Rádio Comunicação

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RADIOCOMUNICAÇÃO

CURSO DE FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL


POLÍCIA PENAL – MG

Conteudista associado: Anderson Rodrigo de Oliveira

MINAS GERAIS
2023

1
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Esquema do circuito clássico........................................................................5


Figura 2 - Esquema circular..........................................................................................6
Figura 3 - Esquema aberto............................................................................................7
Figura 4 - Modelo de comunicação por rádio .............................................................. 8
Figura 5 - Onda eletromagnética ................................................................................. 9
Figura 6 - Ondas com frequências de 3Hz e 10 HZ respectivamente ......................... 9
Figura 7 - Antena do tipo plano terra ......................................................................... 10
Figura 8 - Rádio Portátil Analógico, Digital Motorola e Digital Tait (HT) .................... 11
Figura 9 - Rádio Móvel .............................................................................................. 12
Figura 10 - Repetidora VHF ...................................................................................... 13
Figura 11 - Transmissão com repetidora ................................................................... 14
Figura 12 - Comunicação simplex (rádio a rádio ou posto a posto)........................... 15
Figura 13 - Onda eletromagnética sendo refletida .................................................... 15
Figura 14 - O fenômeno da Refração ........................................................................ 16
Figura 15 - Onda eletromagnética sendo difratada ................................................... 17
Figura 16 - Cuidados com o rádio portátil (HT) ......................................................... 25
Figura 17 - Qualidade do áudio digital X analógico ao longo da área de cobertura .. 26
Figura 18 - Exemplo de uma comunicação criptografada ......................................... 27
Figura 19 - Foto de um rádio HT digital ..................................................................... 27

2
SUMÁRIO

1 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE RADIOCOMUNICAÇÕES ...........................................................................5


1.1 Teria da Comunicação....................................................................................................................5
1.1 Princípios de Radiocomunicações ..................................................................................................7
1.2 Ondas Eletromagnéticas.................................................................................................................8
1.3 Frequência ......................................................................................................................................9
1.4 Antena ..........................................................................................................................................10
2 CONCEITUAÇÃO E PRINCIPAIS ASPECTOS DA RADIOCOMUNICAÇÃO ................................................11
2.1 Rádio Portátil – HT .......................................................................................................................11
2.2 Rádio Móvel .................................................................................................................................11
2.3 Rádio Fixo .....................................................................................................................................12
2.4 Repetidoras ..................................................................................................................................12
2.4.1 Transmissão com repetidora .................................................................................................13
2.4.2 Transmissão sem repetidora .................................................................................................14
2.5 Propagação de Ondas Eletromagnéticas ......................................................................................15
2.5.1 Reflexão .................................................................................................................................15
2.5.2 Refração ................................................................................................................................16
2.5.3 Difração .................................................................................................................................16
2.6 Chamadas .....................................................................................................................................17
2.6.1 Tipos de Chamadas ...............................................................................................................17
2.7 Legibilidade e Intensidade dos Sinais ...........................................................................................18
2.7.1 Classificação dos Sinais Segundo os Critérios de Legibilidade e Intensidade .......................18
3. CÓDIGO FONÉTICO INTERNACIONAL E CÓDIGO “Q” .........................................................................19
3.1 Código Fonético Internacional .....................................................................................................19
3.2 Código “Q”....................................................................................................................................20
3.3 Aspectos que DEVEM Ser Lembrados sobre o Código “Q” ..........................................................20
4 COMUNICAÇÃO SEGURA .....................................................................................................................22
4.1 Manuseio Seguro de Equipamento de Rádio ...............................................................................22
4.1.1 Conduta na Transmissão .......................................................................................................22
4.1.2 Operação do Rádio Portátil (HT) ...........................................................................................23
4.1.3 Rádio Móvel (VP) x Rádio Portátil (HT)..................................................................................24
4.2 Cuidado na Recepção por Rádio ..................................................................................................24
4.3 Cuidado na Transmissão por Rádio ..............................................................................................24
4.4 Procedimentos Recomendados para o Rádio Operador ..............................................................25

3
4.4.1 Limpeza do Rádio ..................................................................................................................25
4.4.2 Verificação Básica para Funcionamento ...............................................................................25
5. COMUNICAÇÃO AVANÇADA E TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO .....................................................26
5.1 Rádio Digital .................................................................................................................................26
5.1.1 Qualidade do Áudio ...............................................................................................................26
5.1.2 Comunicação Criptografada ..................................................................................................26
5.1.3 As Principais Características dos Rádios Digitais ...................................................................27
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................................................28

4
1 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE RADIOCOMUNICAÇÕES

1.1 Teria da Comunicação

As informações para serem trocadas precisam ser produzidas.


