Baseado no formato de prova aplicado pela banca Cespe
Vandré Amorim
Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça – STJ, conquistando diversas aprovações em concursos públi-
cos, e trabalha como coordenador de Inovação e Tribunais no Gran Cursos Online. Atualmente, ministra aulas de
Direito Administrativo e as principais legislações: 8.112/1990, 8.429/1992, 8.666/1993, 8.429/1992 e 9.784/1999.
Também dá dicas e técnicas de produção de mapas mentais.
SIMULADO PCDF
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No que diz respeito ao Direito Administrativo, julgue o item a seguir.
1 A Administração Pública, em seu sentido objetivo, compre-
ende as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes que exercem
função administrativa. Por outro lado, em seu sentido subjeti-
vo, designa a natureza da atividade exercida por esses entes.
Quanto às entidades que integram a Administração Pública, julgue
o item que se segue.
2 As empresas públicas, de acordo com a Constituição Federal,
gozarão do mesmo tratamento jurídico dispensado às autar-
quias em matéria de regime tributário, pois integram a estru-
tura da Administração indireta.
Quanto à organização da Administração Pública, julgue o pró-
ximo item.
3 As sociedades de economia mista são efetivamente criadas
por atos de direito privado, mas, para a sua instituição, há a
dependência de autorização legislativa.
Em relação à organização administrativa, julgue os itens a seguir.
4 Empresa pública federal é a entidade dotada de personalidade
jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e
com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente
detido pela União.
5 As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, com capa-
cidade de autodeterminação, patrimônio e receitas próprias, cria-
das por lei para o desempenho de atividades típicas do Estado,
submetidas à autotutela da Administração Pública direta.
Quanto à matéria relacionada aos atos administrativos, julgue os
itens que se seguem.
6 Em se tratando de defeitos relativos aos requisitos compe-
tência e forma, será sempre possível a convalidação de atos
administrativos.
7 De acordo com a doutrina majoritária, são atributos impres-
cindíveis dos atos administrativos a presunção de legitimida-
de, a autoexecutoriedade e a imperatividade.
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8 Os atos administrativos, por serem submetidos ao regime jurí-
dico de direito público, serão produzidos apenas por pessoas ju-
rídicas de direito público, integrantes da Administração Pública.
9 Tendo em vista a distinção quanto ao grau de liberdade confe-
rido pela lei ao administrador para a prática de determinado ato
administrativo discricionário ou vinculado, pode-se afirmar que
apenas os segundos estão sujeitos ao controle jurisdicional.
Com relação aos atos administrativos, julgue os itens que se seguem.
10 A publicidade é condição de validade dos atos da Adminis-
tração Pública.
11 Caso se determine, como forma de punição, a remoção de ofí-
cio de um servidor público, o ato administrativo em questão
revelará vício no objeto.
12 A imperatividade é o atributo pelo qual se permite que o ato
administrativo seja imposto a terceiros, independentemente
de sua concordância, ainda que se trate de ato inválido.
13 Não é possível a revogação dos atos administrativos consu-
mados e dos atos enunciativos.
14 Os requisitos fundamentais do ato administrativo, de acordo
com a doutrina majoritária, são a forma, o objeto, a capacida-
de, o motivo e a finalidade.
15 Caso um ato administrativo seja considerado ilegal, impõe-se a
sua extinção, por meio da anulação, que poderá ser praticada de
ofício pela própria Administração, no exercício da autotutela,
ou pelo Poder Judiciário, desde que devidamente provocado.
No tocante às regras sobre improbidade administrativa, julgue os
próximos itens.
16 Se um agente público for condenado em ação de improbidade
administrativa por uso de maquinário da Administração, para
seu interesse pessoal, poderá ser-lhe aplicada pena de sus-
pensão dos direitos políticos por período de cinco a dez anos.
17 A decretação de medida cautelar de indisponibilidade dos
bens em razão da prática de ato de improbidade que gere o
enriquecimento ilícito, de acordo com o STJ, será pautada no
princípio do in dubio pro societate.
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Julgue os próximos itens de acordo com a Lei de Improbidade
Administrativa.
18 Para a configuração de ato de improbidade, é obrigatória a
comprovação tanto do prejuízo quanto, ao menos, da conduta
culposa do agente.
19 A conduta de permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro
se enriqueça ilicitamente constitui ato de improbidade admi-
nistrativa que causa lesão ao erário, sujeito o agente à penali-
dade de suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos.
20 O agente público que, atentando contra os princípios da Ad-
ministração Pública, for condenado em ação de improbidade
por ter deixado de praticar, indevidamente, ato de ofício, es-
tará sujeito a pena de suspensão dos direitos políticos pelo
período de três a cinco anos.
21 Ao particular, aplica-se o mesmo regime prescricional previsto
na Lei de Improbidade Administrativa para o agente público.
Em relação aos poderes administrativos, julgue os próximos itens.
22 No âmbito da execução penal, a aplicação de eventual sanção
ao detento, pelo diretor do estabelecimento prisional, em de-
corrência de falta cometida dentro do estabelecimento prisional
durante o cumprimento da pena, decorre do poder disciplinar.
23 Uma das formas de manifestação do poder de polícia adminis-
trativa é a edição de atos normativos, como regulamentos do
chefe do Poder Executivo para a fiel regulamentação de leis.
24 O abuso de poder, seja na modalidade excesso de poder, seja
na de desvio de finalidade, pode decorrer de conduta omissiva
ou comissiva de agente público.
25 Em decorrência do poder hierárquico, é lícita a delegação de
competência, em caráter ordinário e por tempo indetermina-
do, a órgão hierarquicamente inferior.
26 O desvio de poder pode se configurar tanto em razão de uma
ação quanto de uma omissão do agente público, caso haja a
alteração da finalidade pública.
27 O poder conferido à Administração para restringir, frenar,
condicionar, limitar o exercício de direitos e atividades eco-
nômicas dos particulares, a fim de preservar os interesses da
coletividade, denomina-se poder de polícia.
Julgue os seguintes itens, relativos ao controle da Administração
Pública.
28 Dado o caráter privado das empresas públicas, o Tribunal de
Contas da União está impossibilitado de exercer seu contro-
le externo. Todavia, a legislação pertinente determina que o
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estatuto social da respectiva entidade preveja formas de con-
trole interno.
29 A Constituição Federal autoriza tanto o Senado Federal quanto
a Câmara dos Deputados a sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem os limites do poder regulamentar.
30 O controle administrativo, como decorrência da autotutela que
a Administração Pública tem sobre seus próprios atos e agen-
tes, abrange aspectos de legalidade e de mérito administrativo.
31 A fiscalização contábil, orçamentária, operacional e patri-
monial da Administração Pública federal, sob os aspectos de
legalidade, legitimidade e economicidade, integra o controle
externo de competência exclusiva do Congresso Nacional.
No que diz respeito à sistemática da responsabilidade civil do
Estado, julgue os itens a seguir.
32 As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de ser-
viços públicos respondem, perante usuários de serviços pú-
blicos, de forma objetiva. No entanto, perante terceiros não
usuários, sua responsabilidade é subjetiva, tendo em vista a
natureza privada da entidade.
33 Um agente de polícia, no exercício da função, com o intui-
to de evitar um ato de violência contra uma pessoa, dispa-
rou, contra o ofensor, vários tiros com revólver. No entanto,
o agente acabou atingindo um transeunte. Nessa hipótese, a
responsabilidade civil do Estado dependerá da prova de ter
havido dolo ou culpa do agente.
34 É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública
decorrente de ilícito civil.
35 A responsabilidade civil do Estado por ato omissivo é subjeti-
va, cabendo ao particular, que foi a vítima, comprovar a culpa
ou o dolo na conduta do Estado.
36 Pela teoria do risco integral, adotada em situações específicas, o
Estado fica obrigado a reparar todo e qualquer dano, independen-
temente de a vítima ter concorrido para o seu aperfeiçoamento.
No que tange aos dispositivos constitucionais acerca de agentes
públicos, julgue os itens que se seguem.
37 Ao proibir acumulação remunerada de cargos públicos, a
Constituição Federal de 1988 não abrangeu as sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo poder público.
38 Havendo compatibilidade de horários, para um ocupante de
cargo efetivo que esteja em atividade, será permitida a acu-
mulação remunerada com outro cargo de natureza eletiva.
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39 É permitida a prova emprestada no processo administrati- 49 No concurso – modalidade licitatória de caráter intelectual –,
vo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo o julgamento técnico é relativamente discricionário, mas não
competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa. arbitrário.

