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SUMÁRIO

1.1. Introdução
1.2. Referencial teórico e estudo de caso
1.2.1. Nomenclatura
1.2.2. Etapas do projeto
1.2.3. Simbologia gráfica
1.2.4. Exemplos de ligações
1.2.4.1. Interruptor paralelo (three-way)
1.2.4.2. Interruptor intermediário (four-way)
1.2.5. Padrão brasileiro de tomadas
1.2.6. Classificação de unidades consumidoras
1.2.7. Dimensionamento
1.2.7.1. Levantamento de cargas e divisão de circuitos
1.2.7.1.1. Classificação da unidade consumidora - demanda provável
1.2.7.1.2. Método da demanda provável
1.2.7.1.3. Levantamento da potência total
1.2.7.1.4. Divisão de circuitos
1.2.7.2. Condutor
1.2.7.2.1. Capacidade de condução de corrente (Ampacidade)
1.2.7.2.2. Correção pela queda de tensão
1.2.7.3. Eletroduto
1.2.7.4. Dispositivo de proteção
1.2.7.4.1. Proteção contra correntes de sobrecarga
1.2.7.4.2. Proteção contra correntes de curto-circuito

LISTA DE FIGURAS

Fig. 01: Diagrama unifilar exemplo

Fig. 02: Diagrama multifilar exemplo

Fig. 03: Quadro geral de luz e força

Fig. 04: Interruptores – parte 1. a) Interruptor de uma seção b) Interruptor de duas


seções c) Interruptor de três seções

Fig. 05: Interruptores – parte 2. a) Interruptor paralelo (three-way) b) Interruptor


intermediário (four-way)

Fig. 06: Tomadas. a) Tomada baixa b) Tomada média c) Tomada alta

Fig. 07 Ponto de luz (incandescente, led, descarga)

Fig 08: Eletrodutos. a) Embutido no teto ou parede b) Embutido no piso

Fig 09: Cabos de ligação (da esquerda para direita: fase, neutro, retorno e
proteção)

Fig 10: Exemplo de ligação three-way

Fig 11: Exemplo de ligação four-way

Fig. 12: Padrões de tomadas


Fig. 13: Conexão plugue-tomada

Fig. 14: Exemplo de curva de carga diá09ria de uma unidade consumidora


residencial

Fig. 15: Planta baixa exemplo

Fig. 16: Planta baixa com os componentes da instalação

Fig. 17: Representação gráfica limite de queda de tensão máxima

Fig. 18: Gráfico de corrente de curto-circuito

Fig. 19: Curvas de disparo. a) Tipo B b) Tipo C

LISTA DE TABELAS
Tab. 01: Dimensionamento para unidades consumidoras urbanas ou rurais
atendidas por redes de distribuição secundárias trifásicas (127/220V)

Tab. 02: Dimensionamento para unidades consumidoras urbanas ou rurais


atendidas por redes de distribuição secundárias trifásicas (127/220V) –
ligações a 4 fios (ND – 5.1 Tabela 2)

Tab. 03: Classificação unidade consumidora

Tab. 04: Fatores de demanda para iluminação e tomadas para unidades


consumidoras residenciais
Tab. 05: Fatores de demanda de fornos e fogões elétricos
Tab. 06: Fatores de demanda de aparelhos eletrodomésticos, de aquecimento,
de refrigeração e condicionadores de ar

Tab. 07: Número de pontos de luz e respectivas potências de iluminação

Tab. 08: Número mínimo de TUGs e TUEs

Tab. 10: Levantamento das potências da instalação

Tab. 11: Divisão de circuitos exemplo

Tab.12: Divisão dos circuitos por fase e potência de cada uma

Tab. 13: Seção mínima do condutor de neutro

Tab. 14: Seção mínima do condutor de proteção

Tab. 15: Correntes de circuito do exemplo

Tab. 16: Capacidade de condução de corrente

Tab. 17: Fator de correção de agrupamento


Tab. 18: Correntes de projeto dos circuitos

Tab. 19: Seção nominal dos condutores de fase, neutro e proteção de cada circuito

Tab. 20: Perdas percentuais por queda de tensão

Tab. 21: Dimensões totais dos condutores isolados (fio*/cabo)

Tab. 22: Eletrodutos de PVC rígido roscável – classe A

Tab. 23: Dimensionamento dos eletrodutos da instalação exemplo

Tab. 24: Dimensionamento dispositivo de proteção contra sobrecargas

Tab. 25: Correntes de curto-circuito máximas suportadas pelos condutores em


2 ciclos da rede

Tab. 26: Dimensionamento completo dispositivo de proteção contra


sobrecorrentes

LISTA DE ABREVIATURAS
A – Ampères
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
CC – Corrente contínua
CA – Corrente alternada
DNAEE – Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
EPR – Borracha etileno-propileno
NBR – Norma Brasileira Registrada
PVC – Isolação Composta de Policloreto de Vinila
V – Volts
TUE – Tomada de Uso Específico
TUG – Tomada de Uso Geral
W – Watts
VA – Volt Ampére
var – Volt Ampére reativo
XLPE – Isolação Composta de Politileno Reticulado

1.1. Introdução
Sustentabilidade é um tema de extrema importância na sociedade
contemporânea, independentemente da localidade no mundo. Algo tão difundido
que já se encontro no senso comum das pessoas, visto que, apesar de muitos
não conhecerem sua definição, todos possuem uma ideia do que seria isto.
Entretanto, pode-se dizer que essas concepções muitas das vezes são limitadas,
incapazes de expressá-la em sua totalidade, sendo resumida a apenas “ações
ecológicas”, “menos poluentes”, dentre outras. Dessa forma, é importante sua
definição antes de se dar prosseguimento à justificativa deste trabalho. De
acordo com a WWF-Brasil, um desenvolvimento sustentável é basicamente
aquele capaz de suprir as necessidades da geração atual, garantindo a
capacidade de atender as necessidades das futuras gerações [1].

É preciso manter em mente que os recursos naturais não são infinitos, nem o
meio-ambiente pode suportar os impactos de um consumo descontrolado. Logo
se faze necessário um equilíbrio entre desenvolvimento econômico, social e
preservação ambiental. Nesse sentido, para o autor Sachs é possível dividir o
conceito da sustentabilidade em seis dimensões: ecológica, econômica, social,
espacial, cultural, psicológica [2].

Para os propósitos deste trabalho, as duas primeiras são as mais relevantes,


logo a dimensão ecológica se caracteriza pela compreensão e respeito ao meio-
ambiente, visto que o ser humano não é dono deste, mas sim parte dele. Dessa
forma, é importante ressaltar a necessidade de um uso de recursos naturais de
tal modo que acarrete em impactos mínimos ao mundo. Nesse âmbito, pode-se
citar redução no consumo de recursos não renováveis, ambientalmente
impactantes, incentivo na sua troca por outros renováveis que geram menos
impactos. Já a dimensão econômica se encontra na gestão efetiva de tais
recursos, nos estudos de como se usar mais eficientemente os recursos
disponíveis.

Neste contexto, a crescente necessidade de energia elétrica da sociedade atual


se mostra uma adversidade. Visto que a construção de novas usinas de geração
e expansão dos sistemas de transmissão, distribuição causa diversos impactos.
No âmbito econômico frente ao nível do investimento necessário para
construção destas. No ambiental, essas grandes obras requerem a utilização de
extensões territoriais imensas para geração e transmissão da eletricidade.
Aproveitamentos termoelétricos apresentam ainda o agravante da liberação de
gases poluentes, já hidrelétricos trazem a necessidade de deslocamento de
populações ribeirinhas localizadas na área de seu reservatório. Este tipo de obra
altera os regimes dos rios, o que afeta tanto o calendário agrícola como nas
atividades sociais destes povos, visto sua dependência daquele regime. Isto
também inviabiliza a pesca tradicional, devido a impossibilidade de uso de
barcos pequenos, tradicionais nas águas revoltas do lago [3]. Estes foram
apenas alguns impactos causados pela expansão energética em prol da
manutenção do cumprimento das necessidades da sociedade em geral.

Entretanto, este tipo de obra pode ser postergado ao se combater o desperdício


de energia elétrica. Isto se deve ao fato que a energia não desperdiçada pode
ser aplicada em outro lugar, como se esta fosse gerada de uma usina virtual a
qual não causa nenhum impacto ambiental, e é mais econômica. O objetivo
nesse de tipo de programa de combate ao desperdício não é restringir os usos
da energia, privando usuários de seus confortos, benefícios, mas sim reduzir ao
máximo as perdas. Além disso, este pode ser dividido em duas vertentes [4]:

 Humana – o foco é na mudança de hábitos de consumo, formação de


opinião;
 Tecnológica – o foco é na aplicação de tecnologias novas, mais eficientes.

Com isso, o objetivo deste trabalho é demonstrar a importância desse combate


ao desperdício em instalações residenciais em conjunto com a segurança
advinda tanto para os residentes quanto para os eletrodomésticos de um projeto
de qualidade, ou seja, um projeto que segue as normas. Os projetos de
instalações de baixa tensão no país são regulamentados pelas normas da ABNT,
em especial pela NBR-5410. Esta também estabelece que a tensão limite nesse
nível é de 1000 V em corrente alternada, com uma frequência máxima de 400
Hz. Porém, no Brasil, o padrão de frequência da rede elétrica é de 60 Hz, em
que a tensão de utilização para os consumidores de baixa tensão é de 127/220
V ou 220/380V. Além da NBR 5410 que possui um nível nacional, tais projetos
precisam seguir também as normais locais da concessionária da região

Nesse sentido, nas próximas seções deste trabalho serão apresentados em


detalhes os principais passos teóricos em tal projeto. Logo, serão descritos os
cálculos de demanda, dimensionamento dos condutores, condutos, proteção, os
diagramas unifilares, quadros de distribuição de carga. Não há qualquer
pretensão em se ensinar sua elaboração por completo dado objetivo do trabalho.

1.2. Referencial teórico e estudo de caso

Antes de se seguir com os específicos das normas sobre os padrões que


instalações elétricas devem seguir, se vê necessária a definição do que é um
projeto. Segundo a NBR 5679/77, projeto é basicamente a definição quantitativa
e qualitativa dos atributos técnicos, econômicos e financeiros de uma obra de
engenharia, com base em diversas informações. Dessa forma, em um projeto
elétrico se consiste em [5]:

 Quantificar, determinar pontos de utilização de eletricidade;


 Dimensionar, definir o tipo e o caminho de condutos e condutores;
 Dimensionar, definir o tipo e a localização dos dispositivos de proteção,
de comando, de medição de energia elétrica e demais acessórios.