Fonte é o produtor da informação: pessoa, instituição, empresa de
comunicação. A fonte produz informação para um destinatário, que é o que vai se
apropriar dela: pessoa, público, massa anônima.
Para que possam ser transportadas, da fonte ao destinatário, é preciso um
emissor ou codificador que transforme a mensagem em sinais e um decodificador ou
receptor que reconstrua na outra ponta. A informação, como se vê, é o conteúdo da
comunicação que vai da fonte ao destinatário por um canal que transporta mensagens
codificadas em sinais.
A comunicação é um processo linear que começa com a fonte e termina no
destinatário.

Figura 1 – Esquema do circuito clássico

Fonte: BRASIL, 2009.

Pode-se entender a comunicação como processo relacional entre fonte e


destinatário. Não é suficiente transmitir a informação, ela precisa ser compreendida.
Nesse caso, o principal elemento condicionante da comunicação é a linguagem pela
qual fonte e destinatário vão se relacionar. Então você dirá: a comunicação acontece
quando o destinatário entende a informação produzida pela fonte e se relaciona com
ela.

5
A comunicação é um processo circular de interação que vai da fonte ao
destinatário e volta.

Figura 2 – Esquema circular

Fonte: BRASIL, 2009.

Uma outra possibilidade é entender a comunicação como interação aberta. Nesse caso
todos os elementos estão envolvidos e, além deles, as condições de como a fonte produz a
informação e como o destinatário a interpreta. O destinatário é alguém que busca a
informação de modo que ela possa ser interpretada infinitamente.
Diferente das situações anteriores em que os processos linear e circular são fechados
entre fonte e destinatário, aqui o processo comunicativo é visto aberto e imprevisível.

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Figura 3 – Esquema aberto

Fonte: BRASIL, 2009.

As informações foram produzidas e reproduzidas. Interpretadas e recriadas


pelos destinatários. Não são mais as mesmas informações que a fonte (o autor do
texto) colocou em circulação. Portanto, há de se considerar também o contexto da
troca de informações, além dos elementos e das relações entre eles para saber se há
ou não comunicação.
Para alguns, a comunicação se realiza quando o destinatário recebe a
mensagem. Para outros, a comunicação acontece quando o destinatário compreende
a mensagem como a fonte a produziu. Para outros, ainda, a comunicação é um
processo em que o destinatário interpreta a mensagem em um dado contexto e a
transforma.
De qualquer maneira, os elementos básicos envolvidos na comunicação são
os mesmos nas três possibilidades de entendimento citadas anteriormente: fonte,
destinatário, código, emissor, receptor, mensagem/informação, canal.

1.2 Princípios de Radiocomunicações

As radiocomunicações são responsáveis pelas comunicações entre os postos


e as viaturas, entre as viaturas entre si e entre eles e a Central.
Radiocomunicação é a comunicação entre pessoas e postos que utilizam o
rádio como meio para estabelecerem trocas de informações, tendo como finalidade a

7
transmissão de mensagens por meio de uma comunicação bidirecional. Dessa forma,
cada posto ou estação deverá ser equipado com um equipamento transmissor e um
receptor, sendo normalmente utilizado o transceptor, isto é, um equipamento que pode
transmitir e receber sinais de rádio.

Figura 4 - Modelo de comunicação por rádio

Fonte: GOMES, 1985.

As mensagens ou informações são transformadas pelo transmissor em sinais


de radiofrequência e enviados até uma antena, por meio de uma linha de
transmissão, que os transforma em ondas eletromagnéticas. Essas ondas
eletromagnéticas são captadas por outra antena e enviadas por meio de outra linha
de transmissão até o receptor, que irá transformar os sinais captados na informação
original.

