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PESQUISA EXPLORATÓRIA: APLICANDO INSTRUMENTOS DE GERAÇAO DE

DADOS – OBSERVAÇÃO, QUESTIONÁRIO E ENTREVISTA

Maira Vieira Amorim Franco1 - UnB


Otília Maria A. N. A. Dantas2 - UnB

Eixo – Formação de Professores


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

A testagem de instrumentos de geração de dados (observação, questionários e entrevistas) é


uma ação importante para todo pesquisador que se propõe a desenvolver uma pesquisa
exploratória, especialmente como forma de validação dos instrumentos. Aplica-los a outros
sujeitos para verificar sua capacidade de responder adequadamente aos objetivos da pesquisa
constitui-se na problemática desta pesquisa. Este trabalho tem como objetivo apresentar os
resultados do desenvolvimento da aplicação destes recursos metodológicos com os próprios
sujeitos respondentes no intuito de saber a funcionalidade de tais instrumentos: observação,
questionário e entrevista. Metodologicamente este projeto piloto nos proporcionou testar os
instrumentos de nossa pesquisa de Mestrado em Educação. Qualitativamente, este estudo
possibilitou validar tais instrumentos observando o contexto da investigação e suas
implicações ao propor aos sujeitos, professoras dos Anos Iniciais da rede pública do Distrito
Federal e atuantes de classes de alfabetização, a análise (avaliação) do questionário. Do ponto
de vista teórico nos pautamos em Creswell (2010), Demo (1995), Gil (2002), Marconi;
Lakatos (2003) e Manzato; Santos (2016). A pesquisa exploratória visa validar instrumentos e
proporcionar familiaridade com o campo de estudo. Constitui a primeira etapa de um estudo
mais amplo, e é comumente utilizada em pesquisas cujo tema foi pouco explorado podendo
ser aplicada em estudos iniciais para se obter uma visão geral acerca de determinados fatos.
Os resultados são esclarecedores tendo em vista que a iniciativa é válida para a pesquisa e
para o pesquisador por oportunizar o ajuste dos instrumentos, bem como dialogar com o

1
Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Brasília (UnB).
Professora da Educação Básica da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEDF). E-mail:
maira.vaf@gmail.com
2
Professora Associada da Universidade de Brasília. PHD em Educação pelo PPGE/FE da Universidade de
Brasília. Doutora e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Pedagoga pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Líder do GEPPESP (Grupo de Estudo e Pesquisa Profissão
Docente: Formação, Saberes e Práticas). E-mail: otiliadantas@unb.br. Coordenadora do Curso de Pedagogia da
Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.

ISSN 2176-1396
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campo epistemológico da pesquisa de Mestrado, validando por antecipação, os instrumentos,


os objetivos e o caminho teórico-metodológico delimitado.

Palavras-chave: Pesquisa exploratória. Instrumentos de geração de dados. Observação.


Questionário. Entrevista.

INTRODUÇÃO

Compreendendo a importância de analisar as nuances de um campo de pesquisa e


conhecer previamente o comportamento de um determinado grupo de sujeitos, este trabalho
tem como objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa exploratória que realizamos com
um grupo de professores da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal - SEDF.
Nesta ocasião pretendíamos aplicar instrumentos de geração de dados 3 no sentido de apreciar
estes recursos metodológicos com os próprios sujeitos da pesquisa. Trata-se de um pré-teste
(ou piloto) para a nossa pesquisa de Mestrado em Educação4, ainda em andamento no
Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação, na Universidade de Brasília - UnB.
Para tanto, elaboramos um plano de pesquisa, preparamos os instrumentos, aplicamos e
avaliamos com os professores supracitados. Este produto também foi o trabalho final de uma
disciplina do curso de mestrado. Como pré-teste, este material foi importante para a nossa
tomada de decisão sobre os instrumentos a serem aplicados na pesquisa principal. Convém
informar que esta etapa da pesquisa foi apresentada e autorizada pela SEDF/EAPE (Centro de
Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação).
Os instrumentos que ora tratamos são: questionário, entrevista e observação destinados
a professores da Educação Básica da rede pública do Distrito Federal atuantes nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental que receberam a formação pelo Pacto Nacional Pela
Alfabetização na Idade Certa – PNAIC. Este curso de formação continuada foi ofertado pelo
Ministério da Educação - MEC, nos anos de 2013 e 2014.
Optamos pela metodologia de natureza qualitativa, pois entendemos que o pesquisador
busca compreender o processo social da problemática do seu estudo sendo (re)direcionado e
avaliado ao longo de seu desenvolvimento. Segundo Creswell (2010), na investigação
qualitativa as estratégias escolhidas têm enorme influência sobre os procedimentos. O