Ainda, este possui como objetivo garantir o transporte de energia de uma fonte
(geralmente a rede de distribuição da concessionária) até os pontos de
utilização, que segundo a NBR 5410/2004, são pontos de uma linha elétrica
destinado à conexão de equipamentos a serem utilizados. Para tal, é preciso
conhecer a disposição da residência, sua localização da rede de distribuição.

1.2.1. Nomenclatura

A seguir são apresentados alguns termos comumente utilizados em instalações


elétricas:

 Componente – termo geral usado para designar itens da instalação, a


depender do contexto pode significar um material, acessório, dispositivo,
entre outros.

 Diagrama – representação da instalação elétrica como um todo.


o Existem dois modelos principais:
 Unifilar – apresenta as partes principais do projeto, permite
identificar o tipo da instalação, dimensão, ligação, número
de condutores, entre outras informações, além de localizar
todos os componentes da instalação. É uma representação
simplificada do sistema elétrico.
F ig. 01: Diagrama unifilar exe mplo

 Multifilar – representação detalhada do sistema elétrica,


indica localização detalhada de cada componente.

Fig. 02: Diagrama multifilar exemplo

 Ponto útil ou ativo – se refere a dispositivos onde corrente é utilizada ou


produz efeito ativo (a exemplo: tomada)
o Dentro deste ainda há a seguinte distinção:
 Tomada simples – só se pode ligar um único aparelho. De
acordo com a NBR 14136/2002 o padrão de tomadas no
país é de 10 ou 20 A.
 Tomada dupla/tripla – quando se pode ligar dois ou três
aparelhos ao mesmo tempo no mesmo ponto.

 Ponto de comando – se refere a dispositivos através dos quais se controla


um ponto ativo (a exemplo: um interruptor)

 Sobrecorrentes:
o Basicamente, estas se tratam de correntes fluindo por um
equipamento elétrico cuja amplitude é superior ao valor de corrente
nominal que este foi projetado. Elas são divididas em dois tipos:
 Correntes de sobrecarga:
 Uma corrente com magnitude acima do nominal
fluindo pelo equipamento durante determinado
tempo. Causam sobreaquecimento extremamente
danoso aos equipamentos e circuitos da instalação.

 Correntes de curto-circuito:
 Apesar desta também ser uma corrente de
magnitude acima do nominal fluindo pelo
equipamento, a diferença desta para sobrecarga é
que sua intensidade é muito maior, visto que
correntes de curto-circuito provém de defeitos graves
na instalação.

 Quadro de distribuição principal – Primeiro quadro de distribuição após a


entrada da rede elétrica.
o É recomendável que este se localize na região de maior
concentração de cargas para se obter uma maior economia em
condutores. Isto se deve ao fato de que maiores cargas requerem
maior potência, consequentemente mais corrente passa por seus
condutores que terão seção nominal maior para respeitar os
critérios de segurança da norma NBR 5410/2004 [5].
o Além desta, outras recomendações são que o quadro deve se
localizar em locais de fácil acesso, visíveis e seguros, tudo em prol
da segurança do usuário.

1.2.2. Etapas do projeto [5, 6]:

A seguir são apresentadas as principais etapas de um projeto de instalação


elétrica as quais independem da localidade, tipo de instalação. Vale também
ressaltar que não necessariamente estes devem ser seguidos nesta exata
ordem, nem que um ou mais passos não possa ser reunido num só para o bom
prosseguimento do projeto.

1. Análise Inicial – aqui são colhidos dados básicos os quais guiaram o


desenvolvimento do trabalho. Pode-se citar como exemplos,
determinação do uso previsto das áreas do local, definição do tipo de linha
elétrica, levantamento das características dos eletrodomésticos.
2. Fornecimento de energia normal – aqui se definem as condições que a
instalação será alimentada, logo é vital ter conhecimento das normas da
concessionária local. Pode-se citar como exemplos: tipo de sistema de
distribuição, tensão de fornecimento, padrão de entrada.
3. Quantificação da instalação – aqui se definem as potências instaladas do
local, e de todos seus respetivos setores. Logo, é preciso que sejam
marcados na planta:
a. Pontos de consumo – aqui se enquadram o quadro(s) de
distribuição, pontos de luz (a partir do projeto luminotécnico),
TUGs, TUEs e interruptores
i. TUG – destinada à ligação de diversos equipamentos de
forma não simultânea.
ii. TUE – destinada à ligação exclusiva de equipamentos com
potência muito alta, devido aos valores elevados de corrente
ou aqueles de substituição ou reparo muito caros, mesmo
que não demandem tanta potência.
4. Esquema básico da instalação – aqui se define um diagrama unifilar inicial
da instalação, em que estarão indicados os principais componentes. Aqui
também se faz uma escolha inicial dos dispositivos de proteção.
5. Escolha e dimensionamento dos componentes – etapa principal do
projeto em que se usa todas as informações de etapas anteriores para a
escolha de todos os componentes e cálculos de dimensionamento
necessários.
6. Especificações e contagem dos componentes – esta consiste no
detalhamento dos componentes da etapa interior, incluindo, para cada
um, uma descrição breve, citação das normas que este deve atender,
contagem de todos os componentes.

1.2.3. Simbologia gráfica:

Nesta seção será apresentada algumas representações comuns dos principais


componentes de uma instalação elétrica. Porém, é importante ressaltar que
ainda não existe um consenso no país a este respeito, visto que a NBR
5444/1989 sobre Símbolos gráficos para instalações prediais foi cancelada e
ainda não houve sua revisão.

Fig. 03 : Quadro geral de lu z e força

a) b) c)

Fig. 04: Interrup tores – parte 1. a) Interruptor de uma seção b) In terruptor de duas
s eçõe s c) Interrup tor de três seçõ es

a) b)

Fig. 05: Interruptores – parte 2. a) Interruptor p aralelo (three-way) b) Interruptor


intermediário (four-way)

c) a) b)

F ig. 06 : T omadas. a) Tomada baixa b) Tomada méd ia c) Tomada alta

Fig. 07 Ponto d e lu z (incandescente, led, desca rga) [5]

a) b)

Fig 08: Eletrodu tos. a) Embutido no teto ou pared e b) Embutido no piso


Fig 09: Cabo s de ligação (da esquerda pa ra direita: fase, neutro, retorno e pro teção) [5]

Observações quanto as figuras:


 Figura 03 – equipamento que recebe e distribui a energia vinda da rede
de distribuição pela instalação, além disso pode desempenhar papeis na
proteção, seccionamento, entre outros, no sistema.

 Figuras 04 e 05 – as letras minúsculas indicam o ponto que os


interruptores comandam. Os interruptores paralelo e intermediário serão
melhor explicados futuramente.

 Figura 06 – as tomadas ficam cada uma a uma altura diferente do piso


o Tomada baixa à 0,3 m
o Tomada média à 1,3 m
o Tomada alta à 2,0m

 Figura 07 – As letras na figura indicam:


o C – número do circuito ao que o ponto pertence
o R – ponto de comando do ponto de luz
o P – potência do ponto de luz

 Figura 09 – Representação dos condutores pelos quais passa a corrente


elétrica.
o Condutor de fase – apresenta diferença de potencial.
o Condutor de neutro – não apresenta diferença de potencial
o Condutor de terra – também conhecido como de proteção, ligado
ao aterramento da instalação. Tem como função proteger
equipamentos de sobrecargas e usuários de choques elétricos
o Condutor de retorno – permite o controle do usuário em pontos de
comando através da abertura/fechamento do circuito.
o De acordo com a NBR 5410/2004 os condutores de neutro e
proteção possuem cores específicas sendo essas azul-claro e
verde-amarelo ou verde respectivamente. Os condutores de fase e
retorno podem ser de qualquer cor.
o Dessa forma, As letras indicam:
 n° – número do circuito que o condutor pertence
 a – valor da seção do condutor. De acordo com a NBR
5410/2004, este pode ser omitido caso o valor da seção seja
de 1,5 mm².

1.2.4. Exemplos de ligações

Nesta seção são apresentados alguns exemplos de ligações comuns a partir de


diagramas unifilares e também uma explicação breve sobre estas.

1.2.4.1. Interruptor paralelo (ou three-way):


Como mostrado na figura abaixo, este tipo de ligação permite o controle de um
ponto de luz por meio de dois interruptores cada um do tipo paralelo. Este
diferente do interruptor simples que só possui dois bornes para ligação dos
condutores de fase e do retorno da lâmpada, possui três bornes (um para fase,
dois para o retorno) para permitir uma ligação em paralelo. Também é possível
observar o motivo de sua necessidade, que é para a comodidade do usuário, por
isso é usual a localização de interruptores próximos a entradas/saídas de
cômodos.

Fig 10: Exemplo de ligação three-way

Considerando:
 F – condutor de fase do circuito 1;
 N – condutor de neutro do circuito 1;
 R1, R2 e R3 – condutores de retorno.

A figura apresenta que uma derivação de F é levada até um dos dois


interruptores paralelos, entre eles há três retornos, dois destes (R1 e R2) ligam
ambos os dispositivos em paralelo (mesma diferença de potencial). Já o terceiro
retorno (R3) é levado até a caixa de luz onde é conectado à lâmpada junto de
uma derivação do neutro. Outro ponto a se notar que como ambos pontos de
comando trabalham no controle da mesma lâmpada ambos são chamados de
“a”.

1.2.4.2. Interruptor intermediário (ou four-way):

Se houver mais de duas entradas se faz necessário o uso de mais um interruptor


além dos dois paralelos já mencionados, é preciso de um do tipo intermediário.
Este diferente do paralelo, possui quatro bornes para poder ser ligado entre os
dois interruptores paralelos.
Fig 11: Exemplo de ligação four-way

Considerando
 F – condutor de fase do circuito 1;
 N – condutor de neutro do circuito 1;
 R1 à R5 – condutores de retorno.