40 Desde que devidamente motivada e com amparo em investiga- 50 Configura hipótese de inexigibilidade de licitação aquisição
ção ou sindicância, é permitida a instauração de processo admi- de serviço de informática prestado por empresa pública que
nistrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face tenha sido criada para esse fim específico.
do poder-dever de autotutela imposto à Administração.

41 Só por lei, pode-se sujeitar a exame psicotécnico a habilitação

de candidato a cargo público.

42 É inconstitucional toda modalidade de provimento que pro-

picie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em con-
curso público destinado ao seu provimento, em cargo que não
integre a carreira na qual anteriormente investido.

43 A falta de defesa técnica por advogado no processo adminis-

trativo disciplinar não ofende a Constituição.

No que diz respeito à Lei de Concessão e Permissão, julgue o item

que se segue.

44 Na denominada concessão administrativa, a Administração

Pública é usuária direta ou indireta da prestação de serviços,
enquanto, no caso de concessão patrocinada, há cobrança de
tarifa dos usuários particulares.

Quanto à disciplina dos serviços públicos, julgue os itens a seguir.

45 Os serviços públicos gerais (ou uti universi) são divisíveis e

devem ser mantidos por impostos.

46 Os serviços públicos individuais (ou uti singuli) são mensurá-

veis relativamente aos seus destinatários.

No que tange às normas sobre licitação, julgue os itens que se

seguem.

47 Configura hipótese de dispensa de licitação a contratação de

instituição brasileira incumbida estatutariamente da pesqui-
sa, desde que a contratada detenha inquestionável reputação
ético-profissional e não tenha fins lucrativos.