3
Entendemos que os instrumentos e as técnicas em uma pesquisa qualitativa geram dados ao invés de
simplesmente coletá-los, uma vez que em contato com o objeto pesquisado os dados emergem e (re)direcionam
os rumos da investigação.
4
Projeto de pesquisa que estuda a prática pedagógica dos professores alfabetizadores da rede pública do DF, que
participaram do curso PNAIC, nos anos de 2013 e 2014.
14846

pesquisador pode estudar o(s) indivíduo(s), explorar processos, atividades e eventos ou


aprender sobre comportamento da cultura de indivíduos ou grupos. Para Demo (1995, p. 32) a
pesquisa qualitativa mira nos “[...] aspectos da realidade que não podem ser quantificados,
centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais”, pois enfatiza a
interpretação do objeto, levando-se em consideração o contexto pesquisado.
Neste artigo ainda pretendemos: explicar a opção pela pesquisa exploratória e os
instrumentos aplicados; retratar os sujeitos (professores) e o contexto deste estudo; delinear as
etapas da execução da pesquisa; apresentação dos resultados das análises dos instrumentos na
percepção dos professores e por fim, construir uma síntese abordando as implicações, lacunas
e possibilidades deste procedimento metodológico.

A PESQUISA EXPLORATÓRIA

A pesquisa exploratória tem por objetivo aprimorar hipóteses, validar instrumentos e


proporcionar familiaridade com o campo de estudo. Constitui a primeira etapa de um estudo
mais amplo, e é muito utilizada em pesquisas cujo tema foi pouco explorado, podendo ser
aplicada em estudos iniciais para se obter uma visão geral acerca de determinados fatos. (GIL,
2002).
Neste sentido, estamos desenvolvendo uma pesquisa em nível de Mestrado e nossa
opção pela pesquisa exploratória se justifica pela necessidade em conceber instrumentos
adequados ao contexto e aos sujeitos que pretendemos realizar a investigação e que atenda de
modo satisfatório os anseios, sejam eles dos pesquisadores ou dos pesquisados. Deste modo
poderemos mergulhar no campo de estudo com mais compreensão e precisão dos objetivos
que pretendemos alcançar. Este tipo de pesquisa nos traz dados qualitativos importantes para
o (re)direcionamento dos estudos, uma vez que não pretendemos confirmar ou refutar
hipóteses mas levantar questionamentos e possíveis equívocos na construção (ou elaboração)
dos instrumentos a serem aplicados. Em uma pesquisa qualitativa o ambiente é uma fonte
direta de geração de dados, pois lidamos diretamente com os sujeitos que tiveram experiência
com o problema (ou objeto) pesquisado.

INSTRUMENTOS DA PESQUISA
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Conforme dito anteriormente, os instrumentos utilizados na pesquisa foram:


observação, questionário e entrevista. Buscaremos apresentar cada uma destas ferramentas
que nos permitiram investigar com o rigor científico que se espera de uma pesquisa, mas com
um olhar sensível e detalhista para com o próprio campo de atuação.
A observação é uma das técnicas mais utilizadas para obtenção de informações para
pesquisas. Com este instrumento pode-se observar os fatos e correlações existentes. A
observação, segundo Marconi e Lakatos (2003), é importante, pois pode comprovar uma
teoria, um discurso na prática. O pesquisador precisa estar atento às situações ao seu redor,
procurando compreender as condições objetivas e subjetivas5 que compõem o campo de
estudo. Em uma pesquisa crítica busca-se observar os fenômenos sociais, como as relações
dos sujeitos são constituídas e como se dão as múltiplas determinações na construção destas
relações.
O questionário é um instrumento constituído por uma série ordenada de perguntas que
devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Deve apresentar uma
organização na obtenção de informações para facilitar a análise e tabulação das repostas. As
perguntas devem ser claras e objetivas para evitar erros de interpretação, contudo não devem
ser indutivas. Segundo Manzato e Santos (2016), as questões podem ser abertas, quando o
entrevistado discorre sobre seu ponto de vista e, fechadas ou objetivas, quando há opções de
respostas. O questionário, segundo Gil (1999, p.128) pode ser definido “como a técnica de
investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por
escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos,
interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”.
A entrevista propicia situações de contato com o entrevistado, mesmo que seja
necessário criar um ambiente informal para realizá-la. Trata-se de uma técnica rigorosa que
necessita de um planejamento prévio e roteiros que delimitem o percurso para se alcançar os
objetivos da pesquisa. Assim como o questionário, a análise das respostas de uma entrevista
exige cuidado com as inferências, com a interpretação para se analisar fidedignamente a
opinião do entrevistado. (DUARTE, 2004). Para Netto e Braz (2012, p. 22) “[...] o método de
pesquisa que propicia o conhecimento teórico, partindo da aparência, visa alcançar a essência
do objeto.”. E, como já explicitado, nossa pesquisa que é de cunho qualitativo buscou nos
instrumentos captar não só o que está posto, mas o interdito no discurso, nas entrelinhas de
5
Condições objetivas são as condições materiais de uma sociedade e as subjetivas são as imateriais, no campo
das ideias. (DEMO, 1995).
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cada resposta, neste sentido a entrevista possibilitou uma gama de informações essenciais
para a reflexão crítica da proposta de aplicação do instrumento.

CAMPO E SUJEITOS DA PESQUISA

O campo de pesquisa foi um Centro de Ensino Fundamental (CEF) da Coordenação


Regional de Ensino de Planaltina (CRE)6, ligada à SEDF. Esta escola foi inaugurada em
agosto de 1996 e até o presente momento atende 270 alunos dos Anos Iniciais no turno
matutino e 470 alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental no turno vespertino. Optamos
por realizar a pesquisa nesta escola, pois uma das pesquisadoras possui familiaridade com a
instituição e com as professoras, que participaram da formação do PNAIC, o que em nossa
avaliação facilitaria o encaminhamento dos estudos.
Os sujeitos da pesquisa são três professoras que atuam em classes de alfabetização,
apresentadas aqui com nomes fictícios à fim de preservar seu anonimato. São nomes de
flores: Rosa, Gérbera e Orquídea, escolhidos pelas próprias professoras. Convém observar
que as professoras em tela não participarão da pesquisa de Mestrado, uma vez que já
colaboraram na pesquisa piloto.
As professoras responderam a um questionário de identificação onde pretendíamos
lançar mão de perguntas com vistas a identificar dados profissionais que fossem de relevância
para a pesquisa e que delineassem o perfil de cada uma delas.
A professora Rosa cursou Magistério e ingressou na rede pública no ano de 1989. Em
seus quase 28 anos como docente, dedicou 20 deles a alfabetização de crianças. Licenciada
em História, em sua trajetória profissional participou de várias formações continuadas,
algumas delas ofertadas pela Secretaria de Educação do DF e uma especialização em Práticas
Pedagógicas. Rosa aposentou-se ainda no primeiro semestre de 2017, sempre atuou em sala
de aula e em 2016 trabalhou com uma turma de 2º ano.
Gérbera assim como Rosa aposentou-se no início de 2017 e também sempre atuou em
sala de aula. Concluiu sua formação do Curso Normal em 1984 ingressando em 1986 na
Secretaria de Educação do DF. Em 30 anos de magistério, dedicou 24 deles à alfabetização.
Cursou Geografia e especializou-se em Didática. Participou de cursos de formação continuada
ofertados pela rede pública e atua até o presente momento em uma turma do 2º ano.
6
Planaltina é uma Região Administrativa do Distrito Federal. As Regiões Administrativas são subdivisões
territoriais regulamentadas pela Lei nº 4.545/64, com o objetivo de descentralizar as ações do poder público na
região.
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Orquídea é Licenciada em Pedagogia, ingressou na Rede Pública no ano de 1996