1.3 Ondas Eletromagnéticas

As ondas eletromagnéticas são ondas formadas pela combinação dos campos


magnético e elétrico que se propagam no espaço perpendicularmente um em relação
ao outro e na direção de propagação da energia.
Exemplos de ondas eletromagnéticas: as ondas de rádio, as micro-ondas, a
radiação infravermelha, o raio-X, raios gama e a luz visível ao olho humano.

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Figura 5 - Onda eletromagnética

Fonte: GOMES, 1985.

1.4 Frequência

É uma grandeza física que indica o número de ocorrências de um evento


(ciclos, voltas, oscilações etc.) em um determinado intervalo de tempo. Tem como
unidade o Hertz (Hz).

Figura 6 - Ondas com frequências de 3Hz e 10 HZ respectivamente

Fonte: GOMES, 1985.

9
1.5 Antena

Trata-se de um transdutor (elemento que transforma um sinal em outro)


natural, que irradia e capta as ondas eletromagnéticas, convertendo-as em sinais
elétricos. O tamanho da antena depende do comprimento de onda, ou seja, das
frequências de operação (HALLIDAY, 1973). Quanto maior a frequência, menor o
comprimento de onda.

Figura 7 - Antena do tipo plano terra

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

10
2 CONCEITUAÇÃO E PRINCIPAIS ASPECTOS DA RADIOCOMUNICAÇÃO

2.1 Rádio Portátil – HT

O rádio portátil, comumente chamado rádio HT (hand talk), é a forma mais


singular de comunicação via rádio nos órgãos de segurança pública. Utilizando bateria
própria e antena, o HT é um equipamento prático no tocante ao seu manuseio e
transporte, principalmente porque todos os meios necessários para utilização do
equipamento estão embutidos na própria estrutura.
Apresenta como limitadores a baixa autonomia da bateria e a potência reduzida
em relação aos rádios móveis e fixos, em geral até 8 vezes mais potentes que o HT.
O Policial Penal deve ter ciência que seu uso só é pertinente para transmissões de
pequeno alcance (transmissão simplex) quando não for possível utilizá-lo acionando
a repetidora.

Figura 8 - Rádio Portátil Analógico, Digital Motorola e Digital Tait (HT)

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

2.2 Rádio Móvel

O rádio móvel é assim designado por ser instalado nas viaturas, veículos 4
rodas, trailers ou aeronaves e distinguem-se dos HT’s por não possuírem alimentação
própria e antena, necessitando que seja instalada estrutura para tal. Utiliza a bateria
do veículo para alimentação, garantindo maior autonomia de funcionamento. Devido
à sua potência aumentada, se comparada aos HT’s, pode transmitir para distâncias
muito maiores sob as mesmas condições.

11
Figura 9 - Rádio Móvel

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

2.3 Rádio Fixo

O rádio fixo é exatamente o mesmo rádio móvel utilizado nas viaturas. A


diferença é o fato de ele ser instalado em imóveis – Presídios, Sedes da Polícia Penal
etc. São instalados de modo a não poderem ser movidos. Para seu funcionamento, é
necessária a instalação de uma fonte de 12 Volts contínuos, geralmente logo abaixo
do rádio, e, assim como nas viaturas, é necessária a instalação da antena pelo lado
de fora da edificação.
Entende-se por:
a) Rádio Operador – É o policial penal treinado e habilitado para operar uma estação
de radiocomunicação, seja ela fixa, móvel ou portátil.
b) Rede de Rádio – É o conjunto de postos que operam na mesma frequência e são
coordenados por um dos postos que é o Posto Diretor da Rede (PDR). Temos, como exemplo
de PDR, o operador da Central de Comunicações da Polícia Penal.
c) Posto-Rádio – É o local onde se instalou e se explora o sistema de comunicação
via rádio, podendo ser móvel, fixo e temporário. (Ex: Posto da entrada do presídio).

