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Banco de Práticas Inspiradoras

Nível de Ensino

FICHA CATALOGRÁFICA DA PRÁTICA INSPIRADORA

Título da prática
Reconectando por meio de Lives
inspiradora

Palavras-chave
(separe por vírgula, três Pandemia, Cultura Colaborativa, Metodologias educacionais
palavras no máximo)

Estado Rio Grande do Norte

Município Pendências

Nome da escola Escola Estadual Monsenhor Honório


(opcional)

Nível de ensino Ensino Médio

Período de realização 2021


(ano)

Descreva a sua prática inspiradora na mentoria de diretores


Faça um texto único com começo, meio e fim

Este relato deve ter no máximo duas laudas, conforme o template.


Preste atenção nos itens que vão auxiliar ao desenvolver o relato:

1. Inicie contando como surgiu esta prática inspiradora.


● local e situação
● relate se foi um desafio ou dificuldade que foi superado, ou algo que aconteceu sem planejar etc.

2. Continue contando o que motivou essa sua prática inspiradora e as habilidades que foram desenvolvidas.

3. Durante o seu relato especifique se você utilizou recursos (materiais, humanos e financeiros) ou não.

4. Termine contando se essa prática inspiradora proporcionou, ou não, um impacto na sua profissão, algo
relacionado a ser diretor de escola.

5. Finalize com uma autoavaliação, sistematizando como você se viu neste momento relatado, e se houve
percepção, ou não, de mudanças ou alterações na sua escola.

6. Referências (caso houver citações)


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RELATO DA PRÁTICA INSPIRADORA

Sou Clepson de Oliveira Brito, professor de química na Escola Estadual em Tempo Integral Monsenhor Honório na
cidade de Pendências, interior do Rio Grande do Norte, desde o ano de 2016. No ano de 2019 aceitei o desafio de
concorrer à função de gestor escolar, sendo eleito para o mandato no triênio de 2020-2022. Em agosto de 2021, em
plano segundo ano de mandato e de pandemia, fui convidado a fazer do Programa de Mentoria e Cooperação em
Gestão Escolar, desenvolvido numa parceria do Departamento de Educação da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), com a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (SEB/MEC).

O nosso mandado na gestão da escola foi marcado por um desafio extremo: como desenvolver as atividades e práticas
educacionais de forma significativa para os estudantes em tempo de pandemia, com aulas suspensas e a determinação
de executar o ano letivo por meio de aulas/atividades remotas? Esse quadro de dificuldade se acentuava quando, por
meio de diagnóstico realizado pela escola, menos de 40% dos alunos dispunham de aparato tecnológico mínimo (seja
o equipamento ou o acesso à internet, já que muitos alunos utilizavam da internet de vizinhos, parentes não
domiciliados no mesmo local ou ainda de locais com acesso aberto) para o acompanhamento das atividades de forma
síncrona. Além disso, a despeito dessa realidade, não houve qualquer investimento público no sentido de equipar
minimamente nem os alunos e nem os professores, sendo que os docentes utilizavam seus próprios equipamentos e
internet para atender a demanda das atividades remotas.

Diante desses desafios, o Programa de Mentoria surge como momento ímpar de apoio à gestão, pois, ao permitir e
incentivar a escuta ativa, a cooperação e a cultura colaborativa, serviu como subsídio para a mobilização da equipe
escolar na busca de soluções que enfrentávamos.

Nesse sentido, em busca de superar os desafio da reaproximação da comunidade e dos alunos com a escola, após
diversas reuniões de planejamento em que a escuta ativa da comunidade escolar (professores, servidores, alunos e
pais), a escola, sob a coordenação da equipe gestora e pedagógica, considerando a informação de que a maioria dos
alunos (cerca de 75%) declaravam ter acesso e perfis nas redes sociais, especialmente as redes sociais Facebook e
Youtube, e ainda considerando a crescente popularização das lives de artista através dessas redes, passou a
desenvolver, como estratégias para alcançar o maior número de alunos, a realização da lives via redes sociais com
temáticas diversas e voltada para a sensibilização e acolhimento da comunidade escolar. O objetivo da estratégia foi
o de alcançar os alunos e familiares, melhorando a participação e o engajamento destes nas atividades de ensino-
aprendizagem e fortalecendo os vínculos com a instituição.

