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Economia C
Economia C
12º ANO
1. Crescimento e Desenvolvimento
2. A Globalização e a Regionalização Económica do Mundo
3. O desenvolvimento e a utilização de recursos
4. O desenvolvimento e os Direitos Humanos
1.CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
1.1. Crescimento económico e desenvolvimento - conceitos e indicadores
Crescimento económico: corresponde a aumentos regulares e quantitativos do produto nacional, do
rendimento, do investimento e do emprego durante um determinado período de tempo.
Desenvolvimento económico: refere-se a melhorias das condições de vida das populações em geral,
associada a aumentos da produção, à melhoria das condições de saúde, de educação e de habitação.
Nota:
É bastante improvável que haja desenvolvimento económico sem crescimento económico.
Países desenvolvidos: países que têm alto nível de desenvolvimento económico, tomando como base
alguns critérios de natureza económica e social.
Países em desenvolvimento: países com um produto o rendimento per capita baixo ou muito baixo,
cujas populações vivem sem condições consideradas aceitáveis. Este conceito tem evoluído desde a
designação inicial de Terceiro Mundo, passando pela designação de países subdesenvolvidos, até
à designação dada pelo Banco Mundial de países em vias de desenvolvimento, que, entretanto,
passou a países em desenvolvimento.
Países emergentes: países que não são considerados ainda como desenvolvidos, no entanto, têm
apresentado taxas de crescimento económico muito elevadas, como por exemplo Angola.
Indicadores simples
• RNB per capita;
Económicos • Repartição setorial da população ativa;
• Etc.
• Esperança Média de vida à nascença;
• Taxa de natalidade;
Demográficos • Taxa de mortalidade;
• Taxa de mortalidade infantil;
• Etc.
• Taxa de analfabetismo;
• Nº de anos de escolaridade obrigatória;
Socioculturais
• Nº de habitantes/médico;
• Etc.
• Estabilidade das instituições;
• Democracia política;
Político-sociais • Respeito pelos Direitos Humanos;
• Equidade entre géneros;
• Etc.
Indicadores compostos: indicadores que nos dão uma noção mais concreta e completa do
desenvolvimento de um país. Exemplos: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); Índice de
Desigualdade de Género (IDG); Índice de Pobreza Multidimensional (IPM).
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): Indicador composto que nos dá uma ideia mais precisa da
situação económica, social e cultural de um país. Este indicador inclui outros indicadores como a
Esperança Média de Vida, o nº médio de anos de escolarização, o RNB per capita real. Os valores
variam entre 0 e 1 sendo que os países desenvolvidos apresentam valores mais próximos de 1,
enquanto que os países em desenvolvimento apresentam valores mais próximos de 0. Neste
momento, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Noruega é o
país mais desenvolvido e Níger o país menos desenvolvido.
IDHAD (Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade): Indicador composto que mede
o desenvolvimento humano ajustado às diferentes situações de desigualdade que podem ser
verificadas, como por exemplo, a desigualdade na distribuição dos rendimentos.
IDG (Índice de Desigualdade de Género): Indicador composto que mede a diferença na participação
e tomada de decisões do género feminino nos domínios político, económico e dos rendimentos.
IPM (Índice de Pobreza Multidimensional): Indicador composto que revela o nível de pobreza de uma
população por tipos e graus de privações.
• Progresso técnico.
A dimensão do mercado como fonte de crescimento económico está igualmente patente nas
estratégias de integração económica que tiveram um início no pós-II Guerra Mundial. Com a
integração económica, os mercados alargaram-se e as economias progrediram. Hoje, a União
Europeia, por exemplo, é um projeto de integração concretizado, com benefícios incalculáveis, em
termos de crescimento económico, para os países membros.
A importância do investimento físico na atividade económica reside no facto que, para que a
atividade produtiva possa continuar, é necessário substituir ou aumentar os bens de equipamento e
as matérias-primas que se vão desgastando durante todo o processo produtivo. Havendo um maior
investimento em capital fixo, a capacidade produtiva de uma empresa aumentará. Se a capacidade
produtiva de uma empresa aumenta, haverá um aumento da produção, do emprego, dos rendimentos,
do consumo e, consequentemente, de bem-estar geral da população.