2.4 Repetidoras

As torres repetidoras, ou Estações de Rádio Base (ERB), retransmitem os


sinais de rádio em um nível mais alto, no instante em que eles são recebidos,
automaticamente, aumentando o alcance das comunicações. As repetidoras são
normalmente instaladas em um local de grande elevação e utilizam torres para
aumentar sua eficiência. Isso ocorre porque o sinal mais distante pode ser captado
em uma elevação topográfica, com pequena intensidade, e reenviado para todas as
outras estações com uma intensidade maior.
Normalmente, as estações repetidoras estão localizadas em topos de serras ou
em outros locais elevados. Elas operam com uma potência de saída maior do que de

12
uma estação fixa, móvel ou portátil. Essa combinação de elevação topográfica e alta
potência irradiada, geralmente, resulta em comunicações sobre distâncias
consideráveis.

Figura 10 - Repetidora VHF

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

2.4.1 Transmissão com repetidora

Um pré-requisito para uma repetidora operar é a habilidade de receber e


transmitir o sinal desejado ao mesmo tempo. Para isso, ela precisa de um receptor
e um transmissor separados. Por esse motivo, as frequências de recepção e
transmissão devem ser diferentes.
Geralmente adota-se o termo “canal duplex” para aquele canal que usa a
repetidora, pois, como foi visto, nesse tipo de transmissão são utilizadas 02 (duas)
frequências.
Quando se usa uma repetidora, é comum ouvir alguém perguntando como que
o sinal está chegando. No entanto, o sinal que será recebido é o da repetidora e não
da estação que a acionou. Essa confusão é comum com os novos rádios operadores.
Às vezes, uma estação está chegando muito mal no repetidor e faz a referida
pergunta e é comum se responder: “Está chegando 1.1” (com muito chiado e baixa
intensidade – ver Legibilidade e Intensidade dos sinais). Trata-se do sinal que chega
com pequena intensidade no repetidor e é retransmitido com as mesmas
características.
A desvantagem deste sistema é que quando a repetidora sai “fora do ar”, ou
seja, quando acontece algum problema técnico no sítio de repetição, todas as
estações, sejam fixas, móveis ou portáteis, não se comunicam entre si, devido ao seu

13
transmissor (TX) ter frequência diferente do receptor (RX). No entanto, é necessário
que os usuários dos rádios passem a operar em um canal programado para funcionar
sem o uso da repetidora.

Figura 11 - Transmissão com repetidora

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

2.4.2 Transmissão sem repetidora

As instituições de segurança pública costumam designar um canal que opera


em frequência sem repetidora como “canal simplex”. Isso porque, nesse tipo de
transmissão, somente se utiliza uma única frequência para transmissão (Tx) e
recepção (Rx).
Dessa forma, no canal simplex, a comunicação é feita de forma direta entre os
postos e/ou estações, estando eles equipados com um rádio fixo, móvel ou portátil.
Um bom exemplo é o chamado canal administrativo, que tem o sinal com a
qualidade um pouco mais debilitada, porque tem características de radiovisibilidade
(visada direta) e por isso também conta com menor alcance.

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Figura 12 - Comunicação simplex (rádio a rádio ou posto a posto)

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

2.5 Propagação de Ondas Eletromagnéticas

Quando uma onda eletromagnética se propaga na superfície terrestre, em


condições diversas do espaço livre, percebe-se a ocorrência de alguns fenômenos
físicos, como a reflexão, a refração e a difração.

2.5.1 Reflexão

É um fenômeno físico no qual ocorre a mudança da direção de propagação de


uma onda eletromagnética (desde que o ângulo de incidência não seja de 90°). Ou
seja, consiste no retorno das ondas eletromagnéticas incidentes em direção à região
de onde ela veio, após as mesmas entrarem em contato com uma determinada
superfície refletora. Em se tratando de onda de rádio, a reflexão mais comum ocorre
no solo, nos edifícios e montanhas.

Figura 13 - Onda eletromagnética sendo refletida

Fonte: BARRADAS, 1978.

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2.5.2 Refração

A refração ocorre quando da passagem da onda pela região limítrofe entre dois
meios (água e ar, por exemplo), com constantes dielétricas diversas e em um ângulo
diferente da normal. É um fenômeno amplamente aproveitado na comunicação em
ondas curtas, em que ocorre a chamada reflexão ionosférica, causada pela variação
da camada ionosférica.

