronizados. — Sociedade = Conjunto de Organizações (escola, igreja, em-
— Competência técnica e meritocracia. presa, família).
— Especialização da administração. — Organizações = Conjunto de Membros (papéis) – (aluno, pro-
— Profissionalização dos participantes. fessor, diretor, pai).
— Completa previsibilidade de comportamento. O mesmo indivíduo faz parte de diferentes organizações e tem
diferentes papéis.
• Disfunções
— Internalização das regras e apego aos procedimentos. • Teoria Estruturalista – O Homem Organizacional:
— Excesso de formalismo e de papelório. — Homem social que participa simultaneamente de várias or-
— Resistência às mudanças. ganizações.
— Despersonalização do relacionamento. — Características: Flexibilidade; Tolerância às frustrações; Ca-
— Categorização como base do processo decisório. pacidade de adiar as recompensas e poder compensar o trabalho,
— “Superconformidade” às rotinas e aos procedimentos. em detrimento das suas preferências; Permanente desejo de reali-
— Exibição de sinais de autoridade. zação.
— Dificuldade no atendimento.
• Teoria Estruturalista – Abordagem múltipla:
Abordagem Estruturalista — Tanto a organização formal, quanto a informal importam;
A partir da década de 40, tínhamos: — Tanto recompensas salariais e materiais, quanto sociais e
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização. simbólicas geram mudanças de comportamento;
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pes- — Todos os diferentes níveis hierárquicos são importantes em
soas. uma organização;
— Todas as diferentes organizações têm seu papel na socieda-
As duas correntes sofreram críticas que revelaram a falta de de;
uma teoria sólida e abrangente, que servisse de orientação para o — As análises intra organizacional e Inter organizacional são
administrador. fundamentais.
A Abordagem Estruturalista é composta pela Teoria Burocrática
e a Teoria Estruturalista. Além da ênfase na estrutura, ela também • Teoria Estruturalista – Conclusão:
se preocupa com pessoas e ambiente, se aproxima muito da Teoria — Tentativa de conciliação dos conceitos clássicos e humanís-
de Relações Humanas. ticos;
— Visão crítica ao modelo burocrático;
No início da Teoria Estruturalista, vive-se a mesma gênese da — Ampliação das abordagens de organização;
Teoria da Burocracia, esse movimento onde só se encontram críti- — Relações Inter organizacionais;
cas da Teoria das Relações Humanas às outras Teorias e não se tem — Todas as heranças representam um avanço rumo à Aborda-
uma preposição de um novo método. gem Sistêmica e uma evolução no entendimento para a Teoria da
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização. Administração.
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pes-
soas.

Editora
155
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Abordagem Humanística
É um desdobramento da Teoria das Relações Humanas. A Abordagem Humanística nasce no período de entendimento de que a pro-
dutividade era o elemento principal, e seu modelo era “homem-máquina”, em que o trabalhador era visto basicamente como operador de
máquinas, não havia a percepção com outro elemento que não fosse a produtividade.

• Suas preocupações:
— Nas tarefas (abordagem científica) e nas estruturas (teoria clássica) dão lugar para ênfase nas pessoas;
— Nasce com a Teoria das Relações Humanas (1930) e no desenvolvimento da Psicologia do Trabalho:
* Análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho.
* Adaptação do trabalho ao trabalhador.
— A necessidade de humanizar e democratizar a Administração libertando dos regimes rígidos e mecanicistas;
— Desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a psicologia, e sua influência no campo industrial;
— Trazendo ideias de John Dewey e Kurt Lewin para o humanismo na Administração e as conclusões da experiência em si.

• Principais aspectos:
— Psicologia do trabalho, que hoje chamamos de Comportamento Organizacional, demonstrando uma percepção diferenciada do tra-
balhador, com viés de um homem mais social, com mais expectativas e desejos. Percebe-se então que o comportamento e a preocupação
com o ambiente de trabalho do indivíduo tornam-se parte responsável pela produtividade. Agregando a visão antagônica desse homem
econômico, trazendo o conceito de homem social.
— Experiência de Hawthorn desenvolvida por Elton Mayo, na qual a alteração de iluminação traz um resultado importante:
Essa experiência foi realizada no ano de 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos, em uma fábrica da Western
Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorn. Lá dois grupos foram selecionados e em um deles foi alterada a iluminação
no local de trabalho, observando assim, uma alteração no desempenho do comportamento e na produtividade do grupo em relação ao
outro. Não necessariamente ligada a alteração de iluminação, mas com a percepção dos indivíduos de estarem sendo vistos, começando
então a melhorarem seus padrões de trabalho. Sendo assim, chegou-se à conclusão de que:
1. A capacidade social do trabalhador determina principalmente a sua capacidade de executar movimentos, ou seja, é ela que de-
termina seu nível de competência. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua
capacidade de executar movimentos eficientes dentro de um tempo estabelecido.
2. Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos, equipe de trabalho.
3. As pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento.
4. Grupos informais: alicerçada no conceito de homem social, ou seja, o trabalhador é um indivíduo dotado de vontade e desejos
de estruturas sociais mais complexas, e que esse indivíduo reconhece em outros indivíduos elementos afins aos seus e esses elementos
passam a influenciar na produtividade do indivíduo. Os níveis de produtividade são controlados pelas normas informais do grupo e não
pela organização formal.
5. A Organização Informal:
• Relação de coesão e antagonismo. Simpatia e antipatia;
• Status ou posição social;
• Colaboração espontânea;
• Possibilidade de oposição à organização formal;
• Padrões de relações e atitudes;
• Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais;
• A organização informal transcende a organização formal;
• Padrões de desempenho nos grupos informais.

Editora
156
156
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Abordagem Comportamental
A partir do ano de 1950 a Abordagem Comportamental (behavorista) marca a influência das ciências do comportamento. Tem como
participantes: Kurt Lewin, Barnard, Homans e o livro de Herbert Simon que podem ser entendidos como desdobramento da Teoria das
Relações Humanas. Seus aspectos são:
— Homem é um animal social, dotado de necessidades;
— Homem pode aprender;
— Homem pode cooperar e/ou competir;
— Homem é dotado de sistema psíquico;

Tendo a Teoria das Relações Humanas uma visão ingênua do indivíduo, em que se pensava que a Organização é que fazia do homem
um indivíduo ruim, na Teoria Comportamental a visão é diferente, pois observa-se que o indivíduo voluntariamente é que escolhe partici-
par ou não das decisões e/ou ações da organização. Aparecendo o processo de empatia e simpatia, em que o indivíduo abre mão, ou não
da participação, podendo ser ou não protagonista.
— Abandono das posições afirmativas e prescritivas (como deve ser) para uma lógica mais explicativa e descritiva;
— Mantem-se a ênfase nas pessoas, mas dentro de uma posição organizacional mais ampla
— Estudo sobre: Estilo de Administração – Processo decisório – Motivação – Liderança – Negociação

• Evolução do entendimento do indivíduo

Teoria dos Sistemas

• Sistema Aberto
— Está constantemente e de forma dual (entrega e recebimento) interagindo com o ambiente;
— É capacitado para o crescimento, mudanças, adaptações ao ambiente, podendo também ser autor reprodutor sob certas condições;
— É contingência do sistema aberto competir com outros sistemas.
Abordagem Contingencial
A Abordagem Contingencial traz para nós a ideia de que não se alcança eficácia organizacional seguindo um modelo exclusivo, ou seja,
não há uma fórmula única e exclusiva ou melhor de se alcançar os objetivos organizacionais. Ela abraça todas as Teorias e dá razão para
cada uma delas.

Editora
157
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
• Características
— Não há regra absoluta;
— Tudo é relativo;
— Tudo dependerá (de Ambiente, Mapeamento ambiental, Seleção ambiental, Percepção ambiental, Consonância e Dissonância,
Desdobramentos do ambiente, Tecnologia);

• Abordagem Contingencial – Conclusão


— A variável tecnologia passa a assumir um importante papel na sociedade e nas organizações;
— O foco em novos modelos organizacionais mais flexíveis, ajustáveis e orgânicos como: estrutura matricial, em redes e equipes;
— O modelo de homem complexo= social + econômico + organizacional.

Teoria Geral da Administração

TEORIAS ÊNFASE ENFOQUES PRINCIPAIS


Administração Científica Nas tarefas Racionalizar o trabalho no nível operacional
Taylor (1856-1915) - Gantt (1861-1919) - ORT
Gilbreth (1868-1924) - Ford (1863-1947) Padronização
Clássica e Neoclássica Na estrutura Organização formal
Fayol (1841-1925) – Mooney (1884-1957) Princípios Gerais da Administração
Urwick (1891-1979) – Gulik (1892-1993) e outros Funções de Administrador
Burocrática e Organização Formal Burocrática
Max Weber (1864-1920) Racionalidade organizacional
Chamada Teoria Weberiana.
Abordagem múltipla:
Estruturalista Organização Formal e Informal
Análise Intra e Inter organizacional
Relações Humanas - Humanística Nas pessoas Organização Informal
Experiência de Hawthorn (1927) Motivação, Liderança, Comunicação e Dinâ-
Desenvolvida por Elton Mayo mica em grupo
John Dewey e Kurt Lewin
Comportamento Organizacional Estilos de Administração
Abordagem Comportamental Teoria das decisões
Kurt Lewin, Barnard, Homans e Herbert Simon Integração dos objetivos organizacionais e
A partir de 1950 individuais

Desenvolvimento Organizacional Mudança organizacional planejada


Abordagem de sistema aberto
Sistêmica No ambiente Análise ambiental
Ludwig Von Bertalanffy, biólogo alemão (1950) Abordagem de sistema
Contingência No ambiente Administração da tecnologia
(tecnologia) (Imperativo tecnológico)

Funções de administração

• Planejamento, organização, direção e controle

Editora
158
158
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
— Planejamento — Observa as diretrizes do Planejamento Estratégico;
Processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura — Determina objetivos específicos de cada unidade ou depar-
desejada. A organização estabelece num primeiro momento, atra- tamento;
vés de um processo de definição de situação atual, de oportunida- — Médio prazo.
des, ameaças, forças e fraquezas, que são os objetos do processo de
planejamento. O planejamento não é uma tarefa isolada, é um pro- • Planejamento operacional ou chão de fábrica
cesso, uma sequência encadeada de atividades que trará um plano. Baixa complexidade, uma vez que falamos de somente uma
• Ele é o passo inicial; única tarefa, focado no curto ou curtíssimo prazo. Planejamento
• É uma maneira de ampliar as chances de sucesso; mais diário, tarefa a tarefa de cada dia para o alcance dos objetivos.
• Reduzir a incerteza, jamais eliminá-la; Desdobramento minucioso do Planejamento Estratégico.
• Lida com o futuro: Porém, não se trata de adivinhar o futuro; — Observa o Planejamento Estratégico e Tático;
• Reconhece como o presente pode influenciar o futuro, como — Determina ações específicas necessárias para cada atividade
as ações presentes podem desenhar o futuro; ou tarefa importante;
• Organização ser PROATIVA e não REATIVA; — Seus objetivos são bem detalhados e específicos.
• Onde a Organização reconhecerá seus limites e suas compe-
tências; Com a ação de planejar, busca-se:
• O processo de Planejamento é muito mais importante do que • Eficiência: medida do rendimento individual dos componen-
seu produto final (assertiva); tes do sistema. É fazer certo o que está sendo feito. Refere-se à
otimização dos recursos utilizados para a obtenção dos resultados.
Idalberto Chiavenato diz: “Planejamento é um processo de es- • Eficácia: medida do rendimento global do sistema. É fazer
tabelecer objetivos e definir a maneira como alcança-los”. o que é preciso ser feito. Refere-se à contribuição dos resultados
• Processo: Sequência de etapas que levam a um determinado obtidos para alcance dos objetivos globais da empresa.
fim. O resultado final do processo de planejamento é o PLANO; • Efetividade: refere-se à relação entre os resultados alcança-
• Estabelecer objetivos: Processo de estabelecer um fim; dos e os objetivos propostos ao longo do tempo.
• Definir a maneira: um meio, maneira de como alcançar. No setor privado, os conceitos de eficiência, eficácia e efetivi-
dade são assim resumidos por Oliveira (1999):
• Passos do Planejamento
— Definição dos objetivos: O que quer, onde quer chegar. Eficiência
— Determinar a situação atual: Situar a Organização. - fazer as coisas de maneira adequada;
— Desenvolver possibilidades sobre o futuro: Antecipar even- - resolver problemas;
tos. - salvaguardar os recursos aplicados;
— Analisar e escolher entre as alternativas. - cumprir o seu dever; e
— Implementar o plano e avaliar o resultado. - reduzir os custos.

• Vantagens do Planejamento Eficácia


— Dar um “norte” – direcionamento; - fazer as coisas certas;
— Ajudar a focar esforços; - produzir alternativas criativas;
— Definir parâmetro de controle; - maximizar a utilização de recursos;
— Ajuda na motivação; - obter resultados; e
— Auxilia no autoconhecimento da organização. - aumentar o lucro.
— Processo de planejamento
Efetividade
• Planejamento estratégico ou institucional - manter-se no ambiente; e
Estratégia é o caminho escolhido para que a organização possa - apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo
chegar no destino desejado pela visão estratégica. É o nível mais (permanentemente)
amplo de planejamento, focado a longo prazo. É desdobrado no
Planejamento Tático, e o Planejamento Tático é desdobrado no Pla- Eficiência – relação entre o custo e o benefício envolvido na
nejamento Operacional. execução de um procedimento ou na prestação de um serviço.
— Global — Objetivos gerais e genéricos — Diretrizes estratégi- Eficácia – grau de atingimento de uma meta ou dos resultados
cas — Longo prazo — Visão forte do ambiente externo. institucionais da organização.
Efetividade – eliminar ou reduzir sensivelmente o problema
Fases do Planejamento Estratégico: que afeta a sociedade, alcançando a satisfação do cidadão.
— Definição do negócio, missão, visão e valores organizacio-
nais;
— Diagnóstico estratégico (análise interna e externa);
— Formulação da estratégia;
— Implantação;
— Controle.

• Planejamento tático ou intermediário


Complexidade menor que o nível estratégico e maior que o
operacional, de média complexidade e compõe uma abrangência
departamental, focada em médio prazo.

Editora
159
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
• Negócio, Missão, Visão e Valores
Negócio, Visão, Missão e Valores fazem parte do Referencial estratégico: A definição da identidade a organização.
— Negócio = O que é a organização e qual o seu campo de atuação. Atividade efetiva. Aspecto mais objetivo.
— Missão = Razão de ser da organização. Função maior. A Missão contempla o Negócio, é através do Negócio que a organização alcan-
ça a sua Missão. Aspecto mais subjetivo. Missão é a função do presente.
— Visão = Qual objetivo e a visão de futuro. Define o “grande plano”, onde a organização quer chegar e como se vê no futuro, no
destino desejado. Direção mais geral. Visão é a função do futuro.
— Valores = Crenças, Princípios da organização. Atitudes básicas que sem elas, não há negócio, não há convivência. Tutoriza a escolha
das estratégias da organização.

• Análise SWOT
Strenghs – Weaknesses – Opportunities – Threats.

Ou FFOA
Forças – Fraquezas – Oportunidades – Ameaças.

É a principal ferramenta para perceber qual estratégia a organização deve ter.


É a análise que prescreve um comportamento a partir do cruzamento de 4 variáveis, sendo 2 do ambiente interno e 2 do ambiente
externo. Tem por intenção perceber a posição da organização em relação às suas ameaças e oportunidades, perceber quais são as forças
e as fraquezas organizacionais, para que a partir disso, a organização possa estabelecer posicionamento no mercado, sendo elas: Posição
de Sobrevivência, de Manutenção, de Crescimento ou Desenvolvimento. Em que para cada uma das posições a organização terá uma
estratégia definida.
Ambiente Interno: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela tem o poder de controle. Pontos Fortes: Elementos que
influenciam positivamente. Pontos Fracos: Elementos que influenciam negativamente.
Ambiente Externo: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela NÃO tem o poder de controle. Oportunidades: Elementos
que influenciam positivamente. Ameaças: Elementos que influenciam negativamente.

• Matriz GUT
Gravidade + Urgência + Tendência
Gravidade: Pode afetar os resultados da Organização.
Urgência: Quando ocorrerá o problema.
Tendência: Irá se agravar com o passar do tempo.

Determinar essas 3 métricas plicando uma nota de 1-5, sendo 5 mais crítico, impactante e 1 menos crítico e com menos impacto.
Somando essas notas. Levando em consideração o problema que obtiver maior total.

PROBLEMA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA TOTAL


X 1 3 3 7
Y 3 2 1 6

• Ferramenta 5W2H
Ferramenta que ajuda o gestor a construir um Plano de Ação. Facilitando a definição das tarefas e dos responsáveis por cada uma
delas. Funciona para todos os tipos de negócio, visando atingir objetivos e metas.
5W: What? – O que será feito? - Why? Porque será feito? - Where? Onde será feito? - When? Quando será feito? – Who? Quem fará?
2H: How? Como será feito? – How much? Quanto irá custar para fazer?
Não é uma ferramenta para buscar causa de problemas, mas sim elaborar o Plano de Ação.

WHAT WHY WHERE WHEN WHO HOW HOW MUCH


Padronização de Otimizar tempo Coordenação Agosto 2021 João Silva Contratação de 2.500,00
Rotinas Assessoria externa
Sistema de Impedir entrada Setor Compras 20/08/21 Paulo Compra de 4.000,00
Segurança Portaria de pessoas não Santos equipamentos e
Central autorizadas instalação

• Análise competitiva e estratégias genéricas


Gestão Estratégica: “É um processo que consiste no conjunto de decisões e ações que visam proporcionar uma adequação competiti-
vamente superior entre a organização e seu ambiente, de forma a permitir que a organização alcance seus objetivos”.
Michael Porter, Economista e professor norte-americano, nascido em 1947, propõe o segundo grande essencial conceito para a com-
preensão da vantagem competitiva, o conceito das “estratégias competitivas genéricas”.

Editora
160
160
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Porter apresenta a estratégia competitiva como sendo sinôni- • Administração por objetivos
mo de decisões, onde devem acontecer ações ofensivas ou defensi- A Administração por objetivos (APO) foi criada por Peter Du-
vas com finalidade de criar uma posição que possibilite se defender cker que se trata do esforço administrativo que vem de baixo para
no mercado, para conseguir lidar com as cinco forças competitivas cima, para fazer com que as organizações possam ser geridas atra-
e com isso conseguir e expandir o retorno sobre o investimento. vés dos objetivos.
Observa ainda, que há distintas maneiras de posicionar-se es- Trata-se do envolvimento de todos os membros organizacio-
trategicamente, diversificando de acordo com o setor de atuação, nais no processo de definição dos objetivos. Parte da premissa de
capacidade e características da Organização. No entanto, Porter de- que se os colaboradores absorverem a ideia e negociarem os obje-
senha que há três grandes pilares estratégicos que atuarão direta- tivos, estarão mais dispostos e comprometidos com o atingimento
mente no âmbito da criação da vantagem competitiva. dos mesmos.
As 3 Estratégias genéricas de Porter são: Fases: Especificação dos objetivos – Desenvolvimento de pla-
1. Estratégia de Diferenciação: Aumentar o valor – valor é a per- nos de ação – Monitoramento do processo – Avaliação dos resul-
cepção que você tem em relação a determinado produto. Exemplo: tados.
Existem determinadas marcas que se posicionam no mercado com
este alto valor agregado. • Balanced scorecard
2. Estratégia de Liderança em custos: Baixar o preço – preço é Percepção de Kaplan e Norton de que existem bens que são
quanto custo, ser o produto mais barato no mercado. Quanto vai intangíveis e que também precisam ser medidos. É necessário apre-
custar na etiqueta. sentar mais do que dados financeiros, porém, o financeiro ainda faz
3. Estratégia de Foco ou Enfoque: Significa perceber todo o parte do Balanced scorecard.
mercado e selecionar uma fatia dele para atuar especificamente. Ativos tangíveis são importantes, porém ativos intangíveis me-
recem atenção e podem ser ponto de diferenciação de uma organi-
• As 5 forças Estratégicas zação para a outra.
Chamada de as 5 Forças de Porter (Michael Porter) – é uma Por fim, é a criação de um modelo que complementa os dados
análise em relação a determinado mercado, levando em conside- financeiros do passado com indicadores que buscam medir os fato-
ração 5 elementos, que vão descrever como aquele mercado fun- res que levarão a organização a ter sucesso no futuro.
ciona.
1. Grau de Rivalidade entre os concorrentes: com que intensi- • Processo decisório
dade eles competem pelos clientes e consumidores. Essa força ten- É o processo de escolha do caminho mais adequado à organiza-
ciona as demais forças. ção em determinada circunstância.
2. Ameaça de Produtos substitutos: ameaça de que novas tec- Uma organização precisa estar capacitada a otimizar recursos e
nologias venham a substituir o produto ou serviço que o mercado atividades, assim como criar um modelo competitivo que a possibi-
oferece. lite superar os rivais. Julgando que o mercado é dinâmico e vive em
3. Ameaça de novos entrantes: ameaças de que novas organi- constante mudança, onde as ideias emergem devido às pressões.
zações, ou pessoas façam aquilo que já está sendo feito. Para que um negócio ganhe a vantagem competitiva é neces-
4. Poder de Barganha dos Fornecedores: Capacidade negocial sário que ele alcance um desempenho superior. Para tanto, a or-
das empresas que oferecem matéria-prima à organização, poder de ganização deve estabelecer uma estratégia adequada, tomando as
negociar preços e condições. decisões certas.
5. Poder de Barganha dos Clientes: Capacidade negocial dos
clientes, poder de negociar preços e condições. — Organização

• Redes e alianças • Estrutura organizacional


Formações que as demais organizações fazem para que tenham A estrutura organizacional na administração é classificada
uma espécie de fortalecimento estratégico em conjunto. A forma- como o conjunto de ordenações, ou conjunto de responsabilidades,
ção de redes e alianças estratégicas de modo a poder compartilhar sejam elas de autoridade, das comunicações e das decisões de uma
recursos e competências, além de reduzir seus custos. organização ou empresa.
Redes possibilitam um fortalecimento estratégico da organi- É estabelecido através da estrutura organizacional o desenvol-
zação diante de seus concorrentes, sem aumento significativo de vimento das atividades da organização, adaptando toda e qualquer
custos. Permite que a organização dê saltos maiores do que seriam alteração ou mudança dentro da organização, porém essa estrutura
capazes sozinhas, ou que demorariam mais tempo para alcançar in- pode não ser estabelecida unicamente, deve-se estar pronta para
dividualmente. qualquer transformação.
Tipos: Joint ventures – Contratos de fornecimento de longo Essa estrutura é dividida em duas formas, estrutura informal
prazo – Investimentos acionários minoritário – Contratos de forne- e estrutura formal, a estrutura informal é estável e está sujeita a
cimento de insumos/ serviços – Pesquisas e desenvolvimento em controle, porém a estrutura formal é instável e não está sujeita a
conjunto – Funções e aquisições. controle.
Vantagens: Ganho na posição de barganha (negociação) com
seus fornecedores e Aumento do custo de entrada dos potenciais • Tipos de departamentalização
concorrentes em um mercado = barreira de entrada. É uma forma de sistematização da estrutura organizacional,
visa agrupar atividades que possuem uma mesma linha de ação
com o objetivo de melhorar a eficiência operacional da empresa.
Assim, a organização junta recursos, unidades e pessoas que te-
nham esse ponto em comum.

Editora
161
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Quando tratamos sobre organogramas, entramos em conceitos Aqui, pensando em uma organização Multinacional, pressu-
de divisão do trabalho no sentido vertical, ou seja, ligado aos níveis pondo-se que há uma filial em Israel e outra no Brasil. Obviamen-
de autoridade e hierarquia existentes. Quando falamos sobre de- te, os interesses, hábitos e costumes de cada povo justificarão que
partamentalização tratamos da especialização horizontal, que tem cada filial tenha suas especificidades, exatamente para atender a
relação com a divisão e variedade de tarefas. cada povo. Assim, percebemos que, dentro de cada filial nacional,
poderão existir subdivisões, para atender às diferentes regiões de
• Departamentalização funcional ou por funções: É a forma cada país, com seus costumes e desejos. Como cada filial estará
mais utilizada dentre as formas de departamentalização, se tratan- estabelecida em uma determinada região geográfica e as filiais es-
do do agrupamento feito sob uma lógica de identidade de funções tarão focadas em atender ao público dessa região. Logo, provavel-
e semelhança de tarefas, sempre pensando na especialização, agru- mente haverá dificuldade em conciliar os interesses de cada filial
pando conforme as diferentes funções organizacionais, tais como geográfica com os objetivos gerais da empresa.
financeira, marketing, pessoal, dentre outras.
Vantagens: especialização das pessoas na função, facilitando a • Departamentalização por projetos: Os departamentos são
cooperação técnica; economia de escala e produtividade, mais indi- criados e os recursos alocados em cada projeto da organização.
cada para ambientes estáveis. Exemplo (construtora): pode dividir sua organização em torno das
Desvantagens: falta de sinergia entre os diferentes departa- construções “A”, “B” e “C”. Aqui, cada projeto tende a ter grande
mentos e uma visão limitada do ambiente organizacional como um autonomia, o que viabiliza a melhor consecução dos objetivos de
todo, com cada departamento estando focado apenas nos seus pró- cada projeto.
prios objetivos e problemas. Vantagem: grande flexibilidade, facilita a execução do projeto e
proporciona melhores resultados.
• Por clientes ou clientela: Este tipo de departamentalização Desvantagem: as equipes perdem a visão da empresa como
ocorre em função dos diferentes tipos de clientes que a organização um todo, focando apenas no seu projeto, duplicação de estruturas
possui. Justificando-se assim, quando há necessidades heterogêne- (sugando mais recursos), e insegurança nos empregados sobre sua
as entre os diversos públicos da organização. Por exemplo (loja de continuidade ou não na empresa quando o projeto no qual estão
roupas): departamento masculino, departamento feminino, depar- alocados se findar.
tamento infantil.
Vantagem: facilitar a flexibilidade no atendimento às deman- • Departamentalização matricial
das específicas de cada nicho de clientes. Também é chamada de organização em grade, e é uma mistu-
Desvantagens: dificuldade de coordenação com os objetivos ra da departamentalização funcional (mais verticalizada), com uma
globais da organização e multiplicação de funções semelhantes outra mais horizontalizada, que geralmente é a por projetos.
nos diferentes departamentos, prejudicando a eficiência, além de Nesse contexto, há sempre autoridade dupla ou dual, por res-
poder gerar uma disputa entre as chefias de cada departamento ponder ao comando da linha funcional e ao gerente da horizontal.
diferente, por cada uma querer maiores benefícios ao seu tipo de Assim, há a matricial forte, a fraca e a equilibrada ou balanceada:
cliente. • Forte – aqui, o responsável pelo projeto tem mais autoridade;
• Fraca – aqui, o gerente funcional tem mais autoridade;
• Por processos: Resume-se em agregar as atividades da orga- • Equilibrada ou Balanceada – predomina o equilíbrio entre os
nização nos processos mais importantes para a organização. Sendo gerentes de projeto e funcional.
assim, busca ganhar eficiência e agilidade na produção de produ- Porém, não há consenso na literatura se a departamentalização
tos/serviços, evitando o desperdício de recursos na produção orga- matricial de fato é um critério de departamentalização, ou um tipo
nizacional. É muito utilizada em linhas de produção. de estrutura organizacional.
Vantagem: facilita o emprego de tecnologia, das máquinas e
equipamentos, do conhecimento e da mão-de-obra e possibilita um Desvantagens: filiais, ou projetos, possuírem grande autono-
melhor arranjo físico e disposição racional dos recursos, aumentan- mia para realizar seu trabalho, dificultando o processo administra-
do a eficiência e ganhos em produtividade. tivo geral da empresa. Além disso, a dupla subordinação a que os
empregados são submetidos pode gerar ambiguidade de decisões
• Departamentalização por produtos: A organização se estru- e dificuldade de coordenação.
tura em torno de seus diferentes tipos de produtos ou serviços.
Justificando-se quando a organização possui uma gama muito va- • Organização formal e informal
riada de produtos que utilizem tecnologias bem diversas entre si, Organização formal trata-se de uma organização onde duas ou
ou mesmo que tenham especificidades na forma de escoamento da mais pessoas se reúnem para atingir um objetivo comum com um
produção ou na prestação de cada serviço. relacionamento legal e oficial. A organização é liderada pela alta ad-
Vantagem: facilitar a coordenação entre os departamentos en- ministração e tem um conjunto de regras e regulamentos a seguir.
volvidos em um determinado nicho de produto ou serviço, possibi- O principal objetivo da organização é atingir as metas estabeleci-
litando maior inovação na produção. das. Como resultado, o trabalho é atribuído a cada indivíduo com
Desvantagem: a “pulverização” de especialistas ao longo da or- base em suas capacidades. Em outras palavras, existe uma cadeia
ganização, dificultando a coordenação entre eles. de comando com uma hierarquia organizacional e as autoridades
são delegadas para fazer o trabalho.
• Departamentalização geográfica: Ou departamentalização Além disso, a hierarquia organizacional determina a relação
territorial, trata-se de critério de departamentalização em que a lógica de autoridade da organização formal e a cadeia de coman-
empresa se estabelece em diferentes pontos do país ou do mun- do determina quem segue as ordens. A comunicação entre os dois
do, alocando recursos, esforços e produtos conforme a demanda membros é apenas por meio de canais planejados.
da região.
Editora
162
162
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Tipos de estruturas de organização formal:
— Organização de Linha PROCESSO DECISÓRIO: TIPOS DE DECISÕES; DECISÃO RA-
— Organização de linha e equipe CIONAL; HEURÍSTICAS; FERRAMENTAS DE APOIO À DECI-
— Organização funcional SÃO
— Organização de Gerenciamento de Projetos
— Organização Matricial
Organização informal refere-se a uma estrutura social interliga- Nos dias de hoje, com a competitividade cada vez mais acir-
da que rege como as pessoas trabalham juntas na vida real. É pos- rada entre as organizações, a todo momento necessitamos tomar
sível formar organizações informais dentro das organizações. Além decisões sempre que estamos diante de um problema que apresen-
disso, esta organização consiste em compreensão mútua, ajuda e ta mais de uma alternativa de solução. Mesmo quando possuímos
amizade entre os membros devido ao relacionamento interpessoal uma única opção para solucioná-lo, poderemos ter a alternativa de
que constroem entre si. Normas sociais, conexões e interações go- adotar ou não essa opção.
vernam o relacionamento entre os membros, ao contrário da orga- O processo de escolher o caminho mais adequado para a em-
nização formal. presa, naquela circunstância, também é conhecido como tomada
Embora os membros de uma organização informal tenham res- de decisão.
ponsabilidades oficiais, é mais provável que eles se relacionem com
seus próprios valores e interesses pessoais sem discriminação. Os administradores devem ter como objetivo em suas tomadas
A estrutura de uma organização informal é plana. Além disso, de decisão:
as decisões são tomadas por todos os membros de forma coleti- • minimizar perdas;
va. A unidade é a melhor característica de uma organização infor- • maximizar ganhos; e
mal, pois há confiança entre os membros. Além disso, não existem • alcançar uma situação em que, comparativamente, o gestor
regras e regulamentos rígidos dentro das organizações informais; julgue que haverá um ganho entre o estado em que se encontra a
regras e regulamentos são responsivos e adaptáveis ​​às mudanças. organização e o estado em que irá se encontrar depois de imple-
Ambos os conceitos de organização estão inter-relacionados. mentada a decisão.
Existem muitas organizações informais dentro de organizações for-
mais, portanto, eles são mutuamente exclusivos. Para que se tome a melhor decisão em determinadas situações
de problema, cabe à pessoa que vai tomar a decisão elaborar to-
das as alternativas possíveis sobre o problema em questão, visan-
O PROCESSO ADMINISTRATIVO do escolher o melhor caminho para otimizar a opção pela qual se
decidiu, possibilitando à empresa crescer e desenvolver-se nesse
contexto de competitividade tão agressiva.
O processo administrativo diz respeito às atividades da Admi-
nistração Pública que tem o propósito de atingir objetivos especí- O que significa decidir
ficos previstos por lei. Isso ocorre para que ações do Estado sejam • “Tomar decisões é o processo de escolher uma dentre um
regulares, uniformes e fundamentadas em princípios legais. O pro- conjunto de alternativas.”(Caravantes)
cesso administrativo age, então como um incentivador do Estado • “Uma decisão pode ser descrita, de forma simplista, como
para que ele aplique a e aja guiado por ela. uma escolha entre alternativas ou possibilidades com o objetivo de
Regulado pela Lei nº 9.784/99, chamada de Lei de Processo Ad- resolver um problema ou aproveitar uma oportunidade.” (Sobral).
ministrativo (LPA), o processo administrativo é a maneira pela qual • “A tomada de decisão ocorre em reação a um problema, isto
o Poder Público administra e decide em questões pública a fim de é, existe uma discrepância entre o estado atual das coisas e o esta-
permanecer existindo. O processo administrativo organiza as ações do desejável que exige uma consideração sobre cursos de ação al-
do Estado de modo que suas decisões sejam coerentes e padroni- ternativos. (...) O conhecimento sobre a existência de um problema
zadas. e sobre a necessidade de uma decisão depende da percepção da
O objetivo do processo administrativo é a tomada de decisões pessoa.” (Robbins).
administrativas do Poder Público. Sem este recurso, as ações de ór- • “(...) Embora tudo aquilo que um administrador faz envolva
gãos, instituições, entidades e autoridades do Estado correm o risco a tomada de decisões, isso não significa que todas as decisões se-
de não serem arbitrárias sequer organizadas, pois não há a valida- jam complexas e demoradas. Naturalmente, as decisões estratégi-
ção da lei. Esta específica lei delimita o funcionamento dos proce- cas têm mais visibilidade, mas os administradores tomam muitas
dimentos administrativos do Estado, especificando cada função e pequenas decisões todos os dias. Aliás, quase sempre as decisões
cada órgão para cada finalidade, a fim de garantir o bem da nação. gerenciais são de rotina. No entanto, é o conjunto dessas decisões
que permite à organização resolver problemas, aproveitar oportu-
nidades e, com isso, alcançar seus objetivos.” (Sobral)
ORGANIZAÇÃO: PRINCÍPIOS DE ORGANIZAÇÃO; ESTRU-
TURA ORGANIZACIONAL; DEPARTAMENTALIZAÇÃO; CEN- Administrar é, em última análise, tomar decisões.
TRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO Para atingir os resultados organizacionais de forma eficiente e
eficaz, é preciso fazer escolhas.
Qual o negócio da organização? Qual estratégia vai ser utiliza-
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado da? Qual tecnologia vai ser empregada? Que fonte de recursos fi-
em tópicos anteriores. nanceiros vai ser utilizada? A máquina será comprada ou alugada?
Estas e inúmeras outras perguntas precisam ser respondidas duran-
te a gestão de uma organização. Para respondê-las é preciso fazer
escolhas, é preciso decidir!
Editora
163
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Técnicas de análise e solução de problemas
O MASP — Método de Análise e Solução de Problemas é um método gerencial que é utilizado para a criação, manutenção ou melhoria
de padrões. É uma metodologia para se manter e controlar a qualidade, e deve ser de amplo conhecimento de todos, ou seja, deve ser
dominada por todas as partes envolvidas dentro de uma organização.
Esse método apresenta duas grandes vantagens:
• permite a solução de problemas de modo eficaz;
• permite que os indivíduos de uma organização se capacitem de maneira a solucionar os problemas que sejam de sua responsabili-
dade.

O MASP é um caminho ordenado, composto de passos e subpassos pré-definidos para a escolha de um problema, análise de suas
causas, determinação e planejamento de um conjunto de ações que consistem uma solução, verificação do resultado da solução e reali-
mentação do processo para a melhoria do aprendizado e da própria forma de aplicação em ciclos posteriores.
Partindo também do pressuposto de que em toda solução há um custo associado, a solução que se pretende descobrir é aquela que
maximize os resultados, minimizando os custos envolvidos. Há, portanto, um ponto ideal para a solução, em que se pode obter o maior
benefício para o menor esforço, o que pode ser definido como decisão ótima (BAZERMAN).
A construção do MASP como método destinado a solucionar problemas dentro das organizações passou pela idealização de um con-
ceito, o ciclo PDCA, para incorporar um conjunto de ideias inter-relacionadas que envolve a tomada de decisões, a formulação e compro-
vação de hipóteses, a objetivação da análise dos fenômenos, dentre outros, o que lhe confere um caráter sistêmico.
Embora o MASP derive do ciclo PDCA, é importante que não se confunda os dois métodos, pois: O MASP é um método eficaz, ele
procura resolver problemas de forma rápida e objetiva e com menor custo a empresa, ou seja, é um método que tem como característica
a racionalidade utilizando lógica e dados.
O MASP é formado por oito etapas:

1. Identificação do problema
A identificação do problema é a primeira etapa do processo de melhoria em que o MASP é empregado. Se feita de forma clara e crite-
riosa pode facilitar o desenvolvimento do trabalho e encurtar o tempo necessário à obtenção do resultado.
A identificação do problema tem pelo menos duas finalidades: (a) selecionar um tópico dentre uma série de possibilidades, concen-
trando o esforço para a obtenção do maior resultado possível; e (b) aplicar critérios para que a escolha recaia sobre um problema que
mereça ser resolvido.

O que é um problema?
Não é fácil explicar precisamente o que é um problema, mas, de maneira geral, podemos dizer que é uma questão que nos propomos
resolver. Perceba que solucionar um problema não significa, necessariamente, ter-se um método para solucioná-lo.

Editora
164
164
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Exemplo: ção das causas deve ser feita de maneira “científica” o que consiste
– Uma pessoa enfrenta problemas para alcançar certos objeti- da utilização de ferramentas da qualidade, informações, fatos e da-
vos e não sabe que ações deve tomar para conseguir solucioná-los. dos que deem ao processo um caráter objetivo.
Então, ao resolver um problema identificamos os seguintes Essa etapa consiste em fazer uma análise das perdas que estão
componentes: ocorrendo, que estão sendo causadas pelo problema em questão,
• um objetivo a ser alcançado; assim como os potenciais ganhos que o MASP pode trazer. O item
• um conjunto de ações pré-pensadas para resolvê-lo; e “quanto” da fase anterior pode subsidiar a presente. Falconi afirma
• a situação inicial do problema. que nesta fase se deve responder, basicamente, a duas coisas: o
que se está perdendo e o que é possível ganhar.
Outro exemplo: Lembramos que quando nos referirmos a perdas de natureza
Imaginemos uma produção de parafusos. Considera-se normal qualitativa temos grande dificuldade para medir seu custo para a
a existência de 10 defeitos por milhão de parafusos fabricados. Ad- organização ou até mesmo podemos dizer que isso seja impossível.
mite-se a ocorrência de um problema apenas quando for consta- Quais podem ser os custos do aumento do número de ocorrên-
tado um número de defeitos que ultrapasse a razão de mais de 10 cias de reclamações dos clientes? Quais serão os custos para a ima-
parafusos defeituosos por milhão produzido. gem da organização, provocados pela perda de credibilidade em de-
corrência de algum defeito existente em um determinado produto?
Nesse sentido, um problema é sempre um resultado indese-
jável (Falconi), mas geralmente a solução implica o retorno a um Passos da Etapa 3 –
desempenho anterior aceitável. Análise
Na abordagem do autor Maximiano, “um problema é uma si- - Levantamento das variáveis que influenciam no problema
tuação que exige uma decisão ou solução, e para tanto oferece um - Escolha das causas mais prováveis (hipóteses)
conjunto de possibilidades, entre as quais é necessário escolher - Coleta de dados nos processos
uma ou mais”. Na abordagem desse autor, os problemas podem ser - Análise das causas mais prováveis; confirmação das hipóteses
caracterizados por: - Teste de consistência da causa fundamental
(a) diferença entre situação real e ideal; - Foi descoberta a causa fundamental?
(b) situação adversa;
(c) missões e objetivos; 2. Plano de Ação
(d) situação que oferece escolhas; Uma vez que as verdadeiras causas do problema foram iden-
(e) obstáculos ao tentar atingir metas; e tificadas, ou pelo menos as causas mais relevantes entre várias, as
(f) desvios do comportamento esperado. formas de eliminá-las devem então ser encontradas Para Hosotani
esta etapa consiste em definir estratégias para eliminar as verda-
Passos da Etapa 1 – deiras causas do problema identificadas pela análise e então trans-
Identificação do problema formar essas estratégias em ação. Conforme a complexidade do
- Identificação dos problemas mais comuns processo em que o problema se apresenta, é possível que possa
- Levantamento do histórico dos problemas existir um conjunto de possíveis soluções. As ações que eliminam as
- Evidência das perdas existentes e ganhos possíveis causas devem, portanto, ser priorizadas, pois somente elas podem
- Escolha do problema evitar que o problema se repita novamente.
- Formar a equipe e definir responsabilidades
- Definir o problema e a meta Passos da Etapa 4:
Plano de ação
2. Observação - Definir estratégia de ação.
A observação do problema é a segunda etapa do MASP e con- - Elaborar plano de ação.
siste averiguar as condições em que o problema ocorre e suas ca-
racterísticas específicas do problema sob uma ampla gama de pon- Essa fase consiste no estabelecimento de metas a atingir, isto
tos de vista. é, elas devem ser alcançadas com o método MASP. Na maioria dos
O ponto preponderante da etapa de Observação é coletar in- MASPs de manutenção, o objetivo é, de maneira geral, o retorno às
formações que podem ser úteis para direcionar um processo de condições ideais anteriores à ocorrência do problema.
análise que será feito na etapa posterior. Kume compara esta etapa
com uma investigação criminal observando que “os detetives com- 3.Ação
parecem ao local do crime e investigam cuidadosamente o local Na sequência da elaboração do plano de ação, está o desen-
procurando evidências” o que se assemelha a um pesquisador ou volvimento das tarefas e atividades previstas no plano. Esta etapa
equipe que buscam a solução para um problema. do MASP consiste em nomear os responsáveis pela sua execução,
iniciando-se por meio da comunicação do plano com as pessoas en-
1. Análise volvidas, passando pela execução propriamente dita, e terminando
A etapa de análise é aquela em que serão determinadas as com o acompanhamento dessas ações para verificar se sua execu-
principais causas do problema. Se não identificamos claramente as ção foi feita de forma correta e conforme planejado.
causas provavelmente serão perdidos tempo e dinheiro em várias
tentativas infrutíferas de solução. Por isso ela é a etapa mais impor- Passos da Etapa 5 –
tante do processo de solução de problemas. Para Kume a análise se Ação
compõe de duas grandes partes que é a identificação de hipóteses e - Divulgação e alinhamento
o teste dessas hipóteses para confirmação das causas. A identifica- - Execução das ações
- Acompanhamento das ações
Editora
165
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
4. Verificação Passos da Etapa 8 –
Essa etapa do MASP representa a fase de check do ciclo PDCA Conclusão
e consiste na coleta de dados sobre as causas, sobre o efeito final - Identificação dos problemas remanescentes
(problema) e outros aspectos para analisar as variações positivas e - Planejamento das ações antirreincidência
negativas possibilitando concluir pela efetividade ou não das ações - Balanço do aprendizado
de melhoria (contramedidas). É nesta etapa que se verifica se as - Concluir MASP e elaborar relatório sobre o mesmo.
expectativas foram satisfeitas, possibilitando aumento da autoesti-
ma, crescimento pessoal e a descoberta do prazer e excitação que O MASP é um método que permanece atual e em prática con-
a solução de problemas pode proporcionar às pessoas (HOSOTANI). tínua, resistindo às ondas do modismo, incluindo aí a da Gestão da
Qualidade Total, sendo aplicado regularmente até progressivamen-
Parker observa que “nenhum problema pode ser considerado te por organizações de todos os portes e ramos.
resolvido até que as ações estejam completamente implantadas,
ela esteja sob controle e apresente uma melhoria em performan- FATORES QUE AFETAM A DECISÃO
ce”. Assim, o monitoramento e medição da efetividade da solução
implantada são essenciais por um período de tempo para que haja
confiança na solução adotada. Hosotani também enfatiza este pon-
to ao afirmar que os resultados devem ser medidos em termos nu-
méricos, comparados com os valores definidos e analisados usando
ferramentas da qualidade para ver se as melhorias prescritas foram
ou não atingidas.

Passos da Etapa 6 –
Verificação
- Comparar resultados obtidos com os previstos.
- Listar efeitos colaterais não previstos.
- Verificar nível do bloqueio observado (grau de eficácia do pla-
no de ação)

5. Padronização
Uma vez que as ações de bloqueio ou contramedidas tenham
sido aprovadas e satisfatórias para o alcance dos objetivos ela po-
dem ser instituídas como novos métodos de trabalho. De acordo
com Kume existem dois objetivos para a padronização. Primeiro,
afirma o autor, sem padrões o problema irá gradativamente retor-
nar à condição anterior, o que levaria à reincidência. Segundo, o
problema provavelmente acontecerá novamente quando novas
pessoas (empregados, transferidos ou temporários) se envolverem
com o trabalho. A preocupação neste momento é, portanto, a rein-
cidência do problema, que pode ocorrer pela ação ou pela falta da
ação humana. A padronização não se faz apenas por meio de docu- São inúmeros os fatores que afetam a decisão, tais como custos
mentos. Os padrões devem ser incorporados para se tornar “uma envolvidos, fatores políticos, objetivos, riscos que podem ser assu-
dos pensamentos e hábitos dos trabalhadores” (KUME), o que inclui midos, tempo disponível para decidir, quantidade de informações
a educação e o treinamento. disponíveis, viabilidade das soluções, autoridade e responsabilida-
de do tomador de decisão, estrutura de poder da organização etc.
Passos da Etapa 7 –
Padronização Chiavenato destaca três condições sob as quais a decisão pode
- Elaboração ou alteração de documentos ser tomada:
- Registro e comunicação
- Definir mudanças que devem ser incorporadas ao Procedi-
mento Padrão Operacional — PPO.
- Revisar padrão (Modificar / Comunicar).
- Treinar pessoal (no PPO revisado).
- Comunicação clara e adequada dos motivos do treinamento.
- Auditar cumprimento do padrão

6. Conclusão
A etapa de Conclusão fecha o método de análise e solução de
problemas. Os objetivos da conclusão são basicamente rever todo
o processo de solução de problemas e planejar os trabalhos futuros.
Parker reconhece a importância de fazer um balanço do aprendi-
zado, aplicar a lições aprendidas em novas oportunidades de me-
lhoria.
Editora
166
166
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Certeza: É a situação em que temos sob controle todos os fato- As decisões não programadas ou não estruturadas são neces-
res que afetam a tomada de decisão. Sabemos quais são os riscos e sárias em situações em que as decisões programadas não conse-
probabilidades de ocorrência de eventos, temos informações sobre guem resolver.
custos, sabemos quais são os fatores potencializadores e restrito- Quando nos referimos a decisões não programadas nos referi-
res, temos estudos de viabilidade das alternativas etc. mos àquelas que resultam de problemas que não são bem compre-
Risco: É a situação em que sabemos a probabilidade de ocor- endidos, são “pobres” de estruturação, tendem a ser singulares e
rência de um evento, mas que tomamos diferentes decisões, de não se prestam aos procedimentos sistêmicos ou rotineiros.
acordo com os riscos que estamos dispostos a assumir. São situações inesperadas, que a organização está enfrentando
Incerteza: Situação em que o tomador de decisão tem pouca pela primeira vez e que admitem diferentes formas de resolução,
ou nenhuma informação a respeito da probabilidade de ocorrência cada uma com suas vantagens e desvantagens.
de cada evento futuro.
Estas situações exigem uma análise mais profunda, um diag-
Tipos de decisões nóstico para o perfeito entendimento do problema até a tomada
Maximiano ensina que uma decisão é uma escolha entre alter- de decisão que vai levar à ação. Por este motivo são mais comuns
nativas ou possibilidades. no nível institucional ou estratégico da organização, no topo da pi-
As decisões são escolhas necessárias para a resolução de pro- râmide hierárquica.
blemas ou aproveitamento de oportunidades, sejam elas relativas a Os problemas que exigem esse tipo de decisões serão solucio-
aspectos operacionais, como comprar ou alugar uma máquina, ou nados a partir da habilidade dos gerentes em tomar decisões, já
estratégicos, como entrar ou não no mercado internacional. que não existem soluções rotineiras.
Todos sabemos que o tipo e a qualidade de decisões tomadas Como exemplo, podemos citar os gerentes, principalmente
nas organizações afetam todo o seu contexto, podendo influencia- nos níveis mais altos da organização, que muitas vezes necessitam
restratégias organizacionais, políticas ou até mesmo uma determi- tomar decisões não programadas durante o curso de definição de
nada parcela da sociedade onde elas estejam inseridas. metas e estratégias de uma empresa e em suas atividades diárias.
Por essa razão, ao longo do tempo, os gestores vêm se apoian- Em muitas ocasiões eles utilizam sua própria experiência na solução
do em diversos fatores para que a tomada de decisão seja o mais desse tipo de problema, procurando princípios e soluções que pos-
assertiva possível e o tomador de decisão possa estar mais seguro sam ser aplicados à situação, mas sempre levando em consideração
diante de possíveis e prováveis problemas que possam surgir. que as metodologias de solução de problemas passados podem não
ser aplicáveis no caso em questão.
De maneira geral, podemos dizer que os gestores, no momen-
to da tomada de decisão, poderão se defrontar com dois tipos de Pelo fato de as decisões não programadas serem tão importan-
situação que, de acordo com sua natureza, terão e abordagem dife- tes para as empresas e tão comuns para a gerência, a eficiência de
rente para se alcançar as soluções adequadas. um gerente muitas vezes será julgada de acordo com a qualidade de
O processo de tomar decisões, ou processo decisório, se com- sua tomada de decisão.
põe de uma sequência de etapas, que vão da identificação da ques-
tão a ser resolvida até a ação, quando uma alternativa de solução é Também há tipos de decisão quanto ao nível organizacional em
colocada em prática. que ela é tomada. Assim, decisões estratégicas são aquelas mais
amplas, referentes à organização como um todo e sua relação com
As decisões nas organizações se dividem em duas categorias o ambiente. São tomadas nos níveis mais altos da hierarquia e pos-
principais: as programadas e as não programadas. suem consequências de longo prazo.
Podemos considerar decisões programadas aquelas que toma- As decisões táticas ou administrativas são tomadas nos níveis
mos quando percebemos os problemas como bem compreendidos, das unidades organizacionais ou departamentos.
altamente estruturados, rotineiros, repetitivos e para cuja solução Decisões operacionais, por sua vez, são aquelas tomadas no
podemos utilizar procedimentos e regras sistemáticos. Essas deci- dia-a-dia, relacionadas a tarefas e aspectos cotidianos da realida-
sões são sempre semelhantes. de organizacional. Vimos, nos elementos da decisão, a definição de
As decisões programadas ou estruturadas compõem o acervo, tomador da decisão. Maximiano nos ensina uma outra tipologia,
o estoque de soluções armazenadas pela organização, com base referente a quem é o tomador de decisões:
nas experiências anteriores por que passou. Decisões autocráticas: São decisões tomadas sem discussões,
São utilizadas, portanto, para resolver problemas que já foram acordos e debates. O tomador de decisão deve ser um gerente ou
enfrentados antes e que possuem um comportamento semelhante. alguém com responsabilidade e autoridade para tal. É uma forma
Para estes tipos de problemas, não há necessidade de criação rápida de tomada de decisão e não deve ser questionada. Muitas
de alternativas de solução e escolha da mais adequada. Basta seguir vezes, são decisões de cunho estritamente técnico.
as ações que já foram exercidas com sucesso nas ocasiões anterio- Decisões compartilhadas: São aquelas decisões tomadas de
res. Por este motivo, são mais comuns no nível operacional, na base forma compartilhada, entre gerente e equipe. Têm características
da pirâmide hierárquica. marcantes, tais como o debate, participação e busca de consenso.
Como exemplo, podemos citar uma situação de incêndio, onde Podem ser consultivas, quando a decisão é tomada após a consul-
já há um roteiro de etapas a serem seguidas, já se sabe qual ca- ta,ou participativa, quando a decisão é tomada de forma conjunta.
minho os ocupantes de cada andar do prédio devem seguir, pois Decisões delegadas: “São tomadas pela equipe ou pessoa que
todo o estudo da melhor rota de fuga já foi feito com antecedência. recebeu poderes para isso. As decisões delegadas não precisam ser
Esses são exemplos de decisões programadas, pois são repetitivas aprovadas ou revistas pela administração. A pessoa ou grupo assu-
e rotineiras. me plena responsabilidade pelas decisões, tendo para isso a infor-
Por este motivo, são mais comuns no nível operacional, na base mação, a maturidade, as qualificações e as atitudes suficientes para
da pirâmide hierárquica. decidir da melhor maneira possível”.
Editora
167
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Identificamos ainda, dentro do conceito de elementos da de- É a área que estuda a previsão, explicação, modificação e en-
cisão o item de: tendimento do comportamento humano e os processos mentais
dos indivíduos em relação ao seu trabalho dentro da organização.
Certeza, risco e incerteza Tem grande relação com a Psicologia Organizacional e do trabalho,
Podemos chamar de incerteza aquela situação que, muitas ve- se tornando uma fonte importante para a Administração e para a
zes, se configura por existirem informações insuficientes e dúbias Gestão de Pessoas, pois passa-se a compreender melhor a relação
para os tomadores de decisão. Isso certamente inviabiliza a clareza entre o indivíduo, o trabalho e as entidades organizacionais.
das alternativas e traz consigo riscos inerentes, fazendo com que a Baseia-se nas relações internas e externas, e que as forças psi-
decisão tomada se torne mais difícil de ser operacionalizada. cológicas que atuam sobre o indivíduo nesse contexto, estão ligadas
Mas, para escolher a alternativa mais eficaz, além de ser neces- também aos grupos e a própria organização.
sário identificar claramente qual é o problema e de se ter em mão-
sinformações de qualidade, o gestor precisa possuir também um • Objetos de estudo:
conhecimento aprofundado do mercado em que atua, conhecendo 1. Impacto do emprego na vida humana (o quanto que esse
seus concorrentes e a capacidade organizacional deles. É assim que elemento interfere na sua satisfação, felicidade, convivência com
são geridas empresas bem estruturadas e administradas. Esse gru- a família);
po é composto especialmente pelas organizações de grande porte. 2. Relação entre as pessoas e grupos dentro de um contexto
É importante que o gestor decida com rapidez e que reduza de trabalho (contexto diferente da vida particular de casa, família,
a incerteza. Agindo assim poderá planejar de maneira estratégica escola);
possíveis ações futuras que poderão dar à sua empresa vantagem 3. Percepções, crenças e atitudes do indivíduo com relação ao
competitiva em relação às concorrentes. trabalho (como as pessoas enxergam a organização, o seu papel
• decisão em condições de certeza – ocorre quando há total co- dentro das relações que ela desenvolve e quanto essas questões se
nhecimento de todos os estados da natureza do processo decisório. tornam significativas para vida do indivíduo);
4. Desempenho e produtividade (que fatores levam ao maior
Chamamos de certeza saber 100% sobre a situação que está produtividade e desempenho, como pode-se influenciar nisso);
ocorrendo no instante em que se está tomando a decisão. 5. Saúde no trabalho (como as organizações afetam a saúde do
• decisão em condições de risco – ocorre quando não são co- indivíduo e como pode-se minimizar o impacto das suas atividades
nhecidas as probabilidades associadas a cada um dos estados da nessa questão);
natureza do processo decisório. 6. Ética nas relações de trabalho (o quanto as relações inter-
nas, de poder e de subordinação levam em consideração questões
A situação é pouco conhecida. Para a tomada de decisão em morais);
condições de risco, a certeza irá variar entre 0% e 100%. Sob con- 7. Diversidade da força de trabalho (questões de gênero, raça
dições de risco, o gestor utiliza a experiência pessoal, sua intuição e credo);
ou informações secundárias para mensurar as chances de acerto de 8. Ações ou comportamentos do indivíduo dentro desse con-
alternativas ou resultados. texto (aprendizagem, cultura organizacional, poder, grupos e equi-
• decisão em condições de incerteza ou em condições de igno- pes, liderança, motivação, comprometimento, bem como as causas
rância – ocorre quando não se obtiveram informações e dados so- e consequências dessas ações).
bre as circunstâncias do processo decisório ou em relação à parcela
dessa situação. Para decidir numa situação dessas deve-se recorrer O comportamento organizacional é fundamental para os ges-
à intuição e à criatividade. tores e para a Gestão de Pessoas, propiciando todo o conjunto de
• decisão em condições de competição ou em condições de ferramentas para facilitar as decisões relacionadas a Gestão de Pes-
conflito – ocorre quando a estratégia e a situação em si do processo soas e Administração, bem como a vida diária dos gestores.
de tomada de decisão são determinadas pela ação de competido-
res. Quando ocorre de um gestor, ao tomar uma decisão, prever Abordagem Sistêmica
que não haverá nenhum resultado não previsto, classificamos essa A partir do ano de 1950, muitas das teorias começaram a apare-
decisão como uma decisão programada.1 cer paralelamente, entre elas nasce a abordagem sistêmica. Ludwig
Von Bertalanffy, biólogo alemão, coordenava um estudo interdisci-
plinar a fim de transcender problemas existentes em cada ciência e
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: CULTURA ORGA- proporcionar princípios gerais. Princípios esses que darão a visão de
NIZACIONAL; MOTIVAÇÃO; LIDERANÇA; COMUNICAÇÃO; uma organização como organismo, ensinando quatro princípios im-
EQUIPES DE TRABALHO portantes que devem ser pensados dentro das organizações. Nasce
a Teoria Geral dos Sistemas
— Visão Totalizante;
Teoria Comportamental – Desdobramentos — Visão Expansionista;
• É possível a integração das necessidades individuais de auto — Visão Sistêmica;
expressão com os requisitos de uma organização; — Visão Integrada;
• As organizações que apresentam alto grau de integração en-
tre objetivos individuais e organizacionais são mais produtivas; • Características da abordagem sistêmica
• Ao invés de reprimir o desenvolvimento e o potencial do indi- — Expansionismo: Tem a ideia totalmente contrária ao Redu-
víduo, as organizações podem contribuir para sua melhor aplicação. cionismo, significa dizer que o desempenho de um sistema menor,
• Comportamento Organizacional depende de como ele interage com o todo maior que o envolve e
do qual faz parte.
1Por Aberlardo Neves / Fonte: www.sandrow.ecn.br
Editora
168
168
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
— Pensamento Sintético: É o fenômeno visto como parte de
um sistema maior e é explicado em termos do papel que desem-
penha nesse sistema maior. Juntando as coisas e não as separando.
Há uma coordenação com as demais variáveis, em que as trocas das
partes de um todo estão completamente ajustadas. Verificando-se
assim, o comportamento de cada parte no todo.
— Teleologia: A lógica sistêmica procura entender a inter-rela-
ção entre as diversas variáveis de um campo de forças que atuam
entre si. O todo é diferente de cada uma das suas partes.

Exemplo: o indivíduo é o que é pelo meio onde nasceu, pela


educação que recebeu, pela forma de relacionamentos e cultura
que conviveu. Existe grandes diferenças entre os indivíduos devido Liderança
às influências que sofreram ao longo da vida e é isso que a Teoria Fenômeno social, depende da relação das pessoas. Aspecto
Geral de Sistemas vai procurar explicar, o indivíduo é produto do ligado a relação dos indivíduos. Capacidade de exercer liderança
meio em que vive, não está sozinho e isolado, tudo está fortemente – influência: fazer com que as pessoas façam aquilo que elas não
conectado. fariam sem a presença do líder. Importante utilização do poder para
• Os sistemas existem dentro de sistemas (uma pequena parte, influenciar o comportamento de outras pessoas, ocorrendo em
faz parte de um todo maior); uma dada situação.
• Os sistemas são abertos (intercambio com o todo); — Liderança precisa de pessoas.
• As funções de um sistema dependem de sua estrutura (pes- — Influência: capacidade de fazer com que o indivíduo mude
soas, recursos, do meio onde está). de comportamento.
— Poder: que não está relacionado ao cargo, pode ser por via
• Cultura organizacional informal.
A cultura organizacional é responsável por reunir os hábitos, — Situação: em determinadas situações a liderança pode apa-
comportamentos, crenças, valores éticos e morais e as políticas in- recer.
ternas e externas da organização.
Não confunda: Chefia (posição formal) – Autoridade (dada por
— Direção algum aspecto) – Liderança – Poder.
Direção essencialmente como uma função humana, apêndice A influência acontece e gera a liderança, o poder é por onde
de psicologia organizacional. Recrutar e ajustar os esforços para que essa influência acontece. Esse poder pode ser formal ou informal.
os indivíduos consigam alcançar os resultados pretendidos pela or- Segundo Max Weber: “Poder é a capacidade de algo ou alguém
ganização. fazer com que um indivíduo ou algo, faça alguma coisa, mesmo que
Direção = Rota – Intensidade = Grau – Persistência = Capacida- este ofereça resistência. ” – Exemplo: votação, alistamento militar
de de sobrevivência (gatilhos da motivação) para homens.
— Poderes formais são aqueles que estão relacionados ao car-
• Motivação go e ficam no cargo independente de quem o ocupe. Já poderes
“Pode ser entendido como o conjunto de razões, causa e mo- informais são aqueles que ficam com a pessoa, independente do
tivos que são responsáveis pela direção, intensidade e persistência cargo que o indivíduo ocupe.
do comportamento humano em busca de resultados. ” É o que des-
perta no ser a vontade de alcançar os objetivos pretendidos. Algo — Autoridade: Direito formal e legítimo, que algo ou alguém
acontece no indivíduo e ele reage. Estímulos: quanto mais atingível tem, para te dar ordens, alocar recursos, tomar decisões e de con-
parecer o resultado maior a motivação e vice-e-versa. duzir ações.
A (Razão, Causas, Motivos) pode ser: Intrínseca (Interna): do — Dilema chefia e liderança: Chefe é aquele que toma ações
próprio ser ou, Extrínseca (Externa): algo que vem do meio. baseadas em seu cargo, onde sofre a influência dos poderes for-
Porém a motivação é sempre um processo do indivíduo, sem- mais. E o líder é aquele que toma as decisões, recebe e consegue
pre uma resposta interna aos estímulos. liderar os indivíduos, através de seu poder informal, independente
do cargo que ocupe.

Conceito de Poder, segundo o Dilema chefia e liderança é o que


consegue agrupar os dois distintos tipos de poder, os poderes for-
mais e informais.

• Tipos de Liderança:
Transacional: Baseada na troca. Liderança tradicional, incenti-
vos materiais. Funciona bem em ambientes estáveis, pois líderes e
liderados precisam estar “satisfeitos” com o negócio em si.
Transformacional: Baseada na mudança. Liderança atual: Ins-
pira seus subordinados. Quando construída, gera resultados acima
da transacional, já que os subordinados alcançam uma posição de
agentes de mudança e inovação.

Editora
169
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
• Comunicação — Proporcionar informações gerenciais periódicas.
É a ligação entre a liderança e a motivação. Para motivar é ne- — Redefinir e retroalimentar os objetivos (feedback).
cessário comunicar-se bem. A comunicação é essencial para o todo
dentro da organização. A organização que possui uma boa comuni- • Características
cação, tende a ser valorizada pelos indivíduos, consequentemente - Monitorar e avaliar ações.
gera melhores resultados. - Verificar desvios (positivos e negativos)
A comunicação organizacional eficiente é fundamental para o - Promover mudanças (correção e aprimoramento)
êxito na organização. Caso a comunicação seja deficiente, acarreta-
rá um grau de incompreensão no ambiente organizacional, dificul- • Tipos, vantagens e desvantagens.
tando a organização de atingir seus objetivos. — Preventivo (ex-ante): Controle proativo. Objetiva prevenir,
Através da comunicação a organização, bem como sua lideran- evitar e identificar possíveis problemas, antes que eles aconteçam.
ça, obtém maior engajamento de seus colaboradores de forma mais — Simultâneo: Controle reativo. Acontece durante a execução
efetiva. das tarefas. Controle estatístico da produção, verificar as margens
A comunicação interna tem como objetivo manter os indiví- de erro de produção. Avaliação, monitoramento.
duos informados quanto as diretrizes, filosofia, cultura, valores e — Posterior (ex-post): Controle reativo. Inspeção no final do
resultados obtidos pela organização. Agregando valor e tornando a processo produtivo se avalia o resultado dado. Acontece após.
organização competitiva no mercado.
• Sistema de medição de desempenho organizacional
• Descentralização e delegação Faz parte das etapas do Processo de Controle os sistemas de
Centralização ocorre quando uma organização decide que a medição de desempenho, onde pode-se:
maioria das decisões deve ser tomadas pelos ocupantes dos car- — Estabelecer padrões: definição de objetivos, metas e desem-
gos no topo somente. Descentralização ocorre quando o contrário penho esperado.
acontece, ou seja, quando a autoridade para tomar as decisões está — Monitorar desempenho: acompanhar, coletar informação,
dispersa pela empresa, na base, através dos diversos setores. andar simultaneamente ao processo. Determinar o que medir,
Delegação é o processo usado para transferir autoridade e res- como medir e quando medir.
ponsabilidade para os membros organizacionais em níveis hierár- — Comparação com o padrão: análise dos resultados reais em
quicos inferiores. comparação com o objetivo previamente estabelecido.
— Medidas Corretivas: tomar as decisões que levem a orga-
nização a atingir os resultados desejados. Caminhos: Não mudar
CONTROLE: TIPOS DE CONTROLE; SISTEMAS DE CONTROLE nada. Corrigir desempenho. Alterar padrões.

Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de tra-


— Controle balho nas organizações do mundo contemporâneo. As evidências
Segundo Djalma de Oliveira: sugerem que as equipes são capazes de melhorar o desempenho
“Controle é uma função do processo administrativo que, me- dos indivíduos quando a tarefa requer múltiplas habilidades, julga-
diante a comparação com padrões previamente estabelecidos, pro- mentos e experiências. Quando as organizações se reestruturaram
cura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a para competir de modo mais eficiente e eficaz, escolheram as equi-
finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de forma que pes como forma de utilizar melhor os talentos dos seus funcioná-
possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em fun- rios. As empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis e
ções do processo administrativo, para assegurar que os resultados reagem melhor às mudanças do que os departamentos tradicionais
satisfaçam aos desafios e aos objetivos estabelecidos. ” ou outras formas de agrupamentos permanentes. As equipes têm
Segundo Robbins e Coulter: capacidade para se estruturar, iniciar seu trabalho, redefinir seu
“O processo de monitorar as atividades de forma a assegurar foco e se dissolver rapidamente. Outras características importantes
que elas estejam sendo realizadas conforme o planejado e corrigir é que as equipes são uma forma eficaz de facilitar a participação
quaisquer desvios significativos. ” dos trabalhadores nos processos decisórios aumentar a motivação
dos funcionários.
Segundo Maximiano:
“Consiste em fazer comparação e tomar a decisão de confirmar
ou modificar os objetivos e os recursos empregados em sua reali-
zação. ”

No processo administrativo o controle aparece como a etapa


final, porém, o controle acontece durante todas as fases do proces-
so, é contínua.

• Objetivo:
— Identificar os problemas, falhas, erros e desvios.
— Fazer com que os resultados obtidos estejam próximos dos
resultados esperados.
— Fazer com que a organização trabalhe de forma mais ade-
quada.

Editora
170
170
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
- Incentivos salariais e benefícios sociais.
BALANCED SCORECARD. GESTÃO DE PESSOAS: EVOLU- - Avaliação do desempenho dos funcionários.
ÇÃO; CONCEITOS BÁSICOS; ABORDAGEM ESTRATÉGICA; - Comunicação aos funcionários.
INDICADORES DE GESTÃO DE PESSOAS. RECRUTAMENTO - Treinamento e desenvolvimento de pessoal.
E SELEÇÃO DE PESSOAS: VISÃO GERAL E CONCEITOS BÁ- - Desenvolvimento organizacional.
SICOS; RELAÇÃO COM OS DEMAIS PROCESSOS DE GESTÃO - Higiene, segurança e qualidade de vida no trabalho.
DE PESSOAS; RECRUTAMENTO INTERNO E EXTERNO; TÉC- - Relações com empregados e relações sindicais.
NICAS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO. ANÁLISE E DESCRI-
ÇÃO DE CARGOS. TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO: A importância das pessoas nas Organizações:
VISÃO GERAL E CONCEITOS BÁSICOS; RELAÇÃO COM OS Qual a importância das organizações em ter lideres, preparados
DEMAIS PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS; MÉTODOS; para liderar pessoas. Liderança é uma das maiores competência nos
AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO E DE- dias de hoje, pessoas com visão, habilidades de relacionamento,
SENVOLVIMENTO. GESTÃO DO DESEMPENHO: VISÃO boa comunicação, com a capacidade de desenvolver lideres de in-
GERAL E CONCEITOS BÁSICOS; RELAÇÃO COM OS DE- fluenciar e motivar pessoas é o maior patrimônio das organizações.
MAIS PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS; MÉTO- As instituições não funcionam sozinhas, os cargos que fazem
DOS. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
parte do plano de carreira não tem vida própria. Equipes, empresas,
corporações ou governos é resultado do trabalho de um grupo de
pessoas. Empresas não têm sucesso, pessoas sim. Pessoas são im-
Gestão de pessoas: Conceito, importância, relação com os ou- portantes nas corporações, nas empresas no governo ou em qual-
tros sistemas de organização quer outra instituição, Robert W. Woodruff, ex-diretor executivo da
Coca-Cola diz, “são as pessoas e suas reações que fazem as empre-
Conceito de Gestão de Pessoas sas serem bem-sucedidas ou quebrar”.
A gestão de pessoas é uma área muito sensível à mentalidade No mundo globalizado muito se fala em diferencial competiti-
que predomina nas organizações.Ela é contingencial e situacional, vo, neste processo existe vários fatores que influenciam a tecnolo-
pois depende de vários aspectos coma a cultura que existe em cada gia, os orçamentos milionários as metodologias de desenvolvimen-
organização, a estrutura organizacional adotada, as características to de novos projetos, novos métodos de gerenciamento tudo isto
do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia uti- são alguns dos fatores essenciais para o diferencial competitivo e o
lizada, os processos internos e uma infinidade de outras variáveis crescimento de qualquer organização, mas só farão diferença aque-
importantes. les que investirem no desenvolvimento de pessoas, com equipes
de alto desempenho, formando lideres capazes de criar ambientes
Conceitos de RH ou de Gestão de Pessoas ideais que façam com que as pessoas dêem o melhor de si e ex-
Administração de Recursos Humanos (ARH) é o conjunto de pressam o que há de melhor como potencial. Quando uma organi-
políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posi- zação passa por dificuldade não se troca o nome da empresa ou as
ção gerencial relacionados com as “pessoas” ou recursos humanos, suas instalações, trocam as pessoas, procuram um novo gerente um
incluindo recrutamento, seleção, treinamento, re­compensas e ava- novo CEO, ou seja, uma nova liderança. Quando a seleção brasileira
liação de desempenho. de futebol não corresponde às expectativas a CBF procura um novo
ARH é a função administrativa devotada à aquisição, treina- técnico de futebol, ai se percebe a importância das pessoas dentro
mento, avaliação e remuneração dos empregados. Todos os geren- das organizações. Quando as pessoas são motivadas a usar o que
tes são, em um certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos têm de melhor de si as qualidades individuais aparecem.
estão envolvidos em atividades como recrutamento, entrevistas, O papel do líder dentro das organizações é extremamente im-
seleção e treinamento. portante, líder com uma liderança afirmadora, que sejam os melho-
ARH é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de res “animadores de torcida” das pessoas, seus melhores incentiva-
emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organi- dores! Devem ser capazes de dizer-lhes: “Vocês podem voar! Eu as
zações. ajudo” e não ficar esperando que cometam um erro para repreen-
dê-las.
ARH é a função na organização que está relacionada com provi- No mundo globalizado a diferença será feita pelas pessoas
são, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos que compõem o organismo das organizações, indivíduos com ca-
empregados. pacidade de comunicação, espírito de equipe, liderança, percepção
da relação custo-benefício e foco em resultados. Gente que tenha
O que é a Gestão de Pessoas? iniciativa, vontade de assumir riscos e agilidade na adaptação a no-
Em seu trabalho, cada administrador — seja ele, um diretor, vas situações, através do comprometimento, motivação, disciplina
gerente, chefe ou supervisor — desempenha as quatro funções ad- a busca constante de conhecimento e da habilidade no relaciona-
ministrativas que constituem o processo administrativo: planejar, mento pessoal. E quanto mais às pessoas assumirem esses papéis
organizar, dirigir e controlar. A ARH está relacionada a todas essas mais fortes se tornará as organizações.
funções do administrador. A ARH refere-se às políticas e práticas
necessárias para se administrar o trabalho das pessoas, a saber: Relação com os outros sistemas de organização
- Análise e descrição de cargos. Confesso que pesquisei muito este último item e não achei
- Desenho de cargos. nada que fosse mais especifico, então pelo que entendi a matéria
- Recrutamento e seleção de pessoal. abaixo pode servir. Você que está estudando e talvez tenha alguma
- Admissão de candidatos selecionados. apostila sobre este tema especifico, me ajuda aí fazendo um co-
- Orientação e integração de novos funcionários. mentário de onde eu poderia encontrar ou digite o que leu na sua
- Administração de cargos e salários. apostila, sua informação terá enorme valor, obrigado
Editora
171
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A sociedade busca uma Justiça mais célere, capaz de resolver integradas sobre as relações de emprego que influencia a eficácia
questões cada vez mais complexas. Neste sentido, espera-se das dos funcionários e das organizações (CHIAVENATO, 1999, p.8). Seus
instituições, o desenvolvimento e utilização de instrumentos de objetivos são:
gestão que garantam uma resposta eficaz. Esse cenário impõe a ne- • Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua
cessidade de contar com profissionais altamente capacitados, ap- missão;
tos a fazer frente às ameaças e oportunidades, propondo mudanças • Proporcionar competitividade à organização;
que possam atender as demandas do cidadão. • Proporcionar à organização, empregados bem treinados e
A partir desse raciocínio é possível visualizar a gestão de pesso- bem motivados;
as por competências. • Aumentar a auto-realização e a satisfação dos empregados
no trabalho;
A gestão de pessoas por competências consiste em planejar, • Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho;
captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização • Administrar a mudança;
(individual, grupal e organizacional), as competências necessárias à • Manter políticas éticas e comportamento socialmente res-
consecução dos objetivos institucionais. ponsável.
Para a Justiça Federal foi adotado o conceito de competência
como a combinação sinérgica de conhecimentos, habilidades e ati- Durante muito tempo as organizações consideraram o capital
tudes, expressas pelo desempenho profissional, que agreguem va- financeiro como a principal fonte de desenvolvimento. Todavia atu-
lor à pessoa e à organização. almente percebe-se que a força para o desenvolvimento das orga-
O modelo de gestão de pessoas por competências tem como nizações está nas pessoas. Empresas tiveram seu desenvolvimento
diretriz a busca pelo autodesenvolvimento e possibilita um diagnós- comprometido pela inabilidade na seleção de pessoas; por falta de
tico capaz de investigar as reais necessidades apresentadas no con- boas ideias; por falta de potencial criativo; falta de entusiasmo e
texto de trabalho, bem como aquelas necessárias ao atingimento motivação da equipe; falta de conhecimentos e competências e
dos desafios estratégicos da organização. não pela falta de recursos financeiros (Chiavenato, 2005).
As competências classificam-se em: No trabalho de César et. al. (2006), destaca-se que a estratégia
a) humanas (ou individuais), quando constituírem atributos de e o planejamento de RH têm mudado e crescido significativamente
indivíduos; e nos últimos vinte e cinco anos (GUBMAN, 2004), fato revelado
b) organizacionais (ou institucionais), quando representarem pelas mudanças da área de RH no período. Viu-se uma evolução
propriedades da organização como um todo ou de suas unidades desde o pensamento pouco estratégico (anterior aos anos da dé-
produtivas. cada de 1980 e que resumia a área de RH ao DP – Departamento
Pessoal), o aparecimento de estratégias funcionais (década de 80),
As competências humanas ou individuais serão classificadas a proposta de desenvolvimento de capacidades estratégicas (nos
como: anos iniciais da década de 90) até a visão atual, de busca de ali-
a) fundamentais, aquelas que descrevem comportamentos de- nhamento da área aos resultados estratégicos. Essas mudanças na
sejados de todos os servidores; área de RH espelharam-se nas mudanças do mercado de trabalho e
b) gerenciais, que descrevem comportamentos desejados de das rupturas verificadas no pensamento relacionado às estratégias
todos os servidores que exercem funções gerenciais; e de negócios, notadamente na discussão que se fez relacionada à
c) específicas, aquelas que descrevem comportamentos espe- competitividade e ao desenvolvimento de competências essenciais
rados apenas de grupos específicos de servidores, em razão da área para o negócio
ou unidade em que eles atuam. .
ANTES AGORA
A adoção do método de diagnóstico com base no modelo de
gestão de pessoas por competências requer, em primeiro lugar, a • operacional • estratégica
definição do dicionário de competências que será utilizado como • foco no curto prazo • foco no longo prazo
referência do processo – o dicionário de competências fundamen- • papel administrativo • papel consultivo
• ênfase na função • ênfase no “negócio”
tais, válidas para todos os servidores da Justiça Federal, e geren-
• foco no público interno • foco públicos interno e •
ciais, que são específicas daqueles que ocupam função de gestão.
• reativa/solucionadora de externo
Há um terceiro grupo, as competências específicas, referentes
problemas • proativa e preventiva
aos diversos sistemas técnicos, tais como gestão de pessoas, de ma-
• foco no processo e • foco nos resultados
terial, informática, assuntos judiciários, entre outros. Estas compe- atividades
tências, ao contrário das outras duas, variam de um sistema para
o outro e precisam de uma aproximação maior dos processos de Figura – Síntese das mudanças na função de RH
trabalho para serem mapeadas.
Fonte: Helena Tonet
Administração de recursos humanos
Enquanto as estratégias funcionais prendiam-se às funções
Finalidades da gestão de pessoas clássicas da área de RH, voltadas para atender a alguma demanda,
Gestão de Pessoas ou Administração de Recursos Humanos as capacidades estratégicas tinham como foco o estudo da cultura,
(ARH) é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir das competências e do desenvolvimento do comprometimento dos
os aspectos da posição gerencial relacionados com as “pessoas” ou empregados para que a empresa alcançasse seus objetivos.
recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento,
recompensa e avaliação de desempenho. É o conjunto de decisões

Editora
172
172
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A visão atual pressupõe que a área de RH dê conta: da atração, organizações precisam que as funções de RH estejam alinhadas ao
provimento e retenção de pessoas; do alinhamento, mensuração propósito da organização, de modo que as mesmas dêem suporte à
e remuneração alinhada à performance da empresa e dos empre- estratégia do negócio (ASHTON et al., 2004).
gados; do controle de investimento em pessoas, de acordo com as A questão é ser estratégico quando se tem tempo e recursos
demandas da empresa (GUBMAN, 2004). Dentro desta nova visão, apenas para o operacional, desafiando a área de RH a estruturar-se
estratégica, o foco da área de RH é móvel, conforme as mudanças para criar maior valor às organizações. David Ulrich (1988) sugere
no cenário no qual a organização está imersa, mudanças estas que cinco ações para que RH crie valor para a organização:
podem interferir no mercado de trabalho ou no resultado da em- I. Entender o mundo externo;
presa. Assim, dá-se importância a ações diferentes dentro da área, II. Definir e atender os stakeholders (funcionários, clientes,
dependendo das exigências da organização para um determinado investidores e gerentes de linha);
momento.2 III. Atualizar e inovar as práticas de RH (pessoas, performance,
Ashton et al. (2004) apontam que a área de RH tem três capaci- informação e trabalho);
dades-chave que devem atuar de maneira simultânea para ajudar IV. Reger a organização de RH e definir uma estratégia de
as empresas a serem competitivas: em primeiro lugar, distribuir os recursos humanos;
serviços relacionados a processos de RH, de modo que todos os V. Assegurar o profissionalismo dos funcionários de RH por
empregados possam ter acesso aos canais internos ou externos a meio de suas atuações e competências.
eles relacionados.
Em segundo lugar, estabelecer serviços de consultoria de Estas ações nada mais são do que parte das competências
gestão de RH que funcionem como parceiros para executivos, uni- de qualquer gestor de área de uma organização Assim, Wessling
dades de negócio e gestores de linha; esse tipo de consultoria deve (2008) defende que a área de RH deve olhar o negócio com lente
estar ligado às necessidades específicas de cada área, oferecendo estratégica e realizar mudanças profundas e significativas no modo
serviços ligados às competências essenciais da área e aos aspectos de operar, alinhando seu novo papel junto aos clientes internos;
de diferenciação que sejam chave para o negócio. Em terceiro definir, remanejar e treinar suas competências, e adequar os sis-
lugar, a área deve oferecer mais apoio e serviços estratégicos para temas de RH com foco nos resultados, uma vez que a Gestão de
a direção da organização. Esta terceira opção é vista pelos autores Pessoas contribui com o dinamismo, a agilidade e a competitivida-
como o futuro da área e envolve significativas mudanças, que de próprias das organizações de sucesso.
devem ser feitas na mesma velocidade e às mesmas condições de A área de RH deve estar totalmente alinhada à cultura da
custo exigidos para o negócio em si. Além disto, Ashton et al. (2004) empresa, pois a compreensão dos vínculos construídos dentro do
propõem seis características para que a área de RH seja estratégica: ambiente de trabalho é a etapa inicial para o desafio de gerir as
I – Foco na estratégia do negócio, baseada na compreensão do pessoas. Para Soledade (2007), é através do entendimento dos
negócio em si; elementos constituintes da cultura que é possível compreender
II – medidas de desempenho dos objetivos que sejam alinhadas os mecanismos de interação entre os colaboradores e as tarefas
aos objetivos do negócio; que executam, sendo possível destacar ainda os seguintes fatores
III – alta competência na análise de causa e efeito, priorização críticos de sucesso:
e execução de programas da área, o que envolve habilidades ana- I – Desenvolvimento de lideranças capazes de alinhar as expec-
líticas; tativas do grupo com os objetivos da empresa, criando as condições
IV – excelência em serviços de relacionamento e competências de reciprocidade essenciais para atingir um desempenho que aten-
para desenvolver o nível de tecnologia da informação; da às pressões internas e externas da organização. As lideranças
V – atuação na estrutura da organização e no desenvolvimento devem ser legitimadas tanto pelo enfoque do empregado quanto
de capacidades que estejam alinhadas a ambientes que exigem alto pelo da empresa, para que possam efetivamente atuar como elos
desempenho; entre estes dois polos, buscando atuar de maneira conciliatória na
VI – oferta de gestão de relacionamentos de modo a equilibrar resolução dos conflitos surgidos.
oferta, demanda e expectativas de clientes internos, escolhendo II – Busca da melhoria da eficiência dos grupos, calcada nos
prioridades e alterando alvos, sempre que necessário. Em outras atributos pessoais, cooperação intra e interequipes, capacidade de
palavras, é preciso que gestores da área de RH pensem como ges- adaptação e desenvolvimento de compromisso entre colaborado-
tores do negócio o que, segundo os autores, tradicionalmente não res e empresa.
ocorre, vez que gestores de RH não adotam as crenças dos outros III – Livre fluxo de informações, tendo cada componente do
altos gestores e não atuam como tal. grupo plena consciência da relação de causa e efeito existente nas
tarefas executadas.
Percebe-se que os gestores e áreas de RH precisam migrar IV – Treinamento e reciclagem constantes, permitindo que os
de um modelo mais transacional para atuarem como parceiros colaboradores incorporem novos conhecimentos que permitam
estratégicos do negócio. Esta visão estratégica da área de Recursos analisar criticamente o seu trabalho e seu ambiente, permitindo
Humanos é essencial para que uma empresa se expanda global- que busquem a melhoria contínua como indivíduo.
mente. Globalização, tecnologia e mudanças sociais têm contri- V – Cenário propício para o desenvolvimento de estruturas
buído para a emergência de mercados e competidores, crescentes auto-reguladoras a partir de indivíduos autônomos e participantes.
pressões de acionistas e desafios crescentes em relação a custos, Desta forma, as equipes possuem a capacitação necessária para
tempo de desenvolvimento de produtos e serviços, e qualidade. As gerir seus próprios recursos de forma otimizada.

Nesta escala, a gestão de RH está plenamente disseminada


2. Ana Maria Roux Valentini Coelho CÉSAR; Roberto CODA; Mauro pela empresa, sendo cada líder um gestor das pessoas sob a sua
Neves GARCIA. Um novo RH? – avaliando a atuação e o papel da área responsabilidade. A área de recursos humanos atua então como
de RH em organizações brasileiras. FACEF PESQUISA – v.9 – n.2 – 2006. órgão consultivo, constantemente sintonizado com as tendências
Editora
173
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
do mercado e introduzindo novas ideias à estrutura vigente. Assim, Das mudanças organizacionais em curso, destacam-se:
os profissionais de Recursos Humanos devem evitar os vícios inter- • Horizontalização das estruturas, redução de níveis hierárqui-
nos, buscando sempre novos patamares de desempenho através cos, estruturas em rede;
da aplicação de “benchmarkings” (SOLEDADE, 2007). • Equipes multifuncionais com bastante autonomia e com o
A moderna Gestão de Pessoas, segundo Chiavenato (2005), compromisso de agregar valor;
baseia-se em três aspectos: • Visão e ação estratégica fazendo parte do cotidiano das
I – tratar as pessoas como seres humanos que possuem pessoas e orientando resultados;
conhecimentos, competências, com uma história pessoal que os • Necessidade da organização aprender continuamente (lear-
torna únicos, diferentes entre si e não como recursos necessitando ning organization).
que alguém as administre pois são sujeitos passivos das ações das As tendências relacionadas à estrutura de RH são:
organizações; • formações diversas – predomínio administração e psicologia
II – tratar como talentos que impulsionam a organização, – também pedagogia e engenharias consoantes com o negócio.
dotando-a de dinamismo, de conhecimento para continuar com- • ênfase no papel consultivo/parceria com as áreas da empresa
petitiva; – maior exigência de competências conceituais e interpessoais
III – tratar as pessoas como parceiros que investem na orga- • por projetos – redução de funções
nização através de seus esforços, dedicação, comprometimento, • com poucas pessoas
responsabilidade tendo como expectativa o retorno deste investi- • atuação em comissões internas
mento traduzidos em autonomia, desenvolvimento, remuneração, • comitês suprassistema
reconhecimento, dentre outros. Já a síntese das principais tendências nas ações de gestão de
pessoas identifica:
Os programas de RH devem ser desenhados de modo a ofe- • foco nas lideranças
recer benefícios e oportunidades de crescimento profissional aos • ênfase no trabalho em equipe
empregados. A função de administrar Recursos Humanos é das • exigência de multiqualificação
lideranças (supervisores/gerentes) das organizações. A função • rodízio na execução de tarefas
dos profissionais de Recursos Humanos é de buscar ferramentas e • interesse relaçãopessoal/profissional
práticas modernas de gestão de pessoas para facilitar, dar suporte • ênfase em pesquisa
e apoiar as lideranças na fixação das estratégias, na implementação • aprendizagem de ferramentas
dos processos de mudança organizacional, e nos processos de • treinamento à distância
aprendizagem e desenvolvimento das pessoas; estimular o autode- • formação in company
senvolvimento das pessoas; manter os referenciais da organização • gestão do conhecimento
transparente. • compartilhamento de conhecimento
As organizações necessitam de profissionais de RH que tenham • T&D estratégico: programas mais voltados para estratégia de
perfil generalista e não mais de especialistas, dando maior abran- negócio
gência às atividades e responsabilidades, devendo possuir maior • aprendizado × performance: maior foco no aumento de
qualificação e capacitação profissional (Resende e Takeshima, performance
2000). Deve-se atentar para: • e-learning × presencial: o crescimento dos programas blen-
a) GESTÃO ESTRATÉGICA DE RH: Integrar-se com os objetivos ded
maiores da organização e como suporte mais efetivo às áreas pro- • liderança e coaching: transformação dos modelos de lideran-
dutivas e de negócios, favorecendo o cumprimento de suas metas ça
(Resende e Takeshima, 2000) • diversidade: inserção e valorização das diferenças
b) GESTÃO INTEGRADA DE RH: Entrosar as atividades, os pro- • saberes mais demandados:
jetos, planos e sistemas para garantir que a missão e objetivo da • técnico – saber fazer – domínio processos de trabalho, nor-
área sejam cumpridos, obtendo sinergia nas funções principais de mas, tecnologia, know-how
recursos humano(Resende e Takeshima, 2000). • conceitual- saber o porquê – entender as razões, estabelecer
relações, know-why
• interpessoal – saber ser – entender as pessoas, estabelecer
relacionamentos convergentes, estimular motivações, decodificar
emoções, perceber perfis
• sobre o negócio – saber realizar – agir consoante demandas
organizacionais – competências distintivas, essenciais, básicas

Soledade (2007) diz que tradicionalmente são atribuídos 4


objetivos à área de RH: a) recrutamento e seleção de indivíduos
capazes de atender aos desejos e expectativas da empresa; b) ma-
nutenção dos colaboradores na empresa; c) desenvolvimento das
pessoas; d) folha de pagamento, admissão, demissão.3
Entretanto, o passar das últimas décadas mostra uma mudança
neste cenário, com a gestão de RH sendo exercida não mais por uma
área específica, por haver se tornado um atributo de qualquer líder
3. Adilson Silva Soledade. O Novo Papel da Área de Recursos Humanos
Figura – Gestão Integrada de RH (2007). Obtido em http://www.ogerente.com.br/novo/artigos_sug_ler.
Fonte: Tania Del Tedesco- 2007 php?canal=16&canallocal=48&canalsub2=154&id=453
Editora
174
174
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
de equipe. Esta mudança de perspectiva levou à descentralização • Paradigma burocrático-me- • Enriquecimento do cargo,
dos objetivos acima citados, que passaram a ser absorvidos pelas canicista - ênfase nas tarefas substituindo a especialização
diversas áreas da empresa, sendo responsabilidade de cada líder, a e na estrutura e visão da estrita pela ampliação de
gestão dos colaboradores sob a sua responsabilidade. Cabe então organização percebida como tarefas e responsabilidades.
à nova área de RH, atuar como um agente facilitador do processo “máquina”. • O ser humano não tem
de gestão de pessoas, propiciando as áreas da empresa os recursos • Estilo de administração desprazer inerente em
e instrumentos necessários a este novo desafio (SOLEDADE, 2007). rígido e autocrático, baseado trabalhar, nem uma natureza
Menezes acrescenta que a Gestão de Pessoas é contingencial em padrões inflexíveis. intrínseca de passividade e
e situacional por ser dependente da cultura da organização, da • As pessoas são preguiçosas resistência.
estrutura organizacional adotada, das características do contexto por natureza e só são • As pessoas têm motivação,
ambiental, do negócio da organização, da tecnologia adotada, motivadas por recompensas potencial de desenvolvimen-
entre outros fatores. Seus objetivos são: materiais. to e capacidade de assumir
• Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua • As pessoas não querem responsabilidades.
missão; responsabilidades e preferem Falta de ambição, fuga
• Proporcionar competitividade à organização; ser dirigidas e dependentes. à responsabilidade e
• Proporcionar à organização, empregados bem treinados e • Por sua natureza intrínseca, preocupação excessiva com
bem motivados; o ser humano é resistente à segurança são, muitas vezes,
• Aumentar a auto-realização e a satisfação dos empregados mudança. conseqüências de experiên-
no trabalho; As atividades devem ser cias negativas.
• Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho; padronizadas e as pessoas • Para que as potencialidades
• Administrar a mudança; devem ser persuadidas, intelectuais não fiquem
•Manter políticas éticas e comportamento socialmente res- controladas, recompensadas subutilizadas, deve ser
e coagidas para cumprir seu estimulada a criatividade
ponsável.
papel. para a solução de problemas
As novas ideias de gestão de pessoas no serviço público
• A remuneração é vista organizacionais.
começam a se consolidar a partir do movimento de Reforma do
como meio de recompensa, • As pessoas podem atingir
Estado e surgimento do movimento da Nova Gestão Pública ou
uma vez que o homem é objetivos pessoais ao mesmo
Gerencialismo. A reforma é gerencial porque busca inspiração motivado por incentivos tempo que perseguem os
na administração de empresas privadas, e porque visa dar ao econômicos objetivos organizacionais.
administrador público profissional condições efetivas de gerenciar
(BRESSER-PEREIRA, 1998). As mudanças na Administração pública
se refletem na Administração de Recursos Humanos (ARH), espe- Tratar pessoas Tratar pessoas
cialmente no estilo de lidar com as pessoas. como recursos como parceiros
– As pessoas são fornecedoras de
– As pessoas
Diferenças de Administração de Recursos Humanos conhecimentos, competências,
são vistas como
habilidades e inteligência. Constituem
recursos de
o capital intelectual da organização.
Estilo Tradicional Estilo Flexível produção, ao
– Nesta concepção, as pessoas são vis-
• Paradigma burocrático-me- • Preocupação desloca-se da lado dos recursos
tas como seres humanos, dotadas de
canicista – ênfase nas tarefas estrutura organizacional para financeiros e
personalidade, possuem uma história
e na estrutura e visão da os processos e a dinâmica materiais.
de vida particular, são diferentes e
organização percebida como organizacional. – Como recursos,
singulares e possuem necessidades
“máquina”. • Estilo aberto, flexível elas precisam ser
que motivam seu comportamento.
• Estilo de administração e participativo, que dá administradas,
– São elementos impulsionadores e di-
rígido e autocrático, baseado oportunidades de crescimen- o que envolve
namizadores da organização e capazes
em padrões inflexíveis. to individual. planejamento,
de dotá-la de inteligência, talento e
• As pessoas são preguiçosas • Descentralização e organização,
aprendizados indispensáveis à sua
por natureza e só são participação nas decisões e direção e controle
constante renovação e adequação a
motivadas por recompensas delegação de responsabili- de suas atividades,
um mundo em mudanças.
materiais. dades já que são sujeitos
– Deve haver reciprocidade entre
passivos da ação
expectativas pessoais e organizacio-
organizacional.
nais

Assim sendo, o órgão de gestão de pessoas deve apresentar 3


momentos de atuação:
1º Momento: departamentos de pessoal, destinados a fazer
cumprir as exigências legais com relação ao emprego – admissão,
anotações cadastrais, controle de frequência, aplicação de penali-
dades, férias etc.
2º Momento: departamento de recursos humanos, responsá-
vel pelas funções clássicas de RH.
3º Momento: gestão de pessoas, responsável por um conjunto
mais complexo de funções, assumindo papel estratégico.

Editora
175
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Segundo Brito (2008), há uma tendência para entender que a Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas e limita-
gestão de pessoas deve ser compartilhada com os gerentes que li- ções dos funcionários, buscando identificar pontos de melhoria,
dam cotidianamente com os próprios subordinados. Neste sentido, necessidade de treinamento, ou até mesmo remanejamento do
o RH passa a funcionar como prestador de serviços especializados indivíduo para outras funções em que poderia render melhor.
de gestão de pessoas, no âmbito interno, fornecendo assessoria e Assim, o papel principal da avaliação de desempenho é identi-
consultoria às demais áreas: ficar e trabalhar de forma sistêmica as diferenças de desempenho
• Recrutamento e seleção: previsão constitucional para, de entre os muitos funcionários da organização. Tendo sempre como
um lado, concurso público e, de outro, livre nomeação para cargos base a interação constante entre avaliador e avaliado.
comissionados.
• Desenho de cargos e avaliação de desempenho: algumas 1. Formas de avaliação de desempenho
vezes a criação de cargos não atende a critérios técnicos. Dificul- Listamos abaixo os métodos mais tradicionais de avaliação:
dade de implementar programa de avaliação e mensuração de • Escalas gráficas de classificação: é o método mais utilizado
desempenho. nas empresas. Avalia o desempenho por meio de indicadores
• Remuneração e benefícios: dificuldade de recompensar os definidos, graduados através da descrição de desempenho numa
bons funcionários. variação de ruim a excepcional. Para cada graduação pode haver
• Treinamento e desenvolvimento de carreiras: ausência de exemplos de comportamentos esperados para facilitar a obser-
planejamento, principalmente de médio e longo prazos, e descon- vação da existência ou não do indicador. Permite a elaboração
tinuidade administrativa prejudicam desenvolvimento consistente de gráficos que facilitarão a avaliação e o acompanhamento do
e contínuo das pessoas, com foco em competências. desempenho histórico do avaliado.
• Banco de dados e Sistema de Informações Gerenciais (SIG): • Escolha e distribuição forçada: consiste na avaliação dos
ausência de bases de dados e falta de compreensão da importância indivíduos através de frases descritivas de determinado tipo de
de informações que subsidiem o planejamento e a tomada de desempenho em relação às tarefas que lhe foram atribuídas, entre
decisão. as quais o avaliador é forçado a escolher a mais adequada para
descrever os comportamentos do avaliado. Este método busca mi-
GESTÃO DE DESEMPENHO nimizar a subjetividade do processo de avaliação de desempenho.
A maneira mais eficaz do gestor demonstrar que está a par dos • Pesquisa de campo: tem base na realização de reuniões
resultados apresentados por seus colaboradores é acompanhando entre um especialista em avaliação de desempenho da área de
de perto as atividades que esses realizam. E o método mais eficaz Recursos Humanos e cada líder, para avaliação do desempenho
de demonstrar esse acompanhamento é por meio da Avaliação de de cada um dos subordinados, levantando-se os motivos de tal
Desempenho do colaborador. A avaliação de desempenho é uma desempenho por meio de análise de fatos e situações. Este método
ferramenta da gestão de pessoas que visa a analisar o desempenho permite um diagnóstico padronizado do desempenho, minimizan-
individual ou de um grupo de funcionários em uma determinada do a subjetividade da avaliação. Ainda possibilita o planejamento,
empresa. É um processo de identificação, diagnóstico e análise do conjuntamente com o líder, do desenvolvimento profissional de
comportamento de um colaborador durante um intervalo de tem- cada um.
po, analisando sua postura profissional, seu conhecimento técnico, • Incidentes críticos: enfoca as atitudes que representam
sua relação com os parceiros de trabalho etc. desempenhos altamente positivos (sucesso), que devem ser
Esse método tem por objetivo analisar as melhores práticas dos realçados e estimulados, ou altamente negativos (fracassos), que
funcionários, proporcionando um crescimento profissional e pesso- devem ser corrigidos através de orientação constante. O método
al, visando a um melhor desempenho de suas funções no ambiente não se preocupa em avaliar as situações normais. No entanto, para
de trabalho. Além disso, é uma importante ferramenta de auxílio haver sucesso na utilização desse método, é necessário o registro
à administração de recursos humanos da empresa, alimentando-a constante dos fatos para que estes não passem despercebidos.
com informações que auxiliam a tomada de decisão sobre práticas • Comparação de pares: também conhecida como compa-
de bonificação, aumento de salários, demissões, necessidades de ração binária, faz uma comparação entre o desempenho de dois
treinamento etc. colaboradores ou entre o desempenho de um colaborador e sua
equipe, podendo fazer o uso de fatores para isso. É um processo
Segundo Wagner Siqueira, o processo de avaliação de desem- muito simples e pouco eficiente, mas que se torna muito difícil de
penho de um colaborador inclui, dentre outras, as expectativas ser realizado quanto maior for o número de pessoas avaliadas.
desejadas e os resultados reais, sendo dividida em algumas etapas: • Auto avaliação: é a avaliação feita pelo próprio avaliado com
• Apreciação diária do comportamento do colaborador, seus relação a sua performance. O ideal é que esse sistema seja utilizado
progressos e limitações, êxitos e insucessos, com oferecimento conjuntamente a outros sistemas para minimizar o forte viés e a
permanente de feedback instantâneo; falta de sinceridade que podem ocorrer.
• Identificação e equacionamento imediato dos problemas • Relatório de performance: também chamada de avaliação
emergentes, procurando manter continuamente um alto padrão por escrito ou avaliação da experiência, trata-se de uma descrição
de motivação e de obtenção de resultados; mais livre acerca das características do avaliado, seus pontos
• Entrevistas formais periódicas de avaliação de desempenho, fortes, fracos, potencialidades e dimensões de comportamento,
em que avaliador e avaliado analisam os resultados obtidos no pe- entre outros aspectos. Sua desvantagem está na dificuldade de se
ríodo considerado e redefinem novas orientações, compromissos combinar ou comparar as classificações atribuídas e por isso exige
recíprocos e ações corretivas, se for o caso. a suplementação de um outro método, mais formal.
• Avaliação por resultados: é um método de avaliação baseado
na comparação entre os resultados previstos e realizados. É um
método prático, mas que depende somente do ponto de vista do
supervisor a respeito do desempenho avaliado.
Editora
176
176
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
• Avaliação por objetivos: baseia-se numa avaliação do alcan- Por isso, manter esse tipo de avaliação pode trazer muitos
ce de objetivos específicos, mensuráveis, alinhados aos objetivos benefícios e mudanças positivas na gestão de pessoas de uma
organizacionais e negociados previamente entre cada colaborador organização, seja qual for o seu tamanho. Com ela, o gestor pode
e seu superior. É importante ressaltar que, durante a avaliação, avaliar melhor seus subordinados, melhorar o clima de trabalho,
não devem ser levados em consideração aspectos que não esta- investir no treinamento de seus pares, melhorar a produtividade,
vam previstos nos objetivos, ou não tinham sido comunicados ao desenvolver os métodos de remuneração, fazê-los trabalhar de
colaborador. E ainda, deve-se permitir ao colaborador sua autoava- forma mais eficiente etc. Todos ganham quando uma equipe é
liação para discussão com seu gestor. avaliada de forma satisfatória pelos gerentes.
• Padrões de desempenho: também chamado de padrões
de trabalho, é quando há estabelecimento de metas somente por 3. Aplicações
parte da organização, mas que devem ser comunicadas às pessoas A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de dife-
que serão avaliadas. rentes funções administrativas, motivacionais e de comunicação,
• Frases descritivas: trata-se de uma avaliação através de com- como citadas a seguir:
portamentos descritos como ideais ou negativos. Assim, assinala-se • Identificação de pontos fortes e fracos dos colaboradores e,
“sim” quando o comportamento do colaborador corresponde ao consequentemente, da organização;
comportamento descrito, e “não” quando não corresponde. É • Identificação de diferenças individuais;
diferente do método da Escolha e distribuição forçada no sentido • Estímulo à comunicação interpessoal;
da não obrigatoriedade na escolha das frases. • Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”, formada por
• Avaliação 360 graus: neste método, o avaliado recebe fee- chefe e subordinado;
dbacks (retornos) de todas as pessoas com quem ele tem relação, • Informação ao colaborador de como o seu desempenho é
também chamados de stakeholders, como pares, superior imedia- percebido;
to, subordinados, clientes, entre outros. • Estímulo ao desenvolvimento individual do avaliador e do
• Avaliação de competências: trata-se da identificação de avaliado;
competências conceituais (conhecimento teórico), técnicas (habili- • Indicações de promoções e de aumentos salariais por mérito;
dades) e interpessoais (atitudes) necessárias para que determinado • Indicações de necessidade de treinamento;
desempenho seja obtido. • Gestão de crises nas equipes e nos processos operacionais
• Avaliação de competências e resultados: é a conjugação das (sistemas técnicos e sociais);
avaliações de competências e resultados, ou seja, é a verificação da • Auxílio na verificação de aprendizagens;
existência ou não das competências necessárias de acordo com o • Identificação de problemas de trabalho em geral, no relacio-
desempenho apresentado. namento individual, intraequipe ou interequipes;
• Avaliação de potencial: com ênfase no desempenho futuro, • Registro histórico suplementar para ações administrativas
identifica as potencialidades do avaliado que facilitarão o desenvol- de gestão;
vimento de tarefas e atividades que lhe serão atribuídas. Possibilita • Apoio às pesquisas de clima organizacional.
a identificação de talentos que estejam trabalhando aquém de suas
capacidades, fornecendo base para a recolocação dessas pessoas. 4. Indicadores de Desempenho
• Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por Robert S. O que não é medido não é gerenciado....
Kaplan e David P. Norton na década de 90, avalia o desempenho Robert Kaplan
sob quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos
internos e do aprendizado e crescimento. São definidos objetivos Se você não mede algo, você não pode entender o processo.
estratégicos para cada uma das perspectivas e tarefas para o aten- Se você não entende o processo, você não consegue aperfei-
dimento da meta em cada objetivo estratégico. çoá-lo.
Peter Druker
2. Vantagens da Avaliação de desempenho
Por meio da avaliação de desempenho é possível identificar A utilização de indicadores de desempenho para aferir os
novos talentos dentro da própria organização, mediante análise resultados alcançados pelos administradores é uma metodologia
do comportamento e das qualidades de cada indivíduo, gerando, que está relacionada ao conceito de gerenciamento voltado para
assim, novas possibilidades para remanejamento interno de cola- resultados (result oriented management – ROM). Esse conceito
boradores. Além disso, pode oferecer bonificações e premiações tem sido adotado nas administrações públicas de diversos países,
aos funcionários que mais se destacarem na avaliação. especialmente nos de cultura anglo-saxônica (EUA, Austrália, Reino
Outra vantagem é a possibilidade de gerar um feedback mais Unido).
fácil aos funcionários analisados e gestores, uma vez que tem Para alguns estudiosos/autores da literatura especializada,
como resultado informações relevantes, sólidas e tangíveis para o conceito de indicador de desempenho pode ser definido como
um resultado eficiente. Esse feedback faz com que os avaliados um instrumento de mensuração quantitativa ou qualitativa de
queiram investir ainda mais em seu desenvolvimento, melhorando aspectos do desempenho. Neste material, vamos adotar a seguinte
seu desempenho e trazendo vantagens para a empresa. definição:
Este método é importante, também, para eliminar “achismos” Um indicador de desempenho é um número, percentagem ou
e palpites quanto à avaliação de um funcionário. É um meio de razão que mede um aspecto do desempenho, com o objetivo de
obter informações reais e avaliar de perto as implicações de uma comparar esta medida com metas pré-estabelecidas.
possível mudança na gestão de recursos humanos da empresa.
5. Medição de desempenho e indicador de desempenho

Editora
177
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A expressão indicador de desempenho é também normalmen- I. Representatividade: o indicador deve ser a expressão dos
te utilizada no sentido de medição de desempenho. Entretanto, é produtos essenciais de uma atividade ou função; o enfoque deve
possível estabelecer-se uma distinção entre ambas. Medições de ser no produto: medir aquilo que é produzido, identificando pro-
desempenho são efetuadas quando os aspectos do desempenho dutos intermediários e finais, além dos impactos desses produtos
podem ser mensurados diretamente e quantificados com facilida- (outcomes). Este atributo merece certa atenção, pois indicadores
de. Exemplos: quilometragem de estradas conservadas; número de muito representativos tendem a ser mais difíceis de ser obtidos.
alunos matriculados no 1º grau. II. Homogeneidade: na construção de indicadores devem
Indicadores de desempenho são utilizados quando não é pos- ser consideradas apenas variáveis homogêneas. Por exemplo,
sível efetuar tais mensurações de forma direta. Atuam como uma ao estabelecer o custo médio por auditoria, devem-se identificar
alternativa para a medição do desempenho, embora não forneçam os diversos tipos de auditoria, já que para cada tipo tem-se uma
uma mensuração direta dos resultados. Exemplo: a utilização do composição de custo diversa.
índice de repetência na 1ª série do 1º grau, como um dos fatores a III. Praticidade: garantia de que o indicador realmente funciona
serem considerados na formação de um indicador de desempenho na prática e permite a tomada de decisões gerenciais. Para tanto,
para medir a efetividade do ensino de 1º grau. deve ser testado, modificado ou excluído quando não atender a
O que se deseja ressaltar com essa diferenciação é que os essa condição.
indicadores de desempenho podem fornecer uma boa visão acerca IV. Validade: o indicador deve refletir o fenômeno a ser moni-
do resultado que se deseja medir, mas são apenas aproximações do torado.
que realmente está ocorrendo, necessitando, sempre, de interpre- V. Independência: o indicador deve medir os resultados
tação no contexto em que estão inseridos. atribuíveis às ações que se quer monitorar, devendo ser evitados
indicadores que possam ser influenciados por fatores externos.
6. Natureza comparativa dos indicadores de desempenho VI. Confiabilidade: a fonte de dados utilizada para o cálculo do
Informações sobre desempenho são essencialmente compara- indicador deve ser confiável, de tal forma que diferentes avaliado-
tivas. Um conjunto de dados isolado mostrando os resultados atin- res possam chegar aos mesmos resultados.
gidos por uma instituição não diz nada a respeito do desempenho VII. Seletividade: deve-se estabelecer um número equilibrado
da mesma, a menos que seja confrontado com metas ou padrões de indicadores que enfoquem os aspectos essenciais do que se
preestabelecidos, ou realizada uma comparação com os resultados quer monitorar.
atingidos em períodos anteriores, obtendo-se assim uma série VIII. Simplicidade: o indicador deve ser de fácil compreensão e
histórica para análise. não envolver dificuldades de cálculo ou de uso.
IX. Cobertura: os indicadores devem representar adequada-
7. Variáveis empregadas na construção de indicadores mente a amplitude e a diversidade de características do fenômeno
Os indicadores quase sempre são compostos por variáveis pro- monitorado, resguardado o princípio da seletividade e da simplici-
venientes de um dos seguintes grupos: custo, tempo, quantidade dade.
e qualidade. X. Economicidade: as informações necessárias ao cálculo do
indicador devem ser coletadas e atualizadas a um custo razoável,
8. Principais usos de indicadores de desempenho em outras palavras, a manutenção da base de dados não pode ser
A utilização de indicadores de desempenho pela instituição: dispendiosa.
• Possibilita a avaliação qualitativa e quantitativa do desempe- XI. Acessibilidade: deve haver facilidade de acesso às informa-
nho global da instituição, por meio da avaliação de seus principais ções primárias bem como de registro e manutenção para o cálculo
programas e/ou departamentos; dos indicadores.
• Permite o acompanhamento e a avaliação do desempenho XII. Estabilidade: a estabilidade conceitual das variáveis com-
ao longo do tempo e ainda a comparação entre: ponentes e do próprio indicador bem como a estabilidade dos
• Desempenho anterior x desempenho corrente; procedimentos para sua elaboração são condições necessárias ao
• Desempenho corrente x padrão de comparação; emprego de indicadores para avaliar o desempenho ao longo do
• Desempenho planejado x desempenho real; tempo.
• Possibilita enfocar as áreas relevantes do desempenho e 10. Aspectos do desempenho medidos pelos indicadores
expressá-las de forma clara, induzindo um processo de transforma- O desempenho na obtenção de um determinado resultado
ções estruturais e funcionais que permite eliminar inconsistências pode ser medido segundo as seguintes dimensões de análise: eco-
entre a missão da instituição, sua estrutura e seus objetivos priori- nomicidade, eficiência, eficácia e efetividade. Para cada dimensão
tários; de análise podem existir um ou mais indicadores.
• Ajuda o processo de desenvolvimento organizacional e de 11. Tipos de indicadores
formulação de políticas a médio e longo prazos;
• Melhora o processo de coordenação organizacional, a partir
da discussão fundamentada dos resultados e o estabelecimento de
compromissos entre os diversos setores da instituição;
• Possibilita a incorporação de sistemas de reconhecimento
pelo bom desempenho, tanto institucionais quanto individuais.

9. Qualidades desejáveis em um indicador de desempenho


Tanto na análise de indicadores de desempenho já existentes,
quanto na elaboração de novos, deve-se verificar as seguintes
características:

Editora
178
178
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

12. Requisitos dos indicadores


• Disponibilidade – Facilidade de acesso para coleta, estando disponível a tempo;
• Simplicidade – Facilidade de ser compreendido;
• Baixo custo de obtenção;
• Adaptabilidade – Capacidade de resposta às mudanças;
• Estabilidade – Permanência no tempo, permitindo a formação de série histórica;
• Rastreabilidade – Facilidade de identificação da origem dos dados, seu registro e manutenção;
• Representatividade – Atender às etapas críticas dos processos, estes sendo importantes e abrangentes.

13. Exemplo de Indicadores de Desempenho

PROCESSOS MÉTRICAS
Estratégia Corpo- ▪ A posição competitiva na indústria
rativa ▪ Custo, tempo de desenvolvimento, tempo de entrega, quantidade, preço e canais dos produtos oferecidos
▪ Quantidade, complexidade e tamanho dos concorrentes, clientes, parceiros e fornecedores
▪ Valor dos recursos disponíveis
Estrutura Corpo- ▪ Número de unidades estratégicas de negócio (UEN)
rativa ▪ Diversidade geográfica de produção e vendas
▪ Nível de capacitação para cada (UEN) e gerentes
Sistemas Corpora- ▪ Índice de retenção de clientes e funcionários
tivos ▪ Produtos e índices de qualidade de processos
▪ Investimento na formação de equipes
Recursos ▪ Recursos financeiros disponíveis para investimento no negócio
▪ Avaliação de competências dos funcionários existentes
▪ Avaliação da qualidade da tecnologia atual e dos processos
Ambiente externo ▪ Avaliação dos investimentos dos concorrentes
▪ Avaliação das necessidades do cliente
▪ das necessidades de fornecedores e recursos
Liderança ▪ Tempo dedicado ao negócio
▪ Orçamento por cento atribuído às iniciativas no segmento
▪ Porcentagem de desempenho vinculados ao sucesso do negócio no mercado
▪ Objetivos do negócio claramente comunicados aos administradores e funcionários
▪ Percentagem de gerentes preparados para o negócio

Editora
179
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Criar e executar ▪ Número, preço de custo e a percepção dos produtos e serviços oferecidos pela empresa
estratégias ade- Disponibilidade e planejamento de recursos de segurança do segmento
quadas para o ▪ Percepção da marca
negócio ▪ Quantidade e qualidade das informações disponíveis sobre a empresa
▪ Os níveis de qualidade, opções de entrega, taxas de cumprimento e satisfação do cliente de encomendas perso-
nalizadas
▪ Rentabilidade das operações para o segmento
Suporte e estru- ▪ Quantidade de produtos terceirizados
tura externa ao ▪ Qualidade das parcerias estratégicas formadas
negócio ▪ Variação do custo e da qualidade de contratos de fornecedores
▪ Integração ante unidades fornecedoras e funções internas
▪ Número de produtos, canais e serviços específicos
Desenvolver e ▪ Quantidade, qualidade, habilidades e conhecimentos dos funcionários da empresa
implementar siste- ▪ Quantidade e qualidade de treinamentos específicos
mas apropriados ▪ Porcentagem de medidas de desempenho e recompensas alinhados e ligados à atividade do negócio
ao negócio ▪ Quantidade e qualidade dos dados dos clientes através de sistemas promocionais
▪ Tempo necessário para atender aos pedidos do cliente e solicitações de serviços feitas pessoalmente ou por
outros meios
▪ Nível de integração interdepartamental por via eletrônica
▪ Qualidade de vendas e performance de entrega
Otimização de ▪ Valores em R$ das atividades realizadas pelo segmento concorrente
canal ▪ Número de clientes atendidos pela concorrência
▪ Tempo de inatividade médio por unidade
▪ Nível de satisfação com a cadeia de fornecedores
▪ Melhoria de vendas juntos aos clientes já existentes
Redução de custos ▪ R$ economizados em despesas com pessoal, aquisição de produtos e materiais, armazenamento etc.
▪ R$ economizados no desenvolvimento de novos produtos e a introdução no mercado
▪ Os custos trabalhistas por unidade vendida
Aquisição de no- ▪ Novos clientes adquiridos através de promoções
vos clientes ▪ Percentagem de clientes por novo produto
▪ Percentagem de novos clientes específicos
▪ Número de novos clientes por meio de outros canais
▪ Novos clientes que se convertem em clientes fidelizados (taxa de conversão)
Fidelização e re- ▪ Frequência de visitas e retorno de cliente
tenção de cliente ▪ Vendas médias, anual por cliente
▪ A satisfação do cliente com o atendimento
▪ Compras do cliente versus a taxa de desistência
▪ Percentagem de atritos com clientes
▪ Relação de novos clientes versus os costumeiros
Geração de valor ▪ Custo e preço dos produtos e serviços oferecidos aos clientes
▪ Média dos preços pagos pelos consumidores
▪ Número de novos produtos e linhas de serviços introduzidos
▪ Rentabilidade das operações do negócio
▪ As receitas geradas através da iniciativa (receita total, receita por cliente)
▪ Rentabilidade por cliente
Rentabilidade da ▪ Preço do estoque
empresa a longo ▪ Evolução do capital
prazo ▪ O crescimento das vendas

Vale reforçar que, mesmo adotando-se todos os cuidados na elaboração de indicadores de desempenho, o aperfeiçoamento sempre
será possível, à medida em que forem sendo colocados em prática.
Criar um canal para críticas e sugestões dos usuários dos serviços públicos, organizações governamentais, entidades de classe, enti-
dades governamentais fiscalizadoras, enfim, de todos os que, de certa forma, estão interessados no desempenho do serviço da entidade
pública é outra forma de aperfeiçoar o uso de indicadores, buscando sempre um processo de melhoria que traga o serviço o mais próximo
possível do desejado e necessário.

Disponível em: <http://www.sobreadministracao.com/avaliacao-de-desempenho-o-que-e-e-como-funciona/>. Acesso em: 14 jul. 2018.

Editora
180
180
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Capacitação de Pessoas

Levantamento de necessidades, programação, execução e avaliação.


As organizações organizam as ações de Treinamento, Desenvolvimento e Educação (TD&E) em um ciclo composto de quatro etapas.
A primeira etapa é o levantamento de necessidades de treinamento. Consiste em avaliar as lacunas (diferenças) entre as competências
atualmente existentes e as competências necessárias, obtíveis por treinamento. O gap ou diferença seriam justamente as necessidades.
A segunda etapa, denominada programação, consiste na elaboração do planejamento instrucional. O planejamento instrucional é a
etapa na qual as ações educacionais são formatadas. Inclui a definição dos objetivos instrucionais, estratégias de ensino, estratégias de
avaliação, planejamento e produção de materiais didáticos etc.
Finalmente, temos a terceira etapa, a execução. É quando a ação de TD&E efetivamente ocorre. Para que a aprendizagem ocorra, a
execução requer uma série de atividades pedagógicas e logísticas.

Finalmente, temos a avaliação, que é o fechamento do ciclo. Nesta etapa, são avaliados os resultados obtidos pela ação educacional.
A avaliação se dá em diversos níveis:
- Avaliação de reação: nível mais imediato que busca avaliar as opiniões e satisfações dos participantes acerca do treinamento;
- Avaliação de aprendizagem: verifica a diferença nos repertórios, conhecimentos e capacidades dos participantes antes e depois dos
treinamentos;
- Avaliação de transferência ou impacto: realizada alguns meses após o final do treinamento, verifica se houve mudança de compor-
tamento dos indivíduos após o treinamento.
- Mudança organizacional: verifica se houve alterações em processos de trabalho, indicadores duros, estrutura organizacional ou
outras mudanças na organização, decorrentes do treinamento.
- Valor final: Último nível da avaliação e verifica a contribuição do treinamento para os objetivos mais importantes da organização

Este ciclo é preconizado, por exemplo, pela norma ISO 10.015. A figura abaixo ilustra estas etapas.

Editora
181
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Com base no contexto atual das empresas e nos desafios que O autor justifica o uso do método de avaliação, na medida
as pessoas enfrentam no desempenho de suas funções, decidiu-se em que ele permitiria verificar: a necessidade de manutenção
pesquisar as competências requeridas aos funcionários para atu- do programa de treinamento; aperfeiçoamentos para programas
arem nos setores da organização, para a partir daí propor treina- futuros; e a validação da função dos responsáveis pelos programas
mentos nas áreas adequadas. de treinamento (KIRKPATRICK, 1998, p. 5).
Nos últimos anos as organizações, cada vez mais conscientes
de que seu sucesso será determinado pela qualificação de seus em- Recrutamento e Seleção
pregados passaram a atribuir maior relevância à gestão estratégica O fator humano dentro das organizações é, ainda hoje, um
de pessoas principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento tema frequentemente estudado por pesquisadores das áreas de
de competências humanas ou profissionais. psicologia e sociologia, os quais analisam o comportamento e as
O conceito de treinamento não é algo consensual, tendo assim relações no ambiente corporativo. Contribuindo para o bom funcio-
autores apresentando definições diferentes para esse conceito. namento das empresas, as políticas de RH são regras estabelecidas
para administrar funções e fazer os colaboradores de uma organiza-
Chiavenato é o que apresenta a definição que melhor repre-
ção desempenharem seu papel de forma eficiente, de acordo com
senta esse conceito e mais usualmente é adotada:
os objetivos estipulados pela empresa.
“Treinamento é o processo pelo qual a pessoa é preparada
As políticas de Recursos Humanos são guias para ação. Servem
para desempenhar de maneira excelente as tarefas específicas do
para promover a resolução dos problemas que acabam ocorrendo
cargo que deve ocupar.” com frequência no mundo organizacional. Para evitar conflitos den-
Modernamente, o treinamento é considerado um meio de de- tro deste ambiente, é preciso estabelecer práticas com objetivo de
senvolver competências nas pessoas para que elas se tornem mais administrar os comportamentos internos e potencializar o capital
produtivas, criativas e inovadoras, a fim de contribuir melhor para humano, tendo como finalidade selecionar, gerir e nortear os cola-
os objetivos organizacionais. boradores na direção das metas da organização.
Ainda segundo Chiavenato “treinamento é o processo educa- No entanto, as polícias de Recursos Humanos de uma empresa
cional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizada, podem variar de acordo com a sua cultura organizacional. Para que
através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e o objetivo da empresa tenha possibilidade de ser atingido de forma
habilidades em função de objetivos definidos”. eficiente, é preciso estabelecer uma competente e eficaz política de
Há uma diferença entre treinamento e desenvolvimento de RH. Isso requer investimentos e recomposição integral de conheci-
pessoas. Embora os seus métodos sejam similares para afetar a mento organizacional tanto operacional quanto gerencial.
aprendizagem, a sua perspectiva de tempo é diferente.
Ambos, treinamento e desenvolvimento (T&D), constituem Veja algumas políticas de RH que as empresas adotam:
processos de aprendizagem por isso que Chiavenato afirma que - Valorização do potencial humano para gerar ambiência or-
segundo a base primordial para o atingimento dos objetivos de ganizacional favorável à motivação das pessoas, levando-as a con-
uma instituição, começa pelo treinamento e desenvolvimento das tribuir e se comprometer com a excelência do desempenho e dos
pessoas. Tende-se a investir pesadamente em treinamentos para resultados organizacionais.
obter um retomo garantido. - Salário condizente com o que o mercado oferece.
Assim, acredita-se que através de um treinamento visando o - Bonificação por performance.
desenvolvimento das pessoas nas organizações os resultados serão - Progressão na carreira.
satisfatórios tanto para os indivíduos como para as organizações. - Remuneração nos padrões do mercado.
- Benefícios educacionais.
Avaliação de T&D - Assistência médica.
Na tentativa de se estabelecer um modo de mensurar os - Treinamentos de capacitação.
- Promoção de cargos.
efeitos decorrentes dos programas de treinamento utilizados nas
- Dar feedbacks com frequência.
organizações, Donald Kirkpatrick (KIRKPATRICK, 1998, p. ix), sugere
- Promoção de desafios.4
a adoção de um método de avaliação dos programas de treina-
mento que leva o seu nome. Tal método distingue quatro níveis de
O recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos
avaliação dos programas de treinamento: que visam atrair candidatos potencialmente qualificados, capazes
- Reação: medida de como os participantes se sentem sobre os de assumirem cargos dentro da organização. É como um sistema
vários aspectos do programa de treinamento. É basicamente uma de informação, através do qual a organização divulga e oferece ao
medida de “satisfação do consumidor”; mercado de recursos humanos as oportunidades de emprego que
- Aprendizado: medida do conhecimento adquirido, habilida- pretende preencher. O recrutamento é uma atividade que tem por
des melhoradas e atitudes mudadas devido ao treinamento; objetivo imediato atrair candidatos que, na fase de seleção serão
- Comportamento: medida da extensão da mudança de com- apontados como adequados ou não para a vaga disponível, o que
portamento no trabalho dos participantes devido ao treinamento; leva a afirmação de que o recrutamento é uma atividade de comu-
- Resultados: medida dos resultados que ocorreram devido ao nicação com o ambiente externo.
treinamento, incluindo aumento de vendas, produtividade, redu-
ção de custos etc. (KIRKPATRICK, 1998, p. 4-5) Fontes de recrutamento
As fontes de recrutamento representam os alvos específicos
Avaliar os resultados obtidos com treinamento, considerando- sobre os quais irão incidir as técnicas de recrutamento. Para melhor
-se esses quatro níveis, implica planejar e integrar todo processo identificar as fontes de recrutamento (dentro dos requisitos que a
de avaliação para que se tenha clareza da informação (o que?) que organização irá exigir aos candidatos), são possíveis dois tipos de
se pretende levantar, em qual fonte (onde?), por meio de qual pesquisa: a pesquisa externa e a pesquisa interna.
método (como?) e em que momento (quando?).
4 Fonte: www.sbcoaching.com.br
Editora
182
182
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Pesquisa externa - verificar o que o mercado tem a oferecer, Em seguida, é importante fazer o levantamento do perfil da
onde está o candidato ideal para suprir essa deficiência na organi- vaga: definir e descrever o cargo, as atividades, as responsabilida-
zação. Relaciona-se com a elaboração de uma pesquisa do mercado des, a remuneração e as expectativas, além dos conhecimentos,
de recursos humanos, de modo a poder segmentá-lo, para facilitar experiência e habilidades necessárias. Assim ficará mais fácil o pro-
a sua análise. cesso de escolha tanto para a empresa quanto para o candidato.

Pesquisa interna – Aqui faz-se o desenho do cargo, ou seja: A partir desse levantamento é possível descrever as competên-
- Descrição – o que o funcionário vai fazer cias técnicas e comportamentais requeridas e desejadas. A diferen-
- Análise – o que ele tem que ter ça entre elas é que enquanto as técnicas são imprescindíveis para a
realização das funções, as comportamentais são um complemento
Corresponde a uma pesquisa sobre as necessidades da organi- ideal, mas cabível de desenvolvimento após a contratação. Toda a
zação em relação aos recursos humanos e quais as políticas que a etapa de seleção deverá ser pensada para avaliar essas competên-
organização pretende adaptar em relação ao seu pessoal. Esta pes- cias.
quisa, geralmente, envolve a: Durante o planejamento a participação do gestor da área con-
1. Elaboração das políticas de recrutamento; tribui para o alinhamento das expectativas. Isso garantirá que o
2. Organização do recrutamento, delegação de autoridade e processo seja moldado a partir do nivelamento entre o que o líder
responsabilidade apropriadas a essa função; espera e o que é bom para a empresa.
3. Listagem dos requisitos necessários à força de trabalho; Além disso, é fundamental estudar as características da cultura
4. Utilização de meios e técnicas para atrair; organizacional. Aspectos como missão, visão, valores e rituais da
5. Avaliação do programa de recrutamento, em função dos ob- organização devem ser compreendidos a fim de subsidiar a escolha
jetivos e dos resultados alcançados. de candidatos compatíveis com tais aspectos.
Com todas essas informações em mãos é possível estruturar
Processo de recrutamento e etapas do processo seletivo o processo seletivo em fases bem definidas. Para isso estabeleça
O recrutamento envolve um processo que varia conforme a quais critérios serão eliminatórios e quais serão classificatórios.
organização. O órgão de recrutamento não tem autoridade para Cada fase deve conter ao menos um critério eliminatório que de-
efetuar qualquer atividade de recrutamento sem a devida tomada terminará quais são os candidatos que continuarão no processo.
de decisão por parte do órgão que possui a vaga a ser preenchida. O mais aconselhável é que esses critérios sejam objetivos e
O recrutamento de pessoal é oficializado através de uma ordem de que haja uma forma de pontuação. Desse modo, a classificação dos
serviço denominada como requisição de pessoal. Quando o órgão candidatos será facilitada e a decisão pautada em maiores emba-
de recrutamento a recebe, verifica se existe algum candidato ade- samentos.
quado disponível nos seus arquivos; caso contrário, deve recrutá-lo Após planejar como será feita a atração e estruturar os méto-
através das técnicas de recrutamento. dos de seleção que serão utilizados também é interessante fazer
um levantamento do tempo médio de duração do processo para
Chiavenato nos diz que “lidar com as pessoas deixou de ser um deixar as expectativas dos candidatos alinhadas.
desafio e passou a ser vantagem competitiva para as organizações
bem-sucedidas”. Hoje os talentos são vistos como um dos mais va- A fase de atração
liosos recursos que as empresas possuem. Para garantir seu suces- Depois do planejamento, o próximo passo é atrair bons can-
so, as companhias dependem de pessoas qualificadas, por isso um didatos. A fim de atingir profissionais competentes e atualizados
bom processo de seleção faz toda a diferença. Mas você sabe quais quanto as mudanças tecnologias da geração é imprescindível que a
são as etapas de um processo seletivo bem estruturado? oportunidade seja atraente.
O setor de RH é o responsável por contratar os melhores pro- Prepare cuidadosamente o anúncio da vaga, pois ele deve ser
fissionais, atrair pessoas que possam ocupar os cargos oferecidos e eficiente, conciso e conter todas as informações necessárias, como
selecionar os candidatos mais capacitados. Um processo de seleção os pré-requisitos, atividades exercidas, horário de trabalho, remu-
estruturado e bem planejado pode garantir uma boa contratação e neração, dentre outros.
minimizar os custos de turnover. Escolha em quais canais a vaga será anunciada, lembrando que
Neste post vamos falar sobre as etapas de um processo seletivo cada meio de divulgação tem suas características de custo, tempo
e as suas características. Continue a leitura e confira! de resposta, perfil e quantidade de participantes.
Tenha em mente o perfil de sua vaga e qual público de candida-
A etapa de planejamento tos está buscando para que seu recrutamento seja mais eficiente.
O planejamento é a base para um processo seletivo de sucesso. Alguns dos meios mais utilizados são:
Aqui você deverá definir desde como será a vaga que está sendo - Sessão “Trabalhe Conosco” no próprio site da empresa;
aberta, quais meios de atração serão utilizados, até como será feita - Redes sociais;
a seleção. - Sites voltados para vagas e captação de candidatos;
Antes de tudo, é necessário identificar e avaliar a necessidade - Feiras de recrutamento;
da vaga. De onde surgiu essa demanda? É possível preencher essa - Consultorias de RH.
vaga promovendo ou transferindo outro colaborador da organiza-
ção? Algumas vezes um processo seletivo externo não se mostra Quanto melhor a etapa de divulgação e atração, maior será o
necessário, podendo haver o preenchimento das vagas com os re- número de candidatos competentes. Essa diversidade aumenta as
cursos da própria companhia. possibilidades de a empresa encontrar o profissional que mais se
encaixa em suas necessidades.