48 A modalidade convite é utilizada entre interessados do ramo

pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de três pela unidade adminis-
trativa, cujo instrumento convocatório será fixado em local
apropriado, para que se possibilite a participação de interes-
sados não convidados.
 POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL
DEPARTAMENTO DE GESTÃO DE PESSOAS

GABARITO

Questão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Gabarito E E C C E E E E E E

Questão 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Gabarito E C C E C E C E C C

Questão 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Gabarito C C C C E C C E E C

Questão 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
Gabarito E E E C C C E E C C

Questão 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Gabarito C C C C E C C C C E
Baseado no formato de prova aplicado pela banca Cespe
DIREITO ADMINISTRATIVO
No que diz respeito ao Direito Administrativo, julgue o item a seguir.
1 A Administração Pública, em seu sentido objetivo, compre-
ende as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes que exercem
função administrativa. Por outro lado, em seu sentido subjeti-
vo, designa a natureza da atividade exercida por esses entes.
Errado.
O denominado sentido objetivo, também chamado de sentido
material ou funcional, retrata as atividades exercidas pela Ad-
ministração. Já o sentido subjetivo, formal ou orgânico retrata
justamente os sujeitos integrantes da Administração, ou seja, a
sua estrutura física.
Quanto às entidades que integram a Administração Pública, julgue
o item que se segue.
2 As empresas públicas, de acordo com a Constituição Federal,
gozarão do mesmo tratamento jurídico dispensado às autar-
quias em matéria de regime tributário, pois integram a estru-
tura da Administração indireta.
Errado.
Embora integrem a estrutura da Administração indireta, as
autarquias possuem personalidade jurídica de direito público,
assemelhando-se, pois, com os privilégios das entidades da
Administração direta (imunidade tributária, impenhorabilida-
de de bens, regime de precatórios etc.). Já as empresas estatais
(empresas públicas e sociedades de economia mista) se asse-
melham às empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
às obrigações civis, trabalhistas, comerciais e tributários, nos
termos do art. 173 da CF. Inclusive, o § 2º do art. 173 dispõe
que “as empresas públicas e as sociedades de economia mista
não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
setor privado”.
Quanto à organização da Administração Pública, julgue o pró-
ximo item.
3 As sociedades de economia mista são efetivamente criadas
por atos de direito privado, mas, para a sua instituição, há a
dependência de autorização legislativa.
Certo.
De acordo com o art. 37, XIX, da CF/1988, todas as entidades
que integram a Administração Pública indireta dependem de
lei para serem criadas. No entanto, deve-se registrar que, em
relação às de direito público (autarquia e fundações públicas
de direito público), a lei cria diretamente, ao passo que, para
as de direito privado (empresas públicas e sociedades de eco-
nomia mista), também chamadas de empresas estatais, haverá
inicialmente uma autorização legislativa, ou seja, o surgimento
de uma lei permitindo que elas sejam criadas (veja, então, que a
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lei não cria diretamente), para que, após, por meio de ato priva-
do – como o registro em cartório dos atos constitutivos –, ocorra
a efetiva criação.
Em relação à organização administrativa, julgue os itens a seguir.
4 Empresa pública federal é a entidade dotada de personalidade
jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e
com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente
detido pela União.
Certo.
A questão traz exatamente o conceito de empresa pública des-
crito no art. 3º da Lei n. 13.303/2016 (Estatuto das Empresas
Estatais). Dois pontos merecem destaque: primeiro, o fato de a
sua criação ser autorizada por lei, ou seja, a criação não se dá
pela própria lei, mas sim em um momento posterior, a partir do
registro dos atos constitutivos; segundo, a questão de o capital
social ser integralmente detido por algum integrante da Admi-
nistração direta, mas sem esquecer-se da possibilidade de haver
a participação de outras pessoas jurídicas de direito público in-
terno, bem como de entidades da Administração indireta, mas
desde que a maioria do capital votante permaneça em proprie-
dade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município.
5 As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, com capa-
cidade de autodeterminação, patrimônio e receitas próprias, cria-
das por lei para o desempenho de atividades típicas do Estado,
submetidas à autotutela da Administração Pública direta.
Errado.
Por serem integrantes da Administração indireta, as autarquias
estão submetidas a um controle finalístico, não hierárquico.
Com isso, não há que se falar em autotutela, mas sim em tutela,
também conhecida como supervisão ministerial.
Quanto à matéria relacionada aos atos administrativos, julgue os
itens que se seguem.
6 Em se tratando de defeitos relativos aos requisitos compe-
tência e forma, será sempre possível a convalidação de atos
administrativos.
Errado.
A convalidação de ato administrativo é a sanatória dos seus de-
feitos/vícios, ou seja, um ato que contenha alguma ilegalidade
poderá, em certos casos, ser corrigido pela Administração Pú-
blica, em decorrência de seu poder de autotutela. No entanto, a
convalidação está, inicialmente, condicionada a situações que
não gerem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.
Ademais, somente em casos ligados a vícios na competência e
na forma; mas, mesmo assim, não é possível em qualquer vício
nesses requisitos. Quanto à competência, apenas em relação a
vícios ligados ao sujeito, e não em relação à matéria (ex.: com-
petência exclusiva). Já em relação à forma, apenas os vícios
sobre formas não essenciais.
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7 De acordo com a doutrina majoritária, são atributos impres-
cindíveis dos atos administrativos a presunção de legitimida-
de, a autoexecutoriedade e a imperatividade.