Figura 2 - O fenômeno da Refração

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

2.5.3 Difração

Quando as frentes de onda atingem um obstáculo de dimensões comparáveis


(ou menores) que seu comprimento de onda, elas o contornam. Por isso, a certa
distância atrás de um obstáculo, é possível a captação dos sinais de rádio. Por sua
natureza, a difração é útil na propagação de ondas médias e longas.

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Figura 3 - Onda eletromagnética sendo difratada

Fonte: https://www.ibytes.com.br/a-difracao-das-ondas-eletromagneticas-devido-a-obstaculos/

2.6 Chamadas

A chamada é o ato de se verificar, previamente, se o posto com o qual se deseja


comunicação está preparado para receber as mensagens. As chamadas são
realizadas seguindo uma ordem lógica, sendo anunciados o destino, a origem e a
mensagem, respectivamente, sempre nessa sequência.

2.6.1 Tipos de Chamadas

a) Chamada Individual: Trata-se da chamada feita a um único posto.


Ex.1: VP 6516, CENTRAL;
Ex.2: CENTRAL, PA06;

b) Chamada Múltipla: Trata-se da chamada feita simultaneamente a dois ou mais


postos.
Ex.: VP 6516, PA06, PA PRESÍDIO, CENTRAL

c) Chamada Coletiva: É a chamada feita a toda a rede, em uma única chamada,


através do indicativo da rede.
Ex.: Atenção toda rede, chamada coletiva, anotem. Atenção Rede, QTC (mensagem
circular), anotem.

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2.7 Legibilidade e Intensidade dos Sinais

Existem diferentes maneiras para se obter uma resposta rápida e objetiva


acerca do recebimento das mensagens transmitidas por rádio. No entanto, a
codificação que adota os conceitos de legibilidade e intensidade dos sinais é muito
utilizada no meio técnico e operacional.
Para tanto, tais conceitos e codificação são descritos a seguir:
a) Legibilidade – É a clareza, a compreensão da mensagem (sinais) recebida;
b) Intensidade – É a grandeza que define a quantidade de volume e a
tonalidade da mensagem (sinais) recebida.

2.7.1 Classificação dos Sinais Segundo os Critérios de Legibilidade e


Intensidade

Tabela 1 – Codificação de Legibilidade e Intensidade dos Sinais


ESCALA LEGIBILIDADE INTENSIDADE

1 Ilegível Muito fraca

2 Legível com intermitência Fraca

3 Legível com dificuldade Regular

4 Legível Boa

5 Legibilidade perfeita Ótima

Essa classificação é utilizada durante um pedido de recepção ou em resposta


a um pedido de recepção, ou seja, se o posto deseja saber como está sendo recebido
pela outra estação de rádio. Em alguns casos, o pedido poderá ser feito mediante o
Código “Q” ou a expressão convencional “como me recebe?”. Na resposta ao pedido
de “como me recebe?”, deve ser dada uma informação curta e concisa da recepção
real, dando consequentemente uma ideia exata das condições de recepção. Para a
resposta, utiliza-se a expressão convencional de serviço “recebo ... (escala da
legibilidade) ponto... (escala da intensidade).
Ex.: CENTRAL, VP 6335 ... “QSA”
VP 6335, CENTRAL... Recebo 4 ponto 3.

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3. CÓDIGO FONÉTICO INTERNACIONAL E CÓDIGO “Q”

3.1 Código Fonético Internacional

O código fonético é o método técnico utilizado para a pronúncia uniformizada


de letras e números, isso porque algumas letras do alfabeto possuem sons
semelhantes, tais como o “B”, “P”, “T”, “D”.
Ao utilizar a rede de radiocomunicação e sendo necessário soletrar à Central
de Operações da Polícia Penal o nome de um suspeito ou a placa de um veículo
automotor, por exemplo, para se fazer uma consulta de prontuário ou queixa/furto no
sistema respectivamente, deve-se adotar o código fonético internacional.