Editora
183
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
O processo de seleção os primeiros colocados após as avaliações. Nesses casos é recomen-
Agora é a hora de selecionar os profissionais em meio a todas dado que se retome o contato com o candidato com o surgimento
as candidaturas recebidas. O primeiro passo é realizar uma triagem, da vaga ideal.
levando em consideração os pré-requisitos do cargo, e separar as As etapas de um processo seletivo sempre devem ser bem pla-
aplicações mais relevantes. nejadas e estruturadas, por isso a escolha das ferramentas certas
para auxiliar esse processo são primordiais para garantir a contrata-
Dependendo da vaga e do porte da corporação, a empresa ção dos melhores profissionais para a empresa.5
receberá centenas de currículos e analisar um a um requer mui-
to tempo e é pouco eficaz. Para melhorar esses processos, existem Meios de recrutamento
softwares que otimizam essa seleção, realizando a triagem de for- Verificou-se que as fontes de recrutamento são áreas do mer-
ma prática e centralizada. cado de recursos humanos exploradas pelos mecanismos de recru-
Todas as informações e testes dos candidatos são compilados tamento. O mercado de recursos humanos apresenta fontes diver-
e os melhores aparecem em um sistema de ranking. Assim o pro- sificadas que devem ser diagnosticadas e localizadas pela empresa.
fissional de RH pode se focar nos perfis mais compatíveis com a Deste modo, ela passa a influencia-las através de uma multiplici-
organização. dade de técnicas de recrutamento, visando atrair candidatos para
Separados os candidatos, é hora de seguir com a seleção. É im- atender às suas necessidades. Verificamos também que o mercado
portante que ela contenha etapas de avaliação técnica e de avalia- de recursos humanos é constituído por um conjunto de candidatos
ção psicológica. Dessa forma o processo será completo e terá maior que podem ser empregados (a exercer atividades noutra empresa)
probabilidade de resultar na contratação do melhor candidato para ou disponíveis (desempregados). Os candidatos empregados ou dis-
a vaga. poníveis podem ser reais (que estão à procura ou querem mudar de
A participação do líder direto na avaliação dos requisitos técni- emprego) ou potenciais (que não estão interessados em procurar
cos é imprescindível, pois o domínio das funções executadas torna emprego). Daí existirem dois meios de recrutamento: o interno e
sua opinião muito relevante. Além disso, o envolvimento do gestor o externo.
nas etapas de um processo seletivo faz com que ele se sinta respon-
sabilizado pela contratação e invista no desenvolvimento do futuro Recrutamento interno
contratado. Diz-se que o recrutamento é interno quando uma determinada
Existem vários métodos de dinâmicas, testes e entrevistas para empresa, para preencher uma vaga, aproveita o potencial huma-
afunilar a escolha, portanto, escolha os mais adequados para você no existente na própria organização. A razão deste aproveitamento
e prepare um roteiro. Utilize perguntas estratégicas nas entrevistas prende-se, muitas vezes, com promoções, programas de desenvol-
e avalie as competências, habilidades e comportamentos. vimento pessoal, planos de carreira e transferências. Para isso, algu-
As metodologias escolhidas devem ser capazes de avaliar a mas questões devem ser levadas em consideração:
compatibilidade dos candidatos tanto com a vaga quanto com a or- 1. Resultados das avaliações de desempenho do candidato in-
ganização. Para isso é aconselhável que tudo seja estruturado com terno;
antecedência, principalmente as entrevistas, pois consistem no 2. Análise e descrição do cargo atual do candidato interno e
principal método avaliativo. comparação com a análise e descrição do cargo que se está a pen-
Toda a seleção deve ser padronizada, ou seja, os candidatos sar ocupar;
devem passar pelas mesmas etapas e processos. Assim, há a ga- 3. Planos de carreira de pessoal para se verificar qual a trajetó-
rantia de imparcialidade, otimização do tempo e justiça entre os ria mais adequada para o ocupante do cargo em questão;
concorrentes. 4. Condições de promoção do candidato interno, para saber se
Depois de todo o material obtido e todas etapas realizadas, é este tem um substituto preparado para o seu lugar;
hora de tomar a decisão e realizar a contratação, considerando o 5. Resultados obtidos pelo candidato interno nos testes de se-
conjunto de resultados e escolhendo os mais adequados ao perfil. leção no momento da sua entrada na organização;
6. Resultados dos programas de formação, caso tenha feito, do
A gestão das vagas de diferentes departamentos candidato interno.
Agora imagine que existam muitas posições em aberto, para
vários setores diferentes, com vários concorrentes para cada uma Vantagens do recrutamento interno
delas. Como não se confundir? O recrutamento interno constitui uma transferência de recur-
O processo se torna mais simples quando você realiza a gestão sos humanos dentro da própria organização. As principais vanta-
por meio de um software. Você pode registrar todos os pareceres, gens deste tipo de recrutamento são:
resultados de testes, histórico dos avaliados, além da possibilidade 1. Maior rapidez: evita as demoras frequentes no recrutamento
de enviar mensagens diretas a todos. Assim, fica mais prático orga- externo, como por exemplo, a colocação de anúncios, a espera de
nizar os processos e gerir todas as fases e a evolução de cada pes- respostas e ainda a demora natural do próprio processo de admis-
soa, ganhando tempo, eliminando papéis e tornando seu processo são;
muito mais efetivo. 2. Mais econômico para a empresa: evita os custos inerentes
Outro aspecto importante sobre gestão é a organização de cur- ao processo do recrutamento externo, custos de admissão do novo
rículos em um banco de dados e o direcionamento de talentos para candidato e os custos relacionados com a integração do novo cola-
outras oportunidades que venham a surgir. borador;
Muitas vezes durante o processo seletivo identificamos profis- 3. Aproveita os investimentos da empresa em formação do
sionais compatíveis com a empresa e muito competentes, mas nem pessoal: o que, por vezes, só tem retorno quando o colaborador
sempre são os mais indicados para o cargo em questão ou não são passa a ocupar cargos mais complexos;

5 Fonte: www.gupy.io
Editora
184
184
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
4. Apresenta maior índice de segurança: o candidato é conhe- Considera-se esta técnica a que acarreta menores custos para a or-
cido, a empresa tem a sua avaliação de desempenho, dispensa-se ganização, uma vez que elimina a necessidade de colocar anúncios,
a integração na organização e, por vezes, não necessita de período tornando-a, por isso mesmo, numa das mais rápidas;
experimental; 2. Boca a boca: apresentação do candidato a partir de um cola-
5. É uma fonte de motivação para os colaboradores: porque borador. Desta forma, a organização faz com que o colaborador se
possibilita o crescimento dentro da organização. Quando uma em- sinta prestigiado pelo fato da organização considerar as suas reco-
presa desenvolve uma política consistente de recrutamento interno mendações, ao apresentar um amigo ou conhecido e, dependen-
estimula os seus colaboradores a um constante autoaperfeiçoa- do da forma como o processo é conduzido, o colaborador torna-se
mento, no sentido de estes depois estarem aptos a ocupar cargos co-responsável junto à empresa pela sua admissão. É também uma
mais elevados e complexos; técnica de baixo custo, alto rendimento e baixa morosidade;
6. Cria uma competição salutar entre o pessoal: uma vez que 3. Cartazes ou anúncios na portaria da empresa: é uma técnica
as oportunidades serão oferecidas aqueles que realmente as me- de baixo custo, mas cuja eficácia nos resultados depende de uma
recerem. série de fatores, como a localização da empresa, a proximidade das
fontes de recrutamento, a proximidade de movimento de pessoas,
Desvantagens do recrutamento interno facilidade de acesso. É uma técnica que espera que o candidato vá
1. A organização pode estagnar, perdendo criatividade e ino- até ela. Normalmente, é utilizada para funções de baixo nível;
vação; 4. Anúncios em jornais e revistas: é considerada uma das téc-
2. Se a organização não oferecer as oportunidades de cresci- nicas de recrutamento que atrai mais candidatos à organização. Po-
mento no momento certo, corre-se o risco de defraudar as expec- rém, é mais quantitativa, uma vez que se dirige ao público em geral
tativas dos colaboradores e, consequentemente, podem-se criar e a sua discriminação depende da objetividade do anúncio;
estados de desinteresse, apatia e até levar à demissão; 5. Contatos com sindicatos e associações de classe: tem a van-
3. Pode gerar conflitos de interesses entre pessoas que estão tagem de envolver outras organizações no processo de recrutamen-
em pé de igualdade para ocupar o mesmo cargo; to sem que isso traga à organização qualquer tipo de encargos;
4. Pode provocar nos colaboradores menos capazes, normal- 6. Contatos com centros de emprego;
mente em cargos de chefia, um sentimento de insegurança que po- 7. Contatos com universidades, associações de estudantes, es-
derá fazer com que estes sufoquem o desempenho e aspirações dos colas e centros de formação profissional, no sentido de divulgar as
subordinados, a fim de evitarem futura concorrência; oportunidades oferecidas pela empresa;
5. Quando administrado incorretamente, pode levar à situação 8. Conferências em universidades e escolas: no sentido de pro-
denominada de Principio de Peter, segundo o qual as empresas, ao mover a empresa: para tal, há uma apresentação da organização,
promoverem incessantemente os seus colaboradores, elevam-nos em que esta fala dos seus objetivos, da sua estrutura e das políticas
sempre à posição onde demonstram o máximo da sua incompetên- de emprego;
cia; ou seja, à medida que um colaborador demonstra competên- 9. Viagens de recrutamento a outras localidades: quando o
cia num determinado cargo, a organização, a fim de premiar o seu mercado de recursos humanos local está bastante explorado, a em-
desempenho, promove-o sucessivamente até ao cargo em que o presa pode recorrer ao recrutamento em outras cidades ou outras
colaborador por se mostrar incompetente, estagnará, uma vez que localidades. Neste caso o técnico de recrutamento dirige-se ao local
o sistema jurídico-laboral não permite que o colaborador retome à em questão e anuncia através da rádio e imprensa local;
sua posição anterior; 10. Contatos com outras empresas que atuam no mesmo mer-
6. Não pode ser feito em termos globais dentro da organiza- cado, em termos de cooperação mútua: estes contatos interempre-
ção: uma vez que o recrutamento interno só pode ser efetuado à sas chegam a formar cooperativas de recrutamento;
medida que o candidato interno tenha, a curto prazo, condições de 11. Agências de recrutamento: estas agências estão a proliferar,
igualar a performance do antigo ocupante. no sentido de prestar serviços de recrutamento e seleção a peque-
nas, médias e grandes empresas. Estão aptas a recrutar e selecionar
Recrutamento externo candidatos independentemente das suas qualificações. Ou seja, ao
O recrutamento é externo quando, havendo uma determinada contrário de outras técnicas, esta permite recrutar candidatos não
vaga, a organização tenta atrair os talentos disponíveis no mercado só de baixo nível, mas também altamente qualificados. Torna-se,
através de técnicas de recrutamento. As técnicas de recrutamento então uma das técnicas mais caras, embora seja compensada pelos
são os métodos através dos quais a organização divulga a existência fatores tempo e rendimento. Na maior parte das vezes, as técnicas
de uma oportunidade de trabalho junto às fontes de recursos hu- de recrutamento são utilizadas conjuntamente, pois o processo de
manos mais adequadas. O que vai definir as técnicas são as fontes recrutamento tem que ter em conta a relação custo/rapidez. Assim,
de recrutamento e as qualificações. O recrutamento externo incide o custo de recrutamento aumenta à medida que se exige maior ra-
sobre candidatos reais ou potenciais, disponíveis ou em situação de pidez no recrutamento e seleção dos candidatos.
emprego e pode envolver uma ou mais técnicas de recrutamento.
Vantagens do recrutamento externo
As principais técnicas de recrutamento externo são: 1. Traz sangue novo e experiências novas à organização: a en-
1. Consulta de bases de dados: os candidatos que tenham trada de recursos novos na organização impulsiona novas ideias,
enviado o seu currículo para uma organização e não tenham sido novas estratégias, diferentes abordagens dos problemas internos
considerados em recrutamentos anteriores, têm a sua candidatu- da organização;
ra devidamente arquivada no órgão de recrutamento e podem ser 2. Permite munir a empresa com quadros técnicos com forma-
chamados a qualquer momento para um processo de seleção. A ção no exterior: isto não significa que, a partir da admissão, não
organização deve estimular a vinda de candidaturas espontâneas, tenha que investir em formação com esse candidato, mas o que é
para garantir um stock de candidatos para qualquer eventualidade. certo é que vai usufruir de imediato do retorno dos investimentos
efetuados pelos outros;
Editora
185
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
3. Renova e enriquece os recursos humanos da organização; Avaliação Convencional e Diferenciada de Desempenho
4. Evita conflitos entre pessoas que fazem parte da mesma or- As organizações necessitam de sistemáticas de avaliação capa-
ganização: no caso de, por exemplo, duas pessoas estarem aptas a zes de acompanhar o crescimento das pessoas que nela exercem
ocupar o mesmo cargo e a organização escolher uma delas, pode suas atribuições;
desencadear na rejeitada um sentimento de injustiça e provocar A questão é de que formaque é possível obter um acompanha-
um conflito grave. mento eficiente ao mesmo tempo integrado com os propósitos da
organização como um todo.
Desvantagens do recrutamento externo O essencial é a maneira com que as pessoas dão andamento
1. É um processo mais demorado do que o recrutamento inter- as suas atribuiçõese o desempenho será mensurado a partir dessas
no: porque temos de considerar o tempo despendido com a escolha exigências.
das técnicas mais adequadas, com as fontes de recrutamento, com
a atração dos candidatos, com a seleção, os exames médicos, com Definições e conceitos
possíveis compromissos do candidato a outra organização e com o Desempenho: “conjunto de entregas e resultados de determi-
processo de admissão. nada pessoa para a empresa ou negócio” (DUTRA, 2002);
2. Desmotiva as pessoas que trabalham na organização: os fun- Avaliação de desempenho: implica na “identificação, mensu-
cionários podem, em determinados casos, ver o recrutamento ex- ração e administração do desempenho humano nas organizações”
terno como uma política de deslealdade para com eles; (GÓMEZ-MEJÍA, BALKIN e CARDY, 1995).
3. Cria distorções ao nível salarial: porque quem vem de novo, - Identificação: ao notar as consequências das atividades, a em-
normalmente vem ganhar mais do que aquele que já está há mais presa estará apta a remanejar pessoas de acordo com a definição
tempo na organização e a desempenhar a mesma função, o que de desempenho exigida para satisfazer as suas necessidades;
pode levar ao aumento dos salários em geral, para evitar grandes - Mensuração: elemento central, tem por objetivo principal a
disparidades; busca pela determinação de como o desempenho pode ser relacio-
4. É mais caro: exige despesas imediatas com anúncios, jornais, nado a certas formas de medições.
agências de recrutamento; - Administração: dirigida para o futuro. Busca o desenvolvimen-
5. É menos seguro do que o recrutamento interno: dado que to e fornece subsídios que geram a possibilidade de alcance de todo
os candidatos são desconhecidos: apesar das técnicas de seleção, o potencial das pessoas, gerando resultados positivos.
muitas vezes a empresa não tem condições de confirmar as qualifi-
cações do candidato; daí submeter o candidato a um período expe- A AD engloba todo o processo desde a identificação do desem-
rimental, precisamente pela insegurança da empresa relativamente penho, passando pela mensuração, ou seja, medindo tal desem-
ao processo de recrutamento e seleção. penho, até alcançar projeções para o médio e curto prazo, onde o
potencial de cada estará a serviço da organização”.
Independente da estratégia ou tipo de recrutamento e seleção
utilizados é necessário estar atento aos erros de avaliação que fre- Alguns dos motivos queque leva à utilização da AD:
quentemente são observados, tais como: - Alicerçar a ação do gestor: a empresa se torna mais transpa-
- Efeito Halo - Ato de beneficiar o candidato (gostou do candi- rente, pois as ações de seus gestores estão alicerçadas em elemen-
dato) tos palpáveis (avaliação realizada com rigor técnico).
- Efeito Horn - Ato de prejudicar o candidato (não gostou dele) - Nortear e mensurar o processo de treinamento e desenvolvi-
- Recenticidade - O que importa são os últimos fatos mento (T&D): ponderação do nível de CHA (conhecimentos, habili-
- Avaliação Congelada - A primeira impressão é a que fica dades e atitudes), determinando a direção que o processo de T&D
- Tendencia Central - Intermediário, todos são bons. deve tomar e a sua medida em cada caso;
- Identificação - Espelho, o candidato é parecido comigo. - Facilitar o feedback das pessoas: na medida em que mensura
os desempenhos das pessoas em avaliação e informa de modo a
Recrutar é atrair pessoas. É uma forma preliminar, inicial, de sugerir mudanças, quando necessário; e
agregar pessoas à organização. É uma comunicação, emitida pela - Facilitar o progresso das organizações: feedback organizacio-
organização, para as pessoas, a respeito das vagas em aberto na nal, acompanhamento do desempenho identificando pontos críti-
organização. Seleção, por sua vez, é uma etapa posterior. A seleção cos, negativos e positivos dando caráter facilitador à elaboração de
é uma espécie de filtro: é a etapa em que a organização utiliza ins- estratégias para manutenção e crescimento.
trumentos concretos para avaliar e classificar os candidatos.
Os processos de recrutamento e seleção podem ser internos, Finalidades:
quando são voltados para as pessoas que já trabalham para a or- - Identificar o valor das pessoas para a organização: men-
ganização; ou externos, quando buscam atrair para a organização surar qualitativamente o impacto de cada pessoa nos resultados
pessoas que ainda não são colaboradoras dela. organizacionais;
O processo decisório, na contratação de pessoas, não é feito - Desenvolver talentos: detectados os pontos fortes e fra-
apenas pela área de gestão de pessoas. O processo é conduzido em cos das pessoas, via avaliação de desempenho, as necessidades de
parceria, tanto pela área que quer preencher a vaga quanto pela desenvolvimento tornam-se transparentes;
unidade de gestão de pessoas. A decisão final a respeito da contra- - Fornecer informações essenciais: que auxiliem o desen-
tação cabe à área que quer preencher a vaga. volvimento das demais atividades referentes à gestão de pessoas;
Existem diversas técnicas de seleção, tais como entrevistas,
provas de conhecimento, testes psicológicos, técnicas vivenciais e
análise de currículo. No caso de concursos públicos, a divulgação do
edital corresponde ao recrutamento, enquanto as provas de conhe-
cimento e de títulos correspondem à seleção.
Editora
186
186
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
- Tornar transparente a relação entre avaliadores e avalia-
dos: ao se recolher informações essenciais sobre o quadro funcio-
nal, identificar talentos potenciais e o que as pessoas agregam para
a organização; e
- Abastecer a organização com avaliações periódicas: as
organizações necessitam estar permanentemente empenhadas na
atualização da AD.

Vantagens da utilização
- Possibilita a descoberta de talentos: por meio da identifi-
cação dos atributos de cada pessoa;
- Facilita o feedback às pessoas da organização: desfrutar
do que foi coletado, analisado e concluído pelos avaliadores, po-
dendo a partir daí encontrar caminhos para auto-desenvolvimento;
- Auxilia o direcionamento dos esforços da organização: o
fato de se ter informações proporciona a organização a possibilida-
de de “identificar aquelas pessoas que necessitam de aperfeiçoa-
mento” (MARRAS, 2000);
- Auxilia o aprimoramento da qualidade de vida: “constitui
um poderoso meio de resolver problemas de desempenho e me-
lhorar a qualidade do trabalho e a qualidade de vida dentro das
organizações” (CHIAVENATO, 1999); Motivação segundo o dicionário é o ato de motivar; exposição
- Situa as pessoas na estrutura organizacional:a AD subsidia de motivos ou causas ; conjunto de fatores psicológicos, conscien-
as demais atividades desencadeando ações que culminem com al- tes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, que deter-
terações significativas na estrutura da organização; e minam um certo tipo de conduta em alguém. Sendo assim Motiva-
- Incentiva a utilização do coaching: a AD “ajuda ou estimu- ção está intimamente ligado aos Motivos que segundo o dicionário
la os supervisores a observarem seus subordinados mais de perto é fato que leva uma pessoa a algum estado ou atividade.
e a desempenhar melhor a função de treinadores” (OBERG, 1997). Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente ao
que você quer da vida , e seus motivos são pessoais , intransferíveis
Limitações da utilização e estão dentro da sua cabeça (e do coração também) , logo seus
- Serve de justificativa para discussões salariais: ao situar as motivos são abstratos e só têm significado pra você , por isso moti-
pessoas na estrutura organizacional, pode gerar argumentações di- vação é algo tão pessoal , porque vêm de dentro.
recionadas a salários e vantagens face à uma possível nova posição A motivação é uma força interior que se modifica a cada mo-
funcional numa outra unidade; mento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos
- Trata-se de um processo vulnerável: “as avaliações forne- de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação
cem informações inadequadas sob as sutilezas do desempenho, os é algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma
gerentes freqüentemente fazem julgamentos arbitrários” (LEVIN- particular erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmoti-
SON, 1997); va, pois ninguém é capaz de fazê-lo. Existem pessoas que pregam a
- Há uma tendência à exclusão dos não envolvidos direta- automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, já que
mente: com o processo. A não influência direta nos resultados da a motivação é uma força intrínseca, ou seja, interior e o emprego
organização, dificulta o questionamento à avaliação feita desmo- desse prefixo deve ser descartado.
tivação e desinteresse;
- Dificuldade de manter as avaliações periódicas: a elaboração Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quando suas
e aplicação do processo de AD depende do feedback oferecido às necessidades são todas supridas de forma hierárquica. Maslow or-
pessoas pelos avaliadores; ganiza tais necessidades da seguinte forma:
- Inibe o desenvolvimento criativo do potencial humano: - Autorrealização
manter avaliações constantes, dependendo da maneira como é - Autoestima
realizada, pode representar um controle na visão das pessoas em - Sociais
processo de avaliação; e - Segurança
- Dificulta a avaliação do grupo: este tipo de procedimento - Fisiológicas
sempre tende a recair numa avaliação individualizada.6
Tais necessidades devem ser supridas primeiramente no alicer-
MOTIVAÇÃO ce das necessidades escritas, ou seja, as necessidades fisiológicas
Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o mundo com são as iniciantes do processo motivacional, porém, cada indivíduo
outros olhos? É conquistar resultados, é superar obstáculos, é ser pode sentir necessidades acima das que está executando ou abaixo,
persistente, é acreditar nos seus sonhos, é o que? o que quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível.
Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a motivação
é alcançada através de dois fatores: Fatores higiênicos que são estí-
mulos externos que melhoram o desempenho e a ação de indivídu-
os, mas que não consegue motivá-los.

6Fonte: gestaopublica.org
Editora
187
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Fatores motivacionais que são internos, ou seja, são sentimentos gerados dentro de cada indivíduo a partir do reconhecimento e da
autorrealização gerada através de seus atos.
Já David McClelland identificou três necessidades que seriam pontos-chave para a motivação: poder, afiliação e realização.
Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”, são adquiridas ao longo da vida, mas que trazem prestígio, status e outras sen-
sações que o ser humano gosta de sentir.
Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas teóricas, que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias de Processo, onde, em
cada uma delas, identificamos as correntes pertencentes.

Ainda sobre motivação, precisamos entender o processo que leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um objetivo, conforme
mostra o Ciclo Motivacional.

O Ciclo Motivacional

O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas: uma necessidade rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando um esta-
do de tensão, insatisfação, desconforto e desequilíbrio. Esse estado de tensão leva o indivíduo a um comportamento ou ação, capaz de
descarregar a tensão ou livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio. Se o comportamento ‘for eficaz o indivíduo encontrará a satisfação
da necessidade e, portanto, a descarga da tensão provocada por ela’. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado de equilíbrio
anterior e à sua forma de ajustamento ao ambiente.
As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo contrario, são forças dinâmicas e persistentes que provocam comportamentos.
Com a aprendizagem e a repetição (reforço positivo), os comportamentos tornam-se gradativamente mais eficazes na satisfação, de certas
necessidades. E quando uma necessidade é satisfeita ela não é mais motivadora de comportamento já que não causa tensão ou descon-
forto.
Editora
188
188
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de resolução da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita, frustrada (quando a
satisfação é impedida ou bloqueada) ou compensada (a satisfação é transferida para objeto). Muitas vezes a tensão provocada pelo surgi-
mento da necessidade encontra uma barreira ou obstáculo para a sua liberação.
Não encontrando a saída normal, a tensão represada no organismo procura um meio indireto de saída, seja por via psicológica (agres-
sividade, descontentamento, tensão emocional, apatia, indiferença etc.) seja por via fisiológica (tensão nervosa, insônia, repercussões car-
díacas ou digestivas etc.). Outras vezes, a necessidade não é satisfeita nem frustrada, mas é transferida ou compensada. Isto se dá quando
a satisfação de outra necessidade reduz ou aplaca a intensidade de uma necessidade que não pode ser satisfeita.
A satisfação de alguma necessidade é temporal e passageira, ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada pelas diferentes
necessidades. O comportamento é quase um processo de resolução de problemas, de satisfação de necessidade, à medida que elas vão
surgindo.
O conceito de motivação – ao nível individual – conduz ao de clima organizacional – ao nível da organização. Os seres humanos estão
continuamente engajados no ajustamento a uma variedade de situações, no sentido de satisfazer suas necessidades e manter um equilí-
brio emocional. Isto pode ser definido com um estado de ajustamento. Tal ajustamento não se refere somente à satisfação das necessida-
des de pertencer a um grupo social de estima e de autorrealização. É a frustração dessas necessidades que causa muitos dos problemas de
ajustamento. Como a satisfação dessas necessidades superiores depende muito de outras pessoas, particularmente daquelas que estão
em posições de autoridade, torna-se importante para a administração compreender a natureza do ajustamento e do desajustamento das
pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as aptidões – varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo indivíduo de um
momento para outro. Varia dentro de um continuum e pode ser definido em vários graus, mas do que em tipos. Um bom ajustamento
denota “saúde mental”. Uma das maneiras de se definir saúde mental é descrever as características de pessoas mentalmente sadias. As
características básicas de saúde mental são:
- As pessoas sentem-se bem consigo mesmas;
- As pessoas sentem-se bem em relação às outras pessoas;
- As pessoas são capazes de enfrentar por si as demandas da vida.

Abaixo uma tabela que demonstra os sete níveis de motivação onde, em cada um desses níveis, identificamos a necessidade a ser
suprida, com suas respectivas características de ação.

Remunerar as pessoas é um dos fatores mais importantes na gestão de pessoas. Quando uma pessoa ingressa em uma determinada
organização, ela cria uma série de expectativas quanto aos retornos pretendidos pelo trabalho que irá executar. Para remunerar bem os
funcionários a organização deve ter uma boa administração para trabalhar com essas variáveis de modo que a equipe perceba que esta
sendo recompensada na mesma medida que a sua contribuição para organização, e que se sintam satisfeitos com o retorno do investi-
mento em recompensa.
Há pessoas que preferem trabalhar em uma empresa recebendo pouco pelo simples fato de serem reconhecidas ebem tratadas. A
palavra remunerar não significa apenas dinheiro, mas receber algo mais do que isso, receber o que o dinheiro não pode comprar!

Editora
189
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
O ambiente de trabalho perfeito é aquele que preenche nossas tipo de incentivo a ser oferecido deve estar alinhado ao perfil dos
necessidades. Há quem busque salário, mas há quem aceite ganhar profissionais que a organização gostaria de ter. Segundo o pesqui-
menos em troca de reconhecimento, satisfação pessoal, qualidade sador Leon Martel (CUNHA, 2002), isso seria a transição dos valores
de vida, desafios, carreira ou visibilidade na sua área. materialistas, do apego à riqueza, para os pós-materialistas, aque-
Profissionais motivados para o trabalho e que amam o que les que buscam o bem-estar.
fazem é o que toda empresa busca. O desafio é atender aos an-
seios das pessoas, tratando-as de forma individualizada e da ma- Assim, o que importa é a criatividade e a capacidade das em-
neira como elas desejam. Segundo Shoshana Zuboff, professora de presas de focar as necessidades específicas de seu pessoal, uma vez
Harvard (JACOMINO, 2004), “as pessoas não querem ser tratadas que sem os investimentos financeiros é o que vai fazer diferença
como um número na multidão, mas entendidas por suas necessi- para os funcionários. O fato é que não existe uma fórmula, existe
dades específicas”. As empresas que satisfazem essas necessidades sim, uma mudança no mercado de trabalho, que sinaliza para a ne-
conseguem reter seus talentos, são realizadoras de sonhos; as que cessidade da valorização do maior bem da empresa: o seu capital
não perceberam isso, ainda, somente os detêm, e correm o risco intelectual.
de perdê-los.
A relação dos profissionais com as empresas mudou drastica- LIDERANÇA
mente nos últimos anos, principalmente com a revolução do conhe- Uma característica essencial das organizações é que elas são
cimento. Antes as pessoas “vestiam a camiseta”, seduzidas por es- sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra o conceito de
tabilidade, salários e assistência médica, hoje isso já não basta. Elas Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um modelo geral de como
almejam organizações alinhadas com seus valores em um processo as organizações se relacionam com as pessoas.
que precisa ser alimentado e renovado todos os dias, assim como Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na
num casamento. Os funcionários precisam ser vistos como pessoas organização também o subsistema técnico. A interação da gestão
por inteiro, não mais apenas como “mão de obra”. de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, en-
A ideia de que o profissional é quem deve se adaptar ao perfil volve alinhar objetivos organizacionais e individuais.
da companhia está acabando. “Hoje, é ele quem deve se informar A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mu-
sobre a organização na qual gostaria de trabalhar e compreender danças e transformações nos últimos anos.
sua cultura”, diz Alexandre Gracioso (2002). Assim, o alinhamento
de interesses torna-se fundamental para que a pessoa desenvolva Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e influência
todo o seu potencial e se realize, conduzido pela motivação a pro- sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas organizações. É
duzir mais e melhor. uma atividade que, se bem feita, mantém a saúde das relações en-
Dinheiro, é claro, ainda é prioridade para muita gente. É o que tre os indivíduos. Por isso, é muito importante essa atenção dada
move boa parte das pessoas a sair de casa para trabalhar, porque aos fundamentos da psicologia.
elas necessitam pagar suas contas e manter-se financeiramente.
“Um contracheque gordo pode não segurar um talento, mas a falta A liderança não deve ser confundida com direção nem com ge-
dele o leva rapidinho para a concorrência”, diz Jorge Alberto Viani, rência. Um bom administrador deve ser necessariamente um bom
da William Mercer Consultoria (FONTANA, 2001). Mas essa ser a líder. Por outro lado, nem sempre um líder é um administrador. Na
primeira escolha torna-se arriscado, pois, em um mercado cada vez verdade, os líderes devem estar presentes no nível institucional, in-
mais agressivo e competitivo, é difícil manter-se por muito tempo termediário e operacional das organizações. Todas as organizações
em uma empresa só por dinheiro, por maior que seja o contrache- precisam de líderes em todos os seus níveis e em todas as suas áre-
que. as de atuação.
Não há dinheiro que pague a realização pessoal. A realização A liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre ex-
no trabalho inclui mais que salário, compreende a chance de cres- clusivamente em grupos sociais e nas organizações. Podemos defi-
cer e ter novos desafios. É a possibilidade de as pessoas darem sig- nir liderança como uma influência interpessoal exercida numa dada
nificado ao que fazem. É fato que salário ruim desmotiva o profis- situação e dirigida através do processo de comunicação humana
sional, mas recebê-lo acima da média de mercado não é suficiente para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Os elemen-
para que a pessoa se sinta estimulada para o trabalho, ou seja, não tos que caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a influência,
garante a satisfação do funcionário em relação à empresa. a situação, o processo de comunicação e os objetivos a alcançar.
A motivação dos funcionários é tarefa cada vez mais importan- A liderança envolve o uso da influência e todas as relações
te para o sucesso empresarial, pois envolve sentimento de realiza- interpessoais podem envolver liderança. Todas as relações dentro
ção, de reconhecimento e de crescimento profissional. Conforme de uma organização envolvem líderes e liderados: as comissões, os
Chiavenato (2006), o colaborador sente-se mais motivado quando grupos de trabalho, as relações entre linha e assessoria, superviso-
lhes são atribuídas tarefas significativas e desafiadoras. Assim, mo- res e subordinados etc. Outro elemento importante no conceito de
tivar as pessoas é fazer com que sintam orgulho de trabalhar na em- liderança é a comunicação. A clareza e a exatidão da comunicação
presa, é despertar o sentimento de afiliação, permitindo-lhes trazer afetam o comportamento e o desempenho dos liderados. A dificul-
seus valores para o ambiente de trabalho. dade de comunicar é uma deficiência que prejudica a liderança. O
Comprometimento gera comprometimento, e isso sim, com terceiro elemento é a consecução de metas. O líder eficaz terá de
certeza, irá potencializar os efeitos das estratégias de negócio, au- lidar com indivíduos, grupos e metas. A eficácia do líder é geralmen-
mentando os lucros. A pergunta é: existe uma forma correta para te considerada em termos de grau de realização de uma meta ou
motivar as pessoas? Segundo especialistas, as duas principais são combinação de metas. Mas, por outro lado, os indivíduos podem
o bolso e a preocupação com o ser humano. Mas, qual desses dois considerar o líder como eficaz ou ineficaz, em termos de satisfação
modos de motivação é o melhor? Se levarmos em conta o desem- decorrente da experiência total do trabalho. De fato, a aceitação
penho financeiro, os dois lados são igualmente eficazes. O que das diretrizes e comandos de um líder apoia-se muito nas expectati-
muda é o tipo de profissional que a empresa irá atrair, ou seja, o
Editora
190
190
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
vas dos liderados de que suas respostas favoráveis os levarão a bons Teoria Y
resultados. Nesse caso, o líder serve ao grupo como um instrumen- Já o administrador que pensa e age de acordo com a teoria Y,
to para ajudar a alcançar objetivos. tende a dirigir as pessoas com maior participação, liberdade e res-
ponsabilidade no trabalho, pois considera que elas são aplicadas,
Teorias sobre Liderança gostam de trabalhar e têm iniciativa própria. Ele tende a delegar
e a ouvir opiniões, pois acredita que as pessoas sejam criativas e
Teorias de Traços de Personalidade habilidosas. Compartilha com elas os desafios do trabalho, porque
As mais antigas teorias sobre liderança se preocupavam em pensa que elas são capazes de assumir responsabilidades, com au-
identificar os traços de personalidade capazes de caracterizar os tocontrole e autodireção no seu comportamento. Esse estilo de
líderes. O pressuposto era que se poderia encontrar um número administrar tende a criar um ambiente democrático de trabalho e
finito de características pessoais, intelectuais, emocionais e físicas oportunidades para que as pessoas possam satisfazer suas neces-
que identificassem os líderes de sucesso, como: sidades pessoais mais elevadas através do alcance dos objetivos
- Habilidade de interpretar objetivos e missões; organizacionais. Pessoas que trabalham com respeito, confiança e
- Habilidade de estabelecer prioridades; participação tendem a responder com iniciativa, prazer em traba-
- Habilidade de planejar e programar atividades da equipe; lhar, dedicação, envolvimento pessoal, entusiasmo e elevada pro-
- Facilidade em solucionar problemas e conflitos; dutividade em seu trabalho. A situação impulsionadora do adminis-
- Facilidade em supervisionar e orientar pessoas; trador provoca uma reação empreendedora das pessoas. Quanto
- Habilidade de delegar responsabilidades para os outros. mais ele impulsiona, tanto mais elas tendem a tomar iniciativa e
responsabilidade no trabalho.
As críticas à teoria de traços de personalidade residem em dois Onde se situar? Qual o estilo de liderança a adotar? Essa ques-
aspectos principais. O primeiro é que as características de persona- tão é simples. Em um modelo burocrático, provavelmente a teoria X
lidade são geralmente medidas de maneira pouco precisa. O segun- seria a mais indicada como estilo de liderança para submeter rigida-
do é que essa teoria não considera a situação dentro da qual atua a mente todas as pessoas às regras e regulamentos vigentes. Porém,
liderança, ou seja, os elementos do ambiente que são importantes na medida em que se adota um modelo adaptativo, a teoria Y tor-
para determinar quem será um líder eficaz. Alguns traços de perso- na-se imprescindível para o sucesso organizacional. Contudo, inde-
nalidade são importantes em certas situações, mas não em outras. pendentemente do modelo organizacional, o mundo moderno está
Um líder de empresa pode ser o último a falar em casa. Muitas ve- abandonando a teoria X e trocando-a definitivamente pela teoria Y.
zes é a situação que define um líder. Quando a situação se modifica,
a liderança passa para outras mãos. Comportamentos de Liderança
A abordagem comportamental tenta identificar o que fazem os
Teoria Sobre Estilos de Liderança líderes. Os líderes devem concentrar-se em fazer com que as tarefas
Um dos mais populares expoentes da teoria comportamental, sejam cumpridas ou em manter seus seguidores felizes? Na aborda-
Douglas McGregor, publicou um livro clássico, em que procura mos- gem comportamental, as características pessoais são consideradas
trar com simplicidade que cada administrador possui uma concep- menos importantes que o real comportamento exibido pelos líde-
ção própria a respeito da natureza das pessoas que tende a moldar res.
o seu comportamento em relação aos subordinados. Ele chegou à Três categorias gerais do comportamento de liderança recebe-
conclusão de que há duas maneiras diferentes e antagônicas de en- ram atenção particular: comportamentos relacionados ao desem-
carar a natureza humana. Uma delas é antiga e negativa, baseada penho de tarefas, à manutenção do grupo e à participação do em-
na desconfiança nas pessoas. A outra é moderna e positiva, basea- pregado nas tomadas de decisão.
da na confiança nas pessoas. McGregor denominou-as, respectiva-
mente, Teoria X e Teoria Y. Desempenho de Tarefas
A liderança exige fazer com que as tarefas sejam desempenha-
Teoria X das. Os comportamentos de desempenho de tarefas são os esforços
O administrador que pensa e age de acordo com a Teoria X ten- do líder para garantir que a unidade de trabalho ou a organização
de a dirigir e controlar os subordinados de maneira rígida e inten- atinjam suas metas. Essa dimensão é às vezes mencionada como
siva, fiscalizando seu trabalho, pois considera que as pessoas são preocupação com produção, liderança diretiva, estrutura iniciadora
passivas, indolentes, relutantes e sem qualquer iniciativa pessoal. ou proximidade de supervisão. Inclui o enfoque na velocidade, qua-
Nesse estilo de liderança, o administrador pensa que não se deve lidade e precisão do trabalho, quantidade de produção e na obedi-
confiar nas pessoas, porque elas não têm ambição e evitam a res- ência às regras.
ponsabilidade. Ele não lhes delega responsabilidades porque acre-
dita que elas são dependentes e preferem ser dirigidas. Com todas Manutenção do Grupo
essas restrições, o administrador cria um ambiente autocrático de Ao exibir o comportamento de manutenção do grupo, os líde-
trabalho, uma atitude de desconfiança, vigilância e controle coerci- res agem para garantir a satisfação dos membros do grupo, para
tivo que não estimula ninguém a trabalhar. Pessoas tratadas dessa desenvolver e manter relações harmoniosas de trabalho e preser-
maneira tendem naturalmente a responder com falta de interesse var a estabilidade social do grupo. Essa dimensão é algumas vezes
e de estímulo, alienação, desencorajamento, pouco esforço pessoal chamada de preocupação com as pessoas, liderança de apoio ou
e baixa produtividade, situação que vai reforçar o ponto de vista consideração. Inclui enfoque nos sentimentos e no bem-estar das
do administrador, fazendo-o aumentar ainda mais a pressão, a vi- pessoas, apreciação por elas e redução do estresse.
gilância e a fiscalização. A ação constrangedora do administrador
provoca reação acomodada das pessoas. Quanto mais ele obriga,
tanto mais elas tendem a se alienar em relação ao trabalho.

Editora
191
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Líderes positivos e negativos atuam como uma unidade social. Os empregados são informados
Existem diferenças entre maneiras pelas quais os líderes foca- sobre as condições que afetam seu trabalho e encorajados a ex-
lizam a motivação das pessoas. Se o enfoque enfatiza recompensas pressar suas ideias, bem como a fazer sugestões. A tendência geral
– econômicas ou outras – o líder usa a liderança positiva. Quanto é no sentido de ampliar o uso das práticas participativas, pois elas
melhor for a educação do empregado, maior é a sua solicitação de são consistentes com os modelos de apoio colegiado do comporta-
independência, e outros fatores trabalham a favor da motivação, mento organizacional.
mais dependente da liderança positiva. Se a ênfase é colocada em O líder é extremamente comunicativo, encoraja a participa-
penalidades, o líder está se utilizando da liderança negativa. Este ção das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho e com
enfoque pode conseguir um desempenho aceitável em suas situ- o grupo. O líder atua como um facilitador para orientar o grupo,
ações, mas tem custos humanos altos. Líderes de estilo negativo ajudando-o na definição dos problemas e nas soluções, coordenan-
agem de forma a dominarem e serem superiores às pessoas. Para do atividades e sugerindo ideias. Os grupos submetidos à liderança
conseguirem que um trabalho seja feito, eles submetem o seu democrática apresentaram boa quantidade de trabalho e qualidade
pessoal a personalidades tais como perda do emprego, reprimen- surpreendentemente melhor, acompanhadas de um clima de satis-
das frente a outros e descontos de dias trabalhados. Exibem sua fação, integração grupal, responsabilidade e comprometimento das
autoridade a partir da falsa crença que podem amedrontar todos pessoas.
para que atinjam a produtividade. Eles são mais chefes do que líde- Na liderança democrática ou participativa, o líder trabalha e
res. Existe um contínuo de estilo de liderança que classifica desde toma decisões em conjunto com os subordinados, ouvindo, orien-
o fortemente positivo até o fortemente negativo. Quase todos os tando e impulsionando os membros.
gerentes usam ambos os estilos indicados em algum lugar do con- Grupos com líder democrático. Os indivíduos convivem ami-
tínuo todos os dias, mas o estilo dominante deve afirmar-se com o gavelmente. Há mais atitudes amistosas e ligadas às tarefas. As
grupo. O estilo está relacionado com o modelo de comportamento relações com o chefe são mais espontâneas e livres. O trabalho
organizacional da pessoa. O modelo autocrático tende a produzir o progredia de maneira suave e espontânea, mesmo quando o chefe
estilo chamado de negativo, o modelo protetor é de alguma forma está ausente. Sob frustrações, originadas na situação de trabalho,
positivo; e os modelos de apoio ou corporativo são claramente po- responde o grupo através de ataques organizados às dificuldades.
sitivos. A liderança positiva geralmente atinge níveis mais altos de
satisfação no trabalho e desempenho. Líderes liberais
Os líderes liberais ou rédeas soltas evitam o poder e a respon-
Líderes autocráticos sabilidade. Eles dependem muito do grupo, quanto ao estabeleci-
O líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões. Os mento dos seus próprios objetivos e resolução dos seus próprios
subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. O líder au- problemas. São os membros do grupo que treinam a si mesmos e
tocrático é dominador, emite ordens e espera obediência plena e promovem suas próprias motivações. O líder tem apenas um pa-
cega dos subordinados. Os grupos submetidos à liderança auto- pel secundário. Na liderança do tipo rédeas soltas a contribuição
crática apresentaram o maior volume de trabalho produzido, com do líder é ignorada aproximadamente da mesma forma que na li-
evidentes sinais de tensão, frustração e agressividade. O líder é derança do tipo autocrática o líder ignora o grupo. Essa forma de
temido pelo grupo, que só trabalha quando ele está presente. A liderança tende a permitir que diferentes unidades da organização
liderança autocrática enfatiza somente o líder. O líder autocrático elaborem objetivos cruzados, e que pode degenerar num caos. Por
é tipicamente negativo, baseia suas ações em ameaças e punições: essa razão normalmente não é usada como um estilo dominante,
mas também podem ser positivos, como foi demonstrado no caso mas mostra-se útil naquelas situações nas quais o líder pode deixar
de um autocrata benevolente que faz escolhas para dar algumas as escolhas inteiramente por conta do grupo.
recompensas a seus subordinados. O líder permite total liberdade para a tomada de decisões in-
Algumas vantagens do estilo de liderança autocrática é que ele dividuais ou grupais, participando delas apenas quando solicitado
geralmente satisfaz como líder, favorece decisões rápidas, utiliza pelo grupo. O comportamento do líder é evasivo e sem firmeza.
favoravelmente os subordinados menos competentes, oferecendo Os grupos submetidos à liderança liberal não se saíram bem, nem
segurança e base estruturais para os empregados. A maior desvan- quanto à quantidade nem quanto à qualidade do trabalho, com for-
tagem é que a maioria dos subordinados não gosta desse estilo, tes sinais de individualismo, desagregação do grupo, insatisfação,
especialmente se for usado de maneira extrema a ponto de criar agressividade e pouco respeito ao líder. O líder é ignorado pelo gru-
medo e frustração. Na liderança autocrática, o líder centraliza o po- po. A liderança liberal enfatiza somente o grupo.
der e mantém o controle de tudo e de todos em suas mãos. Na liderança liberal, o líder omite-se e deixa a situação fluir à
Grupos com líder autoritário. Tendia a ser mais agressivo e bri- vontade, sem intervir ou mudar o rumo dos acontecimentos.
guento. Quando se exprimia a agressão, esta tendia a ser dirigida Grupos com líder permissivo. O trabalho progredia desorde-
aos outros membros do grupo e não ao líder. Alguns indivíduos nadamente e pouco. Embora houvesse considerável atividade, a
passaram a depender completamente do líder e só trabalhavam maior parte dela era improdutiva. Perdeu-se um tempo considerá-
quando ele estava presente. Quando o líder se afastava do grupo, o vel em discussões e conversas sobre assuntos meramente pessoais
trabalho não progredia com a mesma intensidade. Nas frustrações, entre os componentes do grupo.
esses grupos tendem a se dissolver, através de recriminações e acu- Um líder usa todos três tipos de estilos durante um período
sações pessoais. de tempo, mas um deles tende a ser dominante. Os pesquisadores
notaram diferença na atmosfera de trabalho, no comportamento
Líderes democráticos dos elementos do grupo e nas realizações no desempenho dos três
Os líderes participativos ou democráticos descentralizam a au- grupos.
toridade. As decisões participativas não são unilaterais, como no
caso do estilo autocrata, pois elas saem da consulta aos subordi-
nados, bem como de sua participação. O líder e seus subordinados
Editora
192
192
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Como um Líder Deve Agir 2. A Expectativa ser menor que a Realidade = Excelência. Quan-
A gestão situacional é a habilidade de mudar a situação, quan- do as especificações do produto ou serviço surpreendem positiva-
do for necessário. E para realizar essa mudança, deve o líder ter mente, satisfazendo ou superando as Expectativas do cliente. Exce-
uma variedade de comportamentos para adaptar-se à situação. lência é Qualidade (superando-a, acima da Qualidade)
Esse fato chama-se residência de estilo, que é a capacidade de man- 3. A Expectativa ser maior que a Realidade = Frustração. Quan-
ter um estilo adequado a cada situação. do as especificações do produto ou serviço não atendem ou satisfa-
Já o repertório de estilos consiste na habilidade do gerente (ou zem as Expectativas do cliente.
líder) em variar seu próprio estilo básico de comportamento. A Qualidade é dinâmica, sofre mudanças, depende do momen-
to e dos indivíduos. Nas primeiras eras a relação de Qualidade es-
Comportamento do líder tava muito mais ligada a Gilmore, em que a Qualidade do produto
As pesquisas sobre liderança levaram os psicólogos a observar estava muito mais ligado à capacidade de repetir as especificações
duas estruturas gerais de comportamento do líder. Vejamos: dele. Relação mais Industrial de Qualidade.
- Líder orientado para a tarefa (OT). Dentro dessa estrutura A organização ou prestador de serviços pode atuar tanto no
de comportamento, o líder (gerente) dirige os seus esforços e o de Realidade, quanto na Expectativa para obter essa relação (Quali-
seus subordinados para a tarefa, visando iniciar, organizar e dirigir dade).
um trabalho.
- Líder orientado para as relações interpessoais (OR). O gerente — Eras da Qualidade
(líder) voltado para essa orientação tem relações pessoais mais am-
plas no trabalho, caracterizado por ouvir, confiar e encorajar. Era da Inspeção
Baseado nessa orientação, Reddin propôs quatro combinações A Qualidade era analisar o produto posterior à sua produção.
de estilos de liderança. Era a relação do produto com o padrão estabelecido.
- Líder separado: Esse estilo de liderança dá ao gerente baixa Desvantagem: Quando a preocupação da Qualidade é somen-
orientação para o trabalho e pouca orientação para as relações hu- te na produção final dos produtos, tem-se um desperdício grande.
manas. Não havia durante esse processo a retroalimentação, não há análise
- Líder relacionado: Tem apenas alta orientação para as rela- anterior das fases de produção.
ções humanas.
- Líder integrado: Possui uma elevada orientação para o traba- Era do Controle Estatístico
lho e também interesses altos; é voltado para as relações humanas. A Qualidade era analisar o produto posterior à sua produção.
- Líder dedicado: Tem apenas alta orientação para o trabalho. Era a relação do produto com o padrão estabelecido, porém, a ava-
liação ocorria entre as fases de produção, para que havendo des-
perdício, se encontre em que momento aconteceu a falha, para não
GESTÃO DA QUALIDADE E MODELO DE EXCELÊNCIA GE- se repetir. Gerando agora padrões estatísticos para que não ocorra
RENCIAL: PRINCIPAIS TEÓRICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES novamente, minimizando então o desperdício. Retroalimentação.
PARA A GESTÃO DA QUALIDADE; FERRAMENTAS DE GES-
TÃO DA QUALIDADE Era da Garantia da Qualidade – William Edward Deming:
O Planejamento como método de prevenção a priori. Pro-ativi-
dade na produção.
— Principais teóricos e suas contribuições para a gestão da Treinamento dos indivíduos, análise gerando melhoramento e
qualidade eficiência nos processos, principalmente antes da produção, mini-
Gestão da Qualidade: “Capacidade de satisfazer desejos” – Wil- mizando erros e desperdícios.
liam Edward Deming.
“Grau em que um produto está de acordo com as especifica- Era da Gestão da Qualidade Total
ções” – Gilmore Opera além das Eras anteriores, o conceito agora é a Qualidade
Qualidade é uma relação entre a expectativa em relação a algo passando a ser um Diferencial Competitivo. Pesquisa de mercado,
e a realidade daquele algo. Avaliação de Experiência do Produto ou Serviço, fazem parte do
processo.
Preocupação não somente durante o processo, mas também
com o que os clientes, fornecedores e colaboradores pensam. Pas-
sa-se a ver a Qualidade não só durante o processo, ou somente den-
tro da Organização, a Qualidade acontece antes da produção com
os fornecedores, durante a produção dentro da organização com os
colaboradores e fora dela, com seus clientes.

— Principais autores

Walter Shewart
Quando a expectativa é suprida efetivamente, aparece em Pai do Controle Estatístico: começa-se a utilizar modelos ma-
cena a Qualidade, que é a relação entre Expectativa e Realidade. temáticos para aceitar limites de erros. A margem de erros começa
Essa relação pode-se dar de 3 maneiras: a ser inserida nos processos, classificando como erros aceitáveis e
1. A Expectativa ser igual a Realidade = Qualidade. Quando as não aceitáveis.
especificações do produto ou serviço se adequam à Expectativa (sa- — Gráfico de Controle.
tisfazem as necessidades intrínsecas) do cliente. — Inicia-se a amostragem, não mais a necessidade de avaliação
individual, um a um e sim amostras, acelerando o processo.
Editora
193
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
— Buscar evitar as causas do erro e não o erro em si. — Falta de Qualidade: Focado nas Falhas Internas: perdas de
— Criou o ciclo PDCA (chamado ciclo de Deming), porém o cria- processos produtivos e Falhas Externas: perdas ligadas a imagem da
dor desse ciclo foi Walter Shewart. organização e de competitividade em relação ao mercado.
— Inspirou os 2 grandes nomes da Qualidade: William Edward
Deming e Joseph Juran. Kauru Ishikawa
William Edward Deming Um dos principais tradutores dos conceitos americanos para a
Para Deming o cliente é o foco da Qualidade, que muda assim realidade japonesa. Responsável pela disseminação dos CCQs - Cír-
como os desejos do cliente. culos de Controle de Qualidade: pequenos grupos de 6,12 ou mais
Traz 14 princípios da Qualidade: pessoas que são responsáveis por repensar a Qualidade dentro da
1. Aperfeiçoamento constante do produto ou serviço. organização.
2. Estabelecer Nova Filosofia da Qualidade. — Filosofia da melhoria continua.
3. Acabar com a dependência da inspeção – fazer certo desde — Diagrama Causa ou Efeito ou Espinha de Peixe: Encontrar o
o início. Efeito – Listar as Possíveis Causas e Sub-causas que vão responder
4. Acabar com o lucro na base do preço – aumentar a margem ao Efeito.
de lucro, baixando o custo de produção.
5. Aperfeiçoamento constante do processo – diminuindo os Principal herança do diagrama Causa e Efeito é que a organiza-
desperdícios. ção consiga entender o problema como um efeito e consiga erradi-
6. Treinamento on the job (no trabalho) – capacitação dos indi- car a causa para que não se repita.
víduos dentro das atividades em si.
7. Estabelecer a Liderança – é necessário direcionamento e mo-
nitoramento do controle.
8. Eliminar o medo de inovar.
9. Quebrar as barreiras entre os departamentos – trabalharem
juntos.
10. Eliminar slogam sobre Qualidade – Qualidade não é meta,
é princípio, é valor.
11. Eliminar padrões artificiais – colocar a base da Qualidade
no propósito e não na meta em si.
12. Permita que as pessoas tenham orgulho de trabalhar na — Ferramentas de gestão da qualidade (ou de processos)
organização.
13. Programa de educação contínua. • Análise (gráfico) de Pareto
14. Qualidade objetivo de todos – todos devem estar envolvi- Conceito: uma pequena parcela das soluções, resolvem gran-
dos. des parcelas de problemas, assim uma pequena parcela de soluções
porem resolver, por exemplo 80% dos problemas. Assim, 20% das
Philip Crosby causas são responsáveis por 80% dos problemas. Curva ABC.
Principal ponto deste autor é a intolerância com margem de
erro. • Diagrama de causa-efeito – Ishikawa
— Conceito “Defeito Zero” ; A organização consegue entender o problema como um efeito
e levanta as causas para erradicar e não se repetir. Espinha de peixe.
— Fazer certo desde a primeira vez;
— Intolerância;
• Histograma
— Quem comanda a perspectiva de Qualidade é o cliente e é Gráfico em barras junto com o histograma representam uma
mutável. ferramenta que analisa frequência dos fatos. Quantas vezes eles
acontecem.
Joseph Juran
— Conceito da Trilogia da Qualidade: Planejamento + Controle • Carta de controle ou gráfico de controle remoto da quali-
+ Aperfeiçoamento = PCAQ. dade
— Planejamento: Identificar as necessidades do cliente e com Tipo de gráfico utilizado para o acompanhamento durante um
base nisso, desenhar e projetar serviços e produtos. processo, determina uma faixa chamada de limites de controle pela
— Controle de Qualidade: Avaliar desempenho > Comparar o linha superior (limite superior de controlo) e uma linha inferior (li-
que almejava com o que foi alcançado > Propor melhorias. mite inferior de controlo) e uma linha média do processo (limite
— Aperfeiçoamento: Melhora contínua, Treinamento, Motiva- central), estatisticamente determinadas. Objetiva verificar se o pro-
ção e Apoio das Equipes. cesso está sob controle.

Armand Feigenbaum Tipos de Gráficos de Controle: Controle por variáveis e Con-


Conceito de que a Qualidade é um Esforço Sistêmico. A Quali- trole por atributos.
dade deve ser disseminada da diretoria da organização para os de-
mais colaboradores, não só uma parte, mas do todo. • Diagramas de dispersão
— Trabalha custo relacionados a garantia da Qualidade e rela- Representações de dados de duas ou mais variáveis que são
cionados à falta de Qualidade. organizadas por um gráfico. O gráfico de dispersão usa coordena-
— Garantia: Focado na Prevenção e Avaliação – Existe um custo das cartesianas para mostrar valores de um conjunto de dados. Os
nesses processos e são avaliados; dados são exibidos por pontuação, cada um com valor de uma va-

Editora
194
194
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
riável, determinando assim, a posição no eixo horizontal e o valor A Gestão de Projetos é a disciplina de determinar e atingir obje-
da outra variável determinando a posição no eixo vertical (em caso tivos ao mesmo tempo que se otimiza o uso de recursos (tempo, di-
de duas variáveis). nheiro, pessoas, espaço, entre outros).
A Gestão de projetos tem como responsável um indivíduo in-
• Listas de controle titulado gerente de projeto. De maneira ideal, o gestor raramente
Ou folhas de verificação são planilhas ou tabelas utilizadas para participa diretamente nas atividades que produzem o resultado fi-
facilitação da coleta e análise de dados. O uso de folhas de verifica- nal. Ainda assim, o gerente de projeto visa manter o progresso e
ção visa economizar tempo, eliminando o trabalho de se desenhar a interação mútua progressiva dos diversos participantes do em-
figuras ou escrever números repetitivos. Além disso elas evitam preendimento, reduzindo assim o risco de fracasso do projeto, po-
comprometer a análise dos dados. dendo arcar com qualquer ônus.

• Fluxogramas — Projetos e suas etapas


Tipo de diagrama que pode ser entendido como uma repre- O gestor de projetos utiliza várias técnicas, para manter o con-
sentação esquemática de um processo ou algoritmo, comumente trole sobre o projeto do início ao fim, dentre as quais destacam-se:
expresso por gráficos que ilustram de forma descomplicada a tran- • Planejamento de projeto;
sição de informações entre os elementos que o compõem, ou seja, • Análise de valor agregado;
é a sequência operacional do desenvolvimento de um processo, o • Gerenciamento de riscos de projeto;
qual caracteriza: o trabalho que está sendo realizado, o tempo ne- • Cronograma;
• Melhoria de processo.
cessário para sua realização, a distância percorrida pelos processos,
quem está realizando o trabalho e como ele flui entre os participan-
tes deste processo.
GESTÃO DE PROCESSOS. CONCEITOS DA ABORDAGEM POR
PROCESSOS. TÉCNICAS DE MAPEAMENTO, ANÁLISE E ME-
LHORIA DE PROCESSOS. NOÇÕES DE ESTATÍSTICA APLICA-
GESTÃO DE PROJETOS: MODELOS, ETAPAS, ELABORAÇÃO, DA AO CONTROLE E À MELHORIA DE PROCESSOS; BPM
TÉCNICAS DE ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE PROJETOS

Um processo é uma sequência de atividades rotineiras que, em


— Elaboração, análise e avaliação de projetos
conjunto com outros processos, compõe a forma pela qual a orga-
Na abordagem tradicional, diferem-se 5 grupos de processos
nização funcionará. É a abordagem pela qual esses processos serão
no desenvolvimento de projetos:
desenhados, descritos, medidos, supervisionados e controlados.
• Iniciação; Segundo a Fundação Nacional da Qualidade - FNQ, esse tipo
• Planejamento; de gestão necessita de visão sistêmica, pois sem ela é impossível
• Execução; perceber como o todo significa muito mais, do que a uma simples
• Monitoramento e controle; soma das partes. A abordagem sistêmica dentro de uma organiza-
• Encerramento. ção faz com que o foco de sua gestão esteja voltado não só para o
seu ambiente interno, mas para o externo também, ou seja, que
Alguns projetos vão seguir todos estes estágios, já outros po- haja uma sinergia entre as partes para que os objetivos planejados
dem ser encerrados antes do inicialmente esperado. Outros proje- sejam alcançados.
tos passarão pelos estágios 2, 3 e 4 múltiplas vezes. O projeto visa a A gestão de processos realiza diversos papéis dentro da organi-
satisfação de uma necessidade ou oportunidade, definida no texto zação. Sendo o primeiro passo para organizar e entender como as
acima como fase inicial na qual existem muitas áreas e/ou pessoas áreas, bem como seus processos funcionam internamente. É por
envolvidas. meio dela que os responsáveis compreenderão como melhorar o
Sempre existirá em geral, mais que uma solução ou alternati- aproveitamento dos recursos disponíveis e quais ações necessitam
vas para atender às mesmas necessidades. A técnica utilizada para ser tomadas para aperfeiçoar o fluxo de trabalho e otimizando e
definir a solução final passa pelo desenvolvimento de alternativas adequando a organização para o mercado vigente.
extremas. A primeira, de baixo custo, atendendo as necessidades Gerenciamento de Processo ou Gestão de Processos é o en-
mínimas para ser funcional. A segunda atendendo a maior parte tendimento de como funciona a organização. A série de atividades
das exigências das diversas áreas envolvidas no escopo, que resulta estruturadas para a produção do produto/serviço. Anteriormente
num projeto com custo muito maior e pouco competitivo. A partir à compreensão desses processos, setorizava-se os trabalhos com
das alternativas é desenvolvida uma solução intermediária entre base na departamentalização, onde os procedimentos existentes
as mesmas, que atenda a boa parte das exigências com um custo dentro de cada setor da organização eram separados por depar-
competitivo. tamentos e cada área pensava separadamente, sem sinergia umas
com as outras. Focada em cilos verticais separados.
— Principais características dos modelos de gestão de proje-
tos
Pode ser aplicado como disciplina a fim de manter os riscos de
fracasso em um nível mais baixo quanto possível durante o ciclo do
projeto, potencializando, ao mesmo tempo, as oportunidades de
ocorrência de eventos favoráveis ao projeto. O risco de fracasso,
consequente da ocorrência de ameaças, aumenta de acordo com
a presença de incerteza do evento, e da sua probabilidade de ocor-
rência, durante todos os estágios do projeto.
Editora
195
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Objetivos da Gestão de Processos • Melhoria de Processos
— Gerir sistemas de rotinas que envolve o cotidiano da organi- Nessa etapa, observa-se os indicadores previamente levanta-
zação e delegar responsabilidades; dos, onde se torna possível identificar quais são os principais garga-
— Administrar os processos com o objetivo de alcançar resulta- los em todo processo e se os objetivos estão sendo conquistados.
dos perceptíveis (e não tarefas específicas); As melhorias podem ser concernentes a inclusão ou exclusão de
— Ampliar e detectar melhorias contínuas na comunicação e atividades, realocação de responsabilidades, documentação, novas
relação entre participantes e áreas da organização; ferramentas de apoio e sequências diferentes, por exemplo.
— Facilitar o planejamento, padronizando-o com acompanhan- Melhorar o desempenho para reduzir custos, aumentar a efi-
do de perto o que acontece no ambiente; ciência, aprimorar a qualidade do produto/serviço e melhorar o re-
— Perceber oportunidades de otimização de processos através lacionamento com o cliente, devem ser o objetivo.
de gargalos encontrados; O processo todo em si é cíclico: finalizando essa fase, volta-se a
— Ao invés de criar novos modelos; concentrar-se na melhoria analisar a situação no negócio, investigam se os processos estão si-
de processos que já existem. nérgicos ao objetivo da empresa, mapeia-se novas situações diante
— Efetuar toda e qualquer correção que possam surgir nos das melhorias apontadas. Executa-se as mudanças, monitorando-as
processos antes de automatizá-los, para não acelerar o que está e otimizando-as!
desorganizado.
• Técnicas de Mapeamento
Análise de Processos
Geralmente é nessa etapa que a empresa é mapeada. É preci- • Modelo AS-IS /
so analisar com exatidão como acontece cada processo no negócio Levantar e documentar a atual situação dos processos, geral-
atualmente. Assim, os processos são listados e descritos pelo con- mente realizado pelos usuários diretamente envolvidos nos proces-
junto de atividades que os compõem. sos-chaves.
É preciso conhecer realmente como funciona a empresa, para O levantamento das principais oportunidades de melhorias é
realizar esse mapeamento. Somente sim o gestor terá conhecimen- realizado com as equipes através de entrevistas feitas com essas
to dos pontos de melhoria na operação com clareza. pessoas, que relatarão como são realizadas as atividades.

Nessa etapa verifica-se: • TO-BE


— A compreensão do negócio com os processos principais que Após, é realizado o mapeamento “To-Be”, que define a meta a
o compõem; ser alcançada e as mudanças que será necessário implementar para
— Plano estratégico com metas e indicadores; isso. Nesse processo é importante documentar pontos de melho-
— Senso comum dos processos; rias e acréscimos esperados quantitativamente, realizar a definição
— Entradas e saídas, incluindo clientes e fornecedores; dos recursos, ferramentas e responsabilidades de cada atividade.
— Responsabilidades de diferentes áreas e equipes;
— Avaliação dos recursos disponíveis. • Tipos de Mapeamento
Fluxograma de processos: Desenho simplificado de um proces-
— Noções de estatística aplicada ao controle e à melhoria de so usando símbolos padronizados. Forma simples de representar
processos visualmente a teia de atividades envolvidas na operação.

• Execução Fluxograma horizontal: Visando uma melhor representação


É importante estudar os recursos necessários, antes de insti- dos processos, o fluxograma horizontal foi criado, possibilitando as-
tucionalizar as mudanças, como: remanejar equipe, ferramentas, sim mais alternativas ao gestor.
mudanças no layout da organização, aquisição de programas (soft- Em uma matriz o fluxo de tarefas é detalhado, cujo o eixo hori-
wares), entre outras. zontal indica quais processos estão em andamento e o eixo vertical
Existem duas vertentes para a implantação das novas estraté- mostra as etapas de produção ou os responsáveis por cada proces-
gias: so. Possibilitando assim, uma visão mais clara em relação ao fluxo-
— Implantação sistêmica, quando são utilizados softwares grama de processos.
para isso
— Implantação não sistêmica, que não necessitam de ferra- Mapofluxograma: Principal mapeamento utilizado para linhas
mentas desse tipo. de produção, por exemplo.
A visão dessa execução deve ser positiva, pois irá auxiliar orga- É a união de um fluxograma dentro de um layout industrial.
nização a estruturar melhor seus processos, não sendo que atrapa- Aqui, o fluxograma é representado sobre o desenho da planta. Isso
lhará o ciclo de trabalho. facilita a visão e compreensão da movimentação de materiais e pes-
soas.
• Monitoramento
Através dos indicadores de desempenho pré-definidos, os no- BPMN: Tipo de modelagem de processos mais utilizado, aten-
vos processos devem ser constantemente acompanhados. Geral- dendo inclusive às normas especiais.
mente, algumas das métricas a constar em cada processo são: o Os símbolos são padronizados com formas e cores previamente
tempo de duração, o custo, a capacidade (quanto cada processo definidas, facilita muito mais a compreensão e representação de
realmente produz) e a qualidade (medida com indicadores próprios um processo complexo. Como é de uma “linguagem universal”, se
que variam de processo a processo). torna também possível apresentar o fluxo para clientes, possibilita
que novos integrantes façam alterações agregando valor aos pro-
cessos.
Editora
196
196
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
— BPM Instituições financeiras
Gestão de Processos de Negócio (Business Process Manage- São empresas intimamente ligadas às finanças, onde analisam
ment ou BPM) é um conceito que une gestão de negócios e tec- os diversos negócios disponíveis no mercado de capitais — poden-
nologia da informação com foco na otimização dos resultados das do ser aplicações, investimentos ou empréstimos, entre outros —
organizações por meio da melhoria dos processos de negócio. determinando qual apresentará uma posição financeira suficiente à
A utilização do BPM, ao longo dos últimos anos, vem crescendo atingir determinados objetivos financeiros, analisados por meio da
de forma bastante significativa, dada a sua utilidade e rapidez com avaliação dos riscos e benefícios do empreendimento, certificando-
que melhora os processos nas empresas onde já foi implementado. -se sua viabilidade.
A sua perspectiva de crescimento é muito grande.
O termo ‘processos operacionais’ se refere aos processos de Finanças Internacionais
rotina (repetitivos) desempenhados pelas organizações no seu dia a Como o próprio nome supõe, são transações diversas podendo
dia, ao contrário de ‘processos de decisão estratégica’, os quais são envolver cooperativas, investimentos ou instituições, mas que se-
desempenhados pela alta direção. O BPM difere da remodelagem rão feitas no exterior, sendo preciso um analista financeiro interna-
de processos de negócio, uma abordagem sobre gestão bem popu- cional que conheça e compreenda este ramo de mercado.
lar na década de 90, cujo enfoque não eram as alterações revolu-
cionárias nos processos de negócio, mas a sua melhoria contínua. — Princípios gerais de alavancagem operacional e financeira
Adicionalmente, as ferramentas denominadas sistemas de ges- Todas as atividades empresariais envolvem recursos e, por-
tão de processos do negócio (sistemas BPM) monitoram o anda- tanto, devem ser conduzidas para a obtenção de lucro. As ativida-
mento dos processos de uma forma rápida e barata. Dessa forma, des do porte financeiro têm como base de estudo e análise dados
os gestores podem analisar e alterar processos baseados em dados retirados do Balanço Patrimonial, mas principalmente do fluxo de
reais e não apenas por intuição. caixa da empresa já que daí, é que se percebe a quantia real de
A alta direção da empresa pode enxergar, por exemplo, onde seu disponível circulante para financiamentos e novas atividades.
estão os gargalos, quem está atrasando (e o quanto está atrasando) As funções típicas do administrador financeiro são:
determinada tarefa, com que frequência isso ocorre, o percentual
de processos concluídos e em andamento, entre outros. Como con- • Análise, planejamento e controle financeiro
sequência, fatores cruciais para o bom desempenho da organização Baseia-se em coordenar as atividades e avaliar a condição fi-
podem ser analisados com extrema facilidade e rapidez o que geral- nanceira da empresa, por meio de relatórios financeiros elaborados
mente não ocorre com outras ferramentas que não o BPM. a partir dos dados contábeis de resultado, analisar a capacidade de
produção, tomar decisões estratégicas com relação ao rumo total
da empresa, buscar sempre alavancar suas operações, verificar não
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA. INDICADORES DE DESEM- somente as contas de resultado por competência, mas a situação
PENHO. TIPO. VARIÁVEIS. PRINCÍPIOS GERAIS DE ALAVAN- do fluxo de caixa desenvolver e implementar medidas e projetos
CAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA. PLANEJAMENTO com vistas ao crescimento e fluxos de caixa adequados para se ob-
FINANCEIRO DE CURTO E LONGO PRAZO. CONCEITOS BÁ- ter retorno financeiro tal como oportunidade de aumento dos in-
SICOS DE ANÁLISE DE BALANÇOS E DEMONSTRAÇÕES vestimentos para o alcance das metas da empresa.
FINANCEIRAS
• Tomada de decisões de investimento
Consiste na decisão da aplicação dos recursos financeiros em
— Indicadores de desempenho, Tipo e Variáveis ativos correntes (circulantes) e não correntes (ativo realizável a lon-
A administração financeira pode ser dividida em áreas de atua- go prazo e permanente), o administrador financeiro estuda a situa-
ção, que podem ser entendidas como tipos de meios de transações ção na busca de níveis desejáveis de ativos circulantes , também é
ou negócios financeiros: ele quem determina quais ativos permanentes devem ser adqui-
ridos e quando os mesmos devem ser substituídos ou liquidados,
Finanças Corporativas busca sempre o equilíbrio e níveis otimizados entre os ativos cor-
Abrangem na maioria, relações com cooperações (sociedades rentes e não-correntes, observa e decide quando investir, como e o
anônimas). As finanças corporativas abrangem todas as decisões da custo, se valerá a pena adquirir um bem ou direito, e sempre evita
empresa que tenham implicações financeiras, não importando que desperdícios e gastos desnecessários ou de riscos irremediável, e
área funcional reivindique responsabilidade sobre ela. até mesmo a imobilização dos recursos correntes, com altíssimos
gastos com imóveis e bens que trarão pouco retorno positivo e mui-
Investimentos ta depreciação no seu valor, que impossibilitam o funcionamento
São recursos depositados de forma temporária ou permanente do fenômeno imprescindível para a empresa, o ‘capital de giro’.
em certo negócio ou atividade da empresa, em que se deve levar Como critérios de decisão de investimentos entre projetos mu-
em conta os riscos e retornos potenciais ligados ao investimento tuamente exclusivos, pode haver conflito entre o VAL (Valor Atual
em um ativo financeiro, o que leva a formar, determinar ou definir o Líquido) e a TIR (Taxa Interna de Rendibilidade). Estes conflitos de-
preço ou valor agregado de um ativo financeiro, tal como a melhor vem ser resolvidos usando o critério do VAL.
composição para os tipos de ativos financeiros.
Os ativos financeiros são classificados no Balanço Patrimo- • Tomada de decisões de financiamentos
nial em investimentos temporários e em ativo permanente (ou imo- Diz respeito à captação de recursos diversos para o financia-
bilizado), este último, deve ser investido com sabedoria e estratégia mento dos ativos correntes e não correntes, no que tange a todas
haja vista que o que traz mais resultados é se trabalhar com recur- as atividades e operações da empresa; operações estas que neces-
sos circulantes por causa do alto índice de liquidez apresentado. sitam de capital ou de qualquer outro tipo de recurso necessário
para a execução de metas ou planos da empresa. Leva-se sempre
Editora
197
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
em conta a combinação dos financiamentos a curto e longo prazo da empresa, direta ou indiretamente) — e, logicamente, de si pró-
com a estrutura de capital, ou seja, não se tomará emprestado mais prio (no que tange ao retorno financeiro, mas principalmente a sua
do que a empresa é capaz de pagar e de se responsabilizar, seja a realização como profissional e pessoal).
curto ou a longo prazo. O administrador financeiro pesquisa fontes Podemos verificar que existem diversos objetivos e metas a se-
de financiamento confiáveis e viáveis, com ênfase no equilíbrio en- rem alcançadas nesta área, dependendo da situação e necessidade,
tre juros, benefícios e formas de pagamento. É bem verdade que e de que ponto de vista e posição serão escolhidos estes objetivos.
muitas dessas decisões são feitas ante a necessidade (e até ao certo Mas, no geral, a administração financeira serve para manusear da
ponto, ante ao desespero), mas independentemente da situação de melhor forma possível os recursos financeiros e tem como objetivo
emergência é necessária uma análise e estudo profundo e minu- otimizar o máximo que se puder o valor agregado dos produtos e
cioso dos prós e contras, a fim de se ter segurança e respaldo para serviços da empresa, a fim de se ter uma posição competitiva dian-
decisões como estas. te de um mercado repleto de concorrência, proporcionando, deste
modo, o retorno positivo a tudo o que foi investido para a realização
— Planejamento financeiro de curto e longo prazo das atividades da mesma, estabelecendo crescimento financeiro e
A administração financeira de uma empresa pode ser realiza- satisfação aos investidores. Existem muitas empresas que, mesmo
da por pessoas ou grupos de pessoas que podem ser denominadas fora do contexto operacional, alocam as suas poupanças em inves-
como: vice-presidente de finanças (conhecido como Chief Financial timentos financeiros, com o objetivo de maximizarem os lucros das
Officer – CFO), controller e gerente financeiro, sendo também de- mesmas.
nominado simplesmente como administrador financeiro.
Subdivisões da administração financeira:
Sendo que, independentemente da classificação, tem-se os • Valor e orçamento de capital;
mesmos objetivos e características, obedecendo aos níveis hierár- • Análise de retorno e risco financeiro;
quicos, coordenando o diretor financeiro e este coordena a contabi- • Análise da estrutura de capital financeira;
lidade, a tesouraria com relação ao diretor financeiro encontram-se • Análise de financiamentos de longo prazo ou curto prazo;
a níveis hierárquicos iguais, onde existem distinções entre as fun- • Administração de caixa ou caixa financeira.
ções definidas pelo organograma da empresa.
Contudo, é necessário deixar bem claro que, cada empresa
possui e apresenta um especifico organograma e divisões deste se- AS REFORMAS ADMINISTRATIVAS E A REDEFINIÇÃO DO
tor, dependendo bastante de seu tamanho. Em empresas peque- PAPEL DO ESTADO; REFORMA DO SERVIÇO CIVIL (MÉRITO,
nas, o funcionamento, controle e análise das finanças, são feitas FLEXIBILIDADE E RESPONSABILIZAÇÃO) E REFORMA DO
somente no departamento contábil — até mesmo, por questão de APARELHO DO ESTADO
encurtar custos e evitar exageros de departamentos, pelo fato de
seu pequeno porte, não existindo necessidade de se dividir um se-
tor que está inter-relacionado e, que dependendo da capacitação Reforma do Estado
do responsável desse setor, poderá muito bem arcar com as duas A reforma do Estado, iniciada em 1995, com o início do Go-
funções: de tesouraria e controladoria. Porém, à medida que a em- verno Fernando Henrique Cardoso, estabelece mudanças na ordem
presa cresce, o funcionamento e gerenciamento das finanças evo- econômica, nos direitos sociais, nos sistemas político, judiciário e
luem e se desenvolvem para um departamento separado, conec- tributário, produzindo efeitos imediatos sobre a vida dos cidadãos,
tado diretamente ao diretor-financeiro, associado à parte contábil servidores ou agentes públicos.
da empresa, já que esta possibilita as informações para a análise e Esta reforma, baseada no estabelecido pelo Plano Diretor da
tomada de decisão. Reforma do Aparelho do Estado, aprovado em novembro de 1995
No caso de uma empresa de grande porte, é imprescindível pela Câmara da Reforma do Estado do Conselho de Governo que
esta divisão, para não ocorrer confusão e sobrecarga. Deste modo, apresenta um verdadeiro diagnóstico da “crise” por que passa o
a tesouraria (ou gerência financeira) cuida da parte específica das Estado Brasileiro e a Administração Pública, define objetivos e es-
finanças em espécie, da administração do caixa, do planejamento tabelece diretrizes para que o Governo Fernando Henrique Cardoso
financeiro, da captação de recursos, da tomada de decisão de de- possa intervir com o objetivo de efetuar uma reforma da adminis-
sembolso e despesas de capital, assim como o gerenciamento de tração pública.
crédito e fundo de pensão. Já a controladoria (ou contabilidade) é Este documento cria condições para uma verdadeira recons-
responsável com a contabilidade de finanças e custos, assim como, trução da administração pública em bases modernas e racionais,
do gerenciamento de impostos — ou seja, cuida do controle contá- preparando a administração pública brasileira para o cenário globa-
bil do patrimônio total da empresa. lizado que ora se apresenta a nível mundial e seus desafios.
A “Reforma do Aparelho do Estado”, que ora testemunhamos,
— Conceitos básicos de análise de balanços e demonstrações trará profundas mudanças a médio e, principalmente, longo prazo
financeiras sobre as formas de organização adotadas pelo Estado para atender
Todo administrador da área de finanças deve levar em conta, os aos seus fins.
objetivos dos acionistas e donos da empresa, para daí sim, alcançar A reforma visa atingir os objetivos do neoliberalismo, que é o
seus próprios objetivos. Pois conduzindo bem o negócio — cuidan- estabelecimento do “Estado Mínimo”, reduzido, em oposição ao Es-
do eficazmente da parte financeira — consequentemente ocasiona- tado “inchado” e paternalista que dominou a Administração Pública
rá o desenvolvimento e prosperidade da empresa, de seus proprie- do Brasil no último século.
tários, sócios, colaboradores internos e externos — stakeholders
(grupos de pessoas participantes internas ou externas do negócio

Editora
198
198
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Realmente, desde o período do pós-guerra, o Brasil nunca este- agente em todo o processo de desenvolvimento de uma nação, mas
ve tão descentralizado (igualando-se a indicadores das federações já não mais adota soluções dentro de um “vácuo” onde agia como
de países desenvolvidos), e tampouco teve um plano de estabiliza- ator principal e exclusivo.
ção tão profícuo, onde a ideia central é a de que os dois processos A participação da sociedade civil e do setor privado, neste sen-
podem ser compatíveis e consistentes. tido, constrói uma “confiança social” que, em contrapartida, deter-
Poderes muito concentrados, exagerada burocratização, nepo- minam uma estabilidade e transparência necessários para superar
tismo, empreguismo, excesso de cargos de confiança e desmedido as dificuldades a serem vencidas através da ação em conjunto.
controle político fizeram parte do Estado Burocrático que hoje a re- O “novo” Estado ambicionado pela sociedade brasileira pres-
forma se dispõe a sepultar. supõe um modelo capaz de assumir um projeto nacional de desen-
Durante os anos 90, o Brasil atravessou os primeiros estágios volvimento e, por isso mesmo, de um Estado que seja democrático
rumo a uma moderna reorganização capitalista, baseada neste e socialmente controlado.
novo caráter do Estado. Sua transição econômica tem sido gradual, A reforma de um Estado que introduz um novo modelo de ges-
mas o país tem tentado se precaver contra possíveis retrocessos. tão cria condições para a implementação de um novo tipo de de-
Para muitos o Brasil parece, finalmente, ter encontrado uma senvolvimento econômico-social, fundado nos valores da democra-
direção e estar saindo do caminho legado por duas décadas frustrantes cia. Assim, a democratização do Estado é uma consequência natural
e perdidas de estagnação econômica e perturbação política. Apesar de da reforma do Estado, e evidentemente, a salvaguarda do exercício
nem todos concordarem que as mudanças são mais positivas do que ne- da cidadania.
gativas, é possível admitir que mudanças profundas vêm acontecendo,
em vista do período que o país simplesmente deixou de crescer. Reforma Administrativa
O modelo econômico do Brasil mudou radicalmente. Na nova Como visto, o Governo Federal lançou, em 1995, o Plano Dire-
economia, os investidores têm a liberdade de fazer suas próprias tor da Reforma do Aparelho do Estado, o qual definiu os objetivos e
escolhas de investimento, baseados nas mudanças de mercado. diretrizes para a reforma da administração pública brasileira.
Através do Plano Real, o país conseguiu derrubar a inflação, A importância da Reforma Administrativa reside nas implica-
reduziu dramaticamente o papel do Estado na economia, e vem en- ções desta reestruturação para a nação, como a redução da inter-
corajando maiores investimentos do setor privado para garantir um ferência do Estado na economia, a redução do déficit público e a
crescimento sustentável a longo prazo. Desde julho de 1994, com melhoria na qualidade e eficiência dos serviços públicos e prováveis
a introdução da nova moeda, a inflação despencou de uma taxa alterações nos mecanismos de controle dos recursos públicos.
mensal de 50% ao mês na primeira metade deste mesmo ano para A reforma administrativa do Estado exige, basicamente, mu-
apenas 6,2% no ano de 2000. dança no ordenamento jurídico, nos regulamentos e nas técnicas
A estabilização econômica, a longo prazo, com maior cres- e formas de trabalho da administração pública, com o objetivo pri-
cimento, depende da contínua privatização do setor público e do mordial de melhorar a qualidade e a eficiência dos serviços presta-
sucesso do Programa de Ajuste Fiscal introduzido em outubro de dos à sociedade. O fim é o cidadão.
1998, em resposta à crise financeira mundial. Para isso, são necessários vários projetos envolvendo tanto o
O país obteve progressos em suas reformas apesar da crise Estado quanto a sociedade, e seu sucesso está intimamente ligado a
asiática, no fim de 1997, da Rússia, durante o ano de 1998, pas- uma reforma também da visão dos agentes públicos e sua forma de
sou por uma turbulência que o levou à liberação do câmbio e, em administrar, deixando de lado a tradicional burocracia do passado
2001, enfrenta com pulso firme a crise na Argentina, dando sinais que permeia a Administração Pública brasileira há décadas e que se
de que está conseguindo segurar os possíveis abalos externos que caracteriza mais como um atraso do que um progresso na arte de
vez ou outra insistem em sacolejar nossa ainda “pré-adolescente” bem administrar.
economia. Estas reformas devem envolver, basicamente, a descentraliza-
O Brasil tem uma responsabilidade particular para administrar ção do Estado, estímulo à privatização de atividades econômicas
sua economia de modo consistente com o bem-estar econômico e competitivas sustentáveis em regime de mercado, transferência de
social de seu povo. Por isso, o orçamento federal é uma ferramenta funções do poder central para entes intermediários e locais, eficiên-
importantíssima para a implementação de políticas federais e prio- cia nas atividades administrativas, incentivo à gestão direta pela co-
ridades da sociedade, devendo permitir gastos adequados para a munidade de serviços sociais e assistenciais, o chamado Terceiro
satisfação das necessidades atuais da nação. Setor, sem a dependência direta do Estado, mas com seu apoio e
Isto inclui o papel do Governo Federal auxiliando, por meio de sua assistência (organizações não governamentais, associações de
investimentos, os indivíduos, comunidades e Estados, não deven- utilidade pública, escolas comunitárias), investimento na capacita-
do desperdiçar recursos em atividades esbanjadoras e destrutivas, ção profissional de agentes e servidores administrativos, criação de
como gastos militares, por exemplo. carreiras específicas para altos gestores, simplificação dos procedi-
A fim de alcançar um ambiente econômico justo e estável e mentos e tramitação de processos administrativos (desburocratiza-
encorajar o desenvolvimento humano e dos recursos materiais, o ção), uma reeducação para os princípios públicos administrativos
Brasil deve se engajar numa forma de implementar um sistema de (ética administrativa), ampliação dos mecanismos de participação
impostos mais progressivo e global, sanando as atuais falhas que popular na atividade administrativa e de controle social da adminis-
permitem a concentração de riqueza. Também deve adotar políti- tração pública, dentre outros.
cas monetárias e fiscais que promovam a produção sustentável com Estas mudanças, por consequência, trarão os benefícios alme-
preços estáveis e aumento das oportunidades de emprego. jados em prol do objetivo maior do Estado: sua função social.
Evidentemente que não existem milagres, pois investimento Economicamente, a reforma trará a diminuição do “déficit”
também requer produção. público, ampliará a poupança pública e a capacidade financeira do
Por outro lado, diante das mudanças que vêm acontecendo, a Estado para concentrar recursos em áreas onde deve intervir dire-
sociedade civil e o setor privado surgem como novos aliados do Es- tamente.
tado antes chamado “paternalista”. Este último ainda é o principal
Editora
199
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Na esfera social, aumentará a eficiência dos serviços da Admi- e retirou da administração indireta a sua flexibilidade operacional,
nistração junto à sociedade ou financiados pelo Estado, proporcio- ao atribuir às fundações e autarquias públicas normas de funciona-
nando melhora no atendimento ao cidadão e atingindo as comuni- mento idênticas às que regem a administração direta.
dades de baixa renda. Felizmente, em 1998, a Constituição Federal de 1988 ganhou
Politicamente, a reforma do Estado ampliará a participação do a Emenda Constitucional nº 19/98, a qual trouxe uma profunda re-
cidadão na gestão dos bens públicos e estimulará programas de forma na Carta Magna, pois abrangeu um grande número de dispo-
ação social comunitária. Para a própria máquina administrativa, tra- sitivos constitucionais.
rá eficácia para as ações do Estado, que gerencia a vida da nação, Além disso, alterou profundamente as bases da Administração
trabalhando diretamente sobre o controle dos resultados. Pública brasileira, desviando-se do modelo social criado pelos cons-
Para isso, entretanto, há que se ter, especialmente, abertura tituintes de 1988 para um modelo mais liberal, inspirado em esbo-
de espírito e consciência para com as necessidades primazes da so- ços da administração privada.
ciedade, ou como bem demonstra Paulo Modesto em seu trabalho Evidentemente, tal reforma dá margem à grande polêmica, já
“Reforma Administrativa e Marco Legal das Organizações Sociais no que seus objetivos tendem a se chocar com antigas ideologias – ul-
Brasil - As Dúvidas dos Juristas sobre o Modelo das Organizações trapassadas, diriam alguns – sem falar na questão econômica, que
Sociais” : mexe com todos os alicerces da máquina estatal. É também este o
“Com efeito, parece possível interpretar e refletir sobre o que pensamento de Augusto de Franco, que vê na Reforma do Estado
representa o programa das organizações sociais para a redefinição uma verdadeira reformulação das instituições nacionais e da rela-
do modo de intervenção do Estado no âmbito social apenas se ado- ção destas com a sociedade:
tarmos uma atitude de abertura, de ânimo desarmado, negação da “A reforma do Estado é a grande reforma que temos pela fren-
mentalidade burocrática antes referida, que desconfia do novo e te. Ela deverá ser iniciada, mas jamais poderá ser concluída no curto
o renega de plano, adulterando o seu sentido próprio a partir de prazo. No médio prazo, ela pressupõe quase que uma refundação
antigos esquemas conceituais”. da res publica, a mudança das relações do Estado com a Socieda-
As modificações que advirão com uma ampla Reforma Admi- de e a gestação de um novo modelo de Estado. No longo prazo, as
nistrativa deixarão marcas profundas nas relações da sociedade exigências da radicalização da democracia tendem a transformar a
com o governo, ampliando o princípio da cidadania e alterando as reforma política e a reforma do Estado numa verdadeira reforma
relações de poder no Estado. da política, com a instalação de um regime de minorias, a combina-
ção do sistema representativo com o participativo e a introdução do
Constituição Federal e reforma chamado co-governo - o que exigirá a completa reformulação dos
A Assembleia Nacional Constituinte produziu, em outubro de partidos e dos processos eleitorais e a criação de novas instituições
1988, uma Carta Magna analítica, extensiva, que incorporou diver- políticas.”
sos princípios, direitos e garantias nunca antes vistos nas constitui- A Emenda 19/98 foi um passo importantíssimo para a transfor-
ções anteriores. mação e reforma do modelo de desenvolvimento seguido por ges-
Nascida após duas décadas de ditadura, a Constituição Federal tões federais do passado, onde o Estado afastou-se de suas funções
de 1988 veio responder aos anseios da sociedade que exigia um básicas com o intuito de investir, principalmente, no setor produti-
conjunto de normas capaz de assegurar direitos e garantias do ci- vo, trazendo uma lenta queda na qualidade dos serviços públicos,
dadão frente a um Estado e uma ordem econômica sustentados déficit público e inflação. Transformou-se num Estado Paternalista,
por um inócuo autoritarismo. Era urgente e necessária uma Carta um Estado “empresário”.
Magna que configurasse um novo cenário de desenvolvimento das Este “paternalismo” vivido durante grande parte do século XX
relações políticas e sociais. teve seus efeitos negativos mais salientes durante a crise econô-
A chamada “Constituição Cidadã”, que instaurou o Estado De- mica da década de 80, iniciada nos anos 70, e que se transformou
mocrático de Direito no Brasil, presenteou a sociedade brasileira numa somatória da excessiva intervenção do Estado na economia
com um precioso instrumento para a proteção dos direitos e garan- e da má aplicação dos recursos públicos. O resultado foi uma grave
tias individuais, bem como do patrimônio público. crise fiscal oriunda do alto déficit público, endividamento externo,
Dedicou, ainda, particular atenção à Administração Pública. poupança pública negativa e, consequentemente, um colapso nos
Os contínuos, constantes e corriqueiros danos praticados, durante investimentos internos. Nos anos 80, chamada economicamente de
décadas, contra o patrimônio público levou o constituinte a erigir “década perdida”, o crescimento econômico simplesmente estag-
um conjunto de princípios e de regras capazes não só de dificultar nou: “a taxa média de crescimento durante a década de 70 foi de
os ataques ao erário público, mas em dotar a sociedade de instru- 8,64 % ao ano, caindo para 2,76 % na década de 80.”
mentos para, em ocorrendo aqueles, reparar e coibi-los, punindo o A partir deste passado vicioso e sem perspectiva de mudanças,
agente infrator. o atual Governo viu na reforma do Estado um valioso e necessário
Entretanto, ela também trouxe problemas. O Congresso Consti- instrumento para assegurar a estabilização econômica e o cresci-
tuinte, ao mesmo tempo em que criava um importante instrumento mento da nação, e, consequentemente, a solução dos problemas
para a consagração da cidadania, promoveu, nas palavras de Fer- que mais afligem o país, no caso, as desigualdades sociais e regio-
nando Henrique Cardoso, “um surpreendente engessamento do nais. Isto somente se dá com a criação de condições para a recons-
aparelho estatal, ao estender para os serviços do Estado e para as trução da administração pública em bases modernas e racionais.
próprias empresas estatais praticamente as mesmas regras buro- Fernando Henrique Cardoso, em seu Plano Diretor da Reforma
cráticas rígidas adotadas no núcleo estratégico do Estado.” do Aparelho do Estado justifica a necessidade urgente desta refor-
Sem dúvida, a nova Constituição retirou do Poder Executivo o ma:
poder e a autonomia para tratar da estruturação dos órgãos pú- “No Brasil, o tema adquire relevância particular, tendo em vista
blicos, instituiu a obrigatoriedade de regime jurídico único para os que o Estado, em razão do modelo de desenvolvimento adotado,
servidores civis da União, dos Estados-membros e dos Municípios, desviou-se de suas funções precípuas para atuar com grande ên-
fase na esfera produtiva. Essa maciça interferência do Estado no
Editora
200
200
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
mercado acarretou distorções crescentes neste último, que passou “Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no
a conviver com artificialismos que se tornaram insustentáveis na § 7º do art. 169 estabelecerão critérios e garantias especiais para a
década de 90. Sem dúvida, num sistema capitalista, Estado e mer- perda do cargo pelo servidor público estável que, em decorrência
cado, direta ou indiretamente, são as duas instituições centrais que das atribuições de seu cargo efetivo, desenvolva atividades exclusi-
operam na coordenação dos sistemas econômicos. Dessa forma, se vas de Estado”.
uma delas apresenta funcionamento irregular é inevitável que nos O artigo estabelece que as leis previstas nos dispositivos men-
depararemos com uma crise. Foi assim nos anos 20 e 30, em que cionados, no que se refere à demissão de servidores estáveis, fixa-
claramente foi o mau funcionamento do mercado que trouxe em rão critérios e garantias especiais para estabelecer a perda do cargo
seu bojo uma crise econômica de grandes proporções. Já nos anos do cargo pelo servidor público que esteja atuando exclusivamente
80 é a crise do Estado que põe em xeque o modelo econômico em junto ao Estado.
vigência.” [8] A Emenda trouxe, ainda, novidades no que diz respeito à remu-
Fernando Henrique justifica, ainda, que a reforma é uma ne- neração de alguns servidores específicos, visando se evitar a ultra-
cessidade universal no momento histórico que vivemos, e que no passagem de teto dos salários :
Brasil, a presença do Estado na economia nacional tornou a má- “art. 37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
quina administrativa lenta e pesada, não conseguindo atender com cargos, funções e empregos públicos da administração direta, au-
eficiência a sobrecarga de demandas a ele dirigidas, principalmente tárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da
na área social. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos de-
tentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
Emenda Constitucional 19/98 proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
Dentre todas as alterações constitucionais sofridas pela atual cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
Carta Magna, Emenda Constitucional nº 19/98 foi a mais profun- qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
da, pois abrangeu um vasto número de dispositivos constitucionais, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal;”
além de alterar o âmago da Administração Pública brasileira, fugin- Já no artigo 39, § 4° da Emenda, abriu-se o precedente para
do do padrão originariamente concebido pelo constituinte originá- uma forma de remuneração denominada subsídio para os mem-
rio e partindo para a adoção de um modelo de administração mais bros de poder, que será uma única parcela, estando proibido qual-
moderno, liberal, com visíveis características do padrão que rege a quer adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra es-
iniciativa privada. pécie de remuneração, sempre obedecendo ao disposto no artigo
Um ponto que vale destacar com relação à Emenda está na 37, incisos X e XI, sobre a fixação de teto:
abertura para a elaboração de uma futura lei que venha a discipli- “§4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
nar as formas de participação do cidadão na administração pública Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
direta e indireta, como regulamenta o § 3° do artigo 37 : remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-
§ 3º - A lei disciplinará as formas de participação do usuário na ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI”.
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento Este dispositivo oferece transparência na forma de remunera-
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade ção dos membros de Poder e detentores de mandato eletivo.
dos serviços; A Emenda também incluiu um dispositivo na Carta Magna
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- que obriga os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário a publicar,
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X anualmente, os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
e XXXIII; empregos públicos.
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente Assim, a sociedade tomará conhecimento dos valores percebi-
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. dos pelos detentores do Poder e seus servidores públicos.
Existem outros postos que merecem ser ressaltados nas inova-
Este dispositivo prestigia o princípio da moralidade administra- ções trazidas pela Emenda n° 19/98, como as profundas alterações
tiva atribuindo-lhe foros jurídicos e, por via de consequência, deter- no chamado “terceiro setor” da Administração Pública, criando fi-
minando sua imprescindível observância na prática de qualquer ato guras como as “organizações sociais”, mas por ora deixaremos este
pela Administração Pública e criando um instrumento de defesa do registro a título de destaque.
cidadão nos mesmos moldes do Código de Defesa do Consumidor, Entretanto, não se pode deixar de mencionar a nova redação
ou algo como uma Lei de Defesa do Usuário dos Serviços Públicos. do caput do art. 37 da Constituição Federal, o qual resume, de certa
Isso viria uma vez mais em benefício do exercício da cidadania, forma, o espírito da Reforma Administrativa :
pois oferece ao usuário a possibilidade de reclamar em juízo contra “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função de dos Poderes da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Mu-
agente ou servidor administrativo da esfera pública. nicípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade,
Outro detalhe importante da Emenda Constitucional é a rígi- moralidade, publicidade e eficiência (...)» (grifo nosso)
da observação do controle da despesa pública com pessoal ativo O princípio da eficiência, grafado no texto constitucional, de-
e inativo da União, dos Estados e dos Municípios, que não poderá nota o desejo do Governo e do legislador em garantir a batalha que
ser superior a limites fixados em lei complementar. Estes limites se deve travar contra a corrupção, o nepotismo, a baixa qualidade
foram fixados, posteriormente, pela Lei Complementar n° 101, de dos serviços públicos etc., numa forma de responder aos anseios
04/05/2000. da população cansada de injustiça social, falta de respeito no trato
A Emenda também incluiu um novo artigo na Constituição Fe- com a coisa pública e negligência na prestação dos serviços públicos
deral, sob n° 247: oferecidos.

Editora
201
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
O princípio da eficiência agora expresso na Constituição Fede- dos anos 70, o ritmo de expansão da economia mundial diminui, e
ral constitui norma plenamente exigível e concretizável, criando um o Estado começa a ter problemas no desempenho de suas funções,
vínculo imediato entre o agente público e o cidadão, cansado pela perdendo gradativamente a capacidade de atender às crescentes
má qualidade dos serviços que lhes são prestados pelo Estado. Qua- demandas sociais. Esta situação, aliada a um processo de crescente
lidade esta denegrida ao longo de décadas por culpa de um Estado endividamento público, acarretaria mais tarde, principalmente nos
burocrático, pesado e lento. anos 80, a chamada crise fiscal do Estado: a perda de sua capaci-
Agora, juridicamente reconhecido dentro da Carta Magna, o dade de realizar os investimentos públicos necessários a um novo
princípio da eficiência amplia os horizontes para o estudo das ques- ciclo de expansão econômica.Da crise fiscal passamos à crise de
tões relacionadas com a ação administrativa. Eis o primeiro passo gestão do Estado, uma vez que a percepção dos cidadãos sobre a
tomado para outros que virão na Reforma Administrativa do Estado disponibilidade de serviços públicos se deteriora gradativamente,
Brasileiro. à medida que o Estado perde a capacidade de realizar suas fun-
ções básicas, e não consegue acompanhar as pressões crescentes
Novo papel do Estado por mais saúde,educação, segurança pública, saneamento, etc…
Somente a partir de reformas profundas em sua máquina ad- Essa crise de gestão implica na tentativa de superar as limitações
ministrativa poderá o Brasil garantir maior controle e justiça social. do modelo de gestão vigente até então, conhecido como “modelo
O Estado deve abandonar o papel de executor ou prestador direto burocrático”, transformando-o em algo novo, mais parecido como o
de serviços, para se colocar, entretanto, como agente regulador e modo de gestão do setor privado, conhecido na área pública como
provedor ou promotor destes, em cuja função o Estado continua- “modelo gerencial”.
rá a subsidiá-los, facilitando o oferecimento, ao mesmo tempo, do Assim, a redefinição do próprio papel do Estado é um tema de
controle social direto e a participação ativa da sociedade. alcance universal nos anos 90. No Brasil, essa questão adquiriu im-
portância decisiva, tendo em vista o peso da presença do Estado
na economia nacional: tornou-se um tema constante a questão da
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DO MODELO RACIONAL-LE- reforma do Estado, uma vez que o mesmo não conseguia mais aten-
GAL AO PARADIGMA PÓS-BUROCRÁTICO; O ESTADO OLI- der com eficiência a sobrecarga de demandas a ele dirigidas, sobre-
GÁRQUICO E PATRIMONIAL, O ESTADO AUTORITÁRIO E tudo na área social.Em resumo, a Crise do Estado define-se como:
BUROCRÁTICO, O ESTADO DO BEM-ESTAR, O ESTADO RE- 1. Uma crise fiscal, caracterizada pela deterioração crescente
GULADOR das finanças públicas, sendo o déficit público um fator de redução
de investimentos na área privada;
2. Uma crise do modo de intervenção do Estado na economia,
Vamos a partir de agora tratar da Administração Pública no Bra- com o esgotamento da estratégia estatizante; as empresas públicas
sil, considerando a evolução histórica do modo pelo qual a gestão não mais teriam condições de alavancar o crescimento econômico
das organizações governamentais vem sendo praticada em nosso dos países; o paradigma do Estado interventor, nos moldes da eco-
país. A importância do tema reside no fato de que a Administra- nomia Keynesiana estava cada vez mais ultrapassado;
ção Pública em todo o mundo vem experimentando um processo 3. Uma crise da forma de administrar o Estado, isto é, a supe-
de profundas transformações, que se iniciou na década de 70, for- ração da administração pública burocrática, rumo à administração
mado por um conjunto amplo de correntes de pensamento, que pública gerencial.
formam a chamada “Nova Gestão Pública” (do original em inglês No Brasil, a principal repercussão destes fatos foi a Reforma do
NPM – “New Public Management”). Esse processo também ocorre Estado nos anos 90,cujos principais pontos eram:
no Brasil. Para entender o que é a gestão pública hoje, precisamos 1. O ajuste fiscal duradouro, com a busca do equilíbrio das con-
retroceder no tempo e analisar sua evolução ao longo das décadas. tas públicas;
2. A realização de reformas econômicas orientadas para o mer-
Nos últimos anos assistimos em todo o mundo a um debate cado, que, acompanhadas de uma política industrial e tecnológica,
acalorado – ainda longe de concluído – sobre o papel que o Estado garantissem a concorrência interna e criassem as condições para o
deve desempenhar na vida contemporânea e o grau de intervenção enfrentamento da competição internacional;
que deve ter na economia.Nos anos 50, o economista Richard Mus- 3. A reforma da previdência social, procurando-se dar sustenta-
grave enunciou as três funções clássicas do Estado: bilidade à mesma, equilibrando-se os montantes de contribuições
• Função alocativa: prover os bens e serviços não adequada- e benefícios;
mente fornecidos pelo mercado 4. A inovação dos instrumentos de política social, proporcio-
• Função distributiva: promover ajustamentos na distribuição nando maior abrangência e promovendo melhor qualidade para os
da renda; serviços sociais;
• Função estabilizadora: evitar grandes flutuações nos níveis de 5. A reforma do aparelho do Estado, com vistas a aumentar sua
inflação e desemprego. “governança”, ou seja, sua capacidade de implementar de forma
eficiente as políticas públicas.
De fato, entre o período que vai de 1945 (final da segunda
guerra mundial) e 1973(ano do choque do petróleo), a economia A reforma do Estado envolve múltiplos aspectos. O ajuste fiscal
mundial experimentou uma grande expansão econômica, levando devolveria ao Estado a capacidade de definir e implementar políticas
este período a ser denominado de “era dourada”. públicas. Através da liberalização comercial, o Estado abandonaria a es-
Desenvolveu-se a figura do Estado-Provedor de bens e servi- tratégia protecionista da substituição de importações. Nesse contexto,
ços, também chamado de Estado de Bem-Estar Social (Welfare Sta- o programa de privatizações levado a cabo nos anos 90 foi uma das
te). Houve uma grande expansão do Estado (e, consequentemente, formas de se perseguir tais objetivos. Por esse programa, transferiu se
da Administração Pública), logicamente com um crescimento im- para o setor privado a tarefa da produção, dado o pressuposto de que
portante dos custos de funcionamento da máquina pública.A partir este, a princípio, realizaria tal atividade de forma mais eficiente.
Editora
202
202
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Finalmente, por meio de um programa de publicização, preten- Este cenário muda no final do século XIX, no momento em que
dia-se transferir para o setor público não-estatal a produção dos o capitalismo e a democracia se tornam dominantes. Mercado e
serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo- Sociedade Civil passam a se distinguir do Estado. Neste novo mo-
-se um sistema de parceria entre Estado e sociedade para seu finan- mento histórico, a administração patrimonialista torna-se inaceitá-
ciamento e controle. vel, pois não mais cabia um modelo de administração pública que
Portanto, segundo a ideia da reforma, o Estado reduziria seu privilegiava uns poucos em detrimento de muitos.
papel de executor ou provedor direto de serviços, mantendo-se, As novas exigências de um mundo em transformação, com o
entretanto, no papel de regulador e provedor indireto ou promotor desenvolvimento econômico que se seguia, trouxeram a necessida-
destes, principalmente dos serviços sociais como educação e saúde, de de reformulação do modo de gestão do Estado.
etc. Como promotor desses serviços, o Estado continuará a subsi-
diá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controle social direto e a Administração Pública Burocrática
participação da sociedade. Surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado
Nessa nova perspectiva, busca-se o fortalecimento das funções liberal, como forma de combater a corrupção e o nepotismo patri-
de regulação e de coordenação do Estado, particularmente no nível monialista. Constituem princípios orientadores do seu desenvolvi-
federal, e a progressiva descentralização vertical, para os níveis es- mento a profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcio-
tadual e municipal, das funções executivas no campo da prestação nal, a impessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional
de serviços sociais e de infraestrutura. legal.
Considerando essa tendência, pretende-se reforçar a gover- Os controles administrativos implantados visam evitar a cor-
nança – a capacidade de governo do Estado – através da transição rupção e o nepotismo. Aforma de controle é sempre a priori, ou
programada de um tipo de administração pública burocrática, rígida seja, controle dos procedimentos, das rotinas que devem nortear a
e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para realização das tarefas.
uma administração pública gerencial, flexível e eficiente, voltada Parte-se de uma desconfiança prévia nos administradores pú-
para o atendimento do cidadão, melhorando a capacidade do Esta- blicos e nos cidadãos que a eles dirigem suas diversas demandas
do de implementar as políticas públicas, sem os limites, a rigidez e sociais. Por isso, são empregados controles rígidos dos processos
a ineficiência da sua máquina administrativa. como, por exemplo, na admissão de pessoal, nas compras e no
atendimento aos cidadãos.
As três formas de Administração Pública Uma consequência disto é que os próprios controles se tornam
No plano administrativo, a administração pública burocrática o objetivo principal do funcionário. Dessa forma, o Estado volta-se
surgiu no século passado conjuntamente com o Estado liberal, exa- para si mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que é servir
tamente como uma forma de defender a coisa pública contra o pa- à sociedade.
trimonialismo. Na medida, porém, que o Estado assumia a respon- A principal qualidade da administração pública burocrática é
sabilidade pela defesa dos direitos sociais e crescia em dimensão, o controle dos abusos contra o patrimônio público; o principal de-
os custos dessa defesa passaram a ser mais altos que os benefícios feito, a ineficiência, a incapacidade de voltar-se para o serviço aos
do controle. Por isso, neste século as práticas burocráticas vêm ce- cidadãos vistos como “clientes”.
dendo lugar a um novo tipo de administração: a administração ge- Esse defeito, entretanto, não se revelou determinante na épo-
rencial. ca do surgimento da administração pública burocrática porque os
Assim, partindo-se de uma perspectiva histórica, verifica-se que serviços do Estado eram muito reduzidos. O Estado limitava-se a
a administração pública evoluiu através de três modelos básicos: a manter a ordem e administrar a justiça, a garantir os contratos e a
administração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. propriedade. O problema começou a se tornar mais evidente a par-
Essas três formas se sucedem no tempo, sem que, no entanto, qual- tir da ampliação da participação do Estado na vida dos indivíduos.
quer uma delas seja inteiramente abandonada. Valem aqui alguns comentários adicionais sobre o termo “Bu-
rocracia”.
Administração Pública Patrimonialista Max Weber, importante cientista social, ocupou-se de inúme-
Nas sociedades anteriores ao advento do Capitalismo e da De- ros aspectos das sociedades humanas. Na década de 20, publicou
mocracia, o Estado aparecia como um ente “privatizado”, no senti- estudos sobre o que ele chamou o tipo ideal de burocracia, ou seja,
do de que não havia uma distinção clara, por parte dos governan- um esquema que procura sintetizar os pontos comuns à maioria
tes, entre o patrimônio público e o seu próprio patrimônio privado. das organizações formais modernas, que ele contrastou com as so-
O Rei ou Monarca estabelecia seu domínio sobre o país de for- ciedades primitivas e feudais. As organizações burocráticas seriam
ma absoluta, não aceitando limites entre a “res publica” e a “res máquinas totalmente impessoais, que funcionam de acordo com
principis”. Ou seja, a “coisa pública” se confundia com o patrimô- regras que ele chamou de racionais – regras que dependem de lógi-
nio particular dos governantes, pois não havia uma fronteira muito ca e não de interesses pessoais.
bem definida entre ambas. Weber estudou e procurou descrever o alicerce formal-legal
Nessas condições, o aparelho do Estado funcionava como uma em que as organizações reais se assentam. Sua atenção estava di-
extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, rigida para o processo de autoridade obediência(ou processo de
possuíam status de nobreza real. Os cargos eram considerados pre- dominação) que, no caso das organizações modernas, depende de
bendas, ou seja, títulos passíveis de negociação,sujeitos à discricio- leis. No modelo de Weber, as expressões “organização formal” e
nariedade do governante. “organização burocrática” são sinônimas.
A corrupção e o nepotismo eram inerentes a esse tipo de ad- “Dominação” ou autoridade, segundo Weber, é a probabilida-
ministração. O foco não se encontrava no atendimento das neces- de de haver obediência dentro de um grupo determinado. Há três
sidades coletivas mas, sobretudo, nos interesses particulares do tipos puros de autoridade ou dominação legítima (aquela que conta
soberano e de seus auxiliares. com o acordo dos dominados):

Editora
203
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Dominação de caráter carismático • Impessoalidade: as relações entre as pessoas que integram
Repousa na crença da santidade ou heroísmo de uma pessoa. as organizações burocráticas são governadas pelos cargos que elas
A obediência é devida ao líder pela confiança pessoal em sua re- ocupam e pelos direitos e deveres investidos nesses cargos. Assim,
velação, heroísmo ou exemplaridade, dentro do círculo em que se o que conta é o cargo e não pessoa. A formalidade e a impessoali-
acredita em seu carisma. dade, combinadas, fazem a burocracia permanecer, a despeito das
A atitude dos seguidores em relação ao dominador carismático pessoas.
é marcada pela devoção. Exemplos são líderes religiosos, sociais ou • Profissionalismo: os cargos de uma burocracia oferecem a
políticos, condutores de multidões de adeptos. O carisma está asso- seus ocupantes uma carreira profissional e meios de vida. A partici-
ciado a um tipo de influência que depende de qualidades pessoais. pação nas burocracias tem caráter ocupacional.

• Dominação de caráter tradicional Apesar das vantagens inerentes nessa forma de organização, as
Deriva da crença quotidiana na santidade das tradições que vi- burocracias podem muitas vezes apresentar também uma série de
goram desde tempos distantes e na legitimidade daqueles que são disfunções, conforme a seguir:
indicados por essa tradição para exercer a autoridade. • Particularismo – Defender dentro da organização interesses
A obediência é devida à pessoa do “senhor”, indicado pela tra- de grupos internos, por motivos de convicção, amizade ou interesse
dição. A obediência dentro da família, dos feudos e das tribos é do material.
tipo tradicional. Nos sistemas em que vigora a dominação tradicio- • Satisfação de Interesses Pessoais – Defender interesses pes-
nal, as pessoas têm autoridade não por causa de suas qualidades soais dentro da organização.
intrínsecas, como acontece no caso carismático, mas por causa das • Excesso de Regras – Multiplicidade de regras e exigências
instituições tradicionais que representam. É o caso dos sacerdotes para a obtenção de determinado serviço.
e das lideranças, no âmbito das instituições, como os partidos polí- • Hierarquia e individualismo – A hierarquia divide responsa-
ticos e as corporações militares. bilidades e atravanca o processo decisório. Realça vaidades e esti-
mula disputas pelo poder.
• Dominação de caráter racional • Mecanicismo – Burocracias são sistemas de cargos limitados,
Decorre da legalidade de normas instituídas racionalmente e que colocam pessoas em situações alienantes.
dos direitos de mando das pessoas a quem essas normas respon-
sabilizam pelo exercício da autoridade. A autoridade, portanto, é a Portanto, as burocracias apresentam dois grandes “problemas”
contrapartida da responsabilidade. ou dificuldades: em primeiro lugar, certas disfunções, que as des-
No caso da autoridade legal, a obediência é devida às normas caracterizam e as desviam de seus objetivos; em segundo lugar,
impessoais e objetivas, legalmente instituídas, e às pessoas por elas ainda que as burocracias não apresentassem distorções, sua estru-
designadas, que agem dentro de uma jurisdição. A autoridade ra- tura rígida é adequada a certo tipo de ambiente externo, no qual
cional fundamenta-se em leis que estabelecem direitos e deveres não há grandes mudanças. A estrutura burocrática é, por natureza,
para os integrantes de uma sociedade ou organização. Por isso, a conservadora, avessa a inovações; o principal é a estabilidade da
autoridade que Weber chamou de racional é sinônimo de autori- organização.
dade formal. Mas, como vimos, as mudanças no ambiente externo determi-
nam a necessidade de mudanças internas, e nesse ponto o paradig-
Uma sociedade, organização ou grupo que depende de leis ra- ma burocrático torna-se superado.
cionais tem estrutura do tipo legal-racional ou burocrática. É uma
burocracia. Administração Pública Gerencial
A autoridade legal-racional ou autoridade burocrática substi- Surge na segunda metade do século XX, como resposta à ex-
tuiu as fórmulas tradicionais e carismáticas nas quais se baseavam pansão das funções econômicas e sociais do Estado e ao desenvol-
as antigas sociedades. A administração burocrática é a forma mais vimento tecnológico e à globalização da economia mundial, uma
racional de exercer a dominação. A burocracia, ou organização bu- vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à ado-
rocrática, possibilita o exercício da autoridade e a obtenção da obe- ção do modelo anterior.
diência com precisão, continuidade, disciplina, rigor e confiança. Torna-se essencial a necessidade de reduzir custos e aumentar a
Portanto, todas as organizações formais são burocracias. A qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário, resultando
palavra burocracia identifica precisamente as organizações que se numa maior eficiência da administração pública. A reforma do apare-
baseiam em regulamentos. A sociedade organizacional é, também, lho do Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores
uma sociedade burocratizada. A burocracia é um estágio na evolu- da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo de-
ção das organizações. senvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações.
De acordo com Weber, as organizações formais modernas ba- A administração pública gerencial constitui um avanço, e até
seiam-se em leis, que as pessoas aceitam por acreditarem que são certo ponto um rompimento com a administração pública burocrá-
racionais, isto é, definidas em função do interesse das próprias pes- tica. Isso não significa, entretanto, que negue todos os seus princí-
soas e não para satisfazer aos caprichos arbitrários de um dirigente. pios. Pelo contrário, a administração pública gerencial está apoiada
na anterior, da qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos
O tipo ideal de burocracia, formulado por Weber, apresenta seus princípios fundamentais, como:
três características principais que diferenciam estas organizações • A admissão segundo rígidos critérios de mérito (concurso pú-
formais dos demais grupos sociais: blico);
• Formalidade: significa que as organizações são constituídas • A existência de um sistema estruturado e universal de remu-
com base em normas e regulamentos explícitos, chamadas leis, que neração (planos de carreira);
estipulam os direitos e deveres dos participantes.

Editora
204
204
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
• A avaliação constante de desempenho (dos funcionários e de O Estado oligárquico e patrimonial, o Estado autoritário e buro-
suas equipes de trabalho); crático, o Estado do bem-estar, o Estado regulador
• O treinamento e a capacitação contínua do corpo funcional.
República Oligárquica
A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa Com a proclamação da República, em 1889, inaugurou-se um
de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados. A ri- novo período na história política do Brasil: o poder político passou
gorosa profissionalização da administração pública continua sendo a ser controlado pelas oligarquias rurais, principalmente as oligar-
um princípio fundamental. quias cafeeiras. Entretanto, o controle político exercido pelas oligar-
Na administração pública gerencial a estratégia volta-se para: quias não aconteceu logo em seguida à proclamação da República
1. A definição precisa dos objetivos que o administrador públi- – os dois primeiros governos (1889-1894) corresponderam à cha-
co deverá atingirem sua unidade; mada República da Espada, ou seja, o Brasil esteve sob o comando
2. A garantia de autonomia do administrador na gestão dos re- do exército. Marechal Deodoro da Fonseca liderou o país durante o
cursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à Governo Provisório (1889-1891). Após a saída de Deodoro, o Mare-
disposição para que possa atingir os objetivos contratados; chal Floriano Peixoto esteve à frente do governo brasileiro até 1894.
3. O controle ou cobrança a posteriori dos resultados. No ano de 1894, os grupos oligárquicos, principalmente a oli-
garquia cafeeira paulista, estavam articulando para assumir o po-
Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no in- der e controlar a República. Os paulistas apoiaram Floriano Peixoto.
terior do próprio Estado, quando há a possibilidade de estabelecer Dessa aliança surgiu o candidato eleito nas eleições de março de
concorrência entre unidades internas. 1894, Prudente de Morais, filiado ao Partido Republicano Paulista
No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a (PRP). A partir de então, o poder político brasileiro ficou restrito
redução dos níveis hierárquicos tornam-se essenciais. Em suma, às oligarquias agrárias paulista e mineira, de 1894 a 1930, período
afirma-se que a administração pública deve ser permeável à maior conhecido como República Oligárquica. Assim, o domínio político
participação dos agentes privados e/ou das organizações da socie- presidencial durante esse intervalo de tempo prevaleceu entre São
dade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os Paulo e Minas Gerais, efetivando a política do café-com-leite.
resultados(fins). Durante o governo do presidente Campo Sales (1898-1902), a
A administração pública gerencial inspira-se na administra- República Oligárquica efetivou o que marcou fundamentalmente a
ção de empresas, mas não pode ser confundida com esta última. Primeira República: a chamada política dos governadores, que se
Enquanto a administração de empresas está voltada para o lucro baseava nos acordos e alianças entre o presidente da República e
privado, para a maximização dos interesses dos acionistas, esperan- os governadores de estado, que foram denominados Presidentes
do-se que, através do mercado, o interesse coletivo seja atendido, a de estado. Estes sempre apoiariam os candidatos fiéis ao governo
administração pública gerencial está explícita e diretamente volta- federal; em troca, o governo federal nunca interferiria nas eleições
da para o interesse público. locais (estaduais).
Neste último ponto, como em muitos outros (profissionalismo, Mas, afinal, como era efetivado o apoio aos candidatos à pre-
impessoalidade), a administração pública gerencial não se diferen- sidência da República do governo federal pelos governadores dos
cia da administração pública burocrática. Na burocracia pública estados? Esse apoio ficou conhecido como coronelismo: o título
clássica existe uma noção muito clara e forte do interesse público. A de coronel surgiu no período imperial, mas com a proclamação da
diferença, porém, está no entendimento do significado do interesse República os coronéis continuaram com o prestígio social, político
público, que não pode ser confundido com o interesse do próprio e econômico que exerciam nas vizinhanças das localidades de suas
Estado. Para a administração pública burocrática, o interesse pú- propriedades rurais. Eles eram os chefes políticos locais e exerciam
blico é frequentemente identificado com a afirmação do poder do o mandonismo sobre a população.
Estado. Os coronéis sempre exerceram a política de troca de favores,
A administração pública gerencial vê o cidadão como contri- mantinham sob sua proteção uma enorme quantidade de afilhados
buinte de impostos e como uma espécie de “cliente” dos seus ser- políticos, em troca de obediência rígida. Geralmente, sob a tutela
viços. Os resultados da ação do Estado são considerados bons não dos coronéis, os afilhados eram as principais articulações políticas.
porque os processos administrativos estão sob controle e são segu- Nas áreas próximas à sua propriedade rural, o coronel controlava
ros, como quer a administração pública burocrática, mas porque as todos os votos eleitorais a seu favor (esses locais ficaram conheci-
necessidades do cidadão-cliente estão sendo atendidas. dos como “currais eleitorais”).
O paradigma gerencial contemporâneo, fundamentado nos Nos momentos de eleições, todos os afilhados (dependentes)
princípios da confiança e da descentralização da decisão, exige dos coronéis votavam no candidato que o seu padrinho (coronel)
formas flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas, descen- apoiava. Esse controle dos votos políticos ficou conhecido como
tralização de funções, incentivos à criatividade. Contrapõe-se à voto de cabresto, presente durante toda a Primeira República, e foi
ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia tradicio- o que manteve as oligarquias rurais no poder.
nal. À avaliação sistemática, à recompensa pelo desempenho, e à Durante a Primeira República, o mercado tinha o caráter agro-
capacitação permanente, que já eram características da boa admi- exportador e o principal produto da economia brasileira era o café.
nistração burocrática, acrescentam-se os princípios da orientação No ano de 1929, com a queda da Bolsa de Valores de Nova York, a
para o cidadão-cliente, do controle por resultados, e da competição economia cafeeira brasileira enfrentou uma enorme crise, pois as
administrada. grandes estocagens de café fizeram com que o preço do produto
sofresse uma redução acentuada, o que ocasionou a maior crise
Fonte: https://centraldefavoritos.com.br/2017/03/15/administracao- financeira brasileira durante a Primeira República.
-publica-do-modelo-racional-legal-ao-paradigma-pos-burocratico/ Na Revolução de 1930, Getúlio Vargas assumiu o poder após
um golpe político que liderou juntamente com os militares brasilei-
ros. Os motivos do golpe foram as eleições manipuladas para pre-
Editora
205
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
sidência da República, as quais o candidato paulista Júlio Prestes Por definição, uma organização que é burocrática é guiada por
havia ganhado, de forma obscura, em relação ao outro candidato, o princípios que conduzem o negócio com base no conhecimento em-
gaúcho Getúlio Vargas, que, não aceitando a situação posta, efeti- pírico, atentando para o dever, a autoridade e os meios de coerção de
vou o golpe político, acabando de vez com a República Oligárquica e cada funcionário. Entretanto cada funcionário está inserido em uma
com a supremacia política da oligarquia paulista e mineira. posição da escala hierárquica que deve ser respeitada. Só que ao mes-
mo tempo em que esses funcionários não são detentores dos recursos,
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/republica-oligarquica. eles também não são responsáveis pelo uso dos mesmos. O escritório
htm não pode ser apropriado pelo encarregado e a renda é separada dos
negócios privados. Por isso, todo o processo é conduzido por docu-
O patrimonialismo no Brasil mentos escritos. Cabe ao funcionário, após ser nomeado para o car-
No caso do Brasil, o patrimonialismo foi estudado por vários go, apenas exercer a função delegada de acordo com suas qualidades
pensadores importantes, como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de técnicas. O que é recompensado por um salário regular dotado de um
Holanda, Raymundo Faoro, Florestan Fernandes, Victor Nunes Leal, plano de carreira para toda a vida. O funcionário deve abrir mão de
José Oswaldo de Meira Penna e Paulo Mercadante. Destes, aquele seu julgamento quando estiver cumprindo com seus deveres oficiais e
que mais se ateve às definições sociológicas de Weber e que pro- determinações de autoridades da escala hierárquica.
curou aplicá-las à realidade histórica brasileira foi Raymundo Faoro,
cuja obra “Os Donos do Poder – Formação do patronato político Fonte: https://www.infoescola.com/administracao_/burocracia/
brasileiro” é um clássico. No geral, Faoro e esses outros autores pro-
curam explicar as raízes históricas, sobretudo herdadas de Portugal, Estado Autoritário
do patrimonialismo no Brasil. Após a deposição do presidente João Goulart, ficou claro que
Desde a formação dos primeiros clãs rurais de colonos no sé- os militares tinham pretensões de controlar a vida política da nação
culo XVI, em terras brasileiras, os domínios privados (latifúndios, de forma direta. Diferentemente dos golpes de 1930 e 1945, as For-
sobretudo) formavam também um núcleo de ação política. Grande ças Armadas se infiltraram no poder e criaram ações que perpetu-
parte da autoridade local nas vastas províncias do território brasi- ariam sua presença nas duas décadas seguintes da história política
leiro era administrada e até policiada por milícias vinculadas aos se- nacional. Em abril de 1964, o general Castelo Branco foi empossado
nhores das terras (de forma semelhante ao que ocorria no sistema presidente pelo Congresso, com um mandato que duraria somente
feudal). O poder local e personalista teve grande influência na for- dois anos.
mação do Brasil e resistiu por muito tempo (e ainda hoje resiste) à Essa ação visava colocar os militares no poder até que fossem
centralização política do Estado e à impessoalidade que este exige. organizadas novas eleições pelo voto direto. No entanto, alguns
Um dos fenômenos mais explicitamente patrimonialistas da militares participantes do golpe, popularmente conhecidos como
história política brasileira foi o do coronelismo durante a República integrantes da “linha dura”, acreditavam que a desmobilização dos
Velha. O “coronel” era o típico líder paternalista que, ocupando o movimentos de esquerda demandava um processo de ampliação
cargo de governador ou de prefeito, transformava o seu domínio de no tempo de permanência e dos poderes atribuídos ao militares.
atuação política em uma extensão de sua casa ou de sua fazenda. Foi a partir de então que observamos o enrijecimento desse novo
regime.
Fonte:https://brasilescola.uol.com.br/politica/patrimonialismo.htm A perseguição política foi instaurada inicialmente com a cria-
ção dos Inquéritos Policial-Militares, que seriam responsáveis por
Burocracia controlar todas as pessoas consideradas ameaçadoras à ordem.
Burocracia é uma estrutura organizativa composta por regras e Diversos políticos tiveram seus mandatos anulados e uma leva de
procedimentos determinados. funcionários públicos foi exonerada ou compulsoriamente aposen-
O termo Burocracia é originário da fusão do termo latino bur- tada. Ao mesmo tempo, o Serviço Nacional de Informação (SNI) foi
rus com o termo francês bure. A união dessas duas partículas criou um novo órgão criado com o objetivo de informar o Executivo sobre
a palavra bureau, usada inicialmente para definir um tipo de tecido as personalidades políticas da época.
escuro que era utilizado para cobrir as escrivaninhas de repartições Paralelamente, o uso (e abuso) dos Atos Institucionais (AI’s) foi
públicas. Mais tarde, o termo bureau passou a ser utilizado para de- outro importante elemento utilizado para que os militares tomas-
signar o escritório como um todo. O uso preciso da palavra Burocra- sem decisões sem antes consultar o Congresso Nacional. Em 1965,
cia foi utilizado pela primeira vez por um ministro francês do século depois de os candidatos governistas não alcançarem o êxito espera-
XVIII chamado Jean-Claude Marie Vincent, que fez o uso do termo do, o governo militar deu fim a todos os partidos políticos existen-
em francês bureaucratie de maneira crítica e debochada para se tes e liberou a cassação deliberada de qualquer mandato político
referir às repartições públicas. Jean-Claude criou um neologismo com a criação do AI-2. Além disso, esse mesmo decreto prolongou
recuperando a partícula latina burrus e acrescentando a partícula o mandato de Castelo Branco.
grega krátos para formar o novo termo significando o exercício do No ano seguinte, o AI-3 modificou o sistema eleitoral para o
poder por funcionários de escritórios. modelo indireto nas eleições para governador e deu a estes o po-
Desde então, o termo Burocracia é muito utilizado na socio- der de indicar o prefeito das capitais e dos maiores centros urbanos
logia das organizações para abordar estruturas de organização com- do país. Nesse momento, alguns civis que tinham apoiado o golpe
postas por regras, procedimentos, divisão de responsabilidades, espe- começaram a notar a proposta continuísta do regime militar e, com
cialização do trabalho, hierarquia e relações impessoais. Sua própria isso, passar a se opor a presença dos militares. Foi então que surgiu
definição do modelo de aplicação é motivo para as críticas populares, a Frente Ampla, movimento que buscava convergir todos os oposi-
que condenam o excesso de regras, divisões e as práticas que são re- tores da ditadura.
dundantes e apenas atrasam o funcionamento de todo o sistema. O próximo mandato presidencial, ao contrário do que fora ini-
cialmente acordado, foi fruto de uma indicação política feita pelos
militares da “linha dura”. Dessa forma, Costa e Silva fora eleito pre-
Editora
206
206
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
sidente através de uma confirmação formal do Congresso utilizada tatal concede aos indivíduos bens e serviços públicos durante toda
somente para acobertar o tom antidemocrático do novo regime. a vida. Os direitos sociais conferem serviços de educação, saúde,
Antes de Costa e Silva assumir o cargo, o AI-4 realizou uma con- seguridade e lazer.
vocação extraordinária do Congresso para a criação de uma nova O Estado de Bem-Estar Social é também chamado de Estado
Constituição. Providência e Estado Social. Foi o modelo predominante nos países
A nova carta garantiu a presença dos militares com o fortale- ocidentais na segunda metade do século XX defendendo o desen-
cimento do Poder Executivo. De acordo com a nova constituição, volvimento do mercado, porém acompanhado de políticas públicas
o presidente teria poder de deliberar livremente sobre as finanças e da interferência do Estado na economia para corrigir os erros e
públicas e as questões de segurança nacional. Nesse último aspec- proteger a população. Atualmente, diz-se que o modelo está em
to, o documento dizia que os delitos contra a ordem sócio-política crise. O primeiro país a abandonar o modelo foi a Inglaterra, no
e o controle da vida cultural do país estavam intimamente ligados governo de Margareth Thatcher. Ela alegou que o Estado não dispu-
a essa questão. nha mais de recursos para sustentar o Estado de Bem-Estar Social e
Além disso, foi criada a Lei de Imprensa que proibia expressa- retirou os direitos que os cidadãos haviam conquistado no decorrer
mente a publicação de qualquer conteúdo que incitasse a desor- das décadas. Nasceria, então, o Estado Neoliberal. A consequên-
dem social ou criticasse as autoridades instituídas. Sob o aspecto cia seria o embate entre os dois modelos. Mas o Estado Neoliberal
eleitoral, reafirmando as deliberações do AI-2, a nova constituição também já se mostra em crise e políticos e ideólogos de direita e
oficializou o uso de eleições indiretas na escolha do mandato pre- de esquerda debatem qual modelo seria mais viável. O fato é que a
sidencial. maior parte dos países que investiram quantidades significativas do
Foi a partir de então que a ditadura se consolidou como novo Produto Interno Bruto em políticas sociais possui elevado Índice de
meio de organização da vida política nacional e garantiu a presença Desenvolvimento Humano. No entanto, a relação não é direta, pois
das autoridades militares no poder. não se trata apenas de investir, mas da maneira como é investido.
Outra evidência que está associada ao investimento em políticas
Fonte:https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/as-ba- sociais é a redução da pobreza.
ses-estado-autoritario.htm No Brasil, houve um esboço de implantação do Estado de Bem-
-Estar Social nas décadas de 1970 e 1980. Todavia, o modelo não
Estado de Bem-Estar Social seria aplicado como investimento produtivo para sociedade, mas
O Estado de Bem-Estar Social é um modo de organização no de forma assistencialista. Logo, o que se verificou foi a manutenção
qual o Estado se encarrega da promoção social e da economia. da acentuada desigualdade social, os elevados índices de pobreza e
Ao longo dos séculos, as escolas de pensamento econômico o insucesso no Índice de Desenvolvimento Humano. O governo do
retiraram a participação do Estado da organização da economia, presidente Fernando Henrique Cardoso, 1994-2002, assumiu o mo-
concedendo grande espaço e influência ao que se designou como delo Neoliberal como direcionador do Estado, fazendo a contraposi-
Liberalismo. Este tipo de orientação ideológica que prevê maior li- ção. Seu sucessor, Luís Inácio “Lula” da Silva, recuperou as ideias do
berdade para o mercado, sem a regulamentação do Estado, vigorou Estado Providência, investindo em políticas sociais que resultaram
no século XIX, mas entrou em profunda crise no início do século na diminuição dos índices de pobreza. No entanto, os investimen-
XX. A Primeira Guerra Mundial, entre outras coisas, foi resultado da tos em políticas sociais ainda são pequenos e mal administrados
intensa de disputa por mercados trava pelos países europeus. En- no Brasil.
cerrando um período de grande desenvolvimento. Pior ainda para a
economia seria a Crise de 1929, decorrente da superprodução que Fonte: https://www.infoescola.com/sociedade/estado-de-bem-estar-
o mercado foi incapaz de absorver. Até então, estava em pauta a -social/
retirada do Estado da regulamentação econômica, mas a solução
da crise foi justamente a retomada do Estado. Defensores do Libe- Estado Regulador
ralismo acreditavam que a intervenção do Estado na economia e o A intervenção do Estado no domínio econômico é uma respos-
investimento em políticas sociais eram, na verdade, gastos maléfi- ta àquele Estado liberal da Revolução Francesa que estabelecia uma
cos para a economia. No entanto, essas duas medidas reativaram a economia autossuficiente que encontraria equilíbrio na sua própria
economia. atuação. Para os liberalistas, os mercados se contrapunham para
A partir da década de 1930, então, expandiu-se o modelo cha- que juntos saciassem as lacunas que o mercantilismo gerava.
mado de Estado de Bem-Estar Social, no qual o Estado é organi- Obviamente, ao Estado liberal faltou cumprir o que os filósofos
zador da política e da economia, encarregando-se da promoção e dessa vertente vislumbravam. A concorrência era por si só regulada,
defesa social. O Estado atua ao lado de sindicatos e empresas pri- e por isso era cruel e desigual. Os agentes econômicos eram desi-
vadas, atendendo às características de cada país, com o intuito de guais - o que resultou em monopólios, carteis, etc. -, ou seja, faltava
garantir serviços públicos e proteção à população. Os países euro- um balanço que de maneira “natural” não viria.
peus foram os primeiros e principais incorporadores do modelo que Com o passar dos anos e a remodelagem da economia, surgiu a
agradou os defensores da social-democracia. A principal referência figura da “globalização”. Essa figura pedia interações cada vez mais
no continente veio da região escandinava. Até hoje, Noruega, Su- profundas das economias, o que o mercado predador da época im-
écia, Finlândia e Dinamarca são destaques na aplicação do Estado possibilitava. A resposta a este mercado danoso e uma economia
de Bem-Estar Social e são países que estão no topo do ranking de completamente desigual que impedia novos mercados de interatu-
melhor Índice de Desenvolvimento Humano. arem foi a intervenção estatal.
O Estado de Bem-Estar Social ganhou ainda mais terreno com
a inclusão do conceito de cidadania, propagado após a queda dos Intervenção Direta do Estado
regimes totalitários na Europa. Associou-se a ideia de que os indiví- O constituinte tomou bastante cuidado com este aspecto, já
duos são dotados de direitos sociais. O modelo de organização es- que exageros nesta matéria poderiam ser catastróficos, já que a
economia é uma esfera da iniciativa privada.
Editora
207
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A intervenção resta-se atuante como objetivo estrito de impe- No que tange as atividade econômicas, o legislador limitou ao
dir que práticas abusivas incidam no domínio econômico, basica- serviço público aquelas que, em razão do interesse público, têm o
mente visa coibir quaisquer atividades que tenham por objetivo a regime excepcional justificado. Ou seja, a intervenção regulatória
dominação de mercados, a concentração, o monopólio, etc. do Estado deve-se embasar em razões substancialmente relevantes
Indispensável é observar o que a Constituição Federal traz so- que autorizem a restrição da liberdade econômica.
bre o tema, no caput no artigo 173: Outro ponto a ser analisado é o limite imposto pelos próprios
Art. 173 Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a princípios da Administração Pública. Juristas como José Joaquim
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per- Gomes Canotilho destacam os princípios da subsidiariedade, que
mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional limitaria a abrangência da intervenção estatal, e o princípio da pro-
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. porcionalidade, que por sua vez limitaria a sua intensidade.
Faz-se notar que a intervenção do estado de maneira direta da De acordo com o princípio da subsidiariedade caberia ao Esta-
economia tem restrições e interpretado em conjunto com o caput do atuar nos conflitos sociais apenas de forma residual, quando não
do artigo 170 também, conforme o texto de lei sugere: houvesse outro meio de fazê-lo. Trazendo tal conceito para o domí-
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do tra- nio econômico, é possível afirmar que a ação estatal só é justificada
balho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos quando o mercado, por si só, não for capaz de atingir o interesse
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados público.
os seguintes princípios: Já o princípio da proporcionalidade limita a intervenção do
Estado ao mínimo necessário para satisfazer sua finalidade justifi-
Desta maneira, fica fácil entender o objetivo do legislador, a re- cadora, visando assim impedir quaisquer excessos. Sendo assim, é
gra aqui é a de que resguardados os casos previstos da Constituição tal princípio um verdadeiro limitador do poder de polícia. Ou seja,
Federal, o Estado não explora atividade econômica, esta é a função inclusive nos direitos dos particulares existe uma limitação do Es-
da iniciativa privada. tado na intervenção que lhe é permitida, sendo ela pautada pelo
O Estado somente executará tal atividade em casos imperativos equilíbrio entre as restrições do particular e os benefícios acarreta-
de segurança nacionale naqueles casos em que houver relevante dos à coletividade.
interesse social e casos que a Constituição Federal preveja expres-
samente. AGÊNCIAS REGULADORAS
Agência reguladora é pessoa jurídica de direito público inter-
Intervenção Indireta do Estado no, geralmente constituída sob a forma de autarquia especial ou
Uma outra forma de intervenção é a indireta. O Estado, nesta outro ente da administração indireta, cuja finalidade é regular e/
modalidade, limita-se a condicionar a atividade econômica a um di- ou fiscalizar (com exceção notável da ANCINE) a atividade de deter-
recionamento, criando infraestruturas, regras e fomento. minado setor da economia de um país, a exemplo dos setores de
A fiscalização se dá através do poder de policia e da atuação do telecomunicações, de energia elétrica, produção e comercialização
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), e também de petróleo etc. Sua função é essencialmente técnica e sua estru-
com a criação de agencias reguladoras que tem a função de policiar tura é constituída de tal forma a se evitar e/ou minorar ingerências
a prestação de serviços concedidos ao setor privado. políticas na sua direção.
Por planejamento, entende-se que é a previsão governamental Suas atribuições principais são: levantamento de dados, aná-
da aplicao dos recursos públicos ao destino da economia, o que sig- lise e realização de estudos sobre o mercado objeto da regulação,
nifica planificar os cursos dos mercados. elaboração de normas disciplinadoras do setor regulado e execução
O fomento resta-se a incentivar a indústria e o comércio, seja da política setorial determinada pelo Poder Executivo, de acordo
através de legislação favorável à exploração da atividade ou, inclusi- com os condicionamentos legislativos, defesa dos direitos do con-
ve, por incentivos tributários, por exemplo. sumidor (art. 170, inc. V da C. F.), incentivo à concorrência, minimi-
zando os efeitos dos monopólios naturais (art. 170, inc. IV da C. F.),
LIMITES DA INTERVENÇÃO REGULATÓRIA ESTATAL objetivando à eliminação de barreiras de entrada e o desenvolvi-
Uma vez já delineado o surgimento e a necessidade da existên- mento de mecanismos de suporte à concorrência, fiscalização do
cia de um Estado, cabe salientar que a atuação estatal ocorre em cumprimento, pelos agentes do mercado, das normas reguladoras,
caráter excepcional. Cabe aqui, mais uma vez, analisar o artigo 173 a arbitragem entre os agentes do mercado, sempre que prevista na
da Constituição Federal, o qual estabelece importantes limites para lei de instituição etc.
a intervenção estatal na economia. Primeiramente, será o Estado
submetido às mesmas regras de direito privado e o outro limite tra- Ainda a respeito:
ta das situações excepcionais em que se dará a intervenção, quais “Possuindo poder normativo, então, consideraremos o ente
sejam imperativo de segurança nacional ou relevante interesse pú- uma agência reguladora. Esta será, portanto, não o ente que, sim-
blico. plesmente exerça regulação em qualquer das formas, mas, acima
Os limites acima expostos têm sua essência justificada pelo fato de tudo, o que possua competência para produzir normas gerais e
de que a própria Constituição Federal estabeleceu o princípio da abstratas que interferem diretamente na esfera de direito dos parti-
liberdade de iniciativa como princípio fundamental e, dessa forma, culares.” (MENDES, Conrado Hubner, Reforma do Estado e Agências
a própria ausência de limites à intervenção estatal acabaria por su- Reguladoras: Estabelecendo os Parâmetros de Discussão. In: SUND-
primir tal princípio. Compete ainda frisar que a intervenção estatal FELD, Carlos Ari (org.). Direito Administrativo Econômico, São Paulo:
aqui tratada sofre limites tanto no ambiente federativo, quanto no Malheiros Editores, 2000, p. 129).
ambiente econômico.