participando de diversos cursos de formação continuada e especializou-se em Educação
Ambiental. Em sua trajetória profissional atuou na Coordenação Pedagógica e como Vice-
Diretora. Em sala de aula, dedicou 13 anos as classes de alfabetização e em 2016 trabalhou
com uma turma de 3º ano.
As professoras convidadas a participar desta fase da pesquisa procuravam planejar
algumas atividades coletivamente, uma vez que no DF as turmas de 1º, 2º e 3º anos formam o
Bloco Inicial de Alfabetização - BIA. A SEDF implantou em 2005 o BIA, antecipando-se aos
dispositivos legais que viriam ampliar a escolaridade mínima de 08 para 09 anos no Ensino
Fundamental, como por exemplo, a Lei nº 11.274 de 06 de fevereiro de 2006 (LDBEN). No
BIA, os estudantes ingressam aos 06 anos de idade e completam o ciclo de alfabetização e
letramento aos 08 anos, segundo documento da SEDF (2014), reorganizando o tempo e o
espaço escolar em ciclos de aprendizagem adotando a progressão continuada e a retenção
somente no 3º ano e último ano do ciclo de alfabetização (BRASÍLIA, 2012).
A pesquisa tinha como proposta inicial ser um estudo de caso, mas, devido ao tempo
disponível para atuação, tanto da pesquisadora e das professoras pesquisadas, configurou-se
em uma pesquisa exploratória, com o objetivo principal de aplicar e validar instrumentos de
geração de dados para a pesquisa de Mestrado mencionada anteriormente, conforme
apresentada no quadro 1.

Quadro 1 – Quadro de coerência da pesquisa.

Apresentação Objetivo Geral

Trata-se de uma pesquisa de exploratória que Construir/elaborar instrumentos de pesquisa para


pretende a partir da observação da prática geração de dados, observação, questionário e
pedagógica de três professoras, que atuam em entrevista.
Classes de Alfabetização, elaborar e aplicar um
questionário para que seja analisado e avaliado
pelas docentes, no sentido de contribuírem para a
elaboração de novo modelo de questionário de
construção de dados de pesquisa.

Objetivos Específicos Desenvolvimento

- Observar a prática pedagógica dos professores A pesquisa teve a duração de três semanas a
em sala de aula e coordenação pedagógica; partir da autorização da EAPE, anuência da CRE
- Aplicar questionário pré-teste (ou piloto); de Planaltina e da escola.
- Entrevistar os professores para que apresentem 1ª semana: observação de aulas e coordenação
a sua avaliação acerca do modelo de questionário pedagógica (roteiro de observação);
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aplicado; 2ª semana: aplicação de questionário


- Elaborar a partir da avaliação e sugestões dos 3ª semana: entrevista para avaliação do
professores um novo modelo de questionário de instrumento.
construção de dados de pesquisa.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
As professoras disponibilizaram os planos de aula que seriam desenvolvidos na
semana da pesquisa. Nestes planos os objetivos e metodologias que evidenciavam a proposta
pedagógica adotada por elas. Foi possível observar que algumas propostas que foram
apresentadas e discutidas na formação do PNAIC estavam contempladas como, por exemplo,
a organização na perspectiva da Sequencia Didática (SD) e a ludicidade no desenvolvimento
das atividades ao longo da semana. Em uma SD são previstas uma organização de atividades
que promovam uma progressão modular sobre um determinado gênero textual oral ou escrito.
Segundo Amaral (2015, p. 1):

[...] as sequências didáticas são um conjunto de atividades ligadas entre si,


planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. Organizadas de acordo com
os objetivos que o professor quer alcançar para a aprendizagem de seus alunos, elas
envolvem atividades de aprendizagem e de avaliação.

Os quadros 2 e 3 apresentam os planos de aula das professoras entrevistadas. No


quadro 2 as professoras usufruem da redução ¼ de carga horária em regência de classe, após
20 anos de magistério. Neste caso, quem atua como regente nas turmas, na segunda para
Gérbera e na sexta para Rosa, é outra professora. Neste horário, Rosa e Gérbera ficam na sala
dos professores planejando.

Quadro 2 – Planejamento semanal turmas de 2º ano.


