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UNIDADE 3

Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e Relatório


de Impacto Ambiental (RIMA)

Já vimos que o Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de


Impacto Ambiental desenvolvem um conjunto de atividades interdependentes,
nas quais você necessariamente deverá trabalhar em equipe. É imperioso que
você entenda bem o processo de confecção e a filosofia embutida nos
EIA/RIMAs, já que ambos participam do mesmo processo, o licenciamento
ambiental, mas apresentam objetivos diferenciados. Um descuido seu, ao
participar deste processo, poderá representar uma grande perda para pessoas
que, com certeza, você nem conhece, mas estarão sendo prejudicadas
ambiental e/ou socialmente, por uma falha não proposital.
Objetivo

Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:


 Analisar os procedimentos de elaboração de um EIA e de um RIMA.
Conteúdo Programático

Esta unidade está dividida em:


 Aula 1 - Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e Relatórios de Impacto
Ambiental (RIMA)
 Aula 2 - Termo de referência para construção de EIA/RIMA
 Aula 3 - Análise técnica de estudos de impactos ambientais
Rota de Aprendizagem

A Rota de Aprendizagem apresenta as ações que devem ser realizadas nesta


unidade. Utilize a Rota de Aprendizagem para planejar e gerir, com eficiência,
as suas ações e o seu tempo de estudo. Isso facilitará a construção do seu
conhecimento e aumentará a possibilidade de que você tenha um bom
desempenho nas avaliações. Clique aqui para acessar a Rota de
Aprendizagem.
Observe
esta imagem.

O que ela representa?


Desenvolvimento? Empregos? Poluição?
Nesta unidade, você verá como, no nosso campo de trabalho, estamos nos
preparando para que os problemas associados a esta imagem sejam cada vez
menos comuns.
Vamos nos aprofundar nesse estudo!

Aula 1Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e Relatórios de Impacto


Ambiental (RIMA)
A Avaliação de Impacto Ambiental visa a antever os impactos ambientais
decorrentes de atividades humanas antes da tomada de decisão. Para tanto, a
AIA é organizada em um conjunto de atividades e procedimentos dos quais é
objeto de regulamentação. O processo de AIA abrange um conjunto
estruturado de procedimentos, regido por lei ou regulamentação específica.

Esse processo constitui um conjunto de procedimentos com a finalidade de


analisar a viabilidade ambiental de projetos, planos (programas) e fundamentar
uma decisão. O conceito de processo de AIA é amplamente utilizado na
literatura especializada e em documentos governamentais internacionais. O
processo de AIA é entendido como os passos e estágios a serem cumpridos
para que uma análise ambiental preventiva seja considerada suficiente e útil,
de acordo com padrões aceitos internacionalmente.
A princípio, a AIA destinava-se majoritariamente a projetos de engenharia.
Atualmente apresenta campo mais vasto de aplicação, abrangendo planos,
programas, políticas, impactos da produção, consumo e descarte de bens e
serviços (a avaliação do ciclo de vida), avaliação da contribuição líquida de um
projeto e análise de sustentabilidade.
A AIA é um instrumento de política ambiental, mas não representa o fim da
degradação, já que a avaliação de impactos ambientais não tem o poder de
forçar os tomadores de decisão a adotarem a alternativa de menor dano. Os
efeitos diretos da AIA atuam na substituição de projetos inviáveis por outros
legitimamente viáveis, uma melhora em termos de alternativas.

A Avaliação de Impacto Ambiental é um importante instrumento na elaboração


de projetos de desenvolvimento, com foco direcionado a alternativas mais
sustentáveis. Trata-se de prevenir danos – e prevenção requer previsão, ou
antecipação da provável situação futura.
Os tomadores de decisão (gestores públicos ou privados) decidem acerca
daquilo que lhes é submetido, atuando essencialmente na análise de projetos e
programas previamente concedidos e elaborados. Nesse contexto, o processo
de AIA visa a “estimular” a concepção de projetos menos agressivos
ambientalmente, e não simplesmente julgar se os impactos de cada projeto são
aceitáveis ou não.
Com isso cria-se um mecanismo de prevenção do dano ambiental que se inicia
na formulação, concepção e criação de projetos e alternativas de soluções para
determinados problemas. A AIA contempla uma busca por soluções voltada a
critérios ambientais mais exigentes, cujo foco é o estabelecimento de projetos
que levem em conta os aspectos ambientais desde sua concepção.
Contudo, os impactos socioambientais de um projeto (externalidades) afetam
de maneira desigual os atores sociais envolvidos. Às vezes, os beneficiados
por um projeto não são os mesmos que precisam lidar com os efeitos
negativos. A avaliação de impacto ambiental media o debate sobre ônus e
benefícios de projetos, tornando-se um instrumento de negociação entre atores
sociais.
Os sistemas de avaliação de impacto ambiental, necessariamente, têm certo
número de componentes, chamados de tarefas obrigatórias. Essas tarefas são
componentes comuns aos sistemas de AIA vigentes nas mais diversas
jurisdições. No entanto, cada jurisdição escolhe a qual atividade conceder
maior ou menor importância (ou mesmo omitir).
Esses passos principais regulam e disciplinam a atividade licenciada e
abrangem um conjunto de normas, padrões e regras, estabelecendo condições
e limites para o exercício de uma série de atividades. Um estudo de impacto
ambiental bem feito fornece elementos e informações de grande valia para o
processo de gestão ambiental do empreendimento.

Esses componentes correspondem às etapas ou tarefas a serem realizadas. A


apresentação da proposta representa o início do processo de AIA. Uma
iniciativa, um projeto, um plano ou uma política são apresentados para análise
da instância decisória. Essa instância, por sua vez, é uma organização que
possui um mecanismo institucionalizado de decisão.
A triagem constitui a fase de identificação das ações humanas que tenham
potencial de causar alterações ambientais significativas. Nesta fase, faz-se
necessário rever a informação acumulada na literatura de inúmeros tipos de
ações que causam impactos significativos.
Uma vez requerida a realização do EIA, é necessário esboçar seu escopo. Este
processo define a abrangência e a profundidade dos estudos. A natureza dos
impactos que podem vir a decorrer dos empreendimentos dá o tom ao plano de
trabalho para realização dos estudos.
A elaboração do EIA é, normalmente, a fase que mais consome tempo e
recursos no decorrer do processo. A preparação do estudo é feita por uma
equipe multidisciplinar (composta de profissionais de diferentes áreas),
objetivando, conforme o caso, determinar a extensão e a intensidade dos
impactos ambientais decorrentes do empreendimento.
A análise dos estudos é feita por uma terceira parte, que normalmente fica a
cargo do órgão governamental encarregado de autorizar o empreendimento.
Parte do processo de AIA compreende a formalização da consulta aos
interessados e ao público diretamente afetado pelo empreendimento. É comum
que a consulta pública se dê após a conclusão dos estudos, quando se tem um
quadro mais completo sobre as implicações da decisão a ser tomada.
O processo decisório da AIA varia em cada jurisdição onde é adotado. A
decisão sobre um dado empreendimento costuma caber às autoridades
ambientais ou ao governo. Uma vez obtida à autorização para implantação do
empreendimento, procede-se com o acompanhamento da implementação das
medidas elencadas para reduzir, eliminar ou compensar os impactos negativos
oriundos da atividade.
A etapa de monitoramento é parte essencial das atividades de gestão
ambiental e deve permitir confirmar ou não as previsões feitas no estudo de
impacto ambiental, constatar se o empreendimento atende aos requisitos
aplicáveis e alertar para a necessidade de ajustes e correções. É necessário
garantir o pleno cumprimento dos compromissos assumidos pelo
empreendedor. Para tanto, o acompanhamento congrega o conjunto de
atividades estipuladas como condicionantes à concessão da autorização para
implantação do empreendimento.