Editora
208
208
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Origem: das pelas agências. Seus atos não podem ser revistos e/ou alterados
Tal modelo de regulação surgiu em 1887, quando houve a ne- pelo Poder Executivo, salvo se houver expressa previsão legal de
cessidade de se conferir uma resposta reguladora às disputas que admissão de recurso hierárquico impróprio.
estavam ocorrendo entre as empresas de transporte ferroviário e Contam, ainda, com dotações orçamentária gerais, existência
fazendeiros do Oeste norte-americano (primeira fase). de receitas próprias, arrecadadas diretamente em seu favor, a tí-
Nesse ano, criou-se então o ICC – Interstate Commerce Comis- tulo de taxas de regulação e de regulação (como a condecine), ou
sion e, posteriormente, a FTC – Federal Trade Comission, ambas pela participação em contratos, convênios e outros acordos, como
destinadas a controlar as condutas anticompetitivas de empresas e ocorre, por exemplo no setor de energia elétrica (inc. IV, art. 11 da
corporações monopolistas. Lei nº 9.427/96).
A segunda fase (1930-1945) surge ainda no contexto norte-a- Consigna-se, por fim, que a C. F. De 1988 já determinava ex-
mericano que, abalado por uma forte crise econômica, surgiram pressamente a obrigatoriedade de criação de órgãos reguladores
diversas agências administrativas, que atuavam como parte da polí- para o Petróleo em seu art. 177, § 2º, III e as telecomunicações em
tica do New Deal, intervindo fortemente na economia, suprimindo seu art. 21, XI, que assim dispõem:
os princípios ora em voga do Liberalismo e conferindo ampla auto- “Art. 21. Compete à União: XI - explorar, diretamente ou me-
nomia às referidas agências, motivo inclusive de um forte debate diante autorização, concessão ou permissão, os serviços de tele-
constitucional-jurisprudencial na época. comunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização
Entre 1945-1966, houve a edição da lei geral de procedimento dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
administrativo (APA – Administrative Procedural Act), que trouxe institucionais;
uniformidade no processo de tomada das decisões pelas agências, Art. 177. Constituem monopólio da União: § 2º A lei a que se
conferindo-lhes maior legitimidade. refere o § 1º disporá sobre: III - a estrutura e atribuições do órgão
No entanto, entre os anos de 1966-1985, viu-se o sistema re- regulador do monopólio da União.”
gulatório americano capturado pelo poder econômico dos agentes De tal modo, as 2 (duas) únicas agências reguladoras que pos-
privados e, desde então, o modelo começou a se redefinir para que suem previsão constitucional expressa são, pois, a ANP (Instituída
haja a consolidação de um modelo regulatório independente, to- pela Lei nº 9.478/97) e a ANATEL (instituída pela Lei nº 9.472/1997).
davia com os devidos controles externos, adequados para garantir
mencionada independência (vide Reforma do Estado e Agências Breve listagem das Agências reguladoras no país:
Reguladoras: estabelecendo os parâmetros de discussão. In: SUN-
DFELD, Carlos Ari (Coord.).. Direito Administrativo Econômico. 15. Agência Nacional de Energia Elétrica (Lei nº 9.427)
Ed. P. 402.). A Agência Nacional de Energia Elétrica regula e fiscaliza a ge-
ração, a distribuição, a transmissão e a comercialização da energia
Modelo brasileiro: elétrica. Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, também aten-
No Brasil, a ideia de regulação data de uma série de entidades de a reclamações de agentes e consumidores e media os conflitos
e órgãos reguladores, que exerciam função similar: Comissariado de interesses entre os agentes do setor elétrico e os consumidores.
de Alimentação Pública (1918), Instituto de Defesa Permanente do
Café (1923), Instituto do Álcool e Açúcar (1933), o Instituto Nacional Agência Nacional de Saúde Suplementar (Lei nº 9.961)
do Mate (1938) etc. A Agência Nacional de Saúde Suplementar promove a defesa
No entanto, é a partir da metade da década de 90 que são cria- do interesse público na assistência suplementar à saúde, regula as
das as agências setoriais de regulação, dotadas de especialização operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com presta-
(técnica) e autonomia, com a natureza jurídica de autarquias em dores e consumidores, e, ainda, contribui para o desenvolvimento
regime especial, visando impedir influências políticas sobre a regu- das ações de saúde no país. É vinculada ao Ministério da Saúde.
lação de determinado setor e disciplinando certas atividades admi-
nistrativas. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Lei nº 9.872)
Revela-se que, por serem autarquias, subordinam-se às nor- A Agência Nacional de Vigilância Sanitária é vinculada ao Mi-
mas constitucionais impostas pelo art. 37 e demais da Carta Maior. nistério da Saúde e tem como finalidade a de proteger a saúde da
Quanto à sua autonomia político-administrativa das agências regu- população, realizando o controle sanitário da produção e da comer-
ladoras, cada qual conta com um conjunto de procedimentos, ga- cialização de produtos e serviços que devem passar por vigilância
rantias e cautelas nesse sentido, constante em sua respectiva legis- sanitária, fiscalizando os ambientes, os processos, os insumos e as
lação instituidora. tecnologias relacionados a esses produtos e serviços. A Anvisa tam-
As agências são regidas em regime de colegiado, seja por Dire- bém exerce controle sobre aeroportos, portos marítimos e frontei-
toria ou Conselho Diretor, nos termos do art. 4º da Lei n. 9.986 de ras, em sede de vigilância sanitária.
2.000 e, ainda, um dos membros do órgão colegiado será escolhido
para presidi-lo (art. 5º do mesmo diploma). Agência Nacional de Águas (Lei nº 9.984)
Art. 4º As Agências serão dirigidas em regime de colegiado, por A Agência Nacional de Águas implementa e coordena a gestão
um Conselho Diretor ou Diretoria composta por Conselheiros ou Di- dos recursos hídricos no país e regula o acesso à água, sendo res-
retores, sendo um deles o seu Presidente ou o Diretor-Geral ou o ponsável por promover o uso sustentável desse recurso natural. É
Diretor-Presidente. vinculada ao Ministério do Meio Ambiente
A independência das agências reguladoras se baseia na auto-
nomia decisória, em relação a outros entes e órgãos da Adminis- Agência Nacional do Cinema (MP nº 2.228-1)
tração Pública (direta ou indireta). O poder executivo não possui A Agência Nacional do Cinema é uma autarquia especial e, por
possibilidade de alterar as decisões concretas, nem normas edita- isso, tem independência administrativa e financeira. Vinculada ao
Ministério da Cultura (MinC), a agência tem como objetivo principal

Editora
209
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
o fomento à produção, à distribuição e à exibição de obras cinema- É inegável que tal fato traz à tona um dilema nos grupos sociais,
tográficas e videofonográficas. Além disso, a Ancine regula e fiscali- questionando a eficácia do Estado Máximo e do Estado Mínimo,
za as indústrias que atuam nessas áreas. contrabalanceados por seus prós e contras, nos incentivando nos
Definida como “órgão de fomento, regulação e fiscalização da tempos contemporâneos a buscar um Estado Médio que supra a
indústria cinematográfica e videofonográfica”, que busca “aumen- vontade de todas as classes econômicas.
tar a competitividade da indústria por meio do fomento à produção, Portanto, embora o Direito Administrativo da Economia Bra-
distribuição e exibição da produção nacional nos diversos segmen- sileira tenha sofrido sérias alterações, não podemos considerá-las
tos de mercado”, referida definição da Ancinesofre algumas críti- como mudanças definitivas, tendo em vista a extrema necessidade
cas, a exemplo de que, entre suas competências, há atribuições que de uma hermenêutica aplicada aos tempos modernos e adaptada
parecem caracterizar a atividade de fomento, mais do que regula- às novas realidades normativas e econômicas.
ção, não se justificando, portanto, o formato adotado de agência Ademais, viu-se que, também em função complexidade do sis-
reguladora. tema econômico nacional, torna-se imprescindível o controle do
exercício da atividade regulatória estatal.
Agência Nacional de Telecomunicações (Lei nº 9.472)
A Agência Nacional de Telecomunicações promove o desenvol- Fonte: https://lutimilaalves.jusbrasil.com.br/artigos/152001215/esta-
vimento das telecomunicações no país. A agência tem independên- do-regulador
cia administrativa e financeira e não está subordinada a nenhum
órgão de governo. A Anatel tem poderes de outorga, regulamenta-
ção e fiscalização e deve adotar medidas necessárias para atender PROCESSOS PARTICIPATIVOS DE GESTÃO PÚBLICA: CONSE-
ao interesse público. LHOS DE GESTÃO, ORÇAMENTO PARTICIPATIVO, PARCERIA
ENTRE GOVERNO E SOCIEDADE
Agência Nacional de Petróleo (Lei nº 9.478)
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
é vinculada ao Ministério de Minas e Energia estabelecendo regras, A obra de David Osborne e Ted Gaebler, “Reinventando o go-
contrata profissionais e fiscaliza as atividades das indústrias do se- verno” (1994), é um dos marcos na literatura internacional sobre
tor. a nova administração pública, notadamente com relação aos seus
reflexos na administração pública norte-americana.
Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Lei nº 10.233) Os autores propõem um modelo que incorpora conceitos que
É vinculada ao Ministério dos Transportes, e implementa, em estiveram separados no desenvolvimento do modelo gerencial in-
sua área de atuação, as políticas formuladas pelo ministério e pelo glês, tais como a implantação de uma administração por objetivos
Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte (Conit). — ou por missões —, a mensuração do desempenho das agências
Além disso, regula, supervisiona e fiscaliza os serviços prestados no através dos resultados, a busca da qualidade total como método
segmento de transportes aquaviários e a exploração da infraestru- administrativo, a ênfase no cliente, a transferência do poder aos
tura portuária e aquaviária exercida pelos agentes econômicos. cidadãos, e tentar garantir a eqüidade.
Osborne e Gaebler propõem uma redefinição da atividade go-
Agência Nacional dos Transportes Terrestres (idem) vernamental. “Nosso problema fundamental é o fato de termos o
A Agência Nacional dos Transportes Terrestres é vinculada ao tipo inadequado de governo. Não necessitamos de mais ou menos
Ministério dos Transportes e é responsável pela concessão de rodo- governo: precisamos de melhor governo. Para sermos mais preci-
vias, ferrovias e transporte ferroviário, em sede de infraestrutura e, sos, precisamos de uma melhor atividade governamental”. A ativi-
ainda, pela permissão de transporte coletivo regular de passageiros dade governamental é entendida como algo com uma natureza es-
pelos sistemas rodoviário e ferroviário. Além disso, a ANTT é o ór- pecífica, que não pode ser reduzida ao padrão de atuação do setor
gão que autoriza o transporte de passageiros realizado por empre- privado.
sas de turismo sob o regime de fretamento, o transporte internacio- Entre as grandes diferenças, a motivação principal dos coman-
nal de cargas, a exploração de terminais e o transporte multimodal dantes do setor público é a reeleição, enquanto os empresários têm
(transporte integrado que usa diversos meios). como fim último a busca do lucro; os recursos do governo provêm
do contribuinte — que exigem a realização de determinados gastos
Agencia Nacional de Aviacao Civil (Lei nº 11.182) —, e na iniciativa privada os recursos são originados das compras
Criada em 2005 para substituir o Departamento Nacional de efetuadas pelos clientes; as decisões governamentais são tomadas
Aviação Civil, a Agencia Nacional de Aviacao Civil (Anac) tem a fun- democraticamente e o empresário decide sozinho ou no máximo
ção de regular e fiscalizar as atividades do setor. É responsabilidade com os acionistas da empresa — a portas fechadas; por fim, o obje-
da autarquia, vinculada à Secretaria de Aviação Civil da Presidência tivo de ambos é diverso, isto é, o governo procura fazer “o bem” e a
da República, garantir segurança no transporte aéreo, a qualidade empresa “fazer dinheiro”.
dos serviços e respeito aos direitos do consumidor. Estas diferenças implicam, necessariamente, em procurar no-
vos caminhos para o setor público, tornando-o sim mais empreen-
Conclusão dedor, mas não transformando-o em uma empresa.
Após tudo quanto fora exposto, restou claro que os fatores ide- Ao contrário também da epidemia generalizada contra a buro-
ológicos e sociológicos geram uma série de convicções que tendem cracia que vigorou nos EUA no começo da década de 80 o “Reinven-
centralizar o poder e, ao mesmo tempo, coexistir com os setores de tando o governo” não coloca a culpa dos problemas governamen-
iniciativa privada. tais em seus funcionários; o problema não está nas pessoas,mas no
sistema. É a reforma das instituições e dos incentivos que tornará a
burocracia apta a responder novas demandas.

Editora
210
210
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A reforma do sistema significa, ao mesmo tempo, a introdução No que tange à gestão da burocracia, propõe-se a orientação
de métodos voltados para a produção qualitativa de serviços públi- administrativa por missões. A partir dela, o governo pode ser mais
cos com a prioridade dada aos clientes e cidadãos como razões úl- flexível, como também torna-se mais fácil a avaliação de cada agên-
timas do setor público, o que quer dizer não só que eles devem ser cia, comparando-se o objetivo inicialmente formulado com o resul-
bem atendidos, mas que devem ser também chamados a participar tado efetivamente alcançado.
do governo, definindo os destinos de suas comunidades.
A maioria dos exemplos do livro de Osborne e Gaebler mos- A orientação por missões, portanto, é um mecanismo que con-
tra que a melhor resposta para tornar melhor um serviço público é grega os ideais do Consumerism (flexibilidade) com os da corrente
chamar a comunidade a participar de sua gestão, seja fiscalizando, gerencial mais preocupada com a avaliação de resultados.
seja trabalhando voluntariamente na prestação de serviços— cons-
tituindo-se numa resposta adequada tanto para a questão da efici- Entretanto, a discussão em torno da avaliação de resultados na
ência como para o problema da transparência. Portanto, a moder- obra de Osborne e Gaebler toma um rumo diferenciado daquele
nização do setor público deve caminhar lado a lado com o aumento proposto pelo gerencialismo puro. Para os dois autores, a avaliação
da accountability. da eficiência não pode ser dissociada da avaliação da efetividade.

Mas a reinvenção do governo deve ser realizada ainda ga- Pois, se a eficiência mede o custo do que foi produzido, a efe-
rantindo o princípio da eqüidade. Desta maneira, a introdução de tividade mede a qualidade dos resultados. Desta maneira, “quando
mecanismos gerenciais, tais como são propostos no livro, não é in- medimos a eficiência, podemos saber quanto nos custa alcançar
compatível com a busca de justiça redistributiva, um conceito que uma produção determinada; ao medir a efetividade,sabemos se
por muito tempo foi abandonado no debate sobre reforma admi- nosso investimento valeu a pena. Nada mais tolo do que fazer com
nistrativa. Osborne e Gaebler propõem dez princípios básicos para eficiência o que não deveria continuar a ser feito”. Osborne e Gae-
reinventar o governo, listados a seguir: bler tentam definir a relação entre eficiência e efetividade a partir
1. Competição entre os prestadores de serviço; dos objetivos do governo. E concluem: “Não há dúvida de que o
2. Poder aos cidadãos, transferindo o controle das atividades à público quer um governo mais eficiente, mas ele deseja ainda mais
comunidade; um governo efetivo”.
3. Medir a atuação das agências governamentais através dos
resultados;
4. Orientar-se por objetivos, e não por regras e regulamentos; GOVERNO ELETRÔNICO; TRANSPARÊNCIA DA ADMINIS-
5. Redefinir os usuários como clientes; TRAÇÃO PÚBLICA; CONTROLE SOCIAL E CIDADANIA; AC-
6. Atuar na prevenção dos problemas mais do que no trata- COUNTABILITY
mento;
7. Priorizar o investimento na produção de recursos, e não em
seu gasto; Com o passar dos anos, a administração pública tem incorpo-
8. Descentralização da autoridade; rado - e aplicado - alguns conceitos oriundos da administração pri-
9. Preferir os mecanismos de mercado às soluções burocráticas vada, como:
10. Catalisar a ação dos setores público, privado e voluntário. governabilidade, a qual diz respeito a uma capacidade política
do Estado;
Não se trata aqui de comentar ponto por ponto a lista exposta governança, que refere-se à capacidade da administração de
acima, mas de discutir, rapidamente, algumas das idéias do “Rein- executar as políticas públicas; e
ventando o governo”. A primeira refere-se ao conceito de governo accountability, que corresponde principalmente à prestação
catalisador, que “navega em vez de remar”. O intuito desse con- de contas da administração para a sociedade, mas não fica limitada
ceito não é tornar o Estado mínimo, mas redirecionar a atividade a isto.
governamental. Inclusive, os autores renegam o conceitual privatis-
ta, típico do neoliberalismo. “A privatização é uma resposta, não a Governabilidade
resposta”, afirmam Osborne e Gaebler. A governabilidade da administração pública tem forte relação
com a afinidade de legitimidade do gestor público em relação à so-
O sentido do governo catalisador é reformular as relações ciedade. Sem legitimidade não há como se falar em governabilida-
Estado/mercado e governo/sociedade. Neste sentido, o governo de. Diz respeito a uma capacidade política do Estado, refletindo na
empreendedor, catalisador, se aproxima das idéias de Pollitt, que credibilidade e imagem pública da burocracia.
conceitualiza a relação pública entre cidadãos e governo como uma Conforme Paludo (2013, p. 128), governabilidade significa tam-
parceria e não como uma dependência. bém que “o governo deve tomar decisões amparadas num processo
que inclua a participação dos diversos setores da sociedade, dos
Indo para outra discussão do Reinventando o governo, encon- poderes constituídos, das instituições públicas e privadas e segmen-
tramos um referencia linterligado ao anterior, qual seja, o tratamen- tos representativos da sociedade, para garantir que as escolhas efe-
to da população como cliente e como cidadão. Cliente dos serviços tivamente atendam aos anseios da sociedade, e contem com seu
públicos, que deseja a melhor qualidade possível dos equipamentos apoio na implementação dos programas/projetos e na fiscalização
sociais. E cidadão que quer e tem como dever participar das deci- dos serviços públicos”.
sões da comunidade, e por isso a descentralização da autoridade é
um objetivo fundamental para alcançar esse grau de accountability. A fonte ou origem da governabilidade é representada pelos
cidadãos e pela cidadania organizada, os partidos políticos, as as-
sociações e demais agrupamentos representativos da sociedade
(PALUDO, 2013).
Editora
211
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Sendo assim, o desafio maior da governabilidade está em con- Para finalizar, cabe ressaltar que a governabilidade está forte-
ciliar as divergências constantes nos interesses dos diversos atores mente relacionada com a legitimidade; a governança é mais ampla
da sociedade, e uní-las em um ou vários objetivos comuns. Por- que a governabilidade, e está relacionada com a capacidade de exe-
tanto, a viabilização dos objetivos políticos do Estado está muito cução e com competência técnica; já a accountability está relacio-
relacionada com a capacidade de articulação em alianças políticas nada com o uso do poder e dos recursos públicos, em que o titular
e pactos sociais. da coisa pública é o cidadão e não os políticos eleitos.

Governança Sendo assim:


A governança possui um caráter mais amplo que a governabi- Podemos dizer que a governança mostra a direção que uma
lidade e refere-se a uma capacidade administrativa de executar as empresa deve seguir para alcançar os resultados esperados.
políticas públicas. A governança corporativa tem suas bases fundamentadas na
Teoria da Agência, que trata das questões associadas à relação en-
Pereira (1997) explica que um governo pode ter governabilida- tre principais e agentes.
de, na medida em que seus dirigentes contem com os necessários Você deve estar se perguntando: “Tá, mas quem são essas pes-
apoios políticos para governar, e no entanto pode governar mal por soas?”
lhe faltar a capacidade da governança. Atribui-se a posição de principais aos donos da empresa. Já os
A governança no contexto da administração pública é um refle- agentes são as pessoas contratadas pelos donos para administrar o
xo da governança corporativa da administração privada. negócio e representar seus interesses. Contudo, nem sempre é isso
o que acontece.
As boas práticas de governança corporativa surgiram como uma Os administradores também possuem suas próprias demandas
busca para solucionar conflitos entre acionistas e gestores a respeito e podem acabar cometendo deslizes, por diversos motivos. Mas,
do desempenho do patrimônio, da sustentabilidade financeira e da você sabia que dá para evitar e contornar esses deslizes?
transparência na gestão. A governança é também reflexo das relações
da organização com seus stakeholders (partes interessadas). Para que serve a governança corporativa?
De acordo com Paludo (2013), a governança é instrumental, A governança corporativa assegura que os interesses dos admi-
pois é o braço da governabilidade. Além disso, relaciona-se com nistradores estejam alinhados aos interesses dos donos do negócio.
competência técnica, abrangendo as capacidades gerencial, finan- Ela garante que os processos e as estratégias estão sendo correta-
ceira e técnica propriamente dita. mente seguidos, além de promover uma cultura de prestação de
A fonte de origem da governança é, em sentido lato, os agentes contas na empresa.
públicos, e em sentido estrito os servidores públicos. Afinal de contas, como as empresas dependem das pessoas
para conduzir seus processos, é importante que haja um monito-
Accountability ramento para minimizar impactos em caso de deslizes. A regulação
Por sua vez, a accountability trata da prestação de contas, mas da relação entre administradores e donos é feita de três formas:
não apenas isso. A accountability possui três planos: através de regras, auditorias e restrições de autonomia.
Prestação de contas: irá refletir na transparência do governo
com a população. Exemplo: o Relatório de Gestão Fiscal, instituído 1. Regras
pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); Estabelecer regras significa estipular normas para estruturar a
Responsabilização dos agentes: os agentes devem respon- organização e limitar o comportamento indesejável dos administra-
sabilizar-se pela correta utilização dos recursos. Exemplo: a Lei de dores, conduzindo as suas decisões.
Improbidade Administrativa (LIA), que instituiu mecanismos para
punir maus gestores; 2. Auditorias
Responsividade dos agentes: diz respeito à capacidade de res- Fazer auditorias é fundamental para checar se as regras estabe-
posta do poder público às demandas sociais. Um governo respon- lecidas previamente estão sendo cumpridas ou não, além de moni-
sivo buscará satisfazer as necessidades da população e colocar em torar as ações dos administradores.
prática as políticas escolhidas pelos cidadãos.
Podemos ainda classificar a accountability em dois tipos: 3. Restrições de autonomia
1. Horizontal: não há hierarquia, pois corresponde a uma mú- Impor restrições de autonomia se trata de limitar a atuação dos
tua fiscalização e controle existente entre os poderes. Exemplos: administradores e determinar ações que eles estão autorizados a
prefeitura recebe recursos do governo e a CGU faz uma auditoria; fazer.
atuação dos Tribunais de Contas, do Ministério Público;
2. Vertical: trata do controle da população sobre o governo. É Vale lembrar que, dependendo da intensidade de como esse
uma relação entre desiguais, pois o povo pode fiscalizar e punir as controle é feito, pode-se obter diferentes efeitos, como veremos no
más gestões, principalmente através do voto em eleições livres e próximo tópico.
justas. “É algo que depende de mecanismos institucionais, sobretu-
do da existência de eleições competitivas periódicas, e que é exer- Impactos da governança corporativa nas empresas
cido pelo povo” (Miguel, 2005). Você já parou para pensar o que acontece quando os donos do
negócio impõem muitas regras e restrições? Ou pior, quando não
Conclusões estabelecem regras e restrições suficientes?
A governabilidade, a governança e a accountability constituem
diferentes conceitos, mas que trabalhados conjuntamente corres-
pondem a fatores essenciais para a boa gestão de um Estado.

Editora
212
212
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Em uma governança muito forte, o administrador não consegue fazer seu trabalho, pois não possui autonomia para isso. Ele está
sempre “amarrado” à decisão de outras pessoas. Podemos observar esse tipo de governança na área pública e em grandes empresas.
Já em uma governança muito fraca, as chances do administrador usar de má-fé para buscar apenas seus próprios interesses aumen-
tam significativamente. Ou, pode ser que ele não atue com a competência necessária. Esse tipo de governança pode ser observado em
startups e em pequenas empresas.
Encontrar um ponto de equilíbrio é o grande dilema da governança corporativa ideal! Por isso, é preciso cuidar para que os instrumen-
tos de controle não sejam mais caros que eventuais prejuízos dos administradores.
O conceito de governança também pode ser aplicado em outros campos de negócio, para além da esfera organizacional.

Editora
213
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Editora
214
214
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
NOVA GESTÃO PÚBLICA

GERENCIALISMO PURO

Editora
215
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
CONSUMERISMO

CRÍTICAS AO MODELO DE CONSUMIDOR

SERVIÇO ORIENTADO AO CIDADÃO

Editora
216
216
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
NOVA GESTÃO PÚBLICA: OBJETIVOS

GOVERNANÇA

Editora
217
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

NOVA GESTÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS

Editora
218
218
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
GESTÃO BUROCRÁTICA x GERENCIAL

GESTÃO POR RESULTADOS NA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

Gestão Pública
É a gestão dos bens e interesses qualificados da comunidade, agindo in concreto, segundo os preceitos da lei e da moral, visando o
bem comum, porém delimitado no tempo e no espaço.

É um modelo de gestão em que o setor público passa a atuar para alcançar resultados, adotando postura empreendedora, voltada
para atender as necessidades da população.

No setor privado é voltado para atender o cliente.


A atuação governamental é caracterizada pela busca de padrões de eficiência, eficácia, efetividade e sustentabilidade, buscando re-
duzir custos para a sociedade e comprometendo o Estado com os cidadãos.

Editora
219
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
O que o Gestor Público Visa?

EFICIÊNCIA
Capacidade de produção da entidade, com o uso mais racional possível, de um conjunto de insumos necessários a essa produção.

EFICÁCIA
É o grau em que as metas de uma organização, para um dado período, foram efetivamente atingidas.

EFETIVIDADE
É o grau de satisfação das necessidades e dos desejos da sociedade pelos serviços prestados pela instituição.

Sustentabilidade - É uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes sem comprometer a satisfação das neces-
sidades das gerações futuras.

ÂMBITO DE APLICAÇÃO DA GESTÃO PARA RESULTADOS

Editora
220
220
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Implementação – Fatores críticos Quinto, é preciso que a avaliação seja capaz de captar mudan-
- Compromisso e administração das mudanças: revisão do mo- ças através do tempo, retroalimentando as políticas, programas e
delo de gestão, adaptação a nova cultura, descentralização, integra- projetos.
ção vertical e horizontal; Isto requer que, ao invés de representar uma iniciativa pontual,
- Apoio e comprometimento dos dirigentes: formulação de ob- a avaliação seja concebida como um processo contínuo.
jetivos viáveis e operáveis (mapas estratégicos); Sexto, é preciso abrir a possibilidade da avaliação orientada
- Iniciativa e compromisso gerencial: compromisso com a ferra- para a inovação. Trata-se da avaliação que começa com início do
menta de gestão e sinergia de ações; ciclo de uma política, quando há pouco conhecimento sobre a mes-
- Gestão do tempo: maximização da produtividade e melhoria ma. Este tipo de avaliação implica uma concepção ex-ante, ou seja,
contínua; a avaliação que é construída anteriormente à própria formulação, a
- Adaptação ao contexto: conflitos de poder, oportunidades, partir da qual se realizam simulações com a finalidade de identificar
habilidades e capacidades, resistências, equilíbrio e sustentabilida- estratégias e propor cursos de ação . Isso, evidentemente, vai re-
de; querer o estabelecimento de uma base de informação (baseline) e a
- Análise e uso da Informação: confiabilidade, consistência, re- coleta e análise de evidências capazes de sustentar políticas novas.
solutividade e aplicação na tomada de decisão; Um aspecto que deve ser considerado tem a ver com os avalia-
- Aprendizado Organizacional e individual: transformação de dores, suas habilidades e competências (além das habilidades analí-
padrões de conduta; aprendizagem como fator de desenvolvimento ticas que são tomadas como dadas). É fundamental que os avaliado-
pessoal e institucional; res tenham capacidade de trabalhar com policy-makers no sentido
- Plano de trabalho para resultados: instituição de um plano de de estabelecer com eles parcerias estratégicas visando o melhor
aplicação e “praticar o que se prega”. resultado das políticas públicas; isso significa superar a postura
de que avaliadores e gestores se situam em campos opostos, sem
Avaliação de Políticas, Programas e Projetos: Notas Introdu- perder a características da independência da avaliação. Também é
tórias essencial que o avaliadores sejam capazes de atuar junto aos sta-
A avaliação de políticas públicas, programas e projetos gover- keholders, estabelecendo diálogos, ajudando a construir consensos
namentais tem finalidades bastante precisas: e a gerenciar mudanças. É igualmente necessário que o avaliador
(1) accountability, significando estabelecer elementos para jul- seja capaz de analisar a coerência da política e interpretar resulta-
gar e aprovar decisões, ações e seus resultados. dos com o distanciamento necessário. Finalmente, é indispensável
(2) desenvolver e melhorar estratégias de intervenção na rea- que a avaliação tenha consequências. E isso significa elaborar pla-
lidade, ou seja, a avaliação tem que ser capaz de propor algo a res- nos de ação, formular recomendações visando o aperfeiçoamento
peito da política que está sendo avaliada. das políticas, programas e projetos. Essas habilidades são a base
(3) empoderamento, promoção social e desenvolvimento insti- para a formação e consolidação de uma cultura de avaliação, capaz
tucional, significando que a avaliação deve ser capaz de abrir espa- de encarar as falhas como oportunidades de aprendizado para fazer
ço para a democratização da atividade pública, para a incorporação mais e melhor em termos de políticas públicas.
de grupos sociais excluídos e para o aprendizado institucional e for-
talecimento das instituições envolvidas. Entendendo o que significa “avaliação”
O termo “avaliação” é amplamente usado em muitos e diversos
Toda avaliação tem que enfrentar uma série de desafios. Pri- contextos, sempre referindo-se a julgamentos. Por exemplo, se va-
meiro, deve lidar com as limitações resultantes do fato de que uma mos ao cinema ou ao teatro formamos uma opinião pessoal sobre
das suas principais fontes de informações são registros administra- o que vimos, considerando satisfatório ou não. Se assistimos a um
tivos. Ora, como a avaliação nem sempre é concebida ex-ante, os jogo de futebol, formamos opinião sobre as habilidades dos joga-
registros administrativos não são elaborados com a perspectiva de dores. E assim por diante. Estes são julgamentos informais que efe-
prover os dados necessários à avaliação. Com isso, o avaliador sem- tuamos cotidianamente sobre todos os aspectos das nossas vidas.
pre tem que lidar com lacunas nesses dados e tentar ir além delas. Porém, há avaliações muito mais rigorosas e formais, envol-
Segundo, uma outra fonte de informações são os beneficiários, vendo julgamentos detalhados e criteriosos, sobre a consecução de
dos quais se obtém dados diretos. Isso coloca a necessidade de metas, por exemplo, em programas de redução da exclusão social,
construir instrumentos fidedignos de coleta, bases de dados preci- melhoria da saúde dos idosos, prevenção da delinquência juvenil
sas e confiáveis o suficiente para sustentar as apreciações a serem ou diminuição de infecções hospitalares. Para isso adota-se a ava-
feitas. Assim, quanto mais sólido o treinamento metodológico do liação formal, que é o exame sistemático de certos objetos, basea-
avaliador, melhor, embora a avaliação não se resuma à aplicação de do em procedimentos científicos de coleta e análise de informação
técnicas metodológicas. sobre o conteúdo, estrutura, processo, resultados e/ou impactos de
Terceiro, é fundamental que sejam avaliados os contextos. Há políticas, programas, projetos ou quaisquer intervenções planeja-
uma importante pergunta neste sentido: porque é que em contex- das na realidade.
tos diferentes as mesmas ações apresentam resultados diferentes? Muitos dos princípios da avaliação formal foram desenvolvidos
Esta indagação dá a medida da relevância do contexto e indica a nos EUA no final dos anos 1960 e início da década de 1970, espe-
necessidade de métodos próprios para o seu estudo. cialmente a partir do desenvolvimento das avaliações de impacto
Quarto, ao mesmo tempo que a avaliação implica associar ambiental (AIA). Em 1969 observou-se que, embora fosse possível
meios e fins, é preciso abrir a possibilidade de exame de resultados prever as mudanças físicas no meio ambiente, resultantes da cons-
não antecipados. Isto tem sido feito com métodos de “avaliação li- trução de um oleoduto no Alaska, não foram previstas as mudanças
vre dos resultados” ou “avaliação independente dos objetivos”, que sociais trazidas por tais mudanças físicas e nem o modo como as
permite questionar se há outros processos que podem produzir tais mudanças sociais provocariam novas mudanças físicas. A constru-
resultados, independentemente dos objetivos e atos dos gestores. ção do oleoduto não somente provocou mudanças que afetaram
os animais da região e portanto afetou a atividade de caça dos na-
Editora
221
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
tivos, alterando seus modos de vida e sua cultura. As construtoras Pode mostrar se as políticas e programas estão sendo concebidos
do oleoduto levaram seus trabalhadores para realizar as obras, e de modo coordenado ou articulado; e em que medida estão sendo
estes tinham cultura, língua e modos de vida diferentes. Além dis- adotadas abordagens inovadoras na resolução de problemas que
so, muitos nativos acabaram precisando trabalhar na construção do antes pareciam intratáveis.
oleoduto para sobreviver, já que a caça tinha se tornado escassa. Pode indicar como vão sendo construídas as parcerias entre
Tudo isso gerou novas mudanças ambientais e sociais. Em 1973, governo central e local, entre os setores público, privado e terceiro
pela primeira vez, foi usado o termo “impacto social” para relatar as setor, identificar as condições de sucesso ou fracasso dessas parce-
mudanças na cultura indígena nativa do Alaska devido ao oleoduto. rias e apontar como podem ser aperfeiçoadas a fim de ganharem
Em 1981 foi criada a Associação Internacional de Avaliação de abrangência e se tornarem estratégias nacionais das políticas de
Impacto, reunindo os interessados em avaliar impactos ambientais, desenvolvimento.
sociais, tecnológicos, bem como outros tipos de avaliação. O desen- Os modelos contemporâneos de formulação de políticas enfati-
volvimento da avaliação formal, inclusive da avaliação de impacto, zam a importância dos objetivos compartilhados em lugar das estru-
mudou a maneira pela qual os governantes e a sociedade encara- turas organizacionais ou das funções existentes. Mas a articulação
vam o planejamento e o desenvolvimento em geral, introduzindo a de políticas/programas não se resume a abordagens compartilha-
idéia-chave de que, em grande parte as mudanças podem ser ante- das de questões comuns. A articulação horizontal entre agências ou
vistas, acompanhadas e conduzidas. organizações requer melhor coordenação entre os gestores e me-
lhor articulação vertical entre os que tomam as decisões e os que
A avaliação como instrumento de gestão os implementam. Isto não é um fim em si mesmo, mas deve estar
Entre as inúmeras definições existentes pode-se sustentar que presente onde agrega valor, e é especialmente importante quando
avaliação formal é as políticas ou programas se dirigem às questões socialmente per-
(1) um julgamento (porque envolve valores) versas. Nesses casos, a avaliação formal permite aprender e incor-
(2) sistemático (porque baseia-se em critérios e procedimentos porar lições à implementação de novas políticas/programas.
previamente reconhecidos)
(3) dos processos ou dos produtos de Tipologia da Avaliação
(4) uma política, programa ou projeto, tendo como referência Desde a década de 1980 foram feitos significativos avanços na
(5) critérios explícitos, a fim de contribuir para área de avaliação, tornando-se os conceitos mais precisos, as es-
(6) o seu aperfeiçoamento, a melhoria do processo decisório, o tratégias e as técnicas mais adequadas e os instrumentos de coleta
aprendizado institucional e/ou o aumento da accountability. mais acurados.
Além disso passou-se a distinguir os diversos tipos de avalia-
Assim sendo, é possível reconhecer que a avaliação contém ção que se pode efetuar. Hoje é possível discriminar as avaliações
duas dimensões. A primeira é técnica, e caracteriza-se por produ- segundo o foco ou objeto, a lógica que orienta sua concepção, a
zir ou coletar, segundo procedimentos reconhecidos, informações ênfase metodológica, etc. A fim de ordenar um pouco a discussão
que poderão ser utilizadas nas decisões relativas a qualquer polí- são apresentadas a seguir algumas das possibilidades da avaliação
tica, programa ou projeto. A segunda é valorativa, consistindo na formal.
ponderação das informações obtidas com a finalidade de extrair Segundo o foco ou objeto, as avaliações podem ser:
conclusões acerca do valor da política, programa ou projeto. Ainda 1 - Avaliação Jurídica ou Avaliação de Conformidade – corres-
assim, a finalidade da avaliação não é necessariamente distinguir ponde ao exame da conformidade dos atos do gestor em relação à
as intervenções de qualquer natureza segundo sejam “boas” ou lei, na condução da política pública, programa ou projeto.
“más”, “exitosas” ou “fracassadas”. Muito mais importante e pro- 2 - Avaliação de Desempenho - refere-se ao que se faz com re-
veitoso é apropriar-se da avaliação como um processo de apoio lação a uma política, programa ou projeto. Compreende dois sub-
a um aprendizado contínuo, de busca de melhores decisões e de tipos:
amadurecimento da gestão. 2.1 - Desempenho institucional - tem como finalidade apreciar
A avaliação formal permite julgar processos e produtos de vá- em que medida uma instituição realiza a missão que lhe foi atribuí-
rios modos. Primeiro, levantando questões básicas tais como os da, mediante a consecução dos seus objetivos e o cumprimento de
motivos de certos fenômenos (por exemplo: o que causa os ele- suas metas.
vados índices de morte violenta entre os jovens brasileiros?). Este 2.2 - Desempenho pessoal1 - destina-se a averiguar em que
tipo de avaliação pode focalizar relações de causa e efeito com a medida cada indivíduo em uma instituição cumpre suas atribuições
finalidade de recomendar medidas para lidar com o problema. e contribui para o alcance dos objetivos e metas da instituição. Tam-
Em segundo lugar, a avaliação formal pode ser usada como ins- bém focaliza a produtividade do desempenho pessoal e a qualidade
trumento de acompanhamento de políticas ou programas de longo dos serviços prestados.
prazo. Nesses casos são realizadas várias avaliações em estágios- 3 - Avaliação de Processo – significa o conjunto de ações desti-
-chave da política ou programa, a fim de prover dados confiáveis nadas a produzir um bem ou serviço ou a desencadear alguma mu-
sobre os seus impactos e sobre como podem ser estes mitigados dança numa dada realidade. Este tipo de avaliação se subdivide em:
ou melhorados. 3.1 – Monitoramento ou avaliação em processo – trata-se
Em terceiro, ao final de um programa ou projeto a avaliação da utilização de um conjunto de estratégias destinadas a realizar
pode indicar o seu sucesso na consecução dos seus objetivos e per- o “acompanhamento” de uma política, programa ou projeto, de
mitir avaliar a sua sustentabilidade, ou seja, a possibilidade da sua modo a identificar de maneira oportuna e tempestivamente as
continuidade através do tempo. vantagens e pontos frágeis na sua execução, a fim de efetuar os
A avaliação formal pode contribuir para aperfeiçoar a formu- ajustes e correções necessários à maximização dos seus resultados
lação de políticas e projetos especialmente tornando mais respon- e impactos.
sável a formulação de metas, e apontar em que medida os gover-
nos se mostram responsivos frente às necessidades dos cidadãos.
Editora
222
222
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
O monitoramento tem por base o plano de trabalho de uma Numa outra acepção, mais restrita, a avaliação ex-ante consiste
política, programa ou projeto e representa uma ferramenta de uso na análise de eficiência e na análise de impacto. A primeira cor-
cotidiano na gestão destes. Orienta-se para a busca de respostas responde, especificamente, ao cálculo de custos de cada alterna-
às seguintes indagações: Em que medida são cumpridas as ativi- tiva. Além das categorias básicas, os projetos sociais podem envol-
dades especificadas na programação? Em que medida estão pre- ver ainda custos adicionais do usuário e custos de oportunidade3.
sentes os recursos necessários? Com que grau de tempestividade? Essa modalidade de avaliação ex-ante envolve a construção de uma
Em que medida está sendo observada a sequência das ações? Qual matriz de custos, que contém todos os custos que se espera que
o grau de proximidade observado entre a quantidade e qualidade uma intervenção requeira em cada período de execução, divididos
das ações, serviços ou produtos planejados e os que estão sendo entre as diversas categorias acima mencionadas. A análise ex-ante
executados? Em que medida a intervenção vem atingindo a popu- de impacto consiste na estimação do impacto de cada alternativa,
lação-alvo? Que manifestações de queixa ou satisfação ocorrem derivado dos objetivos propostos. Essa estimação pode basear-se
entre os diversos atores envolvidos na execução da política, pro- no Método Delphi4 ou pode envolver o cálculo do “custo por unida-
grama? Onde podem ser identificados pontos de estrangulamento de de impacto”, que corresponde ao custo de realização de 1% do
na produção de bens ou serviços? Que recursos vem se mostrando impacto para um determinado objetivo, usando uma determinada
sub-utilizados? Que oportunidades existem para otimizar a explora- alternativa, em um período de um ano (por exemplo, a redução do
ção do recurso X? índice de mortalidade infantil). Em ambos os casos, a matriz de cus-
3.2 – Avaliação de processo ou “a posteriori’ - trata-se do exame tos é usada para a tomada de decisão, monitoramento e avaliação.
das estratégias, procedimentos e arranjos (inclusive institucionais) Uma outra lógica de concepção é usada na avaliação ex-post.
adotados na implementação de uma política, programa ou projeto, Em se tratando da perspectiva generalizada, refere-se à avaliação
com a finalidade de identificar os pontos onde podem ser obtidos que é concebida sem relação com planejamento e nem mesmo com
ganhos de eficiência e eficácia. Tem por hipótese central a idéia de o processo de implementação, sendo desenhada quando a política,
que os meios adotados afetam os resultados. Portanto, o seu objeto programa ou projeto já se encontra consolidado ou em fase final.
de análise é o “como” uma ação foi executada, ou seja, a cadeia de Na acepção restrita, a avaliação ex-post não diz respeito ao mo-
passos adotados desde a formulação da política ou programa até a mento em que se pensa ou se planeja a avaliação. O foco, nesse
obtenção do seu produto final. caso recai sobre o que é calculado: o custo efetivo de cada alternati-
4 - Avaliação de Produto – é toda avaliação cujo foco recai so- va, pelo mesmo processo de análise de custos da avaliação ex-ante,
bre os produtos de uma política, programa ou projeto, em suas vá- porém tendo como referência os valores efetivamente dispendidos.
rias dimensões, as quais dão origem a diferentes modalidades: Embora usando os mesmos procedimentos de cálculo, os impactos
4.1 – Avaliação de Resultados: Tem por objeto os resultados, são mensurados por meio da comparação entre a situação inicial da
também chamados de “outputs”, significando bens ou serviços de população-alvo (baseline) e a sua situação ao final de um certo pe-
um programa ou projeto que são necessários para que seus objeti- ríodo de tempo. É possível comparar os impactos observados tam-
vos finais sejam alcançados. Por exemplo, os serviços de extensão bém com os impactos estimados na avaliação ex-ante, para verificar
agrícola proporcionados aos agricultores para que produzam uma se a seleção de alternativas de intervenção foi ótima.
cultura “x” ou para que aumentem a sua produtividade. Mas tam- As avaliações também podem se distinguir segundo suas fina-
bém pode focalizar os resultados obtidos com uma política, pro- lidades e, portanto as questões que colocam. Nesta perspectiva há
grama ou projeto, indicados como seus objetivos de curto prazo dois tipos:
ou intermediários, chamados de “outcomes”. Ex.: aumento da área
cultivada com a cultura “x” ou aumento da produção por hectare ou Avaliação de matriz, de estrutura, ou de modelo
aumento da venda dos agricultores. Destina-se a identificar os pontos fortes e as fraquezas de uma
4.2 – Avaliação de Impactos: trata-se de avaliação de um ou intervenção. A informação coletada refere-se ao desenho e imple-
mais resultados de médio ou longo prazo, definidos como “impac- mentação da política/programa ou projeto, de modo a julgar a sua
tos”, ou seja, consequências dos resultados imediatos. Ex.: elevação eficácia. O objetivo é verificar se alguma mudança é necessária a
da qualidade de vida no meio rural, melhoria do abastecimento dos fim de aperfeiçoar a política/programa/projeto. Pode ser realizada
centros urbanos, aumento da poupança devido à redução das im- como monitoramento ou a posteriori, periodicamente
portações, etc.. Adiante, neste texto, serão apresentados detalhes As questões típicas deste tipo de avaliação são:
das avaliações de impactos. (a) Os objetivos da política/programa estão claramente formu-
4.3- Avaliação de Qualidade: o produto pode ser avaliado, tam- lados em termos de resultados a serem obtidos?
bém, quanto à sua qualidade. Ou seja, a capacidade de um bem (b)Existe uma compreensão compartilhada dos significados
ou serviço atender às expectativas do seu público-alvo. Nesta di- dos objetivos e um compromisso dos envolvidos para com a imple-
mensão se incluem, por exemplo, as avaliações de satisfação dos mentação dos objetivos?
usuários de um serviço, tão em voga nos anos recentes. (c) A política/programa foi implementada conforme o preten-
A avaliação pode variar, também, conforme a lógica que orien- dido?
ta sua concepção. Nesse caso, pode-se falar de avaliação ex-ante e (d) Há alguma evidência de desempenho subótimo requerendo
de avaliação ex-post. redesenho da implementação ou ações de correção?
Numa acepção mais generalizada, a avaliação ex-ante expres- (e) Se o desempenho é sub-ótimo, quais as suas causas e como
sa uma concepção holística, interativa e iterativa, segundo a qual a podem ser tratados?
avaliação se inicia desde o momento em que se define o problema (f) A população alvo, os beneficiários ou as pessoas mais afeta-
ou necessidade que justifica a política, programa ou projeto, integra das pela política/programa estão satisfeitas com o serviço ou bens
as discussões em torno da formulação das alternativas, envolve a que estão recebendo?
tomada de decisão, e acompanha o processo de gestão, informan- (g) A política ou programa está sendo implementada de modo
do-o sobre os seus avanços, riscos e limitações, desvios a corrigir, articulado com outras ações, de forma a contribuir para os objeti-
vantagens a maximizar, etc. vos governamentais mais amplos?
Editora
223
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Avaliação de substância ou de conteúdo III) Paradigmas diferentes – um paradigma é um modelo ou um
Destina-se a informar os gestores para que decidam se uma conjunto de postulados que expressam uma forma de conceituar
política ou programa deve continuar, ser interrompida ou mudada. e interpretar certas situações. Isto significa que o paradigma do
O foco recai sobre os resultados (eficácia) e impactos (efetividade). avaliador provavelmente influenciará os métodos de análise que
As questões típicas desse tipo de avaliação são: ele escolhe, mas também que a própria política ou programa é in-
(a) A política ou programa tem produzido os outputs, resulta- fluenciada pelo paradigma do seu planejador/gestor. Portanto é útil
dos e impactos pretendidos? identificar o paradigma subjacente a uma política/programa, pois
facilita entender o seu contexto.
Em que medida? IV) Aspectos comportamentais e efetividade organizacional –
(b) Esses resultados mostram-se sustentáveis pelo período pre- os comportamentos dos indivíduos e a cultura organizacional afe-
tendido? tam os outputs e outcomes de uma política/programa. Estes aspec-
(c) Os pretendidos beneficiários estão de fato se beneficiando? tos costumam ser difíceis de avaliar e geralmente são considerados
Há algum grau de exclusão social ou geográfica não pretendida? ( evidências “ fracas”. Porém, a adaptabilidade é a base da sustenta-
(d) Há algum efeito negativo para o qual os resultados tenham bilidade e pode ser útil avaliar a capacidade das organizações para
contribuído? Ou que deveria ter sido evitado? Ou para o qual será mudar e responder à inovação5.
necessária alguma ação de mitigação? V) Análise Longitudinal – trata-se da análise diacrônica, que
(e) A política ou programa é condição para ou é complementar pode ser realizada durante vários anos. Permite acompanhar resul-
a políticas mais amplas? tados e impactos ao longo do tempo. Permite reduzir o risco de
(f) Que lições podem ser extraídas, que possam contribuir para bias. Pode-se valer de registros administrativos e dados secundá-
aperfeiçoar a busca de resultados em programas futuros? rios.
VI) Abordagem experimental – é a mais adequada ao exame de
Várias outras dimensões e aspectos podem ser usados para relações de causa e efeito. Requer a criação/definição de grupo ex-
mapear os tipos e as possibilidades de avaliação, mas estas são as perimental e grupo de controle (que não foi exposto à intervenção).
principais. A seguir serão apresentados os conceitos e descritas as Usualmente, procura-se manter constantes as características de
estratégias e técnicas adotadas na sua realização. ambos os grupos e efetuar seleção aleatória dos seus componen-
tes. Há situações em que não é possível formar grupos de controle,
Conceitos Básicos na Avaliação então usa-se a chamada “abordagem quasi-experimental”, exami-
I) Causa e efeito – as avaliações geralmente buscam relações de nando o momento anterior e o momento posterior a uma política
causa e efeito entre a política/programa e a mudança social, econô- ou programa.
mica, cultural, tecnológica, etc. VII) Sustentabilidade – trata-se de identificar fatores essenciais
Como regra, nessas hipóteses, a política/programa avaliado é a à produção de certos outputs, outcomes e impactos e averiguar se
variável independente e a mudança planejada é a variável depen- (a) estão todos disponíveis;
dente. Não se trata de relações causais segundo o máximo rigor (b) estão adequadamente garantidos para assegurar que a polí-
da metodologia científica. Na verdade, os avaliadores estão procu- tica/programa provavelmente terá continuidade e não será apenas
rando regularidades ou padrões em séries de eventos. Em geral, um evento isolado. Os fatores essenciais podem ser infraestrutura,
quando se atribui um valor numérico às variáveis torna-se possível treinamento, incentivos, mudanças de comportamento, recursos
usar técnicas estatísticas como análise bivariada e multivariada. A organizacionais, etc.
análise se torna mais difícil quando não é possível quantificar. Por
exemplo, diferentes padrões de comportamento social podem ser O Processo de Avaliação
o principal fator que afeta as reações das pessoas numa campanha A definição, desenho e manejo da avaliação requerem o conhe-
de educação sanitária, mas é difícil colocar isto em termos numé- cimento de três elementos:
ricos. Nestas situações é útil distinguir os fatores que podem ser 1 – O marco conceitual que define o que a política/programa
claramente atribuídos a um resultado e aqueles que apenas con- ou projeto deve realizar. Ou seja: os objetivos máximos, as metas, as
tribuem para o mesmo. Em qualquer caso é essencial ter uma clara estratégias ou atividades (ações) selecionadas para atingir objetivos
compreensão dos outputs e outcomes. e metas e as relações supostamente existentes entre os objetivos
II) Efeito atribuído e contribuição – acima foi feita uma distin- estabelecidos e as ações propostas.
ção entre o que pode ser atribuído a um resultado e o que contribui 2 – Os stakeholders, ou seja todos os atores que tenham al-
para o mesmo. Como diferenciar estes dois status? Os fatores atri- gum tipo de interesse na política/programa/projeto: os gestores, as
buídos a um resultado podem ser identificados indagando-se: “se o populaçõesalvo, os fornecedores de insumos, os financiadores (in-
fator “X” não existisse ou se não fosse assegurado, o resultado “Y” clusive os contribuintes), os excluídos e os diferentes segmentos da
aconteceria?” Se a resposta for Não o fator em tela provavelmente sociedade civil envolvidos direta ou indiretamente. Especialmente
é atribuído. útil, neste ponto, é a matriz de análise de stakeholders, em anexo.
Por outro lado, se outros fatores podem afetar o resultado, mas 3 – Os critérios que serão usados para avaliar a política/pro-
a sua força é menor, eles terão contribuído para aquele resultado. grama/projeto. Esses critérios estabelecem quais as características
Por exemplo, na hipótese de que “na falta de emprego entre ex- esperadas dos processos (ações) e/ou dos resultados (outputs/out-
-presidiários resulta na reincidência no crime”. O fator que pode ser comes/impactos). Usualmente são cinco os critérios adotados nas
atribuído à reincidência é a falta de emprego. Mas há fatores que avaliações de política/programas/projetos:
contribuem para a reincidência, como a falta de apoio social para a • Eficácia – a capacidade de produzir os resultadosesperados/
adaptação à vida livre, etc. Podem ocorrer casos onde não há um desejados.
fator especificamente atribuído, mas vários fatores que contribuem • Eficiência – a capacidade de produzir os resultadosdesejados
para um resultado, todos eles merecedores de ações intecionais de com o menor dispêndio de recursos (humanos, materiais e finan-
mudança. ceiros).
Editora
224
224
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
• Efetividade –a capacidade de produzir resultadospermanen- II – a partir dos elementos levantados neste debate, a equipe
tes, diretos e indiretos, usualmente definidos como impactos, ou externa, facilitadora deste processo, constrói alguns indicadores,
seja, as conseqüências maiores de um resultado; e de produzir o usando o detalhamento, pelos participantes, de exemplos concre-
número possível de efeitos colaterais ou externalidades negativas. tos daquilo a que se referem. Esses exemplos são generalizados e
• Equidade – a capacidade de contribuir para a redução das tomados como indicadores a partir daí.
desigualdades e da exclusão social. III – escolha de uma comissão de observadores que fica encar-
• Sustentabilidade –a capacidade de desencadear mudanças regado de acompanhar as atividades e mudanças priorizadas no de-
sociais permanentes, que alteram o perfil da própria demanda por bate inicial. A cada reunião (realizada em intervalos regulares) esta
políticas/programas sociais e que retroalimentam o sistema de po- comissão abre o debate falando sobre as mudanças constatadas
líticas sociais. desde a ultima reunião.

A tarefa de avaliação de políticas/programas/projetos pode ser Esta descrição serve de insumo para o debate do grupo, que
facilitada quando são observados alguns passos essenciais: procede a uma avaliação conjunta da situação e decide sobre pos-
1 – Identificação e caracterização dos stakeholders, ou seja os síveis medidas corretivas, novas atividades e sugere novos indica-
atores individuais e/ou coletivos e as agências governamentais e or- dores.
ganizações privadas que têm seus interesses afetados pela política/ Avaliação Independente de Objetivos – não se inicia pelos obje-
programa ou projeto em avaliação. tivos da política ou programa, mas com a população-alvo mais afe-
2 – Identificação dos usuários do processo de avaliação e de- tada pelo mesmo. A finalidade é apurar os resultados e impactos da
mais interessados no mesmo e sua incorporação ao desenho e ma- política ou programa, examinando como e quanto a população-alvo
nejo do processo. é afetada e comparando esses dados com o que a política/progra-
3 – Identificação do marco conceitual da política/programa/ ma especificamente indica como objetivos. Dessa forma procura-
projeto, com a definição dos objetivos, recursos necessários, ações -se evitar o bias trazido pelo prévio conhecimento dos objetivos: o
ou estratégias e seus responsáveis ou encarregados e dos resulta- avaliador conhece a clientela e o programa, mas não seus objetivos
dos esperados. precisos.
Avaliação de Quarta Geração – focaliza as queixas, interesses e
4 – Definição das questões de avaliação: perguntas que os in- reinvidicações dos stakeholders. O objetivo é capturar e compreen-
teressados pretendem responder mediante o processo avaliativo e der as percepções dos atores envolvidos e afetados pela política/
dos critérios a serem usados na avaliação. programa. Em vez dos objetivos explicitados, os custos, riscos e be-
5 – Identificação das informações necessárias e das fontes de nefícios são examinados “através dos olhos” dos stakeholders.
informação. Seleção dos indicadores. 2) Meta Avaliação - freqüentemente uma política ou programa
6 – Seleção, elaboração e teste das estratégias, técnicas e ins- passa por diversas avaliações em diferentes estágios da sua formu-
trumentos de coleta de dados. lação e implementação. Essas avaliações podem focalizar diversos
7 – Definição dos métodos de análise dos dados obtidos. aspectos e informantes. Elas são o material para a Meta-avaliação.
8 – Coleta e sistematização dos dados. Não podem ser tomadas pelo seu valor de face, mas são examina-
9 – Análise dos dados e elaboração de conclusões. das de modo a propiciar uma visão da qualidade e do contexto em
10 – Estratégias para disseminação dos resultados da avaliação que a política/programa se desenvolveu. A Meta-avaliação serve
e para aperfeiçoamento do processo avaliativo. para nos situarmos melhor sobre a política/programa, identificar-
mos problemas recorrentes, contradições, etc6. Os critérios para
Estratégias de Avaliação apreciar esses relatórios de avaliação são:
Uma política, programa ou projeto pode ser tratada de diversas a) confiabilidade das evidências ou dados nos quais as avalia-
formas, abordando diferentes dimensões, segundo sua especifici- ções se baseiam;
dade e segundo os aspectos considerados mais prioritários para a b) período em que foram realizadas, que dá o contexto da ava-
avaliação. liação e indica se os dados ainda são válidos;
Dependendo das características da intervenção e dos interes- c) qualidade, expertise e independência dos avaliadores;
ses quanto ao foco da avaliação, pode-se adotar uma ou outra das d) aceitabilidade das recomendações apresentadas;
seguintes estratégias de avaliação: e) ações que resultaram da avaliação.
1) Avaliação Participativa – trata-se de um conjunto de proce-
dimentos desenvolvidos com a finalidade de incorporar tanto os 3) Mapeamento Organizacional – trata-se de examinar o arran-
usuários como as equipes de gestores ao processo de monitora- jo organizacional para a decisão/implementação de uma política,
mento e avaliação. A seguir são descritas algumas das modalidades programa ou projeto, já que podem ser muitas e complexas as liga-
de Avaliação Participativa ções entre agências e instâncias envolvidas. A análise focaliza como
Participatory Impact Monitoring (PIM) – não focaliza planos ou (e se) as agências envolvidas em uma política/programa são orga-
sistemas de objetivos formalizados, mas as percepções individuais nizadas de modo a
dos beneficiários e outros afetados pelas políticas, programas ou (a) evitar duplicação ou superposição e assegurar que suas
projetos, com a finalidade de tornar rotineira e amadurecida a prá- ações sejam articuladas e complementares;
tica de refletir e analisar as atividades e mudanças introduzidas por (b) garantir um interface consistente e facilmente compreensí-
uma intervenção em suas vidas e na sua comunidade. Consiste nos vel com os usuários/clientes;
seguintes passos: (c) atingir um objetivo comum e sustentável;
I – promoção de um debate entre os beneficiários/afetados so- (d) a presença dos incentivos adequados e os procedimentos
bre as suas principais expectativas e receios para o futuro próximo, necessários para promover efetiva parceria. Este tipo de técnica re-
envolvendo a política, programa ou projeto em tela. quer os seguintes passos:

Editora
225
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
[1] – identificar todas as organizações ou partes de uma organização que possam influenciar o sucesso ou fracasso da política/progra-
ma/projeto ou um exame.).
[2]– estimar a contribuição de cada agência para a consecução de cada um dos objetivos da política/programa/projeto. Procurar es-
clarecer tal contribuição segundo pontuação ou níveis (alto/médio/baixo).
[3]– produzir um “mapa” organizacional mostrando os vínculos entre as agências e entre estas e os principais resultados.
[4]– usando tal mapa, avaliar se o envolvimento de cada agência é relevante, consistente e complementar.
[5]– investigar lacunas aparentes, gargalos, superposições, contradições (por exemplo, onde os inputs de uma organização parecem
inconsistentes com os de outra; onde os mais afetados pelos resultados desejados são incapazes de procurar esclarecimentos porque a
interface com os clientes não está clara; ou onde o programa como um todo parece incoerente e mal organizado, colocando em risco seus
resultados e impactos).

Para o mapeamento organizacional é útil usar critérios como: compartilhamento de objetivos e metas; clareza da comunicação; com-
partilhamento dos riscos (e ônus) de não consecução dos resultados; grau de compartilhamento do financiamento do programa; apoio
para atuar em conjunto; responsabilização compartilhada. Usa-se surveys e grupos focais para obter dados que permitam estimar o peso
de cada critério.

4) Marco Lógico – Trata-se de uma estratégia que permite definir os fatores e os vários estágios de uma política/programa. Na sua
forma mais simples um marco lógico pode assumir a seguinte representação:

Vantagens desta estratégia:


a) provê a compreensão de como o programa foi concebido em termos de funcionamento , principais impactos, outputs, outcomes e
de como efetivamente se realizou; permite avaliar o afastamento entre o planejado e o realizado.
b) ajuda a identificar projetos que necessitam ser incrementados ou componentes (recursos financeiros, tecnológicos e humanos,
parcerias, etc.) que são condições para produzir os outputs e outcomes pretendidos.
c) ajuda a identificar onde os vários inputs e outputs têm relações implausíveis ou inconsistentes.
d) permite identificar pontos-chave para a mensuração de resultados e questões essenciais para a avaliação, tornando mais fácil fo-
calizar a coleta de dados.
Um aspecto crítico do Marco Lógico é a identificação e descrição dos fatores contextuais externos ao programa, que não estão sob
controle (governabilidade) e que podem influenciar positiva e negativamente os seus resultados e impactos. É preciso examinar as condi-
ções externas sob as quais um programa é implementado e definir como estas podem afetar os outputs, outcomes e impactos.

5) Análise de Custo-benefício – corresponde à estimação dos benefícios tangíveis e intangíveis de um programa e os custos de sua
realização.
Por exemplo, num programa de alfabetização, os benefícios tangíveis seriam a redução do analfabetismo, o aumento da escolarização
global, etc. Os benefícios intangíveis seriam o aumento da auto estima, do exercício da cidadania, etc.
Após serem identificados, tantos os custos como os benefícios devem ser transformados em uma medida comum, geralmente uma
unidade monetária. Evidentemente, há custos que são imensuráveis do ponto de vista ético. Porém, ainda assim é útil tentar transforma-
-los em medidas. Por exemplo, é sempre válido o esforço de estimar o custo da violência e/ou o custo da miséria, em termos objetivos, de
modo a mostrar como são vantajosas as medidas de mitigação.
Uma variante desta análise é a de custo-efetividade, na qual somente os custos são estimados em unidades monetárias. Os benefícios
são expressos de alguma outra forma quantitativa. Por exemplo:
Num programa de distribuição de renda a famílias com crianças carentes o custo-efetividade pode ser expresso da seguinte forma:
“cada R$ 1.000,00 dispendidos pelo programa aumentam os níveis de escolaridade, na média, em 1 ano para cada 100 crianças.”
É importante ter claro que todo programa ou projeto pode apresentar efeitos colaterais ou externalidades, ou conseqüências não
pretendidas, que podem ser benéficas ou prejudiciais. Tais efeitos devem ser incluídos na análise.

6) Mapeamento Cognitivo – é uma técnica de coleta de dados adequada tanto à formulação de políticas/programas quanto à sua
análise. É um instrumento para saber como os indivíduos percebem a operação de uma política/programa ou projeto. Possibilita

Editora
226
226
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
(a) visualizar e esclarecer as percepções dos informantes no impacto. Em seguida, examina-se os diversos aspectos da interven-
momento de coleta de dados; ção (X). E, por fim, compara-se o comportamento das variáveis em
(b) focalizar os pontos fortes e as fraquezas do programa; Tzero com o seu comportamento em um momento dado, após a
(c) focalizar as percepções sobre os outcomes e impactos dos intervenção (T1).
programas; Nesse caso, é preciso dispor, primeiro, de um diagnóstico ade-
(d) compreender os problemas a partir da perspectiva das pes- quado quanto a Tzero; e segundo, de capacidade de isolar outras
soas envolvidas e afetadas pelo programa examinado. intervenções que não aquela cujos impactos se pretende medir,
de modo a evitar interveniências. Este método é conhecido como
O Mapeamento Cognitivo compreende os seguintes passos: “diagnóstico de impactos”.
(1) Identificar os atores que tem maior influência ou que são O terceiro método equivale, por assim dizer, a uma combina-
mais afetados pelo programa examinado. ção dos dois anteriores. Permite comparar situações similares para
(2) Realizar sessões de brainstorming com esses atores, indivi- realizar previsões para o futuro. Se as situações examinadas com-
dualmente ou em grupos focais, de modo a formar um quadro de põem áreas relativamente próximas ou contíguas, permite avaliar o
como eles percebem o programa em termos de: interesses, incen- alcance (extensão no espaço) dos impactos. E permite re-examinar
tivos, operação, vantagens, fragilidades, outputs, outcomes, impac- situações de intervenção para avaliar quais foram os impactos efe-
tos. tivos, de modo a medir a consistência entre o impacto previsto e o
(3) Com a participação dos entrevistados, inicia-se um esfor- impacto efetivo. É o que se entitula “análise de controle de impac-
ço de ordenar e representar graficamente suas visões. O resultado tos e análise prospectiva”.
deve ser um mapa lógico apontando os fatores que exercem in- Qualquer que seja o método adotado, entretanto, a primeira
fluência sobre o funcionamento do programa. Quando são identifi- tarefa, para a Avaliação de Impacto Social é, sempre, selecionar as
cadas dificuldades, deve-se solicitar aos informantes que digam sob situações a serem examinadas. Os critérios básicos de seleção são
que condições tais dificuldades podem ser consideradas aceitáveis similaridade e comparabilidade. Tais critérios compreendem algu-
ou como podem ser solucionadas. mas dimensões-chave que devem ser contempladas:
(4) Analisar o mapa completo com o foro na identificação de (1) unidade sócio-espacial de análise (município, assentamen-
vantagens e desvantagens, lacunas e superposições recorrente- to, etc), pois cada um destes possui diversas características pró-
mente apontadas pelos diversos informantes. prias; por exemplo, o grau de autonomia e de complexidade de um
7) Mystery Shopping – é uma estratégia observacional, basea- município é muito distinto do de um bairro, e assim por diante. Isto
da no princípio de que a melhor maneira de avaliar a qualidade de não significa que só se possa analisar um tipo de unidade, mas que
um serviço ou de compreender os seus efeitos sobre os usuários é devem ser selecionados vários exemplares de cada tipo, de maneira
experimentar a condição de usuário daquele serviço. O que a di- a permitir a comparação intra-tipos e entre-tipos.
ferencia de qualquer outra forma de observação participante é o (2) características geográficas e sócio-culturais similares. Vale a
fato de que o avaliador não revela a sua identidade ou condição. mesma observação feita quanto às unidades de análise.
Esta estratégia requer bastante cuidado na seleção da amostra para (3) projetos de magnitude, metodologia, tipo e finalidades
assegurar que os locais visitados sejam representativos. (resultados) similares. Observe-se que deve-se compatibilizar esta
8) Avaliação de Impacto Social – trata-se de um conjunto de dimensão (3) com as dimensões (1) e (2). Como princípio metodo-
estratégias destinadas a isolar e mensurar as conseqüências dos re- lógico deve-se compor grupos homogêneos – tanto quanto possível
sultados obtidos com as políticas, programas ou projetos. Um dos - de situações a serem analisadas, combinando-se estas três dimen-
grandes desafios da Avaliação de Impacto é conseguir isolar, em sões, que se referem à natureza da comunidade e do projeto.
uma situação específica, as mudanças “naturais” - por assim dizer - As duas outras dimensões referem-se aos dados disponíveis
e as mudanças “provocadas”, ou seja: para análise: (4) bases de dados com datas similares (horizonte de
(i) resultantes de uma determinada intervenção, cujo impacto tempo coberto,); (5) fontes de dados comparáveis (variáveis e cate-
se pretende avaliar; e gorias compatíveis).
(ii) resultantes de outras intervenções.
A segunda tarefa, na avaliação de impacto social, é selecionar
Na tentativa de responder a este desafio podem ser adota- a(s) perspectiva(s) de análise, porque isso estabelece a referência
dos três métodos para avaliar impacto social. O primeiro baseia-se para a elaboração/seleção dos indicadores. Vale assinalar que a cla-
numa abordagem sincrônica. Significa, basicamente, identificar um ra definição da perspectiva de análise é essencial, porque os impac-
conjunto de situações reais comparáveis (S), dotadas de caracte- tos sociais podem variar conforme diversas dimensões.
rísticas similares ou equivalentes, de acordo com as variáveis se- Para começar, podem variar quanto à escala. Por exemplo, uma
lecionadas para a análise de impacto. Em seguida, separa-se dois determinada intervenção pode gerar 50 ou 1000 empregos, etc.
subconjuntos: o primeiro (S1), composto por situações onde se Pode alterar a produtividade de uma certo tipo de cultivo em 1%
pretende realizar intervenções; o segundo (S2), constituído de si- ou em 500%.
tuações onde isso não ocorre. A seguir, tendo início as intervenções Isto exemplifica a variação de escala do impacto obtido.
(X), acompanha-se, nos dois subconjuntos, sob perspectiva compa- Os impactos sociais igualmente podem variar em intensidade.
rativa, o comportamento das variáveis selecionadas. Este método, Por exemplo, uma intervenção pode transformar radicalmente os
de lógica sincrônico-comparativa, é também denominado “acom- padrões de vida, hábitos e comportamentos de um grupo ou popu-
panhamento de impactos”. lação ou mudá-los apenas marginalmente.
Outro método envolve a abordagem diacrônica. Significa iden- Os impactos sociais variam, também, conforme a extensão no
tificar uma ou mais situações-objeto de intervenções. Realiza-se espaço. Ou seja, determinadas intervenções têm impacto localizado,
uma descrição/mensuração/caracterização de cada uma das situa- outras têm desdobramentos sobre áreas contíguas, mais ou menos
ções (diagnóstico) no momento imediatamente anterior à inter- amplas, alterando a distribuição da população, provocando migra-
venção (Tzero), a partir das variáveis selecionadas para a análise de ções, etc.
Editora
227
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Os impactos sociais variam, ainda, quanto à duração no tempo. Vale dizer, uma intervenção pode gerar empregos em uma área du-
rante curto período de tempo, podendo atrair trabalhadores temporários, etc, até se esgotar. Outras têm impacto de maior duração pois
geraram atividades econômicas dotadas de sustentabilidade, de modo que, quando a intervenção se esgota, persistem seus efeitos, que
geram novos impactos, e assim por diante. Esta dimensão é especialmente delicada para a análise de impacto social, havendo analistas
que afirmam que somente podem ser efetivamente avaliados os impactos de curta duração, já que é impossível isolar os demais.
Ademais, os impactos sociais variam quanto à cumulatividade. Ou seja, podem expressar mudanças que se reforçam mutuamente ou,
ao invés, que se neutralizam umas às outras. Por exemplo, sabe-se que renda e saúde, interagem e geram impactos cumulativos sobre a
qualidade de vida. Mas também sabe-se que determinados programas de geração de emprego neutralizam os ganhos em saúde porque
contêm externalidades como atividades de risco, deterioração ambiental, etc, que geram efeitos negativos sobre a qualidade de vida.
Finalmente, os impactos variam quanto à sua racionalidade. Neste caso, inclui-se um componente de valor que é a desejabilidade de
um impacto frente aos seus custos, às suas possíveis consequências e à capacidade do planejador de prever estas últimas. Assim, tem-se
as seguintes possibilidades:

Cuidados para assegurar a qualidade da avaliação


A avaliação formal não possui uma metodologia específica. Pode lançar mão de um conjunto de métodos de diagnóstico e análise, de
técnicas de coleta de dados como surveys, observação, entrevistas em profundidade, individuais ou em grupos focais; e de instrumentos
como questionários, formulários, roteiros de observação, etc. A experiência tem ensinado que a avaliação ganha precisão quando recorre
a dados quantitativos e qualitativos, combinando abordagens em extensão e em profundidade. Por outro lado, a mesma experiência tem
mostrado que há alguns cuidados imprescindíveis à qualidade das avaliações.
1) Incorporação da avaliação ao processo regular de planejamento, sendo assumida como disciplina pelos stakeholders.
2) Julgamento de avaliabilidade. Trata-se de um estudo exploratório a ser efetuado antes de começar a avaliação. Nem todos os
programas estão prontos para ser avaliados. O objetivo deste estudo é definir o que precisa ser feito para preparar o programa para ser
avaliado e identificar os aspectos/questões que requerem atenção.
3) Definição dos objetivos da avaliação, claramente; e escolher o tipo de avaliação adequada a tais objetivos.
4) Identificação e inclusão dos stakeholders – quem é afetado pela política/programa, desde os gestores até os usuários finais – como
interlocutores.
5) Identificação da teoria que orienta a política ou programa a ser avaliado. Seja o “marco lógico” ou outro modelo qualquer, é neces-
sário definir uma teoria ou modelo que indica as condições e ações necessárias para a política ou programa funcionar.
6) Identificação e teste dos métodos, que devem ser consistentes com os objetivos e tipo de avaliação a ser realizada.
7) Apresentação de recomendações práticas, claras, exeqüíveis e consistentes com os custos e benefícios esperados.

Conceituação básica de indicadores


Para Merico (1996 apud REIS 2005, p. 34), “o termo indicador origina-se do latim indicare que significa destacar, anunciar, tornar
público, estimar. Indicadores comunicam informações que podem ser simplesmente luzes acesas ou piscando em um aparelho eletrônico,
bem como tornar perceptível um conjunto de fenômenos que não é imediatamente detectável”.
Segundo Waterhouse (1984 apud GRATERON 1999, p.9), os indicadores podem ser definidos como “unidades de medição que permi-
tem acompanhar e avaliar em forma periódica, as variáveis consideradas importantes em uma organização. Esta variação é feita através
da comparação com os valores ou padrões correspondentes preestabelecidos como referência, sejam internos ou externos à organização”.
Os indicadores são medidores de uma atividade. Expressam um número que indica que as coisas podem ser medidas; e, se, podem
ser medidas, podem ser comparadas e administradas, como preconizam Globerson e Frampton, apud Camargo (2000, p.51), ao afirmarem
que “você não pode administrar o que não pode medir”.
Outra definição trazida por Fernandes (2004, p.3) mostra que “a tarefa básica de um indicador é expressar, da forma mais simples
possível, uma determinada situação que se deseja avaliar. O resultado de um indicador é uma fotografia de dado momento, e demonstra,
sob uma base de medida, aquilo que está sendo feito, ou o que se projeta para ser feito”.
Fernandes (2004, p.5) dissertando ainda sobre o assunto diz que “levando em conta que um indicador é um número que expressa o
estado de alguma coisa que se considera relevante e importante para a empresa, sua construção passa, primeiramente, pela análise da
contribuição para a tomada de decisão. O indicador deve ser representante de algo que se toma como necessário para a rotina de ge-
renciamento da empresa. Em função disso, são necessários cuidados quando do estabelecimento da coleta e tratamento de dados, que
constituem a base para a formação de um indicador”.

Editora
228
228
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Importância do indicador organização, estabelecidos nos planos e orçamentos e; para realizar
Conforme Furtado (2003), um grupo especial de indicadores avaliação da gestão pública, é necessário considerar a possibilidade
de desempenho de gestão tem como objetivo medir os níveis de de um modelo de contabilidade desenhado para a gestão, que con-
eficiência e eficácia das decisões tomadas, verificando se as ações sidere indicadores ou parâmetros de gestão adequados”.
implementadas estão atingindo os resultados esperados, a que cus- Cruz Silva afirma ainda que: “sem controle, os rumos não são
tos e outros impactos que estão gerando e suas tendências. Esses corrigidos, os objetivos fundamentais ficam colocados em segundo
indicadores são essenciais ao planejamento e ao controle dos pro- plano, há desperdício e inadequação no uso dos recursos”.
cessos porque possibilitam o estabelecimento de metas e visualiza-
ção de seus desdobramentos, ao tempo em que permitem a análise Indicadores de gestão na administração pública
crítica que embasará o re-planejamento ao longo da gestão. “Na avaliação das organizações públicas é usual que resultados
Os indicadores são sinais vitais da organização. Eles informam sejam definidos por indicadores físicos ou qualitativos”. (CATELLI,
às pessoas o que estão fazendo, como estão se saindo e se estão 2001, p. 6).
agindo como parte do todo. Eles comunicam o que é importante Ainda segundo Catelli (2001, p.174), “não é possível adminis-
para a organização: a estratégia do primeiro escalão para os demais trar algo que não tenha seus resultados mensurados, pois, as de-
níveis, resultados de processo, desde os níveis inferiores até o pri- cisões devem ser tomadas sobre elementos que representem a
meiro escalão, o controle e melhoria dentro dos processos. Os in- realidade da forma mais precisa possível. Esta é uma característica
dicadores devem interligar estratégia, recursos e processos. Hronec essencial do sistema de medição que são instrumentos de gestão
(apud REIS, 2005, p.37) para diversos modelo de administração dos negócios” .
Wright citado por Neves Júnior (2003, p.10), destaca que o pro- De acordo com Toscano Jr. (2000, p.12) o desenvolvimento de
cesso de controle estratégico é exercido pela alta administração, sistemas contábeis gerenciais que permitam a criação de informa-
que decide quais elementos do ambiente e da empresa devam ser ções úteis para a tomada de decisão, é de importância fundamental
avaliados e controlados. Segundo o autor, o processo de controle para a instrumentalização do processo de geração e monitoramen-
estratégico possibilita a adoção de alguns passos que visam à toma- to de indicadores de performance, a fim de viabilizar a mensuração
da de decisão corretivas: do desempenho da gestão pública.
1) dentro do parâmetro da missão e dos objetivos gerais e es- Conforme Grateron (1999, p. 15), a variação fundamental para
pecíficos da organização, determinar que necessidades devem ser a mensuração da gestão de um organismo público é avaliar a gestão
monitoradas, avaliadas e controladas; através da análise e confrontação restrita dos valores monetários
2) estabelecer padrões; da contabilidade tradicional, ou introduzir, na análise e avaliação,
3) mensurar o desempenho; outras variáveis não monetárias que permitam relacionar as variá-
4) comparar desempenho com padrões; veis tradicionais à finalidade da entidade pública.
5) não tomar medida alguma se o desempenho se harmonizar
com os padrões; Segundo a Associación Española de Contabilidad y Administra-
6) tomar medidas corretivas se o desempenho não se harmo- ción de Empresas (apud Grateron, 1999, p. 15), a utilização e a apli-
nizar com os padrões. cação de técnicas de gestão, como por exemplo, os indicadores para
medir e comparar o desempenho dos gestores no setor publico, são
Para Kaplan e Norton (1997, apud REIS 2005, p. 38), os indica- muito mais complicados, se comparados como setor privado. Algu-
dores são usados para controlar e melhorar a qualidade e o desem- mas das limitações mais conhecidas são a falta de indicadores, a
penho de produtos e processos. A apuração dos resultados através dificuldade para fixar e quantificar os objetivos sociais, a utilização
dos indicadores permite avaliar o desempenho em relação à meta de termos não monetários, a falta de clareza nos objetivos, metas e
e a outros referenciais, possibilitando o controle e a tomada de de- atividades realizadas, entre outros.
cisão gerencial. Outra importante função é a de induzir atitudes nas
pessoas cujo desempenho está medido, pois as pessoas tendem a Características da gestão por resultados
agir influenciadas pela forma como são avaliadas. Para que seja possível adotar esse tipo de gestão na empresa, é
preciso saber como o processo realmente funciona e se ele de fato
O controle da gestão pública é adequado para atingir seus objetivos. Algumas características da
Segundo Cruz Silva (1999, p.1), “os mecanismos de controle gestão por resultados podem ajudar a entender melhor como ela
representam o elemento essencial para assegurar que o governo acontece dentro da empresa:
atinja os objetivos estabelecidos nos programas de longa duração • A chave para todo o processo é o foco no resultado e não
com eficiência, efetividade e dentro dos preceitos legais da ordem nos procedimentos;
democrática”. • A responsabilidade por atingir ou não os resultados pro-
Para Grateron (1999, p.2) “o sistema tradicional de contabilida- postos é de todos;
de e de informação que auxilia o gestor não cumpre sua missão de • A liderança é mais participativa;
garantir as melhores decisões ou, no mínimo, prestarlhes suporte; • Todas as unidades da empresa andam juntas e estão inte-
por isso, é necessário considerar a possibilidade de um modelo que gradas para que seja possível obter o resultado desejado, cada uma
responda às necessidades de informação para contribuir com a me- contribuindo com sua tarefa.
lhoria de uma gestão que tem sido objeto permanente de crítica: a
gestão pública”. Vantagens desse modelo de gestão
O autor ressalta ainda que “a gestão pública precisa ser avalia- Uma das maiores vantagens de se adotar a gestão orientada para
da para conhecer e dar respostas ao cidadão, comum quanto o grau resultados é o fato de que os colaboradores se sentem mais motivados,
de adequação e coerência existente entre as decisões dos gestores pois estão envolvidos em todo o processo e sabem que sua participação
e a eficácia, eficiência e economia com que foram administrados realmente faz diferença para o alcance das metas. Isso sem contar que a
os recursos públicos para serem atingidos os objetivos e metas da comunicação também melhora, com a boa interação entre os membros
Editora
229
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
da equipe surgindo como fundamental para o sucesso do empreendi- decisórios e de aprendizado para aperfeiçoamento da gestão e da
mento. O comprometimento do time e sua produtividade também au- implementação de programas e políticas públicas (SERPA; CALMON,
mentam, uma vez que cada um passa a ter clareza do seu papel para 2012).
chegar aos resultados. Assim a sensação de pertencimento é maior e o O professor Antônio Alan de Freitas Gonçalves, gerente de
engajamento e a produção consequentemente melhoram. avaliação de desempenho da área pública, em seus estudos expli-
ca que a Avaliação e mensuração do desempenho governamental
Aplicação da gestão de resultados na empresa aborda os múltiplos aspectos da Gestão Administrativa, Orçamen-
Existem várias metodologias para a aplicação da gestão de tária, Financeira, Contábil e Patrimonial, com o intuito de verificar
serviços ou de produtos orientada a resultados em uma empresa, a adequação dos atos em relação ao ordenamento jurídico-admi-
havendo entre elas alguns passos em comum para que a implemen- nistrativo, tendo em vista o foco nos resultados e na transparência
tação tenha êxito: governamental. A seguir estão algumas de suas colocações sobre
• Revisar os objetivos da empresa: para que os gestores e esse tema.
empresários tenham uma visão clara dos objetivos e do planeja-
mento estratégico do negócio; Notadamente no que se refere:
• Definir os objetivos da equipe: gestores e colaboradores • Aos princípios Constitucionais e Administrativos;
precisam se reunir para estabelecer os objetivos de cada um, deter- • À forma como os Órgãos e Entidades Públicos adquirem,
minando um prazo para a apresentação dos resultados; guardam e utilizam seus recursos;
• Monitorar o processo: antes de o prazo estabelecido ter- • Às causas das práticas antieconômicas e ineficientes;
• À obediência aos dispositivos legais aplicáveis aos aspec-
minar, é preciso organizar algumas reuniões para saber se os objeti- tos da economicidade, eficácia e eficiência da gestão;
vos efetivamente serão alcançados; • À adequação dos objetivos estratégicos às prioridades do
• Avaliar o desempenho: análise baseada no atingimento titular do Poder;
ou não dos objetivos; • À identificação dos principais produtos, indicadores de de-
• Recompensar: os colaboradores são recompensados por sempenho e metas organizacionais;
atingirem os resultados. • À matriz SWOT (FOFA);
• À existência de superposição e duplicação de funções;
O sucesso da gestão por resultados leva a empresa a enxugar • À adequação da estrutura organizacional aos objetivos do
custos, otimizar um projeto ou aumentar a produtividade da equi- Órgão ou Entidade;
• À existência de controles adequados;
pe. Tudo isso requer um envolvimento maior entre os gestores e • À existência de rotinas e procedimentos de trabalho docu-
os colaboradores e o estabelecimento de objetivos e prazos cla- mentados e atualizados.
ros para cada um. A equipe deve ser monitorada, acompanhada e
poder contar com os líderes para os momentos de dificuldade. Ao Avaliação e mensuração do desempenho governamental ba-
final, se os resultados forem obtidos, deve haver uma recompen- seia-se na mensuração dos resultados alcançados na execução das
sa pelo envolvimento e comprometimento com o trabalho. Assim políticas públicas, projetos, programas, e ações governamentais,
todos saem ganhando. por meio de indicadores de desempenho capazes de demonstrar
o cumprimento das metas previstas nos instrumentos de planeja-
AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO GOVERNA- mento (PPA, LDO, LOA, e outros).
MENTAL
Bruno Palvarini, autor do “Guia referencial de mensuração do
desempenho na administração pública” apresenta os conceitos de COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA E GESTÃO DE REDES
desempenho e mensuração do desempenho governamental. De- ORGANIZACIONAIS
sempenho é um termo sujeito a inúmeras variações semânticas
e conceituais, embora existam alguns consensos majoritários em
torno de uma definição. Segundo uma abordagem abrangente, o Os tipos de personalidade podem contribuir ou não para o de-
desempenho pode ser compreendido como esforços empreendidos sempenho das equipes. Cada personalidade possui características
na direção de resultados a serem alcançados. A equação simplifica- definidas com seus respectivos focos de atenção, que, todavia, se
da é: desempenho = esforços + resultados; ou desempenho = esfor- interagem, definindo indivíduos com certas características mais sa-
ços → resultados. lientes e que incorporam características de um outro estilo.
Uma vez definido desempenho, o conceito de gestão do de- Vistos de maneira objetiva, nenhum dos tipos de personalida-
sempenho precisa ser qualificado. A gestão do desempenho consti- de é bom ou mau, certo ou errado. Cada um é uma combinação
tui um conjunto sistemático de ações que buscam definir o conjunto distinta de força e fraqueza, beleza e feiura. Nenhum padrão é me-
de resultados a serem alcançados e os esforços e capacidades ne- lhor ou o melhor, pior ou o pior. Às vezes, determinada pessoa pode
cessários para seu alcance, incluindo-se a definição de mecanismos achar que o seu padrão é o melhor, outra vezes, que é o pior. Mas
de alinhamento de estruturas implementadoras e de sistemática de é possível, num momento, encontrar força em um padrão e, num
monitoramento e avaliação. A mensuração é parte essencial de um outro, encontrar uma fraqueza.
modelo de gestão do desempenho. Mas, não é apenas a ação que O que se observa é que as pessoas acabam ficando perplexas
apura, em sentido estrito, por meio de indicadores, valores ou me- umas com as outras quando começam a perceber os segredos que
didas dos esforços e resultados. as outras pessoas ocultam das suas personalidades.
Os sistemas de avaliação podem ser caracterizados a partir Na análise das personalidades, nada é estanque e tudo pode se
dos mecanismos e instrumentos que definem um fluxo regular e ajustar, desde que se esteja disposto a fazê-lo. Nunca um protetor,
contínuo de demandas, que orientam um conjunto de práticas ava- por exemplo, carrega somente as características da sua tipologia.
liativas, formalizadas, estruturadas e coordenadas, para produzir e Uma pessoa com o centro emocional predominante não será ne-
fornecer conhecimento, com o objetivo de subsidiar os processos
Editora
230
230
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
cessariamente uma boa artista. Talvez brilhe mais como administra- de percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação
dora, quem sabe? Todos os tipos são interligados e se movimentam compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um repertório
fazendo contrapontos e complementos. novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são
Cada tipo de personalidade é formado por três aspectos: o pre- encaradas e tratadas determina a modalidade de relacionamento
dominante, que vigora na maior parte do tempo, quando as coisas entre membros do grupo, colegas de trabalho, superiores e subor-
transcorrem normalmente e que é chamado de seu tipo; o aspecto dinados. Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do ou-
que vigora quando se é colocado em ação, gerando situações de es- tro, se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se uma
tresse; e o terceiro, que surge nos momentos em que não se sente modalidade de relacionamento diferente daquela em que não há
em plena segurança. respeito pela opinião do outro, quando ideias e sentimentos não
Exemplificando, ao ver-se numa situação de estresse, o obser- são ouvidos, ou ignorados, quando não há troca de informações. A
vador (em geral, quieto e retraído) torna-se repentinamente extro- maneira de lidar com diferenças individuais criam certo clima entre
vertido e amistoso, características típicas do epicurista, num esfor- as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, prin-
ço de reduzir o estresse. Sentindo-se em segurança, o observador cipalmente nos processos de comunicação, no relacionamento in-
tende a se tornar o patrão, direcionando os outros e controlando o terpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade.
espaço pessoal. Valores: Representa a convicções básicas de que um modo es-
Todos têm virtudes e aspectos negativos. Então, vivem-se os pecífico de conduta ou de condição de existência é individualmente
aspectos mais positivos de cada tipo. Essas qualidades pode se so- ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta
mar a outras de outro tipo, promovendo integração. ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamento, baseado
Se o tipo empreendedor se integra com o sonhador, ele pode naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os
passar a ter autoestima apurada e a saber levar a vida sem dramas. valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros.
Ficará mais otimista, espontâneo e criativo também. Não se prende Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis
a fazer coisas que não satisfazem seus desejos e os dos outros. Se ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Refle-
o tipo individualista integra-se com o empreendedor, provavelmen- tem como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa. Quan-
te ele poderá ser capaz de agir no presente e com objetividade, do digo “gosto do meu trabalho” estou expressando minha atitude
aceitando a realidade e vivendo suas emoções como são, sem ten- em relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os valo-
tar ampliá-las. Já se o sonhador integrar-se com o observador, sua res, mas ambos estão inter-relacionados e envolve três componen-
capacidade de introspecção será imensa e saberá como ninguém tes: cognitivo, afetivo e comportamental.
apreciar o silêncio e a reflexão. A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa ava-
Para o sucesso das equipes, se faz necessário que os seus inte- liadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude. Ela
grantes utilizem-se de empatia, coloquem-se no lugar dos outros, estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o seu
estejam receptivos ao processo de integração e, dessa forma, per- componente afetivo. O afeto é o segmento da atitude que se refere
mitam-se amoldar. Se não houver esse tipo de abertura, em que ao sentimento e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto
cada um dos elementos ceda, a equipe será composta de pesso- de João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento
as que competem entre si, o que traz o retrocesso da equipe ao pode provocar resultados no comportamento. O componente com-
conceito simplista de grupo, ou seja, apenas um agrupamento de portamental de uma atitude se refere à intenção de se comportar
indivíduos que dividem o mesmo espaço físico, mas que possuem de determinada maneira em relação a alguém ou alguma coisa. En-
objetivos e metas diferentes, bem como não buscam o aprimora- tão, para continuar no exemplo, posso decidir evitar a presença de
mento e crescimento dos outros.7 João por causa dos meus sentimentos em relação a ele.
Em todo processo onde haja interação entre as pessoas vamos Encarar a atitude como composta por três componentes – cog-
desenvolver relações interpessoais. nição, afeto e comportamento – é algo muito útil para compreender
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades sua complexidade e as relações potenciais entre atitudes e compor-
são predeterminadas, alguns comportamentos são precisam ser tamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são menos estáveis.
alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto emocional
de cada envolvido tais como: comunicação, cooperação, respeito, Eficácia no relacionamento interpessoal
amizade. À medida que as atividades e interações prosseguem, os A competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente
sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados ini- com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma
cialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos influenciarão adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da situ-
as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos positivos ação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmente
de simpatia e atração provocarão aumento de interação e coopera- com relações interpessoais de acordo com três critérios:
ção, repercutindo favoravelmente nas atividades e ensejando maior Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variáveis
produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos de antipatia e relevantes e respectiva interrelação.
rejeição tenderão à diminuição das interações, ao afastamento nas Habilidade de resolver realmente os problemas de tal modo
atividades, com provável queda de produtividade. que não haja regressões.
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se relaciona Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas
diretamente com a competência técnica de cada pessoa. Profissio- continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos,
nais competentes individualmente podem render muito abaixo de como quando começaram a resolver seus problemas.
sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho. Dois componentes da competência interpessoal assumem im-
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O
base interna de diferenças que englobam valores, atitudes, conhe- processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada
cimentos, informações, preconceitos, experiência anterior, gostos, da situação interpessoal.
crenças e estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças
7 Fonte: www.metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com
Editora
231
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica- da empresa. Geralmente é utilizado em organizações com cultura
ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em participativa, que utilizam equipes de trabalho autodirigidas e que
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc. compartilham o poder com todos os seus funcionários.
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres- O empowerment está diretamente ligado ao conceito de lide-
sões de uma outra na esperança de compreendê-la. rança e, também, cultura organizacional. Uma vez que não se pode
criar uma cultura de delegação de poder aos funcionários em uma
Empatia empresa engessada e burocrática, sem uma estrutura de hábitos
Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos e situa- e pensamentos preparada para isso. A empresa que pretende se
ções vivenciadas. utilizar de uma prática como o empowerment não pode ter uma
“Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao envolvi- cultura de tomada de decisões centralizada, por exemplo.
mento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da perspectiva dos
outros quebra estereótipos tendenciosos e assim leva a tolerância e O empowerment possui quatro bases principais, que são:
a aceitação das diferenças. A empatia é um ato de compreensão tão • Poder – dar poder às pessoas, delegando autoridade e res-
seguro quanto à apreensão do sentido das palavras contidas numa ponsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa dar
página impressa. importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e autonomia
A empatia é o primeiro inibidor da crueldade humana: reprimir de ação.
a inclinação natural de sentir com o outro nos faz tratar o outro • Motivação – proporcionar motivação às pessoas para incen-
como um objeto. tivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom desempe-
O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente a empa- nho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas partici-
tia, é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos apelos dos outros. pem dos resultados de seu trabalho e festejem o alcance das metas.
Suprimir essa inclinação natural de sentir com outro desencadeia a • Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de
crueldade. capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso significa
Empatia implica certo grau de compartilhamento emocional - treinar continuamente, proporcionar informações e conhecimento,
um pré-requisito para realmente compreender o mundo interior do ensinar continuamente novas técnicas, criar e desenvolver talentos
outro. na organização.
• Liderança – proporcionar liderança na organização. Isso signi-
A empatia nas empresas fica orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos hori-
zontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação.
Qual a relação entre empatia e produtividade?
“O conceito de empatia está relacionado á capacidade de ouvir Alguns gestores pensam que o ato de delegar a tomada de
o outro de tal forma a compreender o mundo a partir de seu ponto decisão para um funcionário é sinônimo de perda de controle ou
de vista. Não pressupõe concordância ou discordância, mas o en- liderança. Este é um ponto que merece uma discussão maior, uma
tendimento da forma de pensar, sentir e agir do interlocutor. No vez que abrange diversos aspectos, mas o mais importante de se
momento em que isso ocorre de forma coletiva, a organização dia- destacar é que o empowerment valoriza os funcionários e melhora
loga e conhece saltos de produtividade e de satisfação das pessoas”. a condução dos processos internos à empresa.
“A empatia é primordial para o desenvolvimento das organi-
zações pois, ela é que define no comportamento individual a preo- Vantagens do empowerment
cupação de cada indivíduo no equilíbrio comportamental de todos Com mencionado anteriormente, a adoção do empowerment
os envolvidos no processo, pois, empatia pressupõe o respeito ao por parte das empresas traz diversos benefícios para elas, como por
outro.” exemplo: o aumento da motivação e da satisfação dos funcionários,
É quando desenvolvemos a compreensão mútua, ou seja, um aumentando assim a taxa de retenção dos talentos da empresa, o
tipo de relacionamento onde as partes compreendem bem os va- compartilhamento das responsabilidades e tarefas, maior agilidade
lores, deficiências e virtudes do outro. No contexto das relações e flexibilidade no processo de tomada de decisão, etc. Além, claro,
humanas, pode-se afirmar que o sucesso dos relacionamentos in- de estimular o aparecimento de novos líderes dentro das empresas.
terpessoais depende do grau de compreensão entre os indivíduos. Por este motivo, é cada vez maior o número de gestores que
Quando há compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor preparam suas organizações para a prática do empowerment, trei-
e conseguem resolver conflitos de modo saudável. nando e doutrinando seus funcionários para que possam receber
Empoderamento tais responsabilidades de forma correta.
Para Chiavenato, o empowerment ou empoderamento, é uma
ação que permite melhorar a qualidade e a produtividade dos co- Para Carlos Hilsdorf, o empowerment corresponde a uma re-
laboradores, fazendo com que o resultado do serviço prestado seja lação que envolve poder e responsabilidade, como duas faces de
satisfatoriamente melhor. Estas melhorias acontecem através de uma mesma moeda. Para promovê-lo, não basta transferir verbal-
delegação de autoridade e de responsabilidade, fomentando a co- mente poder às pessoas; elas precisam ter reais condições de agir
laboração sistêmica entre diferentes níveis hierárquicos e a propa- no pleno exercício da sua responsabilidade, desenvolvendo o que
gação de confiança entre os liderados e os líderes. chamamos de “ownership“, ou seja, agirem como intraempreen-
Ele simboliza a estratégia da organização e de seus gestores de dedores e como se fossem “proprietárias” do negócio, pensando
delegar a tomada de decisão para seus colaboradores, promovendo como empresários.
a flexibilidade, rapidez e melhoria no processo de tomada de deci-
são da empresa.
O empowerment permite aos funcionários da empresa toma-
rem decisões com base em informações fornecidas pelos gestores,
aumentando sua participação e responsabilidade nas atividades
Editora
232
232
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Aplicação do empowerment Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito dinâmi-
Segundo Hilsdorf, para uma correta implantação do empower- co, ou seja, cada empresa tem o seu. Fique atento: o que representa
ment é necessário: qualidade para uma empresa não necessariamente o é para outra.
1. Um profundo compartilhamento das informações com to- Portanto, ao iniciar qualquer experiência profissional, procure en-
dos os envolvidos. A informação é o objeto que destrói a incerteza. tender quais são as competências valorizadas naquele ambiente de
Ela é fundamental para a correta tomada de decisões. A Informação trabalho. Investir nelas é o primeiro passo para realizar suas tarefas
deve circular, de maneira clara, transparente e adaptada à condição com qualidade.
e necessidade de cada equipe em particular. Algumas informações
gerais para o bom entendimento do negócio e do cenário devem As novas exigências
ser compartilhadas com todas as pessoas, outras mais restritas e Aqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho já
sigilosas, apenas com as pessoas-chave. devem ter escutado de professores, pais ou pessoas mais experien-
2. A abertura para uma real autonomia dando às pessoas não tes que “a concorrência está cada vez mais acirrada” e que “é pre-
somente as informações, mas o apoio e a liberdade necessária para ciso se preparar”, e os recém-chegados ao mundo corporativo já
agirem. É preciso confiar nestes profissionais e incentivá-los a lide- podem ter constatado esse fato. Mas o que isso significa na prática?
rar os processos em que estão envolvidos, e sob os quais assumi- Há quem ache que “se preparar” está diretamente ligado à es-
ram responsabilidades. Uma cultura punitiva impede a autonomia; colha do curso superior e ao desempenho na faculdade, mas não
erros devem ser corrigidos, não punidos. A autonomia deve guiar- é de todo verdade: isso é o primeiro passo, mas não garante uma
-se pela visão, missão e valores da empresa, assim como por seus vaga no mercado. Dia após dia, surgem novas tecnologias e formas
objetivos e metas, dentro do contexto dos sistemas e processos em de se executar melhor uma tarefa e, com elas, relações de trabalho
vigor na organização. que exigem uma nova postura profissional — a de desenvolver as
3. Redução dos níveis hierárquicos e da burocracia que tor- “habilidades” necessárias para enfrentar os desafios propostos. Na
nam as empresas lentas e rígidas. Através da prática de empower- verdade, algumas dessas habilidades só ganharam destaque recen-
ment, equipes auto-gerenciadas podem atingir alta performance e temente, enquanto outras apenas mudaram de foco, atualizando-
buscar a excelência em níveis muito superiores aos de empresas -se.
centralizadoras.
Seguindo estes 3 passos básicos, a empresa torna sua adapta- Vejamos algumas delas:
ção mais fácil e menos traumática. Gerando um ambiente apropria- Seja parceiro da educação. Uma boa postura profissional exige
do para o aprendizado dos funcionários a fim de torná-los tomado- uma boa educação, ou seja, respeitar os demais, saber se compor-
res de decisão dentro da empresa.8 tar em público, honrar os compromissos e prezar pela organização
no ambiente de trabalho.
Eficácia no comportamento interpessoal. Mantenha sempre uma boa aparência. Não é necessário estar
A postura profissional é o comportamento adequado dentro sempre elegante, pois uma boa aparência significa saber usar a rou-
das organizações, na qual busca seguir os valores da empresa para pa certa no lugar certo. Devemos saber nos vestir de acordo com
um resultado positivo. que o local de trabalho nos solicita, sabendo sempre o que é certo
e o que é errado para cada ambiente.
A importância da qualidade Cumprir todas as tarefas. Isso não é somente uma questão de
As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez mais contínu- bom senso, mas também uma questão de comprometimento pro-
as aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve ao fe- fissional. Desenvolver as tarefas que lhe são atribuídas é um ponto
nômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preocupação positivo que acaba também sendo avaliado por gestores do cola-
com a saúde e o meio ambiente, entre outros fatores. borador.
Tanto os profissionais como as empresas precisam adequar seu Ser pontual. Faça o seu trabalho de maneira correta e cumpra
perfil para atender a essas novas mudanças, inclusive se ajustando os horários planejados, mantendo sempre a pontualidade para os
às exigências do mercado, cada vez maiores. Para superar os no- compromissos marcados.
vos desafios impostos pela realidade e atender às expectativas dos Respeitar os demais colegas de trabalho. Não é necessário
clientes, as empresas precisam de profissionais competentes e que ter estima por todos os colegas de trabalho, mas respeitá-lo é uma
realizem suas atividades com qualidade. obrigação. Não apenas no ambiente de trabalho, mas em demais
Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem cor- situações cotidianas. Por isso, respeitar as diferenças e os limites no
porativa, é uma das condições para se ter sucesso e, hoje em dia, relacionamento com os outros é fundamental.
significa um dos diferenciais competitivos mais importantes. Ou Aceitar opiniões. É importante saber escutar, opinar e aceitar
seja, é um conjunto de características que distinguem, de forma po- opiniões diferentes, pois essa atitude acaba levando as pessoas a
sitiva, um profissional ou uma empresa dos demais e que agregam também entenderem o seu ponto de vista, sem que este seja im-
valor ao seu trabalho. posto ao demais.
Para se manter competitivo no mercado e ter um diferencial, o Autocrítica e interesse. Ao ter uma preocupação constante em
profissional precisa realizar suas atividades corretamente. Apenas melhorar, dificilmente se terá problemas com relação a postura pro-
a qualidade técnica, porém, não assegura o lugar no mercado. O fissional, pois essa preocupação constante em melhorar é um ponto
grande desafio do profissional de qualquer área de atuação é saber que leva a melhoria contínua nas carreiras profissionais.
se relacionar bem (tratar as pessoas adequadamente, mostrar-se Espera-se que todo profissional tenha um preparo básico, mas
disponível e acessível, ser gentil), ter um comportamento compa- o novo profissional deve demonstrar também esforço e interesse
tível com as regras e valores da empresa e se comunicar bem (se incansáveis para aprender.
fazer entender pelos outros, escrever bem, saber ouvir). É necessário ter um ânimo permanente, disposição para o tra-
balho e para correr atrás do que se quer.
8 Texto adaptado de Gustavo Periard
Editora
233
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
O profissional de hoje deve demonstrar disponibilidade e boa Dois componentes da competência interpessoal assumem im-
administração do seu tempo e das suas tarefas. portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O
Muitas organizações começam a mostrar interesse em investir processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada
na capacitação de seus funcionários, mas, para isso, é preciso uma da situação interpessoal.
sólida relação de confiança mútua. A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica-
A ética é fundamental no trabalho. Sem seriedade, nenhuma ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em
relação profissional pode dar certo. suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc.
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres-
Há, ainda, outras características que certamente podem contar sões de uma outra na esperança de compreendê-la.
pontos positivos na hora da contratação ou mesmo na convivência Novas COMPETÊNCIAS começam a ser exigidas pelas organiza-
diária no ambiente de trabalho: uma boa rede de contatos; per- ções, que reinventam sua dinâmica produtiva, desenvolvendo no-
sistência (uma vez que a vontade, por si só, às vezes não basta); vas formas de trabalho e de resolução de conflitos. Surgem novos
cuidado com a aparência; assiduidade e pontualidade. paradigmas de relações das organizações com fornecedores, clien-
A Conexão Profissional, na terceira edição da série Desafios tes e colaboradores. Nesse contexto, as relações humanas no am-
para se tornar um bom profissional, trata de mais um dos desafios biente de trabalho tem sido foco da atenção dos gestores, para que
dos recém-chegados ao mundo corporativo: a atenção aos proces- sejam desenvolvidas habilidades e atitudes necessárias ao manejo
sos e às rotinas nas organizações. inteligente das relações interpessoais.
Ao integrar uma equipe de trabalho, um dos primeiros passos
a serem dados é procurar compreender a rotina da organização. DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA
Ter uma visão global das atividades que a organização desenvolve é Chamamos de competência a integração e a coordenação de
indispensável para um bom desempenho e, principalmente, para a um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (C.H.A.) que
conquista da autonomia. Para tanto, é fundamental atenção contí- na sua manifestação produzem uma atuação diferenciada.
nua aos processos. Com isso, você pode compreender o seu papel
na equipe e na organização, além de entender como os setores in- C – conhecimento - SABER
teragem e qual a função e inter-relação de cada um, considerando H – habilidade – SABER FAZER
o conjunto. A - atitude - QUERER FAZER
Conhecer a rotina de sua equipe e da empresa permite otimizar
e sistematizar suas atividades. Além disso, você pode administrar A COMPETÊNCIA TÉCNICA envolve o C.H.A em áreas técnicas
melhor o seu tempo, identificar e solucionar eventuais problemas específicas.
com mais agilidade, bem como propor alternativas para aprimorar a
qualidade do trabalho, sempre com o foco nos resultados. A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL envolve o C.H.A nas relações
Sem a compreensão dos processos, é menos provável perceber interpessoais.
o seu papel na organização. Resultado: mais desperdício, menos
produtividade. Evite sempre trabalhar no “piloto automático”. Isso INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
pode acarretar retrabalho, gasto desnecessário de energia e recur- Qualquer um pode zangar-se. Isso é fácil.
sos, não-cumprimento de prazos, burocratização e baixa competiti- Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora
vidade. Em síntese: prejuízo para você e para a empresa. certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil.
Portanto, para satisfazer às exigências do mercado, é cada vez Aristóteles
mais importante possuir uma visão global do ambiente de trabalho.
Conhecer a rotina da organização e manter atenção aos processos Como trabalhar bem com os outros? Como entender os outros
só trazem ganhos para ambas as partes: para o profissional, maior e fazer-se entender?
competitividade e possibilidade de agilizar soluções e, para a em- A inteligência acadêmica pouco tem a ver com a vida emocio-
presa, equipes mais integradas e que falam a mesma língua. Para o nal. As pessoas mais brilhantes podem afogar-se nos recifes das
conjunto, melhores resultados.9 paixões e dos impulsos desenfreados, pessoas com alto nível de QI
pode ser pilotos incompetentes de sua vida particular.
A competência interpessoal é habilidade de lidar eficazmente
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma A aptidão emocional é uma capacidade que determina até
adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da situ- onde podemos usar bem quaisquer outras aptidões que tenhamos,
ação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmente incluindo o intelecto bruto.
com relações interpessoais de acordo com três critérios: Inteligência emocional: É a habilidade de lidar eficazmente
Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variáveis com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma
relevantes e respectiva inter-relação. adequada as necessidades de cada uma e as exigências da situação,
Habilidade de resolver realmente os problemas de tal modo observando as emoções e reações evidenciadas no comportamento
que não haja regressões. do outro e no seu próprio comportamento.
Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas Inteligência intrapessoal: É a habilidade de lidar com o seu
continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos, próprio comportamento. Exige autoconhecimento, controle emo-
como quando começaram a resolver seus problemas. cional, automotivação e saber reconhecer os sentimentos quando
eles ocorrem.
Inteligência interpessoal: É a habilidade de lidar eficazmente
com outras pessoas de forma adequada.

9 Por Rozilane Mendonça


Editora
234
234
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
ELEMENTOS BÁSICOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL • O interesse na prestação do serviço está diretamente relacio-
• Autoconhecimento: Conhecer a si próprio, gerar autocon- nado à presteza, à eficiência e à empatia.
fiança, conhecer pontos positivos e negativos.
• Controle Emocional: Capacidade de gerenciar as próprias Não apenas nas relações humanas assim como nas relações de
emoções e impulsos. trabalho, colocar-se no lugar do outro (empatia) garante maior sen-
• Automotivação: Capacidade de gerenciar as próprias emo- sibilidade e interesse ao usuário do serviço público.
ções com vistas a uma meta a ser alcançada. Persistir diante de fra-
cassos e dificuldades. Tolerância
• Reconhecer emoções nos outros: Empatia. • É a tendência em admitir que modos de pensar, agir e sentir
• Habilidade em relacionamentos interpessoais: aptidão so- são diferentes de pessoa para pessoa.
cial • É tolerante aquele que admite as diferenças e respeita à di-
versidade.
Fatores positivos do relacionamento Discrição
Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num soma- • Ser discreto é ter sensatez, ser reservado, recatado e des-
tório geral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento cente.
interno e externo. Assim, desde que cumpridos ou atendidos re- • Não devemos confundir com o princípio da publicidade. Os
quisitos básicos de valorização do outro, estaremos falando de um atos administrativos devem seguir o princípio da publicidade que
bom relacionamento. Os níveis de relacionamento aqui devem ser significa manter a total transparência na prática dos atos da Admi-
elevados, tendo em vista sempre o direito de cada indivíduo de re- nistração Pública.
ceber com qualidade a supressão de suas necessidades. • Ser discreto nas relações de trabalho e nas relações com o
O relacionamento entre pessoas é a forma como eles se tratam cidadão-usuário é preservar a privacidade e a individualidade, não
e se comunicam. Quando os indivíduos se comunicam bem, e o gos- invadir a privacidade, não espalhar detalhes da vida pessoal nem
tam de fazer, se diz que há um bom relacionamento entre as partes. tampouco detalhes de assuntos que correm em segredo de justiça.
Quando se tratam mal, e pelo menos um deles não gosta de entrar
em contato com os outros, é um mau relacionamento. Comportamento receptivo e defensivo

Fatores que interferem no trabalho em equipe Comportamento Receptivo


- Estrelismo; Significa perceber e aceitar possibilidades que a maioria das
- Ausência de comunicação e de liderança; pessoas ignora ou rejeita prematuramente.
- Posturas autoritárias; Pode ser de natureza sensorial ou psicológica.
- Incapacidade de ouvir; No primeiro caso a pessoa se caracteriza por estar atento ao
- Falta de treinamento e de objetivos; que acontece a sua volta.
- Não saber “quem é quem” na equipe. No segundo a característica é de pessoa de mente aberta e sem
preconceitos à novas ideias.
Fatores positivos do relacionamento A curiosidade é inerente do comportamento receptivo.