Planejamento Rosa e Gérbera (2º ano)
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
14851

- Entrada e - Entrada e rotina - Entrada e rotina - Entrada e rotina - Entrada e


rotina (quantos (quantos somos e (quantos somos e (quantos somos e rotina (quantos
somos e chamada chamada chamada somos e
chamada calendário, ajudante calendário, ajudante calendário, ajudante chamada
calendário, do dia etc); do dia etc); do dia etc); calendário,
ajudante do dia - Cabana Literária - Confecção de - Correção da tarefa ajudante do dia
etc); (biblioteca); mural com os de casa: leitura das etc);
- Dia do Bingo; - Contação de personagens da produções de texto; - Revisão da
- Sucessor e histórias: Turma da história contada na - Leitura da história Semana*;
antecessor; professora Gérbera; cabana; “Um redondo pode - Atividades no
- Composição e – Livro “Viviana, a - Criação de outro ser quadrado?”; livro didático,
decomposição de rainha do pijama”; final para a história, - Atividade com xerocadas, jogos
numerais; - Correção da tarefa atividade em dupla; formas geométricas: etc;
de casa; criar os desenhos e
objetos da história;

Lanche e Recreio

- Atividade - Atividade de - Horário da - Identificar as


xerocada a partir exploração da Quadra; formas geométricas
da cartela do história contada na - Tarefa de casa: nas instalações da
Bingo; cabana: ordenação Realizar uma escola, em sala
- Tarefa de dos fatos e reconto atividade de desenhar o
casa: outra coletivo; produção de texto ambiente visitado;
atividade - Tarefa de casa: no livro didático - Tarefa de casa:
xerocada com Escolher um dos (história em Identificar as
atividades animais da história quadrinhos). formas geométricas
similares às para reproduzir o em imagens de
desenvolvidas pijama (recorte e revista.
em sala. colagem com
revistas).
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir dos planos de aula disponibilizados pelas professoras do 2º ano.

No quadro 3, encontramos o discurso da professora Orquídea. Ela relata que nesta


semana como estavam trabalhando com o livro “Viviana, a rainha do pijama”, as tarefas de
casa foram direcionadas para a conclusão das atividades sobre o tema.

Quadro 3 – Planejamento semanal turmas de 3º ano.


Planejamento Orquídea (3º ano)
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

- Entrada e - Entrada e rotina - Entrada e - Entrada e rotina - Entrada e rotina


rotina (calendário, rotina (calendário, quantos (calendário,
(calendário, quantos somos, (calendário, somos, ajudante do dia quantos somos,
quantos somos, ajudante do dia quantos somos, etc); ajudante do dia
ajudante do dia etc); ajudante do dia - Atividades de etc);
etc); - Cabana Literária etc); matemática envolvendo - Correção
- Continuação (biblioteca) situações da história – coletiva da tarefa
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do Projeto do - Contação da - Confecção do atividade em duplas de casa;


livro “Viviana, a história do Livro mural com as com o auxílio da tabela - Atividade com
rainha do “Viviana, a rainha pesquisas sobre Pitagórica jogos de análise
pijama”; do pijama” para as os animais; (multiplicação); combinatória:
- Confecção de turmas do 2º ano; partes de pijamas,
máscaras para corpo dos animais
contação de etc;
histórias para as
turmas do 2º
ano;

Lanche e Recreio

- Horário da - Pesquisa sobre os - Localização - Tarefa de casa: - Produção de


quadra. animais da história: dos endereços Atividades xerocadas texto (fábula) com
onde vivem? O que citados na similares às os animais da
comem? Como se história no desenvolvidas na sala. história –
reproduzem? mapa múndi; atividade em
Atividade em trio. - Desenho da duplas.
casa de cada
animal.
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir dos planos de aula disponibilizados pelas professoras do 3º ano.

Para a observação em sala de aula, foi elaborado um roteiro (Quadro 4) para que
fossem registrados aspectos relevantes sobre a interação da turma, o desenvolvimento das
atividades planejadas no sentido de criar um clima de envolvimento com a professora e os
alunos.

Quadro 4 – Roteiro de observação em sala de aula.


Roteiro de Observação
O que observar...

1. Professor e o conteúdo;
2. Alunos e o conteúdo;
3. Professor e os alunos
4. Alunos com os colegas;
5. Organização da sala de aula.
Fonte: Adaptado do site Gestão Escolar (HEIDRICH, 2010).