Errado.
Os atributos dos atos administrativos representam suas prerro-
gativas, ou seja, o tratamento diferenciado que os atos adminis-
trativos recebem em razão da incidência do regime de direito
público. No entanto, nem todos esses atributos estarão sempre
presentes, não sendo possível, por isso, dizer que eles são indis-
pensáveis. A presunção de legitimidade sempre estará presente,
pois todos os atos nascem com a presunção de que respeitam
todo o ordenamento jurídico. Já a autoexecutoriedade e a impe-
ratividade não estarão presentes em todos os atos. Não haverá
autoexecutoriedade em situações em que a Administração de-
verá buscar, no Poder Judiciário, a satisfação/execução de suas
medidas, como ocorre com a cobrança de multa. A imperati-
vidade, por sua vez, não estará presente em atos ampliativos,
negociais e enunciativos.
8 Os atos administrativos, por serem submetidos ao regime ju-
rídico de direito público, serão produzidos apenas por pesso-
as jurídicas de direito público, integrantes da Administração
Pública.
Errado.
Embora os atos administrativos sejam submetidos ao regime
de direito público, é possível a sua produção por pessoas de
direito privado da Administração indireta (quando da prestação
de algum serviço público), bem como a delegação para não in-
tegrantes da Administração Pública, como, por exemplo, con-
cessionárias e permissionárias de serviços públicos. Deve-se
observar que não se pode delegar a produção de quaisquer atos
administrativos, como os atos normativos e punitivos.
9 Tendo em vista a distinção quanto ao grau de liberdade confe-
rido pela lei ao administrador para a prática de determinado ato
administrativo discricionário ou vinculado, pode-se afirmar que
apenas os segundos estão sujeitos ao controle jurisdicional.
Errado.
Embora, de fato, não se admita o controle jurisdicional sobre
o mérito administrativo (conveniência e oportunidade), carac-
terística presente apenas nos atos discricionários, devemos nos
atentar para o fato de que nestes também existem aspectos de
legalidade que podem ser apreciados pelo Poder Judiciário.
Assim, seja o ato vinculado, seja o ato discricionário, o Poder
Judiciário sempre poderá exercer o controle jurisdicional sobre
os aspectos de legalidade do ato.
Com relação aos atos administrativos, julgue os itens que se seguem.
10 A publicidade é condição de validade dos atos da Adminis-
tração Pública.
SIMULADO PCDF – DIREITO ADMINISTRATIVO
Errado.
A publicidade é condição de eficácia dos atos administrativos, e
não propriamente de validade. Um ato ainda não publicado, por
exemplo, pode ser considerado válido; no entanto, não estará
produzindo seus efeitos.
11 Caso se determine, como forma de punição, a remoção de ofí-
cio de um servidor público, o ato administrativo em questão
revelará vício no objeto.
Errado.
A remoção tem como objetivo, ou seja, finalidade, o desloca-
mento do servidor, mas sem caráter punitivo. Trata-se de um
procedimento administrativo de remanejamento do servidor,
para melhor atender aos interesses públicos. Assim, haven-
do o caráter punitivo, verifica-se um vício de finalidade, não
no objeto.
12 A imperatividade é o atributo pelo qual se permite que o ato
administrativo seja imposto a terceiros, independentemente
de sua concordância, ainda que se trate de ato inválido.
Certo.
Os atributos dos atos administrativos representam as prerrogati-
vas, as qualidades, as características de direito público (ou seja,
a demonstração da supremacia do interesse público) que os atos
administrativos possuem. Um desses atributos é o da imperati-
vidade, que representa, na essência, a supremacia do interesse
público, uma vez que, como consequência, a Administração
Pública tem o poder de determinar, exigir, obrigar a realização
ou a abstenção de algo, ainda que o destinatário não concorde
com a medida, ainda que seja um ato ilegal, pois todos os atos
nascem com a presunção de serem legítimos.
13 Não é possível a revogação dos atos administrativos consu-
mados e dos atos enunciativos.
Certo.
A revogação é uma das formas de extinção do ato administra-
tivo, que se dá em razão de motivos de conveniência ou opor-
tunidade, ou seja, por questões de mero interesse da Adminis-
tração (é a análise do mérito administrativo). Justamente por
isso não se admite a revogação de alguns atos, como ocorre em
relação aos atos vinculados, aos atos consumados (exauridos),
aos atos enunciativos (declaratórios), aos atos materiais (pro-
cedimentais) e aos atos que geram direito subjetivo, ou seja,
líquido e certo.
14 Os requisitos fundamentais do ato administrativo, de acordo
com a doutrina majoritária, são a forma, o objeto, a capacida-
de, o motivo e a finalidade.
Errado.
A doutrina majoritária do Direito Administrativo aponta a com-
petência, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto como requisi-
tos ou elementos indispensáveis a todos os atos administrativos.
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Atenção para não confundir competência com capacidade: a
primeira se refere ao poder conferido ao agente para desempe-
nhar suas funções; a segunda representa apenas um dos aspec-
tos internos da competência e está associada à capacidade física
e mental para desempenhar o cargo. Assim, é possível dizer que
todos que possuem competência também possuem capacidade;
no entanto, não basta ter capacidade para ter competência.
15 Caso um ato administrativo seja considerado ilegal, impõe-se
a sua extinção, por meio da anulação, que poderá ser prati-
cada de ofício pela própria Administração, no exercício da
autotutela, ou pelo Poder Judiciário, desde que devidamente
provocado.
Certo.
Quando se fala em controle dos atos administrativos, a anulação
é a forma de extinção de atos que possuem alguma ilegalidade.
Não se admitiria, nesse caso, a revogação, que é utilizada ape-
nas em situações de controle de conveniência e oportunidade.
A anulação tanto poderá ser declarada administrativamente (por
provocação ou de ofício) quanto judicialmente (apenas por pro-
vocação, em razão do princípio da inércia).
No tocante às regras sobre improbidade administrativa, julgue os
próximos itens.
16 Se um agente público for condenado em ação de improbidade
