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Resumo
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Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Brasília (UnB).
Professora da Educação Básica da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEDF). E-mail:
maira.vaf@gmail.com
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Professora Associada da Universidade de Brasília. PHD em Educação pelo PPGE/FE da Universidade de
Brasília. Doutora e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Pedagoga pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Líder do GEPPESP (Grupo de Estudo e Pesquisa Profissão
Docente: Formação, Saberes e Práticas). E-mail: otiliadantas@unb.br. Coordenadora do Curso de Pedagogia da
Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.
ISSN 2176-1396
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INTRODUÇÃO
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Entendemos que os instrumentos e as técnicas em uma pesquisa qualitativa geram dados ao invés de
simplesmente coletá-los, uma vez que em contato com o objeto pesquisado os dados emergem e (re)direcionam
os rumos da investigação.
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Projeto de pesquisa que estuda a prática pedagógica dos professores alfabetizadores da rede pública do DF, que
participaram do curso PNAIC, nos anos de 2013 e 2014.
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A PESQUISA EXPLORATÓRIA
INSTRUMENTOS DA PESQUISA
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cada resposta, neste sentido a entrevista possibilitou uma gama de informações essenciais
para a reflexão crítica da proposta de aplicação do instrumento.
- Observar a prática pedagógica dos professores A pesquisa teve a duração de três semanas a
em sala de aula e coordenação pedagógica; partir da autorização da EAPE, anuência da CRE
- Aplicar questionário pré-teste (ou piloto); de Planaltina e da escola.
- Entrevistar os professores para que apresentem 1ª semana: observação de aulas e coordenação
a sua avaliação acerca do modelo de questionário pedagógica (roteiro de observação);
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Lanche e Recreio
Lanche e Recreio
Para a observação em sala de aula, foi elaborado um roteiro (Quadro 4) para que
fossem registrados aspectos relevantes sobre a interação da turma, o desenvolvimento das
atividades planejadas no sentido de criar um clima de envolvimento com a professora e os
alunos.
1. Professor e o conteúdo;
2. Alunos e o conteúdo;
3. Professor e os alunos
4. Alunos com os colegas;
5. Organização da sala de aula.
Fonte: Adaptado do site Gestão Escolar (HEIDRICH, 2010).
1. Professor e colegas;
2. Periodicidade do planejamento;
3. Material à disposição e utilizado;
4. Conteúdo e materiais preparados;
5. Estrutura e organização do espaço.
Fonte: Adaptado do site Gestão Escolar (HEIDRICH, 2010).
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Reunião com os docentes por área, geralmente organizada pela equipe gestora e/ou Coordenador Pedagógico,
para tratar de assuntos pertinentes a rotina escolar.
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pertinente, poderiam complementar a resposta da colega. Foi uma experiência nova, pois a
pesquisadoras haviam planejado entrevistas individuais, mas que trouxe resultados
importantes para a percepção do questionário e sua aplicação futura.
Assim, apresentamos de forma suscita o desenvolvimento do trabalho realizado na
escola, os objetivos de cada etapa delineando o perfil das professoras e do espaço investigado.
Abordaremos na próxima seção a análise e a discussão dos resultados que emergiram do
processo de pesquisa.
A pesquisa mostrou-se muito produtiva e o objetivo foi alcançado uma vez que
conseguimos discutir com as professoras os instrumentos de geração de dados: questionário,
observação e entrevista. Para cada etapa, disponibilizamos roteiros que auxiliaram nas
anotações centradas nos objetivos que pretendíamos observar e que levamos em consideração
no momento da elaboração dos questionários.
O contato com a escola foi feito através de uma visita, previamente agendada. Tanto a
Diretora quanto às professoras mostraram-se receptivas a proposta da pesquisa. Como
informamos anteriormente, a seleção das professoras se deu pela familiaridade das
pesquisadoras com a escola e com as docentes, disponibilidade em participar de todas as
etapas, bem como de terem participado do PNAIC nos anos 2013 e 2104.
Os planos de aula disponibilizados demonstram planejamento do ensino e variação dos
modos de organização do trabalho pedagógico. Observamos também que ambos os
planejamentos traziam alguns elementos que foram apresentados na formação do PNAIC
(BRASIL, 2012a; 2012b) e que também podem ser encontrados nas Diretrizes Pedagógicas
do BIA (BRASÍLIA, 2012). Estes elementos compõem a estrutura da rotina de uma classe de
alfabetização e que podem ser agrupadas em três modalidades: Atividades permanentes;
Sequência didática e Projetos de trabalhos.
As atividades permanentes são propostas que devem priorizar as reflexões sobre o
Sistema de Escrita Alfabética, necessitam de uma regularidade e devem ser planejadas
conforme a rotina da turma. Podem incluir: Entrada, quantos somos, chamada, calendário,
escolha do ajudante do dia, tarefa de casa etc. (BRASIL, 2012a; 2012b; BRASÍLIA, 2014;
2016).