O processo de AIA demanda a preparação de grande número de documentos


devido à alta complexidade e múltiplas atividades a serem realizadas.
A quantidade e natureza dos documentos envolvidos dão uma ideia do tempo
necessário à obtenção de uma licença ambiental. Em geral, esse processo é
longo e costuma ser oneroso.
A avaliação de impactos ambientais é um instrumento da política ambiental.
Constitui-se de um conjunto de procedimentos que atua desde o início do
processo, fazendo um exame sistemático dos impactos ambientais de uma
proposta (projeto, programa, plano ou política) e suas alternativas. Faz-se
necessário, ainda, que os resultados sejam apresentados ao público e aos
tomadores de decisão.
A Lei 6.938/81 institui a Política Nacional do Meio Ambiente. Esse instrumento
assegura a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, como
subsídio ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança
nacional e à dignidade da vida humana (CUNHA & GUERRA, 2002).
A referida lei está pautada em bases que asseguram uma ação governamental
voltada:
 ao equilíbrio ecológico (como patrimônio público de uso coletivo);

 ao planejamento e à fiscalização do uso dos recursos ambientais e do território;

 aos incentivos à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a


proteção dos recursos ambientais;

 à proteção dos ecossistemas e preservação de áreas representativas;

 ao controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

 ao acompanhamento da qualidade ambiental e recuperação de áreas


degradadas;

 à promoção da educação ambiental em todos os níveis de ensino.

Para alcançar esses objetivos, essa lei prevê a Avaliação de Impacto Ambiental
(AIA) e outros instrumentos complementares e inter-relacionados, como o
licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras,
o zoneamento ambiental, estabelecimento de padrões de qualidade ambiental
e criação de unidades de conservação, e cadastros técnicos, relatórios de
qualidade ambiental e penalidades disciplinares (ou compensatórias).

A elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental leva em conta a legislação,


as opções políticas, os interesses sociais e mesmo a competência técnica. A
Resolução CONAMA 1/86 é referência para a avaliação de impacto ambiental
no Brasil.
Essa norma estabelece as linhas gerais para a preparação de um Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA),
e determina que:
 o proponente (empreendedor) é responsável pelos custos e despesas da
realização do EIA/RIMA;
 os órgãos ambientais são responsáveis pelas instruções dos estudos, análise,
aprovação e emissão da licença ambiental;

 o licenciamento prevê três tipos de licença obrigatória: Licença Prévia (LP),


Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO);

 é necessária a participação dos grupos sociais interessados ou afetados na


forma de audiências públicas.

 O proponente (empreendedor) é responsável pelos custos e despesas da


realização do EIA/RIMA.

 Os órgãos ambientais são responsáveis pelas instruções dos estudos, análise,


aprovação e emissão da licença ambiental.

 O licenciamento prevê três tipos de licença obrigatória: Licença Prévia (LP),


Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO).

 É necessária a participação dos grupos sociais interessados ou afetados na


forma de audiências públicas.

Segundo Cunha & Guerra (2002), definir uma metodologia de avaliação de


impactos ambientais consiste em definir os procedimentos operacionais,
técnicos e lógicos capazes de permitir que o processo seja completado. É
necessário que um conjunto de critérios básicos seja incorporado aos métodos
de análise, tais como:
 os aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos;

 o fator tempo;

 indicadores;

 mecanismos de agrupamento dos impactos parciais para se obter o impacto


total sobre o local;

 extrapolação e arquivamento de dados para aplicação em outras áreas;

 escalas;

 participação pública nas tomadas de decisões.

Assim, é possível assegurar que a avaliação e a interpretação do ambiente se


tornem mais eficazes, bem como a análise de viabilidade e identificação de
alternativas para a prevenção, recuperação e/ou reconstituição ambiental.
Todo esse trabalho técnico deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar,
capacitada, responsável, apta a cumprir prazos e a trabalhar em equipe. Aí
surgem os problemas. Você está preparado para trabalhar em equipe?
Resolução CONAMA 001/86. Por esta Resolução, o Conselho Nacional do
Meio Ambiente definiu como deve ser feita a avaliação de impactos ambientais,
criando duas novas figuras, respectivamente o Estudo de Impactos Ambientais
(EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

Atividade

A espécie humana vem causando um gigantesco impacto negativo sobre o


planeta Terra, afetando, com suas atividades e seu crescimento, todos os
sistemas ecológicos. As consequências estão se acumulando perigosamente, à
medida que nossa população aumenta. Em um dado momento de nossa
história, foram instituídos os estudos de impactos ambientais e os relatórios de
impactos ambientais. Sobre o EIA/RIMA, selecione, entre as afirmativas abaixo,
a correta:

1. a É um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e foi instituído


pela Resolução CONAMA 001/86, de 23/01/1986.
2. b É um instrumento municipal para prorrogar atividades utilizadoras de
Recursos Ambientais consideradas de pouco impacto negativo.
3. c O EIA é um estudo para atividades com potencial de degradação ou poluição,
e o RIMA para atividades sem impactos significativos.
4. d O EIA/RIMA poderá ser apresentado sem necessidade de Termo de
Referência próprio, que constitui um documento de orientação quanto aos
procedimentos a serem seguidos.
5. e o EIA/RIMA apresenta uma série de procedimentos específicos envolvendo
apenas os segmentos da população interessada ou afetada pelo
empreendimento.

Alternativa correta: letra (a).


O EIA/RIMA é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e
foi instituído pela Resolução CONAMA 001/86, de 23/01/1986, para ser
utilizado no licenciamento de atividades utilizadoras de Recursos Ambientais
consideradas de significativo potencial de degradação ou poluição dependerão
do Estudo Prévio de Impacto Ambiental(EIA) e respectivo Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA) para seu licenciamento ambiental. O EIA e RIMA ficam à
disposição do público que se interessar, na Biblioteca do órgão ambiental,
respeitada a matéria relativa ao sigilo industrial, conforme estabelecido nos
CÓDIGOS ESTADUAIS DE MEIO AMBIENTE. O EIA/RIMA deverá ser
apresentado de acordo com o Termo de Referência, que constitui um
documento de orientação quanto aos procedimentos a serem seguidos na
elaboração do mesmo, previamente acordado entre o órgão ambiental e a
equipe contratada.
Analise seu desempenho e procure o professor-tutor no FÓRUM DE
DÚVIDAS FALE COM O TUTOR para comentar seus resultados.

Aula 2Termo de referência para construção de EIA/RIMA


Os termos de referência ou instruções técnicas abrangem um conjunto próprio
de termos que compõem as diretrizes para preparação de um EIA.
Sinteticamente, esse conjunto orienta a elaboração de um EIA, define sua
estrutura, abrangência e métodos. O formato dos termos de referência pode
variar, desde documentos extremamente detalhados a modelos que listam
pontos principais que devem ser abordados.
Essa referência é dada pelos órgãos licenciadores que utilizam, como base, as
diretrizes do disposto na Resolução CONAMA 001/86. O Termo de Referência
é um passo importante para que um estudo de impacto ambiental alcance a
qualidade esperada.
Dentre as diretrizes para a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental, é
necessário levar em conta:

 As alternativas a serem consideradas.