administrativa por uso de maquinário da Administração, para
seu interesse pessoal, poderá ser-lhe aplicada pena de sus-
pensão dos direitos políticos por período de cinco a dez anos.
Errado.
Os agentes que cometerem ato de improbidade administrativa
estarão sujeitos a diversas sanções, sendo uma delas a suspen-
são dos direitos políticos. O prazo de duração da suspensão
pode variar entre, no mínimo, três anos e, no máximo, dez anos,
a depender do ato de improbidade cometido. Por isso, inicial-
mente, deve-se identificar qual ato foi cometido: a) enriqueci-
mento ilícito: oito a dez anos; b) prejuízo ao erário ou conces-
são indevida de benefício financeiro ou tributário: cinco a oito
anos; e c) violação de princípio: três a cinco anos. Verifique se
o agente público está se aproveitando de alguma maneira da
prática irregular. Caso a resposta seja sim, então será enriqueci-
mento ilícito (ainda que tenha gerado prejuízo ao erário); caso
o agente público não tenha auferido qualquer vantagem, veja se
algum terceiro está se aproveitando ou se ficou claro que houve
prejuízo aos cofres públicos (mas desde que o agente público
não tenha se aproveitado).
17 A decretação de medida cautelar de indisponibilidade dos
bens em razão da prática de ato de improbidade que gere o
enriquecimento ilícito, de acordo com o STJ, será pautada no
princípio do in dubio pro societate.
SIMULADO PCDF – DIREITO ADMINISTRATIVO
Certo.
Vigora, nos processos relacionados à improbidade administra-
tiva, uma proteção especial ao interesse público, para que se
permita, sobretudo, o ressarcimento integral do dano (daí, in-
clusive, a natureza civil da improbidade). Em razão disso, ha-
vendo indícios de prática de improbidade, deve-se privilegiar
o interesse público (ou seja, o interesse da sociedade), não o
interesse do réu (in dubio pro reu).
Julgue os próximos itens de acordo com a Lei de Improbidade
Administrativa.
18 Para a configuração de ato de improbidade, é obrigatória a
comprovação tanto do prejuízo quanto, ao menos, da conduta
culposa do agente.
Errado.
A Lei de Improbidade prevê situações em que, mesmo não ha-
vendo prejuízo ao erário, estará configurada uma das hipóteses
de improbidade, como é o caso, por exemplo, dos atos de im-
probidade que atentam contra os princípios da Administração
Pública. Ademais, a conduta culposa só é admitida nos atos de
improbidade que causam lesão ao erário, sendo que, nos demais
casos, exige-se uma conduta dolosa.
19 A conduta de permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro
se enriqueça ilicitamente constitui ato de improbidade admi-
nistrativa que causa lesão ao erário, sujeito o agente à penali-
dade de suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos.
Certo.
A questão está de acordo com os termos dos artigos 10, XII, e
12, II, da Lei de Improbidade. Perceba que quem está se enri-
quecendo não é um agente público, mas sim um terceiro. Caso
fosse o próprio agente público, estaria configurado um ato de
improbidade que importa em enriquecimento ilícito previsto
no art. 9º. No entanto, como, no caso, o enriquecimento foi de
um terceiro, configura-se um ato de improbidade que gera pre-
juízo ao erário, que redunda nas penas descritas no artigo 12,
II, da LIA.
20 O agente público que, atentando contra os princípios da Ad-
ministração Pública, for condenado em ação de improbidade
por ter deixado de praticar, indevidamente, ato de ofício, es-
tará sujeito a pena de suspensão dos direitos políticos pelo
período de três a cinco anos.
Certo.
Nos termos do art. 12, III, da Lei n. 8.429/1992, o agente que
for condenado pela prática de ato de improbidade que viole
princípios da Administração Pública está sujeito às seguintes
cominações: ressarcimento integral do dano, se houver; perda
da função pública; suspensão dos direitos políticos de três a
cinco anos; pagamento de multa civil de até cem vezes o valor
da remuneração percebida pelo agente; e proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
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ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermé-
dio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
de três anos.
21 Ao particular, aplica-se o mesmo regime prescricional previsto
na Lei de Improbidade Administrativa para o agente público.
Certo.
O Superior Tribunal de Justiça, em entendimento retratado na
sua Súmula n. 634, entende que o particular, por não poder
responder por ato de improbidade sem a presença do agente
público, deve seguir, por arrastamento, as regras aplicáveis ao
agente público.
Em relação aos poderes administrativos, julgue os próximos itens.
22 No âmbito da execução penal, a aplicação de eventual san-
ção ao detento, pelo diretor do estabelecimento prisional,
em decorrência de falta cometida dentro do estabelecimento
prisional durante o cumprimento da pena, decorre do poder
disciplinar.
Certo.
Havendo uma relação jurídica pautada por alguma vinculação
específica entre os sujeitos envolvidos, afasta-se a incidência
do poder de polícia, uma vez que pautado na vinculação geral
imposta a toda a sociedade. No caso, considerando o vínculo
específico criado entre o Estado e o detento (sentença condena-
tória), a aplicação de penalidade decorre do poder disciplinar.
O mesmo ocorre, por exemplo, em relação a uma empresa pri-
vada contratada pelo Poder Público, que sofre uma sanção em
razão do descumprimento de cláusula contratual. Perceba que
há um vínculo específico: o contrato. Por outro lado, caso uma
empresa privada seja fiscalizada pela Vigilância Sanitária e, por
descumprimento às normas de armazenamento de alimentos,
sofra uma sanção, teremos, agora sim, a incidência do poder de
polícia, pois houve o descumprimento de uma norma imposta a
todos (não há um vínculo específico).
23 Uma das formas de manifestação do poder de polícia adminis-
trativa é a edição de atos normativos, como regulamentos do
chefe do Poder Executivo para a fiel regulamentação de leis.
Certo.
O poder de polícia pode se revelar por diversas formas. A dou-
trina costuma indicar o “ciclo de polícia” para retratar as diver-
sas etapas/fases em que o poder de polícia pode se manifestar.
São elas: a) ordem/legislação; b) consentimento; c) fiscaliza-
