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Hans Kelsen
O presente livro é baseado em uma pergunta que nem Jesus Cristo soube
responder, que é o que é justiça, então Hans Kelsen começa dizendo que o
homem justo é aquele que age de acordo com as regras estabelecidas por uma
ordem social, depois refere que uma ordem social será justa quando fizer feliz a
maioria de seus súditos ou governados, Isso é consequência do fato de que
nenhum governo ou ordem social pode ter todo o seu governo completamente
feliz, pois sempre haverá pessoas que não concordam com certas ideias,
causando-lhes ressentimento e uma ideia subjetiva de que o que é estabelecido
por uma ordem social é injusto, por exemplo: impostos.
Na ideia anterior é muito importante mencionar que nenhum dos dois pontos de
vista deve ser tomado como justo ou injusto, pois como disse anteriormente
aquele capaz de dizer que é justo ou injusto é a lei e as demais normas de uma
ordem social ou de governo.
Para finalizar essa ideia é preciso entender que, no fim das contas, o governo é
quem pode dizer o que é certo ou injusto por meio de leis, já que nós mesmos
delegamos esse poder.
A partir desse exemplo percebe-se que o médico deve fazer um julgamento entre
esses dois valores que são: verdade e compaixão, dando um exemplo claro desse
conflito de valores.
Essa mesma situação ocorre quando nosso governo tem que decidir sobre
determinadas questões, por exemplo: aborto, legalizar ou não, caindo então em
uma polêmica entre dois valores que são: a integridade e a liberdade da mulher
sobre seu corpo contra a vida e a saúde do produto, Eis um exemplo a nível
social.
Outra coisa que o livro comenta é que a justiça é o valor supremo sobre o qual
recai nosso sistema jurídico, relacionando-a a uma grande questão que Platão fez
que é; O que é bom, ele diz que os comportamentos humanos serão bons quando
a maioria das pessoas concordar com certos pensamentos.
Existe uma relação entre o bem e a justiça, pois para que a lei indique o que é
certo, a sociedade deve primeiro concordar com determinados comportamentos
ou pensamentos, considerando-os bons para que depois esses comportamentos
se tornem lei e sejam obrigatórios.
Sobre o nascimento da justiça como valor, várias escolas têm tentado explicar o
seu surgimento, dentre as quais se destaca a escola naturalista, isso explica que o
nascimento desses valores anda de mãos dadas com o nascimento do ser
humano, isso significa que desde o momento em que nascemos somos detentores
de todos esses valores, entre elas a justiça, fazendo com que não sejamos
privados de nenhuma delas, de modo que, pela própria natureza, elas devem ser
cumpridas instintivamente.
Essa era uma forma errada de aplicar a justiça, porque a vingança era muitas
vezes desproporcional ao dano causado à vítima, resultando em uma
desigualdade entre crime e punição. Acabando por destruir o pensamento de que
só a natureza pode fazer valer a justiça.
Por fim, o autor menciona que não há realmente uma resposta definitiva e
plenamente aceita sobre o que é justiça, no entanto diz que a justiça é um valor
supremo sobre o qual se aplica e repousa a paz, a liberdade, a igualdade e entre
outros valores de hierarquia inferior.
Do meu ponto de vista, posso dizer que a justiça é: aquele valor supremo da
transcendência individual e social, destinado a dar a cada um o que lhe
corresponde como indica o direito de um governo ou ordem social, que através de
normas morais e jurídicas, busca o bem comum.