 A proposição de estudos de base a ser realizados.

 Os métodos para previsão e avaliação dos efeitos.

 As medidas mitigadoras.

 As partes interessadas (ou diretamente afetadas) durante a realização dos


estudos.

 A estrutura, o conteúdo e o tamanho do EIA.

O Termo de Referência deve respeitar a utilização dos seguintes critérios:


 Utilização de metodologias próprias sobre o assunto.
 Submissão do órgão licenciador das metodologias gerais e específicas de
trabalho a serem aplicadas pela equipe responsável.

 Cumprimento de prazos preestabelecidos pelo órgão responsável.

 Apresentação do estudo em duas versões: a integral, o EIA, e a síntese, o


RIMA.

Sinteticamente, um termo de referência deve conter:


 Informações gerais do empreendimento.

 Caracterização, área de influência e diagnóstico ambiental.

 Análise dos impactos ambientais.

 Proposição de medidas mitigadoras.

 Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos.

Atividade

Para entender melhor a utilização do Termo de Referência, acesse os dois


sites abaixo e observe no sumário os tópicos abordados. Verifique se a base
de cada um é o Termo de Referência.
RIMA para implantação de emissário submarino e terrestre do Complexo
Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, COMPERJ-RJ.
Modelo simplificado para atividades com pequeno potencial para causar
impactos ambientais, da CETESB-SP.

Expectativa de resposta:
O modelo simplificado da CETESB exige apenas as informações básicas
pertinentes à baixa complexidade e ao pequeno potencial do empreendimento
de causar impactos, como: a identificação do empreendedor, identificação do
empreendimento, a caracterização do empreendimento/atividade, a
caracterização geral do local, os impactos ambientais e as medidas
mitigadoras, e a identificação do responsável técnico pelo estudo. Já nos
empreendimentos de grande complexidade e alto potencial de causar
impactos, todos os itens do Termo de Referência deverão ser observados e
discutidos.
Analise seu desempenho e procure o professor-tutor no FÓRUM DE
DÚVIDAS FALE COM O TUTOR para comentar seus resultados.

Digite a sua resposta no espaço abaixo e, quando terminar, clique


em Conferir.
conferir
O esquema abaixo é uma forma simplificada de mostrar o que o Termo de
Referência ajuda ou orienta a produzir. Um EIA deve abordar: as informações
gerais, a caracterização do empreendimento, a área de influência, o
diagnóstico ambiental, a análise dos impactos ambientais, as medidas
mitigadoras e o programa de monitoramento. Ao RIMA cabe a explicitação em
linguagem clara da análise dos impactos ambientais.

Aula 3Análise Técnica de Estudos de Impactos Ambientais


No território brasileiro, a decisão sobre o licenciamento é dada pelo órgão
ambiental na instância competente (federal, estadual e municipal). Ao final, é
elaborado um parecer técnico. Nesse parecer, cabe a análise e avaliação do
EIA, que leva em conta os comentários e recomendações de outros órgãos. O
parecer técnico do EIA e do projeto é um dos documentos mais relevantes do
processo de AIA. É nele que se fundamentará a decisão.

Nesse processo são incorporadas manifestações do público, colhidas em


audiência ou por escrito. Nesse modelo, cabe aos analistas ambientais a tarefa
de integrar as opiniões técnicas e dos cidadãos. Mais do que uma formalidade,
esse passo é um momento fundamental no processo de validação dos estudos.
Em princípio, os RIMA são os documentos que objetivam fornecer uma
descrição mais simplificada e abrangente do projeto e seus impactos, mas há
casos em que o documento se mostra pouco objetivo e sintético. Os EIAs
costumam ser longos e de texto demasiadamente complexo, o que dificulta a
leitura por parte dos tomadores de decisão.
A análise técnica tem, por dever principal, observar dois requisitos: as
deficiências nos EIAs e os problemas cruciais. Neste ponto cabe determinar
quais influenciam diretamente a decisão, separando os ditos “defeitos cruciais”
daqueles menos importantes. Caso nenhuma omissão séria seja verificada,
essa conclusão deve ser exposta claramente.
Um parecer técnico precisa ter legibilidade, clareza e concisão. O tamanho do
documento irá depender da complexidade do projeto e dos impactos relevantes
relatados. Algum desses documentos acaba por ser um resumo do EIA. Um
complicador é que as afirmações do empreendedor ou de seu consultor, que
passam a ser assinadas (validadas) pelos analistas do órgão governamental,
nem sempre sofrem as devidas verificações ou ressalvas.
Os estudos de impactos ambientais são realizados a partir de requisitos legais
que estabelecem normas e procedimentos a serem executados. No entanto,
verificam-se falhas recorrentes nos estudos enviados para apreciação dos
diversos órgãos ambientais licenciadores destinados a analisá-los. Entre essas
falhas, podemos citar:
 Definição incompleta e confusa do escopo dos estudos.
 Negligência na consideração de alternativas.

 Medidas de mitigação de impactos inapropriadas ao ambiente em questão.

 Planos de monitoramento superficiais e sem processo avaliativo.

 FALTA de procedimentos técnicos para identificação de impactos ou omissão.

 Imperícia na definição das populações atingidas.

É necessário que os estudos mantenham o foco nos seus objetivos e estejam


pautados nos aspectos inerentes às atividades a que se propõem. Não raro os
relatórios se apresentam demasiadamente técnicos, demonstrando falta de
integração dos dados, pesquisas de campo insuficientes, ausência ou
insuficiência de dados etc.
É longa a lista dos problemas encontrados em Estudos de Impactos Ambientais
e RIMAs, indo desde trabalhos inconsistentes até verdadeiras obras de “recorte
e colagem”.
Apontar falhas certamente mostra caminhos para resolvê-las. Caro aluno,
preste atenção nos erros, para evitar repeti-los.
Acesse, agora, o EIA/RIMA que está disponível no site da Secretaria Estadual
do Meio Ambiente (SMA) do estado de São Paulo.
Após análise minuciosa do Estudo de Impactos Ambientais (EIA) que subsidia
o processo de licenciamento ambiental em questão, foram constatados
equívocos de tal grandeza que o propósito principal de um estudo dessa
natureza não foi cumprido, qual seja, o de identificar e avaliar os impactos
decorrentes do empreendimento pretendido, assim como o de propor medidas
de cunho preventivo, mitigador e/ou compensatório.
Tal fato é constatado pela análise do processo no qual se vê que, das
exigências feitas pela Cetesb no início do processo de licenciamento, poucas
foram atendidas. Tanto isso é fato que, em seu despacho seguinte, a Cetesb
formulou 98 (noventa e oito) ações, muitas das quais já exigidas anteriormente
e não atendidas no EIA apresentado.
Preste atenção nessas falhas técnicas.
Vídeo da Unidade

Para saber mais a respeito das diferenças existentes entre um Estudo de


Impacto Ambiental (EIA) e um Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), assista,
agora, ao vídeo da unidade.
Se preferir, faça o download do áudio (mp3 compactado) deste vídeo clicando
aqui.
Atividade 1

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é um instrumento da Política Nacional do


Meio Ambiente que tem por finalidade:

1. a quantificar somente prováveis impactos adversos causados ao meio ambiente


por um determinado projeto de empreendimento ou atividade, cujo objetivo é
prevenir danos ambientais.
2. b mensurar o quanto possível os impactos ambientais, visando a sua
compensação, e seu conteúdo mínimo é escolhido por equipe multidisciplinar
às custas do empreendedor.
3. c quantificar apenas os impactos negativos prováveis causados ao meio
ambiente por um dado projeto proposto, sendo seu objetivo elaborar um
diagnóstico da melhor alternativa locacional do empreendimento para evitar
danos na implantação da obra ou atividade.
4. d analisar, qualificar e quantificar prováveis impactos ambientais causados ao
meio ambiente, que podem ser positivos e negativos, por um determinado
projeto proposto.
5. e quantificar somente prováveis impactos, devendo ser elaborado durante a
implantação da obra ou atividade.
6. Alternativa correta: letra (d).
7. O EIA abrange um conjunto de atividades científicas e técnicas que
incluem o diagnóstico ambiental, a identificação, previsão e medição dos
impactos, sua interpretação e valoração e a definição de medidas
mitigadoras e de programas de monitoramento. É um estudo das
prováveis modificações nas diversas características socioeconômicas e
biofísicas do meio ambiente que podem resultar de um projeto proposto.
Seu objetivo é prevenir danos, devendo ser elaborado antes do início da
implantação da obra ou atividade, sempre por uma equipe
multidisciplinar remunerada pelo empreendedor.
Atividade 2

Analise o caso do EIA/RIMA da PCH AIURUOCA e aponte as principais falhas


observadas nesse documento.
Digite a sua resposta no espaço abaixo e, quando terminar, clique
em Conferir.
Expectativa de resposta:
Espera-se que o aluno descreva, pelo menos, quatro das principais deficiências
em EIA/RIMAs, a saber: omissões e previsão subestimada de impactos;
critérios de valoração de impactos subjetivos e técnicos em detrimento da
percepção que populações tradicionais têm desses impactos sobre elas e as
consequências sobre seu modo de vida; carência ou ausência de estudos de
alternativas locacionais e/ou tecnológicas; desconsideração dos processos
sociais em diagnósticos descritivos em que preponderam aspectos
demográficos; falta de critérios precisos para definir a área atingida e a
população afetada pelos impactos.

Atividade 3

Organize sequencialmente os procedimentos para a elaboração de um


EIA/RIMA, transformando em texto o Termo de Referência para Construção de
EIA/RIMA presente em seu material de estudo.
Digite a sua resposta no espaço abaixo e, quando terminar, clique
em Conferir.

Expectativa de resposta:
Um Termo de Referência para EIA/RIMA deve conter as seguintes
informações: Informações gerais sobre o empreendimento, a caracterização
detalhada do empreendimento, a área de influência do empreendimento, o
diagnóstico ambiental da área de influência, descrevendo os meios físico,
biológico e antrópico, a análise dos impactos ambientais, a proposição das
medidas mitigadoras de impactos e o programa de acompanhamento e
monitoramento dos impactos.

Encerramento
Dentro do processo de AIA, o proponente do empreendimento deve apresentar
dois documentos preparados por uma equipe técnica, multidisciplinar e
independente. Que documentos são esses?

Em que consiste o Termo de Referência para a Elaboração de EIA/RIMA?


Se você fosse funcionário de um órgão ambiental encarregado de analisar a
qualidade e coerência de EIA/RIMAs, quais pontos você iria priorizar?

Resumo da Unidade

A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) visa a antever impactos ambientais de


atividades humanas antes da tomada de decisão. Para tanto, compreende um
conjunto de atividades e procedimentos que é objeto de regulamentação. A AIA
é um instrumento de política ambiental, mas não representa o fim da
degradação. Ela é um instrumento na elaboração de projetos voltados a
alternativas mais sustentáveis. Nesse contexto, o processo de AIA visa a
“estimular” projetos ambientalmente menos agressivos. Às vezes, as partes
beneficiadas por um projeto não são as mesmas que precisam lidar com os
efeitos negativos. O processo de AIA trata de questões muitas vezes
polêmicas. Alguns componentes são comuns aos sistemas de AIA. Esses
componentes correspondem às etapas ou tarefas a serem realizadas. A equipe
técnica é responsável pela seleção de um ou mais métodos apropriados às
atividades propostas. A Resolução CONAMA 001/86 estabelece um roteiro
utilizado pelos órgãos licenciadores para fins de licenciamento dos projetos,
denominado “Termo de Referência”. No Brasil, os estados e municípios em que
se realiza um licenciamento recebem um parecer técnico elaborado pelo órgão
ambiental. A análise técnica tem por dever principal observar dois requisitos: a
identificação das deficiências dos EIAs e os problemas cruciais.
Atividades

Além do estudo dos roteiros, do livro da disciplina, das leituras complementares


e dos vídeos das unidades, você deverá realizar as atividades pontuadas que
se encontram no menu lateral do ambiente virtual de aprendizagem.
Acompanhe os prazos de envio das avaliações no documento “Calendário e
Critérios de Avaliação”, na introdução da disciplina.
Lembre-se: procure o professor-tutor no fórum "Fale com o tutor".

UNIDADE 4
O licenciamento ambiental

No território brasileiro, são exigidos estudos ambientais para a realização de


atividades que envolvam a utilização dos recursos ambientais ou que
potencialmente possam causar degradação ambiental. A competência para
conceder uma autorização é do orgão governamental, que se baseia no caráter
preventivo visando a evitar a ocorrência de danos ambientais.
A licença ambiental é um importante instrumento da política ambiental pública.
O licenciamento no Brasil começou como exigência de alguns estados na
década de 1970. Posteriormente foi incorporado à legislação federal. Contudo,
a necessidade de requerer autorização para exercer atividades que interfiram
com o meio ambiente é antiga.
O Código Florestal de 1934 já estipulava a necessidade de uma autorização
específica em casos de derrubada de florestas em propriedades privadas,
aproveitamento de lenha, caça e pesca nas florestas protetoras e
remanescentes.
A licença ambiental é um requisito obrigatório exigido para implantação de
atividades que utilizem recursos ambientais e/ou potencialmente causadoras
de impactos ambientais. Este instrumento é uma ferramenta da política
ambiental que trata do controle de atividades modificadoras do meio ambiente.
O licenciamento ambiental tem suas origens atreladas às Resoluções
CONAMA e constitui parte das exigências para com o órgão licenciador.
Objetivo

Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:


 Analisar criticamente o processo de licenciamento ambiental.
Conteúdo Programático

Esta unidade está dividida em:


 Aula 1 - O licenciamento ambiental no Brasil
 Aula 2 - A Resolução CONAMA 001/86
 Aula 3 - Tipos de licenças ambientais
Rota de Aprendizagem

A Rota de Aprendizagem apresenta as ações que devem ser realizadas nesta


unidade. Utilize a Rota de Aprendizagem para planejar e gerir, com eficiência,
as suas ações e o seu tempo de estudo. Isso facilitará a construção do seu
conhecimento e aumentará a possibilidade de que você tenha um bom
desempenho nas avaliações. Clique aqui para acessar a Rota de
Aprendizagem.
Como será nossa atuação nesse processo? Em que você vai poder contribuir
para que haja, sim, desenvolvimento? Mas que tipo de desenvolvimento? E
como frear o “mau desenvolvimento”?
Vamos discutir isso?

Aula 1O licenciamento ambiental no Brasil


Pode-se reconhecer quatro fases bem marcadas na política ambiental
brasileira:
1. A fase voltada à administração dos recursos naturais.