ção; e d) sanção. Verifica-se, assim, que o poder de polícia é
muito mais que a mera fiscalização e eventual aplicação de san-
ção. Existem as chamadas atividades preventivas do poder de
polícia, que se revelam, inicialmente, a partir da regulamenta-
ção/normatização de atividades. Dessa forma, as normas sobre
constituição de uma nova empresa, bem como a legislação dis-
ciplinando o exercício de algumas atividades privadas, carac-
terizam o exercício do poder de polícia. Note, assim, que uma
das formas de exercer o poder de polícia poderá ser por meio do
poder regulamentar/normativo.
SIMULADO PCDF – DIREITO ADMINISTRATIVO
24 O abuso de poder, seja na modalidade excesso de poder, seja
na de desvio de finalidade, pode decorrer de conduta omissiva
ou comissiva de agente público.
Certo.
A prática de ilegalidades administrativas, seja por ação ou por
omissão, configura abuso de poder, que pode ser subdividido
em excesso de poder, quando o vício se refere à competência,
ou desvio de poder, quando o vício se refere à finalidade ou
motivo do ato.
25 Em decorrência do poder hierárquico, é lícita a delegação de
competência, em caráter ordinário e por tempo indetermina-
do, a órgão hierarquicamente inferior.
Errado.
A delegação é uma das formas de atuação da hierarquia. No
entanto, não é possível que seja por prazo indeterminado.
26 O desvio de poder pode se configurar tanto em razão de uma
ação quanto de uma omissão do agente público, caso haja a
alteração da finalidade pública.
Certo.
O desvio de poder é uma das espécies de abuso de poder (a ou-
tra é o excesso de poder), e pode se configurar quando o agente
atua ferindo a finalidade do ato. O desvio, então, se dá quando
os objetivos a serem buscados não refletem o interesse público.
Tanto por ação (conduta comissiva) ou por omissão poderá ser
configurado! Exemplo: a) o agente público atua (ação) buscan-
do interesse privado; b) o agente deixa de fazer (omissão) com
o fim de prejudicar um desafeto.
27 O poder conferido à Administração para restringir, frenar,
condicionar, limitar o exercício de direitos e atividades eco-
nômicas dos particulares, a fim de preservar os interesses da
coletividade, denomina-se poder de polícia.
Certo.
O poder de polícia administrativa é atividade da Administra-
ção Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse
ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Julgue os seguintes itens, relativos ao controle da Administração
Pública.
28 Dado o caráter privado das empresas públicas, o Tribunal de
Contas da União está impossibilitado de exercer seu contro-
le externo. Todavia, a legislação pertinente determina que o
estatuto social da respectiva entidade preveja formas de con-
trole interno.
Baseado no formato de prova aplicado pela banca Cespe
Errado.
Embora as empresas públicas sejam pessoas jurídicas de direito
privado, o fato de possuírem capital público autoriza o TCU
a exercer seu controle externo sobre suas atividades. A propó-
sito, compete ao TCU julgar as contas dos administradores e
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
Administração direta e indireta, incluídas as fundações e as so-
ciedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as
contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra ir-
regularidade de que resulte prejuízo ao erário público (art. 71).
29 A Constituição Federal autoriza tanto o Senado Federal quanto
a Câmara dos Deputados a sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem os limites do poder regulamentar.
Errado.
Nos termos do art. 49, V, da CF, é da competência exclusiva
do Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites
de delegação legislativa. Dessa forma, não se pode dizer que
compete às Casas, individualmente, que compõem o Congres-
so Nacional.
30 O controle administrativo, como decorrência da autotutela que
a Administração Pública tem sobre seus próprios atos e agen-
tes, abrange aspectos de legalidade e de mérito administrativo.
Certo.
A autotutela é a forma de controle administrativo permanente
e automático que tanto abrange aspectos de mérito quanto de
legalidade. É a forma mais ampla de controle, por se tratar de
controle interno.
31 A fiscalização contábil, orçamentária, operacional e patri-
monial da Administração Pública federal, sob os aspectos de
legalidade, legitimidade e economicidade, integra o controle
externo de competência exclusiva do Congresso Nacional.
Errado.
Nos termos do art. 70 da CF/1988, a fiscalização contábil, fi-
nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e
das entidades da Administração direta e indireta, quanto à le-
galidade, à legitimidade, à economicidade, à aplicação das sub-
venções e à renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder. Já o art. 71 diz que o controle externo,
a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União. Observa-se, assim, que não
se trata de competência exclusiva do Congresso Nacional, que
está prevista no art. 49 da CF/1988.
No que diz respeito à sistemática da responsabilidade civil do
Estado, julgue os itens a seguir.
32 As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de ser-
viços públicos respondem, perante usuários de serviços pú-
SIMULADO PCDF – DIREITO ADMINISTRATIVO
blicos, de forma objetiva. No entanto, perante terceiros não
usuários, sua responsabilidade é subjetiva, tendo em vista a
natureza privada da entidade.
Errado.
Desde o ano de 2010, o Supremo Tribunal Federal passou a
entender que, tanto perante o usuário de serviço público quan-
to perante o não usuário do serviço público, que tenha sofrido
algum dano por ato imputado ao Estado (ou de algum de seus
delegatários), a responsabilidade é objetiva, não havendo que se
falar em distinção.
33 Um agente de polícia, no exercício da função, com o intui-
to de evitar um ato de violência contra uma pessoa, dispa-
rou, contra o ofensor, vários tiros com revólver. No entanto,
o agente acabou atingindo um transeunte. Nessa hipótese, a
responsabilidade civil do Estado dependerá da prova de ter
havido dolo ou culpa do agente.
Errado.
Inicialmente, deve-se registrar que, nos termos do art. 37, § 6º,
da CF, são as pessoas jurídicas que responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Por isso,
