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Elaborando um debate historiográfico nesta avaliação, pretendo levantar a relação entre capitalismo

e escravidão no contexto histórico do século XIX e suas influencias no Brasil. Para isto, me
fundamentarei no espaço-tempo global; o desenvolvimento do capitalismo britânico; nas Reformas
Portuguesas; na Crise do Antigo Regime e o novo Império portugues; na montagem da cafeicultura
escrava no Brasil e no liberalismo e escravidão do Brasil imperial.

O autor Giovanni Arrighi em sua obra “As três hegemonias do capitalismo histórico” relata que o
surgimento do moderno sistema interestatal é a principal causa de um efeito de acumulação do
capital. Com o objetivo de alcançar os portugueses, espanhois e holandeses no comércio mundial, a
Inglaterra e a França tiveram que reorganizar o espaço político da economia-mundo e obtiveram
vitória criando uma síntese entre capitalismo e territorialismo permitida pelo mercantilismo ingles e
frances do século XVIII que possuía três caractericas: colonialismo de povoamento, escravismo
capitalista e nacionalismo economico. O segundo deles foi uma consequencia do colonialismo de
povoamento, que pela baixa demanda de mão de trabalho começaram a obter, transportar e usar a
mão de obra dos escravizados vindo da África. O sistema escravista se tornou o principal fator que
sustentava a produção agricola dos colonos. Além desses dois fatores, o nacionalismo economico foi
fundamental na acumulação de excendentes obtidos pelo comércio colonial. A Inglaterra foi a
potencia mais beneficiada.

O historiador Eric Williams em “Capitalismo e escravidão” discursa sobre o desenvolvimento do


capitalismo britânico e sua relação com os escravos. A partir da revolução Industrial as indústrias
britânicas foram sendo aprimoradas; no ano de 1785 a primeira fabrica têxtil a vapor já havia sido
montada na Inglaterra e isso gerou um aumento gradual no número da população europeia; em
1820 com a revolução do ferro e do carvão, máquinas já estavam sendo feitas por outras máquinas e
a Inglaterra já se tornava a hegemonia mundial. As revoluções na América Latina possibilitaram uma
aliança entre Portugal e Inglaterra, o que garantiu uma posição privilegiada ao Brasil que chegou a
exportar um vigesimo do total de exportações britanicas em 1821; o autor declara que o comércio
internacional de escravos e a disponibilidade de mão de obra escrava nos países como Brasil, Cuba e
São Domingos foi fundamental para seus sucessos comerciais.Em 1825, as leis de navegações
sofreram alterações e as colonias receberam altorização para comercializar com qualquer parte do
mundo. Brasil e França era um dos principais concorrentes do comércio açucareiro e abolir a
escravidão afetaria a esconomia das colonias francesas; a superprodução de 1807 e 1833 fez com
que a Inglaterrra exigisse a abolição da escravatura. Para Dale Tomich, a Revolução Haitiana em
1791 influenciou a abolição da escravidão no Hemisfério Ocidental e do tráfico negreiro do século
XIX e se estendeu até a emancipação dos escravos no Brasil em 1888. Durante o século XIX para
atender a demanda de café, açucar e algodão, a escravidão se difundiu nas áreas mais atrasadas
enquanto declinava nos centros de produção. Ele chama atenção para que a escravidão foi parte
fundamental para a ascensão do capitalismo e não apenas um repetição do Antigo Regime. Kennet
Maxwell, apresenta as consequencias dessa emancipação colonial britanica através de um ponto de
vista economico; a crise do Antigo Regime que afeta o Imperio Britanico em 1770, no início do século
XIX afeta Portugal e Espanha derivando a passagem do sistema capitalista comercial (mercantilismo)
para o industrial. Os impactos do Iluminismo em Portugal altera o sistema colonial luso atlantico do
sec XVIII que gera uma grande transformação entre 1660 e 1807, época da invasão Napoleonica a
Portugal. Os Franceses tomam o porto de lisboa em 1807, em 1808 a corte se muda para o colonia
brasileira e ha uma emancipação politica e economica do brasil.

Para Maria Odila Leite, a vinda da familia real para o Brasil e a abertura dos portos foi fundamental
para a Independencia da ex-colonia. Com a vinda da coroa portuguesa muitas pessoas acreditavam
na salvação do reino de portugal mas para isso era necessaria uma grande reforma economica e
social nas terras brasileiras. Em razão dessas reformas, as tensões aumentaram levando a Revolução
do Porto. O sentimento de insegurança começa a tomar conta das elites brancas. Para resolver o
problema, a corte se empenha em centralizar as Provincias e criar a imagem de um estado forte. Os
interesses das elites coloniais foi enraizado com a nova corte: o poder foi centralizado e os conflitos
apaziguados. D. João VI retorna para Portugal após a expulsão de Napoleão e seu sucessor declara a
Independencia do Brasil em 1822. A Inglaterra foi uma das primeiras potenciais a reconhecer a
legitimidade do Brasil nos principios liberais e em troca exigia a abolição da escravidão no Brasil.

Segundo Rafael Marquese e Dale Tomich uma das épocas que o Brasil mais cresceu
economicamento foi após a independencia com o Café no Vale do Paraíba, o que contribuiu para o
mercado brasileiro como grande produtor mundial. As revolução do Haiti, além de contribuir para a
inibição da escravidão no Brasil, alterou a oferta de café e açucar em todo mundo. O fator climático
do Brasil foi um dos principais fatores para o sucesso do café brasileiro nos mercados internacionais.
O tráfico negreiro e as boas relações entre traficantes brasileiros e africanos no Porto de Angola
facilitava a aquisição de escravos a preços menos, ludibriando a fiscalização Inglesa que proibia o
tráfico de negreiros. A maior facilidade de aquisição de escravos possibilitou ao Brasil uma
concentração ampla além de investimentos na prática deste plantio.

As razões que não levaram a abolição dos escravos antes da independencia e após são alvos de
grandes debates historiográficos. José Maurilio de Carvalho acrescenta para a História que antes da
independencia a razão cristã foi sempre derrotada pelos interesses coloniais. Após a independencia,
a razão nacional é vista como uma questão pública. Como há incompatibilidade entre cristianismo e
escravidão e, de outro lado, as necessidades da sociedade colonial e do Estado portugues; a
sociedade daquela época justificava “o pecado como escravidão” e não “escravidão como pecado”.
A biblia acrescentavam que os negros eram descendentes do amaldiçoado Cam e por isso mereciam
a escravidao. Como a economia de Portugal era escravista, o campo da filosofia do seculo XVIII
também foi ignorado. A independencia do Brasil acarretou uma nova discussão acerca da
escravidão, agora a formação de uma nação justificaria o fim da esravidão com os argumentos de
que o tráfico seria incompativel com a liberdade individual, portanto, com o governo liberal; por
porem em risco a segurança interna e a externa. Escravidão começava a ser vista como inimiga da
industria e do progresso. Após a abolição do tráfico por pressão Inglesa diversos historiadores
interpretavam o processo de escravidão no Brasil como o mais perverso do que da America do
Norte, por não ser ligado ao preconcento de raça, devido a mestiçagem, tornou-se ainda mais
enraizado. Após a abolição nada foi feito em benefício dos ex escravos e ainda hoje seus
descendentes são calados e extintos pela república opressora.

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