A figura apresenta que uma derivação de N levada até a lâmpada e uma de F


que é levada até um dos dois interruptores paralelos passando primeiramente
pela caixa de luz. No caminho entre os dois dispositivos de comando há um
interruptor intermediário (4W). F é conectado a um dos bornes de um dos
interruptores paralelos enquanto R1 e R2 são levados até o 4W e daqui saem
mais dois R3 e R4 que serão levados até o outro interruptor paralelo no outro lado
do cômodo. Deste último saí R5 que é levado até a lâmpada para seu controle.
Outro ponto a se notar que como os três pontos de comando trabalham no
controle da mesma lâmpada todos são chamados de “a”.

1.2.5. Padrão brasileiro de tomadas [6]:

Antigamente, este era dado pela norma NBR 1416/2002, mas foi substituído
posteriormente pela NBR 14136/2012, este é baseado na norma internacional
60906-1. Segue abaixo uma figura apresentando o padrão brasileiro atual e de
mais alguns países.

Fig. 12: Padrõe s de toma da s


Nesse sentido, o modelo de plugue no país pode ter dois ou três pinos redondos,
já a tomada possui sempre três orifícios de 4 mm (para correntes de até 10 A)
ou 4,8mm (para correntes entre 10 e 20 A). Estes foram idealizados com o
objetivo primordial de garantir maior segurança do consumidor, reduzindo assim
a possibilidade de acidentes como choques elétricos, incêndios. É importante
ressaltar que antes desta padronização os consumidores precisavam lidar com
diversos tipos de plugues e tomadas diferentes, o que acarretava na
necessidade de adaptadores para que pudessem usar seus aparelhos
eletrodomésticos, eletrônicos. Além do fator do inconveniente, este tipo de
situação poderia acarretar em acidentes na hora do uso devido aos formatos e
potências distintas dos aparelhos.
É importante ressaltar também a importância do plugue com três pinos que
precisa ser utilizado em aparelhos que precisam de aterramento (a exemplo ar
condicionado, geladeira, notebook). O terceiro pino garante a ligação com o
barramento de terra para impedir que a corrente elétrica passe pelo corpo do
usuário, ou seja, evitando que este sofra com um choque elétrico ao ligar
aparelhos em curto-circuito. Além da proteção trazida pela conexão com o
condutor de terra, seu formato foi pensado para evitar contatos acidentais do
usuário com os pinos condutores de corrente elétrica do plugue.
Abaixo segue uma representação da conexão plugue e tomada seguindo os
novos padrões do país, e também a dificuldade do usuário de tocar nos
condutores carregados do plugue.

Fig. 13: Conexão plugue-t omada

1.2.6. Classificação de unidades consumidoras [8]:

Como já mencionado anteriormente além da norma nacional, também há as


regionais definidas pelas concessionárias, como por exemplo a da CEMIG em
MG, as ND - 5.1 a 5.5. No caso deste trabalho, será usado a ND – 5.1 sobre
Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária – Rede de
Distribuição Aérea – Edificações Individuais. Dessa forma, de acordo com a ND
– 5.1 as unidades consumidoras são divididas em alguns tipos, como, por
exemplo:

 Tipo A (monofásicas) - Fornecimento de energia a 2 fios (Fase - Neutro):


o Abrange unidades consumidoras urbanas ou rurais atendidas por
redes de distribuição secundárias trifásicas (127V/220V) ou redes
de distribuição secundárias bifásicas (120/240V), com carga
instalada até 10kW e da qual não constem:
 Motores monofásicos com potência nominal superior a 2
cv;
 Máquina de solda a transformador com potência nominal
superior a 2 kVA.

 Tipo B (bifásicas) - Fornecimento de energia a 3 fios (2 Condutores Fase


-Neutro):
o Abrange as unidades consumidoras situadas em áreas urbanas
ou rurais atendidas por redes de distribuição secundárias
trifásicas (127/220V) com carga instalada até 15kW e da qual não
constem:
 Os aparelhos vetados ao fornecimento tipo A, se
alimentados em 127V;
 Motores monofásicos com potência nominal superior a 5
cv, alimentados em 220V;
 Máquina de solda a transformador com potência nominal
superior a 9kVA, alimentada em 220V.

Tab. 01: Dimensiona ment o para unidade s consumidoras urbanas ou rurais atendidas por
red es de distrib uição secun dárias trifá sica s (127/220V) (ND – 5.1 Tabe la 1)

 Tipo C (trifásicas) - Fornecimento de energia a 4 fios (três condutores de


Fase e um de Neutro):
o Abrange as unidades consumidoras urbanas ou rurais a serem
atendidas por redes de distribuição secundárias trifásicas, com
carga instalada entre 15,1 kW a 75,0kW, que não se enquadram
nos fornecimentos anteriores, da qual não constem:
 Os aparelhos vetados aos fornecimentos tipo A, se
alimentados em 127V;
 Motores monofásicos com potência nominal superior a 5cv,
alimentados em 220V;
 Motores de indução trifásicos com potência nominal
superior a 15 cv;
 Máquina de solda tipo motor-gerador com potência nominal
superior a 30kVA;
 Máquina de solda a transformador com potência nominal
superior a 9kVA, alimentada em 220V - 2 fases ou 220V - 3
fases em ligação V-v invertida;
 Máquina de solda a transformador com potência nominal
superior a 30kVA e com retificação em ponte trifásica,
alimentada em 220V-3 fases.
Tab. 02: Dimensiona ment o para unidade s consumidoras urbanas ou rurais atendidas por
redes de distribuição secundá ria s trifásicas (127/220V) – lig ações a 4 fios (ND – 5.1
Tabela 2)

De posse desta informação é possível determinar o número de condutores


carregados, disjuntor termomagnético para o quadro principal, o padrão de
entrada, o aterramento da instalação, dentre outras informações, tudo a partir
das tabelas 01 e 02.

1.2.7. Dimensionamento:

Esta seção se resume a alguns dos principais cálculos da etapa de


quantificação da instalação, mais relevantes ao objetivo do trabalho. Dessa
forma, é preciso dizer que a norma NBR 5410/2004 já estabelece as condições
mínimas que devem ser atendidas em relação a quantificação, localização e
cálculo das potências de pontos de luz, tomadas (TUGs e TUEs), tudo em prol
de um projeto elétrico de qualidade, seguro e confiável.

Antes de se dar prosseguimento aos diversos cálculos de dimensionamento de


demanda, condutor, entre outros é preciso também ressaltar que a potência de
equipamentos elétricos que será considerada para fins de cálculo será à
nominal, esta é dada pelo fabricante. Além disso, nos casos de equipamentos
indutivos, capacitivos que não há informações sobre seu fator de potência, este
será considerado 0,92, que é o mínimo permitido para contas de energia pela
Portaria nº 1569 de 23/12/93 do DNAEE.

1.2.7.1. Levantamento de cargas e divisão de circuitos

Nesse sentido, existem dois métodos principais para se determinar a carga de


uma instalação para sua classificação, estes serão apresentados a seguir.
Porém, é preciso ressaltar a importância da realização de ambos, pois aquele
que resultar no maior valor de carga deverá ser o escolhido por motivos de
segurança.

1.2.7.1.1. Classificação da unidade consumidora – demanda provável

Como mencionado anteriormente, a outra norma seguida neste trabalho é à


regional da concessionária CEMIG, que é a ND 5.1. Neste documento é
fornecido o método chamado demanda provável e é uma exigência desta
concessionária que este seja usado em todo projeto elétrico na região. Além
disso, o dimensionamento da entrada de serviço por esse método só deve ser
usado para unidades consumidoras trifásicas, mencionado anteriormente.

Dessa forma, na etapa da análise inicial é importante a obtenção a informação


sobre os equipamentos elétricos possuídos pelo cliente, pois com eles se faz o
levantamento da potência. Logo, pode-se identificar em qual classificação das
apresentadas anteriormente o consumidor se enquadra. Ao observas as figuras
14 e 15 é claro a diferença na unidade de potência entre as duas, para clientes
mono e bifásicos (tipos A e B) se faz os cálculos em kW já para clientes
trifásicos (tipo C) estes são feitos em kVA. Abaixo é apresentado um exemplo
para esclarecimento deste método, em que na tabela está uma lista de
equipamentos elétricos de uma determinada residência e suas potências
nominais em W.

Potência
Quantidade Descrição
Unitária (W) Total(kW)
1 Chuveiro Elétrico 7500 7,5
1 Torneira elétrica 5500 5,5
6 Lâmpada de LED 15 0,09
1 TV 4K 130 0,13
1 TV 130 0,13
1 Geladeira 110 0,11
1 7000 7
Cooktop
1 Liquidificador 1100 1,1
1 750 0,75
Batedeira
1 Ferro de passar 1000 1
2 140 0,28
Ventilador
1 Aspirador de pó 1400 1,4
Total geral de carga instalada 24,99
T ab. 03: Classificação unidade consu midora

Ao observar a tabela acima fica claro que a instalação neste exemplo não se
encaixa na classificação tipo A nem na do tipo B, visto que a potência instalada
é superior a 15 kW. Logo, será preciso usar um outro método do que apenas
uma simples soma das potências nominais dos equipamentos elétricos para se
descobrir em qual classificação esta unidade consumidora está, este será
apresentado a seguir.
1.2.7.1.2. Demanda provável

Antes de se entrar nos cálculos em si, é interessante denotar a variação da


potência consumida ao longo do tempo independentemente do tipo de
instalação, seja esta residencial, industrial, rural. Isto se deve ao fato de que os
equipamentos elétricos da instalação não são usados todos ao mesmo tempo.
Dessa forma, a potência total requerida da rede elétrica a cada momento
dependerá da quantidade de cargas operando neste e das potências
absorvidas por cada uma destas, como é mostrado na figura abaixo:
F ig. 14 : Exemplo de c urv a de carga diá0 9ria de uma unidade consumid ora residencial [9]

A figura acima mostra um exemplo de uma curva de carga de uma instalação


residencial, ela é basicamente um registro horário, em um período diário, das
demandas da instalação para um período semanal, mensal ou anual. Ela
exemplifica o já dito, que a demanda de potência varia ao longo do tempo, no
caso, em um período de horas. Além disso, é claro ao se observar o gráfico
que mesmo no horário de maior consumo, este ainda é menor que a potência
total instalada.

