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LAMINITE

(Laminite EQUINA
Equina)

Casco –
Anexo epidérmico insensível, constituído de
queratina, revestimento da parte distal da unha
• Lâminas dérmicas ou cório laminar:
vascularizadas e inervadas

• Lâminas epidérmicas ou insensíveis: sem


vascularização e inervação

• Lâminas secundárias: aumentam a área de


fixação entre as lâminas dérmicas e
epidérmicas

➔ Banda coronária: região em que a pele pilosa


se transforma em casco
- Predisponentes: doenças em outros sistemas:
• Gastrointestinal- afecções em estômago,
estrangulações, diarreia
• Respiratório- pleuropneumonia
• Geniturinário- endometrite
• Musculoesquelético- rabdomiólise (inflamação
muscular por esforço), dor contralateral
Vasos sanguíneos mais sensíveis → local das
• Endócrino- resistência à insulina (falta de glicose)
primeiras respostas às inflamações sistêmicas
• Corticóides- altas doses

▪ Pododermatite Asséptica Difusa /


Laminite Equina – ➔ Alteração de dieta:
Inflamação dos tecidos sensitivos do casco (lâminas Sobrecarga de carboidratos (milho, aveia, etc) →
dérmicas) gerando perda do suporte a 3° falange Fermentação → Acidificação (aumento do ácido
lático no ceco- pH) → Alterações no equilíbrio dos
Frequente em membros torácicos/ anteriores
microrganismos → Bacteriólise (liberação de toxinas
Afecção metabólica sistêmica, renal, endócrina, vasoativas- LPS de membrana das Gram -) →
cardiocirculatória, equilíbrio ácido- básico/ Endotoxemia → Aumento de histidina e histamina →
hidroeletrolítico, fatores de coagulação → podem Inflamação sistêmica
gerar alterações em cascos
Possivelmente secundária a cólicas
- Teorias da patogenia: vascular, traumática e do casco →Laminite de enduro (rotação e
metabólica (enzimática e endócrina) deslocamento da 3° falange) → Laminite de apoio →
Concussão
Sem paralelo a humanos
Teoria vascular –
Teoria metabólica –
Endotoxinas → Alteração na perfusão digital →
Vasoconstrição periférica (hipoperfusão do dígito) → I. Enzimática →
Edema vascular → Abertura de anastomoses
Alterações vasculares e inflamatórias que geram
arteriovenosas (tentativa de compensar menor
vasoconstrição por qualquer motivo
oxigenação) na banda coronária → Hipoperfusão e
hipo- oxigenação → Necrose da lâmina digital + Dor Geralmente complementa as outras teorias
→ Separação das lâminas dérmicas e epidérmicas + Vasoconstrição → Desbalanço de toxinas e enzimas
Degeneração laminar → Perda da ligação com casco do casco (metaloproteinases– remodelamento da
+ Tendão Flexor Profundo → Rotação e deslocamento matriz extracelular) → Degeneração tecidual → Perda
da 3° falange da fixação e necrose → Rotação e deslocamento da
3° falange

Teoria traumática –
Trauma direto no casco (forças excessivas nas II. Endócrina →
lâminas intradérmicas) → Lesão → Inflamação Alterações no tecido conectivo das lâminas derme/
(vasoconstrição + edema) → Isquemia e necrose → epiderme
Destruição da junção derme- epiderme das lâminas
Associado ao excesso do uso de glicocorticóides ou - Conclusão das causas:
resistência à insulina (correlação a fêmeas prenhas) Doenças que levem a endotoxemia e sepse
Menos glicose → Enfraquecimento da interface de Fatores desencadeantes (bactérias)
fixação → Rotação e deslocamento da 3° falange
Separação das lâminas – metaloproteinases
ativadas
Lesão vascular – aumenta lesão laminar
Fatores endócrinos

- Sinais clínicos:
Geralmente em ambos os membros anteriores
(animal não quer se movimentar)
Pulso digital aumentado
Aumenta temperatura e edema
Banda coronária aumentada
Sinais no sistema predisponente (causa base)
Abaulamento da sola (falange comprime)
Exposição da terceira falange (perfuração da sola)
Apoia mais peso nos membros pélvicos
- Classificação segundo progressão: • Crônica:
Fases – Perda do tecido conectivo e rotação da falange
distal (graus)
• Prodrômica:
Abaulamento da sola, crescimento dos talões,
Entre o motivo inicial e o aparecimento da
concavidade na face cranial da muralha, formação
claudicação
de anéis transversais (pela deformação no sistema
Duração média de 40H de túbulos de formação do casco) → linhas de
Varia entre 8-60H crescimento alteradas