Nota:
Com uma nova tecnologia poderemos ter bens e serviços com outras características e mais
qualidade, no entanto, esta nova situação só foi possível porque houve conhecimento. Assim, a nova
tecnologia ou os progressos tecnológicos só se concretizam com base no esforço, empenho e
investimento em conhecimento. Por outro lado, o progresso técnico não se faz de uma forma linear, o
progresso técnico tem o seu tempo próprio. Como fator de crescimento económico, o progresso
técnico tem implicações na produtividade do trabalho e do capital, e na racionalização do trabalho,
podendo afirmar-se que o resultado final do progresso técnico e da inovação e potencial dados os
inúmeros benefícios para toda a sociedade.
O progresso técnico abre portas para que haja mais produção, mais produtividade e,
consequentemente, mais rendimento e bem-estar.
As economias dos países desenvolvidos apresentam um conjunto de características comuns que são:
• Inovação tecnológica;
• Diversificação da produção;
A evolução das economias tem-se processado com a perda de peso do setor primário para o
secundário e deste para o terciário. Tal não significa que a agricultura e outros ramos de atividade
primária não tenham importância para a sobrevivência e bem-estar das populações. O que tem
acontecido é que têm sido criadas outras atividades geradoras de mais riqueza, como a indústria e os
serviços. Os bens dos setores secundário e terciário, pela importância que têm atualmente na
produção e no quotidiano das populações, possuem um valor económico significativo que ultrapassa
em grande percentagem o valor dos bens criados no setor primário.
Por isso, é possível classificar um país como desenvolvido ou em desenvolvimento pelo tipo
de estrutura setorial da sua atividade económica.
Portugal tem avançado muito neste domínio, tendo já as empresas ultrapassado o Estado no
domínio da investigação e do seu aproveitamento económico. Em consequência, as exportações de
bens de média e alta tecnologia e o registo das patentes portuguesas têm evoluído muito
significativamente.
Diversificação da produção
• Concentração diagonal: quando a empresa «mãe» incorpora outras que lhe servem de suporte
para a sua atividade principal.
Estado liberal: Defende que o peso do Estado na atividade económica é mínimo, apenas em
atividades como, por exemplo, a defesa;
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Crise económica: Período específico dentro de um ciclo económico em que há uma inversão da
conjuntura económica, geralmente grave e brutal, correspondendo à fase descendente do ciclo.
Recessão técnica verifica-se quando o PIB real se reduz em, pelo menos, 2 trimestres consecutivos.
• O consumo diminui, os consumidores com receio da crise que se avizinha, cortam nas suas
despesas com som;
• A produção cai, não conseguindo escoar o produto as empresas acumulam stocks, pelo que
irão diminuir a sua produção;
• O investimento cai, dadas as expectativas de crise o risco do investimento aumenta e este retrai
se imediatamente;
• As ações caem, com os lucros a diminuir o valor das ações entre em queda.
A crise que marcou os anos 30 teve as suas origens no colapso da Bolsa de Nova Iorque, a 29
de outubro de 1929, dia conhecido por “terça-feira negra” devido aos seus efeitos que se alastraram
por todo o mundo. Toda a economia americana foi afetada, com elevadas quedas do produto e do
emprego que começaram a verificar-se logo depois nas economias europeias que ainda estavam a
recuperar dos efeitos da I Guerra Mundial.
Para amenizar os efeitos da crise, em 1933, foi implementada nos EUA uma política de
recuperação económica, de inspiração keynesiana – New Deal.
Segundo os clássicos, a solução passaria por baixar os salários, algo que Keynes rejeitava
tanto que defendia exatamente o oposto. Keynes defendia que a procura deve gerar a oferta, ou seja,
mais rendimento e consequentemente mais consumo. O Estado deveria baixar as taxas de juro e
aumentar o investimento público e a despesa pública.
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Nota:
Teve as suas origens num segmento do mercado de crédito imobiliário norte-americano, mas
tornou-se um furacão financeiro que se alastrou para o resto do mundo. A sua profundidade deve-se
ao facto de uma bolha especulativa no mercado imobiliário que era alimentada por taxas de juro
bastante baixas durante um largo período de tempo.