Se fosse ignorado o fato da variação de demanda ao longo do tempo em


cálculos de dimensionamento e, em vez disso, fosse usado a potência total
instalada, isto acarretaria em duas situações problemáticas. A primeira é que
haveria um superdimensionamento dos componentes da entrada de energia, o
que aumentaria os custos do projeto desnecessariamente. E a segunda seria
uma adequação errônea da instalação em uma categoria de unidade
consumidora superior, o que acarretaria em maiores custos na conta de
energia.

O cálculo que será apresentado logo a seguir é um método estatístico, logo


seus resultados não podem ser considerados como os mais corretos, por isso a
necessidade da utilização de mais métodos para um correto dimensionamento
da entrada de energia da instalação. Neste se usa o chamado fator de
demanda que é a razão entre a demanda máxima e a carga instalada
correspondente [9]. Dessa forma, este é usado para se levar em conta a
variação da demanda ao longo do tempo nos cálculos de dimensionamento.
Por fim, é dado através de diversas tabelas fornecidas na ND 5.1 as quais
algumas serão apresentadas a seguir.

A demanda, em kVA, é calculada através da seguinte expressão [8].

𝐷 = 𝑎 + 𝑏 + 𝑐 + 𝑑 + 𝑒 + 𝑓 (1.1)

Onde:
 a: é a demanda referente a iluminação e tomadas, dada pelas Tabelas
12 e 13 da ND 5.1;
 b: demanda relativa aos aparelhos eletrodomésticos e de aquecimento.
Os fatores de demanda, dados pelas Tabelas 14 e 15 da ND 5.1, devem
ser aplicados, separadamente, à carga instalada dos seguintes grupos
de aparelhos:
o b1: chuveiros, torneiras e cafeteiras elétricas;
o b2: aquecedores de água por acumulação e por passagem;
o b3: fornos, fogões e aparelhos tipo "Grill";
o b4: máquinas de lavar e secar roupas, máquinas de lavar louças
e ferro elétrico;
o b5: demais aparelhos (TV, conjunto de som, ventilador, geladeira,
freezer, torradeira, liquidificador, batedeira, exaustor, ebulidor,
etc.)
 c = é a demanda dos aparelhos condicionadores de ar, determinada por
determinada pela Tabela 14 da ND 5.1.
 No caso de condicionador central de ar, utilizar fator de demanda
igual a 100%.
 d = é a demanda de motores elétricos, dada pelas Tabelas 15 e 16 da
ND 5.1.
 e = é a demanda de máquinas de solda e transformador, determinada
por:
o 100% da potência do maior aparelho;
o 70% da potência do segundo maior aparelho;
o 40% da potência do terceiro maior aparelho;
o 30% da potência dos demais aparelhos.
 No caso de máquina de solda a transformador com ligação V-v
invertida, a potência deve ser considerada em dobro.
 f = demanda dos aparelhos de raios-X, determinada por:
o 100% da potência do maior aparelho;
o 10% da potência dos demais aparelhos.

Continuando com o exemplo apresentado na seção anterior, a fórmula (1.1)


será alterada levemente devido aos tipos de equipamentos apresentados na
tab. 1.

𝐷 =𝑎+𝑏 (1.2)

Será calculado apenas o fator a, mas o prosseguimento para o cálculo do b (e


dos subfatores b1 a b5) é o mesmo.

O fator a se refere a demanda de iluminação, logo precisamos do fator de


demanda para o cálculo da demanda desta carga, este é fornecido através da
seguinte tabela:

Tab . 0 4: Fatore s de demanda para iluminação e tomadas para un idades consumid oras
res iden ciais (ND – 5 .1 – Tabela 11)
Pela tabela 01, pode-se perceber que a carga total instalada referente à
iluminação é de 90 W, dessa forma o fator de demanda neste caso é de 0,86.
Além disso como neste caso o fabricante forneceu o valor do fator de potência
deste modelo de lâmpada de LED que é de 0,7, tem-se que o valor do fator da
demanda provável de iluminação:

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 0,09 𝑘𝑊


𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 = ∗ (𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎) = ∗ 0,86
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 0,7

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 = 0,11 𝑘𝑉𝐴

Segue abaixo também as tabelas necessárias para o cálculo do fator b.

Tab. 05: Fatores de demanda de fornos e fogões elétricos (ND – 5.1 – Tabela 13)

Tab . 0 6: Fatores de demanda de aparelhos eletrod omésticos, de aquecimento, d e


refrigeração e condicionadores de ar (ND – 5.1 – Tabela 14)

Seguindo o mesmo procedimento anterior, chega-se que a demanda provável


desta instalação é:
𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑣á𝑣𝑒𝑙 = 22,82 𝑘𝑉𝐴
Como a potência da instalação está entre 15,1 kVA a 75,0 kVA e não há
quaisquer dos aparelhos vetado mencionados pela norma, esta unidade
consumidora se enquadra no fornecimento de tipo C, faixa C2 de acordo com a
tabela 2.

1.2.7.1.3. Levantamento da potência total


Apesar de útil o outro método, este não prevê possibilidades de aumento de
demanda com o aumento no número de aparelhos elétricos. Dessa forma, há
outra forma de se fazer o dimensionamento do padrão de entrada da energia,
que é o método estabelecido pela norma nacional NBR 5410/2004, o
levantamento total da potência. Ele leva em consideração as dimensões do
espaço físico (áreas e perímetros) do local da instalação elétrica e diferente do
método da demanda provável não é necessário é necessário conhecer todos
os aparelhos elétricos, somente o número de TUEs.

Como este método usa as dimensões físicas do local é necessário conhecer


sua planta baixa, visto que este tipo de desenho é uma que mostra a
construção de tal forma que deixa especificado o posicionamento e tamanho de
todos os ambientes. Segue abaixo a planta baixa da instalação usada nos
exemplos.

Fig. 15: Pla nta baixa e xe mplo

Dessa forma, este trabalho seguirá a seguinte sequência para os cálculos


deste levantamento [5]:

1. Estabelecer a quantidade de pontos de iluminação;

A NBR 5410/2004 determina que para iluminação interna em residências, é


preciso haver pelo menos um ponto de luz no teto comandado por um
interruptor de parede. Dessa forma, neste caso se escolheu colocar um ponto
de luz para o banheiro, quarto 1, quarto 2 e cozinha, já para a sala de estar
serão três pontos de luz.

2. Dimensionar da potência de iluminação;

A NBR 5410/2004 estabelece a potência mínima de iluminação baseada na


área do cômodo do local, porém não há critérios para áreas externas, é
decisão do projetista levando em conta a necessidade do cliente. Nesta
residência em específico não há área externa, porém para as internas segue-
se os seguintes critérios:

 Para área igual ou inferior a 6 m² - atribuir um mínimo de 100 VA;


 Para área superior a 6 m² - atribuir um mínimo de 100 VA para os
primeiros 6 m², acrescido de 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros.

Segue abaixo uma tabela apresentando a quantidade de pontos de luz e


potência de iluminação de cada cômodo.

Dimensões Quantidade Potência de


Dependência
área (m²) pontos de luz iluminação (VA)
Banheiro 2,5 1 100
Cozinha 4,34 1 100
Quarto 1 8,66 1 160
Quarto 2 7,62 1 100
Sala de estar 18,29 3 280
Tab . 0 7: Número d e pontos de lu z e respectivas p otências de iluminação

3. Estabelecer a quantidade de TUGs e TUEs;

A NBR 5410/2004 determina a quantidade mínima de TUGs que deve haver


em um cômodo baseado na sua área, perímetro e objetivo. Dessa forma, pode-
se dizer que há duas condições para determinação desta quantidade que:

 Independe da área:
o Para banheiros:
 No mínimo uma tomada junto ao lavatório com uma
distância mínima de 60 cm do limite do boxe.

o Para cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, dentre


outros locais análogos:
 No mínimo uma tomada para cada 3,5 m ou fração de
perímetro.

o Para salas e dormitórios:


 No mínimo uma tomada para cada 5 m ou fração de
perímetro, espaçadas uniformemente.

o Para varandas:
 No mínimo uma tomada.

 Depende da área:
o Demais dependências com área inferior a 6 m²:
 No mínimo uma tomada.

o Demais dependências com área superior a 6 m²:


 No mínimo uma tomada para cada 5 m ou fração de
perímetro, espaçadas uniformemente.

Onde demais dependências seriam garagens, sótãos, porões, escritórios,


mezaninos, entre outros.

Seguindo essas condições, foi montada uma tabela mostrando a quantidade de


TUGs em cada cômodo, porém foi escolhido adicionar uma tomada a mais no
quarto 1 para se evitar o uso de extensões. Entretanto, também vale mencionar
que há quatro tomadas específicas nesta instalação referentes ao chuveiro
elétrico, cooktop, TV 4K, torneira elétrica pelos motivos já explicador
previamente.

Dimensões Quantidade
Dependência Área Perímetro
TUGs TUEs
(m²) (m)
Banheiro 2,5 6,56 1 1
Cozinha 4,34 8,62 3 3
Quarto 1 8,66 11,82 4* 0
Quarto 2 7,62 11,18 3 0
Sala de estar 18,29 19,22 4 1
Tab . 0 8: Número míni mo d e TUGs e TU Es

4. Dimensionar a potência das TUGs e TUEs;

A NBR 5410/2004 estabelece a potência mínima das TUGs baseado no intuito


do cômodo, já a potência das TUEs será a potência nominal dos respectivos
aparelhos que elas alimentam. Nesse sentido, segue abaixo os critérios da
norma para estabelecer a potência mínima das TUGs:

 Para áreas de serviço, como banheiros, cozinhas, copas, locais


análogos:
o Atribuir, no mínimo, 600 VA por tomada até 3 tomadas.
o Atribuir 100 VA para as excedentes.

 Para áreas comunais, como salas, quartos, mezaninos, locais análogos:


o Atribuir, no mínimo, 100 VA por tomada.