deve-se, primeiro, estabelecer a relação jurídica entre a vítima
e o Estado. Nesse passo, por se tratar de uma ação (e não uma
omissão) por parte do agente público, a responsabilidade civil
do Estado é pautada na denominada responsabilidade objetiva,
que independe da aferição acerca do dolo ou da culpa do agente
público que causou o dano. Em um segundo plano, analisa-se o
chamado direito de regresso que o Estado possui em relação ao
seu agente, o qual dependerá da comprovação de dolo ou culpa
do referido agente.
34 É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública
decorrente de ilícito civil.
Certo.
Segundo o Supremo Tribunal Federal, como forma de incidên-
cia da segurança jurídica, a ação de reparação de danos decor-
rentes de atos ilícitos é prescritível. No entanto, quando decor-
rente de ato de improbidade, o ressarcimento é imprescritível.
35 A responsabilidade civil do Estado por ato omissivo é subjeti-
va, cabendo ao particular, que foi a vítima, comprovar a culpa
ou o dolo na conduta do Estado.
Certo.
Embora a regra seja a adoção da responsabilidade objetiva, no
caso de condutas omissivas, adota-se, em regra, a responsabili-
dade subjetiva, que exige a comprovação, por parte da vítima,
de um dos elementos subjetivos da conduta (dolo ou culpa).
36 Pela teoria do risco integral, adotada em situações específi-
cas, o Estado fica obrigado a reparar todo e qualquer dano,
independentemente de a vítima ter concorrido para o seu
aperfeiçoamento.
Baseado no formato de prova aplicado pela banca Cespe
Certo.
A regra geral no Direito Administrativo é a aplicação da teoria
do risco da Administração, que admite a incidência de causas
excludentes ou atenuantes da responsabilidade do Estado. No
entanto, em casos especiais, como danos nucleares, danos am-
bientais e atos terroristas, haverá a adoção da teoria do risco in-
tegral, que não admite excludentes ou atenuantes, como a culpa
da vítima, caso fortuito ou força maior.
No que tange aos dispositivos constitucionais acerca de agentes
públicos, julgue os itens que se seguem.
37 Ao proibir acumulação remunerada de cargos públicos, a
Constituição Federal de 1988 não abrangeu as sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo poder público.
Errado.
Segundo a CF (art. 37, XVII), “a proibição de acumular esten-
de-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsi-
diárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público”. Assim, deve-se entender que a acumulação
está, em regra, proibida.
38 Havendo compatibilidade de horários, para um ocupante de
cargo efetivo que esteja em atividade, será permitida a acu-
mulação remunerada com outro cargo de natureza eletiva.
Errado.
A acumulação de cargos, em regra, é proibida pela Constituição
Federal (CF). No entanto, em certos casos, a CF autoriza a acu-
mulação, mas sempre condicionada à compatibilidade de horá-
rios. Em relação à acumulação com cargo eletivo, a CF apenas
autoriza a acumulação com o cargo de vereador, não com qual-
quer cargo eletivo. Se o servidor já estivesse aposentado, aí sim
seria possível a acumulação com qualquer cargo eletivo.
39 É permitida a prova emprestada no processo administrati-
vo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo
competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa.
Certo.
Nos termos da Súmula n. 591 do Supremo Tribunal Federal,
a prova já produzida em juízo penal, por exemplo, poderá ser
aproveitada em PAD, por questão de economia processual. No
entanto, é obrigatório que haja a autorização pelo juízo compe-
tente e que sejam respeitados o contraditório e a ampla defesa.
40 Desde que devidamente motivada e com amparo em investiga-
ção ou sindicância, é permitida a instauração de processo admi-
nistrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face
do poder-dever de autotutela imposto à Administração.
SIMULADO PCDF – DIREITO ADMINISTRATIVO
Certo.
Nos termos da Súmula n. 611 do STJ, é possível que denúncia
apócrifa (anônima) seja o estopim de um processo disciplinar.
No entanto, não se admite a condenação apenas com base em
denúncia anônima.
41 Só por lei, pode-se sujeitar a exame psicotécnico a habilitação
de candidato a cargo público.
Certo.
O Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante n. 44,
vedando a previsão de exame psicotécnico apenas no edital do
concurso. Dessa forma, esse tema é reservado à lei.
42 É inconstitucional toda modalidade de provimento que pro-
picie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em con-
curso público destinado ao seu provimento, em cargo que não
integre a carreira na qual anteriormente investido.
Certo.
Por meio da Súmula Vinculante n. 43, o Supremo Tribunal Fe-
deral reforça a ideia no sentido de que o ingresso nos quadros
públicos deve ocorrer por meio de concurso público. Atenção
apenas para o fato de que é possível ocupar cargo comissiona-
do sem a prévia aprovação em concurso público; porém, nesse
caso, o vínculo é precário.
43 A falta de defesa técnica por advogado no processo adminis-
trativo disciplinar não ofende a Constituição.
Certo.
Segundo o Supremo Tribunal Federal, em PAD, a ausência de
advogado não representa cerceamento de defesa, nos termos da
Súmula Vinculante n. 5.
No que diz respeito à Lei de Concessão e Permissão, julgue o item
que se segue.
44 Na denominada concessão administrativa, a Administração
Pública é usuária direta ou indireta da prestação de serviços,
enquanto, no caso de concessão patrocinada, há cobrança de
tarifa dos usuários particulares.
Certo.
A questão traz exatamente os conceitos previstos na Lei das
PPPs (art. 2º da Lei n. 11.079/2004): “Concessão patrocina-
da é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de
que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando
envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contra-
prestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado”.
“Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços
de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta,
ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instala-
ção de bens”.
Baseado no formato de prova aplicado pela banca Cespe SIMULADO PCDF – DIREITO ADMINISTRATIVO