• As ações sobem – com os lucros a aumentar, o valor das ações tende a subir.
Combate às crises
• Política orçamental: o uso deste despesas e receitas públicas (orçamento de Estado) para
influenciar a evolução da economia podendo assim ser restritiva (atuando numa situação
expansionista) ou expansionista (atuando numa situação restritiva).
• Política fiscal: decisões relativas aos gastos e à obtenção de receitas do Estado. A política fiscal
pode ser expansionista (expansão/dinamização da economia através da diminuição de
impostos) ou restritiva (contração da economia através do aumento de impostos).
Por força de fatores diversos, como a globalização, o crescimento económico tem sido
evidente. No entanto, persistem grandes desigualdades entre continentes, países e regiões. Outro
aspeto a considerar diz respeito à distribuição da riqueza criada. Em 2014, 87% da riqueza mundial
era detida por 10% da população mais rica. Se considerarmos, para além das disparidades na
distribuição da riqueza mundial, o facto de em algumas regiões a taxa de crescimento da população
não acompanha a taxa de crescimento da riqueza.
A 1ª “Europeização” do mundo
É no final do século XVI e inícios do século XVII que surge a 1ª “Europeização” do mundo, ou seja,
o centro do comércio mundial é a Europa. É a partir do continente europeu que se faz o controlo do
comércio. A procura europeia de produtos e matérias-primas oriundas de outros continentes (África,
Ásia, América e Oceânia) é a principal razão para que o comércio entre as diferentes regiões do
mundo tenha sido impulsionado.
A 1ª Revolução Industrial
No final do século XVIII, surge na Inglaterra a 1ª Revolução Industrial. Esta tem como base um
conjunto de transformações a nível produtivo que causaram um aumento da produção, do
investimento e da população, surgimento de novas fontes de energia (o vapor), novos métodos de
produção e de transporte. Originou-se uma mecanização dos fatores produtivos e uma nova
organização do trabalho (a produção deixou de ser feita em oficinas, mas sim em fábricas). As
manufaturas foram substituídas pela produção industrial.
A procura internacional estimulou a produção industrial, provocando a modernização da
atividade produtiva e dos transportes, em especial o ferroviário e o marítimo, contribuindo para uma
maior produtividade e uma diminuição de preços. No espaço económico internacional, o triângulo Grã-
Bretanha, França e EUA constitui a estrutura dominante do sistema mundial de trocas.
A 2ª Revolução Industrial
No fim do século XIX, verifica-se uma revolução nos transportes e comunicações, marcando
assim o início da 2ª Revolução Industrial. Ocorreu ainda a integração de novos espaços no comércio
internacional (ex: Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, etc.) e um reforço do domínio europeu no
comércio mundial.
Na primeira metade do século XX, verificou-se um fim de um ciclo que já durava há séculos.
Durante este período, o comércio mundial esteve bastante condicionado pela I Guerra Mundial (1914-
1918), pela Grande Depressão (1929-1933) e pela II Guerra Mundial (1939-1945).
A retração do comércio mundial verificou-se juntamente com a crise económica mundial,
interrompendo o processo de mundialização registado no período anterior.
Após a II Guerra Mundial, as inovações realizadas de âmbito militar começaram a ser aplicadas
em todos os setores da atividade económica, intensificando, assim, o crescimento do comércio
internacional, para o qual a liberalização das trocas constitui um fator determinante. Surge assim a 3ª
Revolução Industrial que perdura nos dias de hoje.
Com a II Guerra Mundial, o mundo foi obrigado a se desenvolver para poder estar a par dos
acontecimentos, algo que acabou por incentivar a inovação, como a tecnologia informática e a
tecnologia nuclear, além das telecomunicações. Exemplo disso, é a criação, por parte dos Estados
Unidos, do primeiro computador e da primeira bomba atómica. Este desenvolvimento tecnológico
arrastou-se rapidamente para as atividades industriais e serviços, como os transportes, banca,
educação, telecomunicações, entre outros, o que facilitou o comércio mundial e o fluxo de
informações.