Seguindo essas condições, foi montada uma tabela mostrando a quantidade de


tomadas e suas respectivas potências em cada cômodo:

Previsão de
Dimensões Quantidade
cargas (VA)
Dependência
Área Perímetro
TUGs TUEs TUGs TUEs
(m²) (m)
Banheiro 2,5 6,56 1 1 600 7500
Cozinha 4,34 8,62 3 3 1800 12620
Quarto 1 8,66 11,82 4 0 400 0
Quarto 2 7,62 11,18 3 0 300 0
Sala de estar 18,29 19,22 4 1 400 120
Tab. 09: Quantidade e potência d as tomadas

Por fim, segue abaixo a tabela com todas essas potências e quantidades de
componentes reunidas.
Dimensões TUG TUE
Potência de
Dependência Área Perímetro iluminação (VA) Potência Potência
Quantidade Quantidade
(m²) (m) (VA) (VA)
Banheiro 2,5 6,56 100 1 600 1 7500
Cozinha 4,34 8,62 100 3 1800 4 12620
Quarto 1 8,66 11,82 160 4 400 0 0
Quarto 2 7,62 11,18 100 3 300 0 0
Sala de estar 18,29 19,22 280 4 400 1 141
T ab. 10: Le vantamen to das potê ncias da instalação

É necessário agora classificar esta instalação em algum dos grupos


mencionados anteriormente, será calculado então a potência ativa total, em
kW. Dessa forma, considerando o fator de potência das TUGs como 0,8; dos
aparelhos resistivos como 1; dos aparelhos indutivos e capacitivos como 0,92;
tem-se que:
 Levantamento de potência ativa total:
o Iluminação – 0,518 kW
o TUG – 2,800 kW
o TUE – 20,240 kW
o Total – 23,558 kW
Como este é um valor de potência acima de 15 kW, esta instalação não pode
ser monofásica, nem bifásica. Dessa forma, pela tabela 09 tem-se que o
levantamento da potência aparente total é de 24,5 kVA
Como a potência da instalação está entre 15,1 kVA a 75,0kVA e não há
quaisquer dos aparelhos vetado mencionados pela norma, esta unidade
consumidora se enquadra no fornecimento de tipo C, faixa C3 de acordo com a
tabela 2.
De posse deste valor e do obtido pelo método da demanda provável, esta
instalação se enquadra no fornecimento de tipo C, faixa C3 visto que é o maior
dos dois resultados obtidos.

1.2.7.1.4. Divisão de circuitos

Um circuito elétrico no contexto deste trabalho é um conjunto de eletrodutos,


condutores, tomadas, lâmpadas ligadas a um mesmo dispositivo de proteção,
ou disjuntor. Logo, há dois tipos principais de circuitos em uma instalação
elétrica [5]:

 Circuito de distribuição – aquele que liga o quadro medidor ao quadro de


distribuição;
 Circuito terminal – aquele que liga o quadro de distribuição até seu
destino final, sendo este TUGs, TUEs ou lâmpadas.

Porém, antes de se prosseguir com a apresentação dos critérios para a divisão


da carga em circuitos e continuação do exemplo, se faz necessário a
explanação de sua importância. Dessa forma, isto tem a ver inicialmente com
os custos econômicos, já que circuitos muito sobrecarregados requerem seus
condutores de maior seção nominal. Isto acarreta em um aumento na
dificuldade da passagem destes pelos eletrodutos, sua conexão aos seus
pontos de destino (TUGS, TUEs, lâmpadas) e também na manutenção do
circuito em si.

Além disso, há uma questão envolvendo segurança também, tanto do usuário,


quanto dos equipamentos. A divisão da carga em circuitos permite a
setorização das correntes de falta, visto que é possível apenas seccionar o
circuito com problemas, mantendo as outras dependências energizadas até a
resolução do mesmo. Além disso, evita perigos, acidentes decorrentes da falta
de energia como no caso da ausência de iluminação no ambiente [9].

Por fim, os critérios para divisão a seguir são os recomendados pela


NBR5410/2004:

 A instalação deve ser dividida em tantos circuitos quanto necessários,


cada um destes deve ser pensado de tal forma que possa ser
seccionado sem que haja realimentação sem avisos de outro circuito.
 Circuitos terminais devem ser separados em função do objetivo dos
aparelhos que serão conectados a este. Nesse sentido, um caso
especial é que circuitos terminais de tomada e de iluminação devem ser
separados.
 Todo equipamento que requeira uma corrente de alimentação nominal
superior a 10 A deve constituir um circuito independente;
 TUGs em locais como cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de
serviço, lavanderias e locais análogos devem ser atendidas por circuitos
exclusivos para sua alimentação.

Também é válido ressaltar para as instalações com acesso a mais de uma fase
em sua entrada de energia, as cargas devem ser distribuídas o mais
uniformemente quanto possível entre elas [9].

Dessa forma, ao analisar a tabela 09 que apresenta o levantamento das


potências totais da instalação do exemplo utilizado, é possível observar que há
três tipos de circuitos diferentes:

 De iluminação:
o Como a instalação possui um fornecimento trifásico na faixa C3
estes podem ser tanto monofásicos (127 V) ou bifásicos (220 V),
neste exemplo foi escolhido a primeira opção para todos os
circuitos desta natureza.

 De TUGs:
o Como no exemplo anterior é possível que este tipo de circuito
seja mono ou bifásico e como há apenas duas opções comerciais
de 10 ou 20 A, é possível obter a potência destes:
 TUG de 10 A e tensão de 127 V – carga máxima de 1270
VA.
 TUG de 10 A e tensão de 220 V – carga máxima de 2200
VA.
 TUG de 20 A e tensão de 127 V – carga máxima de 2540
VA.
 TUG de 20 A e tensão de 220 V – carga máxima de 4400
VA.
 É importante que estes valores de carga máximos sejam
respeitados para não ocorrer faltas na tomada.

 De TUEs:
o Seus circuitos serão todos independentes, desta forma cada caso
terá uma potência e correntes específicas, a depender também se
será usada uma tensão de 127 ou 220 V.

Utilizando o já mencionado foi feita a seguinte divisão da carga e também a


divisão dos circuitos em cada fase:

Circuito Potência
Tensão
Local Quantidade x Potência
N° Tipo (V) Total (VA)
(VA)
1 x 160;
Sala de estar; 1 x 100;
1 Iluminação social 127 Quarto 1; 1 x 100; 540
Quarto 2 1 x 100;
1 x 080
Iluminação de Cozinha; 1 x 100;
2 127 200
serviço Banheiro 1 x 100
Cozinha; 1 x 600;
3 TUG (Serviço 1) 127 1200
Banheiro 1 x 600
4 TUG (Serviço 2) 127 Cozinha 2 x 600 1200
Quarto 1; 3 x 100;
5 TUG (Social 1) 127 600
Quarto 2 3 x 100
Quarto 1; 1 x 100;
6 TUG (Social 2) 127 500
Sala 4 x 100
7 TUE (Geladeira) 127 Cozinha 1 x 120 120
8 TUE (TV) 127 Sala de estar 1 x 141 141
TUE (Torneira
9 220 Cozinha 1 x 5500 5500
Elétrica)
TUE (Chuveiro
10 220 Banheiro 1 x 7500 7500
Elétrico)
11 TUE (Cooktop) 220 Banheiro 1 x 7000 7000
T ab. 11: Divisão de circuitos exemplo

Potência
Fase Circuitos
(VA)
A 2, 5, 8, 10/A, 11/A 8191
B 3, 6, 9/B, 10/B 8200
C 1, 4, 7, 9/C, 11/C 8131
Tab .12: Divis ão dos circuitos por fase e potência de cada uma

1.2.7.2. Condutor:

Condutor elétrico é todo material que possui a propriedade de conduzir de


energia elétrica. No contexto deste trabalho este possui formato de fio ou é um
barramento metálico (no quadro de distribuição). Para sua análise é preciso
levar em conta os seguintes aspectos [9]:
 Material;
o Neste tipo de aplicação são usados os materiais de elevada
condutividade (facilidade do material em transportar corrente
elétrica) para diminuir as perdas energéticas, dentre estes dois se
destacam aqui: o cobre e o alumínio. Porém, devido as
propriedades do alumínio como oxidação em contato com o ar e
alta ductilidade seu uso é restrito pela NBR 5410/2004 a certos
locais, seções nominais, potência da instalação, a despeito de
seu custo ser menor que o cobre.
o Dessa forma, no decorrer deste trabalho o material de todos os
condutores dos circuitos será considerado como sendo cobre.

 Forma geométrica;
o Há algumas formas que o condutor pode ser construído, que
independem do material, de forma a beneficiar um determinado
tipo de aplicação, no contexto de instalações elétricas pode-se
citar duas possiblidades [9]:
 Redondo sólido (ou condutor rígido): formado por um único
fio de metal sólido.
 Cabo (ou condutor flexível): formado por vários fios
encordoados
 Dessa forma, no decorrer deste trabalho todos os
condutores dos circuitos serão considerados como sendo
do tipo cabo.

 Isolação [5];
o É um fator importante de proteção tanto do condutor como dos
usuários. Isto é, isolar o condutor eletricamente do ambiente ao
redor e protege-lo de choques mecânicos, umidade e elementos
corrosivos. Dessa forma, há alguns tipos de cabos com duas
camadas a parte interna (isolação) constituída de material
isolante e a parte externa (cobertura) por um material que possa
proteger mecanicamente o condutor. Além disso, tem-se como
alguns exemplos de isolantes utilizados como o PVC, EPR,
XLPE, sendo que o primeiro é o mais barato, porém sua
resistência de isolamento é comparativamente mais fraca.
 Dessa forma, no decorrer deste trabalho o isolamento de
todos os condutores dos circuitos será considerado como
sendo PVC.

 Blindagem:
o Fator importante somente em aplicações de média e altas
tensões, logo não será considerada.

 Seção nominal:
o A norma NBR 5410/2004 estabelece a seção mínima dos
condutores fase em circuitos em CA ou CC em instalações fixas
em geral, a depender da utilização do circuito.
 Circuitos de iluminação:
 1,5 mm² (condutores de cobre)
 16 mm² (condutores de alumínio)
 Circuitos de força (que incluem tomadas):
 2,5 mm² (condutores de cobre)
 16 mm² (condutores de alumínio)
 Circuitos de controle:
 0,5 mm² (condutores de cobre)

Em função da seção nominal dos condutores de fase se determina as dos


condutores de neutro e de proteção. Isto também é definido pela norma NBR
5410/2004, como mostrado nas tabelas abaixo:

Tab. 13: Seção mínima d o condutor de neutro (NBR 5410 – Tabela 48)

Tab . 1 4: Seção mínima d o condutor d e p roteção (NBR 5410 – Tabela 56)

Determinar a seção padronizada dos condutores de um circuito significa


dimensiona-los. Isto é, ele precisa suportar uma circulação da corrente
calculada no projeto seguindo as seguintes condições [9]:

 Limite de temperatura, em função da capacidade de condução de


corrente;
 Limite de queda de tensão;
 Capacidade dos dispositivos de proteção e contra sobrecarga;
 Capacidade de condução de corrente de curto-circuito por tempo
limitado.