Código Fonético Internacional

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3.2 Código “Q”

O código “Q” é uma codificação de mensagens baseada em um conjunto de 3


letras iniciadas pela letra “Q”, que é conhecido mundialmente. É um recurso que visa
simplificar e dar maior rapidez às comunicações, pela substituição de palavras, frases
ou informação por um código.
Na Tabela 2, é apresentada uma relação dos códigos mais comuns adotados
na rede de rádio comunicação de órgãos de segurança pública.

Tabela 2 – Código “Q” mais comum


Código Significado
QAP Na escuta / Continue / Pronto / Prossiga
QCL Refeições: Almoço / Jantar / Lanche
QFA Contato no Canal Administrativo
QLO No Local da Ocorrência
QRA Identificação do Prefixo do Posto
QRX Aguarde
QRZ Quem Me Chama? / Confirme o Posto
QSA Qual é a Recepção?
QSL Pode Acusar Recebimento? Ou Entendido / Recebido
QSM Retransmita a Última Mensagem
QTA Cancele a Mensagem
QTC Mensagem Circular
QTH Qual é a Sua Localização?
QTZ Continuar Busca ou Rastreamento
QSD Contato Telefônico

3.3 Aspectos que DEVEM Ser Lembrados sobre o Código “Q”

a) A utilização dessa codificação por quem não a domina razoavelmente poderá


causar transtornos em vez de benefícios.
b) O Código “Q” não possui caráter sigiloso e é considerado como linguagem
clara, corrente e universal.

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c) Desde que não se utilizem abreviaturas, e não sendo possível outro sinal ou
método convencional, permite-se o emprego de palavras ou expressões em
linguagem corrente para complementar ou ampliar o significado dos sinais “Q”.

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4 COMUNICAÇÃO SEGURA

4.1 Manuseio Seguro de Equipamento de Rádio

Durante a transmissão, todo rádio está sujeito a uma condição de grande


produção e emissão de energia. Quando se tecla o microfone, decorre desse ato
grande consumo de energia (bateria no caso do rádio portátil) e grande esforço dos
circuitos responsáveis pela produção e pela elaboração do sinal de rádio, não
resistindo o equipamento, se permanecer por tempo excessivo nessa condição.
O operador, antes de falar, deve elaborar um plano mental visando o mínimo
necessário para manter a clareza e o entendimento da mensagem, intercalando a
transmissão com pequenas pausas, se necessário. Portanto, a regra geral é não
manter o rádio “teclado” por muito tempo. Para tanto, é necessária a utilização de
frases curtas e a transmissão de uma ou duas de cada vez.

4.1.1 Conduta na Transmissão

Para se obter uma boa comunicação, é necessário manter a disciplina e


observar alguns procedimentos básicos, que são:
a) Certificar-se de que a chave seletora de canais está na posição do canal
desejado;
b) Posicionar o microfone a uma distância de 3 a 5 centímetros dos lábios;
c) Apertar a tecla “Aperte-para-falar” (Push-to-Talk / PTT) para transmissão
quando houver intervalo no tráfego das mensagens da rede;
d) Em redes com repetidor, acionar a tecla do PTT e aguardar
aproximadamente 2 segundos para então iniciar a mensagem. Isso fará com que a
mensagem transmitida chegue completa ao destinatário, sem cortar o início da
mensagem.
e) Identificar-se corretamente conforme padronizado;
f) Falar pausadamente, mais lento do que o normal, mas mantendo a mesma
intensidade de voz;
g) Falar as palavras por inteiro, tendo cuidado com a sua finalização;
i) Evitar as mensagens longas e as falhas de linguagem, por exemplo: “aa ..”,

22
“e´, e´ ...”, “hm...” etc.;
j) Evitar termos ou palavras difíceis, mantendo as comunicações simples, claras
e objetivas;
k) Codificar e/ou soletrar a mensagem, quando houver dificuldades de
entendimento;
l) Se houver alguma estação transmitindo, aguardar. Apenas a central poderá
autorizar as comunicações.
m) Na recepção, certificar que o rádio se encontra ligado e com o volume
adequado ao ambiente. Dependendo do equipamento, deve-se girar o controle de
volume no sentido horário, até ouvir o “click” característico que indica que o rádio está
ligado, ou apertar o botão próprio e aguardar a indicação no visor do canal em que o
rádio está sintonizado.
n) Na impossibilidade de comunicação com a central via rádio, tentar comunicar
por telefone. A utilização de telefone, seja ele fixo ou móvel, não é indicada porque a
rede de telefonia e centrais telefônicas, públicas e/ou privadas, possuem limitações
técnicas e operacionais que podem comprometer a atividade de policial.