Comunicabilidade Comportamento Defensivo


• habilidade de expor as ideias; O servidor não tem comportamento receptivo quando:
• clareza na comunicação verbal; • parecem saber de tudo;
• é a qualidade do ato comunicativo otimizado, no qual a men- • nunca têm dúvidas;
sagem é transferida integral, correta, rápida e economicamente e • que têm resposta para qualquer pergunta;
sem “ruídos”. • sempre têm certeza das coisas;
• que não admitem ser contestados;
Objetividade • têm todas as informações;
• relacionada com a clareza na informação prestada ao usuário. • acham que estão sempre certos;
• é importante ser claro e direto nas informações prestadas, • tendem a colocar os outros na defensiva.
sem rodeios, dispensando informações desnecessárias à situação. • age como o “dono da verdade” - transmite a ideia de que
todos os outros são “ignorantes” e não têm nada de útil ou interes-
Eficiência sante a dizer.
• A Administração Pública deve atender o cidadão com agilida- • quando afirma suas verdades e não admite contestação -
de, com adequada organização interna e ótimo aproveitamento dos transmite a mensagem de que vê a si mesmo como professor, con-
recursos disponíveis. siderando todos os outros como aprendizes.
• faz os ouvintes experimentarem sentimentos de inferiorida-
Presteza de, o que produz um comportamento defensivo.
• Manifestação do interesse em atender às necessidades do
usuário. Habilidades necessárias ao bom relacionamento no trabalho
• Habilidade de comunicar ideias de forma clara e precisa em
Interesse situações individuais e de grupo.
• É importante mostrar-se interessado pelo problema/situação • Habilidade de ouvir e compreender o que os outros dizem.
do cidadão-usuário. • Habilidade de aceitar críticas sem fortes reações emocionais
• Mostrar empenho para lhe apresentar as soluções. defensivas (tornando-se hostil ou “fechando-se”)

Editora
235
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
• Habilidade de dar feedback aos outros de modo útil e cons- cientes de sua missão pública. Essa é a única forma de se resgatar,
trutivo. perante a sociedade, a dignidade da função, e se ganhar do público,
• Habilidade de percepção e consciência de necessidades, sen- o reconhecimento devido.
timentos e reações dos outros. Perante a sociedade, maus servidores não têm direitos - nem
• Habilidade de reconhecer, diagnosticar e lidar com conflitos e de grevar, porque são dispensáveis. Bons servidores, ao contrário,
hostilidade dos outros. competentes e atenciosos, tornam-se mais fortes e reconhecidos,
• Habilidade de modificar o meu ponto de vista e comporta- porque imprescindíveis. Não adianta simplesmente lutar pelo salá-
mento no grupo em função do feedback dos outros e dos objetivos rio sem ter postura e ética na hora de servir.10
a alcançar.
• Tendência a procurar relacionamento mais próximo com as O servidor na interação entre o Estado e a sociedade
pessoas, dar e receber afeto no seu grupo de trabalho. Ao trazer para o debate a importância de priorizar os servido-
res públicos nos processos de comunicação e relacionamento, par-
Órgão, servidor e opinião pública te-se do pressuposto de que é no dia a dia, no atendimento face a
A opinião pública tem uma visão estereotipada do funcionário face que o Estado mais é chamado a se posicionar.
público. Nesta visão, são realçados os aspectos negativos: menor E é nessa circunstância de interação direta entre os represen-
empenho no trabalho, descaso na prestação de serviços e acomo- tantes do governo e aqueles que compõem a sociedade, que a ima-
dação nas rotinas do emprego etc. gem construída nos demais meios de comunicação se confirma ou
Esta é uma visão muito antiga. é atirada por terra.
Desmistificar um estereótipo social é sabidamente uma tarefa A maioria das críticas ao governo é recebida pela equipe de
de paciência e que demanda tempo. É necessária uma estratégia, trabalho antes de chegar às autoridades eleitas. E quem mais exer-
permanente e progressiva de esclarecimento da sociedade civil, a ce esse papel de “para-raios” é o servidor que trabalha em contato
fim de mostrar o porquê da existência do servidor público e sua direto com o cidadão. Seja nos setores destinados exclusivamente
necessidade. O porquê de sua necessária e constante valorização. ao atendimento de reclamações e solicitações, seja na portaria, na
A Constituição de 1988 estabelece que a única maneira de pro- rua, na obra, nas escolas, nas unidades de saúde ou nos setores
vimento de cargos públicos efetivo é através de concurso. Atual- administrativos. Independentemente de seu perfil e função, ele é
mente, a maior parte do funcionalismo público de cargos efetivos é reiteradamente indagado pelo cidadão sobre os serviços oferecidos
formada por servidores concursados, aprovados em certames que pela administração pública, bem como sobre as formas de acesso e
exigem muito preparo. os prazos de execução.
Mas, uma boa parte dos cargos comissionados, a maioria car- Atendentes, motoristas, recepcionistas, dirigentes, telefonis-
gos de gestão, são ocupados por servidores nomeados segundo cri- tas, técnicos, terceirizados, representam uma instituição aos olhos
térios de interresses políticos. Isso gera um quadro onde o servidor do público externo.
tem uma boa formação, mas os chefes são amadores. Tudo e todos comunicam. Cada integrante de uma organização
Além disso, há uma gama de outros funcionários selecionados é um agente responsável por ajudar o cidadão a saber da existência
pelo critério “quem indica”, contratados temporariamente, ou ter- de informações, ter acesso fácil e compreensão, delas se apropriar e
ceirizados, ou para Consultoria e cujos contratos são renovados inú- ter a possibilidade de dialogar e participar em busca da transforma-
meras vezes equivalendo na prática a quase um cargo permanente. ção de sua própria realidade. (DUARTE, Jorge, 2007, p. 68).
Infelizmente há ainda esses que caem de paraquedas no serviço O Estado, portanto, fala por meio de seus servidores. Ao aten-
público. der o cidadão, ele é um braço do Estado em posição estratégica
Entretanto, o que se percebe é que a cena da repartição cheia de porta-voz dos serviços disponíveis e “tradutor” de normas e
de máquinas de datilografia e cadeiras com paletós sobre elas re- procedimentos, incumbido de adequar o conteúdo e a linguagem
pousando, hoje é tão pitoresca quanto rara. a cada demanda e a cada interlocutor. Além disso, também está em
É claro que exames rigorosos para admissão de novos servido- situação privilegiada para captar as impressões, críticas, desejos e
res aumentam a qualidade do funcionalismo , mas não é só isso. É necessidades do público, na medida em que o contato direto coti-
preciso estruturar carreiras no serviço público com cursos obrigató- diano com os cidadãos oferece subsídios para identificar fragilida-
rios e específicos para o setor público. des no atendimento, nos processos, na divulgação dos serviços e na
Os cidadãos estão cada vez mais conscientes de que o serviço própria política.
público que lhe é prestado não é gratuito: é muito caro. Pagam- Lipsky (1980) destaca que esses atores têm informações que
-se tributos de várias espécies, numa complexa configuração fiscal podem indicar caminhos para aprimorar as políticas e promover a
(cumulatividade, bi-tributação, efeito cascata, guerra fiscal, etc...) gestão democrática dos programas. O valor estratégico da media-
que precisam arcar, inclusive, com os custos da burocracia excessiva ção que os servidores fazem entre o Estado e a sociedade, não só
e da provisão para fraudes. como executores, mas também definidores dessa relação, chama a
A sociedade está ciente de que o serviço público deve ser efi- atenção para a análise do seu papel na grande rede social interliga-
ciente e de que o servidor público está ali para servir a sociedade. da ao Estado.
O emprego público deve explorar as habilidades que fizeram o O que alimenta o funcionamento de uma organização é o que o
candidato ser empossado. A remuneração, a depender da carreira, funcionário sabe. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Nessa perspectiva,
deve ser mantida em níveis competitivos ao da esfera privada. Mas, ele é percebido não como cumpridor de planos, mas um negocia-
nada disso visa a efemeridade do “status” que alguns servidores dor, capaz de incentivar o diálogo, coletivizar ideias, formular alter-
públicos apreciam. Tudo visa o fim público, objetiva a satisfação das nativas e articular a ação conjunta.
necessidades coletivas. A complexidade dos problemas sociais requer retroalimenta-
Uma nova política de recursos humanos é necessária. Deverá ção e aprendizagem constantes, decodificação das informações re-
ser permanente e estar em constante aperfeiçoamento, produzin- cebidas, flexibilização de regras e disseminação de conhecimento.
do, na ponta, servidores mais críticos, competentes, inovadores e 10 Fonte: www.metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com.br
Editora
236
236
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Sob essa perspectiva, os servidores se revelam duplamente agen- líticas públicas serem executadas no nível da rua, por funcionários
tes de comunicação pública: como agentes melhor posicionados muitas vezes desconhecedores das políticas conforme o desenho
para contribuir com informações e conhecimento para aprimorar original, desmotivados, sobrecarregados, trabalhando sob situação
os serviços públicos (levando informação do cidadão para o Estado de estresse devido ao alto grau de incerteza inerente à diversida-
e deste para o cidadão) e também como agentes encarregados de de das necessidades dos clientes e aos parcos recursos disponíveis,
efetivar as políticas públicas. quer para o pagamento dos salários, quer para a execução mesmo
A comunicação dirigida face a face pode viabilizar soluções das políticas. (SCHMIDT, 2006, p. 17-18).
cotidianas para os cidadãos que solicitam atenção e esperam por Hogwood e Gunn (1993) listam diversas precondições para a
informações corretas. Além disso, Argenti (2006) afirma que a cre- adequada implementação das políticas públicas. Dentre outros fa-
dibilidade adquirida por meio do relacionamento com grupos espe- tores, eles apontam o acordo sobre os objetivos, a perfeita comuni-
cíficos tende a surtir mais efeito que campanhas e anúncios corpo- cação e coordenação e a obediência aos superiores. Considera-se,
rativos massivos. no entanto, que tais aspectos dificilmente serão totalmente atendi-
As organizações públicas, e especificamente as administra- dos porque os indivíduos tendem a resistir a serem tratados como
ções municipais, que desejam atingir resultados na implantação meios. Eles interagem como seres integrais, trazendo suas próprias
das práticas de comunicação com seus cidadãos precisam utilizar perspectivas.
com eficiência o contato direto com estes, gerando interatividade e Mesmo que a formalidade burocrática vise a padronizar proce-
contribuindo para a constituição de imagem favorável. (GERZSON; dimentos, os servidores têm uma certa liberdade de decisão. Sua
MULLER, 2009, p. 65). adaptação às normas pode ser feita de modo a desvirtuar comple-
Woodrow Wilson, um dos inspiradores do paradigma clássico tamente os objetivos, ampliando ainda mais as cobranças relativas
da administração pública, já em 1887, demonstrava a importância aos procedimentos burocráticos irrelevantes ou promovendo uma
de aproximá-la da sociedade. Ele defendia a eliminação do anoni- adaptação favorável ao cidadão, explicando os trâmites de forma
mato burocrático e a discricionariedade como formas de aumentar simplificada, apontando alternativas ou mesmo flexibilizando as
a responsabilidade e criticava a desconfiança ilimitada nos adminis- normas para melhor atender cada cidadão.
tradores e nas instituições públicas. Assim, as prioridades outorgadas pelos planejadores também
Considerando tais questões, abordar a comunicação pública são influenciadas pelo poder político de instâncias do próprio po-
sob o prisma da relação individual entre servidor e cidadão é uma der público. Destaca-se, então, a importância de focar a tríade go-
tentativa de compreender as estratégias e os mecanismos envolvi- verno-servidor-cidadão na comunicação pública. Entende-se, neste
dos na comunicação formal e informal e o modo como os servidores caso, que o governo é o agente do primeiro escalão, responsável
lidam com os interesses e as demandas dos cidadãos. por grandes decisões e por formatar e planejar a implantação das
Chamar a atenção para o papel dos servidores na adequação políticas públicas. Por outro lado, considera-se que tanto a política
das políticas governamentais é considerar que ações públicas não quanto a comunicação pública direcionadas ao cidadão só se efeti-
são isentas. Elas trazem a marca dos interesses e das percepções de vam na ação, e o servidor que as implementa pode alterar o curso
seus executores, o que pode causar distorções entre as necessida- delas.
des dos cidadãos e o que o Estado lhes oferece. (SKOCPOL, 1985). Do ponto de vista comportamental, muito do que se sabe so-
Busca-se, portanto, destacar a necessidade de considerar que o Es- bre as estratégias de interação entre os servidores e os cidadãos
tado se submete não só a interesses localizados na sociedade, mas deve-se às pesquisas empíricas desenvolvidas por Lipsky (1980). O
também aos interesses de seus próprios membros. autor afirma que os servidores públicos desenvolvem um conjunto
Segundo Rhodes (1986), implícito à concepção de redes está o de estratégias que são postas em ação de acordo com o tipo de
argumento de que a implementação é um elemento-chave no pro- demanda existente.
cesso político, pois os objetivos iniciais podem ser substancialmen- Chamado de “burocrata no nível da rua”, por Michael Lipsky
te transformados quando levados à prática. (1980), o servidor focado nesse estudo trata-se de um prestador de
Porém, a concepção tradicional da administração pública pres- serviços públicos, diretamente atuante na oferta desses serviços e
supõe que as políticas são implementadas tal como foram planeja- com contato pessoal com os usuários. A burocracia de nível de rua
das, desconsiderando o contexto e as especificidades de quem as (street level bureaucracy) considera que os escalões mais baixos são
implementa e de quem as recebe. Focar as redes numa perspectiva essenciais para o funcionamento efetivo e prega que a aproxima-
micro possibilita perceber in loco como, de fato, a implementação ção ajuda a definir a relação entre Estado e sociedade. (FERRAREZI,
das políticas é efetivada. 2007).
O distanciamento hierárquico e a falta de interação entre os Dasso Junior (2002) destaca que o papel a ser desempenhado
formuladores (agentes políticos) e implementadores (agentes ad- pelos servidores diante da necessidade de flexibilizar procedimen-
ministrativos) podem gerar distorções em ambos os processos, re- tos burocráticos incongruentes com a realidade dos atendimentos
fletidas na distância entre a política planejada e a política que chega passa por reconstruir a capacidade analítica do Estado. É preciso
ao cidadão. A implementação dos programas criados nos níveis hie- “dotar a administração pública de capacidade para dar respostas
rárquicos superiores pode diferir do que foi proposto, por diversos às demandas sociais, definidas através de processos participativos”.
motivos: a falta de entendimento, a não explicitação dos objetivos, (DASSO JUNIOR, 2002, p. 13). Para isso, o autor defende a flexibili-
os interesses políticos de quem implementa a ação, a (re)significa- zação e redução da estrutura hierárquica, bem como a inclusão dos
ção em função da vivência e percepção do servidor, ou mesmo a servidores na formulação e gestão das políticas.
adaptação consciente às condições de trabalho ou às condições es- “O instrumento fundamental de ação do servidor é a informa-
pecíficas dos cidadãos atendidos. ção, o que requer capacidade de captar, transferir, disseminar e uti-
Dentre os fatores que podem levar a essa desconexão está o lizá-la de forma proativa e interativa.” (JUNQUEIRA; INOJOSA, 1992,
fato de que os trabalhadores que estão em suas atividades diárias p. 29). Mas, para alterar o formato instrumental de comunicação, é
em contato direto com os cidadãos possuem suas próprias referên- preciso vencer resistências e posições arraigadas. A construção de
cias; eles agem em respeito a elas (...). É relevante o fato de as po- relacionamentos requer a superação de barreiras como a resistên-
Editora
237
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
cia de gestores e servidores historicamente acostumados com es- Ao estabelecer vínculos internos e externos entre diferentes
truturas hierarquizadas e com um processo verticalizado e marcado conjuntos de ação, a análise das redes de comunicação possibilita
pela apropriação e pelo controle da informação. estabelecer nexos explicativos entre as relações dinâmicas do sis-
Ao se analisar o Estado após o processo de redemocratização tema do “nós” da comunidade de comunicação com o ecossistema
do Brasil, é possível verificar que a incapacidade de os governos externo do “eles” possibilitando, inclusive identificar suas dialéticas
centrais darem respostas a demandas sociais cada vez mais com- na definição cognitiva de um campo de ação comum. (HANSEN,
plexas, diversas e conflitantes, cujos atores reivindicam atenção di- 2006, p. 2-3).
ferenciada, resulta na descentralização administrativa. Dentro das organizações, pode-se utilizar a metodologia de
Embora tal medida, baseada no modelo da nova gestão públi- rede para identificar relações de cooperação e conflito, bem como
ca, busque proporcionar mais flexibilidade e autonomia para apro- para avaliar a influência da hierarquia e de interesses individuais
ximar as estruturas de decisão dos cidadãos, a tendência dos gover- nas relações, as interações dentro dos setores e transetoriais, as
nos em implementar políticas autorreferentes persiste. Verifica-se competências e as relações de poder. No aspecto das redes exter-
uma proliferação de decisões “por um pequeno círculo que se loca- nas, cabe considerar o atendimento, a captação de informações
liza em instâncias enclausuradas na alta burocracia governamental”. que possibilitem adequar às demandas e as relações estabelecidas
(DINIZ, 1998, p. 34). com outras organizações.
Assim, o desenho institucional trazido pela nova administração Se por um lado, a análise de redes sociais trabalha com os mes-
pública aumentou o isolamento dos decisores. (DINIZ, 2000). Via de mos instrumentos de captação de dados utilizados pelas ciências
regra, eles trabalham em gabinetes distantes dos pontos de atendi- sociais: questionários, entrevista, análise documental; por outro,
mento e não mantêm contato frequente com os cidadãos atingidos ela oferece novas possibilidades na análise de tais dados.
por suas decisões. Por outro lado, a maioria daqueles que mantêm
contato cotidiano com os cidadãos no processo de implementação A análise de redes sociais tem uma dimensão propriamente so-
e disponibilização das políticas, nos balcões de atendimento, repre- cial e comunicacional, que permite traçar os elos, as interações e as
sentando o governo em reuniões com os diferentes grupos asso- motivações dos atores em função do convívio (concreto ou virtual) e
ciativos da sociedade civil, ou executando políticas de educação, dos interesses e dos objetivos compartilhados. (MARTELETO, 2010,
saúde, habitação, infraestrutura e assistência social, exerce suas p.39)
funções longe dos níveis hierárquicos estratégicos. Não raro, seu Nessa rede cujos nós são conectados pela relação que estabe-
papel é considerado inexpressivo no modelo top-down de imple- lecem, percebe-se que não só emissor e receptor se ajustam e se
mentação de políticas. influenciam na interação como também recebem outras influências
A participação no gerenciamento pode criar motivação para o diretas e indiretas. A análise de redes sociais possibilita mapear e
trabalho e mais independência além, é claro, de proporcionar mui- analisar não apenas a mútua afetação, mas múltiplas afetações de-
tos benefícios para a instituição, que poderá entender melhor as correntes das interações intraorganizacionais e sociais mais amplas.
demandas do cidadão, ao mesmo tempo em que o beneficia com No enfoque da rede, ter prestígio significa ser um ator que re-
um atendimento mais adequado. cebe mais informações do que envia. (WASSERMAN; FAUST, 1999,
Resolver problemas, seguidas vezes partindo do zero e utilizar p. 173). Sendo assim, a partir da análise das ligações é possível
esforços em duplicata são, segundo Davenport e Prusak (1998), prá- identificar indivíduos mais bem posicionados em relação ao fluxo
ticas comuns nas quais o conhecimento14 de soluções já criadas relacional e que, em razão desta posição, possuem maior poder de
não é compartilhado. Os autores destacam que há um saber oculto, influenciar a comunicação entre os indivíduos com os quais se re-
em estado latente no processo de trabalho e na mente dos traba- lacionam.
lhadores, que pode ser conhecido e socializado. A transferência de A análise de rede aponta o poder de influência dos atores com
conhecimento nas organizações também ocorre nas conversas in- base em diferentes aspectos posicionais. Ela identifica não só os
formais e contatos pessoais. O desafio é transformar o conhecimen- líderes de opinião, caracterizados como aqueles que mais influen-
to latente em linguagem comunicativa, de modo a incorporá-lo ao ciam as atividades, os relacionamentos e as informações na rede,
processo de trabalho e ao patrimônio da instituição. mas também os membros pelos quais passam os fluxos mais in-
Tal como destacam tais autores, se a realidade política de uma tensos, aqueles que mais intermedeiam contatos ou aqueles cujo
organização permite que se multipliquem enclausuradores do co- potencial pode ser melhor explorado; além das conexões diretas
nhecimento, o intercâmbio será mínimo. Eles defendem que, ao e indiretas, o grau de reciprocidade; a interação dentro e entre os
invés de as informações serem represadas nos altos escalões ou subgrupos e a coesão das relações. De forma análoga, também é
mesmo em nível gerencial, elas tenham fluxo entre os níveis hie- possível identificar aqueles que constituem barreiras, comprome-
rárquicos e cheguem à ponta, aos funcionários que representam tendo o processo comunicacional.
diretamente a organização nos atendimentos cotidianos. Assim, a Assim, a análise da comunicação organizacional, sob o prisma
informação constituiria não só recurso estratégico para o planeja- das relações em rede, possibilita responder questões como: com
mento, controle e tomada de decisão, mas também para embasar quem cada indivíduo busca informação sobre determinado assun-
as ações cotidianas. to; quais deles se conhecem ou quem tem acesso a quem; com que
frequência trocam informações; se os colegas sabem com quem
Análise de redes sociais na comunicação organizacional buscar cada tipo de informação; se utilizam tais fontes; que tipo de
A abundância de fluxos e demandas informacionais requer relação estabelecem. Mais que responder tais questões, a análise
reconhecer a organização como ator social com influências mul- demonstra como cada aspecto influencia a estrutura de relações
tidirecionais. Nessa perspectiva, a rede não é apenas uma cadeia do grupo.
de vínculos, mas também uma maneira de analisar e entender os A rede considera a dinâmica dos objetos empíricos das ciên-
processos de comunicação no contexto das organizações de uma cias sociais e, portanto, é mutável. Ela possibilita indicar mudan-
forma dinâmica e próxima da prática cotidiana, considerando-se as ças e permanências nos modos de comunicação e transferência de
relações que as constituem.
Editora
238
238
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
informações, nas formas de sociabilidade, aprendizagem, autorias, como bem utilizar esta ferramenta. Saber comunicar é um atributo
escritas e acesso aos patrimônios culturais e de saberes das socie- que todos nós possuímos, porém, alguns sabem utiliza-la melhor
dades mundializadas. (MARTELETO, 2010, p. 28). do que os outros.
Com isso, as redes constituem um meio de aprimorar a comu- É preciso que a comunicação, como ferramenta, seja usada em
nicação, respeitando a autonomia e as diferenças individuais, onde benefício do indivíduo e da empresa.
cada um constitui uma unidade em si, único em forma e posição. Um grande engano ocorre quando se confunde comunicação
Ao considerar a capacidade e os recursos informacionais de cada com falar. Comunicação é muito mais do que simplesmente o ato da
membro e sua competência em compartilhá-los, a rede possibilita fala. Ela envolve outros sentidos que, na maioria das vezes, não são
melhor promover articulações tanto na concepção quanto na exe- considerados como importantes. Ver, ouvir, sentir são, constante-
cução de suas funções. mente, esquecidos quando se discute o processo de comunicação.
A comunicação no contexto das organizações como processo Muitas pessoas falam, e por não saber COMUNICAR provocam da-
relacional entre seus membros e destes com redes externas não é nos irreparáveis na sua rede de relações humanas, principalmente
restrita às relações hierárquicas e aos meios formais. Mais que as na rede de relacionamentos profissionais.
estratégias utilizadas pelos meios de comunicação institucional e Muitas pessoas escutam mas não ouvem, muitas olham mas
mais ainda que os aspectos estritamente hierárquicos, analisar a não vêem. Ouvir requer muita prática e paciência. Requer a capaci-
comunicação nesse contexto requer uma abordagem a partir dos dade de saber segurar o impulso da impaciência para deixar a outra
vínculos, construídos intencionalmente ou não e que estão em pessoa se expressar. Quando realmente estamos ouvindo, uma for-
constante interação e transformação. te conexão é estabelecida entre nós e o outro. Uma ligação invisí-
vel que nos conecta e nos permite ocuparmos o lugar do outro, e
A comunicação não é algo estanque. Ela existe a partir de uma com isso conseguimos entender melhor que esta outra pessoa é e
rede de relações que produz múltiplos sentidos. Nessa concepção, a o que ela deseja. Quando você estiver ouvindo, foque sua atenção
proposta é abordar a comunicação organizacional como um proces- somente na outra pessoa. Escute, veja, sinta o que ela tem a di-
so social capaz de reconfigurar-se e reconfigurar continuamente a zer. Escute não somente o que está sendo dito, mas preste atenção
organização. Ao mesmo tempo em que ela constitui a realidade da principalmente no que não está sendo dito.
organização, ela modifica estruturas e comportamentos.
Embora a análise de redes possibilite mapear o fluxo informal ‘Leia’ a expressão corporal, sinta a energia transmitida, veja a
de informações, percebe-se que os atores mais centrais são os líde- luz que brilha no olhar do outro. Quando você realmente souber
res formais. Gerentes e coordenadores possuem grande influência ouvir um mundo de oportunidades surgirá. Ouça seus clientes, sua
sobre o fluxo de informação. A unilateralidade das relações aponta família, seus amigos e você aprenderá muito com eles; principal-
uma reduzida permeabilidade da rede ao cidadão. Os atendentes, mente a ouvir você mesmo. Ouça, pergunte, compreenda e, só en-
cuja função é manter contato direto com o cidadão, em geral, es- tão, dê a sua resposta.
tão à margem. Atores periféricos, eles interagem com o ambiente
externo e captam novos elementos que poderiam possibilitar a ino- Saber ouvir
vação dentro da rede. No entanto, sua tímida participação no envio Um ouvinte eficiente é aquele que ‘ouve’ com todos os seus
de informações para os demais faz com que grande parte dessas sentidos, emoções e sentimentos. Um bom ouvinte deve ser capaz
informações se percam. de pensar rapidamente para sintetizar e encontrar prontas respos-
Considerando o servidor como ator com grande potencial não tas para aquilo que o transmissor está comunicando. Saber ouvir
só para a definição e implementação de políticas públicas, como exige reflexão, questionamento e poder de síntese sobre aquilo que
também para a participação individual do cidadão, o mapeamento está acontecendo.
da rede e a análise das relações indicam a necessidade de incentivar
o aumento da densidade das relações e a reciprocidade dos laços. Empatia e a Comunicação
O histórico de reformas administrativas e a influência dos di- A empatia é uma forma de compreensão definida como: capa-
versos modelos de gestão pública emergem. A rede está inserida cidade de perceber e de compreender os sentimentos de uma outra
no centro da aposta de uma administração gerencialista focada em pessoa. Uma condição psicológica que permite a uma pessoa sentir
metas e resultados. No entanto, a reprodução do organograma nas o que sentiria caso estivesse na situação e circunstância experimen-
relações informais é um indicativo da influência do padrão burocrá- tada por outra pessoa.
tico de administrar. Um olhar, um tom de voz um pouco diferente, um levantar de
Desconsiderar a ponte entre a rede intraorganizacional e a rede sobrancelhas, podem comunicar muito mais do que está contido
extraorganizacional do órgão como elemento estratégico de acesso em uma mensagem manifestada através das palavras.
ao cidadão por meio da interação pessoal é criar uma barreira. É
por meio da interação entre as redes que elas se renovam. A troca Comunicação não-verbal
de informações é que as torna dinâmicas e possibilita inovações. A expressão não-verbal é um poderoso complemento, e às ve-
zes um substituto, para a mensagem verbal. Apesar da expressão
A comunicação é a utilização de qualquer meio pelo qual uma corporal assumir até mais importância do que a expressão verbal
mensagem é transmitida. Podemos dizer que a comunicação é a ela é comumente posta em segundo plano. Quando você estiver
transmissão de um modo de pensar, de ser e de sentir. Seu objetivo se comunicando com seu cliente preste atenção nos sinais que seu
é influenciar com o objetivo de se obter uma reação específica de corpo e o do seu cliente estão emitindo. Saiba ler nestas entre li-
quem recebe a mensagem. nhas e garanta melhores negócios. Seja simples e natural.
É através da comunicação que as pessoas conseguem expressar A comunicação, quando eficaz, se dá através de atos simples
suas emoções, motivar outras pessoas, transmitir fatos, opiniões e e naturais, resultados de treino e observação. A simplicidade e a
experiências. É preciso que se tenha um bom conhecimento sobre naturalidade estão presentes quando identificamos e afastamos os
obstáculos que interferem na comunicação.
Editora
239
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
O que é comunicação? conversa. Somente depois descobrimos que não era nada daqui-
É uma busca de entendimento, de compreensão. É uma liga- lo que iria falar, correndo o risco de criarmos uma barreira ainda
ção, transmissão de sentimentos e de ideias. Ao se comunicar o in- maior.
divíduo coloca em ação todos os seus sentidos com o objetivo de • É preciso estar aberto à cordialidade. Nunca será demais
transmitir ou receber de forma adequada a mensagem. estarmos dispostos a desejar um bom dia, pedir desculpas, dizer
A comunicação na Administração Pública volta-se à: obrigado, pedir por favor... e a sorrir. Às vezes, gestos como estes
• Comunicação assertiva – utiliza técnicas que desenvolvem desarmam mecanismos de defesa e formas de ser não muito dadas
uma linguagem corporal e verbal capaz de garantir segurança e cre- ao contato pessoal, ao diálogo e à interação.
dibilidade em reuniões e contato com clientes internos e externos,
além de contribuir para a adequada transmissão de informações O exercício de se colocar no lugar do outro (empatia) permite
perante as equipes de trabalho; fazer da comunicação um importante instrumento de fortalecimen-
• Comunicação eficaz para multiplicadores internos – foca o to das relações interpessoais.
corpo técnico do órgão público, com o objetivo de potencializar a Gaudêncio Torquato destaca as funções da comunicação na Ad-
comunicação dos colaboradores, aprimorando a sua atuação em ministração Pública:
reuniões e contato com clientes por meio de uma linguagem dinâ- Um dos modos eficientes de planejar a comunicação na admi-
mica, segura e objetiva. nistração púbica é espelhar seus programas em um leque de fun-
ções. A seguir, um pequeno roteiro com 10 funções.
Barreiras ocorrem quando a comunicação se estabelece mal ou
não se estabelece entre pessoas ou entre grupos. Daí resultam al- 1. A comunicação como forma de integração interna – dia-
guns fenômenos psíquicos (CIEE, 2013): pasão
• Ruído é a interrupção da comunicação através de mecanis- Função: ajustamento organizacional. Os ambientes internos,
mos externos, sons estranhos à comunicação, visualizações que alimentados por eficientes fontes de comunicação, motivam-se e
comprometem a comunicação, ou mecanismos utilizados pelo locu- integram-se ao espírito organizacional, contribuindo de forma mais
tor, que seja incompreendido pelo interlocutor. A partir do momen- eficaz para a consecução das metas.
to em que se elimina o ruído a comunicação tende a se estabelecer.
• Bloqueio é a interrupção total ou provisória da comunicação 2. A comunicação como forma de expressão de identidade –
e paradoxalmente parecem comprometer menos a evolução da co- tuba de ressonância
municação do que a filtragem. Função: Imagem e credibilidade. O Poder Executivo sofre cons-
• Filtragem é o mecanismo de seleção, danosa, dos aspectos tantemente da desintegração das estruturas e equipes, o que acaba
da comunicação que erroneamente interessam aos interlocutores. gerando dissonância na comunicação. E dissonância fragmenta a
identidade governamental. A comunicação integrada e comandada
De acordo com o CIEE, o surgimento de um bloqueio obriga os por um polo central tem condições de equacionar esse problema.
interlocutores a questionar suas comunicações e geralmente lhes O poder legislativo carece de um planejamento de comunica-
permite reatá-las e restabelecê-las em clima mais aberto e em uma ção externa, voltado para traduzir todas as funções e atividades,
base mais autêntica. Desde que cada interlocutor, tenha tomado salvaguardando a imagem da instituição. O poder judiciário, o mais
consciência de que neles, e entre eles, existam obstáculos às suas fechado, carece da mesma intensificação de programas de comuni-
trocas. Em caso de filtragem, a comunicação tende a acompanhar- cação externa.
-se de reticências e de restrições mentais, degradando-se pouco a
pouco em mensagens cada vez mais ambíguas e equivocadas. 3. A comunicação como base de lançamento de valores
Função: expressão de cultura. O sistema de comunicação é fon-
Alguns aspectos podem ser refletidos com a finalidade de mini- te de irradiação de valores. No planejamento, um conjunto de prin-
mizar as barreiras na comunicação, segundo o CIEE: cípios valorativos se faz necessário para alimentar a cultura interna
• Comunicação é sempre uma via de mão dupla. Uma das me- e projetar o conceito junto aos diversos públicos-alvo. Os valores
lhores maneiras de fortalecer a comunicação é desenvolver a ha- devem estar centrados no interesse e no papel da instituição, não
bilidade não apenas de falar, mas de ouvir também. Dar a atenção nos interesses do dirigente. É claro que ele irá imprimir a sua marca,
completa, inclusive com os olhos e as expressões faciais. Quando mas a identidade institucional é o foco principal.
concentramos nossa atenção, mostrando que não estamos apenas
escutando com os ouvidos, poderemos nos identificar com o que a 4. A comunicação como base de cidadania
outra pessoa está sentindo ou experimentando. Consequentemen- Função: direito à informação. A comunicação deve ser enten-
te, a pessoa que nos fala também nos dará a atenção que deseja- dida como um dever da administração pública e um direito dos
mos quando formos nós os locutores. usuários e consumidores serviços. Sonegar tal dever e negar esse
• É preciso o momento certo para se comunicar. Às vezes pas- direito é um grave erro das entidades públicas. Os comunicadores
samos por cima dos sentimentos das pessoas, sem observarmos se precisam internalizar esse conceito, na crença de que a base da ci-
estão preparadas para ouvirem determinadas coisas ou se aquele dadania se assenta também no direito à informação.
momento é adequado para uma conversa mais séria. É preciso boa
vontade e discernimento para saber qual a melhor ocasião para que 5. A comunicação como função orientadora do discurso dos
o diálogo seja eficaz. dirigentes
• A precipitação ao responder pode ser prejudicial. Esperar o Função: assessoria estratégica. Essa é uma das mais relevan-
outro terminar de dizer o que pensa, para que então se possa emitir tes funções da comunicação. Trata-se de elevar o status do sistema
o próprio pensamento, pode ser uma grande arma para resolver de comunicação ao patamar estratégico de orientação das cúpulas
uma barreira de comunicação. Às vezes pensamos que sabemos o dirigentes. Essa função exige dos comunicadores boa bagagem con-
que o outro vai dizer e, sem vacilar, cortamos o seu momento na ceitual e cultural.
Editora
240
240
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
6. A comunicação como forma de mapeamento dos interes- públicas, tanto no campo empresarial como no governamental, de
ses sociais imprensa, publicidade, até as técnicas e práticas do lobby”. Em úl-
Função: pesquisa. Há de se considerar a prospecção ambiental tima instância, Margarida Kunsh conclui que a comunicação insti-
como ferramenta importante do planejamento estratégico de co- tucional,através das relações públicas, destaca os aspectos relacio-
municação. Afinal de contas, a pesquisa é que detecta o foco, os nados com a missão, os valores e a filosofia da organização e soma
eixos centrais e secundários, as demandas e expectativas dos re- para o desenvolvimento do que chama de subsistema institucional,
ceptores. compreendido pela “junção desses atributos.” Como comunicado-
res e formadores de opinião que somos, com a utilização dessa im-
7. A comunicação como forma de orientação aos cidadãos portante ferramenta, temos o poder de passar a informação de for-
Função: educativa. Nesse aspecto, a comunicação assume o ma positiva sem nos esquecer, entretanto, de que a comunicação
papel da fonte de educação, pela transmissão de valores, ideias e institucional deve passar veracidade e confiabilidade.
cargas informativas que sedimentarão a bagagem de conhecimento Por sua vez, a comunicação interpessoal é informal e acontece
dos receptores. quando pessoas trocam informações entre si, troca que pode ser
direta e imediata ou pode ser indireta e mediada, conforme Dante
8. A comunicação como forma de democratização do poder Diniz Bessa (2006). No primeiro caso, as pessoas estão cara a cara
Função: política. Compartilhar as mensagens é democratizar o e se relacionam, principalmente, por meio da fala e da gesticula-
poder. Pois a comunicação exerce um poder. Assim, detém mais po- ção, como, por exemplo, quando conversam em algum ambiente
der quem tem mais informação. Nas estruturas administrativas, tal informal (em uma festa ou no intervalo do trabalho, por exemplo)
poder é maior nas altas chefias. E quando se repartem as informa- e contam histórias; relatam acontecimentos; descrevem pessoas;
ções por todos os ambientes e categorias de públicos, o que se está dizem o que leram no jornal; avisam da chegada de alguém, contam
fazendo, de certa forma, é uma repartição de poderes. piadas, entre outros.
Já a comunicação indireta e mediada acontece quando as pes-
9. A comunicação como forma de integração social soas estão distantes e não podem se enxergar nem escutar uma
Função: social. A comunicação tem o dom de integrar os gru- a outra. Nessa situação, elas precisam usar algum meio que lhes
pos pelo elo informativo. Ou seja, quem dispõe das mesmas infor- possibilite a troca de informações, transportando a voz ou os gestos
mações pode entender melhor seus semelhantes, dialogar, colocar- que uma faz até a outra. Os meios utilizados podem ser variados
-se no lugar do interlocutor. A comunicação, como a língua, exerce (telefone, carta, computador), mas uma vez usado um meio, ele
o extraordinário poder de integrar as comunidades, unindo-as em estará mediando (intermediando) a comunicação entre as pessoas
torno de um ideal. (BESSA, 2006).
Conforme Bessa (2006), “há uma semelhança fundamental en-
10. A comunicação como instrumento a serviço da verdade tre os dois tipos de comunicação: ambos são relações sociais que
Função: ética. Não se deve transigir. A verdade deve ser a fonte colocam as pessoas em interação no próprio ato da troca de infor-
de inspiração da comunicação pública. Até porque a mentira e as mações”
falsas versões acabam sendo desmascaradas. A comunicação preci-
sa servir ao ideário da ética, valor básico dos cidadãos.11
A comunicação pode ser formal e informal. A comunicação ins- ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL
titucional é formal e diz respeito a qualquer tipo de informação que
tenha caráter oficial de uma instituição pública ou privada.
De acordo com Aluízio Ferreira (1997, 236), “é toda informação Administração de recursos humanos
cuja fonte ou proveniência seja uma entidade ou órgão estatal, ou
um ente privado que realize atividades que tenha caráter público”. Finalidades da gestão de pessoas
Em Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada, Gestão de Pessoas ou Administração de Recursos Humanos
Margarida Maria Krohiling Kunsch (2003, 165) afirma que “a comu- (ARH) é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir
nicação institucional é a responsável direta, por meio da gestão es- os aspectos da posição gerencial relacionados com as “pessoas” ou
tratégica das relações públicas, pela construção e formação de uma recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento,
imagem e identidade corporativas fortes e positivas de uma organi- recompensa e avaliação de desempenho. É o conjunto de decisões
zação. A comunicação institucional está diretamente ligada aos as- integradas sobre as relações de emprego que influencia a eficácia
pectos corporativos institucionais que explicitam o lado público das dos funcionários e das organizações (CHIAVENATO, 1999, p.8). Seus
organizações, constrói uma personalidade creditiva organizacional objetivos são:
e tem como proposta básica a influência político-social na socieda- • Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua
de onde está inserta”. Uma definição objetiva e simples de comuni- missão;
cação institucional é a de Abílio da Fonseca (1999, 140), professor e • Proporcionar competitividade à organização;
especialista em relações públicas de Portugal, que a designa “como • Proporcionar à organização, empregados bem treinados e
conjunto que é de procedimentos destinados a difundir informa- bem motivados;
ções de interesse público sobre as filosofias, as políticas, as práticas • Aumentar a auto-realização e a satisfação dos empregados
e os objetivos das organizações, de modo a tornar compreensíveis no trabalho;
essas propostas”. Para Gaudêncio Torquato do Rego (Apud Kunsh, • Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho;
2003), “a comunicação institucional objetiva conquistar simpatia, • Administrar a mudança;
credibilidade e confiança, realizando, como meta finalista, a influ- • Manter políticas éticas e comportamento socialmente res-
ência político-social, a partir da utilização de estratégias de relações ponsável.
11. Obtido em http://votoemarketing.blogspot.com.br/2010/02/fun-
coes-da-comunicacao-na-administracao_28.html
Editora
241
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Durante muito tempo as organizações consideraram o capital executivos, unidades de negócio e gestores de linha; esse tipo de
financeiro como a principal fonte de desenvolvimento. Todavia consultoria deve estar ligado às necessidades específicas de cada
atualmente percebe-se que a força para o desenvolvimento das or- área, oferecendo serviços ligados às competências essenciais da
ganizações está nas pessoas. Empresas tiveram seu desenvolvimen- área e aos aspectos de diferenciação que sejam chave para o ne-
to comprometido pela inabilidade na seleção de pessoas; por falta gócio. Em terceiro lugar, a área deve oferecer mais apoio e serviços
de boas ideias; por falta de potencial criativo; falta de entusiasmo e estratégicos para a direção da organização. Esta terceira opção é
motivação da equipe; falta de conhecimentos e competências e não vista pelos autores como o futuro da área e envolve significativas
pela falta de recursos financeiros (Chiavenato, 2005). mudanças, que devem ser feitas na mesma velocidade e às mes-
No trabalho de César et. al. (2006), destaca-se que a estratégia mas condições de custo exigidos para o negócio em si. Além disto,
e o planejamento de RH têm mudado e crescido significativamente Ashton et al. (2004) propõem seis características para que a área de
nos últimos vinte e cinco anos (GUBMAN, 2004), fato revelado pelas RH seja estratégica:
mudanças da área de RH no período. Viu-se uma evolução desde I – Foco na estratégia do negócio, baseada na compreensão do
o pensamento pouco estratégico (anterior aos anos da década de negócio em si;
1980 e que resumia a área de RH ao DP – Departamento Pessoal), o II – medidas de desempenho dos objetivos que sejam alinhadas
aparecimento de estratégias funcionais (década de 80), a proposta aos objetivos do negócio;
de desenvolvimento de capacidades estratégicas (nos anos iniciais III – alta competência na análise de causa e efeito, priorização
da década de 90) até a visão atual, de busca de alinhamento da e execução de programas da área, o que envolve habilidades ana-
área aos resultados estratégicos. Essas mudanças na área de RH es- líticas;
pelharam-se nas mudanças do mercado de trabalho e das rupturas IV – excelência em serviços de relacionamento e competências
verificadas no pensamento relacionado às estratégias de negócios, para desenvolver o nível de tecnologia da informação;
notadamente na discussão que se fez relacionada à competitividade V – atuação na estrutura da organização e no desenvolvimento
e ao desenvolvimento de competências essenciais para o negócio. de capacidades que estejam alinhadas a ambientes que exigem alto
desempenho;
ANTES AGORA VI – oferta de gestão de relacionamentos de modo a equilibrar
oferta, demanda e expectativas de clientes internos, escolhendo
• operacional • estratégica prioridades e alterando alvos, sempre que necessário. Em outras
• foco no curto prazo • foco no longo prazo palavras, é preciso que gestores da área de RH pensem como ges-
• papel administrativo • papel consultivo tores do negócio o que, segundo os autores, tradicionalmente não
• ênfase na função • ênfase no “negócio” ocorre, vez que gestores de RH não adotam as crenças dos outros
• foco no público interno • foco públicos interno e altos gestores e não atuam como tal.
• reativa/solucionadora de externo
problemas • proativa e preventiva
Percebe-se que os gestores e áreas de RH precisam migrar de
• foco no processo e • foco nos resultados
um modelo mais transacional para atuarem como parceiros estra-
atividades
tégicos do negócio. Esta visão estratégica da área de Recursos Hu-
Figura – Síntese das mudanças na função de RH
manos é essencial para que uma empresa se expanda globalmente.
Fonte: Helena Tonet
Globalização, tecnologia e mudanças sociais têm contribuído para a
emergência de mercados e competidores, crescentes pressões de
Enquanto as estratégias funcionais prendiam-se às funções
acionistas e desafios crescentes em relação a custos, tempo de de-
clássicas da área de RH, voltadas para atender a alguma demanda,
senvolvimento de produtos e serviços, e qualidade. As organizações
as capacidades estratégicas tinham como foco o estudo da cultura,
precisam que as funções de RH estejam alinhadas ao propósito da
das competências e do desenvolvimento do comprometimento dos
organização, de modo que as mesmas dêem suporte à estratégia do
empregados para que a empresa alcançasse seus objetivos.
negócio (ASHTON et al., 2004).
A visão atual pressupõe que a área de RH dê conta: da atração,
A questão é ser estratégico quando se tem tempo e recursos
provimento e retenção de pessoas; do alinhamento, mensuração
apenas para o operacional, desafiando a área de RH a estruturar-se
e remuneração alinhada à performance da empresa e dos empre-
para criar maior valor às organizações. David Ulrich (1988) sugere
gados; do controle de investimento em pessoas, de acordo com as
cinco ações para que RH crie valor para a organização:
demandas da empresa (GUBMAN, 2004). Dentro desta nova visão,
I. Entender o mundo externo;
estratégica, o foco da área de RH é móvel, conforme as mudanças
II. Definir e atender os stakeholders (funcionários, clientes,
no cenário no qual a organização está imersa, mudanças estas que
investidores e gerentes de linha);
podem interferir no mercado de trabalho ou no resultado da em-
III. Atualizar e inovar as práticas de RH (pessoas, performance,
presa. Assim, dá-se importância a ações diferentes dentro da área,
informação e trabalho);
dependendo das exigências da organização para um determinado
IV. Reger a organização de RH e definir uma estratégia de
momento.12
recursos humanos;
Ashton et al. (2004) apontam que a área de RH tem três capa-
V. Assegurar o profissionalismo dos funcionários de RH por
cidades-chave que devem atuar de maneira simultânea para ajudar
meio de suas atuações e competências.
as empresas a serem competitivas: em primeiro lugar, distribuir os
serviços relacionados a processos de RH, de modo que todos os
Estas ações nada mais são do que parte das competências
empregados possam ter acesso aos canais internos ou externos
de qualquer gestor de área de uma organização Assim, Wessling
a eles relacionados. Em segundo lugar, estabelecer serviços de
(2008) defende que a área de RH deve olhar o negócio com lente
consultoria de gestão de RH que funcionem como parceiros para
estratégica e realizar mudanças profundas e significativas no modo
12. Ana Maria Roux Valentini Coelho CÉSAR; Roberto CODA; Mauro Neves GARCIA.
de operar, alinhando seu novo papel junto aos clientes internos; de-
Um novo RH? – avaliando a atuação e o papel da área de RH em organizações
brasileiras. FACEF PESQUISA – v.9 – n.2 – 2006. finir, remanejar e treinar suas competências, e adequar os sistemas
Editora
242
242
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
de RH com foco nos resultados, uma vez que a Gestão de Pessoas lideranças (supervisores/gerentes) das organizações. A função
contribui com o dinamismo, a agilidade e a competitividade pró- dos profissionais de Recursos Humanos é de buscar ferramentas e
prias das organizações de sucesso. práticas modernas de gestão de pessoas para facilitar, dar suporte
A área de RH deve estar totalmente alinhada à cultura da e apoiar as lideranças na fixação das estratégias, na implementação
empresa, pois a compreensão dos vínculos construídos dentro do dos processos de mudança organizacional, e nos processos de
ambiente de trabalho é a etapa inicial para o desafio de gerir as aprendizagem e desenvolvimento das pessoas; estimular o autode-
pessoas. Para Soledade (2007), é através do entendimento dos senvolvimento das pessoas; manter os referenciais da organização
elementos constituintes da cultura que é possível compreender transparente.
os mecanismos de interação entre os colaboradores e as tarefas As organizações necessitam de profissionais de RH que tenham
que executam, sendo possível destacar ainda os seguintes fatores perfil generalista e não mais de especialistas, dando maior abran-
críticos de sucesso: gência às atividades e responsabilidades, devendo possuir maior
I – Desenvolvimento de lideranças capazes de alinhar as expec- qualificação e capacitação profissional (Resende e Takeshima,
tativas do grupo com os objetivos da empresa, criando as condições 2000). Deve-se atentar para:
de reciprocidade essenciais para atingir um desempenho que aten- a) GESTÃO ESTRATÉGICA DE RH: Integrar-se com os objetivos
da às pressões internas e externas da organização. As lideranças maiores da organização e como suporte mais efetivo às áreas pro-
devem ser legitimadas tanto pelo enfoque do empregado quanto dutivas e de negócios, favorecendo o cumprimento de suas metas
pelo da empresa, para que possam efetivamente atuar como elos (Resende e Takeshima, 2000)
entre estes dois polos, buscando atuar de maneira conciliatória na b) GESTÃO INTEGRADA DE RH: Entrosar as atividades, os pro-
resolução dos conflitos surgidos. jetos, planos e sistemas para garantir que a missão e objetivo da
II – Busca da melhoria da eficiência dos grupos, calcada nos área sejam cumpridos, obtendo sinergia nas funções principais de
atributos pessoais, cooperação intra e interequipes, capacidade de recursos humano(Resende e Takeshima, 2000).
adaptação e desenvolvimento de compromisso entre colaborado-
res e empresa. Das mudanças organizacionais em curso, destacam-se:
III – Livre fluxo de informações, tendo cada componente do • Horizontalização das estruturas, redução de níveis hierárqui-
grupo plena consciência da relação de causa e efeito existente nas cos, estruturas em rede;
tarefas executadas. • Equipes multifuncionais com bastante autonomia e com o
IV – Treinamento e reciclagem constantes, permitindo que os compromisso de agregar valor;
colaboradores incorporem novos conhecimentos que permitam • Visão e ação estratégica fazendo parte do cotidiano das
analisar criticamente o seu trabalho e seu ambiente, permitindo pessoas e orientando resultados;
que busquem a melhoria contínua como indivíduo. • Necessidade da organização aprender continuamente (lear-
V – Cenário propício para o desenvolvimento de estruturas ning organization).
auto-reguladoras a partir de indivíduos autônomos e participantes.
Desta forma, as equipes possuem a capacitação necessária para As tendências relacionadas à estrutura de RH são:
gerir seus próprios recursos de forma otimizada. • formações diversas – predomínio administração e psicologia
– também pedagogia e engenharias consoantes com o negócio.
Nesta escala, a gestão de RH está plenamente disseminada • ênfase no papel consultivo/parceria com as áreas da empresa
pela empresa, sendo cada líder um gestor das pessoas sob a sua – maior exigência de competências conceituais e interpessoais
responsabilidade. A área de recursos humanos atua então como • por projetos – redução de funções
órgão consultivo, constantemente sintonizado com as tendências • com poucas pessoas
do mercado e introduzindo novas ideias à estrutura vigente. Assim, • atuação em comissões internas
os profissionais de Recursos Humanos devem evitar os vícios inter- • comitês suprassistema
nos, buscando sempre novos patamares de desempenho através da
aplicação de “benchmarkings” (SOLEDADE, 2007). Já a síntese das principais tendências nas ações de gestão de
pessoas identifica:
A moderna Gestão de Pessoas, segundo Chiavenato (2005), • foco nas lideranças
baseia-se em três aspectos: • ênfase no trabalho em equipe
I – tratar as pessoas como seres humanos que possuem • exigência de multiqualificação
conhecimentos, competências, com uma história pessoal que os • rodízio na execução de tarefas
torna únicos, diferentes entre si e não como recursos necessitando • interesse relaçãopessoal/profissional
que alguém as administre pois são sujeitos passivos das ações das • ênfase em pesquisa
organizações; • aprendizagem de ferramentas
II – tratar como talentos que impulsionam a organização, dotan- • treinamento à distância
do-a de dinamismo, de conhecimento para continuar competitiva; • formação in company
III – tratar as pessoas como parceiros que investem na orga- • gestão do conhecimento
nização através de seus esforços, dedicação, comprometimento, • compartilhamento de conhecimento
responsabilidade tendo como expectativa o retorno deste investi- • T&D estratégico: programas mais voltados para estratégia de
mento traduzidos em autonomia, desenvolvimento, remuneração, negócio
reconhecimento, dentre outros. • aprendizado × performance: maior foco no aumento de
performance
Os programas de RH devem ser desenhados de modo a ofe- • e-learning × presencial: o crescimento dos programas blended
recer benefícios e oportunidades de crescimento profissional aos • liderança e coaching: transformação dos modelos de lideran-
empregados. A função de administrar Recursos Humanos é das ça
Editora
243
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
• diversidade: inserção e valorização das diferenças Diferenças de Administração de Recursos Humanos
• saberes mais demandados:
• técnico – saber fazer – domínio processos de trabalho, nor- Estilo Tradicional Estilo Flexível
mas, tecnologia, know-how
• conceitual- saber o porquê – entender as razões, estabelecer • Paradigma burocrático- • Preocupação desloca-se da
relações, know-why mecanicista – ênfase nas estrutura organizacional para
• interpessoal – saber ser – entender as pessoas, estabelecer tarefas e na estrutura e visão os processos e a dinâmica
relacionamentos convergentes, estimular motivações, decodificar da organização percebida organizacional.
emoções, perceber perfis como “máquina”. • Estilo aberto, flexível
• Estilo de administração e participativo, que
• sobre o negócio – saber realizar – agir consoante demandas
rígido e autocrático, baseado dá oportunidades de
organizacionais – competências distintivas, essenciais, básicas
em padrões inflexíveis. crescimento individual.
• As pessoas são preguiçosas • Descentralização
Soledade (2007) diz que tradicionalmente são atribuídos 4
por natureza e só são e participação nas
objetivos à área de RH: a) recrutamento e seleção de indivíduos motivadas por recompensas decisões e delegação de
capazes de atender aos desejos e expectativas da empresa; b) ma- materiais. responsabilidades
nutenção dos colaboradores na empresa; c) desenvolvimento das
pessoas; d) folha de pagamento, admissão, demissão.13 • Paradigma burocrático- • Enriquecimento do cargo,
Entretanto, o passar das últimas décadas mostra uma mudança mecanicista - ênfase nas substituindo a especialização
neste cenário, com a gestão de RH sendo exercida não mais por uma tarefas e na estrutura e visão estrita pela ampliação de
área específica, por haver se tornado um atributo de qualquer líder da organização percebida tarefas e responsabilidades.
de equipe. Esta mudança de perspectiva levou à descentralização como “máquina”. • O ser humano não tem
• Estilo de administração desprazer inerente em
dos objetivos acima citados, que passaram a ser absorvidos pelas
rígido e autocrático, baseado trabalhar, nem uma natureza
diversas áreas da empresa, sendo responsabilidade de cada líder, a
em padrões inflexíveis. intrínseca de passividade e
gestão dos colaboradores sob a sua responsabilidade. Cabe então
• As pessoas são preguiçosas resistência.
à nova área de RH, atuar como um agente facilitador do processo por natureza e só são • As pessoas têm
de gestão de pessoas, propiciando as áreas da empresa os recursos motivadas por recompensas motivação, potencial
e instrumentos necessários a este novo desafio (SOLEDADE, 2007). materiais. de desenvolvimento e
Menezes acrescenta que a Gestão de Pessoas é contingencial • As pessoas não querem capacidade de assumir
e situacional por ser dependente da cultura da organização, da responsabilidades e responsabilidades.
estrutura organizacional adotada, das características do contexto preferem ser dirigidas e Falta de ambição, fuga
ambiental, do negócio da organização, da tecnologia adotada, entre dependentes. à responsabilidade e
outros fatores. Seus objetivos são: • Por sua natureza intrínseca, preocupação excessiva
• Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua o ser humano é resistente à com segurança são, muitas
missão; mudança. vezes, conseqüências de
• Proporcionar competitividade à organização; As atividades devem ser experiências negativas.
• Proporcionar à organização, empregados bem treinados e padronizadas e as pessoas • Para que as potencialidades
bem motivados; devem ser persuadidas, intelectuais não fiquem
• Aumentar a auto-realização e a satisfação dos empregados controladas, recompensadas subutilizadas, deve ser
no trabalho; e coagidas para cumprir seu estimulada a criatividade
• Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho; papel. para a solução de problemas
• Administrar a mudança; • A remuneração é vista organizacionais.
•Manter políticas éticas e comportamento socialmente res- como meio de recompensa, • As pessoas podem atingir
ponsável. uma vez que o homem é objetivos pessoais ao mesmo
motivado por incentivos tempo que perseguem os
As novas ideias de gestão de pessoas no serviço público come- econômicos objetivos organizacionais.
çam a se consolidar a partir do movimento de Reforma do Estado e
surgimento do movimento da Nova Gestão Pública ou Gerencialis- Fonte: Marcilio de Medeiros Brito, 2008.
mo. A reforma é gerencial porque busca inspiração na administração
de empresas privadas, e porque visa dar ao administrador público
profissional condições efetivas de gerenciar (BRESSER-PEREIRA,
1998). As mudanças na Administração pública se refletem na Admi-
nistração de Recursos Humanos (ARH), especialmente no estilo de
lidar com as pessoas.

13. Adilson Silva Soledade. O Novo Papel da Área de Recursos Humanos (2007).
Obtido em http://www.ogerente.com.br/novo/artigos_sug_ler.php?canal=16&-
canallocal=48&canalsub2=154&id=453
Editora
244
244
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Outra distinção é tratar as pessoas como recursos ou como Gestão por competências
parceiros. O Conceito de competência vai além do conceito de qualifi-
cação como um saber acumulado, classificado e certificado pelo
Tratar pessoas Tratar pessoas sistema educacional. Implica saber como mobilizar, integrar e
como recursos como parceiros transferir conhecimentos, recursos e habilidades, agregando valor
à organização e aos indivíduos. Segundo Dutra (2004), as pessoas
– As pessoas são – As pessoas são fornecedoras concretizaram as competências organizacionais, ao colocarem em
vistas como recursos de conhecimentos, competências, pratica o “patrimônio de conhecimentos da organização validando
de produção, ao lado habilidades e inteligência. Constituem ou implementando modificações para aprimorá-lo”.
dos recursos financei- o capital intelectual da organização. “COMPETÊNCIA É UM SABER AGIR RESPONSÁVEL E RECO-
ros e materiais. – Nesta concepção, as pessoas NHECIDO, QUE IMPLICA EM MOBILIZAR, INTEGRAR, TRANSFERIR
– Como recursos, são vistas como seres humanos, CONHECIMENTOS, RECURSOS, HABILIDADES E ATITUDES QUE
elas precisam ser dotadas de personalidade, possuem AGREGUEM VALOR ECONÔMICO À ORGANIZAÇÃO E VALOR SOCIAL
administradas, o uma história de vida particular, são AO INDIVÍDUO.”(Fleury, 2002)
que envolve planeja- diferentes e singulares e possuem “COMPETÊNCIAS HUMANAS SÃO ENTENDIDAS COMO COM-
mento, organização, necessidades que motivam seu BINAÇÕES SINÉRGICAS DE CONHECIMENTOS, HABILIDADES E
direção e controle comportamento. ATITUDES, EXPRESSAS PELO DESEMPENHO PROFISSIONAL, DENTRO
de suas atividades, – São elementos impulsionadores e DE DETERMINADO CONTEXTO OU ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL.”
já que são sujeitos dinamizadores da organização e capaz- (CARBONE E COLABORADORES, 2005).
passivos da ação es de dotá-la de inteligência, talento
organizacional. e aprendizados indispensáveis à sua Exemplos de algumas Competências:
constante renovação e adequação a Orientação para resultados: age para melhorar a performance,
um mundo em mudanças. com maior agilidade e qualidade. Compete contra padrões de de-
– Deve haver reciprocidade entre sempenho, buscando sempre mais. Busca Inovações.
expectativas pessoais e organizacionais Iniciativa: assume fazer mais do que é esperado ou solicitado;
age antes de ser solicitado (antecipa-se aos problemas); cria novas
Assim sendo, o órgão de gestão de pessoas deve apresentar 3 oportunidades.
momentos de atuação: Construção de relacionamentos: constrói e mantém contatos
1º Momento: departamentos de pessoal, destinados a fazer dentro e fora da organização, trazendo conhecimentos. Articula
cumprir as exigências legais com relação ao emprego – admissão, relacionamentos voltados para o alcance de objetivos.
anotações cadastrais, controle de frequência, aplicação de penali- Flexibilidade: pensa por diferentes estratégias e por diferentes
dades, férias etc. padrões de raciocínio. Considera diferentes pontos de vista. Aceita
2º Momento: departamento de recursos humanos, responsá- mudança com naturalidade.
vel pelas funções clássicas de RH. Pensamento Estratégico: Habilidade em analisar a posição
3º Momento: gestão de pessoas, responsável por um conjunto competitiva, tendências de mercado, clientes potenciais, novas
mais complexo de funções, assumindo papel estratégico. tecnologias, visão a médio/longo prazo, análise da concorrência.
Foco no Cliente: Identifica o que os clientes precisame valori-
Segundo Brito (2008), há uma tendência para entender que a zam. Prevê e antecipa-se a atender as necessidades com agilidade e
gestão de pessoas deve ser compartilhada com os gerentes que li- com qualidade visando lucro econômico.
dam cotidianamente com os próprios subordinados. Neste sentido, • SER FLEXÍVEL E NÃO ESPECIALISTA DEMAIS
o RH passa a funcionar como prestador de serviços especializados • TER MAIS INOVAÇÃO DO QUE INFORMAÇÃO
de gestão de pessoas, no âmbito interno, fornecendo assessoria e • ESTUDAR DURANTE TODA A VIDA
consultoria às demais áreas: • ADQUIRIR HABILIDADES SOCIAIS E CAPACIDADE DE EXPRES-
• Recrutamento e seleção: previsão constitucional para, de SÃO
um lado, concurso público e, de outro, livre nomeação para cargos • ASSUMIR RESPONSABILIDADES
comissionados. • SER EMPREENDEDOR
• Desenho de cargos e avaliação de desempenho: algumas • ENTENDER E LIDAR COM DIVERSIDADE CULTURAL
vezes a criação de cargos não atende a critérios técnicos. Dificul- • ADQUIRIR INTIMIDADE COM NOVAS TECNOLOGIAS
dade de implementar programa de avaliação e mensuração de
desempenho. Fonte: UNESCO
• Remuneração e benefícios: dificuldade de recompensar os
bons funcionários. O foco nas competências busca destacar e desenvolver os dife-
• Treinamento e desenvolvimento de carreiras: ausência de renciais de capacitação, desempenho, resultado e competitividade
planejamento, principalmente de médio e longo prazos, e desconti- das pessoas, funções, áreas e organizações. O sistema de gestão
nuidade administrativa prejudicam desenvolvimento consistente e por competência leva inevitavelmente à necessidade de valorizar
contínuo das pessoas, com foco em competências. o conhecimento e habilidades humanas e destacar as qualificações
• Banco de dados e Sistema de Informações Gerenciais (SIG): e os atributos pessoais que fazem a diferença nos resultados dos
ausência de bases de dados e falta de compreensão da importância processos, as áreas e da organização como um todo (Fleury, 2002).
de informações que subsidiem o planejamento e a tomada de
decisão.

Editora
245
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Este sistema de gestão conduz a importante mudança de paradigma relacionado a seleção – treinamento – desempenho – remune-
ração – carreira, pois passam a ser mais objetivamente centrados nas pessoas. Favorece o aperfeiçoamento das áreas de RH (Gestão de
Pessoas), no sentido de atuar maior integração.
As competências da organização são as estratégias formuladas pelas organizações que determinarão as competências necessárias
para alcançar suas metas e objetivos (FAISSAL et al, 2006). Segundo Resende (2000), envolvem:
• Processos – ter excelência nos processos de produção, vendas e serviços, estratégias de marketing, excelência e investimento na
gestão de pessoas, logística, etc.
• Foco na Inovação e Qualidade: desenvolver novos produtos, investindo em tecnologia e garantindo a qualidade.
• Orientação para Clientes: gerar impacto positivo, estabelecendo parcerias e conhecendo a satisfação dos seus clientes.
• Social: garantir uma imagem positiva perante a sociedade e clientes, saber ser, incluindo autonomia, flexibilidade, responsabilidade
e comunicação.

A descrição de cargo tradicionalmente utilizada prevê a descrição as funções e atividades que compõem o cargo, independentemente
das estratégias da organização (Faissal et al, 2006). A identificação do perfil de competências prevê o mapeamento das competências que
estão alinhadas com as estratégias e conhecimentos definidos pela organização.
As pessoas deverão alcançar resultados através destas competências, de forma a contribuir com a competitividade da organização.
O levantamento do perfil de competências deverá ser realizado com o gestor da área e de gestores de áreas afins da organização;
através de entrevista e observação de profissionais considerados com melhor desempenho, indicado pelo requisitante da vaga. Exemplos
de perguntas para identificar as competências (Rabaglio, 2005):
• Defina os conhecimentos, atitudes e habilidades para realização do trabalho;
• O que torna um candidato perfeito para este cargo?
• O que torna um candidato inadequado para este cargo?
• Desafios que este cargo apresenta e as habilidades que o candidato deverá demonstrar para enfrentar e superar estes desafios.
• Resultados esperados para o desenvolvimento desta posição na organização.

Após o levantamento das competências, há necessidade de agrupar e definir as competências; de uma análise alinhando com as
estratégias da organização e definindo os indicadores e por fim, validar com o gestor solicitante da posição. Exemplos de perguntas para
identificar as competências na entrevista de seleção (Bruno, 2000):

PENSAMENTO ESTRATÉGICO
• O que sua área está fazendo (ou fez) para garantir o sucesso do plano estratégico da empresa atual?
• O que você faz para conseguir analisar informações estratégicas?
• Como você avaliaria nossos produtos em relação aos produtos do concorrente?

INOVAÇÃO
• O que fez de inovador na última empresa (ou atual)?
• Quais os recursos que utilizou para elaborar essa proposta?
• Dê exemplos de pessoas bem-sucedidas. Qual foi sua contribuição?

FLEXIBILIDADE
• O que você faz quando tem de enfrentar obstáculos em momentos de mudança?
• O que faz quando discorda de alguém com relação a uma política, projeto etc?
• Fale sobre uma situação que teve que abrir mão de suas ideias a favor da equipe

FOCO NO CLIENTE
• Como você identifica tarefas que estejam prejudicando um bom atendimento ao cliente?
• Dê exemplo de uma situação onde antecipou possíveis problemas para seu cliente e qual foi a solução recomendada
• Fale sobre o feedback recebido de seus clientes no último ano

ORIENTAÇÃO PARA RESULTADOS


• O que você fez para atingir um ou dois resultados notáveis?
• Como você organiza seu dia-a-dia?
• Qual sua avaliação de seu comportamento numa situação de pressão e prazos

Editora
246
246
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Nos modelos de competência, há necessidade de identificar os conhecimentos e experiências para o desenvolvimento das atividades.
Após o levantamento das competências, há necessidade de agrupar e definir as competências; de uma análise alinhando com as estraté-
gias da organização e definindo os indicadores e por fim, validar com o gestor solicitante da posição.

Gestão por Competências


Missão, Estratégias,
Objetivos e Metas

Análise das Valorização Identificação


Competências das Pessoas dos Gaps
Identificação e
definição de Gestão por
competências Competências
essenciais, grupais e
individuais
Adequação Envolvimento Coerência com
de Perfil Gerencial o negócio
Formulação do Perfil
de Competências Ideal
individual e grupal, Plano de Ação
segmentados por Área
Hierárquica ou por
Sistemas Operacionais Formais Não-Formais
Maria Cecilia Araujo – 06.05.2004

Figura – Gestão por Competências


Fonte: Maria Cecilia Araújo, 2004

O conceito de competência emerge na década de 90, com o desenvolvimento de capacidades que podem ser mobilizadas em situa-
ções pouco previsíveis, relacionadas a novos usos e novos processos que fazem parte da organização. Segundo Dutra (2002), as premissas
para a gestão por competências são:
• Passagem do foco no controle para o foco no desenvolvimento.
• Passagem do foco nos instrumentos para o foco no processo.
• Foco no interesse conciliado em vez do foco no interesse da organização, esse foco caracteriza-se pela busca de desenvolvimento
mútuo de forma dinâmica, na qual e a negociação torna-se imprescindível.
• Foco no modelo integrado e estratégico em vez de foco no modelo construído por partes desarticuladas entre si.

Gestão por Competências

Outputs
Integração com demais sistemas de RH

Alinhamento Estratégico
Recrutamento e Seleção

Remuneração Sucessão e
e Incentivo Seleção Interna
GESTÃO POR
COMPETÊNCIA

Educação Corporativa

Gestão do Desempenho
Carreira e Sucessão

Maria Cecilia Araujo – 06.05.2004

Figura – Gestão por Competências – integração com demais sistemas de RH


Fonte: Maria Cecilia Araújo, 2004
Editora
247
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
O sistema de gestão por competência leva inevitavelmente à desfrutados por ambas as partes. Por um lado, a instituição terá sua
necessidade de valorizar o conhecimento e habilidades humanas e marca solidificada no mercado através de vantagens competitivas
destacar as qualificações e os atributos pessoais que fazem a dife- criadas pela atuação de sua força de trabalho, que por sua vez pas-
rença nos resultados dos processos, as áreas e da organização como sará a ser mais valorizada pelo seu desempenho. Condições estas
um todo (Fleury, 2002). Este sistema de gestão conduz a importante altamente desejadas em um contexto de grande competitividade
mudança de paradigma relacionado a seleção – treinamento – e instabilidade no qual as organizações estão inseridas atualmente.
desempenho – remuneração – carreira, pois passam a ser mais Para o correto entendimento do modelo de gestão por
objetivamente centrados nas pessoas. Favorece o aperfeiçoamento competências, faz-se necessário melhor delimitar o conceito de
das áreas de RH (Gestão de Pessoas), no sentido de atuar maior “competência” empregado no presente trabalho/artigo. Apesar
integração. de ter sido estudado ao longo das últimas três décadas, o conceito
de competência tem sido utilizado em diferentes formatos e ainda
Mudanças no mundo do trabalho que geraram a necessidade permanece em evolução. A corrente mais difundida tem origens
de adotar o modelo de gestão por competência nos trabalhos de Le Boterf (1994) e Zarifian (2001) e caracteriza
• Eventos: ocorrem de forma imprevista, afetando o equilíbrio a competência dos indivíduos como decorrente da articulação de
ou a normalidade da organização, ultrapassando as habilidades seus conhecimentos, habilidades e atitudes nas situações enfren-
rotineiras para solução dos problemas. A competência não está tadas no trabalho.
contida nas precondições das tarefas, o profissional precisa mobili- O conhecimento é o conjunto de saberes acumulados por uma
zar recursos para dar respostas a estas situações; pessoa durante sua trajetória pessoal e profissional, seja através de
• Noção de serviço: as pessoas produzem algo destinado aos ações formais ou informais de aprendizagem, é o domínio técnico
outros, portanto o conceito de cliente externo e interno deve estar sobre determinados conteúdos. A habilidade está relacionada
sempre presente nos processos de trabalho; com a execução de alguma atividade que envolva instauração dos
• Comunicação: as organizações devem ter fronteiras flexíveis, conhecimentos armazenados durante a vida por parte de um in-
com comunicação fácil em todos os níveis, partilhando conhecimen- divíduo. Ter esse recurso indica que o indivíduo sabe como fazer
tos sobre a organização vinculados as estratégias, procedimentos e uma determinada tarefa, trabalho, etc., dentro de um determinado
outros. processo. Por fim, a atitude diz respeito à conduta das pessoas no
interior de uma organização. Trata-se do comportamento assumido
Fonte: Fleury (2002) diante dos aspectos sociais e afetivos presentes no contexto da
organização.
Na gestão de pessoas, a abordagem de competências tem se Destarte, a presença de indivíduos extremamente qualificados
mostrado uma forma avançada e inovadora: na identificação dos no âmbito de uma empresa não é garantia de rendimento superior
conhecimentos requeridos pela organização; na flexibilização do frente aos concorrentes.
conceito de posto de trabalho; no envolvimento e responsabiliza- Paralelamente, é fundamental que cada integrante de uma
ção permanente do indivíduo em seu desenvolvimento. organização tenha uma atitude favorável à aplicação destes conhe-
Esse modelo tem por objetivos planejar, captar, desenvolver cimentos em situações concretas de trabalho para gerar resultados
e avaliar, nos diferentes níveis da organização pública, as compe- cada vez melhores.
tências necessárias à consecução dos objetivos organizacionais. O Dessa forma, não se pode confundir potencial com competên-
conceito se baseia em três dimensões: conhecimento (saber o quê, cia. A competência é a “forma como a pessoa mobiliza seu estoque
saber o porquê); habilidade (saber como fazer); atitude (querer e repertório de conhecimentos e habilidades em um determinado
fazer). contexto, de modo a agregar valor para a organização no qual está
Vale salientar a importância do mapeamento das competências inserida (competência em ação). Esta agregação de valor implica
visando identificar e gerenciar as lacunas (gaps) de competências em uma contribuição efetiva da pessoa ao patrimônio de conheci-
eventualmente existentes na organização. Essa lacuna diz respeito mento da organização”. (DUTRA, 2004).
à discrepância entre as competências necessárias à consecução dos Um dos mecanismos mais eficazes para conseguir que o indiví-
objetivos organizacionais e àquelas de que a organização dispõe. duo contribua para a consolidação da visão de futuro de sua insti-
Brandão (2008 apud Mauger et al) relaciona a avaliação de tuição é incentivar e valorizar suas competências, direcionando-as
desempenho com a gestão por competências, afirmando que os re- e desenvolvendo-as de forma alinhada aos objetivos estratégicos
sultados alcançados na avaliação são comparados com os que eram organizacionais.
esperados, gerando informações para retroalimentar o processo Nesse sentido, diversos foram os modelos desenvolvidos, e o
de gestão por competências. E completa, afirmando que qualquer que parece melhor responder às novas necessidades organizacio-
que seja o modelo de avaliação de desempenho adotado em uma nais parece ser o modelo de gestão de pessoas por competências,
organização, é imprescindível a descrição do perfil de competências que define quais são os conhecimentos, habilidades e atitudes
básicas que sirvam de paradigma para uma comparação com as necessários aos indivíduos.
existentes.14 O grande apelo à adoção da gestão de competências pelas
A gestão de pessoas por competências tem sido empregada nas organizações pode ser entendido quando se compreende o ciclo
organizações como importante ferramenta por incentivar a criação virtuoso que a mesma tende a gerar principalmente no que diz
de soluções que agreguem valor aos seus produtos e/ou serviços respeito ao processo de inovação e aprendizagem organizacional. O
por parte de seus colaboradores. pressuposto é o de que as pessoas, vendo suas diferentes entregas
Sua premissa é a de que, se os funcionários realizarem suas reconhecidas pela empresa, passem a produzir cada vez mais,
atividades de forma crítica e inovadora, alinhados ao planejamento gerando maiores benefícios para a organização, que reconhecerá
estratégico da organização em que atuam, haverá benefícios a serem as novas tecnologias e processos de produção propiciados pela
iniciativa de cada indivíduo ou equipe, passando a valorizá-las ainda
14. Obtido em <http://www.servidor.gov.br/sad/biblioteca/artigos/ad_como_
ferramenta_de_gestao-Mauger-clad-nov2010.pdf> Acesso em 3 jul 2012. mais (OLIVEIRA, DIAS, ROQUETTE).
Editora
248
248
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Recrutamento e seleção Para se alcançar a integração estratégica entre a área de
O contexto de Gestão de Pessoas, mais conhecido como Recursos Humanos e os negócios da empresa, é preciso que cada
Recursos Humanos, é formado, por pessoas e organização, esta- atividade de RH seja integrada verticalmente, de modo a se alinhar
belecendo uma relação de dependência mútua para o alcance das aos imperativos da estratégia da empresa (MILLMORE, 2003). Re-
metas e objetivos (CHIAVENATO 2005). Para que exista esta relação crutamento e seleção são práticas que se mantiveram relativamente
entre pessoas e organização, há necessidade de que as organiza- imutáveis ao longo do tempo, sendo ainda frequentemente rela-
ções escolham as pessoas que desejam como empregados e que cionadas aos modelos psicossomáticos, abordagens padronizadas
as pessoas escolham onde pretendem trabalhar. Este processo de onde se procurava a pessoa certa para o lugar certo. Hoje o enfoque
escolha mútua ocorre quando as organizações divulgam suas vagas dessas práticas tem se tornado mais orientado estrategicamente,
no mercado de trabalho e as pessoas interessadas, candidatam-se buscando-se pessoas para a organização e não mais para um cargo
as vagas disponíveis (TEDESCO, 2009). específico. O que importa é a busca de capital humano, que se
Em termos tradicionais, a seleção busca entre os candidatos revela pelo conjunto de competências que as pessoas têm e que se
recrutados aqueles mais adequados aos cargos existentes na empresa, alinham às competências essenciais da empresa.15
visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal, Se o comportamento estratégico exige que a organização
bem como a eficácia da organização (CHIAVENATO, 2009, p.172). combine seus recursos no longo prazo, às demandas de mudanças
A seleção é um processo de comparação entre duas variáveis: ambientais, as organizações consideram que o capital humano
de um lado, os critérios da organização (como requisitos do cargo a seja uma das principais fontes de vantagem competitiva; sob este
ser preenchido ou as competências individuais necessárias à orga- aspecto, recrutamento e seleção são funções essenciais dentro da
nização) e, de outro lado, o perfil das características dos candidatos área de RH para dar suporte à execução da estratégia da corpora-
que se apresentam. A primeira variável é fornecida pela descrição ção, o que já vinha sendo percebido há cerca de quinze anos atrás
e análise do cargo ou das competências requeridas, enquanto a (HENDRY, PETTIGREW; SPARROW, 1988).
seguida é obtida por meio de aplicação das técnicas de seleção Mas, para que o recrutamento e seleção sejam considerados
(CHIAVENATO, 2009, p.173). estratégicos, eles precisam atender a três condições primárias in-
Existem dois tipos de mercado: o Mercado de Trabalho onde dependentes: integração estratégica; foco no longo prazo; e meca-
são divulgadas as oportunidades de emprego e o Mercado de nismo para transformar demandas estratégicas em especificações
Recursos Humanos, caracterizado pelo conjunto de candidatos que apropriadas para recrutamento e seleção. Sob esta perspectiva, o
estão em busca das oportunidades oferecidas pelas organizações. papel das funções de recrutamento e seleção está no provimento
Tanto no mercado de trabalho quanto no mercado de recursos de pessoas com as competências vistas como críticas para o futuro
humanos, existem constantes alterações, que influenciam nas ou, em outras palavras, em saber escolher as pessoas que “tocarão”
práticas das organizações no que se refere as gestão de pessoas e a gestão da empresa no futuro.
no comportamento das pessoas que estão disponíveis no mercado O termo “recrutamento” pode facilmente ser encontrado em
ou que pretendem buscar outro emprego. dicionários, como por exemplo, na versão on line do http://www.
Quando o mercado tem mais ofertas do que procura, os priberam.pt/ como ato ou efeito de recrutar uma leva de recrutas.
candidatos podem escolher as organizações que oferecem me- Sua morfologia e significado teve origem, praticamente nos exérci-
lhores condições e oportunidades, aumentando assim seu poder tos, pois estava vinculado a prática de captar recrutas para vagas
de negociação. As organizações por outro lado, investem mais de futuros soldados ou postos de guerrilha. Rapidamente o termo,
em benefícios sociais e salariais, em treinamento e programas de bem como seu objetivo (captação de pessoas) foi ampliado para
desenvolvimento, dentre outras, para atrair e reter os candidatos. o sistema de RH, em especial, ao subsistema de Recrutamento e
Geralmente os critérios de seleção são mais flexíveis e as pessoas Seleção de Pessoal.16
sentem-se mais propensas a lançar-se no mercado. O papel do recrutamento é ser o elo entre a organização e o
Quando a situação é inversa, existe mais procura por emprego mercado de trabalho. Recrutamento e Seleção é um processo que
do que ofertas de vagas diminui o poder de negociação por parte procura integrar pessoas e trabalho, através do estudo das dife-
dos candidatos, sentem-se inseguros em deixar seu emprego, renças individuais das pessoas que se apresentam às vagas, com
aumenta a competição entre os candidatos. Há pouco ou nenhum a finalidade de prognosticar, através da utilização das técnicas de
investimento salarial, benefícios, treinamento e a ênfase acaba seleção, quais estariam capacitadas para ocupar um cargo dentro
sendo no recrutamento externo para melhorar o potencial interno. de uma organização (Bruno, 2000).
Vários são os fatores que interferem tanto no mercado de O processo de Recrutamento e Seleção terá um resultado posi-
recursos humanos quanto no mercado de trabalho. Um deles está tivo, quando atender as necessidades com rapidez; com quantidade
relacionado ao desenvolvimento tecnológico que aumentou a suficiente de candidatos considerados potencialmente capacitados;
sofisticação do trabalho, demandando habilidades e competências com custo adequado despendido no processo e que haja perma-
mais variadas dos trabalhadores, automatizando os processos, nência dos candidatos na organização. O resultado será negativo
aumentando a produtividade, gerando novos empregos, eliminan- quando ocorrer um alto turnover (rotatividade) no período expe-
do postos de trabalho. A intensificação da tecnologia possibilitou rimental, poucos candidatos potenciais para o processo seletivo,
ofertas de produtos mais acessíveis, aumentando o consumo o que alto custo do recrutamento;poucos funcionários qualificados o que
pode ser um fator gerador de emprego. poderá comprometer a eficiência e eficácia da organização.
O mercado está cada vez mais competitivo fazendo com que as O papel primordial do selecionador de pessoal é garantir,
organizações criem estratégias para gestão de pessoas mais eficien- enquanto estratégia de gestão de Recursos Humanos, a eficiência
tes para atrair e reter pessoas. A responsabilidade por pesquisar das atividades mediadas por organismos dentro das organizações
interna e externamente os candidatos potenciais para preencher as 15. Ana Maria Roux Valentini Coelho CÉSAR; Roberto CODA; Mauro Neves GARCIA.
vagas existentes na organização, cabe ao Recrutamento e Seleção. Um novo RH? – avaliando a atuação e o papel da área de RH em organizações
brasileiras. FACEF PESQUISA – v.9 - n.2 – 2006.
Portanto, o processo de recrutamento e seleção desempenha um
16. Eduardo Alencar, Camilla Pauferro, Alcimar Fraga, Érica Soares e Tatiane
papel essencial. Rosa. Introdução ao Recrutamento de Pessoal (2008)
Editora
249
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
mantendo ou elevando a produtividade via seleção de perfil psico- b) Anúncio ou divulgação de vagas em fontes e parceiros de
lógico. Tal qualidade está automaticamente vinculada a prática de recrutamento
recrutamento, compreendida como as seguintes etapas: Na etapa de anúncios, pode-se proceder com três condutas:
I – Recrutamento Interno: Consiste nas práticas empregadas
a) Recebimento da Vaga à divulgação de vagas em aberto dentro das empresas ou orga-
O trabalho de recrutamento inicia-se no momento em que nizações, focando o mercado de mão de obra interno, como por
se recebe a liberação da vaga, solicitação de pessoal, perfil profis- exemplo, um teaser, anúncio na copa, e-mail, comunicado formal
siográfico ou afim. Embora a nomenclatura deste documento se ou semelhante, com o intuito de recrutar colaboradores de outros
diferencie de empresa para empresa, o objetivo é único: munir a departamentos que tenham interesse em mudar de área a título
divisão de recrutamento e seleção sobre os dados e critérios que de promoção, interesse profissional ou semelhante. A grande van-
servirão de base para preterir ou aprovar currículos. tagem de um recrutamento interno é o baixo custo com fontes de
Em algumas empresas, o RH atua como staff ou Consultoria recrutamento. A desvantagem, é que ingressamos em um circulo
Interna junto aos departamentos requisitantes no desenho do perfil vicioso, ou como diríamos no senso comum, “cobre um santo e
de uma vaga. Em agências de emprego e Consultoria de RH, quan- descobre outro”. Caso um colaborador venha ser aprovado para
do recebemos uma vaga, ligamos para os clientes para confirmar um processo de recrutamento e seleção interno, a vaga dele no seu
o recebimento e automaticamente, aproveitamos a contingência antigo cargo, provavelmente abrirá junto ao subsistema de recruta-
para esclarecer ou flexibilizar os requisitos para o desempenho de mento e seleção de pessoal.
um cargo vago. Negligenciar quaisquer informações a respeito do Assim, o Recrutamento Interno é fundamentado na movimen-
perfil de um cargo é sinônimo de comprometer o recrutamento e, tação dos funcionários seja através de transferências, promoções,
portanto, o processo seletivo como um todo. baseados geralmente nos programas de desenvolvimento de
Assim, o processo de recrutamento e seleção tem início quando Recursos Humanos.
houver disponibilidade de vaga motivada por substituição em fun- Este tipo de recrutamento apresenta como vantagens a rapidez,
ção de desligamentos por aposentadoria, promoções, afastamen- economia, conhecimento, aumento da motivação, utilização dos
tos, dentre outros ou por necessidade de aumentar a quantidade investimentos em treinamento e como limitações a frustração dos
de pessoas em virtude do aumento da produção, novos produtos, candidatos não selecionados; a demora na liberação do candidato
ampliações da organização, aquisição de novos maquinários, dentre pela supervisão atual, a quantidade insuficiente de candidatos para
outros. o processo de seleção.
Quando surge a vaga, a área requisitante deve encaminhar Os meios para divulgação das vagas internamente podem ser
a solicitação para recursos humanos, que iniciará o processo de o quadro-de-avisos; intranet; consulta aos gestores (gerentes /
recrutamento e seleção. supervisores); consulta aos planos de desenvolvimento de recursos
Geralmente o processo tem início com a Análise da Descrição humanos.
de Cargo e/ou Definição do Perfil de competências, que pode ser
feita através da leitura da Descrição do Cargo que está sendo solici- II – Recrutamento Externo: Consiste nas práticas empregadas
tado ou entrevistando o requisitante para conhecer quais requisitos à divulgação de vagas em aberto para o mercado de mão de obra
são necessários para este cargo. externo à organização/empresa, como por exemplo, anúncios em
São necessárias as seguintes definições: requisitos mínimos im- jornais, contratação de agências de emprego, consultorias de RH e
prescindíveis para ocupar o cargo, que se o candidato não possuir, afins. As vantagens consistem em uma gama diversificada de perfis
não poderá ser indicado para a vaga e os requisitos considerados para proceder com seleção de pessoal e agilidade na captação de
como adequados, que se o candidato não possuir, poderão ser pessoas. As desvantagens são geralmente, custo e desmotivação de
desenvolvido posteriormente e/ou podem servir como diferencial colaboradores internos ao não serem considerados para processos
no momento da decisão. seletivos da empresa.
As informações que o recrutamento e seleção necessita para Assim, o Recrutamento Externo é caracterizado pela identifica-
iniciar o processo são as seguintes: atividades que a pessoa irá ção de candidatos no mercado externo. Apresenta como vantagens
desempenhar; responsabilidades e autonomia; posição do cargo na a geração de novas ideias trazidas pelos candidatos; maior diversi-
hierarquia; Conhecimentos e habilidades técnicas necessárias para dade nos recursos humanos da organização, aproveitamento dos
desenvolver as funções e atividades; Os comportamento, habilida- treinamentos de outras empresas; e outros e como limitações, a
des e atitudes para o desenvolvimento das funções e atividades; falta de candidatos potenciais; a demora dos contratados para
Desafios e dificuldades características deste cargo; Relações diretas conhecer os processos e procedimentos da organização; maior
e indiretas, tanto internas quanto externas; Horário de trabalho; tempo despendido no processo; custo mais alto do que no processo
Oportunidades de desenvolvimento que esta função gera; dentre interno, e a possibilidade de gerar insatisfações internamente pelo
outras. não aproveitamento dos funcionários.
Atualmente os processos estão voltados para a Seleção por Os meios para identificação dos candidatos externos podem
Competências, mapeando-se as competências da organização e a ser a consulta ao Banco de Candidatos; a Indicação de Funcionários;
que a organização necessita para cada cargo: a colocação das oportunidades em Agências de Empregos, Consul-
a) técnicas que são os pré-requisitos do cargo, conhecimentos torias; Intercâmbio entre Empresas, os Grupos de Profissionais;
e habilidades especificas para atribuições ou funções específicas e; as Apresentações espontâneas; Associação de Classes, Sindicatos,
b) comportamentais que são as atitudes e comportamentos Universidades; Jornais, Revistas, Internet, e outros.
compatíveis com as atribuições a serem desempenhadas, por A decisão sobre qual o melhor meio para divulgação das vagas
exemplo comunicação, liderança, negociação, persuasão, flexibili- está relacionada ao custo operacional, retorno rápido; e a eficiência
dade, etc., como vimo anteriormente (para maiores conhecimentos e eficácia do processo.
consulte livro “Seleção por Competência” de Maria Odete Rabaglio,
2005).
Editora
250
250
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Por exemplo, os anúncios nos jornais, revistas e internet, têm Abas: é necessário dados pessoais (endereço, telefone, bairro,
como vantagens, além de ser uma fonte para atrair candidatos CEP, estado civil, nacionalidade e e-mail), Objetivo (Departamento
potenciais, é um meio para propaganda da organização, se bem e cargo de interesse), Experiência profissional (Empresas onde já
elaborados. Os anúncios nos jornais e revistas têm como desvanta- trabalhou, tempo que permaneceu, destacando cargo, data de
gens, o alto custo e o retorno demorado para receber os candidatos entrada, saída e síntese de atividades desenvolvidas), escolaridade
e/ou currículos. (técnico, médio, graduação, pós-graduação e afins), idiomas (em
Após a divulgação da(s) vaga(s) e o recebimento dos currículos caso de tê-los, indicar nível e instituição onde cursou), Informática
ou dos candidatos, inicia-se o processo de Triagem que compreende (Indicar softwares que sabe operacionalizar, caso tenha feito curso,
a análise do currículo ou da ficha de solicitação de emprego e uma adicionar a escola e período), Atividades extra-curriculares (em
entrevista inicial. caso de estágios supervisionados, atividades filantrópicas e afins).
Na análise do currículo ou da Ficha de Solicitação devemos Lay-out: O segredo é nada muito extravagante, com português
considerar: as realizações profissionais; os projetos desenvolvidos correto, objetivo, claro, conciso.
e implantados; a formação acadêmica; os cursos realizados; a expe- Tendo o currículo em mãos, o recrutador/selecionador de
riência profissional observando a compatibilidade com os requisitos pessoal verificará se o candidato tem os pré-requisitos da vaga
solicitados; a compatibilidade entre a formação e as funções ou em aberto, em caso de afirmativo, abordará o candidato para uma
cargos ocupados pelo candidato; as datas de admissões e demis- entrevista, em caso de negativo, o candidato fica preterido nesta
sões; o local onde reside, dentre outros, considerando sempre os etapa da seleção.
requisitos definidos pelo requisitante. Particularmente, em processos de recrutamento em agências e
Após a triagem, os candidatos deverão ser convocados para consultorias de RH, onde a demanda de currículos é muito grande,
o processo de seleção. Esta convocação pode ser feita através de qualquer detalhe do candidato que não esteja compatível com
mensagens eletrônicas, telegramas, telefonemas, cartas, recados o perfil da vaga, o retira do processo. No caso de recrutamento
através de funcionários, dentre outros. Deve-se informar horário e interno, é possível levar em consideração outros dados além do
local. Na convocação via telefone ou correio eletrônico é possível currículo, como por exemplo, a avaliação de seu gestor imediato.
esclarecer algumas condições de trabalho tais como: horários da Outro aspecto a ser considerado é a fidedignidade das infor-
empresa; fases do processo de seleção; faixa salarial; a área em que mações mencionadas no currículo. Se o candidato coloca cursos, o
a vaga está disponível e outras. ideal é que traga na entrevista, cópia destes. Se coloca informações
Devem-se preparar o local, materiais e todos meios que serão sobre experiência, o ideal é que traga na entrevista sua carteira de
utilizados no processo de seleção. trabalho e assim por diante. Como o agendamento de entrevistas é
a ponte entre o recrutamento e a seleção de pessoal propriamente
III – Recrutamento Misto: Consiste nas práticas empregadas à dita, é necessário estes cuidados metodológicos para não incluir-
divulgação de vagas em aberto para o mercado de mão de obra mos candidatos negligentes ou inadimplentes com as informações
interno e externo. As vantagens concentram uma flexibilidade de mencionadas em seus currículos.
cenário e vantagens estratégicas mencionadas nos itens anteriores,
bem como a flexibilidade para com as consequências negativas. D) Convocação de candidatos para processos seletivos
– Instituições de Ensino (Técnico, Médio, Graduação, Pós Gra- O Processo de Seleção tem como objetivo identificar e avaliar o
duação, Profissionalizante, Qualificação profissional e afins); perfil de competências das pessoas no que se referem às habilidades
– Sites; cognitivas, os conhecimentos técnicos, a comunicação, a criativida-
– Jornais (Locais, Nacionais, regionais) e Mídias; de, a iniciativa, o trabalho em equipe, a liderança, as formas de lidar
– Instituições diversas (Ongs, Associações, Igrejas, eventos, com situações de pressão, os conflitos, as mudanças, a flexibilidade,
etc); a tomada de decisão, a capacidade para solução de problemas, o
– Anúncio(s) na porta da empresa ou consultoria; comportamento ético, a negociação, e outros, conforme solicitação
– Agência de Emprego, Consultoria de RH; Outplacement e afins; do requisitante (BRUNO, 2000).
– Indicação de candidatos ou funcionários; O sucesso do processo de seleção depende fundamentalmente
– Indicação de empresas parceiras, fornecedores e clientes; da definição clara e objetiva do perfil de competências. A definição
– Internet e seus recursos; deve estar voltada não só ao cargo em aberto, mas também a car-
– Etc reira, objetivos da posição e perspectivas da organização.
Devem-se estabelecer os requisitos que se o candidato não
Em aspectos gerais, a escolha de fontes de recrutamento varia possuir, terá pouca probabilidade de sucesso na posição.
conforme perfil da vaga, criatividade do recrutador e recursos Deve-se tomar cuidado com a supervalorização da pessoa em
financeiros e institucionais da empresa. detrimento do cargo efetivo.
As técnicas utilizadas na Seleção são identificadas a partir dos
C) Análise e triagem de currículos oriundos destas ações requisitos definidos no início do processo. Identificamos algumas
O currículo é praticamente o “cartão de visita” dos candidatos delas:
recrutados ou interessados em oportunidades de trabalho junto a 1) Entrevista;
uma empresa. Não há uma “fórmula” mágica ou modelo padrão, 2) Dinâmica de Grupo;
devido à grande diversidade na conduta de confeccionar este “car- 3) Provas Situacionais;
tão de visita”. Entretanto, sugere-se: 4) Teste Psicológico;
Origem: A palavra Curriculum Vitae é de origem latina e traduz- 5) Testes Técnicos ou Prova de conhecimentos e de capacida-
-se como “trajetória de vida”. Hoje em dia, não utilizamos mais esta des, dentre outras técnicas.
nomenclatura e nem é necessário colocar “Currículo”. Indica-se
como título, o nome do candidato.

Editora
251
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Entrevista A duração da entrevista é de 45 a 60 minutos. Este tempo é
É uma forma de coleta de dados e também o recurso mais efi- utilizado para: Introdução – Informações Pessoais e Profissionais –
ciente do processo seletivo, se bem elaborada. Portanto não deve Informações sobre Perfil de Atribuições e Competências.
ser substituída por outra técnica. Os tipos de entrevistas são: Após a entrevista, deve-se analisar se o perfil do candidato é
a) individual, quando o entrevistador e candidato estão face a face; compatível com o solicitado pela organização e preencher imedia-
b) em Grupo envolvendo vários candidatos e entrevistadores; tamente o relatório com as devidas avaliações e parecer da seleção
c) Por Banca envolvendo dois entrevistadores e um entrevis- (RABAGLIO, 2005).
tado;
d) o Painel de Entrevista envolvendo grupo de entrevistadores, Analisando a Entrevista:
geralmente 3, que entrevistam individualmente o candidato. • Correlação entre o que foi narrado e as competências – pos-
tura e estilo pessoal do candidato e a adequação com a empresa;
A entrevista por banca, painel ou grupo, em relação à entre- • Competências que não atendem as exigências, se são passí-
veis de treinamento e a viabilidade para a empresa.
vista individual apresenta algumas vantagens tais como: a redução
• Se as expectativas e reivindicações do candidato vão ao
do tempo tanto dos profissionais envolvidos quanto dos entre-
encontro às da empresa;
vistadores; evitam repetições de perguntas ou temas; permitem
• Contribuições que serão efetivas para a empresa (RABAGLIO,
o confronto de percepções dos entrevistadores aumentando a
2005).
objetividade e permitem a participação de profissionais de áreas
diferentes, porém interdependentes. Parecer da Seleção: relatar os principais atributos e os aspectos
Podemos ter indicar como desvantagens que alguns dados que não atendem a necessidade. Indicar se está:
pessoais ou referentes ao emprego anterior não podem ser pesqui- • acima do esperado.
sados para não expor os entrevistados, pois estes podem perder a • se é favorável ou atende as expectativas.
espontaneidade ou sentir-se constrangidos. • se é Favorável, porém com restrições.
A utilização da técnica de entrevista prevê a preparação dos • se é inaceitável ou desfavorável.
entrevistadores para que não ocorram perguntas repetidas, que
não façam perguntas dirigidas apenas para um candidato, para não Com relação às características do entrevistador, destacam-se:
demonstrar falta de planejamento. O método de entrevista pode atenção concentrada, capacidade analítica, receptividade, neutrali-
ser: dade; mobilidade, empatia, sensibilidade, equilíbrio, dentre outras.
a) Diretivo – baseia-se em um roteiro planejado, permite man- • Algumas perguntas que podem ser feitas na entrevista:
ter o controle da situação quanto ao tempo a ser utilizado e per- • Descreva suas tarefas e responsabilidades mais importantes.
guntas a serem feitas, é recomendado quando se dispõe de pouco • Relate duas ou Três situações que experimentou ou projetos
tempo para coleta de dados; quando os dados a serem pesquisados que realizou no último(s) trabalho(s) que representaram realização.
são objetivos. • Relate situações/atividades/projetos que representaram
b) Não Diretivo – enfatiza-se a relação entrevistado e entre- frustração e como lidou com estas situações.
vistador , assim como suas expressões verbais e não verbais, é • Na sua vida profissional, qual ou quais metas ou situações
adequado para situações onde o entrevistado apresenta acentuada que foram as mais desafiadoras – as mais frustrantes e as mais
tensão emocional; apresenta recursos intelectuais satisfatórios. estressantes.
O responsável pelo processo de recrutamento e seleção deve • Quais expectativas para esta posição, nesta empresa.
preparar-se para a entrevista através da elaboração do Roteiro da • Como espera contribuir para com esta empresa.
Entrevista; ler novamente o currículo ou Ficha de Solicitação de Em- • Os objetivos para daqui a dois e cinco anos e o que está
prego; preparação dos outros entrevistadores; preparação do local fazendo para alcançá-los.
• O que te levou a deixar a(s) ou que te faz pensar em deixar
de atendimento garantindo privacidade e outras características
a(s) empresa(s) anterior(es).
que permitam condições éticas e pessoais mínimas; evitar que haja
• Quais as decisão mais difícil que você já tomou.
interrupções, que a sala seja fechada, iluminada e arejada.
• Qual situação faria você desrespeitar alguma norma da
empresa.
No início da entrevista, deve estabelecer o rapport, quebrar o • Dê exemplo de uma situação onde antecipou possíveis pro-
gelo através de um conversa informal criando um ambiente des- blemas para seu cliente e qual foi à solução recomendada.
contraído e cordial, falar sobre a empresa, seu histórico, missão, • Exemplifique um trabalho/projeto/nova tecnologia e qual
valores, produtos, perspectivas, organograma, benefícios, motivo metodologia usaria para implementação.
da abertura da vaga, dentre outras. Deve-se tomar cuidado para
não superdimensionar a organização, falar sobre o cargo, o motivo Existem outras questões relevantes dependo da área / cargo/
da abertura da vaga, principais atividades, responsabilidades, perfil estabelecido.
perspectivas, fornecer ao candidato as informações sobre o perfil Além disso, podem-se criar situações relacionadas à área/em-
esperado e como será o processo seletivo. Isto possibilita que o presa/atividades e solicitar para que o candidato relate como agiria
candidato analise se atende suas expectativas e se deseja continuar. ou o que pensa a respeito da situação ou problemática abordada.
O candidato é cliente da seleção e deve ser tratado com consi- Ao convocar candidatos para fase de entrevistas, o ideal é
deração, ética e respeito. utilizar uma abordagem que perpasse os seguintes itens:
O fechamento da entrevista deve dar oportunidade ao candi- • Empatia;
dato para expressar opiniões ou fazer alguma pergunta; devem-se • Clareza;
dar explicações sobre as próximas fases e comprometer-se com o • Apresentação da empresa;
retorno. • Apresentação da Vaga, focando condições de trabalho;
Etc.

Editora
252
252
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Pode-se utilizar o período de contato telefônico com os recru- tência dos resultados e estabilidade das respostas, comparando-se
tados para analisar: grupos de pesquisa e instrumentos similares) e padronização
• Fluência verbal; (instruções normativas para aplicação dos testes) e a existência de
• Expectativas; normas específicas e atualizadas para a população brasileira.
• Motivação para participar do processo;
• Desenvoltura; Testes Técnicos ou Prova de conhecimentos e de capacidades
• Etc. São instrumentos utilizados para avaliar o nível de conheci-
mentos gerais e específicos dos candidatos exigidos pelo cargo a
Dinâmica de Grupo ser preenchido. Podem ser orais ou escritas, através de perguntas e
Técnica que integra o processo seletivo através da aplicação respostas ou de realização, aplicadas por meio de execução de uma
de exercícios, jogos e simulações. Ela dá aos examinadores a pos- tarefa (CHIAVENATO, 2005).
sibilidade de observar as pessoas exercendo diversos papéis onde Algumas empresas estão utilizando o recrutamento on-line.
são encontrados os requisitos básicos exigidos para o cargo a ser Existe uma série de funcionalidades de e-Recruitment que orga-
preenchido. Faz parte de um conjunto de instrumentos para avaliar nizam cada processo seletivo de modo que cada candidato em
o candidato. Sua finalidade é auxiliar a revelar ao selecionador se o cada vaga mantenha seu status atualizado, tal como: avaliações
candidato apresenta as características profissionais e pessoais que a do recrutador – entrevistas e dinâmicas, testes on-line etc. Isso
empresa está buscando. Esta técnica consiste em oferecer algumas facilita o trabalho dos recrutadores, consultores, assistentes e das
situações que possam colocar o grupo em funcionamento, a fim de áreas coligadas como: Administração de Pessoal, Cargos e Salários,
que se estabeleça uma dinâmica, de tal forma que os candidatos Treinamento e Desenvolvimento, Planejamento de Carreira, já que
venham a se expor. todas as informações podem ser compartilhadas.
Embora as etapas e propostas das dinâmicas mudem de uma As empresas podem manter um contato mais personalizado
empresa para outra, de modo geral, elas consistem de três etapas: com os candidatos, enviando mensagens de atualização, agrade-
Estas atividades grupais possibilitam que algumas características dos cimento, informando sobre os processos seletivos etc., podendo
candidatos se revelem e, assim, permitam ao selecionador avaliar atingir um grande público individualmente, melhorando a sintonia
a compatibilidade entre o candidato e a vaga oferecida. Observa-se com todos os profissionais. Por outro lado, beneficia também os
como cada pessoa se comporta em grupo, como é a comunicação, candidatos às futuras vagas, pois eles podem manter seus dados
o nível de iniciativa, a liderança, o processo de pensamento, o nível atualizados – entrando com login e senha na área destinada a eles,
de frustração, se aceita bem o fato de não ter sua ideia levada em no site – facilitando futuros contatos Rapidez e baixo custo caracte-
conta, dentre outros. riza o processo virtual.
Parecer da Seleção após aplicação das técnicas
Provas situacionais Deve-se relatar os principais atributos e os aspectos que não
São simulações de problemas rotineiros e/ou de situações do atendem a necessidade.
dia-a-dia ocorridos nas organizações onde os candidatos devem Indicar se o parecer é favorável ou desfavorável
posicionar-se apresentando soluções para estas situações, demons- a) Está acima do esperado
trando suas capacidades para percepção, análise e solução de um b) atende as expectativas/requisitos definidos
problema concreto. As situações problema permitem mais de um c) Favorável com restrições (citar em quais requisitos)
caminho ou forma para solução do problema, pois o objetivo é ava- d) desfavorável
liar como o candidato aplica seus conhecimentos, como toma de-
cisões muitas vezes colocando-se no lugar do gestor, suas atitudes Finalização do Processo Seletivo: Após o parecer da seleção
diante das situações. Portanto dependendo de como formularem indicando ou não o(s) candidato(s) e a decisão do requisitante
esta prova, é possível avaliar a ética, a prioridade que o candidato pela aprovação ou não, o recrutamento e seleção deverá tomar as
estabelece em relação às pessoas e a organização, avaliação da seguintes ações:
relação custo benefício de suas decisões, se consegue enxergar um a) Retorno aos Candidatos não aprovados: deve ocorrer logo
mesmo problema sob diversos ângulos, dentre outros Geralmente após a conclusão do processo através de e-mail, carta, telegrama,
são aplicadas individualmente e podem ser utilizadas para discus- telefonema ou outra forma julgar conveniente.
são em grupo. Quanto mais alto o cargo, menor a possibilidade da b) Retorno ao candidato aprovado: encaminhando para exame
utilização desta técnica. médico admissional; entrega de documentação para processar a
contratação; Integração de Novos Funcionários.
Testes Psicológicos c) Após o período de experiência ou outro período designado
Os testes avaliam principalmente aptidões, interesses, atitudes pela empresa, deverá haver um acompanhamento do novo fun-
personalidade com a finalidade de identificar o perfil e as caracterís- cionário objetivando verificar sua adaptação, se suas expectativas
ticas e prognosticar o comportamento em determinadas formas de estão sendo atendidas, dificuldades que está encontrando e como
trabalho bem como o potencial de desenvolvimento do candidato. está resolvendo, além de outras e a avaliação do gestor sobre o
A escolha de um teste psicológico deve ser feita pelo psicólogo e desenvolvimento do funcionário.
este deve observar determinados fatores como atributos e caracte-
rísticas que serão avaliadas. Análise e descrição de cargos
Os testes são ferramentas auxiliares no processo de decisão, Segundo Joelson Matoso, técnico da Secretaria de Adminis-
nunca podem ser vistos como fim. Eles complementam as impres- tração do Estado de Mato Grosso, em um modelo de gestão por
sões que são colhidas nas entrevistas, dinâmicas de grupos e nas processos a quantidade de cargos se dá em função da quantidade
provas. Os testes psicológicos para serem usados devem passar de processos e das demandas de trabalho. O conjunto de cargos
por um crivo científico que comprovem sua validade (capacidade responsáveis por um número específico de processos (sistemas)
de medir aquilo a que se propõe), precisão e fidedignidade (consis- compõe a estrutura organizacional.
Editora
253
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A análise e descrição de cargos é uma ferramenta gerencial Entrevista de levantamento de dados para elaboração da des-
muito eficiente para a uma organização, principalmente pela gran- crição e análise de cargos.
de quantidade de informações que gera e que servem de subsídios A entrevista é uma das formas de coleta de dados com
para diversos processos de gestão de pessoas. maior potencial para refletir de maneira fidedigna a realidade da
Como qualquer outra ferramenta de gestão, possui fundamento organização. Tanto o entrevistador quanto o entrevistado têm
teórico, base desse artigo, que objetiva de maneira clara e objetiva oportunidades de refletir sobre o cargo de uma forma sistemática.
fornecer alguns conceitos e orientações para a sua aplicação. A entrevista levanta pontos e questões que normalmente passam
É um documento formal, geralmente um formulário ou despercebidos no dia a dia da organização.
relatório com o detalhamento do que um cargo exige em termos A entrevista deve iniciar com o entrevistado dando uma visão
de conhecimentos, habilidades e capacidades para que possa ser geral do cargo, em termos de objetivos e responsabilidades. A seguir
desempenhada determinada função. A descrição e análise de o entrevistador deve iniciar as perguntas diretivas que propiciarão
cargos tende a otimizar o desenvolvimento de outras atividades, as respostas para preencher o formulário. As respostas devem
tais como: recrutamento, seleção, treinamentos, planejamento de contemplar os itens de um plano de ação: O que faz? Quando faz?
cargos e salários, avaliação de desempenho e segurança no traba- Como faz? Onde faz? Porque faz?
lho (MATOSO, 2008).17 Algumas perguntas que o entrevistador pode fazer:
Matoso explica que, dentro da estrutura, cada cargo está direta • Qual o objetivo central que o seu cargo deve alcançar?
ou indiretamente responsável por um ou mais processos, de forma • Quais são as principais atividades que você dirige, supervi-
que estes (os processos) requerem profissionais com características siona ou controla? (Esta pergunta pode gerar muitas outras. Pode
específicas, daí a necessidade de se fazer a descrição e análise dos tomar algum tempo para cobrir todas as atribuições do cargo).
cargos dos Núcleos Sistêmicos com o objetivo de alocar as pessoas • Qual a participação do seu cargo na definição de políticas,
certas nos cargos adequados. Destaca-se aqui as ideias deste servi- objetivos, normas e procedimentos para sua área?
dor público sobre análise e descrição de cargos: • Como são estabelecidos os objetivos e metas de curto/longo
Além disso, a descrição e análise de cargos oferece: prazos para o seu cargo?
• Insumo para nomear pessoas para os cargos existentes: Uma • Como é feito o planejamento, o acompanhamento e as corre-
vez que o perfil do cargo já está descrito, basta encontrar a pessoa ções dos planos e objetivos do seu trabalho?
que melhor preencha os requisitos exigidos. • Como você planeja, acompanha, controla e avalia o resultado
• Insumo para avaliação de desempenho: O desempenho do do trabalho dos membros da sua equipe?
ocupante do cargo pode e deve ser avaliado com base nas caracte- • Quais as principais complexidades do seu cargo?
rísticas que o cargo requer. • Que tipos de obstáculos ou de oportunidades exigem o máxi-
• Insumo para levantar necessidades de capacitação: A análise mo de sua habilidade para atingir seus objetivos?
e descrição do cargo contém o perfil de profissional ideal para ocu- • Como o seu superior pode saber se você está tendo um de-
par aquele cargo. Se o ocupante não possui certa habilidade ou co- sempenho satisfatório em relação aos objetivos estabelecidos para
nhecimento requerido pelo cargo, deve desenvolver tal habilidade o seu cargo?
ou conhecimento para desempenhar de maneira satisfatória suas • Quais os principais objetivos que poderiam ser tomados
funções. A necessidade de capacitação é, portanto, a diferença en- como representativos para o seu cargo?
tre a descrição do cargo e a avaliação de desempenho do servidor. • Qual a medida (quantitativa ou qualitativa) poderia ser utili-
• Insumo para ações de segurança no trabalho, porque identi- zada para descrever ou medir o seu desempenho?
fica os cargos em que os riscos a saúde do trabalhador são maiores.
• Insumo para revisão de leis de carreira: Na medida em que Sugestão de verbos para iniciar as frases de descrição das ati-
a descrição dos cargos é analisada periodicamente e sofre mudan- vidades
ças devido as novas demandas dos processos (leia-se sociedade), Aconselhar, adotar, ajustar, ajudar, analisar, apoiar, apresentar,
aumentando a complexidade das atividades pode-se propor al- aprovar, aprimorar, avaliar, aferir, conduzir, consultar, contatar,
terações nas leis de carreira objetivando adequar o salário/carga controlar, desenvolver, determinar, dirigir, elaborar, especificar,
horária as exigências do cargo. estabelecer, estudar, examinar, executar, facilitar, informar, liderar,
• Clareza para os ocupantes dos cargos sobre as atividades, manter, motivar, orientar, organizar, participar, pesquisar, planejar,
responsabilidades e a importância do seu trabalho para a melhoria preparar, prever, receber, recomendar, reportar, representar, rever,
dos serviços públicos. selecionar, supervisionar, treinar, verificar.
• Etapas da realização da descrição e análise de cargos (Como)
• Objetivamente a descrição de cargos é realizada nas seguin- Sugestão de verbos para descrever a missão do cargo
tes etapas: Verbos para você usar no meio da frase, depois de palavras
• Elaboração de formulário como “visando a”, “afim de”, “para”, “com o objetivo de” etc.
• Elaboração de manual de instrução de preenchimento do Alcançar, apoiar, aprimorar, assegurar, assistir, atingir, aumentar,
formulário e/ou treinamento dos facilitadores. auxiliar, conseguir, contribuir, controlar, coordenar, criar, cumprir,
• Preenchimento dos formulários (pode ser por meio de entre- desenvolver, estabelecer, estimular, facilitar, formular, implementar,
vista de um facilitador ao ocupante do cargo, ou o próprio ocupante manter, maximizar, minimizar, motivar, obter, otimizar, preservar,
preenchendo o formulário) promover, proteger, reduzir.
• Validação/correção dos formulários preenchidos
• Revisão periódica da descrição para adequação do cargo às Treinamento
mudanças nos processos/atividades O Treinamento e Desenvolvimento (T&D) pode ser definido de
modo amplo como um processo educacional aplicado de maneira
organizada e sistemática, que visa mudança de atitudes e compor-
17. Obtido em http://gestaocomaspessoas.blogspot.com.br/2008/01/anlise-e-
descrio-de-cargos.html tamentos. De modo mais específico:
Editora
254
254
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Desenvolvimento profissional: é a educação profissional que aperfeiçoa a pessoa para uma carreira dentro de uma profissão. É a
educação profissional que visa ampliar, desenvolver e aperfeiçoar a pessoa para seu crescimento profissional em determinada carreira
na organização ou para que se torne mais eficiente e produtiva no seu cargo. Seus objetivos são menos amplos que os da formação e
situados no médio prazo, visando proporcionar conhecimentos que transcendem o que é exigido no cargo atual, preparando-a para
assumir funções mais complexas. É dado nas organizações ou em firmas especializadas em desenvolvimento de pessoal.
Treinamento: é a educação profissional que adapta a pessoa para um cargo ou função. Seus objetivos situados no curto prazo são
restritos e imediatos, visando dar ao homem os elementos essenciais para o exercício de um cargo, preparando-o adequadamente para
ele. É dado nas empresas ou em firmas especializadas em treinamento. Nas empresas, é delegado geralmente ao chefe imediato da pessoa
que está trabalhando. Obedece a um programa preestabelecido e atende a uma ação sistemática visando à adaptação do homem ao
trabalho. Pode ser aplicado a todos os níveis ou setores da empresa (CHIAVENATO, 2009, pp.388-389).
O papel de T&D é o de coordenar e apoiar os processos de mudança, contribuindo para conquista equilibrada e simultânea dos
resultados das pessoas e das organizações (BOOG, 2005). As funções de treinamento e desenvolvimento têm um papel essencial no
crescimento de uma organização. Vários estudos mostram isto. Pettigrew et al. (1988) já discutiam, há quase vinte anos, que a função
de treinamento podia ir além de promover treinamento técnico ou desenvolver capacidades alinhadas ao mercado. Para esses autores,
há quatro aspectos relacionados ao crescimento da atividade de treinamento e desenvolvimento em uma empresa: fatores estratégicos,
política e personalidade da empresa, restrições de tempo e mobilização para mudanças.
Os fatores estratégicos relacionam-se às mudanças tecnológicas ou às mudanças que ocorrem no mercado e que provocam gaps
de habilidades; isto é especialmente sério em empresas com base tecnológica onde treinamento em alto nível, às vezes, é uma das
únicas opções viáveis para a empresa manter competitividade. Quanto aos aspectos relacionados à política e à personalidade da empresa,
Pettigrew et al. (1988) comentam a necessidade de uma filosofia que seja apoiadora de treinamento e que seja traduzida em níveis de
responsabilidade da companhia no tocante à criação de estruturas para identificação de necessidades, criação e compartilhamento de
treinamento. O aspecto relacionado às restrições de tempo refere-se mais a questões operacionais do que estratégicas, pois envolve ações
de apoio para cobertura temporária de postos de trabalho, uma barreira frequentemente apresentada pelos gestores de linha. Quanto à
mobilização para mudança, os autores comentam a necessidade de alinhamento dos programas de mudança propostos pela área de RH e
as demandas por mudanças nas demais áreas da empresa.
Mas como fazer para verificar se o investimento em desenvolvimento de pessoas representa uma estratégia de intervenção efetiva
para a aprendizagem organizacional, tema essencial quando o assunto é competitividade? Berry e Grieves (2003) apontam que o caminho
para a verificação está na extensão em que esse investimento é capaz de promover a transferência de aprendizagem, desenvolver a capa-
cidade de treinamento e encorajar o desenvolvimento de um RH estratégico. Para os autores, a transferência de aprendizagem é avaliada
pela capacidade que as pessoas têm de transferir para suas situações reais de trabalho o que aprenderam em programas de treinamento.
A capacidade de treinamento é vista como a habilidade que as organizações têm para promover, desenvolver continuamente e sustentar
as habilidades para aprender e criar novos conhecimentos aplicáveis.
Esta capacidade é uma mistura de recursos aplicados pela organização para alcançar um determinado fim e o desenvolvimento de
competências essenciais à empresa que garantem à mesma sua vantagem competitiva. Quanto ao desenvolvimento de um RH estratégico,
os autores apontam que este se relaciona à capacidade que a organização tem de operacionalizar sua missão através de fatores de sucesso
críticos; de criar indicadores de desempenho da área que sejam adequados; do desenvolvimento da habilidade para fazer diagnósticos;
da aplicação de conhecimentos no processo de transformação cultural; da capacidade de aplicação de competências para relacionar o
processo de mudança em curso com o processo planejado. Segundo os autores, todas estas ações, embora não exatamente alocadas na
área de RH, dependem do suporte da mesma para que a vantagem competitiva se consolide.
O Processo de T&D prevê as seguintes etapas:
1) Diagnóstico das Necessidades: efetuando o levantamento e análise das necessidades de Treinamento e desenvolvimento;
2) Elaboração e Implementação do Programa de Treinamento e Desenvolvimento;
3) Avaliações: compreende avaliações de reação; de acompanhamento e de conhecimento, quando prevista.
4) Registros e Controles.

PROCESSO DE TREINAMENTO E
DESENVOLVIMENTO

*População
*OBJET IVO
Envolvida

*Diagnóstico
das
Necessidades

*PROGRAMA
*T REINAMENTOS INTERNOS DE T REINAMENT OS EXTERNOS
TREINAMENT O

Implementação Implementação
das ações de das ações de
treinamento treinamento
interno* externo*
AVALIAÇÕES

REGIST ROS E CONT ROLES

Figura – Processo de Treinamento e Desenvolvimento


Editora
255
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Existem diversas oportunidades e meios para identificar as dos treinamentos, conforme prioridades estabelecidas; os recursos
necessidades de treinamento e desenvolvimento. É necessário necessários; as instituições ou instrutores que estarão capacitados
que haja clareza do por que, para quê, quem e em quanto tempo para atender a demanda da organização; análise dos conteúdos e
precisamos treinar. É fundamental para o Planejamento, definir metodologias; quais e quantas pessoas serão treinadas; e outras.
objetivamente quais habilidades e competências que precisam ser A implementação requer que os profissionais de treinamento e
desenvolvidas e as prioridades para este desenvolvimento (BOOG, desenvolvimento cuidem da logística para viabilizar a execução de
2002). É fundamental o alinhamento com as Estratégias e metas da todos os treinamentos programados, verificando com antecedência
organização. o local cuidando do acesso, verificando iluminação, ventilação,
As necessidades apontadas devem ser analisadas considerando espaço, ruído; a data, horários; materiais e equipamentos; convites,
os requisitos mínimos da função; as perspectivas para o(s) funcio- certificados, crachás; alimentação, dentre outros.
nário(s); as estratégias e metas da organização; dentre outras.
O Diagnóstico de Treinamento e Desenvolvimento compreende Quando o treinamento for ministrado por instrutores internos,
o levantamento e a análise das adequações ou inadequações das deve-se elaborar o Plano de treinamento que deve abranger os
Necessidades de treinamento que pode ser feito através: seguintes tópicos:
a) Pesquisa junto ao gestor: que pode ser feita através de en- • Título;
trevista, questionário ou utilizando outros instrumentos abordando • Objetivo a ser atingido;
os tipos de necessidades, por exemplo, fortalecer o relacionamento • População alvo (quem participará do treinamento);
e a comunicação na equipe de trabalho; justificativa; prioridade • Carga horária;
que deve ser estabelecida em função da necessidade, por exemplo, • Período ou data para realização;
capacitar operadores para operar a máquina X que deverá estar • Local;
instalada em três meses. Neste caso a prioridade é alta devendo ser • Conteúdo a ser ministrado;
atendida em no máximo dois meses; identificar os funcionários que • Recursos instrucionais;
deverão ser treinados; etc. • Metodologia;
b) Avaliação de Desempenho: resultado da avaliação das com- • Avaliações.
petências, habilidades e desempenho e da identificação das ações
que podem ser resolvidas através de treinamento e desenvolvimen- Cabe aos profissionais de treinamento e desenvolvimento a
to, como por exemplo: baixa produtividade e erros frequentes em responsabilidade de treinar os instrutores internos para garantir a
função de despreparo para efetuar determinadas análises laborato- eficácia dos treinamentos.
riais. Envolve ação de treinamento técnico ou uma recomendação Com relação aos tipos de treinamento, pode-se fazer a seguinte
para promoção em função de bom desempenho, envolve ações de divisão:
treinamento para identificar os gaps e preparar o funcionário para a) Formação: programas desenvolvidos com a finalidade de
ocupar a posição indicada. instalar competências ou habilidades básicas e necessárias para
c) Introdução de novas tecnologias ou Mudanças: fornece o exercício da função atual ou futura, fornecer uma formação ao
demanda para que treinamento e desenvolvimento capacitem as treinando. Podemos incluir idiomas, programas em universidades,
pessoas para operar os novos equipamentos ou processos, de- cursos técnicos, dentre outros.
senvolver novos produtos; efetuar processos de transferências de b) Aperfeiçoamento ou atualização: indicado para melhorar
tecnologias, dentre outros. o padrão de desempenho na própria função. Pode-se citar como
d) Entrevista de Desligamento: quando o funcionário desli- exemplo, uma selecionadora com experiência no cargo que irá fazer
gar-se da empresa, efetua-se a entrevista para verificar as razões um curso sobre técnicas inovadoras na área de seleção.
do desligamento; dificuldades que encontrou no desempenho de c) Gerenciais: indicados para desenvolver ou aperfeiçoar as
suas funções, estilo de liderança, ações para que melhorasse seu habilidades de lideranças, de gestão de pessoas.
desempenho, dentre outras. d) Técnicos: indicados para estabelecer novas metodologias,
e) Pesquisa de Clima Organizacional: avaliar a percepção dos novas tecnologias ou técnicas de trabalho.
funcionários relacionadas com as práticas e políticas da organização e) Programas de Trainees ou estagiários: desenvolvimento de
relacionadas ao sistema de gestão; capacitação; oportunidades de recém-formados ou no caso de estagiários, de estudantes de cursos
desenvolvimento; relações interpessoais, processo de comunica- técnico ou superior, objetivando que ocupem funções superiores
ção; imagem da organização; dentre outros, avaliando quais ações na organização.
de treinamento e desenvolvimento pode contribuir para melhorar f) Outdoor training: realizado em ambiente aberto, utilizando
o nível de satisfação ou insatisfação dos funcionários. técnicas vivenciais em situações planejadas, possibilitando fixar
f) Os processos de Qualidade, Segurança e Meio ambiente, conceitos importantes na realidade das organizações e de funções
devem indicar necessidades de treinamento e desenvolvimento específicas.
em função de implementação de políticas, certificações, auditorias, g) Integração de Novos funcionários: indicado para preparar os
exigências legais, ou aumento de índices de acidentes, não cumpri- funcionários recém admitidos através de orientações sobre políti-
mento das normas e procedimentos, dentre outros. cas, procedimentos, estrutura, valores, produtos, histórico, dentre
g) Pesquisa com Clientes ou Reclamações de Mercado: se a outros, sempre com a utilização de um bom planejamento para
organização adota esta prática, deve identificar quais ações de trei- impactar de forma positiva no funcionário podendo estabelecer
namento e desenvolvimento que contribuem para sanar problemas clima de confiança e relação duradoura.
indicados pelos clientes ou para prevenir possíveis reclamações.

A elaboração de um programa de treinamento deve levar em


consideração o Estágio de desenvolvimento da organização; deve-
-se dimensionar o custo e como pode ser otimizado; cronograma
Editora
256
256
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
No que se refere aos métodos e técnicas de treinamento, os Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente
mais usuais são: de produção se torna cada vez menos necessário, e nesse caso a
a) Palestras – apresentação de curta duração – atualização Administração de Materiais é uma ferramenta fundamental para
b) Workshops – tem caráter de formação – exercício do conhe- manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria-pri-
cimento ma, porém não haja excedentes.
c) Multiplicadores – profissionais da própria empresa treinados Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas
para reproduzir treinamentos fases produtivas baseou-se principalmente, pela necessidade de
d) Seminários – conceituais – indicados para aperfeiçoamento produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente a Administração
e) Job Rotation – deslocamento de pessoas de uma função para de Materiais tem como função principal o controle de produção e
outra, para aprender exercitando. estoque, como também a distribuição dos mesmos.
f) On the job – treinamento no local de trabalho
g) Coaching – orientação personalizada para questões especí- As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e Patri-
ficas moniais
h) Mentoring – orientação personalizada que visa estimular o 1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência.
crescimento e resolução de problemas 2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar ou-
i) Vivencial – reprodução de uma situação similar a do dia a dia, tras áreas da Organização. Busca pela eficácia.
através de dramatizações, rol playng, Jogos de Empresa, Dinâmicas 3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender
de Grupo -. bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade.
j) À Distância – (E-Learning) realizado por algum meio de comu-
nicação, internet, intranet, fitas e vídeo e outros. Visão Operacional e Visão Estratégica
k) Estudo de casos – pode ser usado casos reais ou fictícios Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a ativida-
des específicas. Melhorar algo que já existe.
Quanto aos recursos didáticos, salientam-se: datashow, multi- Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de
mídia, flip-chart, filmadoras, gravadores, televisor, vídeos, blu-ray, um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a alta performance
DVD, livros, apostilas, projetores, dentre outros. de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a organização de
maneira interrelacional.
Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do autor
ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS E MATERIAIS: PROCESSOS era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das ações
DE COMPRAS GOVERNAMENTAIS E GERENCIAMENTO DE dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de são
MATERIAIS E ESTOQUES recompensados pela Organização. Na moderna interpretação da
Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de trabalhar
investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, poderemos
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS não só garantir a sustentabilidade da Organização para os diversos
Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencialmente ou de invernos como, também, fazê-los em Paris.
forma efetiva, riqueza. Historicamente, a administração de recursos materiais e patri-
moniais tem seu foco na eficiência de processos – visão operacio-
Administração de Recursos - Conceitos - Atividade que plane- nal. Hoje em dia, a administração de materiais passa a ser chamada
ja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, de área de logística dentro das Organizações devido à ênfase na
o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e com- melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre produtores
prar até a entrega do produto terminado para o cliente. e consumidores, de forma a obter o melhor nível de rentabilidade
É um sistema integrado com a finalidade de prover à adminis- para a organização e maior satisfação dos clientes.
tração, de forma contínua, recursos, equipamentos e informações A Administração de Materiais possui hoje uma Visão Estraté-
essenciais para a execução de todas as atividades da Organização. gica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO e não
baseado na melhor no que já existe. A partir da visão estratégica a
Evolução da Administração de Recursos Materiais e Patrimo- Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser co-
niais nhecida por LOGISTICA.
A evolução da Administração de Materiais processou-se em
várias fases: Sendo assim:
- A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da empre-
sa, pois comprar era a essência do negócio;
VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA
- Atividades de compras como apoio às atividades produtivas
se, portanto, integradas à área de produção; EFICIENCIA EFETIVIDADE
- Condenação dos serviços envolvendo materiais, começando ESPECIFICA SISTEMICA
com o planejamento das matérias-primas e a entrega de produtos
QUANTITATIVA QUANTITATIVA E QUALTAITIVA
acabados, em uma organização independente da área produtiva;
- Agregação à área logística das atividades de suporte à área MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO
de marketing. QUANTO QUANDO

Princípios da Administração de Recursos Materiais e Patrimo-


niais
- Qualidade do material;
- Quantidade necessária;
Editora
257
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
- Prazo de entrega - Movimentação;
- Preço; - Inspeção de saída
- Condições de pagamento. - Distribuição.

Qualidade do Material Sem o estoque de certas quantidades de materiais que aten-


O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua dam regularmente às necessidades dos vários setores da organiza-
aceitação dentro e fora da empresa (mercado). ção, não se pode garantir um bom funcionamento e um padrão de
atendimento desejável. Estes materiais, necessários à manutenção,
Quantidade aos serviços administrativos e à produção de bens e serviços, for-
Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades mam grupos ou classes que comumente constituem a classificação
da produção e estoque, evitando a falta de material para o abasteci- de materiais. Estes grupos recebem denominação de acordo com o
mento geral da empresa bem como o excesso em estoque. serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à nature-
za dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, etc.),
Prazo de Entrega ou do tipo de demanda, estocagem, etc.
Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor atendi-
mento aos consumidores e evitar falta do material. Classificação de Materiais
Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma,
Menor Preço dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar confu-
O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em posi- são, ou seja, um produto não poderá ser classificado de modo que
ção da concorrência no mercado, proporcionando à empresa um seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. A classifica-
lucro maior. ção, ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero de material
ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos químicos pode-
Condições de pagamento rão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos entre si.
Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo segundo
maior flexibilidade na transformação ou venda do produto. critérios adotados, agrupando-o de acordo com a semelhança, sem,
contudo, causar confusão ou dispersão no espaço e alteração na
Diferença Básica entre Administração de Materiais e Adminis- qualidade.
tração Patrimonial O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalo-
A diferença básica entre Administração de Materiais e Admi- gação, simplificação, especificação, normalização, padronização
nistração Patrimonial é que a primeira se tem por produto final a e codificação de todos os materiais componentes do estoque da
distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é respon- empresa.
sável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a O sistema de classificação é primordial para qualquer Departa-
conservação e manutenção de bens. mento de Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle
eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento
A Administração de Materiais é, portanto um conjunto de ativi- correto do almoxarifado.
dades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada
ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais O princípio da classificação de materiais está relacionado à:
necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições.
Tais atividades abrangem desde o circuito de reaprovisionamento, Catalogação
inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação de
fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as opera- materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjun-
ções gerais de controle de estoques etc. to de dados relativos aos itens identificados, codificados e cadas-
A Administração de Materiais destina-se a dotar a adminis- trados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da
tração dos meios necessários ao suprimento de materiais impres- empresa.
cindíveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno, Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diversi-
na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor dade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso
custo. de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-se a
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao simplifi-
materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do carmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos as
momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima das despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos com
necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a providên- capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para que
cia do suprimento após esse momento poderá levar a falta do ma- haja a normalização. Ao requisitar uma quantidade desse material,
terial necessário ao atendimento de determinada necessidade da o usuário irá fornecer todos os dados (tipo de capa, número de
administração. folhas e formato), o que facilitará sobremaneira não somente sua
aquisição, como também o desempenho daqueles que se servem
São tarefas da Administração de Materiais: do material, pois a não simplificação (padronização) pode confundir
- Controle da produção; o usuário do material, se este um dia apresentar uma forma e outro
- Controle de estoque; dia outra forma de maneira totalmente diferente.
- Compras;
- Recepção;
- Inspeção das entradas;
- Armazenamento;
Editora
258
258
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Especificação materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de
Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais
material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em
entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição
material a ser requisitado. quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se
forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no
Normalização estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: são mate-
A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utili- riais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para
zados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização que não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimen-
e identificação do material, de modo que o usuário possa requisitar to automático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve ser
e o estoquista possa atender os itens utilizando a mesma termino- automático, com base na demanda prevista e na importância para
logia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida a empresa.
e formato.
Os materiais de estoque se subdividem ainda;
Codificação Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos que
É a apresentação de cada item através de um código, com as compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao
informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou processo produtivo. Matéria prima que são materiais básicos e in-
letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armazena- sumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo
dos no estoque, quando a quantidade de itens é muito grande. Em produtivo. Produtos em fabricação que são também conhecidos
função de uma boa classificação do material, poderemos partir para como materiais em processamento que estão sendo processados
a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações ao longo do processo produtivo. Não estão mais no estoque por-
necessárias, suficientes e desejadas por meios de números e/ou le- que já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque
tras. Os sistemas de codificação mais comumente usados são: o al- ainda não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos já
fabético (procurando aprimorar o sistema de codificação, passou-se prontos. Materiais de manutenção: materiais aplicados em manu-
a adotar de uma ou mais letras o código numérico), alfanumérico e tenção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: materiais
numérico, também chamado “decimal”. A escolha do sistema utili- não incorporados ao produto no processo produtivo da empresa.
zado deve estar voltada para obtenção de uma codificação clara e Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em
precisa, que não gere confusão e evite interpretações duvidosas a diversos setores da empresa.
respeito do material. Este processo ficou conhecido como “código
alfabético”. Entre as inúmeras vantagens da codificação está a de Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a eficácia na
afastar todos os elementos de confusão que porventura se apresen- gestão de estoque é necessário que se separe de forma clara, aquilo
tarem na pronta identificação de um material. que é essencial do que é secundário em termos de valor de consu-
O sistema classificatório permite identificar e decidir priorida- mo. Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta
des referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de chamada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela determina a im-
estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da portância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio
empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos mate- consumo em determinado período. Curva ABC é um importante
riais. instrumento para se examinar estoques, permitindo a identifica-
Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas ção daqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados
características: ser abrangente, flexível e prático. quanto à sua administração. Ela consiste na verificação, em certo
- Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo
em vez de reunir apenas materiais para serem classificados; em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque, paraque
- Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos eles possam ser classificados em ordem decrescente de importân-
de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerencia- cia.
mento do estoque;
- Praticidade: a classificação deve ser simples e direta. Os materiais são classificados em:
Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária - Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser tra-
uma divisão que norteie os vários tipos de classificação. balhados com uma atenção especial pela administração. Os dados
Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor mone-
materiais. tário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses valores são
orientativos e não são regra).
Para o autor Viana os principais tipos de classificação são: - Classe B: São os itens intermediários que deverão ser tratados
- Por tipo de demanda logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe A; são os se-
- Materiais críticos gundos em importância. Os dados aqui classificados correspondem
- Pericibilidade em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no máximo
- Quanto à periculosidade 30% dos itens estudados (esses valores são orientadores e não são
- Possibilidade de fazer ou comprar regra).
- Tipos de estocagem - Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de
- Dificuldade de aquisição movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gera-
- Mercado fornecedor. rem custo de manter estoque. Deverão ser tratados, somente, após
todos os itens das classes A e B terem sido avaliados. Em geral, so-
- Por tipo de demanda: A classificação por tipo de demanda se mente 5% do valor monetário total representam esta classe, po-
divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. Mate- rém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores são
riais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível para orientadores e não são regra).
os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. Esses
Editora
259
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Metodologia de cálculo da curva ABC
A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de prio-
ridades, para a programação da produção.

Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes, desne-
cessária. É conveniente que os itens mais importantes, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes. Assim,
economiza-se tempo e recursos.
Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o processo em 6 etapas a seguir:
1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para cada um
deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o custo do estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-up, etc.
2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são: quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com esses
dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a quantidade pelo custo unitário.
3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é preciso organizá-los em ordem decrescente de valor.
4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total acumulado
e os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao total.
5º) Construir a curva ABC
Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo total
acumulado.

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra
algumas indicações para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância


A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:

Classe Nº itens % itens Valor acumulado Itens em estoque


A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz, Isqueiro.

Editora
260
260
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quan- - Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação permite
do, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A a identificação de materiais que devido a suas características físico-
(apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, -químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, trans-
enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens porte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis.
C (sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os
estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação - Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação visa de-
mais rentável para a empresa do nosso exemplo. terminar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabri-
cados internamente ou comprados:
Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em - Fazer internamente: fabricados na empresa;
conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se - Comprar: adquiridos no mercado;
obter o material. - Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos;
Os materiais são classificados em materiais: - Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos a
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com simi- análise de custos.
lares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, - Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classificados em
com ou sem similar; materiais de estocagem permanente e temporária.
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na em- - Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis
presa, e sua falta ocasiona paralisação da produção. de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes.
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressupri-
Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados mento, ou seja, é um material não de estoque.
como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e
podem colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da em- - Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser classifica-
presa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. dos por suas dificuldades de compra em materiais de difícil aquisi-
Os materiais classificados como “Y” são também imprescindíveis ção e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de:
para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmen- Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronogra-
te substituídos em curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles ma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca oferta no
que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à se- mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; Sazonalida-
gurança das pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da organização de: há alteração da oferta do material em determinados períodos
e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um
serem encontrados. único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte es-
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as pecial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves
seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos.
ser adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu
similar podem ser encontrados facilmente? - Mercado fornecedor: Esta classificação está intimamente li-
gada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do mer-
Ainda em relação aos tipos de materiais temos; cado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais do
- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais
demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvol-
risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, vendo fornecedores nacionais.
devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, por-
tanto, sujeitos ao controle de obsolescência. Recebimento e Armazenagem
A quantidade de material cadastrado como material crítico Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de
dentro de uma empresa deve ser mínimo. compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade
a conferência dos materiais destinados à empresa.
Os materiais são classificados como críticos segundo os seguin- As atribuições básicas do Recebimento são:
tes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material impor- - Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devo-
tado, único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de difícil ob- lução de materiais;
tenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de materiais - Analisar a documentação recebida, verificando se a compra
de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte; está autorizada;
Críticos por problemas de armazenagem ou transporte de materiais - Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto
perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimen- de transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos;
sões; Críticos por problema de previsão, por ser difícil prever seu - Proceder a conferência visual, verificando as condições de
uso; Críticos por razões de segurança de materiais de alto custo de embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se
reposição ou para equipamento vital da produção. for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos docu-
mentos;
- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados - Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos mate-
de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades riais recebidos;
físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classifica- - Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
ção; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado - Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da libe-
em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utiliza- ração de pagamento ao fornecedor;
ção poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem - Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxa-
por longos períodos. Ex. alimentos, remédios; rifado;
Editora
261
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes po-
a função em quatro fases: dem ser contados utilizando os seguintes métodos:
- Manual: para o caso de pequenas quantidades;
1a fase - Entrada de Materiais - Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens
A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria padronizadas com grandes quantidades;
da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem - Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que
os seguintes objetivos: envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos,
- A recepção dos veículos transportadores; porcas, arruelas;
- A triagem da documentação suporte do recebimento; - Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesa-
- Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em análise, gem pode ser feita através de balanças rodoviárias ou ferroviárias;
está autorizada pela empresa; - Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas;
- Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
contratual; 3a fase - Conferência Qualitativa
- Constatação se o número do documento de compra consta Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina. A
na nota fiscal; análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da
- Cadastramento no sistema das informações referentes a com- confrontação das condições contratadas na Autorização de Forneci-
pras autorizadas, para as quais se inicia o processo de recebimento; mento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa ga-
- O encaminhamento desses veículos para a descarga; rantir o recebimento adequado do material contratado pelo exame
dos seguintes itens:
As compras não autorizadas ou em desacordo com a programa- - Características dimensionais;
ção de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos - Características específicas;
no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as opera- - Restrições de especificação;
ções de análise de avarias e conferência de volumes é o “Conheci-
mento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido quando A armazenagem nada mais é do que um conjunto de funções
do recebimento da mercadoria a ser transportada. que tem nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e
As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em conservação de matérias – primas, produtos acabados ou semi –
relação às condições de contrato devem motivar a recusa do rece- acabados.
bimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as circuns- Este processo envolve mercadorias, e apenas produz resulta-
tâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do dos quando é realizado uma operação com o objetivo de lhe acres-
transportador. O exame para constatação das avarias é feito através centar valor. A armazenagem pode ser definida como o compromis-
da análise da disposição das cargas, da observação das embalagens, so entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na prática
quanto a evidências de quebras, umidade e amassados. isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que influenciam
Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser os custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos
encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do mate- mesmos.
rial no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência de vo- A função de armazenamento de material é agir com maior agi-
lumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros lidade entre suprimento e as necessidades de produção.
e controles de compra. Para a descarga do veículo transportador O armazenamento incorpora diversos aspectos diferentes das
é necessária a utilização de equipamentos especiais, quais sejam: operações logísticas. Devido à interação, o armazenamento não
paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes. se enquadra nitidamente em esquemas de classificação utilizados
quando se fala em gerenciamento de pedidos, inventário ou trans-
O cadastramento dos dados necessários ao registro do rece- porte.
bimento do material compreende a atualização dos seguintes sis-
temas: As atividades que compõem a armazenagem são:
- Sistema de Administração de Materiais e gestão de esto- - Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a
ques: dados necessários à entrada dos materiais em estoque, vi- identificação do material recebido, analisar o documento fiscal com
sando ao seu controle; o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.
- Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda
- Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque
pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da de produtos em processo, estoque de matéria – prima e materiais
posição de fornecedores; auxiliares ,estoque operacional, estoque de produtos acabados e
- Sistema de Compras : dados necessários à atualização de sal- estoques de materiais administrativos.
dos e baixa dos processos de compras; - Distribuição: está relacionada à expedição do material, que
envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem,
2a fase - Conferência Quantitativa a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu des-
É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo forne- tino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota fiscal de
cedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A confe- saída para que haja controle do estoque.
rência por acusação também conhecida como “contagem cega “ é
aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebida, desco- Tipos de armazenagem:
nhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A confrontação A armanezagem temporária tem como função conseguir uma
do recebido versus faturado é efetuada a posteriori por meio do Re- forma de arrumação fácil de material, como por exemplo, a coloca-
gularizador que analisa as distorções e providencia a recontagem. ção de estrados para uma armazenagem direta entre outros. Já a ar-
mazenagem permanente tem um local pré-definido para o depósito
Editora
262
262
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
de materiais, assim o fluxo do material determina a disposição do Armazenagem por setores de montagem
armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garantin- Neste tipo de armazenagem as peças de série são englobadas
do a organização do mesmo. num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção por
família de peças. Este critério conduz à organização das peças por
Vantagens da armazenagem: prioridades dentro de cada grupo.
A armazenagem quando efetuada de maneira correta pode
trazer muitos benefícios, nos quais traz diretamente a redução de A mecanização dos processos de armazenagem fará com que o
custos. critério do percurso mais breve e de menor frequência seja imple-
- Redução dos custos de movimentação bem como das exis- mentado na elaboração de novas técnicas de armazenagem
tências;
- Facilidade na fiscalização do processo; Tipos de Armazenagem
- Redução de perdas e inutilidades. Armazenagem temporária
- Aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores; Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a conse-
- Agiliza o processo de entrega; guir uma arrumação fácil do material, colocação de estrados para
- Compensa defasagens de produção uma armazenagem direta, pranchas entre outros. Aqui a força da
- Melhor aproveitamento do espaço; gravidade joga a favor.