Durante as observações, procuramos identificar o cumprimento do plano de aula,


verificando como se desenvolveram as interações entre as professoras, alunos e os conteúdos.
Identificamos que mesmo seguras dos objetivos que precisavam ser alcançados, as
professoras realizaram adaptações em algumas atividades procurando atender os alunos que
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não estavam acompanhando o restante da turma ou ainda ampliaram, quando pertinente, a


complexidade dos conteúdos abordados.
Para o momento da coordenação pedagógica, julgamos interessante criar também um
roteiro de observação (Quadro 5).

Quadro 5 – Roteiro de observação da coordenação pedagógica


Roteiro de Observação
O que observar...

1. Professor e colegas;
2. Periodicidade do planejamento;
3. Material à disposição e utilizado;
4. Conteúdo e materiais preparados;
5. Estrutura e organização do espaço.
Fonte: Adaptado do site Gestão Escolar (HEIDRICH, 2010).

No espaço da coordenação pedagógica, procuramos observar a organização do tempo,


do espaço e as interações do grupo pesquisado. Na disposição da escola, todos os professores
dos Anos Iniciais têm a sua regência de classe no turno matutino e, portanto, todo o grupo
coordena no turno vespertino. Na rede pública do DF, a carga horária dos professores regentes
que atuam 40 horas semanais é divida em turno de regência de classe com 25 horas e de
coordenação pedagógica com 15 horas, no turno contrário ao da regência, conforme prevê a
Portaria de que regulamenta a Distribuição de Carga Horária, publicada anualmente pela
SEDF.
A Portaria atual nº 446 de 19 de dezembro de 2016, prevê que às quartas-feiras as
coordenações sejam coletivas7 e, às segundas-feiras e às sextas-feiras sejam destinadas à
coordenação pedagógica individual, que poderá ocorrer fora do ambiente escolar. As terças ou
quintas-feiras são destinadas à formação continuada presencial reconhecida pelo Centro de
Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação – EAPE. Caso o professor não esteja em
formação continuada, esses dias são destinados à coordenação pedagógica individual na
escola.
Na quarta-feira, acompanhamos uma reunião entre coordenadores de escolas de Anos
Iniciais, organizada pela CRE de Planaltina. Estas reuniões acontecem mensalmente, tendo
sempre uma escola como anfitriã. O objetivo destas reuniões é compartilhar ações ou projetos

7
Reunião com os docentes por área, geralmente organizada pela equipe gestora e/ou Coordenador Pedagógico,
para tratar de assuntos pertinentes a rotina escolar.
14854

desenvolvidos nas escolas. O CEF Nossa Senhora de Fátima apresentou um projeto


desenvolvido pelas professoras do 4º ano, mas que contava com a colaboração dos demais
professores tanto na organização, quanto na participação dos alunos das outras turmas nas
atividades do projeto. As professoras Rosa, Gérbera e Orquídea relataram que seus alunos
participam dos momentos contação de histórias e que comumente dão sugestões de temas e de
materiais para o projeto do 4º ano. Foi possível constatar que as professoras participantes da
pesquisa, constantemente, são solicitadas pelo grupo de docentes da escola devido a sua
experiência profissional (muitos anos de regência de classe) e pela disposição que apresentam
em contribuir com os colegas. Esses momentos formativos de coordenação pedagógica são
permeados de interação entre os colegas. O espaço da sala de coordenação favorece essa
interação, pois todos os professores ficam concentrados em uma única mesa ou em mesas
menores muito próximas.
O próximo item do cronograma da pesquisa foi a aplicação dos questionários
(identificação e de pesquisa) e a entrevista sobre as impressões das professoras acerca do
material. No roteiro da entrevista (Quadro 6) esperávamos avaliar o nosso instrumento de
pesquisa aplicado às professoras considerando as seguintes questões:

Quadro 6 - Roteiro de entrevista


Roteiro de Entrevista
O que e para quê perguntar...

1. A quantidade de perguntas foi adequada?


2. O tipo de questões, abertas e fechadas, foram bem distribuídas?
3. O tempo para responder ao questionário foi suficiente?
4. As perguntas foram pertinentes? Retratavam o contexto da
escola?
5. Quais perguntas vocês gostariam de modificar? Por quê?
6. Quais perguntas vocês gostariam de sugerir?
7. De modo geral, o questionário foi bem elaborado?
Fonte: Elaborado pelas autoras.