2. A do controle da poluição industrial.

3. A do planejamento territorial.

4. A Política Nacional de Meio Ambiente.

Essas quatro fases da política ambiental brasileira correspondem a diferentes


concepções de meio ambiente e do seu papel nos modelos de
desenvolvimento econômico. Esses modelos constituem um mosaico de
políticas e práticas que se desenvolvem desde 1930 até o final do século XX.
Vejamos cada uma dessas fases.
Fase de administração de recursos naturais

A Avaliação de Impacto Ambiental é um importante instrumento na elaboração


de projetos de desenvolvimento, com foco direcionado a alternativas mais
sustentáveis. Trata-se de prevenir danos — e prevenção requer previsão, ou
antecipação da provável situação futura.
Com a intensificação do processo de industrialização do país, houve um
crescimento da mentalidade de racionalização do uso e exploração dos
recursos naturais. Por meio de um conjunto setorial de políticas públicas, o
Estado passou a regulamentar o acesso e a apropriação desses recursos.
Esforços anteriores, no sentido de disciplinar o uso dos recursos naturais, já
faziam parte das diretrizes até então vigentes.
Contudo, verifica-se um avanço na direção de que a regulação do acesso e uso
dos recursos naturais é fator essencial para o desenvolvimento do país. Nesse
período, foram promulgados diversos códigos regendo (estabelecendo)
critérios para o aproveitamento econômico dos recursos. Cada qual visto de
forma isolada (recursos hídricos, florestais, minerais, pesqueiros, etc.) e
incluídos em conjuntos de leis.
Os recursos naturais do país foram objeto de regulamentação específica,
abrangendo modalidades e condições específicas de uso e apropriação. Na
primeira fase, o objetivo principal era regulamentar o acesso aos recursos com
foco em um conjunto de políticas. Estas traziam diversos mecanismos
destinados a compatibilizar os usos com a manutenção dos recursos que
implicavam com sua conservação no longo prazo.
Por ocasião da tomada do poder pelo regime militar de 1964, os códigos
promulgados durante o governo Vargas foram revistos e reformulados.
Controle da poluição industrial

A década de 1970 foi marcada pelo crescimento da problemática ambiental e


escassez de recursos no mundo. A proliferação de complexos industriais levou
à exaustão de áreas industriais e à saturação de recursos em todo território
nacional. Problemas como a poluição das águas e a poluição do ar nas
grandes cidades também já haviam tomado grandes proporções.
O espaço que as questões ambientais vieram conquistando no mundo
ampliaram a discussão a respeito dos rumos que as sociedades humanas
passaram a adotar. Na época, diversos países haviam criado instituições
governamentais voltadas à poluição.
A Conferência das Nações Unidas em Estocolmo (1972) foi o ápice desse
movimento.
Após a participação brasileira na conferência, verificaram-se algumas
mudanças institucionais que foram internalizadas às políticas ambientais. Em
1973 ocorreu a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema).
Institucionalizaram-se, por parte do governo federal, políticas voltadas ao
controle da poluição industrial (Decreto-lei n° 1.413/1975).
A partir daí, alguns estados começaram a legislar sobre a poluição. Algumas
dessas iniciativas se deram por meio de atos normativos específicos e criação
de instituições para controle e fiscalização ambiental.
O estado do Rio de Janeiro instituiu a Feema - Fundação Estadual de
Engenharia do Meio Ambiente em março de 1975. A Cetesb - Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental foi criada pelo governo do estado de
São Paulo.
Essas instituições foram criadas com cunho essencialmente corretivo do qual a
participação popular (pública) havia sido apartada. À sociedade cabia apenas o
papel de denúncia. A relação que se travava era entre o governo, no papel
controlador, por meio de uma negociação restrita com o poluidor (empresas,
indústrias etc.).
Nesse período, o foco na poluição era muito restrito e não englobava
apropriadamente a dimensão da qualidade ambiental. Ainda que estipulassem
medidas de controle da produção de agrotóxicos, não normatizavam sua
utilização. Até mesmo atividades não industriais, como a construção de
barragens, rodovias e portos, não eram contempladas por esse modelo político.
Esse modelo também se concentrava nas zonas urbanizadas e industriais,
enquanto proliferavam projetos de cunho desenvolvimentista no interior do
país.
Fase de planejamento territorial

Em meados da década de 1970, o uso do solo no Brasil passou a ser alvo de


políticas específicas que visavam a estabelecer parâmetros para a ocupação
do território. A ocupação do espaço urbano no período demonstrava essa
necessidade. A falta de políticas anteriores já havia levado regiões
metropolitanas a enfrentar sérios problemas de falta de água, inundações,
ocupação desordenada em zonas industriais, entre outros problemas.
O governo federal, a fim de difundir o planejamento territorial como instrumento
de prevenção da degradação ambiental, estipulou disposições acerca do
parcelamento do solo (Lei n° 6.766/1979). A lei estabelece diretrizes para o
zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição e faz a primeira menção à
avaliação de impacto ambiental na legislação federal.
À semelhança da fase de controle da poluição, essa estratégia de política
ambiental também se mostra deficitária e desarticulada. Enquanto se
preocupava essencialmente com as zonas urbanas, deixava de fora o interior
do país, sujeito às pressões crescentes da poluição e superuso dos recursos
naturais.
A participação pública no processo de gestão do território e formulação dos
planos de uso do solo era inexistente.
Outro aspecto interessante é que as próprias grandes obras de infraestrutura
do governo não eram objeto dessa lei e sequer eram avaliadas sob o mesmo
critério. Isso significa dizer que diversas obras de engenharia e
empreendimentos estatais da época contribuiam para a degradação e perda da
qualidade ambiental.
O planejamento territorial constituiu uma política setorial que também incluía a
proteção ambiental. No final da década de 1980, foi estabelecido o Plano
Nacional de Gerenciamento Costeiro, já dentro do bojo da Política Nacional do
Meio Ambiente (Lei Federal n° 7.661/1988).
A gestão urbana também ganhou novos contornos com o Estatuto da Cidade
(Lei n° 10.257/2001), reforçando dispositivos do ordenamento e controle do uso
do solo urbano. Essa política urbana incluiu o Estudo Prévio de Impacto
Ambiental (EIA) e o Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) (Art. 4°, VI).
A Constituição Federal de 1988 representa uma redefinição de direitos e
responsabilidades iniciada nesse período do planejamento territorial.
Política Nacional do Meio Ambiente

A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n° 6.938/1981) representa um


modelo radicalmente novo. Por meio dela, a avaliação de impacto ambiental e
o licenciamento ambiental entraram como instrumentos de ação de ampla
aplicação no território nacional.
A lei inovou ao criar uma estrutura articulada de órgãos governamentais dos
três níveis de governo, o Sisnama - Sistema Nacional do Meio Ambiente. Este
sistema instituí também o Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente,
composto por representantes de diferentes órgãos federais, estaduais e por
representantes da sociedade civil.