Desvantagens da armazenagem: Armazenagem permanente


Algumas desvantagens segundo: É um processo predefinido num local destinado ao depósito de
- Imobilização de capital; matérias.
- A armazenagem requer serviços administrativos de controles O fluxo de material determina:
e gerenciamento; - A disposição do armazém - critério de armazenagem;
- A mercadoria tem prazo de validade nos quais devem ser res- - A técnica de armazenagem - espaço físico no armazém;
peitados; - Os acessórios do armazém;
- Um armazém de grande porte requer máquinas com tecno- - A organização da armazenagem.
logia.
Armazenagem interior/exterior
Armazenagem em função das prioridades A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem a
Não existe nenhuma norma que regule o modo como os ma- nível econômico, sendo esta muito utilizada para material de ferra-
teriais devem estar dispostos no armazém, porém essa decisão de- gens e essencialmente material pesado.
pende de vários fatores. Senão veja-se:
Armazenagem em função dos materiais
Armazenagem por agrupamento: A armazenagem deve ter em conta a natureza dos materiais
Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e busca de de modo a obter-se uma disposição racional do armazém, sendo
materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento do espaço. É o importante classificá-los.
caso dos moldes, peças, lotes de aprovisionamento aos quais se - Armazém de commodities: Madeira, algodão, tabaco e ce-
atribui um número que por sua vez pertence a um grupo, identifi- reais;
cando-os com a divisão da estante respectiva . - Armazém para granel: A armazenagem deste material deve
ocorrer nas imediações do local de utilização, pois o transporte des-
Armazenagem por tamanho, peso e característica do mate- te tipo de material é dispendioso. Para grandes quantidades deste
rial. material a armazenagem faz-se em silos ou reservatórios de gran-
Neste critério o talão de saída deve conter a informação relati- des dimensões. Para quantidades menores utilizam-se bidões, latas
va ao setor do armazém onde o material se encontra. Este critério e caixas. Armazena-se grãos, produtos líquidos, etc;
permite um melhor aprovisionamento do espaço, mas exige um - Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, frutas, comida
controlo rigoroso de todas as movimentações. congelada, etc;
- Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário: Produtos
Armazenagem por frequência domésticos e mobiliário;
O controle através da ficha técnica permite determinar o local - Armazéns de mercadorias em geral: Produtos diversos. O
onde o material deverá ser colocado, consoante a frequência com principal objetivo é agregar o material em unidades de transporte e
que este é movimentado. A ficha técnica também consegue veri- armazenagem tão grandes quanto possíveis, de modo a preencher
ficar o tamanho das estantes, de modo a racionalizar o aproveita- o veiculo por completo.
mento do espaço. - Gases - Os gases obedecem a medidas especiais de precau-
ção, uma vez que tornam-se perigosos ao estarem sujeitos a altas
Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote diá- pressões e serem inflamáveis. Por sua vez a armazenagem de gar-
rio rafas de gás está sujeita a regras específicas e as unidades de trans-
Esta armazenagem é constituída por um segundo armazém de porte são por norma de grandes dimensões.
pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia-
-a-dia. Este armazém de movimento possui uma variada gama de Critérios de Armazenagem
materiais. Dependendo das características do material, a armazenagem
pode dar-se em função dos seguintes parâmetros:
- Fragilidade;
- Combustibilidade;
Editora
263
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
- Volatilização; Distribuição De Materiais
- Oxidação; O processo de distribuição: conceitos e estratégias
- Explosividade; Ter um bom produto (bem ou serviço) não basta! Há a necessi-
- Intoxicação; dade que esse produto chegue até o cliente da melhor forma possí-
- Radiação; vel, seja esse um produto de consumo ou industrial. Nesse sentido,
- Corrosão; é necessário identificar adequadamente os meios para distribuir o
- Inflamabilidade; produto, para que esse chegue ao cliente certo, na quantidade cer-
- Volume; ta e no momento certo.
- Peso; Um bom produto pode não ter aceite do mercado, caso esse
- Forma. não esteja disponível nos lugares certos para o consumo. Portan-
to, o sucesso ou fracasso de um produto no mercado depende de
Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras ta- sua disponibilidade para consumo, no tempo e quantidade certa. O
xativas que regulem o modo como os materiais devem ser dispostos cliente ao procurar uma determinada marca, não encontrando-a,
no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se analisar, em conjunto, os esse tenderá comprar uma outra marca qualquer. Dessa forma, um
parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo tipo de dos instrumentos da Logística que busca solucionar esse problema
arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa que me- e o desenvolvimento e utilização de um correto Processo de Distri-
lhor atenda ao fluxo de materiais: buição.
1. armazenagem por tamanho: esse critério permite bom apro-
veitamento do espaço; Dimensões do processo de distribuição: canal de distribuição
2. armazenamento por frequência: esse critério implica arma- e distribuição física
zenar próximo da saída do almoxarifado os materiais que tenham - Canal de distribuição está relacionado ao conjunto de orga-
maior frequência de movimento; nizações interdependentes envolvidas na disponibilização de um
3. armazenagem especial, onde destacam-se: produto (bem e/ou serviço) para uso e/ou consumo. Dessa forma,
a) os ambientes climatizados; entende-se canal de distribuição como sendo, o conjunto de or-
b) os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas ganizações que executam as funções necessárias para deslocar os
normas de segurança; produtos da produção até o consumo. Nesse contexto surgem os
c) os produtos perecíveis (método FIFO) intermediários que são as organizações que constituem o canal de
distribuição, ou seja, são empresas comerciais que operam entre os
4. Armazenagem em área externa: devido à sua natureza, mui- produtores e os clientes finais.
tos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o que - Distribuição Física: refere-se à movimentação de produtos
diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais que ne- para o local adequado, nas quantidades e tempos (prazos) corretos,
cessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados nos de maneira eficiente e eficaz em termos de custo, ou seja, refere-se
pátios externos os materiais a granel, tambores e “containers”, pe- ao uso correto das estratégias de logística relacionadas ao processo
ças fundidas e chapas metálicas. de distribuição, tais como, armazenagem/estocagem, embalagem,
5. Coberturas alternativas: não sendo possível a expansão do transporte, movimentação interna de materiais, bem como dos sis-
almoxarifado, a solução é a utilização de galpões plásticos, que dis- temas e equipamentos necessários para essas funções.
pensam fundações, permitindo a armazenagem a um menor custo.
INTERMEDIÁRIOS
Independentemente do critério ou método de armazenamento Relacionam-se abaixo, alguns exemplos dos principais interme-
adotado é oportuno observar as indicações contidas nas embala- diários atuantes em um canal de distribuição:
gens em geral. - Varejista: tipo de intermediário cujo principal objetivo é reali-
zar a venda de bens e/ou serviços diretamente ao cliente final. Ex.:
Estudo do layout Supermercado, papelaria, farmácia, bazar, loja de calçados, etc.
Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do la- - Atacadista: intermediário que compra e revende mercadorias
yout de um almoxarifado, de forma que se possa obter as seguintes para os varejistas e a outros comerciantes e/ou para estabelecimen-
condições: tos industriais, institucionais e usuários comerciantes, mas que não
1. Máxima utilização do espaço; vende em pequenas quantidades para clientes finais. Ex.: Martins,
2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de obra e Atacadão
equipamentos); - Distribuidor: geralmente, esse termo é confundido com o
3. Pronto acesso a todos os itens; Atacadista. Porém, para bens industriais, o mesmo agrega, além
4. Máxima proteção aos itens estocados; da venda, armazenagem e assistência técnica dentro de uma área
5. Boa organização; geográfica delimitada de atuação, ou seja, busca atender deman-
6. Satisfação das necessidades dos clientes. das mais regionalizadas. Ex.: Distribuidor de tratores e implementos
agrícolas em uma determinada região.
No projeto de um almoxarifado devem ser verificados os se- - Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (relações de
guintes aspectos: curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas que vendem uma li-
1. Itens a serem estocados (itens de grande circulação, grande nha de produtos de uma empresa sob relação contratual. Podem
peso e volume); trabalhar com exclusividade apenas os produtos de uma única em-
2. Corredores (facilidades de acesso); presa (agentes exclusivos) ou trabalham com produtos similares de
3. Portas de acesso (altura, largura); empresas diferentes (agentes não exclusivos).
4. Prateleiras e estruturas (altura x peso);
5. Piso (resistência).
Editora
264
264
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
IMPORTÂNCIA DOS INTERMÉDIARIOS parte dos equipamentos, peças e matéria-prima são vendidas por
Pode-se identificar diversos aspectos que justificam a impor- meio de contatos diretos entre vendedores e compradores. Esse
tância dos intermediários no canal de distribuição, dentre esses canal é requisitado quando o fabricante prefere não utilizar os in-
destacam-se: termediários disponíveis no mercado, optando pela força de venda
- Aumento da eficiência do processo de distribuição, pois não própria e providenciando a movimentação física dos produtos até
seria eficiente para um fabricante ou produtor buscar atender clien- o cliente final. O mesmo oferece às empresas a vantagem de maior
tes individualmente; controle das funções de Marketing a serem desempenhadas, sem
- Transformação das transações em processos repetitivos e ro- a necessidade de motivar intermediários e depender de resultados
tineiros, simplificando atividades e os processos de pedido, paga- de terceiros. Uma das desvantagens é a exigência de maiores inves-
mento, etc. timentos, uma vez que as funções mercadológicas são assumidas.
- Facilitação do processo de busca de produtos, ampliando o
acesso dos clientes a uma gama maior de produtos. FabricanteVarejistaCliente Final (NÍVEL UM) - é um dos canais
mais utilizados pelos fabricantes de produtos de escolha, como
FUNÇÕES DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO alimentação, vestuário, livros, eletrodomésticos. Nesse caso, o fa-
As funções objetivam tornar o canal de distribuição mais efe- bricante transfere ao intermediário grande parte das funções mer-
tivo (eficiente e eficaz), podendo ser dividida em três categorias: cadológicas (venda, transporte, crédito, embalagens). Ex.: Lojas
Transacionais: compreendem a compra, a venda dos produtos, Bahia, Supermercado Extra, etc.
bem como assumir os riscos comerciais envolvidos no processo;
Facilitação: relacionam-se com o financiamento de crédito, FabricanteAtacadista Varejista Cliente Final (NÍVEL DOIS) - esse
o controle de produtos (inspecionar e classificar produtos), bem tipo de canal é utilizado no mercado de bens de consumo, quando
como a coleta de informações de marketing, tornando mais fáceis a distribuição visa atingir um número muito grande e disperso de
os processos de compra e venda. Produtores e intermediários po- clientes (ampliar capilaridade).
dem trabalhar juntos para criar valor para seus clientes por meio Uma empresa que visa cobrir um mercado de forma intensiva
de previsões de vendas, análises competitivas e relatórios sobre as pode utilizar esse canal que, além das vendas, oferece financiamen-
condições do mercado, focando atingir as reais necessidades dos to, transportes, promoções, etc. É um dos sistemas mais tradicio-
clientes; nais para alguns tipos de produtos como bebidas, limpeza, etc.
Logísticas: envolvem a movimentação e a combinação de pro-
dutos em quantidades que os tornem fáceis de comprar. FabricanteAgente(Atacadista) Varejista Cliente Final (NÍVEL
TRES): Nesse sistema, o agente (broker) desempenha a função de
DECISÕES DE PROJETO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO reunir o comprador e o vendedor. O agente é na verdade, um inter-
Para se projetar um canal de distribuição é necessário avaliar mediário que não compra produtos, apenas representa o fabricante
alguns atributos: ou o atacadista (aqueles que realmente compram os bens) na busca
Avaliar claramente os mercados (reais e potenciais) a serem de mercados à produção dos fabricantes ou na localização de fontes
trabalhados. de suprimento para esses fabricantes.
- Determinar as características dos clientes (segmentação), em
termos de números de clientes, dispersão geográfica, frequência de Prestador de Serviço Usuário Final: A distribuição de serviços
compra, etc. para usuários finais ou empresariais é mais simples e direta do que
- Determinar as características dos produtos quanto à perecibi- a distribuição de bens tangíveis, em função das características dos
lidade, dimensões, grau de padronização e necessidades dos clien- serviços. O profissional de Marketing de Serviços está menos preo-
tes. cupado com a armazenagem, transporte e controle do estoque e,
- Determinar as características dos intermediários, quanto ao normalmente usa canais mais curtos. Outra consideração é a contí-
tipo de transporte, sistema de equipamentos e armazenagem utili- nua necessidade de manutenção de relacionamentos pessoais en-
zado, sistemas de TI, etc. tre produtores e usuários de serviços.
- Diagnosticar as características ambientais quanto às condi-
ções locais, legislação, etc. Prestador de ServiçoAgente Usuário Final: Na prestação de ser-
- Avaliar as características das empresas envolvidas quanto so- viços também há a possibilidade da utilização de agentes, os quais
lidez financeira, composto de produtos (bens e serviços), nível de nesse caso são denominados de corretores. Os exemplos mais co-
serviço, estratégias de marketing, etc. muns incluem os corretores de seguro, corretores de fundo de in-
vestimentos, agentes de viagem, etc.
TIPOLOGIAS DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
FabricanteCliente Final/Cliente Empresarial (NÍVEL ZERO) - é GESTÃO DAS RELAÇÕES NO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
o canal de distribuição mais simples e direto do fabricante até o
usuário final, sendo também o mais comum no cenário empresa- Conflitos no Canal
rial. Quando essse canal de distribuição é usado em mercados de Conflito é um fenômeno que resulta da natureza social dos
consumo, pode assumir duas formas. A primeira é a Venda Direta relacionamentos. Especificamente, no caso dos canais de distribui-
que envolve contatos de vendas pessoais entre o comprador e o ção, o conflito surge quando um membro do canal crê que outro
vendedor, como aqueles que ocorrem com os produtos agrícolas membro esteja impedindo a realização de seus objetivos especí-
(feiras), processo Avon, Yakult, etc. Já a segunda forma é o Marke- ficos. Diversos fatores podem favorecer o surgimento de conflito
ting Direto, o qual abrange uma comunicação direta entre o com- entre os membros do canal:
prador e o vendedor, conforme ocorre nas vendas por meio de ca- - Incongruência de papéis entre os membros;
tálogos ou mala direta. Pode-se considerar que os canais diretos - Escassez de recursos e discordância na sua alocação;
são mais importantes no mercado empresarial (B2B), onde a maior
Editora
265
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
- Diferenças de percepção e interpretação dos estímulos am- canal: o líder do canal tende emergir quando o canal de distribuição en-
bientais; frenta ambientes ameaçadores, aqueles onde a demanda é declinante,
- Diferenças de expectativas em relação ao comportamento es- a concorrência aumenta e a incerteza é elevada.
perado dos outros membros;
- Discordância no domínio da decisão; Construindo a confiança no canal
- Incompatibilidade de metas específicas dos membros; Muitos canais estão rumando para a construção da confiança
- Dificuldades de comunicação. mútua como base para o sucesso das relações entre os membros
do canal. Geralmente essa confiança requer que esses membros re-
Há três principais tipos de conflitos que podem ocorrer nos ca- conheçam sua interdependência e saibam compartilhar processos
nal de distribuição: e informações.
- O conflito Vertical – tipo de conflito que ocorre entre mem- ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO
bros de diferentes níveis no canal. Ex.: Fabricantes versus Ataca- Em termos gerais, existem três tipos de estratégias de distri-
distas ou Varejistas. Quando um fabricante vende seus produtos buição:
diretamente aos clientes via internet, poderá gerar algum tipo de - Distribuição intensiva – essa estratégia torna um certo produ-
conflito vertical entre esse e seus varejistas. to disponível no maior número de estabelecimentos de uma região,
- O conflito Horizontal, conflito que envolve divergências entre visando obter maior exposição e ampliar a oportunidade de venda.
membros do mesmo nível no canal, como Atacadistas versus Ata- Produtos com baixo valor unitário e alta frequência de compra são
cadistas ou franqueados (lojas) pertencentes a uma certa franquia vendidos intensivamente, de modo que os clientes considerem con-
competindo em uma mesma região. Esses conflitos podem ocorrer, veniente comprá-los. Assim, por meio da distribuição intensiva, os
devido as diferenças quanto aos limites de território ou em termos clientes podem encontrar os produtos no maior número de locais
dos preços praticados. possíveis.
- Conflito Multicanal – é o conflito que surge quando um fabri- - Distribuição seletiva – estratégia que consiste no fato do fabri-
cante utiliza dois ou mais canais simultâneos que vendem para o cante vender produtos por meio de mais de um dos intermediários
mesmo mercado. Ex. loja virtual versus loja física ou uso de repre- disponíveis em uma região, mas não em todos. Sendo assim, os in-
sentantes. termediários escolhidos são considerados osmelhores para vender
os produtos com base em sua localização, reputação, clientela e
Poder no canal outros pontos fortes. A distribuição seletiva é empregada quando
Poder é a capacidade que um dos membros do canal tem de osclientes buscam produtos de compra comparada. Cabe ainda
influenciar as variáveis do mix mercadológico de um outro membro. destacar que, nesse caso, havendo menos “parceiros” de canal,
Nesse sentido, o membro que exerce Poder está interferindo ou até torna-se possível desenvolver relacionamentos mais estreitos com
modificando os objetivos mercadológicos do outro membro. De cada um desses, permitindo que o fabricante obtenha boa cobertu-
uma forma mais geral, conceito de Poder está associado à capaci- ra do mercado com mais controle e menos custos, comparado com
dade de um membro particular do canal de controlar ou influenciar a distribuição intensiva.
o comportamento de outro(s) membro(s) do canal. - Distribuição exclusiva - ocorre quando o fabricante vende seus
produtos por meio de um único intermediário em uma determina-
Fontes de Poder no canal da região, onde esserecebe o direito exclusivo de distribuir tais pro-
Em geral, existem cinco tipos de fontes de poder que são exer- dutos. Esse tipo de estratégia é utilizada quando um determinado
cidos no canal: produto requer um esforço especializado de venda ou investimen-
- Recompensa: é a capacidade de um agente recompensar um tos em estoques e instalações específicas. A distribuição exclusiva é
outro quando esse último conforma-se à influência do primeiro. A oposta à distribuição intensiva, sendo mais adequada à medida em
recompensa, normalmente está associada com fontes econômicas. que se deseja operar apenas com “parceiros” exclusivos de canal
- Coerção: é o oposto do Poder de recompensa, onde o exer- que possam apoiar ou servir o produto de forma adequada, ou seja,
cício do Poder está associado à expectativa de um dos agentes em enfatizando uma determinada imagem que possa caraterizar luxo
relação à capacidade de retaliação do outro, caso esse não se sub- ou exclusividade.
meta às tentativas de influência do primeiro.
- Legítimo: deriva de normas internalizadas em um membro A definição mais detalhada dos objetivos dos canais de dis-
(contrato) e que estabelecem que outro membro tem o direito de tribuição depende essencialmente de cada organização, da forma
influenciá-lo, existindo a obrigação de aceitar essa influência. com que ela compete no mercado e da estrutura geral da cadeia
- Informacional: origina-se pela posse de um membro de infor- de suprimentos. Porém, é possível identificar alguns fatores gerais,
mações valorizadas por outros membros do canal. comum na maioria deles:
- Experiência: deriva do conhecimento (know-how) que um - Assegurar a rápida disponibilidade do produto no mercado
membro detem em relação a outro membro. identificado como prioritários, ou seja, o produto precisa estar dis-
ponível para a venda nos estabelecimentos varejistas do tipo cor-
Liderança do canal reto;
Quando os conflitos se reduzem e há um aumento de coopera- - Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto sob
ção entre os membros do canal, essas características podem resultar enfoque, isto é buscar parcerias entre fabricante e varejista que
no surgimento de membros que, devido a fatores como, alto poder de possibilitem a exposição mais adequada da mercadoria nas lojas;
barganha, poder legítimo, poder de informação, tornam-se líderes do - Promover cooperação entre os participantes da cadeia de su-
canal.Por ouro lado, alguns autores identificaram um padrão consis- primentos, principalmente relacionada aos fatores mais significati-
tente de condições que determinam o surgimento de uma liderança no vos associados à distribuição física, ou seja, buscar lotes mínimos

Editora
266
266
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
dos pedidos, uso ou não de paletização ou de tipos especiais de Uma boa distribuição, associada a um produto de boa qualida-
acondicionamentos em embalagens, condições de descarga, restri- de, a uma propaganda eficaz e a um preço justo, faz com que os pro-
ções de tempo de espera, etc. dutos sejam disponibilizados a seus consumidores, de modo que
- Assegurar nível de serviço estabelecido previamente pelos estes possam fazer a opção pela compra. Estando nas prateleiras, o
parceiros da cadeia de suprimentos; produto passa a fazer parte de uma gama de produtos concorrentes
- Garantir rápido e preciso fluxo de informações entre os par- que podem ser comprados ou não.
ceiros; e O primeiro passo para ele poder fazer parte dessa opção de
- Procurar redução de custos, de maneira integrada, atuando compra é estar disponível nas prateleiras.
em conjunto com os parceiros, analisando a cadeia de suprimentos Outros fatores como propaganda, preço e qualidade do produ-
na sua totalidade. to, podem variar entre produtos concorrentes, mas a distribuição
é uma condição obrigatória para todas as empresas que querem
Os canais de distribuição podem desempenhar quatro funções vender seus produtos.
básicas, segundo as modernas concepções trazidas pelo supply Se o produto não está disponível na prateleira, independente
chain management: de todos os outros fatores que influenciam a compra, este não po-
- Indução da demanda – as empresas da cadeia de suprimentos derá ser comprado.
necessitam gerar ou induzir a demanda de seus serviços ou merca-
dorias; Imagine um produto com uma qualidade maravilhosa, com
- Satisfação da demanda – é necessário comercializar os servi- uma estratégia de propaganda primorosa, com um preço imbatível,
ços ou mercadorias para satisfazer a demanda; mas não disponível no mercado.
- Serviço de pós-venda – uma vez comercializados os serviços A distribuição física acontece em vários níveis dentro de uma
ou mercadorias, precisa-se oferecer os serviços de pós-venda; e instituição. Isso ocorre em razão de que a posição hierárquica inter-
- Troca de informações – o canal viabiliza a troca de informa- fere no processo. Uma decisão tomada pela alta administração de
ções ao longo de toda a cadeia de suprimentos, acrescendo-se tam- uma empresa é chamada de decisão estratégica e deve ser seguida
bém os consumidores que disponibilizam um retorno importante pelos demais níveis hierárquicos.
tanto para os fabricantes quanto para os varejistas. A decisão tática é tomada e imposta pela média gerência e a
operacional diz respeito à supervisão que se encarregará de fazer
Entre fatores estratégicos importantes no sistema distributivo com que os projetos sejam cumpridos e executados.
podem ser levantadas as seguintes questões:
- Se o número, o tamanho e a localização das unidades fabris Para um melhor entendimento, seguem os níveis da adminis-
atendem às necessidades de mercado, tração da distribuição física.
- Se a localização geográfica dos mercados e os seus respectivos • Estratégico;
custos de abastecimento são compatíveis, • Tático;
- Se a frequência de compras dos clientes, o número e o tama- • Operacional.
nho dos pedidos justificam o esforço distributivo,
- Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão em bases a. Nível Estratégico
compatíveis com o mercado, Neste nível, a alta administração da empresa decide o modo
- Se os métodos de armazenagem e os seus custos são justificá- que deve ter a configuração do sistema de distribuição. Podem ser
veis com os resultados operacionais gerados, relacionadas às seguintes preocupações:
- Se os métodos de transporte adotados são adequados, • Localização dos armazéns;
• Seleção dos modais de transportes;
Em conformidade com o potencial do mercado, é importante • Sistema de processamento de pedidos etc.
analisar a demanda de cada mercado atendido pela empresa e se o
tipo de sistema de distribuição adotado é adequado. b. Nível Tático
É o nível em que a média gerência da empresa estará envolvida
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA em utilizar seus recursos da melhor e maior forma possível. Suas
A distribuição física de produtos ou distribuição física são os preocupações são:
processos operacionais e decontrole que permitem transferir os • Ociosidade do equipamento de transmissão de pedidos ser
produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a mer- a mínima;
cadoria é finalmente entregue ao consumidor. (NOVAES, 1994). • Ocupação otimizada da área de armazéns;
Pode-se dizer que seu objetivo geral é levar os produtos certos, • Otimização dos meios de transportes, sempre em níveis má-
para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço ximos possíveis à carga etc.
desejado, pelo menor custo possível.
A distribuição física tem, como foco principal, todos os produ- c. Nível Operacional
tos que a companhia oferece para vender, ou seja, desde o instante É o nível em que a supervisão garante a execução das tarefas
em que a produção é terminada até o momento em que o cliente diárias para assegurar que os produtos se movimentem pelo canal
recebe a mercadoria (produto). de distribuição até o último cliente. Podem ser citadas:
Toda produção visa a um ponto final, que é chegar às mãos do • Carregar caminhões;
consumidor. • Embalar produtos;
“Nadar e morrer na praia” não é objetivo de nenhuma institui- • Manter registros dos níveis de inventário etc.
ção que vise ao lucro. Nem entidades sem fins lucrativos desejam
que seus feitos não alcancem os objetivos, mesmo que estes não
sejam financeiros.
Editora
267
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
MODALIDADES DE TRANSPORTE Quando usar o Transporte Rodoviário - Mercadorias perecíveis,
O transporte de mercadorias é parte fundamental do comér- mercadorias de alto valor agregado, pequenas distâncias (até 400
cio. Como o produto é entregue e a qualidade com que chega até o Km), trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais, quan-
cliente final é o que define a satisfação do comprador e a possibili- do o tempo de trânsito for valor agregado.
dade de um cliente fiel. Sendo assim, deve-se usar o modal – meio
de transporte – que atenda às expectativas do comprador. Transporte Ferroviário
Dados mostram que o transporte representa 60% dos custos Transporte ferroviário é aquele realizado sobre linhas férreas,
logísticos, 3,5% do faturamento e tem papel preponderante na qua- para transportar pessoas e mercadorias. As mercadorias transpor-
lidade dos serviços logísticos, impactando diretamente no tempo tadas neste modal são de baixo valor agregado e em grandes quan-
de entrega, confiabilidade e segurança dos produtos. tidades como: minério, produtos agrícolas, fertilizantes, carvão, de-
rivados de petróleo, etc.
Qual o melhor modal?
São basicamente cinco os modais: rodoviário, ferroviário, aqua- Vantagens Desvantagens
viário, aéreo e dutoviário.
Para o transporte de mercadorias, cada modal possui suas van-
•Grande capacidade de •Alto custo de implan-
tagens e desvantagens. Para cada rota há possibilidade de escolha cargas tação
e esta deve ser feita mediante análise profunda dos custos e carac- •Baixo custo de trans- •Transporte lento
terísticas do serviço. porte (Inexistência de pedá- devido às suas operações de
gios) carga e descarga
O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior •Adequado para longas •Pouca flexibilidade de
classifica o Sistema de Transporte, quanto à forma, em: distâncias equipamentos.
- Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário);
- Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário
•Baixíssimo nível de •Malha ferroviária
e Ferroviário); acidentes. insuficiente.
- Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido •Alta eficiência ener- •Malha ferroviária
por um único contrato; gética. sucateada
- Segmentados: envolve diversos contratos para diversos mo- •Melhores condições •Necessita de entre-
dais; de segurança da carga. postos especializados.
- Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino fi-
nal, necessita ser transbordada para prosseguimento em veículo da
•Menor flexibilidade
mesma modalidade de transporte (regido por um único contrato).
•Menor poluição do no trajeto (nem sempre chega
meio ambiente ao destino final, dependendo
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE TRANSPORTE de outros modais.)

Transporte Rodoviário Quando usar o Transporte Ferroviário - Grandes volumes de


É aquele que se realiza em estradas, com utilização de cami- cargas / Grandes distâncias a transportar (800 km) / Trajetos exclu-
nhões e carretas. Trata-se do transporte mais utilizado no Brasil, sivos (não há vias para outros modais)
apesar do custo operacional e do alto consumo de óleo diesel.
Transporte Aquaviário
Realizado por meio de barcos, navios ou balsas. Engloba tanto
Vantagens Desvantagens o transporte marítimo, utilizando como via de comunicação os ma-
•Capacidade de tráfe- •Menor capacidade de res abertos, como o transporte fluvial, por lagos e rios. É o transpor-
go por qualquer rodovia (flexi- te mais utilizado no comércio internacional.
cargas entre todos os modais;
bilidade operacional)
•Usado em qualquer •Alto custo de opera- Vantagens Desvantagens
tipo de carga. ção •Maior capacidade de •Necessidade de
•Agilidade no trans- •Alto risco de roubo/ carga transbordo nos portos
porte e no acesso às cargas Frota antiga- acidentes •Menor custo de trans- •Longas distâncias
•Não necessita de •Vias com gargalos porte (Frete de custo relativa-
dos centros de produção
gerando gastos extras e maior mente baixo)
entrepostos especializados
tempo para entrega. •Apesar de limitado às •Menor flexibilidade
•Amplamente dispo- •Alto grau de poluição zonas costeiras, registra grande nos serviços aliado a fre-
nível competitividade para longas quentes congestionamentos
•Fácil contratação e •Alto valor de trans- distâncias nos portos
gerenciamento. porte. •Mercadoria de baixo •É de gerenciamento
•Adequado para cur- •Menos competitivo à valor agregado.
complexo, exigindo muitos
documentos.
tas e médias distâncias longa distância;

Editora
268
268
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Quando usar o Transporte Aquaviário- Grandes volumes de Transporte Dutoviário
carga / Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não Esta modalidade de transporte não apresenta nenhuma flexi-
há vias para outros modais) / Tempo de trânsito não é importante / bilidade, visto que há uma limitação no número de produtos que
Encontra-se uma redução de custo de frete. podem utilizar este modal. O transporte é feito através de dutos
cilíndricos. Pode ser utilizado para transporte de petróleo, produtos
Tipos de navios: derivados do minério, gases e grãos.
Navios para cargas gerais ou convencionais:
Navios dotados de porões (holds) e pisos (decks), utilizados Vantagens Desvantagens
para carga seca ou refrigerada, embaladas ou não.
•Muitas dutovias
Navios especializados: são subterrâneas e/ou •Pode ocasionar um
Graneleiros (bulk vessels): carga a granél (líquido, gasoso e só- submarinas, considerado grande acidente ambiental
lido), sem decks. uma vantagem, pois caso suas tubulações se rom-
Ro-ro (roll-on roll-off): cargas rolantes, veículos entram por minimizam os riscos causados pam
rampa, vários decks de diversas alturas. por outros veículos;
•O dutoviário trans- •Possui uma ca-
Navios Multipropósito:
porta de forma segura e para pacidade de serviço muito
Transportam cargas de navios de cargas gerais e especializados longas distancias limitada
ao mesmo tempo.
Granel sólido + líquido •Proporciona um •Custos fixos são
Minério + óleo menor índice de perdas e
mais elevados
Ro-ro + container roubos

Navios porta-container:
•Baixo consumo de •Investimento inicial
energia. elevado.
Transportam exclusivamente cargas em container.
Sólido, líquido, gasoso
•Alta confiabilidade. •Requer mais licen-
Desde que seja em container ças ambientais.
Tem apenas 01 (um) deck (o principal)
Transporte Aéreo •Simplificação de
O transporte aéreo é aquele realizado através de aeronaves e carga e descarga
pode ser dividido em Nacional e Internacional. •Transporte de volu-
mes granéis muito elevados.
Vantagens Desvantagens

•É o transporte •Menor capacidade Tipos de dutos


de carga (Limite de volume e - Subterrâneos
mais rápido - Aparentes
peso|)
- Submarinos
•Não necessita •Valor do frete mais
embalagem mais reforça- Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel.
elevado em relação aos outros
da (manuseio mais cuida- Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático.
modais
doso); Gasodutos = gás natural.
•Os aeroportos
normalmente estão loca- •Depende de terminais Observa-se que os meios de transportes estão cada vez mais
lizados mais próximos aos de acesso inter-relacionados buscando compartilhar e gerar economia em es-
centros de produção. cala, capacidade no movimento de cargas e diferencial na oferta
de serviços logísticos. Porém, o crescimento dessa integração multi-
•Transporte de modal muitas vezes é dificultado pela infraestrutura ofertada pelos
grandes distâncias. setores privados e públicos.
•Seguro de trans- Estoques
porte é muito baixo.
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que
Quando usar o Transporte Ferroviário - Pequenos volumes de descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de
cargas / Mercadorias com curto prazo de validade e/ou frágeis / estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab-
Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há via sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção
para outros modais) / Tempo de trânsito é muito importante. substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge-
Tipos de Aeronaves: renciados”.
Full pax = somente de passageiros.
Full cargo = somente de cargas.
Combi = misto de carga e passageiros

Editora
269
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Razões para manter estoque materiais. Adicionalmente, a realização de contratos futuros pode
A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exi- representar um instrumento eficiente para proteger a empresa de
ge investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita eventual oscilação de preços de seus insumos básicos.
sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a Para manutenção de estoques de materiais em processos, jus-
manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é impos- tifica-se a maior flexibilidade do processo produtivo, caso ocorra
sível conhecer exatamente a demanda futura e como nem sempre interrupção em alguma das linhas de produção da empresa. Obvia-
os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se mente, essa questão deve ser substituída pela adoção de proces-
acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias sos de produção mais confiáveis, para evitar a ocorrências destas
e minimizar os custos totais de produção e distribuição. interrupções.
A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada
Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades, por duas razões: garantir atendimentos efetuados para as vendas
ou seja: realizadas e diminuir os custos de mudança na linha de produção.
- Melhoram o nível de serviço.
- Incentivam economias na produção. Técnicas de Administração de estoques
- Permitem economias de escala nas compras e no transporte.
- Agem como proteção contra aumentos de preços. CURVA ABC
- Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo Segrega os estoques em três grupos, demonstrando grafica-
de ressuprimento. mente com eixos de valores e quantidades, que considera os mate-
- Servem como segurança contra contingências. riais divididos em três grandes grupos, de acordo com seus valores
de preço/custo e quantidades, sendo assim materiais “classe A” re-
Abrangência da Administração de Estoques presentam a minoria da quantidade total e a maioria do valor total,
A administração de estoques é de importância significativa na “classe C” a maioria da quantidade total e a minoria do valor total,
maioria das empresas, tanto em função do próprio valor dos itens “classe B” valores e quantidades intermediárias.
mantidos em estoque, associação direta com o ciclo operacional da O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da “classe
empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de B e C” menos sofisticados.
estoques também dependem em grande parte do nível de vendas,
com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem após a MODELO DE LOTE ECONÔMICO
realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os cus-
das realizações das vendas. tos totais de estocagem de pedido para um item do estoque. Con-
siderando os custo de pedir e os custos de manter os materiais.
Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever as ven- Sendo os custos de pedir, os fixos, administrativos ao se efetuar e
das antes de se estabelecer os níveis desejados de estoques, torna receber um pedido e o custo de manter são os variáveis por unida-
sua administração uma tarefa difícil. Deve se observar também que de da manutenção de um item de estoque por umdeterminado pe-
os erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda das ríodo (custo de armazenagem) segundo, “oportunidade” de outros
vendas (caso tenham sido subdimensionados) ou a custos de es- investimentos.
tocagem excessivos (caso tenham sido superdimensionados), resi-
dindo, portanto, na correta determinação dos níveis de estoques, Custo total = custo de pedir + custo de manter
a importância da sua administração. Seu objetivo é garantir que os
estoques necessários estejam disponíveis quando necessários para PONTO DE PEDIDO
manutenção do ritmo de produção, ao mesmo tempo em que os Determina em que ponto os estoques serão pedidos levando
custos de encomenda e manutenção de estoques sejam minimiza- em consideração o tempo de entrega dos principais itens.
dos.
Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x demanda
Os estoques podem ser classificados como: diária
- Matéria-prima
- Produtos em processo SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
- Materiais de embalagem Os Sistemas básicos utilizados na administração de estoques
- Produtos acabados são:
- Suprimentos
1. FMS (Flexible Manufacturing System)
A razão para manutenção de estoques depende fundamental- Nesse sistema, os computadores comandam as operações das
mente da natureza desses materiais. máquinas de produção e, inclusive, comandam a troca de ferramen-
Para manutenção dos estoques de matérias primas, são utiliza- tas das operações de manuseio de materiais, ferramentas, acessó-
das justificativas como a facilidade para o planejamento do proces- rios e estoques. Pode-se incluir no software módulos de monitora-
so produtivo, a manutenção do melhor preço deste produto, a pre- ção do controle estatístico da qualidade. Normalmente, é aplicado
venção quanto à falta de materiais e, eventualmente, a obtenção de em fábricas com grande diversidade de peças de produtos finais
descontos por aquisição de grandes quantidades. montados em lotes. Podemos destacar entre as vantagens do FMS,
Essas razões são contra-argumentadas de várias formas. as seguintes:
Atualmente, as modernas técnicas de administração de estoques, • Permite maior produtividade das máquinas, que passam a
o conceito do “Supply Chain Management” que ajuda a reduzir ter utilização de 80% a 90% do tempo disponível.
custos, representam alternativas eficientes para evitar-se falta de • Possibilita maior atenção aos consumidores em função da
flexibilidade proporcionada.
Editora
270
270
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
• Diminui os tempos de fabricação. da fábrica, inclusive até o nível de compras, pelas necessidades ge-
• Em função do aumento da flexibilidade, permite aumen- radas na montagem final. As peças ou submontagens são colocadas
tar a variedade dos produtos ofertados. em caixa feitas especialmente para cada uma dessas partes, que, ao
serem esvaziadas na montagem, são remetidas ao posto de traba-
2. MRP-Material Requirement Planing lho que faz a última operação a essa remessa, que funciona como
O MRP é um sistema completo para emitir ordens de fabri- uma ordem de produção.
cação, de compras, controlar estoques e administrar a carteira de
pedidos dos clientes. Opera em base semanal, impondo com isso 6. Sistema Just in Time
uma previsão de vendas no mesmo prazo, de modo a permitir a ge- É preciso que haja um sistema integrado de planejamento de
ração de novas ordens de produção para a fábrica. O sistema pode distribuição. É assim que surge o Just in Time, que é derivado do
operar com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de compras, sistema Kanban. De acordo com Henrique Corrêa e Irineu Gianesi, a
fabricação e montagem, operando ainda com diversos estoques de responsável pela implantação do Just in Time foi a Toyota, criando
material em processo, como estoque de matérias primas, partes, esse sistema em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar
submontagens e produtos acabados.A maior vantagem do MRP em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque, passando a res-
consiste em utilizar programas de computadores complexos, levan- ponsabilidade e o comprometimento de não parar sua produção
do em consideração todos os fatores relevantes para conseguir o para seus terceirizados.
melhor cumprimento de prazos de entrega, com estoques baixos, O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo principal é
mesmo que a fábrica tenha muitos produtos em quantidade, de suprir produtos para a linha de produção e clientes da empresa,
uma semana para outra. somente quando for necessário. Ao longo da cadeia logística, as re-
Um ponto fundamental para o correto funcionamento do sis- lações entre as empresas - inclusive com o emprego de recursos de
tema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos funcionários que comunicação e tecnologias de informação, devem ser garantidas de
interagem com o sistema MRP, em relação à informação de dados tal forma que os resultados, e, portanto, os serviços prestados pela
para computador. Sem essadisciplina, a memória do MRP vai acu- logística obedeçam exatamente às necessidades de serviços ex-
mulando erros nos saldos em estoques e nas quantidades neces- pressas pelos clientes. É muito importante, portanto que haja uma
sárias. cooperação, um bom relacionamento entre a empresa e seus for-
necedores externos e internos. Um ponto muito favorável no Just
3. Sistema Periódico in Time é que ele diminui a probabilidade de que ocorram perdas
A característica básica deste sistema é a divisão da fábrica em de produtos.
vários setores de processamento sucessivo de vários produtos simi-
lares. Cada setor recebe um conjunto de ordens de fabricação para Outros sistemas de estoques
serem iniciados e terminados no período. Com isso, no fim de cada Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação física em
período, se todos os setores cumprirem sua carga de trabalho, não duas partes. Uma parte será utilizada totalmente até a data da en-
haverá qualquer material em aberto. Isso facilita o controle de cada comenda de um novo lote e a outra será utilizada entre a data da
setor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem definidas. encomenda e a data do recebimento do novo lote. A grande van-
Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido às suas ca- tagem deste sistema está na substancial redução do processo bu-
racterísticas, não se tornou obsoleto face aos sistemas modernos, rocrático de reposição de material (bujão de gás). A denominação
nos quais é possível à adoção de períodos curtos, menores que uma “DUAS GAVETAS” decorre da ideia de guardar um mesmo lote em
semana. duas gavetas distintas.

4. OPT-Optimezed Production Technology Sistema de Estoque Mínimo - É usado principalmente quando


O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem diferen- a separação entre as duas partes do estoque não é feita fisicamen-
te dos sistemas anteriores, enfatizando a racionalidade do fluxo te, mas apenas registrada na ficha de controle de estoque, com o
de materiais pelos diversos postos de trabalho de uma fábrica. Os ponto de separação entre as partes. Enquanto o estoque mínimo
pressupostos básicos do OPT foram originados por formulações ma- estiver sendo utilizado, o Departamento de Compras terá prazo su-
temáticas. Nesse sistema, as ordens de fabricação são vistas como ficiente para adquirir e repor o material no estoque.
tendo de passar por filas de espera de atendimento nos diversos
postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos de trabalho Sistema de Renovação Periódica - Consiste em fazer pedidos
forma então uma rede de filas de espera. para reposição dos estoques em intervalos de tempo pré-estabe-
O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes gerenciais para lecidos para cada item. Estes intervalos, para minimizar o custo de
ajudar a determinar o Lote ótimo para cada componente ou sub- estoque, devem variar de item para item. A quantidade a ser com-
montagem a ser processado em cada posto de trabalho. Muita ên- prada em cada encomenda é tal que, somada com a quantidade
fase é dedicada aos pontos de gargalo da produção. existente em estoque, seja suficiente para atender a demanda até
o recebimento da encomenda seguinte. Logicamente, este siste-
5. Sistema KANBAN-JIT ma obriga a manutenção de um estoque reserva. Deve-se adotar
O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado onde os períodos iguais para um grande número de itens em estoque pois,
empregados possuem motivação e mobilização, com grande liber- procedendo a compra simultânea de diversos itens, pode-se obter
dade de ação. Nessas fábricas, na certeza de que os empregados condições vantajosas na transação (compra e transporte).
trabalham com dedicação e responsabilidade, é legítimo um traba-
lhador parar a linha de montagem ou produção porque achou algo
errado, os empregados mantém-se ocupados todo o tempo, aju-
dando-se mutuamente ou trocando de tarefas conforme as neces-
sidades. O sistema Kanban-JIT é um sistema que “puxa” a produção
Editora
271
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Sistema de Estocagem para um Fim Específico - Apresenta duas Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação de
subdivisões: ativos por venda, que é receita de capital, deverão ser aplicados em
a) Estocagem para atender a um programa de produção pré- despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas (pas-
-determinado: sivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o incremen-
É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou semicontínuo que to de outro ativo, com a realização de despesas de investimento, de
estabelece, com antecedência de vários meses, os níveis de produ- forma a manter preservado o valor do patrimônio público.
ção. A programação (para vários períodos, semanas e meses) elabo-
rada pelo P.C.P. deverá ser coerente para todos os segmentos, des- TOMBAMENTO DE BENS
de o recebimento do material até o embarque do produto acabado. O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebimento
dos bens móveis pelos órgãos, como visto anteriormente, pela con-
Vantagens: ferência física dos bens pelo Almoxarifado. Após registro de entrada
* Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, objetiva- do bem no sistema de gerenciamento de material no estoque, o
mente controlados por se conhecer a demanda futura. responsável por este encaminhará uma comunicação ao Setor de
* Melhores condições de compra de materiais, pois pode-se Patrimônio (com cópia da nota de empenho, documentos fiscais e
aceitarcontratos de grandes volumes para entregas parceladas. Aa- outros que se fizerem necessários), informando o destino (centros
tividade de compra fica reduzida, sem a necessidade de emitirpedi- de responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em esto-
dos de fornecimento para cada lote de material. que, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunicação de saí-
da deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais emitida pelo
b) Estocagem para atender especificamente a uma ordem de Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente ao destino
produção ou a uma requisição: É o método empregado nas produ- final, o Almoxarifado encaminhará a Guia de Saída ao Patrimônio,
ções do tipo intermitente, onde a indústria fabrica sob encomenda, juntamente com os demais documentos do processo de empenho.
sendo justificável no caso de materiais especiais ou necessários es- O tombamento consiste na formalização da inclusão física de
poradicamente. Os pedidos de material neste sistema são baseadas um bem patrimonial no acervo do órgão, com a atribuição de um
principalmente na lista material (“ROW MATERIAL”) e na programa- único número por registro patrimonial, ou agrupando-se uma se-
ção geral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem casos em que o pe- quência de registros patrimoniais quando for por lote, que é de-
dido para compra precisa ser feito mesmo antes do projeto do pro- nominado “número de tombamento”. Pelo tombamento aplica-se
duto estar detalhado, ou seja, antes da listagem do material estar uma conta patrimonial do Plano de Contas do órgão a cada mate-
pronta, pois os itens necessários podem ter um ciclo de fabricação rial, de acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do
excessivamente longo. Ex.: grandes motores, turbinas e navios. bem a ser registrado é o valor constante do respectivo documento
de incorporação (valor de aquisição).
Enfim, o controle de estoques exerce influência muito grande A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem, de pla-
na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital que poderia queta de identificação, por colagem ou rebitamento, a qual conterá
estar sendo investido de outras maneiras. Portanto, aumentar a ro- o número de registro patrimonial.
tatividade do estoque auxilia a liberar ativos e economiza o custo Na colocação da plaqueta deverão ser observados os seguintes
de manutenção e controle que podem absorver de 25 a 40% dos aspectos: local de fácil visualização para efeito de identificação por
custos totais, conforme mencionado anteriormente. meio de leitor óptico, preferencialmente na parte frontal do bem;
evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta ou que pos-
Gestão patrimonial sam acarretar sua deterioração; evitar fixar a plaqueta em partes
O patrimônio é o objeto administrado que serve para propi- que não ofereçam boa aderência, por apenas uma das extremida-
ciar às entidades a obtenção de seus fins. Para que um patrimônio des ou sobre alguma indicação importante do bem.
seja considerado como tal, este deve atender a dois requisitos: o Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física antes
elemento ser componente de um conjunto que possua conteúdo de serem distribuídos aos diversos centros de responsabilidade do
econômico avaliável em moeda; e exista interdependência dos ele- órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas ou a sua
mentos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a própria natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta também
uma entidade que vise alcançar determinados fins. terão número de tombamento, mas serão marcados e controlados
Do ponto de vista econômico, o patrimônio é considerado uma em separado. Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja
riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma necessidade coletiva, de difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou estantes en-
sendo este observado sob o aspecto qualitativo, enquanto que sob costadas na parede, que não possam ser movimentados devido ao
o enfoque contábil observa-se o aspecto quantitativo (Ativo =Pas- peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar mais próximo
sivo + Situação Líquida). Exceção a alguns casos, quando se utiliza ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou deterioração da
o termo “substância patrimonial” é que a contabilidade visualiza o plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem está localizado de-
patrimônio de forma qualitativa. verá comunicar, impreterivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio.
A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – conhecida
como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresentam em seus artigos A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação de
44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do patrimônio públi- plaquetas (ou adesivos):
co. Uma delas estabelece que o resultado da venda de bens móveis a) estantes, armários, arquivos e bens semelhantes: a plaqueta
e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público não po- deve ser fixada na parte frontal superior direita, no caso de arqui-
derá mais ser aplicado em despesas correntes, exceto se a lei auto- vos de aço, e na parte lateral superior direita, no caso de armários,
rizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de previdência estantes e bens semelhantes, sempre com relação a quem olha o
social, geral e própria dos servidores. móvel;

Editora
272
272
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
b) mesas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na utilizando diversos dados, tais como: número do registro; tipo de
parte frontal central, contrária à posição de quem usa o bem, com imóvel; denominação do imóvel; características (descrição detalha-
exceção das estações de trabalho e/ou àqueles móveis que foram da do bem); valor de aquisição (valor histórico); forma de ingresso
projetados para ficarem encostados em paredes, nos quais as pla- (compra, doação, permuta, comodato, construção, usucapião, de-
quetas serão fixadas em parte de fácil visualização; sapropriação, cessão, outras); classificação contábil/patrimonial;
c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa inferior do número do empenho e data de emissão; fonte de recurso; núme-
motor; ro do processo de aquisição e ano; tipo/número do documento de
d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada no aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção
lado externo direito, em relação a quem opera a máquina; Interna, Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão
e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a plaque- em Comodato, outros); nome do fornecedor (código); localização
ta nunca deve ser colocada em partes revestidas por courvin, couro (identificação do centro de responsabilidade); situação do bem (re-
ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segurança. A pla- gistrado, alocado, cedido em comodato, em manutenção, em depó-
queta deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte mais sólida; sito para manutenção, em depósito para triagem, em depósito para
f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em apa- redistribuição, em depósito para alienação, em sindicância, desa-
relhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na parte mais parecido, baixado, outros); estado de conservação (bom, regular,
fixa e permanente do aparelho, nunca no painel removível ou na precário, inservível); data da incorporação; unidade da federação;
carcaça; tipo de logradouro; número; complemento;bairro/distrito; municí-
g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada pio; cartório de registro; matrícula; livro; folhas; data do registro;
na parte lateral direita do painel de direção, em relação ao motoris- data da reavaliação; moeda da reavaliação; valor do aluguel; valor
ta, na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em acessórios; do arrendamento; valor de utilização; valor de atualização; moeda
h) quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta, neste de atualização; data da atualização; reavaliador; e CPF/CNPJ do rea-
caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a estética, nem valiador.
diminua seu valor comercial;
i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada na base. CONTROLE DE BENS
Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, na lateral di- Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o
reita; conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferência,
j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a plaqueta saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão sujeitos
deverá ser colocada na parte frontal inferior direita, caso não seja no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação.
possível a colagem neste local, colar nesta mesma posição na parte Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de
posterior do quadro; e material permanente recém adquirido, de acordo com a destinação
k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se como ou- dada no processo administrativo de aquisição correspondente.
tros bens aqueles materiais que não podem ser classificados cla- A movimentação de qualquer bem móvel será feita mediante o
ramente como aparelhos, máquinas, motores, etc. Em tais bens, a preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá conter
plaqueta deve ser fixada na base, na parte onde são manuseados. no mínimo, as seguintes informações: número do Termo de Res-
ponsabilidade; nome do local de lotação do bem (incluindo tam-
A seguir são elencados, como sugestões, dados necessários bém o nome do sublocal de lotação); declaração de responsabilida-
ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do tomba- de; número do tombamento; descrição; quantidade; indicação se é
mento; data do tombo; descrição padronizada do bem (descrição plaquetável; valor unitário; valor total; total de bens arrolados no
básica pré-definida em um sistema de patrimônio); marca/modelo/ Termo de Responsabilidade; data do Termo; nome e assinatura do
série (também pré-definidos em um sistema de patrimônio); carac- responsável patrimonial; e data de assinatura do Termo.
terísticas (descrição detalhada); valor unitário de aquisição (valor A transferência é a operação de movimentação de bens, com a
histórico); agregação (acessório ou componente); forma de ingres- consequente alteração da carga patrimonial. A autoridade transfe-
so (compra, fabricação própria, doação, permuta, cessão, outras); ridora solicita ao setor competente do órgão a oficialização do ato,
classificação contábil/patrimonial; número do empenho e data por meio das providências preliminares. É importante destacar que
de emissão; fonte de recurso; número do processo de aquisição e a transferência de responsabilidade com movimentação de bens
ano; tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/fatura, somente será efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante solicita-
comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de Doação, Ter- ção do responsável pela carga cedente com anuência do recebedor.
mo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros); nome do A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, obsoletos
fornecedor (código); garantia (data limite da garantia e empresa de ou sem utilização também se caracteriza como transferência. Neste
manutenção); localização (identificação do centro de responsabili- caso, a autoridade da unidade onde o bem está localizado devolve-
dade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em comodato, -o com a observância das normas regulamentares, a fim de que a o
em manutenção, em depósito para manutenção, em depósito para Setor Patrimonial possa manter rigoroso controle sobre a situação
triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para aliena- do bem. Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio do
ção, em sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado de con- órgão também ficam sob a guarda dos servidores deste setor (fiéis
servação (bom, regular, precário, inservível, recuperável); histórico depositários), e serão objetos de análise para a determinação da
do bem vinculado a um sistema de manutenção, quando existir. Tal baixa ou transferência a outros setores. É importante colocar que
informação permitirá o acompanhamento da manutenção dos bens uma cópia do Termo de Responsabilidade de cada setor deverá ser
e identificação de todos os problemas ocorridos nestes números fixada em local visível a todos, dentro de seu recinto de trabalho,
do Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou não plaquetável. visando facilitar o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de
O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o recebi- acesso ao setor). Para que ocorra a transferência de responsabili-
mento da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que pro- dade entre dois setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão
cederá ao tombamento e cadastramento em sistema específico, ser observados os seguintes parâmetros:solicitação, por escrito, do
Editora
273
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
interessado em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é
acordo” do setor cedente com a autorização de transferência ; soli- elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com a
citação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário ro-
do Termo de Responsabilidade; após a emissão do Termo de Res- tativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer
ponsabilidade, o Setor de Patrimônio remeterá o mesmo ao agente tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada
patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e do rece- grupo de itens em determinados períodos.
bedor. Inventário na administração pública: Inventário são a discrimi-
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois nação organizada e analítica de todos os bens (permanentes ou de
setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser observados consumo) e valores de um patrimônio, num determinado momen-
os seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do interessado to, visando atender uma finalidade específica. É um instrumento
em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do de controle para verificação dos saldos de estoques nos almoxari-
setor cedente com a autorização de transferência e anuência das fados e depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão
unidades de controle do patrimônio e do titular do órgão; solici- ou entidade, informando seu estado de conservação, e mantendo
tação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão atualizados e conciliados os registros do sistema de administração
do Termo de Transferência de Responsabilidade; após a emissão do patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financeiro. Além
Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio o remeterá ao disso, o inventário também pode ser utilizado para subsidiar as to-
agente patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e madas de contas indicando saldos existentes, detectar irregularida-
do recebedor. Quando a transferência de responsabilidade do bem des e providenciar as medidas cabíveis.
ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer a mu- Através do inventário pode-se confirmar a localização e atribui-
dança da responsabilidade patrimonial de um servidor para outro, ção da carga de cada material permanente, permitindo a atualiza-
desde que não pressuponha mudança de local do bem, deverão ser ção dos registros dos bens permanentes bem como o levantamento
observados os seguintes procedimentos: o Setor de Recursos Hu- da situação dos equipamentos e materiais em uso, apurando a ocor-
manos (ou equivalente) deverá encaminhar ao Setor de Patrimônio rência de dano, extravio ou qualquer outra irregularidade. Podem-
cópia da portaria que substitui o servidor responsável; de posse das -se verificar também no inventário as necessidades de manutenção
informações contidas na portaria, o Setor de Patrimônio emite o e reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens móveis,
respectivo Termo de Transferência de Responsabilidade; emitido o possibilitando maior racionalização e minimização de custos, bem
Termo, este será encaminhado ao agente patrimonial da unidade, como a correta fixação da plaqueta de identificação. Na Adminis-
que providenciará a conferência dos bens e assinatura do Termo; tração Pública, o inventário é entendido como o arrolamento dos
uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para que uma direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, feito periodica-
das vias seja arquivada no setor onde os bens se encontram e outra mente, com o objetivo de se conhecer a exatidão dos valores que
encaminhada ao Setor de Patrimônio. são registrados na contabilidade e que formam o Ativo e o Passivo
Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela movi- ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade dos agen-
mentação de bens patrimoniais para fora da instalação ou depen- tes sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os diversos
dência onde estão localizados, em decorrência da necessidade de tipos de inventários são realizados por determinação de autorida-
conserto, manutenção ou da sua utilização temporária por outro de competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimônio e das
centro de responsabilidade ou outro órgão, quando devidamente unidades de controle patrimonial ou de qualquer detentor de car-
autorizado. Qualquer que seja o motivo da saída provisória, esta ga dos diversos centros de responsabilidade, periodicamente ou a
deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão gestor ou por outro qualquer tempo. Os inventários na Administração Pública devem
servidor que recebeu delegação para autorizar tal ato. Toda a ma- ser levantados não apenas por uma questão de rotina ou de dispo-
nutenção de bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá sição legal, mas também como medida de controle, tendo em vis-
ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e resulta- ta que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa física,
rá na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor de Manutenção, mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer
que tomará todas as providências para proceder à assistência de danos. Na Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a
bem em garantia ou utilizando-se de seus recursos próprios. legislação estabelece que o levantamento geral de bens móveis e
Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamento imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade gestora
de bens entre órgãos por um período determinado de tempo, sem e os elementos da escrituração sintética da contabilidade (art. 96 da
envolvimento de transação financeira. O empréstimo deve ser evi- Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964).
tado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos envolvidos devem A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais,
manter um rigoroso controle, de modo a assegurar a devolução do bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam tais
bem na mesma condição em que estava na ocasião do empréstimo. bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário me-
Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao poder público diante verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para fins
é vedado, salvo exceções previstas em leis. de atualização física e monetária e de controle, a época da inventa-
Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros tam- riação será: anual para todos os bens móveis e imóveis sob-respon-
bém deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum res- sabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confirmação
paldo legal. dos dados apresentados no Balanço Geral); e no início e término da
gestão, isto é, na substituição dos respectivos responsáveis, no caso
INVENTÁRIO de bens móveis.
O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históri-
e em processos, para comparar a quantidade física com os dados cos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores constan-
contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepâncias tes de inventários já existentes, com indicação da data de aquisição.
que possam existir entre os valores contábeis, dos livros, e o que
realmente existe em estoque.
Editora
274
274
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica ve- a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for consta-
dada toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos tado serem os bens danificados, obsoletos, fora do padrão ou em
endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante desuso devido ao seu estado precário de conservação; e
autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou do b) bens móveis permanentes excedentes ou ociosos: quando
dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a Comis- for constatado estarem os bens em perfeitas condições de uso e
são de Inventário de Bens. operação, porém sem utilização.
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ou ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando proi-
contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levantamento bida a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados, exceto
efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida dos nos casos autorizados pelo chefe da unidade gestora.
componentes patrimoniais.
Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado de ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS
elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O simples O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencente
arrolamento não interessa para a contabilidade se não for comple- ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu valor
tado pela avaliação. Sem a expressão econômica, o arrolamento do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial, a retirada de
serve apenas para controle da existência dos componentes patri- bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro da transfe-
moniais. rência deste para o controle de bens baixados, feita exclusivamente
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: compreen- pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O
de a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e passivos número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser utilizado
do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: identificação, em outro bem.
agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o registro das carac- A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a
terísticas e quantidades obtidas no levantamento. O arrolamento seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição; como-
pode apresentar os componentes patrimoniais deforma resumida dato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro. Em
e recebe a denominação “sintética”. Quando tais componentes são qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa
relacionados individualmente, o arrolamento é analítico; Avaliação: definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por
é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento pa- seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço
trimonial. Os critérios de avaliação dos componentes patrimoniais público. As orientações administrativas devem ser obedecidas, em
devem ter sempre por base o custo. A atribuição do valor aos com- cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de ges-
ponentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua na- tão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada.
tureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade. Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em
utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições
ALIENAÇÃO DE BENS de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão
De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-se deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para tanto,
como alienação a transferência de propriedade, remunerada ou o detentor da carga deverá preencher formulário próprio criado
gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em paga- pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente que
mento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio. poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantrópicas
Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela reconhecidas como de interesse público, delegacias, escolas ou bi-
Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas. bliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se
Muito embora as Constituições Estaduais possam determinar que existe interesse pelos bens.
a autorização de doação de bens móveis seja submetida à Assem- Se houver interesse, a autoridade competente deverá efetuar
bleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado permane-
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública cerá guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um
37 e dá outras providências, faculta a obrigação de licitação especí- servidor público, até a aprovação de baixa, ficando expressamente
fica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a alienação proibido o uso do bem desde o início da tramitação do processo de
por leilão. baixa até sua destinação final.
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor-
dinada à existência de interesse público devidamente justificado. O registro no sistema patrimonial será efetivado com base no
A alienação de bens está sujeita à existência de interesse públi- Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes dados:
co e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos previs- número do tombamento; descrição; quantidade baixada (quando
tos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será efetuada por se tratar de lote de bens não plaquetados); forma de baixa; motivo
comissão de licitação de leilão ou outra modalidade prevista para a de baixa; data de baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. Vi-
Administração Pública. sando o correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial,
A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à alie- faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor de
nação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser remetido ao Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emitirá por
Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento respectivo; processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor de Patrimônio
sempre que possível, os bens serão agrupados em lotes para que verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência do compro-
seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão vistoria- vante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida, procede-
dos in loco por uma Comissão Interna de Avaliação de Bens, no pró- rá à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo,
prio órgão, os quais, observando o estado de conservação, a vida o Setor de Patrimônio providenciará o documento de quitação de
útil, o valor de mercado e o valor contábil, formalizando laudo de responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem detinha a
avaliação dos bens, classificando-os em: responsabilidade do bem.

Editora
275
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao Recentemente a Lei nº 12.349, de 15 de dezembro de 2010,
dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes para que introduziu a expressão “desenvolvimento nacional sustentável” ao
seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação ou caput do art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, o que
desfazimento.18 leva à constatação de que as contratações sustentáveis impõem-se
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas como um caminho implacável. Os desafios são muitos e vão além
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que de garantir a segurança jurídica, que já conta com consideráveis
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de avanços, porquanto visa a alcançar, especialmente, a esfera das es-
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab- pecificações na preparação da licitação.
sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção Nesse sentido, o edital de licitação se transforma numa ferra-
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta menta importante e eficiente de promoção do desenvolvimento
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge- sustentável na esfera pública, com repercussão direta na iniciativa
renciados”. privada. Pequenos ajustes na licitação podem determinar grandes
mudanças na direção da ecoeficiência, com o uso racional e susten-
tável dos recursos.
SUSTENTABILIDADE DAS CONTRATAÇÕES
Contratações Sustentáveis
As contratações sustentáveis são também conhecidas como li-
Considerações iniciais citações públicas sustentáveis, compras públicas sustentáveis, eco-
A noção de sustentabilidade é baseada na “necessidade de se -aquisições, compras ambientalmente amigáveis, consumo respon-
garantir a disponibilidade dos recursos da Terra hoje, assim como sável e licitação positiva. Para as finalidades desta Orientação, será
para nossos descendentes, por meio de uma gestão que contemple empregado o termo contratações sustentáveis.
a proteção ambiental, a justiça social e o desenvolvimento econô- As contratações sustentáveis são uma solução para integrar
mico equilibrado de nossas sociedades.” (Guia de Compras Públicas considerações ambientais e sociais em todas as fases do processo
Sustentáveis para Administração Federal, p.6) de aquisição e contratação do governo, visando reduzir impactos
A sustentabilidade, normalmente, abarca três pilares funda- sobre a saúde humana, o meio ambiente e os direitos humanos.
mentais: o ambiental, o econômico e o social, podendo perpassar É um procedimento administrativo que tem por finalidade a satis-
por outros, como, por exemplos: a reeducação, conscientização fação do interesse público, respeitando a igualdade de condições
quanto aos impactos do consumo desenfreado, proposição de novo entre os participantes, fazendo com que a Administração
estilo de vida, consumo racional e consciente dos recursos natu- Pública adquira bens ou contrate serviços ambientalmente cor-
rais, processamento e descarte do lixo, estreitamento da relação retos, levando em consideração todo o ciclo produtivo dos produtos
indivíduo-planeta. Durante muitos anos os atores governamentais e processos.
e autoridades públicas não consideravam o impacto nem o valor As contratações sustentáveis buscam identificar produtos mais
intrínseco dos produtos que compravam, dos serviços que contrata- sustentáveis que cumpram as especificações requeridas. Logo, não
vam, nem o das obras que empreendiam. Porém, com o surgimento se trata de priorizar produtos apenas devido a seu aspecto ambien-
do conceito de desenvolvimento sustentável no contexto mundial, tal, mas sim considerar seriamente tal aspecto juntamente com os
observa-se a tendência de políticas que levam em conta os aspec- tradicionais critérios de especificações técnicas e preço. Assim, as
tos ambientais que geralmente comprometem também os aspectos contratações públicas apresentam um novo paradigma.
sociais e econômicos. Necessitando, com isso, de um esforço com- A fim de direcionar as contratações sustentáveis, a Secretaria
binado, no qual os governos desempenham um papel fundamental de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério do Planeja-
como indutores de mudanças para o estabelecimento de mento, Orçamento e Gestão publicou a IN SLTI/MPOG nº 01, de 19
um novo paradigma de desenvolvimento, compatível com os de janeiro de 2010, que dispõe sobre critérios de sustentabilidade
limites do Planeta. ambiental nas aquisições de bens, contratação de serviços ou obras
Ressalta-se que um passo significativo em direção a proposta pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
da sustentabilidade foi dado com a Lei n° 10.520, de 17 de julho de No art. 2º desse normativo exige-se que “o instrumento convocató-
2002, que instituiu a modalidade de licitação denominada pregão e rio das licitações deverá formular exigências de natureza ambiental
previu a possibilidade de realizá-lo por meios eletrônicos (§ 1º do de forma a não frustrar a competitividade”.
art. 2º). Com isso, possibilitou-se uma sensível economia dos re- Além dos critérios normalmente utilizados para a seleção de
cursos materiais utilizados para levar a cabo o processo licitatório. fornecedores por parte da Administração, as licitações sustentáveis
Posteriormente, a modalidade de licitação denominada pre- devem se basear em informações confiáveis e precisas sobre o ciclo
gão, na forma eletrônica, passou a ser priorizada nas licitações para de vida dos produtos e serviços, informações essas muito importan-
aquisição de bens e serviços comuns (§ 1º e caput do art. 4º, De- tes para determinar se os produtos possuem adequação ambiental
creto nº. 5450/05), e nas contratações de bens e serviços comuns para serem adquiridos. Assim, ao contratar terceiros, a Administra-
realizadas em decorrência de transferências voluntárias de recursos ção Pública deve estabelecer certas primazias, considerando a ne-
públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos con- cessidade de atendimento ao interesse público.
gêneres, ou consórcios públicos (Decreto n°5.504 de 05 de agosto Os produtos sustentáveis são feitos ou funcionam de forma a:
de 2005). a) usar menos recursos naturais em seus processos produtivos;
b) conter menos materiais perigosos ou tóxicos;
c) ter maior vida útil;
18 Fonte: BRASIL Revista TECHOJE/Ttransportes, administração de
materiais e distribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki/ FOINA, Paulo
d) consumir menos água ou energia em sua produção ou uso;
Rogério. Tecnologia de informação: planejamento e gestão/www. e) poder ser reutilizado ou reciclado;
administradores.com.br /www.itsmnapratica.com.br/www.purainfo. f) gerar menos resíduos (ex: ser feito de material reciclado, usar
com.br – por DiegoDuarte/ por Rogerio Araujo) menos material na embalagem ou ser reciclado pelo fornecedor).
Editora
276
276
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Nas contratações sustentáveis deve-se exigir o cumprimento Amparo Legal para as Contratações Sustentáveis
da legislação e regulamentação pertinente. Determinar a disponi- A Constituição Federal estabeleceu, no art. 170, inciso VI, como
bilidade dos fornecedores de produtos ambientalmente corretos é um dos princípios da ordem econômica, a defesa do meio ambien-
um fator crítico para as compras sustentáveis, para tanto, é neces- te, a qual foi ampliada pela Emenda Constitucional n 42, de 19 de
sário que se realizem levantamentos dos produtos e fornecedores, dezembro de 2003, ao prever a possibilidade de tratamento dife-
realizando, quando pertinente, consulta pública e, deixando claro a renciado conforme o impacto dos produtos e serviços e de seus
estes a política de compras sustentáveis da organização. processos de elaboração e prestação.
Deve-se, no processo de contratações sustentáveis incentivar O dever constitucional de o Estado preservar o meio ambiente
os fornecedores a: está expresso no art. 225 da Constituição Federal. Assim, a realiza-
• oferecer produtos e serviços ambientalmente responsáveis a ção das chamadas contratações sustentáveis é um instrumento de
preços competitivos; concretização desse dever.
• realizar a coleta ou reciclagem dos produtos usados; “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
• considerar os impactos ambientais dos serviços. equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia quali-
dade de vida, impondose ao Poder Público e à coletividade o dever
Contratações Sustentáveis e o Princípio da Isonomia de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. ”
A observância de critérios sustentáveis nas contratações pú- De acordo com o art. 23 da Constituição Federal – Inciso VI – é
blicas não é faculdade do gestor, mas imposição constitucional e competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
legal em respeito aos princípios da eficiência, da economicidade e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição
do meio ambiente equilibrado. em qualquer de suas formas.
A adoção de critérios e práticas de sustentabilidade deverá ser A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os
justificada nos autos e preservar o caráter competitivo do certame, arts. 182 e 183 da Constituição Federal de 1988 e estabelece dire-
de acordo com Parágrafo Único do Decreto nº 7.746, de 5 de junho trizes gerais da política urbana, dentre as quais a adoção de padrões
de 2012. de proteção e consumo de bens e serviços de expansão urbana
Nas justificativas técnicas devem-se observar as várias opções compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e
de bens ou serviços disponíveis no mercado que se adequem mais econômica do Município e do Território sob sua área de influência
ao princípio de proteção ao meio ambiente e de sustentabilidade, (art. 2, VIII) é mais um instrumento legal que fortalece a inclusão de
para fins de assegurar o cumprimento à legislação vigente. critérios de sustentabilidade nas licitações e contratações públicas.
A inserção de critérios ambientais nos editais de licitação, não De acordo com a Lei 12.187, de 29 de dezembro de 2009, que
se vislumbra qualquer conflito com o art. 37, inciso XXI, da Cons- institui a Política Nacional sobre Mudança de Clima (PNMC), art. 5º
tituição Federal, que estabelece igualdade de condições a todos – são diretrizes da Política Nacional sobre Mudanças do Clima: XIII o
os concorrentes nas licitações públicas. A igualdade ou a isonomia estímulo e o apoio à manutenção e à promoção: a) de práticas, ati-
consiste em tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os vidades e tecnologias de baixas emissões de gases de efeito estufa;
desiguais, na medida de sua desigualdade. b) de padrões sustentáveis de produção e consumo.
O princípio da isonomia implica em um duplo dever para a ad- A Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 1, de 19 de janeiro de
ministração: tratar isonomicamente os que participam da disputa 2010, dispõe sobre critérios de sustentabilidade ambiental na aqui-
(vedação a discriminações, especialmente no julgamento das pro- sição de bens, contratos de serviços ou obras pela Administração
postas) e possibilidade de participação a quaisquer interessados Pública Federal. Ainda, prevê expressamente que as especificações
que tenham condições de assegurar a realização do objeto do con- técnicas para aquisições de bens e contratações de obras e serviços
trato. deverão conter critérios ambientais nos processos de extração, fa-
De acordo com a segunda parte do art. 3º, da Lei 8.666/93, bricação, utilização e descarte de matérias-primas, sem frustrar o
a licitação tem como escopo selecionar a proposta mais vantajosa caráter competitivo do certame.
para a administração, sendo a proposta mais vantajosa aquela que Também, a IN SLTI/MPOG nº 1, de 19 de janeiro de 2010, esta-
melhor satisfaz as necessidades da administração, em termos de beleceu a observância de regras definidas pelos vários institutos de
desempenho e de custo. Incentivar e encorajar a inovação pode im- normatização e controle, a exemplo de: cumprimento de requisitos
plicar na utilização de recursos com maior eficiência, obtendo a me- ambientais para certificação pelo INMETRO; emprego de produtos
lhor solução possível e contribuir para objetivos outros, que estão de limpeza e conservação que respeitem normas da ANVISA; obe-
dentro de programas e metas do governo (por exemplo: redução da diência à resolução do CONAMA sobre ruídos; atendimento às nor-
emissão de gases poluidores). mas da ABNT sobre resíduos sólidos.
Conforme Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012, arts. 2º e De acordo com a Lei 12.305, de 02 de agosto de 2010, (Política
3º, a Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional Nacional de Resíduos Sólidos). Objetivos da política (art. 7º, inci-
e as empresas estatais dependentes poderão adquirir bens e con- so XI) – prioridade, nas aquisições e contratações governamentais,
tratar serviços e obras considerando critérios e práticas de susten- para: a) Produtos reciclados e recicláveis; b) Bens, serviços e obras
tabilidade objetivamente definidos no instrumento convocatório e que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo so-
veiculados como especificação técnica do objeto ou como obriga- cial e ambientalmente sustentáveis.
ção da contratada. A expressão “desenvolvimento nacional sustentável” foi intro-
A adoção das licitações sustentáveis tem pleno amparo consti- duzida pela Lei nº 12.349, de 15 de dezembro de2010 ao art. 3º da
tucional e legal e, a Administração Pública não só pode como deve Lei nº 8.666/93, cujo caput passou a ter a seguinte redação:
caminhar no sentido de implementá-las, objetivando um paradig- “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
ma de produção e consumo mais sustentável. constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa
As normas jurídicas que estão em vigor e, por seu efeito vincu- para a administração e a mpromoção do desenvolvimento nacio-
lante, devem ser obrigatoriamente cumpridas. nal sustentável e será processada e julgada em estrita conformida-
de com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
Editora
277
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade adminis- Os órgãos são centros de competência, sem personalidade ju-
trativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento rídica própria, instituídos para o desempenho de funções estatais,
objetivo e dos que lhes são correlatos.” (grifo nosso) por meio de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa a que
A Lei 12.349, de 15 de dezembro de 2010, definiu como não pertencem. Assim, todos os atos praticados pelos órgãos são atri-
comprometedores ou não restritivos da competitividade das licita- buídos à pessoa jurídica da qual fazem parte.
ções vários dispositivos incluídos no art. 3º da Lei 8.666/93 (§§5º A criação de órgãos decorre da desconcentração, que é uma
ao 12), muitos voltados à proteção a indústria e produção locais, distribuição interna de competências, dentro da mesma pessoa
dentre os quais, o § 5º, que autoriza o estabelecimento de margem jurídica. Isso é feito para desacumular, tirar do centro um volume
de preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais grande de atribuições. Na desconcentração, há o controle hierár-
que atendam a normas técnicas brasileiras. quico, pois os órgãos de menor hierarquia permanecem subordina-
O Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012, regulamenta o art. dos aos órgãos que lhes são superiores
3º da Lei 8.666/93 para estabelecer critérios, práticas e diretrizes
para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas con-
tratações realizadas pela Administração Pública Federal, e institui
a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração
Pública – CISAP.
A Instrução Normativa nº 10, de 12 de novembro de 2012, es-
tabelece regras para elaboração dos Planos de Logística Sustentável
de que trata o art. 16, do Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012,
e dá outras providências.

Registram-se, também, outros instrumentos importantes nes-


se processo:
• Agenda 21, documento final da Conferência Rio-92, a qual
estabeleceu um plano de ação para o desenvolvimento sustentável,
com destaque para o capítulo 4, que, ao tratar das mudanças de
padrões de consumo, relacionou uma série de atividades, entre as Mas cabe ressaltar que os Ministérios são órgãos da pessoa ju-
quais o exercício da liderança por meio das aquisições pelos Gover- rídica União.
nos, de modo a aperfeiçoar o aspecto ecológico de suas políticas Nesse caso, a União presta suas atividades diretamente por
de aquisição. meio de seus órgãos (Ministérios).
• O Decreto nº 99.658, de 30 de outubro de 1990, regulamenta Na desconcentração, existe relação de hierarquia entre os di-
o reaproveitamento, a movimentação, a alienação e outras formas versos órgãos e autoridades.
de desfazimento de material. Como consequência dessa hierarquia, há o poder de controlar,
• O Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006, disciplina a de revisar, coordenar e corrigir os órgãos subordinados, avocar e
separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e en- delegar atos.
tidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte
geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos ca- Quais são as espécies de desconcentração?
tadores de materiais recicláveis. A desconcentração pode ser feita, tanto em razão da matéria,
como, por exemplo, a criação dos Ministérios em nível federal (Mi-
nistério da Saúde, da Fazenda, da Justiça, da Educação, do Traba-
MUDANÇAS INSTITUCIONAIS: CONSELHOS, ORGANIZA- lho), quanto da hierarquia, com diversos níveis de responsabilidade
ÇÕES SOCIAIS, ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE decisória, como, por exemplo, diretor de Departamento, diretor
INTERESSE PÚBLICO (OSCIP), AGÊNCIA REGULADORA, de Divisão, chefe de Seção; ou em razão do Território (geográfica),
AGÊNCIA EXECUTIVA, CONSÓRCIOS PÚBLICOS como no caso das agências da Receita Federal espalhadas pelos di-
versos Estados
Por outro lado, a concentração ocorre quando um único órgão
Formas de Prestação da Atividade Administrativa (Concentra- (ou poucos) desempenha todas as funções administrativas do ente
ção e Desconcentração, Centralização e Descentralização) político, sem divisão em outros órgãos menores.
Por meio da Constituição, os entes políticos (União, Estados, Imagine que a União tenha um único órgão desempenhando
DF e Municípios) recebem uma série de atividades que devem ser todas as suas atividades. Difícil até de imaginar, já que na estrutura
prestadas à sociedade. Veremos que a atividade pode ser prestada da União, há centenas, senão milhares de órgãos.
de forma centralizada ou descentralizada e, também, concentrada Imagine se a União tivesse um único órgão executando todas
e desconcentrada. as suas atividades...
Na centralização, a pessoa política desempenha suas tarefas
diretamente por meio de seus órgãos. Nesse caso, a própria pes-
soa estatal (União, Estados, DF e Municípios) realiza diretamente
a atividade administrativa, sem a interferência de qualquer outra
entidade. Não há transferência de atividades para outras pessoas.
A Lei chamou a nossa Administração centralizada de Administração
direta (art. 4º, Decreto-Lei n. 200/1967).
Quando a atividade é prestada por meio de órgãos, significa
que o próprio ente político executa a atividade sem intermediários.
Editora
278
278
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Lembre-se! Os conceitos de centralização e desconcentração so, dispara um tiro e acerta um particular, a responsabilidade pela
(ou concentração) não se excluem. Pelo contrário, se completam, reparação dos danos será da União, uma vez que um órgão seu foi
porque a Administração centralizada deve criar órgãos para prestar quem executou a atividade.
suas atividades. Já as entidades têm personalidade jurídica. São pessoas jurídi-
Também ocorrerá concentração quando órgãos forem extintos cas e são titulares de direitos e obrigações. Se um servidor do Insti-
e suas funções forem atribuídas a outro órgão, de modo que ele tuto Nacional do Seguro Social – INSS, autarquia vinculada à União,
passe a concentrar mais atribuições. que trabalha na seção de aposentadorias, no exercício de sua ati-
Exemplo: Ministério da Previdência Social é extinto e suas fun- vidade, ofendeu, segurado, causando-lhe danos morais, eventual
ções são repassadas para o Ministério da Fazenda. ação de reparação de danos deve ser proposta em face do próprio
Por outro lado, na descentralização, a atividade é prestada por INSS, e não em face do setor em que ele trabalha; nem mesmo em
pessoa diversa. Ocorre a distribuição de competências de uma para face de qualquer Ministério. É equívoco pensar também que a ação
outra pessoa. Assim, pressupõe duas pessoas: o ente político e a deve ser interposta em face da União, pois o INSS, como entidade,
entidade descentralizada. deve responder por seus próprios atos.
Na descentralização, o Estado, por questão de autonomia ad- Para haver Administração descentralizada, devem existir, pelo
ministrativa, visando maior eficiência, resolve repassar a atividade menos, duas pessoas: o ente político (ente federativo) e a entidade
para que outra pessoa a exerça em seu lugar. administrativa, à qual será atribuída a atividade. Por outro lado, na
Vamos imaginar uma situação. desconcentração, há uma relação intrassubjetiva (intersubjetiva),
A descentralização pode ser por outorga, isto é, o Estado cria, pois não há pessoa jurídica diversa na execução da atividade.
por lei, uma pessoa jurídica (entidade administrativa) que integra a Portanto, a concentração e a centralização têm em comum o
Administração indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e acúmulo de competências.
sociedades de economia mista). Do mesmo modo, há semelhança entre desconcentração e
A descentralização também pode ocorrer por delegação e, nes- descentralização, pois ambos se referem à distribuição de compe-
se caso, o Estado transfere, por contrato de concessão ou permis- tências. Contudo, a diferença reside no fato de que na desconcen-
são de serviços públicos, ou ato administrativo de autorização, a tração a distribuição é interna (dentro da mesma pessoa jurídica) e
execução de um serviço, para que um particular o preste por sua na descentralização é externa (de uma pessoa jurídica para outra).
conta e risco. No caso de permissão de serviços públicos, pode ser
feita a delegação para pessoas físicas ou jurídicas; na concessão, AGÊNCIAS REGULADORAS
somente para pessoas jurídicas ou consórcio de empresas. O Liberalismo, como política econômica, apresenta o postulado
Dissemos que entre os órgãos (Administração direta) há rela- nuclear do Estado-mínimo, ou seja, não-interventor, o qual deixe ao
ção de subordinação. No entanto, entre a Administração direta e Mercado e sua mão invisível a autorregulação. Adotado pelo gover-
a indireta (descentralizada) não há relação de hierarquia, mas de no pátrio, o neoliberalismo (nova fase do liberalismo) retirou das
vinculação. Mas isso não significa que as entidades da Administra- mãos do Estado a prestação de diversos serviços públicos passíveis
ção indireta estejam totalmente sem controle. Nesse caso, ocorre de produção de lucro, sustentando-se sobre a tese da superior efi-
controle finalístico. ciência da atividade privada, destinando ao Poder Público apenas
O controle finalístico visa evitar que a entidade descentraliza- as tarefas cuja atuação do mesmo seja imprescindível e/ou intrans-
da atue fora (além) das finalidades que resultaram na sua criação. ferível, como se faz função regulatória da economia. De tal modo,
Assim, a entidade descentralizada não pode realizar atividades que com o fim de proteger o interesse público e, simultaneamente,
não são de sua atribuição. Entretanto, nas matérias de sua compe- proporcionar uma adequada prestação de serviços, fixou-se o Esta-
tência, possuem autonomia para adotar as medidas que entende- do em um meio caminho, entre a indiferença e a intervenção, por
rem mais adequadas. intermédio da criação de entidades responsáveis pela regulação e
São objetivos do controle finalístico assegurar o cumprimento fiscalização das atividades econômicas lato sensu. Nesse sentido, a
dos objetivos fixados no ato de criação da entidade descentralizada; lição de ALEXANDRINO e PAULO[8]:
harmonizar sua atuação com a política e programação do Governo;
zelar pela obtenção de eficiência administrativa; e garantir a auto- Não é novidade o fato de se reconhecer a necessidade de in-
nomia administrativa, operacional e financeira da entidade (art. 26, tervenção do Estado no domínio econômico (em sentido amplo).
DL n. 200/1967). O interesse que as atuais agências reguladoras despertou, quando
Vamos estudar a Administração indireta em seus detalhes mais começaram a ser aqui implantadas (a partir de 1996), decorre prin-
adiante. cipalmente do fato de que a retirada do Estado Brasileiro das ati-
Na descentralização administrativa, surgem novas pessoas, do- vidades de produção direta de bens de prestação de serviços – re-
tadas de personalidade jurídica própria, ou seja, com capacidade dução do papel de “Estado-empresário” – ampliou sobremaneira a
para responder por seus próprios atos e exercer suas atividades relevância da atuação estatal regulatória nos setores que passaram
com autonomia. Na desconcentração, os órgãos criados não pos- a ser explorados pela iniciativa privada.
suem personalidade jurídica; assim, a pessoa jurídica que realizou Observe-se que a função reguladora, própria do Estado, sem-
a distribuição interna de competências responderá pelos atos de pre existiu, sobre serviços estatais e privados, fortificando-se em
seus órgãos. decorrência do intenso processo de privatização ocorrido na década
Essa é a principal diferença entre um órgão e uma entidade: a de 90 do século XX, época de adoção, pelo ordenamento pátrio, das
personalidade jurídica. Órgão não é sujeito de direitos. Não pode chamadas agências reguladoras, termo este importado e adaptado
ter direitos e obrigações, pois não tem capacidade (própria) para do agency do sistema norteamericano, para designar uma categoria
tanto. Todas as atividades do Ministério da Justiça, em verdade, são de pessoas Jurídicas que, na prática, já pertenciam e atuavam em
atividades de responsabilidade da União, pois esse Ministério é ór- território nacional, como bem leciona CELSO DE MELLO[9]:
gão da União. Se um policial federal, na perseguição de um crimino-

Editora
279
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Em rigor, autarquias com funções reguladoras não se consti- cialmente, de sua especificação técnica, quando esta obste que a
tuem em novidade alguma. O termo com que foram ora batizados é abstração esvazie a totalidade do conteúdo normativo e torne-lhe
que é novo no Brasil. Apareceu ao ensejo da tal “Reforma Adminis- mera letra sem vida ou anacrônica.
trativa”, provavelmente para dar sabor de novidade ao que é mui- Com efeito, restam afastados da legalidade regulamentos que
to antigo, atribuindo-lhe, ademais, o suposto prestígio de ostentar ultrapassem o círculo autorizado e insiram normas autônomas no
uma terminologia norte-americana (“agência”). mudo jurídico. Nesse sentido, decidiu a segunda turma do STJ,
em AgRg no REsp 1326847 RN 2012/0115210-8, com relatoria do
Conceito ministro Humberto Martins, que a resolução nº 207/06 da ANEEL
Devido à inexistência de lei nacional geral para as agências exorbitava o poder regulamentar a Lei n. 10.438/2002 ao estabele-
reguladoras e em virtude do fato de cada uma dessas pessoas cer requisito não previsto na lei para se fazer jus ao benefício nela
apresentar características próprias, ausenta-se do ordenamento e disposto, o que o tornava ilegal.
da doutrina precisa definição do que sejam elas. Com efeito, seu
conceito, em sínteses, constrói-se a partir de especificação do con- Regime Jurídico e Estrutura Organizacional
ceito geral de autarquias (categoria a qual integram), mantendo- As agências reguladoras, por consistirem em autarquias – por
-se, entretanto, elevado grau de abstração em relação às agências preferência e não obrigatoriedade –, sujeitam-se, como é possível
individuais. Na tentativa de condensar seus principais elementos, inferir, à disciplina legal regente destas, figurando, pois, como pes-
conceituaram-nas ALEXANDRINO e PAULA[10], como: soas jurídicas do direito público (o que lhes permite titularidade das
[...] entidades administrativas com alto grau de especialização tarefas estatais), com função exclusivamente administrativa, partici-
técnica, integrantes da estrutura formal da administração pública, pantes da Administração descentralizada. Diferem, entretanto, das
instituídas como autarquias sob regime especial, com a função de autarquias ordinárias por serem dotadas de características legais
regular um setor específico de atividade econômica ou um dado que lhe concedem maior grau de autonomia perante a Administra-
serviço público, ou de intervir em certas relações jurídicas decor- ção Pública, com o escopo de bem executar suas finalidades, ade-
rentes dessas atividades, que devem atuar com a maior autonomia quando-se, por isso, à categoria denominada sob regime especial
possível relativamente quanto ao Poder Executivo e com imparcia- O aludido regime especial, nas palavras de CARVALO FILHO[11]:
lidade perante as partes interessadas (Estado, setores regulados e “se caracterizaria pelas regalias que a lei conferisse à autarquia,
sociedade).. houvesse ou não referência em dispositivo legal”. Tais regalias nada
mais são do que elementos responsáveis pela ampliação da autono-
Finalidades mia das agências, a exemplo de rol taxativo das hipóteses de exone-
As agências reguladoras visam, respeitadas as especificidades ração de seus dirigentes e dos mandatos por tempo fixo.
individuais, precipuamente, o controle (regulação e fiscalização) O elevado grau de autonomia que apresentado em relação ao
sobre pessoas da iniciativa privada responsáveis pela execução de Poder Público, cabe ressaltar, consiste em elemento primordial das
serviços púbicos e atividades econômicas de relevância social – não agências reguladoras, manifesta-se por meio de autonomia econô-
obstante voltarem-se, em acréscimo, ao fomento do setor regula- mica, financeira e administrativa. Bem justifica a razão de tal medi-
do. Trata-se de forma indireta da intervenção estatal na economia. da ALEXANDRINO E PAULA[12]:
Desejava-se, entretanto, transmitir ao setor privado uma ideia
Em face de seus fins, tais autarquias, inevitavelmente, enve- de exercício técnico e “independente” da atividade regulatória, li-
redam-se pela imprescindível prática de atividades exclusivas do vre de ingerências de natureza política. É claro que tal desiderato
Estado, à primeira vista, passíveis de classificação como típicas dos não teria credibilidade se as competências pertinentes fossem atri-
Poderes Legislativo ou Judiciário, desencadeando controvérsias buídas a um órgão da administração direta [...]. Das entidades da
doutrinárias. Tal ocorre em virtude da capacidade de dessas pes- administração indireta apenas as autarquias e fundações autárqui-
soas de lançar mão não apenas do poder de polícia, mas também cas têm personalidade jurídica de direito público
do poder normativo e autonomia decisória. [...]
O poder de polícia concretiza-se, em especial, pela fiscalização Com isso podem exercer atribuições típicas do poder público,
e aplicação de sanção administrativa, ao passo que o processo ad- uma vez que possuem personalidade jurídica de direito público. En-
ministrativo consubstancia a autonomia decisória das agências re- tretanto, sendo autarquias, integram formalmente a administração
guladoras, respeitada a inafastabilidade da jurisdição estatal. pública, estando sujeitas a todos os controles constitucionalmente
O poder normativo, envolto de controvérsias, manifesta-se previstos. Para conferir maior autonomia para as agências regula-
pela edição de regulamentos, previamente autorizados por lei, a doras [...], o legislador tem atribuído a elas o status de “autarquia
qual define também seus parâmetros e limites. Referidos atos ad- sob regime especial”, o que se traduz, nos termos de cada lei ins-
ministrativos normativos restringem-se, ainda, à matéria delimita- tituidora, em prerrogativas especiais, normalmente relacionadas à
da e à natureza puramente técnica. No viés de CARVALHO FILHO, ampliação de sua autonomia orçamentária, gerencial e financeira.
entendemos que o direito novo do regulamento, por si só, não
fere a ordem jurídica se exercido nos limites e moldes que lhe fora Como as autarquias em geral, as agências reguladoras são
autorizado, haja vista não representar transmissão do poder legis- criadas por meio de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo,
ferante. Para parte da doutrina, apesar do circunscrito espaço de conforme dispões a Constituição Federal em seu artigo 37, XIX, res-
atuação, a dificuldade encontra-se nos limites voláteis e subjetivos saltando-se que, pelo princípio da simetria, os estados, DF e Muni-
entre a autorização e a delegação legislativa, esta ofensa à Consti- cípios devem reproduzir, em seus sistemas jurídicos, a forma ado-
tuição Federal. tada pela esfera federal para criação dessas entidades (que atuarão
Note-se que, embora o universo jurídico preze pela abstração conforme a competência do ente político). A extinção, a seu tempo,
e generalidade, diante de um mundo dinâmico e de relações sócias remetendo-se ao princípio da harmonia das formas, dependerá de
complexas, a efetividade de uma norma pode depender, substan- edição de nova lei.

Editora
280
280
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Corolário do exposto, a personalidade jurídica da agência ini- constituídas por meio de instituições particulares convencionais, a
cia com a entrada em vigor da lei instituidora, findando com sua saber, fundações, sociedades civis ou associações, além de estrutu-
revogação. Contudo, a organização da entidade é, diversamente, ras peculiares com previsão em lei específica.
delineada por ato administrativo, normalmente decreto do Chefe O Estado incentiva estas entidades por meio de dotações or-
do Executivo. çamentárias específicas ou contribuições parafiscais (contribuições
No que tange ao patrimônio, conforme dicção do artigo 98 CC, sociais destinadas a entidades paralelas do Estado), as quais são
os bens das autarquias são públicos, protegidos, assim, pela impe- instituídas em seu favor e pagas pelos empresários e por todos
nhorabilidade e imprescritibilidade. Gozam, ademais, de imunidade aqueles que exercem atividade industrial. Frisa-se que os serviços
tributária, prazos especiais e demais prerrogativas ofertadas pela sociais autônomos não gozam de privilégios administrativos, fiscais
lei. ou processuais, que somente serão concedidos mediante atribuição
No diapasão do exposto, como membros da Administração Pú- oriunda de lei especial.
blica, sujeitam-se ao controle legislativo e judicia, além do adminis- Cumpre anotar, que a CLT é a responsável pelo regime de pes-
trativo finalístico (alcance das metas legalmente traçadas). soal (tais empregados não estão sujeitos a concursos públicos, por-
tanto, seguem o regime privado) que atuam nos serviços sociais
Principais Atividades Exercidas autônomos, todavia, os atos dos dirigentes são passíveis a exemplo,
Segue-se algumas das principais agências reguladoras atuais: de mandado de segurança, ação popular, bem como podem ser fis-
• Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL): criada pela calizadas pelo Tribunal de Contas.
lei 9.472/97, está vinculada ao Ministério das Comunicações, regula No que se refere à competência, observa-se que a Súmula nº
as telecomunicações, possuindo sede no Distrito Federal, podendo 516 do STF, dispõe que: “O Serviço Social da Indústria (SESI) está su-
estabelecer unidades regionais. jeito a jurisdição da Justiça Estadual”, logo, nas ações que envolvam
• Agência Nacional do Cinema (ANCINE): criada pela MP- autores ou réus, é da Justiça Estadual a competência para julgar as
2228-1,está vinculada ao Ministério da Cultura, objetiva o fomento, ações.
a regulação e a fiscalização do mercado audiovisual e de cinema
brasileiros, com sede no Distrito Federal Finalidades
• Agência Nacional das Águas (ANA): criada pela lei 9.984/00, A finalidade destas entidades consiste em prestar assistência
está vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, tendo finalidade de ou ensino a determinadas categorias sociais ou grupos profissio-
implementar a política nacional de recursos hídricos. nais, dentre esses entes, merecem destaque os seguintes: Serviço
Social da Indústria (SESI), Serviço Social do Comércio (SESC), Serviço
Legislação Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Serviço Nacional de
No âmbito constitucional, apenas duas agências reguladoras Aprendizagem Industrial (SENAI), as quais se destinam à formação
encontram-se previstas, quais sejam as responsáveis pela fiscaliza- profissional, educação para o trabalho, à indústria e ao comércio.
ção dos serviços de telecomunicação (art. 21, I, CF/88) e do mono-
pólio da União sobre o petróleo (art. 177, § 2º, III, CF/88), sendo Principais atividades exercidas
referidas pela Carta Política como órgãos reguladores. A criação por Além destas entidades supramencionadas, destacam-se ainda:
meio de lei proporciona a cada agência reguladora substrato nor- Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT), Serviço
mativo central específico, complementado pelas disposições gerais Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), as
relativas às autarquias e à Administração Pública. quais exercem suas atividades por meio de programas de auxílio
Insta consignar, no que tange aos servidores que, conforme dis- e orientação a empresas de pequeno porte. A SESCOOP (Serviço
pões a lei 10.871/04, estes serão regidos pelo regime estatutário Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo) surgiu com o ob-
constante na lei 8.112/90. É salutar, por fim, a denominada quaren- jetivo de organizar, administrar e executar o ensino de formação
tena, imposta pela lei 9986/00 aos ex-dirigentes de agências regu- profissional, desenvolvimento e promoção social de trabalhadores
ladoras na esfera federal. em cooperativa e dos cooperados. Recentemente foram criadas a
APEX- BRASIL (Agência de Promoção de Exportação do Brasil) e a
SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) que atuam
com políticas de desenvolvimento no setor de exportação indus-
Conceito trial, respectivamente. Ressalta-se que estas últimas entidades pos-
Os termos “serviço social autônomo” ou ainda, “pessoas de suem regime e perfil jurídicos diferentes das anteriores, posto que
cooperação governamental”, nas palavras de José Carvalho Filho, se afastaram do modelo clássico e aproximaram-se do sistema da
referem-se aquelas entidades que colaboram com o Poder Público, Administração Pública descentralizada, podendo até mesmo ser en-
a que são vinculadas, através da execução de alguma atividade ca- quadradas como agência executivas nos moldes de autarquia.
racterizada como serviço de utilidade pública. Estas entidades com-
põe o sistema “S” e são criadas diretamente por lei, para prestar, Legislação
sem fins lucrativos, certos serviços sociais consistentes em ministrar No que se refere à legislação, é imperioso reforçar que as leis
assistência ou ensino a determinadas categorias sociais ou profis- que deram origem a tais entidades não as criaram diretamente,
sionais. nem autorizaram o Poder Executivo a fazê-lo, como ocorrem com as
entidades da Administração Indireta, tais leis atribuíram a Confede-
Estrutura Organizacional rações Nacionais o encargo de fazê-lo, a exemplo, os Decretos-Leis
Conforme já mencionado, a criação destas entidades ocor- nº 9.403/46 e 9.853/46, por meio dos quais designaram o encargo
re através de autorização legislativa, contudo, para efetivamente à Confederação Nacional da Indústria e à Confederação Nacional
existirem, é necessário que sejam criados pelas respectivas Confe- do Comércio a criação do SESI, SESC, bem como garantiu a manu-
derações Nacionais, além disso, estas pessoas jurídicas podem ser tenção das entidades pelo Poder Público por meio de contribuições
parafiscais recolhidas pelos empregadores.
Editora
281
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Outras legislações que merecem destaque são as Leis de nú- contratados sem concurso público, acrescenta ainda que a grande
meros : 8.246/1991, nº10.668/2003, nº 11.080, que autorizaram o vantagem dessas entidades é a roupagem com que se reveste para
Poder público a instruir, respectivamente o SSAAPS, Apex- Brasil e escapar às normas do regime jurídico de direito público. Estas en-
a ABDI. tidades podem receber dotação orçamentária, servidor e bens pú-
Em razão destas entidades administrarem verbas oriundas de blicos.
contribuições parafiscais e gozarem de privilégios sujeitam-se às Apesar das entidades de apoio serem instituídas sob a forma
normas semelhantes às da Administração Pública, especialmente de fundação de natureza privada, estas também podem ser instituí-
no que se refere a licitação, conforme previsão do art. 1º, parágrafo das sob a forma de associação ou cooperativa. Constituídas tal pes-
único, da Lei nº 8.666/93, por outro lado, há entendimento diverso soa jurídica, a cooperação com o Estado se faz através de convênios,
do próprio TCU, haja vista que em determinado caso este Tribunal estabelecendo assim o vínculo jurídico.
decidiu no sentindo de afastar as regras licitatórias e adotar um re- O entendimento abaixo ilustra a natureza privada destes entes
gulamento próprio para licitações envolvendo os serviços sociais e consequentemente a competência que cabe ao Juízo Estadual em
autônomos, nesse passo, estabeleceu que devem ser admitidas re- ações que os envolvam, posto que estes não fazem parte da Admi-
gras simplificadas, previamente aprovada pelo próprio órgão. Nesse nistração Indireta.
diapasão, vejamos os diferentes entendimentos transcritos abaixo: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO ORDINÁRIA.
FUNDAÇÃO DE APOIO A UNIVERSIDADE PÚBLICA. PERSONALIDA-
TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVERSÃO DE REPRESENTA- DE JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO ES-
ÇÃO. CITAÇÃO E DETERMINAÇÕES. RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO TADUAL. I - As fundações de apoio às universidades públicas têm
CONTRA MEDIDAS CORRETIVAS. CONHECIMENTO. INSUFICIÊNCIA personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio e admi-
DOS ARGUMENTOS PARA REFORMA DA DELIBERAÇÃO RECORRI- nistração próprios, não fazendo parte da Administração Pública In-
DA. NEGATIVA DE PROVIMENTO. CIÊNCIA.1,Conquanto os Serviços direta, razão pela qual as ações em que atuarem como parte devem
Sociais Autônomos não se sujeitem às mesmas normas que regem deverão ser julgadas pela Justiça Comum Estadual, mormente não
a Administração Pública por ostentarem capacidade tributária ati- se enquadrarem na previsão do artigo 109, inciso I, da CF/88. II -
va e gozarem de privilégios próprios dos entes públicos, também Conflito de competência conhecido, para declarar competente o
devem respeitar os princípios constitucionais a ela aplicáveis, den- MM. Juízo de Direito da Vara Cível de Santa Maria - RS, suscitado.
tre os quais os da licitação, insculpidos no art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal.2.De acordo com a interpretação teleológica Principais atividades exercidas
do caput do art. 33 da Resolução Sesc nº 1.102/2006, e tendo em Sua atuação, geralmente ocorre junto a hospitais públicos e
conta o princípio da eficiência da Administração Pública, insculpido universidades públicas, a exemplo: a Fundação Universitária de De-
no caput do art. 37 da CF/88, é poder-dever do Serviço Social do Co- senvolvimento de Extensão e Pesquisa (FUNDEPES), ligada à Uni-
mércio a utilização do Sistema de Registro de Preço quando estive- versidade Federal de Alagoas; a Fundação de Apoio a Pesquisa e Ex-
rem presentes as condições para a sua implantação, estabelecidas tensão (FAPEX), ligada a Fundação Federal da Bahia, a Fundação de
nos incisos I, II e III do art. 33 da referida norma interna. Desenvolvimento da UNICAMP, ligada a Universidade de Campinas
e a Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP), ligada a
RECURSO DE REVISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. ADMISSÕES Universidade de São Paulo.
DE PESSOAL E AQUISIÇÕES DE BENS E SERVIÇOS IRREGULARES
CONFIRMADAS EM DENÚNCIA POSTERIOR AO JULGAMENTO DAS Legislação
CONTAS. IMPROCEDÊNCIA DOS ARGUMENTOS DOS RESPONSÁVEIS. As entidades de apoio são despidas de legislação específica,
PROVIMENTO. IRREGULARIDADE. 1. As entidades do Sistema s de- existindo apenas a Lei Federal nº 8.958/94, a qual é regulamentada
vem realizar aquisições de bens e serviços e contratar pessoal na pelo Decreto nº 7.423/2010, que estabelece as normas que discipli-
forma de seus regulamentos próprios, que devem balizar-se pelos nam as relações entre as instituições federais de ensino superior e
princípios constitucionais relativos à administração pública. de pesquisas científicas e tecnologia e as fundações de apoio. Dessa
forma, as entidades de apoio deverão constituir-se sob a forma de
ENTIDADES DE APOIO funções de direito privada, sem fins lucrativos, sendo regidas pelo
Conceito e finalidade Código Civil Brasileiro e sujeitando-se à fiscalização do Ministério
As entidades de apoio são as pessoas jurídicas de natureza pri- Público, à legislação trabalhista, em especial, ao prévio registro e
vada que exercem atividade social e/ou serviços sociais sem fins credenciamento nos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecno-
lucrativos e não exclusivos do Estado, ligadas a ciência, pesquisa, logia, renovável bienalmente. Não são criadas por lei nem mantidas
saúde e educação, frisa-se que tais pessoas não integram a Admi- pela União.
nistração Indireta, apenas estão paralelas ao Estado a fim de coo-
perar. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

Regime Jurídico Conceito


Estas entidades são instituídas diretamente por servidores pú- Organizações sociais, diversamente do que soe à primeira vis-
blicos com nomes e recursos próprios com a finalidade de exercer ta, não representam uma categoria jurídica autônoma, tratando-se,
atividades de interesse social relacionadas aos serviços prestados em verdade, de uma qualificação jurídica, um título atribuído a pes-
pelas entidades estatais, nas quais esses servidores atuam. soa jurídica pré-existente. Nas palavras de CARVALHO FILHO[21],
No que tange ao regime jurídico-administrativo, autores como “Essas pessoas, a quem incumbirá a execução de serviços públicos
Di Pietro, afirma que essas entidades não se sujeitam a nenhum em regime de parceria com o Poder Público, formalizado por con-
regime, posto que a prestação de serviço é de natureza privada, trato de gestão, constituem as organizações sociais”.
dessa forma, os contratos possuem natureza de direito privado, ce-
lebrados sem licitação e com empregados celetistas, os quais foram
Editora
282
282
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Considerando-se o conceito ventilado, a dois elementos cabe AS AGÊNCIAS REGULADORAS
pioneiro destaque. Primeiramente, os contratos de gestão: funda- As agências reguladoras são fruto de um remodelamento do
mentais ao entendimento do tema, não possuem definição legal ou Estado em um processo de modernização iniciado nos anos de
doutrinária e, como bem ponderado por CELSO A. B. MELLO[22],, 1990 – precisamente nos anos de 1994/1995 (governo do Presiden-
“rotulam duas coisas totalmente diversas”, posto que, de forma te Fernando Henrique Cardoso) com o processo de privatização de
simplificada, podem referir-se tanto a acordo firmado entre mem- algumas atividades estatais. É correto afirmar que tal fato se dá a
bros da Administração Pública direta e/ou indireta, quanto entre contar de um pensamento de política neoliberal dominante à épo-
o Estado e pessoas alheias a este, quais sejam, exclusivamente, as ca. O objetivo maior que ensejou a criação das chamadas agências
organizações sociais. O segundo ponto de relevo é determinar quais executivas foi exercer um papel de regulação da atividade econô-
pessoas pré-existentes estão aptas à qualificação. mica impedindo o abuso do poder econômico e ao mesmo tempo
Segundo os ditames da lei 9.637/98, apenas são passíveis do regulando serviços públicos até então desenvolvidos pelo Estado.
aludido título pessoas jurídica de direito privado que não detenham As agências reguladoras segundo algumas vozes são dotadas
fins lucrativos e destinem-se ao ensino, à cultura, à saúde, à pes- de poder normativo (comumente chamado de poder regulamentar)
quisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à preservação que é a competência para editar atos administrativos (resoluções,
do meio ambiente, além de possuírem organização adequada aos por exemplo) para disciplinar seu espaço de atuação.
demais requisitos legalmente estabelecidos. Em virtude da proibi- O Poder Normativo das agências reguladoras deve ser interpre-
ção de fins lucrativos, tais entidades restringem-se, por decorrência tado com inteligência. Não se trata na verdade de “Poder Normati-
lógica, às associações ou fundações privadas. vo/regulamentar”, mas, se trata, isso sim, do poder de normatizar
questões estritamente técnicas sem qualquer desobediência (aqui
Finalidades se entenda também extrapolar limites) à legalidade, vale dizer, sem
Bem leciona DIRLEY DA CUNHA JR[23]: qualquer desrespeito à CF ou às leis infraconstitucionais. E essa
Definidas pela lei 9.637/98, as organizações sociais provoca- normatização técnica, portanto, está dentro daquilo que tanto a CF
ram grandes polêmicas entre os juristas, devido ao fato de estas como as leis infraconstitucionais deferiram as agências reguladoras.
entidades terem sido idealizadas para absorver atividades hoje de- Podemos dar o seguinte exemplo para melhor compreensão:
sempenhadas por órgãos ou entidades da Administração Pública, A ANS (agência nacional de saúde) poderá determinar que medi-
causando a extinção destes órgãos ou destas entidades administra- camentos que contenham sódio sejam retirados do mercado. Veja
tivas com a cessão de suas instalações, incluindo seus bens móveis que neste singelo exemplo a questão é estritamente técnica. É nes-
e imóveis, e de seus servidores para a organização social. se ambiente técnico que atua o que se chama Poder Regulamentar/
É notório que, por meio da qualificadora “organizações sociais”, normativo das agências reguladoras. As agências reguladoras são
a Administração transfere para o terceiro setor tarefa que, a princí- pessoas jurídicas de direito público interno, autarquias em regime
pio, estava abarcada pelo seu leque de responsabilidades no âmbi- especial, e integram a administração pública indireta, sendo certo
to do ensino, cultura, saúde, pesquisa científica, desenvolvimento que a contratação de seu pessoal se dá por concurso público de pro-
tecnológico e preservação do meio ambiente. Ao referir-se à extin- vas ou provas e títulos. Possuem as agências reguladoras regramen-
ção dos órgãos e entidades públicas, o renomado autor traz à baila to próprio que deve obedecer às diretrizes da lei que criou a agência
a consequência do progressivo uso de tal instrumento, corolário da reguladora. Somente a lei poderá criar uma agência reguladora (lei
crescente “publicização” do Estado. específica) e somente a lei poderá declará-la extinta.

Regime Jurídico e Estrutura Organizacional AGÊNCIAS EXECUTIVAS


A qualificação é ato discricionário do Pode Público, observada, Tudo o que se falou até aqui acerca das agências reguladoras
pelo Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área é aplicável em grande parte as agências executivas que também é
de atividade correspondente ao objeto social da pessoa jurídica, a fruto da reforma administrativa acontecida no Brasil que implantou
conveniência e oportunidade. Havendo aprovação, ela é declarada no país o modelo de administração gerencial. As agências executi-
como de interesse social e utilidade pública. vas tem assento no art. 37, §8º7 da CF.
Segue-se à declaração, a celebração do contrato de gestão – As agências executivas não são figura jurídica nova no âmbito
que, apesar do nome, revela verdadeiro convênio – entre a entida- da administração pública, mas uma qualificação/rotulação que au-
de qualificada e a Administração Pública (órgão ou entidade super- tarquias e fundações públicas poderão receber do governo federal
visora), sendo elaborado de comum acordo entre ambos, voltado que de forma discricionária poderá através de decreto concedê-las
à discriminação as atribuições, responsabilidades e obrigações dos após a autarquia ou fundação ter apresentado um plano estratégi-
contraentes. Sua elaboração, ressalte-se, não poder escusar-se aos co10 e ter ainda celebrado um contrato de gestão com o Ministério
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e supervisor11 . Essa qualificação se dá para que a autarquia ou a fun-
economicidade, além da definição dos programas, metas, controle dação, agora rotulada de agência executiva possa ter maior autono-
e forma de avaliação de desempenho. mia financeira e gerencial visando atingir metas de desempenho.
Aliás, tanto isso é marcante nas agências executivas que têm elas
Note-se que a parceria com o Poder Público não altera a natu- tratamento diferenciado até mesmo na lei de licitações, conforme
reza de direito privado da pessoa jurídica – tornando-a pública –, se depreende do art. 24, §1º da Lei Federal 8.666/93. O instrumen-
de modo que esta não integrar a Administração centralizada nem to jurídico que estabelece essa ligação entre a agência executiva e
descentralizada. a administração pública direta como já dito, é o chamado contrato
Note-se que, ademais, que as organizações, apesar de exerce- de gestão, que não encontra nenhuma conceituação doutrinária. O
rem atividades de interesse social e utilidade pública, não são dele- contrato de gestão terá periodicidade mínima de 1(um) ano.
gatárias de tais serviços, posto não se tratar de atividades privativas Em arremate então podemos informar o seguinte: as agên-
do Estado. cias executivas são uma qualificação dada pelo chefe do executivo
através de decreto para autarquias ou fundações que cumpram as
Editora
283
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
regras do art. 51 da Lei 9.649/98; possuem maior autonomia finan- 5. Desempenham prestação de serviços públicos não exclusi-
ceira e administrativa; é fruto da reforma administrativa do Estado vos do Estado.
(EC 19/98) e tem por ideologia o modelo de administração geren- 6. Os serviços são delegados por meio de contrato de gestão –
cial; travam com a administração pública direta contrato de gestão geralmente na área da saúde.
e plano estratégico como condição para recebimento do rótulo de 7. Do contrato, advém a obrigação de cumprir os objetivos es-
“agências executivas”. tabelecidos com o investimento público.
8. São fiscalizadas tanto pela administração pública, quanto
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS), ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDA- pelo tribunal de contas.
DE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP);
IV. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PPÚBLI-
Entidades paraestatais CO (OSCIP)
As entidades paraestatais são entidades fomentadas pelo Es- 1. É pessoa jurídica de direito privado.
tado, embora não façam parte da administração pública indireta. 2. Instituída por particulares.
A elas compete o desenvolvimento de tarefas de interesse social, 3. Presta serviços sociais não exclusivos do Estado.
razão pela qual se justifica o fomento pelo Poder Público, que em 4. Não tem fins lucrativos.
contrapartida deve exercer certo controle. 5. Estabelecida mediante termo de parceira com a administra-
Hely Lopes Meirelles em seu artigo define as paraestatais: São ção pública.
pessoas jurídicas de direito público, cuja criação é autorizada por lei 6. Não é delegação da atividade estatal e sim fomento para a
específica (CF, art. 37, XIX e XX), com patrimônio público ou misto, atividade.
para realização de atividades, obras ou serviços de interesse co- 7. São fiscalizadas pela administração pública e pelo tribunal
letivo, sob normas e controle do estado. Não se confundem com de contas.
as autarquias nem com as fundações públicas, e também não se
identificam com as entidades estatais. Responde por seus débitos, As Organizações Sociais
exercem direitos e contraem obrigações, são autônomas. As Organizações Sociais (OS) são pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, instituídas, em regra, por iniciativa de
As entidades paraestatais dividem-se em: particulares, qualificadas pelo Poder Executivo como OS e cujas ati-
I. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS (SISTEMA S) vidades se destinem taxativamente às seguintes atividades: pesqui-
1. São instituídos por lei. sa científica; desenvolvimento tecnológico; meio ambiente; cultura;
2. Têm personalidade jurídica de direito privado. preservação e conservação do meio ambiente; e saúde. O Projeto
3. Prestam serviço de forma filantrópica. de Organizações Sociais partiu da constatação de existência, no seio
4. São mantidos por dotações orçamentárias ou contribuições da sociedade civil organizada, de instituições sem fins lucrativos,
parafiscais. destinadas e vocacionadas ao desenvolvimento de atividades pró-
5. Ministram assistência ou ensino a certas categorias sociais prias do Estado. Destarte, embora pela dicotomia clássica do direi-
ou profissionais. to essas instituições sejam classificadas como pessoas jurídicas de
6. Têm algumas características da administração pública, como direito privado, por seus fins de natureza eminentemente públicos,
a necessidade de processo seletivo e respeito a algumas regras de foram classificadas pelos reformistas como instituições públicas não
licitação. estatais.
7. Integram o Sistema S: SESI, SESC, SENAI, SENAC, SEBRAE e Essas instituições, que compõem o terceiro setor, são funda-
outros. ções e associações sem fins lucrativos, que nascem da organização
da própria sociedade civil para atendimento do interesse público.
II. ENTIDADES DE APOIO Dessa forma, são despidas de propriedade, ou seja, não são de pro-
1. Têm personalidade jurídica de direito privado. priedade privada nem tampouco de propriedade pública, perten-
2. São constituídas sob forma de fundação (geralmente), asso- cem a sociedade.
ciação ou cooperativa. Pelo modelo de OS, o Estado deixa de executar diretamen-
3. São instituídas por servidores públicos. te os serviços sociais para assumir uma posição de promotor dos
4. Não têm fins lucrativos. mesmos, subsidiando-os e controlando-os. As funções burocráticas
5. Prestam serviços não exclusivos do Estado, em caráter pri- inerentes à prestação dos serviços públicos são transferidas às ins-
vado. tituições previamente qualificadas como organizações sociais, que
6. Estabelecem vínculo com a administração pública mediante as desenvolve com a flexibilidade do regime jurídico privado, pas-
convênio. sando o Estado a assumir uma função gerencial, de financiamento
7. Servem como meio de a administração pública arrecadar e e controle.
como forma de incentivo para que a iniciativa privada invista na es- Destarte, na busca pela eficiência na prestação de serviços so-
trutura da instituição pública, na qual a entidade de apoio se instala. ciais e científicos, o foco do Poder Público no procedimento buro-
8. Temos como exemplos a FIPE e a Fundação Zerbini. crático é desviado para o procedimento gerencial, visando a melho-
ria continua dos serviços ofertados.
III. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
1. A categoria foi criada pela lei 9637/98 – contexto da reforma Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)
do Estado. Denominado por “Marco Legal do Terceiro Setor”, o modelo
2. São pessoas jurídicas de direito privado. das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)
3. Instituídas sob forma de fundação, associação ou coopera- foi uma iniciativa do Conselho de Comunidade Solidária que, por
tiva. intermédio de um amplo diálogo com a sociedade civil, buscou for-
4. Não possuem fins lucrativos. talecer as relações do terceiro setor com o Estado, por intermédio
Editora
284
284
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
de uma parceria estabelecida sobre novas bases, mais condizentes
com as exigências de eficiências e responsabilização nas ações so- CONCEITOS BÁSICOS DE PLANEJAMENTO. ASPECTOS
ciais. ADMINISTRATIVOS, TÉCNICOS, ECONÔMICOS E FINAN-
O Prof. Cyonil Borges apresenta a definição da seguinte forma: CEIROS. FORMULAÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS.
São constituídas por iniciativa de particulares, sob o regime jurídico AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS. TIPOS DE
de direito privado e sem o intuito de lucro. As Oscip prestam servi- AVALIAÇÃO. ANÁLISE CUSTO BENEFÍCIO E ANÁLISE
ços sociais não exclusivos do Estado, com incentivo e fiscalização do CUSTO-EFETIVIDADE
Poder Público, com vínculo jurídico junto a este por meio de termo
de parceria. Verifica-se, pois, que as Oscip possuem conceito asse-
melhado ao das OS. Pode-se afirmar, preliminarmente, que a avaliação é um instru-
O modelo emergiu como uma alternativa à tradicional figura mento importante para a melhoria da eficiência do gasto público,
do convênio, para facilitar o acesso da sociedade civil organizada da qualidade da gestão, do controle social sobre a efetividade da
aos recursos públicos. De acordo com a avaliação feita pelo Con- ação do Estado, esse último instrumentalizado pela divulgação de
selho de Comunidade Solidária, a agilidade operacional para for- resultados das ações de governo.
malização de parcerias do terceiro setor com o Poder Público não
era adequada, pois as exigências impostas às organizações, como o Na última década, propostas metodológicas de avaliação foram
prévio registro no Conselho de Assistência Social, dificultava dema- geradas por organismos internacionais de cooperação e financia-
siadamente o acesso aos recursos. mento, entre eles: Organizações das Nações Unidas (ONU), Banco
O novo “marco legal” foi inserido no ordenamento jurídico Mundial (World Bank), Banco Interamericano de Desenvolvimento
pela Lei Federal nº 9.790, de 23/3/1999, que dispõe sobre a quali- (BID), Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econô-
ficação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, mico (OCDE), Comissão Econômica para a América Latina e Caribe
como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e ins- (Cepal), Centro Latino-Americano de Administração para o Desen-
tituiu e disciplinou o Termo de Parceria. A Lei foi regulamentada volvimento (Clad).
pelo Decreto nº 3.100, de 30/06/1999 e pela Portaria nº 361, de Não existe uma única definição de avaliação. Para Costa e
27/06/1999, do Ministério da Justiça. A norma não criou uma nova Castanhar (2003), trata-se do exame sistemático e objetivo de um
instituição, mas um título conferido Pelo Poder Público à institui- projeto ou programa, finalizado ou em curso, que contemple seu
ções preexistentes, como associações e fundações de direito pri- desempenho, implementação e resultados, tendo em vista a deter-
vado, que passaram a ostentar uma qualificação, conferida pelo minação de sua eficiência, efetividade, impacto, sustentabilidade e
Ministério da Justiça, conforme explicitado por Diógenes Gasparini: relevância de seus objetivos. É uma atividade permanente e não
“Na realidade não se cuida da instituição de nova entidade, restrita à etapa final do ciclo da política pública (que inclui as fases:
mas da atribuição do status de organização da sociedade civil de definição da agenda, formulação, implementação e avaliação), que
interesse público a pessoas jurídicas criadas nos moldes do Direito informa sobre seus avanços e limites. “O propósito da avaliação é
Privado, existentes, portanto na sociedade.” guiar os tomadores de decisão, orientando-os quanto à continuida-
Diferente do modelo de Organizações Sociais, que fora con- de, necessidade de correções ou mesmo suspensão de uma deter-
cebido no âmbito do Plano de Reforma como uma das estratégias minada política ou programa” (Costa e Castanhar, 2003:972).
para delimitação do aparelho do Estado, para que as entidades sem
fins lucrativos assumam a execução de serviços públicos próprios Além de aprimorar o processo de tomada de decisão, vislum-
do Estado, o modelo parceria com Organizações da Sociedade Civil brar a alocação apropriada de recursos e promover a responsabi-
de Interesse Público, por seu turno, visou apoiar o terceiro setor em lização por decisões e ações (accountability) dos governantes pe-
ações de interesse social que não representasse o próprio serviço rante o parlamento, as agências reguladoras e fiscalizadoras e os
público prestado diretamente pelo Administração Pública. cidadãos, a avaliação permite aos formuladores e gestores de políti-
Segundo Flávio Alcoforado, “a diferença principal entre as OS’s cas públicas desenharem políticas mais consistentes, com melhores
e OSCIP’s é conceitual: enquanto as primeiras seriam contratadas resultados e melhor utilização dos recursos.
para assumir serviços já prestados pelo Estado, as últimas presta-
riam determinados serviços de interesse coletivo, que o Estado de- A avaliação constitui-se na determinação de valor de uma ativi-
cidiria apoiar.” dade, programa ou política, um julgamento tão sistemático e objeti-
Nesse sentido, enquanto no modelo de OS o Estado transfere a vo quanto possível, efetuado por avaliadores internos ou externos.
execução de determinado serviço público que presta diretamente à Ao incorporar elementos valorativos e de julgamento, a avaliação
gestão da Organização Social como, por exemplo, a gestão de uma contempla aspectos qualitativos, não se confundindo com o mero
unidade hospitalar, no modelo de OSCIP o Estado apóia iniciativas acompanhamento das ações governamentais.
sociais da própria sociedade, que complementem a atuação estatal.
Ela estabelece critérios fundamentais para se decidir se uma
política deve continuar a ser implementada, caso esteja promoven-
do desejável distribuição de bem-estar (Figueiredo e Figueiredo,
1986), ou produzindo mudanças nos sistemas econômico e social
na direção dos resultados desejados, sendo, assim, preferível a
qualquer outra política. Fazendo parte do processo de planejamen-
to de qualquer política pública, a avaliação gera uma retroalimenta-
ção que permite escolher entre diferentes projetos de acordo com
sua eficácia e eficiência, e, ao cotejar os resultados, possibilita reti-
ficar as ações e reorientá-las em direção ao fim postulado (Cohen e
Franco, 2004:73).
Editora
285
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Trata-se de atividade estratégica que: As questões imediatas e centrais a serem respondidas pelos es-
- Propicia a compreensão das políticas e do Estado em ação, tudos de avaliação são: em que medida os objetivos propostos na
visando o seu aprimoramento (Draibe, 1997). Assim, beneficia o formulação do programa-projeto são ou foram alcançados? Como
pesquisador, o técnico, o usuário, o Estado e a sociedade em geral. o programa funciona? Quais os motivos que levam ou levaram a
- É um instrumento para a tomada de decisões e para viabilizar atingir ou não os resultados?
o controle social sobre o gasto público e as ações de governo, um
importante direito democrático (Lobo, 2001; Arretche, 2001). Cabe destacar, ainda, que a avaliação de políticas públicas tem
um caráter eminentemente político, na medida em que está vincu-
Em comparação com outras pesquisas, a pesquisa avaliativa lada ao processo político mais abrangente, às estratégias e aos in-
possui a característica explícita de atribuição de valor (como justi- teresses dos decisores e demais envolvidos (Faria, 2005). Enquanto
ça social, eficiência, redução de custos, equidade, entre tantos ou- momento do processo de análise de políticas públicas, a avaliação
tros), além de ser mais orientada para a decisão (Faria, 2001). incorpora, segundo a literatura anglo-saxã, uma dupla natureza:
estudo da política (of policy) e para a política (for policy). Por um
No Brasil, o crescente interesse dos governos com a avaliação lado, ela representa a atividade acadêmica que objetiva um melhor
está relacionado às questões de efetividade (alcance das metas, entendimento do processo político; por outro, volta-se à solução de
aferição dos resultados esperados e não esperados dos programas) problemas sociais, sendo, portanto, aplicada.
ou eficácia (à maior produção, maior eficácia), à eficiência (a um
menor custo de produção, maior eficiência), ao desempenho e à Em outros termos, subjacente à análise e à avaliação de políti-
accountability da gestão pública. A avaliação permite ao governante cas públicas, aparece a orientação pela política (for policy), ou seja,
certo conhecimento dos resultados de um dado programa ou proje- o interesse em que os achados dos estudos avaliativos possam me-
to, informação essa que pode ser utilizada para melhorar a concep- lhorar o processo político e o bem-estar da população, uma vez que
ção ou a implementação das ações públicas, fundamentar decisões, os avaliadores são também agentes sociais, cidadãos participantes
promover a prestação de contas. Em nível acadêmico, estudos nes- do processo político e eventuais beneficiários das ações estatais. Ao
sa área vêm proliferando, embora a atenção maior seja dada aos passo que a postura mais crítica e distanciada desenvolvida dentro
processos de formação da agenda e formulação das políticas, em do espaço acadêmico é importante por permitir a isenção e o rigor
detrimento da implementação, da avaliação e do monitoramento. científico; uma postura engajada não significa, necessariamente, a
identificação com os objetivos daqueles que controlam o processo
Além da preocupação com a efetividade, podem ser citadas político e o governo.
outras razões que fomentaram a demanda por avaliações em nosso Enfim, uma postura crítica, que coloque em suspenso os pres-
país, especialmente a partir dos anos 1990: a crise fiscal que di- supostos dos tomadores de decisão, sempre é recomendável ao
minuiu a capacidade de gasto dos governos e aumentou a pressão analista de políticas públicas; não fazê-lo conduz a uma posição
por maior eficiência; o fim do processo inflacionário, que reduziu as conservadora.
receitas financeiras dos governos e expôs os problemas das finan-
ças públicas; o aprofundamento da democracia, que trouxe novos Tipos de avaliação
atores sociais e reivindicações aos governos; a longa crise econô- Existem diferentes maneiras de se realizar uma avaliação. Por
mica brasileira que aumentou a desigualdade social e a busca por exemplo, a avaliação acadêmica, que é mais formal e enfoca a efe-
programas sociais públicos; a desestruturação da função de plane- tividade das políticas, seus impactos e benefícios; por sua vez, a
jamento, que deixou os governantes sem elementos de informação avaliação da implementação privilegia o exame de sua eficiência e
e avaliação; a redução da ajuda externa e a pressão dos organismos eficácia. Ainda que estudos neutros representem um mito, a pes-
internacionais de fomento pela aferição dos resultados dos progra- quisa avaliativa acadêmica permite maior isenção e rigor científico.
mas sociais por eles financiados. As avaliações com foco na questão fiscal são denominadas “ge-
rencialistas”, e em contraposição a elas, as de cunho mais acadêmi-
Dentro desse contexto, o Estado brasileiro passou a redefinir co, são chamadas de “não gerencialistas” (Faria, 2005).
sua área de atuação diante das restrições fiscais e, ao mesmo tem- Os tipos de avaliação podem ser agrupados de acordo com ou-
po, sofreu uma pressão até então inédita pela ampliação de políti- tros critérios não excludentes, como se observará na sequência.
cas públicas mais universais, de qualidade e eficientes.
Conforme o agente que avalia e quem participa do processo
Na última década do século XX verificou-se um abrangente de avaliação
movimento de reforma de Estado e de seu aparelho administrati- A avaliação é externa quando realizada por especialistas de
vo nos países desenvolvidos, que rapidamente proliferou para os fora da instituição responsável pelo programa, apresentando vanta-
demais. Tal movimento, conhecido como Nova Gestão Pública ou gens e desvantagens. Entre suas vantagens citam-se: a isenção e ob-
New Public Management, preconizava, em termos gerais, uma re- jetividade dos avaliadores externos, não implicados diretamente no
definição do papel do Estado e a implantação de mecanismos de processo, e a possibilidade de comparação dos resultados obtidos
gestão oriundos da iniciativa privada na administração pública. Em com os de outros programas similares já analisados. Entre suas des-
nosso país, o fato mais emblemático dessa nova orientação políti- vantagens ressaltam-se: o difícil acesso aos dados e uma provável
co-ideológica e gerencial foi a Reforma Administrativa promovida posição defensiva dos que terão seu trabalho avaliado, fazendo com
pelo governo federal em 1998, através da Emenda Constitucional que, muitas vezes, forneçam informações parciais ou minimizem o
nº 19 (Brasil, 1998). efeito da avaliação sobre a melhoria dos programas.
A avaliação é interna quando executada dentro da instituição
e conta com maior colaboração das pessoas que participam direta-
mente do programa-projeto. Entre suas vantagens tem-se: a elimi-
nação da resistência natural ao avaliador externo, e a possibilidade
Editora
286
286
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
de reflexão, aprendizagem e compreensão acerca das atividades Por sua vez, a avaliação ex post é realizada durante a execução
institucionais. Já entre as desvantagens pode-se perder muito em de um programa ou ao seu final, quando as decisões passam a se
objetividade, já que os que julgam estão envolvidos na formulação basear nos resultados alcançados. Quando o programa está em exe-
e execução dos programas. Todavia, se a avaliação interna for rea- cução, julga-se se ele deve continuar ou não, com base nos resul-
lizada por funcionários que não participam diretamente do progra- tados obtidos até o momento. Se a resposta for positiva, avalia-se
ma, na tentativa de se diminuir a subjetividade, a situação torna-se se se deve manter a formulação original ou efetuar modificações,
análoga à do avaliador externo (Cunha, 2006). redirecionando os objetivos, propostas e atividades.
Do exposto acima se depreende que o conhecimento da meto-
dologia de avaliação não substitui o conhecimento sobre as especi- Quando o programa já foi concluído, examina-se a pertinência
ficidades e os detalhes do programa, não existindo um único mode- do uso futuro da experiência, isto é, se o mesmo tipo de programa
lo a ser aplicado em todos os casos. Neste sentido, cita-se, ainda, deve ser replicado ou não. A avaliação ex post é a mais desenvolvida
a avaliação mista, que combina os dois tipos anteriores, fazendo metodologicamente e a que tem tido maior aplicação.
com que os avaliadores externos tenham contato estreito com os
participantes do programa a ser avaliado, o que pode maximizar as Para captar o impacto recomenda-se combinar ambas as análi-
vantagens e minimizar ou superar as desvantagens das avaliações ses (ex ante e ex post) a fim de se comparar o alcance do programa
(Cunha, 2006). (ex post) com as predições (ex ante).
Por fim, evoca-se a avaliação participativa, usada principal-
mente em pequenos projetos, e que prevê a participação dos be- Conforme o tipo de problema ao qual a avaliação responde
neficiários no planejamento, execução e avaliação das ações. Essa Existem ainda duas modalidades de estudos avaliativos, que
modalidade não costuma fornecer informações específicas sobre o se referem aos tipos de problemas ou perguntas que pretendem
impacto de um programa, mas sim sobre a opinião/percepção dos responder (Cohen e Franco, 2004; Cotta, 1998): a avaliação de pro-
participantes (Spink, 2001; Abma, 2004, Kayano e Caldas, 2002). cessos, que é realizada durante a implementação do programa e
diz respeito à dimensão da gestão, e a avaliação de resultados e de
Conforme a natureza da avaliação impacto, com objetivos mais ambiciosos, especialmente o de res-
Quanto à natureza, as avaliações podem ser formativas quando ponder se o programa funcionou ou não (Cunha, 2006).
relacionadas com a formação do programa. Elas são voltadas para
a análise e a produção de informações sobre as etapas da imple- A avaliação processual procura detectar, periodicamente, as
mentação aos diretamente envolvidos, fornecendo elementos para dificuldades que ocorrem durante o processo, a fim de se efetua-
a correção de procedimentos. rem correções ou adequações. Ela permite identificar os verdadei-
Por sua vez, as avaliações somativas referem-se à análise e à ros conteúdos do programa, se ele está sendo realizado conforme
produção de informações sobre a implementação e etapas poste- o previsto, se está atingindo o público-alvo e se os benefícios es-
riores, sendo efetuadas quando o programa está sendo executado tão sendo distribuídos corretamente. Acompanhando os processos
há algum tempo ou após, no sentido de verificar se alcançou as me- internos, ela focaliza os fatores que influenciam a implementação,
tas previstas e julgar seu valor geral. Elas contemplam as relações estimulando mudanças, quando necessárias.
entre o processo, os resultados e o impacto, podendo incluir com- Por intermédio de procedimentos mais céleres, essa avaliação
parações entre diferentes programas (Cunha, 2006). serve de suporte para melhorar a eficiência operativa e a eficácia
dos programas, disponibilizando resultados e informações úteis aos
Conforme o momento de realização da avaliação gestores e gerentes, mais diretamente voltados às situações con-
Quando se leva em conta o momento de sua realização, os es- textuais. Seus desenhos adaptam-se ao contexto, ao problema e à
tudos avaliativos diferenciam-se em ex ante e ex post. A avaliação abrangência da pesquisa, frequentemente combinando métodos
ex ante é realizada antes do começo de um programa, com o fito de quantitativos e qualitativos: surveys com questionários fechados,
dar suporte à decisão de implementá-lo ou não, e ordenar os vários entrevistas semiestruturadas ou abertas e observação.
projetos segundo sua eficiência para alcançar os objetivos determi- Conforme Viana (1996), a avaliação de processo diferencia-se
nados (Cunh da de impacto pelo seu objeto — que é a aferição da adequação
Destaca-se neste tipo de avaliação o diagnóstico (ou estudo da entre meios e fins, considerando os aspectos organizacional e ins-
situação), quando se mapeiam as necessidades e são realizados es- titucional, social, econômico e político — e pelo seu objetivo, qual
tudos de factibilidade que orientarão a formulação do programa, seja, o de permitir a correção do modelo de causalidade e da imple-
além do exame do custo-benefício e do custo-efetividade,1 que ob- mentação, visando reorientá-la em função dos objetivos propostos.
jetiva adequar os recursos disponíveis aos objetivos propostos. Tais
procedimentos permitem aquilatar a viabilidade dos programas e Por sua vez, a avaliação de resultados procura verificar em que
projetos. medida o programa alcançou os objetivos e quais foram seus efei-
Ainda dentro da avaliação ex ante, Khander e colaboradores tos e consequências, indagando, após sua implementação, se hou-
(2010) ressaltam a importância de se realizar estudos prospectivos ve modificações na situação-problema que originou a formulação
para dimensionar os possíveis benefícios ou obstáculos de uma do programa e examinando o sucesso ou fracasso em termos de
intervenção, simulando-se situações futuras (com e sem o progra- mudança efetiva nas condições prévias de vida das populações be-
ma), e de se utilizar o modelo de análise estrutural que identifica os neficiadas.
principais agentes envolvidos (indivíduos, comunidades, governos Avançando-se um pouco mais em torno de seus objetivos, a
locais ou nacionais), suas interações e os diferentes contextos que aferição dos resultados contempla a avaliação de impacto, que veri-
influenciam os resultados do programa. Tais procedimentos podem fica a existência de um nexo causal entre os resultados da implanta-
colaborar com o refinamento das ações antes mesmo da sua imple- ção do programa ou projeto e as alterações nas condições sociais da
mentação, ao prever seus efeitos potenciais em diferentes ambien- população. É uma dimensão ex post do resultado, relacionada com
tes sociais. os objetivos gerais e o alcance efetivo das metas.2
Editora
287
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Tratando-se de avaliação mais complexa, essa modalidade pro- Ela é necessária para se dimensionarem as metas de um projeto, os
cura responder a três questões fundamentais: caminhos que uma intervenção percorre e as métricas potenciais
a) As mudanças observadas na situação-problema se devem à para medir os efeitos na população-objetivo.
intervenção ou a outros fatores?
b)Uma solução se aplica a outras realidades, ou apenas a de- Através do monitoramento, gestores, pesquisadores ou outros
terminado contexto? agentes podem examinar como a implementação está sendo rea-
c) As mudanças são permanentes ou temporárias, cessando lizada, se está atingindo seus objetivos, além de verificar que pro-
com a interrupção do programa? blemas estão interferindo nas ações, processos e consecução dos
objetivos previstos (Faria, 2005; Cunha, 2006). De acordo com seus
A avaliação de impacto, geralmente realizada por meio de resultados, pode-se recomendar o ajuste do plano, das condições
desenhos quase experimentais, usa métodos quantitativos para a operacionais e a correção dos rumos.
coleta e o tratamento dos dados e modelos estatísticos e economé-
tricos para analisá-los. O principal desafio é demonstrar que os re- Os desafios para um bom monitoramento são:
sultados encontrados estão causalmente relacionados aos produtos — Identificar os objetivos que o programa ou a estratégia busca
oferecidos pelo programa. alcançar;
— Elaborar indicadores que possam monitorar o progresso em
As exigências para uma adequada aferição de impacto são: relação às metas;
— observar um tempo de maturação do programa (ou do “tra- — Fixar metas quantitativas e temporais para cada indicador.
tamento”) para se identificar o registro de impacto;
— contar com uma gama de informações anteriores à imple- Um dos aspectos constitutivos do monitoramento é a elabora-
mentação (estudos ex ante); ção de indicadores de performance e de progresso da política, ob-
— encontrar um bom contrafactual3 — um indivíduo ou grupo servados periodicamente (a cada trimestre, semestre ou ano). En-
de comparação que não tenha participado do programa, mas que quanto os indicadores finais medem os resultados dos programas e
seja similar ao factual ou de tratamento — a fim de se controlar o seu impacto em termos de bem-estar, os intermediários examinam
viés de seleção do indivíduo ou grupo de comparação; os inputs (recursos e meios necessários) e os outputs do programa
— comparar o estudo com outras avaliações. (tais como: estradas construídas, desemprego masculino, emprego
feminino) (Thoenig, 2000; Henry, 2001; Jannuzzi, 2004).
Esses desenhos possuem alta legitimidade na comunidade in-
ternacional que discute avaliação de políticas públicas e permitem Por sua vez, a avaliação pode ser realizada antes, durante a
a realização de análises abrangentes, com grandes amostras popu- implementação ou mesmo algum tempo depois, após o programa
lacionais. São pesquisas mais complexas e caras, e demoram mais provocar todo o seu impacto, e com a preocupação centrada no
tempo até produzirem resultados aos tomadores de decisão. Por modo, medida e razão dos benefícios advindos.
estes motivos, Khander e colaboradores (2010) sugerem sua utili- Em ambos os instrumentos é latente a função de provisão de
zação parcimoniosa, especialmente quando: a) o programa é inova- informações sobre um determinado programa ou política governa-
dor e de importância estratégica, b) há uma falta de conhecimento mental em todo o seu ciclo, inclusive o momento inicial de identifi-
do que funciona ou não, c) houver dados viáveis e de qualidade. cação do problema.