O objetivo maior da entrevista era extrair uma avaliação do questionário que


aplicamos às professoras no intuito de aprimorá-lo para, em seguida, usar com os pesquisados
de nossa pesquisa do Mestrado. A entrevista foi coletiva, a pedido das próprias professoras.
Elas justificaram que durante o período da pesquisa compartilharam informações e
impressões acerca do estudo aplicado na escola e que juntas poderiam contribuir melhor.
Neste sentido, foram orientadas a responderem cada pergunta individualmente e caso fosse
14855

pertinente, poderiam complementar a resposta da colega. Foi uma experiência nova, pois a
pesquisadoras haviam planejado entrevistas individuais, mas que trouxe resultados
importantes para a percepção do questionário e sua aplicação futura.
Assim, apresentamos de forma suscita o desenvolvimento do trabalho realizado na
escola, os objetivos de cada etapa delineando o perfil das professoras e do espaço investigado.
Abordaremos na próxima seção a análise e a discussão dos resultados que emergiram do
processo de pesquisa.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A pesquisa mostrou-se muito produtiva e o objetivo foi alcançado uma vez que
conseguimos discutir com as professoras os instrumentos de geração de dados: questionário,
observação e entrevista. Para cada etapa, disponibilizamos roteiros que auxiliaram nas
anotações centradas nos objetivos que pretendíamos observar e que levamos em consideração
no momento da elaboração dos questionários.
O contato com a escola foi feito através de uma visita, previamente agendada. Tanto a
Diretora quanto às professoras mostraram-se receptivas a proposta da pesquisa. Como
informamos anteriormente, a seleção das professoras se deu pela familiaridade das
pesquisadoras com a escola e com as docentes, disponibilidade em participar de todas as
etapas, bem como de terem participado do PNAIC nos anos 2013 e 2104.
Os planos de aula disponibilizados demonstram planejamento do ensino e variação dos
modos de organização do trabalho pedagógico. Observamos também que ambos os
planejamentos traziam alguns elementos que foram apresentados na formação do PNAIC
(BRASIL, 2012a; 2012b) e que também podem ser encontrados nas Diretrizes Pedagógicas
do BIA (BRASÍLIA, 2012). Estes elementos compõem a estrutura da rotina de uma classe de
alfabetização e que podem ser agrupadas em três modalidades: Atividades permanentes;
Sequência didática e Projetos de trabalhos.
As atividades permanentes são propostas que devem priorizar as reflexões sobre o
Sistema de Escrita Alfabética, necessitam de uma regularidade e devem ser planejadas
conforme a rotina da turma. Podem incluir: Entrada, quantos somos, chamada, calendário,
escolha do ajudante do dia, tarefa de casa etc. (BRASIL, 2012a; 2012b; BRASÍLIA, 2014;
2016).
14856

A sequência didática pode organizar uma prática de leitura e escrita semanal, além de
serem planejadas para se alcançar um objetivo específico de um conteúdo, de forma
significativa e contextualizada, com os diferentes componentes curriculares. (BRASIL,
2012a; 2012b; BRASÍLIA, 2014; 2016).
Os projetos de trabalhos ou didáticos são uma outra forma de organização
pedagógica que são construídos a partir de eixos do próprio currículo, com propostas de se
construir autonomia, abarcar as sequências didáticas e buscam um produto final, um objetivo
maior a ser alcançado. (BRASIL, 2012a; 2012b; BRASÍLIA, 2014; 2016). Os planos de aula
trazem uma distribuição de atividades com propostas diferentes que buscam contemplar a
aquisição Sistema de Escrita Alfabética aliada a outros componentes curriculares.
Com base no roteiro de observação da sala de aula, percebemos que o
desenvolvimento dos planos de aula se deu de forma adequada. Cada professora, juntamente
com seus alunos, organizou a sala conforme a proposta do dia. As crianças demonstraram
certa autonomia na realização das tarefas, o que nos leva a inferir que os alunos estão
habituados a frequentar a “Cabana Literária” e a realizar atividades em duplas ou trios; no
momento da explicação da professora o ajudante do dia se posicionava para entregar as
atividades, chamar os colegas para a fila do lanche e demais atividades.
Na primeira observação da coordenação pedagógica pudemos acompanhar uma
reunião com todos os professores dos anos iniciais. A pauta penar propostas para a
comemoração do dia das crianças. Terminada a reunião, as professoras do BIA se reuniram
para socializar os resultados da contação de histórias na “Cabana Literária” e planejar a
próxima história observando o tema e os materiais de apoio (livro, projetor, fantoches etc).
Em seguida as professoras se reuniram, por ano, no intuito de listar os conteúdos que
poderiam ser trabalhados com aquela história. Na segunda observação, a escola foi anfitriã de
uma reunião de coordenadores pedagógicos de outras unidades escolares da CRE de
Planaltina. Foi um momento de apresentação de projetos exitosos destas escolas que foram
desenvolvidos no primeiro semestre de 2016. Na terceira observação, as professoras não
estavam na escola, neste dia elas participam de um curso de formação na sede da EAPE: Rosa
e Gérbera estavam participando de um curso sobre “Inclusão” e Orquídea do de “A arte de
contar histórias”.
14857