A seguida será apresentado métodos para o cálculo de dimensionamento de


condutores.

1.2.7.2.1. Capacidade de condução de corrente (Ampacidade):

Quando um condutor é submetido a uma tensão, surge uma corrente elétrica


fluindo por ele e segundo a Lei de Joule haverá produção de calor que
esquentará o material. Logo, é muito importante a troca de calor do condutor
com o ambiente, pois este fator afeta tanto a isolação dos cabos como a
condução de corrente, acarretando assim em maiores ou menores perdas,
dessa forma é importante a maneira que os condutores serão instalados.

Segue-se a seguir um roteiro para se dimensionar a seção nominal do condutor


de fase pela capacidade de corrente:
1. Tipo de isolação:
 Como já mencionado, já foi escolhida o material isolação dos
cabos de cobre utilizados nos circuitos terminais, este é o PVC.

2. Forma de instalação:
 Já foi mencionado sua importância nas trocas térmicas do
condutor com o ambiente, logo a norma NBR5410/2004 fornece
diversos métodos de instalação, todos apresentados na tabela 33
(tipos de linhas elétricas).
 A forma de instalação utilizada no exemplo é a de número 7,
método de referência B1, ou seja condutores isolados em
eletroduto de seção circular embutido em alvenaria.

3. Cálculo da corrente de projeto (Ib):


 Esta se refere a corrente que passa pelo circuito em sua
operação normal, levando em consideração condições nominais e
depende do tipo de circuito para ser calculada.
 O valor de corrente que se obtém ao se realizar os cálculos
apropriadamente é apenas a corrente do circuito (Ic), é preciso
aplicar alguns fatores de correção para se chegar em um valor
apropriado de corrente pelo qual se obterá um valor de seção
nominal apropriado para os condutores.
i. Monofásico:

𝐼 = (1.3)
∗ ( )∗

ii. Bifásico:
𝐼 = (1.4)
∗ ( )∗

iii. Trifásico:

𝐼 = (1.5)
∗ ∗ ( )∗

Onde:
 Ic: corrente de circuito [A]
 Pn: potência nominal do circuito [W]
 V: tensão entre fases [V];
 v: tensão entre fase e neutro [V];
 η: rendimento;
 cos(φ): fator de potência.
Para os cálculos de dimensionamento foi considerado um rendimento unitário.
Então, logo abaixo segue uma tabela mostrando os valores de corrente para
todos os circuitos do exemplo definidos na tabela 11.
Fator de Tensão Carga Corrente de
Circuito Tipo
Potência (V) (VA) circuito (A)
1 0,7 127 540 4,25
Iluminação
2 0,7 127 200 1,57
3 0,8 127 1200 9,45
4 0,8 127 1200 9,45
TUG
5 0,8 127 600 4,72
6 0,8 127 500 3,94
7 0,92 127 120 0,94
8 0,92 127 141 1,11
9 TUE 1 220 5500 25
10 1 220 7500 34,09
11 1 220 7000 31,82
Tab . 1 5: Correntes de circuito do exemplo

4. Número de condutores carregados:


Um condutor carregado (c.c.) é aquele percorrido por corrente elétrica, em
condições normais de operação, ou seja, apenas os condutores de fase e
neutro. Dessa forma, a NBR 5410/2004 na tabela 46, apresenta que o número
de condutores carregados pode ser, a depender do tipo de circuito:
 Circuito monofásico a 2 condutores: 2 c. c;
 Circuito monofásico a 3 condutores: 2 c. c.;
 Circuito bifásico com neutro: 2 c.c;
 Circuito bifásico sem neutro: 3 c.c;
 Circuito trifásico sem neutro: 3 c.c;
 Circuito trifásico com neutro: 4 c.c. ou 3 c.c, se o circuito for equilibrado.
No exemplo utilizado até o momento, só há dois tipos de circuitos: monofásico
a 2 condutores e bifásico sem neutro. Dessa forma, o número de condutores
carregados em todos os circuitos é igual a dois.
5. Seleção da seção nominal (ou bitola) dos condutores:
De posse das seguintes informações:
 Tipo de isolação: PVC;
 Forma de instalar: B1;
 Corrente de projeto: (calculada para cada circuito);
 Número de condutores carregados: 2 c.c.
 Material do condutor: Cobre

É possível determinar a bitola do condutor de fase a partir de tabelas


fornecidas pela NBR 5410/2004, no caso do exemplo a tabela utilizada será a
com as seguintes condições:
 Métodos de referência: A1, A2, B1, B2, C e D;
 Condutores e cabos isolados de PVC com condutor de cobre.
 Temperatura no condutor: 70 °C;
 Temperatura ambiente: 30°C para instalação não enterrada e 20°C para
instalação no subsolo.

Tab. 16: Capacidad e d e condução d e corrente (NBR 5410 – tabe la 36)

Como mencionado na seção anterior, foi calculado a corrente de cada circuito,


porém é preciso levar em consideração as condições em que a tabela acima foi
confeccionada. Dessa forma, é necessário usar fatores de correção para
adequar as condições dos condutores do circuito às mesmas da tabela.
Há dois fatores de correção a ser considerados:
 Fator de correção por temperatura (FCT):
o Apresentado pela tabela 40 da NBR 5410/2004. Aplicável para
temperaturas diferentes de 30 °C (que é a temperatura para a
tabela 15) para cabos não enterrados e 20°C para os enterrados.
O exemplo anterior foi pensado com a temperatura do ambiente
com o valor igual a 30°C, logo não é preciso qualquer correção.
o Entretanto, ele pode ser calculado através da seguinte expressão:
𝐼
𝐼 =
𝐹𝐶𝑇

 Fator de correção por agrupamento (FCA):


o Este é aplicável para os casos em que haja mais de um circuito
em um mesmo eletroduto, bloco, calha, entre outros. A expressão
seguinte mostra como é feita esta correção:

𝐼 = (1.5)

o Antes de realizar os cálculos de correção da corrente do circuito,


é importante averiguar como está a disposição dos circuitos na
planta baixa da instalação:

Fig. 16: Planta baixa com os componentes da instalação


o Segue abaixo a tabela da NBR 5410/2004 em que é apresentado
os fatores de correção por agrupamento a serem aplicados a
depender do número de cabos por circuito.

Tab. 17: Fator de correção de agrupa mento (NBR5 410/2 004 –Tabela 42)

Por fim, segue abaixo as tabelas com as correntes de projeto dos circuitos e
também da bitola dos condutores de fase, neutro e proteção:
N° de
Corrente de Fator de Corrente de
Circuito Tipo circuitos
circuito, Ic (A) agrupamento projeto, Ib (A)
agrupados
1 4,25 4 0,65 6,54
Iluminação
2 1,57 4 0,65 2,42
3 9,45 4 0,65 14,54
4 9,45 4 0,65 14,54
TUG
5 4,72 4 0,65 7,26
6 3,94 3 0,7 5,63
7 0,94 4 0,65 1,45
8 1,11 3 0,7 1,59
9 TUE 25 3 0,7 35,71
10 34,09 3 0,7 48,7
11 31,82 3 0,7 45,46
Tab. 18: Corren tes de pro jeto dos circuitos

Seção nominal Seção nominal Seção nominal condutor


Circuito Tipo
condutor fase (mm²) condutor neutro (mm²) proteção (mm²)

1 1,5 1,5 1,5


Iluminação
2 1,5 1,5 1,5
3 2,5 2,5 2,5
4 2,5 2,5 2,5
TUG
5 2,5 2,5 2,5
6 2,5 2,5 2,5
7 2,5 2,5 2,5
8 2,5 2,5 2,5
9 TUE 6 6 6
10 10 10 10
11 10 10 10
Tab. 19: Seção nominal d os condutore s de fase, neutro e proteção de cada circuito

1.2.7.2.2. Correção pela queda de tensão


Se medirmos a tensão de algum ponto na instalação será possível ver que o
valor de tensão lido não é o nominal fornecido pela concessionária, isto se
deve as perdas sofridas devido à resistência dos condutores dos circuitos. Por
isso, a norma NBR 5410/2004 determina um valor máximo que se pode perder
devido a esta queda de tensão nos condutores. Para instalações de baixa
tensão, que recebem sua energia do secundário do transformador nas redes de
distribuição, as perdas em relação ao valor nominal da tensão não devem ser
superior a 5%. Elas são calculadas a partir do ponto de entrega. Segue abaixo
uma ilustração gráfica desta determinação da norma [9]:

Fig. 17: Rep resentação gráfica limite de queda de tensão máxima

Além disso, a NBR5410/2004 também diz que em nenhuma hipótese a queda


de tensão nos circuitos terminais pode ser maior que 4%. Para o caso deste
exemplo aqui será usado escolhido uma perda de 2% nos circuitos terminais e
os outros 3% restantes permitidos pela norma para o trajeto do circuito de
distribuição do usuário. Esta escolha foi feita para facilitar o atendimento das
exigências, visto que uma perda inferior ou igual a 1% seria muito difícil de se
cumprir.

O método descrito neste trabalho é um auxiliar ao da Ampacidade, pois este


não leva em consideração o comprimento do circuito ao se determinar o
comprimento do circuito.

O método da queda de tensão é basicamente uma aplicação das duas leis de


Ohm:

 1° lei de Ohm:
𝑉 = 𝑅 ∗ 𝑖 (1.6)
o Onde:
 V: tensão [V]
 R: resistência [Ω]
 i: corrente elétrica [A]

 2° lei:

𝑅= (1.7)
o l: comprimento [m]
o A: área da seção [m²]
o ρ: resistividade elétrica do material [Ωm]
 Resistividade do cobre a 30°C: 0,017874 Ωm

Ao observar a expressão da 2° lei fica claro que a resistência e,


consequentemente, a queda de tensão depende do comprimento do condutor.
Dessa forma, segue-se um roteiro para aplicação do método para correção da
seção nominal do condutor de fase e, consequentemente, dos condutores de
neutro e proteção:

1. Determinar a seção do condutor por meio do método da Ampacidade –


definido na tabela 18.