Na classificação de Figueiredo e Figueiredo (1986), tanto a ava- Em uma conceituação abrangente, a avaliação e o monitora-
liação de processo quanto a de impacto podem chegar às seguintes mento de programas consistem na verificação da adequação do de-
conclusões: senho à sua finalidade e aos objetivos pretendidos, da correlação
a) O resultado esperado é alcançado. entre os serviços prestados e as metas definidas estrategicamente,
b) Um resultado não esperado é produzido, sendo, porém, po- dos efeitos (resultados e/ou impactos) mensuráveis e, por fim, da
sitivo. lógica de eficiência subjacente, ou seja, examinar se os benefícios
c) Resultados do tipo a) e b) ocorrem e são positivos no curto advindos da política compensam seus custos.
prazo, mas podem ser negativos no médio e longo prazo.
d) O resultado esperado é atingido no que se refere aos mem- A avaliação necessita das informações provenientes do moni-
bros da população-alvo, isto é, cada indivíduo melhorou sua situa- toramento para realizar o julgamento que lhe cabe a respeito da
ção com a política pública; no entanto, em médio prazo, a categoria eficiência, eficácia e efetividade dos programas; ambos os estudos
social a que esses indivíduos pertencem, ou passam a pertencer, são, portanto, complementares. Porém, a primeira vai além, pois
piora. verifica se o plano originalmente traçado está, de fato, produzindo
e) O resultado esperado não é alcançado e nenhum outro re- as transformações pretendidas.
sultado é produzido.
f) Um resultado não esperado ocorre, sendo, porém, negativo. Os diferentes usos das avaliações
A utilização dos estudos avaliativos envolve, fundamentalmen-
Diferenças entre avaliação e monitoramento te, quatro possibilidades: instrumental, conceitual, como instru-
Acompanhamento ou monitoramento é uma atividade ge- mento de persuasão e para o esclarecimento (Faria, 2005).
rencial interna, realizada sistematicamente durante o período de
execução e operação, para se saber como uma intervenção evolui O uso instrumental depende da qualidade da avaliação e da
ao longo do tempo, através de dados da gerência do projeto sobre adequada divulgação de seus resultados, de sua inteligibilidade e
metas iniciais, indicadores e resultados associados aos programas. da factibilidade das recomendações eventualmente propostas. No
uso conceitual, as descobertas da avaliação (a sua própria realiza-
ção) podem al-terar a maneira como os técnicos compreendem
Editora
288
288
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
a natureza, o modo de operação e o impacto do programa. Essa existe o Escritório Geral de Prestação de Contas (General Accouting
aprendizagem é potencializada quando os técnicos participam ati- Office) e um canal de televisão que divulga regularmente resultados
vamente do processo de avaliação. de avaliações.

A utilização da avaliação como instrumento de persuasão ocor- Carlos Aurélio Faria (2005) enumera alguns fatores que podem
re quando ela é um recurso para mobilizar o apoio à posição que interferir na forma como são aproveitados os resultados da avalia-
os tomadores de decisão já têm sobre as mudanças necessárias na ção: a existência de crenças e interesses conflitantes na organização
política ou programa e para ganhar novos adeptos para as mudan- que gerencia o programa, a ocorrência de conflitos de interesses
ças desejadas. entre as distintas unidades do programa, as mudanças no pessoal
encarregado (quando, por exemplo, os novatos têm prioridades di-
Já o uso para o esclarecimento incide sobre as redes de profis- ferentes daquelas vigentes no início da avaliação), a eventual in-
sionais e comunidades de políticas, os formadores de opinião e as flexibilidade das regras e dos padrões operacionais da organização
advocacy coalitions, no sentido de produzir alterações nas crenças (que podem impedir a adoção das recomendações feitas quando da
e na forma de ação institucional, pautando, assim, a agenda gover- avaliação), as mudanças nas condições externas, tais como cortes
namental (Faria, 2005). orçamentários e alterações no ambiente político, que podem tornar
impossível para a organização responder à necessidade de mudan-
Para Faria (2005), a avaliação pode igualmente ser elemento ça revelada pelos avaliadores.
central na disputa eleitoral, no controle das relações intergoverna-
mentais e na busca de acomodação de forças e de interesses no A avaliação no mundo e no Brasil
âmbito intraburocrático.
Histórico da avaliação de políticas públicas
Também podem ser usados elementos específicos da avalia- Segundo Faria (2005), nas décadas de 1980 e 1990, a avaliação
ção, tais como: de políticas públicas foi posta a serviço da reforma do Estado.
— A aplicação das ideias e generalizações derivadas da avalia- Para esse autor, o primeiro boom da avaliação de políticas e
ção pelos formuladores e pessoal técnico do programa. programas públicos ocorreu nos Estados Unidos, na década de
— O uso do próprio fato de a avaliação ter sido ou estar sendo 1960. A pesquisa avaliativa era então encarada como ferramenta
feita como desculpa para a não ação. de planejamento destinada aos formuladores de políticas e aos
— A realização da avaliação pode tanto ser pensada em termos gerentes de mais alto escalão. Nesse contexto, a avaliação acabou
de legitimação do programa, quanto sugerir que algo não vai bem institucionalizando-se, dentro de um enfoque topdown e por meio
ou que há problemas no desenho do programa. de uma ordem executiva do presidente norte-americano, a qual de-
— A utilização do foco do estudo: o público (interno e externo) terminava que os programas sociais fossem avaliados.
do programa avaliado passará a dar atenção prioritária aos elemen- Nos EUA, essa “era de ouro” da avaliação durou até o final da
tos da avaliação, com destaque para os que deverão ser mensura- década de 1980, dentro da qual predominava um paradigma meto-
dos. O risco é que sejam negligenciados outros aspectos do pro- dológico experimental, randomizado e controlado.
grama que não incidem sobre os indicadores de sucesso definidos. A inicial abordagem top-down foi sendo progressivamente re-
— Utilização do desenho da pesquisa avaliativa: possibilidade vertida, com o surgimento de metodologias bottom-up.
de que as categorias de análise usadas pelos avaliadores, a meto- Na década de 1990 passou a predominar em muitos países a
dologia de avaliação e a forma de se analisar os dados tenham in- função de realocação, associada ao movimento do New Public Ma-
fluência não apenas sobre a gestão da política ou do programa em nagement, tendo os avaliadores se convertido em auditores que
questão, mas também sobre outras áreas e esferas de governo. privilegiavam a aferição dos resultados.
Na América Latina, a institucionalização da “função avaliação”
Os usuários potenciais da pesquisa avaliativa podem ser: os fi- aconteceu apenas entre o final da década de 1980 e o início da dé-
nanciadores do programa (e da própria avaliação), os gerentes e cada de 1990, sendo instrumentalizada para o sucesso da reforma
encarregados de mais alto escalão, os técnicos e profissionais que do Estado a partir de três propósitos básicos: a) a adoção de uma
lidam de maneira mais direta com os beneficiários (os agentes perspectiva de contenção dos gastos públicos, b) a busca de melho-
encarregados da implementação, street level bureaucracy, Souza, ria da eficiência e da produtividade, de ampliação da flexibilidade
2003), os beneficiários, os gerentes de programas similares e/ou gerencial e da capacidade de resposta dos governos, c) a maximiza-
de diferentes níveis governamentais, os agentes do governo cen- ção da transparência da gestão pública e de responsabilização dos
tral, os representantes de fundações, os interessados em conhecer gestores, o consumidor vindo em primeiro plano (Melo, 1998).
projetos exitosos que mereçam financiamento ou preocupados A consolidação de sistemas de avaliação no continente teve
em melhorar programas sob sua responsabilidade, os membros do forte caráter de indução externa. Dentro de uma perspectiva geren-
Legislativo engajados na melhoria de programas existentes ou na cialista, percebe-se a ênfase dada à implantação dos sistemas de
elaboração de novas propostas, os cientistas sociais, outros avalia- avaliação pelos organismos multilaterais, que investem sistematica-
dores que buscam aprender com as descobertas e com as meto- mente no processo: disponibilizando assistência técnica, fornecen-
dologias empregadas, as próprias organizações que administram o do financiamento, articulando redes de profissionais, sensibilizando
programa avaliado e o público em geral ou a sociedade civil. lideranças políticas e acadêmicas e atrelando o financiamento de
projetos à exigência de avaliação (Faria, 2005; Melo, 1999).
Um aspecto relevante neste tópico é a importância da divulga- Esta nova ênfase dada à avaliação de políticas no Brasil, cen-
ção dos resultados de avaliações, pois de nada adianta avaliar se as trada em pesquisas que aplicam metodologias de avaliação de re-
conclusões não são publicizadas. Por exemplo, nos Estados Unidos sultados ou de impacto,4 não despertou interesse por parte da co-
munidade acadêmica dos analistas de políticas públicas, e das áreas
de sociologia e de ciência política, esta sempre tendo privilegiado
Editora
289
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
os processos decisórios nas análises, em detrimento de investimen- plinar, o emergente interesse político por accountability, pelos in-
tos mais sistemáticos no estudo dos processos de implementação dicadores de performance e pela transparência, a crescente ênfase
e avaliação. no desenvolvimento de capacidades e habilidades em avaliar, o de-
bate em torno da apropriação dos diferentes métodos de avaliação.
Parte significativa dos estudos sobre os processos de avaliação
de políticas públicas realizados desde a década de 1960 refere-se às A avaliação na atualidade no Brasil
questões de ordem metodológica e/ou às distintas maneiras de se No Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo do tí-
classificar a avaliação, além de seu viés acentuadamente normati- tulo VI — da Tributação e do Orçamento —, estabeleceu como leis
vo. Sempre houve uma crença de que os resultados seriam automá- de iniciativa do Poder Executivo, a serem submetidas à aprovação
tica e necessariamente encampados pelos tomadores de decisões do Legislativo:
para a melhoria da política ou do programa em questão. E também a) O Plano Plurianual (PPA), abrangendo quatro anos e conten-
uma expectativa ingênua de que se poderia produzir “melhores e do as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública
mais sábias decisões” com base apenas na realização da avaliação federal para as despesas de capital e para os programas de longa
(Faria, 2005). duração.
b) As Diretrizes Orçamentárias e os Orçamentos Anuais, como
Tendências internacionais recentes componentes de um sistema integrado de planejamento e orça-
As instituições multilaterais — como o Banco Mundial (BM) mento.
e a Organização das Nações Unidas (ONU) — têm desempenhado
papel fundamental na priorização e definição dos arcabouços me- Todos os demais planos e programas nacionais, regionais e se-
todológicos da avaliação de políticas públicas. O BM, por exemplo, toriais devem ser subordinados ao PPA.
estabeleceu em 1994 o Modelo do Quadro Lógico (Logical Frame-
work), ferramenta destinada a facilitar a conceituação, o desenho, Embora os PPA dos quatriênios 1996-99 e 2000-03 já possuís-
a execução e a avaliação de projetos. sem instrumentos de avaliação e monitoramento, os modelos apre-
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), dentro do sentavam falhas, o que suscitou a necessidade de corrigir certos
Projeto Fortalecimento da Função Avaliativa na América do Sul, tem aspectos (Garcia, 2000; Silva e Costa, 2000).
procurado analisar os avanços no campo da avaliação, promovido o Já o PPA de 2004 a 2007 trouxe uma inovação inexistente
intercâmbio de experiências quanto à gestão pública, principalmen- nos anos anteriores: o Sistema de Avaliação do Plano Plurianual.
te entre Brasil, Argentina e Chile, e buscado disseminar informações O objetivo era assegurar que a avaliação integrasse a gestão dos
sobre a avaliação como parte integrante da gestão pública.5 programas subsidiando a tomada de decisão, bem como dissemi-
nar a cultura avaliativa e garantir sua utilização na formulação e
Outra instituição importante na definição de critérios de ava- implementação das políticas e programas de governo. A estrutura
liação tem sido a ONU. Através de suas agências, a instituição esta- principal desse Sistema é a Comissão de Monitoramento e Avalia-
belece as diretrizes dos programas a serem avaliados. Destaca-se, ção (CMA), assessorada pela Câmara Técnica de Monitoramento e
nesse sentido, a metodologia recomendada pelo Fundo das Nações Avaliação (CTMA). A Comissão é constituída pelos Ministérios do
Unidas para a Infância (Unicef) para avaliação dos programas da Planejamento, da Fazenda e do Meio Ambiente, além da Casa Civil,
área. com a finalidade de deliberar sobre propostas de normas e proce-
Ainda quanto à atualidade da avaliação no contexto interna- dimentos gerais relativos à Avaliação e Monitoramento (A&M) dos
cional, menciona-se a Agenda pela Eficácia da Ajuda ao Desenvolvi- programas do Poder Executivo. Além disso, essa Comissão oferece
mento, movimento apoiado por governos de países desenvolvidos elementos técnicos que orientam o processo de alocação de recur-
e em desenvolvimento, agências multilaterais de cooperação e or- sos orçamentários e financeiros e a revisão dos programas, com vis-
ganizações privadas de financiamento. A eficácia da ajuda entrou tas ao alcance dos resultados.
para o “léxico da indústria da ajuda” (Kaufmann, 2009) na década
de 1990, quando a comunidade internacional de cooperação mútua Segundo a legislação, o relatório anual de avaliação deve conter:
constatou que os recursos alocados eram ineficazes para promover a) avaliação do desempenho das variáveis macroeconômicas
o desenvolvimento humano e reduzir a pobreza, além de gerarem que fundamentaram a elaboração do Plano;
enormes custos aos países beneficiados ou nutrirem a corrupção e b) demonstrativo da execução física, financeira e regionalizada
a má governança. Dentro desta Agenda, cujos fóruns e atividades dos programas;
são coordenados pela OCDE, foi firmada em 2005 a “Declaração de c) demonstrativo do desempenho dos indicadores de cada pro-
Paris para a Eficácia da Ajuda”, a qual estipula cinco compromissos grama;
de parceria em prol do desenvolvimento: apropriação e liderança d) avaliação do alcance das metas físicas e financeiras e da evolu-
dos países beneficiados, alinhamento da ajuda para apoiar as ini- ção dos indicadores de cada programa (Lei nº 9.989/2000, Brasil, 2000).
ciativas locais, harmonização dos procedimentos dos organismos
internacionais, gestão por resultados mensuráveis de desenvolvi- Quanto ao monitoramento, o principal instrumento do PPA é a
mento, responsabilização (accountability) mútua. Uma das conside- Portaria nº198, de 18 de julho de 2005, do Ministério do Planeja-
rações da Declaração foi a necessidade de se especificar indicado- mento, Orçamento e Gestão, que “estabelece os procedimentos e
res, calendários e metas a fim de se aquilatar o nível de progresso a periodicidade para registro de informações relacionadas com o
em desenvolvimento alcançado por país, monitorando-se, assim, a desempenho das ações do Plano Plurianual, no Sistema de Infor-
implementação dos programas locais.6 mações Gerenciais e de Planejamento — SIGPlan” (Brasil, 2004:1).
O ex-presidente da Associação Americana de Avaliação, Mi-
chael Patton, palestrante do seminário “Futuras Tendências em A norma obriga o registro de informações do desempenho físico
Avaliação”,7 comentou as tendências mundiais recentes da ativida- das ações no sistema pelos coordenadores de ação, como também das
de avaliativa: a globalização da profissão, a sua natureza transdisci- restrições à execução e providências adota-das para sua superação.
Editora
290
290
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
No que tange à avaliação, o PPA inclui o Relatório Anual de Ava- A integração entre o Plano Plurianual e o Orçamento permitiu
liação, obrigatório por lei e encaminhado ao Congresso Nacional, que a atualização da execução orçamentária e financeira dos pro-
junto com as normas propostas de revisão do Plano e da Lei Orça- gramas fosse procedida semanalmente e que os gerentes comple-
mentária Anual. Esse Relatório contém: mentassem periodicamente as informações sobre o desempenho
a) a avaliação do desempenho das variáveis macroeconômicas físico. Os técnicos do Ministério do Planejamento têm por tarefa
que fundamentaram a elaboração do Plano; monitorar as informações no Sigplan. Também há um módulo nesse
b) o demonstrativo da execução física, financeira e regionaliza- Sistema com o objetivo de tornar acessíveis à sociedade as informa-
da dos programas; ções sobre o andamento dos programas.
c) o demonstrativo do desempenho dos indicadores de cada
programa; Por outro lado, no âmbito da Secretaria de Avaliação e Ges-
d) a avaliação do alcance das metas físicas e financeiras e da tão da Informação (Sagi), do Ministério do Desenvolvimento Social
evolução dos indicadores de cada programa (Brasil, 2000). (MDS, criado em 2004), foi desenvolvido em 2006 o Sistema de Ava-
liação e Monitoramento de Políticas e Programas Sociais. Ele tem
O Relatório Anual é constituído, ainda, de três níveis de avaliação: como objetivo principal desenvolver e implementar instrumentos
a) dos Programas, realizada pelos gerentes; de avaliação e de monitoramento das políticas e dos programas re-
b)Avaliação Setorial, elaborada no âmbito da Secretaria-Execu- ferentes às ações da pasta. Além dessa responsabilidade, a Secreta-
tiva dos ministérios; ria responde pela capacitação de gestores de políticas sociais, pela
c) Avaliação do Plano, uma avaliação geral realizada pelo Minis- promoção da gestão do conhecimento e pela publicação de estudos
tério do Planejamento. e pesquisas, sejam elas contratadas ou realizadas internamente.

A etapa de Avaliação do Programa, de responsabilidade do ge- A Sagi substituiu e herdou a estrutura da Secretaria de Avalia-
rente de programa, é, de fato, uma autoavaliação em que os geren- ção dos Programas Sociais do extinto Ministério da Assistência e
tes destacam os avanços e resultados alcançados e apresentam as Promoção Social (MAS), que funcionou por cerca de um ano sem
restrições (de recursos orçamentários e humanos etc.) que dificul- apresentar resultados expressivos. Ela é constituída pelas seguintes
taram a obtenção de melhores desempenhos. A avaliação subdivi- secretarias e programas:
de-se em três partes interdependentes, quanto a: — Senarc — Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (respon-
a) concepção do programa; sável pelo Programa Bolsa Família)
b)implantação do programa, — Sesan — Secretaria Nacional de Segurança Alimentar
c) resultados do programa. — PAA/Compra Local — Programa de Aquisição de Alimento
— PAA/Conab
Todas as etapas são importantes para o alcance dos objetivos — PAA/Leite
da avaliação. Contudo, a terceira (resultados do programa) valori- — Cisternas
za a elaboração, o acompanhamento e a apuração dos indicadores — Distribuições de cestas
como forma de propiciar objetividade e credibilidade ao processo. — Hortas comunitárias
A metodologia de avaliação de programas do PPA envolve a escolha — Cozinhas comunitárias
de um conjunto de critérios e o uso de indicadores possibilitando — Restaurantes populares
um julgamento continuado e eficaz acerca do desempenho de um — Educação alimentar
programa ou conjunto de programas, por meio da comparação com — Banco de alimentos
padrões de desempenho predefinidos. — Snas — Secretaria Nacional de Assistência Social
— Peti — Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
A Avaliação Setorial fica a cargo da Unidade de Monitoramento — BPC — Benefício Assistencial da Prestação Continuada
e Avaliação (UMA), a unidade de assessoramento do secretário exe- — Agente Jovem
cutivo ou seu equivalente. Ela se baseia em questões mais abran- — PAC — Proteção Social Básica à Criança de 0 a 6 anos
gentes, buscando relacionar os resultados aos objetivos da pasta. — Sentinela — Programa de Combate ao Abuso e à Exploração
As etapas de avaliação dos programas e de avaliação setorial Sexual de Crianças e Adolescentes
são realizadas através de questionários de múltipla escolha, aos — API — Atenção à Pessoa Idosa
quais se adicionaram algumas questões de resposta aberta e discur- — Paif — Programa de Atenção Integral à Família
siva. O questionário é preenchido pelos gerentes e pela secretaria — PDC — Atenção às Pessoas com Deficiência
executiva de cada ministério por meio do Sistema de Informações
Gerenciais e de Planejamento (Sigplan), acessível pela internet. O formato de órgão específico com a finalidade precípua de
O Ministério do Planejamento adiciona essas avaliações a uma avaliação e gestão da informação como a Sagi é inédito no governo
análise das variáveis macroeconômicas, do cenário que integra a federal. Na prática, a Sagi tem um funcionamento do tipo matricial
Lei de Diretrizes Orçamentárias e da conjuntura, para consolidar o na medida em que executa e contrata pesquisas, realiza cursos e
Relatório Anual de Avaliação. publicações e atende às necessidades das secretarias responsáveis
pelas políticas nacionais de segurança alimentar e nutricional, de
O Sigplan foi implantado para apoiar o planejamento, execu- assistência social e de renda de cidadania.
ção, monitoramento, gestão e avaliação do Plano. Esse sistema
agregou os dados de execução orçamentária e financei-ra de todos De acordo com o regimento interno do MDS, as informações
os programas e ações do governo federal, além de informações de produzidas pela Sagi têm como objetivo subsidiar gestores e formu-
monitoramento e gestão fornecidas pelos gerentes de programas, ladores das políticas sociais na tomada de decisões de modo a aper-
ministérios setoriais e Ministério do Planejamento, Orçamento e feiçoar os programas e racionalizar o uso dos recursos financeiros.
Gestão.
Editora
291
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Ademais, a disseminação do conhecimento ao público, mediante Outro estudo, também realizado pelo IBGE, é o Suplemento da
publicações técnicas e seminários, contribui para a ampliação do Pnad-2006 sobre o trabalho infantil, que permitiu acompanhar a
controle social e o fortalecimento da transparência governamental. evolução desse fenômeno, o qual já havia sido medido em 2001 por
metodologia similar.
É importante esclarecer que a Sagi não possui uma exclusivida-
de na avaliação das políticas sociais no país; sua responsabilidade Menciona-se, igualmente, o trabalho desenvolvido pelo Insti-
é institucional, mas outras agências, tanto internas (como o Ipea e tuto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) do Ministério do Plane-
o IBGE) como externas (universidades, fundações privadas e think jamento, Orçamento e Gestão, que tem como uma de suas missões
tanks)8 também estão envolvidas em atividades avaliativas. acompanhar o desenho e a implementação das políticas públicas,
de modo a subsidiar o governo em seu processo de tomada de deci-
A Secretaria também atua no acompanhamento de todas as são. Entre as várias publicações desse Instituto, cita-se o Boletim de
fases das pesquisas, inclusive enviando servidores para o trabalho Políticas Sociais — Acompanhamento e Análise, o qual é publicado
de campo, promovendo assim aprendizado organizacional. desde 200010 e cujo propósito é avaliar o conjunto das ações reali-
zadas pelo governo federal para a promoção dos direitos sociais da
Em relação às atividades de monitoramento, o principal ins- população, visando responder os seguintes questionamentos prin-
trumento elaborado pela Sagi é a Matriz de Informação Social (MI cipais: como estão evoluindo as políticas sociais? A quem atendem,
Social), uma ferramenta de informações georreferenciadas sobre os quanto gastam, como operam e quais são seus resultados?
programas do MDS, na qual são depositadas informações migradas
de outros sistemas e agregadas tabelas específicas de informações Por último, é interessante apontar a formação de redes de es-
não sistematizadas. Tais informações podem ser visualizadas em pecialistas em torno da avaliação e do monitoramento de políticas
vários níveis de agregação, sejam unidades da Federação, microrre- públicas, as quais vêm aproximando profissionais das mais diversas
giões, municípios ou territórios especiais. áreas do conhecimento, estados e países, divulgando experiências
e produções acadêmicas, organizando e apoiando fóruns e eventos
Além dos indicadores e informações básicas dos programas so- científicos, promovendo, enfim, um acúmulo de conhecimento e de
ciais do MDS, estão disponíveis para consulta na ferramenta infor- expertise sobre essa temática. Dentre elas destaca-se, no Brasil, a
mações demográficas e socioeconômicas. “Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação”, que contava com
A apresentação dos resultados das pesquisas é dirigida ao pú- mais de 1.100 membros em janeiro de 2011.11
blico do próprio Ministério e convidados externos envolvidos com o
tema. A divulgação também se dá por meio de várias publicações, Conclusão
como os Cadernos de Estudos de Desenvolvimento Social e livros. Para alguns, o motor da avaliação é a necessidade urgente
Quatro meses após a divulgação dos resultados da pesquisa, os de obter eficiência e ampliar a área de influência do governo com
microdados — sem a identificação pessoal de qualquer entrevista- programas sociais e, ao mesmo tempo, dar retorno às autoridades
do — são disponibilizados para o Consórcio de Informações Sociais quanto ao planejamento e à implantação de novas políticas. Para
(CIS).9 outros, a avaliação é parte não apenas da aferição da eficiência dos
Há certos tipos de estudos realizados pela Sagi que não cum- gastos públicos, mas de todo um processo de participação social,
prem diretamente a função de avaliação, mas, sim, a de produzir que vem crescendo desde a redemocratização do país. Nesse con-
informação para o planejamento e a programação das próprias po- texto, a pesquisa avaliativa promove um importante direito demo-
líticas. Esse foi o caso, por exemplo, do levantamento sobre os be- crático, relacionado com o controle social sobre a atuação estatal
neficiários do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). (Arretche, 2001).
Como a Secretaria responsável, a Snas, só possuía dados relativos
aos recursos repassados aos municípios, sem qualquer informação Ao longo deste artigo foram analisados diversos aspectos re-
sobre o público-alvo, foi realizado um levantamento junto aos mu- lativos à pesquisa avaliativa: o seu papel, os seus tipos, os seus
nicípios, que então forneceram informações que serviram de base diversos usos, a situação atual da temática no mundo e no Brasil.
para se fazer um perfil dos beneficiários e subsidiar a gestão do pro- No sentido de se reiterar sua importância estratégica para a retroa-
grama (MDS, 2010). limentação do ciclo das políticas públicas, além de sua relevância
como temática no campo das ciências sociais e políticas públicas,
Outro exemplo foram as duas pesquisas feitas em conjunto conclui-se este texto sinalizando as dificuldades e necessidades ao
com o IBGE sobre a rede da assistência social no Brasil com o intuito seu aprimoramento.
de subsidiar o investimento e o planejamento da implementação
e gestão do Sistema Único de Assistência Social (Suas). A primeira a) Dificuldades:
identificou toda a estrutura pública de organização da política (as- - Muitos programas e ações não são desenhados para serem
sociações, conselhos, instituições) e de prestação de serviços nos avaliados.
municípios brasileiros. A segunda, a rede de assistência do setor - A prevalência de delineamentos de pesquisa que não “contro-
privado, com informações sobre equipamentos assistenciais, tipos lam” as variáveis antecedentes, processuais e de resultados, e que
de serviços prestados e recursos humanos (MDS, 2010). Também produzem inferências espúrias, atribuindo ao programa a responsa-
se pode citar a pesquisa, realizada pela primeira vez no país, sobre bilidade de resultados (bons ou ruins) não provocados por ele, mas
as percepções da população em relação às condições de acesso a por outros fatores.
alimentos suficientes e de qualidade, cujos dados foram coletados - Poucos dados disponíveis e, quando existentes, bastante limi-
pelo IBGE, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) tados e com periodicidade irregular.
de 2004. Se repetida, essa pesquisa permitirá o acompanhamento - A resistência na administração pública, devido à predominân-
regular das condições alimentares da população. cia de uma cultura autoritária. As autoridades públicas ficam cons-
trangidas com a perspectiva de serem analisadas as suas ações e
Editora
292
292
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
reagem através de: proibições diretas, ou colocação de dificuldades a) A governabilidade refere-se mais à dimensão estatal do exer-
burocráticas: desinteresse no levantamento de dados, tornar ina- cício do poder. Diz respeito às “condições sistêmicas institucionais
cessíveis as fontes, falta de apoio. sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as características
do sistema político, a forma de governo, as relações entre os Po-
b)Necessidades: deres, o sistema de intermediação de interesses” (Santos, 1997).
- Assumir a avaliação como atividade regular da instituição, im- Ainda segundo Luciano Martins, o termo governabilidade refere-
plantando uma cultura de avaliação. -se à arquitetura institucional, distinto, portanto de governança,
- Constituir sistemas de informações, de acessibilidade garan- basicamente ligada à performance dos atores e sua capacidade no
tida e atendendo às peculiaridades dos programas sociais, para ge- exercício da autoridade política (apud Santos, 1997, p. 342). Se ob-
rar um mínimo de factibilidade à avaliação (ou de “avaliabilidade”, servadas as três dimensões envolvidas no conceito de governabili-
Cano, 2002:25 e 111; Costa e Castanhar, 2003:985 e 986). dade apresentadas por Diniz (1995): capacidade do governo para
- Fortalecer e aprimorar os sistemas de informações gerenciais identificar problemas críticos e formular políticas adequadas ao seu
existentes, a fim de construir indicadores de desempenho. enfrentamento; capacidade governamental de mobilizar os meios e
- Sua execução por órgãos independentes (como garantia de recursos necessários à execução dessas políticas, bem como à sua
rigor metodológico e isenção) e, na medida do possível, mesclando implementação; e capacidade liderança do Estado sem a qual as
técnicas quantitativas e qualitativas (Lobo, 2001; Arretche, 2001; decisões tornam-se inócuas, ficam claros dois aspectos:
Khander et al., 2010). a) governabilidade está situada no plano do Estado;
- Incorporar, de forma aberta, todos os atores envolvidos e ma- b) representa um conjunto de atributos essencial ao exercício
pear suas percepções, devolvendo-lhes as informações recebidas. do governo, sem os quais nenhum poder será exercido;
- Ampliar o escopo da avaliação, considerando o contexto da
macropolítica e utilizando modelos dinâmicos que incluam as estru- b) Já a governança tem um caráter mais amplo. Pode englobar
turas organizacionais, os distintos recursos de apoio mobilizados e dimensões presentes na governabilidade, mas vai além. Veja-se,
as características sociais, culturais e econômicas dos atores (Perez, por exemplo, a definição de Melo (apud Santos, 1997): “refere-
2001:72). -se ao modus operandi das políticas governamentais – que inclui,
dentre outras, questões ligadas ao formato político institucional do
processo decisório, à definição do mix apropriado de financiamento
GOVERNANÇA PÚBLICA. CONCEITOS FUNDAMENTAIS. de políticas e ao alcance geral dos programas”. Como bem salienta
PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E NÍVEIS DE ANÁLISE. SISTEMA Santos (1997) “o conceito (de governança) não se restringe, contu-
DE GOVERNANÇA. PRÁTICAS DE GOVERNANÇA do, aos aspectos gerenciais e administrativos do Estado, tampouco
ao funcionamento eficaz do aparelho de Estado”. Dessa forma, a
governança refere-se a “padrões de articulação e cooperação entre
A expressão governar nos traz como compreensão “deter uma atores sociais e políticos e arranjos institucionais que coordenam e
posição de força a partir da qual seja possível desempenhar uma regulam transações dentro e através das fronteiras do sistema eco-
função imediatamente associada ao poder de decidir e implemen- nômico”, incluindo-se aí “não apenas os mecanismos tradicionais
tar decisões ou, ainda, de comandar e mandar nas pessoas”. de agregação e articulação de interesses, tais como os partidos po-
líticos e grupos de pressão, como também redes sociais informais
Dessa expressão derivam outras duas: (de fornecedores, famílias, gerentes), hierarquias e associações de
diversos tipos” (Santos, 1997). Ou seja, enquanto a governabilidade
tem uma dimensão essencialmente estatal, vinculada ao sistema
político-institucional, a governança opera num plano mais amplo,
englobando a sociedade como um todo.

Resumidamentte, as expressões governabilidade e governan-


ça são muito mais qualificativas, ou seja, representam atribuições
e qualidades (no caso da governabilidade) ou qualidades e meios/
processos (no caso da governança). Não é simples fazer distinções
precisas entre os dois conceitos – governabilidade e governança,
mas pode-se assim delimitar os campos.
A expressão de “governança” surgiu a partir de reflexões con-
duzidas pelo Banco Mundial, que pretendiam aprofundar o conhe-
cimento das condições que garantem um Estado eficiente. A partir
dessa preocupação, o foco das questões estatais fora deslocado
para questões mais abrangentes, envolvendo as dimensões sociais
por exemplo. Em termos gerais, nós podemos definir a governan-
ça como a maneira pela qual o governo exerce seu poder, ou ainda
Já as expressões governabilidade e governança são muito mais o modo como é administrado os recursos sociais e econômicos de
qualificativas, ou seja, representam atribuições e qualidades (no um país. Resumindo, governança é a capacidade de um governo
caso da governabilidade) ou qualidades e meios/processos (no caso planejar, formular, programar e cumprir funções, pois se relaciona
da governança). Não é simples fazer distinções precisas entre os intimamente com a ação e a execução de decisões.
dois conceitos – governabilidade e governança, mas pode-se assim Pode-se dizer que a governança possui um caráter mais amplo
delimitar os campos: do que a governabilidade, uma vez que ela se refere à capacidade
administrativa do governo de executar as políticas públicas. Apesar
Editora
293
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
da governança englobar algumas dimensões presentes na governa- IV - gestão de riscos - processo de natureza permanente, es-
bilidade ela ainda vai mais além, pois se refere ao modus operandi tabelecido, direcionado e monitorado pela alta administração, que
das políticas governamentais, que inclui questões do processo de- contempla as atividades de identificar, avaliar e gerenciar potenciais
cisório, do financiamento de políticas, e do alcance dos programas eventos que possam afetar a organização, destinado a fornecer se-
de governo, porém, não se restringindo apenas aos aspectos geren- gurança razoável quanto à realização de seus objetivos.
ciais e administrativos do Estado. É válido lembrar, que a governan- Art. 3º São princípios da governança pública:
ça no contexto da administração pública é um reflexo da governan- I - capacidade de resposta;
ça corporativa da administração privada. II - integridade;
III - confiabilidade;
O conceito de governança pública é fundamentado em seis IV - melhoria regulatória;
princípios, que são: V - prestação de contas e responsabilidade; e
I - capacidade de resposta; VI - transparência.
II - integridade; Art. 4º São diretrizes da governança pública:
III - confiabilidade; I - direcionar ações para a busca de resultados para a socieda-
IV - melhoria regulatória; de, encontrando soluções tempestivas e inovadoras para lidar com
V - prestação de contas e responsabilidade; e a limitação de recursos e com as mudanças de prioridades;
VI - transparência. II - promover a simplificação administrativa, a modernização da
gestão pública e a integração dos serviços públicos, especialmente
Para que a governança na gestão pública seja implantada, de- aqueles prestados por meio eletrônico;
ve-se considerar alguns aspectos, ou seja, o processo para ser efi- III - monitorar o desempenho e avaliar a concepção, a imple-
ciente e confiável deve estar alinhado à regras definidas com foco mentação e os resultados das políticas e das ações prioritárias para
em proporcionar uma boa gestão. assegurar que as diretrizes estratégicas sejam observadas;
Sendo assim, a seguir veremos o Decreto nº 9.203/2017, que IV - articular instituições e coordenar processos para melhorar
dispõe sobre a política de governança da administração pública fe- a integração entre os diferentes níveis e esferas do setor público,
deral direta, autárquica e fundacional. com vistas a gerar, preservar e entregar valor público;
V - fazer incorporar padrões elevados de conduta pela alta ad-
ministração para orientar o comportamento dos agentes públicos,
em consonância com as funções e as atribuições de seus órgãos e
de suas entidades;
VI - implementar controles internos fundamentados na gestão
de risco, que privilegiará ações estratégicas de prevenção antes de
CÂMARA DOS DEPUTADOS processos sancionadores;
Centro de Documentação e Informação VII - avaliar as propostas de criação, expansão ou aperfeiçoa-
mento de políticas públicas e de concessão de incentivos fiscais e
DECRETO Nº 9.203, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2017 aferir, sempre que possível, seus custos e benefícios;
VIII - manter processo decisório orientado pelas evidências,
Dispõe sobre a política de governança da administração pública pela conformidade legal, pela qualidade regulatória, pela desburo-
federal direta, autárquica e fundacional. cratização e pelo apoio à participação da sociedade;
IX - editar e revisar atos normativos, pautando-se pelas boas
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe práticas regulatórias e pela legitimidade, estabilidade e coerência
confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, do ordenamento jurídico e realizando consultas públicas sempre
DECRETA: que conveniente;
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a política de governança da X - definir formalmente as funções, as competências e as res-
administração pública federal direta, autárquica e fundacional. ponsabilidades das estruturas e dos arranjos institucionais; e
Art. 2º Para os efeitos do disposto neste Decreto, considera-se: XI - promover a comunicação aberta, voluntária e transparente
I - governança pública - conjunto de mecanismos de lideran- das atividades e dos resultados da organização, de maneira a forta-
ça, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e lecer o acesso público à informação.
monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à Art. 5º São mecanismos para o exercício da governança pública:
prestação de serviços de interesse da sociedade; I - liderança, que compreende conjunto de práticas de natureza
II - valor público - produtos e resultados gerados, preservados humana ou comportamental exercida nos principais cargos das or-
ou entregues pelas atividades de uma organização que represen- ganizações, para assegurar a existência das condições mínimas para
tem respostas efetivas e úteis às necessidades ou às demandas de o exercício da boa governança, quais sejam:
interesse público e modifiquem aspectos do conjunto da sociedade a) integridade;
ou de alguns grupos específicos reconhecidos como destinatários b) competência;
legítimos de bens e serviços públicos; c) responsabilidade; e
III - alta administração - Ministros de Estado, ocupantes de car- d) motivação;
gos de natureza especial, ocupantes de cargo de nível 6 do Grupo- II - estratégia, que compreende a definição de diretrizes, obje-
-Direção e Assessoramento Superiores - DAS e presidentes e direto- tivos, planos e ações, além de critérios de priorização e alinhamen-
res de autarquias, inclusive as especiais, e de fundações públicas ou to entre organizações e partes interessadas, para que os serviços e
autoridades de hierarquia equivalente; e produtos de responsabilidade da organização alcancem o resultado
pretendido; e

Editora
294
294
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
III - controle, que compreende processos estruturados para mi- I - conter recomendações que possam ser implementadas nos
tigar os possíveis riscos com vistas ao alcance dos objetivos institu- órgãos e nas entidades da administração pública federal direta, au-
cionais e para garantir a execução ordenada, ética, econômica, efi- tárquica e fundacional definidos na resolução que os aprovar;
ciente e eficaz das atividades da organização, com preservação da II - ser observados pelos comitês internos de governança, a que
legalidade e da economicidade no dispêndio de recursos públicos. se refere o art. 15-A.
Art. 6º Caberá à alta administração dos órgãos e das entidades, § 2º O colegiado temático, para fins do disposto neste Decreto,
observados as normas e os procedimentos específicos aplicáveis, é a comissão, o comitê, o grupo de trabalho ou outra forma de co-
implementar e manter mecanismos, instâncias e práticas de gover- legiado interministerial instituído com o objetivo de implementar,
nança em consonância com os princípios e as diretrizes estabeleci- promover ou executar políticas ou programas de governança rela-
dos neste Decreto. tivos a temas específicos. (Artigo acrescido pelo Decreto nº 9.901,
Parágrafo único. Os mecanismos, as instâncias e as práticas de de 8/7/2019)
governança de que trata o caput incluirão, no mínimo: Art. 10. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019)
I - formas de acompanhamento de resultados; Art. 10-A. O CIG poderá instituir grupos de trabalho específicos
II - soluções para melhoria do desempenho das organizações; e com o objetivo de assessorá-lo no cumprimento das suas compe-
III - instrumentos de promoção do processo decisório funda- tências.
mentado em evidências. § 1º Representantes de órgãos e entidades públicas e privadas
Art. 7º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019) poderão ser convidados a participar dos grupos de trabalho consti-
Art. 7º-A. O Comitê Interministerial de Governança - CIG tem tuídos pelo CIG.
por finalidade assessorar o Presidente da República na condução § 2º O CIG definirá no ato de instituição do grupo de trabalho
da política de governança da administração pública federal. (Artigo os seus objetivos específicos, a sua composição e o prazo para con-
acrescido pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019) clusão de seus trabalhos. (Artigo acrescido pelo Decreto nº 9.901,
Art. 8º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019) de 8/7/2019)
Art. 8º-A. O CIG é composto pelos seguintes membros titulares: Art. 10-B. Os grupos de trabalho:
I - Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da Re- I - serão compostos na forma de ato do CIG;
pública, que o coordenará; II - não poderão ter mais de cinco membros;
II - Ministro de Estado da Economia; e III - terão caráter temporário e duração não superior a um ano;
III - Ministro de Estado da Controlaria-Geral da União. e
§ 1º Os membros do CIG poderão ser substituídos, em suas IV - estarão limitados a três operando simultaneamente. (Arti-
ausências e seus impedimentos, pelos respectivos Secretários-Exe- go acrescido pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019)
cutivos. Art. 11. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019)
§ 2º As reuniões do CIG serão convocadas pelo seu Coordena- Art. 11-A. A Secretaria-Executiva do CIG será exercida pela Se-
dor. cretaria-Executiva da Casa Civil da Presidência da República.
§ 3º Representantes de outros órgãos e entidades da adminis- Parágrafo único. Compete à Secretaria-Executiva do CIG:
tração pública federal poderão ser convidados a participar de reu- I - receber, instruir e encaminhar aos membros do CIG as pro-
niões do CIG, sem direito a voto. (Artigo acrescido pelo Decreto nº postas recebidas na forma estabelecida no caput do art. 10-A e no
9.901, de 8/7/2019) inciso II do caput do art. 13-A;
Art. 8º-B. O CIG se reunirá, em caráter ordinário, trimestral- II - encaminhar a pauta, a documentação, os materiais de dis-
mente e, em caráter extraordinário, sempre que necessário. cussão e os registros das reuniões aos membros do CIG;
§ 1º O quórum de reunião do CIG é de maioria simples dos III - comunicar aos membros do CIG a data e a hora das reu-
membros e o quórum de aprovação é de maioria absoluta. niões ordinárias ou a convocação para as reuniões extraordinárias;
§ 2º Além do voto ordinário, o Coordenador do CIG terá o voto IV - comunicar aos membros do CIG a forma de realização da
de qualidade em caso de empate. (Artigo acrescido pelo Decreto nº reunião, que poderá ser por meio eletrônico ou presencial, e o lo-
9.901, de 8/7/2019) cal, quando se tratar de reuniões presenciais; e
Art. 9º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019) V - disponibilizar as atas e as resoluções do CIG em sítio ele-
Art. 9º-A. Ao CIG compete: trônico ou, quando o seu conteúdo for classificado como confiden-
I - propor medidas, mecanismos e práticas organizacionais para cial, encaminhá-las aos membros. (Artigo acrescido pelo Decreto nº
o atendimento aos princípios e às diretrizes de governança pública 9.901, de 8/7/2019)
estabelecidos neste Decreto; Art. 12. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019)
II - aprovar manuais e guias com medidas, mecanismos e prá- Art. 12-A. A participação no CIG ou nos grupos de trabalho por
ticas organizacionais que contribuam para a implementação dos ele constituídos será considerada prestação de serviço público re-
princípios e das diretrizes de governança pública estabelecidos nes- levante, não remunerada. (Artigo acrescido pelo Decreto nº 9.901,
te Decreto; de 8/7/2019)
III - aprovar recomendações aos colegiados temáticos para ga- Art. 13. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019)
rantir a coerência e a coordenação dos programas e das políticas de Art. 13-A. Compete aos órgãos e às entidades integrantes da
governança específicos; administração pública federal direta, autárquica e fundacional:
IV - incentivar e monitorar a aplicação das melhores práticas I - executar a política de governança pública, de maneira a in-
de governança no âmbito da administração pública federal direta, corporar os princípios e as diretrizes definidos neste Decreto e as
autárquica e fundacional; e recomendações oriundas de manuais, guias e resoluções do CIG; e
V - editar as resoluções necessárias ao exercício de suas com- II - encaminhar ao CIG propostas relacionadas às competências
petências. previstas no art. 9º-A, com a justificativa da proposição e da minuta
§ 1º Os manuais e os guias a que se refere o inciso II do caput da resolução pertinente, se for o caso. (Artigo acrescido pelo Decre-
deverão: to nº 9.901, de 8/7/2019)
Editora
295
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Art. 14. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019) I - comprometimento e apoio da alta administração;
Art. 15. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019) II - existência de unidade responsável pela implementação no
Art. 15-A. São competências dos comitês internos de governan- órgão ou na entidade;
ça, instituídos pelos órgãos e entidades da administração pública III - análise, avaliação e gestão dos riscos associados ao tema
federal direta, autárquica e fundacional: da integridade; e
I - auxiliar a alta administração na implementação e na ma- IV - monitoramento contínuo dos atributos do programa de in-
nutenção de processos, estruturas e mecanismos adequados à in- tegridade.
corporação dos princípios e das diretrizes da governança previstos Art. 20. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019)
neste Decreto; Art. 20-A. Cabe à Controladoria-Geral da União estabelecer os
II - incentivar e promover iniciativas que busquem implementar procedimentos necessários à estruturação, à execução e ao monito-
o acompanhamento de resultados no órgão ou na entidade, que ramento dos programas de integridade dos órgãos e das entidades
promovam soluções para melhoria do desempenho institucional da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
ou que adotem instrumentos para o aprimoramento do processo (Artigo acrescido pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019)
decisório; Art. 21. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
III - promover e acompanhar a implementação das medidas,
dos mecanismos e das práticas organizacionais de governança defi- Brasília, 22 de novembro de 2017; 196º da Independência e
nidos pelo CIG em seus manuais e em suas resoluções; e 129º da República.
IV - elaborar manifestação técnica relativa aos temas de sua
competência. (Artigo acrescido pelo Decreto nº 9.901, de 8/7/2019) MICHEL TEMER
Art. 16. Os comitês internos de governança publicarão suas Dyogo Henrique de Oliveira
atas e suas resoluções em sítio eletrônico, ressalvado o conteúdo Wagner de Campos Rosário
sujeito a sigilo.
Art. 17. A alta administração das organizações da administra-
ção pública federal direta, autárquica e fundacional deverá estabe- GESTÃO DE RISCOS: PRINCÍPIOS, OBJETOS, TÉCNICAS,
lecer, manter, monitorar e aprimorar sistema de gestão de riscos e MODELOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS, INTEGRAÇÃO
controles internos com vistas à identificação, à avaliação, ao trata- AO PLANEJAMENTO. PROCESSO DE GESTÃO DE RISCOS:
mento, ao monitoramento e à análise crítica de riscos que possam COMUNICAÇÃO, CONSULTA, CONTEXTUALIZAÇÃO, IDEN-
impactar a implementação da estratégia e a consecução dos obje- TIFICAÇÃO, ANÁLISE, TRATAMENTO, MONITORAMENTO E
tivos da organização no cumprimento da sua missão institucional, RETROALIMENTAÇÃO. BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE
observados os seguintes princípios: RISCOS
I - implementação e aplicação de forma sistemática, estrutu-
rada, oportuna e documentada, subordinada ao interesse público;
II - integração da gestão de riscos ao processo de planejamento Risco é o efeito da incerteza sobre objetivos estabelecidos. É a
estratégico e aos seus desdobramentos, às atividades, aos proces- possibilidade de ocorrência de eventos que afetem a realização ou
sos de trabalho e aos projetos em todos os níveis da organização, alcance dos objetivos, combinada com o impacto dessa ocorrência
relevantes para a execução da estratégia e o alcance dos objetivos sobre os resultados pretendidos19.
institucionais; Os riscos existem independentemente da atenção que damos
III - estabelecimento de controles internos proporcionais aos a eles. Seja na nossa vida cotidiana, seja no mundo corporativo,
riscos, de maneira a considerar suas causas, fontes, consequências estamos imersos em ambiente repleto de riscos, oportunidades e
e impactos, observada a relação custo-benefício; e ameaças que, se não gerenciados, podem comprometer o alcance
IV - utilização dos resultados da gestão de riscos para apoio à de objetivos almejados.
melhoria contínua do desempenho e dos processos de gerencia- A cada tomada de decisão, a cada movimento que executamos,
mento de risco, controle e governança. ou deixamos de executar, alteramos a probabilidade de ocorrência
Art. 18. A auditoria interna governamental deverá adicionar de eventos futuros e, por conseguinte, ampliamos ou reduzimos o
valor e melhorar as operações das organizações para o alcance de nível de riscos a que estamos expostos.
seus objetivos, mediante a abordagem sistemática e disciplinada Na vida, existem pessoas com maior apetite a riscos, que se dis-
para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de gerenciamento põem a aceitar maiores níveis de risco por avaliarem que os impac-
de riscos, dos controles e da governança, por meio da: tos positivos superam os negativos. No extremo oposto, há pessoas
I - realização de trabalhos de avaliação e consultoria de forma que não se sentem confortáveis com possíveis efeitos da incerteza
independente, segundo os padrões de auditoria e ética profissional sobre seus objetivos.
reconhecidos internacionalmente; Desse modo, diante de um mesmo risco pessoas podem ter
II - adoção de abordagem baseada em risco para o planejamen- reações diferentes, a depender de sua maturidade e experiências
to de suas atividades e para a definição do escopo, da natureza, da pregressas, de sua capacidade de evitar, mitigar ou potencializar
época e da extensão dos procedimentos de auditoria; e sua ocorrência, bem como de reduzir ou tolerar seu impacto. Em
III - promoção à prevenção, à detecção e à investigação de frau- geral, à medida que amadurecemos tomamos maior consciência do
des praticadas por agentes públicos ou privados na utilização de ambiente em que estamos inseridos, ficamos mais hábeis na identi-
recursos públicos federais. ficação de vulnerabilidades (falhas ou fraquezas), mais aptos a iden-
Art. 19. Os órgãos e as entidades da administração direta, au- tificar ameaças e oportunidades e, portanto, mais prontos a iden-
tárquica e fundacional instituirão programa de integridade, com o tificar eventos que podem impactar o alcance de nossos objetivos.
objetivo de promover a adoção de medidas e ações institucionais 19 Brasil. Tribunal de Contas da União. Referencial básico de gestão de riscos
destinadas à prevenção, à detecção, à punição e à remediação de / Tribunal de Contas da União. – Brasília: TCU, Secretaria Geral de Controle
fraudes e atos de corrupção, estruturado nos seguintes eixos: Externo (SEGECEX), 2018.
Editora
296
296
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Ao analisarmos o ambiente em que estamos inseridos, e tendo em vista os objetivos estabelecidos, podemos decidir acerca de quais
medidas ou controles internos podem ser adotados para tratar os potenciais riscos de sorte a mantê-los em níveis compatíveis com nosso
apetite (aceitação) e tolerância (resiliência).
Considerando que não existe risco zero, é bom lembrar que restam, ao final da adoção das medidas mitigadoras, riscos residuais que
precisam ser monitorados e mantidos dentro de limites compatíveis com os critérios de risco estabelecidos.

Roteiro básico para gestão de riscos


Cientes destes conceitos iniciais, refletiremos acerca de um empreendimento no qual esteja envolvido e a responder às seguintes
questões:
1. Que empreendimento você deseja proteger ou ver bem-sucedido? Pode ser um projeto, um processo, um departamento, uma orga-
nização, uma política.
2. Quais são os objetivos desse empreendimento?
3. Que fatores (fraquezas, ameaças, erros, falhas...) podem afetar o alcance desses objetivos?
4. Que riscos podem se originar da ocorrência desses fatores?
5. Qual seria a probabilidade e o impacto da ocorrência de cada um desses riscos se nada tivesse sido feito para mitigá-los até o mo-
mento? Calcule o nível de risco inerente (probabilidade inicial x impacto inicial).
6. Qual é o seu apetite e a sua tolerância a risco? Qual nível de risco você considera aceitável?
7. Quais medidas mitigadoras já foram adotadas e que controles internos já estão implantados? Qual a eficácia dessas medidas e
controles? Algum deles pode ser eliminado?
8. Que outras medidas mitigadoras e controles internos podem ser adotados para adequar o nível de risco ao apetite e à tolerância a
risco?
9. Qual é a probabilidade e o impacto esperado da ocorrência desses riscos após a avaliação de eficácia e adequação das medidas
mitigadoras e controles internos? Calcule o nível de risco residual (nível de risco inerente x risco de controle).
10. Com que frequência esses riscos devem ser monitorados?
11. Quem são os responsáveis por monitorar os riscos? Quem deve ser comunicado acerca desses? Com que frequência isso deve ser
feito e por quais mecanismos?

Note que as questões supracitadas explicitam uma das possíveis formas de se gerenciar riscos. A literatura é rica em modelos, técni-
cas, ferramentas e estudos que podem, a depender da necessidade, produzir análises mais simples ou robustas, mais genéricas ou espe-
cíficas, mais gerais ou precisas. Cabe a cada pessoa e organização, à luz do seu contexto, escolher os modelos e instrumentos que melhor
se adequem à sua necessidade.

Gestão de riscos
Gestão de riscos consiste em um conjunto de atividades coordenadas para identificar, analisar, avaliar, tratar e monitorar riscos. É o
processo que visa conferir razoável segurança quanto ao alcance dos objetivos.
Para lidar com riscos e aumentar a chance de alcançar objetivos, as organizações adotam desde abordagens informais até abordagens
altamente estruturadas e sistematizadas de gestão de riscos, dependendo de seu porte e da complexidade de suas operações.
Adotar padrões e boas práticas estabelecidos em modelos reconhecidos é uma maneira eficaz de estabelecer uma abordagem siste-
mática, oportuna e estruturada para a gestão de riscos, que contribua para a eficiência e a obtenção de resultados consistentes, evitando
que a organização seja aparelhada com uma coleção de instrumentos e procedimentos burocráticos, descoordenados, que podem levar
à falsa impressão da existência de um sistema de gestão de riscos e controle efetivo, mas que, na prática, não garantem os benefícios
desejados.

Evolução histórica
Em termos históricos a gestão de riscos pode ser rastreada à época em que os primeiros chefes de clãs decidiram fortificar muralhas,
realizar alianças com outras tribos e estocar provisões para o futuro. Práticas relacionadas com a mitigação de riscos existiam na antiga
Babilônia, a exemplo de indenizações em caso de perdas por roubos e inundações, ou a seleção, feita pelos primordiais banqueiros, de
devedores com maior capacidade de honrar seus empréstimos.
No período recente, atribui-se a Frank Knight a publicação, em 1921, de obra (Risk, Uncertainty and Profit) que se tornou referência
por estabelecer conceitos, definir princípios e introduzir alguma sistematização ao tema.

Linha do tempo

https://www.gov.br/governodigital/pt-br/seguranca-e-protecao-de-dados/outros-documentos-externos/tcu_referencial_gestao_riscos.pdf

Editora
297
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Cinquenta anos depois, em 1975, a revista Fortune publicou o O modelo preconizado na ISO 31000 aprimorou os conceitos,
artigo The Risk Management Revolution, um dos primeiros docu- as diretrizes e as práticas recomendadas em normas técnicas de
mentos a tratar o tema sob o enfoque corporativo e a atribuir à alta aplicação local que a precederam, como a AS/NZS 4360. A partir
administração a responsabilidade por instituir políticas, supervisio- de 2015 iniciou-se o processo de revisão da ISO 31000 pelo Comitê
nar e coordenar as várias funções de riscos existentes em uma or- Técnico da ISO ISO/TC 262/WG2.
ganização. No início dos anos 90, as bases para o que conhecemos
como gestão de risco foram estabelecidas, mediante a publicação
de três documentos que se tornaram referência mundial no tema: PROCESSO DE FORMULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE
o COSO I, o Cadbury e a AS/NZS 4360:1995. POLÍTICAS: CONSTRUÇÃO DE AGENDAS, FORMULAÇÃO
O guia Internal Control - Integrated Framework (COSO I), pu- DE POLÍTICAS, IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS, FINAN-
blicado em 1992 pelo Committee of Sponsoring Organizations of CIAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS, INDICADORES DE
the Treadway Commission – COSO, consolidou a ideia de gestão de DESEMPENHO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
risco corporativo e apresentou um conjunto de princípios e boas
práticas de gestão e controle interno.
No mesmo ano, o relatório do Comitê Cadbury, do Reino Uni- O processo de formulação das Políticas Públicas, também cha-
do, atribui ao corpo governante superior das entidades a responsa- mado de ciclo das Políticas Públicas, apresenta diversas fases, que
bilidade por definir a política de gestão de riscos, supervisionar o você aprende no infográfico a seguir:
processo de gestão e assegurar que a organização entenda os riscos
aos quais está exposta.
Em 1995, esforço conjunto das entidades padronizadoras Stan-
dards Australia e Standards New Zealand resulta na publicação do
primeiro modelo padrão oficial para a gestão de riscos, a norma
técnica Risk Management Standard, AS/NZS 4360:1995. Nos anos
que se seguiram, normas técnicas semelhantes foram publicadas no
Canadá, no Reino Unido e em outros países.
No início do Século XXI, houve a consolidação e disseminação
de práticas de gestão de risco corporativo. Entre as publicações que
se tornaram referências internacionais no tema estão: o The Oran-
ge Book, a lei Sarbanes-Oxley, o COSO-ERM, o Acordo de Basileia II,
a AS/NZS 4360:2004 e a ISO 31000:2009.
O The Orange Book - Management of Risk - Principles and
Concepts, produzido e publicado pelo HM Treasury Britânico, foi a
principal referência do programa de gestão de riscos do governo
do Reino Unido, iniciado em 2001. O modelo tem como vantagens,
além de ser compatível com padrões internacionais de gestão de
riscos, introduzir e tratar esse tema complexo de forma simples e O QUE É O CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS?
abrangente. As políticas públicas são uma resposta do Estado às necessi-
Em 2002, um ano após o colapso da empresa Enron, decor- dades do coletivo que, por meio do desenvolvimento de ações e
rente de esquema gigantesco de ocultação e manipulação de da- programas, objetivam o bem-comum e a diminuição da desigual-
dos contábeis e falhas em auditorias, os Estados Unidos aprovaram dade social. Esses programas e ações precisam ser estruturados de
a chamada Lei Sarbanes-Oxley. Por meio dela, buscaram mitigar maneira funcional e sequencial para tornar possível a produção e
riscos, evitar a ocorrência de fraudes, proteger investidores e as- organização do projeto. Esclarecido isso, o ciclo das políticas públi-
segurar que as empresas que participam do mercado acionário cas nada mais é que um processo que leva em conta:
norte-americano possuam estruturas e mecanismos adequados de • A participação de todos os atores públicos e privados na ela-
governança. boração das políticas públicas, ou seja, governantes, políticos, tra-
Em 2004, o COSO publicou o Enterprise Risk Management - balhadores e empresas;
Integrated Framework (conhecido como COSO-ERM ou COSO II), • O poder que esses atores possuem e o que podem fazer com
modelo de referência que estendeu o COSO I, tendo como foco a ele;
gestão de riscos corporativos. No mesmo ano foi firmado o Acordo • O momento atual do país no aspecto social (problemas, limi-
de Basileia II, aplicável a instituições bancárias em nível mundial, tações e oportunidades);
contendo requisitos específicos relacionados à gestão de riscos • Organização de ideias e ações.
operacionais (BCBS, 2004). Ela é tida como um recurso heurístico, sabe o que é isso? Um
Ainda em 2004 foi lançada versão atualizada e expandida da processo que busca desvendar e compreender algo ou uma situa-
norma AS/NZS 4360. Em 2009 foi publicada a norma técnica ISSO ção. No caso das políticas públicas, é um modelo para compreender
31000 Risk Management – Principles and Guidelines, que provê em que pé se encontra o país e o que pode ser feito por ele.
princípios e boas práticas para um processo de gestão de riscos
corporativos, aplicável a organizações de qualquer setor, atividade Primeira fase: a formação da agenda
e tamanho (ABNT, 2009) e é hoje uma das principais referências Para começar a elaboração de uma política, é preciso decidir o
mundiais no tema. que é prioritário para o poder público. A fase da agenda caracteri-
za-se pelo planejamento, que consiste em perceber os problemas
existentes que merecem maior atenção. Essa percepção precisa ser

Editora
298
298
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
consistente com o cenário real em que a população se encontra.
São analisados nessa fase: a existência de dados que mostram a AS POLÍTICAS PÚBLICAS NO ESTADO BRASILEIRO CON-
condição de determinada situação, a emergência e os recursos dis- TEMPORÂNEO; DESCENTRALIZAÇÃO E DEMOCRACIA;
poníveis. PARTICIPAÇÃO, ATORES SOCIAIS E CONTROLE SOCIAL;
GESTÃO LOCAL, CIDADANIA E EQUIDADE SOCIAL
O reconhecimento dos problemas que precisam ser solucio-
nados de imediato ganham espaço na agenda governamental. En-
tretanto, nem tudo que está na agenda será solucionado imediata- Vamos ver agora como está a conjuntura das políticas públicas
mente. Saiba que o planejamento é flexível e que a viabilização de no Brasil. Maria das Graças Rua aponta algumas características nas
projetos depende de alguns fatores. São esses: políticas públicas brasileiras. A autora usa o termo “regularidades”
• Avaliação do custo-benefício para se referir a essas características. Regular pode signif icar algo
• Estudo do cenário local e suas necessidades que está em conformidade com as regras, as leis, mas pode signifi-
• Recursos disponíveis car também algo que demonstra constância, continuidade. A autora
• A urgência que o problema pode tomar por uma provável usa o termo aqui no segundo sentido, ou seja, fala de características
mobilização social que estão presentes na grande maioria de nossas políticas públicas.
• Necessidade política Segundo a autora, um dos aspectos que primeiro chamam a
atenção nas políticas públicas brasileiras é a fragmentação. Embora
Segunda fase: a formulação da política as demandas da sociedade geralmente necessitem ser resolvidas
É a fase de apresentação de soluções ou alternativas. É o mo- de form a articulada, em que diferentes agências setoriais atuem de
mento em que deve ser definido o objetivo da política, quais serão forma coordenada, na prática o que ocorre é a existência de linhas
os programas desenvolvidos e as linhas de ação. Após esse proces- rígidas – mas nem sempre consensuais e respeitadas – de demarca-
so, se avaliam as causas e são avaliadas prováveis alternativas para ção das áreas de atuação de cada uma delas
minimizar ou eliminar o problema em questão. Como conseqüência da fragmentação, as políticas muito fre-
Portanto, a segunda etapa é caracterizada pelo detalhamen- qüentemente emperram devid o à competição interbur ocrática. As
to das alternativas já definidas na agenda. Organizam-se as ideias, políticas ou são fragmentadas em áreas de controle de cada agên-
alocam-se os recursos e recorre-se à opinião de especialistas para cia, na busca de uma convivência pacífica; ou estabelecem-se su-
estabelecer os objetivos e resultados que querem alcançar com as perposições que levam à baixa racionalidade e ao desperdício de
estratégias que são criadas. Nesse ponto, os atores criam suas pró- recursos.
prias propostas e planos e as defendem individualmente. Uma terceira característica recorrente é a descontinuidade ad-
ministrativa. Segundo a autor a , em regra, “inexistem concepções
Terceira fase: processo de tomada de decisão consolidadas de missão institucional”, uma vez que as preferências,
Com as todas as alternativas avaliadas, na terceira fase se defi- convicções e compromissos políticos e pessoais dos escalões mais
ne qual será o curso de ação adotado. São definidos os recursos e o elevados possuem muita influên cia sobre a definição dos rumos
prazo temporal da ação da política. das políticas. Como ess es cargos são na maioria das vezes preen-
chidos conforme critérios políticos, há muita alternância entre seus
Quarta fase: implementação da política ocupantes. Cada mudança dos titulares dos cargos, como regra,
É o momento em que o planejamento e a escolha são transfor- provoca alterações nas políticas em andamento. Essas podem ser
mados em atos. É quando se parte para a prática. O planejamento alterações de rumo, de prioridade, etc.
ligado à organização é transformado em ação. São direcionados Em conseqüência, com a mudança de dirigentes, freqüente-
recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos para exe- mente programas e políticas são redimensionados, reorientados,
cutar a política. suspensos, ou deixam de concentrar as atenções e energias dos
quadros daqu elas agências. Além disso, nas raras situações em que
Quinta fase: avaliação se logra superar a fragmentação e a disputa interburocrática e são
É um elemento crucial para as políticas públicas. A avaliação estabelecidas formas cooperativas d e ação entre as agências, nem
deve ser realizada em todos os ciclos, contribuindo para o sucesso sempre os novos dirigentes mantêm os vínculos de solidariedade
da ação. Também é uma fonte de aprendizado para a produção de dos seus antecessores, porque também as relações de cooperação
melhores resultados. Nela se controla e supervisiona a realização tendem a ser personalizadas.
da política, o que possibilita a correção de possíveis falhas para Outro aspecto recorrente nas políticas públicas, principalmen-
maior efetivação. Inclui-se também a análise do desempenho e dos te nas políticas sociais, é o de que as decisões e ações tendem a ser
resultados do projeto. Dependendo do nível de sucesso da política, pensadas a partir da oferta e muito raramente são efetivamente
o poder público delibera se é necessário reiniciar o ciclo das po- consideradas as demandas. Os instrumentos de avaliação (indica-
líticas públicas com as alterações cabíveis, ou se simplesmente o dores e procedimentos) na maior parte das vezes são inadequados
projeto é mantido e continua a ser executado. ou precários e os mecanismos de controle social são absolutamen-
te incipie ntes ou inexistentes. Disso resultam descompassos entre
A boa política pública deve cumprir as seguintes funções: oferta e demanda de políticas, acarretando desperdícios, lacunas
– promover e melhorar a cooperação entre os atores; no exercício da cidadania, frustração social, perda de credibilidad
– constituir-se num programa implementável e governamental, desconfiança e óbices à plena utilização do po-
tencial de participa ção dos atores sociais, etc.
Fonte: https://www.politize.com.br/ciclo-politicas-publicas/ Uma quinta regularidade é a presença de uma clara clivagem
entre formulação/decisão e impl ementação. Clivagem, segundo o
Dicionári o, significa “separação, diferenciação ou oposição entre
duas ou mais coisas quaisquer”. Portanto, no Brasil ainda se adota a
Editora
299
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
visão clássica da implementação, top-down, uma cultura que enfati O exame dos programas sociais do governo federal mostra
za a formulação/decisão, tomando a implementação como dada. claramente diversos dos aspectos acima mencionados. De fato, ob-
A percepção da complexidade das políticas públicas se restr inge a serva-se nitidamente a ocorrência de ações dis p e r s as entre as
fa se da formulaç ão, enquanto a implementação é vista como um diferentes agências e de programas desarticulados no inte rior de
conjunto de tarefas de baixa complexidade, acerca das quais as de cada uma delas. Além disso, a maior parte das aç ões reflete a con-
cisõe s já foram tomadas. cepção típica do primado da economia: são propostas de correção
Por outro lado, essa clivagem se manifesta nas diferenças de de desvios e seqüelas. Não chegam sequer a expressar concepções
status e de capacitaç ão dos qu adr os funcionais encarregados, res- de prevenção de problemas, e muito menos ainda, de investimento
pectivamente, da formulação/decisão e da implementação. Conc consistente na formação de capital humano, visando o destino fu-
retament e, esta característica tem como resultado a tendência à turo do país .
centralização, a reduzida autonomia das agências implementado- Neste ponto talvez fosse útil lembrar o conc eit o de de ci sõ
ras, a baixa adaptabilidade dos modelos adotados para as políticas es es tr ut ur antes , de Etzioni. Segundo tal conceito, caso o conju
públicas e uma acentuada fragilidade dos níveis e agências imple- nto das políticas sociais fosse efetivamente orientado por um a con-
mentadores. O produto final, freqüentemente, é o desperdício de cepçã o de investimento na formação de capital humano visando
recursos pela ineficác ia das políticas públicas. o destino futuro do país , caberiam decisões estruturantes. Não é
De fato, à luz dessa clivagem é possível entender a constatação o que ocorre. Nos divers os programas em andam ento, os proble-
recente de que, “em lugar da suposta paralisia decisória, o que t em mas são tratados numa perspectiva incremental. Finalmente, cabe
se o bs er vado é a in cap ac id ad e do governo no sent ido de imple- assinalar que a maioria dos programas existentes peca pela falta
mentar as decisões que toma. Dessa forma, à hiperati vidad e de- de focalização. Este é um tema bastante controvertido. Na forma
cisória da cúpula governamental contrapõe-se a falênc ia executiva defendida pelo Consenso de Washington, a focalização e seletivi-
do Estado, que não se mostra capaz de tornar efetivas as medidas dade das políticas sociais ameaça a idéia da univer sal iz aç ão, tão
que adota e de assegurar a continuidade das políticas formuladas”. cara a certos setores polític os br asileiro s, já que corresponde ao
Esses problemas são ainda mais aflitivos na área das políticas estreitamente do grupo beneficiado pelas políticas, restringindo-as
sociais, onde é acentuada a ineficácia e dispersão organizacional. progressivamente aos estratos sociais mais excluídos, cabendo aos
De fato, comparadas com outras áre a s , a maior parte das agên- demais recorrer à oferta de serviços pelo mercado. Na realidade,
cias e dos seus quadros são pouco modernos, exibem capacitação embora tal estratégia seja potencialmente viável nas economias
insuficiente e red uzid a eficácia /eficiência gerencial; as diversas desenvolvidas do pós-welfare state - onde o bem-estar é mais ou
agências são desarticuladas entre si e freqüentemente constituem menos generalizado e identificam-se apenas minorias excluídas –
nichos de interesses políticos persona lizados. Além disso, como se no caso dos países em desenvolvimento, suas imensas assimetrias
trata de agências (e polí ti cas) qu e co nso mem recursos, ao invés sociais e uma maciça maioria de excluídos, a focalização parece per-
d e gerá-los, a clivagem acima mencionada se torna aind a mais der totalmen te o sentido .
acentuada com a sua exclusão da maioria das decis õ es relevantes, Entreta nto, é possível pensar que, exatamente po rqu e os re-
ou seja, as decisões quanto a recursos , que são tomadas em outras cursos são escassos e os contingen tes a serem atendidos são tã o
esferas governamentais. num erosos, a focalização é uma estratégia a ser considerada. Qual
Isso, por sua vez, tem a ver com outr a recorrência observa- seria, então, o seu significado? Em primeiro lugar, focalização e se-
da: a hegemonia do economicismo e a desarticulação entre política letividade implicariam a eliminação de pri vilé gio s e vantagens
econômica e política social. Como regra, as políticas econômicas cumulativas. Em segundo lugar, focalização e seletividade significa-
assumem a primazia em todo o planejamento governamental, riam, em sociedades como a nossa, que os direit os são universais,
cabendo às polí ti c as sociais um papel absolutamente secundário, mas os recursos são redistribuídos segundo as necessidades so-
subordinado e subsidiário. ciais, setoriais, locais e regionais, que são, sempre, extremamente
São várias as co ncepções que sustentam o primado da política diferenciadas. Por fim, f ocalização e seletividade implicam clara
econômica. Uma delas supõe que o mercado é perfeito e que, se definição de clientelas pri orit ári as, e a decorrente disposição de
for permitido o seu livre funcionamento, aos pouco s as distorçõ es arcar com o custo político dessa decisão.
serão resolvidas; logo, as políticas sociais devem ficar restritas aos A questão da universalização/focalização também está na aná-
interstícios nos quais não cabe a ação do mercado e onde, por isso lise que o IPEA realiza sobre as políticas sociais. Segundo o IPEA, a
mesmo, não serão capazes de transtor nar a sua dinâ mic a. Out ra trajetória recente das políticas sociais tem sido marcada por mud
pe rspec tiva admite que o mercado não é perfeit o, mas m antém o ança s que vêm int rod uzindo transformações importantes no perfil
crescime nto econômico como priori dade máxima; assim, caberia do Estado Soci al brasileir o herda do do regim e autorit ário, e vêm
às polí tic as sociais a função de corrigir os desvios sociais advindos permitindo avanços no cumprimento dos princípios de responsabi-
em conseqüência. lidade, de transparência e de parceria Estado/sociedade.
Uma varian te desta conc epção, em época relativamente re- Essas mudanças podem ser agrupadas em dimensões repre-
cente, encontrava-se na máxima do regime militar de que “primeiro sentativas: universalização, descentralização, participação da so-
é preciso deixar o bolo crescer, para depois dividir ” . ciedade, focalização ou seletividade das ações, regulamentação e
Só muito recentemente é que começou a ser abandonada a regulação, promoção de inovações sociais, adoção de medidas que
perc epção de que as políti cas sociais se destinam a corrigir de- visam a elevar a eficiência e a eficácia do aparelho governamental,
ficiências. Isso porque só há muito pouco tempo desenvolveu-se e progressiva elevação do gasto social federal.
a concepção de que política social é - mais até que direit o de ci- Enquanto a Maria das Graç as Rua fala de problemas em nossas
dadania - investimento produtivo e de que deve haver coordena- políticas, o IPEA trata de tendências de melhoria. Essas dimensões
ção e equalização entre os objetivos da política econômica e os das são, na maior parte dos casos, movimentos ainda embrionários que
políticas sociai s, uma vez q ue os novos parâmetros do processo não se cons ti tuem em um conjunto coeso de dir etrizes claras so-
produtivo enfatizam o capital humano. bre os rumos das políticas sociais brasileiras.

Editora
300
300
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A universalização das ações encontra seu fundamento na Cons- um importante insumo de saúde, é o estí mulo à difusão de medi-
tituição de 1988. Em que pese o fato de o sistema de prot eção camentos denominados genéricos, há pouco regulamentados pela
social brasileiro aind a estar distante de um padrão redistributivo e ANS.
eqüitativo, a universalidade das políticas de saúde, de assistênc ia, Outro movimento de transformação das políticas sociais pode
de previdência e de educação tem sido objeto de inúmeros avanços ser observado no conjunto de medida s e de instrumentos que o
nos últimos anos. Assim, em relação à saúde consolida-se, progres- governo federal vem implementando para melhorar seu gerencia-
sivamente, o Sistema Único de Saúde – SUS, que busca garantir o mento, buscando maximizar sua eficiência e eficácia. Nesse sentido
acesso igualitário de toda a população aos serviços de saúde por int , tem-se procurado aperfeiçoar a qualidade dos serviços prestados,
er mé dio da organi zação de uma rede de scentral izada. Além da por medidas dentre as quais se destacam:
descentralização, enfatiza-se também o atendimento integral cujas A contratação de gestores via concurso público e o treinamento
prioridades são as atividades preventivas e a participação da comu- regular dos servidores ;
nidade. O aperfeiçoamento dos sistemas de informação e uma maior
A descentralização das ações, da União, para o s esta do s, m un divulgação deles, com o uso dos meios propiciados pela informática
ic ípio s e instituições da sociedade civil é, por seu turno, um movi- e pela internet, entre outros;
mento que vem ganhando força desde a década de 1980, e é bem A mensuração dos resultados para que se conh eç a melhor o
embl emá tico em algum as áreas . O setor saúde é pio neir o nesse alcance das políticas.
processo a ponto de, atualmente, 97% dos municípios já estarem A implementação de mecanismos de aproximação dos usuári
adscritos a uma ou a out ra for ma de gestão local do Sistema Único os ao acesso a bens e a serviços públicos, tais como a instalaç
de Saúde - SUS. A área de educação também tem se de stacado no ão , em praticamente todos os ministérios sociais, de centrais de
proc esso de descentralização. A promulgação, em 1996, da Lei de atendimento gratuito (linhas 0800).
Diretrizes e Bases - LDB da educação nacional explicitou com maior Nesses últimos anos, tem-se assistido à emergência de uma
clarez a as atribuições dos três níveis de governo, tendo por funda- série de inovações soci ai s, aind a muit o restr itas, e que têm em
mento o regime de colaboração entre as instâncias da Federação. comum uma forte vertente de localismo (o local como ponto pri-
Outra linha de mudanças, a participação da sociedade na vilegiado para impulsionar um desenvolvimento mais sustentável)
formulaç ão, na implementação e no controle das políticas sociais e a busca de processos de parti cipação demo cráti c a. Es sa s e
ocorre essencialmente por interm édi o dos conselhos. Atualmente, xper iê nc ia s ma is po nt uai s têm procurado rearticular o esp aç o
a maioria absoluta das políticas sociais está atrelada a conselhos social no qual se processam as políticas, promovendo uma mudan-
que, em ger al, desdobram-se nas três esferas de governo – federal, ça nos modos de produzir e distri buir os bens e serviços sociais.
estadual e municipal – e contam com integrantes governamentais Exemplos nessa linha – ainda que com magnitudes e naturezas dife-
e não governamentais. As composições e as competências variam renciadas – podem ser encontrados em propostas como a Agenda
de conselho para conselho; alguns, por exemplo, são paritários, e 21 Local, a Comunidade Ativa, os programas de desenvolvimento
outros não o são; alguns são deliberativos, e outros, apenas consul- local impulsionados pelo Banco do Nordest e ou pelo Ministério do
tivos. Ademais, em alguns setores, como o da saúde e o da assistênc Desenvolvimento Agrá rio, os programas de renda mínima e as
ia, são as conferências nacionais – integradas por representantes do experiências municipais de orçamento participativo.
governo e da sociedade – que le galmente definem os rumos das Pode-se concluir que esse movimento de reforma s est á em
respectivas políticas. Porém, há o reconhecimento de que esses andamento. Sua consolidaç ão dependerá do reforço da capacidade
instrumentos, que visam à partilha das decisões e da gestão das de coordenação e de controle estatais, bem como de maior “per-
políticas sociais entr e Estado e sociedade, ainda necessitem de ser meabilidade ” em relação à sociedade civil organizada. Coordena-
aprimor a dos. ção, planejamento e mobilização de recursos condizentes com o ta-
No que se refere à focalização ou seletividade das ações, ob- manho da dívida social, de um lado, e, de outro, sólidas instituições
serva-se um esforço em dar prioridade a grupos social e biologicam legais guardiãs dos direitos constituem condições necessárias à
ente vul neráveis no âmbito das políticas sociais. Trata-se de um conquista de maior eqüidade e justiça social e, conseqüentemente,
caminho para a universalização do atendimento, que, assim, con- à realização do direito humano à alimentação adequada.
figura-se em uma prática cujo objetivo é beneficiar a todos e mais
a quem tem menos. Isto é, esse movimento busca contemplar tan- Descentralização e Democracia
to a garantia dos direitos sociais quanto a execução de programas A descentralização de políticas públicas representa a transfe-
expressivos de combate à pobreza. Esse é o caso, por exemplo, do rência da gestão de serviços sociais, como saúde, educação fun-
Projeto Alvorada . damental, habitação, saneamento básico e assistência social do
As mudanças no padrão de regulação e a regulamentação de Governo Federal para os est ados e municípios e também para a
be ns e serviços públicos vêm gradativamente definindo novos pa- sociedade civil.
râmetros para a gestão e para o controle da produção de bens e Duran te o regim e militar, as relações intergovernamentais do
de serviços de natureza social. Um exemplo expressivo dess e mo- Estado brasileiro eram, na prática, muito mais próximas às formas
vimento pode ser encontrado na área se saúde, na qual foram re- que caracterizam um Estado unitário do que àqu el a s que carac-
centemente criadas duas ag ênci as reg ula tórias: a Agên cia Nacio- terizam as federações. Governadores e prefeitos das capitais e de
nal de Saúde Suplementar (ANS) e Agência Naciona l de Vigilân cia cerca de 150 cidades de médio e grande porte foram destituídos
Sanitária (ANVISA). A primeira visa a controlar a oferta dos planos de base própria de autonomia política: selecionados formalmente
de saúde, e a segunda, como já foi comentado em capítulo ante- por eleições indiretas e, de fato, por indicação da cúpula militar,
rior, busca resguardar a saúde da população por meio do controle sua autoridade política não era derivada do voto popular. Além dist
sanitário. Outro exemplo de intervenção regulatória, que pode ser o, todos os governadores e prefeitos detinham escassa autonomia
bastante eficaz na garantia da qualidade, e na acessibilid ade, de fiscal: a centralização financei ra instit uída pela r eform a fiscal de
meados dos anos 60 concent rou os principais tributos nas mãos do

Editora
301
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
governo federal e, ainda que tenha ampliado o volum e da receita ainda por expressa imposição constit ucional. Assim , a transfe rên-
dispon ível dos municípios, uma vez realiz adas as tr ans ferências, cia de at ribuições en tre níveis de governo supõe a adesão do nível
estas estavam sujeitas a estrit os controles do governo federal. de governo que passará a desempenhar as funções que se preten-
Foi um Estado dotado destas caract erís ticas que consolidou de que sejam transferidas. A recuperação das bases federativas do
o Sistema Brasileiro de Proteção Social, até então um conjunto d Estado brasileiro tem impacto sobre o processo de descentralização
ispers o, fragmentado, com reduzidos índices de cobertura e fragil- das políticas soci ais no país pelo fato de que, resguardados pelo
mente financiado de iniciativas governamentais na área social. Esta princípio da soberania, estados e/ou municípios assumem a gestão
forma de Estado moldou uma das princi pais características insti- de pol íticas públicas sob a prerrogativa da adesão, precisando, por-
tucionais do Sis t ema bra s i le i ro : sua centralização financeira e tanto, ser incentivados para tal.
administrativa. Isto significa que as agências federais já não dispõem dos me-
Após a CF/88, a redefinição de competências e atribuições da canismos de alinhamento dos go vernos lo cais — aut oridade políti-
gestão das políticas sociais tem-se realizado sob as bases in stit ucio ca delegada pelo centro e centralização fiscal — de que dispunham
na is d e u m Es ta do feder ati vo , o que significa dizer que o modo sob o regime militar . Assim , no Estado feder ati vo, tornam-se es-
pelo qual os gove rnos locais assumem funções de gestão de políti- senciais estratégias de indução capazes de obter a adesão dos go-
cas públicas é inteiramente distinto daquele sob o qual elas foram vernos locais. Ou, dit o de outro modo, as dificuldades para que a
assumidas no regime militar. Segundo Maria Hermínia Tavares de União — ou um governo estadual — delegue funções a um nível de
Almeida: governo menos abrangente são maiores hoje do que sob o regime
O Federalismo caracteriza-se, assim, pela não centralização, militar.
isto é, pela difusão dos poderes de governo entre muitos centros, No caso brasileiro, a responsabilidade pública pela gestão de
cuja autoridade não resulta da delegação de um poder central, mas políticas sociais passo u a ser um dos elementos da barganha
é conferida por sufrágio popular. federativa. Dadas as dimensões da pobreza brasileira e, portanto,
A autora coloca que após a rede mocrat ização o Brasil cami- da população-alvo dos programa s sociais, a gestão de políticas
nhou na direção da descentralização. Desde os anos 80, o Brasil vive sociais e m nosso país tende a s er simult aneam ente c ara e inefe
a lenta mudança de uma forma de federalismo centralizado para tiva, na me dida em que tende a consumir um elevado volume
um modelo cooper ativo descentralizado. As políticas sociais situ- de recursos e apresent ar baixos níveis de proteção efetiva. Nes-
am-se em um dos eixos centrais dessa mudança, na medida em que te caso, nas situações em que os custos políticos e/ou financeiros
constituíram uma das dimensões da centralização de prerrogativas da gestão de uma dada política forem avaliados como muito
e funções no governo federal, especialmente marcan te sob os re- elevados, a barganha federati va consiste em buscar atribuí-los
gimes autoritários. ou imputá-los a outro nível de governo. Tais custos serão tanto
Já vimos algumas vezes a questão do CESPE do último con- maiores quanto mais elevados forem os recursos exigidos pela
curso do TCU que fala que temos uma forte tradição municipalis- engenharia operacional de uma dada política e na medida direta da
ta. A CF/88 realizou uma grande descentralização políti ca, em co extensão legal do escopo de beneficiários.
ntraponto à centralização da ditadura. No contexto da luta contra Não há nenhuma garantia intrínseca à autonomia dos governos
um regime autoritário de fortes traços centralizadores, a descen- locais que os torne responsáveis, co mprometidos com as necessi-
tralização se tornou, para as oposições, sinônimo de democracia, dades dos cidadãos e determinados a administrar com eficiência.
de devolução à cidadania da autonomia usurpada pelos governos Em primeiro lugar, descentralização e autonomia da gestã o local
militares. Segundo a per cepção oposicionista dominante na época, são term os muito genéricos, dizem muito pouco quanto à natureza
a descentralização era condição para o aumento da participação, e dos arranjos institucionais sob os quais a gestão local das políticas
ambas compunham uma utopia democrática cujo horizonte remoto pode ocorrer.
era o autogoverno dos cidadãos. Em segundo lugar, a autonomia dos governos pode produzir
Assim, a CF/88 definiu um novo arranjo federativo, com signi- resultados opostos aos esperados pelos defensores mais otimis tas
ficativa transferência de capacidade decisória, funções e recursos da descentralização. Govern os locais dotados de autonomia para
do governo nacional para os estados e, especialmente, para os mu- contrair empréstimos e dependentes de um sist ema naciona l de
nicípios. A des ce ntraliz ação para os municípios está basea da na transferências fiscais tendem a produzir déficits fiscais sistemáticos,
suposição de que é mais fácil o controle democrático exercido pelos contrariamente à expectativa de que a descentralização fiscal pro-
cidadãos quando as decisões são tomadas próximas a eles. É na co- duziria responsabilidade fiscal. Já vimo s na Aula 02 que, nos EUA, a
muni dade que nas pessoas têm a chance de participar. Segundo autonomia política e fi scal dos estados produz a conhecida corrida
Arretche: para baixos patamares de gasto social (race to the bottom) devido
Já não é nenhuma novidade afirmar que nas últimas décadas ao temor dos governos de que programas sociais generosos atraiam
a gestão local de políticas públicas tem sido portadora de expecta- migrantes pobres, o que os obrigari a a elevar impostos para finan-
tivas as mais positivas com relação a resultados desejáveis da ação ciá-los, afast ando, assim, os investimentos privados.
do Estado. Democratização do processo decisório; eficiência na A autonomia local para a gestão de políticas cria oportunidades
gestão das políticas pública s; controle social; qualidade da infor- institucionais para que os governantes implementem decisões de
mação entre decis ores , provedores e beneficiários estão no topo acor do com s uas própri as prefer ênc ias , as quais não são ne-
da lista dos resultados virtuosos da descentralização , em oposição cessariamente compatíveis com o interesse público e o bem-estar
aos vícios e problemas gerados pela s estruturas centraliza das instit da população. São as regras institucionais de uma política pública
uídas ao longo do século 20 – isto é, regras do pro c es s o decisóri o, mecanismos de controle e
Contudo, a descentralização também apresenta problemas. punição, arenas institucionalizadas de representação de interesses,
Em Estados federativos, estados e municípios — por que dotados etc. – que propiciam os incentivos ao compor tamento do s gover-
de autonomia política e fiscal — assumem funções de gestã o de nos locais.
políticas públicas ou por própria iniciativa, ou por adesão a al gum
programa proposto por outro nível mais abrangente de governo, ou
Editora
302
302
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Já a descentralização social ocorre por meio do processo de sam ou a favorecer o executivo municipal, ou a depender de negoc
transferência do poder decisório para a sociedade civil, prin cipalm iações e acordo s em cada situação particular. Embora se observem
ente por m eio dos conselhos gestores de políticas públicas que já algumas conquistas mais pontuais, de maneira geral “os conselhos
estudamos na Aula 04. Os Conselhos são cana is importantes de apresentam, no cenário atual, uma baixa capacidade propositiva,
participação coletiva e de criação de novas rela ções pol ític as en- executando um reduzido poder de influência sobre o processo de
tre governos e cidadãos e, principalmente, de constr ução de um definição das políticas públicas”.
processo continuado de interlocução pública. Por meio desta in-
terlocução objeti va-se propor alternativas de políticas públicas ,
criar espaços de debate, estabelecer mecanismos de negociação e PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS.
pactuação, penetrar a lógica burocrática estatal para transformá-la
e exercer o controle socializado da s ações e deliberações governa-
mentais. A gestão estratégica de projetos reduz riscos e identifica opor-
Neste processo, a sociedade civil também é interpelada a mo- tunidades, a presença de um profissional é essencial para geren-
dificar-se, a construir alianças em torno de pautas coletivas, a trans- ciamento das informações, é preciso que haja esforços de forma
cender a realização de interesses particulari stas e corporativistas, integrada para os projetos serem realizados com êxito.
convocada ao exercício de mediações sociais e políticas para o aten- O gerenciamento de projetos têm relação direta com a capaci-
dimento de demandas populares. Trata-se, portanto, de um movi- dade das empresas de atingirem suas metas, justamente porque os
mento que pretende modificar tanto o Estado quanto a sociedade projetos atuais necessitam da união de esforços aplicados de forma
em direção à construção de esf er as públicas autônomas e demo integrada para serem realizados com êxito. Em diversas ações das
cráticas no campo das decisões políticas. empresas, é necessário um projeto, direcionando esforços tempo-
São espaços que estão sendo construídos pela ação coletiva de rários para produzir determinado produto, serviço ou resultado
inúmeros sujeitos sociais, espec ialm ente no âmbito dos munic único.
ípio s, que buscam a ampliação e o fortalecimento do poder local. Gerência de projetos ou gestão de projetos é a aplicação de
Os Conselhos representam, dessa forma, uma conquista da socie- conhecimentos, habilidades e técnicas na elaboração de atividades
dade civil. relacionadas para atingir um conjunto de objetivos pré definidos. O
Tais órgãos assumem o gozo da capacidade de det erminar, conhecimento e as práticas da gerência de projetos são mais bem
conduz ir ou fiscalizar as políticas públicas eleitas e as demais ações descritos em termos de seus processos componentes.
tomadas pela Administração Pública, a qual passa a ter um vié Esses processos podem ser classificados em cinco grupos de
s participativo que apr oxima o público do privado. Essa des- processo (iniciação, planejamento, execução, controle e encerra-
centralização administrativa passa a ser vist a como resultado da mento) e nove áreas de conhecimento (gerência de integração de
implantação do modelo democrático participativo. Tais “órgãos projetos, gerência de escopo de projetos, gerência de tempo de
administrativos” permitem um co- gerenciamento do patrimônio projetos, gerência de custo de projetos, gerência de qualidade de
público e o encaminhamento de ações destinadas ao atendimento projetos, gerência de recursos humanos de projetos, gerência de
do interesse coletivo. comunicações de projetos, gerência de riscos de projetos e gerên-
A competência de cada conselho gestor reserva a tais órgãos cia de aquisições de projetos).
a prerrogativa de intervir na promoção, defesa e divulgaçã o dos
direito s e interesses coletivos voltados às suas áreas específicas de Reduzida à sua forma mais simples, a gerência de projetos é
atuação, de acordo com os moldes previstos na legislação que os a disciplina de manter os riscos de fracasso em um nível tão baixo
constituiu. Assim, os assuntos discutidos como pauta de agenda de quanto necessário durante o ciclo de vida do projeto. O risco de
um conselho devem ser todos direcionados ou interligados à sua fracasso aumenta de acordo com a presença de incerteza duran-
pertinência temática, confor me o setor público obje to de seu fun- te todos os estágios do projeto. Um ponto de vista alternativo diz
cionamento, não obstante a possibilida de de entr elace com outros que gerenciamento de projetos é a disciplina de definir e alcançar
conselhos no caso de discussões de políticas plurisetoriais. objetivos ao mesmo tempo em que se otimiza o uso de recursos
No entanto, já vimos que são inúmeros os probl emas que li- (tempo, dinheiro, pessoas, espaço, etc).
mitam a efetividade dos conselhos gestores. Segundo Luciana Ta- A gerência de projetos é frequentemente a responsabilidade
tagiba: de um indivíduo intitulado gerente de projeto. Idealmente, esse
A divisão das funções entr e Conselhos e as instituições indivíduo raramente participa diretamente nas atividades que pro-
administrativas e buro cr átic a s quanto à definição, execuç ão e/ duzem o resultado final. Ao invés disso, o gerente de projeto traba-
ou acompanhamento das políticas públicas não está resolvida no lha para manter o progresso e a interação mútua progressiva dos
âmbito da legisla ção pertinente. Dessa institucionalização incom- diversos participantes do empreendimento, de modo a reduzir o
pleta dos Conselhos decorrem as dificuldades em definir até onde risco de fracasso do projeto.
as suas deliberações possuem poder vinculante. Não é consenso,
no âmbito da literatura pertinente, se deve ou não o Estado acatar Variáveis controláveis e incontroláveis
as decisões dos Conselhos. Dentro de um ambiente de projetos, e até mesmo no seu dia-
Ao fazer um balanço de alguns estudos, Tatagiba mostra que -a-dia existem variáveis que podem ser controladas e/ou previstas
“as avaliações mais comuns presentes na literatura são de que os e outras que não podem ser previstas e/ou controladas. Um bom
conselhos não estão cumprin do sua vocação deliberativa, suge- planejamento leva ambas em consideração.
rindo que essa participação assume contornos mais reativos que
propo siti vos”. Também, do ponto de vista institucional, a autora Variáveis controláveis ou previsíveis
alerta que a ausência de um marco legal que defina com clar eza as Existem variáveis previsíveis e controláveis no seu ciclo de pro-
funções dos conselhos em relação ao papel exe rcido pelas instân- jeto, são variáveis que você conhece claramente. Por controlável
cias administrativas e burocráticas, produ z ambigüidades que pas- entendemos que é algo que você possa prever e/ou medir.
Editora
303
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Por exemplo tempo, valores, recursos são variáveis controlá- Custo
veis. Você não tem controle sobre o tempo, mas pode considera-lo O Custo para desenvolver um projeto depende de diversas
em seus planejamentos, é possível calcular o tempo necessário para condições iniciais que possuímos para o desenvolvimento de cada
executar uma tarefa, mas não se pode estende-lo por exemplo. projeto tais como: custo de mão de obra, custos de materiais, ge-
É possível prever os recursos financeiros e através do contro- rência de risco, planta (edifícios, máquinas, etc.), equipamento, e
le é possível até mesmo redimensiona-los. É possível aumentar a lucro.
produtividade de uma tarefa, otimizando os métodos e processos
utilizados e/ou alocando mais recursos humanos à tarefa. Escopo ou contexto
São as exigências especificadas para o resultado fim, ou seja, o
Variáveis incontroláveis ou imprevisíveis que se pretende, e o que não se pretende realizar. A qualidade do
São variáveis que não podemos controlar, em geral imprevis- produto final pode ser tratada como um componente do escopo.
tos, ou atividades que dependam de terceiros. Num planejamento Normalmente a quantidade de tempo empregada em cada tarefa é
de projeto, levamos em conta os recursos humanos partindo do determinante para a qualidade total do projeto.
principio de que eles estarão sempre disponíveis para trabalhar e Lembre-se das variáveis incontroláveis ou imprevisíveis, elas
sempre com o mesmo nível de produtividade, o que não é verdade, estão ai para dar o tempero do seu projeto. Gestores de projetos
funcionários podem estar desmotivados, e podem faltar, e isto pre- costumam considerar margens de segurança definidas com o apoio
cisa ser levado em conta. de gestores técnicos que irão executar o projeto.
Pode acontecer uma catástrofe, um recurso material pode ser Por exemplo, aplica-se uma margem de segurança na mão de
danificado e/ou utilizado equivocadamente para outra tarefa, isto obra, para cobrir eventuais faltas e atrasos, e para prover o projeto
pode acontecer, assim como pode faltar determinado material, uma certa “margem de manobra” para que atividades de emergên-
mas neste caso a falta pode se dar por diversos fatores: cia sejam executadas sem um impacto muito grande no prazo final
Pode ser que a entrega esteja atrasada, ou que ele tenha sido mal do projeto. Aplica-se uma margem de segurança nos recursos ma-
dimensionado, ou ainda que tenha sido providenciado tarde demais. teriais prevendo desperdícios e eventuais danos ou extravios, mas
Mas isto é previsível, você pode se informar de todo o processo e con- as margens neste caso devem ser aplicadas com critério para que a
siderar o prazo necessário no seu planejamento. O que seria imprevisí- excessiva margem de segurança em materiais não seja um prejuízo
vel neste caso, por exemplo, seria o roubo ou danificação de materiais. no projeto.
Controlar todas as variáveis em todas as atividades de um pro- Um projeto bem planejado leva em conta o imprevisto, se al-
jeto é extremamente trabalhoso, prevê-las é muito mais difícil, por guma coisa der errado, o projeto vai parar? Pode-se executar outra
mais experiente que o gestor de projetos seja, ele sempre encon- tarefa enquanto resolvemos o problema que impede o andamento
trará novas variáveis em novos projetos. do projeto? E este problema pode ser simplesmente uma etapa de
aprovação do cliente por exemplo. Neste caso as tarefas que não
As variáveis do triângulo de gerência de projeto fazem parte do caminho crítico podem ser executadas para que a
Alguns empreendimentos necessitam ser executados e entre- equipe não fique parada por exemplo.
gues sob determinadas variáveis. As variáveis principais também O principio de Pareto, também conhecida pela regra 80-20 se
podem ser denominadas como tradicionais. São eles o escopo, o resume em que 80% dos efeitos são provenientes de 20% das cau-
tempo e o custo. Isto é conhecido também como “triângulo da ge- sas. O estudioso de Administração Joseph M. Juran identificou o
rência de projeto”, onde cada lado representa uma variável. Um principio que ganhou este nome após o economista Italiano Vilfre-
lado do triângulo não pode ser mudado sem impactar no outro. do Pareto ter observado que 80% da renda Italiana é proveniente
A restrição do tempo influencia o prazo até o termino do pro- de 20% da população. Esta é uma regra comum nos negócios, em
jeto. A restrição de custo informa o valor monetário incluído no or- geral 80% das suas vendas são provenientes de 20% de seus clien-
çamento disponível para o projeto. Já a restrição do escopo designa tes.
o que deve ser feito para produzir o resultado de fim do projeto. O princípio de Pareto é um bom critério para você usar no pla-
Estas três variáveis estão frequentemente competindo: o escopo nejamento e análise do seu projeto. Não estamos falando que a re-
aumentado significa tipicamente o tempo aumentado e o custo lação será precisamente 80-20, pode-se variar entre 90-10 e 70-30,
aumentado, uma restrição apertada de tempo poderia significar mas geral fica nesta faixa.
custos aumentados e o escopo reduzido, e um orçamento aperta- Por exemplo 80% do custo do seu projeto esta relacionado à
do poderia significar o tempo aumentado e o escopo reduzido. A 20% das tarefas, ou 80% do prazo esta relacionado à 20% das tare-
disciplina da gerência de projeto é sobre fornecer as ferramentas fas, e por ai vai. O importante mesmo é identificar no seu projeto
e as técnicas que permitem a equipe de projeto (não apenas ao quais as tarefas que fazem parte destes 20% e dedicar uma atenção
gerente de projeto) organizar seu trabalho para se encontrar com especial à elas.
estas variáveis.

Tempo ou prazo
O tempo requerido para terminar as etapas do projeto, é nor-
malmente influenciado quando se pretende baixar o tempo para
execução de cada tarefa que contribui diretamente à conclusão de
cada componente. Ao executar tarefas usando a gerência de proje-
to, é importante cortar o trabalho em diversas partes menores de
modo que seja fácil definirmos condições de criticidade e de folga.

Editora
304
304
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Etapas de um projeto Para manter o controle sobre o projeto do início ao fim, um
Todo projeto é desenvolvido em cinco etapas: Iniciação, plane- gerente de projetos utiliza várias técnicas, dentre as quais se des-
jamento, execução, controle e conclusão. tacam:
- Planejamento de projeto
- Análise de valor agregado
- Gerenciamento de riscos de projeto
- Cronograma
- Melhoria de processo

LEI FEDERAL Nº 12.527/2011 E SUAS ALTERAÇÕES (LEI DE


ACESSO À INFORMAÇÃO)

LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.

Mensagem de veto
Vigência
Regulamento Regula o acesso a informações previsto no inciso
XXXIII do art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216
da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
Iniciação é a etapa onde tomamos conhecimento do projeto a
1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos
ser feito, é o momento da confecção do briefing, ou de sua leitura à
da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.
equipe, é nesta hora onde surgem diversas dúvidas do projeto. Em
geral é uma etapa que deve ser desenvolvida em uma reunião de
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
brainstorming.
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Planejamento é onde o projeto é detalhado, se aplicarmos o
principio de Pareto, é onde investimos 80% do nosso tempo. É o
CAPÍTULO I
momento em que detalhamos as atividades, pesquisamos, deter-
DISPOSIÇÕES GERAIS
minamos prazos, alocamos recursos e custos. O resultado do plane-
jamento é uma lista de tarefas e/ou um gráfico de Gantt.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser-
Execução é o objetivo do projeto, é a “hora da verdade”, quem
vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim
executa é o gestor técnico,é a hora de colocar o projeto em prática.
de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
Controle, o gestor do projeto faz o controle da execução, re-
5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Consti-
gistrando tempo e recursos, e gerenciando as possíveis mudanças.
tuição Federal.
Conclusão é a hora em que o projeto termina.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
Na verdade as cinco etapas do projeto não acontecem como
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos
uma sequência linear, afinal, como já vimos existem problemas não
Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju-
previstos, existem ajustes à serem feitos. E estes ajustes são feitos
diciário e do Ministério Público;
“on the fly”, ou seja, durante a execução do projeto, configurando
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
um ciclo claro que passa por execução, controle e planejamento.
as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
Geralmente na hora da execução é que o planejamento é pos-
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu-
to a prova, o controle é o acompanhamento que o gestor de pro-
nicípios.
jetos faz junto ao gestor técnico, ele registra os tempos e uso de
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às
recursos. Este controle pode apontar tanto uma tendência à eco-
entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza-
nomia de recursos quando à necessidade de utilizar recursos alem
ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente
do planejado.
do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão,
É atribuição do gestor de projetos revisar seu planejamento
termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen-
para avaliar os impactos destas variações e tomar as devidas pro-
tos congêneres.
vidências.
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en-
O gerenciamento de projetos tenta adquirir controle sobre es-
tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos
sas três variáveis (tempo, custo, escopo), no entanto, algumas lite-
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas
raturas definem como quatro variáveis, sendo qualidade a quarta
a que estejam legalmente obrigadas.
variável, contudo a qualidade é uma das principais componentes
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as-
do escopo. Estas variáveis podem ser dadas por clientes externos
segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser
ou internos. O(s) valor(es) das variáveis remanescentes está/estão
executados em conformidade com os princípios básicos da adminis-
a cargo do gerente do projeto, idealmente baseado em sólidas téc-
tração pública e com as seguintes diretrizes:
nicas de estimativa.
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo
Geralmente, os valores em termos de tempo, custo, qualidade
como exceção;
e escopo são definidos por contrato.
II - divulgação de informações de interesse público, indepen-
dentemente de solicitações;

Editora
305
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec- V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-
nologia da informação; dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú-
na administração pública; blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis-
V - desenvolvimento do controle social da administração pú- trativos; e
blica. VII - informação relativa:
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro-
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti- gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem
lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em como metas e indicadores propostos;
qualquer meio, suporte ou formato; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in-
que seja o suporte ou formato; cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente VIII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.345, de 2022)
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade § 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende
para a segurança da sociedade e do Estado; as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen-
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu-
identificada ou identificável; rança da sociedade e do Estado.
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à § 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena- sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa- parte sob sigilo.
ção; § 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co- neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão
nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au- e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato deci-
torizados; sório respectivo.
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido § 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for-
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in- mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não
divíduo, equipamento ou sistema; fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in- termos do art. 32 desta Lei.
clusive quanto à origem, trânsito e destino; § 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva docu-
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor- mentação.
mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e § 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o res-
ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com- ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de
preensão. 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro-
vem sua alegação.
CAPÍTULO II Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in-
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte-
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa- resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: § 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, de-
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo aces- verão constar, no mínimo:
so a ela e sua divulgação; I - registro das competências e estrutura organizacional, en-
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi-
autenticidade e integridade; e mento ao público;
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur-
observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even- sos financeiros;
tual restrição de acesso. III - registros das despesas;
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen- IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, in-
de, entre outros, os direitos de obter: clusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de contratos celebrados;
acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações,
obtida a informação almejada; projetos e obras de órgãos e entidades; e
II - informação contida em registros ou documentos, produ- VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou § 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti-
não a arquivos públicos; dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí-
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios
entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos oficiais da rede mundial de computadores (internet).
ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; § 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regula-
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:

Editora
306
306
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conce-
acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em der o acesso imediato à informação disponível.
linguagem de fácil compreensão; § 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve-
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani- rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta,
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos efetuar a reprodução ou obter a certidão;
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura- parcial, do acesso pretendido; ou
ção da informação; III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda,
disponíveis para acesso; remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; interessado da remessa de seu pedido de informação.
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co- § 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais
municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entida- 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientifi-
de detentora do sítio; e cado o requerente.
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili- § 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações
dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po-
17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada a informação de que necessitar.
pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008. § 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de infor-
§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha- mação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser infor-
bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet mado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua
a que se refere o § 2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe-
em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e tente para sua apreciação.
financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com- § 5º A informação armazenada em formato digital será forneci-
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade da nesse formato, caso haja anuência do requerente.
Fiscal). § 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público
Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me- em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de
diante: acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir
entidades do poder público, em local com condições apropriadas a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão
para: ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa- se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si
ções; mesmo tais procedimentos.
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res- Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação é
pectivas unidades; gratuito.(Redação dada pela Lei nº 14.129, de 2021)(Vigência)
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a infor- § 1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o
mações; e valor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos ma-
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à teriais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da
participação popular ou a outras formas de divulgação. informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela
entidade pública consultada.(Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021)
CAPÍTULO III (Vigência)
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO § 2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no § 1º des-
te artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo
SEÇÃO I sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos ter-
DO PEDIDO DE ACESSO mos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. (Incluído pela Lei nº
14.129, de 2021)(Vigência)
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em
acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de-
desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta
identificação do requerente e a especificação da informação reque- confere com o original.
rida. Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o
§ 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi- interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão
ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não
a solicitação. ponha em risco a conservação do documento original.
§ 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão
alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
seus sítios oficiais na internet.
§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos
determinantes da solicitação de informações de interesse público.

Editora
307
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
SEÇÃO II Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº
DOS RECURSOS 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata
este Capítulo.
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou
às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re- CAPÍTULO IV
curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
ciência.
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui- SEÇÃO I
camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se DISPOSIÇÕES GERAIS
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti- Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária
dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) Parágrafo único. As informações ou documentos que versem
dias se: sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos prati-
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne- cada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não
gado; poderão ser objeto de restrição de acesso.
II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par- Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi- legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo
ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi-
pedido de acesso ou desclassificação; ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa qualquer vínculo com o poder público.
estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi- SEÇÃO II
mentos previstos nesta Lei. DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO GRAU E
§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri- PRAZOS DE SIGILO
gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre-
ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie-
àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor-
de 5 (cinco) dias. mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:
§ 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro- I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida-
ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado- de do território nacional;
te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as
nesta Lei. relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas
§ 3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;
União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavalia- III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
ção de Informações, a que se refere o art. 35. IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica- ou monetária do País;
ção de informação protocolado em órgão da administração públi- V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi-
ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da cos das Forças Armadas;
área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava- VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen-
liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16. volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens,
§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri- instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;
gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia- VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori-
ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de in-
Armadas, ao respectivo Comando. vestigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a pre-
§ 2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como venção ou repressão de infrações.
objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi-
caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à
prevista no art. 35. segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias ultrassecreta, secreta ou reservada.
proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica- § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação,
ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró- conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data
pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em de sua produção e são os seguintes:
seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido. II - secreta: 15 (quinze) anos; e
Art. 19. (VETADO). III - reservada: 5 (cinco) anos.
§ 1º (VETADO). § 2º As informações que puderem colocar em risco a segurança
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor- do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju-
marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si-
Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato,
recurso, negarem acesso a informações de interesse público. em caso de reeleição.
Editora
308
308
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º , poderá ser III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos
estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia,
de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
do prazo máximo de classificação. Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula-
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis-
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au- posto nesta Lei.
tomaticamente, de acesso público. § 1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere
§ 5º Para a classificação da informação em determinado grau à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: no exterior, vedada a subdelegação.
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do § 2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre-
Estado; e to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de-
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo
defina seu termo final. previsto em regulamento.
§ 3º A autoridade ou outro agente público que classificar in-
SEÇÃO III formação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE INFORMAÇÕES SIGILOSAS trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a
que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento.
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si-
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os
assegurando a sua proteção.(Regulamento) seguintes elementos:
§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas- I - assunto sobre o qual versa a informação;
sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne- II - fundamento da classificação, observados os critérios esta-
cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na belecidos no art. 24;
forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou
públicos autorizados por lei. dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites
§ 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a previstos no art. 24; e
obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. IV - identificação da autoridade que a classificou.
§ 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no
serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo mesmo grau de sigilo da informação classificada.
a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela au-
divulgação não autorizados. toridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente supe-
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne- rior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs-
cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução
conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu- do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.(Regulamento)
rança para tratamento de informações sigilosas. § 1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto-
razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades ridades ou agentes públicos.
de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne- § 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa-
cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de
observem as medidas e procedimentos de segurança das informa- danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
ções resultantes da aplicação desta Lei. § 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação,
o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua
SEÇÃO IV produção.
DOS PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu-
E DESCLASSIFICAÇÃO blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à
veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de
Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da regulamento:
administração pública federal é de competência:(Regulamento) I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: últimos 12 (doze) meses;
a) Presidente da República; II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com
b) Vice-Presidente da República; identificação para referência futura;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro- III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de
gativas; informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa-
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e ções genéricas sobre os solicitantes.
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes § 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi-
no exterior; cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes.
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos § 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de
titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda- informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo
des de economia mista; e e dos fundamentos da classificação.

Editora
309
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
SEÇÃO V VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con-
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de
agentes do Estado.
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito § 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e
de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con-
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias sideradas:
individuais. I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas,
§ 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati- transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne-
vas à intimidade, vida privada, honra e imagem: les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica- contravenção penal; ou
ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro
sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão
à pessoa a que elas se referirem; e ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei- estabelecidos.
ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa § 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou
a que elas se referirem. agente público responder, também, por improbidade adminis-
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata trativa, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de
este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992.
§ 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será exi- Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor-
gido quando as informações forem necessárias: mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às
física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamen- seguintes sanções:
te para o tratamento médico; I - advertência;
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi- II - multa;
dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a III - rescisão do vínculo com o poder público;
identificação da pessoa a que as informações se referirem; IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe-
III - ao cumprimento de ordem judicial; dimento de contratar com a administração pública por prazo não
IV - à defesa de direitos humanos; ou superior a 2 (dois) anos; e
V - à proteção do interesse público e geral preponderante. V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
§ 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran-
honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito te a própria autoridade que aplicou a penalidade.
de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o § 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli-
titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol- cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa
tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância. do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata- § 2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente
mento de informação pessoal. quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti-
dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
CAPÍTULO V aplicada com base no inciso IV.
DAS RESPONSABILIDADES § 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên-
cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública,
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili- facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo
dade do agente público ou militar: de 10 (dez) dias da abertura de vista.
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des- Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamen-
ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la te pelos danos causados em decorrência da divulgação não autori-
intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; zada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili- pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos
zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi-
mento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na-
função pública; tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso ou pessoal e a submeta a tratamento indevido.
à informação;
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir CAPÍTULO VI
acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal; DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de
terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou Art. 35. (VETADO).
por outrem; § 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in- ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so-
formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá
de terceiros; e competência para:

Editora
310
310
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
I - requisitar da autoridade que classificar informação como ul- § 4º As informações classificadas como secretas e ultrassecre-
trassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte- tas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas,
gral da informação; automaticamente, de acesso público.
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se- Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência
cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi-
observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo ór-
ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu gão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a
nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1º II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre-
do art. 24. sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
§ 2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno- III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação
vação. e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao
§ 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1º deve- correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum-
prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.
ou secretos. Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis-
§ 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de tração pública federal responsável:
Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3º implicará a I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo-
desclassificação automática das informações. mento à cultura da transparência na administração pública e cons-
§ 5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e cientização do direito fundamental de acesso à informação;
funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao
observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de- desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi-
mais disposições desta Lei.(Regulamento) nistração pública;
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra- III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad-
tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco- ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi-
mendações constantes desses instrumentos. cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30;
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti- IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório
tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre- anual com informações atinentes à implementação desta Lei.
denciamento (NSC), que tem por objetivos:(Regulamento) Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei
I - promover e propor a regulamentação do credenciamento no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu-
de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para blicação.
tratamento de informações sigilosas; e Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem-
II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com “Art. 116. ...................................................................
os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, ............................................................................................
acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do
das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver
órgãos competentes. suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or- dade competente para apuração;
ganização e funcionamento do NSC. .................................................................................” (NR)
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no- Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990,
vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí- passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:
dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover- “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-
namentais ou de caráter público. vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea- perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secre- autoridade competente para apuração de informação concernente
tas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento,
vigência desta Lei. ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun-
§ 1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia- ção pública.”
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre- Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
vistos nesta Lei. em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas
§ 2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis-
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Co- posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III.
missão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos Art. 46. Revogam-se:
desta Lei. I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após
legislação precedente. a data de sua publicação.
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e
123º da República.
Editora
311
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
DILMA ROUSSEFF “Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o
José Eduardo Cardoso cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III do pa-
Celso Luiz Nunes Amorim rágrafo único do art. 48 e do art. 48-A:
Antonio de Aguiar Patriota I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Miriam Belchior Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes;
Paulo Bernardo Silva II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000
Gleisi Hoffmann (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes;
José Elito Carvalho Siqueira III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000
Helena Chagas (cinquenta mil) habitantes.
Luís Inácio Lucena Adams Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão
Jorge Hage Sobrinho contados a partir da data de publicação da lei complementar que
Maria do Rosário Nunes introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo.”
“Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos pra-
zos previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos
LEI COMPLEMENTAR Nº 131/2009 (LEI DA TRANSPARÊN- II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à
CIA)
sanção prevista no inciso I do § 3o do art. 23.”
Art. 3o Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua
publicação.
LEI COMPLEMENTAR Nº 131, DE 27 DE MAIO DE 2009 Brasília, 27 de maio de 2009; 188o da Independência e
121o da República.
Acrescenta dispositivos à Lei Complementar no 101, de 4 de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas Tarso Genro
para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, a Guido Mantega
fim de determinar a disponibilização, em tempo real, de informa- Paulo Bernardo Silva
ções pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira Luiz Augusto Fraga Navarro de Britto Filho
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: QUESTÕES
Art. 1o O art. 48 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de
2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 48. ...................................................................................
1. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
Parágrafo único. A transparência será assegurada também me-
RECEITA FEDERAL - PROVA 01) - Analise os itens a seguir e assinale
diante:
a opção correta.
I – incentivo à participação popular e realização de audiências
I. A tomada de decisão pode ser descrita como o ato de iden-
públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos pla-
tificar e selecionar um curso de ação para lidar com um problema
nos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;
específico.
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da
II. As decisões são normalmente classificadas como programa-
sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a
das e não programadas.Porém, há aquelas que não se enquadram
execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de aces-
em nenhuma das duas definições e são chamadas de decisões im-
so público;
previsíveis ou baseada em incerteza.
III – adoção de sistema integrado de administração financeira
III. O planejamento consiste na tomada antecipada de decisões
e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido
sobre o que fazer antes que a ação seja necessária.
pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A.” (NR)
Art. 2o A Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, pas-
Alternativas
sa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 48-A, 73-A, 73-B e 73-C:
(A) Somente I e II estão corretas.
“Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo
(B) Somente II e III estão corretas.
único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer
(C) Somente I e III estão corretas.
pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a:
(D) Nenhuma das afirmativas está correta.
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades
(E) Todas as afirmativas estão corretas.
gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua
realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao
2. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao ser-
RECEITA FEDERAL - PROVA 01) -Analise os itens a seguir e assinale
viço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento
a opção correta.
e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;
I. O planejamento estratégico é elaborado no nível institucio-
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a
nal, tem conteúdo detalhado e analítico abordando cada unidade
receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extra-
organizacional em separado.
ordinários.”
II. O planejamento impõe racionalidade e proporciona rumo às
“Art. 73-A.  Qualquer cidadão, partido político, associação ou
ações da organização.
sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de
III. O planejamento estratégico é definido na área de intersec-
Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumpri-
ção dos conjuntos definidos pelos parâmetros viabilidade externa,
mento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar.”
capacidade interna e visão compartilhada.

Editora
312
312
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
(A) Somente I e II estão corretas. 6. (ESAF - 2012 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
(B) Somente II e III estão corretas. RECEITA FEDERAL - PROVA 01)
(C) Somente I e III estão corretas. “Só se gerencia aquilo que se mede.” Tomando-se a afirmativa
(D) Nenhuma das afirmativas está correta. como verdadeira, é correto afirmar que:
(E) Todas as afirmativas estão corretas. (A) indicadores são valores, não devendo ser interpretados
como regras que associam práticas sociotécnicas a escalas.
3. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA (B) indicadores somente são aplicáveis a medições de objetivos
RECEITA FEDERAL - PROVA 01) -Analise os itens a seguir e assinale vinculados ao planejamento estratégico.
a opção correta. (C) se for possível de medir, deve-se construir indicadores in-
I. Na criação do conhecimento, o conhecimento tácito é pes- dependentemente do que vai ser medido ou da complexidade
soal, difícil de formalizar e comunicar. Já o conhecimento explícito da medição.
refere-se ao que pode ser transmitido na linguagem formal. (D) indicador é um dado que juntamente com outros pode au-
II. Um processo é um conjunto de atividades encadeadas, que xiliar o administrador na tomada de decisão.
devem ser realizadas por pessoas e não por máquinas. (E) os indicadores somente podem ser quantitativos, pois valo-
III. Os recursos aplicados por unidade de saída e o tempo de res qualitativos são impossíveis de medir.
processamento por unidade produzida são medidas de eficiência.
7. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Fe-
(A) Somente II e III estão corretas. deral - Prova 01) - Entre as afirmativas sobre o processo decisório,
(B) Somente I e II estão corretas. assinale a opção correta.
(C) Somente I e III estão corretas. (A) Em um sistema autoritário benevolente, o processo de de-
(D) Nenhuma das afirmativas está correta. cisão é altamente descentralizado, com delegação ampla de
(E) Todas as afirmativas estão corretas. autoridade.
(B) Em qualquer sistema de gestão, o processo decisório é con-
trolado por políticas e diretrizes e pela delegação de autorida-
4. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA
de.
RECEITA FEDERAL - PROVA 01) - Analise os itens a seguir e assinale
(C) Em um sistema participativo, o processo de decisão envolve
a opção correta.
decisões tomadas sempre no nível operacional.
I. O controle,assim como o planejamento,existe nos três níveis
(D) Em um sistema consultivo, o processo de decisão é partici-
organizacionais: o estratégico,o intermediário e o operacional. pativo-consultivo e a decisão final acontece em qualquer nível
II. A avaliação do desempenho do pessoal é um tipo de controle hierárquico.
organizacional e pode incluir informações sobre índices como pro- (E) Em um sistema autoritário coercitivo, o processo de decisão
dução por empregado. é altamente centralizado, sobrecarregando o nível institucio-
III. Entre as melhores práticas de governança corporativa reco- nal.
mendadas pelo Instituto Nacional de Governança Corporativa para
a área de gestão estão a transparência, a clareza e a objetividade na 8. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Fe-
prestação de contas. deral - Prova 01) - Entre as opções abaixo selecione a mais correta.
(A) No nível institucional o planejamento envolve a determina-
(A) Somente I e II estão corretas. ção de objetivos departamentais e operacionais.
(B) Somente II e III estão corretas. (B) No nível intermediário o planejamento é tático e trata da
(C) Somente I e III estão corretas. alocação de recursos.
(D) Nenhuma das afirmativas está correta. (C) No nível intermediário o planejamento desdobra estraté-
(E) Todas as afirmativas estão corretas. gias em planos operacionais.
(D) No nível operacional o planejamento desdobra planos ope-
racionais em planos estratégicos.
5. (ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA (E) No nível operacional o planejamento desdobra planos es-
RECEITA FEDERAL - PROVA 01) -Analise os itens a seguir e assinale tratégicos em operacionais.
a opção correta.
I. A liderança, a direção e a gerência são um mesmo papel que 9.ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
necessariamente deve ser desempenhado pelo administrador. CEITA FEDERAL
II. Uma das características da liderança autocrática é o compor- O termo governança pode ser entendido como:
tamento do líder que assume o papel de membro do grupo e atua (A) conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os de-
somente quando é solicitado. cisores governamentais a prestarem contas dos resultados de
III. A motivação está relacionada a três aspectos diretamente suas ações, garantindo-se maior transparência e a exposição
vinculados ao comportamento: a liderança,os objetivos organiza- das políticas públicas.
cionais e a tomada de decisão. (B) a forma com que os recursos econômicos e sociais de um
país são gerenciados, com vistas a promover o desenvolvimen-
(A) Somente I e II estão corretas. to.
(B) Somente II e III estão corretas. (C) as condições do exercício da autoridade política.
(C) Somente I e III estão corretas. (D) um conceito que está relacionado estreitamente ao univer-
so político-administrativo anglo-saxão.
(D) Nenhuma das afirmativas está correta.
(E) o reconhecimento que tem uma ordem política.
(E) Todas as afirmativas estão corretas.

Editora
313
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
10.ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE- 12.ESAF - 2012 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
CEITA FEDERAl CEITA FEDERAL
Considerando-se os modelos teóricos de administração públi- Entre novas tecnologias gerenciais e organizacionais aplicadas
ca:patrimonialista,burocrático e gerencial, é correto afirmar que: à Administração Pública, temos a Carta de Serviços ao Cidadão, pre-
(A) a Administração Pública burocrática acredita em uma ra- conizada pelo Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocra-
cionalidade absoluta, pregando o formalismo, rigidez e o rigor tização - GESPÚBLICA, no Ministério do Planejamento, Orçamento
técnico. e Gestão. Segundo o GESPÚBLICA, a Carta de Serviços tem como
(B) a Administração Pública burocrática pensa na sociedade premissas
como um campo de conflito, cooperação e incerteza, na qual (A) transparência e accountability.
os cidadãos defendem seus interesses e afirmam suas posições (B) Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei de Acesso à Informação.
ideológicas. (C) gestão de processos e prestação de contas ao cidadão.
(C) a Administração Pública burocrática prega a descentraliza- (D) foco no cidadão e indução do controle social.
ção, com delegação de poderes, atribuições e responsabilida- (E) canais de acesso à informação pelo cidadão e governo ele-
des para os escalões inferiores. trônico.
(D) a Administração Pública Gerencial é autorreferente e se
concentra no processo, em suas próprias necessidades e pers- 13.ESAF - 2012 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
pectivas, sem considerar a alta ineficiência envolvida. CEITA FEDERAL
(E) a Administração Pública Gerencial assume que o modo mais
Sobre o modelo de Administração Pública Burocrática, é corre-
seguro de evitar o nepotismo e a corrupção é pelo controle rígi-
to afirmar que:
do dos processos com o controle de procedimentos.
(A) pensa na sociedade como um campo de conflito, coopera-
ção e incerteza, na qual os cidadãos defendem seus interesses
11.ESAF - 2014 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE- e afirmam suas posições ideológicas.
CEITA FEDERAL (B) assume que o modo mais seguro de evitar o nepotismo e a
Conforme o Instrumento “Para Avaliação da Gestão Públi- corrupção é pelo controle rígido dos processos, com o controle
ca”(Brasil,2010),diversas características inerentes à natureza pú- de procedimentos.
blica diferenciam as organizações da administração pública das (C) prega a descentralização, com delegação de poderes, atri-
organizações da iniciativa privada.É incorreto apresentar como ca- buições e responsabilidades para os escalões inferiores.
racterística: (D) preza os princípios de confiança e descentralização da deci-
(A) o controle social é requisito essencial para a administração são, exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de estru-
pública contemporânea em regimes democráticos, o que re- turas e descentralização de funções.
sulta em garantia de transparência de suas ações e atos e na (E) o administrador público prega o formalismo, o rigor técnico
institucionalização de canais de participação social, enquanto e preocupa-se em oferecer serviços, e não em gerir programas.
as organizações privadas estão fortemente orientadas para a
preservação e proteção dos interesses corporativos (dirigentes 14.ESAF - 2009 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
e acionistas). CEITA FEDERAL
(B) a administração pública e as organizações privadas não po- No âmbito da administração pública, o empreendedorismo
dem fazer acepção de pessoas, devem tratar a todos igualmen- pressupõe a incorporação dos seguintes comportamentos, exceto:
te e com qualidade. O tratamento diferenciado não é permitido (A) participação dos cidadãos nos momentos de tomada de de-
por lei. cisão.
(C) a administração pública só pode fazer o que a lei permite, (B) substituição do foco no controle dos inputs pelo controle
enquanto a iniciativa privada pode fazer tudo que não estiver dos outputs e seus impactos.
proibido por lei. A legalidade fixa os parâmetros de controle da (C) criação de mecanismos de competição dentro das organiza-
administração e do administrador, para evitar desvios de con- ções públicas e entre organizações públicas e privadas.
duta. (D) adoção de uma postura reativa, em detrimento da proativa,
(D) a administração pública tem o poder de regular e gerar e elaboração de planejamento estratégico, de modo a antever
obrigações e deveres para a sociedade, assim, as suas decisões problemas potenciais.
e ações normalmente geram efeitos em larga escala para a so- (E) aumento de ganhos por meio de aplicações financeiras e
ciedade e em áreas sensíveis. O Estado é a única organização ampliação da prestação de serviços remunerados.
que, de forma legítima, detém este poder de constituir unilate-
ralmente obrigações em relação a terceiros.
15.ESAF - 2009 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
(E) as organizações privadas buscam o lucro financeiro e formas
CEITA FEDERAL
de garantir a sustentabilidade do negócio. A administração pú-
Sob o ponto de vista do cidadão, podemos afirmar que os se-
blica busca gerar valor para a sociedade e formas de garantir o
guintes mecanismos, todos acessíveis pela Internet, são mantidos
desenvolvimento sustentável, sem perder de vista a obrigação
de utilizar os recursos de forma eficiente. pelo governo federal como instrumentos de transparência, exceto:
(A) ComprasNet.
(B) SIAFI.
(C) Portal Brasil.
(D) Portal da Transparência.
(E) Portal de Convênios.

Editora
314
314
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
16.ESAF - 2009 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE- 19.ESAF - 2009 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
CEITA FEDERAl CEITA FEDERAL
Sobre o tema ‘governabilidade, governança e accountability’, Considerando os modelos teóricos de Administração Pública, é
assinale a opção incorreta. incorreto afirmar que, em nosso país:
(A) A accountability visa a fortalecer o controle social e político, (A) o maior trunfo do gerencialismo foi fazer com que o mo-
em detrimento do controle burocrático. delo burocrático incorporasse valores de eficiência, eficácia e
(B) Governança pode ser entendida como um modelo horizon- competitividade.
tal de relação entre atores públicos e privados no processo de (B) o patrimonialismo pré-burocrático ainda sobrevive, por
elaboração de políticas públicas. meio das evidências de nepotismo, gerontocracia e designa-
(C) O conceito de governança possui um caráter mais amplo ções para cargos públicos baseadas na lealdade política.
que o conceito de governabilidade. (C) a abordagem gerencial foi claramente inspirada na teoria
(D) As parcerias público-privadas (PPPs) constituem um exem- administrativa moderna, trazendo, para os administradores pú-
plo de coordenação de atores estatais e não estatais, típico da blicos, a linguagem e as ferramentas da administração privada.
governança. (D) no Núcleo Estratégico do Estado, a prevalência do modelo
(E) A governabilidade refere-se mais à dimensão estatal do burocrático se justifica pela segurança que ele proporciona.
exercício do poder. (E) tal como acontece com o modelo burocrático, o modelo ge-
rencial adotado também se preocupa com a função controle.
17.ESAF - 2009 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE-
CEITA FEDERAL
Uma correta análise da adoção da chamada Nova Gestão Públi- GABARITO
ca, pelo Brasil, revela que:
(A) em sua forma original, a Constituição Federal de 1988 já dis-
ponibilizava a base legal sufi ciente para a implementação da- 1 C
quele novo modelo de gestão, sem a necessidade de reformas.
(B) toda a máquina pública passou a adotar o controle por re- 2 B
sultados, razão pela qual foram descontinuados alguns meca- 3 C
nismos de controle financeiro e orçamentário até então exis-
tentes. 4 E
(C) com o aumento da descentralização, visava-se reduzir o ní- 5 D
vel de accountability a que se submeteriam os órgãos regula-
6 D
dores.
(D) no plano federal, a implementação das Organizações So- 7 E
ciais sagrou-se vitoriosa, havendo, hoje, milhares delas espa- 8 B
lhadas pelo país, prestando serviços públicos essenciais.
(E) o Estado tinha por objetivo atuar mais como regulador e 9 B
promotor dos serviços públicos, buscando, preferencialmente, 10 A
a descentralização, a desburocratização e o aumento da auto-
11 B
nomia de gestão.
12 D
18.ESAF - 2009 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL DA RE- 13 B
CEITA FEDERAL
O estudo das experiências de reformas administrativas havidas 14 D
em nosso país permite concluir, acertadamente, que: 15 B
(A) a retórica da reforma dos anos 1930 avançou do ponto de
16 A
vista dos princípios políticos que a orientaram, a sa- ber: parti-
cipação, accountability e controle social. 17 E
(B) a tentativa de modernização do aparelho de Estado, espe- 18 C
cialmente a da década de 1960, teve como consequência o for-
talecimento da administração direta, em detrimento da admi- 19 A
nistração indireta.
(C) no sentido weberiano do termo, o Brasil nunca chegou a ter
um modelo de burocracia pública consolidada.
(D) ao contrário de outros países, o modelo de nova gestão
pública, adotado a partir dos anos 1990, possuiu inspiração
autóctone e em nada se valeu das experiências britânica e es-
tadunidense.
(E) a partir da década de 1990, caminhamos rumo a uma nova
administração pública, de caráter gerencialista, visando conso-
lidar o ideário keynesiano e o estado do bem-estar social.