Quanto à disciplina dos serviços públicos, julgue os itens a seguir.
45 Os serviços públicos gerais (ou uti universi) são divisíveis e
devem ser mantidos por impostos.
Errado.
Os serviços coletivos ou gerais são indivisíveis, por isso, inclu-
sive, mantidos por impostos.
50 Configura hipótese de inexigibilidade de licitação aquisição
de serviço de informática prestado por empresa pública que
tenha sido criada para esse fim específico.
Errado.
Não se configura como hipótese de dispensa de licitação, pre-
vista no art. 24, VIII, da Lei n. 8.666/1993.

46 Os serviços públicos individuais (ou uti singuli) são mensurá-

veis relativamente aos seus destinatários.

Certo.
Os serviços individuais são passíveis de aferição individual,
sendo, por isso, remunerados por taxas ou tarifas.

No que tange às normas sobre licitação, julgue os itens que se

seguem.

47 Configura hipótese de dispensa de licitação a contratação de

instituição brasileira incumbida estatutariamente da pesqui-
sa, desde que a contratada detenha inquestionável reputação
ético-profissional e não tenha fins lucrativos.

Certo.
Nos termos do art. 24, XIII, da Lei n. 8.666/1993, a referida
hipótese está prevista no rol de dispensa de licitação.

48 A modalidade convite é utilizada entre interessados do ramo

pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de três pela unidade adminis-
trativa, cujo instrumento convocatório será fixado em local
apropriado, para que se possibilite a participação de interes-
sados não convidados.

Certo.
A Lei n. 8.666/1993 admite a participação ao convite de duas
formas: primeiro, aos que são convidados por meio da carta-
-convite; segundo, aos cadastrados na correspondente especia-
lidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até
24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

49 No concurso – modalidade licitatória de caráter intelectual –,

o julgamento técnico é relativamente discricionário, mas não
arbitrário.

Certo.
Na modalidade concurso, a Administração possui a discricio-
nariedade de definir os critérios de julgamentos com maior li-
berdade. Inclusive, por conta disso, não se utilizam os critérios
(tipos) previstos no art. 45. Ademais, a comissão de julgamen-
to será especial justamente por ter que analisar características
mais subjetivas. No entanto, não é possível que se julgue com
base em critérios ilegais, ou seja, de forma arbitrária.
Baseado no formato de prova aplicado pela banca Cespe SIMULADO PCDF – DIREITO ADMINISTRATIVO