2. Obter o comprimento dos circuitos através da planta baixa:


 Comprimento do circuito:
i. 1: 6,1478 m
ii. 2: 4,7351 m
iii. 3: 5,3645 m
iv. 4: 5,9173 m
v. 5: 11,0102 m
vi. 6: 12,0932 m
vii. 7: 4,7475 m
viii. 8: 7,3841 m
ix. 9: 5,4831 m
x. 10: 5,479 m
xi. 11: 6,332 m

3. Aplicar as leis de ohms para verificação se a seção nominal inicial


respeita os limites de perdas por queda de tensão impostos pelas
normas.
 Como há vários condutores em cada circuito, se faz necessário
uma adaptação da segunda lei:
∗∗
𝑅 = (1.8)

i. Onde:
1. N: número de condutores carregados;
2. Rc: resistência do condutor do circuito [Ω].

 E junto da primeira lei:

𝑉 = 𝑅 ∗ 𝐼 (1.9)

i. Onde:
1. Vc: queda de tensão no condutor [V]

 De posse dessas informações é possível calcular a porcentagem


que esta queda de tensão em relação a tensão nominal de
fornecimento. Porém, é importante lembrar que os trechos
analisados são os circuitos terminais, ou seja, após o circuito de
distribuição, logo será descontado uma porcentagem de 3% na
tensão de fornecimento da concessionária.
Tensão após Resistência
Queda de tensão Perdas
Circuito Tipo perda de 3%, do condutor
no conduto (V) percentuais
(V) (Ω)
1 123,19 0,1465 0,9581 0,78%
Iluminação
2 123,19 0,1128 0,273 0,22%
3 123,19 0,0767 1,1152 0,91%
4 123,19 0,0846 1,2301 1,00%
TUG
5 123,19 0,1574 1,1427 0,93%
6 123,19 0,1729 0,9734 0,79%
7 123,19 0,0679 0,0985 0,08%
8 123,19 0,1056 0,1679 0,14%
9 TUE 213,4 0,0327 1,1677 0,55%
10 213,4 0,0196 0,9545 0,45%
11 213,4 0,0226 1,0274 0,48%
Tab. 20: Perdas perce ntuais por qu eda de tensão

4. Se a porcentagem das perdas ultrapassar o limite de 2% será


aumentada o tamanho da seção nominal do cabo até que as perdas
estejam aceitáveis
 Ao analisar a tabela 19 é possível ver que todos os circuitos estão
com perdas inferiores a 2%, logo o dimensionamento da seção
dos condutores de fase, neutro e proteção pelo método da
Ampacidade não precisa ser mudado.

1.2.7.3. Eletroduto:

Os condutos fechados (ou eletrodutos) são basicamente um invólucro para


todos os condutores dos circuitos. Eles são usados como um meio de
aumentar a proteção em uma instalação elétrica das seguintes formas:

 Proteger os condutores contra choques mecânicos, intemperes do


ambiente (como corrosão oriunda da própria atmosfera ou outros
agentes dispersos no local como sais, ácidos, dentre outros)
 Proteger o ambiente, consequentemente os usuários, de potenciais
incêndios resultados do superaquecimento dos condutores.

Dessa forma, é comum a passagem de mais de um circuito no mesmo


eletroduto em muitas situações, porém isto não pode ser feito de qualquer
forma visto que afetaria a segurança da instalação ao acarretar em um
aquecimento excessivo de condutores. Logo, a NBR 5410/2004 também
estabelece duas condições as quais uma ou a outra devem ser atendidas para
que mais de um circuito passe no mesmo eletroduto, estas são [4]:

 Quando estes quatro critérios forem atendidos simultaneamente:


o Os circuitos pertencem à mesma instalação, partem do mesmo
quadro de distribuição;
o As seções nominais dos condutores de fase (e
consequentemente dos de neutro e proteção) são semelhantes,
ou sejam, estão em um intervalo de três seções normalizadas
como mostra a tabela 15;
o Todos os condutores possuem o mesmo limite de temperatura
máximo para um serviço contínuo;
o Todos os condutores são isolados para a maior tensão nominal
presente no circuito;

 Quando os circuitos forem os de força, de comando e/ou sinalização de


um mesmo equipamento.

Entretanto, mesmo que se cumpra uma ou outra condição é preciso ressaltar


que ainda há um limite para a quantidade de circuitos que podem passar
seguramente em um mesmo eletroduto de determinado tamanho. Este limite é
estabelecido pela NBR 5410/2004 e é chamado de taxa máxima de ocupação.
Este indica o percentual máximo da área da área de seção transversal do
eletroduto que pode ser ocupado seguramente por determinado número de
condutores, isto é [4]:

 53% para um condutor ou cabo;


 31% para dois condutores ou cabos;
 40% no caso de três ou mais condutores ou cabos.

Dessa forma, agora é possível dimensionar o eletroduto de forma apropriada, o


procedimento é apresentado a seguir [5]:

1. Calcular a área total ocupada pelos condutores a partir de tabelas de


fabricantes de condutores, cabos;
 A utilizada no exemplo é a da fabricante Pirelli

Tab . 2 1: Dimensõ es totais dos condutores isolados (fio */cabo) [9]

2. Determinar o diâmetro nominal do eletroduto (mm) através de tabelas de


fabricantes a partir do da área total dos condutores;
Tab . 2 2: Eletrodutos de PVC rí gido roscável – classe A [9]

Para os cálculos do exemplo foi feita uma divisão dos tipos e quantidades de
circuitos apresentados na figura 16. Logo, antes de se apresentar a tabela com
todos os resultados será apresentado como exemplo um de seus casos.

 Caso 3:
o 1 circuito de iluminação (2 condutores) e 2 circuitos de TUG (3
condutores cada) passando pelo mesmo eletroduto. Pela tabela
18 sabe-se a bitola dos condutores de cada circuito, sendo os de
iluminação 1,5 mm² e os de TUG 2,5 mm². Além disso, ambos
esses tipos de condutores são cabos de cobre com mesmo
isolação de PVC. Dessa forma, ao se analisar os quatro critérios
propostos anteriormente pode-se dizer que todos estão
atendidos, esses três circuitos podem passar por um mesmo
eletroduto.
o Pela tabela 20, sabe-se que as áreas de cabos de seção nominal
1,5 e 2,5 mm² são respectivamente 7,1 e 10,7 mm².

Á𝑟𝑒𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑐𝑎𝑏𝑜𝑠 = 2 ∗ 7,1 + 6 ∗ 10,7 = 78,4 𝑚𝑚²

o De posse desta informação e que os condutores (8 no total) só


podem ocupar no máximo 40% da área do eletroduto de acordo
com a NBR5410/2004, tem-se que o diâmetro nominal do
eletroduto é 20 mm através da tabela 21.
Total de
Quantidade Número de Área total dos Diâmetro nominal
Tipo de condutores
Casos do tipo de condutores condutores dos eletrodutos
circuito no
circuito individuais (mm²) (mm)
eletroduto
1 1 Iluminação 2 2 14,2 16
1 Iluminação 2
2 5 46,3 16
1 TUG 3
1 Iluminação 2
3 8 78,4 20
2 TUG 6
1 Iluminação 2
4 11 110,5 25
3 TUG 9
2 Iluminação 4
5 10 92,6 25
2 TUG 6
6 1 TUE (#10) 3 3 81,9 25
1 TUE (#6) 3
7 6 53,4 20
1 TUE (#10) 3
8 1 TUG 3 3 32,1 16
Iluminação
9 1 3 3 28,4 16
(Three-way)
Iluminação
10 1 4 4 21,3 16
(Three-way)
1 TUG 3
11 Iluminação 7 64,1 20
1 4
(Three-way)
2 TUG 6
12 Iluminação 9 74,7 20
1 3
(Three-way)
13 2 TUG 6 6 64,2 20
T ab. 23: Dimensio na ment o d os eletrod utos da instalação e xemplo

Onde:
 #10 ou #6: representa o valor da seção nominal dos condutores do
circuito em mm²
 (Three-way): indica que o circuito de iluminação utilizando interruptores
paralelos.

1.2.7.4. Dispositivo de proteção:


A norma NBR 5410/2004 estabelece que circuitos devem ser protegidos por
um ou mais dispositivos de proteção em prol da segurança na instalação
elétrica tanto de seres-vivos, aparelhos elétricos contra diversas situações
adversas que podem acontecer ao longo do tempo. Nesse sentido, há
proteções contra choques elétricos, efeitos térmicos, sobrecorrentes e sobre
tensões. Porém, este trabalho se focará apenas em uma destas, que é a
proteção contra sobrecorrentes (o que envolve ambos sobrecargas e correntes Comentado [UdW1]: O DTM também serve para
de curto-circuito). efeitos térmicos.

O dispositivo de proteção usado nesses casos é o disjuntor termomagnético


(DTM). Isto é, um aparelho capaz de seccionar um circuito manual ou
automaticamente e sem sofrer qualquer dano, quando correntes de sobrecarga
ou de curto-circuito fluem por ele. Ele contém dois tipos de sistema de proteção
e respectivos princípios de funcionamento são os seguintes [6]:

 Contra correntes de sobrecarga:


o Baseado no princípio do bimetal (dilatação de duas lâminas
metálicas com coeficientes de dilatação distintos), estas se
curvam quando a corrente passando por elas supera o valor
nominal, o que causa o desarmamento do disjuntor.

 Contra correntes de curto-circuito:


o Nesse caso, a proteção usada é um disparador magnético
bobinado, quando correntes elevadas o suficiente o percorrem, o
campo magnético resultante torna o disparador um eletroímã forte
o bastante para desarmar o disjuntor.

Há outras características dos DTM como encapsulamento que não serão


abordadas neste trabalho, o foco é o dimensionamento apropriado deste
dispositivo.