Observamos que houve interação entre as professoras do BIA, mesmo com conteúdos
curriculares diferentes, elas procuram realizar coletivamente ao menos uma atividade por
semana, socializando experiências, dúvidas e materiais.
Após a semana de observação, marcamos um horário e entregamos os questionários
(de identificação e da pesquisa) informando a data para a devolução e entrevista. As
professoras foram esclarecidas que além de responderem as perguntas, deveriam fazer uma
avaliação do material observando a formulação, relevância, distribuição (questões abertas e
fechadas) etc.
No dia combinado e seguido o roteiro da entrevista, reunimos as três professoras para
termos uma conversa descontraída solicitando que fossem bem francas em relação a avaliação
dos questionários. As professoras responderam que, de forma geral, os questionários estavam
bem elaborados e o tempo foi suficiente (cerca de três semanas), mas nos chamaram a atenção
para algumas perguntas e sugeriram alterações. Vejamos:

Quadro 7 – Sugestão de alteração de perguntas dos questionários


Questionário Pergunta Sugestão de Alteração
7. Professor(a) efetivo na SEDF? Inverter a ordem das
( ) Sim ( ) Não perguntas.

Identificação 8. Ano de ingresso na SEDF: ____

10. Quantos alunos? ____ meninas Faltou perguntar se a turma


____ meninos ____ Total tem algum aluno especial e
quantos.

3. Escreva o(s) curso(s) mais 3. Escreva os mais


importantes ou recentes: (espaço para significativos:
anotação de 10 cursos)
(as professoras disseram que
Área/Curso: deu muito trabalho procurar
Instituição: os certificados dos 10 cursos
Ano: mais recentes)

6. Quais situações são um empecilho 6. Quais situações dificultam


para participação de cursos de sua participação em cursos de
formação: formação:
Pesquisa ( ) horário ( ) dia da semana
( ) local ( ) transporte ( ) conteúdo
( ) falta de companhia
( ) aprovação da direção da escola (
) período de duração ( ) outros:
14858

16. O Curso PNAIC contribuiu para a Juntar as duas perguntas:


reflexão da sua prática pedagógica?
( ) sim ( ) ás vezes ( ) não 16. Em sua opinião, de que
maneira o PNAIC contribuiu
17. Se sim, de que maneira foi essa para reflexão da prática
contribuição? pedagógica do professor(a)?
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Embora a análise geral tenha sido satisfatória para a elaboração do questionário, foi
percebido na entrevista que as professoras não estavam muito à vontade para analisar o
material justificando que a pesquisadora, pelo fato de ter sido formadora no curso PNAIC,
tem autoridade para elaborar este instrumento.
Entendemos que foi de grande importância esta etapa de aplicação dos instrumentos de
geração de dados e que, apesar da disponibilidade das professoras, ao final da pesquisa,
devido ao cronograma da semana da criança, compromissos dos cursos de formação e
também pessoais, elas precisaram de três semanas para concluir o questionário e marcarmos a
entrevista. Portanto, neste trabalho ora apresentado, não foi objetivo nosso, analisar as
respostas das professoras.

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