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O que é justiça?

Hans Kelsen

O presente livro é baseado em uma pergunta que nem Jesus Cristo soube
responder, que é o que é justiça, então Hans Kelsen começa dizendo que o
homem justo é aquele que age de acordo com as regras estabelecidas por uma
ordem social, depois refere que uma ordem social será justa quando fizer feliz a
maioria de seus súditos ou governados, Isso é consequência do fato de que
nenhum governo ou ordem social pode ter todo o seu governo completamente
feliz, pois sempre haverá pessoas que não concordam com certas ideias,
causando-lhes ressentimento e uma ideia subjetiva de que o que é estabelecido
por uma ordem social é injusto, por exemplo: impostos.

Do exposto posso concluir que as pessoas se comportam de forma justa, a partir


do momento em que decidem obedecer às ordens de seu governo, no entanto,
uma ordem social agirá com justiça, quando a maioria de sua cerca governada de
acordo com as regras criadas por ela. Outro aspecto muito importante dentro da
justiça é a felicidade, pois do meu ponto de vista e de acordo com os critérios do
autor a justiça tem duas faces em termos de sua aplicação, pois quando aplicada
entre duas ou mais pessoas uma delas causa felicidade e a outra uma ideia de
que o que foi agido foi injusto, Por exemplo: em uma relação de trabalho entre
empregador e trabalhador onde quem decide que é justo entre a Lei Federal do
Trabalho, apontando que os dias de férias do trabalhador são de seis dias por um
ano de serviço, isso a ser cumprido por ambos, Do ponto de vista do empregador
é justamente porque não há muitos dias que ele é privado de seu trabalho e
principal elemento do referido empregador, o que causa felicidade a este, ao
contrário disso o trabalhador acha que seis dias é muito pouco consequentemente
causando-lhe infelicidade e uma ideia de que é injusto.

Na ideia anterior é muito importante mencionar que nenhum dos dois pontos de
vista deve ser tomado como justo ou injusto, pois como disse anteriormente
aquele capaz de dizer que é justo ou injusto é a lei e as demais normas de uma
ordem social ou de governo.

Continuando com a ideia anterior, é importante especificar que o próprio governo é


aquele que dita o que é justo e injusto através de suas regras, uma vez que nós,
como governados, delegamos alguma liberdade nossa, de modo que se
consolidou como Estado, e por sua vez o referido Estado protege os interesses da
maioria; Exemplos desses interesses são: vida, igualdade, segurança, liberdade,
etc.
Deixando um pouco o assunto quero mencionar o contrato social a que Juan
Jacobo Rousseau se refere: que foi celebrado entre uma mesma sociedade, de
modo que renuncia à liberdade absoluta delegada a um governo a possibilidade
de regular certos comportamentos da sociedade, resultando na criação de crimes,
bem como de instituições familiares como o casamento.

Para finalizar essa ideia é preciso entender que, no fim das contas, o governo é
quem pode dizer o que é certo ou injusto por meio de leis, já que nós mesmos
delegamos esse poder.

Outro aspecto muito importante mencionado é o conflito de valores que surge


quando se aplica a justiça, tanto como indivíduos, quanto como sociedade, pois às
vezes nos vemos na necessidade de decidir entre dois valores que consideramos
importantes tendo que escolher um dos dois e descartar o outro, sobre o exposto
o autor dá um exemplo desse conflito; Quando um médico e seu paciente estão
falando sobre a situação ou estado deste último, o médico, partindo da ideia de
que a doença do paciente é crônica e fatal, tem que decidir entre dizer a verdade
ou ter compaixão e dar-lhe certas esperanças que, no final, são falsas.

A partir desse exemplo percebe-se que o médico deve fazer um julgamento entre
esses dois valores que são: verdade e compaixão, dando um exemplo claro desse
conflito de valores.

Essa mesma situação ocorre quando nosso governo tem que decidir sobre
determinadas questões, por exemplo: aborto, legalizar ou não, caindo então em
uma polêmica entre dois valores que são: a integridade e a liberdade da mulher
sobre seu corpo contra a vida e a saúde do produto, Eis um exemplo a nível
social.

Outro aspecto que é levado em conta na aplicação da justiça é a igualdade,


partindo da ideia de que sim; tratar as pessoas igualmente, independentemente de
status, nível econômico, gênero, religião, etc. O exposto relacionado à justiça,
implica que não deve haver discriminação no momento da aplicação da referida
coisa, uma vez que a nossa Constituição também tem a igualdade como garantia.

Outra coisa que o livro comenta é que a justiça é o valor supremo sobre o qual
recai nosso sistema jurídico, relacionando-a a uma grande questão que Platão fez
que é; O que é bom, ele diz que os comportamentos humanos serão bons quando
a maioria das pessoas concordar com certos pensamentos.

Existe uma relação entre o bem e a justiça, pois para que a lei indique o que é
certo, a sociedade deve primeiro concordar com determinados comportamentos
ou pensamentos, considerando-os bons para que depois esses comportamentos
se tornem lei e sejam obrigatórios.

Sobre o nascimento da justiça como valor, várias escolas têm tentado explicar o
seu surgimento, dentre as quais se destaca a escola naturalista, isso explica que o
nascimento desses valores anda de mãos dadas com o nascimento do ser
humano, isso significa que desde o momento em que nascemos somos detentores
de todos esses valores, entre elas a justiça, fazendo com que não sejamos
privados de nenhuma delas, de modo que, pela própria natureza, elas devem ser
cumpridas instintivamente.

Ao contrário do exposto há outra posição que distorce o pensamento naturalista,


pois diz que a natureza, por si só, não tem vontade, muito menos a possibilidade
de fazer, cumprindo a justiça em caso de descumprimento, acabando por
descredibilizá-la com o seguinte caso: a lei do talião, que diz olho por olho dente
por dente.

Essa era uma forma errada de aplicar a justiça, porque a vingança era muitas
vezes desproporcional ao dano causado à vítima, resultando em uma
desigualdade entre crime e punição. Acabando por destruir o pensamento de que
só a natureza pode fazer valer a justiça.

Por fim, o autor menciona que não há realmente uma resposta definitiva e
plenamente aceita sobre o que é justiça, no entanto diz que a justiça é um valor
supremo sobre o qual se aplica e repousa a paz, a liberdade, a igualdade e entre
outros valores de hierarquia inferior.

Conclusão e contributo pessoal

Do meu ponto de vista, posso dizer que a justiça é: aquele valor supremo da
transcendência individual e social, destinado a dar a cada um o que lhe
corresponde como indica o direito de um governo ou ordem social, que através de
normas morais e jurídicas, busca o bem comum.

Creio que existem classificações de justiça, por exemplo: justiça individual e


justiça social, justiça moral e justiça jurídica obrigatória, entre outras que poderiam
continuar a surgir a partir de sua aplicação.

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