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Março, 2023
UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Março, 2023
Índice
Introdução...................................................................................................................................4
Conclusão....................................................................................................................................9
Bibliografia...............................................................................................................................10
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Introdução
Tal como referido na introdução, o principal foco da presente pesquisa é o Sistema Eleitoral
Moçambicano, porém, para a melhor percepção do tema acima citado, torna-se relevante
primeiro, fazer uma breve reflexão sobre os conceitos de democracia, eleição e sistema
eleitoral.
Portanto, partindo das definições acima citadas é certo afirmar que a liberdade, direito de
voto, a eleição e sistema eleitoral são próprios da democracia.
Contudo, o sistema eleitoral é um conjunto de regras que define como uma determinada
eleição, o eleitor pode fazer suas escolhas e, como os votos são contabilizados. Portanto,
segundo BOBBIO (2015) o sistema e o processo eleitorais fazem parte das regras do jogo
através das quais os conflitos políticos e económicos são canalizados, tratados e superados.
Tal como explicito no parágrafo acima, um sistema eleitoral refere-se a um conjunto de regras
formais através das quais os eleitores expressam as suas preferências numa eleição e cujos
votos são convertidos em assentos parlamentares ou cargos executivos.
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Na ciência política, sufrágio universal, é o acto de escolher mediante o voto, a pessoa para ocupar um cargo ou
desempenhar certas funções num estado democrático. E a pessoa que esclhe é eleitor.
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Porém, a escolha de um sistema eleitoral não levanta apenas problemas técnicos, trata-se de
saber de acordo com que modalidades serão repartidas os lugares no parlamento, tendo em
conta os sufrágios exprimidos pelos eleitores. A adopção de um sistema eleitoral é, portanto,
feita em razão de considerações políticas, dado os diferentes modos de escrutínio terem
consequências muito diferentes (idem).
1.1.1.1. O Sistema maioritário
CORREIA, (2002) o escrutínio maioritário é o mais simples e o mais antigo dos sistemas
eleitorais, podendo ser de uma volta, onde o candidato que obtenha o maior número de votos
é eleito, sendo os demais candidatos excluídos; e maioritário de uma volta, quando o eleito é
designado por maioria relativa sobre qualquer outro candidato, mesmo que esta maioria seja
inferior à maioria absoluta (metade mais um) dos sufrágios exprimidos.
A escolha entre a volta única e as duas voltas depende, na prática, do número de partidos
existentes no país. Se há dois grandes partidos a concorrer ás eleições, a volta única basta; se
há mais de dois partidos com probabilidade de ganharem as eleições a segunda volta é
indispensável.
O sistema eleitoral moçambicano, tem como sustentáculo o Acordo Geral de Paz de 1992.
Este, sobretudo o protocolo III, traça os princípios que norteiam o processo eleitoral. O
protocolo advogava que a lei eleitoral estabelecerá um sistema eleitoral que consagra os
princípios de voto direto, igual, secreto e pessoal. As eleições da Assembleia da República e
do Presidente da República serão realizadas concomitantemente, onde as primeiras eleições
teriam lugar em 1993.
Segundo BRITO et al. (2010), as comissões mistas previstas naquele texto foram formadas
tardiamente, trabalharam com dificuldades, e as eleições previstas para o ano seguinte (1993)
só viriam a acontecer um ano depois, em outubro de 1994.
O direito a voto ficou reservado aos cidadãos moçambicanos maiores de 18 anos excepto os
incapacitados mentalmente ou dementes, bem como os detidos e condenados à prisão por
crimes dolosos. Este direito ficou condicionado à inscrição nas listas eleitorais.
Tal como explicito nas páginas anteriores, o sistema eleitoral é um conjunto de regras que
define como uma determinada eleição, o eleitor pode fazer suas escolhas e, como os votos são
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Conteúdo capturado na internet, disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Eleições_em_Moçambique
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contabilizados, sendo assim, surge a seguinte questão: qual é o órgão responsável pelas
eleições ou processo eleitoral. Segundo o artigo 2 e 3 da lei da CNE ambos da constituição, a
Comissão Nacional de Eleições é um órgão do Estado, independente de todos os poderes
públicos, e imparcial, responsável pela supervisão dos recenseamentos e dos atos eleitorais.
Na sua essência, as eleições servem para selecionar boas políticas ou políticos que sustentam
determinadas políticas, portanto, os partidos ou os candidatos fazem propostas políticas
durante a campanha e explicam como essas propostas poderiam afetar o bem-estar dos
cidadãos, os quais escolhem as propostas que gostariam de vê-las implementadas, bem como
das pessoas que se encarregarão de as implementá-las.
Em suma, um sistema eleitoral deve garantir uma justa representação dos diferentes grupos
sociais, incluindo indivíduos dos diferentes sexos, classes sociais, religiões e grupos étnicos.
O primeiro postulado segundo o qual as eleições servem para selecionar boas políticas ou
políticos que sustentam determinadas políticas, é problemático em Moçambique, primeiro
porque neste, está subjacente a ideia de que os eleitores recebem os manifestos eleitorais dos
diversos candidatos ou partidos políticos, analisam-nos e finalmente escolhem o candidato ou
partido político que apresenta o melhor manifesto, este que posteriormente seria transformado
num programa de governação3.
3
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/politica/o-papel-das-eleicoes-mocambique.htm
4
Idem
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Conclusão
Finda a elaboração do presente trabalho, esperamos ter apresentado de forma clara e objetiva
a questão do processo eleitoral macambicano. O sistema eleitoral moçambicano parece estar
adequado aos interesses das máquinas partidárias e dos profissionais da política, mas sofre ao
mesmo tempo de um défice de confiança por parte dos cidadãos, que não sentem que os seus
interesses e reivindicações sejam tomados em consideração pelos políticos. Destarte, o
sistema eleitoral moçambicano assim como africano está em processo de construção, portanto,
acreditamos que num futuro próximo irá adquirir sua forma original, segura e funcional capaz
de evitar e reduzir conflitos eleitorais e pós-eleitorais.
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Bibliografia
FERREIRA, A.B. Aurélio. Novo dicionário eletrônico aurélio. Editora Positivo, 2004
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/politica/o-papel-das-eleicoes-mocambique.htm
http://pt.wikipedia.org/w/indexx.hel.title=Norberto_Bobbio&oldid=63275483