Após o fim da II Guerra Mundial muitos países precisaram de reconstruir as suas economias,
pois, estas, encontravam-se devastadas pela guerra. A reconstrução da Europa constituiu uma
oportunidade para as empresas, maioritariamente norte-americanas, fornecerem os bens e serviços
necessários aumentando as condições para a prática do comércio internacional através de uma maior
abertura das economias ao exterior.
No âmbito da liberalização do comércio mundial e visando a reconstrução dos países afetados
pela guerra, foram criadas vários organismos de âmbito internacional, em que se destacam: o Acordo
Geral de Tarifas e Comércio (GATT - General Agreement on Trade and Tariffs), que se tratava de um
acordo criado em 1947, visando a redução das tarifas aduaneiras, substituído pela OMC em 1995, o
Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), criado em 1945 com a finalidade
de conceder empréstimos para financiar a reconstrução das economias, acabando por ser aplicado
em conjunto com o Plano Marshall, o Fundo Monetário Internacional (FMI), entre outros.
Além disso, foram criadas organizações de âmbito regional. Nestes, destacam-se as
organizações: Comunidade Económica Europeia (CEE), atual UE, criada em 1957, em que se
estabelece um mercado e impostos alfandegários com o exterior comuns, além de outras políticas de
desenvolvimento, e a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA - European Free Trade
Association), criada em 1960, onde se criou uma área de comércio livre onde o produtos importados
entre estados-membros estavam isentos de impostos aduaneiros, o que, contribui para o aumento
das trocas entre os estados-membros.
Estes fatores ajudaram a impulsionar a mundialização económica e a aumentar a
interdependência global das economias e das empresas. A partir da década de 1990, a globalização
acelerou ainda mais com a revolução digital, permitindo a conectividade global em tempo real e o
comércio eletrónico.
Mundialização
A livre circulação da informação, fruto da evolução das comunicações via eletrónica, possibilitou
a difusão à escala global de valores, produtos culturais e modos de vida. O fenómeno da
mundialização alarga-se do domínio económico aos domínios social, político e cultural, atingindo toda
a vida social.
Movimentos migratórios
Os fluxos de informação
• Homogeneização dos mercados: Os mercados tendem a ser iguais entre si; em termos de
necessidades, desejos e expectativas.
Globalização financeira
Aldeia global: fenómeno derivado do progresso das tecnologias nas áreas da informação e da
comunicação, que permitiu reduzir as distâncias entres países e povos.
Aculturação
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A mundialização das trocas e é inerente a eliminação dos entraves à livre circulação originaram
um crescimento da riqueza no mundo que se tem refletido no aumento do consumo. O aumento da
produção, em resultado do desenvolvimento tecnológico e do alargamento dos mercados, associado
ao aumento dos rendimentos, foi acompanhado pelo aumento do consumo, quer em termos de
satisfação das necessidades básicas, quer em termos de melhoria da qualidade de vida.
No entanto subsistem grandes disparidades de consumo a nível global, tanto ao nível da
satisfação das necessidades primárias, nos países menos desenvolvidos, como em termos do
consumo de bens não essenciais, entre os quais os bens culturais.
NPI (Novos Países Industrializados): países da Ásia oriental e do sudeste asiático que registaram
rápido crescimento económico, no período inicial muito associado ao processo de desenvolvimento
do Japão, e crescente participação no comércio mundial. Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong,
Singapura, Tailândia, Malásia, Indonésia, Vietname, Laos e Camboja.
Tríade: constituída pelas maiores economias mundiais, inicialmente os Estados Unidos da América, a
União Europeia e o Japão. Atualmente a posição do Japão foi substituída pela China.
Economias emergentes: economias não desenvolvidas que, fruto das mudanças estruturais e
institucionais que atravessaram, desenvolveram processos de industrialização e alcançaram
melhorias significativas em relação ao bem-estar, caminhando para as condições de economias
desenvolvidas. Os BRICS constituem o principal grupo de economias emergentes.
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Existem países e sociedades que têm recolhido maiores benefícios do que outros, em termos do seu
crescimento e desenvolvimento. A difusão das novas tecnologias, o investimento direto estrangeiro e
o crescimento do comércio, por exemplo, não tem o mesmo efeito em todas as economias.
