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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL

CÍVEL DA COMARCA DE MACAÉ – RJ

CLEOMAR ARAUJO PLATINA, brasileira, estado civil, servidora pública


municipal do município de Macaé, Rio de Janeiro, inscrita no CPF/MF sob o nº
789.456.123-00, portadora da cédula de Identidade de nº, residente e domiciliada a
Rua das flores amarelas, nº 13, apartamento 605, CEP, Rio das Ostras, Rio de Janeiro,
vem respeitosamente perante a Vossa Excelência propor:

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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA


PROVISÓRIA.

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em face da PROCURADORIA GERAL DO MUNICPIO DE MACAÉ, pessoa


juridica, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir e no final requer.:

DO DESINTERESSE PELA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

O artigo 319, inciso VII, do CPC, prevê que seja indicado na inicial, a opção da
Autora pela realização ou não da audiência de conciliação.

A Autora opta pela não realização da audiência de conciliação, uma vez que este
processo advém de histórico conturbado, tendo como resultado punição indevida por
meio de Processo Administrativo Disciplinar instaurado pela Ré. Não havendo por fim,
qualquer possibilidade de conciliação.
I. DOS FATOS

A Autora, servidora pública municipal, a época do ocorrido, lotada como


Coordenadora Pedagógica na Escola municipal Olavo Madeira, local onde também
atua a parte Ré como professora, recebeu notificação da Procuradoria Geral do
Município de Macaé, informando sobre Processo Administrativo Disciplinar instaurado
em razão da prática de assédio contra a parte Ré.

Ocorre que, o processo foi instaurado em razão de desentendimento com a parte


Ré, onde foi solicitado que a parte Ré ministrasse aula de Biologia para a turma de 6º
ano da referida escola e a mesma se recusou, alegando a inexistência da teoria de
evolução humana.

A parte Autora, por falta de instrução, não se manifestou no processo


administrativo instaurado e recebeu a sentença onde houve a conclusão de assédio,
recebendo como punição a remoção de sua cadeira em comissão onde habilitava a sua
atividade como Coordenadora pedagógica e remoção para outra instituição de ensino,
o Colégio Flávio Frota, localizado na serra macaense.

Motivo que levou a Autora propor a presente ação, pelo dano Moral causado e
acusação não comprovada. Sua honra e reputação profissional foi diretamente afetada,
trazendo problemas diretos na pratica de sua profissão, assim como a remoção par
outra instituição de ensino, prejudicial em todos os aspectos, principalmente a
distância, cargo inferior e qualidade de vida.

II. DO DIREITO

Em decorrência deste incidente, a requerente experimentou situação


constrangedora, angustiante, tendo sua moral abalada, face à indevida remoção e
punição aplicada, sendo suficiente a ensejar danos morais.

ADMINISTRATIVO. CIVIL. ANULAÇÃO DE PROCESSO


ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – INDENIZAÇÃO I Trata-
se de ação proposta com o objetivo de declarar a nulidade
do processo disciplinar de abandono de cargo. II Não restou
provado o abandono de cargo, uma vez que o tipo que foi
processado o servidor, não correspondeu à verdade apurada
pela própria comissão. III É devido ao autor, a indenização
por dano material, correspondente aos valores apurados
desde a data da suspensão do pagamento até a data em
que foi apurado, de 1/8/96 a 7/9/97, bem como o pagamento
de danos morais em quantia equivalente ao dobro desses
valores. IV Honorários de 20% (vinte por cento) sobre o valor
da condenação. V Recurso parcialmente provido. (TRF-2 –
AC: 336408 1999.51.01.060185-0, Relator: Desembargador
Federal CARREIRA ALVIM, Data de Julgamento:
07/12/2004, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJU –
Data::17/01/2005 – Página::36,DJU – Data::17/01/2005 –
Página::36)

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MILITAR.


PUNIÇÃO DISCIPLINAR.AUSÊNCIA DE PRÉVIO
PROCEDIMENTO. VIOLAÇÃO AO DEVIDO PROCESSO
LEGAL.ANULAÇÃO. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO.
JUROS MORATÓRIOS. FIXAÇÃO DA VERBA
HONORÁRIA. 1. Conquanto não seja dado ao Judiciário
adentrar no mérito da punição disciplinar imposta ao servidor
militar, compete-lhe apreciar a observância de procedimento
prévio no qual se assegure a ampla defesa. 2. Comprovada
a instauração de sindicância somente após a aplicação da
pena de detenção, impõem-se a sua anulação e a
consequente reparação pelo abalo moral sofrido. 3. A
indenização por dano moral fixada em 25 (vinte e cinco
salários mínimos revela-se proporcional e bem dosada no
caso concreto. (TRF-4 – AC: 4774 RS 2001.71.02.004774-2,
Relator: MARIA HELENA RAU DE SOUZA, Data de
Julgamento: 10/08/2004, TERCEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJ 01/09/2004 PÁGINA: 685)

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR


PÚBLICO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.
FERIMENTO AO PRINCÍPIO DA AMPLA
DEFESA.NULIDADE. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO.
REEXAME NECESSÁRIO DO VALOR FIXADO. l. A nova
ordem constitucional jurisdicionalizou o processo
administrativo, o que implica em chamamento válido do
servidor para se defender, ciência da acusação,
possibilidade de apresentar defesa e produzir prova,
possibilidade de acompanhar e impugnar qualquer produção
de prova, decisão fundamentada, bem como procedimento
específico e na forma regulada em lei.2. O art. 151 da lei nº
8.112/90 dispõe que o Processo Administrativo Disciplinar
será instaurado com a publicação do ato que constituir a
comissão. 3. A falta de publicação, portanto, é vício de
formalidade essencial que inquina de nulidade a Portaria
inaugural, nulidade esta que abrange, por óbvio, todos os
demais atos e que, por si só, bastaria à procedência da
ação.4. Até mesmo de ofício pode o juiz apreciar questão
que verse sobre norma de direito público, decretando a
nulidade de ato que deixa de aplicá-la.5. O fato de as
testemunhas terem sido ouvidas sem o conhecimento do
acusado, por si só comprova que o procedimento iniciou-se
sem que o mesmo tivesse sido intimado.6. O excesso de
prazo também configura causa de nulidade. A legislação que
rege a espécie prevê o tempo máximo de 120 dias para a
conclusão do processo disciplinar. No presente caso
somente o inquérito alongou-se por quase 180 dias.7.A
previsibilidade legal para o afastamento preventivo de
servidor que se encontra respondendo processo
administrativo disciplinar, se dá sem a supressão dos
vencimentos e é limitado no tempo.8. O processo
administrativo extravasou das determinações legais,
adentrando ao campo da arbitrariedade e, por isso, seu
resultado é destituído de qualquer valor jurídico, o que
enseja a sua nulidade.9. A reconhecida ilegalidade
procedimental, por si só é justificativa suficiente para a
condenação em danos morais.10. Em sede de reexame
necessário os danos morais passam a ser calculados em 20
salários mínimos. (TRF-4 – AC: 44323 RS 97.04.44323-4,
Relator: LUIZA DIAS CASSALES, Data de Julgamento:
04/11/1999, TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ
26/01/2000 PÁGINA: 146).

III. DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, com base na farta e suficiente prova documental acostada
aos autos, vem a Autora requerer, sucessivamente:

Nestes termos, pede deferimento.

Macaé, Rio de Janeiro, 05 de novembro de 2022.

ADVOGADO
OAB – UF

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