Aparecem aí os primeiros mecanismos formais de participação da sociedade,


ainda que precários. Uma inovação trazida pela referida lei foi tornar
necessário que atividades de iniciativa governamental também seguissem os
princípios estipulados pela legislação ambiental. Sánchez (2006), salienta que
o direito ao acesso à informação avançou muito, e que a lei da Política
Nacional do Meio Ambiente foi fundamental para sua consolidação.
Finalmente, é fundamental citar outra lei para representar importantes avanços
na proteção ambiental, embora não estabelecesse política. Trata-se da Lei n°
7.347, de 24 de julho de 1985, conhecida como “Lei dos Interesses Difusos”.
Por meio dela, ampliou-se o conceito de dano ambiental com a definição dos
chamados interesses difusos, que são aqueles comuns a um grupo
indeterminado ou indeterminável de pessoas, como ocorre com os moradores
de uma região, os frequentadores de um espaço público, os consumidores de
certos produtos e as minorias raciais. Essa lei permitiu uma ação contundente
do Ministério Público em matéria ambiental.
Objeto de Aprendizagem

Assista, agora, a um slideshow que mostra as fases da política ambiental


brasileira.
Coroando as iniciativas legislativas de proteção ambiental, a Constituição
Federal de 1988 estabeleceu o direito de todos a um ambiente sadio.
Resolução CONAMA 237/97: dispõe sobre licenciamento ambiental;
competência da União, Estados e Municípios; listagem de atividades sujeitas
ao licenciamento; Estudos Ambientais, Estudo de Impacto Ambiental e
Relatório de Impacto Ambiental.
Recomendamos que você “baixe” essa Resolução da internet e a leia na
íntegra.
Atividade

Suponha que determinado órgão ambiental competente para o licenciamento


ambiental solicite a um empreendedor esclarecimentos ou complementações.
Estas deverão ser prestadas no prazo máximo de:

1. a 4 meses, não podendo ser prorrogado de forma alguma.


2. b 6 meses, não podendo ser prorrogado de forma alguma.
3. c 4 meses, podendo ser prorrogável.
4. d 6 meses, podendo ser prorrogável.
5. e 1 ano, prorrogável.
6. Alternativa correta: letra (c).
7. O art. 15 da Resolução CONAMA 237/97 determina que ‘o
empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e
complementações, formuladas pelo órgão ambiental competente, dentro
do prazo máximo de 4 (quatro) meses, a contar do recebimento da
respectiva notificação.’ O parágrafo único do mencionado artigo, por sua
vez, determina que ‘o prazo estipulado no caput poderá ser prorrogado,
desde que justificado e com a concordância do empreendedor e do
órgão ambiental competente.’

Aula 2A Resolução CONAMA 001/86


O estado do Rio de Janeiro foi o primeiro a estabelecer instrumentos legais
acerca do licenciamento ambiental. Por meio do Decreto-lei 134, de 1975, esse
estado passou a exigir a autorização prévia obrigatória para operação/ou
funcionamento de instalação ou atividades potencialmente poluidoras.
Mais tarde, esse estado instituiu um Sistema de Licenciamento de Atividades
Poluidoras (Decreto n° 1633/1977), deixando a cargo do estado a emissão de
Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO).
Essa classificação foi posteriormente incorporada ao modelo federal e constitui
as bases modernas da legislação pertinente vigente.
À medida que a avaliação de impacto ambiental foi sendo incorporada à
legislação brasileira, os sistemas de licenciamento tiveram que ser adaptados.
A abrangência das atividades e os aspectos que envolvem a utilização dos
recursos ambientais ou causadores de degradação ambiental (aplicação) foram
ampliados. O modelo tradicional de controle sobre emissões de poluentes e
dispersão no meio passou a incluir também os efeitos difusos, sinérgicos, sobre
a biota, os impactos sociais, entre tantos outros.
As principais leis federais de referência sobre o licenciamento ambiental são: a
Lei n° 6.938/81 que estabelece o licenciamento como um dos instrumentos da
Política Nacional do Meio Ambiente e as Resoluções CONAMA, principalmente
a Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, descrita abaixo:

O Conselho Nacional do Meio Ambiente, vinculado ao IBAMA (Artigo 48 - do


Decreto nº 88.351/1983) estabelece as definições, responsabilidades, critérios
básicos e diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto
Ambiental como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente.
Solicitamos que você leia agora, na íntegra, a Resolução CONAMA 001/86.
Contudo, a Resolução CONAMA 001/86 não esgota o tema “licenciamento
ambiental”. Outras Resoluções CONAMA são importantes, tais como:
 A Resolução CONAMA 006/86, que trata dos modelos de publicação de
pedidos de licenciamento, em quaisquer de suas modalidades, sua renovação
e respectiva concessão de licença.

 A R.C.011/86, que altera e acrescenta atividades modificadoras do meio


ambiente apresentadas no artigo 2 da Resolução 001/86.

 A R.C. 006/87, que estabelece regras gerais para o licenciamento ambiental de


obras de grande porte de interesse relevante da União, como geração de
energia elétrica.
 A R.C. 010/87, que estabelece como pré-requisito para licenciamento de obras
de grande porte a implantação de uma estação ecológica pela instituição ou
empresa responsável pelo empreendimento com a finalidade de reparar danos
ambientais causados pela destruição de florestas e outros ecossistemas.

 A R.C.005/88, que dispõe sobre licenciamento das obras de saneamento para


as quais seja possível identificar modificações ambientais significativas.

 A R.C. 008/88, que dispõe sobre o licenciamento de atividade mineral, o uso do


mercúrio metálico e do cianeto em áreas de extração de ouro.

 A R.C.009/90, que estabelece normas específicas para o licenciamento


ambiental de extração mineral das classes I, III, IV,V, VI, VII, VIII e IX.

 A R.C.010/90, que estabelece critérios específicos para o licenciamento


ambiental de extração mineral da classe II, entre outras.

 A Resolução CONAMA nº 237/97, que regulamentou, em normas gerais, as


competências para o licenciamento nas esferas federal, estadual e distrital, as
etapas do procedimento de licenciamento, entre outros fatores a serem
observados pelos empreendimentos passíveis de licenciamento ambiental.
Esta resolução conferiu ainda ao órgão ambiental a competência para a
definição de outros estudos ambientais pertinentes ao processo de
licenciamento, em se verificando que o empreendimento não é potencialmente
causador de significativa degradação ambiental.

Para saber mais, leia o artigo Análise da Resolução nº 1/86 Conama sob
perspectiva da avaliação ambiental estratégica, da Desembargadora
Federal do TRF da 4ª Região, Marga Inge Barth Tessler, publicado na Revista
Doutrina, Ed. 16 – 23.02.2007.
Atividade

Para mediar a forma como as empresas se relacionam com o Poder Público e


a sociedade, objetivando um desenvolvimento sustentado, foi instituído o
processo do Licenciamento Ambiental. Por isso, as atividades econômicas
potencialmente causadoras de impactos ao meio ambiente devem estar
sujeitas ao controle pelo Poder Público. Entre os mecanismos estatais para o
controle dos impactos ambientais destaca-se, como o mais eficaz, o
licenciamento ambiental. O sistema de licenciamento ambiental tem por
finalidade assegurar que o meio ambiente seja devidamente respeitado quando
da instalação e operação de certos empreendimentos e obras. O que nos
garante, como cidadãos, o processo de licenciamento ambiental?