Os países em desenvolvimento, mesmo integrados na economia mundo e registando algum
crescimento económico, podem não beneficiar da globalização, se esse crescimento não for
duradouro e não produzir efeitos na melhoria das condições de vida da população em geral.
A crise financeira de 2007 e a crise económica que lhe seguiu, afetou toda a economia mundial,
atingindo particularmente os países desenvolvidos, que registaram uma forte desaceleração do seu
crescimento, em resultado da estagnação e até quebra da atividade económica.
A maior resistência das economias em desenvolvimento a crise demonstra o maior dinamismo
da região da Ásia, muito associada às exportações e à crescente procura interna. É de destacar o
crescimento Da China e o seu lugar de liderança em termos de crescimento económico mundial.
A recuperação do crescimento no período posterior à crise, particularmente em 2012, foi
também mais acentuada nas economias em desenvolvimento, destacando-se novamente a região da
Ásia e, dentro desta, a China.
Integração económica: reunião de vários mercados nacionais num só mercado de maior dimensão.
No processo de integração vão-se eliminando os impedimentos à livre troca estabelecendo elementos
de cooperação entre os países que integram essas regiões.
2. Zona de comércio livre: zona em que a livre circulação de mercadorias entre os países
pertencentes e em que cada um define a sua pauta aduaneira com países terceiros. exemplo: EFTA
3. União aduaneira: zona em que, além da livre circulação de mercadorias, é aplicada uma pauta
aduaneira comum relativamente ao comércio com países terceiros. Exemplo: União aduaneira da
África Austral (SACU)
5. União Económica: tipo de integração em que além de conter um mercado comum também tem
poder para adotar políticas económicas e sociais comuns a todos os Estados membros. Exemplo:
União Europeia.
6. União política: as políticas comuns vão substituindo as políticas nacionais dos Estados
membros, verificando-se a progressiva transferência dos poderes soberanos para órgãos
supranacionais que exercem na soberania comum.
Soberania comum/partilhada: coexistência dos poderes soberanos dos Estados nacionais com os
poderes transferidos pela vontade dos Estados para órgãos supranacionais.
Movimentos migratórios
Todos os movimentos de deslocação de pessoas de um sítio para outro com a intenção de lá
permanecerem, são considerados movimentos migratórios. Quando ocorre uma entrada de
indivíduos, nacionais ou estrangeiros, que residiam no estrangeiro durante pelo menos um ano no
país, está-se na presença de um movimento de imigração. Quando ocorre uma saída de indivíduos
de um país, nacionais ou estrangeiros, onde permaneceram pelo menos um ano, para outro país,
está-se na presença de um movimento de emigração.
Os movimentos migratórios não são recentes. Desde sempre que pessoas de ambos os sexos,
diferentes culturas e etnias deslocam-se de uma região para a outra, algo que permanece atual.
Atualmente, as migrações ocorrem por diversos motivos, porém, os motivos económicos são
os mais apontados. Como já acontece há séculos, inúmeras pessoas deslocam-se em busca de
melhor qualidade de vida. Grande parte das populações que vivem em países sem qualidade e
condições de vida e de trabalho, acabam por ser atraídas para países onde lhes é garantido uma
melhor qualidade de vida. A Europa e os Estados Unidos são palcos de atração para milhares de
indivíduos, principalmente africanos, asiáticos e latino-americanos. A pobreza, o desemprego ou a
falta de perspetivas económicas num determinado local podem impulsionar as pessoas a migrar para
lugares onde acreditam que encontrarão melhores condições de vida. Então, migram em busca de
empregos com melhores salários, condições de trabalho ou perspetivas de crescimento profissional.
A instabilidade política, a violência, a falta de segurança, a discriminação étnica ou religiosa
são, também, fatores que podem levar pessoas a migrar em busca de um ambiente mais seguro e
pacifico. Guerras, conflitos armados, opressão governamental e violações dos direitos humanos são
exemplos de situações que podem levar à migração forçada.
Qualquer que seja a sua origem, é evidente que os movimentos migratórios se refletem, pelo
volume de pessoas envolvidas, nos países de origem e de chegada. A migração pode causar
inúmeras consequências a níveis económicos, sociais, políticos e demográficos, tanto para os países
de origem, quanto para os países acolhedores.