Editora
315
a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

ANOTAÇÕES

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________
Editora
316
316
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS

Já os dados ordinais são usados quando existe uma ordenação


CONCEITOS, ATRIBUTOS, MÉTRICAS, TRANSFORMAÇÃO entre as categorias. Exemplos: escolaridade (1º, 2º, 3º graus),
DE DADOS estágio da doença (inicial, intermediário, terminal), mês de
observação (janeiro, fevereiro,…, dezembro).
Entretanto, as distinções são menos rígidas do que a descrição
CONCEITOS, ATRIBUTOS, MÉTRICAS, TRANSFORMAÇÃO DE acima insinua. Uma variável originalmente quantitativa pode ser
DADOS coletada de forma qualitativa.
Por exemplo é o peso dos lutadores de boxe, uma variável
Dados
quantitativa (contínua) se trabalharmos com o valor obtido na
Os dados são tão importantes para Ciência de dados quanto balança, mas qualitativa (ordinal) se o classificarmos nas categorias
a ciência é para facilitar nossa vida. Existem diversos tipos deles1. do boxe (peso-pena, peso-leve, peso-pesado etc.).
Antes de falar sobre os tipos de dados, precisamos primeiro Um outro ponto importante é que nem sempre uma variável
definir alguns termos que serão frequentemente usados representada por números é quantitativa. O número do telefone
posteriormente, um deles é o dataset. Um dataset, se traduzido de uma pessoa, o número da casa, o número de sua identidade. Às
literalmente é um conjunto de dados, mas essa não é uma boa vezes o sexo do indivíduo é registrado na planilha de dados como
representação pois conjunto de dados passa uma ideia muito mais 1 se macho e 2 se fêmea, por exemplo. Isto não significa que a
abrangente, um dataset é sim um conjunto de dados, porém com variável sexo passou a ser quantitativa.
uma estrutura bem definida e que normalmente pode ser descrito
Dados Faltando ou Inválidos
em formato de tabela.
E como nem sempre (na maioria das vezes, na verdade) nosso
DataSet vem perfeito, é preciso então encontrar esses dados que
não estão presentes ou que não condizem com os padrões dos
outros dados da coluna e tratá-los. Esse processo inicial chamado
de data wrangling — preparação dos dados — é de extrema
importância e vai definir o sucesso ou fracasso da nossa análise.
Atributos
Os atributos descrevem as propriedades das entidades2.
A entidade pessoa pode ter como atributo o nome, data de
Dados Numéricos
nascimento, idade, endereço. Como as entidades, também existem
Dados numéricos são dados representados por números como alguns tipos de atributos, que são: os atributos simples, atributos
o nome sugere, estes dividem-se em dois subgrupos: Discretos e compostos, atributos multivalorados, atributos derivados e
Contínuos. atributos chave.
Os discretos representam valores inteiros, como “a quantidade As entidades representam um objeto do mundo real e que
de vezes que eu alunos que fecharam uma prova” ou “quantos possuem uma existência independente, como: pessoas, empresa,
passos eu gasto pra chegar no IMD”, são valores aos quais não faz carro, casa, entre outras coisas que podem ser representadas por
sentido ter um valor quebrado/fração. uma entidade.
Enquanto os contínuos servem para representar esse outro
Atributo Simples
universo em que as os valores podem ser quebrados como “a
velocidade média dos carros de fórmula um durante o GP do Brasil” Atributos simples são indivisíveis, ou seja, são atributos
ou “o K/D de um jogador durante uma partida de rainbow six siege”. atômicos, um exemplo seria o atributo CPF, ele não pode ser dividido
em partes menores para formar outros atributos, ele é indivisível.
Dados Categóricos
Atributo Composto
Dados categóricos são aqueles decorrentes de observações de
variáveis categóricas, ou seja, que identificam um caso para cada Atributos Compostos podem ser divididos em partes menores,
categoria. São divididos em dois tipos: nominais e ordinais. que representam outros atributos, como o atributo endereço, ele
ados nominais são uma subclasse de dados categóricos, ou pode ser subdividido em atributos menores, como, por exemplo,
seja, seus valores são divididos em categorias. Ao obtermos uma cidade, estado, rua, CEP.
variável nominal, não podemos afirmar que ela possui relação de Atributo Multivalorado
maior, menor ou qualquer outra medida com outra variável. Um atributo Multivalorado pode ter um ou N (vários) valores
Uma variável nominal é apenas igual ou diferente de outra. associados a ele, como, por exemplo, o atributo telefone de um
Assim, não possuímos nenhuma ordenação entre categorias, cliente, ele pode ter um ou vários telefones.
viabilizando tratamento de campos que não são mensurados, como
cor de cabelo, tipo sanguíneo, gênero musical e outros.
2 OLIVEIRA, Danielle. MER e DER: Definições, Banco de Dados e
1 LUCENA, W. Tipos de atributos e dados. Exemplos.
Editora
317
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Atributo Derivado Um time de marketing, por exemplo, pode fazer o uso do
Atributos derivados dependem de outro atributo ou até mesmo acompanhamento de informações-chave para as campanhas de
outra entidade para existir, como, por exemplo, o atributo idade e marketing, como: custo de aquisição, palavras-chave ranqueadas,
o atributo data de nascimento, para descobrimos a idade de uma número de visitantes, taxas de conversão, aquisição por clientes
pessoa precisamos da sua data de nascimento, então, consideramos dentre outras métricas.
o atributo idade como derivado do atributo data de nascimento. Dessa forma, com o apoio do uso de uma ferramenta de CRM,
os times de marketing e vendas conseguem ser muito mais eficazes
Atributo Chave
em suas ações, pois têm dados concretos em mãos, por conta do
O atributo chave é utilizado para identificar de forma única uma acompanhamento de métricas estratégicas.
entidade, ou seja, os valores associados a esse atributo são distintos
Transformação de Dados
dentre o conjunto de entidades. Como exemplo, podemos utilizar o
CPF de uma pessoa, ele é único e pode ser utilizado como atributo A transformação de dados é o processo de conversão de dados
chave, já que cada pessoa recebe um número de CPF distinto. brutos de um formato para outro para torná-los utilizáveis ​​pelo
sistema ou aplicativo de destino5. Inclui várias atividades, como
Métricas
“transformar” seus dados, filtrando-os com base em certas regras
As métricas são dados que medem quantitativamente o e unindo diferentes campos para obter uma visão consolidada. As
sucesso da execução de uma atividade, ajudando a entender o que ferramentas de transformação de dados ajudam a alcançar seu
dá certo (ou não) no seu trabalho3. Elas precisam ser o ponto de resultado final com facilidade.
partida para qualquer estratégia de negócio. A transformação é uma etapa intermediária importante na
Por isso, antes de iniciar qualquer plano, é preciso entender extração, transformação e carregamento Processo (ETL) - um
bem o que são métricas e qual a mais adequada para determinada pré-requisito para o carregamento. A maioria Ferramentas ETL
ação. As ferramentas de análise de dados possibilitam mensurar, também vêm com funções predefinidas que podem ser usadas para
monitorar e avaliar seus processos estratégicos, de uma maneira transformar seus dados de forma rápida e eficiente. As empresas
simples, clara e objetiva. costumam enfrentar desafios de transformação devido à baixa
Com o tempo, você vai conseguir avaliar melhor as métricas de qualidade dos dados.
desempenho das ações e fazer comparativos para tomar decisões Aqui estão algumas das etapas que estão envolvidas neste
mais assertivas. Mas, para escolher a métrica certa, você precisa processo:
definir previamente o que você quer e o que medir. - Identifique a estrutura dos arquivos de origem e extraia dados
Para você entender melhor o que são métricas, veja um deles;
exemplo de aplicação nas redes sociais: - Em seguida, mapeie os dados do arquivo de origem para a
O alcance representa o número de pessoas que entraram em ferramenta de transformação;
contato com uma publicação. Mesmo que alguém visualize um - Realize a transformação, ou seja, filtre, classifique, limpe ou
post por 3 vezes, por exemplo, ele será contabilizado como usuário agregue os dados;
único. - Finalmente, envie o arquivo transformado para o destino.
Já nas impressões, contabilizamos quantas vezes o post foi
Por que a Transformação de Dados é Importante?
exibido para o usuário. Somam-se todos os números, inclusive nos
casos em que o mesmo usuário visualiza o conteúdo mais de uma As empresas precisam transformar grandes volumes de dados
vez. por diversos motivos, como migração de dados para a nuvem,
Nos relatórios de análise das métricas, é possível verificar se consolidação de registros, exclusão de duplicatas, alteração de
as impressões são iguais, maiores ou menores do que o número de formatação etc.
pessoas alcançadas. A partir daí, você consegue direcionar melhor As transformações também são aplicadas para concatenar e
sua estratégia de conteúdo. validar dados, realizar pesquisas ou rotear dados para diferentes
Se precisar de dados sobre quantas pessoas realmente se destinos. É benéfico ter uma ferramenta de transformação de
engajaram com o conteúdo, basta usar a métrica de engajamento. dados com uma ampla gama de opções de transformação para
Uma auxilia a outra, tudo depende do seu objetivo final. Por isso, é poder manipular os dados da melhor maneira possível.
importante ter metas definidas antes de começar a mensurar. Vejamos um exemplo de transformação: suponha que um
banco adquira uma seguradora que opera na mesma região. Uma
Benefícios em Utilizar e Acompanhar Métricas
vez concluída a aquisição, é decidido que uma única folha de
Um ditado importante e que consegue resumir bem a pagamento será gerada para todos os funcionários. O processo
importância das métricas para as organizações é: “se você não sabe de geração da folha de pagamento teria sido direto se todos os
para onde ir, qualquer caminho serve”4. A célebre frase foi dita pelo dados dos funcionários estivessem armazenados em um sistema
Gato Cheshire à Alice, em Alice no País das Maravilhas e consegue unificado, como um data warehouse ou banco de dados.
resumir bem. No entanto, neste caso, uma empresa armazenou os dados dos
Isso porque as métricas são informações valiosas que vão funcionários em um SQL Server e a outra armazenou as informações
mensurar os resultados do sucesso ou fracasso. Nesse caso, se da folha de pagamento em uma planilha do Excel. Para criar uma
os líderes não sabem quais são os números, eles não sabem, folha de pagamento consolidada para os funcionários, os dados
consequentemente, qual caminho guiar os seus liderados para que precisam ser transformados para atender aos requisitos do sistema
os resultados melhorem. de destino, ou seja, arquivo Excel.
Nesse caso, a visão do gestor fica totalmente à mercê do
achismo e consequentemente cabível de falhas e visões viciadas
que podem prejudicar um olhar mais analítico.

3 NASCIMENTO, R. O que são métricas e como implementá-las em sua


empresa?
5 REHAN, A. O que é transformação de dados e como otimiza proces-
4 https://bit.ly/3Fz2Gi0 sos de negócios.
Editora
318
318
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS

Dados da origem do SQL Server e Excel sendo transformados e mapeados para um arquivo de destino do Excel.
Veja como o arquivo de destino cuida da transformação:

Visualização da folha de pagamento consolidada armazenada no arquivo do Excel


As transformações também podem ser usadas para extrair valores de diferentes tipos de dados. Em vez de sobrecarregar seus
sistemas com vários - muitas vezes desnecessários - registros, você pode usar diferentes tipos de transformações de dados para filtrar
dados irrelevantes.
Por exemplo, se você deseja gerar um relatório de todas as vendas realizadas em um determinado país, digamos os EUA, aplicando
o filtros A transformação evitará que o sistema de destino seja sobrecarregado desnecessariamente, pois apenas os registros relevantes
serão transmitidos.
Armazenar registros relevantes e comparativamente menores no sistema de destino significa menos consumo de memória durante o
processamento do pipeline de dados, o que reduzirá o tempo de execução.
Transformando Dados
Os dados podem ser transformados de várias maneiras, dependendo do seu objetivo e dos requisitos do sistema de destino. O usuário
deve estar ciente de certas regras e exemplos de transformação ao usar o software. As transformações pré-criadas podem não apenas ser
usadas para limpar, filtrar, dividir e juntar dados, mas também para enriquecê-los. Aqui estão alguns tipos de transformações de dados:
Filtrando Dados
As empresas precisam processar vários registros para recuperar dados relevantes para um cenário específico. Os dados podem ser
filtrados com base em uma ou mais regras. Você pode usar esses dados transformados para processamento adicional sem fazer o sistema
de destino funcionar em registros irrelevantes.

Editora
319
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS

Dados de uma fonte de comprimento fixo sendo filtrados para exibir registros dos EUA.
No exemplo de transformação de dados acima, o filtros a transformação é aplicada em um documento de origem Fixed Length para mostrar
registros apenas dos EUA.

Definindo a expressão que será usada para filtrar os dados.


Classificação de Dados
As grandes empresas geralmente precisam classificar seus dados para torná-los mais gerenciáveis. o tipo a transformação pode ser aplicada a
qualquer campo para organizar a saída em ordem crescente ou decrescente.
Aqui está um exemplo no qual a transformação Classificar é usada para exibir registros de ID do cliente em ordem decrescente:

Editora
320
320
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
A visualização dos dados do cliente armazenados no banco Análise Preditiva
de dados SQL Server é classificada em ordem decrescente de A análise preditiva utiliza fatos do passado para visualizar e pre-
CustomerID ver eventos futuros. Exatamente por isso, é uma das técnicas mais
Isso foi feito selecionando o campo CódigoDoCliente e demandadas no dia a dia das empresas, ajudando-as a se protege-
selecionando a ordem de classificação como decrescente da rem dos riscos e a aproveitarem melhor as oportunidades.
seguinte maneira. Para colocá-la em prática, é necessário coletar dados das mais
diversas fontes para cruzamento de informações que vão enrique-
cer a análise e trazer insights preditivos e inteligentes.
Análise Prescritiva
A análise prescritiva pode ser confundida com a preditiva, mas,
apesar das semelhanças, seu objetivo é diferente: ela não foca em
prever o futuro, mas, sim, em determinar as consequências das de-
cisões tomadas.
Sua ideia central, portanto, é identificar as melhores estraté-
Propriedades da transformação Classificar gias, de acordo com os padrões existentes. Desse modo, por meio
A caixa Retornar somente valores distintos também pode ser de decisões mais assertivas, ela contribui para a melhoria do de-
strar marcada para remover redundâncias e exibir registros exclusivos. sempenho empresarial.
Benefícios da Transformação de Dados Análise Descritiva
As ferramentas de transformação, quando usadas A análise descritiva faz uma mineração dos dados em tempo
corretamente, podem melhorar significativamente a qualidade dos real, visando encontrar respostas rápidas e seguras para as diversas
dados e melhorar a eficiência do processo. Os dados transformados questões existentes no dia a dia de uma empresa.
são mais fáceis de usar, confiáveis ​​e compatíveis com os sistemas Perceba que o estudo é feito para embasar decisões no presen-
e aplicativos finais. Os dados transformados de alta qualidade te, e não no futuro.
garantem que o sistema de destino tenha apenas dados com o Análise Diagnóstica
formato e a estrutura exigidos.
A análise diagnóstica tem como objetivo fazer uma verificação
Aqui estão alguns outros benefícios das ferramentas de
mais ampla e geral sobre determinada situação.
transformação de dados:
Assim, enquanto a descritiva cuida da análise de crédito, ela
- Eles podem ajudar as empresas a colher o máximo valor de
foca em traçar um perfil de comportamento do consumidor e me-
seus dados.
lhorar suas ações de marketing e vendas, por exemplo.
- A padronização de dados por meio de transformações pode
Em outras palavras, esse procedimento usa os dados para
melhorar o gerenciamento de dados.
ajudar no planejamento empresarial, já que os diagnósticos feitos
- Os dados transformados podem ser utilizados por várias
mostram padrões e informações gerais.
ferramentas para diferentes aplicativos, como visualizações,
relatórios, análises etc. Como Funciona a Análise de Dados?
Conforme ficou demonstrado, entender o que é análise de da-
dos e utilizá-la são processos de extrema importância para as em-
ANÁLISE DE DADOS. AGRUPAMENTOS. TENDÊNCIAS. PRO- presas.
JEÇÕES Afinal, essa prática é a responsável pelo aproveitamento de
todo o potencial das informações que uma companhia tem, trans-
ada a formando-as em chances reais de crescimento.
FUNDAMENTOS SOBRE ANÁLISE DE DADOS Ainda assim, muitos gestores têm dúvidas sobre o uso do Big
A análise de dados é um procedimento que visa transformar Data para negócios. Veja, abaixo, as etapas que devem ser seguidas
números e informações em insights para a tomada de decisão6. durante suas análises.
Apesar de ser usada em diferentes áreas, é no universo corporativo
que a técnica ganha destaque.
Com a transformação digital e a internet, as empresas passa-
ram a trabalhar com um grande volume de dados, como contratos,
informações financeiras dos clientes, perfil de compra dos consumi-
dores, estratégias de mercado e indicadores de desempenho.
O processo, então, surge como o responsável por transformar
um banco de dados muito volumoso e desestruturado, característi-
co do Big Data, em oportunidades reais. Ou seja, fazer com que re-
latórios e números possam ser usados a favor do desenvolvimento
empresarial.
Tipos de Análise de Dados
Coletar as informações é apenas a primeira etapa do processo,
sendo necessário usar boas táticas para aproveitar todo o potencial
que elas têm.
Portanto, é interessante conhecermos um pouco mais sobre os
tipos de análise de dados.

6 https://www.cortex-intelligence.com/
Editora
321
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Qual é a Finalidade da Análise de Dados Automatizada? Em síntese, quanto mais planejada e analítica é a ação empre-
Mas, afinal, para que serve a análise de dados? Como você viu, sarial, menor será o desperdício de recursos. Ou seja, a organização
um negócio, por menor que seja, gera muitas informações, e elas consegue investir naquilo que realmente importa, reduzindo erros
precisam ser analisadas por ferramentas específicas em uma práti- e despesas desnecessárias.
ca automatizada chamada Big Data Analytics. Melhor Aproveitamento do Capital Humano
Explorar todas as informações é uma atividade complexa e que, Quando o gestor toma as decisões corretas, consegue aprovei-
obviamente, não pode ser feita de maneira manual — a menos que tar melhor seu capital humano, usando todo o seu potencial a favor
você esteja disposto a perder muito tempo do seu dia com essa do desenvolvimento empresarial. Na prática, isso significa mais pro-
tarefa. É aí que entra a automação da análise de dados. dutividade, engajamento e motivação.
Essa técnica permite que empresários e gestores tenham
Dicas para Fazer uma Análise de Dados Eficiente
acesso aos dados e consigam extrair informações relevantes. Sua
função, portanto, é identificar riscos e oportunidades de negócio e Abaixo, dicas e boas práticas que elevam a análise de dados ao
facilitar as tomadas de decisão. seu mais alto nível e contribuem para resultados mais satisfatórios.
Tudo isso de forma mais rápida e eficiente, sem a necessidade 1. Defina o seu Objetivo
de desgastantes trabalhos manuais. Toda análise de dados é feita por um motivo. Assim, sua primei-
Benefícios da Análise e Interpretação de Dados? ra providência é definir qual pergunta irá responder — ela deve ser
É papel da gestão tomar decisões e conduzir a equipe no ca- clara, mensurável e relevante para a empresa.
minho correto. Entretanto, essas tarefas são complexas e exigem Fazendo isso, você evita o desperdício de tempo e dinheiro e
muita estratégia e planejamento. amplia a eficiência de suas decisões. Uma boa maneira de definir os
objetivos é conversar com os colaboradores e observar os proble-
Nesse contexto, a análise de dados entra em cena para definir
mas e desafios enfrentados pela sua equipe.
quais direções seguir de acordo com o que é mais vantajoso para
a empresa. Mas isso não é tudo. Abaixo, mais alguns pontos que 2. Escolha as Métricas que Serão Usadas
provam a sua relevância. Trabalhar com métricas é a maneira mais eficaz de determinar
Visibilidade Sobre o Mercado os eventos que contribuem positivamente e negativamente para o
crescimento da empresa.
Para conquistar bons resultados, é preciso conhecer bem o
Como o processo de análise de dados pode assumir diversas
mercado em que se atua ou deseja atuar. Saber mais sobre a con-
abordagens e revelar inúmeras informações, a definição de bons
corrência, fornecedores, colaboradores e clientes é algo que não
indicadores melhora a qualidade de suas análises.
pode ficar em segundo plano.
É exatamente por isso que a análise de dados é essencial. 3. Selecione a Ferramenta Ideal
Após uma pesquisa de mercado, o gestor tem acesso a informa- A contratação de uma boa ferramenta de análise de dados é
ções e consegue trabalhá-las para executar um planejamento es- uma virada de jogo para a redução dos esforços para coletar e in-
tratégico mais eficiente. terpretar esses insumos. Afinal, como vimos, fazer isso de forma
Compreensão das Necessidades do Cliente manual é extremamente trabalhoso e passível de erros.
Sendo assim, pesquise e invista em soluções escaláveis e efi-
O consumidor é a razão de existir de qualquer empresa, sendo
cientes. Quanto maior a capacidade da ferramenta, menos proble-
imprescindível mantê-lo satisfeito. A melhor maneira de fazer isso é
mas você enfrentará durante os estudos e melhores serão os resul-
usando dados confiáveis e atualizados.
tados alcançados.
Durante a jornada do cliente, ele deixa muitas pistas sobre
aquilo de que gosta e precisa. A análise de dados reúne essas in- 4. Escolha as Fontes de Dados
formações e as transforma em oportunidades. Ou seja, você co- Nem toda informação é capaz de gerar oportunidades para sua
nhecerá melhor seus compradores e poderá fazer um atendimento empresa. Sendo assim, você precisa definir de onde virão os dados
personalizado. que serão usados durante o processo com segurança.
Formação de um Diferencial de Mercado Lembre-se de que existem fontes externas, como bancos de da-
dos públicos e APIs de redes sociais, e internas, como o histórico de
Encontrar um diferencial de mercado é fundamental para a so-
vendas e os cadastros dos clientes.
brevivência das empresas. No entanto, nem sempre isso é fácil de
alcançar. 5. Aposte na Integração das Equipes
Acontece que a análise de dados favorece a inteligência de Uma boa análise de dados depende de colaboração entre os
mercado, tornando o negócio muito mais competitivo ao reunir envolvidos — caso contrário, você pode perder tempo com retra-
dados sobre o setor e o cliente. Com esses insumos você poderá balhos.
identificar gargalos e oportunidades e se tornar uma referência em Isso significa que a integração entre equipes é um elemento
sua área de atuação. indispensável para o sucesso de suas estratégias. A comunicação
Tomada de Decisão: Mais Precisão e Menos Riscos efetiva e unificada garante que todos trabalhem em prol do mesmo
objetivo, aumentando consideravelmente as chances de êxito.
O maior benefício da análise de dados é, sem dúvidas, a tomada
O conceito de smarketing surgiu justamente da importância de
de decisão estratégica mais precisa. Afinal, com boas informações
conectar a equipe de vendas a de marketing com o mesmo alinha-
em mãos, é possível avaliar a situação de forma mais aprofundada,
mento estratégico.
prevendo as consequências e escolhendo a direção mais favorável.
Análise de Agrupamentos
Redução de Custos
Imagina uma lista digital com milhares de nomes de clientes de
Por conta da qualificação da tomada de decisão, a análise de
uma empresa, mas produzida aleatoriamente, sem nenhuma lógica
dados também acaba ajudando a reduzir custos.
por trás desta lista7. Isso seria pouco produtivo do ponto de vista
estratégico comercial.
7 https://bityli.com/kRQ1w
Editora
322
322
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Agora se agruparmos esses nomes de forma a colocar homens Funções da Análise de Agrupamentos
em um grupo e mulheres em outro, jovens em um grupo, e mais A análise de agrupamentos pode ser realizada para uma série
maduros em outro etc. Se você entendeu a ideia que permeia este de uso, tais como:
exemplo você conseguirá entender com mais facilidade a Análise - Classificar pessoas de acordo com a personalidade de cada
de Cluster. uma delas.
A Análise de Cluster é um método ao qual permite agrupar - Segmentar o cliente de acordo com seus hábitos de consumo,
sujeitos ou variáveis em grupos com uma ou mais características criando assim estratégias comerciais para aumentar o lucro.
comuns, não sendo necessário ter informações já dadas sobre a - Classificar cidades de acordo com seus aspectos físicos, de-
composição desses grupos. Muitas vezes temos conjunto de dados mográficos, econômicos e humanos para assim criar um mapa mais
e uma necessidade de agrupar esse conjunto de dados por algum abrangente daquele estado.
critério de similaridade em vista a algum tipo de conhecimento que - Identificar grupos de investimento de acordo com perfis de
a gente deseje aplicar. risco.
Um exemplo é queremos agrupar fotos de acordo com alguma - Identificar grupos de alunos mais propensos à evasão escolar.
similaridade, seja com fotos da mesma pessoa, ou fotos de pessoas - Segmentar empresas com base em indicadores financeiros
de um grupo étnico, ou fotos de pessoas de um gênero. As possibi- (rentabilidade, liquidez, margem).
lidades são variadas e as funções que elas podem exercer também.
Métodos Hierárquicos
Para realizar esta análise é necessário medir a semelhança, dis-
semelhança dos sujeitos e variáveis, a partir daí, agrupar. Os con- Os métodos de agrupamento de dados podem ser divididos
glomerados obtidos a partir disso devem apresentar tanto uma ho- em duas categorias cada uma delas agregando diferentes tipos de
mogeneidade interna (dentro de cada conglomerado), como uma algoritmos.
grande heterogeneidade externa (entre conglomerados). - Métodos hierárquicos (Algoritmos aglomerativos ou divisi-
A Análise de Cluster acaba por incluir vários procedimentos vos).
estatísticos que podem ser utilizados para classificar objetos sem Métodos particionais (Algoritmos exclusivos ou não exclusivos).
preconceitos, ou seja, somente com base nas semelhanças ou não Os métodos hierárquicos são técnicas simples de análise, onde
que eles possuem entre si. Isso sem definir previamente critérios de os dados são particionados de forma sucessiva, produzindo uma re-
inclusão em qualquer agrupamento. presentação hierárquica dos agrupamentos.
Assim, ela traz como possibilidade de uso a identificação de - Algoritmos Aglomerativos
uma estrutura presente nos dados, além de impor uma estrutura O método hierárquico aglomerativo visa formar os clusters com
num conjunto de dados mais ou menos homogêneos que têm de a mínima distância interna possível, iniciando com cada padrão for-
ser separados. mando seu próprio agrupamento e de forma gradual os grupos são
Agrupamento Hierárquico unidos até que um único agrupamento contendo todos os dados
No processo de análise de cluster um dos conhecimentos ne- gerados.
cessários para termos uma ideia mais clara sobre o tema é o conhe- São desvantagens desse método:
cimento de agrupamento hierárquico. É nele que é criada uma es- - Os agrupamentos não podem ser corrigidos, ou seja, os pa-
trutura em formato de árvore que vai indicar o número de clusters. drões de um determinado agrupamento até o final da execução do
Vamos imaginar então essa árvore hierárquica. Inicia-se esse algoritmo.
processo com cada objeto em uma classe por si só e aos poucos os - Requerem espaço de memória e tempo de processamento.
diferentes objetos ou variáveis vão se agrupando, criando nós que - Algoritmos Divisivos
são ou dispõem de características mais semelhantes entre si. Estes são menos comuns entre os métodos hierárquicos, por
Podemos perceber que enquanto os elementos se agrupam conta de sua ineficiência e também por exigir uma capacidade do
eles se tornam aglomerados cada vez maiores e, sobretudo, passam computador muito maior que os métodos hierárquicos aglomera-
a conter elementos cada vez mais diferenciados, até que, no último tivos.
momento os objetos estão unidos em conjunto. Nesse método busca achar a partição que minimize a matriz
Quando esses dados finais contém uma estrutura, digamos as- de similaridades. Explicando melhor, ele começa com um único
sim, clara em termos de grupos de objetos que são similares uns agrupamento formado por todos os padrões e de modo gradual vai
aos outros, então essa estrutura se reflete na árvore hierárquica diminuindo os agrupamentos em agrupamentos menores até que
como ramos distintos. seja finalizado com um agrupamento padrão.
Dendrograma Métodos Não Hierárquicos
Para visualizar como os agrupamentos são formados em cada Enquanto no método hierárquico o algoritmo estabelece uma
passo e para avaliar os níveis de similaridade (ou distância) dos relação de hierarquia entre os sujeitos e os grupos, no método não
agrupamentos que são formados é utilizado o dendrograma, dia- hierárquico isso não acontece.
grama que lembra a estrutura de árvore (daí o nome) que serve Os procedimentos não hierárquicos são utilizados basicamente
para exibir os níveis de similaridade (ou distância). para agrupar indivíduos - e não variáveis - cujo número inicial de
clusters é definido pelo pesquisador.
A probabilidade de acontecerem classificações erradas nos
agrupamentos é menor nos métodos não hierárquicos, mas em
contrapartida, há uma dificuldade maior em estabelecer o número
de clusters de partida. Uma alternativa consiste em utilizar o méto-
do hierárquico como técnica exploratória e após utilizar o número
de clusters no método não hierárquico.
Outros exemplos de aplicação da Análise de Cluster:

Editora
323
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
- Marketing: no marketing, a Análise de Cluster pode ser apli- Nesse contexto, ter uma infraestrutura distribuída em nuvem
cada para proceder à segmentação de mercados a partir das carac- reforça a capacidade da empresa de acessar e compartilhar dados
terísticas geográficas e demográficas, e até mesmo com base em entrelaçados com confiança.
perfis psicológicos dos consumidores, para assim identificar merca- “Insights” Incorporados
dos potenciais para determinados produtos, determinar mercados
Para criar uma abordagem colaborativa, de fora para dentro,
idênticos em países diferentes ou encontrar grupos de consumido-
a empresa deve abrir o analytics para todo o ecossistema, o que
res que possam servir de referência na previsão de vendas.
inclui parceiros e clientes – todos precisam se beneficiar, inclusive
- Na medicina: uma das áreas que mais tem benefícios da apli- o cliente do cliente.
cação da Análise de Cluster é a Medicina, bem como na Psicologia, Os insights precisam surgir para cada usuário e processos de
na Psiquiatria. Nessas áreas, a classificação obtida de uma análise negócios. À medida que os micros insights contextualizados forem
de clusters pode permitir identificar as causas das doenças, os sin- mais difundidos, a confiança no sistema aumentará.
tomas, e consequentemente criar/ melhorar os seus tratamentos.
Automação de Aplicativos
- Nas Ciências Sociais: nas Ciências Sociais, os métodos de aná-
Com a economia da API, novas formas de entrelaçamento em
lise de clusters podem ser usados pelos antropólogos para defini-
iniciativas conjuntas são abertas para empresas, parceiros, clientes
rem áreas culturais homogêneas para assim pensarem em políticas
e até concorrentes.
específicas para tais segmentos.
Nesse contexto, a automação de aplicativos é considerada uma
Tendências e Projeções nova área forte, porque elimina a necessidade de escrever códigos
Abaixo, tendências que vão ditar rumos da análise de dados8: dessas integrações, o que torna a oportunidade muito mais acessí-
Mineração de Colaboração vel para um maior número de atores.
Diante da pandemia, a colaboração e a inteligência de negócios Ampliação da Capacidade de Todos
se tornaram inseparáveis, uma vez que a incorporação de aplicati- Com os dados amplamente disponíveis e os usuários de negó-
vos de fluxos de trabalho no home office ampliou as possibilidades cios podendo criar os próprios aplicativos, a alfabetização de dados
de colaboração com partes externas. segue fundamental.
Já não basta a colaboração chegar ao final da cadeia, após a Embora ainda seja vista como pouco acessível, a ciência de da-
descoberta dos insights. Ela precisa chegar antes, quando os dados dos – ao ser sobreposta ao analytics – ampliará a capacidade de
derivados são gerados. todos e o que é feito nos laboratórios poderá ganhar escala.
Vida Longa ao ‘Dashboard’ De acordo com levantamento da Gartner, até 2025, a escassez
Embora muito tenha sido falado sobre o fim do dashboard, a de cientistas de dados não atrapalhará mais a adoção da ciência de
ferramenta ainda deve permanecer por um bom tempo. dados e aprendizagem de máquina nas empresas.
Mais do que simples monitoramento de KPIs, o dashboard evo- Alta Prioridade para Segurança
lui para oferecer análises investigativas profundas, embasadas por Em 2021, as equipes de segurança e compliance precisaram se
aplicativos de análises avançadas e interativas. atualizar com a acelerada digitalização, provocada pela pandemia.
De acordo com pesquisa da IDC, apenas 33% dos executivos se Com isso, a segurança passou a ocupar a liderança na intenção de
sentem à vontade para questionar os KPIs e as métricas utilizadas investimentos dos CIOs, de acordo com a pesquisa anual da Gartner.
nas empresas onde trabalham. Novos métodos estão surgindo para permitir mais interopera-
“Business Intelligence” Compreensível bilidade com confiabilidade, como o uso dos padrões abertos.
Na medida em que os dados ficam mais distribuídos e frag- “Data Mesh” para Dados Distribuídos
mentados, dentro e fora das organizações, os analistas também A necessidade de acessar rapidamente dados em cenários cada
têm mais dificuldade para explicá-los por trás de métricas, KPIs ou vez mais distribuídos tem demandado das empresas uma gestão
cálculos. integrada. Cada vez mais os dados serão tratados como produto
Nesse cenário, a linhagem de dados passa a ser essencial para para acelerar a integração de clientes e fornecedores e melhorar o
triangulá-los, explicá-los e aumentar a confiança dos usuários para gerenciamento do inventário.
reagir aos insights gerados por esses dados. Contar com uma arquitetura capaz de lidar com esse rápido
Foco nos Custos crescimento de dados – em vez de uma plataforma de dados cen-
Conforme foram modernizados e amplamente adotados, os tralizados – possibilitará que tanto a empresa quanto o ecossistema
Data Warehouses e Data Lakes possibilitaram consultar grande se tornem mais ágeis e robustos.
quantidade de dados, em tempo real. No entanto, isso pode cau-
sar a falta de controle em relação aos custos da computação em
nuvem. CONCEITOS DE ANALYTICS
Por isso, é importante adotar uma abordagem de gerencia-
mento de dados e analytics com base em frequência e latência,
para identificar quando a atualização em tempo real é necessária. ANALYTICS
Nuvens Distribuídas Inteligência analítica (em inglês, analytics) é um campo abran-
gente e multidimensional que se utiliza de técnicas matemáticas,
A maioria das empresas não busca mais uma solução de TI
estatísticas, de modelagem preditiva e machine learning para en-
única e universal. Elas optam por um conjunto de ferramentas que
contrar padrões e conhecimento significativos em dados9.
atenda às exigências de custo, desempenho e governança de diver-
sas cargas de trabalho.

9 https://www.sas.com/pt_br/insights/analytics/analytics.html#:~:tex-
8 https://cryptoid.com.br/criptografia-identificacao-digital-id-biometria/
t=Intelig%C3%AAncia%20anal%C3%ADtica%20(em%20ingl%C3%AAs%2C%20
conheca-as-10-tendencias-que-vao-ditar-os-rumos-da-analise-de-dados-em-2022/ analytics,e%20conhecimento%20significativos%20em%20dados.
Editora
324
324
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Inteligência analítica (em inglês, analytics) é um campo abran- Que Transformações o Analytics Está Promovendo nos Negó-
gente e multidimensional que se utiliza de técnicas matemáticas, cios?
estatísticas, de modelagem preditiva e machine learning para en- Com a forte presença de Analytics no mercado nos últimos
contrar padrões e conhecimento significativos em dados. anos, verdadeiras transformações estão sendo realizadas no inte-
Importância do Analytics rior das companhias10. A seguir, conheça alguns pontos que estão
Desde o primeiro censo populacional conhecido, realizado sendo profundamente impactados.
pelo governo sueco em 1749, até Florence Nightingale registrando Uso Estratégico de Dados
e analisando dados de mortalidade na década de 1850, ao estudo Os dados cada vez mais ganham relevância nas empresas, ten-
do acadêmico britânico Richard Doll sobre a relação entre tabaco e do em vista que são muito úteis para a tomada de decisões com
câncer de pulmão nos anos 1950, a análise de dados tem estimula- base em análises, como as que explicamos anteriormente. Por isso,
do a produção de conhecimento por centenas de anos. cada vez mais as companhias se preocupam em coletar e minerar
Cada um dos cenários acima exigiu uma resposta a uma per- informações de seus clientes, fornecedores e funcionários.
gunta que ainda não havia sido solucionada. No século XVIII, os É interessante destacar, no entanto, que alguns cuidados de-
suecos queriam saber a distribuição geográfica de sua população vem ser tomados nesse sentido. Entre outras coisas, as empresas
para aprender a melhor maneira de sustentar uma força militar precisam seguir à risca a nova Lei Geral de Proteção de Dados
apropriada. Nightingale queria saber a influência que a higiene e a (LGPD), legislação que entra em vigor em agosto de 2020 e que
enfermagem desempenhavam sobre as taxas de mortalidade. Doll dará mais poder aos indivíduos no que diz respeito ao uso de da-
queria saber se as pessoas que fumavam eram mais propensas a dos pessoais.
sofrer de câncer de pulmão.
Desenvolvimento Inteligente
Cada um desses pioneiros sabia que o instinto não era sufi-
ciente. A análise de dados pode revelar correlações e padrões. Há A transformação digital tem feito com que as companhias se
menos necessidade de confiar em suposições ou na intuição. E isso desenvolvam com inteligência, baseadas em números reais, e não
pode ajudar a responder a perguntas como: em meros achismos. Isso é fundamental para que os negócios cres-
- O que aconteceu? çam de maneira sadia.
- Como ou por que aconteceu? Com uma estratégia de dados, é possível verificar como a em-
- O que está acontecendo agora? presa se comporta no momento atual, quais são as projeções de ce-
- O que provavelmente irá acontecer em seguida? nários para o futuro etc. Assim, o desenvolvimento ocorre de modo
racional e com os passos dados no tempo certo.
Com computadores mais rápidos e poderosos, a oportunidade
para o uso de análises e big data é abundante. Seja determinando Mudança dos Processos Internos
riscos de crédito, desenvolvendo novos medicamentos, encontran- As estratégias de Analytics também estão trazendo mudanças
do maneiras mais eficientes de fornecer produtos e serviços, pre- nos processos internos das companhias, tendo em vista que tudo é
venindo fraudes, descobrindo ameaças cibernéticas ou retendo os monitorado e acompanhado, para que os resultados sejam os mais
clientes mais valiosos, a inteligência analítica pode ajudar você a eficientes possíveis.
entender sua organização – e o mundo ao seu redor. Novas tecnologias são utilizadas com frequência, sempre revo-
Métodos Analíticos Populares lucionando a maneira como os processos são realizados. Exemplo
disso é o uso do Speech Analytics, um tipo de software que armaze-
Existem três tipos predominantes de analytics em uso hoje:
na dados de voz, transcreve e faz análises das interações que ocor-
- Estatística descritiva: a estatística descritiva é o tipo mais an-
rem entre os clientes e as empresas.
tigo de analytics. Lembra dos suecos em 1749? Tabular a contagem
da população foi uma primeira investida de análise descritiva – o Otimização de Cibersegurança
resumo dos pontos de dados coletados. Esses são os modelos que Também ocorre a otimização de cibersegurança. Isso acontece
ajudarão você a entender o que aconteceu e por que. Ainda existem porque as empresas entendem a necessidade de proteger os seus
diversas análises descritivas em uso hoje – desde quantos cliques dados, para que eles não sejam perdidos, roubados ou acessados
uma página recebe à razão entre quantas unidades são produzidas por pessoas não autorizadas.
sobre o número de unidades vendidas. Cabe lembrar que a otimização de cibersegurança é uma das
- Análise preditiva: a análise preditiva tem ganhado popula- medidas que devem ser tomadas para cumprir a LGPD à risca. De
ridade. O desejo de prever o comportamento do consumidor tem tal maneira, convém fazer o investimento em softwares criptogra-
sido um dos seus principais impulsionadores. O crescente poder fados, por exemplo.
computacional com capacidade de executar centenas ou milhares Aumento da Competitividade
de modelos rapidamente – e a ampla adoção de técnicas prediti- Com o uso das ferramentas de Analytics, as empresas se tor-
vas, como máquinas de vetores de suporte, redes neurais e flo- nam bem mais competitivas. Isso acontece porque elas fazem pro-
restas aleatórias – estão levando a análise preditiva para dentro jeções de mercado, avaliam diferentes cenários e desenvolvem as
de muitas organizações. Esses modelos usam dados históricos e atividades da melhor maneira possível.
algoritmos preditivos para ajudá-lo a determinar a probabilidade As companhias que não desenvolvem ações de Analytics não
do que acontecerá em seguida. conseguem se manter fortes diante das concorrentes que usam os
- Análise prescritiva: a análise prescritiva é a grande novidade. dados para nortear as suas ações.
Saber o que vai acontecer e saber o que fazer são duas coisas di- Tendências de Analytics
ferentes. A análise prescritiva responde à segunda pergunta, for-
O uso de Analytics nas empresas não para de evoluir. Por isso,
necendo informações sobre decisões ideais com base nos cenários
é importante também estar atento às tendências dessa área. Na
futuros previstos. O segredo para a análise prescritiva é usar big
sequência, apresentaremos algumas delas.
data, dados contextuais e muita capacidade computacional para
produzir respostas em tempo real.
10 https://bityli.com/7TwLC
Editora
325
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Análise de Relacionamento Por isso, ao fazer uma segmentação da carteira, é possível di-
Algo que tende a ser cada vez mais monitorado é o relaciona- recionar as ações comerciais de maneira mais acertada para os pú-
mento das empresas com os seus mais diversos públicos. Com a blicos almejados.
tecnologia, a execução ganha mais qualidade, por meio do uso de Identificação do Perfil do Cliente Ideal
softwares diversos. As análises de dados também podem indicar o perfil do cliente
Plataformas de atendimento para contact centers, por exem- ideal, ou seja, aquela pessoa que mais traz lucro para a companhia.
plo, nas quais os clientes se comunicam com a empresa via men- Para isso, são analisadas questões como o perfil e a frequência de
sagens de texto, possibilitam que determinadas palavras-chave ou compra.
solicitações tenham as suas frequências de aparecimento monito- Isso pode indicar quais são os clientes que devem ser prioriza-
radas. dos em estratégias de fidelização, conduzindo o setor comercial a
Assim, é possível verificar quais são as principais queixas e apri- atingir e elevar as metas de vendas.
morar o atendimento nesse sentido. Os dados também podem ser
Agilidade na Prospecção de Leads
utilizados para conhecer as preferências de cada grupo de interesse
da empresa, por exemplo. A prospecção de leads é outra atividade do setor comercial que
é facilitada com o uso de Analytics. Com o uso de estatísticas de
Cultura Digital
acesso em estratégias de inbound marketing, os vendedores con-
A cultura das empresas necessita ser mais digital e as estraté- seguem traçar orientações para contactar as pessoas que mais se
gias de Analytics também se perpetuam nesse sentido. A ideia é interessam pelos produtos ou serviços oferecidos pela empresa.
que as tarefas sejam menos operacionais e mais estratégicas. Isto é, Isso tudo faz com que as estratégias de prospecção de leads
os processos burocráticos e o serviço “braçal” são automatizados e sejam mais qualificadas, com andamento mais rápido para o fluxo
as pessoas passam a se preocupar mais com o desenvolvimento de do funil de vendas.
estratégias de negócios.
Precisão na Qualificação de Leads Gerados
É uma tendência que as companhias utilizem o Analytics para
automatizarem os seus processos. Em estratégias de e-mail mar- Os dados analíticos também garantem que haja uma boa qua-
keting, por exemplo, pode-se acionar comandos para que sejam lificação dos leads gerados. Isso acontece porque as estratégias
enviadas mensagens a todos os clientes ou leads que tiverem de- serão baseadas nos gostos das pessoas que estão sendo prospec-
terminado comportamento. Para descobrir isso, os sistemas de tadas, curando suas dores ou suprindo necessidades que possam
disparo precisam analisar dados automaticamente. apresentar.
Tal ação faz com que a nutrição dos leads seja mais completa.
Inteligência de Decisão
E prospects qualificados normalmente proporcionam melhorias de
Essa também é uma tendência para as empresas que utilizam conversões em vendas.
ferramentas de Analytics. Afinal, o uso de indicadores reais, que
Avaliação em Tempo Real da Estratégia
retratam exatamente a companhia, fazem com que as atitudes da
empresa tragam resultados mais positivos. O setor comercial das empresas também é beneficiado com as
De tal maneira, as decisões tomadas com base em suposições, técnicas de Analytics, pelo fato de as estratégias serem monitora-
crenças pessoais, entre outros métodos, são deixadas de lado. Tudo das em tempo real. Isso é muito interessante, principalmente por-
passa a ser feito com inteligência e os resultados coletados são os que os ajustes e providências possam ser tomados com agilidade,
mais positivos possíveis. evitando números negativos nos resultados da companhia.
Operacionalização e Escalonamento Como Aplicar Analytics em Prol do Marketing e do Atendi-
mento na Empresa?
Escalonamento nada mais é do que uma disposição em de-
graus. Ou seja, os processos empresariais funcionam como quando Marketing e Analytics são conceitos que andam juntos, princi-
precisamos subir uma escada, dando um passo de cada vez. palmente quando falamos em ações no meio digital. As tecnologias
A operacionalização e o escalonamento também são tendên- possibilitam que os dados das ações de inbound sejam monitora-
cias para quando se utiliza o Analytics nas empresas. Isso porque, das, de modo que as estratégias possam ser direcionadas a resulta-
com base em dados e indicadores, se sabe o exato momento em dos mais satisfatórios.
que se pode dar o próximo passo, sem assumir riscos que as empre- São diversas as métricas de marketing disponíveis para acom-
sas não podem cumprir. panhamento por meio das ferramentas de Analytics. Em ativida-
des feitas nas redes sociais, por exemplo, temos como mensurar
Papel do Analytics no Setor Comercial das Empresas
o número de cliques em uma publicação e a localização, a idade e
Quando falamos exatamente sobre o time de vendas, o Analyti- o gênero das pessoas. Informações como essas permitem que se
cs pode ajudar no desenvolvimento de diversas atividades. Confira, conheça mais o público-alvo e sejam definidas estratégias alinhadas
a seguir, as principais delas. com o modelo de negócio.
Segmentação da Carteira A mesma relevância é encontrada no setor de atendimento,
O uso de dados analíticos e análises diversas, como as que ex- que deve acompanhar dados analíticos para alcançar a excelência
plicamos anteriormente, facilitam o trabalho de segmentar a car- nas interações com os clientes. Nesse sentido, uma das táticas que
teira de clientes das empresas. Os indicadores podem demonstrar pode ser adotada é a de Interaction Analytics.
classificações úteis para atender determinados grupos com exclu- O Interaction Analytics é uma atividade em que se realiza a co-
sividade. leta de dados brutos de todas as interações que os clientes têm com
Imagine, por exemplo, uma empresa do ramo calçadista. Ela a empresa, via redes sociais, chat online, telefone e outros pontos
pode produzir tanto sapatos sociais como tênis para práticas espor- de contact center.
tivas. Ambas as modalidades, porém, são destinadas para públicos Com base nesses dados, são gerados relatórios que visam iden-
distintos. tificar gargalos e propor soluções para os problemas.
Vantagens do Analytics para as Campanhas de Performance
de Vendas
Editora
326
326
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Agora vamos falar sobre as vantagens que o Analytics traz para Machine Learning é uma das maiores áreas dentro da Inteli-
as campanhas de performance de vendas. Listamos uma série de gência Artificial e também da Ciência de Dados. Então vamos enten-
benefícios. der melhor o que é isso.
Melhoria na Gestão do Budget Diferença entre Aprendizado e Lista de Instruções
O budget, ou seja, o orçamento das empresas para as cam- Imagine que uma pessoa esteja aprendendo a andar de bicicle-
panhas de vendas, é beneficiado por uma melhor gestão quando ta. Não seria muito útil passar uma lista de instruções como “incline
existe a cultura de Analytics. Isso se explica porque os indicadores o corpo nessa direção”, “vire nesse sentido quando a bicicleta esti-
demonstrarão quais setores e ações precisam de investimento. ver nessa posição”, etc.
Definição Correta da Buyer Persona O ser humano, nesse caso, aprende melhor com a tentativa e
erro. A pessoa pedala e cai, pedala novamente e cai novamente,
A buyer persona é a representação fictícia de um cliente real
agora para o lado contrário do primeiro tombo, pois ela entendeu
das empresas. Logo, usar Analytics é uma escolha inteligente para
que precisa tentar se equilibrar, e mais do que entender teorica-
compilar informações valiosas sobre os clientes e leads da compa-
mente, ela começou a praticar.
nhia.
Após algumas (ou muitas) quedas, ela enfim saberá andar de
São essas informações que tornarão mais fácil a criação de uma
bicicleta, sem nunca precisar seguir um “manual de instruções” gi-
buyer persona que seja fidedigna à realidade do negócio.
gantesco.
Identificação de Novas Oportunidades Esse é o principal conceito que você precisa entender sobre o
Muitas vezes, as oportunidades de venda existem e as empre- aprendizado de máquina, pois a ideia é muito semelhante a este
sas nem mesmo conseguem enxergá-las. Isso acontece porque fal- exemplo que acabamos de citar. Vamos agora apresentar uma si-
tam indicadores que demonstrem boas maneiras de acompanhar tuação real de aprendizado de máquina para você compreender
oportunidades e tendências. como isso se aplica no mundo da programação de computadores
Mais uma vez, o monitoramento de dados analíticos é útil. Esse Computadores que Aprendem São Superiores
conjunto de informações demonstra comportamentos dos clientes
Antes do machine learning ser aplicado ao xadrez, em 1997,
que podem oferecer diretrizes para o investimento em novos ne-
um programa de computador conseguiu vencer uma partida de xa-
gócios.
drez contra o melhor jogador humano da época.
Nutrição de Leads Personalizada Por ser um jogo de grande complexidade, com muitas possibi-
Como explicamos, os recursos de Analytics possibilitam o lidades, o conjunto de instruções necessárias é gigantesco e o pro-
acompanhamento das reações das pessoas em estratégias de mar- grama em questão possuía essas instruções em sua memória, que
keting e também a jornada do cliente. atreladas a um grande poder de processamento possibilitava a si-
Isso faz com que a nutrição de leads seja personalizada, de mulação de muitas jogadas a frente em um curto espaço de tempo,
acordo com o que for apontado nos relatórios. E a tendência desse levando o computador a vitória.
cuidado é a melhoria na performance de vendas da companhia. Nos dias atuais, não há mais comparação entre os melhores
Soluções de Analytics jogadores de xadrez e os melhores programas, pois os programas
conseguem jogar muito melhor.
As soluções de Analytics são as mais diversas possíveis e variam
O computador consegue vencer mesmo iniciando o jogo com
de acordo com o tipo de estratégia que se deseja desenvolver. Os
algumas peças a menos.
dados acompanhados no marketing nem sempre são úteis para o
Estamos falando aqui de um computador que segue uma lis-
setor de atendimento ou vice-versa. É por isso que deve ser realiza-
ta gigante de instruções sobre o que fazer em cada situação. Esse
do um acompanhamento dos processos.
computador sabe as regras de xadrez, as estratégias, os conceitos,
O Google Analytics, por exemplo, é uma ferramenta que pode
possui milhares de partidas armazenadas na memória, análises de
ser muito utilizada em ações de marketing digital. Já as redes so-
posição etc.
ciais, como o Facebook e o Instagram, geram relatórios analíticos
Mas em 2017, a empresa DeeDeep Mind (do Google) desen-
próprios. O mesmo acontece com muitos softwares de gestão.
volveu um programa para jogar xadrez utilizando machine learning.
Este programa não recebeu nenhuma instrução sobre estratégias
APRENDIZADO DE MÁQUINA ou melhores jogadas.
A única informação que o programa recebeu foram as regras
do jogo, nada mais.
Sabendo as regras do jogo, o programa jogou contra si mesmo
APRENDIZADO DE MÁQUINA (MACHINE LEARNING) inúmeras vezes, e a cada nova partida ele aprendia com os erros e
Talvez ao ouvir o termo aprendizado de máquina (em inglês acertos da partida anterior.
machine learning) você imagine algo com uma complexidade muito Desta forma, sem que o programa conhecesse estratégias de-
grande11. É verdade que existem alguns assuntos complexos nesse senvolvidas pelo homem, ele aprendeu a jogar sozinho e desenvol-
ramo, mas o entendimento básico é muito simples, e a utilização da ver suas próprias estratégias.
tecnologia também. O resultado deste aprendizado não poderia exemplificar me-
Vamos iniciar prestando atenção no nome “machine learning”, lhor o poder do aprendizado de máquina: ao jogar contra o melhor
ou seja, uma máquina que aprende. programa de computador atual, as vitórias do computador que uti-
O ato de aprender significa que o computador não receberá lizou aprendizado de máquina foram avassaladoras.
uma lista de instruções do que fazer em cada situação, ele receberá Um marco na Ciência da Computação, evidenciando a superio-
apenas algumas informações iniciais e terá que aprender o restante ridade do aprendizado de máquina x instruções pré-estabelecidas.
por conta própria. Isso é muito empolgante, mas para explicar o processo do ma-
chine learning é melhor retroceder um pouco.
Importância do Aprendizado de Máquina
11 https://didatica.tech/o-que-e-machine-learning-aprendizado-de-maqui-
na/
Editora
327
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Um dos pontos mais interessantes a respeito do machine learning é o fato de que essa tecnologia tem um potencial ilimitado e pode
ser aplicada em diversas áreas12. Por exemplo, uma empresa interessada em desenvolver produtos e serviços mais personalizados pode
fazer uso do aprendizado de máquina para compreender mais a fundo as demandas e interesses de clientes.
Além disso, é válido ressaltar que a tecnologia também pode ser usada em prol da ciência, realizando tarefas como auxiliar médicos a
fazer diagnósticos e até mesmo no estudo de doenças.
Para se ter uma ideia, em 2020, a organização OpenAI, apresentou ao mercado a tecnologia GPT-3, que consegue, por exemplo ter
habilidade da escrita, nas mais variáveis línguas.
Portanto, não é um exagero dizer que o machine learning é uma tecnologia que rompe barreiras, afinal, ela abre espaço para que
diversas áreas e atividades úteis sejam otimizadas, o que beneficia a sociedade como um todo.
Conceito de Algoritmo
Algoritmos, entre outras palavras, são passos que você precisa executar para a realização de uma tarefa ou solução de um problema.
Ou seja, o algoritmo é o caminho que deve ser seguido para que um problema seja solucionado.
Aplicando esse conceito em nosso cotidiano, para fazermos um suco de laranja, precisamos seguir uma série de passos, tais como:
- Comprar as laranjas em uma quitanda ou mercado;
- Descascar as laranjas com uma faca;
- Espremer as laranjas manualmente ou utilizando um espremedor;
- Adicionar água para diluir o caldo da laranja;
- Adoçar o suco com açúcar ou adoçante de sua preferência.
Observe que precisamos realizar uma série de passos para chegar ao nosso objetivo, que era de tomar um suco de laranja. No caso,
esses passos seriam o que chamamos de algoritmo.
Como a Máquina Aprende?
Vamos entender como isso funciona com um exemplo mais simples. Imagine que você é um médico e está interessado em classificar
seus pacientes como “saudáveis” ou “doentes”.
Para cada paciente, você possui um conjunto de dados (informações) como: altura, peso, pressão arterial, nível de colesterol, percen-
tual de gordura, entre outros.
Você já possui um histórico muito grande de pacientes com seus respectivos dados e classificações como saudáveis ou doentes, e quer
utilizar um algoritmo de machine learning para aprender com esses dados de maneira que, quando você receber os dados de um novo
paciente, o algoritmo possa dizer se ele está saudável ou doente.
Então como isso vai funcionar? Você irá alimentar o algoritmo de machine learning com os dados históricos já classificados (entenda
que estamos interessados aqui na classificação entre saudável ou doente).
A partir destes dados, o algoritmo de machine learning irá aprender quais condições são necessárias para o paciente ser classificado
como saudável e quais condições classificam o paciente como doente.
Essa etapa o algoritmo irá fazer sozinho, você não precisa fazer nada além de alimentar os dados no programa e colocar a função para
rodar (essas funções de algoritmos de machine learning já estão prontas e você pode solicitá-las com comandos simples de programação).
Existem diferentes algoritmos de machine learning que poderiam resolver esse problema, mas não vamos nos prender a esses deta-
lhes agora. A figura abaixo ilustra bem esse processo:

Repare que agora, como saída desse processo, temos um modelo já treinado. Em outras palavras, temos um modelo que já aprendeu
a relação dos dados (quais características classificam um paciente como doente ou saudável).
Então já podemos utilizar esse modelo para realizar previsões sobre novos dados. Podemos alimentar o modelo treinado com as in-
formações de novos pacientes e o modelo irá prever se cada um desses pacientes é saudável ou doente:

Mas como saberemos se essas previsões que o algoritmo irá fazer estão corretas ou não? Podemos testar o modelo antes para saber
o quão confiável ele é.
Dados de Treino e Dados de Teste
Imagine que, em vez de utilizar todos os nossos dados históricos para treinar o modelo, utilizamos apenas 80% desses dados e sepa-
ramos os outros 20% para servirem como teste depois (esses 20% são dados o modelo não irá receber para treinar).
12 NOLETO, C. Aprendizado de máquina: 8 exemplos para entender as aplicações.
Editora
328
328
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
A lógica é a seguinte: se o modelo conseguir fazer previsões corretas sobre os dados de teste, significa que o modelo está funcionando
bem.
Esses dados de teste também são dados históricos, ou seja, já estão classificados, então basta comparar as previsões do modelo com
as respectivas classificações para ver se ele acertou ou errou nas suas previsões:

Basicamente, esse é o importante conceito de dados de treino e dados de teste.


Problemas de Classificação e de Regressão
Acabamos de utilizar aqui um exemplo de classificação, pois o resultado final é a previsão de uma classe. Outros exemplos de proble-
mas de classificação poderiam ser: classificação dos alunos entre aprovados ou reprovados, classificação de clientes em categorias (A, B, C,
D), classificação de cogumelos como comestíveis ou não comestíveis etc.
Problemas de regressão, por outro lado, não preveem uma classe e sim um resultado numérico. Por exemplo: previsão do preço de
imóveis, previsão da densidade dos materiais, previsão da quantidade de gols que um time de futebol irá fazer em uma partida etc.
Um cientista de dados precisa primeiro reconhecer se o problema se trata de classificação ou de regressão, para depois tomar a deci-
são de qual algoritmo de machine learning utilizar.
Aprendizado Supervisionado ou Não Supervisionado
O aprendizado supervisionado ocorre quando o modelo aprende a partir de resultados pré-definidos. Em nosso exemplo do médico,
os resultados eram as classes e o modelo precisava aprender a relação dos dados para fazer uma correta classificação.
O mesmo poderia ter ocorrido com problemas de regressão, onde o modelo iria aprender a partir de resultados numéricos para fazer
depois previsões de novos resultados numéricos. Isso tudo é considerado aprendizado supervisionado, pois o modelo possui uma referên-
cia daquilo que está certo e daquilo que está errado.
Aprendizado não supervisionado ocorre quando não existem resultados pré-definidos para o modelo utilizar como referência para
aprender. Por exemplo, você apresenta para o modelo um conjunto de dados com várias informações sobre plantas (como comprimento
do caule, cor da folha, espessura da raiz etc.) e pede para o modelo separar esses dados em 5 categorias.
Nesse caso, você não especificou para o modelo o que caracteriza cada categoria, o modelo irá sozinho tentar encontrar semelhanças
e diferenças entre os dados de maneira que essa separação em 5 categorias seja a melhor possível.
Como não há uma referência (ou critério específico) para o modelo seguir, define-se que esse aprendizado é não supervisionado.
Conseguimos entender até aqui o que é o aprendizado de máquina e vimos também alguns conceitos básicos. Se você está se pergun-
tando como fazer isso na prática utilizando programação, saiba que é mais simples do que parece.
Como Programar Machine Learning
Podemos utilizar Python, Linguagem R, ou outras linguagens de programação para trabalhar com machine learning.
Na maior parte das vezes, você utilizará bibliotecas e frameworks prontos para utilizar os algoritmos de aprendizado de máquina,
então a programação será bastante facilitada.

Relação entre Python e Machine Learning


Toda interação existente nas máquinas, para que elas tenham comportamentos corretos, é necessária uma pessoa desenvolvedora
para escrever os códigos em uma linguagem de programação. No caso, essa linguagem é responsável por passar comandos para a máquina
sobre como ela deve funcionar e executar suas funções.
Uma dessas linguagens é a linguagem Python, muito utilizada para esse fim devido a sua simplicidade e a presença de várias bibliote-
cas para auxiliar os desenvolvedores e desenvolvedoras a terem maior produtividade e economia de tempo.
Machine Learning Iterativo
É o processo que independe de ação humana para associação de dados. Em grande quantidade, as associações feitas pelos huma-
nos poderiam resultar em erros, ou seja, o processo interativo seria uma melhoria entre as associações que ocorrem entre os elementos
e os dados.
Na primeira etapa do processo de machine learning, quando ele é implementado, o processo é observado por pessoas, para, depois
disso, serem automatizados. Com o tempo, elas geram cada vez mais precisão na geração dos resultados das associações entre os dados.

Editora
329
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Vantagens do Machine Learning Nesse caso, a missão do software é identificar padrões nos da-
As vantagens do machine learning são as seguintes: dos e obter indicadores úteis. Essa tecnologia pode ser aplicada em
- Automatização de processos: tarefas repetitivas para nós, se- diversos setores, como na área científica, em que ela pode ser apli-
res humanos, podem ser adaptadas para serem feitas de forma au- cada para criar modelos de previsão do clima.
tomática por meio de robôs, gerando alto ganho de produtividade; Aprendizado por Reforço
- Redução de custos: além de gerar economia com possíveis No método de aprendizado por reforço, o sistema tem a prer-
desperdícios de recursos na produção, também há um aprimora- rogativa de interagir com o ambiente, testando uma série de ati-
mento na mão de obra para ser utilizada; tudes e decisões, em busca daquelas que entreguem os melhores
- Melhor gerenciamento das informações: como as empresas resultados. Desse modo, por meio da tentativa e erro, o software
fazem a manipulação de uma carga alta de dados, o armazenamen- em questão se torna capaz de definir os meios mais inteligentes
to destes pode ser difícil de ser realizado. Utilizando machine lear- para realizar uma tarefa.
ning, você terá garantia que os dados estão sendo bem gerenciados; Clusterização
- Soluções diversas: para diversas áreas, além de existirem so- A clusterização significa o agrupamento dos objetos em sub-
luções prontas para serem utilizadas em determinado problema, conjuntos chamados clusters. Com eles, você consegue ter um bom
também há a prevenção de riscos, podendo antecipar uma perda dimensionamento de como está a estrutura de seus dados, identifi-
antes mesmo dela ocorrer. cando padrões de comportamento que possam ser similares entre
- Experiência do usuário: com a utilização do machine learning, eles.
podemos fornecer uma experiência do usuário valiosa, com a per- Essa técnica está presente no aprendizado não supervisionado
sonalização de resultados, por exemplo. e não existe uma clusterização certa ou errada conforme a análise
que está sendo feita, pois, cada análise pode ter variáveis e resulta-
Desvantagem do Machine Learning
dos diferentes entre elas.
O principal efeito colateral que essa técnica pode apresentar
Métricas de Avaliação em Machine Learning
é ela não ser utilizada da forma correta, comprometendo as infor-
mações ou causando danos na produção de dados. Contudo, se por Acurácia
trás dessa manipulação existirem pessoas profissionais qualificadas A acurácia avalia o percentual de acertos de uma determinada
para o software ou aplicação em questão, os resultados serão po- análise. Seu cálculo é feito pela divisão entre o total de acertos e
sitivos. o total de itens existentes. Por exemplo, se uma pessoa candidata
Tipos de Aprendizados de Máquina acertar 7 questões de 10 em uma prova, sua acurácia será = 7 / 10
= 70%.
Como pudemos notar, o machine learning é uma tecnologia
que permite a softwares e a aplicativos aprender por conta própria, Sensibilidade
identificando assim o modo mais eficiente para realizarem determi- A sensibilidade, também chamada revocação, avalia a capaci-
nadas tarefas. Esse aprendizado pode ser feito de modos diferentes. dade de detecção de resultados que possam ser classificados como
Aprendizado Supervisionado positivos.
Como o próprio nome sugere, o aprendizado supervisionado Precisão
trata-se de uma modalidade do machine learning em que o apren- A precisão avalia qual foi a quantia de verdadeiros positivos
dizado de máquina e supervisionado pelas pessoas responsáveis dentre a soma de todos os valores positivos dentro de um conjunto.
pelo seu desenvolvimento. Especificidade
Nesse tipo da tecnologia, o time de desenvolvimento apresen-
A especificidade é o oposto da sensibilidade, pois, avalia a ca-
ta ao sistema uma série de eventos com seus respectivos resulta-
pacidade de detecção de resultados que possam ser classificados
dos. Cabe ao sistema compreender os fatores que contribuíram
como negativos.
para que os resultados, que lhe foram apresentados, fossem alcan-
çados e então utilizar esse conhecimento para prever resultados de F-score
eventos parecidos. Essa métrica utiliza a precisão e a revocação como base em seu
Aprendizado Semi Supervisionado cálculo. Ela é calculada pelo produto entre a precisão e a sensibili-
dade dividido pela soma de ambas, multiplicada por 2:
No aprendizado semi supervisionado, somente alguns dados de
uma grande quantidade são supervisionados. Esse tipo de aprendi-
zado tem como meta a realização do treinamento de categorias de
classificação em situações que existam um pequeno conjunto de
dados rotulados com um conjunto grande de dados não rotulados.
Assim, uma das motivações para o aprendizado semi supervi-
sionado é o caso de um dado não rotulado ser coletado de forma
automática, sem necessitar de um filtro de classificação. Já para
Curva ROC
coletar um dado rotulado, é necessário fazer uma análise mais
complexa, que pode ter um custo alto com pessoas profissionais A curva ROC, em Inglês, representa: Receiver Operating Cha-
especializadas. racteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor,
é um gráfico que deixa avaliarmos um classificador do tipo binário.
Aprendizado Não Supervisionado
Ele é influenciado pelos valores da sensibilidade e especifici-
No aprendizado não supervisionado, o time de desenvolvimen- dade. Com base nos pontos de corte, ele permite analisar qual o
to não informa ao sistema resultados previamente estabelecidos. melhor classificador dos que foram dispostos no gráfico.
Nessa modalidade do aprendizado da máquina, é fornecido apenas
o acesso a uma série de dados.

Editora
330
330
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Inteligência Artificial
Enquanto a inteligência artificial é responsável por ser capaz
de realizar imitações das habilidades humanas, o machine learning
seria um ramo da inteligência artificial destinado ao treinamento de
máquinas para que elas aprendam a manipular dados.
Tendências do Machine Learning para o Futuro
A tendência é que o futuro da utilização do machine learning
cresça cada vez mais e empresas invistam nesse tipo de tecnologia.
Em meados de 2022, cerca de 80% das empresas já utilizavam al-
gum tipo de solução que envolvia machine learning.
Ou seja, há uma movimentação para cada vez mais as tarefas
serem automatizadas, sendo necessário que as empresas fiquem
atentas às principais tendências existentes no mercado, para terem
um diferencial a ser apresentado perante a sua concorrência.
Há a possibilidade de alguns eventos ocorrerem no futuro, tais
como a presença do machine learning na nuvem, ou ainda, o de-
senvolvimento de soluções mais robustas utilizando tanto machine
learning como deep learning.
Como o Machine Learning Pode Ser Usado?
Apenas observando a definição de cada modelo de machine
learning pode ser difícil entender a fundo o seu funcionamento. Por
isso, preparamos três exemplos práticos para que esse conceito se
torne mais intuitivo. Acompanhe!
Relação entre o Machine Learning e o Big Data Cálculo de Frete
O Big Data se trata de como os dados e as informações são Embora não aparente, a tarefa de calcular o frete pode ser mui-
guardados, juntados, categorizados e, se necessário, atualizados. to complexa. Afinal, ela deve ser feita com base em uma série de
Isso, em grande parte das vezes, ocasiona um volume muito grande fatores que podem variar, como o preço dos combustíveis, impos-
de dados. E, nesse caso, será que nós humanos conseguimos fazer tos, pedágios e o pagamento dos responsáveis por transportar a
revisões periódicas, processar, fazer análises, com um volume e va- mercadoria.
riedade de dados muito grande? Não. É aí que o machine learning Por meio do aprendizado de máquina supervisionado, porém,
entra na história. um software pode analisar cada um desses fatores, assim como os
Como o machine learning aprende as regras de como funcio- custos de fretes anteriores, para definir uma tabela de preços ali-
nam os dados de forma autônoma, buscando padrões neles, unin- nhada à realidade do mercado.
do Big Data com machine learning conseguimos coletar dados e Segmentação de Clientes e Otimização de Vendas
guardá-los, independentemente do tamanho, para logo em seguida
Para prestar a seus clientes um atendimento personalizado,
analisá-los de forma rápida.
uma empresa deve compreender seus anseios e padrões de com-
Diferenças entre Deep Learning, Machine Learning, Minera- pra, o que abre espaço para que seu time de gestão crie estratégias
ção de Dados e Inteligência Artificial? mais eficientes de venda e retenção.
Apesar desses conceitos serem bastante similares entre si, há Nesse cenário, um software que utiliza o aprendizado não su-
algumas diferenças presentes neles. pervisionado pode analisar todos os dados relacionados à interação
Machine Learning entre a empresa e seus clientes e, assim, identificar padrões que
indiquem grupos de clientes, por fatores como produtos compra-
O objetivo do machine learning é o entendimento dos dados
dos e a interação entre o cliente e a empresa. Com isso, é possível
por partes das máquinas, para poderem desempenhar suas respec-
fazer ofertas mais direcionadas e organizar processos de venda de
tivas funções. Esse aprendizado pode ser automatizado, devido às
um modo mais eficiente.
tarefas se tornarem repetitivas caso sejam feitas por humanos.
Elaboração de Carteiras de Investimento
Deep Learning
Em um mercado dinâmico, em que diversas variáveis podem
O Deep Learning utiliza tipos especiais de redes neurais para
afetar o preço de ações, o uso do aprendizado de máquina tem o
encontrar algum padrão em uma quantidade de dados complexa e
potencial de tornar a realização de investimentos mais eficiente.
grande. Ela utiliza apenas algoritmos para realizar essa tarefa, sem
Por meio do aprendizado por reforço, por exemplo, o sistema
a necessidade de observação humana.
é capaz de usar dados relacionados a carteiras de ativos criadas
Mineração de Dados anteriormente e, com base nos resultados, positivos e negativos,
Enquanto a mineração de dados é utilizada para obtenção de elaborar uma carteira de acordo com as escolhas que entregaram
regras de dados, gerar insights deles, o machine learning é respon- resultados mais positivos. É válido ressaltar que esse processo pode
sável por ensinar regras ao computador e aprender com elas para ser completado pelo aprendizado supervisionado e pelo não super-
executar determinadas funções. Com a mineração de dados, pode- visionado.
mos extrair dados de qualquer local, enquanto machine learning Ao fazer uso do aprendizado supervisionado, o sistema pode
seria a leitura do equipamento do software presente na aplicação. considerar fatores que influenciaram de forma clara o preço dos ati-
vos, como a taxa de juros ou políticas do governo. O aprendizado

Editora
331
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
não supervisionado, por sua vez, pode filtrar dados cuja visualiza- Tem como base a concepção de que sistemas tecnológicos po-
ção é mais complexa, e assim gerar padrões que antes não seriam dem aprender usando dados, de modo a descobrir padrões, tomar
considerados. decisões e se aperfeiçoar com pouca interferência humana. Dessa
Petróleo e Gás forma, pode melhorar a realização de uma atividade ao longo do
tempo.
O machine learning, nesse caso, pode ser utilizado para prever
Plataformas de Machine Learning são capazes de fornecer ca-
possíveis falhas existentes nos sensores das refinarias. Além disso,
pacidade computacional, bem como dados, algoritmos, APIs, entre
pode realizar a análise de minerais existentes no solo, bem como
outras soluções para se projetar, treinar e aplicar modelos da área
tornar a distribuição desse combustível mais eficiente e com redu-
em máquinas, aplicativos, processos etc.
ção de custos.
Deep Learning
Serviços Financeiros
O Deep Learning, ou aprendizagem profunda, é um tipo espe-
O machine learning, nesse caso, pode ser utilizado para pre-
cial de aprendizado de máquina.
venção de fraudes, como compras irregulares em cartões de crédi-
Envolve redes neurais artificiais com várias camadas de abstra-
to. Além disso, também pode ser utilizado para identificar oportuni-
ção, sendo aplicado para reconhecimento de padrões e aplicativos
dades de investimento, para apontar qual o melhor momento para
de classificação amparados por conjuntos de dados.
se investir na bolsa de valores, por exemplo.
O processo de aprendizado ocorre entre suas camadas de
Governo neurônios matemáticos, em que a informação é transmitida através
O machine learning, nesse caso, também pode ser utilizado de cada camada. Nesse esquema, a saída da camada anterior é a
para prevenção de fraudes, como roubos de identidade e vazamen- entrada da posterior.
to de informações. Podemos também levantar oportunidades para O Deep Learning “treina” máquinas para executarem ativida-
aumentar a eficiência e ter economia de dinheiro, baseado em sen- des como se fossem humanos.
sores de diversos tipos. Por exemplo, identificação de imagens e reconhecimento de
Transportes fala. Também processa dados.
O machine learning, neste caso, auxilia na melhor rota a ser Processamento de Linguagem Natural (PLN)
feita de um determinado local a outro, quais serão os possíveis pro- O Processamento de Linguagem Natural visa ao estudo e à ten-
blemas que poderão ser encontrados. Aqui, a análise de dados é tativa de se reproduzir processos de desenvolvimento ligados ao
feita para identificar possíveis padrões e tendências em comum, funcionamento da linguagem humana. Para isso, emprega softwa-
possibilitando o aumento dos lucros. res, programação e outras soluções.
Por meio do PLN, as máquinas podem compreender melhor os
textos — o que envolve reconhecimento de contexto, extração de
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL informações, desenvolvimento de resumos etc.
Também é possível compor textos partindo de dados obtidos
por computadores.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL O PLN pode ser usado em áreas como atendimento ao consu-
Uma solução de IA envolve um agrupamento de várias tecnolo- midor e na produção de relatórios corporativos.
gias, como redes neurais artificiais, algoritmos, sistemas de apren- Tipos de Inteligência Artificial
dizado, entre outros que conseguem simular capacidades humanas A Inteligência Artificial, basicamente, visa criar máquinas que
ligadas à inteligência13. Por exemplo, o raciocínio, a percepção de simulam o pensamento humano. E sim, essa é uma definição sim-
ambiente e a habilidade de análise para a tomada de decisão. plificada das coisas.
Podemos dizer que o conceito de IA está relacionado à capaci- Afinal, na prática, a IA não funciona de uma única maneira.
dade de soluções tecnológicas realizarem atividades de um modo Existem diferentes tipos de Inteligência Artificial, cada um com
considerado inteligente. seus próprios objetivos e abordagens.
IAs também podem “aprender por si mesmas” graças a siste- Entre as principais categorias, podemos dividir em: Inteligência
mas de aprendizado que analisam grandes volumes de dados, pos- de Máquina, Inteligência Humanóide e Inteligência Coletiva.
sibilitando a elas ampliarem seus conhecimentos. Inteligência de Máquina: tem o objetivo de criar máquinas ca-
A Inteligência Artificial (IA) também é um campo da ciência, pazes de realizar tarefas específicas programadas para, por exem-
cujo propósito é estudar, desenvolver e empregar máquinas para plo, reconhecer padrões, tomar decisões lógicas ou aprender a
realizarem atividades humanas de maneira autônoma. partir de experiências anteriores. Sua aplicação tem como objetivo
Também está ligada à robótica, ao Machine Learning (Apren- automatizar processos e simplificar tarefas diárias.
dizagem de Máquina), ao reconhecimento de voz e de visão, entre
Inteligência Humanoide: visa criar máquinas capazes de imitar
outras tecnologias.
o comportamento humano. Essas máquinas são programadas para
Tecnologias por Trás da Inteligência Artificial se comportar de forma semelhante aos seres humanos, realizando
Existem algumas tecnologias que despontam dentro do cam- tarefas como conversar, reconhecer faces ou expressar emoções.
po da Inteligência Artificial ou que contribuem para que ela evolua. Sua aplicação tem a ver com a criação de interfaces digitais mais
Veja algumas das principais. humanizadas e inteligentes em dispositivos.
Machine Learning Inteligência Coletiva: busca desenvolver redes complexas ca-
O Aprendizado de Máquina envolve um método de avaliação pazes de tomar decisões coletivas. Essas redes são formadas por
de dados que automatiza o desenvolvimento de padrões analíticos. múltiplos agentes inteligentes interconectados, que trabalham jun-
tos para solucionar problemas. O intuito é criar sistemas complexos
capazes de tomar decisões coletivas, como um sistema financeiro
13 EQUIPE TOTVS. Inteligência Artificial: o guia completo sobre o inteligente.
assunto!
Editora
332
332
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Com os avanços tecnológicos, os limites da tecnologia estão Graças aos conteúdos obtidos, ela tem a capacidade de desco-
sendo continuamente testados e expandidos, abrindo novas possi- brir gargalos, falhas e outros pontos fracos nos processos da empre-
bilidades para aplicações inovadoras e promissoras. sa, diminuindo erros e aumentando a eficiência operacional. Isso
Agora, vale ressaltar que existem diferentes tipos de IA no que reduz custos e evita dificuldades para as equipes.
diz respeito às suas características operacionais, incluindo: Aliás, dá até para realizar previsões sobre eventuais dificulda-
IA Reativa: funciona com base em regras pré-programadas e des, para que a empresa tome providências a tempo.
não é capaz de aprender com a experiência ou construir uma me- Tal fato se dá porque ela gera diagnósticos de diversos setores
mória. e processos, contribuindo para o mapeamento de riscos (e também
IA de Memória Limitada: pode se lembrar de experiências pas- de oportunidades).
sadas e usá-las para informar as decisões futuras. Para tanto, ela pode checar frequentemente indicadores-chave
de desempenho do negócio, com o propósito de relatar possíveis
IA de Teoria da Mente: é capaz de entender estados mentais
empecilhos às equipes.
tais como crenças, desejos e intenções.
Outro ponto interessante é que seus processos de análise cos-
IA Autoconsciente: está ciente de seus próprios estados men- tumam apresentar baixo custo. Ela também contribui para que haja
tais e pode usar esta informação para raciocinar sobre o mundo. maior nível de acerto nas estratégias definidas pelos gestores, que
Principais Benefícios da Inteligência Artificial tiveram por base os dados coletados e processados pela IA.
A Inteligência Artificial é capaz de gerar vantagens para os ne- Atendimento Otimizado ao Público
gócios. Veja algumas das principais adiante. A Inteligência Artificial pode otimizar o atendimento oferecido
Melhora na Tomada de Decisão ao público em diferentes aspectos, como na entrega de uma comu-
A IA pode auxiliar na simplificação de processos de análise, es- nicação mais eficiente, no aumento da agilidade em transações e
pecialmente uma empresa que preza pela tomada de decisão ba- em uma personalização ampliada.
seada em dados (data-driven). - De acordo com a Forrester, 89% dos chatbots são úteis ou
Isso porque ela é capaz de organizar e conferir maior clareza a muito úteis na personalização das interações com os clientes, im-
dados “nebulosos” ou “confusos”, os quais dificultam o estabeleci- pactando sua qualidade;
mento de estratégias. - Conforme a Gartner, os níveis de satisfação do cliente devem
Um sistema de Inteligência Artificial pode desenvolver proces- crescer 25% até 2023 nas organizações que usam IA.
sos que envolvem correlações, regressões, estruturação de análises Além disso, vale destacar que, anualmente, US$62 bilhões são
dos dados gerados etc. que servem de base para executivos toma- perdidos por causa de um insatisfatório serviço ao cliente oferecido
rem decisões. pelas empresas, de acordo com dados da Forbes.
Principalmente se estiver vinculada a uma solução de big data, A Inteligência Artificial pode contribuir para a redução desta
que é capaz de lidar com um gigantesco volume de dados não-es- perda.
truturados. Aplicação da IA na Rotina das Organizações?
Comodidade e Escalabilidade Existem muitas aplicações da Inteligência Artificial nas empre-
Uma solução de IA virtual é capaz de empregar algoritmos para sas, em diferentes segmentos. Adiante, confira algumas das princi-
realizar segmentações mais precisas, de modo a sugerir mercado- pais.
rias sintonizadas com os perfis de consumidores analisados. Isso Financeiro
aumenta as chances de se desenvolver boas estratégias comerciais. Devido a sua capacidade de análise e processamento de dados,
A IA também tem alto nível de replicabilidade de processos, já a IA é muito útil na avaliação de indicadores e no suporte à tomada
que os sistemas que a compõem são capazes de realizar as mesmas de decisão, pois pode fornecer sugestões de medidas a serem apli-
análises diversas vezes. Isso assegura que qualquer fluxo de traba- cadas no negócio.
lho se torne escalável. Também pode atuar diretamente em processos gerenciais,
A obtenção de informações relevantes de relatórios também como ao automatizar o cálculo de preço e a avaliação sobre qual
pode se tornar mais rápida. Isso porque já há algoritmos de text aplicação pode proporcionar melhor Retorno Sobre o Investimento
mining (mineração de textos) capazes de analisar um documento e (ROI).
encontrar informações nele. Além disso, tem papel de destaque na prevenção a fraudes,
Esses fatores geram comodidade, já que são feitos de maneira pois automatiza e otimiza a análise de concessão de seguros, de
mais rápida e simplificada pela solução de Inteligência Artificial. crédito e de risco.
Aumento da Automação Em entidades do setor financeiro, também pode conciliar tran-
A IA contribui para automação de atividades lógicas, analíticas sações em massa, durante a madrugada.
e cognitivas, gerando maior velocidade no tratamento de informa- Graças aos dados obtidos pela interação com clientes, ela é ca-
ções. Isso serve como complemento à automação das tarefas físi- paz de fornecer uma compreensão ampliada sobre suas demandas,
cas, especialmente da produção, que costuma ser propiciada por suas expectativas e seus desejos.
máquinas robóticas. Recursos Humanos (RH)
Redução de Erros, de Riscos e de Custos Operacionais No RH, essa tecnologia poderá contribuir para redirecionar os
Uma solução de Inteligência Artificial pode ser empregada no colaboradores empregados em tarefas repetitivas para atividades
monitoramento de máquinas e sistemas computacionais da empre- de maior valor agregado, já que ela mesma será capaz de executar
sa. operações que necessitam de menos análise e raciocínio.
No caso dos equipamentos, ela pode usar dados de sensores, Outro ponto em que ela será importante é o gerenciamento
de câmeras, de registros em softwares de monitoramento, dentre de longos processos de ambientação de profissionais recém-admi-
outras fontes. tidos.
Em relação aos sistemas, suas informações são provenientes de
bancos de dados, de relatórios, de históricos etc.
Editora
333
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
O surgimento do gerente de Inteligência Artificial também é Por que a Inteligência Artificial tem se Tornado Tão Estratégica
uma possibilidade real. Esse profissional trabalhará para aprimorar e Quais São seus Riscos?
a implementação e o gerenciamento da IA na organização. Um dos principais fatos sobre a inteligência artificial é que
Marketing ela não vem sem riscos e exigências. Um deles é a necessidade de
A IA poderá colaborar no mapeamento de tendências, compor- maior capital intelectual para lidar com suas exigências. Sem isso, a
tamentos e oportunidades com o público, além de antever deman- empresa poderá subutilizá-la, perdendo dinheiro no processo.
das. Além disso, é preciso planejar bem a requalificação e o rema-
Como mencionado antes, ela tem o potencial de ajudar no nejamento de capital humano dentro da empresa, para que possam
atendimento ao público. exercer atividades que demandam criatividade e geram maior valor
Aliás, podemos considerar os chatbots usados em caixas de agregado, bem como para preservar talentos.
mensagens de sites e redes sociais, mensageiros instantâneos, sa- Eles precisarão de treinamento para lidar com os sistemas de
las virtuais de atendimento etc. como precursores dela, pois con- IA, a fim de maximizar essa relação.
seguem interagir com consumidores, mas têm capacidade inferior. Uma tendência é que muitas estruturas corporativas se tornem
As IAs também são capazes de otimizá-los, de modo que con- mais fluídas e enxutas, com equipes menores e mais colaborativas.
sigam responder melhor aos questionamentos dos consumidores É preciso ficar preparado para isso, para que o funcionamento e
com base em análises feitas no conteúdo dos diálogos. os fluxos de trabalho da empresa sejam adaptados e não fiquem
Outra atividade que a IA aprimora é a avaliação do compor- comprometidos.
tamento do usuário. Isso porque ela é capaz de analisar conteúdo A IA é uma tecnologia capaz de reduzir custos, otimizar a pro-
digital e aplicar um algoritmo a fim de segmentar perfis, tendo por dução e gerenciar atividades. Isso gera vantagens competitivas aos
base os hábitos do público. negócios, tornando-a uma solução estratégica. Muitos líderes já co-
Graças a esse fator, dá para recomendar produtos que os con- meçam a ter essa percepção.
sumidores têm maior probabilidade de comprar. Uma pesquisa da PWC, feita com executivos de negócios e de
O processo de retargeting (impactar mais de uma vez o consu- Tecnologia da Informação (TI), apontou que 54% deles fazem inves-
midor) é outro que se favorece. Por conseguir identificar hábitos de timentos substanciais em IA.
compra e de navegação online de usuários, a IA ajuda a automatizar Além disso, 72% acreditam que essa solução gerará vantagens
essa estratégia. significativas no futuro.
Ela pode mandar uma oferta ou um alerta sobre a redução de Desafios para a Implementação da Inteligência Artificial
preço de um item para aqueles que quase o adquiriram antes, mas Que a IA tem um enorme potencial de transformar negócios e
abandonaram o processo de compras. rotinas já não há dúvidas. A proporcionar inteligência às máquinas,
De acordo com dados divulgados pela Thrive My Way, o uso simplificamos o dia a dia de todos. Porém, uma coisa é a IA na teo-
de IA em CRMs vai crescer mais de 250% nos próximos anos. Além ria, a outra é a prática.
disso, conforme observou o Findstack, CRMs empoderados por IA A implementação bem-sucedida da Inteligência Artificial pode
impulsionaram as receitas em US$1,1 trilhão. ser bem desafiadora, já que falamos de uma inovação que exige o
Nesse caso, organizações que a adotarem poderão incrementar maior estofo tecnológico possível.
seus resultados. Além disso, há um detalhe que deve ser lembrado: a IA, até
Operações ou Produção onde conhecemos, não tem limite. Ou seja, não é algo que pode se
A Inteligência Artificial é uma das tecnologias que encabeçam a tornar datado daqui a alguns anos.
chamada quarta revolução industrial ou indústria 4.0, junto à reali- Pelo contrário, conforme crescemos, a IA cresce.
dade aumentada, à Internet das Coisas (IoT), à virtualização de ele- Mas hoje, sua implementação passa por alguns obstáculos em
mentos físicos da fábrica para criação de cópias (gêmeos digitais), comum. Abaixo, veremos os principais.
etc. Dados
Aliás, é graças à IoT que a IA consegue obter dados não só de Uma das principais preocupações com a Inteligência Artificial
sistemas virtuais, como de dispositivos físicos que não são de infor- é a falta de dados.
mática ou eletrônica. Por exemplo, máquinas industriais. Para que a IA funcione corretamente, é necessário ter informa-
As aplicações da inteligência artificial na indústria são vastas, ções para treinar e alimentar seus algoritmos.
uma vez que ela pode ser empregada tanto em atividades produti- Acontece que, hoje, dados não são o problema — o desafio é
vas quanto gerenciais. Veja algumas de suas principais aplicações: justamente processá-los.
Monitoramento de robôs: a IA aliada à robótica tem o poten- Processos de mineração de dados, modelagem de dados, data
cial de aprimorar processos fabris ao mapear gargalos e reduzir er- analytics, inteligência de dados, entre tantos outros devem ser apri-
ros gerados por robôs. Isso devido ao acompanhamento contínuo morados.
de sensores, câmeras, equipamentos de telemetria, entre outros
Hardware
dispositivos de monitoramento;
Outro desafio importante é o hardware.
Manutenção preditiva: ao analisar dados como temperatura,
A IA requer um grande poder de processamento para funcionar
nível de ruído, pressão etc., a IA pode antecipar a necessidade de
corretamente.
manutenção antes que um problema afete algum equipamento.
Portanto, é necessário ter um bom hardware, já que a plata-
Também evita manutenções desnecessárias, que podem paralisar
forma no qual o sistema (ou os sistemas) precisa lidar com o alto
a produção. Consequentemente, reduz custos com esse processo;
potencial de processamento.
Melhora nas simulações: a IA pode realizar testes em simula-
Interfaces Homem-Máquina
ções virtuais do parque fabril (gêmeos digitais) em busca de proces-
sos de maior performance, de disposição otimizada dos elementos Uma das preocupações mais comuns com a Inteligência Artifi-
da fábrica, de eliminação de gargalos etc. cial é como as máquinas irão interagir com os seres humanos.
As interfaces homem-máquina podem ser inadequadas ou con-
fusas, o que pode levar à falha da IA.
Editora
334
334
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Também é importante considerar que as máquinas podem não Aplicabilidade Abrangente
ser capazes de compreender o contexto em que as interações hu- Detecção de Spam
manas acontecem.
As melhores tecnologias de detecção de spam usam os recur-
Ou seja, há um caminho a se percorrer aí, refinando o funcio-
sos de classificação de texto do processamento de linguagem na-
namento das soluções para que entendam e se adaptem ao fator
tural para verificar e-mails em busca de palavras que geralmente
humano.
indicam spam ou phishing.
Custos Esses indicadores podem incluir uso excessivo de termos fi-
Não é novidade falar que a IA é cara. nanceiros, gramática ruim característica, linguagem ameaçadora,
Além disso, treinar um modelo AI pode ser caro e demorado, urgência inadequada, nomes de empresas com erros ortográficos
bem como todos os investimentos na adequação das soluções inte- entre outras características.
ligentes ao seu negócio. Tradução
Porém, cada vez mais, as desenvolvedoras e big techs traba-
O maior exemplo é o Google Tradutor que usa a NLP ampla-
lham em sistemas, plataformas e interfaces mais acessíveis e capa-
mente disponível no trabalho. A tradução automática realmente
citadas.
útil envolve mais do que substituir palavras de um idioma por pa-
Por isso, é bom ficar de olho no que o mercado oferece.
lavras de outro.
A tradução eficaz deve capturar com maior precisão o signifi-
PROCESSAMENTO DE LINGUAGEM NATURAL cado e o tom do idioma de entrada e traduzi-lo em texto com o
mesmo significado e impacto no idioma de saída. As ferramentas de
tradução automática estão fazendo um bom progresso em termos
de precisão com a tecnologia.
PROCESSAMENTO DE LINGUAGEM NATURAL
Assistentes Virtuais e Chatbots
A NLP — processamento de linguagem natural em português
— é o ramo da inteligência artificial que combina linguística compu- Independente de marcas, seja o da Apple, Amazon, Google, os
tacional, uma modelagem baseada em regras da linguagem huma- assistentes virtuais usam o reconhecimento de fala para identificar
na, e modelos estatísticos de machine learning e deep learning14. padrões em comandos de voz e geração de linguagem natural para
Juntas, essas tecnologias permitem que os computadores pro- responder com ação apropriada ou comentários úteis.
cessem a linguagem humana na forma de texto ou dados de voz e Os chatbots realizam a mesma função em resposta às entradas
“compreendam” seu significado completo, incluindo a intenção e o de texto digitadas. Os melhores podem aprender a reconhecer pis-
sentimento do falante ou escritor. tas contextuais sobre solicitações humanas e usá-las para fornecer
A técnica conduz programas de computador que traduzem tex- respostas ou opções ainda melhores ao longo do tempo.
to de um idioma para outro, respondem a comandos falados e resu- O próximo aprimoramento para esses aplicativos seria dar res-
mem grandes volumes de texto rapidamente — mesmo em tempo postas às perguntas, tendo a capacidade de responder às nossas
real. perguntas com resultados relevantes e úteis em suas próprias pa-
Um bom exemplo de sua aplicação é na forma de sistemas GPS lavras.
operados por voz, assistentes digitais, software de fala para texto, Resumo Textual
chatbots de atendimento ao cliente e outras conveniências dos É basicamente uma sumarização de texto usando técnicas de
usuários e consumidores. processamento de linguagem natural para digerir e resumir gran-
A NLP também desempenha um papel crescente nas soluções des volumes de texto. O resultado são resumos e sinopses para
corporativas que ajudam a otimizar as operações de negócios, índices, bancos de dados de pesquisa ou leitores ocupados que
aumentando a produtividade dos funcionários e simplificando os não têm tempo para ler o texto completo.
processos de negócios que envolvem decisões onde se usa a crítica
para análises. A inteligência artificial tem muitos ramos diferentes, mas que
se complementam para um melhor entendimento do mundo pelas
Importância Geral máquinas, consequentemente, auxiliando os humanos a encontrar
A aplicabilidade é ampla, como veremos a seguir, mas o foco melhores soluções.
principal é acelerar resoluções antes feitas somente por humanos, Ao descobrirmos o que é processamento de linguagem natural
organizando, que demandam grandes períodos de tempo. e suas aplicações, ficamos mais próximos de entender um pouco
O processamento de linguagem natural ajuda os computadores mais sobre o futuro da humanidade.
a se comunicarem com humanos em seu próprio idioma e dimen- Exemplos de NLPs
siona outras tarefas relacionadas ao idioma (falado e escrito).
Por exemplo, a NLP possibilita que computadores leiam texto, Existem sistemas de NLP que devem ser integrados ao sistema
ouçam falas, interpretem, meçam sentimentos e determinem quais que você deseja usar para comunicar máquina e usuário15.
partes são importantes. No caso da implementação de um chatbot, você usa um dos
As máquinas, atualmente, podem analisar mais dados basea- sistemas de NLP em conjunto com a plataforma de chatbot, para
dos em linguagem do que humanos, sem fadiga e de maneira con- que ambos trabalhem para desenvolver seu bot e oferecer uma me-
sistente e imparcial. Considerando a quantidade impressionante de lhor experiência para os usuários.
dados não estruturados que são gerados todos os dias, sejam regis- A seguir, dois exemplos de NLP:
tros médicos ou mídias sociais, a automação será fundamental para DialogFlow (Google)
analisar totalmente os dados de texto com eficiência. O DialogFlow é simples de usar e oferece uma experiência mui-
to intuitiva para quem deseja adotar o NLP para a criação de cha-
tbots.

14 KOVACS, L. O que é processamento de linguagem natural? [NLP]. 15 https://bit.ly/3W8ljjf


Editora
335
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Você pode usar o sistema de machine learning para compreen- Discurso
der o que os usuários querem dizer a você por meio de seus canais Já o discurso tem uma função mais ampla. Seu objetivo é fazer
digitais, bem como retransmitir a mensagem em resposta. uma análise completa e encontrar o significado do texto, seja ele
LUIS (Microsoft) falado ou escrito.
LUIS parece um nome de pessoa, mas na verdade é uma sigla Pragmático
para Language Understanding Intelligent Service, ou, Serviço Inteli- O último nível do funcionamento do processamento de lingua-
gente de Compreensão de Linguagem. gem natural interpreta a mensagem e extrai informações e signifi-
Por definição, esse provedor de NLP chatbot facilita a comuni- cados extras que podem não estar explícitos nas palavras.
cação entre seres humanos e máquinas.
Tipos de Abordagem
Para isso, ele busca reconhecer não apenas as palavras usadas
em uma conversa, mas também reconhecer a intenção de uma so- Os tipos de abordagem do PLN dizem respeito à maneira como
licitação por meio de reconhecimento de voz. os softwares vão tratar os níveis de processamento que acabamos
O objetivo da Microsoft com o LUIS é possibilitar que mesmo de mencionar.
pessoas sem formação e conhecimentos avançados possam criar Para isso, são divididos em 4 diferentes categorias, sendo elas:
sistemas de inteligência virtual e aplicá-los em seus negócios. - Simbólica;
Também é um serviço baseado em machine learning que per- - Estatística;
mite a compreensão entre usuários e máquinas, durante a troca de - Conexionista;
mensagens em variadas situações. - Híbrida.
Como Funciona o Processo de Linguagem Natural? Simbólica
Para a criação do PLN é preciso utilizar diferentes técnicas que A abordagem simbólica tem como base regras bem definidas e
visam interpretar a linguagem humana, isso inclui métodos estatís- estruturadas de linguística. Por não terem ambiguidades, são cria-
ticos, abordagem de algoritmos e machine learning16. dos algoritmos que possibilitam a realização de processamentos de
Mas para contemplar todos esses pontos, o processamento de linguagem simples.
linguagem natural é dividido em níveis e em tipos de abordagem. Estatística
Níveis de Processamento Já a abordagem estatística se baseia no próprio texto ou fala
Os níveis de processamento são definidos com base nas dife- para realizar as suas deduções de interpretação. Para isso, são utili-
rentes análises que uma forma de linguagem por ter. zados modelos matemáticos que dispensam o emprego das regras
Por isso, são divididos em 7 níveis distintos, organizados de linguísticas.
acordo com a dificuldade de implementação. São eles: Conexionista
- Fonologia; Similar à abordagem anterior, a conexionista também cria mo-
- Morfologia; delos genéricos para a criação e interpretação das linguagens. Po-
- Léxico; rém, mescla teorias de conhecimento com aprendizado estatístico
- Sintático; para conseguir deduzir, transformar e manipular os textos.
- Semântico;
Híbrida
- Discurso;
- Pragmático. A abordagem híbrida, por sua vez, reúne todas as anteriores.
Sua utilização ajuda a tratar de maneira mais profunda problemas
Fonologia
relacionados ao processamento de linguagem natural, conferindo
Nível de processamento voltado para o desenvolvimento de maior flexibilidade a essa atividade.
aplicativos de voz, a fonologia tem como objetivo entender e inter-
Desafios do Processamento de Linguagem Natural
pretar o som das palavras, considerando, inclusive, a maneira como
são pronunciadas. Os três que mais se destacam são:
- Se ajustar à evolução do idioma;
Morfologia
- Compreender o que há além das palavras;
Visa entender a composição das palavras, dividindo-as em - Evoluir dentro do seu próprio objetivo.
morfemas que, ainda que sejam fragmentos com significado, não
Se Ajustar à Evolução do Idioma
representam, propriamente, uma palavra.
Você já deve ter ouvido que a língua portuguesa é um idioma
Léxico
vivo, não é? Isso acontece porque a linguagem sofre uma série de
Este nível de processamento tem como função interpretar o influências, incluindo as mudanças e hábitos da sociedade.
significado individual de cada palavra dita em uma interação entre Um bom exemplo disso é a palavra “você”. Em tempos passa-
humano e máquina. dos, esse pronome de tratamento era “vossa mercê”, que evolui
Sintático para “vosmecê”, até chegar ao formato que utilizamos hoje, “você”.
O sintático, por sua vez, faz a análise completa de cada frase No entanto, se considerarmos uma linguagem coloquial, ou
dita ou escrita na conversão. seja, mais informal, esse pronome também pode se resumir a “cê”,
por exemplo, “Cê vai hoje de carro para o trabalho?”
Semântico
Além disso, é preciso considerar que, em várias regiões do Bra-
O processo semântico complementa o anterior, e busca com- sil, o “você” não é tão utilizado, sendo substituído pelo “tu” com a
preender o significado da frase em questão. mesma finalidade.
Esse é só um exemplo de como o nosso idioma pode mudar
com o passar do tempo e de acordo com a região onde falado.
Por isso, um dos desafios do processamento de linguagem na-
16 SILVA, D. Processamento de linguagem natural: entenda como funcio-
tural é garantir que os computadores e dispositivos entendam to-
na, importância e aplicação [Guia Completo]. das essas mudanças e se adaptem a elas conforme evoluem.
Editora
336
336
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Compreender o que Há Além das Palavras
Pontuações, tom de voz, erro de digitação, grafias incorretas, GOVERNANÇA DE DADOS: CONCEITO, TIPOS (CENTRALI-
tom de voz etc. Essas são mais algumas variações que as palavras ZADA, COMPARTILHADA E COLEGIADA)
e as frases podem sofrer e que afetam a interpretação e o entendi-
mento das soluções com tecnologia PLN.
Imagine a seguinte situação: um cliente entra em contato com GOVERNANÇA DE DADOS
uma empresa através do chat de suporte help desk e digita a seguin- Ao pesquisar “definição de governança de dados”, você encon-
te frase: “Quero solicitar o concerto da minha máquina de lavar”. tra várias explicações que, às vezes, são confundidas com o geren-
Se o software interpretar o significado da palavra “concerto” ciamento de dados17. Segundo o Data Governance Institute (DGI), a
isoladamente, é bem provável que não consiga prosseguir com o governança de dados é “um sistema de direitos e responsabilidades
atendimento adequadamente. para processos relacionados às informações, executado em con-
Há também a questão do significado das palavras, que pode cordância com modelos que descrevem quem pode realizar quais
variar bastante de região para região. Por exemplo, um cliente pode ações com quais informações, quando, sob que circunstâncias, e
solicitar o “reparo da sua calçada”, enquanto outro o “reparo do usando quais métodos.”
seu passeio”. A definição do Gartner é a seguinte: a governança de dados
Alguns podem acionar o seguro do carro via robô do WhatsApp engloba uma coleção de processos, funções, políticas, padrões e
e informar na mensagem como ponto de referência o “semáforo da métricas que garantem o uso eficiente e eficaz das informações,
Rua 2”, já outros “o farol da Rua 2”, ou ainda “a sinaleira da Rua 2”. permitindo que uma organização alcance suas metas.
Por isso, um dos desafios do processamento de linguagem na- Estas definições de governança de dados indicam que uma go-
tural é considerar todas essas variações e possibilidades, de modo vernança robusta segue padrões e políticas que garantem o uso dos
que a solução realmente consiga oferecer um atendimento rápido dados com integridade. Ela estabelece quem pode realizar quais
e preciso aos usuários. ações em quais situações, com quais dados e quais métodos.
Evoluir Dentro do seu Próprio Objetivo À medida que novas leis e regulamentos de proteção de
Um último obstáculo a ser superado pelo PLN é continuar a dados são aprovadas, o desenvolvimento, a implementação e a
evolução dentro do seu próprio conceito. observação de estruturas eticamente robustas de governança de
O que queremos dizer é estar em constante aperfeiçoamento dados se tornarão cada vez mais essencial para as organizações.
para aprimorar a compreensão da linguagem humana e estabelecer Uma estrutura concreta de governança de dados aborda as fun-
uma comunicação cada vez mais natural e fluida. ções operacionais e as responsabilidades, bem como os objetivos
Isso também é fundamental para atender às novas necessi- táticos e estratégicos.
dades do mercado, que inclui as mudanças de comportamento do Responsável pela Governança de Dados
consumidor e suas expectativas junto às marcas. Depois de explicar a definição da governança de dados, vamos
Métodos do Processamento de Linguagem Natural entender quem é o responsável pela sua implementação.
Os principais são: Uma governança de dados eficaz envolve toda a empresa.
- Análise de texto; Grandes organizações geralmente formam uma equipe de gover-
- Descobertas com foco investigativo; nança de dados que é responsável pelo estabelecimento de metas e
- Identificação de tendências; prioridades, desenvolvimento do modelo de governança, obtenção
- Análise de redes sociais. da aprovação do orçamento e a seleção das tecnologias adequadas
a serem usadas.
Análise de Texto
Confira na lista abaixo as designações mais comuns da equipe
O primeiro cenário de aplicação do PLN é fazer a análise de um de governança de dados.
texto falado ou escrito por um cliente. Somente com essa base é
Proprietários de Dados
possível entregar um bom atendimento.
Esta função deve ser atribuída a gerentes seniores que especi-
Descobertas com Foco Investigativo
ficam as necessidades por dados e a qualidade dos dados da orga-
Outro método do processamento de linguagem natural que nização. Eles precisam poder tomar a iniciativa e decisões para toda
também pode ser utilizado tem como foco identificar padrões de a organização. Sua função é voltada ao negócio. Os proprietários de
comportamento e, com isso, se antecipar a possíveis intenções de dados se responsabilizam pelos dados como um ativo.
fraudes.
Organizadores de Dados
Identificação de Tendências
É uma função técnica. Organizadores de dados, ou data ste-
Anteriormente, dissemos que o PLN também extrai informa- wards, também são chamados de arquitetos de dados. Eles verifi-
ções de uma conversação, se lembra? Isso pode lhe ajudar a iden- cam se todos os padrões e políticas de dados estão sendo cumpri-
tificar tendências e, assim, criar ações com o objetivo de melhorar dos diariamente. Muitas vezes, eles fazem parte de uma equipe de
os seus processos. gestão central ou departamento de TI, pois precisam ser especia-
Análise de Redes Sociais listas no assunto para uma entidade de dados ou/e um conjunto
O atendimento nas redes sociais tem se tornado cada vez mais de atributos de dados.
comum para as empresas. Além disso, são canais utilizados pelos Os organizadores de dados estabelecem definições e fórmulas
clientes para falar sobre marcas, produtos e serviços, tanto positi- padronizadas para os elementos dos dados, além de identificar os
vamente quanto negativamente. detalhes do sistema de fonte e o fluxo de dados entre os sistemas.
O processamento de linguagem natural também ajuda a iden- Eles cuidam dos dados como um ativo ou oferecem consultoria so-
tificar o sentimento dos clientes sobre a sua empresa, a encontrar bre como fazer isso.
tópicos específicos sobre a sua marca e até a localizar potenciais
influenciadores.
17 https://www.delphix.com/br/glossario/o-que-e-governanca-de-dados
Editora
337
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Operadores de Dados evitando assim a criação de silos de dados na empresa. As equipes
Os operadores de dados, ou data custodians ou data operators, de TI, Vendas e Marketing trabalham juntas, compartilham dados e
criam e mantém os dados usando como base as normas de uma or- insights, trocam conhecimento e economizam tempo e recursos. Os
ganização. Isso inclui a integração organizacional e técnica, as atua- dados são mais centralizados.
lizações e a manutenção dos ativos de dados. Recomenda-se que as Processo de Compliance Mais Rápido
funções de operador de dados sejam atribuídas a colaboradores em Ao tomar melhores decisões, a conformidade é alcançada com
unidades de negócio estabelecidas, ou em combinação com fun- maior rapidez. As organizações podem escolher entre uma aborda-
ções de apoio dedicadas, por exemplo, de serviços compartilhados. gem com pouco código ou sem código, dependendo das suas ne-
Comitê de Governança de Dados cessidades específicas, e ambas têm o benefício de agilizar o com-
Os comitês de governança de dados aprovam as políticas e nor- pliance. O software para a governança de dados pode transformar
mas que tratam da governança de dados. O comitê de governan- o processo usando o mascaramento como técnica de proteção de
ça também é responsável pela resolução de problemas de escala dados, permitindo assim que as organizações estejam em confor-
e pode ser dividido em subcomitês caso sua organização seja de midade com maior rapidez. Com isso, o treinamento que duraria
grande porte. Por exemplo, você pode ter subcomitês específicos meses ou anos não é mais necessário.
para clientes, fornecedores, produtos e colaboradores. Melhor Compliance
Estes comitês garantem que os requisitos, prioridades e pro- Com a implementação de um sistema de governança de dados,
blemas relacionados aos dados sejam alinhados entre várias enti- fica mais fácil para sua organização cumprir integralmente as leis de
dades. Além dos subcomitês, a maioria das organizações tem dois proteção mais recentes, inclusive o General Data Protection Regula-
conselhos, um para tratar de assuntos estratégicos relacionados ao tion (GDPR), da União Europeia, a lei de portabilidade e responsabi-
gerenciamento de dados e outro para tratar de questões táticas re- lidade de provedores de saúde (HIPAA), o Padrão de Segurança de
lacionadas ao gerenciamento de dados. Dados da Indústria de Cartões de Pagamento (PCI-DSS) e outras leis
Em um cenário ideal, uma equipe de governança de dados de proteção de dados.
deve incluir um gerente, um arquiteto de soluções e governança Entre todas as vantagens incentivadoras, a conformidade deve
de dados, um analista de dados, um estrategista de dados e um es- estar no topo da sua lista. A legislação relacionada à proteção de
pecialista em compliance que devem combinar seu conhecimento dados continuará evoluindo, junto com a tecnologia. A adoção de
especializado para tomar decisões fundamentadas e em conformi- um sistema de compliance abrangente garante a aderência às leis e
dade para a organização. evita sanções ou multas por violação da legislação. Além disso, ao
Importância da Governança de Dados cumprir as normas regulatórias atuais, os dados da empresa ficam
Com a governança de dados, as empresas têm mais clareza, protegidos para que não caiam em mãos erradas.
se protegem contra o mau gerenciamento de dados e garantem a Desafios da Governança de Dados
conformidade. A IBM divulgou recentemente que só nos EUA, as Devido à falta de gerenciamento de dados, os usuários passam
organizações perdem US$ 3,1 trilhões anualmente por causa da má em média 1,8 hora por dia procurando pelos dados corretos. Isso é
qualidade dos dados. um problema básico para as equipes de uma empresa.
Uma baixa qualidade dos dados afeta todos os aspectos de
Falta de Liderança
uma organização, desde as informações para o marketing até o pla-
nejamento financeiro, impedindo a realização de KPIs importantes. A governança de dados abrange vários departamentos dentro
É impossível tomar decisões precisas ou assumir riscos calculados de uma organização e exige uma clara liderança top-down. Um pro-
quando a qualidade dos dados é insatisfatória. grama de governança de dados de sucesso precisa da colaboração
multifuncional.
Benefícios da Governança de Dados
As tendências do setor indicam que os responsáveis pelos da-
Apesar de apresentar alguns desafios iniciais, a governança dos, os Chief Data Officers (CDO), possuem agora o mesmo nível
de dados permite às empresas que continuem ágeis em mercados de importância que os responsáveis pela informação ou o Chief In-
saturados, sem deixar de manter a conformidade com a legislação formation Officer (CIO). Se uma organização não tiver um CIO, ela
que evolui constantemente. precisa ter alguém da alta administração que tenha uma função
Garantia de Alta Qualidade com foco na política de dados e no alinhamento processual. Este
Um programa rigoroso de governança de dados mantém seus profissional precisa fazer uso da sua autoridade para defender o or-
dados limpos. A responsabilidade compartilhada garante uma cons- çamento e a alocação de recursos e se empenhar para manter uma
tante limpeza, atualização e remoção de dados. Lidar com dados boa governança de dados.
dá trabalho, mas o processo pode ser menos desgastante se sua Falta de uma Equipe de Suporte
equipe de gerenciamento de dados mantém tudo atualizado e re- Organizações que não conseguem implementar uma boa go-
levante. vernança de dados tendem a confiar demais nos cientistas de da-
Uma política de dados eficaz permite às organizações encontrar dos, esperando que eles assumam quase toda a responsabilidade
e manter informações úteis e reduzir informações ROT (redundan- pelos dados. A governança de dados contém vários componentes
tes, obsoletas e triviais). Por exemplo, ao lidar com vários pontos que não fazem parte das competências do cientista de dados, como
de entrada de dados, alguns dados serão inevitavelmente repetidos estabelecer os procedimentos das políticas. A governança de dados
e/ou incorretos. Sua política de dados deve permitir à sua equipe deve ser gerida por um grupo de pessoas responsáveis por diferen-
eliminar tais erros e criar uma fonte única de dados confiáveis e de tes partes dos procedimentos operacionais e pelo cumprimento das
alta qualidade. normas de compliance.
Melhor Tomada de Decisão e Planejamento Organizacional O Valor dos Dados
Vivemos em uma época em que os dados se tornaram um fator Muitas vezes, falta clareza em relação à propriedade, acesso,
crítico para as decisões organizacionais. Uma boa governança de gerenciamento e uso dos dados, resultando no armazenamento de
dados permite aos usuários autorizados acessar os mesmos dados, dados em sistemas imprecisos. Isso pode gerar problemas de ROT
Editora
338
338
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
e resultar em uma má administração geral, causando prejuízos em
várias áreas. Investimentos em tecnologia não melhoram a quali- CIÊNCIA DE DADOS: IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO
dade e o valor dos dados existentes, pois os dados não podem se
autogovernar e precisam ser entendidos corretamente para serem
usados de forma eficaz. CIÊNCIA DE DADOS
Mau Gerenciamento de Dados A Ciência de Dados é a prática de mineração de grandes con-
O gerenciamento de dados não é o mesmo que a governan- juntos de dados brutos, estruturados e não estruturados, para iden-
ça de dados. A governança estabelece políticas e procedimentos tificar padrões e extrair insights acionáveis deles18. O termo surgiu
que envolvem os dados. Já o gerenciamento aplica estas políticas em 1960 e era usado como sinônimo de ciência da computação.
e procedimentos para coletar e usar os dados para tomar decisões. Porém, foi só a partir do surgimento do Big Data que ele passou
O mau gerenciamento de dados resulta em dados desprotegidos, a ser usado como conhecemos hoje. A Ciência de Dados é inter-
processos obscuros, silos de dados e falta de controle sobre os pro- disciplinar, pois incorpora conhecimentos das áreas de estatística,
cessos. Sem políticas e processos de consolidação, as organizações matemática, data mining e análises preditivas.
correm sérios riscos de segurança e não conformidade. Além disso, a sua principal função é, a partir das informações
Melhores Práticas de Governança de Dados gerados pela empresa, criar previsões e estimativas do negócio, au-
xiliando nas decisões de longo prazo.
Os princípios fundamentais de uma boa governança de dados
Também chamada de Data Science, a Ciência de Dados está
são:
alicerçada no estudo disciplinado dos dados e informações não fo-
- Uma organização deve definir uma equipe de governança de
cadas, que resultam de todas as tarefas executadas pelas organiza-
dados com descrições claras do cargo, das responsabilidades e das
ções19. Entre os pilares desse estudo estão:
obrigações. Isso inclui a definição de quem é responsável pelas deci-
- Matemática;
sões, processos e controles multifuncionais relacionados aos dados.
- Estatística;
- Os programas de governança de dados devem definir as res-
- Mineração e visualização de dados;
ponsabilidades, implementando um equilíbrio entre as equipes
- Área de negócios;
organizacionais e tecnológicas para garantir um trabalho eficaz em
- Programação;
prol de uma meta comum.
- Computação.
- As decisões, controles e processos relacionados aos dados de-
vem ser auditáveis e acompanhadas pela documentação que cor- Apesar de essa área se caracterizar como multidisciplinar, a
robora os requisitos de compliance. Além disso, a estrutura deve matemática e a estatística são cruciais na aplicação de Data Science,
facilitar a padronização da governança de dados da empresa. visto que possibilitam a construção de modelos de análise de dados
- Todos na organização devem trabalhar com integridade ao para realizar predição futura. Portanto, sua finalidade principal é
lidar uns com os outros e com dados. As pessoas devem ser hones- gerar insights que ajudem os gestores e suas equipes a compreen-
tas durante as discussões e ao darem seu feedback quando tomam der quais são os melhores caminhos a serem seguidos a partir das
decisões relacionadas aos dados. análises efetuadas.
- Os processos da organização de dados exigem transparência Uma maneira de entender a Ciência de Dados é interpretar o
para que todos os participantes e auditores saibam quando e como seu ciclo de vida.
as decisões e controles relacionados aos dados são integrados aos O primeiro estágio do fluxo de trabalho da Ciência de Dados
processos. envolve a captura e aquisição de dados, extraindo-os e inserindo-
- E por fim, os programas eficazes de governança de dados de- -os no sistema. A próxima etapa é a manutenção, que inclui arma-
vem promover mudanças proativas e reativas implementadas pela zenamento de dados, limpeza de dados, processamento de dados,
gestão para garantir o tratamento correto dos processos relaciona- preparação de dados e arquitetura de dados. O processamento de
dos aos dados. dados segue e constitui um dos fundamentos da Ciência de Dados.
É durante a exploração e processamento de dados que os
Ferramentas para a Governança de Dados
cientistas de dados aplicam técnicas de mineração de dados, clas-
Uma vez que os dados e aplicações se tornaram cruciais para as sificação e agrupamento de dados, modelagem de dados e resu-
organizações, as ferramentas de governança de dados criadas para mo de insights obtidos a partir dos dados.
proteger a integridade dos ativos de dados se tornaram ainda mais
Em seguida, vem a análise de dados, uma etapa igualmente crí-
importantes.
tica. Aqui, os cientistas de dados realizam trabalhos exploratórios
A maioria das ferramentas de governança de dados conse-
e confirmatórios, regressão, análise preditiva, análise qualitativa e
guem:
mineração de texto.
- Melhorar a tomada de decisão.
Durante a fase final, o cientista de dados comunica insights aos
- Aumentar a qualidade dos dados.
stakeholders. Isso envolve a visualização de dados, relatórios de da-
- Simplificar o gerenciamento dos dados.
dos, o uso de várias ferramentas de inteligência de negócios e assis-
- Aumentar a interoperabilidade dos dados.
tência a empresas, formuladores de políticas e outros na tomada de
- Melhorar a linhagem dos dados.
decisões mais inteligentes.
No momento de selecionar a melhor ferramenta para sua es-
trutura de governança de dados, lembre-se que as ferramentas não
são o mais importante, mas sim as metas e objetivos da sua estraté-
gia de governança de dados.

18 https://bit.ly/3BoMIFV

19 https://scalait.com/tendencias/data-science-o-que-e/
Editora
339
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
A Ciência de Dados também permite que as empresas criem
planos e estratégias de negócios que são baseados em análises in-
formadas do comportamento do cliente, tendências de mercado e
concorrência. Sem ele, as empresas podem perder oportunidades e
tomar decisões falhas.
A Ciência de Dados também é vital em áreas além das ope-
rações comerciais regulares. Na área da saúde, seus usos incluem
diagnóstico de condições médicas, análise de imagens, planejamen-
to de tratamento e pesquisa médica.
Instituições acadêmicas usam Ciência de Dados para monitorar
o desempenho dos alunos e melhorar seu marketing para possíveis
alunos. Equipes esportivas analisam o desempenho do jogador e
planejam estratégias de jogo por meio da Ciência de Dados. Agên-
cias governamentais e organizações de políticas públicas também
são grandes usuários.
Aplicações de Ciência de Dados
Ok. Já sabemos que modelagem preditiva, análise de sentimen-
tos, bem como desenvolvimento de tecnologias como mecanismos
de recomendação, sistemas de personalização e ferramentas de in-
teligência artificial (IA), como chatbots e veículos e máquinas autô-
nomas, são aplicações que os cientistas de dados executam em seu
dia a dia nas empresas.
Abaixo montamos uma lista com três exemplos para explicar
Ciclo de Vida de Ciência de Dados. como elas funcionam na prática.
Fonte: Requiredbrain. 1. Filtragem de Spam de E-mail
Importância da Ciência de Dados O aumento no volume de e-mails indesejados, chamado spam,
A evolução de processadores, gadgets, computadores e ce- criou uma intensa necessidade de desenvolvimento de filtros mais
lulares na última década permitiu um grande avanço do universo confiáveis e robustos. Métodos de aprendizado de máquina recen-
digital. Com isso, a internet tornou-se cada vez mais acessível e tes estão sendo usados para detectar e filtrar com sucesso e-mails
populada e, assim, quantidades massivas de dados passaram a ser de spam.
produzidas diariamente – o que conhecemos como Big Data. A principal metodologia por trás da detecção se o e-mail forne-
Esses dados, porém, não têm sentido até sua conversão em cido é – spam ou não é – detecção de padrões de e-mails e palavras
informações. E é neste cenário que entende-se a importância da falsas que geralmente são usados ao promover ou anunciar produ-
Ciência de Dados. Isso porque ela envolve a mineração desses gran- tos para clientes com descontos ou outras maneiras semelhantes.
des conjuntos de dados e a interpretação deles para que possam A detecção avançada de spam também pode ser realizada
ser lidos e entendidos por todos os stakeholders. usando técnicas como redes neurais ou reconhecimento óptico de
Assim, a Ciência de Dados tornou-se a responsável por estru- caracteres (OCR), que também é usado por empresas como o Gmail
turar planos de ações mais assertivos possíveis, já que são fun- para filtragem de spam.
damentados em uma base sólida de dados minerados, tratados e
interpretados. Desta maneira, Data Science passou a ser utilizada
também em vários setores vitais na nossa sociedade, como saúde,
finanças, bancos e política. Isso explica por que a Ciência de Dados
é importante.
No setor empresarial, a Ciência de Dados também desempenha
um papel importante em praticamente todos os aspectos das ope-
rações e estratégias de negócios. Por exemplo, ele fornece informa-
ções sobre clientes que ajudam as empresas a criar campanhas de
marketing mais fortes e publicidade direcionada para aumentar as
vendas de produtos.
Ajuda no gerenciamento de riscos financeiros, na detecção de
transações fraudulentas e na prevenção de avarias de equipamen-
tos em fábricas e outros ambientes industriais. Ela ajuda a bloquear
ataques cibernéticos e outras ameaças à segurança em sistemas de
A filtragem de Spam é um aplicação de Ciência de Dados.
TI.
Fonte: Unsplash.
Do ponto de vista operacional, as iniciativas de Ciência de Da-
dos podem otimizar o gerenciamento de produtos, redes de distri- 2. Chatbots
buição e atendimento ao cliente. Em um nível mais ‘básico’, eles Os chatbots são usados universalmente hoje em muitos sites
apontam o caminho para o aumento da eficiência e redução de para interagir com os usuários que chegam a sites específicos. Eles
custos. tentam fornecer uma comunicação eficaz e explicar aos usuários
como a empresa ou indústria funciona, fornecendo instruções de-
talhadas e guias com respostas espontâneas.

Editora
340
340
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Chatbots são programas de computador baseados na análise Papeis dos Envolvidos em Projetos de Ciência de Dados e Big
de dados e no conceito de inteligência artificial. Assim, eles são fer- Data
ramentas que respondem automaticamente, sem a intervenção de Big Data indica oportunidades não apenas para empresas, mas
agentes reais, às mensagens enviadas pelos usuários, seja por meio também para executivos20.
de um site ou aplicativo. Essas respostas são geradas com base em Se você busca uma carreira de gestor ou uma recolocação pro-
informações armazenadas em bancos de dados ou através de al- fissional, vale ficar ligado quanto ao espaço que o mercado oferece
goritmos, por meio dos quais o chatbot é capaz de aprender e se e o que ele exige para se tornar um analista na área.
aperfeiçoar com o tempo. Para trabalhar no cargo, é preciso ter conhecimento técnico em
Um dos chatbots mais populares entre os brasileiros é o Lu, da programação e também entender de negócios, é claro.
Magazine Luiza. Além disso, o profissional precisa ter noção de matemática e
estatística aplicada a dados.
O cientista ou analista de dados é responsável por atender às
solicitações das áreas de planejamento de uma organização.
Veja um resumo das competências e habilidades desejadas
para se tornar um analista de Big Data:
- Habilidades analíticas para obter insights a partir da variedade
de dados obtidos;
- Criatividade de produção de métodos novos para reunir, para
interpretar e para analisar uma estratégia de dados;
- Noções de matemática e habilidades estatísticas;
- Domínio do computador, uma vez que os programadores pre-
cisam constantemente criar algoritmos de modo a transformar da-
dos em insights;
- Competência empresarial e saber os objetivos de negócio em
vigor e os processos que impulsionam o crescimento da empresa e
seu lucro.
Como um curso de graduação voltado especificamente para a
formação de cientistas de dados ainda é raro em todo o mundo,
Chatbot ‘Lu’, do Magazine Luiza. esses profissionais costumam vir de áreas que têm como base a ma-
Fonte: Reprodução Internet. temática, como Ciência da Computação, Engenharia e Estatística.
3. Bloqueio Facial Inteligente Mercado de Trabalho
O reconhecimento facial está na moda. Hoje, a maioria dos Segundo a Michael Page, empresa de recrutamento, o cargo de
smartphones no mercado possui esse recurso. Mas como ele fun- especialista em Big Data está entre os cinco mais procurados pelo
ciona? Bem, ele é um processo de verificação da identidade de uma mercado brasileiro.
pessoa usando seu rosto, com a detecção facial como uma etapa Ela já havia chegado à mesma conclusão ao analisar o mercado
importante. A detecção facial distingue o rosto humano do fundo e português, atestando as boas oportunidades na área.
de outros obstáculos, o que é uma tarefa mais fácil. Isso ocorre porque o volume de dados gerados diariamente
Para realizar a detecção de faces e detectar com precisão várias chega a ser um desafio para as empresas.
faces no quadro, o Cientista de Dados geralmente usa um arquivo Em resposta, elas buscam profissionais para armazenar, enten-
XML usado com um módulo opencv para ler e detectar as faces. der e fazer bom uso das informações.
Redes neurais profundas (DNNs) também podem ser usadas para Um analista ou especialista em Big Data faz a gestão e a análise
reconhecimento facial e são conhecidas por terem um bom desem- de dados, a fim de assegurar eficiência e rentabilidade para a em-
penho. presa, além de propor ideias inovadoras para o negócio.
Os modelos de reconhecimento facial são usados com sistemas Interessante destacar ainda que a remuneração costuma ser
de segurança, vigilância e aplicação da lei, e muitas outras aplica- atrativa, em especial quando o profissional evolui na carreira.
ções do mundo real. Outro aspecto interessante sobre essa carreira é que, como a
profissão é relativamente nova, quem se antecipar têm mais chan-
ces de se destacar e conseguir uma oportunidade em uma ótima
empresa.

BIG DATA. BIG DATA EM RELAÇÃO A OUTRAS DISCIPLINAS

BIG DATA
Big data é um termo que descreve o grande volume de dados
que inunda uma empresa no dia a dia21. Assim, o big data pode ser
analisado em busca de insights que levam a melhores decisões e
movimentos estratégicos de negócios.
Representação do bloqueio facial inteligente.
Fonte: Unsplash.
20 https://bit.ly/2QwWUCx

21 https://bit.ly/3FjZV3P
Editora
341
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Em relação a esse volume total de dados, o que importa não Não à toa, é uma das principais tecnologias listadas por empre-
é necessariamente a sua quantidade, mas o que as organizações sas que buscam investir e aprimorar sua Inteligência de Negócios,
fazem com os dados. de acordo com a Forbes.
O desafio que se apresenta para as empresas é sobre como Afinal, sua principal função é gerar valor para a empresa.
processar a quantidade crescente de conteúdos produzidos pelos O big data proporciona a possibilidade das organizações organi-
clientes, mapeando comportamentos, tendências e oportunidades zarem, lerem e interpretarem dados qualificados sobre tudo que diz
de negócios. respeito ao seu processo ou ao seu produto/serviço.
A solução envolve big data. Uma ferramenta capaz de unir big E nesses dados, incluímos tanto os estruturados quanto os não-
data e inteligência analítica é capaz de armazenar e trabalhar um -estruturados.
grande volume de dados, gerando insights preciosos e cada vez Isso faz toda a diferença, visto que são informações que apenas
mais certeiros para as organizações. sistemas inteligentes podem processar.
Esse grande volume de dados que referenciamos como big data Sendo assim, o big data serve para que a empresa aprimore
pode ser relativo a qualquer montante de informações de uma em- suas estratégias de gestão.
presa ou de um assunto específico (como “ERP”, por exemplo). A partir da leitura dos dados, ela pode entender de forma as-
O importante é que os dados do big data devem ser acessíveis. sertiva várias questões e pontos-críticos do seu negócio.
Não importa se são estruturados (planilhas, tabelas) ou não-es- Desde uma falha, que pode ser mapeada até sua raiz, até uma
truturados (imagens, blocos de texto), nem por onde são gerados. tendência futura, que a empresa pode incorporar no seu produto.
Afinal, dados diversos podem compor o big data: desde suas Desse modo, seu impacto é geral: do backoffice ao front-office,
informações de controle de estoque até os dados de navegação do do RH ao chão de fábrica.
cliente no app do seu negócio. Não à toa, o big data é utilizado igualmente em todos os seto-
Sejam números, nomes, histórico de acessos, mapas de utiliza- res do mercado — lembra do exemplo sobre a empresa de pneus e
ção, dados geográficos, tudo. a de smartphones?
Isso quer dizer que toda empresa “possui” um big data? Sim, Como Funciona o Big Data?
mas é justamente aqui que há muita confusão.
Antes de começar a utilizar os dados, é preciso entender como
Naturalmente, quanto mais digitalizado for o negócio, mais da-
essa grande estrutura de informações deve fluir dentro de uma em-
dos ele terá à disposição no big data.
presa.
Mas multiplicar esses dados é uma missão árdua, que depende
É preciso considerar que existe todo um ecossistema de fon-
da modernização da empresa e também dos seus produtos.
tes, sistemas e usuários a ser levado em conta.
Um exemplo bem simples: Uma empresa que fabrica pneus não
terá os mesmos dados que uma empresa que fabrica smartphones. Em geral, há algumas etapas a serem seguidas, como:
No entanto, essa empresa de pneus terá outras fontes para - Definir uma estratégia de big data;
consulta, como seu Suporte, o Controle de Qualidade e Pesquisas - Identificar fontes de big data;
de Satisfação com consumidores. - Acessar, gerenciar e armazenar os dados;
E tudo isso vai depender, é claro, das ferramentas que ela terá - Analisar os dados;
para possibilitar a coleta, o armazenamento e o posterior processa- - Tomar decisões baseadas em dados.
mento desses dados. São tarefas que podem ser condensadas em três principais res-
História do Big Data ponsabilidades: integrar dados, gerenciá-los e então analisá-los.
Integrar
O big data não é um conceito muito antigo. No entanto, suas Em um alto nível, uma estratégia de big data é um plano proje-
origens datam de algumas décadas atrás. tado para ajudar sua empresa a supervisionar e melhorar a maneira
No caso, nos anos de 1960 e 1970, quando os primeiros ban- como se adquire, armazena, gerencia, compartilha e usa dados den-
cos de dados foram construídos em alguns países, como Estados tro e fora de sua organização.
Unidos. Uma estratégia de big data prepara o terreno para o sucesso
Em 2001, a Gartner criou a definição, que é muito aceita até dos negócios em meio a uma abundância de dados.
hoje: Ao desenvolver uma estratégia, é importante considerar as me-
“Big data são ativos de informações de alto volume, alta velo- tas e iniciativas de negócios e de tecnologia existentes — e futuras.
cidade e/ou alta variedade que exigem formas inovadoras e econô- Isso exige que o tratamento do big data seja como o de qual-
micas de processamento de informações que permitem uma visão quer outro ativo comercial valioso, em vez de apenas um subprodu-
aprimorada, tomada de decisões e automação de processos.” to ou subsetor. Ao contrário, ela deve ser parte integral do planeja-
Na prática, o big data começou a ser mais palpável em meados mento estratégico da empresa.
de 2005, quando os profissionais e gestores envolvidos com pro- E para isso, é preciso conhecer as fontes de dados da empresa.
jetos de tecnologia — mais especificamente com serviços online, Só assim, é possível dar o primeiro passo prático na estratégia: sua
como Facebook e Youtube — viram a quantidade e especificidade integração.
de dados gerados. Há alguns tipos a serem levados em conta, como:
A criação do Hadoop, uma estrutura open source designada - Internet das Coisas (IoT) e outros dispositivos inteligentes que
para processamento de grandes volumes de dados, naquele mes- alimentam os sistemas de TI, como wearables, carros inteligentes,
mo ano, também serviu de faísca. dispositivos médicos, equipamentos industriais e muito mais.
- Mídias sociais, como Facebook, YouTube, Instagram. Isso in-
Para que Serve o Big Data?
clui grandes quantidades de big data na forma de imagens, vídeos,
O big data é o combustível capaz de reformular modelos de voz, texto e som — úteis para funções de marketing, vendas e su-
negócio, produtos e estratégias de gestão. porte.
É tanto um recurso tecnológico, como um meio de conquistar
significativa vantagem competitiva.