1. a Todas as empresas são obrigadas a passar por um longo processo de


licenciamento ambiental com o objetivo de arrecadar fundos ambientais.
2. b Se não obtém ou se não respeita a licença ambiental, ainda assim há
mecanismos, no Brasil, para a implantação e operação, sem risco.
3. c Todas as empresas brasileiras implantadas estão licenciadas, o que nos
garante que todas são ambientalmente responsáveis.
4. d Todas as empresas são licenciadas, mas nem todas são ambientalmente
responsáveis, algumas são poluidoras.
5. e Se uma empresa não obtiver as licenças ambientais, ela não pode ser
considerada responsavel do ponto de vista ambiental ou social.
6. Alternativa correta: letra (a).
7. A responsabilidade social e ambiental das empresas implica uma forma
de gestão em que a empresa, o Poder Público e a sociedade se
relacionam, tendo em vista compatibilizar o desenvolvimento econômico
à proteção ao meio ambiente e à promoção de justiça social. Este
modelo é chamado de desenvolvimento sustentável. Por isso as
atividades econômicas potencialmente causadoras de impactos ao meio
ambiente devem estar sujeitas ao controle pelo Poder Público. Entre os
mecanismos estatais para o controle dos impactos ambientais se
destaca como o mais eficaz o licenciamento ambiental. O sistema de
licenciamento ambiental tem por finalidade assegurar que o meio
ambiente seja devidamente respeitado quando da instalação e operação
de empreendimentos e obras. Para isso devem ser necessariamente
consideradas uma série de questões das mais variadas ordens, como a
ecológica, a econômica, a cultural, a jurídica e a social. Uma empresa
não pode ser considerada responsável do ponto de vista ambiental ou
social se não obtém ou se não respeita a licença ambiental obtida.

Aula 3Tipos de licenças ambientais


No caso brasileiro, o empreendedor recorre ao licenciamento através do órgão
ambiental licenciador. Essa exigência se dá por parte dos órgãos financiadores
dos projetos ou para satisfação de órgãos da administração pública
responsáveis pelo licenciamento da atividade a ser implantada.
Órgãos financeiros de projetos são requisitados quando recursos para a
realização da obra ou projeto são objeto de financiamento. Algumas destas
instituições são: o BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BNDES -
Banco Nacional do Desenvolvimento Económico e Social ou agências estatais
subsidiadoras de infraestrutura.
Os órgãos da administração pública constituem uma variedade de entes, desde
prefeituras a instâncias estaduais e federais, dependendo da extensão e
natureza da atividade. Na esfera municipal, o licenciamento é solicitado na
implantação de loteamentos urbanos e construção civil em geral.
Cabe ao o empreendedor fornecer ao órgão licenciador as informações sobre o
empreendimento e as atividades a serem implantadas. Cabe ainda preencher o
Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou
Utilizadoras de Recursos Ambientais.
A partir daí, o órgão ambiental faz a análise da documentação, da legislação
pertinente e dos dados disponíveis sobre o local do empreendimento e avalia
se há necessidade de elaboração de um estudo de impacto ambiental ou outro
afim (PCA - Plano de Controle Ambiental, RCA - Relatório de Controle
Ambiental, PRAD - Plano de Recuperação de Áreas Degradadas). Neste
processo pode haver necessidade de vistoria da situação ambiental no local do
empreendimento.
É comum que surjam outras exigências como a apresentação de projetos,
relatórios e pareceres específicos. No decorrer do processo, o pedido de
licenciamento pode ser negado ou serem estipuladas condicionantes que
deverão ser providenciadas pelo empreendedor.
À medida que o empreendedor realiza consultas ao órgão ambiental, são
emitidas instruções normativas (Termo de Referência) que constituem os itens
a serem seguidos e que devem constar na elaboração do EIA/RIMA. O
empreendedor procede contratando uma empresa de consultoria por meio de
convite direto, tomada de preços, carta-convite ou licitação.
A elaboração do EIA/RIMA por parte da consultoria contratada deverá abranger
as exigências previamente estipuladas para a realização dos relatórios,
ressaltando-se a constituição de uma equipe multidisciplinar habilitada. Uma
vez finalizados os estudos, estes são submetidos pelo empreendedor ao órgão
ambiental.
Os estudos são analisados por uma equipe técnica que poderá aprovar os
estudos, propor sugestões de modificações ao material para poder aprová-lo
ou reprovar os referidos estudos. Caso aceito, o EIA/RIMA é colocado à
disposição do público e procede-se marcando uma audiência pública para
discussão e análise do EIA/RIMA elaborado.
A audiência pública visa a dar subsídios à análise dos estudos pelo órgão
ambiental. Seu resultado, no entanto, tem grande influência nesse processo. O
resultado final é dado pelo órgão ambiental que:
 Concede;

 Faz exigências e propõe modificações; ou

 Nega a licença ambiental requerida.

A Licença Prévia (LP) é concedida na fase preliminar do planejamento da


atividade, contendo os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de
localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais
ou federais de uso do solo. Sua emissão ocorre após a aprovação do Estudo
de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental. É um
instrumento indispensável para a solicitação de financiamentos e obtenção de
incentivos fiscais.

A finalidade da LP é estabelecer condições tais que o empreendedor possa


prosseguir com a elaboração de seu projeto. Corresponde a um
comprometimento por parte do empreendedor de que suas atividades serão
realizadas observando os pré-requisitos estabelecidos pelo órgão de meio
ambiente. Essa licença não autoriza o início de qualquer obra ou serviço no
local do empreendimento e tem prazo de validade determinado.
A Licença de Instalação (LI) é concedida após a análise e aprovação do projeto
executivo e de outros estudos (PCA, RCA, PRAD), que especificam os
dispositivos de controle ambiental, de acordo com o tipo, porte, características
e nível de poluição da atividade e de recuperação de áreas degradadas. Essa
licença autoriza o início da implantação do empreendimento e é concedida com
prazo de validade determinado.
A concessão da Licença de Instalação para empreendimentos que impliquem
desmatamento depende também da Autorização de Desmatamento, emitida
pelo IBAMA ou órgão estadual florestal. A obtenção dessa licença implica o
compromisso de o empreendedor cumprir com as especificações constantes do
projeto apresentado ou comunicar eventuais alterações dessas especificações.
A Licença de Operação (LO) é concedida após a realização de vistoria e da
confirmação do funcionamento dos sistemas de controle ambiental
especificados nas fases anteriores do licenciamento ambiental. Essa licença
autoriza o início da operação do empreendimento e é concedida com prazo de
validade e condicionantes para a continuidade da operação (p. ex.,
apresentação de resultados da implementação de planos de monitoramento).

A renovação da LO é concedida após a realização de nova vistoria, quando:


 está vencido seu prazo de validade;

 a atividade em operação demandar ampliação de sua área de intervenção;

 reformulação em seu processo produtivo;

 alteração da natureza de seus insumos básicos, reequipamento.

Existe uma lógica contida na sequência de licenças. A LP é solicitada quando o


projeto ainda está sendo preparado, a localização ainda pode ser alterada e
outras alternativas tecnológicas podem ser incorporadas. Nesta fase, o
empreendedor ainda não investiu no detalhamento do projeto e diferentes
aspectos podem ser estudados e comparados. A LI somente pode ser
solicitada depois de concedida a LP; o projeto técnico é detalhado, atendendo
às condições estipuladas na LP. Finalmente, a LO é concedida depois que o
empreendimento foi construído e está em condições de operar, mas sua
concessão é condicionada à constatação de que o projeto foi instalado de
pleno acordo com as condições estabelecidas na LI.
Alguns órgãos de meio ambiente incluíram em seu sistema de licenciamento
outros tipos de licenças, com vistas a adequar esse processo às suas
necessidades específicas. No IBAMA, por exemplo, foi criada a Licença de Pré-
operação para a fase de teste dos equipamentos de controle de poluição, de
curto prazo, concedida de acordo com as características do projeto.
Vídeo da Unidade

Para saber mais a respeito das quatro fases principais da política ambiental
brasileira, assista, agora, ao vídeo da Unidade.
Se preferir, faça o download do áudio (mp3 compactado) deste vídeo clicando
aqui.
Atividade

Após assistir ao vídeo, responda à seguinte questão: a Revolução Industrial


modificou de forma profunda o modo de produção da espécie humana. De uma
forma nunca antes vista, a ação humana ganhou um contorno destrutivo ao
meio ambiente, após a introdução das máquinas movidas a combustíveis
fósseis, contribuindo para uma grande degradação e rápido esgotamento dos
sistemas naturais. No Brasil, em que fase da nossa política ambiental a
Revolução Industrial se encaixaria?