4.1.2 Operação do Rádio Portátil (HT)

A leitura do manual é fundamental, com ênfase para os seguintes aspectos:


a) A instalação da antena deve ser cuidadosa, fixando-a ao rádio, ajustando a
base rosqueada da antena ao seu receptáculo localizado no topo do rádio, e,
dependendo do modelo, rosqueando-a no sentido horário e apertando bem.
b) Para instalar ou substituir a bateria, deve-se manter o rádio desligado bem
seguro pelas mãos, deixando a parte traseira livre para operação com a bateria,
destravando o engate da bateria situado na base do rádio, empurrando e segurando
o engate em direção à parte frontal do rádio. Uma vez destravado o engate da bateria,
deslize-a para baixo afastando-a de 1,5 cm do topo do rádio. Quando estiver livre dos
trilhos de deslizamento, deve-se remover a bateria, levantando-a da caixa do rádio.
c) Para instalação de uma bateria nova ou recém-carregada, deve-se alinhar o
topo da bateria (fim da presilha do cinto) conforme indicação do correto
posicionamento da bateria.

23
4.1.3 Rádio Móvel (VP) x Rádio Portátil (HT)

Em deslocamento de viatura, deve ser utilizado de preferência o rádio móvel


instalado na viatura policial (VP) e não o rádio portátil HT. O rádio móvel possui 8 (oito)
vezes mais potência que o terminal portátil, dessa forma a viatura é capaz de ser
recebida em distâncias superiores ao HT. Os rádios móveis possuem potência de 40
Watts e os terminais portáteis (HT) possuem potência de 5 Watts. Além do rádio
portátil possuir menor potência de transmissão, ao se tentar utilizá-lo dentro de uma
viatura, o sinal a ser transmitido é restringido pela parte metálica da viatura, formando
uma espécie de barreira para as ondas de rádio, reduzindo ainda mais o alcance do
rádio portátil.
A capacidade de recepção dos rádios portáteis e dos rádios móveis é a mesma,
quando estiverem em um mesmo local; já a capacidade de transmissão varia
conforme a potência de cada terminal. Em algumas ocasiões, é comum ambos os
terminais receberem a mensagem, mas apenas o rádio móvel (VP) conseguir ser
ouvido pela Central. Isso acontece em função de sua maior capacidade na
transmissão. Ao deslocar dentro de viatura, é recomendado que, se houver algum HT,
que ele fique desligado, caso contrário o áudio recebido pelo HT pode gerar microfonia
durante a utilização do rádio móvel da viatura.

4.2 Cuidado na Recepção por Rádio

Os melhores locais para transmissão e recepção dos sinais de rádio são


lugares amplos onde não houver obstáculos e que não estejam próximos a lugares
altos, que propiciam ondas com alcance visual (ondas diretas).

4.3 Cuidado na Transmissão por Rádio

Assim como existem os melhores locais para transmissão e recepção das


ondas de rádio, existem também os locais inadequados, os quais devem ser evitados
sempre que possível. São exemplos locais:
a) próximos a grandes transformadores ou subestações de eletricidade;
b) sob cabos de alta tensão;
c) sob galpões industriais ou coberturas metálicas em geral;

24
d) ao lado de prédios altos, morros;
e) sob viadutos, dentro de túneis, ou garagens;
f) distantes do repetidor e/ou em pequenos vales topográficos.

4.4 Procedimentos Recomendados para o Rádio Operador

4.4.1 Limpeza do Rádio

a) Remoção da poeira e da umidade dos equipamentos com um pano seco.


b) Verificação básica para o funcionamento do equipamento.