Editora
342
342
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
- Sistemas de gestão, como ERPs, CRMs e outros tipos de pla- Uma ferramenta CRM, por exemplo, é capaz de incorporar da-
taformas de serviços especializados no gerenciamento de partes, dos sobre os usuários.
setores ou realmente todo negócio. Cada processo desses gera dados importantes, que podem ser
- Outras fontes podem ser data lakes, dados em nuvem, forne- trabalhados instantaneamente pelas soluções de big data, sem que
cedores e clientes. seja preciso armazená-los.
Gerenciar Variedade
Os sistemas de computação modernos fornecem a velocidade, O big data envolve uma grande variedade de informações.
a potência e a flexibilidade necessárias para acessar rapidamente Não estamos falando apenas de textos e dados convencionais,
grandes quantidades e tipos de informações. como os organizados em tabelas e bancos de dados. É mais amplo
Junto com o acesso confiável, as empresas também precisam que isso, pois engloba:
de métodos para integrar os dados, garantindo a qualidade dos da- - Imagens, como fotos, ilustrações, prints de telas etc.;
dos, fornecendo governança e armazenamento de dados e prepa- - Dados de reconhecimentos faciais;
rando os dados para análise. - Áudios;
São os sistemas de gestão, que podem fazer essa ponte entre - Vídeos,
setores, dispositivos e equipamentos, e centralizar os dados do ne- - Dados produzidos por dispositivos via IoT.
gócio. Aqui, vale um adendo: para muitos, o conceito original de big
O armazenamento depende das condições e objetivos da em- data envolvia apenas os três “V’s” acima.
presa: No entanto, conforme a tecnologia avançou, outros fatores fo-
Hoje, as empresas costumam apostar mais nas soluções em nu- ram incorporados a sua conceituação. Assim, temos os dois “V’s”
vem, pela escalabilidade e economia de custos. restantes:
Analisar Veracidade
Com tecnologias poderosas ao seu lado, as organizações po- A veracidade se refere à qualidade dos dados.
dem tanto analisar todos os dados, como determinar antecipada- Como os dados vêm de muitas fontes diferentes, é difícil vincu-
mente quais dados são relevantes antes de analisá-los. lar, combinar, limpar e transformar dados entre sistemas.
De qualquer forma, a análise do big data é como as empresas As empresas precisam conectar e correlacionar hierarquias e
obtêm valor e percepções dos dados que possuem. múltiplas ligações de dados.
A partir desse ponto, cabe à organização tomar decisões inte- Assim, com processos de validação e conferência de dados,
ligentes. ferramentas de big data podem entregar dados mais confiáveis e
Aqui, entra a importância de contar com o ecossistema ade- verídicos, por meio de relatórios, estatísticas e análises, com base
quado de soluções, tanto para promover a organização do big data, em grandes volumes de informações.
como para processar o volume de informações.
Valor
Afinal, dados confiáveis e bem gerenciados levam a análises e
tomada de decisões mais confiáveis. As informações produzidas precisam ser relevantes para o ne-
Para se manterem competitivas, as empresas precisam apro- gócio. Esse é um dos objetivos do big data: gerar conteúdos que
veitar todo o valor do big data e operar de maneira orientada por agreguem valor.
dados — tomando decisões com base nas evidências apresentadas É por meio deles que os gestores poderão melhorar as suas
pelo big data, e não no instinto. decisões.
Esse é outro ponto essencial: o big data permite que a empre- Os Diferentes Tipos de Dados
sa faça movimentações analíticas no mercado, o que permite uma No meio de Inteligência de Negócios e Data Analytics, nem to-
gestão menos holística. dos os dados são considerados os mesmos.
Os benefícios de ser orientado por dados são evidentes. As or- Primeiramente, há a diferença de formato: dados estruturados
ganizações têm melhor desempenho, são operacionalmente mais e não-estruturados.
previsíveis e são mais lucrativas. No entanto, há outro nível de diferença a ser avaliado. Dizem
Os V’s do Big Data respeito especialmente à fonte da qual se originam:
O conceito de big data envolve algumas características, conhe- - Social Data: a origem são as pessoas, evidenciam característi-
cidas como “os 5 Vs”. São elas: cas de seu comportamento.
Volume - Enterprise Data: a origem são as empresas, evidenciam seus
processos, nível de produtividade, entre outros detalhes.
Como vimos até agora, big data significa um gigantesco volume
de dados. - Data of Things: a origem são as informações coletadas em dis-
A grande quantidade de informações geradas a todo momento positivos IoT, sensores inteligentes e outros equipamentos do tipo.
está intrinsecamente relacionada a ele. Importância do Big Data
Esse “V” também diz respeito à variedade de fontes utilizadas. Para mostrar a importância de uma solução de big data, sepa-
Velocidade ramos alguns de seus principais usos nas empresas.
Esse item tem a ver com a grande velocidade em que os dados Seu impacto é amplo, vai do atendimento ao pós-venda e pode
são produzidos hoje em dia. servir para uma revolução de processos dentro da empresa.
Além das mídias sociais, temos milhões de operações sendo Possibilidade de Fazer uma Escuta Social
realizadas constantemente. A tecnologia big data tem a capacidade de cruzar informações
Compras por cartões de crédito, por exemplo, requerem apro- de diferentes fontes, como bancos de dados, cadastros de consu-
vação, bem como vendas e aquisições de ações, análises de flutua- midores, históricos de mensagens e de interações com os clientes.
ções de câmbio de moedas internacionais etc. O sistema pode monitorar, por exemplo, conversas em mídias
sociais e os percursos realizados por internautas nos e-commerces.
Editora
343
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Graças a isso, é possível executar uma espécie de “escuta so- Abaixo, demonstramos alguns exemplos de sua aplicação e
cial” sobre como a marca é vista e compreendida em diferentes mí- quais os possíveis retornos:
dias e redes de usuários. Manufatura
Com base nas informações geradas, é feita uma avaliação sobre
Na indústria, uma solução de big data contribui para aumentar
reputação positiva ou se é preciso trabalhar melhor a percepção do
a qualidade e a produção, enquanto minimiza o desperdício.
público.
Além disso, esse tipo de solução é uma das bases para o surgi-
Vale destacar que os dados costumam ser qualificados e facil-
mento da indústria 4.0, em que a automação industrial é total.
mente compreensíveis, o que ajuda no entendimento.
Os programas e recursos também são integrados, há maior
Isso inclui gráficos, estatísticas e outros recursos visuais.
descentralização de processos e a planta fabril conta com alta mo-
Maior Facilidade para Segmentação de Público e Mercado dularidade de sistemas.
Com base nos resultados do monitoramento do público e das Nesse caso, cada módulo consegue atuar na produção de acor-
avaliações geradas, você compreende melhor o comportamento de do com as demandas existentes.
clientes e leads. Cerca de 72% das organizações industriais acreditam que a
As técnicas de big data ajudam a descobrir exigências, desejos análise de dados irá otimizar a relação com consumidores e a inte-
e outras demandas dos compradores. ligência na gestão de clientes, ao longo do ciclo de vida do produto.
As oportunidades também envolvem a identificação de novos Tudo isso segundo uma pesquisa da PwC feita com aproxima-
segmentos de negócios, o que permite atender a nichos de merca- damente duas mil empresas, em 26 países.
do que não são cobertos pela concorrência. Varejo
Realizar Análises Comparativas para Precificação Inteligente Uma solução de big data analytics é muito útil para a constru-
Dificuldades de comunicação entre os departamentos de ven- ção de relacionamento com os clientes, por meio dos dados.
das e de compras podem gerar problemas de precificação de pro- Ela pode processar informações vindas de pesquisas de merca-
dutos. do, relatórios pós-interações com clientes, programas de fidelidade
Por exemplo, caso uma matéria-prima fique mais cara, o preço etc.
da mercadoria final normalmente deve ser reajustado para que a Com base nessas informações, é possível descobrir as maiores
empresa continue adquirindo insumos para a fabricação sem pre- necessidades dos consumidores e o que pode ser realizado para
judicar lucros futuros. melhorar o atendimento.
Ele também pode precificar de forma adequada produtos e Para o varejista, isso pode ser mais simples do que parece, pois
serviços ao considerar os valores praticados pela concorrência, po- ele costuma atender um grande volume de clientes diariamente.
tenciais demandas, cenários micro/macroeconômicos, entre outros Há, portanto, bastante material para se detectar padrões e
fatores. pontos que contribuem para estreitar laços com múltiplos perfis
Efetuar Análises de Marketing distintos.
Os dados gerados por uma ferramenta de big data podem aju-
Além dos dados gerados em redes sociais, uma solução de big
dar a melhorar:
data pode avaliar históricos de vendas e de campanhas publicitá-
- Níveis de satisfação dos clientes;
rias, períodos de sazonalidade, cadastros de clientes e outras fontes
- Programas de fidelidade, tornando-os mais condizentes com
de dados para estratégias de marketing.
as expectativas dos consumidores;
As informações extraídas podem ser usadas, por exemplo, para
- Estratégias de ofertas, promoções e descontos;
conhecer comportamentos dos consumidores em tempo real.
- Escolha de prêmios para clientes fiéis,
Também contribuem para detectar indicadores, como taxa de
- Localização de menus e botões nos comércios eletrônicos,
cancelamento e conversão.
mapeando o percurso dos usuários nas lojas virtuais.
Com essas métricas em mãos, pode-se avaliar o que deu certo
no passado para buscar inovações, repetir as ações que tiveram êxi- Saúde
to e definir estratégias de marketing mais eficazes. Soluções de monitoramento, aliadas às tecnologias que execu-
Mensurar a Satisfação do Cliente tam análises eficientes podem ser empregadas na saúde.
Um exemplo ocorreu com o hospital Mt. Sinai Medical Center,
Uma das grandes vantagens do big data analytics é unir dife-
de Nova York.
rentes mídias e meios para entregar análises mais precisas.
Ele conseguiu reduzir o período de espera dos pacientes do
Por mais que um cliente possa responder positivamente a uma
pronto-socorro em mais de 50%, graças a esse tipo de solução.
pesquisa de satisfação, talvez ele não esteja realmente satisfeito.
A ferramenta utilizada faz o processamento de até 80 solici-
Isso pode ser percebido em comentários negativos sobre a em-
tações de leitos, além de acompanhar a utilização de 1.200 deles.
presa na web, abandono dos acessos ao site etc.
Isso é feito por meio de equipamentos de reconhecimento de
Uma ferramenta que considera o que o cliente diz e como se
local em tempo real, como infravermelho, etiquetas de identifica-
comporta em relação ao negócio, pode gerar um panorama mais
ção por radiofrequência e visão computacional.
claro sobre o que fazer para potencializar a relação com o público.
Quinze fatores referentes às necessidades de pacientes são
Como as Organizações Utilizam o Big Data analisados, como ser posto perto de uma área de enfermagem,
Em geral, a aplicação do big data é realizada por vários motivos. para auxiliar no preenchimento das vagas de forma adequada.
A modernização do negócio pode trazer inúmeros benefícios. Serviços Financeiros
Por exemplo, de acordo com um levantamento da Entrepre-
Já vimos que é possível otimizar avaliações de crédito e proces-
neur, empresas que utilizam big data registraram uma redução geral
sos de prevenção a fraudes.
de 10% em seus custos.
Um sistema big data é capaz de analisar um grande volume
No entanto, no que isso se traduz no dia a dia das empresas?
de dados em busca de padrões que denotem possíveis fraudes ou
Afinal, um plano de redução de custos é muito diferente em uma
comportamentos suspeitos.
fábrica e em um varejo.

Editora
344
344
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Construção Análise
O setor de construção também pode se beneficiar do big data. É a fase em que se avaliam os dados.
Um exemplo está na construção das cidades inteligentes, que A avaliação pode ser em tempo real ou em cima dos dados ar-
integra também IoT. Nelas, essas tecnologias podem ser usadas mazenados nas etapas acima.
para: Ela envolve o processamento dos conteúdos reunidos, para a
- Aprimorar a infraestrutura e os serviços usados pelos habi- extração de informações úteis, relevantes e estratégicas.
tantes; Os principais tipos de análises são:
- Integração de metrô, ônibus, trem e outros transportes; - Descritiva: procura fazer uma “fotografia do presente”. Ela
- Automatizar e monitorar redes de distribuição de energia em trabalha com histórico de dados e é útil em análises de crédito, por
tempo real, podendo detectar ocorrências no fornecimento; exemplo, pois cruza diferentes informações para gerar um panora-
- Fornecer acesso às centenas de serviços de diversos órgãos ma mais claro sobre as possibilidades e potencialidades dos clien-
governamentais em apenas um ambiente virtual (site); tes.
- Provisionar a demanda no sistema e prevenir eventuais inter-
- Diagnóstica: é centrada nas causas e consequências de um
rupções no abastecimento etc.
determinado assunto ao longo do tempo. Por exemplo, para solu-
Big Data Analytics cionar um alto volume de quebras nas entregas, é preciso diagnos-
O big data analytics é o próximo passo dentro do estudo do ticar suas prováveis causas.
grande volume de dados. - Preditiva: avalia possibilidades futuras graças à identificação
Ou seja, se o big data diz respeito às informações agregadas, o de padrões anteriores. Ela permite identificar demandas, tendên-
big data analytics se trata do processo de extrair, organizar, proces- cias e novas oportunidades.
sar e analisá-los.
- Prescritiva: tenta traçar previamente as possíveis consequên-
Basicamente, a parte prática que segue a teórica.
cias de determinadas ações. É parecida com a preditiva, porém ser-
A coleta de dados segue algumas etapas que, normalmente,
ve para se escolher qual opção é melhor em uma situação.
são divididas em quatro partes.
Relação entre a Ciência de Dados e o Big Data
Coleta
O Big Data não existe sem a ciência de dados22. Isso é inegável.
A primeira etapa envolve a coleta propriamente dita.
Ela representa a importância de saber lidar de maneira científi-
É quando a ferramenta busca dados e é alimentada com eles.
ca com as informações coletadas, a fim de garantir resultados con-
É feito um trabalho analítico e inteligente de um volume de dados,
fiáveis e que auxiliem na tomada de decisões com maior precisão.
estejam eles estruturados ou não.
Podemos dizer que a ciência de dados permite se antecipar ao
Além disso, há a combinação de conteúdos internos e externos, futuro, direcionando os usuários a escolher determinados cami-
tudo isso em um curto período. As fontes internas usadas podem nhos com base em recomendações, por exemplo.
envolver: Ela pode ser aplicada em setores diversos, como:
- Relatórios e históricos do empreendimento; - E-commerce;
- Indicadores de desempenho dos setores da empresa; - Entretenimento;
- Documentos gerenciais, contábeis e financeiros; - Marketing digital;
- Pesquisas de satisfação; - Mídias sociais;
- Estatísticas de processos, atividades e colaboradores; - Serviços financeiros;
- E-mails corporativos; - Energia;
- Sistemas empresariais, como de business intelligence; - Saúde;
- Cadastros de clientes, - Astronomia;
- Programas de benefícios e cartões. - Segurança da Informação.
As fontes externas à empresa podem englobar: Arquiteturas de Big Data
- Conteúdos de redes sociais;
Dessa maneira, podemos dizer que a ciência de dados equivale
- Conteúdos em data warehouses;
a hipóteses, modelos matemáticos e estatísticos aplicados à análise
- Informativos e periódicos do setor que apontem tendências e
de informações para atestar a qualidade dos resultados atingidos23.
informações relevantes;
É onde o Big Data se encaixa, fazendo uso de ferramentas
- Bancos de dados compartilhados por terceiros, como fornece-
como as que iremos destacar adiante.
dores e distribuidores,
- Serviços de proteção ao crédito, entre outros tipos de par- Uma arquitetura de Big Data foi projetada para lidar com in-
ceiros. gestão, processamento e análise de dados grandes ou complexos
demais para sistemas de banco de dados tradicionais. O limite no
Armazenamento
qual as organizações ingressam no campo do Big Data é diferente,
O armazenamento consiste na distribuição dos dados em ser- dependendo das capacidades dos usuários e de suas ferramentas.
vidores, dispositivos e sistemas distintos, tanto físicos quanto na Para alguns, isso pode significar centenas de gigabytes de dados,
nuvem (cloud computing). enquanto para outros, centenas de terabytes. À medida que as fer-
Isso assegura os backups para as informações armazenadas, es- ramentas para o trabalho com conjuntos de Big Data evoluem, na
pecialmente as geradas após processamentos de dados refinados. mesma proporção evolui o significado de Big Data. Cada vez mais,
Lembrando que o big data pode analisar dados em tempo real. esse termo se relaciona ao valor que é possível extrair dos conjun-
Organização
Essa etapa engloba o arranjo e a classificação dos dados estru-
turados, não estruturados ou semiestruturados.
Isso para que possam ser mais facilmente acessados e analisa- 22 https://bit.ly/2QwWUCx

dos pelos gestores. 23 https://learn.microsoft.com/pt-br/azure/architecture/data-guide/big-da-


ta/
Editora
345
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
tos de dados por meio de análise avançada, em vez de estritamen- usar trabalhos Hive, Pig ou de Mapear/Reduzir personalizados em
te o tamanho dos dados, embora nesses casos, eles tendam a ser um cluster HDInsight Hadoop ou usar programas de Java, Scala ou
muito grandes. Python em um cluster HDInsight Spark.
Ao longo dos anos, o cenário dos dados vem mudando. Houve - Ingestão de mensagens em tempo real: se a solução inclui
uma mudança no que você pode fazer ou o que deve fazer, com os fontes em tempo real, a arquitetura precisa incluir uma maneira de
dados. O custo de armazenamento caiu drasticamente, enquanto capturar e armazenar mensagens em tempo real para processamen-
os meios pelos quais os dados são coletados continuam aumentan- to de fluxo. Isso pode ser um armazenamento de dados simples, em
do. Alguns dados são recebidos a um ritmo rápido, constantemente que as mensagens de entrada são removidas para uma pasta para
exigindo sua coleta e observação. Outros dados são recebidos mais processamento. No entanto, muitas soluções precisam de um repo-
lentamente, mas em partes muito grandes, geralmente na forma sitório de ingestão de mensagens para atuar como buffer de mensa-
de décadas de dados históricos. Talvez você esteja enfrentando um gens e dar suporte a processamento de expansão, entrega confiável
problema de análise avançada ou um problema que exija o apren- e outras semânticas de enfileiramento de mensagens. Essa parte de
dizado de máquina. Esses são desafios que as arquiteturas de Big uma arquitetura de streaming geralmente é conhecida como buffer
Data buscam resolver. de fluxo. Entre as opções estão os Hubs de Eventos do Azure, o Hub
Soluções de Big Data normalmente envolvem um ou mais dos IoT do Azure e o Kafka.
seguintes tipos de carga de trabalho:
- Processamento de fluxo: depois de capturar mensagens em
- Processamento em lote de fontes Big Data em repouso.
tempo real, a solução precisa processá-las filtrando, agregando e
- Processamento em tempo real de Big Data em movimento.
preparando os dados para análise. Os dados de fluxo processados
- Exploração interativa de Big Data.
são gravados em um coletor de saída. O Azure Stream Analytics ofe-
- Análise preditiva e machine learning.
rece um serviço de processamento de fluxo gerenciado baseado em
Considere o uso das arquiteturas de Big Data quando precisar: consultas SQL em execução perpétua que operam em fluxos não
- Armazenar e processar dados em volumes muito grandes associados. Você também pode usar tecnologias de streaming Apa-
para um banco de dados tradicional. che de software livre, como Storm e Spark Streaming em um cluster
- Transformar dados não estruturados para análise e relatório. HDInsight.
- Capturar, processar e analisar fluxos não associados de dados
- Armazenamento de dados analíticos: muitas soluções de
em tempo real ou com baixa latência.
Big Data preparam dados para análise e então fornecem os dados
Componentes de uma Arquitetura de Big Data processados em um formato estruturado que pode ser consultado
O diagrama a seguir mostra os componentes lógicos que se com ferramentas analíticas. O armazenamento de dados analíticos
inserem em uma arquitetura de Big Data. As soluções individuais usado para atender a essas consultas pode ser um data warehouse
podem não conter todos os itens neste diagrama. relacional estilo Kimball, como visto na maioria das soluções de BI
(business intelligence) tradicionais. Como alternativa, os dados po-
dem ser apresentados por meio de uma tecnologia NoSQL de baixa
latência, como HBase ou um banco de dados Hive interativo que
oferece uma abstração de metadados sobre arquivos de dados no
armazenamento de dados distribuído. O Azure Synapse Analytics
fornece um serviço gerenciado para armazenamento de dados em
larga escala baseado em nuvem. O HDInsight dá suporte a Hive in-
terativo, HBase e Spark SQL, que também pode ser usado para vei-
A maioria das arquiteturas de Big Data inclui alguns ou todos os cular dados para análise.
seguintes componentes: - Análise e relatórios: a meta da maioria das soluções de Big
- Fontes de dados: todas as soluções de Big Data começam com Data é gerar insights sobre os dados por meio de análise e relató-
uma ou mais fontes de dados. Os exemplos incluem: rios. Para capacitar os usuários a analisar os dados, a arquitetura
- Armazenamentos de dados de aplicativo, como bancos de da- pode incluir uma camada de modelagem de dados, como um cubo
dos relacionais. OLAP multidimensional ou um modelo de dados tabular no Azure
- Arquivos estáticos produzidos por aplicativos, como arquivos Analysis Services. Também pode dar suporte a business intelligen-
de log do servidor Web. ce de autoatendimento, usando as tecnologias de modelagem e
- Fontes de dados em tempo real, como dispositivos IoT. visualização do Microsoft Power BI ou do Microsoft Excel. Análise
e relatórios também podem assumir a forma de exploração de da-
- Armazenamento de dados: os dados de operações de pro- dos interativos por cientistas de dados ou analistas de dados. Para
cessamento em lotes normalmente são armazenados em um re- esses cenários, muitos serviços do Azure dão suporte a blocos de
positório de arquivos distribuído que pode conter amplos volumes anotações analíticos, como Jupyter, permitindo que esses usuários
de arquivos grandes em vários formatos. Esse tipo de repositório aproveitem suas habilidades existentes com Python ou R. Para ex-
geralmente é chamado data lake. As opções para implementar esse ploração de dados em larga escala, você pode usar o Microsoft R
armazenamento incluem contêineres de blobs ou Azure Data Lake Server, seja no modo autônomo ou com Spark.
Store no Armazenamento do Azure.
- Orquestração: a maioria das soluções de Big Data consiste
- Processamento em lotes: como os conjuntos de dados são em operações de processamento de dados repetidas, encapsuladas
muito grandes, geralmente, uma solução de Big Data precisa pro- em fluxos de trabalho, que transformam dados de origem, movem
cessar arquivos de dados usando trabalhos em lotes de execução dados entre várias origens e coletores, carregam os dados processa-
longa para filtrar, agregar e, de outro modo, preparar os dados para dos em um armazenamento de dados analíticos ou enviam os resul-
análise. Normalmente, esses trabalhos envolvem ler arquivos de tados por push diretamente para um relatório ou painel. Para auto-
origem, processá-los e gravar a saída para novos arquivos. Opções matizar esses fluxos de trabalho, você pode usar uma tecnologia de
incluem executar trabalhos de U-SQL no Azure Data Lake Analytics, orquestração, como Azure Data Factory ou Apache Oozie e Sqoop.

Editora
346
346
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Arquitetura Lambda rações no valor de um dado específico são armazenadas como um
Ao trabalhar com conjuntos de dados muito grandes, pode le- novo registro de evento com carimbo de data/hora. Isso permite
var muito tempo para executar a classificação de consultas de que o recálculo em qualquer ponto no tempo no histórico dos dados
os clientes precisam. Essas consultas não podem ser executadas em coletados. A capacidade de recalcular a exibição de lote dos dados
tempo real e geralmente exigem algoritmos como MapReduce, que brutos originais é importante, pois permite que novas exibições se-
operam em paralelo em todo o conjunto de dados. Os resultados jam criadas conforme o sistema evolui.
são então armazenados separadamente dos dados brutos e usados Arquitetura Kappa
para consulta. Uma desvantagem da arquitetura de lambda é sua complexida-
Uma desvantagem dessa abordagem é que ela introduz latên- de. A lógica de processamento aparece em dois lugares diferentes
cias: se o processamento levar algumas horas, uma consulta poderá (os caminhos frio e crítico) usando estruturas diferentes. Isso leva
retornar resultados de várias horas atrás. O ideal é que você obte- a uma lógica de cálculo duplicada e a complexidade de gerenciar a
nha alguns resultados em tempo real (talvez com alguma perda de arquitetura para os dois caminhos.
precisão) e combine esses resultados com os resultados da análise A arquitetura de kappa foi proposta por Jay Kreps como uma
de lote. alternativa à arquitetura de lambda. Ela tem as mesmas metas bási-
A arquitetura lambda, primeiramente proposta por Nathan cas da arquitetura de lambda, mas com uma diferença importante:
Marz, resolve esse problema criando dois caminhos para o fluxo de todos os dados fluem por um único caminho, usando um sistema de
dados. Todos os dados recebidos pelo sistema passam por esses processamento de fluxo.
dois caminhos:
- Uma camada de lote (caminho frio) armazena todos os da-
dos de entrada em sua forma bruta e executa o processamento em
lotes nos dados. O resultado desse processamento é armazenado
como uma exibição de lote.
- Uma camada de velocidade (caminho quente) analisa os da-
dos em tempo real. Essa camada foi projetada para baixa latência,
em detrimento da precisão.
A camada de lote alimenta uma camada de serviço que indexa Há algumas semelhanças na camada de lote da arquitetura de
a exibição de lote para uma consulta eficiente. A camada de velo- lambda, em que os dados do evento são imutáveis e todos eles são
cidade atualiza a camada de serviço com atualizações incrementais coletados, em vez de um subconjunto. Os dados são ingeridos como
de acordo com os dados mais recentes. um fluxo de eventos em um log unificado distribuído e tolerante a
falhas. Esses eventos são ordenados e o estado atual de um evento
é alterado somente por um novo evento que está sendo acrescen-
tado. Semelhante à camada de velocidade da arquitetura de um
lambda, todo o processamento de eventos é feito no fluxo de entra-
da e persistido como uma exibição em tempo real.
Se você precisar recalcular todo o conjunto de dados (equiva-
lente ao que a camada de lote faz no lambda), basta reproduzir o
fluxo, normalmente usando o paralelismo para concluir o cálculo
em tempo hábil.
Os dados que fluem para o caminho quente são restritos por Internet das Coisas (IoT)
requisitos de latência impostos pela camada de velocidade, de Do ponto de vista prático, a IoT (Internet das Coisas) representa
modo que ela possa ser processada o mais rapidamente possível. qualquer dispositivo conectado à Internet. Isso inclui seu compu-
Geralmente, isso exige uma desvantagem de algum nível de preci- tador, telefone celular, relógio inteligente, termostato inteligente,
são em favor dos dados que estão prontos o mais rapidamente pos- refrigerador inteligente, automóvel conectado, implantes de moni-
sível. Por exemplo, considere um cenário de IoT em que um grande toramento cardíaco e qualquer outra coisa que se conecta à Inter-
número de sensores de temperatura envia dados telemétricos. A net e envia ou recebe dados. O número de dispositivos conectados
camada de velocidade pode ser usada para processar uma janela de cresce diariamente, assim como a quantidade de dados coletados
tempo deslizante dos dados de entrada. deles. Em geral, esses dados são coletados em ambientes altamen-
Os dados que fluem para o caminho frio, por outro lado, não te restritos, às vezes, de alta latência. Em outros casos, os dados são
estão sujeitos aos mesmos requisitos de baixa latência. Isso permite enviados de ambientes de baixa latência por milhares ou milhões
uma computação de alta precisão em conjuntos de dados grandes, de dispositivos, que necessitam da capacidade de ingerir os dados
o que pode ser muito demorado. rapidamente e processá-lo de forma adequada. Portanto, um pla-
Em última análise, os caminhos quente e frio convergem no nejamento adequado é necessário para lidar com essas restrições e
aplicativo cliente de análise. Se o cliente precisar exibir dados em esses requisitos exclusivos.
tempo hábil, mas potencialmente menos precisos em tempo real, Arquiteturas orientadas por eventos são essenciais para solu-
ele adquirirá seu resultado do caminho quente. Caso contrário, ele ções de IoT. O diagrama a seguir mostra uma possível arquitetura
selecionará resultados do caminho frio para exibir dados em me- lógica de IoT. O diagrama enfatiza os componentes da arquitetura
nos tempo hábil, mas mais precisos. Em outras palavras, o caminho do streaming de eventos.
quente contém dados para uma janela relativamente pequena de
tempo, após o qual os resultados podem ser atualizados com os
dados mais precisos do caminho frio.
Os dados brutos armazenados na camada de lote são imutá-
veis. Os dados de entrada sempre são acrescentados aos dados
existentes e os dados anteriores nunca são substituídos. As alte-

Editora
347
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
diferente, dependendo do provedor. O AWS (Amazon Web Servi-
ce) continua sendo o líder mundial no fornecimento de serviços em
nuvem.

O gateway de nuvem consome eventos de dispositivo no limite


da nuvem, usando um sistema de mensagens de latência baixa e
confiável.
Os dispositivos podem enviar eventos diretamente para o gate-
way de nuvem, ou por meio de um gateway de campo. Um gateway
de campo é um software ou dispositivo especializado, geralmente
colocado com os dispositivos, que recebe eventos e os encaminha
para o gateway de nuvem. O gateway de campo também pode pré-
-processar os eventos de dispositivo brutos executando funções,
como filtragem, agregação ou transformação de protocolo.
Após a ingestão, os eventos passam por um ou mais proces-
sadores de fluxo que podem encaminhar os dados (por exemplo,
para armazenamento) ou executar análise e outros tipos de pro-
cessamento.
A seguir estão alguns tipos comuns de processamento. (Esta
lista certamente não é exaustiva.) Isso leva a um dilema para os tomadores de decisão responsá-
- Gravando os dados de evento para armazenamento menos veis por grandes projetos de dados. Como e qual Provedor de Cloud
acessado, para arquivamento ou análise de processo em lote. Computing é a escolha ideal para as necessidades de computação,
- Análise de caminho mais acessado, analisando o fluxo de especialmente se a empresa está iniciando um projeto de Big Data?
eventos (quase) em tempo real, para detectar anomalias, reconhe- Esses projetos são sensíveis e se não forem bem dimensionados
cer padrões em janelas de tempo ou disparar alertas quando ocorre podem levar a uma explosão da necessidade de armazenamento e
uma condição específica no fluxo. processamento, comprometendo seriamente o custo envolvido no
- Tratamento de tipos especiais de mensagens que não são de projeto. Ao mesmo tempo, as partes interessadas e áreas de negó-
telemetria de dispositivos, como notificações e alarmes. cio esperam por produtos rápidos, baratos e confiáveis e, claro, os
- Machine Learning. resultados do projeto.
As caixas destacadas em cinza mostram os componentes de um Cloud Computing
sistema de IoT que não estão diretamente relacionadas ao strea- De forma simplificada, a computação em nuvem (Cloud Com-
ming de evento, mas são incluídos aqui para fins de integridade. puting) é a entrega de serviços de computação – servidores, arma-
- O registro do dispositivo é um banco de dados dos dispositi- zenamento, bancos de dados, redes, software, análises – através
vos provisionados, incluindo os IDs de dispositivo e metadados do da Internet (“a nuvem”). As empresas que oferecem esses serviços
dispositivo, como localização. de computação são chamadas de Cloud Providers e normalmente
- A API de provisionamento é uma interface externa comum cobram por serviços de computação em nuvem com base no uso,
para provisionar e registrar dispositivos novos. de maneira semelhante à forma como você é cobrado por água ou
- Algumas soluções IoT permitem que mensagens de comando eletricidade na sua casa.
e controle sejam enviadas aos dispositivos. Provavelmente você está usando computação em nuvem nes-
Plataformas de Computação em Nuvem para Big Data te momento, mesmo sem perceber. Se você usa um serviço online
O aumento da computação em nuvem (Cloud Computing) tem para enviar e-mail, editar documentos, assistir filmes online, ouvir
sido um precursor e facilitador para o surgimento do Big Data24. Em- música, jogar ou armazenar fotos e outros arquivos, é provável que
bora o Big Data traga muitas oportunidades atraentes, as empresas a computação em nuvem esteja nos bastidores possibilitando tudo
também enfrentam muitos desafios. Coleta dos dados, armazena- isso. Os primeiros serviços de computação em nuvem têm somente
mento, pesquisa, compartilhamento, análise e visualização. Cada uma década, mas diversas organizações – de pequenas startups a
uma destas tarefas requer diferentes abordagens, diferentes níveis corporações globais, de agências do governo a empresas sem fins
de segurança, infraestrutura e profissionais capacitados. Nos últi- lucrativos – estão adotando essa tecnologia por diversos motivos.
mos anos, um grande número de técnicas e tecnologias de Big Data Benefícios da Computação em Nuvem
se desenvolveram para superar todos esses obstáculos. E o Cloud A computação em nuvem é uma grande mudança na forma tra-
Computing tem sido o suporte necessário para o crescimento na dicional que as empresas pensam em recursos de TI, pois elimina
adoção de uma cultura data driven que permita as empresas extrair o gasto capital de compra de hardware e software e instalação e
do Big Data os insights necessários para a tomada de decisão mais execução de datacenters locais – racks de servidores, eletricidade
consciente. com disponibilidade permanente para energia e resfriamento, se-
Existem vantagens significativas na adoção de Cloud Compu- gurança de acesso, backup, manutenção e atualização de software
ting em relação às implantações físicas tradicionais. No entanto, as etc. Isso pode impulsionar os negócios da empresa, que pode então
plataformas em nuvem possuem várias estruturas e às vezes pre- focar apenas em sua atividade fim.
cisam ser integradas com arquiteturas tradicionais, pois todos os A maior parte dos serviços de computação em nuvem é forne-
serviços de computação em nuvem funcionam de forma um pouco cida por autosserviço e sob demanda, para que até grandes quan-
tidades de recursos de computação possam ser provisionadas em
24 https://bit.ly/3WbQpqi
Editora
348
348
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
minutos, normalmente com apenas alguns cliques, fornecendo às Nuvem Pública
empresas muita flexibilidade e aliviando a pressão do planejamen- Nuvens públicas são de propriedade de um provedor de servi-
to de capacidade. Os benefícios dos serviços de computação em ços de nuvem e operadas por ele, que por sua vez fornece recursos
nuvem incluem a capacidade de dimensionamento elástico. Em ter- de computação, como servidores e armazenamento pela Internet.
mos de nuvem, isso significa fornecer a quantidade correta de re- O Amazon Web Service, Microsoft Azure e Google Cloud são exem-
cursos de TI, por exemplo, mais ou menos energia de computação, plos de nuvem pública. Com uma nuvem pública, todo o hardware,
armazenamento e largura de banda, quando necessário e no local software e outras infraestruturas de suporte são de propriedade e
geográfico correto. A computação em nuvem exclui a necessidade gerenciadas pelo provedor de nuvem. Você acessa esses serviços e
de muitas dessas tarefas para que as equipes de TI possam usar gerencia sua conta usando um navegador Web.
o tempo delas para alcançar metas de negócios mais importantes
Nuvem Privada
(como analisar dados por exemplo).
Os maiores serviços de computação em nuvem são executados Uma nuvem privada se refere aos recursos de computação em
em uma rede mundial de datacenters seguros, que são atualizados nuvem usados exclusivamente por uma única empresa ou organiza-
regularmente com a mais recente geração de hardware, rápido e ção. Uma nuvem privada pode estar localizada fisicamente no da-
eficiente. Isso oferece diversos benefícios em um único datacenter tacenter local da empresa. Algumas empresas também pagam pro-
corporativo, incluindo latência de rede reduzida para aplicativos e vedores de serviço de terceiros para hospedar sua nuvem privada.
mais economia de escalonamento. A computação em nuvem facili- Uma nuvem privada é aquela em que os serviços e a infraestrutura
ta e reduz os custos de backup de dados, recuperação de desastre e são mantidos em uma rede privada.
continuidade dos negócios, já que os dados podem ser espelhados Nuvem Híbrida
em diversos sites redundantes na rede do Cloud Provider. Nuvens híbridas combinam nuvens públicas e privadas liga-
Tipos de Serviços em Nuvem: IaaS, PaaS e SaaS das por uma tecnologia que permite que dados e aplicativos sejam
A maioria dos serviços de computação em nuvem se divide compartilhados entre elas. Ao permitir que dados e aplicativos se-
em três amplas categorias: IaaS (infraestrutura como serviço), PaaS jam movidos entre nuvens públicas e privadas, a nuvem híbrida dá
(plataforma como serviço) e SaaS (software como serviço). Às ve- aos negócios mais flexibilidade e mais opções de implantação.
zes, eles são denominados pilha de computação em nuvem, pois Big Data e Cloud Computing
são disponibilizados um sobre o outro. Assim como plataformas em nuvem estão crescendo de forma
IaaS (Infraestrutura como Serviço) acelerada, também percebemos uma explosão na geração de da-
A categoria mais básica de serviços de computação em nuvem. dos. Nunca a humanidade gerou tantos dados como atualmente e o
Com IaaS, você aluga infraestrutura de TI, servidores e VMs (má- crescimento do volume de dados é exponencial e constante. O Big
quinas virtuais), armazenamento, redes e sistemas operacionais, de Data traz um grande desafio para as empresas. Como coletar, arma-
um provedor de nuvem em uma base pré-paga. zenar e analisar esses dados antes que se tornem obsoletos? Qual
o custo de armazenamento de um volume de dados que não para
PaaS (Plataforma como Serviço)
de crescer? Quais as implicações de segurança de acesso a esses
O serviço PaaS se refere aos serviços de computação em nuvem dados, uma vez armazenados na rede interna da empresa e susce-
que fornecem um ambiente sob demanda para desenvolvimento, tíveis a ataques, roubos de informação e vírus? Como gerenciar e
teste, fornecimento e gerenciamento de aplicativos de software. proteger a essência desses dados em vez de apenas armazená-los?
O PaaS foi criado para facilitar aos desenvolvedores criarem apli- Cloud Computing e Big Data são uma combinação ideal para
cativos móveis ou Web rapidamente, sem se preocupar com a resolver muitos desses problemas. Juntos, eles fornecem uma so-
configuração ou o gerenciamento de infraestrutura de servidores, lução que é escalável e adaptável para grandes conjuntos de dados
armazenamento, rede e bancos de dados necessários para desen- e análise de negócios. A vantagem da análise seria um grande be-
volvimento. nefício. Imagine todos os recursos de dados tornando-se facilmente
SaaS (Software como Serviço) acessíveis e com custo reduzido para a empresa.
O SaaS é um método para fornecer aplicativos de software pela Desafios para Big Data na Computação em Nuvem
Internet, sob demanda e, normalmente, em uma base de assinatu- Assim como o Big Data forneceu às organizações terabytes de
ras. Com o SaaS, os provedores de nuvem hospedam e gerenciam dados, também apresentou uma questão de gerenciar esses dados
o aplicativo de software e a infraestrutura e fazem manutenções, em uma estrutura tradicional. Como analisar a grande soma de
como atualizações de software e aplicação de patch de segurança. dados para tirar apenas os bits mais úteis? Analisar esses grandes
Os usuários conectam o aplicativo pela Internet, normalmente com volumes de dados muitas vezes se torna uma tarefa muito difícil.
um navegador da Web em seu telefone, tablet ou PC. Na era de conectividade de alta velocidade, mover grandes
BDaaS (Big Data como Serviço) conjuntos de dados e fornecer os detalhes necessários para aces-
Pode não ser um termo familiar ainda, mas descreve adequa- sá-los também é um problema. Esses grandes conjuntos de dados
damente um rápido crescimento deste novo mercado. Nos últimos geralmente transportam informações confidenciais, como números
anos, muitas empresas surgiram oferecendo serviços de Big Data de cartão de crédito/débito, endereços e outros detalhes, aumen-
baseados em nuvem para ajudar outras empresas e organizações a tando as preocupações de segurança de dados. Problemas de segu-
resolver seus dilemas relacionados a dados. rança na nuvem são uma grande preocupação para empresas e pro-
vedores. Mas as pesquisas mostram que um ambiente em nuvem
Tipos de Implantação em Nuvem: Pública, Privada e Híbrida
tende a ser mais seguro que uma rede corporativa.
Nem todas as nuvens são iguais. Há três maneiras diferentes Portanto, os principais desafios na adoção de Cloud Computing
de implantar recursos de computação em nuvem: nuvem pública, especialmente para projetos de Big Data, incluem:
nuvem privada e nuvem híbrida. - Cultura da empresa que prefere manter os dados “em casa”;
- Falta de conhecimento ou profissionais capacitados para tra-
balhar com projetos em nuvem;

Editora
349
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
- Resistência da área de TI em “perder importância” dentro da Utilizando o stream analytics, você pode descobrir padrões
organização (o que é um erro, pois a computação em nuvem libera ocultos, correlações e outros insights, além de obter respostas qua-
a TI para focar em outras atividades mais críticas para o negócio); se imediatas. Com essa tecnologia, é possível fazer upsell, vendas
- Problemas com largura de banda para transferência de dados cruzadas para clientes com base no que as informações apresen-
entre a rede da empresa e o Cloud Provider. tam, entre outras ações ágeis.
Oportunidades para Big Data na Computação em Nuvem 5) Docker
Mas se existem desafios na adoção de Cloud Computing para O Docker é uma solução de big data que simplifica o desenvol-
projetos de Big Data, também existem muitas oportunidades e be- vimento, a implantação e a execução de aplicativos de contêiner.
nefícios. Vejamos alguns deles: Ou seja, por funcionar em diversas plataformas, ele possibilita o ge-
- Redução de custo com infraestrutura de TI para armazena- renciamento de contêineres em diferentes sistemas operacionais.
mento de grandes conjuntos de dados; Por causa de sua perspectiva isolada dos sistemas operacio-
- Redução no custo com licença e manutenção de software; nais, é a alternativa ideal para lançar todos os aplicativos de que
- Dados acessíveis de qualquer localidade; você precisa com um consumo mínimo de recursos, permitindo
- Acesso a infraestrutura de ponta usada pelos Cloud Providers; construir contêineres com apps, implementá-los, escaloná-los e
- Segurança dos dados normalmente maior do que na rede cor- executá-los rapidamente.
porativa; 6) Kubernetes
- Não é necessário se preocupar com detalhes de Engenharia
Kubernetes é uma das ferramentas de código aberto para big
de um datacenter, como luz, energia, resfriamento etc. (isso fica a
data desenvolvida pelo Google, que realiza a orquestração de con-
cargo do Cloud Provider);
têineres.
- Escalabilidade, com rápida expansão da infraestrutura para
Além disso, oferece a liberdade de uma plataforma para a au-
acomodar um novo projeto;
tomação, implantação, escalonamento e execução de sistemas de
- Capacidade de dimensionamento elástico;
contêiner em seu próprio cluster local.
- Foco maior na análise de dados, ao invés de foco no armaze-
namento; 7) Data Lake
- Redução nos custos de backup de dados; Data Lake é um repositório que armazena todos os formatos
- Recuperação de desastre e continuidade dos negócios. de dados, sejam eles estruturados, não estruturados ou semiestru-
Soluções para Big Data turados.
Os dados podem ser salvos antes de serem transformados,
Listadas abaixo, temos 10 soluções de big data para fazer aná-
permitindo sua manipulação e análise, desde o desenvolvimento
lise de dados25.
de painéis de visualização até a transformação de dados em tempo
1) Análise Preditiva real para aplicação ágil nos negócios.
Com esta tecnologia, você pode aprender com o passado, vi- As empresas que utilizam data lakes no seu dia a dia conse-
sualizar o presente e prever o futuro. Ela ajuda a descobrir, avaliar, guem manter-se à frente de seus concorrentes, visto que podem
otimizar e implantar modelos preditivos por meio de inteligência realizar diversas análises por meio de arquivos de log, dados de mí-
artificial e machine learning com base em fontes de big data. Com dia social e click-streaming.
isso, é possível melhorar o desempenho dos negócios, reduzir os É uma solução de big data que ajuda as empresas modernas
riscos e obter muito mais vantagem competitiva. a responderem melhor às oportunidades e tomarem decisões ha-
2) Banco De Dados NoSQL bituais mais rápido.
Em comparação com os bancos de dados relacionais (RDBMS), 8) Integração de Dados
os bancos de dados NoSQL estão tendo um crescimento exponen- Para a integração de dados, precisamos de ferramentas que
cial. permitam a orquestração deles, como Apache Hive, Apache Pig,
Esse tipo de banco de dados oferece um design com esquema Amazon Elastic Map Reduce (EMR), Hadoop, Couchebase, Mongo-
dinâmico, além de ter maior potencial para personalização e mais DB, Apache Spark etc.
flexibilidade e escalabilidade, o que é muito necessário ao armaze- 9) Nuvem
nar dados de big data.
São inúmeras as vantagens que as soluções de big data em nu-
3) Ecossistema Hadoop vem oferecem. A internet das coisas (IoT), por exemplo, talvez ocu-
O Hadoop Framework foi desenvolvido para armazenar e pro- pe o primeiro lugar nas tecnologias que mais tiram proveito delas.
cessar dados em diferentes máquinas com alta velocidade e baixo Aplicativos que envolvem IoT exigem soluções precisas e esca-
custo. Isso é possível porque essa ferramenta utiliza um modelo de láveis para gerenciar os grandes volumes de dados trocados no seu
programação simples em um ambiente de processamento de dados desenvolvimento e execução, e nada supera os serviços em nuvem
distribuído. para esse objetivo.
É importante lembrar que as empresas sempre adotaram o 10) Self-Service de Dados
Hadoop como tecnologia de big data. E ele continua a crescer, ou
Qualquer tecnologia que simplifique os processos de limpeza,
seja, as organizações que vão começar a explorar o Hadoop agora
preparação e exploração de dados tende a crescer exponencial-
provavelmente verão rapidamente suas vantagens e aplicações.
mente, e as soluções de self-service de dados estão entre elas.
4) Stream Analytics Seu objetivo é capacitar equipes de negócios e tomadores de
A análise de streaming, também conhecida como processa- decisão em todos os níveis para usar os dados disponíveis para rea-
mento de fluxo de eventos, é a análise de enormes pools de dados, lizar seus trabalhos de forma eficaz.
em movimento constante e atualizados em tempo real, por meio do
uso de consultas contínuas, chamadas de fluxos de eventos.
25 Lorenzi, L. 10 soluções de big data para uma análise de dados moder-
na.
Editora
350
350
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS

CIÊNCIA DOS DADOS

Assunto abordado no tópico: CIÊNCIA DE DADOS: IMPORTÂN-


CIA DA INFORMAÇÃO.

CICLO DE VIDA DO PROCESSO DE CIÊNCIA DE DADOS

Assunto abordado no tópico: CIÊNCIA DE DADOS: IMPORTÂN-


CIA DA INFORMAÇÃO.
Fonte: https://www.techtudo.com.br/noticias/2013/10/o-que-
-e-acesso-remoto-entenda-tudo-sobre-conexao-distancia.ghtml
PAPEIS DOS ENVOLVIDOS EM PROJETOS DE CIÊNCIA DE
DADOS E BIG DATA O acesso remoto tem muitas vantagens como:
- Melhorar a produtividade, pois pode-se fazer reuniões impor-
tantes com clientes, parceiros ou mesmo com a equipe de trabalho
que estão geograficamente bem distantes, com maior frequência e
Assunto abordado no tópico: CIÊNCIA DE DADOS: IMPORTÂN- com maior agilidade, pois recebem respostas mais rápidas.
CIA DA INFORMAÇÃO. - É mais eficiente, pois baixa o custo da empresa com viagens,
estadias, alimentação dentre outros custos.
COMPUTAÇÃO EM NUVENS Transferência de Informação e Arquivos
Os computadores quando se comunicam acontece uma troca
de dados. Quando você acessa uma página na internet através de
COMPUTAÇÃO EM NUVEM: ACESSO A DISTÂNCIA E TRANSFE- seu navegador, você envia os dados para o servidor do site, com isso
RÊNCIA DE INFORMAÇÃO você estará fazendo um “upload” e quando você recebe a informa-
Acesso à Distância à Computadores ção você estará fazendo um “download”.
O termo “download” é muito mais utilizado quando você “bai-
O acesso remoto, que é a mesma coisa que acesso à distância
xa” conteúdos da internet como um jogo, aplicativo, filmes ou mú-
a computadores, conecta computadores que não estão interligados
sicas que está hospedado no servidor do site que você está aces-
fisicamente, permitindo a troca de dados26.
sando.
A empresa tem um servidor privado e por meio dele consegue
Já quando o site envia suas informações para seu servidor para
acessar o sistema da empresa. Esta interligação pode ligar vários
´que todos possam acessá-la pela internet ele está fazendo um
locais de trabalho.
“upload”, ou seja, enviando os dados para o servidor do site.
Esta tecnologia facilita muito o trabalho, pois você pode aces-
Para se fazer uma transferência de arquivo utiliza-se o FTP (File
sar seu e-mail, arquivos da empresa, acessar seu computador do
Transfer Protocol) que em português significa Protocolo de Transfe-
trabalho de sua casa, dentre outras facilidades.
rência de Arquivos.
O acesso remoto funciona a partir de uma rede virtual conec-
Com ele você pode receber e enviar arquivos para servidores
tando vários dispositivos a um servidor que tem o acesso à rede da
remotos e o servidor poderá também receber e enviar os arquivos.
empresa.
Você também pode instalar um servidor de FTP em seu com-
Normalmente é feito por uma Virtual Private Network – VPN.
putador para você ou outra pessoa acessar seu computador remo-
VPN: utilizando-se dos recursos físicos da internet podemos
tamente.
criar uma rede privada. A esse tipo de rede chamamos de VPN (Vir-
tual Private Network) que é uma rede privada virtual construída
utilizando a infraestrutura de uma rede pública como a internet. A
VPN mantém os dados seguros enquanto trafegam pela rede utili-
zando um protocolo SSL (Secure Sockets Layer), que permite a co-
municação criptografada entre um site e um navegador.

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/
transferencia-de-arquivos-transferir-arquivo-de-dados-en-
tre-dispositivos-transmissao-de-documentos-entre-dois-
-computadores-backup-de-informacoes-troca-de-dados-envio-de-
-documento-criptografia-de-dados-conexao-protegida_18453359.
htm
Computação em Nuvem
A computação em nuvem é uma tecnologia que permite a dis-
tribuição dos seus serviços de computação e o acesso online a eles
26 CARLOS, E. Acesso à distância a computadores, transferência de sem a necessidade de instalar programas27.
informação e arquivos, aplicativos de áudio, vídeo e multimídia. 27 DURBANO, V. Computação em nuvem: tudo que você precisa saber
Editora
351
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Justamente por não necessitar da instalação de programas, ou A computação em nuvem é uma grande mudança na forma tra-
do armazenamento de dados, o conceito originado do inglês cloud dicional de pensamento adotada pelas empresas sobre os recursos
computing faz alusão à “nuvem”. de TI.
Com isso, seus serviços podem ser acessados de maneira re- Melhor custo-benefício
mota, de qualquer lugar do mundo e a hora que você e sua equipe
Esse é uma das primeiras questões que deve passar na sua
desejarem.
mente ou nas de seus diretores quando o assunto é um novo in-
A distribuição dos serviços é feita por meio de uma plataforma
vestimento.
de serviços cloud via Internet com uma definição de preço confor-
No caso da computação em nuvem você precisa pensar nos
me o uso.
gastos que serão deixados de lado. O valor investido será apenas
E tal distribuição é determinada pela computação em nuvem,
referente ao que for usado pela sua equipe.
sob demanda de poder computacional, armazenamento de banco
A adoção de serviços cloud elimina gastos de capital com a
de dados, aplicações e outros recursos de TI da empresa.
compra de hardware e alguns softwares e com a instalação e execu-
De forma mais genérica e resumida, pode-se dizer que a com-
ção de datacenters locais.
putação em nuvem pode te proporcionar inovações mais rápidas,
Isso tudo inclui a economia com racks de servidores, disponibi-
recursos flexíveis e economia em escala.
lidade constante de eletricidade para energia e resfriamento.
Pagar apenas por aquilo que você usa ajuda a reduzir os custos
operacionais, a executar seus processos com mais eficiência e a rea- Redução de tempo
lizar mudanças conforme as necessidades da sua empresa evoluem. A maior parte dos serviços de computação em nuvem é forne-
Mas essa é apenas uma pequena introdução sobre o que se tra- cida sob demanda, com o objetivo de que até grandes quantidades
ta a computação em nuvem. Continue lendo este post e veja mais de recursos possam ser provisionadas em questão de instantes.
sobre seu conceito, benefícios, importância e cuidados. Os serviços mais básicos de computação em nuvem, normal-
Como já dissemos, a computação em nuvem é a possibilidade mente, com apenas alguns cliques você adquire os recursos que
de acessar arquivos e executar diferentes tarefas pela Internet, sem necessita, aliviando a pressão do planejamento de capacidade da
a necessidade de instalar aplicativos no seu computador. sua gestão de TI.
Isso significa que o tempo necessário para disponibilizar os re-
cursos aos seus desenvolvedores é reduzido de semanas para ape-
nas minutos.
O que resulta em um aumento dramático na agilidade da or-
ganização, pois, não apenas o custo, mas o tempo necessário para
desenvolvimento é substancialmente mais baixo.
Ação em escala global
Um dos mais incríveis benefícios proporcionados pela compu-
tação em nuvem é a capacidade de dimensionamento elástico. Isto
é, capacidade em fornecer a quantidade correta de recursos de TI
necessários.
Para esclarecer um pouco mais, digamos que a potência de
computação, o armazenamento e a largura de banda podem au-
Fonte: https://www.estudopratico.com.br/o-que-e-computa- mentar ou diminuir conforme seja necessário, não importando a
cao-em-nuvem/ origem geográfica.
O armazenamento de dados é feito através uma rede. Assim, É possível implantar facilmente seu aplicativo em várias regiões
para realizar alguma tarefa basta se conectar ao serviço online e através do mundo todo com apenas alguns cliques.
desfrutar das suas ferramentas disponíveis. Aumento de produtividade
O trabalho ficará salvo e pronto para que você ou alguém da Os datacenters locais exigem inúmeros equipamentos e imple-
sua equipe o acesse de qualquer outro lugar, desde que tenham mentações, como configuração de hardware, correção de software
acesso à Internet. e outras diversas tarefas de gerenciamento da TI que consomem
A partir de qualquer computador e em qualquer lugar, as infor- seu tempo e produtividade.
mações, arquivos e programas estarão disponíveis em um sistema A computação em nuvem é capaz de remover a necessidade de
único. muitas dessas tarefas.
E graças à computação em nuvem, os seus dados não estarão Melhor desempenho
mais salvos em um disco rígido, mas sim disponíveis na web.
Ótimo exemplos de computação em nuvem são: Google Drive, Os maiores serviços de computação em nuvem são executados
OneDrive e o Dropbox. em uma rede mundial de datacenters seguros, os quais são atuali-
zados regularmente com hardwares de grande velocidade e desem-
Benefícios da Computação em Nuvem penho, são de última geração.
Não é preciso uma máquina potente, já que todas as tarefas E diversos são os benefícios obtidos através de um único da-
passam a serem executadas em servidores remotos. tacenter corporativo oriundo da computação em nuvem, incluindo
Sendo assim, não é preciso realizar grandes investimentos ini- latência de rede reduzida para aplicativos e mais economia de es-
ciais em hardware para a empresa e perder tempo nas atividades calonamento.
de manutenção e gerenciamento do mesmo. Isso tudo faz com que você elimine as suposições ao determi-
Outras vantagens de grande importância como, agilidade e pra- nar sua necessidade de capacidade de infraestrutura.
ticidade, serão abordadas adiante, pois esse serviço oferece acesso Com isso, acessa-se aquilo que precisa o quanto for necessário,
rápido a recursos de TI flexíveis e de baixo custo. e pode-se determinar a intensidade desejada apenas alguns minu-
tos de antecedência.
sobre.
Editora
352
352
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Segurança A plataforma como serviço foi criada para facilitar aos desen-
Muitos provedores de computação em nuvem oferecem um volvedores a criação de aplicativos móveis ou web, tornando-a mui-
amplo conjunto de políticas, tecnologias e controles que fortalecem to mais rápida.
sua postura geral de segurança. Além de acabar com a preocupação quanto à configuração ou
E tudo isso te ajuda a proteger os dados, os aplicativos e a in- ao gerenciamento de infraestrutura subjacente de servidores, ar-
fraestrutura contra possíveis ameaças. mazenamento, rede e bancos de dados necessários para desenvol-
vimento.
Tipos de Computação em Nuvem
Computação sem servidor
Há três diferentes maneiras de implantar serviços de nuvem:
nuvem pública, nuvem privada ou nuvem híbrida. A computação sem servidor, assim como a PaaS, concentra-se
na criação de aplicativos, sem perder tempo com o gerenciamento
Nuvem pública
contínuo dos servidores e da infraestrutura necessários para isso.
Uma nuvem pública pertence a um provedor de serviços cloud O provedor em nuvem cuida de toda a configuração, planeja-
terceirizado pelo qual é administrada. Esse provedor fornece recur- mento de capacidade e gerenciamento de servidores para você e
sos de computação em nuvem, como servidores e armazenamento sua equipe.
via web. As arquiteturas sem servidor são altamente escalonáveis e
Com uma nuvem pública, todo o hardware, software e infraes- controladas por eventos: utilizando recursos apenas quando ocorre
truturas de suporte utilizados são de propriedade e gerenciamento uma função ou um evento que desencadeia tal necessidade.
do provedor de nuvem contratado pela sua organização.
SaaS (software como serviço)
É possível acessar esses serviços e realizar o gerenciamento de
sua conta utilizando apenas um navegador de Internet. O SaaS é um método para a distribuição de aplicativos de soft-
ware pela Internet sob demanda e, normalmente, baseado em as-
Nuvem privada
sinaturas.
A nuvem privada, por sua vez, se refere aos recursos de com- Com o SaaS, os provedores de computação em nuvem hospe-
putação em nuvem usados exclusivamente por uma única empresa, dam e gerenciam o aplicativo de software e a infraestrutura subja-
podendo estar localizada fisicamente no datacenter local da em- cente.
presa. Além de realizarem manutenções, como atualizações de soft-
Ou seja, uma nuvem privada é aquela em que os serviços e a ware e aplicação de patch de segurança.
infraestrutura de computação em nuvem utilizados pela empresa
Com o software como serviço, os usuários podem conectar o
são mantidos em uma rede privada.
aplicativo pela Internet, normalmente com um navegador da web
Algumas empresas podem também optar por realizar a contra-
em seu telefone, tablet ou PC.
tação de provedores de serviços de computação em nuvem tercei-
rizados para hospedar sua nuvem privada Usos da Computação em Nuvem
Nuvem híbrida Veja alguns exemplos do que é possível fazer hoje com os servi-
ços de computação em nuvem e que está levando tantas organiza-
A nuvem híbrida trata-se da combinação entre a nuvem pública
ções a aderirem a técnica aos seus negócios.
e a privada, que estão ligadas por uma tecnologia que permite o
compartilhamento de dados e aplicativos entre elas. Criar novos aplicativos e serviços
Esses dados e aplicativos compartilhados podem se mover Crie, implante e dimensione aplicativos (web, dispositivos mó-
entre as nuvens privadas e públicas, o que oferece à sua empresa veis e API), rapidamente, com a computação em nuvem na platafor-
maior flexibilidade e mais opções de implantação. ma que você e sua equipe desejarem.
O uso de nuvens híbridas na computação em nuvem ajuda tam- E, ainda, fica muito mais fácil acessar os recursos necessários
bém a otimizar a infraestrutura, segurança e conformidade existen- para ajudar a atender aos requisitos de desempenho, segurança e
tes dentro da empresa. conformidade desejados pela sua empresa.
Tipos de Serviços de Nuvem Testar e criar aplicativos
A maioria dos serviços de computação em nuvem se enqua- Com a computação em nuvem, reduz-se o custo e o tempo de
dra em quatro categorias amplas: IaaS (infraestrutura como servi- desenvolvimento de aplicativos, ou seja, testar e criar os aplicativos
ço), PaaS (plataforma como serviço), sem servidor e SaaS (software para a organização na qual você trabalha fica muito mais fácil.
como serviço). E isso é possível através da infraestrutura cloud escolhida que
Esses serviços podem ser chamados algumas vezes de pilha pode ser ampliada ou reduzida com facilidade de acordo com a ne-
da computação em nuvem por um se basear teoricamente sobre cessidade.
o outro.
Armazenar, fazer backup e recuperar dados
IaaS (infraestrutura como serviço)
A proteção dos seus dados pode ser realizada de maneira mais
A IaaS é a categoria mais básica de computação em nuvem. econômica – e em grande escala – quando você os transfere para
Com ela, você aluga a infraestrutura de TI de um provedor de servi- um sistema de armazenamento cloud.
ços cloud, pagando somente pelo seu uso. Precisa-se apenas adotar um sistema de computação em nu-
A contratação dos serviços de computação em nuvem IaaS vem externo acessível a toda equipe, em qualquer local e disposi-
(infraestrutura como serviço) envolve a aquisição de servidores e tivo.
máquinas virtuais, armazenamento (VMs), redes e sistemas opera-
Analisar os dados
cionais.
Unificar os dados da sua empresa entre as diversas equipes,
PaaS (plataforma como serviço)
divisões e locais, nunca foi tão fácil do que com a computação em
PaaS refere-se aos serviços de computação em nuvem que for- nuvem.
necem um ambiente sob demanda para desenvolvimento, teste,
fornecimento e gerenciamento de aplicativos de software.
Editora
353
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
É possível também usar os serviços de nuvem para aprendiza-
do de máquina e inteligência artificial, a fim de descobrir insights e PLATAFORMAS DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM PARA BIG
tomar decisões melhores embasadas. DATA
Transmitir áudio e vídeo
Conecte-se com o seu público em qualquer lugar e a qualquer
hora, através de qualquer dispositivo com vídeo e áudio de alta de- Assunto abordado no tópico: BIG DATA; BIG DATA EM RELAÇÃO
finição que possibilite distribuição global. A OUTRAS DISCIPLINAS;
E o compartilhamento dos dados com o seu consumidor é tan-
gível graças a serviços de computação em nuvem devidamente es-
colhidos para o seu negócio. LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO PARA CIÊNCIA
DE DADOS: LINGUAGEM PYTHON E R
Inserir inteligência
A computação em nuvem possibilita usar modelos inteligentes
para ajudar a envolver os clientes e fornecer insights importantes
PYTHON
com base nos dados capturados.
Ao longo dos anos, muitas linguagens de programação surgiram
Fornecer software sob demanda e desapareceram, mas uma delas tem ganhado cada vez mais espa-
O SaaS, mencionado anteriormente na seção de tipos de servi- ço na rotina de programadores e cientistas de dados: o Python28.
ços em nuvem, permite oferecer as últimas versões de software e Relativamente simples de aprender, essa linguagem se tornou
atualizações para os clientes. popular o suficiente para atrair uma grande comunidade, passando
E, utilizando a computação em nuvem, o software sob deman- a contar com imensidão de recursos disponíveis.
da fornece aquilo que os seus consumidores necessitam sempre Caso você esteja cogitando aprender a programar com Python,
que precisarem e onde quer que estejam. saiba que esse pode ser o caminho mais acessível para ingressar no
Cuidados com a Computação em Nuvem mercado de Data Science.
A computação em nuvem também possui as suas desvanta- O Python é uma linguagem de programação de alto nível am-
gens. E uma delas diz respeito à segurança dos dados, que exige plamente utilizada no desenvolvimento de aplicativos e softwares,
grandes cuidados por parte da sua gestão de TI. assim como na análise e computação de dados numéricos e cientí-
Por isso, muitas pessoas não se sentem à vontade em utilizar a ficos.
computação em nuvem para hospedar suas informações, temendo Ele foi criado por Guido van Rossum e lançado oficialmente em
que hackers invadam esses serviços cloud e roubem os dados. fevereiro de 1991. Sua versatilidade, em conjunto com a facilidade
Pensando nos cuidados que deve-se ter com a computação em de uso para iniciantes, a tornou uma das linguagens de programa-
nuvem para que mantenha seguro todos os dados da empresa, as ção mais usadas até os dias de hoje.
empresas fornecedoras dessa tecnologia investem bastante em se- Por ser de uso geral, essa linguagem pode ser utilizada para
gurança para cloud. criar uma infinidade de programas diferentes. No contexto de Data
Porém, é importante ressaltar que os fornecedores de compu- Science, o Python serve para realizar análises de dados e recursos
tação em nuvem são responsáveis por apenas uma parte da segu- de Machine Learning.
rança, dependendo do tipo de nuvem que escolher (SaaS, IaaS e Muitos sites e aplicativos conhecidos, como Google, Dropbox,
PaaS), e isso não elimina a responsabilidade e necessidade de fazer Instagram, Spotify e o próprio YouTube, foram todos construídos
a gestão da segurança da sua nuvem. com Python.
Outro cuidado muito importante é ter uma conexão estável e Além disso, uma enorme comunidade de código aberto (open
rápida para aproveitar melhor a tecnologia adotada, já que a neces- source) cresceu em torno dessa linguagem. Isso impulsionou uma
sidade de acessar servidores remotos é uma existência diária. série de ferramentas que ajudam os programadores a trabalhar
com ele de forma eficiente.
Até aqui, já deu para ter uma ideia do porquê o Python está
ARQUITETURA DE BIG DATA entre os queridinhos dos programadores. E isso tem a ver com vá-
rios motivos.
O primeiro deles é que essa linguagem de programação é re-
lativamente simples de aprender, além de utilizar um código lim-
Assunto abordado no tópico: BIG DATA; BIG DATA EM RELAÇÃO
po e fácil de compreender. Por esses e outros motivos, não é de
A OUTRAS DISCIPLINAS; surpreender que a maioria dos programadores esteja familiarizada
com ela.
MODELOS DE ENTREGA E DISTRIBUIÇÃO DE SERVIÇOS DE O conhecimento de Python para Data Science ou Análise de
BIG DATA Dados sem dúvida será uma vantagem para qualquer um que esteja
querendo ingressar em alguma dessas áreas.
Por que Utilizar Python para Data Science?
Assunto abordado no tópico: BIG DATA; BIG DATA EM RELAÇÃO Nos últimos anos, muitas ferramentas foram desenvolvidas es-
A OUTRAS DISCIPLINAS; pecificamente para Data Science, tornando mais fácil do que nunca
analisar dados com Python.
Desde seus primeiros dias como uma linguagem utilitária, o
Python cresceu e se tornou uma força importante em Inteligência
Artificial (IA), Machine Learning (ML) e Big Data.

28 https://bit.ly/3VYjXbk
Editora
354
354
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Uma das principais razões pelas quais essa linguagem é usada Ao lidar com grandes conjuntos de dados, você também terá
para Data Science é o fato de que ela já provou repetidas vezes ser que gastar uma quantidade considerável de tempo “limpando” da-
capaz de resolver problemas complexos com eficiência. dos não estruturados.
Embora outras linguagens de programação, como R e SQL , se- Isso significa lidar com dados com valores ausentes ou com va-
jam altamente eficientes para uso no campo da Ciência de Dados, lores discrepantes e sem sentido, ou até mesmo com uma formata-
o Python se tornou a linguagem preferida dos cientistas de dados. ção inconsistente.
Com a ajuda de bibliotecas focadas em dados (como NumPy Portanto, antes de se envolver na análise de dados propria-
e Pandas), qualquer pessoa familiarizada com as regras e a sintaxe mente dita, você precisa dividir os dados em um formulário com o
do Python pode implantá-lo rapidamente como uma ferramenta ro- qual possa trabalhar. Isso pode ser alcançado facilmente aprovei-
busta para processar, manipular e visualizar dados. tando o NumPy e o Pandas.
Sempre que você fica “preso”, também é relativamente fácil Como Dominar as Principais Ferramentas e Bibliotecas na
resolver problemas relacionados ao Python devido à grande quanti- Análise de Dados?
dade de documentação gratuita disponível.
Vimos que o Python é uma linguagem extremamente versátil.
Além disso, o apelo dessa linguagem vai além da engenharia de
Mas isso só é possível porque ele conta com diferentes bibliotecas,
software, servindo também para aqueles que trabalham em áreas
entre as quais estão os chamados Python Web Frameworks — bi-
não técnicas. Em outras palavras, ela torna a análise de dados aces-
bliotecas Python usadas no desenvolvimento de aplicações web.
sível para equipes e áreas mais estratégicas, como de Negócios e
Esses frameworks são bastante úteis em Data Science, espe-
Marketing.
cialmente por permitirem a execução de soluções de forma integra-
Devido ao código limpo e lógico escrito em Python, outra van-
da com outras aplicações no servidor.
tagem é que os cientistas de dados estão menos propensos a lidar
Ao trabalhar em um projeto do mundo real, você não pode
com problemas de criptografia ou vazamentos de memória ao uti-
prosseguir com o entendimento apenas do python, mas com cer-
lizar essa linguagem.
teza vai precisar aprender alguns conceitos e bibliotecas Python
Mesmo que você não trabalhe em IA, ML ou análise de dados,
específicas para conseguir desenvolver uma aplicação.
o Python ainda é vital, por exemplo, para o desenvolvimento Web e
As quatro bibliotecas Python mais importantes são:
o desenvolvimento de interfaces gráficas de usuário (GUIs).
1. NumPy: o uso dessa biblioteca possibilita uma variedade de
Aprendendo Programação Python operações matemáticas e estatísticas. Ela é também a base para
Não podemos falar sobre como aprender Python para Data muitos recursos da biblioteca de Pandas.
Science sem antes conhecer algumas das estruturas de dados sub- 2. Pandas: uma biblioteca Python criada especificamente para
jacentes disponíveis. facilitar o trabalho com dados. Este é o pão com manteiga de muito
Eles podem ser descritos como um método de organiza- trabalho de ciência de dados Python.
ção e armazenamento de dados de maneira facilmente acessível e
3. Matplotlib: uma biblioteca de visualização que facilita e agi-
modificável.
liza a geração de gráficos a partir de seus dados.
Algumas das estruturas de dados que já estão incorporadas em
Python incluem: 4. Scikit-learn: a biblioteca mais popular para trabalho de
- Dicionários: são colocados entre chaves d = {“a”:1, “b”:2} aprendizado de máquina em Python.
- Listas: estão entre colchetes l = [1, 2, “a”] Sendo assim, além do básico sobre Python e suas bibliotecas,
você também precisa conhecer suas finalidades e formas de uso. As
- Sets (ou conjuntos): também são colocados entre chaves s
principais delas incluem:
= {1, 2, 3}
- Manipulação e limpeza de dados: a parte mais importante da
- Tuples: são colocadas entre parênteses t = (1, 2, “a”) ciência de dados é organizar os dados e limpá-los, eliminar todos
- Strings: qualquer série de caracteres interpretada literal- as discrepâncias indesejadas. Para esse processo, as bibliotecas Py-
mente por um script. Por exemplo, “hello world” thon que você deve aprender são Numpy e Pandas;
Listas, strings e tuples são sequências ordenadas de objetos. - Visualização de dados: outro aspecto importante em Data
Tanto as listas quanto as tuples são como arrays (em C++) e podem Science é a visualização de dados. Esse processo consiste basica-
conter qualquer tipo de objeto, mas as strings podem conter ape- mente em representar os dados na forma de gráficos, barras, histo-
nas caracteres. gramas etc. Uma das bibliotecas Python que você precisa dominar
As listas são contêineres heterogêneos para itens, mas elas são para isso é o Matplotlib .
mutáveis ​​e podem ser reduzidas ou estendidas conforme necessá- - Análise e Machine Learning: para encontrar um padrão a par-
rio. Os tuples também são consideravelmente mais rápidos e exi- tir dos dados usando aprendizado de máquina, é preciso aprender
gem menos memória. estruturas Python como Scikit-learn, Tensorflow.
Os Sets, por outro lado, são sequências mutáveis ​​e não orde-
Sintaxe da Linguagem
nadas de elementos únicos. Na verdade, um set é muito parecido
com um conjunto matemático, pois não contém valores duplicados. Python possui um conjunto de regras de escrita que definem
Um dicionário em Python contém pares de valor-chave (Key– como um algoritmo é interpretado, possuindo um layout visual re-
value), mas você não tem permissão para usar um item que não lativamente organizado e utilizando, com frequência, palavras em
pode ser compartilhado como chave. A principal diferença entre um inglês29.
dicionário e um set é o fato de que ele contém pares de valores-cha- Python usa indentação como delimitação de blocos. A seguir,
ve em vez de valores únicos. podemos ver dois exemplos de indentação, apresentando dois mo-
Todos os itens que vimos acima têm suas próprias vantagens e dos.
desvantagens. Sendo assim, você precisa saber onde usá-los para
obter os melhores resultados.

29 https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/679/2019/08/Apostila_Py-
thon_v_1.pdf
Editora
355
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Modo errado de indentação:

Modo correto de indentação:

Se o bloco tem apenas um comando, pode-se escrever tudo em uma linha:

Para colocar comentários no código, utiliza-se hashtag (comentários de uma linha), aspas simples e aspas duplas (comentários de
várias linhas):

Hello World
Como de costume na programação, a impressão da frase Hello World é utilizada como o primeiro programa ao se iniciar numa nova
linguagem. Isso é apenas um costume adotado por alguns programadores, não sendo regra.
Contudo, para o fim a que se destina este material, essa impressão pode ser utilizada para se fazer alguns apontamentos introdutórios
sobre a linguagem Python.
Portanto, abaixo é representada a forma básica de como imprimir a frase Hello World em Python.

Como é possível observar, para a impressão da frase em questão, basta uma única linha de código. Contudo, para que isso seja pos-
sível, é necessário o uso da função print(), a qual vem como padrão no interpretador do Python. Com essa função, o programador pode
apenas digitar qualquer caractere possível dentro do abre e fecha aspas, sendo que essas aspas podem ser tanto aspas simples (‘’) como
aspas duplas (“”).
Em Python, a instrução print() é uma função devido ao fato do uso dos parênteses. Contudo, em Python 2, essa instrução não é uma
função pois não faz uso dos parênteses, como no exemplo abaixo:

Ambas as formas são parecidas, porém existe distinção entre uma função e uma instrução.
Variáveis
Variáveis podem ser entendidas como um dos assuntos mais básicos presentes em todas as linguagens de programação. É necessário
que a linguagem consiga entender qual o tipo de valor que o programador está utilizando, pois é dessa forma que ela pode executar o
programa de forma correta.
Em Python, pode-se descobrir qual o tipo da variável através do interpretador utilizado. Para isso, basta utilizar a função type() e a
variável dentro dos parênteses desta função no prompt de comando do interpretador ou na IDE utilizada, como segue no exemplo mos-
trado abaixo:
Editora
356
356
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS

Como é possível observar, o número 1 corresponde ao tipo int, que significa uma variável inteira. O número 1.1 corresponde ao tipo
float, que significa uma variável com ponto flutuante. O número 1 + 1.1j corresponde ao tipo complex, que representa uma variável com-
plexa. A frase Minicurso corresponde ao tipo str, que significa uma variável do tipo string. O último exemplo da utilização da função type()
resultou num tipo list, que é uma lista.
Para a declaração de uma variável, basta fazer sua atribuição. Devido ao alto nível da linguagem Python, torna-se desnecessário se
declarar uma variável do tipo int, float ou str, como se faz em outras linguagens de programação, como C, por exemplo.
Porém, existem algumas restrições para nomes de variáveis. Para variáveis, não se pode iniciar seu nome com um número e não se
pode utilizar caracteres ilegais.
Além disso, não se podem utilizar palavras-chave do Python como variáveis. Na figura abaixo, são listadas algumas palavras-chave do
Python.

As variáveis são criadas aos serem atribuídas e são destruídas pelo coletor de lixo (garbage colector), quando o interpretador entende
que não há mais referências a ela.
Os tipos de variáveis podem ser classificados em mutáveis ou imutáveis. Os tipos mutáveis permitem que as variáveis atribuídas a eles
sejam alteradas, ao passo que as variáveis dos tipos imutáveis não podem ser alteradas após sua atribuição.
Dessa forma, abaixo é demonstrado como se declarar alguns tipos de variáveis.
Destaca-se que, para variáveis do tipo mutáveis, sua alteração para outro tipo de variável é feita de forma dinâmica, como no exemplo
abaixo em que a variável d é um inteiro, depois é um número complexo e por fim se torna uma lista.

Editora
357
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS

Por fim, vale destacar que existem variáveis que podem assumir o tipo bool, representando valores booleanos. Ou seja, são variáveis
que podem assumir o resultado True quando verdadeiro, ou False quando falso.
Expressões Aritméticas
Outro assunto de grande importância ao universo da programação são as expressões utilizadas em cada linguagem. Em Python, as
expressões aritméticas não fogem ao comum encontrado em outras linguagens de programação e são de fácil entendimento.
Os operadores +, -, *, / e % executam, respectivamente, adição, subtração, multiplicação, divisão de dois números e o último retorna
o valor do resto da divisão entre dois números.
Desses operadores, estendem-se outras duas operações, que são, respectivamente, a operação de exponenciação representada por
**, e a operação de divisão que resulta na parte inteira da divisão representada por //. Destaca-se que a operação de divisão simples /
sempre resulta num valor do tipo float. Abaixo estão representadas essas operações:

Expressões Lógicas
Seguindo o raciocínio das expressões aritméticas, as expressões lógicas possuem demasiada relevância para a lógica da programação.
Isso devido ao fato de serem utilizadas, em muitos casos, em maior número do que as expressões aritméticas.
Seja em laços de repetição ou em comparações lógicas, as expressões lógicas, os operadores relacionais e os operadores bitwise são
muito relevantes.
Diante disso, destaca-se que em Python é possível a criação e a análise de intervalos. Ou seja, é possível utilizar um intervalo como
uma estrutura lógica. Um exemplo dessa utilização é mostrado na abaixo.

Entrada e Saída de Dados


Em Python, a forma básica e geral de entrada de dados é através da função “input()”. Essa é a função que permite ao usuário do pro-
grama inserir um dado, sendo que o mesmo pode ser endereçado a uma variável previamente programada.

Editora
358
358
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Essa função “input()”, converte tudo o que for inserido em uma variável do tipo string. Ou seja, para que se possa inserir números (int,
float ou complex), é necessário que sejam feitas as devidas conversões. Para isso, basta utilizar a função do tipo de variável que se deseja
converter com a função “input()” dentro dos parênteses.

Operadores lógicos, relacionais e bitwise.


Para converter um número inserido pelo usuário em um número inteiro, basta escrever tipo_para_o_qual_se_deseja_conver-
ter(input()). Por exemplo, para converter a leitura de um número para inteiro, utiliza-se int(input()), se a conversão deve ser feita para um
número com ponto flutuante, basta escrever float(input()).
Além disso, a função input() permite ao programador escrever alguma mensagem a ser lida pelo usuário no momento da inserção
do dado. Para isso, basta escrever a mensagem dentro dos parênteses da função input(), estando contida dentro das aspas (simples ou
normal).
O exemplo apresentado abaixo ilustra os casos mencionados anteriormente.

Editora
359
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Para a conversão de variáveis entre os tipos possíveis, basta seguir o mesmo raciocínio acima. Isso vale tanto para conversão de um
tipo str para um tipo int, float ou complex, como para a conversão de um tipo float, int ou complex para um tipo str.
Para a saída de dados em Python, a forma mais básica e geral é através do uso da função print(). Essa função permite ao programador
imprimir na tela do usuário as informações desejadas.
O funcionamento dessa função é simples. Para se imprimir um texto, basta colocá-lo dentro de aspas (simples ou normal). Para se im-
primir os valores de variáveis, basta escrever o nome da variável desejada. Caso a variável for diferente do tipo string, deve-se acrescentar
uma vírgula para separá-la de outras variáveis ou do texto dentro das aspas; caso a variável for do tipo string, então deve-se acrescentar o
operador +, que simbolizará a concatenação de strings. Abaixo é apresentado um exemplo de utilização da função print().

Caso haja interesse e/ou necessidade, os valores (quaisquer) das variáveis a serem impressas através da função print() podem ser
convertidos ao tipo string e concatenados com o operador +.
A concatenação de strings é, de forma prática, a soma de uma string com outra. Por exemplo, a = ‘Um’, b = ‘ Dois’ e c = a + b. Se a
variável c for printada, o resultado será “Um Dois”. Dessa forma, qualquer string também
pode ser repetida utilizando o comando n * string, onde n é o número (inteiro) de repetições e string é a string a ser repetida. Abaixo
é exemplificado este processo:

Uma outra forma de se utilizar a função print(), é através da interpolação das variáveis dentro do espaço destinado ao texto (dentro
das aspas). Para isso, deve-se saber previamente qual o tipo de variável e escrever a função com o operador % junto da letra que corres-
ponde à variável a ser interpolada. Na tabela abaixo estão indicados os símbolos usados na interpolação das variáveis.

Editora
360
360
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS

Símbolos utilizados para interpolação de strings.


Abaixo é exemplificado o uso desses símbolos na interpolação de strings com a função print().

Atribuição
Em Python, assim como em uma ampla gama de linguagens de programação, as atribuições são feitas através do operador =, sendo
que o valor à esquerda do operador recebe o valor à direita desse. Dessa forma, as variáveis são atribuídas, as listas, vetores e outras es-
truturas são iniciadas.
Um exemplo simples é mostrado abaixo.

Também é possível fazer novas atribuições à mesma variável, fazendo com que a mesma assuma valores de tipos diferentes em mo-
mentos diferentes do programa. Isso é exemplificado abaixo:

Editora
361
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
LINGUAGEM R - Aumenta as oportunidades: a linguagem R está dominando o
R é uma linguagem versátil, desenvolvida por dois pesquisado- mercado de trabalho e cada vez mais é importante saber a lingua-
res do departamento de Estatística da Universidade Auckland, na gem no meio corporativo. Nesse sentido, aprender R aumenta as
Nova Zelândia30. Ela surgiu a partir da necessidade de um programa suas oportunidades em carreiras como Data Science.
que auxiliasse na manipulação, análise e visualização de dados. Como Funciona a Linguagem R?
Além disso, a linguagem conta com uma série de pacotes para Para quem se pergunta como funciona a linguagem R, saiba
fins estatísticos, que servem para o desenvolvimento de algoritmos que programar com ela é uma tarefa bem simples, até mesmo para
de séries temporais, análise de sobrevivência, aprendizado de má- quem ainda não é programador.
quina e outros. Primeiramente, porque ela já vem com uma boa variedade de
Nesse sentido, o R é multiplataforma, isto é, pode ser execu- pacotes pré-instalados. Isso faz com que seja necessária a instala-
tado em diferentes sistemas operacionais, como Windows, Linux e ção apenas daqueles mais específicos que, naturalmente, variam
Macintosh, é dinamicamente tipado, orientado a objetos e possui conforme as necessidades e os objetivos de cada desenvolvedor.
código aberto31. Com ela, também é possível realizar atividades de forma sim-
Pelo fato de a linguagem R ser amplamente utilizada na ma- plificada com a passagem de uma ou duas funções para contem-
nipulação, análise e visualização de dados, muitas vezes ela nem plar as demandas matemáticas e processamentos de dados que são
chega a ser considerada como linguagem de programação, mas sim considerados mais complexos e rebuscados.
como um produto estatístico especializado. Ainda com relação ao funcionamento da linguagem R, vale
Convém mencionar que além da linguagem R, existe também dizer que os seus scripts podem ser criados e empacotados como
o ambiente para computação estatística e gráficos R, que é um con- bibliotecas.
junto integrado de instalações de software. No entanto, neste con- Além disso, essa linguagem tem a possibilidade de ser utilizada
teúdo, falaremos especificamente da linguagem. no ambiente R – o R Studio –, o que torna muito mais fácil o seu
Para que Serve a Linguagem R? funcionamento.
O R é uma linguagem de programação estatística e gráfica. Por Isso porque esse IDE oferece teclas de atalho, interações grá-
essa razão ela se tornou largamente aplicada e utilizada na mani- ficas, gerenciamento de janelas, entre outros recursos que podem
pulação, análise e visualização de dados, sobretudo no Business ser acionados para evitar os comandos mais complexos da progra-
Analytics. mação.
Por isso, como veremos mais à frente, a linguagem R pode ser Principais Características da Linguagem R?
utilizada em todo o processo analítico dos dados, como coleta, mi- Abaixo, listamos as principais, que podem interferir diretamen-
neração, Machine Learning, interpretação e apresentação desses a te na rotina de um profissional de TI.
partir de gráficos.
Mas, além disso, essa também linguagem oferece uma diversi- Dinamicamente Tipada
dade de modelagens, análise de séries temporais, clustering, testes Como mencionamos no início deste conteúdo, a linguagem R é
estatísticos clássicos, entre outros. dinamicamente tipada. Isso significa que é possível alterar os tipos
Assim, ela contribui amplamente para a pesquisa científica, o de dados existentes nas variáveis em programas que já estejam em
desenvolvimento de softwares, as ciências sociais, entre outras im- execução.
portantes áreas. Nesse sentido, é possível ter maior fluidez na hora da progra-
Convém mencionar que grandes empresas utilizam a lingua- mação, pois fica dispensada a realização de conversões dos tipos
gem R para recomendações e modelagem de comportamentos dos de dados.
usuários, como o FourSquare e o Facebook. Recursos de Inteligência Artificial (IA)
Por que Aprender a Linguagem R? Essa linguagem contém recursos que oferecem suporte à Inte-
A linguagem R tornou-se popular graças a sua versatilidade na ligência Artificial (IA), como o Machine Learning e o Deep Learning.
manipulação de dados. Nesse sentido, a sua utilidade é aplicada Isso quer dizer que essa importante característica é essencial
em diferentes áreas de negócio, indústrias e até mesmo no poder para que o R desempenhe as suas ações junto à inteligência de da-
público. Além disso, é um concorrente de sistemas como o SAS, que dos.
apesar de oferecer um ótimo desempenho como ferramenta esta- Integração com Outras Ferramentas
tística, por sua vez, é um sistema caro que limita os usuários que Para desempenhar mais funções e atender às demandas espe-
desejam iniciar os seus projetos estatísticos. cíficas do programador, a linguagem R pode ser integrada a muitas
Os exemplos abaixo mostram porque aprender a linguagem R é outras soluções, como o GitHub, Python, Java, C, Excel e ferramen-
tão importante e quais são os seus principais benefícios: tas para criação de relatórios.
- Open Source, por ser uma linguagem de código aberto, R está Assim, através da integração, ela consegue fornecer recursos
sendo constantemente atualizada e qualquer pessoa pode contri- diversos ao profissional sem que ele precise recorrer a outros meios
buir para o desenvolvimento da linguagem criando novos pacotes de forma segregada.
e funcionalidades;
- 100% Gratuito. Com R você tem acesso a uma tecnologia de Suporte ao Big Data
ponta e não precisa pagar nada por isso; Naturalmente, uma das mais importantes características da lin-
- Fácil integração. O R é facilmente integrado com outras lin- guagem R é o seu exímio suporte ao Big Data, isto é, à vasta quanti-
guagens de programação como Java, Python e C. Também é pos- dade de dados produzidos.
sível utilizar Latex e Markdown no R para a criação dos seus rela- Como já falamos algumas vezes durante este artigo, o R possi-
tórios. Além disso, é possível importar e exportar dados do Excel; bilita a imersão no estudo dos dados, identificando padrões, mode-
lando, entre outras ações. Além disso, ele também facilita a visuali-
30 SARAIVA, D. Linguagem R: o que é, para que usar e por que apren-
zação dessas informações em gráficos e relatórios.
der? Código Aberto e Comunidade Ativa
31 https://bit.ly/3UZ9B9C
Editora
362
362
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
A linguagem R é um código aberto, isto é, ela pode ser desen- Ter capacidade analítica para aferir os problemas e as principais
volvida por vários usuários espalhados pelo mundo. Essa condição necessidades de um trabalho também é essencial para que um pro-
permite que ela apresente sempre melhorias e otimizações neces- gramador consiga colocar nos códigos o que é esperado pelo cliente
sárias para o bom trabalho dos profissionais. ou pela empresa para a qual presta serviços.
Somado a isso, vale dizer que ela possui cerca de 2 milhões Isso quer dizer que é preciso conseguir analisar os diferentes
de usuários em sua comunidade ativa. Isso, naturalmente, contri- contextos e cenários para produzir e desenvolver produtos que
bui para o compartilhamento de dicas e para que os profissionais, realmente atendam às demandas e que sejam eficientes naquilo a
iniciantes ou veteranos, possam tirar suas dúvidas mais complexas. que se propõem.
Exemplos de Aplicações da Linguagem R Criando o seu Primeiro Programa em R
As aplicações da linguagem R são diversas dentro da área de Depois de instalar o R e o RStudio, já está tudo preparado para
inteligência de dados, sendo as principais: Data Science, Machine você começar a codar e criar os seus primeiros programas em R.
Learning e Estatística Computacional. Assim, enfatizamos que a linguagem R possui uma gama de pacotes
Data Science que permite à pessoa programadora facilidade na hora de desen-
volver os seus códigos. A exemplo disso, temos o ggplot2 que é um
O Data Science (ciência de dados, em português), é uma área
pacote para visualização de dados.
que vem se expandindo muito em razão da quantidade de dados
existentes em ambiente digital. Inclusive, já falamos aqui no blog 1- No console do R digite e execute-o.
Remessa Online sobre o cientista de dados, profissão muito promis-
sora em razão desse contexto.
Nesse sentido, a linguagem R contribui consideravelmente para
2- Após a instalação, carregue a biblioteca e já está pronto para
essa ciência e para os profissionais da área, uma vez que auxilia
utilização.
na coleta, mineração, interpretação e visualização dos dados, algo
muito importante para a tomada de decisão nas organizações nos
dias atuais.
Machine Learning Essa biblioteca será muito útil para a criação e personalização
O Machine Learning (aprendizagem de máquinas, em portu- de gráficos.
guês) é a área da IA baseada em algoritmos matemáticos e auto- Agora, vamos simular um programa no R. Na própria base de
mação, na qual os computadores aprendem a desempenhar deter- instalação do R, nós também temos vários pacotes que já vêm ins-
minada tarefa. talados e prontinhos para uso. Entre eles, o pacote “datasets”, que
Nesse sentido, a linguagem R contribui para a realização desse fornece vários conjuntos de dados para você explorar e treinar as
processo por meio do manuseio de modelos de regressão linear e suas habilidades com análise de dados.
não linear, clusterização e outros pacotes direcionados para análi- Assim, com poucas linhas de código, você já pode iniciar a
ses preditivas. análise exploratória dos seus dados. Importaremos o conjunto de
dados “women” que fornece as informações de peso e altura de
Estatística Computacional mulheres americanas de 30 a 39 anos. Ele foi retirado do livro “The
Uma outra aplicação da linguagem R é no desenvolvimento de World Almanac and Book of Facts, 1975” e já vem no pacote “data-
softwares de estatísticas. Inclusive, muitos profissionais da área, sets “ do R pronto para uso.
como estatísticos e pesquisadores, utilizam-na para esse fim, sobre-
tudo em ambiente acadêmico.
Sendo assim, a estatística computacional também é servida por
essa linguagem dinamicamente tipada.
Habilidades Necessárias para Programar em R
Além de ter conhecimento da lógica de programação, obvia-
mente, o desenvolvedor que deseja trabalhar com a linguagem R
também precisa apresentar algumas outras importantes habilida-
des.
Princípios da Matemática e Estatística
Como você deve ter percebido até aqui, a matemática e a esta-
tística são a base da linguagem R, não é mesmo?
Sendo assim, o profissional precisa conhecer alguns conceitos
nessas áreas para poder compreender a lógica dessa programação
e executá-la, sendo alguns deles: modelos estatísticos, álgebra li-
near e regressão linear e múltipla.
Princípios da Ciência de Dados
Por ser uma linguagem totalmente orientada para as estatísti-
cas, a linguagem R acaba sendo uma importante aliada da ciência
de dados. Por isso, conhecer os princípios dessa área é essencial.
Alguns exemplos do que é preciso conhecer são: Inteligência
Artificial (IA), Machine Learning, Data Mining, Big Data, visualização
de dados, bancos de dados, entre outros segmentos que estejam
relacionados ao Data Science.
Capacidade Analítica
Editora
363
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Atenção: esse gráfico será exibido na seção direita do RStudio.

A primeira linha de código vai ler os dados do dataset women e importá-lo.

Traduzindo para o português a palavra “head” significa cabeça ou cabeçalho. Logo, quando chamamos essa função, ela exibirá na tela
as principais informações do conjunto de dados women.

Criar gráficos é a melhor maneira de visualizar como os seus dados estão distribuídos. Aqui, a função plot do próprio R nos auxilia
nesse processo e só precisamos definir os parâmetros.
Esse é apenas um exemplo básico de como a linguagem R funciona. No seu dia a dia ela é uma ferramenta poderosa capaz de auxiliar
na análise de grandes conjuntos de dados e em outras tarefas.

BANCOS DE DADOS NÃO RELACIONAIS: BANCOS


DE DADOS NOSQL; MODELOS NOSQL

BANCOS DE DADOS NoSQL


NoSQL significa “não relacional”32. Bancos NoSQL são comumente usados em áreas de conhecimento como Data Science. As maior
diferença entre bancos NoSQL e relacionais é que bancos relacionais trabalham com tabelas, enquanto em Bancos NoSQL todos os dados
constam no mesmo registro.
O termo “NoSQL” surgiu em 1998, mas foi em 2006, quando foi citado pelo Google, que o termo popularizou-se. Era uma época em
que os bancos relacionais não mais suportavam a massa de dados da internet. Só a internet hoje armazena alguns terabytes de dados.
Os bancos de dados NoSQL são, basicamente, bancos de dados que não são relacionais (SQL). O nome NoSQL já indica “Not Only SQL”.
As NoSQL databases não precisam, necessariamente, ser parecidas entre si. São classificadas assim justamente por serem diferentes das
relacionais.
O termo “NoSQL’’ é utilizado para designar os bancos de dados não relacionais e quase sempre é relacionado com Big Data.

32 VICTÓRIA, P. Banco de dados NoSQL: um manual prático e didático.


Editora
364
364
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Isso porque, o Big Data está em ascensão e é matéria prima dos Bancos de Dados NoSQL. Para entender os NoSQLs, é importante
saber que a linguagem SQL sempre foi usada para tratamento de dados em bancos relacionais, ao longo dos anos.
Mas por que NoSQL? Parece que estamos falando de bancos que invariavelmente não podem ser tratados com a linguagem SQL,
quando na verdade não é bem assim.
Na verdade, a nomenclatura NoSQL é só para fazer uma diferenciação entre bancos reconhecidamente relacionais, como MySQL,
PostgreSQL etc.
Em suma, a principal diferença entre os bancos de dados relacionais e NoSQL é que o segundo permite maior velocidade, flexibilidade
e escalabilidade ao armazenar e acessar dados não estruturados.
NoSQL: Tipos de Bancos de Dados
Documentos

Forma como dados são armazenados em um banco de dados NoSQL baseado em documentos.
Fonte: digitalocean.com
Neste esquema, os dados são armazenados em “textos”33. Por exemplo, dados de clientes estarão organizados de forma sequencial,
como uma folha de formulário.
Tais textos podem ser altamente estruturados (ter campos bem definidos e comuns a todos os documentos, como CPF e nome de cada
cliente) ou podem ser semiestruturados ou não estruturados (quando não há padronização dos campos).
MongoDB, Elasticsearch e CouchDB são exemplos populares de bancos NoSQL baseados em documentos.
Chave-valor

Forma como dados são armazenados em um banco de dados NoSQL baseado em pares chave-valor.
Fonte: dev.to

33 https://bit.ly/3WfcXXc
Editora
365
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Bancos NoSQL do tipo chave-valor são como “dicionários”. Eles Amazon DynamoDB, Bigtable, Cassandra, Hbase, Google Cloud
permitem cadastrar uma chave (um registro único e inconfundível) Datastore, entre outros, são exemplos populares de bancos NoSQL
e associar quaisquer valores (informações) a essas chaves. colunares.
Isso permite muita flexibilidade e rapidez nas consultas. Pode- Como Usar Bancos de Dados NoSQL?
mos associar muitos campos de dados diferentes a uma única cha-
Cada software de banco de dados NoSQL tem suas caracterís-
ve, bastando acessar tal chave para recuperá-los.
ticas. Por isso, é necessário conhecer aquele que melhor se adequa
Redis, Apache Ignite e Memcached são exemplos populares de
às suas necessidades ou às de sua empresa para aprofundar-se ne-
bancos NoSQL que usam o esquema chave-valor.
les.
Grafo O interessante é que muitos já possuem ótima documentação
e permitem usar a linguagem de programação de sua preferência
para operá-los.
MongoDB, um banco NoSQL baseado em documentos, por
exemplo, é muito utilizado por startups, por meio da linguagem Ja-
vascript e da tecnologia Node.js, para publicar sites e sistemas web
escaláveis rapidamente. No curso de Programação Back-End da Awa-
ri, você tem uma introdução ao assunto.
Já bancos de dados colunares, como Hbase, Cassandra e Dyna-
moDB, são comuns no dia a dia da Engenharia de Dados ou até, em
alguns casos, na etapa de obtenção de dados da Ciência de Dados.
Exemplos de Bancos de Dados NoSQL
MongoDB
Quando falamos em MongoDB estamos falando de um líder de
mercado dos bancos de dados NoSQL.
O MongoDB também possui features bem legais para produção.
São eles: replicação, indexação, balanceamento de carga.
Para armazenar dados, o MongoDB utiliza alguns documentos
Forma como dados são armazenados em um banco de dados muito similares ao formato JSON*. O melhor de tudo – e talvez a ra-
NoSQL baseado em grafos. zão de ser líder de mercado – é o que o MongoDB é open source, o
Fonte: docs.aws.amazon.com que contribui muito para a evolução da sua tecnologia.
Um grafo é uma coleção de nós ligados por arestas. Em bancos Amazon DynamoDB
de dados do tipo, os dados são os nós e os relacionamentos entre Mais um produto excelente da AWS (Amazon Web Services). O
eles, as arestas. Neles, podemos relacionar facilmente clientes aos banco de dados DynamoDB é totalmente cloud e viabiliza um desem-
produtos que mais compram, por exemplo. penho confiável e em escala.
Tanto que são muito usados para mecanismos de recomenda- Um ponto bem importante: a Amazon confirma que a latência é
ção (indicar um produto que o cliente pode gostar, com base em consistência e fica abaixo de 10 milissegundos. Além disso, tem recur-
suas preferências) e para detecção de fraude (comparar se o núme- sos valiosos de segurança, baseados em cache de memória, backup e
ro de cartão de crédito usado por ele é sempre o mesmo). restauração de dados.
São exemplos populares de bancos NoSQL baseados em grafos: O DynamoDB também funciona por meio de vários mestres.
Neo4J, OrientDB, AllegroGraph, entre outros. Este banco de dados já é amplamente utilizado, assim como o
Colunas MongoDB e pode ser utilizado para criação de datastore, jogos, ad
tech e aplicativos web sem servidor.
Cassandra
Muitas pessoas não sabem, mas o Cassandra foi desenvolvido
no Facebook. Hoje em dia, o Cassandra – assim como o HBase – são
mantidos pela Apache Foundation.
Isso até faz sentido, considerando a quantidade de dados que a
rede social gera a cada milissegundo.
Mas, afinal, por que Cassandra é tão popular para trabalhar com
Big Data?
Forma como dados são armazenados em um banco de dados O fato é que Cassandra é muito otimizado para clusters, especial-
NoSQL baseado em colunas. mente por funcionar sem mestres. O fato de ter mecanismos distri-
Fonte: scylladb.com buídos também otimiza bastante a operação com os clusters.
Questões técnicas são os maiores trunfos de bancos de dados Um outro ponto forte do Cassandra é o conceito de orientação
NoSQL baseados em colunas. Eles reduzem a necessidade de leitura por coluna, o que torna a latência bem menor em algumas pesquisas.
em disco durante consultas aos dados e utilizam menos memória Redis
para exibir as informações. O Redis é um modelo de armazenamento de dados, que é open
São usados principalmente em aplicativos analíticos, que pre- source e foi lançado em 2009. Os dados são armazenados na forma
cisam realizar muito cálculos com extrema rapidez, e em data wa- de chave-valor e na memória do Redis, o que o torna rápido e flexível.
rehouses (“armazéns de dados”), grandes repositórios de dados Trata-se do Banco NoSQL mais famoso do tipo chave-valor.
usados por empresas. Assim como os dois primeiros, o Redis possui baixíssima latên-
cia. O Redis é também fácil de usar e muito rápido.
Editora
366
366
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
HBase
O HBase é um banco de dados open source, orientado a colunas e distribuído. Atualmente, Spotify e Facebook são algumas das gran-
des corporações que utilizam esse modelo de armazenamento.
O HBase foi formatado a partir do BigTable do Google e também é escrito em Java. É justamente por isso que tem fácil integração com
o MapReduce.
Para quem não sabe o MapReduce é uma ferramenta do framework Apache Hadoop, uma das principais plataformas para tratamento
de big data.
Por fazer parte do Projeto Apache, diretamente ligado à ciência de dados, o HBase é outro modelo de armazenamento bem famoso.
Um dos seus pontos fortes é a pesquisa de dados que oferece uma resposta rápida. Transforma terabytes em milissegundos.
NoSQL vs SQL

Bancos de Dados NoSQL são extremamente úteis quando assunto é grande volume de dados. Se estivermos falando de uma corpora-
ção pequena, que não aprofunda tanto assim a análise e tratamento de dados, o banco relacional funciona muito bem.
E não, o banco de dados NoSQL não veio para substituir o relacional. Veio para ser uma alternativa, em meio a um mundo onde pou-
quíssimos dados ainda são usados para inteligência.

PRINCIPAIS SGBD’S.

Sistema de Banco de Dados


A expressão “Sistema de Banco de Dados” costuma remeter a marcas de softwares gratuitos ou comerciais, que nos permitem arma-
zenar e gerir dados34. Exemplos: MySQL, PostgreSQL, Oracle, MongoDB, Elasticsearch, Redis, entre outros.
Tecnicamente, porém, o conceito refere-se a coisas diferentes com nomes parecidos:
Banco de dados: qualquer conjunto de dados e metadados inter-relacionados. Formam bancos de dados desde uma lista de contatos
simples ou o acervo de uma biblioteca até os registros de movimentações financeiras de uma empresa.
Sistema de Banco de Dados: é a interação entre dados, humanos, hardware e software, o que permite dar “sentido” e tornar os dados
acessíveis, compreensíveis e utilizáveis.
Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD): é um software ou conjunto de softwares que permite manipular os dados nos
dispositivos onde são armazenados, como memórias ou discos rígidos.

34 https://bit.ly/3BCQawS
Editora
367
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Componentes de um SGDB Fonte: https://videohub.oracle.com/media/Criando+uma+Ins-
Um SGDB é formado por diferentes partes, com nomes bem t%C3%A2ncia+de+Banco+de+Dados+no+OCI+Classic/1_waus1mre
técnicos. Quando usamos um SGDB como programador, engenhei- A Oracle é uma grande corporação de tecnologia que hoje ofe-
ro ou cientista de dados, normalmente interagimos com essas par- rece diversos serviços em nuvem, desde Inteligência Artificial até
tes, mas raramente precisamos entender essa “maquinaria interna” Analytics e BI. Porém, começou e ficou famosa por causa do Oracle
a fundo: Autonomous Database ou apenas Oracle Database, o banco de da-
Storage engine: é o “motor” do banco de dados, o que vai de- dos mais usado do mundo.
terminar como o banco de dados organiza seus dados, a eficiência Lançado em 1979 e em aprimoramento até a atualidade, é um
dessa organização, consumo de recursos, entre outros fatores. banco de dados que cresceu e é muito utilizado em conjunto com
Query language: “linguagem de consulta”, em português, é a a linguagem de programação Java, para aplicações robustas, como
linguagem de programação que o SGBD fornece para consultarmos bancárias e financeiras.
e manipularmos os dados. SQL (Structure Query Language) é uma É um banco de dados relacional em sua origem (baseado em
das query languages mais populares. tabelas)mas que hoje já é multi-modelo. Utiliza uma linguagem
chamada PL/SQL (linguagem procedural projetada para incluir ins-
Query processor: é um software de “bastidor”, que transforma
truções SQL em sua sintaxe) como linguagem de consulta e mani-
as instruções da query language em operações no banco de dados.
pulação de dados.
Optimization engine: outro software de “bastidor”, que tem
MySQL
como função encontrar a maneira mais eficiente de executar uma
ação no banco de dados.
Metadata catalog: metadados (metadata) são dados que des-
crevem outros dados; assim, metadata catalog ou “catálogo de me-
tadados” é um mecanismo que o banco de dados usa para traduzir
e entender dados armazenados.
Log manager: gerenciador de eventos que ocorrem no banco
de dados, os quais permitem entender ocorrências como erros ou
falhas em transação de dados. Fonte: https://medium.com/@ashiqgiga07/working-with-my-
Reporting and monitoring tools: ferramentas de monitora- sql-dae8f149aa57
mento do desempenho do próprio banco de dados, como volume e MySQL é um SGBD muito famoso e usado por causa de sua in-
frequência de transações. tegração fácil com a linguagem de programação PHP por esta dupla,
Data utilities: ferramentas que permitem realizar modificações MySQL e PHP, estar na origem do WordPress, o sistema de gerencia-
na organização dos dados em um banco de dados. mento de conteúdo mais popular do mundo.
Funções de um SGBD É um banco de dados relacional gratuito e fácil de usar, que
usa SQL, porém com um ótima capacidade e desempenho para
Entre as principais funções de um SGDB, estão: muitas aplicações de websites e webapps. MySQL nasceu como
- Criar, ler, alterar e excluir dados armazenados — essas qua- uma solução de código aberto e que hoje também pertence à Ora-
tro operações formam uma sigla muito popular na área, chamada cle.
CRUD (de create, read, update e delete);
- Criar, alterar e excluir formas de organizar e armazenar os da- Um “fork” ou desdobramento seu deu origem a outro banco de
dos, como tabelas; dados parecido e popular, chamado MariaDB.
- Alterar as estruturas das tabelas e outros meios de organizar Microsoft SQL Server
e armazenar dados;
- Manipular relações entre diferentes tabelas ou outros meios;
- Extrair relatórios dos dados armazenados;
- Criar, conceder e retirar permissões para que usuários (pro-
gramadores, data scientists etc.) possam acessar e realizar opera-
ções no banco de dados.
Principais SGBDs do Mercado
Como há centenas de SGBDs disponíveis, qualquer ranking sem
base seria arbitrário. Então, vamos nos basear em um ranking po-
pular, que todos os meses classifica SGBDs mais usados no mundo.
O ranking se chama db-engines.com. Os SGBDs que comenta-
remos abaixo são os 10 sistemas mais usados em julho de 2022.
Se você acessar o ranking em outro momento, a lista poderá ser Fonte: https://www.commvault.com/supported-technologies/
diferente. microsoft/sql
Oracle Microsoft SQL Server é um banco de dados lançado em 1989
e que se ramificou em diversas versões, as quais atendem diversos
públicos. Há desde versões para pequenas aplicações até outras
para aplicações escaláveis de Internet das Coisas (IoT), por meio da
Azure, a nuvem da Microsoft.
O SGBD usa um dialeto da linguagem SQL, chamado T-SQL. Por
ser uma solução corporativa e paga, como o Oracle Database, ofe-
rece uma gama de benefícios a empresas, como maior segurança.

Editora
368
368
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
PostgreSQL Redis funciona de maneira distribuída (em várias máquinas) e
armazena os dados em memória e não em disco, o que o torna ex-
tremamente veloz.
IBM DB2

Fonte: https://www.ovhcloud.com/pt/public-cloud/postgresql/
PostgreSQL é um banco de dados de código aberto e gratuito, Fonte: https://medium.com/mozilla-firefox-club/accessing-ib-
mas bastante poderoso. É um banco de dados de modelo objeto- m-db2-database-using-python-c356a4a76bf3
-relacional com características como confiabilidade, robustez e de- Outro SGBD corporativo, o IBM DB2 é uma família de produtos
sempenho eficiente. de gerenciamento de dados da IBM, outra gigante do setor. O DB2
O SGBD tem mais de 30 anos e surgiu na Universidade da Cali- iniciou como um banco de dados relacional, mas hoje incorpora so-
fórnia, Berkeley. Usa SQL como linguagem de consulta e é o banco luções de outros modelos, como objeto-relacional e NoSQL.
de dados padrão do macOS Server. É versátil e robusto tanto para Também tem como diferenciais escalabilidade, segurança, fle-
aplicações pequenas como para aquelas que requerem acessos xibilidade, entre outros atributos. É uma solução paga, normalmen-
massivos a dados. te usada por grandes empresas.
MongoDB Elasticsearch

Fonte: https://www.ambientelivre.com.br/treinamento/ban-
co-de-dados/mongodb.html
MongoDB é o banco de dados do tipo NoSQL mais usado no
mundo. É NoSQL porque não se baseia no conceito de tabelas para
armazenar dados, mas, sim, no modelo de documentos (armazena Fonte: https://www.datanami.com/2019/03/12/search-war-
dados em forma de textos). É de código aberto, gratuito e multipla- -unfolding-for-control-of-elasticsearch/
taforma. Elasticsearch é um dos “bancos de dados” mais diferentes en-
Mais do que isso, MongoDB usa a linguagem de programação tre todos os já vistos. Na verdade, não é como um banco de dados
Javascript para consultas, a mais utilizada para construir aplicações no sentido tradicional, mas um mecanismo de pesquisa de texto
web. Isso torna MongoDB uma escolha natural, veloz e versátil para completo e em tempo real. Por isso, também é classificado como
aplicativos e sites com acessos massivos, principalmente voltados um SGBD.
a conteúdos, como redes sociais, plataformas educacionais, entre Tem uma grande capacidade de indexar quaisquer tipos de
outros. textos, quebrá-los em partes menores chamadas tokens e permitir
Redis buscas inteligentes e rápidas neles (como a busca do Google, por
exemplo).
É a solução mais usada do tipo no mundo e oferecida como
uma API (Application Interface Programming), um software que
pode ser usado em conjunto com outros bancos de dados, por
exemplo.
Microsoft Access

Fonte: https://br.wordpress.org/plugins/redis-cache/
Redis é outro banco de dados NoSQL no ranking do db-engi-
nes.com. É o banco de dados de modelo chave-valor mais usado
atualmente.
Bancos de dados desse tipo funcionam como dicionários, em
que há uma chave e uma série de outros dados (valores) associados
a ela. Isso permite muita eficiência na recuperação das informações.
Fonte: https://pt.wizcase.com/download/microsoft-access/
Editora
369
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
Muita gente não consideraria o Microsoft Access um SGDB “de
verdade”. No entanto, ele continua sendo uma solução muito utili- SOLUÇÕES PARA BIG DATA
zada.
O Access, como é popularmente conhecido, é um aplicativo da
família Office, da Microsoft, muito acessível a pessoas de negócios Assunto abordado no tópico: BIG DATA; BIG DATA EM RELA-
e a leigos, que não precisam saber programar e podem usar a inter- ÇÃO A OUTRAS DISCIPLINAS.
face gráfica do Office para operá-lo. É por isso que ele é tão popular.
Apesar de não garantir todas as funcionalidades de SGDBs ro-
bustos, Access permite criar bancos de dados para pequenas aplica- QUESTÕES
ções, úteis para uso interno em times de negócio.
SQLite
01. (SERPRO - Analista - CESPE/CEBRASPE/2021) O gerencia-
mento de qualidade de dados inclui a definição de padrões e mé-
tricas sobre os dados, porém dispensa o gerenciamento do ciclo de
vida desses dados.
( ) Certo ( ) Errado
02. (TJ/PA - Analista Judiciário - CESPE/CEBRASPE/2020) Assina-
le a opção que indica um processo de extração e transformação de
dados em um data warehouse.
(A) Big Data
(B) OLAP
(C) OLTP
(D) ETL
Fonte: https://www.trustradius.com/products/sqlite/revie- (E) machine learning
ws#product-details 03. (SERPRO - Analista - CESPE/CEBRASPE/2021) Nos agrupa-
SQLite, como o próprio nome revela, é um SGBD simples, en- mentos hierárquicos, um dendrograma é uma árvore que controla
xuto e fácil de usar. É útil para sites e aplicativos leves, sem muitos quando os clusters são criados e que determina qual é a métrica
recursos ou usuários. Também usa SQL para consultas. Uma dica: é das distâncias.
um ótimo SGBD para treinos e para aprendizado em programação ( ) Certo ( ) Errado
e na área de dados.
04. (Prefeitura de Ilhabela/SP - Engenheiro Elétrico - VU-
SGDBs na Programação e em Dados NESP/2020) A manutenção preditiva, também conhecida como
A pergunta que fica é: como programadores, data engineers, manutenção baseada nas condições operativas, utiliza sofisticadas
profissionais de data analytics e data scientists usam todos esses técnicas de análise de dados históricos para definir o estado futu-
SGDBs? A resposta é um grande “depende”. A escolha e uso de um ro de um equipamento e/ou sistema. O conceito de manutenção
SGDB dependerá da empresa e dos projetos em que o profissional preditiva
atuará. (A) inclui a manutenção planejada e sistemática, que envolve
Grosso modo, porém, cabe aos desenvolvedores de software programas de inspeção, reformas, reparos, entre outros, com a
saberem como conectar e se comunicar com os bancos de dados parada do equipamento e/ou sistema, mesmo quando não há
por meio dos programas que criam. Isso, normalmente, envolve co- indícios de falhas.
nhecer a linguagem de consulta do banco de dados, como SQL, por (B) inclui a manutenção planejada após a falha em um equipa-
exemplo. mento e/ou sistema, a fim de evitar a sua progressão para um
Já engenheiros de dados atuam conectando diferentes bancos problema ainda maior.
de dados em data warehouses (“armazéns de dados”), a fim de (C) exclui as técnicas de análise de dados coletados por meio de
fornecerem informações mais otimizadas a ferramentas analíticas, medições em campo, tais como temperaturas, vibrações, ter-
como dashboards e painéis de Business Intelligence (BI). mografias etc., que permitem um diagnóstico preciso.
Para cientistas de dados, a atuação pode ser um pouco diferen- (D) baseia-se em técnicas de processamento sensorial para o
te. Em grandes corporações, os profissionais já costumam receber desenvolvimento cognitivo das equipes de manutenção, a fim
dados prontos e tratados de data warehouses, por exemplo. de que essas possam conjecturar sobre o estado operativo do
Em startups e empresas menores, porém, pode ser que o data equipamento e/ou sistema.
scientist tenha de acessar bancos de dados diretamente para análi- (E) é caracterizado pela capacidade de identificação de falhas
ses. Nesse caso, conhecer as ferramentas e a linguagem de consul- que podem ocorrer, por meio do monitoramento de parâme-
ta, como SQL, será um diferencial e uma necessidade. tros de interesse, com o equipamento e/ou sistema em fun-
Dominar tudo isso envolve muito estudo, muita prática e atua- cionamento.
lização constante sobre as ferramentas utilizadas no mercado.
05. (TCE/MG - Analista de Controle Externo - CESPE/CEBRASPE)
Um dos desdobramentos de big data é o big data analytics, que se
refere aos softwares capazes de tratar dados para transformá-los
em informações úteis às organizações. O big data analytics difere do
business intelligence por
(A) priorizar o ambiente de negócios em detrimento de outras
áreas.
(B) analisar dúvidas já conhecidas para as quais se deseje obter
resposta.
Editora
370
370
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
(C) analisar o que já existe e o que está por vir, apontando no- 10. (CRT-04 - Assistente de Tecnologia da Informação - Qua-
vos caminhos. drix/2022) Julgue o item, referentes às novas tecnologias.
(D) dar enfoque à coleta, à transformação e à disponibilização O conceito de inteligência artificial (IA) refere-se, unicamente,
dos dados. a duas grandes áreas do conhecimento: ciência da computação e
(E) analisar o que já existe, definindo as melhores hipóteses. matemática.
( ) Certo ( ) Errado
06. (PRODEB - Especialista de TIC - B.I - INSTITUTO AOCP) As so-
luções analíticas contribuem para uma maior confiança na tomada 11. (CRT-04 - Assistente de Tecnologia da Informação - Qua-
de decisão através da implementação de modelos de análise que drix/2022) Julgue o item, referentes às novas tecnologias.
disseminam boas práticas e elevam os padrões de gestão. É correto Em uma visão ampla, a IA pode ser dividida em duas categorias
afirmar, sobre Business Analytics, que essa solução principais: machine learning e deep learning.
(A) é uma padronização que identifica e conceitua processos, ( ) Certo ( ) Errado
áreas de conhecimento, ferramentas e técnicas.
12. (SEFAZ/CE - Auditor Fiscal de Tecnologia da Informação da
(B) trata-se de uma ferramenta corporativa capaz de controlar
Receita Estadual - CESPE/CEBRASPE/2021) A respeito de inteligên-
todas as informações de uma empresa, integrando e geren-
cia artificial, julgue o item seguinte.
ciando dados, recursos e processos.
Aplicações de reconhecimento de voz fazem a transcrição de
(C) refere-se a um conjunto de práticas, estratégias de negócio
um áudio para texto diretamente, sem a necessidade de nenhum
e tecnologias focadas no cliente, desde pequenas empresas e
modelo intermediário.
startups até médias e grandes organizações.
( ) Certo ( ) Errado
(D) é um processo de criar uma representação de algo baseada
em software (ou virtual), em vez de uma estrutura física. 13. (SEFAZ/CE - Auditor Fiscal de Tecnologia da Informação da
(E) cria padrões de análise que impulsionam o alinhamento Receita Estadual - CESPE/CEBRASPE/2021) A respeito de inteligên-
organizacional, mediante a definição de análises corporativas cia artificial, julgue o item seguinte.
e departamentais estruturadas e partilhadas por toda a orga- Um dos desafios do processamento de linguagem natural (PLN)
nização. é a polissemia, ou seja, a característica de palavras e frases pode-
rem ter mais de um significado.
07. (AGERGS - Técnico Superior Engenheiro de Dados - FUNDA-
( ) Certo ( ) Errado
TEC/2022) Sobre os modelos de aprendizagem de máquina supervi-
sionada, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta. 14. (TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - FCC) Um Analista
I. Em modelos de aprendizado de máquina do tipo classificação necessita desenvolver uma aplicação chatbot que simula um ser
a ideia é prever variáveis categóricas, e numéricas. humano na conversação com as pessoas. Para isso o Analista deve
II. Um exemplo básico de aprendizado de máquina supervisio- usar pesquisa em Processamento de Linguagem Natural – PLN que
nado por classificação é o uso da regressão logística. envolve três aspectos da comunicação, quais sejam,
III. Os modelos de regressão não buscam encontrar como uma (A) Som, ligado à fonologia, Estrutura que consiste em análises
variável se comporta na medida em que outra variável sofre osci- morfológica e sintática e Significado que consiste em análises
lações. semântica e pragmática.
IV. Nos modelos de aprendizagem de máquina supervisionado, (B) Áudio, ligado à fonologia, Estrutura que consiste em análi-
não temos uma variável específica a ser respondida, pois estamos ses de línguas estrangeiras e Significado que consiste em análi-
apenas buscando encontrar os indivíduos, itens ou elementos se- ses semântica e pragmática.
melhantes. (C) Conversação, ligado à tecnologia de chatbot, Semântica
(A) Todas estão corretas. que consiste em análises de línguas estrangeiras e Arquitetura
(B) Todas estão incorretas. Spelling que realiza as análises sintática e pragmática.
(C) Apenas II está correta. (D) Business Intelligence, ligado à tecnologia OLAP, Mining que
(D) Apenas I e II estão corretas. consiste em análises de línguas em geral e Spelling que realiza
(E) Apenas III e IV estão corretas. as funções de chatbot.
(E) Áudio, ligado à fonologia, Estrutura que consiste em análi-
08. (Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal - CESPE/CE-
ses semântica e pragmática e Significado que consiste em aná-
BRASPE/2021) Acerca dos conceitos de mineração de dados, apren-
lise das línguas em geral.
dizado de máquina e big data, julgue o próximo item.
A análise de clustering é uma tarefa que consiste em agrupar 15. (UFRGS - Técnico de Tecnologia da Informação - FAURGS)
um conjunto de objetos de tal forma que estes, juntos no mesmo Uma nuvem de palavras é um recurso gráfico (usado principalmen-
grupo, sejam mais semelhantes entre si que em outros grupos. te na internet) para descrever os termos mais frequentes de um de-
( ) Certo ( ) Errado terminado texto. O tamanho da fonte em que a palavra é apresen-
tada é uma função da frequência da palavra no texto: palavras mais
09. (BANESE - Técnico Bancário I - CESPE/CEBRASPE/2021) Com
frequentes são desenhadas em fontes de tamanho maior, palavras
relação a modelagem de processos de negócio, julgue o item a se-
menos frequentes são desenhadas em fontes de tamanho menor.
guir.
Qual é a técnica de análise de dados descrita pelo texto acima?
Automatização de processos se refere à incorporação de técni-
(A) Processamento de Linguagem Natural.
cas de inteligência artificial e aprendizado de máquina à gestão de
(B) Agrupamento.
processos.
(C) Classificação.
( ) Certo ( ) Errado
(D) Redes Neurais.
(E) Regressão Linear.

Editora
371
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
16. (ADASA - Regulador de Serviços Públicos - IADES/2022) (D) variedade – velocidade – volume.
Acerca de governança de dados, assinale a alternativa correta. (E) valor – volatilidade – volume.
(A) Catálogo de dados é necessário apenas em data lakes e não
21. (TCE/RO - Auditor de Controle Externo - CESPE/CEBRASPE)
tem grande utilidade em data warehouses.
Com relação a fundamentos e conceitos de Big Data, julgue os itens
(B) Metadados e catálogo de dados são dois termos sinônimos.
a seguir.
(C) Governança de dados é uma área que deve ser observada
I O volume de dados é uma característica importante de Big
apenas pela equipe de tecnologia da informação.
Data.
(D) Tags identificadoras de time responsável de cada tabela, no-
II Em Big Data, a qualidade do dado não tem importância, por-
mes e tipos das colunas e colunas de partição das tabelas são
que a transformação dos dados não impacta os negócios.
exemplos de metadados.
III A característica de velocidade de entrada dos dados impacta
(E) Boas práticas de governança de dados são recomendadas
o modelo de processamento e armazenamento.
apenas para empresas de grande porte.
IV A variedade dos dados não é característica intrínseca nos
17. (CGU - Auditor Federal de Finanças e Controle - FGV/2022) fundamentos de Big Data.
No âmbito do DAMA-DMBOK, com referência à Governança de Da- Estão certos apenas os itens
dos, a figura dos Data Stewards caracteriza-se como: (A) I e II.
(A) etapas de testes de conformidade dos dados; (B) I e III.
(B) instâncias de aprovação da arquitetura de dados; (C) II e IV.
(C) instâncias de unidades organizacionais responsáveis pela (D) I, III e IV.
estratégia de dados; (E) II, III e IV.
(D) responsáveis, dentro da área de negócios, pelo controle e
22. (TCE/PE - Auditor de Controle Externo - CESPE/CEBRASPE)
uso dos dados;
Com relação a Big Data, julgue o item subsequente.
(E) usuários que consomem dados dentro de uma organização.
Além de estar relacionado à grande quantidade de informações
18. (MPE/PE - Analista Ministerial - FCC) Uma organização que a serem analisadas, o Big Data considera o volume, a velocidade e a
lida com um grande volume de dados estruturados e não estrutura- variedade dos dados estruturados — dos quais se conhece a estru-
dos objetiva organizar esses dados para encontrar insights necessá- tura de armazenamento — bem como dos não estruturados, como
rios para o negócio usando técnicas de aprendizagem de máquina. imagens, vídeos, áudios e documentos.
Terá maiores chances de sucesso para atingir seus objetivos inves- ( ) Certo ( ) Errado
tindo na área de
23. (ABIN - Oficial de Inteligência - CESPE/CEBRASPE) Acerca de
(A) Data Science.
inteligência cibernética, julgue o item a seguir.
(B) Business Intelligence.
O registro e a análise de conjuntos de dados referentes a even-
(C) Big Data.
tos de segurança da informação são úteis para a identificação de
(D) Governança de Dados.
anomalias; esse tipo de recurso pode ser provido com uma solução
(E) Qualidade de Dados.
de big data.
19. (PRODEB - Especialista de TIC - INSTITUTO AOCP) A ciência ( ) Certo ( ) Errado
dos dados é um campo emergente. A demanda é elevada, e encon-
24. (Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal - CESPE/CE-
trar pessoal qualificado é um dos principais desafios associados à
BRASPE) Em um big data, alimentado com os dados de um sítio de
análise de Big Data. Sobre conhecimento técnico em administração
comércio eletrônico, são armazenadas informações diversificadas,
de dados, é correto afirmar que o cientista de dados agrega ao tra-
que consideram a navegação dos usuários, os produtos comprados
balho, EXCETO
e outras preferências que o usuário demonstre nos seus acessos.
(A) habilidade para integrar e preparar grandes e variados con-
Tendo como referência as informações apresentadas, julgue o
juntos de dados.
item seguinte.
(B) habilidades de comunicação para apresentar resultados.
O big data consiste de um grande depósito de dados estrutu-
(C) conhecimento empresarial para aplicar um contexto.
rados, ao passo que os dados não estruturados são considerados
(D) conhecimento e habilidades para recrutamento e seleção
data files.
de pessoas por competências.
( ) Certo ( ) Errado
(E) habilidade avançada de análise e modelagem para revelar e
compreender relacionamentos obscuros. 25. (CRMV/DF - Agente de Fiscalização - Ibest/2022) o que diz
respeito ao programa de navegação Google Chrome, em sua versão
20. (SEFAZ/AM - Analista de Tecnologia da Informação da Fa-
mais recente, à computação em nuvem e às noções de vírus, worms
zenda Estadual - FGV/2022) Leia o fragmento a seguir.
e pragas virtuais, julgue o item.
“Atualmente, no contexto do Big Data e Data Analytics, faz-se
A computação em nuvem exige como requisito mínimo que,
referência às características enunciadas por pesquisadores e pro-
para o usuário utilizar os seus serviços, há necessidade de que os
dutores de soluções como sendo um conjunto de cinco Vs. Origi-
equipamentos computacionais tenham acesso à Internet.
nalmente, a definição clássica de Big Data fez referência a três Vs
( ) Certo ( ) Errado
fundamentais: _____, _____ e _____ de dados que demandam for-
mas inovadoras e rentáveis de processamento da informação, para 26. (POLITEC/RO - Perito Criminal - CESPE/CEBRASPE/2022)
melhor percepção e tomada de decisão.” Uma característica própria dos serviços de armazenamento de da-
Assinale a opção cujos itens completam corretamente as lacu- dos em nuvem (cloud storage) é a
nas do fragmento acima, na ordem apresentada. (A) garantia de espaço ilimitado.
(A) valor – variança – veracidade. (B) execução de aplicações remotas.
(B) validade – velocidade – vocabulário. (C) garantia de gratuidade.
(C) valor – variabilidade – viscosidade. (D) mobilidade facilitada para o usuário.
(E) codificação de linguagens de programação.
Editora
372
372
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
27. (IPREB/MG - Assistente Administrativo - COTEC/2022) Em (D) Listas, em Python, são conjuntos de valores, os quais só
2001, a computação em nuvem despontou no cenário das tecno- podem ser do mesmo tipo, acessados por um índice numérico
logias de informação, ganhando vigor em 2008 e grande amplitude que inicia em 0 (zero).
em 2012. Com experiência de uma década, as empresas gradativa- (E) Em comandos condicionais ou de repetição, a separação de
mente estão adotando a computação em nuvem, pois pode-se criar blocos de código em Phyton é feita utilizando a indentação.
aplicativos nativos da nuvem, testar e criar arquivos, armazenar, fa-
32. (MJSP - Analista de Governança de Dados - INSTITUTO
zer backup e recuperar dados, transmitir áudio e vídeo. Além disso,
AOCP/2020) Um analista do MJSP necessita apresentar um gráfico
fornece software sob demanda, gerando a inteligência dos negó-
para seus usuários. Para tanto, ele irá utilizar a linguagem R. Assina-
cios. Há vários modelos de implantação da computação em nuvem.
le a alternativa que apresenta corretamente o nome da função que
Quais são os principais modelos de implantação de computação em
o analista deve utilizar para gerar o gráfico em linguagem R.
nuvem?
(A) Graph.
(A) Nuvens Públicas, nuvens organizacionais, nuvens híbridas.
(B) Draw.
(B) Nuvens governamentais, nuvens privadas, nuvens sociais.
(C) Plot.
(C) Nuvens públicas, nuvens privadas, nuvens híbridas.
(D) Picture.
(D) Infraestrutura como serviço (laaS), plataforma como serviço
(E) Trace.
(PaaS), software como serviço (SaaS).
(E) Serviço de infraestrutura, serviço de plataforma, serviço de 33. (MJSP - Cientista de Dados - INSTITUTO AOCP/2020) A lin-
software. guagem R é uma poderosa linguagem para se trabalhar com dados.
Assinale a alternativa que apresenta somente funções da Lingua-
28. (CAU/MT - Assistente Administrativo - IADES) A computa-
gem R.
ção em nuvem é uma área recente da computação e trabalha com
(A) input(), output(), floor(), avg().
a transferência de informação e o acesso de arquivos a distância.
(B) mean(), summary(), quantile( ), var().
Acerca da computação em nuvem, assinale a alternativa correta.
(C) sum(), avarage(), clean(), goto().
(A) A computação em nuvem permite que a preocupação com
(D) class(), vetor(), sum(), min().
segurança deixe de existir.
(E) for(), loop(), data(), math().
(B) Existem empresas especializadas em disponibilizar serviços
em nuvem. 34. (MJSP - Cientista de Dados - INSTITUTO AOCP/2020) Assina-
(C) A computação em nuvem permite o armazenamento de da- le a alternativa que apresenta o comando que informa à Linguagem
dos com capacidade infinita, sem alterar o valor cobrado pelo R em qual pasta ela deve ler os arquivos de dados.
serviço. (A) filter().
(D) A qualidade de serviços de computação em nuvem não de- (B) select().
pende da qualidade da conexão. (C) read_fwf().
(E) Não existem softwares para serem instalados localmente, (D) setwd().
tendo em vista que a computação em nuvem visa à descentra- (E) library().
lização geográfica.
35. (Prefeitura de Jaru/RO - Técnico em Informática - IBADE)
29. (SEED/PR - Professor - CESPE / CEBRASPE/2021) Na lingua- Ultimamente há um movimento que propõe novas estruturas de
gem de programação Python, existem 3 estruturas para armazenar bancos de dados “não relacionais”, chamado NoSql. O banco que
dados indexados. A estrutura cujos valores são imutáveis depois de pode ser considerado NoSql é:
sua criação é conhecida como (A) Mysql.
(A) lista. (B) Postgree.
(B) operador. (C) Oracle.
(C) tupla. (D) MongoDB.
(D) classe. (E) DB 2.
(E) dicionário.
36. (INSTITUTO AOCP - Especialista de TIC - PRODEB) Com base
30. (UNIRIO - Analista de Tecnologia da Informação - CESGRAN- nos sistemas de banco de dados NoSQL, assinale a alternativa que
RIO) Considere-se uma lista L, criada em Python, da seguinte forma: correlaciona corretamente os SGBD`s no NoSQL e seus modelos es-
L=[-20,-10,0,10,20,30] truturais.
O comando print(L[-1::-2]) apresentará o resultado (A) MongoDB: Modelo Orientado a Colunas – Cassandra: Mo-
(A) [30, 10, -10] delo Baseado em Grafos – Neo4J: Modelo Orientado a Docu-
(B) [30, 20] mentos – Redis: Modelo Chave-Valor.
(C) [-20, 10] (B) Cassandra: Modelo Orientado a Colunas – Neo4J: Modelo
(D) [30] Baseado em Grafos – Redis: Modelo Orientado a Documentos
(E) [20] – MongoDB: Modelo Chave-Valor.
(C) Redis: Modelo Orientado a Colunas – Cassandra: Modelo
31. (IFB - Professor - Informática/ Desenvolvimento de Siste-
Baseado em Grafos – MongoDB: Modelo Orientado a Docu-
mas - IFB) Com relação a Algoritmos e Estrutura de Dados, dadas
mentos – Neo4J: Modelo Chave-Valor.
as afirmações abaixo, segundo Farrer (1999), assinale a alternativa
(D) Neo4J: Modelo Orientado a Colunas – Cassandra: Modelo
CORRETA:
Baseado em Grafos – MongoDB: Modelo Orientado a Docu-
(A) Python é uma linguagem compilável, a qual, após esse pro-
mentos – Redis: Modelo Chave-Valor.
cesso, gera um arquivo executável, do tipo binário.
(E) Cassandra: Modelo Orientado a Colunas – Neo4J: Modelo
(B) A declaração de variáveis é algo obrigatório em Python.
Baseado em Grafos – MongoDB: Modelo Orientado a Docu-
(C) Python é uma linguagem procedural a qual não contempla
mentos – Redis: Modelo Chave-Valor.
orientação a objetos.

Editora
373
a solução para o seu concurso!
FLUÊNCIA EM DADOS
37. (Prefeitura de Descanso/SC - Técnico em Informática - AME-
OSC/2022) “Um Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) GABARITO
é muito importante para as aplicações nos dias de hoje. Banco de
dados são conjuntos de dados estruturados que organizam infor-
mação. Para manipular as informações que estão contidas nesse 1 ERRADO
banco de dados, é utilizado um SGBD, que é responsável pelo ge-
2 D
renciamento dos dados”. (ELMASRI, 2005)
As principais características de um SGBD são: 3 CERTO
(A) Controle de redundância, restrição a acesso não autorizado, 4 E
garantia de armazenamento persistente, garantia de armaze-
namento de estruturas para o processamento eficiente de con- 5 C
sultas, compartilhamento de dados, fornecimento de múltiplas 6 E
interfaces, representação de relacionamento complexo entre
dados, backup e restauração, restrições de integridade. 7 C
(B) Controle de redundância, restrição a acesso não autorizado, 8 CERTO
garantia de armazenamento persistente, garantia de armaze-
9 ERRADO
namento de estruturas para o processamento eficiente de con-
sultas, compartilhamento de dados, fornecimento de múltiplas 10 ERRADO
interfaces, fontes diferenciadas de suporte, restrições de inte- 11 CERTO
gridade.
(C) Controle de redundância, restrição a acesso não autorizado, 12 ERRADO
garantia de armazenamento persistente, garantia de armaze- 13 CERTO
namento de estruturas para o processamento eficiente de con-
sultas, compartilhamento de dados, fornecimento de múltiplas 14 A
interfaces, representação de relacionamento complexo entre 15 A
dados, backup e restauração, distribuição livre.
16 D
(D) Controle de redundância, restrição a acesso não autorizado,
garantia de armazenamento persistente, garantia de armaze- 17 D
namento de estruturas para o processamento eficiente de con- 18 A
sultas, abertura do código-fonte, fornecimento de múltiplas
interfaces, distribuição livre, backup e restauração, restrições 19 D
de integridade. 20 D
38. (Prefeitura de Santa Fé de Minas/MG - Técnico em Infor- 21 B
mática - COTEC/202) Um Sistema Gerenciador de Bancos de Dados
22 CERTO
(SGBD) é uma coleção de programas que permite aos usuários criar
e manter um banco de dados. Quanto às vantagens e desvantagens 23 CERTO
do uso de um SGBD, considere as afirmativas abaixo: 24 ERRADO
I - O SGBD pode restringir o acesso não autorizado aos dados
armazenados em um banco de dados. 25 CERTO
II - O uso de um SGBD pode favorecer o compartilhamento dos 26 D
dados de forma correta.
27 C
III - O controle de redundância é considerado uma das princi-
pais desvantagens do uso de um SGBD. 28 B
IV - O SGBD pode fornecer visões diferentes dos dados, para 29 C
cada usuário, através de consultas armazenadas.
V - O investimento inicial para o uso de um SGBD pode incluir 30 A
hardware, software e treinamento. 31 E
As afirmativas CORRETAS são:
(A) I, II, IV e V, apenas. 32 C
(B) I, III, IV e V, apenas. 33 B
(C) II, III, IV e V, apenas.
34 D
(D) I, II, III e IV, apenas.
(E) I, II, III e V, apenas. 35 D
39. (UEAP - Analista de Tecnologia da Informação - CS-UFG) 36 E
Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) é um software de 37 A
propósito geral, voltado para a definição, construção e manipulação
de bancos de dados. São exemplos de SGBD: 38 A
(A) ORACLE Forms, DB2 e MARIADB. 39 C
(B) SQL, PHP e BD2.
(C) SQL Server, ORACLE e MySQL.
(D) ORACLE, SQL Server e PLSQL.

Editora
374
374
a solução para o seu concurso!

You might also like