Inicialmente, as transmissões ao vivo, que ficavam disponíveis para serem assistidas em outros momentos, buscavam
a aproximação e o acolhimento dos alunos que não tiveram a oportunidades de manter vínculos com o espaço escolar,
com os professores e com os colegas durante a pandemia. Posteriormente se tornaram a estratégia de difusão e
articulação das atividades das áreas de conhecimento, assim como o meio pelo qual os alunos e comunidade escolar
tomavam, com maior amplitude, ciência do que vinha sendo produzido, especialmente nos componentes eletivos e
projeto de vida.

Mesmo com o retorno gradual das atividades presenciais, em meados segundo semestre de 2021, as lives continuaram
a ser o palco de palestras e diálogos interdisciplinares, tratando de temas como acolhimento socioemocional e
depressão, altas habilidade/superdotação, direito das pessoas com deficiência, entre outros. As lives também foram
o palco das apresentações das propostas de componentes eletivos, assim como o espaço para as culminâncias destes
componentes, onde os resultados e produtos eram publicizados.

Um aspecto que merece destaque foi a articulação dos professores dos componentes das áreas na elaboração,
preparação e apresentação das lives. Embora coordenadas pelo gestor e equipe pedagógica, o planejamento dessas
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atividades possibilitou um maior engajamento, não só dos alunos, mas das equipes docentes envolvidas em cada
apresentação. Desses momentos de construção coletiva e colaborativa que ia desde a elaboração da pauta à
apresentação final, em que todos os docentes se envolviam de forma direta, tiramos um aprendizado coletivo da
importância da cultura colaborativa dentro do ambiente escolar, tema tão presente no programa de mentoria. Esse
aprendizado coletivo ultrapassou aquele momento, mantendo-se, mesmo no retorno presencial, como marco no
processo de planejamento das atividades docentes, o que impactou a atuação como gestor, reduzindo a cobrança das
equipes sobre a gestão, à medida que a maior parte dos professores se entendeu parte do processo de gestão escolar,
especialmente no aspecto do ensino-aprendizado.

Outro aspecto importante foi a ultrapassagem dos limites da sala de aula, sejam eles físicos ou pedagógicos, no sentido
de que a escola conseguiu pensar em propostas para além da tradicional sala de aula. Ao compreendermos, como
equipe escolar, que o uso das ferramentas digitais, como as redes sociais, às quais os alunos têm acesso e
familiaridade, são importantes instrumentos que podem ser usados para o alcançar, fortalecer e manter o vínculo dos
alunos com a instituição, haja vista que um dos desafios da escola é reduzir a taxa de evasão escolar. Nesse aspecto,
ficou evidente que as lives foram o caminho que muito alunos encontraram para se reconectar com a escola durante
a pandemia.

Faz-se necessário salientar que coordenar como gestor escolar esse processo de construção metodológica foi uma
experiencia riquíssima para a minha formação pessoal e profissional ao permitir um novo olhar sobre a função de
diretor escolar, o qual seja aquele que, para além da execução burocrática, é o agente fomentador e direcionador, a
partir da escuta ativa, dos processos educacionais da escola com foco no aluno e nas suas necessidades, sempre
criando espaços para que as múltiplas inteligências e habilidades da sua equipe possam se desenvolver e serem
exercidas de forma colaborativa. Isso claramente dialoga com o que temos aprendido nesse processo de formação do
programa de mentoria.

Por fim, cabe destacar que, embora na avaliação de hoje, muitos elementos e estratégias adotadas durante a execução
das lives pudessem ser realizados de forma diferente sob diversos aspectos, especialmente no que tange ao tempo
das falas e dos aspectos visuais ali utilizados, assim como na participação mais ativa do gestor, os ganhos foram
evidentes, pois, no momento de sua execução, teve-se um percebível aumento da participação de alunos nas outras
atividades remotas, assim como maior procura por materiais impressos. Além disso os ganhos na forma alteração da
postura docentes e da gestão, no aspecto da cultura colaborativa, continuam válidos e alteraram de forma significativa
o funcionamento da escola, de modo mais evidente no planejamento e execução das atividades pedagógicas, pois a
escuta e a colaboração se fazem muito mais presente na rotina da escola, mesmo nas atividades presenciais da escola.

Entretanto, embora considerada uma prática exitosa, a retomada presencial da escola em sua totalidade –
considerando a dinâmica própria das escolas em tempo integral – acabou por impor um limite à manutenção do uso
dessa estratégia, sendo esse um ponto negativo à forma como a prática foi planejada naquele momento inicial,
fazendo-se necessário um realinhamento dela para esse novo normal, inclusive considerando-se o cansaço do tempo
de tela.

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