Expectativa de resposta:
A Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no
período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação
incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por
máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de
produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da
energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da
substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução
teve início na Inglaterra e, em poucas décadas, se espalhou para a Europa
Ocidental e os Estados Unidos, tendo representado um divisor de águas na
história. Quase todos os aspectos da vida cotidiana da época foram
influenciados de alguma forma por esse processo. O Brasil, na época da RI,
era colônia de Portugal e sofria os efeitos do Pacto Colonial imposto pela coroa
portuguesa. Nesse período não era permitida a abertura de indústrias no Brasil,
cabendo aos colonos comprar os produtos manufaturados de Portugal. Foi com
o final da República das Oligarquias que a indústria apresentou um grande
avanço no Brasil. O governo de Getúlio Vargas, que teve início em 1930,
incentivou o desenvolvimento do setor industrial nacional no país. Foi a partir
da década de 1930 que o Brasil começou a mudar seu modelo econômico de
agrário-exportador para industrial. Já no começo da década de 1940, houve um
forte incentivo industrial patrocinado pelo estado com a criação de empresas
estatais. Como exemplos, podemos citar as seguintes empresas estatais:
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1940, Companhia Vale do Rio
Doce, em 1942, Fábrica Nacional de Motores, em 1943, e Fábrica Nacional de
Álcalis, em 1943. Portanto, o período da RI, no Brasil, corresponde ao período
em que estávamos na administração de recursos naturais.

Encerramento
Qual tem sido a evolução da política ambiental brasileira?

Qual o significado da Resolução CONAMA nº 001/86?

Quais os benefícios do sistema de licenciamento ambiental adotado no Brasil?

Resumo da Unidade

Até aqui viemos consolidando a base teórica que serve de referencial para
aqueles que se predispõem a trabalhar com a gestão ambiental. Vimos que há
um movimento que busca a ética da racionalidade ambiental e que é
fundamental que os indivíduos deste ramo de atividade se baseiem em certos
princípios. Foi preciso conceituar termos de uso comum, mas que carregam
grande diversidade de significados, o que faz necessário estabelecer uma base
terminológica sólida que será empregada em trabalhos relacionados a Estudos
de Impactos Ambientais. O entendimento dessa base conceitual é essencial
para estabelecer com maior clareza a aplicação e definição dos objetos de
estudo.
Durante algum tempo, o termo “poluição” foi relacionado, essencialmente, à
esfera ambiental, tendo assumido mais complexidade frente às inúmeras
“situações problema” do meio ambiente. À medida que foram sendo
incorporadas leis e medidas de limite ou controle para a emissão e a presença
de substâncias nocivas, foi-se consolidando a ideia de “impacto ambiental”. Os
EIA/RIMAs abrangem um conjunto de atividades que auxiliam a caracterização
de uma situação ambiental de um determinado lugar, num determinado espaço
de tempo. O resultado de um trabalho bem-feito é reflexo de uma
fundamentação na ética da racionalidade ambiental e em conhecimento sólido.
No território brasileiro são requeridos estudos ambientais para a realização de
atividades que envolvam a utilização dos recursos ambientais ou que
potencialmente possam causar degradação ambiental. A competência para
conceder uma autorização é do orgão governamental, que se baseia no caráter
preventivo visando a evitar a ocorrência de danos ambientais.
Atividades

Além do estudo dos roteiros, do livro da disciplina, das leituras complementares


e dos vídeos das unidades, você deverá realizar as atividades pontuadas que
se encontram no menu lateral do ambiente virtual de aprendizagem.
Acompanhe os prazos de envio das avaliações no documento “Calendário e
Critérios de Avaliação”, na introdução da disciplina.

Enunciado da avaliação 2

“A entrega da atividade deve ser realizada através do item Entrega da


Avaliação – Trabalho da Disciplina [AVA 2], conforme o prazo estipulado em
calendário acadêmico.”

ETAPAS ENVOLVIDAS NA ELABORAÇÃO DE UM ESTUDO DE IMPACTO


AMBIENTAL

Prezados (as) estudantes,

Avaliação de Impactos Ambientais trata-se de um vasto campo de atuação dos


gestores ambientais por operar com as diversas questões relativas a
identificação, predição e interpretação dos efeitos e impactos das ações
propostas sobre o meio ambiente. Assim, através da construção de
conhecimento e pesquisa acerca do tema seremos capazes de compreender
eventos que tem ocorrido na atualidade como, por exemplo, a avaliação de
impactos ambientais aplicado às organizações públicas e privadas - como
aqueles que ocorrem durante as avaliações de impacto ambiental de uma
termoelétrica.

O aprendizado sobre as etapas envolvidas na elaboração de um estudo de


impacto ambiental é extremamente relevante para o desenvolvimento do perfil
técnico do gestor ambiental. E esse aprendizado tem uma significância
expressiva em relação aos conteúdos da nossa disciplina.

Dispostos para um novo desafio? Então, Bom trabalho!

Situação problema:
“Dentro de uma perspectiva dirigida, um EIA deve ser feito adotando-se uma
sequência lógica de etapas, cada uma dependente dos resultados da etapa
anterior. Sua concatenação e sequência são extremamente importantes, pois a
maneira de se iniciar e conduzir um estudo ambiental terá consequências sobre
a qualidade do resultado final [...].”
Fonte: Sánchez, Luiz Henrique. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e
métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. p.165.

Com base na análise do texto, nos conceitos sobre avaliação de impactos


ambientais e considerando que você será responsável por preparar um curso
de curta duração para um grupo de empresários, elabore uma apresentação
em slides com a temática: as etapas envolvidas na elaboração de um
Estudo de Impacto Ambiental.

Procedimentos para elaboração do TD:

1. Realize uma pesquisa bibliográfica para seleção de material bibliográfico


com associação direta com o objetivo do trabalho.
2. Em atenção ao tema do curso proposto, elabore os conteúdos textuais e
selecione as imagens que farão sua apresentação.
3. Organize todo o material em um arquivo Power Point composto por um
total de slides entre 5 e 8.
4. Busque elaborar os slides de forma criativa e apresente exemplos.
5. Considere o uso de citações no seu texto e adequações às normas da
ABNT (principalmente as normas: NBR10520, NBR14724 e NBR6023).

Orientações Gerais para a realização do Trabalho da Disciplina:

 A pontuação máxima desta atividade avaliativa é de 100 pontos (100%);


 Seu desempenho nesta avaliação compõe a nota final das Avaliações
Online (A1);
 O Trabalho da Disciplina (TD) deve ser realizado INDIVIDUALMENTE;
 Trabalhos que apresentarem transcrições de textos sem a devida
referência - segundo as normas da ABNT 6023 - terão nota zero
atribuída - “Cartilha Plágio (Links para um site externo.)”;
 O Trabalho que não for postado/enviado até o prazo terá nota zero,
assim como aqueles que forem apenas salvos e não enviados para
correção na data estipulada no calendário da disciplina;
 O Trabalho deverá ser postado somente no local específico para essa
ação no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

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