Sem sinais clínicos e radiográficos de rotação Rotação da falange na radiografia

• Aguda:
Início com observação da claudicação - Graduação da claudicação em laminites:

Duração de 72h até o deslocamento da falange 1. Grau: animal alterna o apoio dos membros
distal torácicos constantemente, claudicação
discreta e encurta a fase de apoio
Dor, troca de apoio com frequência, relutância em se
movimentar, pulso coronário e digital evidente 2. Grau: animal encurta mais a fase de apoio, é
Sem sinais radiográficos de rotação possível levantar um dos membros anteriores
sem grandes dificuldades, “pisando em ovos”,
desloca o peso para os membros posteriores
3. Grau: animal reluta em se movimentar, não - Grau de mobilidade:
permite que se levante um dos membros
Troca de apoio
anteriores, “pisando em ovos”, desloca o peso
para os membros posteriores Condição corporal (acima ou abaixo – difícil
recuperação)
4. Grau: animal só se movimenta quando é
Alteração nas solas
forçado, projeta membros torácicos para cima
e para frente Pulso digital e temperatura dos cascos
Acima desse grau o animal passa a maior parte do Pinçamento do casco positivo em toda a sola
tempo em decúbito + sinais de infecção podal

- Tratamento clínico e manejo:


- Diagnóstico: de acordo com lesão e local Tratar afecção primária
Sinais endotoxêmicos ou não Prevenção de lesão adicional
• Radiografia – presença de gás Suporte para 3° falange (impedir movimento)
Crônica → rotação da falange + perda do Analgésicos
paralelismo entre o casco e falange
Fluidoterapia (cristaloides)
Subtração dos ângulos → sola e parede dorsal do
casco, sola e falange Anticoagulante como heparina (impedir
microtrombos → dano laminar)
• Venografia – contraste (diafrizoato de sódio) →
diminuição da perfusão Aspirina
Anti-inflamatório - Fenilbutazona 2,2mg/kg BID por • Casqueamento e ferrageamento (tentativa de
2 semanas; DMSO (antirradicais livres também) alinhar casco a nova falange)
Associação em doses baixas + outro analgésico - Casqueamento a curto prazo → rolar a pinça e
cuidado com úlceras gástricas conferir suporte na ranilha – fase de apoio dura
menos
Antibiótico - Ceftiodur sódico 3mg Kg SID 7-10 dias;
pode associar a Gentamicina 6,6mg/kg SID 3-5 dias Casqueamento a longo prazo → correção do
paralelismo entre casco e 3° falange distal, deve ser
Vasodilatadores (estimular reparo das lâminas) –
retirado gradativamente porções da sola, talão e
Isoxuprime → apenas nas fases aguda ou crônica
muralha
Tranquilizante - Acepromazina
Bloqueio perineural contraindicado → Animal volta
Tendão que faz força para falange rotacionar
a se movimentar → Prováveis lesões ou evolução do
quadro
*Apenas se não conseguir tocar - Tratamento cirúrgico:
• Repouso absoluto – diminuir progressão do dano Tenotomia do TFDP- casos com solas finas (< 10mm)
e rotação maior que 15°
• Suporte para o casco (diminuir dor e evitar
evolução da rotação da falange) - ferro com gesso Radiografia prévia
para talão elevado ou apoio da ranilha; ferradura
Associado ao casqueamento (realinhamento do
invertida; isopor ou EVA como bota
casco imediato)
• Cama alta

- Problemas comuns que acompanham:


Perda de peso, escaras de decúbito, sola dupla,
abscessos subsoleares, descolamento da coroa do
casco

- Prevenção: crioterapia
Sacos, buraco com lona ou piscina de gelo (melhor)
Diminui extensão de danos após início do
desenvolvimento
Primeiras 48H (laminite aguda)
Diminui a chegada de toxinas e metaloproteinases
nas lâminas do casco

- Prognóstico:
Depende da extensão da lesão
Bom - sem rotação de falange até o fim da
claudicação
Reservado - rotação de 15° e estável
Ruim - rotação com mais de 15° ou instável com 2
semanas

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