Geração Definição
Não podem ser separados uns dos outros, não se devendo garantir um direito
Indivisibilidade
em detrimento de outro.
Justiça social: Implica que todos os seres humanos tenham as necessidades básicas satisfeitas,
desfrutem de igualdade de oportunidades, não sofram discriminações e tenham acesso aos bens
públicos.
Direito ao desenvolvimento
O direito ao desenvolvimento faz parte da 3ª geração de Direitos Humanos. Implica que todos
os seres humanos do mundo tenham acesso à satisfação das necessidades básicas e que haja
igualdade de oportunidades.
Este só se constrói com a participação das populações na vida democrática. Contudo,
encontramo-nos muito aquém do respeito por esse direito, independentemente da escala de análise
ser global, regional ou local.
• Ajuda pública ao desenvolvimento: fornecida por um Estado ou órgão internacional. Pode ser
uma doação ou empréstimo a juros inferiores aos praticados no mercado.
Diálogo Norte-Sul: Foi para alterar as relações desiguais entre os países do Norte (desenvolvidos) e
os países do Sul (em desenvolvimento) que, sob pressão destes últimos se criou a CNUCED com a
Objetivos do milénio: 8 objetivos estabelecidos pela ONU em 2000, e que deverão ser atingidos até
2015.
Sustentabilidade: Defende a conjugação das vertentes ecológica, económica, social e política para o
bem das futuras gerações.
Exclusão social
O conceito de exclusão social baseia-se nos conceitos de solidariedade, laços sociais e
cidadania, que fomentam a coesão social. Apesar de muitos estudos sobre a pobreza já se centrarem
nas várias dimensões do fenómeno, a nova noção de exclusão social vem acentuar as características
associadas aos laços e solidariedades sociais.
Pobreza e exclusão social são fenómenos distintos, embora a pobreza possa conduzir à
exclusão social. Desta forma, as pessoas sem abrigo são consideradas excluídas socialmente porque
existe uma rutura dos laços sociais com a família, amigos, vizinhança e colegas de emprego,
associada a uma situação de penúria que põe em causa a subsistência. A exclusão social impulsiona
um círculo vicioso de ruturas, quebra de relações sociais, privações e de sofrimentos.
Pobreza Absoluta
A pobreza absoluta pode ser definida como uma situação em que não existem bens essenciais
necessários à subsistência dos indivíduos, ou seja, estes não atingiram os limites da sobrevivência,
não podendo satisfazer as suas necessidades básicas. No entanto, este conceito apresenta algumas
limitações, pois não tem em conta as diferenças de nível de vida entre regiões e os diferentes
contextos sociais.
Pobreza relativa
A pobreza relativa refere-se à situação das famílias, ou dos indivíduos, que vivem em condições
mais precárias do que o conjunto da sociedade, isto é, abaixo dos níveis e da participação social
considerados aceitáveis. Aqui, a referência já não é a subsistência, mas sim a desigualdade.
Discriminação negativa: Quando o ato discriminatório só servirá para acentuar a desigualdade entre
indivíduos que a praticam e os indivíduos que a sofrem. Esta pode ser em função do género (sexismo),
económica, étnica (xenofobia), religiosa, em função da orientação sexual (homofobia, bifobia, etc.) ou
em função de uma deficiência ou doença.
4. Cooperação: Definir politicas ambientais que deverão ser feitas e implementadas em conjunto
por todos os intervenientes.
10. Subsidiariedade: tomar decisões através dos órgãos mais próximos dos cidadãos.
Conciliar crescimento
económico com
tecnologias amigas do
ambiente
Conciliar crescimento
económico com
Conciliar crescimento
desenvolvimento
económico com
responsabilidade social
• Eliminação da: pobreza, privação social, incompetência dos serviços públicos, intolerância e
terrorismo de Estado.
• Inclui: Crescimento do PIB per capita, redução das desigualdades, igualdade de oportunidades,
respeito pelos direitos civis e políticos, dispositivos sociais e económicos, exercício de uma
cidadania plena.