You are on page 1of 4

Lista 4 – Álgebra Linear – Turmas NA2SA e NB2SA

1q’22
Prof. Pedro Lauridsen Ribeiro

Produto escalar

Assumimos que todo espaço vetorial (real) V é imbuído de um produto escalar fixo h® x , y®i. No caso em
n Ín
que V = R 3 x® = (x1 , . . . , xn ), y® = (y1 , . . . , yn ), h®
x , y®i = j=1 x j y j é o produto escalar canônico (de modo
que a base canônica de Rn é ortonormal – ver e.g. o Exercício 1 abaixo). Se S = {®e1 , . . . , e®n } é base de V ,
Ín
então x® = (x1 , . . . , xn )S = i=1 xi e®i é a representação de x® ∈ V em termos de suas componentes em S – se,
n
por exemplo, V = R e S é a base canônica, então x® = (x1 , . . . , xn )S = (x1 , . . . , xn ).
Se p(t) = at 2 + bt + c é um polinômio de grau 2 (a, b, c ∈ R, a ≠ √
0), o discriminante de p(t) é dado por
2 −b± Δ
Δ = b − 4ac, de modo que as raízes de p(t) são dadas por t± = 2a .
Adotamos as seguntes abreviações: c.l. = “combinação linear”; l.d. = “linearmente dependente(s)”; l.i. =
“linearmente independente(s)”. Exercícios ou itens estrelados (*) são mais trabalhosos.

meira e segunda variáveis;


b.) Mostre que 𝜔 A é um produto escalar em V
x , y®i = nj=1 x j y j
Í
1 Mostre que a forma bilinear h®
se e somente se A = AT , A11 > 0, A22 > 0 e
em V = Rn é um produto escalar real em V (h·, ·i
det (A) > 0.
é denominado o produto escalar canônico em Rn ). Se
S = {®e1 , . . . , e®n } é a base canônica de V e x® ∈ V ,
mostre que podemos escrever
4 Seja V = M2×2 (R) (ver Exercício 3 da Lista 1),
n
Õ e
x® = h®e j , x®i®e j .
2
j=1
Õ
hA, Bi = Tr (AT B) = Ai j Bi j
i , j=1

= A11 B11 + A12 B12 + A21 B21 + A22 B22 ,


2 Seja o espaço vetorial V = R2 , e considere onde Tr (C) = C11 + C22 é o traço da matriz C =
os vetores x® = (1, 2) e y® = (−1, 1). Encontre [Ci j ] ∈ V (i.e. Ci j é a entrada de C na i-ésima linha
®z = (z1 , z2 ) ∈ V tal que h®
x , ®z i = −1 e h®y , ®z i = 3. e j-ésima coluna) e CT = [C ji ] é a transposta de C.
Mostre que hA, Bi é um produto escalar em V .

3 Seja S = {®e1 , e®2 } a base canônica de V = R2


e A ∈ M2×2 (R). Defina 𝜔 A : V 2 → R por * 5 Seja V = C 0 ([a, b], R) = espaço vetorial das
𝜔 A ( x®, y®) = x®T
S
A®yS . funções contínuas de [a, b] em R, munido das ope-
a.) Mostre que 𝜔 A é bilinear, i.e. satisfaz as pro- rações vetoriais pontuais ( f + g)(t) = f (t) + g (t),
priedades de linearidade com respeito à pri- (𝛼 f )(t) = 𝛼 f (t), f , g ∈ V , 𝛼 , t ∈ R. Mostre que
∫b
hf , gi = f (t)g (t)dt é um produto escalar em V . d.) Mostre que se dim (V ) = n e dim (W ) = k,
a
então dim (W ⊥ ) = n−k. (Dica: estenda a base
o.n. Sk de W a uma base S̃ de V e ortonor-
* 6 Seja V = P≤2 (R)  { f : R → R | f (t) = malize S̃ usando Gram-Schmidt. Conclua
a0 + a1 t + a2 t 2 , a0 , a1 , a2 ∈ R} o espaço vetorial usando o item (c) que se S = {®e1 , . . . , e®n } é
(com as operações pontuais de espaços de funções) a base o.n. de V obtida a partir de Sk , então
dos polinômios de ordem ≤ 2 com coeficientes re- Sk⊥ = S r Sk = {®ek+1 , . . . , e®n } é base de W ⊥ )
ais (ver Exercício 11 (r) da Lista 1), e S = { f j+1 (t) =
t j | j = 0, 1, 2} a base canônica de V .
a.) Mostre que se f (t) = a0 + a1 t + a2 t 2 , g (t) = 8 Seja h·, ·i um produto escalar em V (os pon-
b0 + b1 t + b2 t 2 são vetores em V , então tos denotam os argumentos do produto escalar),
p
cuja norma euclidiana é dada por k x®k = h® x , x®i,
1 2
a j bk

e Sk = {®e1 , . . . , e®k } um conjunto ortogonal em V .
Õ
hf , gi = f (t) g (t)dt = .
0 j+k+1 Seja
j,k=0
k
Õ h®e j , x®i
PW ( x®) = e®j
b.) Mostre que hf , gi define um produto escalar j=1
k®e j k 2
em V . (Dica: use o Exercício 5. Para provar a projeção ortogonal de V ao longo de W = L(Sk )
que hf , f i = 0 implica f = 0, notar que a pri- com respeito a h·, ·i (Exercício 7).
meira identidade implica, pelo Exercício 5, a.) Mostre que k x®k 2 = kPW ( x®)k 2 + k x® −PW ( x®)k 2
que f se anula em qualquer ponto de [0, 1]) para todo x® ∈ V . (Dica: demonstre primeiro
a seguinte forma do Teorema de Pitágoras: se
x , y®i = 0, então k x® + y® k 2 = k x®k 2 + k®y k 2 )