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A sequência didática pode organizar uma prática de leitura e escrita semanal, além de
serem planejadas para se alcançar um objetivo específico de um conteúdo, de forma
significativa e contextualizada, com os diferentes componentes curriculares. (BRASIL,
2012a; 2012b; BRASÍLIA, 2014; 2016).
Os projetos de trabalhos ou didáticos são uma outra forma de organização
pedagógica que são construídos a partir de eixos do próprio currículo, com propostas de se
construir autonomia, abarcar as sequências didáticas e buscam um produto final, um objetivo
maior a ser alcançado. (BRASIL, 2012a; 2012b; BRASÍLIA, 2014; 2016). Os planos de aula
trazem uma distribuição de atividades com propostas diferentes que buscam contemplar a
aquisição Sistema de Escrita Alfabética aliada a outros componentes curriculares.
Com base no roteiro de observação da sala de aula, percebemos que o
desenvolvimento dos planos de aula se deu de forma adequada. Cada professora, juntamente
com seus alunos, organizou a sala conforme a proposta do dia. As crianças demonstraram
certa autonomia na realização das tarefas, o que nos leva a inferir que os alunos estão
habituados a frequentar a “Cabana Literária” e a realizar atividades em duplas ou trios; no
momento da explicação da professora o ajudante do dia se posicionava para entregar as
atividades, chamar os colegas para a fila do lanche e demais atividades.
Na primeira observação da coordenação pedagógica pudemos acompanhar uma
reunião com todos os professores dos anos iniciais. A pauta penar propostas para a
comemoração do dia das crianças. Terminada a reunião, as professoras do BIA se reuniram
para socializar os resultados da contação de histórias na “Cabana Literária” e planejar a
próxima história observando o tema e os materiais de apoio (livro, projetor, fantoches etc).
Em seguida as professoras se reuniram, por ano, no intuito de listar os conteúdos que
poderiam ser trabalhados com aquela história. Na segunda observação, a escola foi anfitriã de
uma reunião de coordenadores pedagógicos de outras unidades escolares da CRE de
Planaltina. Foi um momento de apresentação de projetos exitosos destas escolas que foram
desenvolvidos no primeiro semestre de 2016. Na terceira observação, as professoras não
estavam na escola, neste dia elas participam de um curso de formação na sede da EAPE: Rosa
e Gérbera estavam participando de um curso sobre “Inclusão” e Orquídea do de “A arte de
contar histórias”.
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Observamos que houve interação entre as professoras do BIA, mesmo com conteúdos
curriculares diferentes, elas procuram realizar coletivamente ao menos uma atividade por
semana, socializando experiências, dúvidas e materiais.
Após a semana de observação, marcamos um horário e entregamos os questionários
(de identificação e da pesquisa) informando a data para a devolução e entrevista. As
professoras foram esclarecidas que além de responderem as perguntas, deveriam fazer uma
avaliação do material observando a formulação, relevância, distribuição (questões abertas e
fechadas) etc.
No dia combinado e seguido o roteiro da entrevista, reunimos as três professoras para
termos uma conversa descontraída solicitando que fossem bem francas em relação a avaliação
dos questionários. As professoras responderam que, de forma geral, os questionários estavam
bem elaborados e o tempo foi suficiente (cerca de três semanas), mas nos chamaram a atenção
para algumas perguntas e sugeriram alterações. Vejamos:
Embora a análise geral tenha sido satisfatória para a elaboração do questionário, foi
percebido na entrevista que as professoras não estavam muito à vontade para analisar o
material justificando que a pesquisadora, pelo fato de ter sido formadora no curso PNAIC,
tem autoridade para elaborar este instrumento.
Entendemos que foi de grande importância esta etapa de aplicação dos instrumentos de
geração de dados e que, apesar da disponibilidade das professoras, ao final da pesquisa,
devido ao cronograma da semana da criança, compromissos dos cursos de formação e
também pessoais, elas precisaram de três semanas para concluir o questionário e marcarmos a
entrevista. Portanto, neste trabalho ora apresentado, não foi objetivo nosso, analisar as
respostas das professoras.
REFERÊNCIAS
DEMO, Pedro. Metodologia científica: em ciências sociais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
______, Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002
HEIDRICH, Gustavo. Como fazer observação escolar. Gestão escolar. 01 jul. 2010.
Disponível em: <http://gestaoescolar.org.br/formacao/como-fazer-observacao-sala-aula-
574428. shtml?page=2>. Acesso em: 19 set. 2016.
NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia Política: uma introdução crítica. São Paulo:
Cortez, 2012.