1.2.7.4.1. Proteção contra correntes de sobrecarga;

O procedimento para se dimensionar um disjuntor não é algo complicado,


bastando apenas o atendimento das seguintes relações determinadas NBR
5410/2004 para se garantir a escolha do DTM apropriado para o circuito:

𝐼 ≤ 𝐼 ≤ 𝐼 (1.10)

𝐼 ≤ 1,45 ∗ 𝐼 (1.11)

Onde:
 Ib: é a corrente de projeto de circuito;
 In: é a corrente nominal do dispositivo de proteção (escolhido em tabelas
de disjuntores comerciais);
 Iz: capacidade máxima de condução de corrente do condutor para
determinada seção (tabela 15);
 I2: é a corrente que assegura efetivamente a atuação do disjuntor.
o 𝐼 = 1,35 ∗ 𝐼

Antes de se apresentar a tabela com as correntes nominais dos dispositivos de


proteção de todos os circuitos de nosso exemplo, será feito os cálculos para o
circuito 1 para exemplificar.

 Circuito 1:
o Pela tabela 17, pode-se verificar que a corrente de projeto deste
circuito é: 𝐼 = 6,54 𝐴;
o Já a seção nominal deste é de 1,5 mm² de acordo com o
apresentado na tabela 18. Dessa forma, ao se observar à 15 é
possível ver que a capacidade de condução dos condutores deste
circuito é: 𝐼 = 17,5 𝐴;
o Logo, é necessário escolher um dispositivo com um valor de
corrente nominal (In) de tal forma que: 6,54 ≤ 𝐼 ≤ 17,5 𝐴.
 Pela fabricante Steck, o disjuntor escolhido foi o de corrente
nominal comercial de 16 A.
o Como última verificação, com o valor de corrente nominal definido
tem-se que: 𝐼 = 21,6 𝐴 e 1,45 ∗ 𝐼 = 25,375 𝐴. Dessa forma, a
segunda condição definida pela expressão (1.11) foi atendida
também, confirmando que o disjuntor com este valor de corrente
nominal é apropriado para o circuito 1.

Segue abaixo a tabela com os cálculos de dimensionamento para todos os


disjuntores de todos os circuitos.

Circuito Ib (A) In (A) Iz (A) I2 (A) 1,45*IZ (A)


1 6,54 16 17,5 21,6 25,375
2 2,42 16 17,5 21,6 25,375
3 14,54 20 24 27 34,8

4 14,54 20 24 27 34,8

5 7,26 20 24 27 34,8

6 5,63 20 24 27 34,8

7 1,45 20 24 27 34,8

8 1,34 20 24 27 34,8
9 35,71 40 41 54 59,45
10 48,7 50 57 67,5 82,65
11 45,46 50 57 67,5 82,65
Tab. 2 4: Dime nsiona mento disp ositivo de proteção contra sob reca rgas

1.2.7.4.2. Proteção contra curto-circuito.

A norma NBR 5410/2004 estabelece que deve haver dispositivos de proteção


contra correntes de curto-circuito que precisam seccionar os seccionar os
circuitos nesses casos antes que o sobreaquecimento ponha em risco os
componentes da instalação, aparelhos elétricos. Desta forma, como já
mencionado os dispositivos aqui são os DTMs já foi escolhido a corrente nominal
deste, agora é preciso escolher um modelo que atenda também proteja o circuito
contra correntes de curto-circuito apropriadamente. Seguem abaixo algumas
recomendações para auxiliar nesta escolha [9]:

 O dispositivo deve ter capacidade de ruptura (no caso de um fusível,


quebra, queima, ou deterioração no caso de um disjuntor) compatível com
a corrente de curto-circuito (ICC). Esta pode ser obtida ao se determinar a
corrente de ruptura (IR) do mesmo, dessa forma tem-se que:

𝐼 ≥𝐼 (1.12)

o 𝐼 > 𝐼 : no caso de disjuntores


o 𝐼 = 𝐼 : no caso de fusíveis

 Além disso, é importante que o dispositivo dispare rapidamente para


evitar deterioração dos circuitos devido a exposição excessiva a correntes
de curto-circuito. Dessa forma, pode-se dizer que o tempo limite (tlimite) é
a razão do número de ciclos permitidos da circulação da corrente de curto
e a frequência da rede elétrica. Este é um fator definido pelo projetista.
o No caso do exemplo usado neste trabalho, o número de ciclos da
rede para que a corrente de curto flua pelos condutores da
instalação é igual a dois, logo, o tempo limite é de
aproximadamente 33,33 ms (lembrando que a frequência da rede
elétrica é de 60 Hz ou ciclos/s).

Com isso, pode-se dar prosseguimento a determinação da corrente de curto-


circuito e, consequentemente, o dimensionamento do dispositivo de proteção.
Esta se dá por meio de gráficos chamados de gráficos de corrente de curto-
circuito, como o apresentado a seguir.

Fig. 18 : Gráfico de corrente de cu rto-circuito

Este gráfico apresenta as correntes de curto-circuito (kA) máximas suportadas


por circuitos de determinada seção nominal (mm²) em determinada quantidade
de ciclos da rede elétrica.
A seção nominal dos condutores de cada circuito foi definida na tabela 18, logo
de posse desta informação junto com o número de ciclos da rede escolhido
anteriormente, tem-se que:
ICC
Circuito
(kA)
1 0,95
2 0,95
3 1,4
4 1,4
5 1,4
6 1,4
7 1,4
8 1,4
9 4
10 6
11 6
Tab. 25: Correntes de curto-circuito máximas suportadas pelos cond utores em 2 ciclos da
red e

Por fim, para a escolha correta do disjuntor é preciso definir as curvas de


disparo deste. Há alguns tipos sendo que os mais comuns são: B, C e D. A
diferença entre estes é a intensidade da corrente de curto que se espera,
sendo o tipo B o de baixa amplitude, tipo C média e o tipo de D alta. Dessa
forma, apenas os dois primeiros são interessantes para as instalações
residenciais e de acordo com a fabricante Steck [10] é recomendado que:
 DTMs com curva de disparo tipo B:
o Apropriados para cargas com características predominantemente
resistivas, como chuveiros elétricos, aquecedores, dentre outros.

 DTMs com curva de disparo tipo C:


o Apropriados para cargas com características predominantemente
indutivas como micro-ondas, lâmpadas de LED, condicionadores
de ar, dentre outros.
Segue abaixo os gráficos fornecidos pela fabricante Steck para estes dois tipos
de curvas de disparo:

b) c)

Fig. 19: Curvas de disparo . a ) Tipo B b) Tipo C

Ao observar estes dois gráficos fica evidente a presença de duas curvas em


cada um, estas são as curvas de atraso mínimo e máximo na atuação do
dispositivo. Dessa forma, na ordem de grandeza de 100 s e superiores é a
região de disparo térmico, já para valores menores é a região do disparo
magnético. Além disso, é importante mencionar que os valores de corrente
apresentados no eixo das abscissas dos gráficos estão normalizados em
relação à corrente nominal do disjuntor.
Antes de se apresentar todos os resultados do dimensionamento dos DTMs de
todos os circuitos, será dado prosseguimento ao do circuito para fins de
exemplificação.
 Circuito 1:
o Este é um dos circuitos terminais de iluminação da instalação, logo
o DTM apropriado possui uma curva de disparo do tipo C. Além
disso, pelas tabelas:
 24 sabe-se que a corrente de curto-circuito (ICC) máxima
suportada pelos condutores deste circuito é igual a 0,95 kA.
 23 sabe-se que a corrente nominal (In) do disjuntor é igual a
16 A.
o De posse destas informações e analisando a figura 18.c) é possível
ver que o tempo de disparo máximo do disparador magnético (TD)
é igual a 15 ms, que é um tempo menor que o tlimite definido
anteriormente como sendo 33,33 ms.
o Logo, pode-se afirmar que o disjuntor termomagnético apropriado
para este circuito é aquele com corrente de ruptura (IR) igual a 3 kA
(mínimo fornecido pelo fabricante Steck) já que esta é maior que a
corrente de curto circuito definida. E também, aquele com a
corrente nominal de valor igual a 16 A.

Segue abaixo a tabela com todos os cálculos de dimensionamento para todos


os disjuntores de todos os circuitos.
Proteção
Seção
Circuito Tipo Nominal ICC (kA) In (A)
(mm²) Tipo de
curva de IR (kA) TD (ms)
disparo
1 Iluminação social 1,5 0,95 16 C 3 15
Iluminação de
2 1,5 0,95 16 C 3 15
serviço
3 TUG (Serviço 1) 2,5 1,4 20 B 3 12
4 TUG (Serviço 2) 2,5 1,4 20 B 3 12
5 TUG (Social 1) 2,5 1,4 20 B 3 12
6 TUG (Social 2) 2,5 1,4 20 B 3 12
7 TUE (Geladeira) 2,5 1,4 20 C 3 15
8 TUE (TV) 2,5 1,4 20 C 3 15
TUE (Torneira
9 6 4 40 B 6 11
Elétrica)
TUE (Chuveiro
10 10 6 50 B 10 11
Elétrico)
11 TUE (Cooktop) 10 6 50 B 10 11

Tab. 26: Dime nsio na men to c ompleto dispositivo de proteçã o contra sobre correntes

1.3. Referências bibliográficas

[1] Sustentabilidade. WWF-Brasil. Disponível em: <


https://www.wwf.org.br/participe/porque_participar/sustentabilidade/>. Acesso
em: Fevereiro, 2021.
[2] SACHS, Ignacy. Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento
e meio ambiente. São Paulo: Nobel, 1993.
[3] Camargo, C. Gerenciamento pelo lado da demanda: metodologia para
identificação do potencial de conservação de energia elétrica de consumidores
residenciais. 1996. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Programa
de Pós-graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.
[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410:
Instalações elétricas de baixa tensão. 2008
[5] WATANABE, E. Apostila de Projeto de Instalações Elétricas Residenciais e
Prediais (parte III). 2012. Instituto Federal, Santa Catarina.
[6] FREITAS, P. Apostila de Instalações elétricas de baixa tensão. UFU.
Uberlândia.
[7] Padrão Brasileiro de Plugues e Tomadas. INMETRO. Disponível em: <
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/pluguestomadas/index.asp>. Acesso em:
Fevereiro, 2021
[8] COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS – DISTRIBUIÇÃO S. A. ND
5.1: Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária – Rede de
Distribuição Aérea – Edificações Individuais. 2015
[9] VANDERSON, F. Material Curso Instalações Elétricas I. UFJF. Juiz de Fora.
[10] Ficha técnica de produto. Linha de minidisjuntores. Steck. Disponível em: <
https://www.steck.com.br/produtos/comando-e-
protecao/minidisjuntores>. Acesso em: Fevereiro 2021

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