7 Se V é um espaço vetorial (real) e W é um su-
b.) Demonstre a desigualdade de Bessel: para todo
bespaço vetorial de V , o complemento ortogonal de W
x® ∈ V ,
é dado por k
Õ h®e j , x®i 2
2
≤ k x®k 2 ,
W ⊥ = { x® ∈ V | h®
x , y®i = 0 para todo y® ∈ W } . j=1
k®e j k

com igualdade se e somente se x® ∈ W . (Dica:


a.) Mostre que W ⊥ é subespaço vetorial de V .
use o teorema de Pitágoras para obter que
b.) Seja Sk = {®e1 , . . . , e®k } uma base o.n. de W Í h®e , x®i2
kPW ( x®)k 2 = kj=1 k®ej k 2 . Conclua empre-
j
(de modo que dim (W ) = k), e considere a gando o resultado do item (a))
projeção ortogonal PW ao longo de W :

k
Õ
PW x® = h®e j , x®i®e j . 9 Use ortonormalização de Gram-Schmidt para
j=1 obter uma base o.n. Sk do subespaço vetorial W =
L( S̃) de dimensão dim (W ) = k do espaço vetorial
Mostre que PW 2 = P , x
W ® ∈ W se e somente
V a partir da base dada S̃ de W nos seguintes casos:
se PW x® = x®, e que hPW x®, y® − PW y®i = 0 para
® se a.) V = R2 , S̃ = { f®1 = (3, 4)};
todo x®, y® ∈ V . Conclua daí que PW x® = 0
e somente se x® ∈ W ⊥ . b.) V = W = R3 , S̃ = { f®1 = (1, 0, 1), f®2 =
(1, 0, −1), f®3 = (0, 3, 4)};
c.) Mostre que se x® ∈ V , então existe uma
única escolha de x®0 ∈ W , x®1 ∈ W ⊥ tais que c.) V = R4 e S̃ = { f®1 = (1, 0, −1, 1), f®2 =
®
x® = x®0 + x®1 . Conclua daí que W ∩W ⊥ = {0}. (2, 3, −1, 2)}.
(Dica: use o item (b))

2
10 Use as bases o.n.’s obtidas no Exercício 9 para
escrever a projeção ortogonal PW x® de x® ∈ V = Rn
sobre W nos itens (a)–(c) desse Exercício em termos
das componentes de x® na base canônica. Use os re-
sultados obtidos para construir uma base o.n. S1 do
complemento ortogonal W ⊥ de W (ver o Exercício
7 acima) nos itens (a) e (c). (Dica: procure vetores x®
tais que f® = x® − PW x® ≠ 0)
®

11 Seja V = M2×2 (R) munido do produto esca-


lar dado no Exercício 4 acima. Obtenha o comple-
mento ortogonal W ⊥ (ver o Exercício 7 acima) dos
seguintes subespaços vetoriais W ⊂ V abaixo:
a.) W = {A = [Ai j ] ∈ V | Ai j = A ji };
b.) W =" {A =# [Ai j ] ∈ V | A = a1}, onde
1 0
1= é a matriz identidade;
0 1
c.) W = {A ∈ V | Ai j = 0 se i ≠ j}.

* 12 Seja V = P≤2 (R), e hf , gi o produto escalar


dado no Exercício 6.
a.) Seja W = L({ f (t) ≡ 1}). Encontre W ⊥ tal
como definido no Exercício 5.
b.) Aplique ortonormalização de Gram-Schmidt
à base canônica de V .

3
Respostas parciais dos exercícios
n  o
3 a.) Notar que se x® = (x1 , x2 ) e y® = (y1 , y2 ), então 3 4
9 a.) S1 = e®1 = 5, 5 ;
x1 (A11 y1
𝜔 A ( x®, y®) = + A12 y2 )
+ x2 (A21 y1+ A22 y2 ).
n    
b.) S3 = e®1 = √1 , 0, √1 , e®2 = √1 , 0, − √1 ,
2 2 2 2
b.) (esboço) Mostre que 𝜔 A ser simétrico é o mesmo que o
e®3 = (0, 1, 0) ;
exigir A = AT . Notar ainda que se x® = (x, y) e A = AT , (
então 𝜔 A ( x®, x®) = A11 x 2 + 2A12 xy + A22 y 2 – use os casos
 
c.) S2 = e®1 = √1 , 0, − √1 , √1 ,
3 3 3
particulares x® = (1, 0), (0, 1) para mostrar que 𝜔 A ser
q )
positiva definida implica A11 , A22 > 0. Seja o polinômio
q q q
1 27 4 1
e®2 = 87
, 29 , 87
, 87
.
p(x) de grau ≤ 2 em x dado por p(x) = 𝜔 A ( x®, x®) (y é
visto aqui como uma constante) – mostre que o discri-  
9x1 +12x2 12x1 +16x2
minante de p(x) é dado por Δ = −4y 2 det (A), e conclua 10 a.) PW (x1 , x2 ) = 25 , 25 , f®2 = (1, 0) −
 
16 12
daí que 𝜔 A ser positiva definida implica det A > 0. Con- , S1 = e®2 = ( 45 , − 35 ) .

PW (1, 0) = 25 , − 25
versamente, se A11 , A22 > 0 e det (A) > 0, mostre que
p(x) > 0 para todo y ≠ 0 e, caso y = 0, temos p(x) = 0 11 a.) W = {B = [Bi j ] ∈ V | Bi j = −B ji };
se e somente se x = 0. b.) W = {B = [Bi j ] ∈ V | Tr (B) = 0};
c.) W = {B = [Bi j ] ∈ V | B11 = B22 = 0}.

You might also like