4.4.2 Verificação Básica para Funcionamento

a) Botões de controle sem folga;


b) Na chave seletora de canal, verificar o canal de utilização;
c) Rigidez e posicionamento das antenas;
d) Se o microfone está quebrado, solto ou com fiação partida;
e) Cabeamento com fios prensados, rompidos, ou fechando curto-circuito com
a lataria, no caso de veículos;
f) Se os suportes dos equipamentos estão frouxos;
g) Se o alto-falante está solto ou com som estranho.

Quanto à limpeza da viatura, deve-se ter o cuidado necessário para não deixar
a água atingir os equipamentos de rádio.

Figura 16 - Cuidados com o rádio portátil (HT)

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

25
5. COMUNICAÇÃO AVANÇADA E TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO

5.1 Rádio Digital

Os rádios digitais são equipamentos com aparência externa semelhante aos


rádios analógicos, entretanto a transmissão das informações se dá por meio de
modulações digitais. É comum alguns usuários de rádios analógicos móveis
confundirem tais rádios com os digitais pelo simples fato de possuírem display com
caracteres alfa numéricos (visor), o que não caracteriza se o rádio é digital ou não.

5.1.1 Qualidade do Áudio

A mudança da tecnologia analógica para digital é percebida principalmente pela


melhora da qualidade de áudio. Na comunicação digital, a qualidade do áudio
transmitido é mantida a mesma até o limite da área de cobertura. Já o sinal analógico
apresenta redução da qualidade com o aumento da distância.

Figura 17 - Qualidade do áudio digital X analógico ao longo da área de cobertura

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

5.1.2 Comunicação Criptografada

A criptografia é o estudo e a prática de princípios e técnicas para conversão de


uma mensagem/informação/texto “claro” para um código cifrado que impedem que
terceiros, ou pessoas não autorizadas, tenham acesso a essas informações. No caso
de radiocomunicação, é para impedir que essas pessoas não autorizadas escutem as

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conversações da rede.

Figura 18 - Exemplo de uma comunicação criptografada

Fonte: Minas Gerais, 2016.

5.1.3 As Principais Características dos Rádios Digitais

• Segurança nas comunicações por meio de criptografia;


• Melhoria na qualidade do áudio;
• Excelentes vantagens de gerenciamento (permite o uso racional de
milhares de equipamentos em uma única rede);
• Pode trabalhar nos modos analógico ou digital (permite migração
gradual);
• Possibilidade de localização via GPS (caso haja controlador central);
• Permite o envio de mensagens de texto curtas.

Figura 19 - Foto de um rádio HT digital

Fonte: MINAS GERAIS, 2016.

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REFERÊNCIAS

ALVES, P. Curso de Comunicações Críticas. Brasília: Universidade de Brasília,


2005.

AMARAL, C. T. Agências Reguladoras: Autonomia Técnica ou Gestão Política?


São Paulo: Teleco, 2007.

BARRADAS, O. Sistemas de Rádio visibilidade. Rio de Janeiro: Embratel, 1978.

BARRADAS, O. Você e as telecomunicações. Rio de Janeiro: Interciência, 1995.

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Teorias da


Comunicação. Profuncionário - curso técnico de formação para os funcionários da
educação. Brasília: Universidade de Brasília, 2009.

BEATO, C. C. Políticas Públicas de Segurança: Equidade, Eficiência e


Accountability. Belo Horizonte: Crisp/UFMG, 2007.

GOMES, A. T. Telecomunicações: transmissão, recepção: AM-FM, sistemas


pulsados. São Paulo: Erica, 1985.

HALLIDAY, D. Física. Rio de Janeiro: LTC, 1973.

NASCIMENTO, J. Telecomunicações. São Paulo: MacGraw-Hill, 1992. OLIVEIRA,


C. Curso de Cartografia Moderna. Rio de Janeiro: IBGE, 1987.

MINAS GERAIS, Polícia Militar. Comando Geral. Resolução 3933 – Equipamentos


de Telecomunicação. Jun/2017 PMMG.

MINAS GERAIS, Polícia Militar. Material didático. Comunicações Operacionais. Curso


Superior de Tecnologia em Atividades de Polícia Ostensiva - CSTAPO. Escola de
Formação de Soldados. Belo Horizonte. 2016.

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